Revista Bahia Indústria - janeiro 2012 - Ano XVII nº 218

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Bahia

ISSN 1679-2645

Federação das Indústrias do Estado da Bahia Sistema FIEB

Ano XVIII nº 218 janeiro 2012

É possível crescer com robustez? Em 2011, a indústria derrapou. Mas, mesmo com a crise, é possível voltar aos trilhos. Basta que sejam criadas condições favoráveis


Bahia Indústria


EDITORIAL

As estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2012 foram recentemente revisadas para baixo, projetadas em 3%. Se mantida essa perspectiva, o desempenho do ano ficará abaixo dos índices previstos para a economia mundial e para os países emergentes, de 4% e 6,1%, respectivamente. Mas, apesar do cenário pouco promissor e do impacto dos fatores externos sobre a economia brasileira, a indústria nacional deverá apresentar uma moderada recuperação, fechando o ano com uma expansão de 2,3%. No âmbito estadual, a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI), da Secretaria do Planejamento da Bahia, estima que, em 2011, o PIB estadual alcançou crescimento de 2,5%, contra 2,8% do país. A situação, no entanto, ainda não deverá se reverter no curto prazo. Essa guinada depende da efetivação de investimentos em áreas como a petroquímica e petróleo e gás (em especial na expansão da RLAM), bem como do aumento da demanda por produtos locais no mercado externo. A Federação das Indústrias do Estado da Bahia levanta a preocupação com a baixa competitividade da indústria de transformação do Brasil. Ainda assim, prevê que, na Bahia, áreas como as da construção civil, automotiva e de alimentos e bebidas deverão crescer este ano. O mercado consumidor interno também se manterá fortalecido e em ascensão, o que, somado ao menor índice de desemprego e ao aumento da renda real, concorre para manter a economia aquecida e a favorecer alguns segmentos produtivos. No caso do setor automotivo as projeções positivas se devem ao desenvolvimento de um modelo global de automóvel pela Ford, que deverá concorrer para fortalecer a balança comercial no quesito exportação. Entre perspectivas conservadoras para alguns segmentos e estimativas otimistas para outros, o país continuará, no entanto, sem resolver um de seus principais entraves ao desenvolvimento econômico: o excesso de carga tributária que penaliza os diversos segmentos da economia brasileira, em especial, o industrial. A cunha tributária, bem como a baixa qualidade da educação e as deficiências de infraestrutura, são desafios que o país terá pela frente, além de lidar com as adversidades dos mercados internacionais.

joão alvarez

Razões para otimismo; outras, nem tanto

Obras de infraestrutura voltadas para a Copa de 2014 estão entre os fatores que vão alavancar a economia nacional em 2012

O mercado consumidor interno se manterá fortalecido e em ascensão, o que, somado ao menor índice de desemprego e ao aumento da renda real, concorre para manter a economia aquecida


Unidades do Sistema FIEB Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato SESI – Serviço Social da Indústria Sede: 3343-1301

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SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

FIEB

lhistas Homero Ruben Rocha Arandas; Comitê de

Presidente José de Freitas Mascarenhas. 1º Vice-

Portos Reinaldo Dantas Sampaio

Bahia

presidente: Victor Fernando Ollero Ventin. Vicepresidentes Carlos Gilberto Cavalcante Farias;

CIEB

Emmanuel Silva Maluf; Reinaldo Dantas Sampaio; Vicente Mário Visco Mattos. Diretores Titulares Alberto Cânovas Ruiz; Antonio Ricardo Alvarez Alban; André Régis Andrade; Carlos Henrique Jorge Gantois; Claudio Murilo Micheli Xavier; Eduardo Catharino Gordilho; Josair Santos Bastos; Leovegildo Oliveira De Souza; Luiz Antonio de Oliveira; Manuel Ventin Ventin; Maria Eunice de Souza Habibe; Reginaldo Rossi; Sérgio Pedreira de Oliveira Souza; Wilson Galvão Andrade. Diretores Suplentes Adalberto de Souza Coelho; Alexi Pelagio Gonçalves Portela Júnior; Carlos Alberto Matos Vieira Lima; Juan José Rosário Lorenzo; Marcos Galindo Pereira Lopes; Mário Augusto Rocha Pithon; Noêmia Pinto de Almeida Daltro; Paulo José Cintra Santos; Ricardo de Agostini Lagoeiro

Diretor-Presidente José de Freitas Mascarenhas. Vice-Presidentes José Carlos Boulhosa Baqueiro;

Irundi Sampaio Edelweiss; Marco Aurélio Luiz Martins. Diretores Titulares Carlos Antônio Borges Cohim Silva; Clovis Torres Junior; Fernando Elias Salamoni Cassis; João de Teive e Argollo; Luís Fernando Galvão de Almeida; Luiz Antunes Athayde Andrade Nery; Marconi Andraos Oliveira; Roberto Fiamenghi; Rogelio Golfarb; Ronaldo Marquez Alcântara; Diretores Suplentes Davidson de Magalhães Santos; Erwin Reis Coelho de Araujo; Givaldo Alves Sobrinho; Heitor Morais Lima; Jorge Robledo de Oliveira Chiachio; José Luiz Poças Leitão Filho; Mauricio Lassmann Diretor regional oeste Pedro Ovídio Tassi

SESI conselhos

Presidente do Conselho e Diretor Regional José

Conselho de Economia e desenvolvimento in-

de Freitas Mascarenhas. Superintendente José Wagner Fernandes

dustrial Antônio Sérgio Alípio; Conselho para o

Desenvolvimento

Empresarial

Estratégico

Clóvis Torres Júnior; Conselho de Assuntos Fiscais e Tributários Cláudio Murilo Micheli Xavier; Conselho de Comércio Exterior Reinaldo Dantas Sampaio; Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial Carlos Henrique Jorge Gantois; Conselho de Infraestrutura Marcos Galindo Pereira Lopes; Conselho de Meio Ambiente Irundi Sampaio Edelweiss; Comitê de Petróleo e Gás Eduardo Rappel; Conselho de inovação e Tecnologia José Luís Gonçalves de Almeida; Conselho de Responsabilidade Social Empresarial Marconi Andraos Oliveira; Conselho de Relações Traba-

SENAI

Editada pela Superintendência de Comunicação Institucional do Sistema Fieb Conselho Editorial Irundi Edelweiss, Maurício Castro, Cleber Borges e Mônica Mello. Editor Cleber Borges. Estagiário Fábio Araujo. Projeto Gráfico e Diagramação Ana Clélia Rebouças. Ilustração e Infografia Bamboo Editora. Tratamento de imagem Marcelo Campos. Impressão Stilo Gráfica e Editora

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA Rua Edístio Pondé, 342 – Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71 3343-1280 / w w w.f ieb.or g.br/ b ahia _ indu stria_online

Presidente do Conselho José de Freitas Masca-

renhas. Diretor Regional: Leone Peter

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Filiada à

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Bahia Indústria

Sindicatos filiados à FIEB Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem no Estado da Bahia, sindfiacaoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do tabaco no Estado da Bahia, sinditabaco@ fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado da Bahia,sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, Dias D’ávila e Santo Amaro, sindvest@ fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da Indústria de Extração de Óleos Vegetais e Animais e de Produtos de Cacau e Balas no Estado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Cerveja e de Bebidas em Geral no Estado da Bahia, sindcerbe@bol.com.br / Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato das Indústrias do Trigo, Milho, Mandioca e de Massas Alimentícias e de Biscoitos no Estado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso do Estado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, secretaria@sinduscon-ba.com.br / Sindicato da Indústria de Calçados, seus Componentes e Artefatos no Estado da Bahia, sindcalcadosba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado da Bahia, simmeb@uol.com.br / Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olaria do Estado da Bahia, sindicerba@ig.com.br / Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes e Produtos de Limpeza em geral e Velas do Estado da Bahia, sindisaboesba@ fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, Sto. Antônio de Jesus, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Cidade do Salvador, sindpanssa@uol.com.br / Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Resinas Sintéticas do Estado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia, sindiplasba@ sindiplasba.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos, Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário da Região de Feira de Santana, sindvestfeira@fbter.org.br / Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia, sindratar@gmail.com.br / Sindicato das Indústrias de Construção Civil de Itabuna e Ilhéus, valmirsb@yahoo.com.br / Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia, sincafeba@ fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna, sinec@sinec.org.br / Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia, anaelisabete@telenge.com.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia, sindirepaba@ sindirepabahia.com.br / Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, sindipecas@sindipecas. org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, sindiplast@gmail.com


sumário jan 2012 joão alvarez

16 A indústria em 2012 Cenário de crise internacional e aquecimento do mercado interno sinalizam quais as principais perspectivas para o setor

