Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

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Bahia Federação das Indústrias do Estado da Bahia - Sistema FIEB

Em busca da competitividade perdida Os desafios que o Brasil terá que superar para voltar a crescer, na análise de especialistas

ISSN 1679-2645

Ano XxI nº 234 nov/dez/2014


LINHA 1 2 3 4 5 6

DE DE DE DE DE DE

CLASSE DE CAPITAL SOCIAL (R$) 0,01 a 12.813,62 12.813,63 a 25.627,24 25.627,25 a 256.272,37 256.272,38 a 25.627.237,21 25.627.237,22 a 136.678.598,47 136.678.598,48 Em diante

ALÍQUOTA (%) Contrib. Mínima 0,8 0,2 0,1 0,02 Contrib. Máxima

VALOR A ADICIONAR (R$) 102,51 0,00 153,76 410,04 20.911,83 48.247,55


EDITORIAL

São necessários cinco trabalhadores brasileiros para produzir o que um americano faz no mesmo setor, ou quatro para produzir o que um alemão produz ou, então, três para igualar a produtividade de um sul-coreano. Essa discrepância é fruto da má qualidade da educação brasileira, onde jovens e adultos não são preparados para o mercado e onde a qualificação profissional ainda é vista com certo preconceito. Essa é a característica de um país que investe 5,7% do PIB em educação, o 15º índice mais alto entre os 42 países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), à frente de Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Alemanha, mas que não consegue oferecer uma educação de qualidade, assim como não oferece saúde pública ou segurança pública de qualidade, nem mesmo infraestrutura logística apropriada para atender às demandas de escoamento da produção nacional. Em razão de todas estas mazelas, o Brasil perde competitividade em relação aos principais concorrentes. É difícil produzir em um país cuja carga tributária é elevada e a legislação do setor é um verdadeiro cipoal de impostos, que exige das empresas uma estrutura à parte; onde as leis trabalhistas são elaboradas de forma a incentivar a judicialização; onde conseguir uma licença ambiental requer uma verdadeira via crúcis. Todos esses problemas funcionam como um freio de mão que impede a aceleração do crescimento e o aumento da competitividade. Há vários anos, a economia do Brasil não consegue crescer e, no período 2014/2015, esse fenômeno deve se repetir. Enquanto isso, a dívida pública interna não para de crescer e a inflação teima em permanecer no teto da meta fixada pelo governo. O que esperar de um ano prestes a iniciar, tendo como moldura fatores limitantes como os acima citados? Em princípio, apenas mais do mesmo. Entretanto, a presidente Dilma Rousseff teve o bom senso de quebrar a lógica desse raciocínio, ao anunciar uma equipe econômica afinada com o mercado e conhecida pela austeridade do trato do dinheiro público.

angelo pontes/Coperphoto/sistema fieb

Os desafios que o Brasil terá que enfrentar para crescer

Não se espera, em um primeiro momento, estímulos ao crescimento. Pelo contrário, a tendência é o governo enxugar despesas públicas, aumentar juros e utilizar o câmbio para trazer a inflação ao centro da meta e reduzir a relação dívida pública/PIB. Analistas de diversas tendências convergem na expectativa de que 2015 será um ano difícil para a economia. Talvez 2016 também seja. Serão necessários dois anos para arrumar a casa. Mas há o sentimento de que, na segunda metade do governo Dilma, o país voltará a crescer, com o retorno dos investimentos, o controle da inflação e o fortalecimento do mercado interno. É também o que o setor industrial espera. Na reportagem de capa desta edição, a Bahia Indústria traz o ponto de vista de economistas e empresários sobre o que nos aguarda neste início de segundo mandato da presidente Dilma.

O diretor da CNI, Rafael Lucchesi, destaca a baixa produtividade do trabalhador brasileiro em relação a outros países

Especialistas acreditam que 2015 será um ano de transição na economia, com baixo crescimento


Unidades do Sistema FIEB Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato SESI – Serviço Social da Indústria Sede: 3343-1301

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SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Sede: 71 3534-8090

@Cimatec: (71) 3534-8090 @Dendezeiros: (71) 3534-8090 @Cetind: (71) 3534-8090 @Feira de Santana: (75) 3229-9100 @Ilhéus: (73) 3639-9300 @Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628-5609 @Barreiras: (77) 3612-2188

IEL – Instituto Euvaldo Lodi Sede: 71 3343-1384/1328/1256 @Barreiras: (77) 3611-6136 @Camaçari: (71) 3621- 0774 @Eunápolis: (73) 3281- 7954 @Feira de Santana: (75) 3229- 9150 @Ilhéus: (73) 3639-1720 @Itabuna: 3613-5805 @Jacobina: (74) 3621-3502 @Juazeiro: (74) 2102-7114 @Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621 @Vitória da Conquista: (77) 3424-2558

CIEB - Centro das Indústrias do Estado da Bahia Sede: (71) 3343-1214 sistema fieb nas mídias sociais

Bahia FIEB

CIEB

PRESIDENTE Antonio Ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-

PRESIDENTE Reginaldo Rossi. 1º VICE-PRESIDENTE

-PRESIDENTE Carlos Henrique Jorge Gantois. VICE-

Jorge Emanuel Reis Cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE Carlos Antonio Borges Cohim da Silva. 3º VICE-PRESIDENTE Roberto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES Arlene Aparecida Vilpert; Benedito Almeida Carneiro Filho; Cleber Guimarães Bastos; Luiz da Costa Neto; Luis Fernando Galvão de Almeida; Marcelo Passos de Araújo; Mauricio Lassmann; Paula Cristina Cánovas Amorim; Hilton Moraes Lima; Thomas Campagna Kunrath; Walter José Papi; Wesley Kelly Felix Carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio Fernando Suzart Almeida; Carlos Antônio Unterberger Cerentini; Décio Alves Barreto Junior; Jorge Robledo de Oliveira Chiachio; Fernando Elias Salamoni Cassis; José Luiz Poças Leitão Filho; Mauricio Carvalho Campos; Sudário Martins da Costa; CONSELHO FISCAL - EFETIVOS Luiz Augusto Gantois de Carvalho; Rafael Cardoso Valente; Roberto Ibrahim Uehbe. CONSELHO FISCAL – SUPLENTES Felipe Pôrto dos Anjos; Rodolpho Caribé de Araújo Pinho Neto; Thiago Motta da Costa

-PRESIDENTES Josair Santos Bastos; Mário Augusto Rocha Pithon; Edison Virginio Nogueira Correia; Alexi Pelagio Gonçalves Portela Junior. DIRETORES TITULARES Eduardo Catharino Gordilho; Alberto Cánovas Ruiz; Eduardo Meirelles Valente; Renata Lomanto Carneiro Müller; Leovegildo Oliveira de Sousa; Fernando Luiz Fernandes; Juan Jose Rosario Lorenzo; Theofilo de Menezes Neto; José Carlos Telles Soares; Angelo Calmon de Sa Junior; Jefferson Noya Costa Lima; Fernando Alberto Fraga; Luiz Fernando Kunrath; João Schaun Schnitmam. DIRETORES SUPLENTES Mauricio Toledo de Freitas; Guilherme Moura Costa e Costa; Gladston José Dantas Campêlo Waldomiro Vidal de Araújo Filho; Cléber Guimarães Bastos; Jorge Catharino Gordilho; Marcelo Passos de Araújo; Antonio Geraldo Moraes Pires; Roberto Mário Dantas de Farias

conselhos Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial Carlos Henrique Jorge Gantois; Conselho de

SESI

Mário Augusto Rocha Pithon; Conselho de Comércio Exterior Angelo Calmon de Sá Junior; Conselho de Economia e Desenvolvimento Industrial Antonio Sergio Alipio; Conselho de Infraestrutura Marcos Galindo Pereira Lopes; Conselho de Inovação e Tecnologia José Luis Gonçalves de Almeida; Conselho de Meio Ambiente Jorge Emanuel Reis Cajazeira; Conselho de Relações Trabalhistas Homero Ruben Rocha Arandas; Conselho de Responsabilidade Social Empresarial Marconi Andraos Oliveira; Comitê de Jovens Lideranças Industriais Eduardo Faria Daltro; Comitê de Petróleo e Gás Humberto Campos Rangel; Comitê de Portos Sérgio Fraga Santos Faria

Presidente do Conselho e Diretor Regional

Assuntos Fiscais e Tributários

Antonio Ricardo Alvarez Alban. Superintendente Armando da Costa Neto

SENAI Presidente do Conselho Antonio Ricardo A. Alban. Diretor Regional Leone Peter Andrade

Editada pela Superintendência de Comunicação Institucional do Sistema Fieb Editorial Mônica Mello, Cleber Borges e Patrícia Moreira. Coordenação editorial Cleber Borges. Editora Patrícia Moreira. reportagem Patrícia Moreira, Carolina Mendonça, Marta Erhardt, Rafael Pereira, Luciane Vivas e Surenã Dias (estagiário). Projeto Gráfico e Diagramação Ana Clélia Rebouças. fotografia Coperphoto. Ilustração e Infografia Bamboo Editora. Impressão Gráfica Trio. Conselho

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA

Rua Edístio Pondé, 342 – Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71 3343-1280 www.fieb.org.br/bahia_industria_online As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessariamente o pensamento da FIEB.

IEL Presidente do Conselho e Diretor Regional

Filiada à

Antonio Ricardo Alvarez Alban. Superintendente Evandro Mazo Diretor Executivo do Sistema FIEB

Vladson Menezes

Sindicatos filiados à FIEB Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem no Estado da Bahia, sindifiteba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do tabaco no Estado da Bahia, sinditabaco@ fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado da Bahia, sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, Dias D’ávila e Santo Amaro, sindvest@ fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da Indústria de Extração de Óleos Vegetais e Animais e de Produtos de Cacau e Balas no Estado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Cerveja e de Bebidas em Geral no Estado da Bahia, sindcerba@bol.com.br / Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato das Indústrias do Trigo, Milho, Mandioca e de Massas Alimentícias e de Biscoitos no Estado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso do Estado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, secretaria@sinduscon-ba.com.br / Sindicato da Indústria de Calçados, seus Componentes e Artefatos no Estado da Bahia, sindcalcadosba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado da Bahia, simmeb@uol.com.br / Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olaria do Estado da Bahia, sindicerba@ig.com.br / Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes e Produtos de Limpeza em geral e Velas do Estado da Bahia, sindisaboesba@ fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, Sto. Antônio de Jesus, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Cidade do Salvador, sindpanssa@uol.com.br / Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Resinas Sintéticas do Estado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia, sindiplasba@sindiplasba.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos, Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário da Região de Feira de Santana, sindvestfeira@fbter.org.br / Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia, sindratar@gmail.com.br / Sindicato das Indústrias de Construção Civil de Itabuna e Ilhéus, valmirsb@yahoo.com.br / Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia, sincafeba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado da Bahia, sindileite@fieb. org.br / Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna, sinec@sinec.org.br / Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia, anaelisabete@telenge.com.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia, sindirepaba@sindirepabahia.com.br / Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, sindipecas@ sindipecas.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, sindiplast@gmail.com / Sindicato Patronal das Indústrias de Cerâmicas Vermelhas e Brancas para Construção e Olarias da Região Sudoeste e Oeste da Bahia sindiceso@gmail.com Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Nordeste (Siacan) siacan@veloxmail.com.br / Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) sinaval@sinaval.org.br

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sumário nov/dez 2014 rafael martins/Sistema FIEB

16 Cenário e projeções para 2015 Ajustes na equipe econômica do governo alimentam perspectivas para o próximo ano

Ilustração de Gentil

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24 Valter Pontes/Coperphoto

marcelo Gandra/Coperphoto

valter pontes/Coperphoto

marcelo Gandra/Coperphoto

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saúde do trabalhador

Nova diretoria

Fórum Agenda Bahia chega à 5ª edição

Teatro SESI volta à cena cultural de Salvador

O SESI Nacional está implantando seis institutos de inovação em todo o país

Direção da FIEB é recomposta com Ricardo Alban na presidência

Quatro seminários realizados na sede da FIEB discutiram desafios e soluções em áreas como saneamento básico, qualificação profissional, energia, logística e cidades sustentáveis

