Bahia Indústria - ED 245

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Bahia

ISSN 1679-2645

Federação das Indústrias do Estado da Bahia  Sistema FIEB

Indústria renovada Estímulo às cadeias eólica e fotovoltaica diversifica parque industrial baiano

Ano XXIII nº 245  2016



EDITORIAL

Falar em produção de energia solar ou eólica no Brasil dos anos 1990 era tema que beirava a utopia, quando não era simplesmente exótico. Em termos de políticas públicas, foi o apagão dos anos 2000, no final do governo Fernando Henrique Cardoso, que fez o país acordar para a necessidade de explorar novas fontes de energia, além da hidrelétrica. Uma primeira ação teve como marco o ano de 1994, quando o governo federal criou o Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios, em parceria com governos estaduais e municipais. A meta era levar à população isolada ou não atendida pela rede convencional, outras fontes de energia, o que deu margem ao surgimento dos primeiros projetos de geração fotovoltaica, a partir da energia solar. Em 2002, com a criação, pelo Ministério de Minas e Energia, do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, foi dada a partida para estimular o desenvolvimento de outras matrizes energéticas no Brasil. Em pouco mais de uma década, a participação das energias eólica e fotovoltaica deu saltos significativos. As mudanças começaram a aparecer a partir de 2011, quando a energia eólica passou a representar 0,5% da matriz nacional. Em 2013, já representava 1,1% da nossa matriz elétrica, de acordo com dados do Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional 2014, da Empresa de Pesquisa Energética – EPE e, em 2015, chegava a responder por 3,5% da energia gerada. A energia fotovoltaica, por sua vez, entrou pela primeira vez no balanço energético nacional, com participação de 0,1%. As projeções são animadoras. Em 2050, 20% da matriz energética brasileira será de origem eólica e 9,26%, solar. Em agosto deste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) contabilizava 379 usinas eólicas em funcionamento no país e 40 centrais geradoras fotovoltaicas. No cenário nacional, a Bahia é o segundo maior estado brasileiro em produção de energia eólica, com 68 usinas em operação e produção de 1.71 GW, conforme dados da Aneel, atrás apenas do Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. O estado é um dos vetores de crescimento desta nova indústria, tanto em produção de energia quanto no fortalecimento das respectivas cadeias produtivas. A indústria eólica já é uma realidade, a fotovoltaica ainda precisa dar alguns passos decisivos. A Bahia pleiteia o lugar de centro de referência na produção e certificação de equipamentos para a geração de energias de fontes renováveis. Para isto, tem buscado atrair indústrias especializadas, tendo como atrativos a oferta de matéria-prima e logística. Se continuar neste caminho, podemos dizer que, na Bahia, a geração de energia será tocada a vento e sol. E a Bahia poderá suprir, no futuro, a demanda que o país, considerando as tendências de crescimento populacional e de consumo, irá necessitar nas próximas décadas.

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Energia do futuro

Fontes solar e eólica são novo vetor da indústria de energia

Em 2050, 20% da matriz energética brasileira será de origem eólica e 9,26%, solar. A Bahia é hoje o segundo maior estado brasileiro em produção de energia eólica, com 68 usinas e produção de 1.71 GW


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Antonio B. Cohim da Silva. 3º VICE-PRESIDENTE Roberto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES Arlene A. Vilpert; Benedito A. Carneiro Filho; Cleber G. Bastos; Luiz da Costa Neto; Luis Fernando Galvão de Almeida; Marcelo Passos de Araújo; Mauricio Lassmann; Paula Cristina Cánovas Amorim; Hilton Moraes Lima; Thomas Campagna Kunrath; Walter José Papi; Wesley K. F. Carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio Fernando S. Almeida; Carlos Antônio Unterberger Cerentini; Décio Alves Barreto Junior; Jorge R. de O. Chiachio; Fernando Elias Salamoni Cassis; José Luiz Poças Leitão Filho; Mauricio Carvalho Campos; Sudário M. da Costa; CONSELHO FISCAL - EFETIVOS Luiz Augusto Gantois de Carvalho; Rafael C. Valente; Roberto Ibrahim Uehbe. CONSELHO FISCAL – SUPLENTES Felipe Pôrto dos Anjos; Rodolpho Caribé de Araújo Pinho Neto; Thiago Motta da Costa

SESI conselhos Micro e Pequena Empresa Industrial Carlos Henrique Jorge Gantois; Assuntos Fiscais e Tributários Sérgio Pedreira de Oliveira Souza; Comércio Exterior Angelo Calmon de Sá Junior; Economia e Desenvolvimento Industrial Antonio Sergio Alipio; Infraestrutura Marcos Galindo Pereira Lopes; Inovação e Tecnologia José Luis Gonçalves de Almeida; Meio Ambiente Jorge Emanuel Reis Cajazeira; Relações Trabalhistas Homero Ruben Rocha Arandas; Responsabilidade Social Empresarial Marconi Andraos Oliveira; Jovens Lideranças Industriais Nayana Carvalho Pedreira; Petróleo, Gás e naval Humberto Campos Rangel; Portos Sérgio Fraga Santos Faria

Editada pela Gerência de Comunicação Institucional do Sistema Fieb Editorial Mônica Mello, Cleber Borges e Patrícia Moreira. Coordenação editorial Cleber Borges. Editora Patrícia Moreira. reportagem Patrícia Moreira, Carolina Mendonça, Marta Erhardt, Luciane Vivas (colaboração) e Décio Esquivel (estagiário). Projeto Gráfico e Diagramação Ana Clélia Rebouças. fotografia Coperphoto. Ilustração e Infografia Bamboo Editora. Impressão Gráfica Trio. Conselho

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SENAI Presidente do Conselho Antonio Ricardo A. Alban. Diretor Regional Luís Alberto Breda Diretor de Tec. e Inovação

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Antônio de Jesus, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Cidade do Salvador, sindpanssa@uol.com.br / Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Resinas Sintéticas do Estado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia, sindiplasba@sindiplasba.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos, Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário da Região de Feira de Santana, sindvestfeira@fbter.org.br / Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia, sindratar@gmail.com.br / Sindicato das Indústrias de Construção Civil de Itabuna e Ilhéus, valmirsb@yahoo.com.br / Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia, sincafeba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna, sinec@sinec.org.br / Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia, anaelisabete@telenge.com.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia, sindirepaba@sindirepabahia.com.br / Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, sindipecas@sindipecas.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, sindiplast@gmail.com / Sindicato Patronal das Indústrias de Cerâmicas Vermelhas e Brancas para Construção e Olarias da Região Sudoeste e Oeste da Bahia sindiceso@gmail.com Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Nordeste (Siacan) siacan@veloxmail.com.br / Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) sinaval@sinaval.org.br / Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado da Bahia, sipaceb@gmail.com

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sumário

16 ambiente corporativo Prevenir a prática de assédio moral é prioridade nas empresas que seguem as mais modernas práticas de gestão

16 Novos polos industriais Exploração de fontes de energia alternativa dá espaço ao surgimento de cadeia de produção na Bahia

nº 245 set/out.2016

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joão alvarez/Sistema FIEB

Parque Eólico de Sento Sé, na Bahia, em foto de Manu Dias, Agecom

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Beleza Natural é referência

Estágio: IEL reconhece boas práticas

Escola SESI Retiro é inaugurada

Empresária Zika Assis fala de estratégias para ser bem-sucedido ao empreender

Realizada no Dia do Estagiário, no auditório da FIEB, a 13ª edição do prêmio homenageou a Softwell, destaque entre as empresas de pequeno porte

Estrutura é composta de 28 salas de aulas e 18 laboratórios que vão ampliar a oferta de vagas para o ensino médio EBEP na capital; unidade também vai sediar o polo de EJA/EaD do SESI


Entrevista  Zika Assis

"Empreender é estar sempre à frente" Zika Assis revela o segredo do sucesso do Instituto Beleza Natural, empresa que hoje é referência no tratamento de cabelos crespos e ondulados Por Patrícia Moreira

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undadora do Instituto Beleza Natural, que há 23 anos desenvolve tratamentos completos para cabelos crespos, cacheados e ondulados, Heloisa Helena de Assis, ou simplesmente Zica Assis, comanda uma rede com 48 unidades de negócio em cinco estados brasileiros, sete delas na Bahia. Ela veio a Salvador, no dia 31 de agosto, participar do seminário Agenda Bahia 2016, que teve como tema Bahia Mais Competitiva. Empresária de sucesso e referência em empreendedorismo, a ex-babá, empregada doméstica e faxineira deu a volta por cima ao transformar um salão doméstico na rede do Instituto Beleza Natural. Nesta entrevista, ela fala sobre empreendedorismo e revela como construiu um negócio que hoje emprega mais de quatro mil pessoas e atende mais de 130 mil clientes por mês.

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Há uma receita para empreender com sucesso? Sucesso vem com o reconhecimento do seu trabalho. Mas não basta só isso. Você tem que amar o que você faz. E tem que ser bom para o outro. Você tem que ter garra, determinação, porque em certos momentos o sucesso está ligado também à liderança. Se você não tiver equipe preparada, clientes que tenham confiança naquilo que você faz, você não consegue chegar ao sucesso. Isso tudo está ligado. Sucesso é reconhecimento? É. Mas tem tudo isso para que esta receita fique bacana e o bolo fique lindo. Qual a sua dica para quem deseja empreender no mercado competitivo do segmento de cosméticos? Ter sempre produtos de alta qualidade. Hoje existem milhares de produtos e você vai concorrer com os melhores. Se você botar na cabeça que o melhor sempre vai vencer você consegue chegar lá. Qualidade está acima de tudo. É preciso estar atento ao entorno, às demandas da sociedade para colher estes resultados? Você tem que estudar o seu público. Que área você quer investir? Você quer atender a classe C? A classe A? Você tem que estudar para ver se seu plano de negócio, se isso em que você quer investir vai ser viável, quantas pessoas têm o mesmo negócio. Você quer ser o melhor? Então vai estudar aquele concorrente que está à sua frente, senão você só vai lançar produto por lançar, abrir negócio só por abrir, querer fazer só por querer. Mas não é assim que funciona, você tem que ter competitividade.

