Revista Bahia Indústria Janeiro/Fevereiro 2015

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Bahia Federação das Indústrias do Estado da Bahia - Sistema FIEB

ISSN 1679-2645

Ano XxI nº 235 jan/fev/2015

Referência em tecnologia Institutos de Inovação colocam o SENAI Bahia na vanguarda



EDITORIAL

Bahia tem a chance de reverter atraso tecnológico marcelo gandra/Coperphoto/sistema fieb

A despeito da presença do Polo Petroquímico de Camaçari, que começou a transformar de forma mais efetiva o perfil eminentemente agrícola do estado, a partir dos anos 1970, a Bahia sempre se ressentiu da falta de instituições que investissem de maneira maciça em pesquisa direcionada para as demandas da indústria. A Universidade Federal da Bahia e suas unidades destinadas à ciência cumpriram, ao longo do século 20, e ainda cumprem o papel de prover pesquisas e tecnologias. Mas a diversificação do perfil das indústrias que desde os anos 1990 começaram a se instalar na Bahia trouxe novos desafios aos segmentos acadêmicos no desenvolvimento de estudos, pesquisas e serviços técnicos. Em 1992, o SENAI Cimatec surgiu com o propósito de suprir as lacunas e estabelecer um programa de cursos e soluções mais aderentes às demandas da nova indústria do estado e, agora, sediando os Institutos SENAI de Inovação, promete reescrever a história da pesquisa avançada e tecnológica do estado aplicada às demandas industriais. A reescrita dessa história já se desenha como projetos como o Flatfish, que está sendo desenvolvido pelo Instituto SENAI de Inovação em Automação da Produção, a pedido do BG Group (empresa inglesa de exploração de petróleo, parceira da Petrobras no pré-sal). O projeto conta com um investimento de R$ 28 milhões e deverá ficar pronto em novembro deste ano. A entrega será um robô submarino para fazer inspeção em instalações submersas de produção de petróleo. O Flatfish é um dos 16 projetos desenvolvidos pelo instituto baiano, que, em menos de um ano de atuação, já conta com mais de R$ 40 milhões em projetos contratados. O coordenador do Instituto, Herman Augusto Lepikson, sintetiza em poucas palavras esta revolução. Segundo ele, o Brasil tem um “potencial fantástico na área de soluções em automação e robótica, mas acaba comprando muita solução de fora, com alto valor agregado. Por isso, o instituto vem atuar sobre um grande gargalo que há no Brasil que é o desenvolvimento de projetos de tecnologia avançada

para assegurar a competitividade da indústria brasileira”. Este cenário já coloca o SENAI Bahia como referência nacional na prestação de serviços tecnológicos e apoio a pesquisas. Além do Instituto em Automação da Produção, a instituição dispõe de outros dois ISIs. Um em Conformação e União de Materiais e outro em Logística. Juntos, os três institutos baianos estão com 21 projetos em andamento, que representam mais de R$ 43 milhões. Outros projetos estão em fase de negociação, o que poderá elevar o montante dos investimentos em pesquisa para mais de R$ 90 milhões. Se a Bahia, na primeira metade do século 20, mergulhou num ostracismo que ficou conhecido como o Enigma Baiano, o século 21 já começa colocando o estado na vanguarda da tecnologia avançada, redesenhando o futuro.

O SENAI Cimatec abriga os três institutos de tecnologia voltados para pesquisas avançadas

Os Institutos SENAI de Inovação prometem reescrever a história da pesquisa avançada e tecnológica do estado aplicada às demandas industriais


Unidades do Sistema FIEB Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato SESI – Serviço Social da Indústria Sede: 3343-1301

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Bahia FIEB

CIEB

PRESIDENTE Antonio Ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-

PRESIDENTE Reginaldo Rossi. 1º VICE-PRESIDENTE

-PRESIDENTE Carlos Henrique Jorge Gantois. VICE-

Jorge Emanuel Reis Cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE Carlos Antonio Borges Cohim da Silva. 3º VICE-PRESIDENTE Roberto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES Arlene Aparecida Vilpert; Benedito Almeida Carneiro Filho; Cleber Guimarães Bastos; Luiz da Costa Neto; Luis Fernando Galvão de Almeida; Marcelo Passos de Araújo; Mauricio Lassmann; Paula Cristina Cánovas Amorim; Hilton Moraes Lima; Thomas Campagna Kunrath; Walter José Papi; Wesley Kelly Felix Carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio Fernando Suzart Almeida; Carlos Antônio Unterberger Cerentini; Décio Alves Barreto Junior; Jorge Robledo de Oliveira Chiachio; Fernando Elias Salamoni Cassis; José Luiz Poças Leitão Filho; Mauricio Carvalho Campos; Sudário Martins da Costa; CONSELHO FISCAL - EFETIVOS Luiz Augusto Gantois de Carvalho; Rafael Cardoso Valente; Roberto Ibrahim Uehbe. CONSELHO FISCAL – SUPLENTES Felipe Pôrto dos Anjos; Rodolpho Caribé de Araújo Pinho Neto; Thiago Motta da Costa

-PRESIDENTES Josair Santos Bastos; Mário Augusto

Rocha Pithon; Edison Virginio Nogueira Correia; Alexi Pelagio Gonçalves Portela Junior. DIRETORES TITULARES Eduardo Catharino Gordilho; Alberto Cánovas Ruiz; Eduardo Meirelles Valente; Renata Lomanto Carneiro Müller; Leovegildo Oliveira de Sousa; Fernando Luiz Fernandes; Juan Jose Rosario Lorenzo; Theofilo de Menezes Neto; José Carlos Telles Soares; Angelo Calmon de Sa Junior; Jefferson Noya Costa Lima; Fernando Alberto Fraga; Luiz Fernando Kunrath; João Schaun Schnitmam. DIRETORES SUPLENTES Mauricio Toledo de Freitas; Guilherme Moura Costa e Costa; Gladston José Dantas Campêlo Waldomiro Vidal de Araújo Filho; Cléber Guimarães Bastos; Jorge Catharino Gordilho; Marcelo Passos de Araújo; Antonio Geraldo Moraes Pires; Roberto Mário Dantas de Farias

conselhos Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial Carlos Henrique Jorge Gantois; Conselho de

SESI

Mário Augusto Rocha Pithon; Conselho de Comércio Exterior Angelo Calmon de Sá Junior; Conselho de Economia e Desenvolvimento Industrial Antonio Sergio Alipio; Conselho de Infraestrutura Marcos Galindo Pereira Lopes; Conselho de Inovação e Tecnologia José Luis Gonçalves de Almeida; Conselho de Meio Ambiente Jorge Emanuel Reis Cajazeira; Conselho de Relações Trabalhistas Homero Ruben Rocha Arandas; Conselho de Responsabilidade Social Empresarial Marconi Andraos Oliveira; Comitê de Jovens Lideranças Industriais Eduardo Faria Daltro; Comitê de Petróleo e Gás Humberto Campos Rangel; Comitê de Portos Sérgio Fraga Santos Faria

Presidente do Conselho e Diretor Regional

Assuntos Fiscais e Tributários

Antonio Ricardo Alvarez Alban. Superintendente Armando da Costa Neto

SENAI Presidente do Conselho Antonio Ricardo A. Alban. Diretor Regional Leone Peter Andrade

Editada pela Gerência de Comunicação Institucional do Sistema Fieb Editorial Mônica Mello, Cleber Borges e Patrícia Moreira. Coordenação editorial Cleber Borges. Editora Patrícia Moreira. reportagem Patrícia Moreira, Carolina Mendonça, Marta Erhardt, Rafael Pereira, Luciane Vivas e Surenã Dias (estagiário). Projeto Gráfico e Diagramação Ana Clélia Rebouças. fotografia Coperphoto. Ilustração e Infografia Bamboo Editora. Impressão Gráfica Trio. Conselho

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA

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IEL Presidente do Conselho e Diretor Regional

Filiada à

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Vladson Menezes

Sindicatos filiados à FIEB Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem no Estado da Bahia, sindifiteba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do tabaco no Estado da Bahia, sinditabaco@fieb.org. br / Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado da Bahia, sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, Dias D’ávila e Santo Amaro, sindvest@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da Indústria de Extração de Óleos Vegetais e Animais e de Produtos de Cacau e Balas no Estado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Cerveja e de Bebidas em Geral no Estado da Bahia, sindcerba@bol.com.br / Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato das Indústrias do Trigo, Milho, Mandioca e de Massas Alimentícias e de Biscoitos no Estado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso do Estado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, secretaria@sinduscon-ba.com.br / Sindicato da Indústria de Calçados, seus Componentes e Artefatos no Estado da Bahia, sindcalcadosba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado da Bahia, simmeb@uol.com. br / Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olaria do Estado da Bahia, sindicerba@ig.com.br / Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes e Produtos de Limpeza em geral e Velas do Estado da Bahia, sindisaboesba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, Sto. Antônio de Jesus, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Cidade do Salvador, sindpanssa@uol.com.br / Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Resinas Sintéticas do Estado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia, sindiplasba@sindiplasba.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos, Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário da Região de Feira de Santana, sindvestfeira@fbter.org.br / Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia, sindratar@gmail.com.br / Sindicato das Indústrias de Construção Civil de Itabuna e Ilhéus, valmirsb@yahoo.com.br / Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia, sincafeba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna, sinec@sinec.org.br / Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia, anaelisabete@telenge.com.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia, sindirepaba@sindirepabahia.com.br / Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, sindipecas@sindipecas.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, sindiplast@gmail.com / Sindicato Patronal das Indústrias de Cerâmicas Vermelhas e Brancas para Construção e Olarias da Região Sudoeste e Oeste da Bahia sindiceso@gmail.com Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Nordeste (Siacan) siacan@veloxmail.com.br / Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) sinaval@sinaval.org.br / Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado da Bahia, sipaceb@gmail.com

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sumário Jan/fev 2015 marcelo gandra/coperphoto/Sistema FIEB

16 Pesquisa focada na indústria Com 21 projetos de pesquisa em andamento, SENAI Bahia atua na geração de tecnologia

Herman Lepikson, do SENAI, em foto de Marcelo Gandra

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28 marcelo gandra/Sistema FIEB

MarcelloCasalJR/ABR

angelo pontes/Coperphoto

angelo pontes/Coperphoto

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CIEB apoia no interior

Posse no Sebrae

FIEB reforça atuação na defesa de interesses

Soluções SESI em educação a distância

Presidente da entidade, Reginaldo Rossi, detalha as ações para 2015

Presidente da FIEB, Ricardo Alban, assume Conselho da instituição

Solução nos contratos da Chesf com indústrias eletrointensivas de base e ajuste dos gastos públicos são considerados temas prioritários para a indústria baiana em 2015

Implantado em 2013, o ensino a distância do SESI contabiliza resultados positivos na elevação de escolaridade do trabalhador da indústria e será ampliado


Entrevista  reginaldo rossi

“A única forma de superarmos as adversidades é com união” Desde novembro na presidência do Centro das Indústrias da Bahia (CIEB), o empresário Reginaldo Rossi defende a importância do associativismo por Marta Erhardt

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e agosto a dezembro de 2014 o Centro das Indústrias da Bahia (CIEB) conseguiu aumentar sua base de associadas em 14%. Ciente da importância do associativismo para o fortalecimento do setor industrial baiano, a instituição tem como meta conseguir, neste ano, um incremento de 69% no total de associadas. Para isto, investiu na contratação de pessoal para atuar no interior do estado, levantando as necessidades das indústrias, em especial as de micro, pequeno e médio portes. O CIEB também atua na articulação com instituições parceiras, como SESI, SENAI, IEL e Sebrae, com as quais busca soluções para as demandas identificadas. Além disso, tem promovido e apoiado ações de capacitação, rodadas de negócios e cafés empresariais em municípios de várias regiões da Bahia. Nesta entrevista, o presidente da instituição, Reginaldo Rossi, fala sobre a importância do associativismo e da união do empresariado para a defesa de interesses comuns e aponta os principais objetivos do CIEB para 2015.

