Indicador de Custos Industriais

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INDICADOR DE CUSTOS INDUSTRIAIS Informativo da Confederação Nacional da Indústria

Ano 1 Número 2 outubro/dezembro de 2012 www.cni.org.br

Custos industriais crescem 6,3% em 2012 O aumento dos custos industriais em 2012 deve-se, sobretudo, ao crescimento do custo de produção. Na comparação entre as médias de 2011 e 2012, o custo de produção subiu 8,3%, puxado pelo custo com pessoal (10,8%) e com insumos importados (15,3%). Em menor ritmo, o custo tributário cresceu 5,6%. No sentido contrário, o custo de capital de giro caiu 24,8%. Os preços dos produtos manufaturados, com uma taxa de 4,9%, cresceram menos que os custos – na comparação entre a média de 2012 com a de 2011. Com isso, cai a margem de lucro das empresas industriais. Por outro lado, a desvalorização do real afetou positivamente a competitividade da indústria. Em 2012, os preços dos manufaturados importados no mercado doméstico e dos manufaturados comercializados nos Estados Unidos, ambos em reais, subiram 16,9% e 19,2%, respectivamente. Os resultados referentes ao quarto trimestre de 2012 sugerem que o crescimento dos custos industriais está perdendo força. Na comparação com o mesmo período de 2011, a taxa de crescimento caiu de 8,0% no terceiro trimestre para 6,1% no quarto. Tal movimento está atrelado à perda de ritmo de crescimento do custo com pessoal e com insumos importados, bem como à queda nos custos tributário e de capital de giro.

Indicadores

Indicador de Custos Industriais Base: Média de 2006 = 100

140

variação no 4° trimestre 2012 frente ao 4° trimestre 2011

130

Indicador de custos industriais

6,1% 120

Custo de produção 110

10,4%

100

Custo de capital de giro

-27,4% 90

Custo tributário 80 I II III IV I 2006

II III IV I

II III IV I

II III IV I II III IV I II III IV I

II III IV

2007

2008

2009

2012

2010

2011

-0,8%


Indicador de Custos Industriais Ano 1, n. 2, outubro/dezembro de 2012

Custo de produção Ao fim de 2012, o custo de produção registrou um crescimento de 8,3% na comparação entre os indicadores médios de 2011 e 2012. Essa é a maior taxa de crescimento anual desde 2008, quando o custo de produção subiu 8,6%. O componente que mais contribuiu para o crescimento dos custos industriais foi o custo com pessoal, que aumentou 10,8%. O custo com produtos intermediários cresceu 7,8%, puxado pela elevação nos preços dos importados (15,3%), resultado da desvalorização do real. O custo tributário aumentou 5,6% e o custo de capital de giro diminuiu 24,8%, na mesma base de comparação.

Custo de produção e custo com pessoal Base: Média de 2006 = 100

180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 2006

O resultado do quarto trimestre de 2012 indica uma relativa estabilidade no ritmo de crescimento do custo de produção. A taxa de 10,4% é praticamente a mesma apurada no terceiro trimestre (ambas em relação a igual período de 2011).

2007

2008

2009

Custo de produção

2010

2011

2012

Custo com pessoal

Custo de produção e custo com bens intermediários Base: Média de 2006 = 100

180 170

O custo com bens intermediários, com crescimento de 10,9% (na comparação quarto trimestre de 2011), permanece como importante propulsor do custo de produção. Na desagregação entre os intermediários nacionais e importados, nota-se que o custo com os bens intermediários nacionais aumentou 10,9%. Por sua vez, o custo com os importados cresceu 11,0%. Esse resultado indica que o ritmo de crescimento do custo dos intermediários nacionais está estável em um patamar elevado, enquanto o ritmo de crescimento do custo dos importados perde força, ainda que se mantenha elevado.

160 150 140 130 120 110 100 90 80 2006

2007

2008

2009

Custo de produção

2010

2011

2012

Custo com bens Intermediários

Custo de produção e custo com energia Base: Média de 2006 = 100

A taxa de crescimento do custo com pessoal também permanece elevada, mas vem desacelerando. Ao se comparar o quarto trimestre de 2012 com igual período de 2011, o custo com pessoal subiu 9,6%, menor crescimento dos últimos seis trimestres analisados.

180 170 160 150 140 130

O crescimento do custo com energia ganhou força no quarto trimestre de 2012. Na comparação com o quarto trimestre de 2011 verifica-se aumento de 5,7%, maior taxa calculada nos últimos seis trimestres. A tarifa média de energia elétrica cresceu 5,3% e os custos com óleo combustível subiram 7,3%.

2

120 110 100 90 80 2006

2007

2008

2009

Custo de produção

2010

2011

Custo com energia

2012


Indicador de Custos Industriais Ano 1, n. 2, outubro/dezembro de 2012

Custo de capital de giro O movimento de redução na taxa de juros evitou, novamente, que os custos industriais crescessem com maior intensidade. Ao se comparar o quarto trimestre de 2012 com igual período de 2011, observase redução de 27,4% no custo de capital de giro. Na comparação entre as médias de 2012 e 2011 também há registro de forte queda, 24,8%.

Custo de capital de giro Base: Média de 2006 = 100

140 130 120 110 100 90

Embora seja o sexto trimestre consecutivo de redução na taxa de capital de giro, cabe destacar que o grau de diminuição dessa taxa apresentou leve enfraquecimento no quarto trimestre.