Foto de João Alvarez

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fotos joão alvarez

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Menos burocracia

Projeto educacional com um toque de arte

Pósgraduação

Formação nos tempos da web

Irundi Edelweiss destaca os principais pontos da nova Lei Ambiental

Parceria do SESI Itapagipe com a Neojibá viabiliza a implantação do primeiro Núcleo de Prática da Orquestra Juvenil fora do Teatro Castro Alves com alunos do Ensino Fundamental

SENAI oferece especialização e MBA voltados para o setor industrial

Projeto SESI Enem vai possibilitar que trabalhadores da indústria e alunos da unidade Djalma Pessoa acessem conteúdos do exame nacional por meio de portal didático na internet


Nova lei ambiental Modernização e menos entraves burocráticos

Processo de licenciamento de empreendimentos de pequeno e médio portes vai se tornar mais ágil, permitindo mais dedicação aos casos de maior impacto ambiental por Patrícia Moreira

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Foto João Alvarez

Bahia deu um passo determinante na modernização da gestão ambiental do Estado com a aprovação da Lei nº 12.377/2011, no dia 20 de dezembro, pela Assembleia Legislativa. A nova legislação, que altera as leis de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos da Bahia, já está em vigor e foi bem recebida pelo setor produtivo, que enxerga na iniciativa a perspectiva de menos burocracia na liberação de novos projetos e na renovação de licenças. “O setor produtivo tinha no procedimento de licenciamento ambiental um grande entrave para a expansão atividade produtiva”, explica o vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB), Irundi Edelweiss. De fato, explica o secretário estadual de Meio Ambiente, Eugênio Spengler, há um ano havia 14 mil processos no passivo, entre licenciamento e outorga. “Durante o ano de 2011, realizamos mutirões que permitiram a redução desse passivo”, explica o gestor, que aposta na nova legislação ambiental para garantir agilidade no processo de licenciamento, além do aprofundamento da gestão compartilhada entre estados e municípios para atividades de impacto local. “São estratégias que garantirão maior capacidade de atendimento pelo órgão de meio ambiente”, acrescenta o secretário.   Bahia Indústria

De acordo com Irundi Edelweiss, o processo de concessão de licenças, tal qual vigorava anteriormente, podia levar de dois a cinco anos para ser concluído, já que a atividade industrial requer vários tipos de autorização: licenças de implantação, operação e de renovação. Com um volume de 4 mil empreendimentos em operação no estado, conforme o Guia Industrial, da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), a tendência era a situação se agravar com a implantação de novas plantas. “No meu entendimento, não haveria um exército de analistas capaz de dar conta deste estoque de processos. Esta situação gerava um grande desconforto para o setor produtivo com relação à antiga lei”, traduz Edelweiss.

Principais mudanças A nova legislação ambiental traz entre seus principais benefí-

cios a simplificação do processo de licenciamento. Antes, o empreendedor precisava recorrer a três órgãos distintos na Secretaria de Meio Ambiente para obter uma licença. Agora, a nova lei fundiu e concentrou tudo em um só órgão, no Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), e tirou do Conselho Estadual de Proteção Ambiental (Cepram) a competência de analisar os processos de concessão. “Um grande avanço, considerando que o conselho muitas vezes impunha condicionantes de menor importância, que acabavam gerando pedidos de vista, levando a diligenciamentos e à extensão do prazo de autorização”, explica Edelweiss. Para o vice-presidente do CIEB, o atual secretário de Meio Ambiente teve a sensibilidade de perceber que a simplificação do processo de concessão de licenças não implica em permissividade em relação à


proteção do meio ambiente. Ao contrário, com a nova ênfase, o papel do Cepram na fiscalização passa a ser mais preponderante. “Todo crescimento traz desgaste ambiental, mas é também fundamental prover emprego, porque ninguém se sente confortável sem trabalho. Há, portanto, uma conta a ser paga. Mas a FIEB não advoga que se promova o crescimento de qualquer jeito, mas da forma mais sustentável possível. Não queremos promover desgaste ambiental desnecessário”, ressalta Irundi Edelweiss. Além da descentralização e simplificação do procedimento de licenciamento, Edelweiss, que, ao lado do presidente da FIEB, José Mascarenhas, esteve à frente da criação do primeiro Centro Ambiental da Bahia, em 1973, quando da implantação do Polo de Camaçari, também aponta outras inovações da nova lei, como a possibilidade de licenciar distritos industriais ou programas, a exemplo dos grandes empreendimentos habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida.

Para Irundi Edelweiss, a FIEB advoga que se promova o crescimento da forma mais sustentável possível

A nova lei criou a Licença por Programas e Projetos, que visa licenciar programas governamentais; a Licença por Adesão e Compromisso, que será emitida por meio eletrônico, para empreendimentos de baixo e médio potencial e, para a área rural, foi adotada a Licença por Território ou Bacia Hidrográfica, que analisará os impactos no conjunto das propriedades. “Isso viabilizará ao órgão uma maior dedicação na análise dos empreendimentos com significativos impactos ambientais”, observa Eugênio Spengler. Irundi Edelweiss observa ainda que os críticos da nova lei argumentam que ela esvaziou o poder do Cepram. Mas ele lembra que tanto o Cepram quanto o CRA nasceram dentro do antigo Ceped, órgão que analisava os processos, mas também vendia serviços à indústria. “Oito anos após a criação do Ceped, chegou-se à conclusão de que havia algo incestuoso naquela relação. Será que no Cepram atual não persiste este tipo de conflito?”, pondera. [bi] Bahia Indústria


SENAI vai produzir atlas eólico da Bahia Convênio com a Secti e a Seinfra permitirá mapear as jazidas de ventos acima dos 100 metros de altura Alberto Coutinho/secom

Parque eólico de Brotas de Macaúbas, região da Chapada Diamantina

Bahia Indústria

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Bahia destaca-se no cenário nacional entre os estados com maior potencial de produção de energia eólica. Para assegurar o protagonismo industrial na exploração desta fonte energética, o governo do Estado da Bahia assinou, em 16 de dezembro de 2011, o convênio de nº 11/2011, com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-Bahia) para mapeamento do potencial eólico da Bahia. O Estado, por intermédio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Secretaria de Infraestrutura do Estado da Bahia (Seinfra), encarrega o SENAI de criar uma plataforma web para divulgação dos resultados do estudo, montar um atlas de potencial eólico, além de promover projetos de desenvolvimento tecnológico e de capacitação técnica. A proposta é que o levantamento, previsto para ser realizado ao longo dos próximos dois anos, subsidie a atração de novos investimentos a partir do fornecimento de dados técnicos de localização das principais jazidas de vento do estado a uma altura entre 100 e 150 metros, novo patamar de desenvolvimento e produção de equipamentos de maior potência dos fabricantes internacionais. Atualmente, os principais parques eólicos em atividade na Bahia estão situados na região da Chapada Diamantina e a geração de energia se dá com equipamentos que atingem o máximo de 80 metros de altura. Com o mapeamento, a Bahia estará criando condi-

ções para atrair novos investimentos. O secretário da Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmera, vê boas perspectivas para esta nova matriz energética no estado: “A Bahia, de acordo com especialistas, tem pelo menos duas Itaipus em potencial eólico nas jazidas acima de 120 metros de altura”. A opção pelo SENAI na condução do levantamento técnico, observou o secretário, é consequência do histórico de serviços prestados pela entidade à secretaria: “O SENAI tem demonstrado grande expertise na sua atuação e, com este projeto, estamos agregando ao sistema mais uma área de conhecimento.” Para atender ao convênio, explica Alex Álisson, coordenador do projeto no âmbito da FIEB, o SENAI Cimatec colocará em campo uma equipe de 10 a 15 técnicos e especialistas. “A ideia é que possamos emitir relatórios a cada seis meses a partir das medições e análises realizadas, que funcionarão como uma espécie de cartão de visitas para atração de novos projetos industriais.” De acordo com Álisson, a Bahia está autorizada pela Aneel a produzir 1 giga watts de potência em energia. A expertise do SENAI Cimatec também estará a serviço da Secti para implantação de uma rede de informações acessível ao público em geral e ao mercado pela internet. O trabalho de acompanhamento técnico vai permitir ainda a transferência de tecnologia, favorecendo a formação de técnicos especializados. [bi]


circuito

por cleber borges

Brasileiro rejeita novo imposto para saúde

“Ninguém conseguiu explicar por que os maus investimentos no passado exigem o desemprego de bons trabalhadores no presente.”

