Revista Bahia indústria - Ano XXIV Nº 248

Page 1

Bahia

ISSN 1679-2645

Federação das Indústrias do Estado da Bahia  Sistema FIEB

Ano XXiv nº 248  2017

A nova face do Cimatec

Unidade do SENAI utiliza recursos da alta engenharia para criar o Instituto de Tecnologias em Saúde (ITS)



EDITORIAL

Quando surgiu, há 15 anos, o SENAI Cimatec veio para suprir um nicho de mercado representado pela demanda reprimida por serviços tecnológicos. Olhando em retrospecto, pode-se afirmar que dificilmente alguém poderia então intuir a dimensão que a unidade viria a alçar apenas uma década e meia depois. Considerada a unidade mais avançada do SENAI e um dos mais importantes centros tecnológicos do país, com reconhecida atuação em áreas como manufatura avançada, energia e sustentabilidade, robótica e automação e novos produtos, o Cimatec desbrava caminhos em busca de novas competências. A partir da experiência obtida na atuação em biotecnologia, que dispõe de laboratório bem equipado – aplicado mais à área de alimentos, como também a sínteses de substâncias novas – a instituição parte para o desafio de implantar o Instituto de Tecnologias em Saúde (ITS), com a missão de apoiar empresas nacionais, laboratórios públicos e órgãos reguladores para a produção e avaliação de insumos estratégicos para o Sistema Único de Saúde. O ITS vai atuar basicamente em três áreas de competências: base química e biotecnológica; equipamentos e materiais de uso em saúde; qualidade, regulação e gestão. O projeto do Instituto prevê a construção de um novo prédio no Campus Integrado Cimatec, com custo estimado de R$ 180 milhões. O empreendimento ganhou impulso a partir da contratação do renomado infectologista Roberto Badaró, contando já com pesquisas em andamento e parcerias com centros tecnológicos internacionais de excelência, como a Universidade de Harvard e o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). O ITS irá desenvolver soluções inovadoras, utilizando novas tecnologias para auxiliar no controle e cura de enfermidades, por meio de novos medicamentos, equipamentos, materiais e kits, em muitos casos, barateando o custo de tratamentos. Uma atuação socialmente relevante, à qual se somará o estímulo à atração de cadeias produtivas estratégicas para a economia baiana. Com o novo instituto, o Sistema FIEB, ao qual o SENAI Cimatec está vinculado, adianta sua atuação prioritária nas principais tendências tecnológicas da saúde: engenharia de tecidos, órteses e próteses, aprimoramento e automação do diagnóstico por imagem, terapias para a população da terceira idade, diagnóstico in vitro e e-health (saúde digital), nanotecnologia, tecnologias assistivas, terapia gênica e medicina personalizada. Juntamente com o Cimatec Industrial, que se encontra com obras em andamento em um amplo terreno no Polo Industrial de Camaçari, o ITS prepara o caminho a ser trilhado pela unidade do SENAI nos próximos 15 anos.

Betto Jr./Coperphoto/Sistema FIEB

Aos 15 anos, Cimatec lança o ITS

Nevan Hanumara, professor do MIT, visitou o Cimatec e elogiou a instituição

Instituto terá investimento estimado em R$ 180 milhões e tornará a Bahia polo de difusão do conhecimento e de tecnologias aplicadas para a área de saúde


Unidades do Sistema FIEB Informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia Sede: (71) 3343-1200 SESI – Serviço Social da Indústria Sede: 3343-1301

@Educação de Jovens e Adultos – RMS: (71) 3343-1429

@Responsabilidade Social: (71) 3343-1490 @Camaçari: (71) 3205 1801 / 3205 1805 @Candeias: (71) 3601-2013 / 3601-1513 @Itapagipe: (71) 3254-9901 @Itaigara: (71) 3444-4250 / 4251 / 4253 @Lucaia: (71) 3205-1801 @Piatã: (71) 3503 7401 @Retiro: (71) 3234 8200 / 3234 8221 @Rio Vermelho: (71) 3616 7080 / 3616 7081 @Simões Filho: (71) 3296-9300 / 3296-9330 @Eunápolis: (73) 8822-1125 @Feira de Santana: (75) 3602 9762 @Sul: (73) 3639 9331 / 3639 9326 @Jequié: (73) 3526-5518 @Norte: (74) 2102-7114 / 2102 7133 @Valença: (75) 3641 3040 @Sudoeste: (77) 3422-2939 @Oeste: (77) 3628-2080

Bahia FIEB PRESIDENTE Antonio Ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-PRESIDENTE Carlos Henrique Jorge Gantois. VICE-PRESIDENTES Josair Santos Bastos; Eduardo Catha-

rino Gordilho; Edison Virginio Nogueira Correia; Alexi Pelagio Gonçalves Portela Junior. DIRETORES TITULARES Alberto Cánovas Ruiz;Eduardo Meirelles Valente; Renata Lomanto Carneiro Müller; Fernando Luiz Fernandes; Juan José Rosario Lorenzo; Theofilo de Menezes Neto; José Carlos Telles Soares; Angelo Calmon de Sa Junior; Jefferson Noya Costa Lima; Luiz Fernando Kunrath; João Schaun Schnitman; Antonio Geraldo Moraes Pires; Mauricio Toledo de Freitas; Waldomiro Vidal de Araújo Filho. DIRETORES SUPLENTES Guilherme Moura Costa e Costa; Gladston José Dantas Campêlo; Cléber Guimarães Bastos; Jorge Catharino Gordilho; Marcelo Passos de Araújo; Roberto Mário Dantas de Farias

Antonio B. Cohim da Silva. 3º VICE-PRESIDENTE Roberto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES Arlene A. Vilpert; Benedito A. Carneiro Filho; Cleber G. Bastos; Luiz da Costa Neto; Luis Fernando Galvão de Almeida; Marcelo Passos de Araújo; Mauricio Lassmann; Paula Cristina Cánovas Amorim; Hilton Moraes Lima; Thomas Campagna Kunrath; Walter José Papi; Wesley K. F. Carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio Fernando S. Almeida; Carlos Antônio Unterberger Cerentini; Décio Alves Barreto Junior; Jorge R. de O. Chiachio; Fernando Elias Salamoni Cassis; José Luiz Poças Leitão Filho; Mauricio Carvalho Campos; Sudário M. da Costa; CONSELHO FISCAL - EFETIVOS Luiz Augusto Gantois de Carvalho; Rafael C. Valente; Roberto Ibrahim Uehbe. CONSELHO FISCAL – SUPLENTES Felipe Pôrto dos Anjos; Rodolpho Caribé de Araújo Pinho Neto; Thiago Motta da Costa

SESI conselhos

Presidente do Conselho e Diretor Regional

Micro e Pequena Empresa Industrial Carlos Henri-

Antonio Ricardo Alvarez Alban. Superintendente Armando da Costa Neto

que Jorge Gantois; Assuntos Fiscais e Tributários Sérgio Pedreira de Oliveira Souza; Comércio Exterior Angelo Calmon de Sá Junior; Economia e Desenvolvimento Industrial Antonio Sergio Alipio; Infraestrutura Marcos Galindo Pereira Lopes; Inovação e Tecnologia José Luis Gonçalves de Almeida; Meio Ambiente Jorge Emanuel Reis Cajazeira; Relações Trabalhistas Homero Ruben Rocha Arandas; Responsabilidade Social Empresarial Marconi Andraos Oliveira; Jovens Lideranças Industriais Nayana Carvalho Pedreira; Petróleo, Gás e naval Humberto Campos Rangel; Portos Sérgio Fraga Santos Faria

SENAI Presidente do Conselho Antonio Ricardo A. Alban.

Editada pela Gerência de Comunicação Institucional do Sistema Fieb Editorial Mônica Mello, Cleber Borges e Patrícia Moreira. Coordenação editorial Cleber Borges. Editora Patrícia Moreira. reportagem Patrícia Moreira, Carolina Mendonça, Marta Erhardt, Iverton Bispo (estagiário), Luciane Vivas (colaboração). Projeto Gráfico e Diagramação Ana Clélia Rebouças. fotografia Coperphoto. Ilustração e Infografia Bamboo Editora. Impressão Gráfica Trio. Conselho

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA

Rua Edístio Pondé, 342 – Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71 3343-1280 www.fieb.org.br/bahia_industria_online

Diretor Regional Luís Alberto Breda

Leone Peter Andrade

IEL

As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessariamente o pensamento da FIEB.

Presidente do Conselho e Diretor Regional

Filiada à

Diretor de Tec. e Inovação

Antonio Ricardo Alvarez Alban. Superintendente Evandro Mazo Diretor Executivo da FIEB

Vladson Menezes

CIEB PRESIDENTE Reginaldo Rossi. 1º VICE-PRESIDENTE Jorge Emanuel R. Cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE Carlos

Superintendente Executivo de Serviços Corporativos Cid Vianna

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Sede: 71 3534-8090

@Cimatec: (71) 3534-8090 @Dendezeiros: (71) 3534-8090 @Cetind: (71) 3534-8090 @Feira de Santana: (75) 3229-9100 @Ilhéus: (73) 3639-9300 @Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628-6349 @Barreiras: (77) 3612-2188

IEL – Instituto Euvaldo Lodi Sede: 71 3343-1384/1328/1256 @Barreiras: (77) 3611-6136 @Camaçari: (71) 3621- 0774 @Eunápolis: (73) 3281- 7954 @Feira de Santana: (75) 3229- 9150 @Ilhéus: (73) 3639-1720 @Itabuna: 3613-5805 @Jacobina: (74) 3621-3502 @Juazeiro: (74) 2102-7114 @Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621 @Vitória da Conquista (77) 3201-5720 @Guanambi (77) 3451-6070 @Jequié (73) 3527-2331

CIEB - Centro das Indústrias do Estado da Bahia Sede: (71) 3343-1214

sistema fieb nas mídias sociais

Sindicatos filiados à FIEB Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem no Estado da Bahia, sindifiteba@gmail.com / Sindicato da Indústria do tabaco no Estado da Bahia, sinditabaco@fieb.org. br / Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado da Bahia, sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, Dias D’ávila e Santo Amaro, sindvest@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da Indústria de Extração de Óleos Vegetais e Animais e de Produtos de Cacau e Balas no Estado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Cerveja e de Bebidas em Geral no Estado da Bahia, sindcerba@bol.com.br / Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato das Indústrias do Trigo, Milho, Mandioca e de Massas Alimentícias e de Biscoitos no Estado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso do Estado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, secretaria@sinduscon-ba.com.br / Sindicato da Indústria de Calçados, seus Componentes e Artefatos no Estado da Bahia, sindcalcadosba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado da Bahia, simmeb@uol.com.br / Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olaria do Estado da Bahia, sindicerba@gmail.com / Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes e Produtos de Limpeza em geral e Velas do Estado da Bahia, sindisaboesba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, Sto. Antônio de Jesus, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Resinas Sintéticas do Estado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia, sindiplasba@sindiplasba.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos, Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário da Região de Feira de Santana, sindvestfeira@fbter.org.br / Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia, sindratar@gmail.com.br / Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia, sincafeba@fieb. org.br / Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna, sinec@ sinec.org.br / Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia, anaelisabete@telenge. com.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia, sindirepaba@sindirepabahia.com.br / Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, sindipecas@sindipecas.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, sindiplast@gmail.com / Sindicato Patronal das Indústrias de Cerâmicas Vermelhas e Brancas para Construção e Olarias da Região Sudoeste e Oeste da Bahia sindiceso@gmail.com Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Nordeste (Siacan) siacan@veloxmail.com.br / Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) sinaval@sinaval.org.br / Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado da Bahia, sipaceb@gmail.com