Após 14 meses fechado para reforma, espaço cultural retoma atividades. Reinauguração oficial ocorreu no dia 3 de dezembro, com a presença de artistas e da diretoria da FIEB


SESI cria instituto em gestão do absenteísmo Iniciativa faz parte de ação da CNI, que prevê outros cinco centros de inovação voltados para a saúde e segurança no trabalho por Patrícia moreira

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iscutir e buscar soluções para a gestão do absenteísmo nas empresas é o mais novo desafio do Serviço Social da Indústria (SESI), que está implantando um Instituto SESI de Inovação (ISI) especializado na temática na Bahia. O lançamento ocorreu no dia 3 de novembro, durante um workshop realizado em Salvador, na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), no dia 3 de novembro. Para discutir os fundamentos que vão nortear a implantação do ISI, o SESI reuniu empresários, especialistas e acadêmicos de todo o país, além de pesquisadores do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional (Fioh), parceiro internacional do SESI nesta iniciativa. O Fioh é uma das instituições de referência internacional nesta temática e trará para o Brasil sua expertise. O ISI em Absenteísmo é um dos seis institutos que o SESI está implantando em todo o país para apoiar cada vez mais as empresas, atendendo às suas necessidades de soluções em áreas como segurança e saúde no trabalho, um de seus principais gargalos. De acordo com o superintendente nacional do SESI, Rafael Lucchesi, está sendo estruturada uma rede de intercâmbio e inteligência, criando parcerias internacionais com instituições como as universidades de Standford e Harvard, nos EUA, o National Institute for Occupational Safety and Health (Niosh), que é a principal agência americana para a

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área de saúde, e com o Fioh, que também é instituição de referência com trabalhadores em vias de envelhecimento, uma tendência também no Brasil. “Estamos buscando os melhores parceiros para constituir uma rede de inteligência focada na necessidade de melhoria das condições de trabalho na indústria brasileira. Precisamos melhorar o ganho de produtividade média do trabalho”, explicou Lucchesi. O absenteísmo, ou falta ao trabalho motivada por problemas de saúde, interfere não somente na produtividade, como impacta nos indicadores de custo das empresas, com efeitos sobre o fator acidentário previdenciário, em função da frequência, da intensidade, da gravidade e do custo. “E o SESI tem uma forma de atender às empresas, trazendo ganhos para a saúde do trabalhador, para as empresas, e também para a sociedade, reduzindo o custo na área de saúde pública. Então, é uma

agenda extremamente importante para o Brasil”, ressaltou o superintendente nacional do SESI. A escolha da Bahia para sediar o Instituto de Absenteísmo se deu em razão de o Departamento Regional da Bahia reunir um corpo técnico qualificado, com um histórico de atuação muito consistente e com uma experiência mais destacada na área de absenteísmo. “Nós procuramos para formar essa rede, as seis regionais que vão liderar esta iniciativa, procurando as melhores competências”, acrescentou Lucchesi.

ABSENTEÍSMO Durante o workshop realizado na FIEB, o diretor médico e especialista em saúde ocupacional da Fioh, Kari-Pekka Martimo, falou sobre a importância da prevenção de doenças no ambiente de trabalho e apresentou números sobre o que isso representa em termos de perda de produtividade. A visão de Martimo é que é pos-


Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

sível manter a saúde do trabalhador equilibrada desde que sejam adotadas mudanças no estilo de vida e ações preventivas. Segundo ele, a empresa que investe em prevenção no ambiente de trabalho consegue aumentar em duas vezes a produtividade dos seus profissionais, reduzindo os custos. “O objetivo é ajudar as pessoas e, para isso, pequenos ajustes nas tarefas podem ajudar a evitar diversos problemas”, explicou, com base em uma metodologia já testada pela Fioh com bons resultados. O superintendente do SESI Bahia, Armando Neto, ressaltou que a regional Bahia já desenvolve inovação nesta área, mas com o ISI poderá oferecer soluções integradas para atender à demanda das empresas. “O SESI Bahia atende três mil empresas na área de segurança e saúde no trabalho e nossa meta é ofertar soluções ainda mais consolidadas”, explicou. O gerente de Qualidade de Vida do Departamento Nacional do SE-

SI, Sérgio Motta, informou que os demais ISI projetados vão atender a indústria nas áreas de prevenção de doenças osteomusculares, acidentes, doenças psicossociais e desenvolvimento de tecnologias de prevenção. Além dos representantes do SESI, participaram da solenidade a segunda secretária da embaixada da Finlândia no Brasil, Marja Suhonen, o cônsul da Finlândia na Bahia, Wilson Andrade, que deram as boas vindas aos participantes e ressaltaram a importância de fortalecer a cooperação entre os dois países. Além de técnicos e gestores do SESI, participaram do workshop representantes de instituições como Ufba, USP, Unicamp e de empresas como a Camargo Correia, Bridgestone, Petrobras, Vale, dentre outras.

PARCERIA A equipe de especialistas finlandeses esteve, além de Salvador, em Curitiba, onde o SESI implan-

Representantes da Finlândia e o superintendente do SESI Bahia, Armando Neto, no lançamento do ISI em Absenteísmo

tará um instituto especializado em Longevidade e Produtividade. Os especialistas estão apresentando experiências e casos aplicados na Finlândia e em outros países europeus para ajudar indústrias e parceiros na elaboração de um portfólio de serviços. O Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional é uma instituição de pesquisa governamental, vinculada ao Ministério de Assuntos Sociais e Saúde da Finlândia. Seu objetivo é promover a saúde e o bem estar do trabalhador em um ambiente de trabalho saudável. O SESI firmou parceria com o Fioh em junho deste ano com o intuito de se incorporar processos e produtos inovadores que impactem diretamente a produtividade do trabalhador, como questões de saúde, segurança, absenteísmo, doenças crônicas, dentre outras. Os especialistas finlandeses também apoiarão as equipes do SESI na elaboração do plano estratégico de seus institutos de inovação. [bi] Bahia Indústria  7


Recomposição da diretoria FIEB e CIEB recompõem diretoria para 2014-2018; FIEB também assume a presidência do Conselho do Sebrae

A

diretoria da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), para o período 2014-2018, foi recomposta durante reunião extraordinária, convocada pelo presidente Antonio Ricardo Alvarez Alban, no dia 17 de novembro. Foram eleitos para a 1ª vice-presidência, Carlos Henrique Gantois; para a vice-presidência, Alexi Portela, e João Schnitman, como diretor titular.

As substituições estão previstas no Estatuto da entidade, em caso de impedimentos temporários ou permanentes. Com o falecimento do presidente Carlos Gilberto Cavalcante Farias, no dia 5 de novembro, assumiu Ricardo Alban, que ocupava a 1ª vice-presidência, abrindo vaga para os cargos nos níveis seguintes. O Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB) também tem

O presidente Alban assina termo de posse, ao lado de Alexi Portela e de Carlos Gantois

novo presidente: Reginaldo Rossi, que ocupava a 1ª vice-presidência. Com isso, as vice-presidências do CIEB, responsável pela articulação das entidades que compõem o Sistema FIEB para prestação de serviços às empresas associadas, agora são ocupadas por Jorge Cajazeira, Carlos Cohim e Roberto Fiamenghi.

Conselho do Sebrae O presidente da FIEB também vai presidir Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do Sebrae Bahia. Ele foi eleito, no dia 17 de novembro, juntamente com o executivo de estratégia do SENAI/Cimatec, Adhvan Furtado, que assumiu a diretoria da superintendência da instituição. A nova diretoria do Sebrae é composta ainda por Lauro Ramos, que foi reconduzido à diretoria técnica e por Franklin Santos, funcionário de carreira da casa, eleito novo diretor administrativo financeiro do Sebrae. Eles vão dirigir a instituição pelos próximos quatro anos. A posse da nova diretoria será no mês de janeiro de 2015. “FIEB e Sebrae são parceiros históricos. Estamos focados na interiorização da pequena indústria para favorecer o desenvolvimento econômico do estado. Como presidente do Conselho, vou trabalhar para superar o bom trabalho que vem sendo feito, o que considero um desafio muito grande”, afirmou Ricardo Alban. [bi]

Valter Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

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circuito

por cleber borges

Armando Monteiro fortalece setor produtivo Industriais brasileiros avaliam que a escolha do senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) para ocupar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior fortalecerá a relação do setor produtivo com o governo. E torcem para que o novo ministro consiga implementar políticas que aumentem a competitividade do país. Ex-presidente da CNI, o senador conhece muito bem a indústria brasileira e os setores de serviços e comércio, além de ter uma interlocução fácil com o Congresso. Foi o idealizador do Fórum Nacional da Indústria, que reúne 44 associações de classe e tem assegurado maior poder de negociação entre empresários e governo; e da Mobilização Empresarial pela Inovação, que é o principal ambiente de diálogo entre o setor privado e o governo federal na criação de políticas públicas de estímulo à inovação.

Se quiser competir de igual para igual com as economias centrais, o Brasil precisa colocar a educação no centro da estratégia de crescimento. O alerta é do diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria, Rafael Lucchesi, em recente evento promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo. É preciso melhorar as condições das escolas; mudar a matriz educacional, para um viés focado na educação profissional; melhorar a aplicação dos recursos disponíveis; e aperfeiçoar o sistema de avaliação dos professores, com salários condizentes e vinculados à meritocracia. “A produtividade do trabalhador brasileiro é muito baixa. É preciso cinco brasileiros para fazer o que um norte-americano faz no mesmo setor, ou três para igualar à produtividade de um sul-coreano”, afirma Lucchesi.

gentil

Educação é crucial para a competitividade

“O Brasil está em perigo à beira do abismo? Acho que não está. Mas qual é, afinal, o objetivo fiscal do governo? É diminuir a dívida? Ou é imprimir uma trajetória para o gasto corrente?” Joaquim Levy, novo ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, sinalizando que pretende cortar despesas correntes do governo.

Atividade na indústria continua fraca O faturamento da indústria brasileira aumentou 3,1% em outubro, na comparação com setembro. Foi a quarta alta consecutiva do indicador. Mesmo assim, o faturamento acumula uma queda de 1,7% de janeiro a outubro de 2014, em relação a igual período do ano anterior, conforme os indicadores divulgados no dia 2 de dezembro, pela CNI. As horas trabalhadas na produção caíram 0,3% em outubro frente a setembro. O nível de utilização da capacidade instalada recuou e ficou em 80,6% em outubro. Com a baixa atividade, o setor reduziu o emprego, que caiu 0,1% em outubro sobre setembro.

Propostas para os cursos de engenharia A Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), formada por mais de 60 líderes empresariais do país, divulgou propostas para modernizar os currículos das engenharias no Brasil. A ideia é que os cursos tenham disciplinas práticas e formem profissionais mais bem preparados, com habilidades de gestão, aplicação de leis e normas técnicas, além de domínio de idiomas estrangeiros. O setor produtivo defende uma revisão profunda do ensino superior de engenharia no país. As sugestões foram discutidas na MEI, em parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica e a Capes, do MEC. Hoje, 58% dos engenheiros não exerce função nas áreas em que se formaram.

Bahia Indústria 9


sindicatos

Marcelo Gandra / Coperphoto / Sistema FIEB

Sindifibras articula parceria com franceses O Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais (Sindifibras) promoveu, dia 14 de novembro, um encontro de empresários franceses da área de compósitos – misto de plásticos e fibras naturais – com empresários baianos do setor. Os franceses apresentaram a tecnologia utilizada por eles e conheceram experiências locais, como as fibras de sisal, coco e piaçava. Foram realizadas, ainda, reuniões de negócios. “Precisamos globalizar as cadeias de produção e é responsabilidade das nossas entidades promover uma relação mais próxima e profissionalizada dos empresários baianos com o mundo”, afirmou o presidente do Sindifibras, Wilson Andrade.