Segmentar é fundamental para o sucesso? Apostar em um segmento é muito importante, porque você tem um foco que vai te direcionar. Não adianta você querer fazer tudo ao mesmo tempo, tem que se especializar. E foi o que aconteceu comigo: quis trabalhar com cabelos crespos e ondulados. É o que eu sei fazer, o que eu sinto e o que eu entendo muito bem, que é o meu cabelo. Não fiquei naquela de ‘vou pro alisamento, vou praquilo’, não, quis tratar cabelos crespos e ondulados sem tirar a originalidade desse fio. Então, eu tenho que estar à frente do processo, estudando, buscando parcerias com universidades, com tudo que possa me levar a estar à frente das tendências de mercado. Quero o melhor sempre. Você começou testando receitas em casa e hoje você adquiriu uma cultura empresarial. Como foi construir esta trajetória? Quando quer empreender, a pessoa vai sempre buscar se aperfeiçoar. E quando eu li algo do Sebrae que dizia assim: “você vai melhorar o seu negócio”, eu fui em busca disso. Qual o momento de buscar este apoio eu não sei dizer. Mas tem um detalhe: o empreendedor quer fazer tudo ao mesmo tempo, mas é preciso seguir etapas e foram estas etapas que me fizeram buscar o apoio dos meus sócios, pois cada um tinha conhecimentos diferentes, uma expertise. Exemplo: Eu quero montar um laboratório com vários químicos ou quero uma faculdade para estudar o fio do cabelo? Preciso saber por que o fio é ondulado, por que um é mais


grosso, outro é mais fino, por que um tem a forma de espiral e outro é zig zag. Com o tempo, a gente foi identificando a dificuldade e foi buscando a solução. É isso que o empreendedor faz. Você não tem uma empresa pronta . Ainda hoje eu me considero uma empreendedora, porque estou sempre querendo inovar em uma porção de coisas.

O empreendedor tem muitas ideias e quer fazer tudo, então, você tem que botar o pé no chão, não andar só nas nuvens

Qual o erro mais comum que o empreendedor comete? É não conseguir botar o pé no chão. Tem que ter sempre alguém que oriente, porque o empreendedor sonha muito e quer fazer tudo ao mesmo tempo. E é isso que uma boa sociedade faz: um segura aqui, outro te leva ali. O empreendedor tem muitas ideias e quer fazer tudo, então, você tem que botar o pé no chão, não andar só nas nuvens. [bi]

joão alvarez/Coperphoto/Sistema FIEB

Reunir os sócios e deixar cada um trabalhar na sua área de especificidade é o modelo que dá certo? Quando eu comecei, fiz os meus testes, os meus desenvolvimentos sozinha. Mas para abrir o salão eu tive que buscar parcerias e, graças a Deus, dentro de casa, eu tinha meu marido e meu irmão. E depois fui buscar Leila Velez. Todos com a mesma vontade de crescer. Não importa se você tem graduação ou não tem, o negócio é o respeito. Você tem que respeitar cada profissional, as competências de cada um. Como é que eu, na área de cabelo, vou querer mexer na área de gestão? Posso até entender, mas não tenho a última palavra. É assim que dá certo em qualquer sociedade, em qualquer empresa.

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Potencial do estado é tema do Agenda Bahia Diferenciais competitivos da Bahia podem “deslanchar” se investimentos em infraestrutura forem realizados haroldo abrantes/Coperphoto/Sistema FIEB

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om localização geográfica privilegiada, a maior costa litorânea dentre os estados brasileiros, na qual pontuam duas importantes baías (Todos-os-Santos e Aratu, sendo a segunda a maior em águas abrigadas do país) e três portos públicos, que movimentam quase 15% das cargas dos portos do Nordeste, a Bahia tem diferenciais competitivos que precisam ser melhor aproveitados. Foi isso que destacou o presidente da FIEB, Ricardo Alban, na abertura da 7ª edição do Fórum Agenda Bahia 2016, realizado em 31 de agosto, com o tema Bahia Mais Competitiva. O evento, uma realização do Correio e Rádio CBN, em parceria com a FIEB, Braskem e Coelba, reuniu representantes de diversos setores econômicos e especia-

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listas para discutir as potencialidades do estado no cenário atual. “As vantagens comparativas não param por aí. Na Bahia existem condições climáticas muito favoráveis à exploração das energias eólica e solar. No primeiro caso, somos hoje o segundo maior estado produtor e, até 2020, seremos o principal produtor nacional”, ressaltou Alban. O presidente destacou o enorme potencial em segmentos como o de energia eólica, já mapeado em um estudo do SENAI Cimatec, explicando que, se fosse 100% explorado, o estado seria capaz de abastecer a totalidade da demanda energética nacional. “Evidentemente isso não seria algo desejável, pois a área energética requer fontes contínuas de abastecimento”, afirmou.

Mônica Burgos destacou o potencial competitivo da Bahia na abertura do Agenda Bahia 2016

O presidente da Rede Bahia, Antonio Carlos Magalhães Junior, lembrou que o país ainda vive um momento bastante turbulento, mas adotou um tom otimista. “Tenho a convicção de que o governo Temer criará condições capazes de melhorar substancialmente os indicadores macroeconômicos”, pontuou. Presente à abertura do Fórum Agenda Bahia, o prefeito de Salvador, ACM Neto, disse que os brasileiros devem enxergar acima das adversidades do momento, para encontrar oportunidades presentes e futuras. “Precisamos aproveitar 2016 para adotar medidas duras, mas essenciais para a retomada dos investimentos”. Para aproveitar bem todas estas vantagens e conseguir ostentar um crescimento sustentável, pontuou Ricardo Alban, é preciso que vários obstáculos sejam ultrapassados. Ele destacou, por exemplo, a urgência de se melhorar a infraestrutura e a necessidade de reduzir a forte concentração espacial dos investimentos. Citou que três regiões – Região Metropolitana de Salvador, Feira de Santana e Alagoinhas –, juntas, concentram 61,5% da produção industrial de todo o estado. A 7ª edição do Agenda Bahia inovou na estrutura, mantendo a parte da manhã para palestras e colocando no período da tarde painéis e oficinas realizados concomitantemente. Em um dos painéis, a criadora da Avatim, a empresária baiana Monica Burgos, destacou diferenciais competitivos da Bahia e contou sua própria história para mostrar que é possível se destacar no mercado quando há a união de boas ideias e perseverança. [bi]


circuito

por cleber borges

Economia deve cair 3,1% este ano A indústria brasileira crê que a economia fechará 2016 com queda de 3,1%, um resultado ruim, mas não tanto quanto a previsão feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no mês de junho, que previa queda de 3,5%. O PIB industrial, com provável redução de 3,7%, deverá liderar a retração da economia este ano. Será o segundo ano consecutivo de redução da economia brasileira e o terceiro de queda no PIB industrial.

Por trás das previsões menos negativas A nova previsão da indústria indica, ainda, que os investimentos fecharão o ano com queda de 11%, inferior aos 13,9% estimados no segundo trimestre. Já o consumo das famílias encolherá 4,6%, menos do que os 4,8% previstos anteriormente. São sinais de recuperação da economia o aumento da confiança dos empresários e o ajuste dos estoques.

Ajuste fiscal melhora o ambiente O ajuste fiscal é importante para a redução dos juros e a melhoria das condições financeiras das empresas e dos consumidores. Ele abrirá caminho para o aumento do consumo e dos investimentos, segundo a visão da indústria. Todavia, um ciclo consistente de crescimento só será completado mediante a plena retomada do investimento privado e com a implementação de mudanças no ambiente de negócios que recupere a competitividade da economia brasileira.

“O Brasil precisa identificar quais as áreas-chave para a economia no futuro e investir nelas antes que outros países o façam. É importante apostar nos projetos mais arriscados e não descartar as pequenas ideias” Steve Wozniak, 66 anos, cofundador da Apple, ao dar a receita de como um país pode queimar etapas para se tornar competitivo

Confiabilidade do sistema elétrico Uma das queixas do setor produtivo em relação ao fornecimento de energia é a relativa falta de confiabilidade do sistema nacional. Em 2015, foram registrados 79 apagões em todo o país, de acordo com dados da Aneel. Eles foram assim distribuídos: Nordeste, 12; Norte, 32; Centro-Oeste, 10; Sudeste, 8; e Sul, 17.

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sindicatos Relacionamento com a Ford

Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema FIEB

Com o objetivo de aproximar empresários do setor de reparação com a Ford, o Sindirepa-BA, em parceria com o Sindirepa Nacional, promoveu, dia 15.09, na FIEB, o Encontro de Relacionamento da Motorcraft. “A proposta é cuidar de toda a cadeia e do relacionamento com o cliente final”, destacou Rodolfo Possuelo, gerente de Serviços da Ford. “A aproximação permitirá melhorar o relacionamento dos reparadores com a marca, sobretudo nas questões comerciais e técnicas”, destacou o presidente do Sindirepa-BA, Maurício Freitas. Como resultado será criado um comitê com a Ford, concessionárias e Sindirepa-BA.

Participação em missões técnicas O Sinprocim-BA visitou, em São Paulo, a Concrete Show 2016, um dos mais importantes eventos da construção civil mundial. Já o Simagran-BA participou da Cachoeiro Stone Fair, uma das maiores do setor do país, no Espírito Santo. Seis diretores participaram da missão. O Sindicer-BA participou do 45º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha, em Campinas/SP.

eleições Sindióleos • Ricardo de Agostini Lagoeiro foi reconduzido à presidência do Sindióleos-BA, para mandato até 2019. “O sindicato tem conseguido fazer seu papel e atender as demandas coletivas e pontuais apresentadas pelas empresas”, destacou. Sindcalçados • O Sindcalçados-BA empossou a diretoria eleita para o mandato 2016/2019. O atual presidente, o empresário Roberto Enzweiler, da Calçados Malu, foi reeleito. Assim como no período anterior, assume como presidente executivo, Haroldo Ferreira. Sindratar • Permanecer à frente do sindicato no atual cenário é um desafio para o presidente reeleito do Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar (Sindratar-BA), Rogério Farias. “Somente um sindicato forte e representativo será bem sucedido no enfrentamento das adversidades”, afirmou Farias. O mandato vai até 2018.

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Evento discute hábitos de consumo de cosméticos Empresários baianos conheceram as tendências e oportunidades para o mercado de beleza no Workshop Atualidade Cosmética, realizado em agosto, na FIEB, com apoio do Sindicato das Indústrias de Cosméticos da Bahia (SindcosmeticBA). “O evento trouxe informações de mercado fundamentais para a indústria de cosméticos”, ressaltou o presidente do Sindcosmetic, Raul Menezes. O presidente da FIEB, Ricardo Alban, participou da abertura do evento. Foi apresentada pesquisa da Kantar Worldpanel, sobre os hábitos e tendências de consumo em produtos para cabelos. Ela mostrou que a queda da frequência de consumo e também do preço médio contribuíram para a retração do segmento.