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Qual o balanço que da atuação do CIEB em 2014? O ano de 2014 foi bastante difícil. Começamos o ano com a campanha eleitoral e com todas as implicações que ela impõe. Em meados de agosto, esse processo foi encerrado e tomamos posse. Com a perda do nosso presidente Carlos Gilberto, em novembro, assumi a presidência, conforme rege o estatuto do CIEB. Nosso companheiro Jorge Cajazeira assumiu a 1ª vice-presidência, seguido dos nossos amigos Carlos Cohim e Roberto Fiamenghi. Em face do processo eleitoral, todos os trabalhos do CIEB praticamente ficaram desativados até agosto. Apenas os negócios existentes foram mantidos. Após agosto, entretanto, diante de um novo horizonte, retomamos a rotina de trabalho. Nos poucos meses de atuação, os resultados foram bastante positivos. Fechamos 2014 com um aumento de 14% sobre a nossa base de associados, especialmente entre micro, pequenas e médias empresas (MPME). Além disso, apoiamos a realização de 26 eventos no estado, com a capacitação de mais de 780 funcionários das indústrias nas mais diversas regiões. De acordo com pesquisa realizada, nosso índice de satisfação foi de 95%. Quais as perspectivas para 2015? A situação conjuntural é bastante preocupante. Entretanto, estamos otimistas com relação à atuação do CIEB. Com o lançamento do Programa de Desenvolvimento Industrial (PDI), que deve ser implementado em 2015, teremos a responsabilidade de levar o programa para as MPME e, com a experiência e garra de nossa equipe, com certeza os resultados serão positivos. Para este ano, nossos objetivos são bastante audaciosos. Buscaremos um crescimento de 69% sobre a nossa base de associados, o que representa o ingresso de cerca de 450 novas empresas. Já estão programados 57 cursos de capacitação, rodadas de negócios e cafés empresariais. Também queremos levar missões internacionais para algumas cidades do interior. Neste sentido, estamos discutindo com o Centro Internacional de Negócios (CIN/FIEB), a realização de visitas de missões internacionais a cidades do interior, para que a possibilidade da internacionalização seja uma realidade também para as MPME. Além disso, vamos promover reuniões com lideranças de todas as regiões do estado a fim de estreitar o relacionamento do Sistema FIEB com a indústria. Orientamos nosso pessoal para que sintam os problemas dos empresários e continuem sensíveis


a qualquer reivindicação, da mais simples à mais complicada, pois só assim poderemos aperfeiçoar o nosso entendimento e encontrar solução para os problemas das empresas industriais na Bahia. De que forma o CIEB tem contribuído para atender as principais diretrizes estabelecidas pela diretoria da FIEB, como o apoio às MPME e a interiorização? No final de 2014 contratamos mais dois colaboradores para atender especificamente o interior. Agora dispomos de uma equipe mais qualificada e pronta para atender e apoiar os empresários, com especial atenção para micro, pequenas e médias empresas. Hoje vivemos em contato frequente com a indústria, levantando suas principais demandas. Entre as ações, nossa equipe vai levar o PDI para o interior do estado. Além disso, temos programados cursos de capacitação do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) e também estamos atuando no fortalecimento das cadeias produtivas. Quais os principais entraves enfrentados? A extensão territorial da Bahia é um complicador, mas pode ser contornada com a contratação de pessoal e com o uso da tecnologia, a fim de encurtar a distância no relacionamento. Todavia, o que mais me preocupa é a falta de consciência associativa de parte do nosso empresariado, seja na indústria, no comércio ou na prestação de serviços. Temos de sensibilizar nossos industriais de que a única forma de superarmos as adversidades é com união, coesos em torno de uma causa. É preciso Angelo Pontes / Coperphoto Sistema FIEB

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que eles entendam que tudo que o CIEB faz tem como único objetivo beneficiar a indústria. Como o CIEB atua para ampliar o número de empresas associadas? O CIEB tem atuado no interior do estado de forma a encurtar a distância existente entre o Sistema FIEB e a indústria. Estamos presentes no dia a dia das indústrias, entendendo suas dificuldades e buscando soluções com instituições integrantes do Sistema FIEB – SESI, SENAI e IEL – e outros parceiros, como o Sebrae. Com ações como treinamentos, capacitações, rodadas de negócios e missões internacionais, temos obtido um bom nível de penetração no mercado e, como consequência, estamos conseguindo trazer novas associadas para o Sistema FIEB. Quais os benefícios oferecidos às empresas associadas? Atualmente, contamos com convênio com as instituições do Sistema FIEB. O SESI disponibiliza para as nossas associadas condições diferenciadas nos serviços de Saúde e Segurança no Trabalho, Lazer, Odontologia e Educação, além do apoio em consultorias em Normas Regulamentadoras. Já o SENAI oferece descontos em cursos de aprendizagem e qualificação profissional, além de consultorias com condições diferenciadas. O IEL concede benefícios nos serviços de Estágio, Capacitação Empresarial e projetos especiais como o de Qualificação de Fornecedores. Com a parceria com o Sebrae, conseguimos subsídios em projetos para as nossas associadas, além de palestras , cursos e consultorias, também com custos diferenciados. 8  Bahia Indústria

Estamos presentes no dia a dia das indústrias, entendendo suas dificuldades e buscando soluções com instituições integrantes do Sistema FIEB – SESI, SENAI e IEL – e outros parceiros, como o Sebrae

Uma novidade para 2015 é a rede de parceiros. Em que consiste este projeto? O projeto consiste em estruturar parcerias com empresas estratégicas que possam oferecer produtos e/ ou serviços de interesse das associadas ao CIEB, com valores diferenciados dos praticados no mercado, fazendo com que as empresas associadas e seus funcionários desfrutem de descontos e condições especiais. Como exemplo, podemos citar a Serasa, que vai colocar à disposição das nossas associadas a Certificação Digital com desconto de 10%. Contamos com parcerias com farmácias, academias de ginástica, cinemas e empresas de locação de automóveis. Também estamos negociando o ingresso de uma rede de supermercados para oferecer ao industriário baiano a compra da cesta básica em condições diferenciadas. Nossa previsão é que esse projeto seja lançado em março. Como o CIEB tem atuado na defesa de interesses da indústria? A defesa de interesses tem sido desenvolvida pelo CIEB e representa um importante benefício para o setor industrial baiano. Temos especial preocupação com relação aos distritos industriais do interior da Bahia. Por isso, procuramos discutir o assunto com o governo do estado, que tem se mostrado sensível ao problema. Temos insistido sobre a necessidade de mantermos os distritos industriais estruturados, com pavimentação, iluminação e segurança, para que as indústrias já instaladas tenham a segurança necessária para as operações do dia a dia e também para que outras indústrias se instalem, trazendo mais emprego e renda para as diversas regiões do estado. Outra questão à qual estamos atentos é quanto à implantação do Porto Sul.

Qual a importância do associativismo para as empresas do setor industrial? Fica mais fácil aprimorar o negócio quando interagimos com os nossos parceiros. Por exemplo, quando nos aliamos aos nossos colegas de segmento para obter cursos de capacitação para os nossos funcionários, para a compra de produtos com preços mais competitivos, para lutar na defesa dos nossos negócios, para discutir mudanças de normas e leis. É bem melhor atuar na cadeia produtiva quando trocamos experiências com as nossas congêneres. Dessa troca extraímos novas ideias. Por outro lado, é preciso que tenhamos a exata consciência das dificuldades que enfrentaremos ao longo de 2015. É preciso ter uma visão muito realista e sem romantismos da posição adotada pelos setores públicos de repassar ao setor produtivo o custo da ineficiência. Mais ainda, é necessário que entendamos que se depender dos governos, seremos forçados a absorver mais impostos, mais contribuições compulsórias, mais responsabilidades com segurança, transportes, educação, saúde, mais responsabilidades trabalhistas, enfim. É preciso que cada um de nós diga não aos abusos que historicamente enfrentamos e tenhamos a exata noção da nossa importância enquanto geradores de emprego, renda e de riquezas para o país. E só existe uma fórmula para enfrentarmos isso: temos de estar juntos num só objetivo. Associativismo não é só a união de pessoas. Associativismo é a identificação e conjugação de ideias e a luta conjunta na busca de objetivos comuns, sempre visando a melhoria. [bi]


circuito

por cleber borges

Brasileiro espera liquidações para comprar

Em competitividade Brasil só ganha da Argentina

O brasileiro é cauteloso na hora de adquirir bens de maior valor, como eletrodomésticos, eletrônicos, móveis e veículos. Nove em cada dez pessoas (91%) comparam preços antes de realizar a compra e 64% esperam o período de promoções para comprar. A pesquisa Retratos da Sociedade - Perfil do Consumidor Brasileiro, feita pela CNI com 15.414 pessoas, em 727 municípios, mostra que o preço baixo é o fator mais relevante para definir a compra de um produto (56%). Em segundo lugar, aparece a qualidade e durabilidade do produto (49%).

Apesar dos pequenos avanços em disponibilidade e custo da mão de obra, peso dos tributos e na microeconomia, o Brasil continua em penúltimo lugar no ranking da competitividade, quando comparado a outros 14 países concorrentes. Na avaliação de oito fatores decisivos para as empresas conquistarem os mercados interno e externo, ele só fica à frente da Argentina por ter retrocedido em infraestrutura e na macroeconomia. A conclusão é do estudo anual Competitividade Brasil 2014, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esta é a quarta edição do estudo e o Brasil sempre se mantém na mesma posição na lista que, além da Argentina, inclui Colômbia, México, Polônia, Turquia, Índia, Rússia, África do Sul, Chile, China, Espanha, Austrália, Coreia do Sul e Canadá.

Intenção de investir é a menor em cinco anos No ano passado, 78,1% das empresas industriais planejaram fazer algum tipo de investimento. Destas, só 41,4% realizaram os investimentos como planejado e 9,2% adiaram os projetos por tempo indeterminado, especialmente por causa das incertezas em relação à economia. Em 2015, só 69,3% das empresas pretendem fazer algum tipo de investimento. O número é 8,8 pontos percentuais inferior ao de 2014.

Queda em infraestrutura e macroeconomia

Inflação passou a ser um problema Uma parcela maior da população passou a ver a inflação como um problema. É o que mostra pesquisa feita pelo Ibope para a CNI, em dezembro de 2014, com 2.002 pessoas de 142 municípios. Em 2012, 12% da população apontavam o controle da inflação como uma das três principais prioridades. Em 2014, o percentual subiu para 29% e empata com o combate à violência e à criminalidade (29%) e fica atrás apenas da melhoria dos serviços de saúde (51%).