4  Bahia Indústria


sumário

16

SENAI Cimatec avança Instituto em Saúde vai contar com a expertise de Roberto Badaró Betto Jr./Coperphoto/Sistema FIEB

angelo pontes/Sistema FIEB

abaf/divulgação

Novas tecnologias vão ampliar as atividades do SENAI Cimatec

nº 248 mar/abr 2017

12

24 betto jr/Sistema FIEB

6

Shutterstock

Contramão da crise

Programa qualifica fornecedores baianos

SESI celebra 20 anos do teatro do Rio vermelho

Setor de base florestal segue com bons resultados, apesar do cenário econômico

Vinte e cinco empresas baianas serão qualificadas a partir de parceria firmada entre o IEL e o Grupo Boticário para desenvolvimento de fornecedores de produtos e serviços

Performances e esquetes marcaram comemoração do aniversário do espaço, que fomenta cultura e promove atividades voltadas para o trabalhador da indústria


Zona de conforto Apesar da crise, setor de base florestal se beneficia de variáveis do cenário econômico e segue com bom desempenho Por Carolina Mendonça

O

s reflexos da crise econômica e política que o Brasil vive há mais de dois anos atingem diversos setores produtivos do país e podem ser constatados em números. De acordo com o IBGE, o 3° trimestre de 2016 fechou com recuo de 0,8% da economia. Entre janeiro e setembro do ano passado, o PIB caiu cerca de 4% em relação ao mesmo período de 2015. A indústria tem demorado a emitir sinais de recuperação. No entanto, seguindo a tendência do ano passado, o setor de base florestal continua apresentando resultados positivos. Em 2016, de acordo com a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf), o setor registrou exportações no valor de US$ 7,6 bilhões. A produção brasileira de celulose atingiu 18,7 milhões de toneladas e a de papel manteve-se estável, totalizando 10,3 milhões de toneladas. Na Bahia, a indústria florestal cresceu mais de 5% nos últimos dois anos e detém 20% das exportações – representando 5.4% do PIB –, além de gerar mais de 300 mil empregos. Dados da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores) revelam que o volume de exportações do setor registrou desempenho positivo no primeiro bimestre de 2017. A celulose totalizou 2,3 milhões de toneladas exportadas em janeiro e fevereiro, alta de 3,4% em relação ao mesmo período de 2016. Na Veracel, indústria de celulose sediada no Sul da Bahia, a produção vem crescendo. No 1° trimestre

6  Bahia Indústria

do ano passado, foram produzidas 267.766 toneladas. Em 2017, houve um aumento para 281.877 toneladas. Para o diretor presidente da empresa, Sergio Alipio, esse panorama só confirma a relevância do segmento no estado. “Há dois anos, a exportação de celulose supera a de petroquímicos no estado da Bahia”. Equação favorável A combinação de preços competitivos e câmbio favorável, mesmo com a queda do preço do dólar (que já esteve na faixa de R$ 4 e agora está em R$ 3.2), mantém os produtores em situação confortável. “Os investimentos estão sendo mantidos: a Fibria está investindo numa fábrica nova em Três Lagoas (MS), a Suzano está expandindo a fábrica em Mucuri, aqui na Bahia, e a BSC (Bahia Specialty Cellulose) vem incrementado suas exportações, especialmente de celulose solúvel”, conta um dos gerentes executivos do Grupo Suzano e presidente do Sindipacel, Jorge Cajazeira. A área plantada em quatro regiões do solo baiano, de 800 mil hectares (10% da produção nacional), alimenta segmentos como papel e celulose; construção civil; movelaria; mineração; e energia de biomassa. As perspectivas são otimistas. “A expectativa é que até 2030 sejam 16 milhões de hectares plantados no Brasil e a Bahia precisa estar preparada para con-

Bahia tem 800 mil hectares de áreas plantadas


NÚMEROS DO SETOR NA BAHIA

549 82% = MIL ESTADO hectares DO TOTAL plantado no

de plantios certificados

MAIOR = RAZÃO entre área

certificada e área plantada

NO BRASIL

REGIÕES DE DESTAQUE

LITORAL NORTE

OESTE Divulgação ABAF

SUDOESTE SUL

CRESCIMENTO DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) DOS MUNICÍPIOS (1991 a 2010)

MUNICÍPIOS NÃO FLORESTAIS

63%

MUNICÍPIOS FLORESTAIS

84%

A produtividade dos plantios de eucalipto da Bahia é a maior no mundo, principalmente pelas condições edafoclimáticas (relação planta-solo-clima para plantio) regionais e pela tecnologia de ponta empregada na cultura. Em 2014, a produtividade média dos plantios baianos de eucalipto atingiu 42 m³/ha/ano, superior à média brasileira e à média de outros importantes países produtores de florestas.

EMPREGOS MANTIDOS PELO SEGMENTO FLORESTAL BAIANO (2015)

40 mil + 101 mil + 182 mil = 323 diretos indiretos resultantes do mil efeito-renda Fonte: Abaf

quistar boa parte destes investimentos”, defende o presidente da Associação, Wilson Andrade. Dos segmentos que compõem o setor de base florestal, a produção de energia de biomassa de eucalipto desponta como uma das mais vantajosas. Além de contribuir para a diversificação da matriz energética do estado, atendendo a demanda das regiões mais distantes, é a que menos exige unidades de transmissão, de acordo com Andrade. “Na Bahia, temos bons exemplos: a usina Campo Grande, em implantação em Barreiras; a unidade da ERB, que funciona na Dow Química e atende boa parte da sua demanda em energia e calor; e a Solid – primeira fábrica de pellets de madeira da Bahia, que será inaugurada até junho”, anuncia. O estado ainda não produz e processa madeira plantada de forma suficiente a atender o mercado e a razão disso, segundo Andrade, é a falta de conhecimento sobre o

setor e suas vantagens. Para reverter esse quadro, a Abaf - em parceria com uma série de entidades ligadas à agricultura, indústria e à qualificação de mão de obra, entre elas a FIEB, – lançou o Programa Mais Árvores Bahia. A iniciativa tem como objetivo incentivar o produtor rural a investir no plantio e manejo de florestas para uso múltiplo. Também pretende contribuir para a inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira para uso múltiplo, visando o atendimento da demanda por móveis, peças e partes de madeira na Bahia, hoje atendida majoritariamente por outros estados. As ações incluem mapeamento, diagnóstico, capacitação tecnológica e consultoria gerencial para empresas do setor (serrarias, carpintarias etc.); engajamento de serrarias âncoras; fortalecimento do cooperativismo, além de ações de acesso a mercado e crédito. [bi] Bahia Indústria  7


Presença no interior SENAI inicia construção de Centros de Formação Profissional na região Central do estado

O

SENAI-BA iniciou, em fevereiro, a construção de oito Centros de Formação Profissional (CFP) no interior do estado. A ação foi marcada pelos lançamentos das pedras fundamentais nos terrenos destinados às unidades em Ipirá e Serrinha, na região Central. Ao todo, serão oito Centros, com previsão de entrega até o fim deste ano. Além de Ipirá e Serrinha, as cidades beneficiadas com as unidades serão Jequié e Guanambi (na região Sudoeste), Jacobina e Senhor do Bonfim (região Norte), Eunápolis e Teixeira de Freitas (região Sul) e Simões Filho e Candeias, na região de Camaçari. As novas unidades vão oferecer cursos de iniciação e qualificação profissional aderentes à demanda dos segmentos industriais predominantes na região. Além de atividades específicas, serão contempladas áreas transversais à indúsSílvio Tito/Coperphoto/Sistema FIEB

8  Bahia Indústria

tria, como eletricidade, mecânica, segurança do trabalho e informática. De acordo com o diretor do SENAI-BA, Luís Brêda Mascarenhas, a parceria com cada município vai garantir a capacidade de operação do CFP. “O Centro terá uma oferta consistente de vagas, sintonizada com a demanda do setor produtivo de toda a região. Será uma unidade completa, adequada ao porte da cidade”, garantiu. Os eventos de lançamento contaram com a participação de prefeitos da região e lideranças políticas estaduais e locais. O vice-presidente da FIEB, Edison Nogueira, destacou que os Centros vão qualificar trabalhadores, impulsionando os negócios. “Tenho convicção de que as unidades vão trazer oportunidades para a região Central, que poderá se transformar em um polo exportador de artigos de couro para o país e para o mundo”, pontuou. [bi]

Dirigentes do Sistema e prefeitos da região lançaram pedra fundamental em Ipirá

Parceria visa beneficiar startups Com atuação reconhecida na área de tecnologia e inovação, fomentando o empreendedorismo por meio do Acelera Cimatec - programa que contempla incubação e aceleração, além de outros serviços de suporte ao desenvolvimento de negócios tecnológicos - o SENAI Cimatec firmou parceria com a INSEED, gestora de recursos focada na área de inovação, com o objetivo de acelerar o processo de criação de startups de base tecnológica. As instituições estão somando expertise para criar dois fundos de investimentos visando atender à necessidade de financiamento de projetos em áreas como manufatura avançada, novas tecnologias para o setor de saúde e robótica. A ideia é trabalhar em duas frentes: um Fundo para Estágios Iniciais, com aporte inicial de R$ 100 milhões, para dar suporte à base empreendedora que gravita ao redor da incubadora do Cimatec; e um Fundo de Competitividade, com aporte de R$ 300 milhões para financiar as empresas em estágio de maturidade mais avançado. "Essa foi a estratégia pensada para que se consiga criar um hub de tecnologia forte na Bahia. Estamos elaborando o modelo de governança e buscando potenciais investidores", explica o conselheiro do SENAI, Luiz Hermida.


circuito

por cleber borges

Selic exige cortes mais ousados

Inflação deve fechar ano em 4,2%

Se o Banco Central decidisse antecipar os cortes na taxa Selic previstos para ocorrer ao longo do ano, não somente o governo federal sairia ganhando, com a redução dos custos do pagamento da dívida pública, quanto a economia, com forte incentivo à retomada do crescimento. Isso ajudaria a recuperar a situação financeira das empresas e também dos consumidores, ao tempo em que frearia o ingresso no país de dólar especulativo, com impacto positivo sobre o câmbio. A previsão da indústria é de que os juros básicos da economia caiam para 8,5% ao ano no fim de 2017.

De acordo com o estudo trimestral Informe Conjuntural, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a indústria estima que a inflação fechará o ano em 4,2%, abaixo do centro da meta de 4,5% fixado pelo governo, o que é um incentivo a mais para reduzir os juros. Em 2015, a inflação alcançou 10,7% e, em 2016, ficou em 6,3%. O baixo consumo, provocado pelo desemprego e pelo alto endividamento das famílias brasileiras, explica o arrefecimento da inflação, de acordo com a publicação. Sem consumo, as empresas adiam investimentos, as famílias adiam compras e a economia perde sustentação.

Brasil deve usar melhor mecanismos da OMC As exportações brasileiras poderiam ser mais expressivas se o País aproveitasse melhor mecanismos da Organização Mundial do Comércio (OMC) para derrubar barreiras comerciais. Ao contrário do que fazem os Estados Unidos e países europeus, o Brasil subutiliza os Comitês para Levantar Preocupações Comerciais Específicas na OMC. Essa é a conclusão do Relatório sobre Estratégias de Acesso a Mercados, da Confederação Nacional da Indústria, em parceria com a Apex-Brasil. Nos comitês, se as partes chegam a um acordo, a questão está resolvida. Sem acordo, elas vão a uma instância superior. Nesses foros, as principais economias do mundo conseguem eliminar muitas barreiras impostas a seus produtos industriais e agrícolas.