Sinduscon aposta em capacitação sobre Norma de Desempenho A Norma de Desempenho (NBR 15575), em vigor desde julho de 2013, alterou os parâmetros de qualidade da indústria da construção brasileira. Por isso, as incorporadoras e construtoras têm se empenhado em modificar a forma de especificar materiais, componentes e sistemas construtivos, estabelecendo as características com base em demonstração de desempenho dos produtos. O Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-BA) tem investido em capacitações técnicas e divulgado material informativo sobre o assunto, como forma de aumentar a competitividade das empresas do setor. Ao longo de 2014, foram realizados oito cursos relacionados à norma. O sindicato vai realizar novas capacitações em 2015.

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Bahia Indústria

Marcelo Gandra / Coperphoto / Sistema FIEB

Encontro detalha norma para indústria de carne Wilson Andrade em reunião com empresários da França

Empresários do setor de carnes tiraram dúvidas sobre a Norma Regulamentadora nº 36 (NR 36) durante palestra realizada pelo Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sincar-BA), em parceria com o SESI, dia 10 de outubro, no SENAI Cimatec. Em vigor há um ano e meio, a norma, que trata da segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e derivados, ainda gera dúvidas. “Precisamos entender como colocar em prática as exigências da norma”, destacou o presidente do sindicato, Júlio Farias. O evento contou com palestra do especialista da CNI, Moacir Cerigueli, e representantes da SRTE e do Ministério Público.


Marcelo Gandra / Coperphoto / Sistema FIEB

Seminário para indústria gráfica O Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia (Sigeb) fechou 2014 com saldo positivo de ações para o setor. Foram realizados 21 encontros no interior e três na capital baiana. As clínicas tecnológicas no interior da Bahia resultaram em dez projetos de consultoria a empresas, além de 15 atendimentos previstos para 2015. Em Salvador, o sindicato promoveu dois ciclos de palestras e o XIII Seminário da Indústria Gráfica, realizado dia 20 de novembro, na FIEB, com transmissão por videoconferência para outros quatro estados do Nordeste. “Nosso objetivo é fazer com que os empresários se atualizem, levando tecnologia para as empresas”, ressaltou o presidente do Sigeb, Josair Bastos.

Sindpacel participa do 20º SINPEL O Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia (Sindpacel) participou do 20º Simpósio Intersindical de Negociações Coletivas das Indústrias de Celulose, Papel, Papelão e Artefatos (SINPEL), em Porto Alegre. O simpósio contou com palestra da presidente executiva da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Elizabeth Carvalhaes, que falou sobre as perspectivas do setor. O presidente do Sindpacel, Jorge Cajazeira, e a executiva jurídica, Izabella Pacheco, participaram do evento, que debateu propostas do setor à CNI/CNTT para adequação da NR-12, o cenário sindical e os dissídios coletivos.

Ceramistas debatem fiscalização Empresários do setor de cerâmica estiveram reunidos, dia 19 de novembro, em Ipiaú, para o encontro regional do Sindicato das Indústrias de Cerâmica (Sindicer). Realizado em parceria com a FIEB e o Sebrae, o evento discutiu questões ambientais e do trabalho, além da busca de soluções para os entraves enfrentados pelas empresas na região. “A fiscalização ambiental e do trabalho são algumas das principais dificuldades”, ressaltou o presidente do Sindicer, Manuel Ventin. Em 2014, o sindicato realizou encontros nas Regiões Norte e Extremo Sul, para ouvir as demandas das empresas.

Encontro discutiu novas técnicas que podem elevar a competitividade

Empresários da construção civil discutem inovação A técnica de construções enxutas, com uso de artefatos pré-fabricados, foi um dos temas debatidos no Seminário Soluções Industrializadas Inovadoras em Concreto Pré-Fabricado para Edifícios, dia 30 de outubro, na FIEB. A iniciativa do Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento (Sinprocim), em parceria com o Sebrae e o Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon), discutiu soluções inovadoras para o aumento da produtividade no setor. “É fundamental buscarmos a racionalização do processo produtivo”, ressaltou o vice-presidente da FIEB, Carlos Gantois.

Líderes sindicais baianos participam de intercâmbio setorial Presidentes de sindicatos baianos participaram do Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria, realizado pela CNI, em parceria com as Federações. No dia 23 de outubro, o encontro aconteceu em Florianópolis e reuniu 11 representantes do setor metal-mecânico. A Bahia foi representada pelos presidentes do Simmeb, Alberto Cânovas, e do Simmefs, Luiz Kunrath. “O trabalho em conjunto com a Federação e CNI e a profissionalização dos sindicatos foram pontos de convergência”, destacou Kunrath. Já no dia 14 de outubro, o evento reuniu, em Natal, representantes do setor de alimentos. O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite do Estado da Bahia (Sindileite-BA), Paulo Cintra, avaliou que a iniciativa é uma demonstração da força do Sistema de Representação da Indústria. “Esta é mais uma ação estratégica de discussão de temas comuns e defesa de interesses, mas é preciso que a iniciativa seja bem estruturada pelos sindicatos, para que, juntamente com a CNI e Federações, rendam os frutos esperados”.

Bahia Indústria  11


Leone Peter Andrade destacou a necessidade de mais investimentos em qualificação profissional e na educação de base

Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB

A

5ª edição do Fórum Agenda Bahia reuniu gestores públicos, especialistas e empresários para discutir desafios e soluções para a economia do estado. Realizado pela Rede Bahia, com o apoio da FIEB, os quatro seminários (dias 11, 18 e 25 de novembro e 02.12) sintetizaram questões em áreas como saneamento básico, qualificação profissional, energia, logística e cidades sustentáveis. “Por mais que a gente invista na qualificação profissional, preparando pessoas para as necessidades do mercado, é notório que, infelizmente, falta educação de base no Brasil”. Essa avaliação foi feita pelo diretor regional do SENAI Bahia, Leone Peter Andrade, em palestra no painel Capital humano e o trabalhador do século 21, durante o Fórum Agenda Bahia, no último dia 25 de novembro, na FIEB. Falando sobre a Formação Avançada de Pessoal como Suporte ao Desenvolvimento Industrial, o dire-

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Caminho do Agenda Bahia é a interiorização Em quatro seminários, evento discutiu os principais gargalos da economia baiana; para 2015, meta da Rede Bahia e FIEB é interiorizar Por rafael pereira


Por mais que a gente invista na qualificação profissional, preparando pessoas para as necessidades do mercado, é notório que, infelizmente, falta educação de base no Brasil Leone Peter Andrade, diretor regional do senai bahia

tor do SENAI Bahia explicou que a chave para que as pessoas acompanhem o desenvolvimento tecnológico atual é o investimento em educação de qualidade, desde a base. “O mundo vive grandes mudanças em seu padrão industrial. As pessoas precisam de capacitação para lidar com esse universo de grandes desafios e ciclos de inovação cada vez mais acelerados”, explicou. A indústria, hoje, passa por um intenso crescimento nos seus níveis de produção e eficiência. “O tempo para um produto chegar ao mercado está cada dia mais curto. Antes, um carro era colocado nas ruas a cada 10 ou 15 anos. Hoje, os carros são projetados e produzidos para o mercado em um período de três ou, no máximo, quatro anos”, exemplifica Leone Andrade. Outra palestra que chamou bastante atenção foi a do doutor em computação pela University of Kent at Canterbury, Silvio Meira.

PAINÉIS A programação do Fórum Agenda Bahia 2014 contou com vários painéis de discussão. Um deles, sob a temática Como aumentar a competitividade brasileira, contou com palestras do presidente da Braskem, Carlos Fadigas; e do doutor Honoris Causa em Ciência e Ph.D. em Sociologia pela Univer-

sidade de Wisconsin (EUA), José Pastore. Para Fadigas, as empresas brasileiras procuram ser competitivas, mas esbarram em gargalos diversos, sobre os quais não interferem. São problemas como o sistema tributário complexo e oneroso, problemas cambiais e infraestrutura logística precária. “Da porta de fábrica para dentro somos competitivos, mas da porta para fora temos problemas que dificultam a vida da empresa”, afirmou Carlos Fadigas. Por sua vez, José Pastore deixou claro que o Brasil só se destacará competitivamente quando sua educação for de primeiro mundo. “O país investe muito em educação, mas investe mal. É preciso melhorar muito a gestão nessa área”, afirmou. Quando o assunto é saneamento básico, os indicadores do Brasil são catastróficos. O país tem avançado do ponto de vista econômico, mas com relação ao saneamento segue na contramão e está muito distante da posição ideal para a sua realidade econômica. Esta foi a conclusão de especialistas no assunto, que participaram do segundo seminário do Agenda Bahia 2014, dia 18 de novembro. “Estamos discutindo um problema do século 19. É uma tragédia estarmos falando agora, em

pleno ano de 2014, de estruturas tão atrasadas. É preciso agir”, alertou o professor sênior do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo, José Eli da Veiga. A crítica foi feita durante o painel Desafios e oportunidades com a nova lei do saneamento básico. Dados mostram que o Brasil perde quase 40% da sua água potável; a cobertura de esgoto não chega à metade da população; apenas 38% desse esgoto recebe tratamento; 6 milhões de brasileiros não dispõem de um simples vaso sanitário na residência.

ENERGIA Se a energia gerada por meio de termelétricas custa R$ 1 mil o MWh, enquanto que a energia produzida por reuso de água custa R$ 165 o MWh; e se, além disso, o uso de termelétricas movidas a óleo diesel gera forte impacto ambiental, enquanto que a reutilização da água teria efeito contrário, por que o país não investe nessa última forma de energia, que traz ganhos ambientais visíveis? O painel Esgoto sustentável, um grande negócio: da bioenergia ao reuso da água discutiu esta questão, com a presença de Victor Valente, da GIZ; Ana Cristina Mascarenhas, da Neoenergia, e Cláudio Villas Boas, da Odebrecht Ambiental, tendo como moderador Sérgio Bastos, do Conselho de Infraestrutura da FIEB. Eles acreditam que a mudança desse ambiente hostil ao reuso da água para produção de bioenergia passa pela mobilização da sociedade.

CIDADES SUSTENTÁVEIS O primeiro dia do Fórum Agenda Bahia 2014 (11.11), debateu o futuro das cidades. Dentro do tema do seminário Desenvolvimento Regional, o presidente da FIEB, Ricardo Alban, afirmou que os centros urbanos precisam ter um ambiente agradável para as pessoas e propício ao trabalho. Para ele, a perda da produtividade, fruto da falta de investimentos em infraestrutura, entre outros aspectos, afeta diretamente a indústria de transformação. A abertura do evento contou com a presença do prefeito de Salvador, ACM Neto, que citou medidas de sua administração para a melhoria da mobilidade urbana, a exemplo da implantação de ciclo rotas (a meta é chegar a 350 quilômetros até 2016) e a realização do estudo Salvador 500, “o qual irá traçar um planejamento para os próximos 35 anos para a capital baiana, disse. [bi] Bahia Indústria  13


Fortalecimento dos sindicatos

C

om mais de 50 ações realizadas em Salvador e em cidades-polo do interior baiano em 2014, o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) tem contribuído para o fortalecimento dos sindicatos filiados à Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). Trata-se de uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), iniciada em 2006, para dar maior suporte aos sindicatos industriais de todo o país. Desde o ano passado o programa se divide em duas vertentes: Associa Indústria, em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), voltado para a ampliação da base sindical; e Avança Sindicato, que tem como objetivo o fortale-

14  Bahia Indústria

cimento da gestão dos sindicatos. As primeiras ações do PDA foram cursos para gestores sindicais. Com o tempo, observou-se a necessidade de ampliar o escopo, incluindo capacitações para executivos e empresários (de organizações associadas e não associadas). Em 2014, a FIEB promoveu 36 cursos, nas três modalidades, em todo o Estado. Esse crescimento no número de ações, desde o ano passado, foi fruto da parceria firmada com

Projeto desenvolvido em parceria com a Confederação Nacional da Indústria oferece apoio aos associados da FIEB Por marta erhardt

o Sebrae, que permitiu a realização das capacitações também no interior do estado. Outro apoio fundamental foi do Centro das Indústrias da Bahia (CIEB). “Com o apoio do CIEB conseguimos mobilizar mais os empresários e ganhamos mais força”, ressalta a gerente de Relações Sindicais da FIEB, Manuela Martinez. Os cursos destinados aos empresários abordam temas relevantes para a indústria – como relações trabalhistas e custo da


Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB

2014 foi o Intercâmbio de Lideranças Sindicais, promovido pela CNI, em parceria com as Federações. Os encontros têm o objetivo de fomentar a troca de experiências de gestão entre os presidentes de sindicatos, além de discutir temas como negociação coletiva, defesa de interesses e prestação de serviços. Neste ano, foram realizados encontros de lideranças dos segmentos industriais de vestuário, cerâmica, metal-mecânico, químico e farmacêutico, alimentos e construção civil.