O brasileiro rejeita a criação de impostos para melhorar a qualidade da saúde no país. Essa é a conclusão a que chega a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira: Saúde Pública, realizada pela Confederação Nacional da Indústria, que ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios. Do total, 96% são contra criar impostos para a saúde, apesar de 95% acreditarem que o setor precisa de investimentos e 61% reprovarem o SUS. Para 82% dos entrevistados, a alternativa para conseguir mais recursos é acabar com a corrupção (82%), reduzir desperdícios (53%) ou transferir dinheiro de outras áreas para a saúde (18%).

Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia, criticando países desenvolvidos, que combatem efeitos da crise com políticas austeras que provocam desemprego

Protecionismo argentino

Novas oportunidades Desde 2009, o Brasil acumulou um déficit no comércio bilateral com os Estados Unidos da ordem de US$ 20,5 bilhões. Até então, o resultado da balança era favorável a nosso país. Muitos atribuem essa mudança à política de diversificação de mercados adotada desde o primeiro governo do presidente Lula. Mas a ida da presidente Dilma Rousseff em março, aos EUA, pode reverter a atual tendência, criando oportunidades para produtos brasileiros como energia, aviação, petroquímica e inovação.

Exportações recordes Mesmo com o câmbio desfavorável e a retração do mercado europeu, em 2011 a Bahia exportou US$ 11 bilhões (4,3% do total brasileiro, sendo o 9º estado no ranking nacional). O saldo comercial alcançou US$ 3,2 bilhões. É o melhor resultado histórico do comércio exterior baiano. As exportações cresceram 24% em relação a 2010, devido principalmente aos preços favoráveis das commodities agrícolas e minerais, a exemplo de petróleo, soja, algodão, ouro e café.

A Argentina acumula déficit comercial com o Brasil desde 2004. Em 2011, o déficit ficou em torno de US$ 6 bilhões. Agora, resolveu dificultar ainda mais as importações de produtos brasileiros e dos demais países vizinhos. Passa a exigir dos seus importadores declaração formal que antecipa a programação de compras no exterior. Para a CNI, esse é mais um retrocesso para o comércio no Mercosul, pois aumenta a insegurança jurídica sobre as regras da política comercial argentina. Além de reduzir as exportações brasileiras para aquele país. Desde 2010, o governo argentino anuncia medidas para proteger seu mercado, inclusive retirando vários produtos do regime de licença automática.

Mineração terá royalty maior O segmento mineral brasileiro deve se preparar para pagar mais impostos em 2012. Consta que a presidente Dilma Rousseff está prestes a aprovar o novo texto do Código de Mineração, que há três anos está em discussão no governo federal. Entre as novidades está o aumento de 2% para 4% dos royalties sobre a exploração mineral, com empresas da área passando a pagar percentuais iguais aos da exploração de petróleo. O objetivo é somente um: aumento da arrecadação.

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sindicatos João Alvarez

Sindicatos buscam ampliar representatividade Doze sindicatos filiados à Fieb estão participando do Projeto Mais Indústria, que tem por objetivo ampliar a base sindical, com a prospecção de novas empresas industriais pelos sindicatos integrantes do projeto. Sob a coordenação do Compem – Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial –, o projeto será implementado graças a uma salutar parceria entre a FIEB e o Sebrae, que auxiliará os sindicatos na ampliação do seu quadro de associados, garantindo o seu fortalecimento e contribuindo para o incremento da produtividade e da competitividade das indústrias, sobretudo as de micro e pequeno porte. As MPEs industriais são as que mais precisam estar amparadas pelos seus sindicatos e representam mais de 90% do universo das indústrias baianas. Estimativas apontam que, na Bahia, a representatividade sindical é de menos de 15%. Este número representa o percentual médio de empresas de cada segmento industrial associadas aos sindicatos que integram o projeto. Segundo o presidente do Sinprocim-BA e coordenador do Compem, Carlos Gantois, o Projeto Mais Indústria, se bem produzido, garantirá um significativo crescimento dos sindicatos integrantes. “Vivemos, hoje, no Brasil e na Bahia, uma crise de representatividade do sindicalismo patronal que pode e deve ser revertido. Para tanto, é fundamental a prospecção de novos associados, principalmente no interior do estado, para onde deve caminhar a industrialização.” A primeira ação do Mais Indústria acontecerá entre março e abril. Está prevista a apresentação do Plano de Ação durante a reunião ordinária do Compem, no dia 8 de fevereiro. “O projeto, se bem engendrado, representará uma ‘revolução’ industrial e sindical, garantindo, assim, uma distribuição de riquezas mais equânime. Isto, em última análise, significa contribuir para o desenvolvimento econômico e social do estado da Bahia”, conclui Gantois.

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Sinduscon e SENAI juntos em nova parceria Tatiana Ferraz, gerente da área de Construção Civil do SENAI Dendezeiros

O Sinduscon-BA e o SENAI desenvolverão diversas ações em 2012. Pelo Projeto de Inovação Tecnológica (PIT) será realizado o curso de Gestão da Inovação na Construção Civil e também lançados os cursos da Escola Móvel para Inovação na Construção, quando uma unidade será deslocada e instalada nos canteiros de obra para realizar atividades de aperfeiçoamento. Além disso, serão oferecidas novas consultorias em Construção Sustentável e Lean Construction (Construção Enxuta), promovendo o aumento da competitividade do setor, informa Tatiana Ferraz, gerente da área de Construção Civil do SENAI Dendezeiros. As empresas interessadas em obter mais informações sobre estes projetos podem entrar em contato com o SENAI Dendezeiros pelo telefone (71) 3310-9900. A parceria vai viabilizar ainda a oferta de cursos gratuitos de qualificação profissional, que apoiarão o setor na formação da mão de obra para atender à crescente demanda na construção civil. Algumas turmas já foram iniciadas e as inscrições estão abertas no SENAI Dendezeiros. O objetivo é formar trabalhadores para o mercado de trabalho. Informações sobre os cursos na Central de Atendimento, pelo telefone (71) 3534-8090.


Sindical-BA acompanha mudanças no setor mineral O ano de 2012 começou com promessas de mudança na legislação para o setor de mineração. No final de 2011, o Ministério de Minas e Energia apresentou um arcabouço de reforma intitulada Proposta de Marco Regulatório da Mineração. O Sindicato da Indústria de Mineração, Calcário, Cal e Gesso no Estado da Bahia (Sindical-BA) vem acompanhando as discussões no Congresso Nacional com atenção, já que entre os principais pontos está um possível aumento das alíquotas de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). De acordo com o presidente do Sindical-BA, Sérgio Pedreira Souza, a incerteza sobre o conteúdo do pacote de medidas gera apreensão por parte dos empresários e pode causar instabilidade no mercado. “Um dos nossos principais focos de atuação neste início de ano é justamente acompanhar a definição dessas normas, pois existe o risco de algumas taxas dobrarem de valor, o que deve prejudicar o desempenho do setor na Bahia”, afirma Souza.