PIB terá crescimento módico Em relação ao desempenho da economia, a previsão da indústria é que o Produto Interno Brasileiro (PIB) crescerá apenas 0,5% em 2017. Pode não parecer grande coisa, mas já é algo bom, pois viemos de dois anos consecutivos de queda: -3,8%, em 2015; e -3,6%, em 2016. Já o PIB industrial, depois de três anos caindo, terá uma expansão de 1,3%, o que anima um pouco o setor. O consumo das famílias permanecerá estável (alta de 0,2%) e os investimentos crescerão 2%. A taxa de desemprego aumentará e fechará o ano em 13,3%, após se situar em 8,5%, em 2015; e em 11,5%, em 2016.

“Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento” Albert Einstein, autor da teoria da relatividade geral, um dos dois pilares da Física moderna.

Bahia Indústria 9


sindicatos Angelo Pontes / Coperphoto /Sistema FIEB

O consultor da CNI, Michel Freller

Oficina debate projetos para captar recursos Apresentar ferramentas e estratégias para que os sindicatos possam buscar recursos para melhorar seu desenvolvimento foi o objetivo da oficina Projetos para Captação de Recursos. Aliando teoria e prática, a oficina abordou temas como captação e planejamento, principais fontes e estratégias para captação de recursos. “Uma das principais estratégias é a elaboração de projetos. A ferramenta auxilia os sindicatos a mobilizar e captar recursos”, explicou o consultor da CNI, Michel Freller. Esta foi a primeira ação, em 2017, do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) para líderes e executivos sindicais.

Sindicato de mármores e granitos inicia agenda de reuniões itinerantes

Siacan busca competitividade, inovação e qualidade do setor

Com encontros em Feira de Santana e Ourolândia, o Simagran-BA iniciou a programação de reuniões itinerantes de 2017. Os eventos contaram com palestras sobre temas como eficiência energética e design em marmorarias. A proposta é realizar encontros em cidades estratégicas para levar informações e discutir soluções e demandas das empresas do interior. “É papel do sindicato levar informação para que os empresários possam agir pela melhoria da competitividade dos negócios”, afirmou Marcos Regis, presidente do Simagran.

A agricultura do Nordeste se mantém como a atividade fundamental para a economia da região. A indústria de adubos e corretivos agrícolas tem importante papel ao trazer os elementos imprescindíveis às lavouras: os nutrientes para as plantas. A afirmação é do presidente Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Nordeste (Siacan), Thomas Bernard. Reeleito em 2016, com mandato até 2019, ele destaca que “o setor trabalhará para desenvolver a indústria nacional, mantendo um alto nível de competitividade”. Beto Jr. / Coperphoto /Sistema FIEB

Com 30 anos de experiência na área, Zucoloto ministrou o treinamento

10

Sipaceb elege nova diretoria

Curso com foco em liderança

O Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado da Bahia (Sipaceb) está com nova diretoria. O empresário Cosme Fred Rios Santana foi eleito presidente para mandato até 2019. Ele destaca como principal foco da atuação da entidade a disseminação, entre os empresários do setor, da necessidade de qualificação empresarial. “Acreditamos que não haverá melhora de produtividade do setor sem a qualificação do empresário”, afirmou.

Os conceitos e estilos de lideranças mais eficazes, além da importância da atuação do líder para os resultados da empresa foram apresentados a representantes de indústrias de autopeças, dia 14.03, no curso Liderança para o Chão de Fábrica, promovido pelo Sindipeças no SENAI Cimatec. A capacitação abordou temas como comunicação em público e desenvolvimento de equipes. O especialista em Liderança, Washington Zucoloto ministrou o treinamento. “O principal propósito é fomentar o conhecimento em áreas como liderança e cultura lean manufacturing, elevando a competitividade do segmento”, ressalta o diretor regional Bahia do Sindipeças, Marcelo Sena.

Bahia Indústria


Ciente do desafio enfrentado pelas empresas para prospectar clientes e ampliar vendas, o Sindcosmetic-BA promoveu, dia 07.03, o treinamento Liderança com Foco em Estratégias de Vendas. “Para ganhar mercado, o caminho passa pela preparação das equipes. O objetivo do treinamento é apresentar ferramentas que contribuam para a prospecção de mercado”, afirmou Raul Menezes, presidente do sindicato. Um dos temas abordados foi o diferencial competitivo. “Para que se consiga vender em um mercado competitivo, é preciso estar alinhado com alguma estratégia que o seu concorrente não tenha”, defendeu o consultor, Josicleido Nogueira.

Sinduscon reforça campanha de combate ao Aedes aegypti Com o início da temporada de chuvas, o Sinduscon-BA reforçou a campanha de conscientização contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor das doenças dengue, zika, chikungunya e febre amarela. A campanha, que teve início em 2015, envolve a mobilização de seus associados para a importância das ações preventivas nos canteiros de obra. O trabalho é realizado pela Tenda Bahia, através de agentes comunitários de saúde e com a participação de seus funcionários. As ações são desenvolvidas constantemente a fim de eliminar a água parada e possíveis criadouros do mosquito.

Marcelo Grandra/Coperphoto/Arquivo Sistema FIEB

Treinamento capacita líderes com foco em estratégias de vendas

Rota engloba municípios do Recôncavo Baiano, como Cachoeira, São Félix e Muritiba

Diplomatas conhecem a Rota do Charuto

Rede sindical discute perspectivas para a Indústria

Uma delegação de 30 diplomatas do Ministério das Relações Exteriores conheceu, dia 23.03, a Rota do Charuto, no Recôncavo baiano. A rota é uma programação pelas fazendas e fábricas produtoras, apresentando a cadeia produtiva do tabaco, desde o plantio da semente até o charuto finalizado, além de toda história e cultura que envolve o produto. O roteiro é coordenado pelo Sinditabaco-BA e envolve os municípios de São Gonçalo dos Campos, Governador Mangabeira, Muritiba, São Félix e Cachoeira.

Para fortalecer o vínculo e ampliar o alinhamento entre sindicatos, federações e CNI acerca de temas prioritários do setor produtivo, foi realizado, dia 07.03, o 1º Diálogo da Rede Sindical da Indústria, uma ação do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA). O encontro foi transmitido por videoconferência para Federações de todo o país, e além de apresentar a Rede Sindical da Indústria, discutiu as perspectivas nos cenários econômico e político.

Salvador sedia XVIII SANNAR Eficiência energética, novas tecnologias, tendências de mercado e qualidade do ar de interiores foram alguns dos temas discutidos no XVIII Salão Norte Nordeste de Ar Condicionado e Refrigeração, promovido pelo Sindratar-BA, em parceria com a Novatécnica e o Sistema FIEB, dias 29 e 30.03. Além de palestras, os participantes puderam conferir soluções oferecidas por empresas do setor, em estandes montados no local. “As palestras contribuem para o aperfeiçoamento técnico dos profissionais. Além disso, é uma oportunidade para promover a interação entre fabricantes e empresas locais”, pontuou o diretor do Sindratar, Francisco Redondo Filho. Em paralelo à programação do SANNAR foi realizado, dia 31.03, o 5º Seminário de Qualidade do Ar de Interiores, que teve como foco principal o ambiente hospitalar.

Sinec tem nova gestão O Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e similares de Ilhéus e Itabuna (Sinec) iniciou 2017 com nova gestão. Tomou posse para a presidência o empresário Silvio Comin, que fica no comando da entidade até 2019. Entre as prioridades, está a ampliação do quadro de associados e a realização do estudo de aumento de base territorial do sindicato.

Bahia Indústria  11


Parceria para desenvolver fornecedores IEL e Grupo Boticário vão qualificar 25 empresas baianas fornecedoras de produtos e serviços Por Marta Erhardt

V

inte e cinco empresas baianas fornecedoras de produtos e serviços serão qualificadas graças a uma parceria firmada entre o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e o Grupo Boticário. As empresas vão participar do Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF), que tem como objetivo fortalecer a cadeia produtiva e promover o desenvolvimento local, com a qualificação de empresas fornecedoras. Com uma fábrica e um Centro de Distribuição instalados na Bahia desde 2014, a empresa de cosméticos tem, entre suas prioridades, o desenvolvimento de fornecedores. “Nosso objetivo é gerar emprego e renda na Bahia. Por isso a parceria com o IEL é fundamental, pois podemos desenvolver esses fornecedores para que, ano após ano, estejam capacitados para trabalhar junto ao Grupo Boticário”, explicou o diretor de Suprimentos do Grupo Boticário, Fábio Miguel. Há mais de 10 anos o IEL prepara micro, pequenas e médias empresas baianas através do PQF. Ao longo deste tempo, mais de 480 organizações foram atendidas para melhorar a qualidade de gestão, reduzir custos e aumentar as oportunidades de negócios. “Um dos nossos grandes desafios é ajudar os fornecedores locais a se desenvolverem para atender aos requisitos definidos por grandes empresas instaladas no estado. Com isso, estamos cumprindo a nossa missão, que é contribuir para a competitividade das empresas baianas”, destacou o superintendente do IEL, Evandro Mazo. O Programa de Qualificação de Fornecedores é

12  Bahia Indústria

Estudantes são preparados para desenvolver soluções práticas, como o carrinho elétrico (acima, à esq)


Edson Ruiz/Grupo Boticário/Divulgação

Rodada de Negócios Com o objetivo de promover o networking, gerando oportunidade de negócios entre as empresas participantes, foi realizada uma Rodada de Negócios na fábrica da holding do setor de cosméticos, em Camaçari. Para o evento, foram selecionadas 64 fornecedoras de áreas prioritárias apontadas pelo Grupo Boticário, que tiveram encontros com duração máxima de 20 minutos para apresentar seus produtos e serviços. Na abertura do encontro, o diretor de Suprimentos do Grupo Boticário, Fábio Miguel apresentou a trajetória do Grupo, que atualmente conta com mais de 3.900 fornecedores de produtos (matérias-primas, embalagens) e 227 fornecedores de serviços. Na Bahia, são 282 forneAngelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Fábrica do Grupo Boticário e Rodada de Negócio com fornecedores baianos

dividido em cinco etapas: definição dos critérios e requisitos técnicos de aquisição (junto à empresa âncora); identificação, sensibilização e seleção de fornecedores locais; desenvolvimento e certificação de fornecedores selecionados; ações de aproximação comercial e de acesso a mercados; e gestão e monitoramento de ações e resultados. As empresas fornecedoras participantes são auxiliadas na implantação de 92 práticas de excelência, distribuídas em 10 critérios. Ao final do processo, elas podem ser certificadas nas categorias Diamante, Rubi e Topázio. Entre as empresas-âncoras que têm parceria com o IEL para desenvolver fornecedores estão Deten Química, Cristal, Veracel e Monsanto do Brasil.

cedores e a ideia é ampliar este número. A empresária Noêmia Daltro, da empresa Dapi, do segmento de cosméticos, falou sobre a expectativa em relação ao encontro. “Nós, pequenas empresas, estamos vendo uma grande chance de negócios neste evento que reúne o Grupo Boticário e o Sistema FIEB. Isso é tudo que precisamos para dar um passo largo e seguro”. A Rodada de Negócios contou com a presença de outros representantes do Grupo Boticário, a exemplo do gerente Industrial da planta da Bahia, Leandro Balena; do gerente de Suprimentos Indiretos do Grupo, Veridiano Andrade, e do gerente de Suprimentos Diretos, Rafael Muller. Também participou do evento a diretora de Atração de Investimentos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), Andréa Lanza.

