Nota técnica PIB - 3º trimestre 2016

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Contas Nacionais Trimestrais

Novembro de 2016

3º Trimestre de 2016

No 3º trimestre de 2016, a economia brasileira, segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, registrou retração de 0,8% (com ajuste sazonal) em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o 3º trimestre de 2015, a queda verificada foi de 2,9%. No acumulado de quatro trimestres (taxa anualizada), o PIB caiu 4,4% em relação ao período anterior, aprofundando o ciclo de baixa (ver gráfico abaixo). Para todo o ano de 2016, a previsão do mercado (Relatório Focus) é de que o PIB registre queda de 3,49%. Caso se confirme, será o a primeira vez (desde 1962, quando se iniciou a série) que haverá queda do PIB em dois anos consecutivos.

Sob a ótica da demanda, todos os seus componentes apresentaram resultado negativo, exceto exportações, no acumulado em quatro trimestres. O Consumo das Famílias caiu 5,2%, ante a ligeira redução de 1,5% no período anterior, refletindo a queda dos níveis de emprego e da massa salarial. O Consumo do Governo (Despesa de Consumo da Administração Pública) também registrou queda no período em análise (-0,9%, contra -0,8%). O pior resultado continua sendo o da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que registrou redução de 13,5%, ante

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decréscimo de 10,9% no período anterior. Vale destacar que a recuperação da taxa de investimento da economia é crucial para uma possível retomada do crescimento no Brasil. Os investimentos privados normalmente estão atrelados ao nível de confiança na economia. As Exportações de Bens e Serviços registraram o único resultado positivo, sob essa análise, com elevação de 6,8%, já as Importações de Bens e Serviços verificaram queda expressiva de 14,8%, contra decréscimo de 10,4% no acumulado do trimestre anterior.

Do lado da oferta, o resultado anualizado do 3º trimestre de 2016 reflete o desempenho de todas os setores. A Indústria verificou queda de 5,4% no período. O setor de Serviços também apresentou decréscimo de 3,2% e a Agropecuária contabilizou redução de 5,6%. Entre as atividades industriais, apenas SIUP - Eletricidade, Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana registrou queda (-4,6%). Por outro lado, Extrativa Mineral (-4,8%), Indústria de Transformação (-8,0%), e Construção Civil (4,4%), registraram queda no período analisado. A redução no consumo das famílias, o cenário externo adverso e um ambiente desfavorável ao investimento devem continuar afetando o desempenho do setor industrial brasileiro nos próximos trimestres.

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O PIB no 3º trimestre de 2016 (a preços de mercado) alcançou R$ 1.580 bilhões, sendo R$ 1.370 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 209 bilhões aos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. Considerando o valor adicionado a preços básicos, notase que a Agropecuária ganhou participação relativa no PIB, passando de 4,6%, no 3º trimestre de 2015, para 5,4%, no 3º trimestre de 2016. A Indústria continua perdendo importância relativa, tendo sua participação no PIB caído de 23,4% para 22%, no período em análise. O setor de Serviços ganhou participação no PIB, passando de 71,8% para 72,6%, na mesma comparação intertemporal. Quanto ao desdobramento do PIB pelos componentes da demanda a preços de mercado (inclusive impostos), o Consumo das Famílias totalizou R$ 1.009 bilhões, o Consumo do Governo R$ 303,4 bilhões e a FBCF R$ 260,5 bilhões (16,4% do PIB, contra 18,2% no 3º trimestre de 2015). As Exportações e as Importações de Bens e Serviços alcançaram R$ 192,8 bilhões e R$ 185,5 bilhões, respectivamente, enquanto a Variação de Estoques foi negativa em R$ -514 milhões. Segundo a SEI, o PIB da Bahia caiu 5,2% no 3º trimestre de 2016 em relação a igual período de 2015, refletindo as quedas de 20,7% na agropecuária, 8,4% na indústria e 2,9% nos serviços. Segundo projeção elaborada pelos técnicos da SEI, a perspectiva é que haja uma retração de 4,5% do PIB do estado da Bahia.

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