MPEs terão apoio conjunto da FIEB e do Sebrae

Mina de níquel em Mirabela: incerteza sobre mudanças na legislação gera apreensão no setor de mineração

Manu Dias/secom

Apoiar o desenvolvimento das micro e pequenas empresas (MPEs) industriais é o objetivo de programa desenvolvido pelo Sistema FIEB e o Sebrae/BA visando à competitividade do segmento, a ser implementado de 2012 a 2015. O programa, em fase de elaboração, deverá ter três linhas de trabalho: inovação e difusão tecnológica; Acesso a mercado e fortalecimento sindical. Por meio de capacitações e transferência de tecnologia, a proposta é oferecer apoio às MPEs, principalmente no interior, fortalecendo o associativismo. As ações serão implementadas setorialmente, por intermédio e a partir da demanda dos sindicatos. Para formular o plano de ação, foram criados um Grupo Técnico e um Comitê Gestor, formados por representantes das entidades envolvidas. O superintendente de Relações Institucionais da FIEB, Cid Vianna, reforça a importância das linhas de ação propostas no projeto, especialmente para o fortalecimento dos sindicatos filiados. “As parcerias são importantes para potencializarmos os recursos, com vistas ao fortalecimento das MPEs industriais e suas entidades de representação”, afirma.

Parceria incentiva prática de esportes entre os trabalhadores O Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA) e o SESI realizaram, nos dias 3 e 4 de dezembro, a 5ª edição da Olimpíada da Construção, no SESI Simões Filho. O evento é pensado para promover a qualidade de vida dos participantes – trabalhadores e dirigentes do setor – e incentivar a prática de esportes. O tema desta edição foi Construindo o Cidadão Através do Esporte e os participantes concorreram em 18 modalidades. Nada mais simbólico do que o exemplo do eletricista e atleta Carlos Alberto Barbosa do Santos, de 63 anos, que leu o Juramento do Atleta durante a cerimônia da abertura. “O esporte só me trouxe alegria. Pratico atletismo e treino mais ou menos uma hora todos os dias, isso faz bem para a mente, me deixa alegre, me mantém em forma e ainda faço amizades”, comentou.

Bahia Indústria  11


IEL amplia a parceria com a Petrobras Projeto, premiado pelo nível de excelência, passa a oferecer 190 vagas e é ampliado para as unidades do Norte e Nordeste da estatal

O

Instituto Euvaldo Lodi (IEL) conclui, em fevereiro, a seleção de 190 novos estagiários para atuar nas unidades da Petrobras. A oferta de vagas mais que dobrou desde 2005, quando foi fechada a parceria entre o instituto e a estatal para seleção e capacitação de estagiários. A gerente de Estágio e Formação de Talentos do IEL, Edneide Lima, explica que o programa com a Petrobras começou com 70 estagiários. “Desenhamos um programa de excelência de estágio na Unidade Operacional Bahia (UO Bahia), do Itaigara, que agora será estendido a todas as unidades da Petro-

bras do Norte e Nordeste”, explica Edneide, o que justifica a ampliação das vagas ofertadas. O programa também recebeu o Prêmio Melhores Práticas de Estágio, concedido pelo Fórum de Estágio da Bahia, pelos resultados alcançados. Por esta razão, a Bahia é líder nacional em qualidade de estágios alocados entre as regionais do IEL. No caso da Petrobras, o programa foi criado a partir de uma proposta social que alia nível de renda, educação e acompanhamento do estagiário. O papel do IEL é fazer o monitoramento dos estudantes e supervisores. Participam da seleção atual mais de mil candida-

Tiago Pestana, Armando Neto (IEL) e Enéas Furtado, a partir da direita, na premiação Melhores Práticas de Estágio

Petrobras/divulgação

12  Bahia Indústria

tos. Na segunda fase do processo, eles serão encaminhados para entrevista na Petrobras. Os estagiários começam a desempenhar suas atividades em março, no caso dos selecionados para a UO Bahia, e em abril, nas demais unidades, por um período que varia de 8 a 9 meses. A depender do nível de escolaridade, eles terão que cumprir uma carga horária entre 4 a 8 horas, a primeira para os de nível médio e os demais de nível superior. Quem atesta os resultados da experiência é Tiago Cabral Santos Pestana, 23 anos, que participou do programa em 2011. Estudante de Engenharia Mecânica da Universidade Federal da Bahia, Tiago e seu supervisor Manoel Barreto de Almeida Filho receberam o Prêmio Melhores Práticas de Estágio por um estudo de simulação do método gás-lift de elevação de petróleo. Para Tiago, no programa “há uma preocupação com o estagiário no sentido de que ele se desenvolva”. O coordenador de estágio da UO Bahia, Enéas Góes Furtado, observa que a parceria com o IEL, além de subsidiar a Petrobras, dando mais lisura e transparência à seleção de estagiários, também contribui para melhorar o programa. O IEL encaminhou 36.469 estudantes para estágio em 2011, 58% somente no interior do Estado. [bi]


Mais próximo do trabalhador Novas unidades móveis do SESI levarão serviços de saúde e educação às empresas

C

ontribuir para a qualidade de vida do industriário promovendo acesso à informação e à saúde. Esta é a função das 12 unidades móveis do SESI-BA, que oferecem serviços nas áreas de educação continuada, inclusão digital, cultura, saúde ocupacional e odontologia, além de práticas de leitura. Este ano, o atendimento itinerante será ampliado, no intuito de responder à crescente demanda das empresas e ampliar a atuação do Sistema FIEB no interior do estado. Até o fim do primeiro semestre, outras 15 unidades entrarão em funcionamento, beneficiando cerca de 35 mil trabalhadores. “As unidades permitirão colocar à disposição das indústrias, da forma mais capilarizada possível, soluções que atendam às suas necessidades. Tudo isso para levar mais comodidade e agilidade ao atendimento, além de contribuir para o aumento da competitividade da indústria”, afirma o gerente de Qualidade de Vida do SESI, Amélio Miranda Júnior. As unidades móveis também são utilizadas para realizar ações de programas do SESI, a exemplo do Cozinha Brasil. Executado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o Programa tem o apoio das federações de indústrias e departamentos regionais do SESI de todo o país. Com infraestrutura, equipamentos modernos e ambientes climatizados, as unidades móveis realizam serviços aos quais os trabalhadores das indústrias têm dificuldade de acesso, suprindo carências em diversas áreas. Para conhecer melhor como funcionam os serviços itinerantes e solicitá-los, as empresas do setor industrial podem entrar em contato com a unidade do Serviço Social da Indústria, Departamento Regional da Bahia mais próxima ou solicitar uma visita de profissionais da instituição pelo e-mail sacsesi@fieb.org.br ou via portal FIEB (www.fieb.org.br/sesi). [bi]

Programa Cozinha Brasil também desenvolve ações itinerantes joão alvarez

unidades móveis área

tipo de atendimento/serviço

Educação continuada

Inclusão digital e biblioteca itinerante para possibilitar aos trabalhadores e dependentes atendidos na Rede SESI de Educação o acesso às tecnologias da informação e comunicação, através do computador e acervo literário.

Saúde bucal

Consultórios odontológicos equipados para realização de avaliações de saúde bucal, ações educativas, procedimentos preventivos e tratamentos odontológicos.

Saúde ocupacional

Realização de consultas ocupacionais, teste visual, exames de espirometria, eletrocardiograma, coleta de material biológico para análise laboratorial.

Saúde ocupacional

Realização de exames de audiometria.