“Menos impostos sobre o emprego encorajariam os negócios a contratar mais pessoas. E mais impostos sobre os produtos incentivariam a reciclagem e a diminuição de resíduos.” Paul Gilding, professor de Sustentabilidade da Universidade de Cambridge e ex-presidente da ONG Greenpeace.

No topo da lista, aparece o Canadá, seguido pela Coreia do Sul e a Austrália. Apenas nos fatores disponibilidade e custo de mão de obra e em tecnologia e inovação, o Brasil não está no terço inferior do ranking, ou seja, entre a 15ª e a 11ª posição, constata o estudo. No fator disponibilidade e custo de mão de obra, o Brasil passou do sétimo lugar, em 2013, para o quarto em 2014; no de peso de tributos, saiu da 14ª posição para a 13ª em 2014. No quesito ambiente microeconômico, subiu do 13º para o 11º lugar. Entretanto, na infraestrutura, recuou da 13ª para a 14ª posição. No ambiente macroeconômico, caiu do 10º para o 12º lugar.

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sindicatos Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Sindiplasf tem novo presidente O Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, Odontológicos, Veterinários, Linha de Montagem de Produtos Afins de Feira de Santana e Região (Sindiplasf) está sob nova presidência. O vice-presidente, o empresário Luiz da Costa Neto, assumiu a liderança da entidade após a saída, em outubro, do presidente Serafim Felix da Silva, que alegou questões pessoais para o afastamento. O mandato da atual diretoria segue até agosto deste ano.

Sindicatos trocam experiências O empresário Marcos Regis (C) segue à frente do Simagran até 2017

Simagran reelege diretoria Reeleita para mandato até 2017, a diretoria do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos (Simagran-BA) tomou posse dia 16 de dezembro. O presidente da entidade, Marcos Regis, afirma que um dos principais desafios para os próximos anos é superar a crise financeira mundial. Capacitação, ampliação do número de associados, interiorização e fomento à exportação também estão no foco desta gestão. “Cabe ao Simagran estimular as empresas para que possam crescer e galgar novos mercados de forma competitiva, impulsionando o setor”, destaca Regis, explicando que a Bahia é o maior polo em potencial de rochas do mundo, em diversidade, dureza e com recursos abundantes.

2º CaféTEC reúne empresários em Ilhéus • Com o objetivo de discutir demandas em TIC, eletroeletrônica, Lei do Bem e fontes de financiamento, o Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares de Ilhéus e Itabuna (Sinec), em parceria com o SENAI, promoveu, em novembro, em Ilhéus, o 2º CaféTEC. O encontro reuniu empresários do setor para debater temas importantes para o desenvolvimento econômico e tecnológico da região.

Pedro Augusto/Coperphoto/Sistema FIEB

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Executivos sindicais participaram, dia 26 de novembro, na FIEB, da mesa-redonda Como alavancar a gestão do sindicato?, com troca de experiências e apresentação de boas práticas do executivo do Simmmeb-SC, Maurício Rossa, e do Simagran-BA, Bruno Reis. O executivo baiano também foi convidado para evento semelhante realizado pela Federação das Indústrias da Paraíba (FIEP), em Campina Grande. Já o presidente do Sindileite-BA, Paulo Cintra, participou em dezembro de duas mesas-redondas para dirigentes sindicais, promovidas pela FIEP, em Campina Grande (dia 10), e João Pessoa (dia 11). Reuniões itinerantes, parcerias, fortalecimento das ações de comunicação e disseminação de conhecimento aos laticinistas foram algumas das estratégias citadas. Os encontros integram o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), desenvolvido pela CNI.

Sindpacel comemora 60 anos Para comemorar seus 60 anos, o Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose (Sindpacel) e indústrias associadas publicaram um caderno especial no jornal A Tarde, no dia 13 de dezembro. O material destacou as expectativas para 2015 e os novos investimentos previstos pelas indústrias do setor no sul da Bahia. Para o futuro, Jorge Cajazeira, presidente do sindicato, espera manter as conquistas alcançadas pela atual diretoria e tem foco no diálogo com empresas, sindicatos, federações e confederações.


Marcelo Gandra/Cooperphoto/Sistema FIEB

FIEB amplia sindicatos filiados A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) passou a contar com mais uma entidade sindical em seu quadro de filiados. Em dezembro, foi aprovada a filiação do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado da Bahia (Sipaceb), de base intermunicipal. Fundado em 1989, o sindicato possui 42 indústrias filiadas em seu quadro de associados, é presidido pelo empresário Artur Quintans de Souza e chega para juntar-se aos demais sindicatos no fortalecimento da representatividade do setor industrial baiano. A FIEB conta agora com 44 sindicatos filiados.

Vice assume presidência do Sindaçúcar O Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool (Sindaçúcar-BA) tem novo presidente. O empresário Luiz Carlos Cavalcanti, das Usinas Santa Maria e Santa Cruz, assumiu o cargo após o falecimento do presidente Carlos Gilberto Farias, em novembro. A proposta é dar continuidade às ações de representação da indústria açucareira e defesa de interesses do setor. “Lamentamos assumir nesta circunstância. Carlos Gilberto foi um grande batalhador pela causa, um trabalhador incansável pelo setor em todo o Nordeste. Vamos continuar os trabalhos pelo engrandecimento da indústria sucroalcooleira”, destacou. Haroldo Abrantes/Coperphoto/Sistema FIEB

Número de participantes do evento aumentou 42% em relação a 2013

Sinduscon promove 8ª edição dos Jogos da Construção Mais de 2 mil trabalhadores de 13 empresas associadas ao Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-BA) participaram da 8ª edição dos Jogos da Construção, realizado nos dias 29 e 30 de novembro, no SESI Simões Filho. O número representa um aumento de 42% no total de participantes em relação a 2013. Promovido desde 2007, em parceria com o SESI, os jogos contemplam 14 modalidades esportivas, como atletismo, futebol, futsal, baleado, jogos de tabuleiro, natação e tênis. “Esta é uma oportunidade de se conviver em equipe, assim como queremos que seja no ambiente de trabalho”, destacou o presidente do Sinduscon, Carlos Henrique Passos.

Jovem Aprendiz é tema de seminário em Salvador, promovido pelo Sindisabões

Sinprocim certifica trabalhadores Os 29 participantes do Curso de Tecnologia de Concreto e Argamassa, promovido pelo Sindicato das Indústrias de Produtos de Cimento (SinprocimBA), foram certificados no dia 22 de novembro. Realizado em parceria com o SENAI, o curso foi voltado para funcionários do setor de laboratório e produção de concreto das empresas.

Para discutir a Lei da Aprendizagem, foi realizado, em dezembro, na sede da FIEB, o seminário Jovem Aprendiz: Desenvolvimento profissional na empresa ou imposto com encargos trabalhistas?. A iniciativa do Sindisabões-BA colocou lado a lado entidades empresariais, SENAI e Ministério do Trabalho e Emprego. “É preciso aperfeiçoar a lei e isso pode ser feito por meio da atuação das entidades de representação, como a FIEB e os sindicatos”, pontuou Juan Lorenzo, presidente do sindicato. O seminário contou com a presença do Superintendente do SENAI, Leone Peter, da Superintendente Regional do Trabalho e Emprego, Isa Simões, e da coordenadora de Aprendizagem da SRTE-BA, Marli Pereira, que explicou como o Programa Jovem Aprendiz pode ser uma forma de desenvolvimento profissional na empresa.

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Ricardo Alban preside Conselho do Sebrae Bahia Nova diretoria da instituição é formada pelo superintendente Adhvan Furtado e pelos diretores Lauro Ramos e Franklin Santos Por Cleber Borges e Rafael Pereira

O

presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Antônio Ricardo Alban, tomou posse na presidência do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia (CDE), no dia 12 de janeiro, em solenidade na sede da FIEB. Na ocasião, foi empossada a nova diretoria da instituição, formada pelo ex-executivo de estratégia do SENAI Cimatec, Adhvan Furtado, que assumiu o cargo de superintendente, e pelos diretores Lauro Ramos e Franklin Santos. A nova composição, que comandará a instituição pelos próximos quatro anos, foi eleita no dia 17 de novembro, durante reunião do CDE, no Sebrae Bahia. Presidente do Conselho do Sebrae Bahia para o biênio 2015/2018, Antônio Ricardo Alban destacou que o foco da sua gestão será a interiorização do desenvolvimento econômico, a partir da diversificação e aumento da competitividade da pequena indústria, com o intuito de promover o dinamismo da economia do estado. “Desde já, colocamos para essa nova gestão metas desafiadoras na elaboração de projetos, de modo a sermos eficientes na captação de novos recursos junto ao SEBRAE Nacional, buscando manter uma gestão proativa para o desenvolvimento dos pequenos negócios em todo o nosso Estado”, adiantou.

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“O caminho que adotaremos em nossa gestão é o de continuar investindo na sinergia e convergência dos objetivos comuns às entidades que compõem o Conselho Deliberativo do SEBRAE Bahia: SEBRAE Nacional, Governo Estadual - SICM, FIEB, Fecomércio, Faeb, IEL, CDL, Faceb, Ufba, Caixa, BNB, BB e Sudene. Juntos, sempre seremos mais fortes”, esclareceu Alban. Somando esforços de todas as entidades integrantes do CDE, ele pretende fortalecer a cultura empreendedora no estado e estimular a ação de potenciais empresários. O novo superintendente do Sebrae/BA, Adhvan Furtado, concordou com Alban, chamando atenção para a importância do trabalho feito pelo Sebrae para o desenvolvimento econômico da Bahia. “O País possui cerca de 9 milhões de micro e pequenas empresas. Na Bahia, são 504 mil. É um desafio e uma grande responsabilidade estar à frente de uma instituição como o Sebrae, que realiza, somente no Estado, quase 150 mil atendimentos ao ano”, avaliou. O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária da Bahia, João Martins da Silva Junior, que até então presidia o CDE/Sebrae, fez uma avaliação positiva de sua gestão e, em tom bem humorado, disse que entregava a Antônio Ricardo Alban “uma

Cerimônia de posse da nova diretoria da entidade foi realizada na sede da Federação das Indústrias


Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

O caminho que adotaremos em nossa gestão é o de continuar investindo na sinergia e convergência dos objetivos comuns às entidades que compõem o Conselho Deliberativo do SEBRAE Bahia. Juntos, sempre seremos mais fortes Ricardo Alban, presidente da FIEB e do Conselho do Sebrae

estrutura que funciona tão bem quanto uma Ferrari.” Já o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, James Correia, presente à solenidade representando o governador do estado, Rui Costa, destacou o perfil do novo superintendente, Adhvan Furtado, um técnico jovem e com sólido conhecimento sobre o universo das micro e pequenas empresas. Durante o evento, foi empossado também o novo Conselho Fiscal do Sebrae/BA, formado pelos titulares Almir Mendes de

Carvalho Neto, Mauro Ricardo de Freitas Souza e Ângela Góes Neiva. Compõem a suplência Sérgio Pedreira de Oliveira Souza, Carlos Antonio Borges Cohim Silva e Luiz Carlos Maciel Calmon de Almeida. Estiveram presentes, também, à cerimônia, a secretária municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Emprego, Andrea Mendonça, representando o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhaes Neto e o presidente da Fecomércio, Carlos Andrade, entre outras autoridades. [bi] Bahia Indústria  13


Energia da Chesf e impostos preocupam FIEB Federação pede solução nos contratos da Chesf com indústrias eletrointensivas e defende redução de gastos públicos Por cleber borges