80 70 60 50 2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2008

2009

2010

2011

2012

Custo tributário Após dez trimestres consecutivos de crescimento do custo tributário, no quarto trimestre de 2012 houve redução de 0,8%, na comparação com o mesmo trimestre de 2011. O movimento de baixa reflete os impactos das medidas tomadas pelo Governo em 2012 para reduzir a carga tributária da indústria – como a desoneração da folha de pagamentos e a redução do IPI.

Custo tributário Base: Média de 2006 = 100

140 130 120 110 100 90 80

Apesar da queda no último trimestre do ano, na comparação entre as médias de 2011 e 2012, o custo tributário subiu 5,6%.

70 60 50 2006

2007

Indicador de Custos Industriais PERÍODO INDICADOR

Variação percentual dos indicadores médios com relação ao ano anterior (%)

Variação percentual com relação ao mesmo trimestre do ano anterior (%)

2009

2010

2011

2012

2012 - I

2012 - II

2012 - III

-2,1

2,3

5,8

6,3

4,2

7,1

8,0

6,1

0,1

3,7

6,5

8,3

4,5

7,6

10,6

10,4

Custo com pessoal

6,6

5,7

10,0

10,8

11,8

12,1

10,0

9,6

Custo com bens intermediários

-1,6

3,1

5,7

7,8

2,6

6,6

11,1

10,9

Intermediários nacionais

-2,2

5,5

5,4

6,8

1,5

4,7

10,0

10,9

Intermediários importados

2,2

-11,5

7,3

15,3

10,2

21,0

19,2

11,0

Custo com energia

3,3

6,3

4,0

4,3

4,2

3,1

4,0

5,7

Energia elétrica

5,9

3,5

3,8

4,4

5,1

3,7

3,4

5,3

Óleo combustível

-6,6

18,4

4,7

3,9

1,1

0,8

6,3

7,3

Custo de capital de giro

-1,6

-9,8

-2,3

-24,8

-13,3

-28,5

-30,7

-27,4

Custo tributário

-7,6

0,5

5,2

5,6

6,0

11,4

6,6

-0,8

Indicador de Custos Industriais Custo de produção

3

2012 - IV


Indicador de Custos Industriais Ano 1, n. 2, outubro/dezembro de 2012

Efeito sobre a lucratividade e a competitividade Em 2012, os custos industriais tiveram alta de 6,3%, enquanto os preços domésticos dos manufaturados subiram 4,9%, ao se comparar a média de 2011 com a de 2012. O maior crescimento dos custos frente aos preços praticados pelas empresas indica que a margem de lucro da indústria se reduziu. Ao fim do ano, a tendência de queda da margem de lucro foi interrompida. No quarto trimestre, pela primeira vez nos últimos seis trimestres, os preços (6,8%) cresceram mais que os custos (6,1%), na comparação com o mesmo período de 2011. Em razão da desvalorização do real, a indústria brasileira registrou, em 2012, um ganho significativo de competitividade. Os preços, em reais, dos manufaturados importados cresceram 16,9% e os preços, também em reais, dos produtos manufaturados no mercado norte-americano cresceram 19,2%. Em ambos os casos, mais de 10 pontos percentuais acima do aumento dos custos. Os números do quarto trimestre já dão sinais de desaquecimento do processo de ganho de competitividade. Isso se deve, em boa parte, a interrupção do movimento de desvalorização do real ocorrida no fim de 2012. Na comparação com igual período do ano anterior, os preços dos produtos manufaturados importados aumentaram 23,7% no segundo trimestre de 2012, 18,9% no terceiro e 12,5% no quarto. Movimento similar ocorre com respeito aos preços em reais dos produtos manufaturados nos Estados Unidos. O comportamento recente da taxa de câmbio sugere sua perda de importância no processo de recuperação da competitividade da indústria. A manutenção desse processo em 2013 demanda a intensificação de ações que promovam a redução do Custo Brasil: tanto os custos de produção da indústria, como os custos sistêmicos da economia brasileira.

Custos industriais e preços domésticos dos manufaturados

Custos industriais e preços dos manufaturados importados, em reais

Custos industriais e preços dos manufaturados nos EUA, em reais

Base: Média de 2006 = 100

Base: Média de 2006 = 100

Base: Média de 2006 = 100

140

140

140

120

120

120

100

100

100

80

80 2006 2007 2008 2009 2010 Custos Industriais

2011 2012

Preços domésticos dos manuf.

80 2006 2007 2008 2009 2010 Custos Industriais

2011 2012

Preços dos manuf. importados

2006 2007 2008 2009 2010 Custos Industriais

2011 2012

Preços nos EUA dos manuf.

Informações sobre a metodologia estão disponíveis no endereço: www.cni.org.br/indicadordecustosindustriais INDICADOR DE CUSTOS INDUSTRIAIS | Publicação Trimestral da Confederação Nacional da Indústria - CNI | Gerência Executiva de Pesquisa e Competitividade | Gerente-executivo: Renato da Fonseca | Equipe técnica: Fábio Bandeira Guerra | Informações técnicas: (61) 3317-9468 Fax: (61) 33179456 indicadoresdecustosindustriais@cni.org.br | Supervisão Gráfica: DIRCOM | Impressão e acabamento: Reprografia Sistema Indústria | Normalização Bibliográfica: ASCORP/GEDIN | Assinaturas: Serviço de Atendimento ao Cliente Fone: (61) 3317-9989 sac@cni.org.br | SBN Quadra 01 Bloco C Ed. Roberto Simonsen Brasília, DF CEP: 70040-903 www.cni.org.br Autorizada a reprodução desde que citada a fonte.

Documento divulgado em 14 de março de 2013

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