Bahia Indústria  13


Projeto alia música e ação pedagógica SESI Itapagipe implanta Orquestra Juvenil e aposta no estímulo ao desempenho escolar dos alunos

A

música faz bem aos ouvidos, mas na Escola Comendador Bernardo Martins Catharino, do SESI Itapagipe, além de agradar aos sentidos, ela deve também auxiliar no estímulo ao aprendizado de alunos do ensino fundamental. Para isso, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia implantou, no segundo semestre de 2011, o Núcleo de Prática Orquestral na unidade e acaba de adquirir uma orquestra completa, um investimento de R$ 429 mil em equipamentos que serão entregues no início do mês de fevereiro. Cláudia Libório, gerente da unidade de Educação de Itapagi-

pe, explica que a instituição foi buscar a expertise da Orquestra Juvenil Neogibá, um exemplo bem sucedido de inserção musical, que se tornou referência no país e já levou os jovens músicos baianos para apresentações em prestigiadas salas de concerto internacional. Com aulas práticas realizadas no turno oposto ao do ensino convencional, os alunos do Núcleo de Prática Orquestral e Coral também experimentam o desafio de se apresentar em público. Em 31 de outubro, 170 alunos do projeto mostraram suas habilidades para professores do Conservatório de Música e da Haute École de Musique de Genebra, que participavam de intercâmbio

O Concerto de Natal do Neojibá teve a participação de 63 alunos do Núcleo de Coral do SESI Itapagipe

João Alvarez

14  Bahia Indústria

cultural com artistas do Neojibá. E, em 18 de dezembro, 63 alunos do coral integraram as 450 vozes que se apresentaram na 4ª edição do Concerto de Natal do Neojibá, na Concha Acústica do TCA. Um dos pré-requisitos para o aluno fazer parte do projeto é o interesse em estudar música, escolhendo entre o coral, as oficinas de flauta doce ou as aulas de iniciação musical. “O objetivo maior é que o aluno obtenha melhores resultados na escola, adquirindo uma disciplina que o auxilie nas atividades educacionais”, explica Cláudia Libório. Em setembro de 2011, foram selecionados 204 estudantes, sendo 110 para a orquestra e os demais para o coral e as oficinas de flauta doce. O objetivo é chegar, ao fim de 2012, com 400 alunos da escola, que atende 1300 estudantes do ensino fundamental I e II, participando do núcleo, que prevê ainda a inclusão dos alunos com necessidades especiais. Os estudantes selecionados em 2011 retornam às aulas em 6 de fevereiro, quando também iniciamse os testes para novas turmas. Para estas, as aulas começam em março. Com uma equipe de 10 professores do Neogibá, as aulas acontecem sempre no turno oposto ao ensino convencional, de segunda a sexta-feiras, das 10 às 15 horas. [bi]


Educação profissionalizante no canteiro de obras Programa realizado em parceria entre o SESI e o SENAI apresenta bons resultados, ao aliar educação básica e capacitação técnica para trabalhadores da indústria

A

lém de possibilitar que trabalhadores da indústria baiana tenham a oportunidade de cursar a alfabetização, o ensino fundamental e o médio, o SESI incluiu a educação profissionalizante na formação dos alunos, realizada de forma gratuita, em parceria com o SENAI. O programa, chamado de EBEP – Educação Básica articulada à Educação Profissional, conta hoje com 127 alunos matriculados, distribuídos entre Salvador e Juazeiro. Em 2012 o objetivo é consolidar a oferta de cursos e ampliar a atuação para outras cidades onde o SESI está presente. Em Salvador foram matriculados 20 trabalhadores na turma do empreendimento Brisas, da Cyrela Nordeste. Os alunos cursaram o Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) e complementaram a qualificação profissional com um curso de pedreiro, ministrado no local da obra, o que estimula a frequência às aulas. Flávio Trindade, engenheiro do Brisas, vê o programa do SESI como de extrema importância para o desenvolvimento da construção civil. “É a oportunidade de humanizarmos os nossos canteiros e enfrentarmos as dificuldades na obtenção de mão de obra qualificada”, diz. Para Érica dos Anjos Pereira, professora do Brisas, a qualificação profissional dentro da obra possibilitou uma ligação maior com os conteúdos trabalhados, permitindo que a educação básica crie um elo com as atividades do dia-a-dia. O ajudante de pedreiro Fernando dos Santos, 32, considerou o curso como uma grande experiência. “É muito interessante pra gente que ficou muito tempo fora do colégio. Quero continuar e aprender cada vez mais, sempre incentivando para que outros colegas participem também”, diz.

interior Na Unidade Norte do SESI Bahia, o início da experiência contou com a participação de 107 alunos, que têm aulas do ensino regular e do curso de costureiro

João Alvarez

Para o ajudante de pedreiro, Fernando dos Santos, 32, o curso foi uma excelente experiência

industrial, iniciado no segundo semestre de 2011, com duração de dois anos. A repercussão foi tão boa que mobilizou empresários a encaminhar à Prefeitura de Juazeiro proposta de criação de um polo de confecção. Os alunos iniciaram em 2011 os estudos voltados à indústria têxtil, cursando módulos práticos como noções de modelagem básica e prática operacional. Para 2012, o curso oferece 80 novas vagas. Carlos Neiva, secretário de Desenvolvimento de Juazeiro, comenta que o curso de costureiro industrial tornou-se um dos pilares para o crescimento das indústrias da região, além de ser modelo de como se deve trabalhar com instituições parceiras do projeto. O EBEP é coordenado pelas áreas de Educação de Jovens e Adultos das Unidades do SESI. Mais informações no site www.fieb.org.br/sesi. [bi] Bahia Indústria  15


Pós-graduação afinada com o mercado Faculdades SENAI oferecem 18 cursos voltados para o segmento industrial Por patrícia moreira Fotos João Alvarez

A

obtenção do diploma universitário, embora muita gente encare como a conclusão de uma etapa de formação, muitas vezes, é apenas um começo. Com o surgimento acelerado de novas tecnologias e a modernização das práticas de gestão, a demanda por profissionais cada vez mais qualificados vem-se amplificando. Foi pensando em atender a estas necessidades e oferecer aos profissionais da indústria baiana a oportunidade de acompanhar estas transformações sem perder a conexão com o mercado que as Faculdades de Tecnologia do SENAI, Cimatec, Cetind e Dendezeiros estão oferecendo 18 cursos de 16  Bahia Indústria

especialização e MBA, que estão com inscrições abertas até 29 de fevereiro. As pós-graduações oferecem entre 30 e 40 vagas por curso, com duração que varia de 18 a 24 meses, com o início das aulas em março. Alex Álisson, gerente da Faculdade SENAI Cimatec, explica que o SENAI está sempre buscando acompanhar o desenvolvimento industrial da Bahia, monitorando o mercado para atender às suas expectativas. “Como a maioria das faculdades não tem o foco na indústria, o SENAI atende a estas demandas, o que levou ao surgimento de novos cursos, como é o caso da especialização em Polímeros”, revela.

Especialização em Engenharia de Soldagem obteve em 2011 certificação do International Institute of Welding (IIW)

As especializações em Sistemas Elétricos de Potência e em Engenharia Automotiva, além dos MBAs em Gestão de Projetos e Gestão da Produção e Logística estão entre os mais procurados. Mas Alex Álisson também chama a atenção para a especialização em Engenharia de Soldagem, que obteve em 2011 certificação do International Institute of Welding (IIW), entidade com sede em 13 países. A demanda elevada pelos cursos de Logística e Gestão da Produção e de Gestão de Projetos, explica Álisson, se deve ao fato de elas habilitarem o profissional para atuar em qualquer indústria, enquanto outras formações atendem a algumas especialidades.