Grupo Boticário Constituído em 2010, o Grupo Boticário é uma referência internacional no varejo de beleza. Controla quatro unidades de negócio (O Boticário, Eudora, Quem Disse Berenice? e The Beauty Box), e é mantenedor da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, criada em 1990. A holding do setor de cosméticos está presente em 11 países e conta com uma força de trabalho composta por 7 mil colaboradores diretos. [bi] Bahia Indústria  13


conselhos Caft defende simplificação do ICMS Atender exigências da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz) relativas às obrigações acessórias impõe às empresas a manutenção de uma estrutura dispendiosa. Por essa razão, especialistas acreditam que, para simplificar a legislação do ICMS, o primeiro passo seja eliminar as obrigações acessórias ou, ao menos, tornar o assunto menos complexo. Esta visão foi defendida pelo consultor tributário do Grupo de Estudos Tributário Aplicados (Getap), André Bizarro, em reunião do Conselho de Assuntos Fiscais e Tributários da FIEB (Caft), em 10.03. No mesmo dia, ele esteve na Sefaz, na companhia do coordenador do Caft, Sérgio Pedreira, onde apresentou proposta da Getap, que tem um projeto de simplificação do sistema tributário.

Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema FIEB

O secretário Bruno Dauster participou da reunião do Coinfra

Vice-coordenador do Citec recebe premiação A Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro Nacional) concedeu ao vicecoordenador do Conselho de Inovação e Tecnologia da FIEB (Citec), Ruben Delgado, o prêmio Personalidade Assespro, como Empresário de Destaque. A premiação é destinada aos empresários que mais contribuíram no avanço das propostas do setor nacional de Tecnologia de Informação nos últimos cinco anos. A solenidade de entrega aconteceu em 15.03, em Brasília.

Compem realiza reunião itinerante em Santo Antonio de Jesus Com o objetivo de identificar demandas de micro, pequenas e médias empresas industriais do Recôncavo foi realizada, em 19.04, em Santo Antônio de Jesus, a quarta reunião itinerante do Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial da FIEB (Compem). Participaram do encontro o 1º vice-presidente da FIEB, Carlos Gantois, o presidente do CIEB, Reginaldo Rossi e o presidente do Sindicer, Jamilton Nunes, além de representantes do setor industrial e do governo.

14  Bahia Indústria

Projeto do VLT em Salvador é apresentado na FIEB Convidado para a reunião do Conselho de Infraestrutura da FIEB (Coinfra), em 13.03, o secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, apresentou o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos – VLT, que deverá atender mais de 600 mil moradores do Subúrbio Ferroviário de Salvador. Dauster detalhou o projeto, que vai substituir os trens do subúrbio e ampliar a ligação desta região até o bairro do Comércio, além de falar sobre a situação de outras importantes obras para o estado, como a ponte Salvador-Itaparica, o Metrô, novas rodovias e a Ferrovia Oeste-Leste (Fiol). O VLT terá 18,5 quilômetros de extensão e 21 estações. Atualmente, a malha ferroviária que liga Paripe à Calçada é de 13,6 quilômetros e está em funcionamento desde a década de 1970.


Segurança jurídica na relação entre fisco e contribuinte Representantes do setor produtivo apresentam projeto de Código Estadual de Defesa do Contribuinte ao presidente da Alba

A

complexidade do sistema tributário e a dinâmica com que são alteradas as suas normas, especialmente na esfera estadual, trazem prejuízos aos contribuintes. Diante disso, a FIEB, em parceria com a Fecomércio e com o Fórum Empresarial da Bahia, elaborou minuta de Projeto de Lei que institui o Código Estadual de Defesa do Contribuinte. O texto foi entregue no dia 18.04, ao presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Ângelo Coronel, e à deputados que compõem as Frentes Parlamentares da Indústria e de Defesa dos Comerciários da Bahia. O Código de Defesa do Contribuinte Estadual visa garantir segurança jurídica nas relações entre o Fisco Estadual e os contribuintes, fortalecendo a relação entre esses atores e facilitando o cumprimento das obrigações tributárias por ambas as partes. “Esta iniciativa é mais um passo no sentido de mantermos um bom diálogo, tendo em vista o desenvolvimento econômico do nosso estado, que não pode mais perder tempo”, disse o presidente da FIEB, Ricardo Alban, no ato da entrega do texto do Projeto de Lei aos parlamentares. “O empresariado sabe como está difícil sobreviver neste período de crise, então todas as iniciativas que podem dar vida aos negócios ainda existentes, e aos novos, são importantes”, pon-

Presidentes da FIEB e Fecomércio entregaram documento a parlamentares

tuou o presidente da Fecomércio, Carlos Andrade. O presidente da Alba garantiu que o PL será tema de discussão em reunião do Conselho de Líderes da Assembleia, e que a ideia é fazer com que a proposta seja acolhida com brevidade pela casa, já que se trata “de um projeto que é bom para a Bahia, independente de quem o apresente em plenário”. Estiveram presentes os deputados da Frente Parlamentar da Indústria Nelson Leal (presidente), Pablo Barrozo, Leur Lomanto Júnior e Sandro Régis, e da Frente em Defesa dos Comerciários da Bahia participaram Reinaldo Braga e Adolfo Viana, além do presidente da ACB, Luiz Fernando Studart, e o presidente da CDL Salvador, Antoine Tawil.

Projeto de Lei O projeto traz normas gerais de direito tributário, em caráter supletivo às já editadas pelo Poder Legislativo Federal, preenchendo as atuais lacunas normativas que têm provocado discussões e divergências entre a Administração Fazendária e os contribuintes. Código semelhante já existe em dez estados brasileiros, entre os quais Pernambuco e Ceará. Especialistas da área do direito tributário defendem que o marco normativo traz diversos ganhos, não apenas para os contribuintes do estado, mas para o fisco estadual, que contará com um importante instrumento para guiar suas condutas, diminuindo, inclusive, o número de ações nos âmbitos administrativo e judicial. [bi] Jefferson Peixoto/Coperphoto/sistema fieb

Bahia Indústria  15


Tecnologias para a saúde

Análise de fármacos e desenvolvimento de equipamentos hospitalares estão na mira do ITS, em implantação no Cimatec Por Carolina Mendonça

16  Bahia Indústria


tentos às demandas do mercado, às competências transversais das instalações e recursos humanos do SENAI Cimatec, dirigentes do Sistema FIEB e da instituição vêm estruturando, dentro do campus, desde o final de 2016, o Instituto de Tecnologias em Saúde (ITS). Impulsionado pela chegada do renomado infectologista Roberto Badaró ao projeto, o ITS ganhou musculatura e já tem pesquisas em andamento e parcerias com centros tecnológicos internacionais de excelência, como a Universidade de Harvard e o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). O novo braço do Cimatec tem como missão apoiar empresas nacionais, laboratórios públicos e órgãos reguladores na sua qualificação para a produção de insumos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Estamos refinando o modelo conceitual, mas já disparamos projetos com demanda definida, a exemplo da área de fármacos e medicamentos”, conta Leone Andra-

Betto Jr./Coperphoto/Sistema FIEB

Bahia Indústria  17


Betto Jr./Coperphoto/Sistema FIEB

fotos Betto Jr./Coperphoto/Sistema FIEB

de, diretor de Tecnologia e Inovação da instituição. Ele explica que o ITS vai atuar com base em três pilares: Base química e biotecnológica; Equipamentos e materiais de uso em saúde; Qualidade, regulação e gestão. O projeto do Instituto prevê a construção de um novo prédio no Campus Integrado de Tecnologia e Manufatura (Cimatec), com custo estimado de R$ 180 milhões. O Ministério da Saúde já acenou com a possibilidade de aportar recursos, mas enquanto estes ainda não estão garantidos, o empreendimento vai caminhando com esforços e estruturas internos. “Há competências no Cimatec que já podem ser aplicadas para o desenvolvimento de produtos e tecnologias para a área de saúde. Um exemplo é o laboratório de biotecnologia, que é aplicado mais à área de alimentos, mas faz sínteses de substâncias novas”, aponta o pesquisador chefe do ITS, Roberto Badaró. De acordo com o presidente da FIEB, Ricardo Alban, o ITS poderá desenvolver soluções inovadoras, utilizando novas tecnologias para auxiliar no controle e cura de 18  Bahia Indústria

enfermidades por meio de novos medicamentos, equipamentos, materiais e kits, além de atrair cadeias produtivas interessantes para a economia baiana. “Existem procedimentos, como a cirurgia de próstata com robôs, que custam entre R$ 20 mil e R$ 30 mil para o SUS, porque os equipamentos são importados. Se produzirmos aqui, este custo vai cair para algo entre R$ 3 mil e R$ 4 mil”, projeta. PARCERIAS Um acordo assinado em novembro de 2015, entre o SENAI e a Fiocruz, visando o desenvolvimento de programas, projetos e atividades, está rendendo frutos no âmbito do ITS. As duas instituições têm em andamento projetos na área de análises químicas e estudos na área de cromatografia para leishmania. “Temos trabalhos também na área de emissões, a parte relativa a citotoxicidade de gases e estamos fechando algumas atividades vinculadas à pós-graduação, para que a gente possa ter intercâmbio de professores e alunos dos programas deles e dos nossos, que tenham projetos de dissertação ou

de tese, que possam transitar nesta área de saúde”, conta a gerente do ITS, Josiane Barbosa. O reconhecimento da dinâmica integrada do SENAI Cimatec – com desenvolvimento de pesquisa, oferta de soluções inovadoras para a indústria e educação de ponta –, um modelo único de atuação no país, e o trabalho de interlocução efetuado por Badaró resultaram em parcerias recentes para a instituição. Após uma missão aos Estados Unidos, em março, em que ele, juntamente com Leone Andrade e Ricardo Alban prospectaram possíveis cooperações científico-tecnológicas, o campus recebeu pesquisadores de peso e começaram a surgir novas oportunidades de transferência de tecnologia e inovação na área de saúde. O presidente do Instituto de Pesquisa de Doenças Infecciosas (Infectious Disease Research Institute – IDRI), de Seattle (EUA), Steven Reed, esteve no Cimatec e assinou protocolo de cooperação com a casa para o intercâmbio de profissionais. “Vamos enviar um pesquisador nosso para lá, realizando transferência de tecnologia

Acima, o SENAI Cimatec recebe a visita do professor Nevan Hanumara, do MIT, fruto de uma das parcerias articuladas pelo pesquisador chefe do Instituto, Roberto Badaró


àreas de atuação do its » Base química e biotecnológica Indústria farmacêutica dedicada à produção de fármacos, medicamentos, soros e toxinas, vacinas, hemoderivados e reagentes para diagnósticos

» Equipamentos e materiais de uso em saúde Indústrias do setor de mecânica, eletrônica, softwares, TICs e matérias, quando aplicáveis à equipamentos e matérias de uso em saúde