O

veto presidencial ao dispositivo da Medida Provisória nº 656, que autorizava a prorrogação de contratos existentes, há mais de 40 anos, entre a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e empresas eletrointensivas da Bahia, Alagoas e Pernambuco, ameaça a moderna indústria de base do Nordeste e o próprio desenvolvimento da região. A avaliação é do presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Antonio Ricardo Alban. A FIEB foi uma das três federações de indústria signatárias de uma Nota Pública, na qual chamou atenção para os riscos à competitividade regional, caso não sejam prorrogados os contratos de fornecimento

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de energia com a Chesf, que terminam em junho próximo. As duas outras entidades foram as Federações das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) e de Alagoas (Fiea). Na nota, as três Federações ponderam que a prorrogação dos contratos proporciona um ciclo virtuoso, pois garante a continuidade da produção da indústria de base do Nordeste. Outro aspecto enumerado é que a Chesf venderia essa energia ao setor industrial por um preço três vezes superior

ao que será obrigada a vender às distribuidoras. O presidente da FIEB lembra que, enquanto diversos países criaram políticas para aumentar a competitividade da energia elétrica consumida pela indústria – haja vista a forte redução do seu custo no mercado internacional, com a queda do preço do petróleo e o crescimento da oferta do gás de xisto nos Estados Unidos – o veto à MP vai na contramão dessa tendência. Isso compromete o em-


MARCELLO CASAL JR/ABR

Fazenda não deve fazer ajuste de forma isolada

Rede de distribuição de energia da Chesf prego, a arrecadação de impostos e a permanência de um segmento que reduz as desigualdades entre o Nordeste e as regiões mais ricas. Para Antônio Ricardo Alban, o Nordeste não pode ser penalizado com a interrupção dos contratos com a Chesf. Entretanto, disse estar confiante em uma solução que atenda ao pleito da indústria. “Tenho plena convicção de que se encontrará uma solução negociada, de modo a evitar a migração dessas indústrias para outros países”.

Ao avaliar as medidas de ajuste fiscal anunciadas neste início de segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, Antonio Ricardo Alban lembrou que a iniciativa privada tem plena consciência da necessidade de o país ajustar suas contas e de combater a inflação. Contudo, é imprescindível que o ajuste não seja um ato adotado isoladamente pela Receita, como tem sido a prática até agora. O governo, afirma, não deveria anunciar aumento de impostos sem, concomitantemente, apresentar de forma clara, à sociedade, metas para reduzir suas despesas correntes. Para o presidente da FIEB, o simples contingenciamento do orçamento não significa uma efetiva ação de ajuste fiscal no que diz respeito às despesas. “O setor produtivo e, em última instância, o consumidor, não podem ficar com o ônus exclusivo desse ajuste”. O pacote com aumentos de impostos, anunciado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, incluiu a volta da cobrança da Cide sobre combustíveis, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no crédito para pessoa física e do PIS/Cofins sobre importados e sobre os combustíveis, além do aumento do PIS no segmento de cosméticos. A alíquota do IOF, que incide sobre as operações de crédito para o consumidor, passará de 1,5% para 3% ao ano. Esse valor será cobrado além dos 0,38% que incide na abertura das operações de crédito. Com essa medida, o governo espera arrecadar R$ 7,38 bilhões neste

ano. Na avaliação do presidente da FIEB, a alta do custo do crédito no país, que já é extremamente elevado, deverá trazer impacto negativo à indústria, sobretudo na fabricação de bens duráveis (automóveis, linha branca – geladeiras, fogão, máquina de lavar – TVs, etc.). Em relação à elevação do PIS, da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis, que segundo a Fazenda terá o impacto de R$ 0,22 no litro da gasolina e de R$ 0,15 para o diesel, o efeito esperado não se limitará ao encarecimento do transporte individual e coletivo. Também aumentará os custos com transporte/frete para a indústria, que precisará repassá-los, em grande medida, para os preços dos seus produtos. O PIS e a Cofins terão alta imediata, mas o aumento da Cide só terá validade em maio. Por sua vez, a elevação do PIS/ Cofins sobre as importações, cujas alíquotas passarão de 9,25% para 11,75%, segundo a Fazenda, é para compensar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que excluiu o ICMS das importações. É uma medida de caráter corretivo, segundo Antonio Ricardo Alban, a partir do momento em que se dá um tratamento isonômico entre a produção doméstica e o produto importado. “Porém, é bom destacar que a isonomia poderia se dar de maneira diferente, reduzindo-se a carga sobre a produção nacional”, afirma. [bi] Bahia Indústria  15


Estudantes do ISI de Automação trabalham no desenvolvimento de um protótipo

vanguarda tecnológica Institutos de Inovação do SENAI Cimatec estão permitindo a realização de pesquisas avançadas em áreas como automação e logística Por rafael pereira

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marcelo gandra/Coperphoto/Sistema FIEB

onstruir um robô submarino autônomo para fazer inspeção em instalações submersas de produção de petróleo. De forma bastante resumida, este é o objetivo do projeto Flatfish, desenvolvido pelo Instituto SENAI de Inovação em Automação da Produção, a pedido do BG Group (empresa inglesa de exploração de petróleo, parceira da Petrobras no pré-sal). O projeto conta com um investimento de R$ 28 milhões e deverá ficar pronto em novembro deste ano. Este é apenas um dos 16 projetos desenvolvidos pelo instituto baiano, que, em menos de um ano de atuação, já conta com mais de R$ 40 milhões em projetos contratados. “O Brasil tem um potencial fantástico na área de soluções em automação e robótica, mas acaba comprando muita solução de fora, com alto valor agregado. Por isso, este instituto vem atuar sobre um grande gargalo que há no Brasil: o desenvolvimento de projetos de tecnologia avançada para assegurar a competitividade da indústria brasileira”, explicou o coordenador do Instituto, Herman Augusto Lepikson. O SENAI Bahia tem servido de exemplo para o Brasil quando se fala em serviços tecnológicos e apoio a pesquisas. Além do Instituto SENAI de Inovação em Automação da Produção, o SENAI Bahia dispõe de outros dois ISIs: em Conformação e União de Materiais e em Logística. Juntos, os institutos baianos contam com 21 projetos em andamento, que representam mais de R$ 43 milhões – sem contar os projetos que estão em fase de negociação e, juntos, levam esta cifra para mais de R$ 90 milhões. Neste cenário, a Bahia passa a ser um estado conhecido por gerar tecnologia. Um desdobramento esperado, a partir daí, é a criação de empresas startups de alto valor tecnológico. “No caso do robô contratado pelo BG Group, por exemplo, a empresa tem interesse

na tecnologia do robô submarino autônomo, mas não em produzi-lo. Esta tecnologia deverá ser repassada a uma empresa interessada em vir a produzir tal robô para o mercado mundial”, exemplifica o coordenador dos ISIs, Daniel Motta. O SENAI Cimatec hoje detém também a marca de líder no Brasil em número de projetos e em volume financeiro investido por meio da Embrapii – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial. Dos R$ 180 milhões de projetos em carteira, R$ 103 milhões são referentes a 31 pesquisas desenvolvidas. Entre estes projetos, vale destacar além do Flatfish – o robô submarino autônomo que vai monitorar plataformas em águas profundas –, o da Votorantim Metais, destinado a substituir coque de petróleo por biomassa em caldeiras usadas para produzir níquel.

reconhecimento Novo mecanismo de apoio à inovação, com o desafio de dar suporte aos projetos de maneira descentralizada, a Embrapii tem sido bem recebida pelas empresas, como explica o executivo do SENAI, Luis Alberto Breda. “O principal ponto positivo da Embrapii é a agilidade no processo, com as verbas previamente disponibilizadas. Como a indústria é bem dinâmica, a diminuição da burocracia é um grande ganho. Outro ponto positivo para as empresas é o fato de o governo dividir o risco da inovação, já que a verba destinada não é reembolsável”, destaca. O executivo do SENAI acrescenta, ainda, que a maior prova do sucesso da Embrapii é o número de recompras realizado. As empresas contratam um projeto, ficam satisfeitas com todo o processo e, em geral, iniciam outros. “O Grupo Votorantim, por exemplo, começou com um projeto, hoje tem 11 sendo desenvolvidos no Cimatec. Embraer tem dois”, exemplifica. Iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Embrapii é uma das apostas do Governo Federal para fortalecer a indústria brasileira no atual

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cenário de competição com produtos importados de alto teor tecnológico. O SENAI Cimatec é uma das três instituições nacionais selecionadas para esta empreitada, ao lado do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI) e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), que fizeram parte da Ação Piloto. Atualmente, a rede é composta por 13 unidades Embrapii. Os projetos do Cimatec têm foco de atuação em manufatura integrada, desenvolvendo projetos nas linhas de Ciclo de Vida de Produto, Automação, Robótica e Otimização de Processos. O mo-

delo de financiamento tripartite, no qual empresa privada e governo federal (por meio da Embrapii) entram com recursos financeiros e o SENAI Cimatec com contrapartida não financeira, permite que empresas de menor porte possam participar de iniciativas de inovação tecnológica. Criada pelo governo federal em 2012, a Embrapii é inspirada na Sociedade Fraunhofer, da Alemanha, a maior organização de pesquisa aplicada da Europa, encarregada de selecionar e credenciar instituições, identificar áreas de pesquisa e repassar recursos dos ministérios.

O Brasil tem um potencial fantástico na área de soluções em automação e robótica, mas acaba comprando muita solução de fora, com alto valor agregado. Por isso, este instituto vem atuar sobre um grande gargalo Herman Augusto Lepikson, coordenador do Instituto de Automação da produção

Cimatec industrial atende demanda reprimida no Brasil Para solucionar um grande gargalo no Brasil de centros tecnológicos com características industriais, o SENAI está implantando, em Camaçari, o Cimatec Industrial. As obras devem ser iniciadas este ano, com orçamento previsto de R$ 80 milhões – sendo R$ 12 milhões somente para a primeira etapa, que tem conclusão prevista para 2017. O motivo da sua criação vem de uma necessidade nacional. De um lado, as universidades realizam pesquisas que, na maioria das vezes, nem saem da academia para o mercado. Do outro, as empresas têm suas estruturas voltadas para a produção, com raras exceções que dispõem de plantas piloto. O Cimatec Industrial ocupará este espaço intermediário, dando o suporte à inovação, principalmente na fase pré-competitiva do desenvolvimento de produtos ou processos. Com abrangência nacional e estrutura voltada para demandas industriais que requerem condições de controle e operação especiais, o projeto consiste em implantar um centro de P&D&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) em ambiente industrial, com foco no escalonamento de produção (scale-up), testes de grande porte, plantas piloto e desenvolvimento de protótipos em escala real, apoiando todo o processo de 18  Bahia Indústria

desenvolvimento tecnológico e inovação industrial. Estas atividades não devem ser realizadas dentro de ambientes urbanos e, portanto, requerem uma localização compatível, como explica a gerente do SENAI, Patricia Evangelista. “A escolha do Pólo Industrial de Camaçari se deve à necessidade de implantação em área com características adequadas para operações industriais em função dos serviços e testes de grande porte, que serão realizados no espaço”, adianta. O Cimatec Industrial terá infraestrutura capaz de suportar demandas já identificadas, como por exemplo: energia eólica (testes e desenvolvimento de pás de aerogeradores), conformação mecânica (validação de processos que demandam grandes equipamentos, como, por exemplo, prensas de mil toneladas), naval e off shore (desenvolvimento, testes e certificação de equipamentos), automotiva (crash test, estudos aerodinâmicos), elétrica (desenvolvimento, testes e certificação de componentes, máquinas, equipamentos de distribuição, proteção e controle), química, petroquímica e biotecnologia (scale-up de plantas, desenvolvimento e validação de processos), petróleo e gás (projeto, prototipagem, teste e certificação de equipamentos).