Roberta Cyrillo apresentou pesquisa realizada pela Kantar

Encontro debate perspectivas do setor lácteo Os desafios e perspectivas do setor lácteo foram discutidos no 7º Encontro Baiano dos Laticinistas, entre os dias 2 e 4 de setembro, em Salvador. O encontro, promovido anualmente pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite (Sindileite-BA), tem como objetivo fortalecer o setor, com a capacitação das empresas e troca de experiências. A programação incluiu palestras sobre as perspectivas econômicas para a agroindústria e o papel das indústrias de laticínios na organização setorial. “O Encontro reflete o trabalho que temos realizado, sempre zelando para os melhores resultados para o setor, que são a base do Sindileite”, afirmou Lutz Viana, presidente do Sindileite-BA.


Divulgação Sinpel

Sinprocim capacita profissionais Com o objetivo de capacitar trabalhadores do setor para a atividade profissional de movimentação de cargas, aliando conhecimento teórico e prático, o Sindicato das Indústrias de Produtos de Cimento (Sinprocim), em parceria com o SENAI, iniciou os cursos de Operação de Caminhão Guindauto e Operação de Empilhadeira à Combustão. “Sempre levantamos, junto às empresas, as demandas por capacitação dos profissionais e contamos com a parceria do SENAI, que faz um trabalho de excelência”, explicou o presidente do Sinprocim, José Carlos Soares.

PDA avança com cursos na Bahia Como reduzir sua tarifa de energia elétrica? foi discutido em Vitória da Conquista como parte do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA). O curso Como evitar problemas trabalhistas?, foi realizado em parceria com o Simagran, em Ourolândia. Em Salvador, o tema abordado foi a redução de tributos, em parceria com o Sindvest Salvador. O Sindratar apoiou os cursos sobre fiscalização do trabalho e as NRs.

Evento reuniu sindicatos patronais em Minas Gerais, em setembro

Sindpacel participa do 22º SINPEL Jorge Cajazeira, presidente do Sindpacel, marcou presença no 22º Simpósio Intersindical de Negociações Coletivas das Indústrias de Celulose, Papel, Papelão e Artefatos (Sinpel), em Minas Gerais. O evento reuniu, dias 15 e 16 de setembro, sindicatos patronais de todo o país para debater o cenário nacional e internacional, as relações do trabalho, a NR-12, as negociações coletivas, e as questões sindicais, econômicas e políticas do Brasil. Na oportunidade, o sindicato baiano apresentou o Relatório de atividades 2016/2017 do Sindpacel.

Intercâmbio Sindical Reparação de veículos • Dezessete presidentes sindicais do setor de reparação de veículos de 11 estados debateram os desafios do segmento, trocaram experiências e discutiram soluções para problemas comuns, no 2º Intercâmbio de Lideranças da Indústria da Reparação, dia 14/09, na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), em Belo Horizonte. “Reforçamos a importância da profissionalização dos sindicatos”, afirmou o presidente do Sindirepa-BA, Maurício Freitas. O Intercâmbio faz parte das iniciativas do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA). Indústria Química e Farmacêutica • Em julho foi realizado o 2º Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria Química e Farmacêutica, na Federação das Indústrias do Ceará (FIEC). Representaram a Bahia os presidentes do Quimbahia, João Augusto Tararan, e o do Sinpeq, Roberto Fiamenghi. Para este último, o encontro foi uma oportunidade de integração entre sindicatos de realidades diferentes.

A programação contou com uma visita ao Polo Farmoquímico. “Percebemos o quanto o Ceará está avançando no setor”, elogiou Tararan. Têxtil • Em agosto, representantes do setor têxtil participaram do Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria Têxtil, na Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN). Boas práticas em negociação coletiva, ambiente de negócios e desafios do setor foram pontos abordados. O presidente do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem (Sindifite) da Bahia elogiou a inciativa. “A troca de experiências nos permite aplicar em nosso sindicato boas

práticas de outros estados”, afirmou. Metalmecânico • Os presidentes de sindicatos de indústrias metalmecânicas de doze estados participaram, em 17 de agosto, da 2ª edição do Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria Metalmecânica, em Curitiba. O evento foi promovido em parceria com a Federação das Indústrias do Paraná. O segmento baiano foi representado pelo presidente do Simmefs, Luiz Fernando Kunrath. “Esta iniciativa contribui para nos aproximar de outras lideranças sindicais do setor”, destacou.

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CIEB completa 50 anos de olho no futuro

Fundada como Centro de Desenvolvimento da Indústria do Estado da Bahia (Ceiba), entidade se moderniza para melhor servir associadas

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om crescimento de 62.4% no número de associadas no primeiro semestre de 2016, em comparação com o mesmo período do ano passado, o Centro das Indústrias da Bahia (CIEB) comemora 50 anos em 2016. A instituição, que tem o papel de representar o Sistema FIEB no seu processo de interiorização, tem investido em capacitações gratuitas para empresários e consolidou a Rede de Parceiros, criada em 2015 com o objetivo de oferecer às empresas associadas produtos e serviços com descontos e condições especiais. Para contribuir com o aumento da competitividade do setor industrial baiano, o CIEB desenvolveu uma agenda de capacitações em áreas como gestão, planejamento e relações trabalhistas. De 2015 para cá, mais de 2 mil empresários passaram pelos cursos. Gratuitas, as capacitações acontecem principalmente no interior, em municípios como Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista, Luís Eduardo Magalhães, Barreiras, Juazeiro e Paulo Afonso. Os cursos são promovidos em parceria com empresas integrantes da Rede de Parceiros. A rede conta com mais de 120 parceiros em atividades como consultoria ambiental, ensino superior, cursos de idiomas, qualificação industrial, cartão alimentação e locação de veículos. A rede abrange toda a Bahia e conta com parcerias no interior, contribuindo para a geração de negócios em todas as regiões do estado.

nal muito grande para a indústria baiana e foi fundado por pessoas de peso do empresariado baiano”, destaca o presidente da entidade, Reginaldo Rossi. A atual gestão tem se dedicado em especial a ampliar a penetração do CIEB no interior, reforçando sua importância como instituição de atendimento direto à indústria. Reginaldo Rossi acredita que o CIEB tem contribuído para amenizar os efeitos da crise para suas associadas, em razão da rede de parcerias que a entidade coloca a serviço das empresas, especialmente as micro e pequenas. De acordo com o presidente, o CIEB dedica-se integralmente à indústria e está no seu dia a dia, ouvindo e absorvendo seus problemas, procurando entender e indicar soluções. Para isso, ele destaca o apoio dos 120 parceiros de 52 categorias e dos 1300 associados na Bahia, especialmente no interior, que reúne 70% dos associados. De olho no futuro, um dos desafios postos para o CIEB é ampliar sua presença no ambiente digital. Para isso, investe na criação de um novo site e de um aplicativo para facilitar a interação do associado com a rede de parceiros. [bi]

História O CIEB foi fundado em 19 de outubro de 1966, por um grupo de empresários baianos, entre eles, Victor Olero Vidal, Carlos Costa Pinto, Ademir Peixoto, Manoel Leiro Lorenzo, Cícero Simões, Manoel de Sá Gordilho Neto, Clemente Mariani, Rogério Joaquim de Carvalho, Miguel Vita, João Tarquínio, dentre outros. Entre as primeiras empresas associadas/fundadoras, destacam-se a Construtora Norberto Odebrecht, a Cerâmica Esmeralda, a Ciquine e as companhias Valença Industrial e Ferros-Ligas da Bahia. “O CIEB tem uma importância histórica institucioalfredo filho/Coperphoto/Sistema FIEB

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Entidade apoia as empresas e promove palestras para empresários


Atuação articulada fortalece o associativismo Implementado na Bahia e no Paraná, projeto piloto da CNI define parâmetros para atuação das áreas sindical e de mercado

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omplementariedade é palavra-chave para definir o Modelo de Atuação Articulada entre as Áreas Sindical e de Mercado do Sistema Indústria, projeto da Confederação Nacional da Indústria (CNI), implementado na Bahia e no Paraná como piloto. O modelo estabelece parâmetros para a relação entre sindicatos, áreas sindicais e de mercado, com o objetivo de ampliar a oferta de soluções do Sistema Indústria às empresas e estimular o associativismo. Além das áreas de mercado do SESI, SENAI e IEL, na Bahia, o primeiro ciclo do projeto envolveu o Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador e Região (Sindvest), o Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem do Estado da Bahia (Sindifite) e o Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia (Simagran), todos filiados à Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). O modelo agora está sendo implantado pela CNI no Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso e Acre. Na Bahia, aderiram dois novos sindicatos: o da Indústria de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia (Sindcosmetic) e o da Indústria da Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia (Sindirepa-BA). A proposta mescla estratégias individuais de abordagem para agentes de mercado e executivos sindicais, além de estratégias coletivas, por meio de eventos multissetoriais, a exemplo do encontro Diálogo Empresarial, realizado em junho na FIEB. A ideia é convergir esforços das áreas sindical e de mercado para que as empresas possam conhecer mais sobre os serviços oferecidos por SESI, SENAI e IEL para apoiar a indústria baiana,

joão Alvarez/Coperphoto/Sistema FIEB

Representantes da FIEB e da CNI responsáveis pela implantação da proposta

e também os benefícios concedidos às associadas aos sindicatos filiados à FIEB. “O resultado é atender melhor a empresa industrial, levando ao mesmo tempo serviços, associativismo, representação, defesa de interesses. Se todos os envolvidos estiverem com esse discurso fortalecido, quem ganha no final é a indústria”, ressalta a gerente executiva de desenvolvimento associativo da CNI, Camilla Cavalcanti. A parceria com os sindicatos abre oportunidade para que as áreas de mercado do SESI, SENAI e IEL atinjam mais micro, pequenas e médias indústrias da base de associadas a eles. Além disso, o diretor executivo da FIEB, Vladson Menezes, ressalta que a Federação e os sindicatos ganham com a atração de novas empresas e com a aproximação das que já são associadas. “É um projeto interessante tanto para a prestação de serviços para as indústrias, quanto para fortalecer o associativismo e a defesa de interesses”, pontuou. Passados três meses de implantação, 42 indústrias baianas foram visitadas, o que gerou 24 propostas negociadas por agentes de mercado do SESI, SENAI e IEL, além de outras 23 em fase de negociação. Já para os sindicatos, as visitas geraram novos associados e propostas de associação de outras empresas. Até novembro, a meta é visitar outras 100 indústrias. “Nas visitas acompanhadas pelos agentes de mercado, conseguimos atender melhor os empresários, especialmente os representantes das micro e pequenas empresas, que muitas vezes não têm conhecimento sobre os benefícios de se associar ao sindicato, nem sobre os serviços oferecidos pelo Sistema FIEB”, avalia o presidente do Sindifite, Eduardo Catharino Gordilho. [bi] Bahia Indústria  13


Programas de apoio à indústria são lançados

Plano Nacional da Cultura Exportadora e o Brasil Mais Produtivo visam a melhoria da competitividade das indústrias