Qualidade e foco na prática

pós-graduação senai Confira as especializações e MBA com inscrições abertas especialização

duração

Tecnologia e Gerenciamento de Obras

360 horas

Automação, Controle e Robótica

464 horas

Sistemas Elétricos de Potência

452 horas

Eficiência Energética

464 horas

Refrigeração e Ar Condicionado

464 horas

Engenharia da Confiabilidade

464 horas

Engenharia de Soldagem

18 meses

Design de Produtos Industriais

18 meses

Engenharia Automotiva

18 meses

Polímeros

18 meses

Soluções e Tecnologias Ambientais

432 horas

Gestão Integrada de Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho – QSMS

400 horas

Monitoramento de Recursos Hídricos

432 horas

Educomunicação Socioambiental

432 horas

mba Gestão da Manutenção

476 horas

Executivo em Gestão de Projetos

370 horas

Executivo em Gestão da Produção e Logística

380 horas

Executivo em Gestão Portuária

390 horas

Márcio Huff, da indústria Santeno, faz especialização em Polímeros e elogia o corpo docente

Márcio André Huff, 45 anos, está próximo de concluir especialização em Polímeros. Líder da unidade de negócios da Santeno, empresa do grupo Nortene, de São Paulo, sediada em Simões Filho, que atua na produção de mangueiras, filmes e telas para o setor agrícola, ele avalia como extremamente produtiva a experiência de cursar uma das pós-graduações oferecidas pelo SENAI. “O curso me deu uma visão mais ampla de conhecimento técnico”, revela Huff, formado em Engenharia Química. Quem também apostou em um dos novos cursos de especialização do SENAI Cimatec foi a engenheira de produção Taiana Almeida Ferreira dos Santos, de 27 anos, que há dois anos trabalha na Ford. Ela optou pelo curso de Engenharia Automotiva. “Senti a necessidade de me aperfeiçoar e recorri ao SENAI. No curso, tive acesso a acadêmicos experientes que traziam exemplos práticos que facilitavam o aprendizado”, conta. Taiana não pensa em parar por aí e pretende fazer uma especialização em Gestão de Projetos que ela julga fundamental para o seu desenvolvimento. [bi]

Segundo semestre O SENAI Dendezeiros está oferecendo neste primeiro semestre de 2012 o curso de Tecnologia e Gerenciamento de Obras, implantado em 2011 para atender às necessidades de gestão e inovação na Construção Civil. Mas, para o segundo semestre, será oferecida a especialização em tecnologia BIM (Bilding Information Modeling), que permite projetar em três dimensões e também atende à demanda do segmento da construção civil. “O BIM permite simular os projetos e as edificações; é um sistema inovador e uma tendência no setor e a oferta da especialização vai preencher esta lacuna”, observa Patrícia Evangelista, gerente da unidade SENAI Dendezeiros. Para o segundo semestre, Patrícia Evangelista também anuncia a abertura de vagas para especializações na área de ciência e tecnologia de alimentos: Qualidade e PCP (Planejamento e Controle da Produção), que visam melhorar o processo produtivo deste ramo da indústria. Mais informações, no site do SENAI-BA. Bahia Indústria  17


perspectivas para

a indústria em

18  Bahia Indústria


O presidente da FIEB, José Mascarenhas, apresenta os números e as projeções do setor industrial em coletiva de imprensa

POR Cleber Borges e carolina Mendonça FOTOS joão alvarez

2012

Crises na economia mundial, situação econômica brasileira e problemas locais de infraestrutura compõem cenário para o setor na Bahia Bahia Indústria  19


economia brasileira crescerá este ano, mas o desempenho continuará limitado pela crise das economias avançadas e também pela menor expansão das economias emergentes. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil terá expansão de 3%, abaixo do que se projeta hoje para a economia mundial (4%) e, mais ainda, do que se estima para os emergentes (6,1%). Nesse cenário, a indústria brasileira, que cresceu apenas 1,8% em 2011, deverá apresentar uma moderada recuperação, fechando este ano com uma expansão de 2,3%. Essa avaliação, feita pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), José de Freitas Mascarenhas, mostra que o setor não terá um caminho fácil pela frente este ano. Fatores conjunturais e estruturais negativos conspiram nessa direção. “Essa é a tendência nacional, infelizmente. Uma condição de baixa competitividade da indústria de transformação do Brasil. As empresas estão, em nome de sua sobrevivência, importando mais produtos intermediários, o que faz com que se mantenha o faturamento alto, mas com perda de produção”, afirma Mascarenhas. No âmbito conjuntural, há a redução da demanda internacional por bens industriais e commodities minerais, resultante da crise europeia e da desaceleração da economia chinesa; o câmbio valorizado, que inibe as exportações e facilita a entrada de concorrentes importados; redução do investimento estrangeiro direto de US$ 60 bilhões em 2011 para US$ 45 bilhões em 2012, resultante da incerteza na zona do euro; e as importações predatórias incentivadas por pelo menos dez estados brasileiros, os quais dão incentivo fiscal a importadores que usam suas instalações portuárias. De acordo com o economista Armando Avena, o 20  Bahia Indústria

cenário econômico brasileiro é positivo, mas está condicionado ao comportamento dos mercados externos. Caso a crise europeia se agrave, sofreremos impacto no crescimento nacional e o governo terá que adotar medidas, como a redução de impostos para alguns segmentos, por exemplo. “Por outro lado, a economia americana parece dar sinais de recuperação e, na China, apesar da desaceleração, o ritmo deve se manter estabilizado”, analisa Avena.

Tributação

Obras para a Copa 2014, como a construção da Arena Fonte Nova, impulsionam a construção civil

No âmbito estrutural, devem comprometer o desempenho industrial fatores como a alta carga tributária – segundo o Banco Mundial, os 85 tributos existentes no Brasil chegam a consumir 69% do lucro das empresas –, a baixa produtividade do trabalho, que cresceu apenas 2,6% entre 1995 e 2010, enquanto na China alcançou 17,3% e na Índia 10,5%; além do baixo investimento em infraestrutura. Em relação a esse aspecto, cabe destacar que, apesar de se prever crescimento acima de 5% da Formação Bruta de Capital Fixo em 2012, chegando, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a quase 20% do PIB, a taxa ainda está muito abaixo do necessário para sustentar o crescimento econômico. A título


de comparação, na China, os investimentos equivalem a 45% do PIB; na Índia, a 30%. Nem tudo conspira negativamente. Aspectos importantes, conjunturais e estruturais surgem como condicionantes favoráveis ao crescimento. Conjunturalmente, o mercado interno está em crescimento, devido ao baixo nível de desemprego (6%), à previsão de crescimento da renda real em ritmo maior que em 2011 (o Dieese estima que o aumento de 14% do salário mínimo injetará R$ 47 bilhões na economia) e à política fiscal expansionista estimulada pelo ano eleitoral. Além disso, especialistas acreditam que a inflação fechará este ano em torno de 5% (contra em torno de 6,5% em 2011); os juros estarão em queda e haverá mais crédito (o Serasa Experian prevê aumento de 15%). Existem aspectos estruturais que também autorizam certo otimismo. Um deles, a ascensão da classe média, com o aumento de renda de populações pobres, criando um mercado consumidor mais robusto. Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), entre 2004 e 2008, mais de 11 milhões de brasileiros foram alçados à classe média. Há também o compromisso do governo federal com a estabilidaBahia Indústria  21


O setor de refino de petróleo e produção de álcool, que representa 4,1% do total do PIB da Bahia, crescerá “de lado”

de fiscal e monetária, o que afasta os riscos de aumento do gasto público em ano eleitoral. A CNI, por exemplo, projeta que o superávit primário ficará este ano acima de 3% do PIB e a dívida pública continuará em trajetória de queda. O Banco Central, por sua vez, segue com compromisso à estabilidade da moeda.