Perfil ISI Automação » O ISI em Automação tem uma equipe de 34 colaboradores. Atualmente, o instituto conta com 16 projetos em desenvolvimento, que representam investimento de mais de R$ 40 milhões. Este ISI visa o desenvolvimento de processos, produtos e métodos, bem como a integração de sistemas, para fornecer aos clientes aplicações funcionais e produtos inovadores. Seu escritório técnico fica no CIMATEC 3 e sua infraestrutura é complementada pelos laboratórios afins do CIMATEC.

ISI Logística »Este ISI foi recém-criado e conta com quatro colaboradores. Com um projeto contratado no valor de R$ 1,4 milhões, este Instituto está em fase de negociação de outros dois projetos, que, juntos, representam investimentos de cerca de R$ 40 milhões. O objetivo deste ISI é estabelecer competência avançada em logística empresarial, movimentação de material e mobilidade. Localizado no CIMATEC 4, ele agrupa os seguintes laboratórios: Centro de distribuição, Logística integrada, Gerenciamento da produção, Simulação e Modelagem computacional, Roteirização e mapeamento digital, Sistemas integrados de gestão, Simulação de movimentação de cargas.

ISI Conformação

Herman Lepikson mostra uma projeção de como vai funcionar o Flatfish

» O ISI em Conformação & União de Materiais tem 19 pesquisadores. Com quatro projetos contratados que representam investimento de R$ 1,4 milhão, este ISI atua no desenvolvimento de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D&I) com a indústria para assegurar competitividade e atualização tecnológica em conformação a quente e a frio e união de materiais. O ISI conta atualmente com os seguintes laboratórios: Conformação Mecânica, União de Materiais, Fundição de Materiais, Caracterização de Materiais, Testes Mecânicos e de Corrosão.

Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB

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Cimatec industrial Geração de Patentes »Um projeto de inovação típico envolve a participação de três a seis pesquisadores, custos da ordem de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões e duração de um ano e meio a três anos. Nesse contexto, a unidade tem como meta a realização adicional de 30 projetos de inovação de alta complexidade por ano, o que deve gerar, em média, 60 novos pedidos de patente/ano, colocando a Bahia em uma posição de destaque no cenário nacional.

Desenvolvimento de novos negócios »Um dos grandes diferenciais viabilizados no processo de incubação ou operacionalização de plantas piloto é a condição das empresas produzirem seus primeiros lotes de fabricação, utilizando capacidades produtivas compartilhadas. A criação do Cimatec Industrial permitirá, portanto, aos novos empreendedores, testarem suas ofertas no mercado, antes de realizarem os investimentos produtivos definitivos, reduzindo assim os riscos associados.

Aceleração do processo de desenvolvimento tecnológico e transferência para a indústria » Contribuirá para a aproximação da produção científica e tecnológica – não só do SENAI, mas de todas as instituições de ciência e tecnologia baianas – com o ambiente industrial baiano, regional e nacional.

Competitividade industrial, com geração de emprego e renda » Como consequência final, os resultados gerados possibilitarão maior competitividade à indústria baiana, o que implicará na geração de novos postos de trabalho qualificados.

Técnico opera equipamento do instituto de pesquisa avançada em logística

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Faculdade SENAI entre as melhores do NE Instituição de ensino superior obtém a melhor avaliação do IGC-MEC no Norte-Nordeste

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ntegrante do Sistema FIEB, a Faculdade SENAI Cimatec foi considerada a melhor instituição de ensino superior do Norte-Nordeste, dentre todas as universidades públicas e privadas, faculdades e centros universitários, na avaliação divulgada pelo Ministério da Educação (MEC), em dezembro de 2014. A avaliação tomou por base os resultados do Índice Geral de Cursos (IGC), utilizado pelo MEC para determinar a qualidade das instituições de ensino superior (IES) do país. Com o conceito 3,76 no IGC, a Faculdade SENAI Cimatec também foi avaliada, pelo terceiro ano consecutivo, como a melhor instituição de ensino superior da Bahia. Atualmente, a instituição caminha para se transformar em Centro Universitário (ver nota na página 30), o que lhe permitirá mais autonomia para efetuar a criação de cursos. O IGC possui faixas de conceito de zero (sem conceito) até 5, sendo uma média ponderada que leva em conta as notas de reconhecimento de cursos de graduação, a performance dos alunos da instituição no exame nacional de desempenho de estudantes (Enade), e as notas de avaliação dos programas de pós-graduação stricto sensu (mestrados e doutorados). “Continuaremos trabalhando para, em breve, estar entre as quinze

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melhores instituições de ensino superior do Brasil”, afirmou Alex Álisson, gerente da Faculdade SENAI Cimatec, onde coordena a área de Pós-Graduação e Pesquisa. Agora com avaliação 3,76 no IGC (relativo a 2013 e recentemente divulgado), o SENAI Cimatec, obtém a maior média alcançada em todas as edições do ranking, superando instituições tradicionais, como a PUC-RJ. Para dar uma ideia do que isso significa, somente 18,55% das instituições de ensino superior do país possuem conceito de IGC 4 ou 5. “Voltamos a ter a maior média do Norte e Nordeste, ultrapassando a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Nossa média já supera a da PUC-RIO (média 3,718). Somos a 39ª no país, considerando todas as áreas do conhecimento. E, entre as que possuem foco em engenharia e tecnologia, estamos nacionalmente em 27º lugar”, atestou Alex Álisson. Vale destacar outros resultados obtidos pela Faculdade SENAI Cimatec no IGC. Nas regiões Centro-oeste, Norte e Nordeste, só perde para a UnB (de Brasília); considerando os institutos de ensino superior que, além de graduação, possuem mestrado e doutorado, ocupa a 30ª colocação (considerando todas as áreas do conhecimento); e a 18ª na área de engenharia e tecnologia. [bi]

Alex Álisson: "A meta é estar entre as 15 melhores instituições de ensino superior do Brasil”

Índice Geral de Cursos INSTITUIÇÕES IGC IGC (Contínuo) (faixa)

ITA UNICAMP UFSC

4,5302 5 4,1787 5 4,0151 5

SENAI CIMATEC 3,76 4 A Melhor do Norte e Nordeste PUC-RIO 3,718 4 UFRN 3,6755 4 PUC-RS 3,5656 4 Fonte: INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. (http://portal.inep.gov.br/educacao-superior/ indicadores/indice-geral-de-cursos-igc)

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Unidade integrada amplia atendimento no oeste Principal novidade em Luís Eduardo Magalhães é a oferta do ensino médio dentro da modalidade Ebep Por Marta Erhardt

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primeira unidade integrada do Sistema FIEB no interior do estado já está em funcionamento, com a conclusão da primeira etapa de obras. Desde dezembro, SESI, SENAI e IEL atuam, em Luís Eduardo Magalhães, na nova estrutura construída no loteamento Aroldo da Cruz, onde oferecem serviços de educação e qualificação profissional, capacitação empresarial, apoio à inovação e segurança/saúde do trabalhador. Foram investidos R$13 milhões no complexo, que conta com um prédio do SESI para atendimento nas áreas de Educação e Segurança e Saúde no Trabalho e com um edifício do SENAI, para atendimento na área de educação profissional. O empreendimento conta, ainda, com portaria, central de utilidades e central de resíduos. “O novo equipamento proporcionou mais integração entre as casas que compõem o Sistema FIEB, o que potencializa a atuação no interior, com a articulação das soluções ofertadas para as indústrias”, avalia o gerente do SESI, Henrique Almeida. O empreendimento marca, ainda, uma novidade na atuação do SESI no oeste baiano, com o início das aulas do Ensino Médio Articulado com Educação Profissional (EBEP), modalidade diferenciada de ensino oferecida pelo SESI, que alia a educação básica ao ensino profissional, com duração de quatro anos. O processo seletivo contou com 373 inscritos, sendo 234 aprovados para as 120 vagas oferecidas no município. As instalações da escola João Ubaldo Ribeiro estão em fase de finalização. Também na área de Educação, a instituição conta

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com 160 alunos matriculados em seis turmas de cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA), além de oferecer cursos de educação continuada, como os de inclusão digital e preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O SESI atua, ainda, nas áreas de Vida Saudável e Segurança e Saúde no Trabalho, com serviços como ginástica laboral, exames ocupacionais, campanhas de vacinação e atendimento odontológico. O edifício do SESI conta com oito salas de aula (três em construção), quatro laboratórios, cinco consultórios médicos, dois consultórios odontológicos e Raio-X.

cursos Já o prédio do SENAI é dotado de sete salas de aula, dois laboratórios e galpão para cursos práticos. A instituição oferece cursos profissionalizantes em diversas modalidades. Em 2014, foram realizadas, no município, mais de 1.200 matrículas e, para 2015, a perspectiva é de 2 mil matrículas. O SENAI atua na região nas áreas de Alimentos e Bebidas, Automação, Construção Civil, Segu-

rança do Trabalho, Gestão e Logística, Manutenção, Equipamentos Móveis Industriais (EMI), Processos, Redes e Telecomunicações, Soldagem, Vestuário e Agroindústria, alinhadas com as demandas das indústrias do oeste baiano. De acordo com a coordenadora da área de negócios do SENAI, Dalita Dutkievicz, as áreas de atuação foram definidas a partir das demandas apresentadas por empresários locais. “A unidade será a primeira do SENAI na Bahia a oferecer curso na área de Agroindús-


Divulgação

tria, que vai atender a frigoríficos, laticínios, empresas de beneficiamento de soja e algodão e indústrias de fertilizantes agrícolas”.

IEL O IEL também atua na região, com as linhas de Desenvolvimento de Carreiras e Desenvolvimento Empresarial. O Programa de Estágio e Formação de Talentos, por exemplo, alocou mais de 600 estagiários nas empresas da região em 2014. Para este ano, a meta da instituição é reforçar o atendimento

na área de Desenvolvimento Empresarial, ofertando mais serviços de apoio à inovação, consultorias, treinamentos, capacitações nas áreas de Gestão e Técnica, além de cursos de ensino a distância. “A unidade trouxe mais visibilidade para o Sistema FIEB. A nova infraestrutura proporcionou uma relação mais próxima com clientes e parceiros. Agora podemos ofertar melhor atendimento a empresários e comunidade acadêmica”, avalia o coordenador do IEL na região, Marco Antonio Cordeiro. [bi]

Estrutura oferece serviços do SESI, SENAI e IEL em Luís Eduardo Magalhães

Outras unidades O Sistema Fieb está investindo R$ 64,6 milhões na construção de outras quatro unidades integradas. Em Barreiras, a obra está na etapa de acabamento. Em Vitória da Conquista, está em fase de construção das edificações, enquanto em Ilhéus os operários finalizam a etapa de terraplenagem. Já a obra de Juazeiro tem início previsto para o segundo semestre deste ano.