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ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, lançou oficialmente, no dia 8 de setembro, na sede da FIEB, em Salvador, o Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE) e o programa Brasil Mais Produtivo. As ações visam a melhoria da competitividade das indústrias, especialmente as de pequeno porte, assim como o aumento da participação do Brasil no mercado externo. Pereira pontuou que, apesar da economia como um todo dar sinais de recuperação, os números da indústria não foram “favoráveis” nos últimos meses. “Para que a indústria se mantenha protagonista na retomada do crescimento e haja a recuperação da indústria nacional, é preciso melhorar a competitividade das empresas”, disse. valter fontes/Coperphoto/Sistema FIEB

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O presidente da FIEB, Ricardo Alban, entregou ao ministro um conjunto de propostas elaboradas pela Federação, com pontos para o fortalecimento das ações do governo federal no sentido de impulsionar o desenvolvimento do comércio exterior brasileiro, em particular o da Bahia. As propostas focam aspectos prioritários, divididos em três grandes temas: burocracia, infraestrutura e acordos bilaterais. Iniciado em abril, o Brasil Mais Produtivo prevê intervenções rápidas e de baixo custo para melhorar o processo produtivo aumentando em pelo menos 20% a produtividade das empresas participantes. Por meio de consultoria executada por equipes do SENAI no chão de fábrica, os empresários identificam desperdícios e implementam

Marcos Pereira esteve na FIEB para apresentar as ações do ministério

ferramentas de manufatura enxuta. O programa vai atender três mil pequenas e médias indústrias dos setores de alimentos e bebidas, vestuário e calçados, metalmecânico e moveleiro. De acordo com o diretor de Educação e Tecnologia da CNI e diretor do SENAI Nacional, Rafael Lucchesi, a metodologia foi desenvolvida pela CNI em parceria com o SENAI e teve como base as experiências das unidades da Bahia e de Santa Catarina. “Com este programa do governo federal nós estamos propiciando que pequenas e médias empresas tenham acesso a um tipo de abordagem, com ganhos de produtividade conhecidos, algo que só atingia grandes organizações”, explicou. O PNCE tem o objetivo de aumentar o número de empresas que operam no comércio exterior e incentivar o aumento das exportações de produtos e serviços. As empresas contarão com ferramentas de treinamento, capacitação, consultoria para adequação de produtos e identificação de mercados. Na Bahia, o programa vai aumentar a base exportadora em três frentes: identificação de empresas com potencial para ingressar no mercado internacional, aumentar o fluxo de negócios naquelas que exportam eventualmente e diversificar os produtos comercializados pelas empresas que já possuem cultura de exportação. [bi]


Sustentabilidade é prioridade para a UE

Encontro discutiu as oportunidades de negócios no Brasil e os acordos com o Mercosul e países da União Europeia

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om população de 500 milhões e 25% do PIB mundial, a União Europeia responde por 15% do comércio internacional. O bloco tem no Brasil um parceiro diferenciado. Aqui estão 55% de todos os investimentos e um terço de todo o comércio com a América Latina. Essa inserção se mantém apesar das crises, tanto no Brasil quanto na Europa, conforme ressaltou o chefe da seção comercial da União Europeia no Brasil, Nicola Ardito, durante encontro com empresários e representantes do governo baiano, no dia 29 de setembro, na FIEB. O encontro aconteceu no Seminário Situação Econômica e Oportunidades de Negócios entre a União Europeia, Brasil e Bahia, organizado pela CNI, FIEB (por meio do Centro Internacional de Negócios e do Conselho de Comércio Exterior) e delegação oficial da União Europeia, com apoio do governo da Bahia. Integraram a delegação representantes da Alemanha, Espanha, Holanda, Dinamarca, França, Suécia, Bélgica, Croácia, Romênia, Áustria, Grécia, Reino Unido, Portugal e República Tcheca. No evento, Nicola Ardito explicou pontos que costumam ser criticados pelo Brasil nas negociações com a Europa. Um deles, o de que o bloco utiliza exigências fitossanitárias como barreira protecionista. Ele argumentou que a contribuição para o desen-

Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema FIEB

Representantes de 14 países integraram delegação que participou de encontro na FIEB

volvimento sustentável é pilar da política comercial e dos investimentos europeus. Além disso, explicou, nenhum país-membro tem autonomia para negociar condições bilaterais diferenciadas, “pois trata-se de uma união aduaneira perfeita”, sendo a Comissão Europeia o braço de negociação comercial. “Quando uma negociação é fechada pela Comissão ainda tem que passar pelo Parlamento Europeu. Redução de tarifas de importação, por exemplo, devem obedecer ao equilíbrio de perdas e ganhos”, complementou Ardito. Em relação ao acordo entre a UE e o Mercosul, o representante do bloco disse que o prazo inicial, que era o mês de outubro, será expandido para janeiro de 2017.

No seminário, o representante do governo baiano, Paulo Roberto Guimarães, superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, listou as potencialidades da Bahia e as oportunidades de investimentos. Por sua vez, o vice-presidente de Serviços Técnicos e Infraestrutura da BASF para a América do Sul justificou a opção pela Bahia. “Escolhemos a Bahia por sua infraestrutura logística, mão de obra qualificada, oferta de matérias primas e o custo diferenciado da energia, além da infraestrutura existente na região de Camaçari. Nossa mão de obra foi formada no SENAI Cimatec e a consideramos de excelente qualidade, pelo profissionalismo e competência técnica”, afirmou o executivo da Basf. [bi] Bahia Indústria  15


Novos polos industriais Bahia detém uma das principais cadeias de energia eólica do país e também aposta na fonte fotovoltaica Por Patrícia Moreira

om sete grandes empreendimentos instalados no estado – GE/Alstom, Gamesa, Torrebras, Acciona, Torres Eólicas do Nordeste (TEN), Wobben Windpower e Tecsis –, a Bahia consolidou-se como o principal polo nacional na fabricação de componentes para a cadeia produtiva de energia eólica do País. O próximo passo neste sentido é fomentar a indústria de geradores fotovoltaicos, principal equipamento usado na captação de energia solar, que oferece uma ampla gama de possibilidades para a consolidação de uma nova cadeia produtiva no estado. A Bahia também quer ser protagonista ao tornar-se centro de referência mundial na produção e certificação de equipamentos para a geração de energia com fontes renováveis. “As energias renováveis, além de trazerem consigo o conceito de sustentabilidade, apresentam grande potencial de desenvolvimento tecnológico, uma vez que a cadeia produtiva de equipamentos eólicos é uma indústria em franco desenvolvimento” justifica Jorge Hereda, secretário de De16  Bahia Indústria


manu dias/secom-ba

Bahia IndĂşstria  17


joão alvarez/Coperphoto/Sistema FIEB

senvolvimento Econômico do Estado da Bahia. O secretário também enxerga como oportunidade a possibilidade de parcerias com a academia e com institutos de ciência e tecnologia para a melhoria do desempenho desses equipamentos. “O objetivo da Bahia é consolidar-se como líder no setor de energias renováveis, tanto na geração, quanto na produção de equipamentos e desenvolvimento de tecnologia”, destaca. Um primeiro passo neste sentido já foi dado. Por intermédio da SDE e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), o governo do estado está elaborando, em parceria com o SENAI/Cimatec e com o apoio do setor produtivo, a proposta de implantação do Instituto Tecnológico de Energias Renováveis (Inter). O equipamento englobará o Centro de Referência e Certificação de Equi18  Bahia Indústria

pamentos, bem como de desenvolvimento tecnológico e formação de recursos humanos qualificados para atuar neste segmento. Para o secretário, “a certificação é parte essencial da cadeia produtiva e permitirá que os equipamentos aqui produzidos obtenham os atestados necessários para o mercado nacional e internacional”. Além disso, Hereda lembra que na Bahia a implantação dos parques eólicos está concentrada no Semiárido, gerando benefícios socioeconômicos inegáveis para a região. “Seja pela geração de empregos locais, incremento da atividade econômica ou ampliação e melhoria da infraestrutura da região”, arremata. POTENCIAL De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em termos de geração de energia, a Bahia é o segundo maior esta-

Galindo avalia como positiva a expansão das energias renováveis

do brasileiro em produção eólica, com 68 usinas em operação e potência de 1.71 GW. O estado fica atrás apenas do Rio Grande do Norte, que lidera com 104 usinas e 2,85 GW de potência instalada. Há ainda 41 empreendimentos em construção no estado e outros 118 projetos com previsão de início das obras nos próximos anos, conforme dados da SDE. Ao todo, o volume de investimentos projetados para a Bahia, considerando apenas os leilões de eólica, é de R$ 18,5 bilhões. Na área de energia solar fotovoltaica, a Bahia hoje conta com 32 empreendimentos com previsão de entrada em operação em 2017. O estado foi o principal destaque do leilão realizado pela Aneel, em outubro de 2014, quando 31 projetos solares foram vendidos, sendo 14 para Bahia, o que corresponde a um percentual de 50%. Perspectivas positivas Toda esta movimentação é vista como positiva pelo coordenador do Conselho de Infraestrutura da FIEB, Marcos Galindo. Ele destaca a oportunidade não apenas de diversificar a matriz energética do estado, como também a de atração de novos investimentos. Outro aspecto positivo é o impacto social favorável, já que a exploração de energia eólica ou solar acaba trazendo benefícios para regiões isoladas ou muito pobres do estado, como é o caso do Semiárido. O investimento também pode ser visto sob a ótica das demandas futuras. “As novas matrizes vêm reforçar o sistema elétrico brasileiro, que está todo interligado. Além disso, quando se olha para o futuro, considerando a projeção de crescimento da população,


ENERGIAS RENOVÁVEIS Bahia destaca-se na produção de energias alternativas

Projetos na Bahia:

Casa Nova Sobradinho Sento Sé

Indústrias de Energia eólica: Turbinas Blades

Jacobina

Torres

Morro do Chapéu

Cafarnaum

Brotas de Macaúbas

Tabocas do Brejo Velho

Energia solar

Umburanas

Itaguaçu da Bahia Gentio do Ouro

Energia eólica

Campo Formoso

Xique-Xique

Parques eólicos espalham-se por 22 municípios baianos do sudoeste até o norte do Vale do São Francisco.