OUTRAS INICIATIVAS

energia elétrica – e atendem demandas apontadas pelos participantes. Para 2015, dois novos temas serão incorporados ao portfólio: Como lidar com as NRs que mais impactam na indústria? e Como preparar sua indústria para o mercado internacional?, este último, realizado em parceria com o Centro Internacional de Negócios (CIN/FIEB). Mais de 500 pessoas participaram das capacitações promovidas pela FIEB em 2014. Entre elas, está o presidente do Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia (Sindifibras), Wilson Andrade, além de executivos do sindicato. “Os cases de sucesso discutidos nos ajudam a refletir melhor e contribuem para a tomada de decisões. Além disso, o programa estimula a troca de experiência e a cooperação entre os

sindicatos”, avalia Andrade. Outra ação do PDA é a elaboração do planejamento estratégico dos sindicatos, que visa construir uma política de gestão a longo prazo, com a definição de direcionadores, como missão, visão, valores, objetivos estratégicos e plano de ação. Neste ano, foram elaborados 10 planejamentos. Um deles foi o do Sindicato das Indústrias de Produtos de Cimento do Estado da Bahia (Sinprocim). “É uma importante ferramenta que auxilia no acompanhamento das ações propositivas, contribuindo para a ampliação da base de associados, com o fortalecimento do sindicato e empresas do segmento”, avalia o presidente do Sinprocim, José Carlos Telles Soares.

INTERCÂMBIO Uma novidade realizada em

Marcelo Carvalho ministrou curso sobre fiscalização do trabalho

Para 2015, o PDA ampliará as ações na Bahia. Uma delas é o Dia do Empresário da Indústria, que vai mobilizar empresários da indústria, especialmente no interior do estado, para a importância do associativismo. O evento será realizado nas cidades-polo das regiões do Programa de Interiorização do Sistema FIEB. Também no próximo ano, os sindicatos filiados à FIEB vão contar com o Sistema de Inteligência de Negócios da Indústria, ferramenta de business intelligence, que permitirá que os sindicatos tenham acesso a informações sobre arrecadação, representação e negociações coletivas, por exemplo. Os dados serão apresentados em forma de painéis e auxiliarão os sindicatos na definição e acompanhamento de estratégias. Outra novidade é o Portal dos Sindicatos, que vai reunir informações do universo dos sindicatos industriais da Bahia. A ferramenta permitirá que os sindicatos tenham acesso às informações relevantes e serviços prestados pelo Sistema FIEB, a exemplo de assessoria jurídica online. [bi] Bahia Indústria  15


O momento é de correção de rota para a economia brasileira e de aproximação com a iniciativa privada. Esse parece ser o entendimento do próprio governo, considerando a indicação, para o Ministério da Fazenda, de Joaquim Levy, ex-diretor superintendente do Bradesco Asset Management, braço de fundos de investimento do banco; de Nelson Barbosa, indicado para o Planejamento e de Armando Monteiro Neto, um nome vinculado à área industrial para dirigir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. A escolha de nomes como estes, ligados ao mercado, é uma ponte para o diálogo, elemento importante na superação de desconfianças quanto à condução da economia no segundo governo Dilma Rousseff. Esse é o modo de ver, por exemplo, do presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Antonio Ricardo Alvarez Alban. “Observo sinais fortes de movimentos do governo Dilma em direção do empresariado. Um exemplo é a indicação de Armando Monteiro, um importante sinal para a indústria. Outro exemplo é a constituição de oito equipes de trabalho, compostas por agentes públicos e da iniciativa privada, com a missão de avaliar e propor políticas em áreas como inovação, comércio exterior, desburocratização e compras governamentais, as quais serão entregues à presidente Dilma ainda em dezembro”, afirmou o presidente da FIEB. Mas, para muitos, hoje só há um caminho a ser trilhado pelo governo, caso pretenda dar um freio de arrumação e ajudar a recolocar a economia brasileira nos trilhos: fazer a reforma fiscal, o que significa gastar menos com o custeio da máquina pública e reduzir o patamar da dívida pública. O próprio Joaquim Levy já anunciou que trabalha com metas de superávit primário e que pretende trazer a inflação para o centro da meta (4,5%). Ou seja, 2015 será um ano de baixo crescimento, de arrumação do setor público, de controle da dívida interna e de combate à inflação, para que o país não perca posições no ranking de avalição de riscos.

16  Bahia Indústria

O caráter inadiável da reforma fiscal é defendido pelo economista Paulo Rabello de Castro, presidente do Conselho de Economia da Fecomércio/SP e do Lide Economia. Caso leve a sério esse compromisso, observa, o governo abriria espaço para investir em infraestrutura, tornando a produção brasileira mais competitiva. “A reforma fiscal deve ser feita imediatamente, pois é insustentável o país gastar, como ocorre hoje, 5% do PIB com juros da dívida pública”, afirma. O professor da Faculdade de Economia da UFBa, Oswaldo Ferreira Guerra, acredita que, até em função da nova equipe econômica, que considera ortodoxa, uma das primeiras providências do governo será lançar mão da reforma fiscal. Para gastar menos, buscando equilibrar a relação dívida/PIB, e também enxugar a quantidade de moeda na economia, com reflexo positivo na inflação. “Teremos um Banco Central rigoroso, para trazer a inflação para o centro da meta (4,5%), com taxas de juros mais elevadas. O quanto, só dependerá do que for feito na reforma fiscal. Como haverá o realinhamento nos preços dos combustíveis e da energia, com impacto na inflação, tudo indica que o enxugamento de gastos e o aumento dos juros tendem a ser maiores em um primeiro momento para compensar, mas há um limite para isso, pois a dívida pública, na casa de US$ 1,2 trilhão, cresce sempre que aumenta a Selic”, prognostica Oswaldo Guerra.

REFORMAS NECESSÁRIAS Aliado à reforma fiscal, o governo federal precisa realizar também outras reformas capazes de ajudar a desatar o nó do crescimento sustentado. As principais, segundo Paulo Rabello de Castro, são a reforma trabalhista, para diminuir o grau de judicialização da Justiça do Trabalho; e a reforma tributária, que poderia se restringir, num primeiro momento, à simplificação da teia de impostos no país, desonerando as empresas. Essa simplificação não significa mexer nas receitas da União, estados e municípios, pois isso inviabilizaria qualquer reforma tributária. O caminho, sugere Paulo Rabello, seria juntar todos os impostos em apenas cinco: Fundo do Trabalhador (para financiar a nova Previdência), ICMS Nacional (financiar a


O dilema entre

gastar menos e crescer mais AcadĂŞmicos e analistas setoriais avaliam os principais desafios para o Brasil em 2015

gentil

Por cleber borges

Bahia IndĂşstria  17


União, estados e municípios), IR (financiar a previdência atual), impostos locais (como o ISS, para financiar estados e municípios), e regulatórios (que financiar a União). “Isso, por si, já daria ao Brasil até dois pontos percentuais no crescimento do PIB”, garante. As restrições de ordem conjuntural (o baixo desempenho das economias do Japão e Europa, por exemplo) e estrutural (a má qualidade do ensino no país, violência assustadora, problemas de saneamento básico e, por tabela, de saúde) não deixam muita margem para que a economia nacional reaja rapidamente aos estímulos dos setores público e privado. Por esta razão, o diretor de Operações da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, encara o ano de 2015 ainda com certa apreensão. Mas, por outro lado, vê com bons olhos os sinais emitidos pelo novo governo de interlocução com o setor produtivo, especialmente com a Confederação Nacional da Indústria. O diretor da CNI defende uma agenda focada na competitividade, o que passa pela inovação. “Apesar da gravidade dos problemas pelos quais o país passa, achamos que há um horizonte positivo, onde o governo tem clareza das necessidades de fazer ajustes para retomar o equilíbrio macroeconômico, incluindo a necessidade de assegurar o crescimento e aumentar a produtividade do trabalho, temas centrais colocados na agenda da indústria”, afirma Lucchesi.

PERDA DE COMPETITIVIDADE Setor dinâmico em qualquer economia avançada, no Brasil, a indústria tem perdido competitividade ao longo das últimas décadas e, em 2014, deve apresentar queda de 2,2%. O presidente da Braskem, Carlos Fadigas, prevê que, em 2015, o setor cresça 1,3%, um desempenho insuficiente para recuperar a queda de 2014. A Braskem, uma das dez empresas que mais exportam e importam no país, estima que a balança comercial brasileira de produtos industrializados apresente, em 2014, um déficit de US$ 110 bilhões. Em 2013, verificou-se déficit de US$ 105 bilhões. São números que reforçam os diagnósticos de perda de competitividade da indústria brasileira. “A indústria nacional não consegue competir no âmbito internacional e as razões para isso são 18  Bahia Indústria

AS AMARRAS QUE SEGURAM O BRASIL CUSTO LOGÍSTICO EM RELAÇÃO À RECEITA LÍQUIDA NO BRASIL (%)

Infraestrutura é prioridade

Quanto gastam as empresas com transporte, armazenagem, estoque, tempo de espera etc Bens de capital

22,69

Construção

20,88

Mineração

14,63

Siderurgia | Metalurgia

12,82

Agropecuária

12,04

Bens de consumo

10,74

Têxtil

9,45

Automotivo

8,76

Químico | Petroquímico

6,29

Custo médio Brasil

13,14

Fonte: Fundação João Cabral

RODOVIA ENCARECE CUSTO DA LOGÍSTICA

2012

% TKU

RODOVIÁRIO

67%

133

FERROVIÁRIO

18%

22

AQUAVIÁRIO

11%

30

DUTOVIÁRIO

3%

25

0,04%

1.060

AÉREO

Fonte: Ministério dos Transportes.

US$ | Mil TKU

•O Brasil investiu, em média, R$ 81 bilhões/ano em infraestrutura, entre 2000 e 2010, ou 2,1% do PIB. A China investe 7,3% do PIB/ano. O Chile investe 6,2% e a Índia 5,6%, conforme o estudo Desafios e Oportunidades na Infraestrutura, de 2011, de Armando Castelar (FGV) •Segundo o mesmo estudo, para suprir o déficit da infraestrutura, o Brasil teria que investir, no mínimo, 5% do PIB/ ano, equivalente a R$ 203 bilhões/ano •Os piores níveis de desenvolvimento e competitividade estão nos setores de portos e saneamento, de acordo com estudo da CNI. Os setores mais desenvolvidos são os de energia e de telecomunicações •Levantamento com empresários do Fórum Nacional da Indústria mostra que 76% dos industriais acham prioritária a melhoria dos portos. A seguir vem: redução do custo de energia (73%) e maior uso do transporte ferroviário (58%) •A malha ferroviária brasileira é limitada. O país possui 4 quilômetros de ferrovia para cada mil quilômetros quadrados de território. A China tem 7 quilômetros e os EUA 21 quilômetros •R$ 30,2 bilhões/ano do Nordeste gasta com transporte ou 6% do PIB •R$ 25,8 bilhões/ano é quanto a região precisa investir em logística até 2020 para atender a demanda prevista •90% dos investimentos no Nordeste devem ser destinados às ferrovias e aos portos; 9% devem ser investidos nas rodovias e 1% nas hidrovias •65% é quanto o uso supera a capacidade em algumas rodovias da região


SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL Municípios com Abastecimento de Água - %

Abastecimento de Água - %

90 80 70

Brasil 60

Bahia

50 1999

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2011

2012

2013

Cidades com redes de Esgoto - % Rede de Esgoto - %

60 50 40

Brasil

30 20

Bahia

10 0 1999

2001

2002

2003

2004

2005

AVANÇO NA EDUCAÇÃO É TÍMIDO

2007

2008

2009

2011

2012

2013

VIOLÊNCIA QUE ASSUSTA NAS CAPITAIS BRASILEIRAS

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica no Brasil

Taxa de homicídios por 100 mil habitantes

5.0 5.2 4.1 4.2

2006

120 110

3.7 3.7

100 90 80 70 60 50 40

2011

30 20

2013 1º ao 5º ano

10

6º ao 9º ano

Ensino Fundamental

Ensino Médio

O IDEB é obtido pelas notas, de 0 a 10, do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica. Houve um tímido avanço entre 2011 e 2013, nas notas do ensino básico, mas insuficientes para caracterizar uma melhora na avaliação do ensino nacional.