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FIEB transforma três comitês em conselhos Mudança tem o objetivo de promover o trabalho continuado dos grupos de Jovens Lideranças Industriais, Portos e Petróleo, Gás e Naval Rafael Martins/Arquivo Sistema FIEB

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ara dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelos comitês de Jovens Lideranças Industriais, Portos e Petróleo, Gás e Naval, a diretoria da FIEB decidiu transformar os três grupos de trabalho em conselhos temáticos. A mudança já entrou em vigor, por meio de portaria, e tem o objetivo de promover um trabalho continuado com os grupos. “Comitê dá a ideia de algo momentâneo, temporário. Com a mudança de comitê para conselho, a diretoria da FIEB, de forma estratégica, mostra que tem preocupação com os três temas, reconhece a relevância do trabalho que os grupos vêm desenvolvendo e cria um cenário de acompanhamento/ assessoramento constante”, explicou o superintendente de Desenvolvimento Industrial da FIEB, Marcus Verhine.

Prioridades

Marcus Verhine destaca que a mudança reconhece a relevância do trabalho que os grupos vêm desenvolvendo

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Seguindo a orientação de continuidade dos trabalhos, o coordenador do conselho de Petróleo, Gás e Naval, Humberto Rangel, manteve o Programa de Ação (PA) do grupo para o biênio 2014-2015, que indica cinco objetivos prioritários: elevar a produção de petróleo, gás e naval no estado da Bahia; fortalecer o segmento de fornecedores de bens e serviços voltados para as cadeias de petró-

leo, gás e naval; contribuir para a qualificação de mão de obra da indústria de óleo, gás e naval; implantar uma agenda de competividade para o segmento Petroquímico na Bahia e fortalecer a infraestrutura do Estado. O mesmo acontece com os outros dois conselhos. O grupo que trata da temática Jovens Lideranças Industriais, coordenado por Nayana Carvalho Pedreira, foi criado, como comitê, em 2012. A mudança promovida pela diretoria da FIEB não irá alterar os objetivos do grupo, que contribui para a formação de lideranças empresariais e para aproximar os jovens empresários das entidades que compõem o Sistema FIEB. O conselho busca também envolver os jovens empreendedores nas ações que visem ampliar a representatividade da indústria baiana e preparar jovens lideranças para exercerem, no futuro, papel relevante no setor. O coordenador do Conselho de Portos, Sérgio Faria, explicou que, rigorosamente, o grupo e sua filosofia não sofrerão alterações. “Não houve mudança na lógica de trabalho nem na equipe. Os nossos objetivos e metas continuam os mesmos: tratar da temática portos de maneira estratégica, considerando a relevância que o assunto merece”, concluiu. [bi]


Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB

Conveniados Confira os sindicatos que já assinaram com o SESI Sindvest – Sindicato da indústria do vestuário Sindratar – Sindicato da Indústria de Refrigeração Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia Sinduscon – Sindicato da Indústria da Construção Simagran – Sindicato da Indústria de Mármore Granito e Similares do Estado da BAHIA

Apoio aos sindicatos

Sigeb – Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado da Bahia

Convênio firmado com o SESI amplia acesso a serviços de saúde, qualidade de vida e segurança

Sindpacel – Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira do Estado da Bahia.

A

ções de melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores da indústria e de auxílio às empresas associadas aos sindicatos patronais para os desafios de mercado são alguns dos objetivos do Convênio de Qualidade de Vida e Educação, que já foi assinado por 19 sindicatos vinculados à FIEB com o Serviço Social da Indústria (SESI). Além de dar acesso diferenciado aos serviços do SESI, o convênio também visa o estímulo ao associativismo e o fortalecimento da atuação na defesa de interesse da indústria. A parceria também assegura a ampliação do atendimento às empresas e prevê serviços a preços subsidiados direcionados aos micro e pequenos empreendimentos optantes do Simples e do Supersimples. O Convênio de Qualidade de Vida e Educação prevê a oferta integrada de programas de educação, saúde, lazer, cultura e responsabilidade social, a exemplo de diagnósticos de nível de escolaridade e saúde, consultas ocupacionais, campanhas de imu-

nização e saúde bucal. A ideia é apoiar as indústrias visando à elevação do nível de produtividade do trabalhador. De acordo com o Superintendente do SESI Bahia, Armando Neto, a meta é firmar parceria com a totalidade dos 44 sindicatos vinculados à FIEB ao longo dos próximos meses. O principal foco desta ação são os serviços de segurança e saúde do trabalhador, que estão diretamente relacionados à produtividade da empresa. “O SESI tem condições de ajudar as empresas a garantir um melhor cuidado com a saúde dos seus trabalhadores, mas também, podemos ajudá-las no atendimento das normas, que estão cada vez mais rigorosas. Este convênio é uma forma que o SESI encontrou de contribuir para o estímulo ao associativismo, já que o benefício é destinado apenas às empresas vinculadas aos sindicatos. Isso também facilita nosso atendimento, pois o sindicato funciona como um guarda-chuva, organizando um coletivo empresarial”, acrescentou Armando Neto. [bi]

Presidente da FIEB e o superintendente do SESI assinam convênio com os presidentes do Sindisabões, Sindcosmetic e Sincar

Sindifite - Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem

Sindiplasba – Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia Sindicer – Sindicato da Indústria da Cerâmica Sindpan – Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Cidade do Salvador Sindisabões – Sindicato das Indústrias de Sabões , Detergentes 4 Produtos de Limpeza em Geral Sinprocim- Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia Moveba – Sindicato da Indústria do Mobiliário da Bahia QuimBahia – Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos e Farmacêuticos Sincar - Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia Sindcosmetic - Sindicato da Indústria de Cosméticos e Perfumaria do Estado da Bahia Sindcerbe – Sindicato das Indústrias de Cervejas e Bebidas em Geral Sindileite – Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Itabuna

Bahia Indústria  25


indicadores  Números da Indústria

Produção anual teve queda de 3,2% na Bahia Retração da taxa anualizada da produção física industrial foi influenciada pelo desempenho dos segmentos automotivo e de informática

E

m novembro de 2014, a taxa anualizada da produção física da indústria de transformação da Bahia foi de -3,2%, uma queda menor em relação à registrada em outubro de 2014 (-4,5%). No ranking dos 14 estados que participam da Pesquisa Industrial Mensal da Produção Física-R¹, do IBGE, quatro apresentaram desempenho positivo: Goiás (3,7%), Mato Grosso (3,5%), Pernambuco (1,5%) e Pará (0,3%). Os outros dez estados registraram resultados negativos: São Paulo (-5,9), Paraná (-5,9%), Rio de Janeiro (-5,0%), Rio Grande do Sul (-4,3%), Minas Gerais (-4,2%), Amazonas (-3,2%), Bahia (-3,2%), Espírito Santo (-2,9%), Ceará (-2,3%) e Santa Catarina (-2,2%). Na Bahia, dos 11 segmentos pesquisados, apenas dois apresentaram resultados positivos: Produtos Químicos (7,4%) e Refino de Petróleo e Biocombustíveis (2,2%). Em sentido contrário, apresentaram retração os segmentos de Equipamentos de Informática (-40,3%), Veículos Automotores (-21,6%), Metalurgia

26  Bahia Indústria

(-9,5%), Minerais não Metálicos (-3,4%), Couro e Calçados (-2,2%), Celulose e Papel (-1,6%), Bebidas (-1,2%), Borracha e Plástico (-0,9%) e Alimentos (-0,2%). Na comparação de novembro de 2014 com igual mês do ano anterior, a produção física da indústria de transformação baiana apresentou queda de 0,6%. Sete dos 11 segmentos pesquisados apresentaram resultados positivos: Couro e Calçados (14,1%), Produtos Químicos (9,6%, com maior produção de acrilonitrila, xilenos, etileno não-saturado, propeno não-saturado e polietileno de alta densidade), Refino de Petróleo e Biocombustíveis (5,3%, com maior produção de óleo

diesel), Bebidas (4,3%), Celulose e Papel (3,0%, maior produção de pastas químicas de madeira e caixas de papelão ondulado ou corrugado), Borracha e Plástico (0,9%) e Alimentos (0,5%). Apresentaram retração os segmentos: Equipamentos de Informática (-49,9%, com menor produção de computadores pessoais de mesa e de computadores pessoais portáteis: laptops, notebook, tablets e semelhantes), Metalurgia (-28,1%, menor fabricação de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre e fios de cobre refinado ou de ligas de cobre), Minerais não Metálicos (-6,3%) e Veículos Automotores (-0,4%).


Tendo em conta o acumulado dos primeiros onze meses de 2014, em comparação a igual período do ano anterior, verifica-se uma queda de 3,1% na produção da indústria de transformação baiana. Tal desempenho foi determinado pelo resultado dos seguintes segmentos: Equipamentos de Informática (-43,2%, menor produção de computadores pessoais de mesa – desktops – e portáteis: laptops, notebook, tablets e semelhantes), Veículos Automotores (-23,3%, menor fabricação de automóveis), Metalurgia (-9,0%, menor fabricação de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre), Minerais não Metálicos (-3,7%), Couro e Calçados (-2,8%), Bebidas (-1,0%) Celulose e Papel (-0,6%) e Borracha e Plástico (-0,4%).

bahia: pim-pf de novembro 2014

Indústria de Transformação

-0,6

-3,1

-3,2

Refino de petróleo e biocombustíveis

5,3

2,6

2,2

Produtos químicos

9,6

7,8

7,4

-0,4

-23,3

-21,6

Veículos automotores Alimentos

0,5 0,4 -0,2

Celulose e papel

3,0

-0,6

-1,6

Borracha e plástico

0,9

-0,4

-0,9

Metalurgia

-28,1 -9,0 -9,5

Couro e Calçados

14,1

-2,8

-2,2

Minerais não metálicos

-6,3

-3,7

-3,4

-49,9

-43,2

-40,3

Equipamentos de Informática

4,3 -1,0 -1,2

Bebidas

EXPANSÃO

Extrativa Mineral

Por outro lado, houve expansão da produção nos segmentos de: Produtos Químicos (7,8%, tendo maior produção de etileno não-saturado, polietileno de alta densidade, amônia, propeno não-saturado, ureia, soda cáustica, misturas de alquilbenzenos ou de alquilnaftalenos e acrilonitrila), Refino de Petróleo e Biocombustíveis (2,6%, maior produção de óleo diesel, óleos combustíveis e gasolina automotiva) e de Alimentos (0,4%). De modo geral, os setores industriais brasileiro e baiano enfrentaram um ano de grande dificuldade com o desaquecimento dos mercados interno e externo. Do ponto de vista estadual, o desempenho negativo do agregado reflete: a queda do segmento de Automóveis (responsável por 8,3% do VTI industrial, em 2012), por conta do mercado nacional de-

Variação (%)

Setores nov14/nov13 Jan-nov14/ dez13-nov14/ Jan-nov13 dez12-nov13

0,3

1,7

1,5

Fonte IBGE; elaboração Fieb/SDI

saquecido, que gerou inclusive a necessidade de se promover férias coletivas para ajuste dos estoques, além do mercado externo em crise, especialmente na Argentina, principal importador dos veículos brasileiros; Metalurgia (responsável por 4,2% do VTI industrial, em 2012), que enfrenta dificuldades com a queda dos preços internacionais das commodities e o aumento dos custos com a energia; segmento de Equipamentos de Informática (responsável por 1,5% do VTI industrial, em 2012), que registra resultados negativos em virtude da queda da demanda ao seu atual mix de produtos, além da concorrência exacerbada. [bi]