Juazeiro

Mulungu do Morro

Bonito

Camaçari Simões Filho

Bom Jesus da Lapa Riacho de Igaporã Santana Caetité

Dom Basílio

Guanambi Brumado Pindaí

ENERGIA SOLAR

Licínio de Almeida

Mais de 45 mil unidades implantadas em parceria com a concessionária de distribuição, o maior volume de kits fotovoltaicos instalados do Brasil;

ENERGIA EÓLICA BAHIA

2º maior

produtor de energia eólica no país

68

usinas em operação

1.71 GW gerados

41

empreendimentos em construção

118

projetos para os próximos anos

INVESTIMENTOS EM EÓLICA NA BAHIA

32 empreendimentos em energia solar, com previsão de entrada em operação em 2017;

Contratos Públicos R$ 18,5 bilhões 185 usinas negociadas em leilões pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia Capacidade de 4,6 GW de potência Mercado livre

(contratos privados)

232 empreendimentos Capacidade de 5,36 GW de potência

OPORTUNIDADES Investimento na expansão do mercado de aquecedores solares e painéis fotovoltaicos Fomento à indústria metalmecânica e eletroeletrônica Disponibilidade de matéria-prima para composição de painéis fotovoltaicos

Em leilão realizado em outubro de 2014, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 31 projetos solares foram vendidos, sendo 14 para Bahia; Os investimentos ultrapassam os R$ 4,2 bilhões em seis municípios, totalizando uma capacidade instalada de 893,8 MW.

Fonte:Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE)

Bahia Indústria  19


Manu Dias/GOVBA

geração de renda e o consumo de energia projetado para daqui a alguns anos, temos uma espécie de corrida para suprir esta demanda. A Bahia entra, então, com grande capacidade de contribuição para o plano nacional pelo seu potencial de geração de energia eólica”, afirma o coordenador. Na avaliação de Galindo, o maior desafio para o país é resolver os impasses estruturais. Ele cita como ponto crítico os primeiros parques eólicos, em razão da demora para implantação das linhas de transmissão. Recentemente, a exclusão da Bahia do leilão nos novos parques pela Aneel foi mais um capítulo deste processo que, acredita Galindo, o governo do estado está empenhado em reverter. Marcos Galindo também enxerga uma boa perspectiva para o crescimento da oferta de energia 20  Bahia Indústria

fotovoltaica no estado. A Bahia, além de deter longas extensões de terra propícias à exploração da energia solar, também oferece potencial elevado de exposição em termos de hora/sol por ano, uma das maiores do Brasil. escala Outro aspecto são as jazidas com materiais utilizados na produção de painéis de captação solar. “Isso pode facilitar à Bahia a implantação de indústria para produzir painéis solares. Já há estudos com esta expectativa”, lembra o coordenador do Coinfra. Ele acredita estar assistindo ao início do mesmo processo que ocorreu com a produção de energia eólica, que alcançou viabilidade e escala. O fato é que desde o apagão dos anos 2000, o país despertou para a necessidade de explorar novas

fontes de energia, além da hidrelétrica. Em 2002, com a criação, pelo Ministério de Minas e Energia, do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, foi dada a partida para estimular o desenvolvimento de fontes alternativas no Brasil. O resultado foi que a energia eólica passou a representar, em 2015, 3,5% da energia gerada e a fotovoltaica, entrou pela primeira vez no balanço energético nacional, com participação de 0,1%. As projeções são entusiastas. Em 2050, 20% da matriz energética brasileira deverá ser de origem eólica e 9,26%, solar. Marcos Galindo lembrou que, se no passado a conjuntura internacional levou as grandes empresas do segmento eólico a expandirem seus territórios, vindo instalar-se no Brasil, hoje podemos dizer que elas vieram para ficar. [bi]

Fábrica da Acciona, que produz cubos eólicos, em Simões Filho


Membros de Conselhos do Nordeste e do Comam fazem visita técnica Membros do Conselho de Meio Ambiente Nordeste (Coema-NE) da CNI, representantes das federações de Indústria (PE, BA, CE, SE, AL, RN, PB, PI) e integrantes do Conselho de Meio Ambiente da FIEB (Comam) da FIEB participaram, no dia 02 de setembro, de visita técnica à fábrica do Boticário, em Camaçari, primeira do segmento de cosméticos do Brasil a obter a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), uma das mais importantes em sustentabilidade do mundo. O objetivo foi conhecer os requisitos da certificação.

Seminário apresenta opções de financiamento para inovação Criar um canal de interlocução envolvendo setor produtivo, academia e órgãos de fomento à pesquisa foi o objetivo do Seminário “Diálogos para Inovação e Empreendedorismo: Oportunidades de Recursos Financeiros para Inovação em Micro e Pequenas Empresas”, realizado em 1º de setembro, na FIEB. A iniciativa foi resultado de parceria entre a FIEB – por meio dos Conselhos da Micro e Pequena Empresa Industrial (Compem) e de Inovação e Tecnologia (Citec) – e Fapesb com o objetivo de ressaltar a importância da inovação e apresentar alternativas de financiamento oferecidas aos empresários baianos. A Fapesb e o Sebrae tiveram a oportunidade de falar sobre os editais que podem ajudar a indústria a desenvolver inovação.

Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema FIEB

conselhos

Empresários avaliam potencial de negócios com trader de Cuba Com capacidade para receber grandes navios de carga, do tipo Post-Panamax e localização estratégica (menos de 150 quilômetros dos Estados Unidos), o Porto de Mariel, em Cuba, apresenta um potencial comercial expressivo para as empresas brasileiras, mas ainda pouco explorado pelas nordestinas. Visando impulsionar negócios entre o país caribenho e a Bahia, a FIEB, por meio do seu Centro Internacional de Negócios (CIN) e do Conselho de Comércio Exterior (Comex), promoveu, no dia 15 de setembro, um encontro com um trader que atua na Zona Especial de Desenvolvimento (ZED) Mariel, projeto concebido para fomentar o desenvolvimento económico sustentado de Cuba, atraindo o investimento estrangeiro, a inovação tecnológica e a concentração industrial com benefícios tributários especiais.

Da dir. para a esq: Ângelo Calmon de Sá Junior (FIEB), Dagmar González Grau (Embaixada de Cuba no Brasil) e Laura Torres (Consul Geral de Cuba)

FIEB participa de seminário nacional sobre políticas para as MPE No dia 28 de setembro, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou, em Brasília, o 3º Seminário Pense nas Pequenas Primeiro. Com o tema “Como as MPEs podem ajudar o Brasil a sair da crise”, o evento reuniu especialistas para debater sobre políticas de fomento às micro e pequenas empresas. Dirigentes da FIEB participaram do encontro que contou com a presença do secretário especial da MPE da Presidência da República, José Ricardo da Veiga. Na oportunidade, debateu-se a proposta de aumento e diferenciação do crédito, desburocratização, diminuição e simplificação tributária, modernização das relações de trabalho, internacionalização e acesso à mercados, entre outros assuntos.

Bahia Indústria  21


IEL reconhece boas práticas É um prazer muito grande formar profissionais, trazer nossa experiência para colaborar com o desenvolvimento desses jovens que estão entrando no mercado de trabalho”. O depoimento é do gerente de Serviços e Relacionamento de Imprensa da Softwell Solutions em Informática, Adriano Barbosa, tricampeã do Prêmio IEL de Estágio na categoria pequena empresa. Realizada no Dia do Estagiário, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), a 13ª edição do prêmio também homenageou a Kordsa Brasil (da área de manufatura têxtil), destaque entre as empresas de médio porte. “Este ano, estamos comemorando conquistas. Ficamos na 2ª colocação na

lista das Melhores Empresas para Trabalhar na Bahia (Great Place to Work) e esta premiação mostra que também valorizamos os nossos estagiários”, ressaltou o gerente da empresa, Marcello Gomes. Já a Máquina de Vendas Brasil (varejista do segmento de eletroeletrônicos) foi vencedora entre as empresas de grande porte. “Representa o reconhecimento de um projeto construído para apoiar e contribuir de forma mais efetiva com a formação dos estudantes.

Fotos: Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Rodadas de negócios e palestras marcaram o LiderAção, realizado em Eunápolis

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Bahia Indústria

Premiação homenageia empresas, instituições de ensino e estudantes Por Marta Erhardt

Cada vez mais as instituições de ensino e os empresários precisam se unir para melhorar a qualidade da nossa mão de obra e estimular os talentos dentro das instituições”, afirmou a gerente de Desenvolvimento Organizacional da Máquina de Vendas Brasil, Priscilla Breitenbauch. A iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) homenageou os agentes envolvidos no processo de estágio. Além das empresas com melhores práticas de atração, de-


senvolvimento e retenção de estagiários, também tiveram destaque os estudantes e as instituições de ensino que incentivam a prática de estágio durante a formação acadêmica. “O estágio é uma oportunidade eficaz para que empresas identifiquem e retenham seus talentos, além de alavancar a carreira de estudantes, contribuindo para capacitação e inserção no mercado de trabalho”, pontuou o superintendente do IEL, Evandro Mazo, que parabenizou todos os envolvidos no processo de estágio e aconselhou os estudantes a investirem nesta experiência, com dedicação e engajamento. Os premiados ressaltaram a importância da iniciativa. “Temos feito um trabalho intenso para contribuir com o desenvolvimento do nosso estado e, para isso, nada melhor do que formar bons profissionais e cidadãos”, pontuou a reitora Márcia Barros, da Universi-

dade Salvador (Unifacs), destaque entre as instituições de ensino finalistas. Já o estudante de engenharia mecânica da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Gustavo Castro Silva, foi vencedor na categoria estagiário. Ele desenvolveu um programa para calcular torque em uniões flangeadas (artifício de união utilizados comumente em tubulações). Esse cálculo precisa ser exato para evitar vazamento nas tubulações, o que pode acontecer com o excesso ou a ineficiência no torque. Ciente da demanda, ele desenvolveu uma programação no Excel, em formato de formulário, facilitando o cálculo. “O programa calcula o torque necessário para ter um aperto ideal da união flangeada. Isso gerou ganho de produtividade, mantendo a confiabilidade dos ativos da planta”, explica Gustavo, que é estagiário da Braskem há mais de um ano.