1998

Maceió

2008

Recife

Vitória

Salvador

João Pessoa

2012

Curitiba

Brasil

Taxa considerada aceitável pela ONU = 10 homicídios por 100 mil/hab Fonte: Mapa da Violência 2014

Fonte: Ministério da Educação

Bahia Indústria  19


muitas. Incluem o real supervalorizado, salários que crescem muito acima da produtividade do trabalho, excessos de burocracia, custo elevado da energia, custos trabalhistas, problemas de infraestrutura e carga tributária alta”, afirma Carlos Fadigas. A receita para superar essa realidade requer, segundo ele, apoio do governo à inovação, desoneração dos investimentos, redução do custo da energia, melhora da infraestrutura, simplificação da legislação tributária, mão de obra qualificada e a criação de condições competitivas para a oferta de matéria prima. “Cortamos custos permanentemente, mas da porta da fábrica para fora perdemos competitividade. Estamos motivados em continuar investindo no Brasil, mas sinceramente não está sendo fácil”, afirma o presidente da Braskem. A competitividade da economia brasileira depende muito da qualificação do capital humano. Esse é o recado do PhD em sociologia pela Universidade de Wisconsin (EUA), professor José Pastore, ao lembrar em reunião na FIEB que educação é ponto estratégico na nova realidade econômica. Embora muitos críticos da educação preguem o aumento dos gastos no setor e exista mesmo um projeto nesse sentido tramitando no Congresso Nacional, propondo que o volume de recursos para a educação chegue a 10% do PIB nacional, José Pastore vai na direção contrária: para ele, o país já investe muito no setor, porém gasta mal. Hoje, o Brasil investe 5,7% do PIB em educação, o 15º índice mais alto entre os 42 países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), à frente de Reino Unido, 20  Bahia Indústria

Fotos Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB

Economistas Paulo Rabello de Castro e Oswaldo Guerra

Estados Unidos, Canadá e Alemanha, por exemplo. Se estes países investem relativamente menos e têm uma educação mais qualificada, o que acontece conosco? “É necessário melhorar a gestão da educação, para gastar melhor o que aplicamos”, afirma Pastore. Alertando que "a indústria tem pressa", a CNI defende que o governo deve apresentar no início do próximo ano uma agenda de competitividade com metas claras e definidas por uma estrutura de governança criada especialmente para gerir e coordenar as ações. Os investimentos em infraestrutura e as reformas trabalhista e tributária são as prioridades defendidas pela indústria para 2015. Esse pleito consta da Carta da Indústria 2014, documento que apresenta as propostas construídas pelo setor durante os dois dias do Encontro Nacional da Indústria (ENAI), evento que reuniu 1.800 empresários em Brasília. "Nossa expectativa é que o governo inicie o ano apresentando uma agenda

que diga onde pretende chegar e de que forma. A CNI vai monitorar permanentemente os resultados e fazer um termômetro de como está avançando a agenda da competitividade", afirma o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes. A CNI defende que o governo priorize três pontos críticos: o sistema tributário deve eliminar a cumulatividade de impostos e desonerar as exportações e investimentos; as relações de trabalho devem ser modernizadas de acordo com as atuais condições de trabalho e com segurança jurídica; e os investimentos em infraestrutura devem se elevar em relação ao PIB, com maior participação do capital privado. O objetivo do setor industrial é reverter o quadro de perda de importância na economia brasileira. Hoje, a participação da indústria no PIB é de 25%, dez pontos percentuais a menos que nos anos 1990, sendo que a indústria de transformação representa apenas 13% do PIB. [bi]


conselhos

Conselhos entregam Planos de Ação 2015

Workshops do Lide Bahia

Roberto Abreu/Coperphoto/Sistema FIEB

Discutir o cenário atual e buscar caminhos para o setor empresarial. Este foi um dos objetivos do II Fórum de Oportunidades de Investimento na Bahia, realizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide Bahia) e a FIEB. O encontro resultou em discussões, realizadas nos workshops setoriais. Confira algumas das ideias apresentadas nos workshops. AGRONEGÓCIO • Com foco nas cadeias produtivas do coco, madeira e algodão, as conclusões apontaram para o destaque da Bahia no volume de produção, mas para um fraco nível de industrialização dos produtos. Apenas 1,2% da produção de algodão, por exemplo, é industrializada, embora a seja a segunda maior produtora do Brasil.

ÓLEO E GÁS/NAVAL • O grupo de trabalho apresentou propostas como a ampliação da produção de petróleo no Recôncavo da Bahia. A ideia é negociar com a Petrobras a realização de leilões dos seus campos de produção de até 1.000 barris/dia, mantendo participação máxima de 49% para empresas e consórcios. Outra proposta do grupo de trabalho é a implementação de uma política de incentivo para bacias terrestres maduras.

PORTOS • A necessidade de um novo marco regulatório de portos foi um dos pontos de discussão. Há perspectiva de grandes investimentos no setor portuário, mas tudo depende do destravamento da nova legislação. A Braskem anunciou um projeto de investimento de R$ 110 milhões para construção de um novo terminal de granel líquido no Porto de Aratu. MINERAÇÃO • Há uma grande oferta global de minério de ferro, com grandes reservas disponíveis na Bahia, mas a fraca demanda tem provocado uma acentuada queda de preço. Ponto positivo do mercado é que a Bahia é o terceiro maior produtor de rochas ornamentais do Brasil, segmento que, mesmo com a crise, tem uma demanda mundial crescente.

TERMOPLÁSTICOS • Este grupo apresentou um plano nacional de incentivo à cadeia termoplástica, trabalhado em conjunto por Braskem, Apiplast e sindicatos. Este plano tem metas estabelecidas, focadas no aumento da exportação de plásticos transformados. As perspectivas e os mecanismos institucionais de apoio à exportação, como o CIN da FIEB, foram apresentados. Para 2015, inclusive, existe uma agenda que foca no acesso a outros mercados. ENERGIA • As principais discussões desse workshop abordaram as oportunidades do mercado de energia renovável e o grande potencial da Bahia nesta área.

O presidente Ricardo Alban recebeu as propostas dos órgãos consultivos

Os coordenadores dos nove Conselhos e três Comitês Temáticos da FIEB entregaram ao presidente Antonio Ricardo Alvarez Alban, no dia 20 de novembro, os planos de ação para 2015, durante reunião na sede da entidade, em Salvador. Cada plano de ação leva em consideração o cenário econômico e como ele impacta a área representada. “Os conselhos e comitês temáticos são geradores de conteúdo de interesse relevante para as empresas industriais, sindicatos e para a própria estrutura executiva do Sistema FIEB”, afirmou o presidente Antonio Ricardo Alban. Por essa razão, segundo ele, é preciso que estes órgãos estejam alinhados em seu planejamento com as prioridades da gestão da entidade. O 1º vice-presidente da FIEB e coordenador do Compem (Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial), Carlos Gantois, explicou que os conselhos e comitês têm a função da subsidiar a diretoria da organização com pareceres e recomendações relacionados às suas áreas de atuação. No Sistema FIEB, são estes os conselhos temáticos e comitês: Assuntos Fiscais e Tributários; Inovação e Tecnologia; Economia e Desenvolvimento Industrial; Infraestrutura; Meio Ambiente; Comércio Exterior; Micro e Pequena Empresa Industrial; Responsabilidade Social Empresarial; e Relações Trabalhistas; e os Comitês de Petróleo e Gás, de Jovens Lideranças da Indústria e de Portos.

Bahia Indústria  21


LIDE debateu desafios no ambiente de negócios do Brasil Temas como infraestrutura, investimentos estrangeiros e dívida pública estiveram na pauta do Fórum de Oportunidades Por rafael pereira e cleber borges

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Brasil não poderá crescer de forma sustentada se não aumentar a produtividade, no capital e no trabalho. A afirmação é do ex-diretor executivo do Grupo Banco Mundial, Rogério Studart, ao falar sobre tendências do fluxo internacional de investimentos, no primeiro dia de trabalhos do II Fórum de Oportunidades de Investimento na Bahia, dia 13 de novembro. O evento é realizado conjuntamente pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE Bahia) e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). Para Studart, se o país não conseguir alavancar investimentos em infraestrutura e logística, e se não melhorar o ambiente de negócios, proporcionando mais transparência e segurança jurídica em suas po-

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líticas e normas, será engolido pela crise internacional. “O que mais me surpreende nas viagens ao exterior é que o investidor estrangeiro ainda tem uma boa percepção do Brasil, diferente, inclusive, da percepção do investidor brasileiro. Esse fenômeno representa uma grande janela de oportunidades lá fora e explica por que o investimento direto externo no Brasil tem aumentado, apesar dos nossos problemas econômicos, como o baixo crescimento e a inflação alta”, avalia Rogério Studart.

Para o presidente da FIEB, Antônio Ricardo Alvarez Alban, o Brasil passa por um processo de desindustrialização, que também afeta a Bahia, apesar dos recentes investimentos em áreas como energia eólica e em petroquímica (polo acrílico, etc.). “Mas precisamos atrair muito mais investimentos”, afirma Alban, ao lembrar, na abertura do evento, que sem a indústria não há como se obter desenvolvimento sustentado. Presente ao Fórum, o prefeito de Salvador, Antonio Carlos Maga-


walter pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Presidente da FIEB, Ricardo Alban, falou na abertura do evento lhães Júnior, afirmou que os entes federados (União, estados e municípios) devem trabalhar em conjunto para superar os problemas econômicos, investindo em infraestrutura e dando ao empresário mais segurança jurídica. Isso, sem abrir mão da responsabilidade fiscal, gastando menos com o estado e mais com o cidadão. “Faço votos de que o governador eleito (Rui Costa) crie as condições para que os empresários possam investir”, afirmou ACM Neto.

debates O primeiro dia do evento contou com dois painéis de discussão. O primeiro deles abordou as Perspectivas de Desenvolvimento Regional Diante do Fluxo de Investimento Externo. Além da palestra de Studart, o painel contou também com uma apresentação do diretor de negócios do Banco do Nordeste, Paulo Sérgio Rebouças Ferraro, que falou a respeito das propostas e desafios do desenvolvimento regional. Na

sequência, foi promovido um debate com a presença do diretor presidente da Renova, Carlos Mathias Becker Neto; do diretor presidente da Veracel, Sergio Alipio; e do vice-presidente de relações institucionais e desenvolvimento sustentável da Braskem, Marcelo Lyra. Ações Promotoras do Desenvolvimento na Bahia foi o tema do segundo painel, apresentado pelo presidente do IBMEC, Thomás Sá; o secretário municipal de Desenvolvimento, Cultura e Turismo, Guilherme Bellintani; e o gerente executivo de comércio exterior da CNI, Diego Bonomo. Para debater o tema, foram convidados o presidente do Conselho do Instituto Baiano do Mercado de Capitais, ACM Júnior; o diretor do Jornal A Tarde, André Blumberg; e a representante da ApexBrasil, Juliana Alencar. O Brasil gasta absurdos 5% do PIB com juros da dívida pública, um percentual muito acima do que pagam países em pior situa-

ção macroeconômica e com menos potencialidades que ele. Essa despesa com juros impede que sobre dinheiro para o governo investir mais em infraestrutura (hoje, apenas 1,5% do PIB), ao tempo em que o leva aumentar os juros. A crítica partiu de Paulo Rabello de Castro, presidente do conselho de economia da Fecomércio/SP e do Lide Economia, no segundo dia do Fórum (14.11). O economista, que acaba de lançar o livro O Mito do Governo Grátis, defende reformas para amparar o desenvolvimento econômico e social. Uma delas, descomplicar o sistema tributário, oneroso para o contribuinte, deixando apenas cinco impostos, mas sem mexer nas receitas da União, estados e municípios, pois isso inviabilizaria qualquer reforma tributária. “Isso, por si, já daria ao Brasil até dois pontos percentuais no crescimento do PIB”, garante.