CENÁRIO NA BAHIA Tendo em conta o comportamento de 2011, é provável que, na Bahia, a economia tenha um resultado mais conservador. Segundo a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI), da Secretaria do Planejamento da Bahia, o PIB estadual deve ter alcançado em 2011 um crescimento de 2,5%, contra 2,8% do país. Além disso, ainda que nos dez primeiros meses de 2011 a produ22  Bahia Indústria

ção industrial brasileira tenha crescido apenas 0,7%, quando comparada com igual período do ano anterior, na Bahia, estima-se que o desempenho do setor seja ainda pior: o resultado final de 2011 deve encolher 4,1%, devido à influência da conjuntura internacional e em decorrência do “apagão” de energia ocorrido em fevereiro do ano passado, que paralisou por vários dias a produção do Polo Industrial de Camaçari. “Na indústria baiana, alguns dos segmentos mais expressivos, de química e petroquímica e papel e celulose, têm um forte componente exportador, o que atrela o desempenho ao comportamento dos mercados externos. Além disso, temos problemas de infraestrutura, a exemplo dos portos e de saturação de rodovias, que são verdadeiros gargalos e comprome-

tem a competitividade”, afirma o economista Armando Avena. Segmentando o setor industrial baiano e levando-se em conta suas áreas de maior participação no PIB estadual, o presidente do Sistema FIEB, José Mascarenhas, prevê que áreas como a construção civil, automotiva e de alimentos e bebidas devem crescer este ano. O segmento automotivo está impulsionado pela produção de um modelo global da Ford fabricado na Bahia. A construção está aquecida em razão das obras de infraestrutura e do programa Minha Casa, Minha Vida, incluídos no PAC, além de investimentos preparativos para a Copa de 2014. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (SindusconBA), Carlos Alberto Vieira Lima, confirma o cenário positivo con-


indústria baiana – cenários Participação dos principais segmentos da indústria no Produto Interno Bruto e perspectiva de desempenho destes setores para 2012, face a uma projeção de crescimento do PIB da ordem de 3%

construção civil

7,5

%

do pib

> Aumento das obras do PAC e das concessões

> Investimentos para a Copa 2014

> Retomadas das obras do Minha Casa, Minha Vida

químico / petroquímico

2,5

%

do pib

> Perspectiva de queda no preço das resinas no mercado internacional diante da crise europeia

automotivo

1,7

%

do pib

> Previsão de crescimento nas vendas com o lançamento de novo modelo global de automóvel

> Em função da base de comparação deprimida (efeito apagão), a produção deverá crescer

celulose e papel

1,1

%

do pib

> Previsão de queda da demanda e dos preços no mercado internacional

metalurgia básica

1,9

%

do pib

> Previsão de queda na demanda por commodities metálicas

> Queda deve ser compensada no mercado internacional pela valorização do preço do cobre (escassez), que tem grande peso no setor

alimentos e bebidas

1,1

%

do pib

> Expectativa de aumento nas vendas de bens finais básicos destinados ao mercado interno

refino de petróleo e produção de álcool

4,1

%

> Favorecida pelo

do pib

crescimento do nível de renda em regiões como o Nordeste

> Modernização da Rlam ainda não concluída

> Início dos investimentos de US$ 9,4 bilhões do plano de negócios da Petrobras até 2015

O segmento de papel e celulose deve ser um dos mais afetados com a queda da demanda internacional

tando com a continuidade de medidas de incentivo por parte do governo federal. “Começamos 2012 em plena crise europeia e dos Estados Unidos, que já se reflete em nossa economia, mas se o governo brasileiro fizer a sua parte e mantiver o investimento na promoção do setor de Construção, com oferta de crédito, redução de taxas de juro e qualificação dos trabalhadores, seremos, mais uma vez, parceiros no enfrentamento desta nova crise, eliminando o cenário de incertezas e até crescendo, como em 2008. No campo empresarial, nosso papel é investir em modernização de gestão e em inovação tecnológica, tornando as construtoras competitivas em cada nicho de atuação”, diz. A indústria de alimentos e bebidas está favorecida pelo incremento da renda do nordestino. “O segmento já cresce naturalmente com o aumento da população. Este ano, as perspectivas não são tão maravilhosas como em anos anteriores, mas são positivas, principalmente por conta da valorização salarial. O aumento do salário mínimo foi de 14%, o que reflete diretamente no aquecimento do mercado interno, do consumo. Estimamos que o PIB do segmento seja o dobro do índice nacional”, projeta o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados de Bahia Indústria  23


ações do sistema fieb para o período 2012-2016 O Sistema FIEB definiu prioridades para os próximos quatro anos, parte do Plano Estratégico 2012-2016, que tem como meta a construção de um novo ciclo de desenvolvimento sustentável no Estado

educação > Melhoria da Educação Básica do trabalhador: educação à distância e Programa de Articulação da Educação Básica a Educação Profissional (EBEP).

como um dos três centros de pesquisa apoiados pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) para operacionalização do projeto piloto.

> Implantação do Centro Universitário das

> Indústria Ecoeficiente: iniciativa do IEL

Faculdades SENAI.

Bahia para promover a transferência de tecnologia e a implementação de boas práticas em ecoeficiência para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).

> Criação do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia, que concentrará as pesquisas das unidades CIMATEC, CETIND e Dendezeiros do SENAI.

> Pronatec: O SENAI vai oferecer 18 mil vagas em cursos de Educação Profissional e Tecnológica na Bahia.

> Projeto de Estágio: ampliação do serviço de intermediação do Instituto Euvaldo Lodi entre empresas e estudantes com 27 mil estagiários alocados.

inovação > Fórum de Inovação: criação de um espaço interinstitucional de discussão e proposição de políticas, programas, projetos e ações voltadas ao aumento da dinâmica da Inovação no setor produtivo baiano.

> Melhorias e expansão do Campus do SENAI (ampliação das unidades Cimatec e Cetind e reforma da unidade Dendezeiros).

infraestrutura > Promover discussões e proposições para obras de infraestrutura no Estado, visando colaborar com as políticas públicas em transportes (Projeto Nordeste Competitivo da CNI), portos, energia e mobilidade urbana.

desenvolvimento sustentável > Prover o desenvolvimento, atentando para a execução de uma política sustentável em meio ambiente e responsabilidade social.

internacionalização > Promover a inserção da indústria nos mercados internacionais por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN), que oferece serviços e produtos às empresas.

> Fortalecimento do Polo de Informática de Ilhéus por meio da Unidade Sul.

interiorização

> Projeto Aliança: articulação

> Escalonar a execução do Programa

interinstitucional da Petrobras, da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração do Estado da Bahia, da FIEB e do IEL, coordenador do projeto. Tem por objetivo desenvolver atividades de suporte à implantação de projetos estruturantes, com ações de mobilização de agentes da sociedade, definição de planos estratégicos de desenvolvimento industrial e regional, ações de apoio ao processo de licenciamento ambiental e realização de estudos voltados à implantação dos planos de investimentos.

Integrado de Interiorização para as diversas regiões. Serão ofertados para as empresas industriais serviços em áreas como qualificação de mão de obra, educação, saúde, lazer e apoio à inovação, realizados pelo CIEB, SESI, SENAI e IEL.

> Embrapii: Inserção do SENAI Cimatec

do CIEB.

24  Bahia Indústria

> Intensificar a atuação do Sistema FIEB no interior do Estado focando as ações na melhoria do ambiente de negócios, por meio de programas que fortaleçam o associativismo e a assistência à atividade profissional.

> Identificar lideranças regionais por meio

Leite, Paulo Cintra Santos. Outro aspecto que deve se somar ao quadro positivo do segmento é o resultado das safras agropecuárias, que tendem a bater recordes em 2012, de acordo com Armando Avena. De acordo com o doutor em Economia e professor da Universidade Federal da Bahia, Oswaldo Guerra, outros investimentos impulsionam o setor no estado. “Importantes projetos industriais como Basf, Braskem, JAC Motors, Boticário, empresas produtoras de energia eólica e outros foram anunciados no ano passado. Devido ao seu caráter estruturante e pelo fato de ser o principal marco do renascimento do setor naval baiano, o Estaleiro Enseada do Paraguaçu, que deve iniciar suas operações em 2013, também merece ser mencionado. O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio colocou a Bahia em 4° lugar no ranking de estados brasileiros em atração de projetos pri-


A unidade da Ford na Bahia será impulsionada pela produção de modelo global recentemente anunciado

vados. Ainda que o cronograma de dispêndios se estenda para além de 2012, uma parte do efeito multiplicador desses investimentos já será observada este ano”, pontua. Para Armando Avena, os investimentos no Polo Acrílico, em Camaçari, e o anúncio da instalação e do início das operações de várias empresas no estado demonstram que “a política de atração deslanchou na Bahia”, acredita. Outros segmentos não terão o mesmo desempenho. O de refino de petróleo e produção de álcool (que representa 4,1% do total do PIB da Bahia) crescerá “de lado”, uma vez que este ano não se espera que esteja concluído o investimento na modernização da RLAM, enquanto que os demais investimentos previstos no plano de negócios da Petrobras, que somam US$ 9,4 bilhões no Estado, estarão apenas se iniciando. Já o segmento de papel e celulose enfrentará em 2012 um cenário adverso, com preços e demanda

internacionais em queda, por conta do agravamento da crise internacional.