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2012 - 2014) 125 120 115 110

2014 2013

105 100 95 90

2012

85

DEZ

NOV

OUT

SET

AGO

JUL

JUN

MAI

ABR

MAR

FEV

JAN

80

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

Bahia Indústria  27


Roberto Abreu/Coperphoto/Sistema FIEB

Educação para estimular a produtividade SESI comemora sucesso do ensino a distância para elevar a escolaridade do trabalhador Por Patrícia Moreira

T

rabalhadores da indústria de 45 empresas da Bahia conseguiram melhorar sua escolaridade, em 2014, graças a uma nova metodologia educacional desenvolvida pelo Serviço Social da Indústria (SESI), o Ensino Médio a Distância (Ensino Médio-EaD). O programa integra as ações da área de Educação de Jovens e Adultos do SESI, que busca auxiliar as empresas a melhorar a produtividade de suas equipes, por meio de ações educativas realizadas fora ou no ambiente de trabalho. As primeiras turmas do EaD do Ensino Médio tiveram início em novembro de 2013 e concluíram o curso no final de 2014, nos dois polos em atuação na Bahia: EJA RMS (Salvador) e Sudoeste (Vitória da Conquista). Ao longo de 2014, foram realizadas 728 matrículas, sendo 375 em Salvador e Região Metropolitana, 261 no Sudoeste, e, ao final do ano, 72 em Feira de Santana e 20 na Unidade Sul. A boa notícia é que, a partir deste ano de 2015, com a obtenção de autorização no Conselho Estadual de Educação, o SESI oferecerá também o Ensino Fundamental 2 (6º ao 9º ano). O ano de 2015 marca ainda o início das atividades no polo EaD de Camaçari. “Com isso, nós passaremos a atender uma demanda importante da indústria para atingir um grande número de trabalhadores que dispõem apenas do Ensino Fundamental (nível 1)”, observa Márcia Lago, gerente de processo da unidade EJA RMS. Já há 23 empresas interessadas em integrar o programa, somente na região metropolitana. 28  Bahia Indústria

A gestora destaca, ainda, que o EaD tem conseguido uma capilaridade maior para chegar ao trabalhador da indústria em razão de contratos assinados com grandes empresas, permitindo a formação de turmas de até 15 pessoas, o que permite a redução de custos para a empresa. O modelo EaD também tem facilitado a vida do trabalhador, diante da flexibilidade do esquema de aulas, que não requer a presença do aluno diariamente no polo de estudo, dando a ele a possibilidade de organizar o próprio tempo. A conclusão do Ensino Médio pode ser feita em, no mínimo, seis meses e, no máximo, em 18 meses. Márcia explica que a conclusão do curso depende exclusivamente do trabalhador, que pode acelerar ou prolongar o período de formação, a depender da sua necessidade e disponibilidade. A presença do aluno no polo EaD não é obrigatória, mas ele deve participar de algumas atividades, incluindo oficinas e a prova, que sempre é feita no polo. A exceção é

quando se trata de grupo de alunos de uma mesma empresa. Nestes casos, o SESI monta a turma e aplica a avaliação na própria empresa. O modelo de educação mais flexível e prático tem permitido ao SESI atender as pequenas e micro empresas que têm dois ou três alunos e para as quais o custo de um contrato com o SESI seria oneroso no modelo tradicional. Para integrar a formação a distância é necessário que o trabalhador da indústria e seus dependentes tenham acima de 18 anos. “Oferecer o ensino a distância é dar oportunidade aos nossos trabalhadores e seus dependentes de melhorar seu índice de escolaridade, tornando-os mais qualificados para o trabalho”, acrescenta Márcia.

FORMATURA As duas turmas que concluíram a formação Ensino Médio – EaD em dezembro de 2014 somaram 52 estudantes no polo de Salvador e 43 no de Vitória da Conquista. As solenidades de formatura contaram com a presença do superin-


Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB

tendente do SESI Bahia, que destacou a relevância dessa iniciativa, como mais um serviço que a entidade oferece à indústria. O impacto das ações de educação do SESI pode ser medido pelo depoimento do estudante Januí Almeida Souza, que foi o orador da turma de Salvador. “Muitas vezes, nos falta oportunidade e confiança em nós mesmos, mas encontramos pessoas que confiam

em nós. Essa parte que nos faltava, nós descobrimos aqui no SESI. E vocês, professores, agradecemos pela dedicação, pelo sorriso e por reforçar em nós a certeza de que somos capazes”. Na formatura realizada em Salvador, no SESI Piatã, participaram a gerente de Educação do SESI Bahia em exercício, Cristina Andrade, a gerente de processos da área de Educação de Jovens e Adultos, Márcia Lago, e a coordenadora do EaD, Gisele Freitas. Em Vitória da Conquista, o gerente do SESI Sudeste Fabrício Vieira, e a coordenadora do polo, Carolina Freitas Ribeiro conduziram a cerimônia. [bi]

Aluna acessa a plataforma SESI Educa no Polo EaD de Salvador, e momentos da solenidade de formatura

Bahia Indústria  29


painel Cimatec será centro universitário A Faculdade SENAI Cimatec deve receber, ainda este ano, o título de centro universitário. O processo para a mudança está em fase final de tramitação no Ministério da Educação. A informação foi confirmada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Antônio Ricardo Alban. "Como centro universitário, teremos mais autonomia para criar cursos, conforme as necessidades da indústria", explicou. Alban ressalta que a faculdade foi avaliada pelo Ministério da Educação, no ano passado, como a melhor instituição de ensino superior do Norte e Nordeste, com base no Índice Geral de Cursos (IGC). Os centros universitários, assim como as universidades, têm graduações em vários campos do saber e autonomia para criar cursos no ensino superior. Em geral, têm estrutura menor do que as universidades e menor exigência de programas de pós-graduação. No entanto, há algumas regras que eles precisam cumprir, incluindo ter, no mínimo, um terço do corpo docente com mestrado ou doutorado; e, pelo menos, um quinto dos professores contratados em regime de tempo integral, também conhecido como dedicação exclusiva (universidades devem ter um terço). Veja matéria na página 21.

30  Bahia Indústria

divulgação/fiesp

Gestão de resíduos sólidos

Reunião ocorreu na Federação das Indústrias de São Paulo

Intercâmbio com sindicatos da indústria química O último intercâmbio setorial de 2014 reuniu, no dia 5 de dezembro, presidentes de sindicatos da Indústria Química e Farmacêutica na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). O presidente do Sinpeq, Roberto Fiamenghi, participou do encontro. “Pudemos ter uma visão do que está acontecendo em outras regiões do Brasil e comparar com a nossa realidade. Tivemos a oportunidade de apresentar o que a indústria espera da CNI, em áreas como a tributária e de infraestrutura, destacando o que pode ser feito em apoio aos sindicatos”, avaliou. O intercâmbio setorial é uma ação do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), promovido pela CNI em parceria com as Federações de Indústria, com o objetivo de fortalecer a representação do setor industrial por meio de reuniões técnicas para discussão dos desafios de competitividade e com a troca de experiências de gestão sindical. Em 2014, a CNI realizou encontros com diversos segmentos como vestuário, construção civil, móveis, alimentos e metal mecânico.

A FIEB colheu resultado positivo na defesa de interesses da indústria de Salvador, quanto ao Decreto Municipal nº 25.316/134, relativo aos resíduos sólidos. O dispositivo entrou em vigor em 1º de janeiro e determina a responsabilidade dos grandes geradores de resíduos pela coleta, transporte, tratamento e destinação final de seus rejeitos. A FIEB obteve a prorrogação do início de aplicação da mudança na legislação. O município aprovou 90 dias de “período educativo”, sem aplicar penalidades. Outra sugestão acatada pela prefeitura foi retirar a exigência de apresentação de certidão de regularidade fiscal com os tributos municipais para cadastramento dos grandes geradores de resíduos.

Projeto do eSocial sem prazo para entrar em vigor O eSocial, projeto do governo federal que pretende unificar o envio de informações pelo empregador em relação aos seus empregados, atendendo a diversos órgãos do governo com uma única fonte de informações sobre obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias, deveria ser implantado em sua totalidade em meados deste ano. Deveria, mas não vai. De acordo com o especialista Francisco Aguiar, em visita à FIEB, o atraso do decorre de problemas de governança. Sendo um programa conjunto da Caixa, INSS, Ministérios da Previdência, do Trabalho e Emprego e da Secretaria da Receita, o eSocial ficou à deriva, sem coordenação. Agora, a Receita resolveu exercer esse papel, mas falta o programa deslanchar. Ninguém pode precisar quando isso ocorrerá.


angelo pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Conexão Mundo • Onze estudantes do SESI/SENAI da Bahia passaram 15 dias frequentando aulas de inglês em uma escola americana na cidade de Denver, no Colorado, com tudo pago. O grupo foi para os EUA acompanhado da coordenadora do programa pelo SESI, Karla de Andrade de Souza, e Janaisa Viscardi, coordenadora pelo SENAI. Os estudantes foram selecionados entre mais de 200 alunos das unidades do SESI Piatã e do SENAI Cimatec para a última etapa do programa de intercâmbio de idioma Conexão Mundo. Iniciativa em parceria entre a CNI e a US Brasil Connect, o Conexão Mundo foi iniciado em 2012, em Salvador, como projeto piloto. Hoje, é realizado em outros 17 estados e, este ano, enviou, no total, 101 estudantes para os EUA.

Presidente da Enseada integra Coinfra

Rodada do PQF movimenta R$ 30 mi

Prefeito de Feira de Santana visita FIEB

FIEB e Ucsal discutem parceria

O presidente da Enseada Indústria Naval, Fernando Barbosa, foi nomeado membro do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da CNI. O conselho tem o objetivo integrar e desenvolver os setores industriais, especialmente nas áreas de energia, transportes, privatizações e concessões. Os estudos setoriais do Coinfra têm por finalidade colaborar com as decisões da CNI com vistas ao aumento da competitividade do setor industrial. “É grande a satisfação de compor este Conselho, ainda mais por se tratar de uma indicação da FIEB, a casa da indústria no Estado da Bahia. Afirmo meu compromisso de representar seus interesses”, afirma Barbosa.

Rodada de negócios envolvendo 50 empresas participantes do Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF) movimentou volume de negócios da ordem dos R$ 31 milhões. A rodada foi realizada entre empresas-âncora e fornecedoras locais de produtos e serviços para a indústria, durante o IV Encontro de Compradores e Fornecedores. O encontro de 2014 envolveu empresas compradoras das cadeias automotiva, petróleo e gás, eólica e mineração, contando com a participação de representantes de novos empreendimentos, como JAC Motors e General Eletric. “São projetos de grande porte, que têm demandado serviços e insumos de fornecedores locais”, ressalta o gerente de Capacitação Empresarial do IEL, André Pinto.

O prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, esteve na Federação, em dezembro, para reforçar parcerias. Dentro do programa de interiorização que a instituição tem promovido, Feira recebe diversos investimentos. O vice-presidente Edison Nogueira explicou que o município é um polo estratégico para o setor industrial. “As empresas investem na cidade porque ela oferece estrutura e um mercado favorável. É um polo muito forte”, explicou. O prefeito destacou a atração de novos empreendimentos. “Comemoramos a chegada de dois investimentos de grande porte, uma empresa israelense e outra francesa. Juntas, as duas estão aplicando cerca de R$ 180 milhões no município”, comemorou.