WORKSHOPS E FEIRA Durante a realização do Fórum, foram promovidos workshops para debater o contexto de alguns segmentos estratégicos na Bahia. Os temas dos workshops foram: Cadeia Termoplástica, Portos, Energia, Naval e Óleo e Gás, Agronegócios e Mineração. No final do evento, foi realizado um painel reunindo índices, os principais problemas e as possíveis soluções que estão surgindo em cada um destes segmentos. Nos dois dias de evento, também foi realizada uma Feira de Negócios, com o objetivo de abrir espaço para que empresas de todos os portes façam contatos com potenciais investidores. [bi]

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Teatro SESI reabre após reforma

As obras envolveram o centro cultural, a administração, o teatro e a Varanda do SESI Por Rafael Pereira

O

s soteropolitanos podem comemorar: o Teatro SESI está, novamente, de portas abertas. Após 14 meses fechado, em reforma, o espaço que já se tornou referência no circuito cultural de Salvador está ainda mais moderno e estruturado. Para celebrar, uma noite cheia de apresentações culturais, promovida pela FIEB, no dia 3 de dezembro. As apresentações foram conduzidas pelo ator Jackson Costa, que levou seu espetáculo “Ser Criativo é Estilo de Vida” para o palco e convidou diversos artistas para fazer parte da apresentação. Integraram o show: Claudia Cunha, Alexandre Leão, Cal Ribeiro, Diego Santana e Aderbal Duarte –

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músicos que têm forte ligação com o espaço, alguns deles revelados pelo Programa Arte na Empresa, do SESI. A cerimônia contou ainda com projeções em vídeo, recital de poesias, depoimentos de convidados especiais e grafite, realizado, ao vivo, pelo artista plástico Denissena. Para Jackson Costa, essa mistura de artistas e a proximidade deles com o público traduz muito da alma do Teatro do SESI, que cumpre o papel de ser um espaço alternativo e de formação de plateia em Salvador. “Além de promover esta oportunidade para novos públicos e novas produções, esse teatro também proporciona uma aproximação entre artista e público. Na minha opinião, o SESI cumpre

esse papel e está para Salvador assim como a Casa Lauro Alvim está para o Rio de Janeiro”, comparou. O presidente da FIEB, Ricardo Alban, expôs a satisfação da Federação em proporcionar para a cidade um equipamento tão importante. “Cultura e arte são imprescindíveis para qualquer sociedade, qualquer civilização. Revitalizamos o espaço para o industriário e a sociedade soteropolitana como um todo. É uma honra participar dessa história”, destacou.

O ESPAÇO Inaugurado em 1997, o espaço recebeu quase R$ 2 milhões em investimentos para melhorar a infraestrutura do espaço, com o

Artistas da indústria e Alexandre Leão se apresentaram na reabertura do espaço cultural


fotos walter pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Armando Neto, Rosa VillasBoas, Angélica Ribeiro e Ricardo Alban; abaixo, descerramento da placa inaugural

objetivo de proporcionar maior conforto aos usuários. O teatro oferece, agora, um total de 96 lugares, incluindo vagas para cadeirantes. Com a requalificação, o teatro ganhou um sistema mais moderno de ar condicionado e melhorias no camarim, na área de produção e no palco externo. O superintendente do SESI, Armando Costa Neto, explicou que tudo foi planejado com muito cuidado. “O teatro está no SESI, mas é um ativo da nossa cidade que entregamos agora com uma qualidade de infraestrutura muito melhor. Esta é uma contribuição que o SESI dá para a nossa sociedade. Tudo aqui é planejado com muito carinho, desde a parte estrutural até a pauta da casa, que conta com apresentações de muita qualidade e importância fundamental para nossa vida cultural”, pontuou. No meio de tantas melhorias, um fator chamou a atenção de Jackson Costa: a ocupação do antigo casarão do Rio Vermelho pelo SESI, transformando-o em espaço cultural. O artista ressaltou que se as pessoas olhassem para os casarões assim como o SESI olhou, a cidade teria uma melhor conservação do seu patrimônio arquitetônico, dando-lhe uma nova utilidade.

CULTURA E QUALIDADE DE VIDA O SESI Rio Vermelho é um espaço de cultura aberto à comunidade, criado com o objetivo de fomentar o acesso ao trabalhador da indústria a atividades culturais e criativas. Segundo a gerente do SESI Cultura, Angélica Ribeiro, “o espaço concentra projetos voltados para o trabalhador da indústria, proporcionando o contato destes profissionais com diversas linguagens culturais”. A programação retornou com o espetáculo Love, um monólogo da atriz Cyria Coentro, e o Festival Que Onda! Movimento Internacional da Cultura da Infância e Juventude, com mostras de artes cênicas, mesas redondas, oficinas e intercâmbio de experiências educacionais exitosas, apresentadas por grupos do Brasil, Espanha e Portugal. A gerente do teatro, Rosa Villas-Boas, comemorou o fato de o teatro reabrir com o Festival Que Onda! “É uma grande alegria estarmos sediando, em parceria com os consulados de Portugal e Espanha, este importante evento que traz para a Bahia uma discussão atual sobre a cultura voltada para a infância e a juventude”, pontua Rosa, comemorando o retorno das atividades do centro cultural. [bi] Bahia Indústria  25


indicadores  Números da Indústria

Queda da produção na BA é a maior do país Somente São Paulo se igualou à Bahia na redução da atividade industrial em setembro (-4,7% na taxa anualizada), de acordo com o IBGE

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gentil

A

taxa anualizada da produção física da indústria de transformação da Bahia teve queda de 4,7% em setembro de 2014, o terceiro mês consecutivo de retração. Em agosto de 2014, houve diminuição de 3,5% na produção do setor e, em julho, de 2,3%. No ranking dos 14 estados que participam da Pesquisa Industrial Mensal da Produção Física-Reformulada*, seis apresentaram desempenho positivo: Mato Grosso (4,3%), Goiás (2,6%), Pernambuco (2%), Pará (1,8%), Amazonas (1,4%) e Ceará (1,3%). Os outros oito estados registraram resultados negativos: além da Bahia (-4,7%), também São Paulo (-4,7%), Rio de Janeiro (-4,1%), Paraná (-3,5%), Minas Gerais (-3,3%), Espírito Santo (-2,2%), Rio Grande do Sul (-1,8%) e Santa Catarina (-1,2%). Na Bahia, dos 11 segmentos pesquisados, apenas dois apresentaram resultados positivos: Refino de Petróleo e Biocombustíveis (3,8%) e Produtos Químicos (1,8%). Por outro lado, apresentaram retração os segmentos de Veículos Automotores (-34,5%), Equipamentos de Informática (-32,3%), Bebidas (-4,7%), Metalurgia (-3,8%), Couro e Calçados (-3,6%), Celulose e Papel (-2,5%), Minerais não Metálicos (-1,1%), Borracha e Plástico (-0,7%) e Alimentos (-0,2%). Na comparação de setembro de 2014 com igual mês do ano anterior, a produção física da indústria de transformação baiana apresentou queda de 5,1%. Três dos 11 segmentos pesquisados apresentaram resultados positivos: Produtos químicos (14,1%, aumento na produção de xilenos, benzeno e etileno não-saturado), Couro e Calçados (4,6%) e Celulose e Papel (0,4%). Apresentaram retração os segmentos: Equipamentos de Informática (-46,5%, devido a pressões negativas vindas das vendas de computadores pessoais de mesa), Veículos Automotores (-45,5%, pressionado pela menor fabricação de automóveis), Metalurgia (-10,2%, com menor produção de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre), Be-

bidas (-5,8%), Minerais não Metálicos (-4,9%), Borracha e Plástico (-2,2%), Refino de Petróleo e Biocombustíveis (-1,3%, com redução na produção de óleos brutos de petróleo; e de óleos combustíveis) e Alimentos (-0,9%). Tendo em conta o acumulado dos primeiros nove meses de 2014, em comparação a igual período de 2013, verifica-se uma queda de 5,9% na produção da indústria de transformação baiana. Tal desempenho foi determinado pelo resultado dos seguintes segmentos: Equipamentos de Informática

(-41,4%, em razão da menor produção de computadores pessoais de mesa – desktops – e portáteis – laptops, notebook e tablets), Veículos Automotores (-40,4%, com a menor fabricação de automóveis), Metalurgia (-5,9%, devido à menor produção de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre), Couro e Calçados (-4,4%), Minerais não Metálicos (-3,5%), Bebidas (-1,7%), Celulose e Papel (-0,9%) e Borracha e Plástico (-0,7%). Por outro lado, houve expansão da produção nos segmentos de Produtos Químicos (4,6%, com


maior produção de ureia, amônia, polietileno de alta densidade e misturas de alquilbenzenos ou de alquilnaftalenos e hidróxido de sódio), Refino de Petróleo e Biocombustíveis (2,3%, maior produção de óleo diesel, óleos combustíveis e gasolina automotiva) e Alimentos (0,2%). De modo geral, os setores da indústria de transformação do Brasil e da Bahia enfrentam, em 2014, grandes dificuldades com o desaquecimento dos mercados interno e externo. Em 2015, tudo indica que a economia brasileira continuará desaquecida, com o esperado aumento dos juros e a diminuição das despesas públicas. No cenário externo, a tendência é de baixo crescimento das principais economias, incluindo EUA, Japão e União Européia. Do ponto de vista estadual, o desempenho negativo da indústria de transformação reflete: (i) a queda do segmento de Automóveis (responsável por 8,3% do VTI industrial, em 2012), por conta do mercado nacional desaquecido, que gerou inclusive a necessidade de se promover férias coletivas para ajuste dos estoques, além do mercado externo em crise, especialmente na Argentina, principal importador dos veículos brasileiros; (ii) Metalurgia (responsável por 4,2% do VTI industrial, em 2012), que enfrenta dificuldades com a queda dos preços internacionais das commodities e o aumento dos custos com a energia; (iii) segmento de Couro e Calçados (responsável por 3,0% do VTI industrial, em 2012), que registra resultados negativos em virtude do crescimento dos custos locais de produção e o aumento da concorrência com os produtos importados. [bi]

bahia: pim-pf de setembro 2014

Variação (%)

Setores set14/set13 Jan-set14/ out13-set14/ Jan-set13 out12-set13

Indústria de Transformação

-5,1

-5,9

-4,7

Refino de petróleo e biocombustíveis

-1,3

2,3

3,8

Produtos químicos

14,1

4,6

1,8

-45,5

-40,4

-34,5

Veículos automotores Alimentos

-0,9 0,2 -0,2

Celulose e papel

0,4

-0,9

-2,5

Borracha e plástico

-2,2

-0,7

-0,7

Metalurgia

-10,2 -5,9 -3,8

Couro e Calçados

4,6

-4,4

Minerais não metálicos

-4,9

-3,5

-1,1

-46,5

-41,4

-32,3

Equipamentos de Informática Bebidas

-3,6

-5,8 -1,7 -4,7

Extrativa Mineral

-9,0

2,5

2,1

Fonte IBGE; elaboração Fieb/SDI

* A partir de maio de 2014 tem início a divulgação da nova série da PIM-PF. A reformulação teve como objetivos: atualizar a amostra de atividades, produtos e informantes; elaborar uma nova estrutura de ponderação dos índices com base em estatísticas industriais mais recentes; adotar, na PIM-PF, as novas classificações, de atividades e produtos, usadas pelas demais pesquisas da indústria a partir de 2007 (CNAE 2.0); e produzir indicadores para aquelas Unidades da Federação que no ano de 2010 responderam por, pelo menos, 1% do Valor da Transformação Industrial e, também, para a Região Nordeste. A série reformulada tem início em janeiro de 2012 e sua implantação não implicou em total ruptura das séries históricas iniciadas em 2002, uma vez que essas foram encadeadas à nova, em termos regionais, nas atividades em que houve uma relativa aderência entre as duas séries.