» Qualidade, Regulação e Gestão Acompanhamento das regulamentações nacionais requeridas para aprovação de um produto em saúde; acompanhamento de processos para inclusão de um produto no SUS; análise econômica e captação de recursos para realização de pesquisa, desenvolvimento e produção em território nacional; consultoria em gestão e qualidade para unidades de saúde

de alguns adjuvantes para serem utilizados em vacinas. Esta parceria também será essencial para a montagem do nosso laboratório de biologia molecular”, diz Josiane. A instituição assinou um memorando de entendimento com o presidente do Elucida Research, instituto situado na Harvard Medical School, Preston Mason. A parceria prevê intercâmbio de protocolos, informações e cientistas, além de projetos conjuntos de pesquisa e publicações, principalmente na área de controle de qualidade de medicamentos. Em viagem pela América Latina, o cientista pesquisador do MIT, Nevan Hanumara, esteve no Cimatec, nos dias 20 e 21 de abril, quando visitou suas instalações, conheceu projetos, proferiu palestra para professores e estudantes da casa e conversou com os gestores do ITS sobre modelo de negócio. “Estou muito impressionado de ver esta combinação de design e fabricação, assim como de ensino e pesquisa. É muito similar com o que temos no MIT, mas as instalações de fabricação do Cimatec são muito melhores. Também é maravilhoso que vocês o façam combinando o ensino técnico com alta engenharia”, enfatizou o cientista, que também é professor. Hanumara deixou claro o desejo de realizar trabalhos conjuntos com os profissionais que lá conheceu. “Pelo que ouvi nas discussões das quais participei, as pessoas estão nutridas de interesses, nutridas de entusiasmo. Se o Cimatec atrair a organização de um sistema, o mindset (mentalidade) do negócio, e bastante amor e carinho, vocês podem fazer algo realmente impactante aqui, para a Bahia e o Brasil”, acredita. PERSPECTIVAS Com a criação do ITS, pretende-se atuar nas principais tendências tecnológicas e assistenciais da atualidade: engenharia de tecidos, órteses e próteses, aprimoramento e automação do diagnóstico por imagem, terapias para a população a terceira idade, diagnóstico in vitro e e-health (saúde digital), nanotecnologia e TIC, tecnologias assistivas, terapia gênica, produtos biológicos e medicina personalizada. A consolidação do instituto poderá ser um importante vetor de atração de investimentos para o estado, especialmente de startups e plantas fabris de empresas do setor farmacêutico e de dispositivos médicos. O projeto conta com o apoio dos ministérios da Saúde e de Ciência e Tecnologia, governo da Bahia e parlamentares do estado. “No pilar mais ligado a equipamentos, temos um projeto estruturante, que é o curso de graduação em Engenharia Biomédica, o qual devemos lançar em 2018 e, a primeira turma, em 2019. Também já estamos trabalhando em outro pilar, que é regulação, por meio de reuniões com representantes da Anvisa, Ministério da Saúde e alguns fóruns específicos”, conta Leone Andrade. O diretor de Tecnologia e Inovação diz ainda que, enquanto não é possível erguer um novo edifício, há espaço em um dos prédios do campus do Cimatec para montar os primeiros laboratórios. Além disso, o Cimatec Industrial, cujas obras estão em andamento em um terreno nas proximidades do Polo Industrial de Camaçari, terá uma área reservada aos projetos na área de saúde. Bahia Indústria  19


SENAI Cimatec completa 15 anos comemorando conquistas Concebido com o propósito de servir como um importante ator na promoção da competitividade da indústria, por meio do desenvolvimento tecnológico e da inovação, o Cimatec foi inaugurado em 2002 com foco na área de Fabricação. O então Centro Integrado de Manufatura Avançada (hoje Campus) cresceu rapidamente para atender às demandas industriais e se transformou na maior e mais avançada unidade do SENAI no país. Em 2012, ao ser escolhido pelo governo federal como um dos três centros tecnológicos nacionais a participar do projeto-piloto da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), adentrou o campo dos projetos de alta complexidade e custo para a indústria, o que revelou sua vocação para o ineditismo e a ousadia na pesquisa aplicada para o setor. O case emblemático desta nova fase é o FlatFish, veículo autônomo submarino desenvolvido para a BG Brasil/Shell, gigante da produção de óleo Betto Jr./Coperphoto/Sistema FIEB

20  Bahia Indústria

e gás, apresentado no final de 2015. Com investimento total de R$ 64 milhões, realizado pela BG Brasil/ Shell, SENAI Cimatec e Embrapii, o veículo é o primeiro protótipo do tipo desenvolvido no Brasil. Além do ITS, outro “braço” de ampliação é o Cimatec Industrial. A falta de espaço e estrutura adequados para receber projetos de grande porte físico, como testes de protótipos e plantas piloto, por exemplo, deu origem a um projeto arrojado, que promete atender a demanda reprimida. Será infraestrutura capaz de dar suporte às necessidades da energia eólica, mecânica, naval e off shore, automotiva, elétrica, construção civil, química, petroquímica e biotecnologia, fármacos, papel e celulose e petróleo e gás. “O Cimatec Industrial será um centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I) com foco no escalonamento de produção e desenvolvimento de protótipos em escala real, apoiando todo o processo de desenvolvimento tecnológico e inovação industrial”,

Especialistas do Instituto Brasileiro de Robótica


acrescenta Leone Andrade. A expansão permitiu desenvolver inúmeras competências destacadas em âmbito nacional e internacional, mas o Cimatec nunca deixou de voltar suas ações para as empresas de micro, pequeno e médio portes, novas ou já experientes no mercado. “Além do atendimento das demandas de empresas maduras, o Cimatec está avançando na articulação entre grandes empresas, startups e investidores de risco, trabalhando em conjunto para alavancar a inovação no Brasil”, conta o gerente de empreendedorismo, Flávio Marinho. EDUCAÇÃO O intenso fluxo de projetos de ponta desenvolvidos na instituição deu ao Cimatec condições de atrair investimentos na sua infraestrutura. A partir de 2014, a implantação dos Institutos SENAI de

Inovação (ISI) em Automação, em Conformação Mecânica, União de Materiais e em Logística, do Instituto Brasileiro de Robótica e o Centro de Supercomputação elevaram a instituição à condição de Campus Integrado. Em 2015, foi inaugurado um dos computadores mais potentes do mundo, o Cimatec Yemoja. Este introduziu a Bahia no universo das pesquisas em computação de alto desempenho. Com capacidade para realizar 405 trilhões de operações de ponto flutuante por segundo (TFlops), ele é utilizado prioritariamente em pesquisas de geofísica. Um segundo supercomputador, de menor capacidade, o Omolu, também está em funcionamento no centro tecnológico. A máquina, instalada no Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde – Cidacs, processa informações voltadas para

estudos da Fiocruz na área de saúde. Em março deste ano, a Faculdade de Tecnologia SENAI Cimatec recebeu do MEC o status de Centro Universitário. O foco em Pesquisa e Inovação para o desenvolvimento, além do quadro de professores da casa, formado por mestres e doutores, foram pontos-chave para o reconhecimento do órgão federal. São diferenciais dos centros universitários a qualificação do seu corpo profissional e o nível de excelência do ensino oferecido. Tais instituições têm autonomia para criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior. Pelo quarto ano consecutivo, o Cimatec foi avaliado como melhor instituição de ensino superior em Engenharia do Norte/Nordeste, entre todas as faculdades, centros universitários e universidades públicas e privadas, na avaliação divulgada pelo Ministério da Educação, com base no Índice Geral de Cursos (IGC). A pontuação de 2017 (ano base 2015) resultou em média de pontos superior a instituições tradicionais, como a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “Hoje, somos líderes em relação a qualquer outra universidade na região Norte/Nordeste”, comemora o gerente do Campus, Daniel Motta. “Falar da história que foi construída aqui nos deixa emocionados, nos enche de orgulho”, diz o diretor regional do SENAI-BA, Luis Breda Mascarenhas, que participou da incubação do projeto do Cimatec, período que durou cinco anos até sua inauguração. Ele destaca a entrega dos profissionais envolvidos nesses 20 anos, buscando projetos de alto impacto e fomentando uma rede de parceiros única no país. Para Leone Andrade, o SENAI Cimatec é uma marca consolidada, que vale muito mais do que sua infraestrutura, estimada por ele em 150 milhões de dólares. Isso se deve especificamente à qualidade das equipes da instituição. “Ter este capital humano é o nosso bem mais valioso”, afirma. Novato no Campus, Roberto Badaró corrobora com a opinião do diretor de Tecnologia e Inovação da casa: “O acaso me trouxe aqui. Recebi um convite do governador (em 2016, quando atuava como subsecretário de Saúde do estado) para acompanhá-lo numa visita e fiquei impressionado. Não com os laboratórios, as máquinas, as instalações, mas com as pessoas. A massa crítica aqui dentro é muito apelativa, chama a gente a vir colaborar. A estrutura fundamental que se tem aqui é gente”, define. [bi] Bahia Indústria  21


FIEB é referência entre as federações de indústria Trabalho realizado na Bahia para promoção do desenvolvimento associativo ficou entre os destaques Por Luciane Vivas

A Líderes do setor de vestuário reunidos em Brasília

Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) ficou entre as três federações de indústria apontadas como referência na promoção do desenvolvimento associativo, atrás apenas das Federações de Santa Catarina e Paraná. Para elaborar o ranking, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) consultou os membros da Rede de Desenvolvimento Associativo (RDA), composta por técnicos e gestores do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) nas Federações. O PDA tem como foco aprimorar a atuação dos sin-

dicatos e, para isso, engloba ações de relacionamento, gestão, comunicação e capacitação de empresários, líderes e executivos sindicais. Provê aos sindicatos ferramentas como planejamento estratégico, sistemas de gestão, sites e newsletters, além do conhecimento sobre o ambiente sindical, participação em intercâmbios e nas redes sindicais setoriais. Responsável pela execução do PDA na Bahia, a gerência de Relações Sindicais da FIEB tem atuado para dar visibilidade às ações do programa e também às dos sindicatos filiados. “O reconhecimento é fruto José Paulo Lacerda/CNI

22

Bahia Indústria


Camilla Cavalcanti, da CNI, apresenta cartilha do desenvolvimento das ações do programa no Estado, feito com o empenho da equipe da Gerência de Relações Sindicais e dos sindicatos filiados. Ficamos felizes com o fato de a escolha ter sido feita pelos colegas da Rede, de onde sempre buscamos boas práticas para implementar em nossa Federação”, afirma a gerente de Relações Sindicais, Manuela Martinez. A premiação ocorreu durante o 20º Encontro da Rede de Desenvolvimento Associativo (RDA), em abril, na CNI, em Brasília, quando também foi lançada a cartilha Sindicato Legal. Durante o encontro, Manuela Martinez apresentou a boa prática Ações de comunicação em apoio aos sindicatos filiados à FIEB e explicou como ocorre este apoio nas áreas de jornalismo e publicidade, além de publicações, campanhas, assessoria e demais ações de marketing e relacionamento sindical. INTERCÂMBIOS SETORIAIS Entre as ações do Programa de Desenvolvimento Associativo, estão os Intercâmbios de Lideranças Setoriais, realizados com o objetivo de fomentar a troca de experiências de gestão entre dirigentes de sindicatos empresariais de vários estados brasileiros. A novidade nos Intercâmbios, a partir deste ano, é a presença de uma federação interlocutora, que terá o papel de participar ativamente das discussões, mediar e ser porta-voz da Rede Sindical do segmento. A FIEB é a interlocutora dos segmentos de Vestuário e Construção Civil. Outra novidade é a possibilidade, a partir da consulta aos membros da rede, da participação de uma associação nacional do setor.