O primeiro vice-presidente da FIEB, Carlos Henrique Gantois, se reuniu com o reitor da Universidade Católica de Salvador (Ucsal), Padre Maurício, para alinhar parceria com a instituição com foco no fortalecimento do Programa de Desenvolvimento Industrial (PDI), da FIEB. Participaram do encontro o presidente do CIEB, Reginaldo Rossi, e coordenadores de cursos da Ucsal. Após visita ao Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial da FIEB (Conpem), os coordenadores da universidade ficaram entusiasmados com a proposta do PDI e propuseram o encontro. “Eles querem colaborar com o objetivo do nosso Programa, que busca fortalecer as micro e pequenas empresas, buscando tornar as MPMEs mais competitivas”, explicou Gantois.

Bahia Indústria  31


jurídico

Negociação coletiva e o atual panorama econômico do país Por Manoela Gonçalves

A Constituição Federal de 1988 consagrou a negociação coletiva como forma de solução de conflitos entre empregadores e trabalhadores, conferindo aos instrumentos negociais (acordos e convenções coletivas) status de fontes formais autônomas de direito, assim entendidas as normas elaboradas por seus próprios destinatários. A finalidade precípua da negociação é, portanto, permitir que as condições de trabalho sejam ajustadas da forma que melhor atenda às classes patronal e operária, diante de determinada realidade socioeconômica. Essa forma de solução de conflitos possui grande relevância para a sociedade moderna, onde nem sempre os processos legislativos acompanham a dinâmica da economia, tampouco refletem, efetivamente, os interesses dos trabalhadores e empregadores, diante das particularidades que envolvem determinadas atividades. Contudo, essa finalidade vem sendo distorcida, sobretudo pelos sindicatos profissionais, que têm intensificado as reivindicações por aumento real nos salários, independentemente da realidade econômica dos setores produtivos. A Justiça do Trabalho, por sua vez, visando defender a parte hipossuficiente da relação de emprego, por vezes, invalida as normas negociadas, provocando insegurança jurídica e desestímulo à negociação. 32  Bahia Indústria

Sabe-se que a economia brasileira vive um momento de desaceleração, agravada, de um lado, pela retração da indústria e, de outro, pelo aumento da inflação. Diante deste contexto, é necessário que as relações de trabalho se adequem ao atual panorama econômico do país e que as leis trabalhistas sejam flexibilizadas por meio das negociações coletivas, que se apresentam como importante ferramenta para a manutenção de empregos e fomento ao desenvolvimento econômico. Por outro lado, a indexação de salários à inflação deve ser contida, assim como as normas coletivamente acordadas respeitadas pelo Judiciário, sob pena dos reflexos e prejuízos recaírem sobre o trabalhador. A adoção de medidas alternativas, como, por exemplo, a concessão de abonos ao invés de reajustes salariais e o implemento de férias coletivas, não devem ser interpretadas como atos de restrição ou redução de direitos, mas como meios de manutenção do equilíbrio socioeconômico das relações de trabalho. O prestígio às normas coletivas é essencial à modernização das relações trabalhistas e ao crescimento econômico, pois estas questões estão intimamente relacionadas, cabendo à Justiça do Trabalho analisar de forma ampla o contexto no qual o empregado está inserido, evitando que decisões judiciais inviabilizem a manutenção de contratos de emprego.

Lei prevê sanções para trabalho escravo Foi publicada no dia 13 de janeiro, a Lei Estadual nº 13.221, que previu uma série de sanções para a empresa que se beneficie de forma direta ou indireta do trabalho escravo ou em condições análogas à escravidão, dentre as quais, a inaptidão da inscrição no Cadastro de Contribuintes do ICMS (CAD/ ICMS); o impedimento para a prestação de serviço ao poder público e a retirada de benefícios fiscais/ administrativos concedidos pelo Estado. A norma, que ainda carece de regulamentação, prevê a duração de 10 anos para tais sanções.

Medida Provisória altera legislação previdenciária

Manoela Gonçalves integra a equipe da Gerência Jurídica

A Medida Provisória nº 664, publicada em 30 de dezembro de 2014, alterou significativamente a Legislação Previdenciária, para, dentre outras medidas, ampliar, de 15 para 30 dias, o período inicial de afastamento da atividade por motivo de invalidez ou doença, durante o qual, caberá à empresa pagar ao segurado-empregado seu salário integral. As citadas disposições entram em vigor no 1º dia do 3º mês subsequente à publicação da norma, ou seja, em 1º de março de 2015.


ideias

Qualidade da Educação: uma conquista da sociedade Por solange novis

Na ultimas décadas, o Brasil atingiu patamares confortáveis de atendimento na Educação Básica, próximo da universalização no Ensino Fundamental. Não se pode dizer o mesmo do Ensino Médio, ainda em expansão. O fato é que ambos estão desafiados pela necessária melhoria da qualidade. Apesar da polissemia que envolve este conceito, é certo dizer que ele remete a professores ensinando melhor e a alunos efetivamente aprendendo, na idade prevista. Segundo o Anuário Brasileiro da Educação Básica, 2014, no Brasil, apenas 51,8% de jovens de 19 anos concluem o Ensino Médio, e na Bahia, 37,1%. Esse indicador revela entraves no fluxo escolar da educação básica, desde o Fundamental, associados aos fenômenos da falta de acesso, reprovação, evasão e distorção idade-série. É também no Ensino Médio que se tem o pior resultado do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Enquanto observa-se razoável avanço nas séries iniciais e mais discreto nas séries finais do Ensino Fundamental, o Ensino Médio permanece estagnado em nível muito baixo. Ademais, o Brasil tem ocupado os últimos lugares no PISA (Programme for International Student Assessment) em Línguas, Matemática e Ciências, com reduzida melhoria no tempo. Ao mesmo tempo, nos últimos anos, registra-se aumento do investimento público total em

Educação, saltando de 4,7% do PIB em 2000 para 6,1% em 2011. Especificamente em Educação Básica, de 3,7% para 5,0%, no mesmo período (INEP). Com a recente aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) 2014/2024, em 10 anos essa relação chegará a 10%. Imprescindível melhorar distribuição e aplicação. O fato é que o sistema educacional brasileiro não tem gerado bons resultados para a sociedade, além do desencontro com as reais demandas por trabalhadores qualificados. Segundo estudo McKinsey, 2012, enquanto apenas 31% dos empregadores concordam que os jovens estão adequadamente preparados, 67% dos provedores da Educação assim os percebem. A questão é sistêmica, e impacta também a produtividade, que no Brasil cresceu 1,02% entre 1996 e 2011, ante expansão de 8,35% na China, 4,95% na Índia, 3,34% na Coreia do Sul e 2,14% na Malásia (FSP/Mercado, 2012). Certamente, a qualidade da Educação nesses países é uma das variáveis fundamentais. Destaca-se nesse cenário a estimativa de redução de 25% do número de brasileiros em idade escolar (de 5 a 19 anos), de 50 milhões em 2010 para 38 milhões em 2030 (IBGE), configurando uma janela de oportunidade rara no país para o alcance de novos padrões de qualidade na Educação. O Sistema Indústria, para além da possibilidade de se fortalecer como referência naquilo que faz, também é um ator capaz de apre-

O Sistema Indústria, para além da possibilidade de se fortalecer como referência naquilo que faz, também é um ator capaz de apresentar as demandas do mundo do trabalho aos sistemas educacionais. E mais, pode atuar como um parceiro estratégico do poder público no sentido de alavancar a qualidade da Educação ofertada

Solange Novis integra o Núcleo Estratégico do SESI Bahia

sentar as demandas do mundo do trabalho aos sistemas educacionais. E mais, pode atuar como um parceiro estratégico do poder público no sentido de alavancar a qualidade da Educação ofertada, na dupla dimensão de formação para a cidadania e para a vida, assim como de inserção produtiva de jovens efetivamente qualificados no mundo do trabalho. No atual contexto de construção democrática, é decisivo apresentar demandas, participar e exercer influência nas políticas públicas. Por fim, a tão esperada qualidade da Educação exige diálogo entre agentes produtivos e agentes formadores; exige reconhecimento e valorização da escola e professores; exige o devido cumprimento dos investimentos previstos em lei pelos entes federados; e exige, sobretudo, consciência da sociedade em geral e das famílias em particular do poder que detém para que assim seja. [bi] Bahia Indústria  33


leitura&entretenimento fotos Divulgação

exposição Coleção contemporânea Em homenagem a uma das maiores criticas de arte do Brasil, o Palacete das Artes reuniu em torno de 80 obras para a exposição intitulada Coleção Matilde Matos. As obras que fazem parte da mostra foram doadas ao Estado da Bahia por Matilde Matos e Claudine Toulier, após o fechamento da escola e galeria de arte EBEC, no ano passado, onde o acervo era mantido. Além das obras doadas por Matilde à EBEC Galeria de Arte, a curadora da exposição, Claudine Toulier convidou artistas novos e consagrados, como Bel Borba, César Romero, Chico Mazzoni, Leonel Mattos, Giovana Dantas, Mario Cravo Jr., Sérgio Rabinovitz, entre outros, para integrar a mostra. Na abertura da exposição foi lançado o documentário Matilde Matos: a arte do silêncio.

Não perca MAB, Seg a sex, das 13 às 19h / Sáb, dom e feriado, 14 às 19h. Até 31.3. Av. Sete, 2340, Corredor da Vitória. Grátis

Acervo do MAB Está aberta para visitação a exposição 24 anos na história do Museu de Arte da Bahia. O público poderá acompanhar, em uma linha do tempo, e nos espaços expositivos do andar térreo do museu, uma amostragem das principais aquisições, doações, exposições, publicações e restaurações (entre pintura, porcelana, mobiliário e prataria), realizadas entre 1991 e 2014. Sob a curadoria da diretora Sylvia Athayde, a mostra inclui quadros de pintores como Teófilo de Jesus, Miguel Navarro y Cañizares.

Não perca Palacete das Artes, Seg a sex, 13 às 19h / Sáb, dom e feriado, 14 às 19h. Até 31.3. R. da Graça, 284, Salvador, Graça. Grátis

livros

O Executivo Sem Culpa - Mantendo os Valores Pessoais na Vida Profissional João Ermida Lua de Papel, 192 p. R$ 29,90

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De volta ao básico

Start-ups e criatividade

Por muitos anos sendo um executivo de sucesso em bancos como Santander e Citibank, o autor João Ermida, passou por diversas fases no mundo corporativo. A partir de sua experiência, o autor traz histórias reais e lança propostas para alcançar o sucesso sem ter de abrir mão de valores éticos. Ermida questiona os valores adotados por certos executivos e sugere a retomada de outros, como a verdade, a humildade e a solidariedade.

Considerada leitura obrigatória para quem acredita ser possível transformar o mundo trabalhando com prazer, propósito e dedicação, o livro apresenta o dia a dia e o nascimento de start-ups de sucesso. Talentos brasileiros que criaram negócios fantásticos, inovadores e equipes admiráveis são mostrados e surpreendem pela informalidade de suas práticas. A autora conta a história de start-ups como Inesplorado, Perestroika, Mandalah e Flag.

Empreendorismo Criativo Mariana Castro Portfolio-Penguin, 200 p. R$ 34,90


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