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2012 - 2014) 125 120 115 110

2014 2013

105 100 95 90

2012

85

DEZ

NOV

OUT

SET

AGO

JUL

JUN

MAI

ABR

MAR

FEV

JAN

80

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

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IEL reafirma compromisso com a inovação Evento comemorativo dos 45 anos da entidade reuniu especialistas para debater o tema e apontar desafios

Por Marta Erhardt

Continuar fazendo o mesmo negócio é cômodo, mas é preciso se adequar às mudanças do mercado para não cair na obsolescência”. O alerta do presidente do conselho administrativo do Porto Digital, Silvio Meira, sobre a importância da inovação para os negócios, foi feito durante o evento de comemoração dos 45 anos do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) na Bahia. Especialista em Engenharia de Software, ele ressaltou a necessidade de as empresas se adequarem às mudanças tecnológicas, citando o caso da Kodak, que perdeu mercado com o surgimento do filme digital. Segundo ele, neste processo, “criatividade, inovação e empreendedorismo são parceiros inseparáveis”. O evento comemorativo foi realizado em 21 de outubro, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), e também contou com palestra do diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, que traçou um cenário da indústria brasileira. Lucchesi destacou que a defasagem educacional do Brasil afeta a competitividade e deixou legados como baixa produtividade, atraso tecnológico e baixos salários. Diante deste cenário, Lucchesi esclareceu que a inovação é fator fundamental para a melhoria da competitividade. “A inovação une tecnologia e conhecimento e é fundamental para a sobrevivência em 28  Bahia Indústria

um mercado competitivo. Ela está em nosso cotidiano, em todas as atividades”, disse. Empresários baianos, diretores da FIEB e representantes de instituições parceiras estiveram reunidos no auditório da Federação, para celebrar os 45 anos da instituição. “O IEL é uma ferramenta importante para as metas de interiorização e atendimento às micro, pequenas e médias empresas industriais atendidas pelo Sistema FIEB”, ressaltou o presidente da Federação, Ricardo Alban, que também destacou a importância da atuação do IEL para o adensamento de cadeias produtivas e o desenvolvimento de carreiras.

Cultura da inovação Contribuir para a difusão da cultura da inovação, colaborando para que os empresários baianos priorizem a temática, é um dos desafios do IEL, apontado pelo superintendente da instituição na

Bahia, Evandro Mazo. “Queremos estar mais próximos das empresas, principalmente no interior, oferecendo soluções integradas”, frisou. O superintendente do IEL Nacional, Paulo Mol, destacou que a gestão da inovação, um eixo importante, desenvolvido recentemente dentro da instituição, contribui para a competitividade da indústria brasileira. “O IEL está se modernizando a partir das mudanças que acontecem no mercado. Hoje vejo um IEL mais voltado para a melhoria da gestão empresarial, com foco na melhoria da competitividade”, disse, ressaltando que a diretriz principal da instituição permanece a mesma: ser o braço do sistema indústria que faz o intercâmbio entre a academia e o setor empresarial. O evento também contou com a presença do superintendente do Sebrae, Adhvan Furtado.


Ângelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Linha do Tempo IEL 1969 Euvaldo Lodi cria o IEL. 1977 Em dezembro de 1977 é promulgada a Lei 6.494, a Lei de Estágio. 1978 Os presidentes da CNI, Domício Velloso, e da FIEB, Fernando Almeida, investem para ampliar a autonomia do IEL/BA. 1980 O IEL/BA assina convênio com o Centro Industrial de Aratu para colaboração no estágio supervisionado.

1996 O IEL promove o Primeiro Seminário sobre Incubadoras de Empresas na Bahia e inaugura unidades em Vitória da Conquista e em Feira de Santana. 1997 O IEL lança o Fórum de Tecnologia da Bahia.

1998 O IEL cria a RETEC – Rede de Tecnologia da Bahia, para dar suporte às demandas tecnológicas e de inovação no estado. Lança o Prêmio Gestão Qualidade Bahia e Workshop de Interação Universidade Empresa.

1999 Realizada a 2ª edição do Prêmio Gestão Qualidade Bahia; o Fórum de Estágio da Bahia é implantado; realizado o II Workshop de Interação Universidade Empresa; e promovido o primeiro curso de extensão universitária “Formação de Novos Empresários e Dirigentes de Empresas”. 2002 Por meio de projeto elaborado e liderado pelo IEL/BA, foi inaugurada a primeira unidade da Rede Nacional de Tecnologia no Ceará, que depois foi replicada para Minas Gerais.

2003 O IEL firma contrato com a

Estudantes). Executado o Programa Parque Tecnológico de Salvador, em parceria com a Secti. Lançado o Prêmio Melhores Práticas de Estágio e criado o Programa da Qualificação de Fornecedores.

2005 Desenvolve o Procel Indústria – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. 2007 Lançado o Manual de Boas Práticas de Estágio e o projeto Redes de Empreendedorismo. Formalizado o Estatuto da Rede Baiana de Incubadoras (RBI).

2008 O IEL/BA reativa o Progredir – Programa de Fortalecimento da Atividade Empresarial e implanta o Projeto ODI Bahia – Observatório de Desenvolvimento Industrial, com foco na cadeia de petróleo e gás. Leva a Feira de Estágio ao interior.

2009 Celebra uma década do Fórum

Veracel com o objetivo de identificar empresas baianas fornecedoras e intermedeia 5.486 estudantes em estágio.

de Estágio e realiza a 10ª Edição do Workshop de Estágio. Neste ano, é realizado o primeiro Encontro de Compradores e Fornecedores da Bahia.

2004 Lançamento do Programa IEL-CAPE (Capacitação de

2010 O IEL/BA alocou 23.514 estudantes em estágio durante o

ano, finalizando 2010 com 16.333 estagiários. Foi o Núcleo Regional que mais alocou estudantes em estágio no país.

2011 Consolidação do Projeto Aliança e o lançamento da Política Industrial da Bahia. Maior impulso à estratégia de interiorização das ações do Sistema FIEB.

Presidente do conselho administrativo do Porto Digital, Silvio Meira ministrou palestra

2012 O IEL/BA consolida o Programa de Inovação para a Indústria Baiana, realiza seminários e apoia a divulgação da Olimpíada Baiana de Química e as etapas estaduais das Olimpíadas de Física e Matemática. Neste ano, o Instituto executa o Projeto Gestão da Inovação, em parceria com a CNI, Sebrae e Fapesb. O IEL inicia o desenvolvimento do Jogo da Inovação – JOIN. 2014 O atendimento do JOIN é expandido a Feira de Santana. A tecnologia é transferida para o IEL Pernambuco. A área de mercado do IEL capacita 44 colaboradores por meio do Jogo Desafio Atendimento em Rede, metodologia de gameficação. Firma parcerias com incubadas do Parque Tecnológico. Lança o Inova Talentos. [bi]

Bahia Indústria  29


painel Divulgação/Lapp Group

SESI implanta Ensino Articulado no interior O Serviço Social da Indústria (SESI) vai ampliar a oferta de vagas no Ensino Médio Articulado com Educação Profissional (Ebep) nos próximos anos. Dentro dessa meta, já no ano letivo de 2015 serão oferecidas 300 vagas para novos alunos, em Salvador e no município de Luís Eduardo Magalhães, na região oeste. O superintendente, Armando Costa Neto, explica que o SESI Bahia está iniciando um novo ciclo de expansão do Ebep, levando esta tecnologia de referência em educação criada pelo SESI para os principais polos industriais fora da Região Metropolitana de Salvador. A implantação do Ebep também amplia a parceria com o Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) visando uma melhor preparação dos futuros técnicos para a indústria. Em Salvador, a unidade do SESI Itapagipe, também passará a ofertar o Ensino Médio.

Bahia se destaca em publicação do Procompi

Vice-presidente Edison Virgínio visita exposição em Valença

Baixo Sul na mira da FIEB A região do Baixo Sul da Bahia conta, atualmente, com mais de 700 indústrias em atividade, segundo levantamento da Associação Comercial e Empresarial/Câmara de Dirigentes Lojistas de Valença. Estes números mostram o potencial da região, que vem chamando atenção da FIEB como possível vetor de desenvolvimento, dentro do seu programa de interiorização. Por isso, a Federação marcou presença na 1ª Expo Baixo Sul, evento promovido pela prefeitura de Valença, entre os dias 20 e 22 de novembro. O vice-presidente da FIEB, Edison Nogueira, enalteceu a iniciativa do município e garantiu que a FIEB está à disposição para dar todo apoio que a região precisar. “É um evento importantíssimo para o desenvolvimento do Baixo Sul. Estamos mapeando as potencialidades locais e, com certeza, vamos trabalhar para atendê-las”, pontuou. O evento contou também com a presença do vice-presidente da FIEB, Josair Bastos, e do presidente do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem do Estado da Bahia e diretor da FIEB, Eduardo Gordilho.

Projetos desenvolvidos em empresas baianas pelo IEL, por meio do Programa de apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), ganharam destaque em publicações nacionais da CNI. Os projetos, que beneficiaram empresas dos setores de cosméticos, saneantes e papel e celulose, foram selecionados como melhores práticas do programa no Brasil. A CNI destacou em suas publicações os casos de sucesso em inovação e produtividade, sustentabilidade e associativismo, temas estratégicos disseminados junto às empresas pelo programa. O Procompi é uma ação conjunta da CNI e do Sebrae. Na Bahia, 170 empresas já foram beneficiadas.

Roberto Abreu/Coperphoto/Sistema FIEB

Polo Cidadania realiza seis mil atendimentos • A edição 2014 do Polo Cidadania reafirmou mais uma parceria entre o SESI, por meio da Unidade de Reponsabilidade Social, e o Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic). Realizada na Praça da Simpatia, no dia 22 de novembro, o evento ofereceu à comunidade um dia de mobilização social com a oferta de 40 serviços. O Polo Cidadania ocorreu dentro da Semana Global do Empreendedorismo – SGE. O evento é apoiado por indústrias como Braskem, Monsanto, Cetrel, Dow, Petrobrás, Basf, BSC, Ultra Cargo, Bahia Norte, entre outras.

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marcos brandão/Coperphoto/Sistema FIEB

Estudantes do SENAI recebem Prêmio TheoPrax 2014 Na programação do Mundo SENAI, um momento para reconhecer os trabalhos inovadores dos estudantes da casa, com o Prêmio TheoPrax 2014. Na modalidade cursos técnicos, os vencedores foram os estudantes de Química do SENAI Feira de Santana, que desenvolveram um projeto para reduzir a carga de amido da água utilizada na linha de produção de uma fábrica de caixas de papelão. Entre os projetos da graduação, a equipe formada por estudantes do curso de Sistemas Automotivos ficou com o primeiro lugar, após projetar e fabricar a carenagem de um veículo que participará da Fórmula SAE - competição automotiva nacional promovida pela Sociedade dos Engenheiros Automotivos.

Portas abertas para o Mundo SENAI

Encontro reuniu em Brasília líderes da indústria nacional

9º Encontro Nacional da Indústria A FIEB esteve presente na edição 2014 do Encontro Nacional da Indústria (ENAI), realizado pela CNI, dias 5 e 6 de novembro, em Brasília. Este ano, o evento teve como tema O que a indústria brasileira espera do governo nos próximos quatro anos. Empresários e líderes de entidades de representação da indústria discutiram questões como produtividade, reforma tributária, infraestrutura e relações do trabalho. Para a CNI, a agenda tributária, a modernização das leis trabalhistas e o aumento dos investimentos em infraestrutura devem ser prioridades para o novo governo. A comitiva da FIEB contou com 49 participantes, entre presidentes de sindicatos, gestores e executivos.