Marcus Verhine e o representante da Softwell Solutions

Workshop reuniu especialistas

Empresas que foram destaque no Prêmio IEL de Estágio Bahia em 2016

A cerimônia de premiação integrou a programação do 17º Workshop de Estágio. O evento contou com palestras do jornalista Jefferson Beltrão, que falou sobre 4 Ss para o sucesso e do fundador do Emprelab, Daniel Maior, que falou sobre empreendedorismo e destacou que perseverança e dedicação são elementos fundamentais para empreender. A programação incluiu, ainda, a solenidade de entrega do Prêmio Inova Talentos. A primeira edição da premiação contou com duas categorias: equipe destaque e artigo destaque. Entre os finalistas da categoria equipe destaque, o vencedor foi Arthur Oliveira, com o projeto “O Vigilante”, na empresa Maquin Soluções tecnológicas. Já a vencedora na categoria artigo destaque foi Laíssa Vasconcelos, com o trabalho “Implantação de sistema/ plataforma virtual para consolidar a venda”, na empresa Herbert Uniformes. O Inova Talentos é uma parceria entre o IEL e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que visa ampliar o número de profissionais qualificados em atividades de inovação no setor empresarial brasileiro. [bi] Bahia Indústria  23


Alban entrega a Temer agenda para o crescimento FIEB lista 27 propostas capazes de destravar o desenvolvimento da economia baiana em documento ao presidente Por Cleber Borges

BAHIA

UMA AGENDA PARA O C R ESC I M E N TO

S A LVA DOR • B A H I A • 2 0 16

Na publicação, a FIEB sintetiza as principais reivindicações dos industriais baianos

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Bahia Indústria

Toda crise é cíclica e, no caso presente, já começam a surgir sinais de que estamos deixando o fundo do poço. Portanto, o momento é adequado para levarmos ao governo federal proposições destinadas a criar um ambiente positivo para o investimento industrial”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Ricardo Alban, ao lançar o documento Bahia, Uma Agenda para o Crescimento. O documento elenca propostas que a indústria baiana considera imprescindíveis para a retomada da atividade econômica no estado. Ele foi entregue por Ricardo Alban ao presidente Michel Temer, durante audiência no Palácio do Planalto, dia 16 de agosto, na companhia do presidente da Confederação Nacional da Indús-

tria, Robson Andrade, e de dirigentes das federações de indústrias do Ceará, Piauí e do Rio Grande do Norte. Na agenda, a FIEB sintetiza as principais reivindicações dos industriais baianos e propõe iniciativas nas áreas de acesso ao crédito, política fiscal e tributária, infraestrutura e recursos hídricos, meio ambiente e demarcação de terras indígenas. INFRAESTRUTURA Ao todo, a publicação elenca 27 propostas, que incluem, dentre outras: a simplificação dos processos de licenciamento ambiental; ações para a revitalização do Rio São Francisco; e a renegociação das dívidas dos empresários da região nordeste com o FNE e o Finor. Na área fiscal/tributária, reivindica a renovação da isenção do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) para todo o Nordeste. Foram também listadas demandas de infraestrutura, como a retomada das obras para a conclusão da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), atualmente paralisadas, destinada a escoar a produção de grãos do Oeste baiano e de minérios do Sudoeste. De acor-


cni/divulgação

do com estimativas do Tribunal de Contas da União, já foram aplicados na obra R$ 2,1 bilhões e, para concluir a ferrovia (entre os lotes 1 e 4, de Ilhéus a Caetité, faltaria investir R$ 1,3 bilhão. Ricardo Alban contextualizou as propostas no cenário econômico atual e ressaltou os principais pontos do documento, entre os quais a implantação do Instituto de Tecnologia em Saúde no SENAI Cimatec para que este atue em pesquisa e serviços na área de saúde. De acordo com Alban, o investimento em robótica nesta área poderia baixar drasticamente os custos de cirurgias, por exemplo. “O instituto vai contribuir muito para o desenvolvimento do setor no Brasil e isso despertou o interesse do Ministério da Saúde”, garante. O presidente citou como um dos

pontos mais importantes entre as propostas o investimento nos portos baianos. “A Baía de Todos os Santos é uma das maiores do mundo. A Baía de Aratu é uma das maiores do país. É inaceitável que esse potencial seja subaproveitado e que os portos da Bahia ainda sofram com gargalos resultantes da falta de investimentos”, disse. FRAGILIDADE Além dos problemas de infraestrutura, a falta de crédito para a indústria também foi destacada por Alban, que descreveu a situação dos empresários brasileiros como “frágil”. “Enquanto o mundo discute a quarta revolução industrial, em que os sistemas estarão digitalizados e interligados, a indústria do país ainda está às voltas com problemas que impedem sua competitividade”, afirmou.

O documento elaborado pela FIEB propõe a redução das taxas de juros para financiamentos de longo prazo no Nordeste, a exemplo das praticadas pelo BNB nos empréstimos do FNE, seguindo o padrão de variação das taxas do BNDES para o tomador final, referenciadas na Taxa de Juros de Longo Prazo. Além disso, pede a diminuição dos juros praticados pela Sudene nos financiamentos do FNDE, bem como a criação de um sistema de renegociação das dívidas do FNE e Finor. Alban acredita que há, no governo Temer, boa vontade para encaminhar propostas como as apresentadas pela FIEB. "Percebo que há, da parte do presidente e de alguns ministros, interesse em ouvir nossos pontos de vista”, pontuou. [bi]

Ricardo Alban na entrega do documento, em Brasília

Bahia Indústria  25


Escola de referência SESI Retiro é inaugurado seguindo os padrões do modelo EBEP de educação e ampliando oferta de vagas para o ensino médio na capital Por Patrícia Moreira

O

Serviço Social da Indústria (SESI) passa a oferecer em Salvador, a partir de 2017, cerca de 400 novas vagas de EBEP, o ensino médio do SESI, e mais de 1000 vagas de educação a distância para turmas de jovens e adultos. Isso tornou-se possível com a entrega do complexo educacional do SESI Retiro, inaugurado no dia 28 de outubro pelo presidente da FIEB, Ricardo Alban e pelo superintendente do SESI Bahia, Armando Neto. Com isso, a Rede SESI passa de 4.100 alunos matriculados em 2016 para 5.280 em 2017, distribuídos por nove escolas na capital e interior, incluindo os estudantes do ensino fundamental. A antiga escola do SESI passou a oferecer um novo conjunto de serviços educacionais, beneficiando, em particular, a comunidade do entorno do bairro do Retiro. Com 13 mil metros quadrados de área construída e investimentos de R$ 35 milhões, a unidade passa a contar com 28 salas de aula, 18 laboratórios, incluindo os de ciências exatas e humanas, robótica, informática, língua portuguesa, artes e biologia. A infraestrutura é composta ainda de refeitório com capacidade para 388 pessoas, auditório com 240 lugares, biblioteca, videoteca e salas de estudos. Também é dotada de um ginásio com quadra poliesportiva com medidas oficiais, salas de dança, teatro, música, karatê e academia. O antigo prédio da escola Escola SESI Reitor Miguel Calmon foi demolido em 2014 para dar espaço ao atual complexo de educação. A inauguração da Unidade Retiro foi marcada

26  Bahia Indústria

por homenagens. O conjunto recebeu o nome do presidente do Conselho Nacional do SESI, João Henrique de Almeida Souza, que se fez presente à homenagem, e o pavilhão de aulas foi dedicado, in memorian, ao ex-vice-presidente da FIEB, Emmanuel Silva Maluf, que foi representado por sua filha Rosemma Maluf. A escola foi rebatizada com o nome do reitor Miguel Calmon, representado na solenidade pelo diretor da FIEB, Angelo Calmon de Sá Júnior, seu sobrinho-neto. A solenidade foi marcada por depoimentos emocionados dedicados à memória dos homenageados. O presidente do Conselho Nacional do SESI, João Henrique Souza, lembrou da importância de se oferecer educação de qualidade como ferramenta para transformar vidas. INFRAESTRUTURA O Sistema FIEB vem ampliando os investimentos na expansão da rede de educação do SESI. Em 2014, foi entregue a Escola SESI João Ubaldo Ribeiro, no município

Fotos Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

de Luís Eduardo Magalhães. Este ano, entrou em funcionamento a Escola SESI de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. Para 2017, a rede ganhará as escolas de Feira de Santana, na região norte, Ilhéus/Itabuna, na região sul na Bahia, e a de Barreiras, na região oeste. Ao todo, o Sistema FIEB, por meio do SESI, investiu R$ 111 na ampliação e requalificação de sete escolas da rede na Bahia. Para o presidente Ricardo Alban, o país precisa de equipamentos de educação com a infraestrutura necessária para assegurar a qualidade de ensino. Foi o que se buscou com a implantação do complexo educacional do SESI Retiro. “Temos um exemplo de sucesso em educação, que é a Escola Djalma Pessoa, do SESI Piatã, que serviu de modelo de fazer a ampliação da nossa rede.


Atualmente, este modelo, que é referência nacional, já está presente nas escolas SESI do interior da Bahia e em 2017 chegará a Feira de Santana, Ilhéus e Barreiras e até 2018 também no município de Juazeiro”.

Presidente da FIEB abriu a solenidade de inauguração

Após entrega, foi feita uma visita às Instalações; estrutura é composta de 28 salas de aulas e 18 laboratórios

referência Ao investir em um modelo de referência em educação, destacou Alban, o SESI também quer servir de referência para que outras redes de educação possam se inspirar e seguir o exemplo ao conhecer outros caminhos possíveis. “Queremos somar esforços e competências para promover educação de qualidade e contribuir para reverter os indicadores de produtividade do país, o que somente é possível com investimento em educação e qualificação”, acrescentou. O superintendente do SESI, Armando Neto, lembrou que o SESI quer atingir a meta de ampliar o número de alunos na sua rede de educação regular para 5.500 até 2018. Também citou outras metas a serem alcançadas, como aumentar o número de matrículas de educação de jovens e adultos para 12 mil e para 40 mil o total de alunos nos cursos de educação a distância do SESI até 2018. Armando Neto falou ainda da importância de se resgatar a autoestima dos estudantes para conseguir o sucesso na área de educação. “Temos grandes problemas de educação no país e um dos desafios é resgatar a autoestima e o orgulho do estudante. Sem isso, não vamos avançar”, observou, destacando: “O sucesso do SESI e do SENAI deve-se ao orgulho que os nossos estudantes têm de fazer parte da nossa rede e é isto que faz a diferença”. [bi] Bahia Indústria  27


indicadores  Números da Indústria

Ano deve fechar com queda de 5,9% Em julho, somente três segmentos – alimentos, bebidas e metalurgia – apresentaram crescimento na produção

A

produção física da indústria de transformação da Bahia apresentou queda de 4,0%, na comparação dos últimos 12 meses, terminados em julho, com igual período anterior. Com esse resultado, a Bahia cai para o 3º lugar no ranking dos 14 estados que participam da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física ( PIM PF-R), do qual apenas o estado de Mato Grosso continua apresentando o mesmo resultado positivo (9,0%). Os demais estados registraram re-