O segmento de vestuário foi o escolhido para iniciar a agenda de intercâmbios de 2017. O evento reuniu 21 presidentes de sindicatos de todo o país. Representando o setor industrial baiano, participaram o presidente do Sindicato da Indústria de Vestuário de Feira de Santana e Região (Sindvest Feira) e vice-presidente da FIEB, Edison Nogueira, e o presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário, Waldomiro Araújo. O evento também contou com a presença do presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Fernando Pimentel. Na oportunidade, foi realizada uma mesa-redonda que discutiu o fortalecimento da atuação conjunta entre os sindicatos, federações, associações e CNI. Também foram sinalizados caminhos de mobilizações para a defesa de interesses. Os presidentes participaram, ainda, de oficina com a temática Como tornar seu sindicato imprescindível para a indústria?. “Precisamos reforçar a Rede Sindical para fazer nossa voz ser ouvida pelos legisladores”, destacou o presidente do Sindvest Salvador e Região, Waldomiro Araújo. Ainda em abril, foi realizado na sede da CNI o 3º Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria de Base Florestal. Os presidentes dos sindicatos da Indústria do Mobiliário (Moveba), João Schnitman, e das Indústrias de Serrarias (Sindiscam), Jaime Lorenzo Piñeiro, representaram o setor industrial baiano. No encontro, foram apresentadas oportunidades do Sebrae e da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) para o setor de base florestal.

miguel angelo/cni

Cartilha incentiva regularização dos sindicatos empresariais A CNI lançou, por meio do PDA, a cartilha Sindicato Legal. O objetivo do documento é incentivar a regularização dos sindicatos filiados às federações de indústrias e incluir normas editadas entre 2010, ano da primeira cartilha, e 2016. Com a cartilha Sindicato Legal, a CNI incentiva a atualização constante dos dados dos sindicatos empresariais e a adoção, por parte das entidades, de procedimentos objetivos e transparentes na gestão das entidades. "É importante que os sindicatos estejam sempre em conformidade com a legislação para atuarem junto ao poder público e às empresas. Eles são a base da representação da indústria", explica a gerente-executiva de Desenvolvimento Associativo da CNI, Camilla Cavalcanti. Entre as atualizações mais importantes incluídas na cartilha, está a Portaria MTE 326/2013, que passou a disciplinar o registro de sindicatos. O documento também explica regras relacionadas à criação de sindicatos e a procedimentos sindicais - como alteração estatutária e eleições, que estão diluídos em diversas leis e atos normativos. (Da CNi) [bi] » A cartilha está disponível para consulta no site do PDA, no Portal da Indústria

Bahia Indústria  23


Há 20 anos na cena do Rio Vermelho

Teatro SESI comemorou aniversário com performances e espetáculo musical Por Patrícia Moreira

24

Bahia Indústria


O

Acrobatas, dança flamenca, poesia e esquetes teatrais marcaram a celebração do aniversário do espaço. Na página ao lado, Ana Mameto, Claudia Cunha e Manuela Rodrigues, em o Canto das Sereias, espetáculo que marcou a abertura do Teatro, em 1997

Fotos: Beto Júnior/Cooperphoto/Sistema FIEB

s 20 anos marcam o vigor da juventude. No caso do Teatro SESI Rio Vermelho, chegar a esta idade apenas reafirma uma constante no seu dia a dia, movido pela inovação. Mantido pelo Sistema FIEB, o espaço também atua como um Centro de Estudos Culturais, produzindo conteúdos como o Sala de Som, programa educativo sobre música que foi veiculado na TVE Bahia em 2016, com audiência estimada em 42.900 espectadores. Também realiza iniciativas como o Festival de Música, Encontro de Corais de Empresas, Mostra de Teatro e Concurso Literário, dentro do Programa Arte na Empresa, bem como atua como espaço para realização de eventos corporativos de empresas industriais. Para celebrar os 20 anos, o teatro acolheu Ana Mameto, Claudia Cunha e Manuela Rodrigues, que revisitaram o Canto das Sereias, espetáculo que marcou a abertura do espaço, em 1997. As cordas de Alexandre Leão, o teclado de Yacóci Simões e a percussão de Joceval Santana completaram a cena que, na inauguração, foi protagonizada pelas intérpretes Marilda Santana, Guida Moira e Ana Paula Albuquerque. Com as sereias deslizando pelo palco, ao som do sucesso de Candeia, O Mar Serenou, imortalizado na voz de Clara Nunes, os artistas deram início ao espetáculo que lembrou o vento de Caymmi, a baía sob um certo ‘ponto de vista’ de Gil, a malemolência de Gerônimo e o feminino de Chico Buarque e Rita Lee. O espetáculo foi só o começo. Além de intervenções em videomapping (projeções visuais) na fachada do casarão, a Varanda foi tomada por artistas de diversas linguagens. Eles marcaram a programação com performances e esquetes, tornando a noite tão diversa quanto é o espaço do SESI no Rio Vermelho no seu dia a dia. Se de um lado, o Teatro SESI fomenta cultura e promove atividades especialmente voltadas para o trabalhador da indústria, o reconhecimento de artistas, produtores e soteropolitanos vem do fato de o casarão do Rio Vermelho ser aberto à diversidade cultural e aos novos talentos da cena artística de Salvador. Teatro e Varanda funcionam diariamente e acolhem por ano uma média de 180 grupos culturais, com 500 apresentações e público médio de 44 mil espectadores, gerando renda para 2.200 profissionais que vivem da arte e da cultura. Ele foi inaugurado em 1997 com o espetáculo Abismo de Rosas, protagonizado pelo ator Wagner Moura, com direção de Fernando Guerreiro.

Bahia Indústria  25


A comemoração contou com a presença do presidente da FIEB, Ricardo Alban, que relembrou a importância do SESI Rio Vermelho: “uma referência para a cena artística e cultural de Salvador”. Ele destacou o empenho da equipe que faz o Teatro SESI acontecer e ressaltou a importância da arte para ajudar o empresário a pensar de forma inovadora. “O empresário é um ser pragmático e gostaríamos de ter a capacidade de criar e inovar dos artistas. Contamos com este potencial criativo para nos colocar neste caminho e nos fazer enxergar outras possibilidades”, arrematou. Para Maria Angélica Ribeiro, gerente da unidade, o segredo está no espírito que move a força de trabalho da unidade. “Os desafios são grandes, mas a gente trabalha naquilo que gosta. São projetos interessantes, inovadores e com artistas maravilhosos”, explica. Rosa Villas Boas, gerente do teatro, lembra que a receita é parceria. “O coração do Teatro SESI é acolhedor. Os artistas fazem parte e, em tudo que a gente inventa e cria, conseguimos esta adesão, da mesma forma que estamos abertos ao que eles trazem”. Lembrando que o SESI Rio Vermelho é referência entre os Departamentos Regionais no país pelo trabalho na área de cultura, o superintendente do SESI na Bahia, Armando Neto, destacou o quanto é relevante poder assegurar a manutenção de um espaço cultural integrado à vida da cidade. Complementando, o gerente de Qualidade de Vida do SESI, Amélio Miranda, destacou que a instituição entende a cultura como um dos pilares para assegurar bem-estar e qualidade de vida e é este o papel que o teatro e centro cultural vêm cumprindo. Estiveram presentes às comemorações representantes da indústria, gestores, funcionários, parceiros, além do ex-superintendente do SESI, Carlos Alberto Vieira Lima, que foi responsável pela implantação do Teatro. [bi] Fotos: Beto Júnior/Cooperphoto/Sistema FIEB

26  Bahia Indústria

Alexandre Leão, músico, tem uma trajetória profissional marcada pela sua relação com o Teatro e Varanda do SESI

Tocar violão no show de abertura, em 1997, e estar na comemoração dos 20 anos é apenas um detalhe desta história, que se tornou mais efetiva a partir de 2005, quando fui convidado para animar as sextas-feiras da Varanda. É um privilégio muito grande, porque este é o centro cultural da Bahia de maior atuação, com funcionamento diário. Foi aqui também que me descobri apresentador, com o projeto Sala de Som”

André Simões, produtor cultural, destaca o fato de o teatro ser um espaço que se preocupa com a filosofia do conteúdo exposto

Uma casa é feita de pessoas, por isso é importante reconhecer o trabalho de todos os profissionais que habitam o Teatro SESI. É importante o fato de o Sistema Fieb entender que a matriz cultural da Bahia é responsável pela cidadania, pela prosperidade econômica e pessoal dos cidadãos. Quando há uma compreensão do capital sobre o que significa a postura sobre arte e cultura nós temos uma comunidade muito mais madura”


Serviços de odontologia são ampliados no interior Construção das unidades integradas no interior e a extensão do serviço à comunidade ampliam atuação do SESI em saúde bucal

E

m 2016, 470 empresas industriais e 61 mil trabalhadores e seus dependentes em toda a Bahia foram atendidos nas unidades do Serviço Social da Indústria (SESI) em odontologia. Antes reservado apenas aos trabalhadores da indústria, o atendimento passou a ser oferecido também à comunidade, como forma de ampliar o acesso aos serviços que a instituição oferece. Os serviços, realizados nas clínicas do SESI ou nas instalações das indústrias, incluem diagnósticos, planejamento de intervenções, ações curativas, monitoramento da saúde bucal e ações educativas e preventivas. O SESI dispõe de equipe qualificada e segue rigoroso controle no processo de esterilização, com nota de 9,1 de satisfação do cliente. Além da abertura dos serviços à comunidade, o SESI ampliou a capacidade de atendimento com a construção e requalificação das unidades do interior. Em Feira de Santana, o número de consultórios passou de 4 para 6. A expectativa do gerente da unidade, Luiz Figueiredo, é de crescimento de 20% no atendimento em 2017. Em Feira, o SESI oferece as especialidades de clínica geral, periodontia, endodontia, prótese, cirurgia e ortodontia. Em Vitória da Conquista, agora são três consultórios, o que permitiu oferecer a especialidade or-

joão Alvarez/Sistema FIEB

Equipe qualificada atua sob rigoroso processo de qualidade

todontia na região sudoeste. “Até 2016, a unidade contava com apenas um consultório odontológico com clínica geral. Com a instalação da Unidade Integrada, nossa capacidade triplicou”, explica o gerente do SESI, Fabrício Vieira da Silva. Em 2016 foram realizados 6.509 procedimentos em odontologia em Conquista e a projeção é de um aumento de 17% em 2017. Fabrício Vieira explica que a Unidade Sudoeste tem buscado estar próxima dos clientes industriais, levando informações sobre o programa de gestão da saúde bucal e o impacto gerado pelo absenteísmo que este problema pode acarretar.