Unidades do SENAI de todo o Brasil abriram as portas, nos dias 21 e 22 de novembro, para mostrar seus serviços para a comunidade. Nos dois dias foi realizada a 6ª edição do Mundo SENAI, ação que busca apresentar para empresários, estudantes e demais interessados na temática industrial um pouco do trabalho que o SENAI desenvolve em áreas como educação profissional, inovação e serviços técnicos e tecnológicos. Na Bahia, 11 unidades participaram da ação, realizando, ao todo, 123 minicursos, 25 oficinas, 204 palestras e nove workshops.

divulgação

JOIN é replicado em Pernambuco Desenvolvido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) da Bahia, o Jogo da Inovação (JOIN) está sendo levado para Pernambuco. A transferência de tecnologia é fruto de uma parceria entre o IEL Bahia e o Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação (NAGI/ PE), coordenado pelo IEL de Pernambuco e pelo Porto Digital.“Levar o JOIN para outro estado nos sinaliza que existe demanda para este tipo de tecnologia, diferenciada e de linguagem fácil, que pode ser utilizada por empresas de todos os portes”, ressalta a gerente de Inovação e Projetos Especiais do IEL, Fabiana Carvalho. Mais de 40 empresas baianas já adotaram a solução JOIN, elaborada para sistematizar a gestão da inovação. Dezoito técnicos do NAGI/PE participam da capacitação, que engloba 180 horas com atividades presenciais e é ministrada pela coordenadora de conteúdo do JOIN, Ana Pires.

Técnicos do NaGI/PE conhecem metodologia do JOIN

Bahia Indústria  31


jurídico

O FGTS e o novo entendimento do STF sobre o prazo prescricional Por Rafaela borges sampaio

O Supremo Tribunal Federal (STF), em 13/11/14, revisou seu entendimento com relação ao prazo prescricional para recuperação de valores não recolhidos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), reduzindo-o de 30 para 5 anos. O FGTS foi instituído pela Lei nº 5.107/66, para substituir a indenização pelo tempo de serviço e a estabilidade que possuía o empregado com mais de dez anos no mesmo emprego. Em paralelo, foi criada a multa pela dispensa do empregado sem justa causa. Inicialmente, tal modificação não foi compulsória, podendo aderir a ela apenas os empregados interessados. Com o advento da Constituição Federal (CF) vigente, o FGTS passou a ser aplicado a todos os trabalhadores, desde que respeitado o direito dos estáveis. O instituto, hoje regido pela Lei nº 8.036/90, é compreendido pelo recolhimento compulsório mensal pelo empregador de, em regra, 8% da remuneração paga ou devida aos trabalhadores, para a conta vinculada de cada um deles. Os valores depositados não se limitam apenas a indenizar o trabalhador pela dispensa sem justa causa, o titular também poderá obter o montante nas diversas situações definidas no art. 20 da Lei nº 8.036/90. Apesar de haver discussões na doutrina em relação à natureza jurídica do FGTS, mesmo após o 32  Bahia Indústria

advento da CF/88, o STF e o Tribunal Superior do Trabalho (este último através da Súmula 362) mantinham o entendimento de que o prazo prescricional para que os trabalhadores pudessem exigir os valores não depositados do FTGS seria trintenário, conforme art. 23 da Lei 8.036/90, observado o limite de 2 anos após o término do contrato de trabalho. A inovação é que o STF revisou seu posicionamento, sob o argumento de que os valores devidos ao FGTS são créditos resultantes das relações de trabalho e que, para tanto, deveria ser aplicável o prazo quinquenal estabelecido no art. 7º, XXIX, CF – 5 anos, até o limite de 2 anos após o término do contrato de trabalho –, não podendo, segundo o Supremo, Lei Ordinária versar em sentido contrário. Também foi dito que o prazo trintenário seria desarrazoado e atentaria contra a necessidade de segurança nas relações jurídicas. Entendeu o Supremo que o prazo de 5 anos deverá ser aplicado para os casos cujo termo inicial da prescrição ocorra após a data do julgamento. Para as situações cujo prazo esteja em curso, aplicar-se-á o que ocorrer primeiro, o prazo de 30 anos, contados do termo inicial ou o prazo de 5 anos, contados da decisão. A decisão em comento restringirá direito dos trabalhadores, no entanto, poderá vir a garantir uma maior segurança jurídica aos empregadores.

Protesto Extrajudicial das Certidões de Dívida Ativa Por meio da Portaria Conjunta nº 270 da Procuradoria Geral Municipal/Secretaria Municipal da Fazenda de Salvador, publicada no dia 21 de novembro de 2014, foi disciplinada a utilização do protesto extrajudicial de Certidões de Dívida Ativa (CDA), estabelecendo que as CDA’s do Município de Salvador poderão ser encaminhadas para protesto extrajudicial por falta de pagamento, escolhidas de acordo com critérios a serem estabelecidos em conjunto pela Procuradoria-Geral do Município e pela Secretaria Municipal da Fazenda.

Seguro-garantia é incluído na Lei de Execução Fiscal

Rafaela Borges Sampaio é advogada da Gerência Jurídica da FIEB

Foi publicada, no dia 14 de novembro de 2014, a Lei Federal nº 13.043, fruto da conversão da Medida Provisória nº 651/14, que promoveu diversas alterações na legislação tributária federal, com destaque para a inclusão do seguro-garantia entre as modalidades previstas na Lei de Execuções Fiscais, ao lado do depósito e da fiança. A norma tratou, também, dentre outros temas, da reinstituição do Reintegra, da reabertura do Refis e das hipóteses de desoneração definitiva da folha de pagamento.


ideias

Qual a indústria que o Brasil e a Bahia precisam Por Evandro mazo

Uma opinião dominante sobre desenvolvimento econômico é que a industrialização se apresenta como condição para o desenvolvimento do país. A assertiva deixa de ser plena quando não ocorre a integração da cadeia de valor. O mapa da industrialização está em constante mudança, sendo orientado pelas empresas que controlam as cadeias de valor. A indústria que deixou, em um passado recente, os países desenvolvidos em busca principalmente de mão de obra de baixo custo, começa a fazer o caminho de volta. A automatização dos processos produtivos, a proximidade dos centros de pesquisas e dos fornecedores e a mão de obra qualificada, garantem o diferencial que sustenta a competitividade – a inovação. Quando o processo de industrialização é potencializado por politicas públicas que fomentam o adensamento produtivo, os efeitos positivos são maiores, impulsionando o PIB (produto interno bruto) e o desenvolvimento local. Países em desenvolvimento têm participado da lógica de produção em atividades de baixo valor agregado, a exemplo, da produção, montagem e distribuição. Já funções de alta agregação de valor como P&D, design, marcas e serviços sofisticados, estão concentrados nos países industrializados, que, não por acaso, controlam as cadeias de valor. A interação entre o setor industrial e o setor de serviços é fundamental no processo de integração

da cadeia de valor, resultando em introdução de novas tecnologias, inovações e produção de bens industriais de mais alto valor agregado. Essas sofisticadas relações entre a indústria e os serviços caracteriza a indústria do futuro. Para exemplificar, o iPad é um produto industrial, mas 93% do seu valor é composto por serviços como softwares embarcados, marca e design. Apenas 7% do seu valor é resultante de transformação industrial. No entanto, um não existiria sem o outro. A combinação do produto, resultante da transformação industrial com serviços agregados, se apresenta como uma relação de mútua dependência para criar valor. Esse exemplo destaca uma das características da moderna atividade industrial. Na era do conhecimento, o que importa é o que e como fazemos as coisas; a capacidade de criar e de agregar valor na relação com os clientes. Nesse contexto, o país tem que concentrar esforços no desenvolvimento do conhecimento – educação, empreendedorismo e inovação – e nas oportunidades de aprendizado, incorporando o conhecimento de terceiros. Estabelecer acordos de cooperação com países que possuem importantes centros de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e com cultura empreendedora poderá gerar um circulo virtuoso de trocas e, certamente, acelerará o desenvolvimento tecnológico e a formação do profissional do futuro. O importante é buscar alianças no intuito de dar saltos de inovação e crescimento sustentável.

O Instituto Euvaldo Lodi da Bahia tem o importante papel de apoiar as empresas, do ponto de vista da gestão, para se inserirem nas cadeias produtivas locais. Temos experiência bem-sucedida no planejamento e na execução do Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF)

Evandro Mazo, Superintendente do IEL-BA

O Brasil precisa ter uma política ampla de apoio à inovação, com menos tributação, juros negativos e mais subvenção. A indústria que o país precisa tem que ser forte e competitiva, promovendo inovação em seus processos, produtos, marketing e no modelo organizacional. Se reinventar constantemente é preciso. Por fim, o progresso econômico depende da criatividade, inovação e trabalho coordenado e articulado entre todos – instituições, governo e empresários. Neste sentido, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) da Bahia tem o importante papel de apoiar as empresas, do ponto de vista da gestão, para se inserirem nas cadeias produtivas locais. Nesse quesito, temos experiência bem-sucedida no planejamento e na execução do Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF), inserção de jovens talentos na indústria, pelo estágio, além do apoio a empresas na implantação da gestão da inovação, por meio do jogo da inovação (JOIN). [bi] Bahia Indústria  33


leitura&entretenimento deborA 70/Divulgação

teatro Noite de amor e poesia Depois de quase um ano fechado para reforma, o Teatro SESI Rio Vermelho traz para os soteropolitanos o monólogo LOVE, estrelado pela atriz Cyria Coentro. O espetáculo, que tem direção do ator e diretor Jackson Costa e roteiro de Elisa Lucinda, revela, a partir de poemas de diversos autores, inúmeras situações envolvendo sentimentos e emoções vividas pelo ser humano nas suas relações amorosas. A palavra em forma de poesia falada – e não declamada – é o lastro de Love, e o amor é quem conduz a personagem pelo labirinto das relações, capaz de abrir janelas e portas para novas perspectivas.

Não perca Teatro SESI, sab e dom, 20h. Até 21.12. Rua Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho. R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Gratuito para Industriários valter pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

música Alexandre Leão na varanda O cantor e compositor baiano Alexandre Leão retoma a parceria de longa data com o Teatro SESI Rio Vermelho e inicia nova temporada na Varanda do centro cultural. Acompanhado de sua banda, o músico apresenta repertório dançante, que mescla canções autorais, como Pop Zen, Olhos de Gude, Mulheres Gostam e Minha Palavra, com releituras de clássicos da música baiana e brasileira. O artista, que se apresenta Varanda do SESI há quase 10 anos, gravou no espaço o primeiro DVD de sua carreira. Intitulado O Teatro e o Baile, o DVD contou com participações especiais de Margareth Menezes, Saulo Fernandes, Lazzo Matumbi e Armandinho. Não perca Teatro SESI Rio Vermelho, todas as sextas, às 22h15. Rua Borges dos Reis, 09, Salvador, Rio Vermelho. R$ 20 (inteira)

livros

Pense como um Freak Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner Record, 252 p. R$ 42

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Pensar diferente

Vai que dá

Os autores ensinam a pensar de maneira pouco convencional na hora de tomar decisões e analisar qualquer assunto. Utilizando-se de dados e informações, os autores mostram a maneira mais objetiva para resolver os problemas enfrentados no dia a dia. É uma leitura interessante, para aqueles que desejam aprender o que significa pensar como um Freak, tanto em questões simples, até como conseguir realizar as reformas mundiais mais complexas e importantes.

Como uma mensagem de otimismo, Vai que dá é um livro que transmite o espirito dos empreendedores de sucesso. Mostrando toda uma paixão e força de vontade, através de mentores que acompanharam os desafios e a origem de dez empresários que estão movimentando o Brasil. Nestas histórias, é revelado que não há um trilho definido para o sucesso que possa ser explicado em teorias ou manuais. O livro é uma leitura quase que obrigatória para aqueles que querem se inspirar.

#VQD – Vai que dá Organizador: Joaquim Castanheira Portfolio-Penguin, 248 p. R$ 29,90


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FORMATURA DA TURMA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS A DISTÂNCIA DO SESI O SESI tem orgulho de anunciar essa grande conquista. Uma iniciativa pioneira no Estado da Bahia que possibilita acesso ao conhecimento através do uso das tecnologias da informação e comunicação. A metodologia utilizada proporciona um ensino de qualidade para trabalhadores da indústria e seus dependentes. Parabéns a todos os formandos. Que esta seja a primeira das inúmeras realizações que ainda estão por vir.


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