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sultados negativos: Amazonas (-18%), Rio de Janeiro (-11,7%), Pernambuco (-11,3%), São Paulo (-10,1%), Rio Grande do Sul (-9,9%) Paraná (-9,1%), Ceará (-7,9%), Minas Gerais (-7,6%), Santa Catarina (-7,6%), Pará (-7,5%), Goiás (-4,3%) e Espírito Santo (-3,2%). Na Bahia, apenas três dos 11 segmentos pesquisados registraram crescimento: Metalurgia (16,3%), Bebidas (10,1%) e Alimentos (2,3%). Apresentaram resultados negativos: Equipamentos de Informática (-40,2%); Veículos automotores (-25,6%); Minerais não metálicos (-15,2%); Refino de petróleo e biocombustíveis (-4,2%); Borracha e plástico (-4,1%); Couro e Calçados (-2,8%); Produtos químicos (-0,4%) e Celulose e Papel (-0,1%). Na comparação de julho de 2016 com igual mês do

ano anterior, a produção física da indústria de transformação baiana apresentou queda de 19,1%. Três dos 11 segmentos industriais da Bahia apresentaram resultados positivos: Alimentos (4,5%, com maior produção de açúcar cristal, leite em pó, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja), Metalurgia (2,1%, maior produção de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre) e Couro e Calçados (-2,0%).


bro deste ano, das unidades 9 e 18, postergou para janeiro de 2017. SINAIS POSITIVOS A indústria foi um dos setores que primeiro começou a sofrer com a crise econômica. O consumo das famílias em baixa e a falta de investimentos contribuíram para os resultados negativos. A crise política tem sua parcela de responsabilidade neste cenário ruim. No entanto, alguns analistas consideram a hipótese de que a economia brasileira já tenha chegado ao fundo do poço e pode estar ensaiando uma leve recuperação a partir deste segundo semestre. Os indicadores que mostram essa possibilidade de

reversão do ciclo econômico são a normalização dos níveis de estoque, a elevada capacidade ociosa (que por si só é um ponto de partida para um novo ciclo econômico virtuoso), a melhora das expectativas empresariais e o câmbio. As estimativas de mercado apontam para uma desaceleração da queda da produção industrial neste ano, que deverá encerrar em retração de 5,93% (ante os 9,7% atuais) e crescimento em 2017 (+0,5%). Na mesma direção, o PIB deverá crescer 1,3% em 2017 e a inflação deverá convergir para a meta (5,12%), de acordo com informações do Banco Central (relatório Focus). [bi]

bahia: pim-pf de julho 2016

Variação (%)

Setores jul16/jul15 Jan-jul16/ ago15-jul16/ Jan-jul15 ago14-jul15

Indústria de Transformação Refino de petróleo e biocombustíveis Produtos químicos Veículos automotores Alimentos Celulose e papel Borracha e plástico Metalurgia Couro e Calçados Minerais não metálicos Equipamentos de Informática BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA Bebidas Extrativa Mineral 115

-19,1 -2,1 -4,0 -37,6 -2,1 -4,2 -0,3 3,9 -0,4 -29,8 -26,5 -25,6 4,5 3,6 2,3 -25,6 -0,2 -0,1 -4,0 -5,5 -4,1 2,1 22,7 16,3 2,0 -0,7 -2,8 -16,7 -17,7 -15,2 -19,4 DE TRANSFORMAÇÃO -40,2 DA-60,8 INDÚSTRIA -11,0 12,3 10,1 -21,8 -18,9 -14,7

(2014-201

2

110

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2014-2016) 105 100 115

2014

110

95

2015

2016

105 10090 9585

2015

2016

90

80

85

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70 SET

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Apresentaram resultados negativos: Equipamentos de informática (-60,8%, menor produção de computadores pessoais de mesa: desktops; gravador ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo: DVD, home theater: computadores pessoais portáteis - laptops, notebook, handhelds, tablets e semelhantes); Refino de Petróleo e Biocombustíveis (-37,6% devido a uma parada não programada da unidade de craqueamento catalítico de resíduos U-39 durante todo o mês de julho); Veículos automotores (-29,8%, menor produção de automóveis e painéis para instrumentos dos veículos automotores); Celulose e papel (-25,6%, menor produção pastas químicas de madeira); Minerais não metálicos (-16,7%, menor produção da massa de concreto preparada para construção, cimentos “Portland” e argamassas ou outros aglomerantes não refratários); Bebidas (-11,0%); Borracha e plástico (-4,0%) e Produtos químicos (-0,3%). A menor queda da produção física da indústria da Bahia, em comparação ao Brasil, deve ser relativizada: no início de 2015, foi registrada redução acentuada da produção na atividade de refino (que representa mais de 30% do valor da transformação industrial) por conta de uma parada de manutenção na RLAM, deprimindo a base de comparação. Por outro lado, neste 2º semestre é esperado queda na produção da indústria baiana um pouco mais acentuada por conta de parada programada para manutenção da Braskem (o segmento de Produtos químicos representa 18% do valor de transformação industrial). No entanto, a RLAM, que havia previsto uma parada programada para novem-

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

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painel Divulgação/Enseada

Inovação em ginástica laboral

Coral-sol, originário da África, está se proliferando na costa brasileira

Setor empresarial discute impactos do coral-sol na economia As condicionantes de licença ambiental referentes ao coral-sol podem levar à paralisação progressiva das atividades de óleo e gás na Bahia. A exigência de que toda embarcação apresente declaração de “casco limpo” para navegar em águas brasileiras pode ocasionar o desvio de rotas e afetar a competitividade do segmento. Essa é a avaliação dos conselhos de Petróleo, Gás e Naval (CPGN) e de Meio Ambiente (Comam) da FIEB. Coral-sol é nome dado às espécies de corais exóticos Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis, consideradas invasoras. “Criamos um grupo para buscar uma interlocução mais ampla e uma posição proativa com o envolvimento de outras áreas do Governo. Os custos de prevenção afetam a competitividade. Por isso, a discussão deve envolver o Ministério de Meio de Ambiente, a Marinha e o Ministério de Ciência de Tecnologia tanto para conservar os aspectos ambientais quanto serviços e empregos”, afirmou Humberto Rangel, coordenador do CPGN.

Ao longo de 14 meses, os trabalhadores das indústrias Battre e Brisa foram envolvidos no projeto de inovação Academia Tecnológica Orientada, do SESI Bahia. O projeto buscou colocar em prática um novo conceito na prática de atividades físicas no ambiente laboral, alinhando procedimentos de ergonomia com o auxílio de games e sensores de movimentos. A proposta visa estimular a prática de atividade física, pelo menos, duas vezes por semana, com duração de 15 minutos diários por indivíduo. A Academia Tecnológica foi um dos 23 projetos aprovados pelo Edital SESI SENAI de Inovação 2014 e foi o único projeto do Norte-Nordeste que aprovado naquele ano, de um total de 367 proposições submetidas pelos departamentos regionais do SESI e SENAI de todo o Brasil. “O objetivo foi contribuir para a redução do absenteísmo no ambiente de trabalho, adotando um programa que contempla a análise e orientação dos gestos motores”, explicou Francis Antão, do SESI. Com a ajuda dos games e sensores de movimento, foi possível fazer uma avaliação minuciosa dos gestos psicomotores e promover correções posturais de forma lúdica.

Cezar Brasil/Coperphoto/Sistema FIEB

Indústria gráfica realiza encontro na FIEB A concorrência da produção gráfica chinesa foi um dos temas discutidos na reunião da Associação Brasileira da Indústria Gráfica - ABIGRAF Nacional realizada dia 23.9, na FIEB, em Salvador. Na reunião, o vice-presidente da FIEB, Josair Bastos, foi homenageado pelo trabalho à frente da Abigraf Bahia. Representantes de diversas regionais debateram soluções para os principais problemas do segmento, como a bitributação de ISS e ICMS sobre produtos gráficos, a concorrência desleal (de produtos chineses impressos na China e de gráficas que não participam de concorrências, por exemplo) e a diminuição da demanda por publicações impressas.

30  Bahia Indústria

Josair Bastos foi homenageado pelo trabalho realizado na Abigraf


Dia Nacional da Construção Social Mais de 400 trabalhadores da construção civil participaram, dia 27 de agosto, na Faculdade DeVry/Ruy Barbosa, em Salvador, do Dia Nacional da Construção Social. O evento foi realizado simultaneamente em outras 31 localidades do País. Na Bahia, a realização ficou a cargo do SindusconBA e do SESI. A ação contou com uma extensa programação com alongamento, esquete teatral e karaokê, além de atividades de prevenção e promoção da saúde. “O objetivo foi proporcionar aos trabalhadores um dia de lazer, educação e saúde, levando qualidade de vida e reconhecimento àqueles que são o maior patrimônio de uma empresa”, afirmou o presidente do Sinduscon, Carlos Henrique Passos.

Valter Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

SENAI Lauro de Freitas amplia capacidade de atendimento

Cursos SENAI a R$ 99 Elaborados para pessoas que buscam aprimoramento profissional ágil e com baixo investimento, os Cursos SENAI a 99 reais propiciam ganho de conhecimento técnico para uma rápida inserção no mercado de trabalho ou para aqueles que desejam iniciar seu próprio negócio. São cursos de 20 horas que contam com uma estrutura completa de ensino e a qualidade reconhecida.

Feira de estágio em Barreiras A região de Barreiras sediou este ano a 1ª Feira de Estágio do IEL na região oeste da Bahia. O evento reuniu cerca de 800 estudantes que foram em busca de informações sobre carreira profissional e oportunidades de estágio. Foram dois dias de atividades que permitiram a troca de informações entre estudantes, empresários e instituições de ensino. Foram arrecadados 200kg de alimentos.

Novo prédio do Cetind terá capacidade para seis mil alunos

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-Bahia) inaugurou, 29 de setembro, o Edifício Almir Mendes de Carvalho Junior. O novo prédio mais do que dobra a capacidade de atendimento do centro de formação, que passará de 2.970 alunos/dia para 6.300 alunos/dia, em cursos de qualificação e de aperfeiçoamento profissional e técnicos de nível médio. O novo edifício contempla 37 novas salas de aula e integra a unidade Lauro de Freitas, que se destaca pela produção de conteúdos educacionais. A unidade, que abrange 13 áreas de competência na oferta de cursos, conta com plantas piloto, sonda, e é a única no estado com um núcleo de treinamento em trabalho em altura. O novo prédio ganhou o nome do engenheiro civil de formação, que se destaca pela longa história de serviços prestados à indústria baiana e ao Sistema Indústria da Bahia, onde ocupou as funções de presidente do Conselho do SENAI e presidente do CIEB. sílvio tito/Coperphoto/Sistema FIEB

EJA forma turma em Feira • Com o objetivo de elevar a escolaridade de trabalhadores da indústria e de seus dependentes, o SESI Feira de Santana concluiu a primeira turma do ensino médio a distância no município. A iniciativa faz parte do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do SESI Bahia e diplomou 65 estudantes de dez empresas industriais. O curso tem carga horária de 1.260 horas.