Em Salvador, na unidade do SESI no bairro do Lucaia, e em Camaçari, na região metropolitana, são oferecidos os serviços de clínica geral, periodontia, endodontia, prótese, cirurgia, ortodontia, estética, odontopediatria, radiologia e implantodontia. Além das unidades do interior já citadas, o SESI também presta atendimento em saúde bucal nas unidades do oeste (Barreiras e Luis Eduardo Magalhães) e da região norte (Juazeiro) em clínica geral. Na região sul (Ilhéus/Itabuna) são oferecidos os serviços de clínica geral e endodontia. O serviço tende a ser ampliado com a inauguração da unidade integrada na região. [bi] Bahia Indústria  27


indicadores  Números da Indústria

Produção industrial cai 7,1% na Bahia Estado foi o que apresentou pior desempenho, dentre os 14 que são pesquisados pelo IBGE

A

produção física da indústria de transformação da Bahia apresentou queda de 7,1%, em fevereiro de 2017, no acumulado de 12 meses, e ocupou a última posição no ranking dos 14 estados que participaram da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física. Todos os estados registraram resultados negativos: Espírito Santo (-0,9%), Santa Catarina (-1,3%), Paraná (-2,3%), Minas Gerais (-2,6%), Mato Grosso (-2,7%), Goiás (-3,0%), Ceará (-3,3%), São Paulo (-3,4%), Pernambuco (-3,4%), Rio Grande do Sul (-3,5%), Rio de Janeiro (-4,5%), Pará (-4,8%), Amazonas (-5,3%) e Bahia (-7,1%). A indústria de transformação nacional registrou queda de 4,6% no mesmo período. Na Bahia, seis dos 11 segmentos apresentaram queda: Equipamentos de Informática (-32,3%); Refino de petróleo e biocombustíveis, setor que representa 31,5% do Valor de Transformação Industrial da Bahia, (-19,7%, devido a uma

28  Bahia Indústria

parada não programada da unidade de craqueamento catalítico de resíduos U-39 durante todo o mês de julho e a uma parada programada nos meses de janeiro e fevereiro nas unidades U-09 e U-18); Minerais não metálicos (-10,3%); Metalurgia (-8,8%); Borracha e Plástico (-4,1%); e Veículos automotores (-1,4%). Os cinco segmentos que apresentaram crescimento foram: Couro e Calçados (10,2%); Bebidas (7,8%); Alimentos (3,1%); Produtos Químicos (1,7%); e Celulose e Papel (0,5%). Na comparação do bimestre janeiro-fevereiro de 2017 com igual período do ano anterior, a produ-

ção física da indústria de transformação baiana apresentou queda de 10,2%, enquanto a indústria nacional contabilizou retração de 0,9%. Seis dos 11 segmentos industriais da Bahia apresentaram resultados negativos: Equipamentos de Informática (-68,9%, retração na fabricação de gravador ou reprodutor de sinais de áudio/vídeo e computadores pessoais de mesa e portáteis); Metalurgia (-35,5%, queda na produção de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre); Refino de petróleo e biocombustíveis (-19,7%,devido a parada programada para manutenção que reduziu a produção de


Couro e Calçados (7,2%); Bebidas (3,8%); Produtos químicos (2,5%); e Minerais não metálicos (2,0%). Os dados do 1º bimestre deste ano não mostram uma recuperação da indústria brasileira e baiana. O desemprego (segundo dados da PNAD para o trimestre dezembro/2016-fevereiro/2017) continua em alta, alcançando 13,2%, com um contingente de 13,5 milhões de pessoas desempregadas. Percebe-se a dificuldade na estabilização do ambiente econômico, que se traduz na falta de investimentos. No entanto, o ciclo de redução da taxa de juros, queda da inflação e uma possível melhora da confiança dos empresários, sobretudo com a tomada de decisões

importantes como as medidas de ajuste fiscal e as reformas na Previdência e trabalhista, associada às concessões na área da infraestrutura (a exemplo dos aeroportos), devem gerar um ciclo econômico ascendente, provavelmente no segundo semestre deste ano. A expectativa para 2017 é que, assim como no Brasil, a economia baiana apresente uma branda melhora, com os níveis de atividade da economia sendo retomados de forma gradual. Conforme informações do Banco Central, as perspectivas para 2017 são: (i) inflação de 4,09%; (ii) crescimento de 1,20% na produção industrial; (iii) queda da taxa Selic para 8,5%; e (iv) crescimento de 0,41% no PIB. [bi]

bahia: pim-pf de fevereiro 2017

Variação (%)

Setores fev17/fev16 Jan-fev17/ mar16-fev17/ Jan-fev16 mar15-fev16

Indústria de Transformação Refino de petróleo e biocombustíveis Produtos químicos Veículos automotores Alimentos Celulose e papel Borracha e plástico Metalurgia Couro e Calçados Minerais não metálicos Equipamentos de Informática Bebidas Extrativa Mineral

-4,3 -10,2 -7,1 -17,1 -19,7 -19,7 2,5 0,9 1,7 175,8 11,1 -1,4 -7,2 -5,2 3,1 -22,9 -9,2 0,5 -2,0 -4,1 -4,1 -38,9 -35,5 -8,8 7,2 12,4 10,2 2,0 6,4 -10,3 -66,8 -68,9 -32,3 3,8 3,3 7,8 -10,6 -15,3 -22,9

Fonte: IBGE; elaboração FIEB/SDI

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2015-2017) 115 110 105 100

2015

95 90 85

2016

80 75

2017

DEZ

NOV

OUT

SET

AGO

JUL

JUN

MAI

ABR

MAR

FEV

70 JAN

óleo diesel, óleos combustíveis e naftas para petroquímica); Celulose e Papel (-9,2%, menor produção de pastas químicas de madeira); Alimentos (-5,2%, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, óleo de soja refinado e óleo de soja em bruto; Borracha e Plástico (-4,1%). Apresentaram resultados positivos: Couro e Calçados (12,4%, tênis de material sintético), Veículos Automotores (11,1%, aumento na produção de automóveis diante de uma base deprimida), Minerais não metálicos (6,4%), Bebidas (3,3% produção de refrigerantes) e Produtos Químicos (0,9%). Na comparação de fevereiro de 2017 com igual mês do ano anterior, a indústria de transformação da Bahia apresentou uma queda de 4,3. Seis dos 11 segmentos apresentaram resultados negativos: Equipamentos de Informática (-66,8% queda na fabricação de gravador ou reprodutor de sinais de áudio/vídeo e computadores pessoais de mesa); Metalurgia (-38,8% barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre); Celulose e Papel (-22,9% pastas químicas de madeira); Refino de petróleo e biocombustíveis (-17,1% menor produção de óleo diesel, óleos combustíveis e naftas para petroquímica); Alimentos (-7,2% carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, óleo de soja refinado, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja e óleo de soja em bruto); e Borracha e Plástico (-2,0%). Apresentaram resultados positivos: Veículos Automotores (175,8%, em decorrência de férias coletivas de 8 a 26 de fevereiro de 2016, deprimindo a base de comparação);

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

Bahia Indústria  29


painel

valter pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Deputados baianos conhecem o Cimatec

João Alvarez/Arquivo Sistema FIEB

Sistema FIEB e prefeitura firmam parcerias

ACM Neto e Ricardo Alban assinaram protocolos de intenções

betto jr./Coperphoto/Sistema FIEB

Com o objetivo de discutir ações futuras e debater demandas do setor industrial, o prefeito de Salvador, ACM Neto, o presidente da FIEB, Ricardo Alban, secretários municipais, dirigentes do Sistema Indústria, além de empresários participaram de reunião na qual foram assinados três protocolos de intenções entre a prefeitura e o Senai Cimatec, com a finalidade de realizar parcerias em áreas estratégicas para a capital baiana. O poder municipal e a instituição deverão atuar para encontrar soluções em capacitação profissional, tecnologias com foco em inteligência urbana e empreendedorismo. Prefeito e secretários prometeram analisar as sugestões feitas pelos representantes da indústria e anunciaram que, até o fim do ano, a prefeitura irá lançar projetos em prol do desenvolvimento sustentado da capital baiana.

Bem estar Global • O evento, parceria entre o SESI e a Rede Globo, chegou à terceira edição e ofereceu serviços gratuitos à população, dia 31 de março. O evento foi marcado por atividades esportivas e contou com uma estrutura com mais de 20 tendas para atendimento em saúde e cuidados pessoais, instaladas no estacionamento da Arena Fonte Nova, no Dique do Tororó.

30  Bahia Indústria

No dia 5 de abril, o SENAI Cimatec recebeu os deputados estaduais da Bahia, em um café da manhã, com o intuito de ampliar e fortalecer o diálogo e parcerias entre o Poder Legislativo e o setor industrial da região. Na oportunidade, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Ângelo Coronel (PSD), demonstrou o interesse do Poder Legislativo em fortalecer parceiras com o Sistema FIEB e o SENAI Cimatec, com a implementação de projetos voltados para novas tecnologias e inovação. “A Assembleia vive um novo momento. Por isso estaremos de portas abertas para acolher todos os projetos que vêm em benefício da sociedade baiana, com a FIEB e o seu importante braço, o SENAI Cimatec”.

Ferbasa e SESI mantém parceria em educação Ferbasa mantém parceria com o SESI para oferecer aos seus trabalhadores um programa de educação de jovens e adultos. Este ano, foi diplomada uma turma de 85 alunos no ensino fundamental 2 e no ensino médio, nas modalidades a distância e presencial. A solenidade contou com a presença do presidente da Ferbasa, Rafael Machado Tibo, do superintendente do SESI, Armando Neto e da gerente de Educação, Cléssia Lobo. Atualmente, estão matriculados 70 trabalhadores e seus dependentes das unidades de metalurgia e florestal, com previsão de concluir o ciclo de formação em 2018.


fecomércio/divulgação

Produtos desenvolvidos em incubadora são premiados Ideias inovadoras que receberam mentoria e apoio tecnológico da Aceleradora e da Incubadora do SENAI Cimatec vêm chamando a atenção em premiações e editais de fomento locais e nacionais. Um dos exemplos é um software que substitui o RDO (Relatório Diário de Obra) de forma eletrônica, incluindo a assinatura digital no documento por meio de um aplicativo. O projeto do engenheiro civil Lucio Felix Neto recebeu recursos do Programa Laboratório Aberto, do Sebrae, e teve seu protótipo desenvolvido no Cimatec. Já a Mel de Cacau, uma das startups da Acelera Cimatec, apoiada pelo Edital SENAI SESI de Inovação, é uma das finalistas do Desafio Carrefour Brasil x Hello Tomorrow BR. A competição fomenta três vertentes: desenvolvimento de alimentos mais saudáveis, mais sustentáveis e com menos desperdício. A startup produz bebida natural a partir da mucilagem do cacau.

Representantes do comércio e da indústria estiveram no lançamento

Câmara Argentina-Bahia é lançada em Salvador Com o intuito de impulsionar o desenvolvimento do comércio exterior entre empresários baianos e argentinos, foi lançada, em 29 de março, a Câmara Empresarial de Comércio Argentina-Bahia (Cecab). A sede da nova entidade, que tem apoio da Fecomércio e da FIEB, vai funcionar do edifício da Casa do Comércio. De acordo com o cônsul-geral da Argentina em Salvador, Mariano Vergara, atualmente, a Argentina é um dos principais destinos das exportações baianas e o principal país de origem das importações do estado. A Cecab irá representar os interesses dos empresários baianos e argentinos.

Apresentar aos empresários baianos os principais benefícios e ações dos sindicatos empresariais é o objetivo do Vídeo Sindicato Empresarial, criado pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) para desmistificar o trabalho do sindicato empresarial e apresentar os benefícios do associativismo, valorizando o papel do sindicato para a sociedade. Produzido em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), através do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), o vídeo foi criado em dois formatos. Uma versão com duração de um minuto e outra mais longa, abordando os benefícios voltados para indústrias associadas e a importância da atuação conjunta para o fortalecimento do setor. O vídeo será disponibilizado aos sindicatos filiados para uso em visitas de relacionamento, divulgação em ações de mobilização e eventos. O material será divulgado em plataformas digitais, como e-mail marketing e o Portal da FIEB.

Mais Saúde na Escola em Vitória da Conquista

mário bitencourt/Coperphoto/Sistema FIEB

FIEB lança vídeo sobre sindicato empresarial

Fabrício Vieira recepcionou os participantes do evento

Com a participação da comunidade, o Serviço Social da Indústria (SESI) de Vitória da Conquista abriu suas portas, em abril, para acolher o projeto Mais Saúde na Escola, realizado em parceria com a Revista Mais Saúde, que circula na região. Para o gerente do SESI, Fabrício Vieira, a iniciativa foi um sucesso. A programação começou com um café da manhã saudável, seguido de atividades esportivas e recreativas, como judô, exercícios funcionais, zumba, tecidos acrobáticos. Foi também uma oportunidade para a comunidade conhecer as instalações da escola de ensino médio do SESI.

Bahia Indústria  31


jurídico

Litigância de má fé no Novo Código de Processo Civil Por Vaneide Souza

O processo judicial apresenta-se como meio para aquele que tem ou suponha ter direito violado, garantir a sua pretensão, diante do conflito de interesses, assegurada à parte contrária a ampla defesa, com o fim de se obter julgamento equânime. Entretanto, a busca da verdade dos fatos para a aplicação da Justiça torna-se inócua frente à conduta abusiva e aética de alguns interessados. A litigância de má fé constitui-se como eficaz instrumento de controle dos abusos de direito em ações judiciais, pois visa garantir a lealdade processual e o comportamento ético das partes, penalizando aqueles que infringirem seus preceitos. O Novo CPC reitera diversos dispositivos da legislação anterior, contudo, inova ao majorar as penas para aqueles que utilizarem o processo para prejudicar o seu andamento, ou desvirtuar a verdade dos fatos, impedindo a aplicação da Justiça. O instituto está disciplinado nos arts. 79 a 81 do Código, que apresentam o rol das condutas de litigância de má fé, entre as quais se destacam: deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; alterar a verdade dos fatos, usar do processo para conseguir objetivo ilegal; interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. O texto legal possibilita a res32  Bahia Indústria

ponsabilização por perdas e danos daquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente, autorizando o juiz a condenar o infrator ao pagamento de multa, em montante bem superior ao previsto na lei pretérita. Segundo o art. 81 do CPC, a multa deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, e o ligante de má fé deverá indenizar a parte contrária pelos prejuízos sofridos, no valor arbitrado pelo juiz, além de arcar com honorários advocatícios e demais despesas suportadas pela parte. A nova lei possibilita a aplicação de multa, mesmo se o valor da causa for irrisório ou inestimável. Nestes casos, poderá ser fixada multa de até 10 (dez) vezes o valor do salário mínimo, o que ressalta a intenção do legislador em coibir condutas processuais abusivas. As novas sanções legais têm caráter punitivo e indenizatório, com alcance educativo, inibindo condutas atentatórias aos princípios da boa fé e da lealdade processual, e vêm sendo aplicadas pelos tribunais, com destaque para a Justiça do Trabalho. A litigância de má fé consiste, portanto, em uma violação ao direito, decorrente da utilização de recursos fraudulentos, contrários à lei. Neste sentido, a legislação pátria avançou, estabelecendo maior rigidez para o seu controle, inibindo lides temerárias atentatórias à dignidade da Justiça.

Inclusão de desconto incondicional no IPI é inconstitucional O Senado Federal, através da Resolução nº 1/2017, declarou inconstitucional a previsão de inclusão dos descontos incondicionais na base de cálculo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Este posicionamento do Senado reflete a decisão definitiva já proferida pelo Supremo Tribunal Federal e acarreta a suspensão da execução do § 2º do art. 14 da Lei nº 4.502/1964, com a redação dada pelo art. 15 da Lei nº 7.798/1989, que dispõe sobre a base de cálculo do IPI.

DREI revisa diversas instruções normativas

Vaneide Souza integra a equipe da Gerência Jurídica da FIEB

O Departamento de Registro Empresarial e Integração (Drei) revisou diversas Instruções Normativas (INs), com o objetivo de simplificar e desburocratizar os serviços oferecidos pelas Juntas Comerciais. Assim, entraram em vigor a partir de 2 de março deste ano, as INs nº 34, 35, 36, 37 e 38, que dispõem sobre o arquivamento de atos de empresas de diversos tipos jurídicos, bem como alteram os procedimentos para enquadramento, reenquadramento e desenquadramento de microempresa e empresa de pequeno porte.


ideias

Você realmente conhece seu negócio? Por Renato Miceli

Zé abriu uma padaria. Com a crise, começou a fazer pães em casa para ganhar um extra. Logo a padaria fazia sucesso no bairro. Ainda assim, certo mês, Zé endividou-se. Qual a causa do prejuízo? Foi o preço da farinha? O pão estava muito barato? Zé estava no estágio zero de conhecimento de negócio. Negócios são formados por pessoas e processos, e os processos de Zé corriam à revelia. Zé começou a contabilizar números; preocupava-se com as finanças do negócio. Escrevia em seu bloquinho toda a contabilidade. Renegociou compras de insumos, barateou custo e conseguiu comprar um ponto comercial. Zé documentava os dados de negócio. Zé entrou no estágio 1 de conhecimento de negócio. Zé era ambicioso. Queria comprar uma panificadora industrial e aumentar a produção. Por quantos meses pouparia para comprar? Zé contratou um especialista, que organizou os dados da padaria no computador. Agora, facilmente analisaria sua contabilidade histórica e projetaria receitas e investimentos. As curvas de crescimento traziam confiança no sucesso. Zé havia entrado no estágio 2. A padaria ia de vento em popa. Zé acabara de contratar o nono funcionário. Mas Zé investia muito tempo na contabilidade. Decidiu informatizar o negócio: pôs caixas eletrônicos e relógios de ponto para contabilizar vendas e tempo direto em sistema. Usava a tecnologia para obter dados do negócio. Zé reduziu custo de tempo e

logo abriu duas filiais. Zé entrava no estágio 3. Zé agora tinha três gerentes. Só focava na estratégia: qual fornecedor, panificadora, campanha. Dirigia cada uma das padarias com seu tino comercial; todavia, ver o negócio como um todo era difícil. A contabilidade em sistema só atualizava ao fechar o caixa. Inclusive, Zé perdeu a da matriz num alagamento. Resolveu, então, migrar seus números para a nuvem. Uma aplicação online agora resolvia tudo; até permitia a Zé perceber dias fracos em negócio e agir prontamente. Com rápida tomada de decisão, as padarias se multiplicaram. Zé estava entrando no estágio 4. Zé pensava conhecer seu negócio como ninguém. Acompanhava o caixa em tempo real, monitorava entrada e saída de estoque, projetava investimentos. Para crescer, sabia que deveria olhar para fora do negócio: precisava conhecer os clientes. Zé instituiu um cartão fidelidade com bônus em compras; em troca, coletava dados dos titulares e o histórico de compras. Agora Zé sabia quais idades compravam quais produtos e a taxa de recompra por produto. Pôde montar estratégias mais efetivas, renegociou contratos de fornecimento, dinamizou o estoque e alavancou receitas. Zé entrara no estágio 5. As padarias de Zé dominavam a região. A marca conhecida fomentava discussões e inspirava novos negócios. Certo dia, um depoimento de uma consumidora, que adquiriu produto fora de validade, causou a Zé constrangimento nacional. Zé precisava mitigar o impacto. Começou a monitorar

sua marca online. Elaborou uma estratégia de marketing direcionada e melhorou a reputação, alcançando recordes de vendas. Sondou tendências, lançou uma linha de padarias gourmet e dominou o mercado nacional. Zé entendeu que dados de mercado, bem além do seu negócio, são ótima fonte de insights para crescimento; Zé estava no estágio 6. Zé resolveu apostar no estrangeiro e abriu sua primeira padaria e fábrica em Miami. Zé sabia que, para satisfazer a demanda americana e crescer, precisaria otimizar a fábrica. Assim, substituiu recurso humano, mais caro e lento, por sistemas computacionais capazes de tomada de decisão ágil. Robôs controlavam a qualidade e limpavam o chão de fábrica, e sistemas online disparavam ordens de compras para centenas de fornecedores em quantidades precisas para o estoque estimado. Usando sistemas ciberfísicos e Internet das Coisas, Zé elevou sua fábrica à produtividade da Indústria 4.0. Crescendo, seu negócio enfim figurou na Fortune 500. Zé entrou no estágio final. Zé foi um homem de visão: encontrou oportunidades e correlacionou dados para validar suas estratégias. Confiou no instinto empreendedor. Suas análises quantitativas permitiram testar hipóteses, mensurar sucesso sobre resultados em curto prazo, e rapidamente direcionar o negócio. Com conhecimento de negócio, Zé cresceu a largos passos. Apostou na inovação tecnológica como catalisadora do desenvolvimento. E você, conhece sobre seu negócio o suficiente para crescer? [bi]

Renato Miceli, consultor de Negócios em Supercomputação, Big Data e Inovação Tecnológica Bahia Indústria  33


leitura&entretenimento Divulgação

música Forró e cantadores na Varanda Com a aproximação das festas juninas, a Varanda do SESI ganha novos ritmos com os shows do cantor Viny Brasil que, às quartas-feiras, apresenta repertório dançante de forró. Maio também marca o início da temporada 2017 do projeto Varanda dos Cantadores, que a cada primeira quinta-feira de cada mês, até novembro, vai reunir artistas como João Sereno, Wilson Aragão, Raymundo Sodré, Maviael Melo e Verlando Gomes, na área externa do Teatro Sesi Rio Vermelho. O poeta e cantador Maviael Melo, um dos idealizadores do projeto, diz que devido ao sucesso do projeto em 2016, veio a ideia de antecipar a temporada.

Não perca Forró na Varanda, qua., 22h, R$20/R$10 (meia); Varanda dos Cantadores, 1ª quinta do mês, até nov., 22h, R$30. R. Borges dos Reis, 9 márcio lima/Divulgação

teatro Espetáculo com bonecos Sob a direção de Olga Gómez, a peça conta a história da infância e juventude de uma das personalidades negras mais notáveis do século 19 - o baiano Luiz Gama. Filho de mãe negra livre e de pai branco, foi escravizado pelo próprio pai aos 10 anos, mas venceu os obstáculos da escravidão e tornou-se advogado, orador, jornalista e escritor. Conquistou judicialmente a própria liberdade e, aos 29 anos, e foi considerado "o maior abolicionista do Brasil”. Neste espetáculo, adaptado pela Companhia A Roda, a história de Luiz Gama é contada por meio da técnica de animação de bonecos de luva.

Não perca Teatro SESI Rio Vermelho, 13/05 a 18/06, sáb e dom, 16 horas. R$ 20 e R$ 10 (meia) Rua Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho. Livre (+8 anos)

livros O presente ressignificado

Alfabeto da sociedade desorientada Domenico De Masi 600 p. Objetiva R$ 69,90

34 Bahia Indústria

Beleza, gênio, trabalho, desorientação. Essas são algumas das palavras que Domenico De Masi, o pai do ócio criativo, usa para nos desafiar e demonstrar que conceitos considerados óbvios, na verdade, estão bem longe disso. Por trás de cada uma delas existe um mundo: no passado, tais vocábulos tinham significados e valores diferentes, logo, eram diferentes também as implicações na vida dos homens e no seu universo mental.

Duelo econômico Dois dos maiores economistas da história, John Keynes e Friedrich von Hayek estiveram em lados opostos da maior batalha econômica de todos os tempos: se os governos deveriam ou não intervir nos Keynes x Hayek mercados. Da Grande Depressão à Segunda Nicholas Wapshott Guerra, e da recuperação do pós-guerra aos 448 p. dias atuais, o jornalista Nicholas Wapshott Record R$ 69,90 examina os animados debates entre esses dois gigantes do século XX cujas visões moldaram a ascensão e a queda de economias em todo o mundo.




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.