Bahia Indústria  31


jurídico

O novo marco legal da inovação nas licitações e contratos

Prazo para adesão ao eSocial é adiado A Receita Federal, por meio da Resolução nº 02, do Comitê Diretivo do eSocial, publicada no Diário Oficial da União de 31.08.2016, prorrogou o prazo para as empresas aderirem ao eSocial. Com a prorrogação, os empregadores e contribuintes com faturamento acima de R$ 78 milhões deverão aderir ao programa a partir de 1º de janeiro de 2018. Os demais empregadores e contribuintes só estarão obrigados a aderir ao sistema a partir de 1º de julho de 2018.

Por Viviane Bastos Cerqueira Pitanga

Com o objetivo de desburocratizar e estimular a ciência, tecnologia e inovação, a Lei nº 13.243, novo marco legal da inovação, publicada em 11 de janeiro de 2016, inseriu modificações relevantes na Lei de Licitações e Contratos Administrativos (8.666/93) e na Lei do Regime Diferenciado de Contratações (12.462/11). Inicialmente, para facilitar a especificação pelo ente contratante, foi acrescido um inciso na Lei de Licitações. Ele define produtos para pesquisa e desenvolvimento como sendo os bens e insumos e serviços e obras utilizados para atividade de pesquisa científica e tecnológica, como desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa aprovado. A fim de estimular a pesquisa científica, foi criada uma nova hipótese de dispensa de licitação (contratação direta) para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, o qual não se vincula a qualquer limite de valor, diferentemente das contratações de obras e serviços, nas quais haverá necessariamente limitação de valor, ou seja, até o valor máximo de R$ 300 mil. Ainda na hipótese de dispensa de licitação para aquisição ou contratação de produtos para pesquisa e desenvolvimento, também será permitida a contratação do autor do projeto básico ou executivo, hipótese anteriormente vedada. Nesse compasso, com o obje32  Bahia Indústria

tivo de desburocratizar, a Lei de Licitações passou a dispensar documentos de habilitação na contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento quando destinados à pronta entrega ou quando o valor não ultrapassar R$ 80 mil. Contudo, esta flexibilização ainda carecerá de regulamentação por Decreto Federal, visto que não foi mencionado se a desobrigação será em relação a documentos específicos ou de todos documentos de habilitação. Outra inovação foi a ampliação da possibilidade de utilização do regime diferenciado de contratações públicas (Lei 12.462/11) pelos órgãos e entidades dedicados à ciência, tecnologia e inovação. A aplicabilidade deste regime é opcional e, quando utilizado, deverá constar de maneira expressa no instrumento convocatório do certame. Dessa forma, a expectativa é que, a partir de agora, as alterações legislativas resultantes da Lei nº 13.243 desburocratizem o sistema de licitação e a compra de produtos destinados à pesquisa científica e tecnológica. Calha ressaltar que as especificidades e qualidade dos produtos vinculados à pesquisa passaram a ser tratados de maneira diferenciada. Diante disso, podemos afirmar que a nova lei avançou em diversos pontos e certamente promoverá um ambiente regulatório mais seguro e favorável para a inovação no Brasil.

O valor da taxa dos distritos industriais é reduzido

Viviane Bastos Cerqueira Pitanga integra a Gerência Jurídica da FIEB

A Lei Estadual nº 13.571, publicada em 19 de agosto, dentre outras deliberações, reduziu o valor mensal da taxa pelo serviço de administração, execução, manutenção, conservação e gestão dos Distritos Industriais de R$ 0,50 por m² para R$ 0,09 por m² de área ocupada. Também estabeleceu teto/limite para a cobrança, além de prever tratamento diferenciado para as microempresas e empresas de pequeno porte. O recolhimento da referida taxa deverá ser efetuado até o dia 9 do mês subsequente, nos termos do Decreto Estadual nº 28.595/1981.


ideias

Gestão de projetos: o que é essencial? Por Fernando Ladeira

Projetos são meios para alcançar um objetivo específico em um período de tempo finito. Têm a ver com mudança de patamares e com a geração de produtos ou serviços únicos. Temos observado nesses anos de crescimento da Gestão de Projetos duas tendências: o surgimento de novidades e o uso “sem filtros” de um relevante conjunto de boas práticas e de aplicação ampla, o Project Management Body of Knowledge (PMBoK)(1). A plataforma (PMBoK), desenvolvida a partir da experiência na gestão de projetos bastante complexos, tende a ser usada na íntegra, quando deveria ser uma referência. Em nossa experiência, acreditamos que três aspectos são essenciais para uma Gestão de Projetos eficaz: origem e escolha dos projetos, organização das pessoas e do processo de gestão. Projetos são meios. Não perca o foco nos fins. A definição do objetivo de um projeto é mais importante do que a do seu objeto, isto é, para que será feito, e não o que será feito. Quais os benefícios esperados da execução de determinado projeto? O documento utilizado para responder a essa questão chama-se “plano de negócio” (ou “business plan”). Um plano de negócios bem elaborado deve deixar claro quais benefícios serão obtidos com a execução do projeto e quais os recursos necessários para tal ou, em casos extremos, deixar cla-

ro que o projeto não deve existir, pois não se justifica sob o ponto de vista técnico-econômico. Bons estudos de viabilidade permitem comparar opções. Existem várias formas de se alcançar um objetivo. Qual a melhor opção? Só podemos responder a essa questão se tivermos elementos que nos mostrem os custos, os benefícios e os riscos de cada uma. Conduzir projetos exige uma organização específica das pessoas. As empresas podem ser classificadas em três tipos: orientadas a projetos (lucro gerado pela execução dos projetos – ex.: construtoras), orientadas a processos repetitivos (resultado associado à produção e produtos com longo ciclo de vida – ex.: papel e celulose) e híbridas (orientadas especialmente para processos repetitivos, mas com muitos projetos; ênfase no desenvolvimento de novos produtos – ex.: Telecom). Empresas híbridas e orientadas a processos repetitivos não possuem naturalmente uma estrutura adequada para conduzir projetos e precisam de um bom sistema de governança que coexista com a estrutura formal. A gestão de projetos deve ser simples e disciplinada. O processo de gestão de projetos é dividido basicamente em dois subprocessos: planejamento e controle. Tempo gasto no planejamento é tempo economizado na execução. Verdade – mas cuidado com os exageros! Um dos maiores pecados é o desbalanceamento entre o esforço empregado no planeja-

A gestão de projetos deve ser simples e disciplinada. O processo de gestão de projetos é dividido basicamente em dois subprocessos: planejamento e controle

Fernando Ladeira é sócio da Falconi O guia PMBOK é uma norma reconhecida para a profissão de gerenciamento de projetos. Um padrão é um documento formal que descreve normas, métodos, processos e práticas estabelecidas.

(1)

mento e a falta de disciplina no acompanhamento e correção de rumo ao longo do projeto. Projetos são esforços únicos; logo, haverá imprevistos. Por outro lado, por que acreditar que o plano é perfeito e negligenciar a necessidade de verificação e correção de rumo? Gostamos de planejar, mas ninguém gosta de ser cobrado, esse papel cabe ao Escritório de Projetos (EP). Temos observado que os Escritórios de Projetos têm dado um bom suporte aos gestores na elaboração de seus planos, porém, sem cumprir com o papel de “tocar o bumbo”. Planos perfeitos não existem e planos bons precisam ser replanejados de tempos em tempos. Esses três aspectos têm sido observados por algumas empresas com bastante sucesso. Serão bem-sucedidas na condução de projetos as empresas que souberem deixar de lado modismos e exageros e identificar o que realmente é essencial ao resultado. [bi] Bahia Indústria  33


leitura&entretenimento walter costa neto/Divulgação

exposição Arte nos Fortes Os Fortes de São Diogo e Santa Maria, ambos no Porto da Barra, já protegeram a capital baiana de ataques inimigos. Hoje, os locais carregados de história dão lugar a espaços artísticos. O Espaço Carybé das Artes, no Forte de São Diogo, mostra a obra do argentino com ajuda da tecnologia. Um conjunto de projetores colore o espaço com desenhos nas paredes internas. Já o Espaço Pierre Verger da Fotografia Baiana, no Forte de Santa Maria, é dividido em seis eixos principais: Retratos, Paisagens Urbanas, Culto Afro-Brasileiros, Interior da Bahia, Cenas do Cotidiano e Fotografia Contemporânea. São imagens de personalidades, momentos cerimoniais, carnaval etc.

Não perca Fortes de São Diogo e de Santa Maria, seg, qua a dom, 11h às 19h. Porto da Barra Divulgação

teatro Laudamuco – Senhor de Nenhures O último dia de vida de um rei prestes a ser assassinado pelo próprio povo é narrado na peça “Laudamuco – Senhor de Nenhures”, escrita em 1976 por Roberto Vidal Bolaño, reconhecido dramaturgo da Galícia. O texto, montado por diversas companhias europeias, ganha nova versão em Salvador, assinada pelo grupo Toca de Teatro. A montagem é a sétima do grupo, que completa 10 anos de estrada em 2016, e marca a terceira parceria artística com o encenador espanhol Moncho Rodríguez. No palco, os atores Danilo Cairo, João Guisande, e a atriz Fernanda Beltrão. Não perca Teatro SESI Rio Vermelho, 5 a 27 de novembro, sábados e domingos, 20h. R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Gratuito para industriários

livros

ROBERTO CIVITA: O DONO DA BANCA Carlos Maranhão Companhia das Letras 568 p. R$ 69.90 e-book - R$ 39.9

34 Bahia Indústria

Roberto Civita em detalhes

Impostos em discussão

Carlos Maranhão reconstitui os acertos e os fracassos dessa figura tão fundamental quanto polêmica na história da mídia brasileira. Roberto Civita (1936-2013), o homem que mudou o jornalismo brasileiro à frente da Editora Abril. No auge a editora teve 10 mil funcionários e mais de trezentos títulos. Workaholic, curioso, grande formador de talentos, homem de convicções fortes mas avesso a confrontos, Civita redefiniu o jornalismo no Brasil ao criar publicações como Veja e Realidade.

Depois do sucesso de A cabeça do brasileiro e A cabeça do eleitor, o cientista social Alberto Carlos Almeida se volta para discutir os impostos. Ele mostra que o brasileiro sabe que paga muito imposto e deseja que os recursos se revertam em melhores serviços. O livro parte de uma pesquisa que ouviu mil brasileiros adultos em todas as grandes regiões do país, em aproximadamente 70 municípios. O resultado une Karl Marx e Adam Smith, um livro esquerdista e liberal ao mesmo tempo.

O dedo na ferida: menos imposto, mais consumo Alberto Carlos Almeida Record, 196 p. R$ 39,90


Campanha decorrente da celebração de Acordo Judicial com o Ministério Público do Trabalho



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