desempenho Dois outros segmentos – o químico/petroquímico e a metalurgia básica – terão comportamento semelhante. O primeiro, apesar da expectativa de maior demanda interna por plásticos, terá de enfrentar a tendência de queda no preço internacional das resinas diante da crise europeia. O câmbio valorizado também favorece as importações de petroquímicos básicos (resinas, fibras, etc.) e na forma de produtos transformados, por meio dos chamados “portos incentivados” (concessão de incentivos fiscais do ICMS com relação aos produtos e mercadorias desembaraçadas nos portos situados em seus respectivos territórios), em vários Estados. O desempenho na área petroquímica só não será pior em função da base de comparação de-

primida de 2011. Já a metalurgia básica experimentará queda na demanda por commodities metálicas, a qual deve ser parcialmente compensada pela manutenção dos preços internacionais do cobre, de grande peso no segmento. “No entanto, acreditamos que o governo brasileiro irá atuar com brevidade na questão dos portos incentivados e as medidas econômicas já implantadas de incentivo ao consumo, como as reduções da taxa de juros, e de crescimento, através de projetos de infraestrutura, vão fazer com que 2012 encerre com um crescimento positivo do setor, que prevê fortes investimentos de atualização tecnológica de seu parque fabril e de crescimento da capacidade de produção”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais, Petroquímicas e de Resinas Sintéticas de Camaçari, Candeias e Dias D’Ávila (Sinpeq), Manoel Carnaúba Cortes. [bi] Bahia Indústria  25


indicadores  Números da Indústria

Produção industrial volta a cair na Bahia Com redução nos principais segmentos, o mau resultado do estado só foi superado pelos verificados no Ceará e Espírito Santo

26  Bahia Indústria

E

m novembro, a taxa anualizada da produção física da indústria de transformação da Bahia caiu 5,1%, mantendo a trajetória descendente iniciada no último trimestre do ano passado. Com esse resultado, ficou em antepenúltimo lugar no ranking dos 13 estados que participam da pesquisa mensal do IBGE que avalia a produção física da indústria de transformação, acima apenas do Espírito Santo e do Ceará. O resultado negativo de novembro pode ser atribuído à retração de cinco dos oito segmentos pesquisados: Metalurgia Básica (-12,2%), Produtos Químicos/Petroquímicos (-10,7%), Veículos Au-

tomotores (-7,2%), Refino de Petróleo e Produção de Álcool (-7%), e Celulose e Papel (-0,9%). Por outro lado, os segmentos de Alimentos e Bebidas (7,3%), Minerais não-metálicos (5,6%) e Borracha e Plástico (4%) apresentaram resultados positivos. Na comparação do acumulado de janeiro a novembro de 2011 com igual período do ano anterior, a produção física da indústria de transformação baiana registrou queda de 4,5% (contra uma alta de 0,3% da média nacional), refletindo, principalmente, a interrupção do fornecimento de energia elétrica que atingiu o Nordeste no início de fevereiro, com maior impacto sobre o Polo Petroquímico de Camaçari. Apresentaram resultados negativos os segmentos: Metalurgia Básica (-11,7%, queda na produção de alumínio não ligado em forma bruta, por conta do fechamento da planta da Novelis no final de 2010, e de ouro em barras), Refino de Petróleo (-8,2%, redução na fabricação de naftas para petroquímica e óleo die-


sel), Produtos Químicos/Petroquímicos (-8%, menor fabricação de etileno não-saturado, polietileno de alta e baixa densidade e polipropileno, ainda influenciado pela parada provocada pelo desligamento do sistema elétrico da Região Nordeste em fevereiro), Veículos Automotores (-6,3%), e Celulose e Papel (-1,3%). Por outro lado, registraram resultados positivos: Alimentos e Bebidas (7,5%, aumento na produção de refrigerantes, cerveja e chope), Minerais não-metálicos (5,5%) e Borracha e Plástico (4,4%).

não saturado, polietileno de alta densidade, propeno não saturado e benzeno, e pelo efeito da base de comparação baixa, decorrente da paralização parcial da produção de importante empresa do setor em novembro de 2010), Alimentos e Bebidas (7,8%) e Borracha e Plástico (5,8%). No entanto, cinco segmentos registraram queda na atividade:

produção física por estados: indústria de transformação Estados

Nov11/ Jan-nov11/ nov10 Jan-nov10

QUeDA EM NOVEMBRO Na comparação de novembro de 2011 com igual mês do ano anterior, a produção física da indústria de transformação baiana apresentou queda de 3,9% (contra uma queda de 2,9% da média nacional). Apenas três dos oito segmentos da Indústria de Transformação registraram crescimento da atividade, como segue: Produtos Químicos/Petroquímicos (20,9%, influenciado pela maior produção de etileno

Brasil Amazonas Pará Ceará Pernambuco Bahia Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Goiás São Paulo

-2,9 0,5 -6,7 -6,8 1,9 -3,9 2,5 -4,6 -0,3 9,1 -7,7 -3,4 14,8 -4,9

Variação (%)

dez10-nov11/ dez09-nov10

0,3 4,1 -1,9 -12,1 -0,4 -4,5 0,3 -5,0 3,2 5,6 -4,6 1,8 6,6 0,5

0,4 4,4 -1,4 -11,9 -0,4 -5,1 0,6 -5,5 3,0 5,2 -3,9 1,6 6,9 0,5

Fonte IBGE; elaboração Fieb/SDI

Veículos Automotores (-36,3%, redução influenciada pela concessão de férias coletivas em importante empresa automobilística), Refino de Petróleo e Prod. de Álcool (-28,1%, decorrente da paralização técnica parcial em unidade produtiva do setor), Metalurgia Básica (-12,4%, redução na fabricação de alumínio não ligado em forma bruta e de barras e vergalhões de cobre), Celulose e Papel (-8,5%, devido à redução da produção de celulose) e Minerais não-metálicos (-7,6%). A queda na produção de petroquímicos representou uma influência negativa para o agregado da indústria de transformação da Bahia, em virtude principalmente da interrupção do fornecimento de energia elétrica verificada em fevereiro, comprometendo o resultado do agregado na análise anualizada. As quedas dos segmentos de Metalurgia Básica e Veículos Automotores também foram determinantes para a redução da produção industrial do estado. Por outro lado, a atividade dos segmentos produtores de bens de consumo tem-se mantido aquecida. [bi]

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2009 - 2011) 140 135 2010

130 125 120

2011

115

2009

110 105 100

DEZ

NOV

OUT

SET

AGO

JUL

JUN

MAI

ABR

MAR

FEV

JAN

95

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14); base = 100 (média 2002)

Bahia Indústria  27


Internet a favor da educação Parceria do SESI com empresa de conteúdos educativos disponibiliza material relacionado ao Enem via rede POR carolina mendonça

C

FOTOS joão alvarez

onquistar o emprego na indústria pode ser a meta de muitos jovens e adultos. Mas e depois que se chega lá? Se o objetivo é crescer profissionalmente, é preciso apostar em qualificação. A fim de contribuir com o processo de formação dos industriários, o SESI-BA vai oferecer acesso, pela internet, a conteúdos didáticos preparatórios para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A depender da pontuação na prova (veja quadro ao lado), o candidato poderá obter o certificado de conclusão do Ensino Médio e até concorrer a uma bolsa de graduação em faculdades privadas, por meio do Programa Universidade para Todos (Prouni). “O acesso aos conteúdos vai contribuir na formação, dando suporte ao desenvolvimento de competências para um mundo em constantes mudanças e alcance de habilidades que transcendem as capacidades técnicas, como a atuação em grupo e a criatividade para empreender mudanças, fomentando a inovação em produtos e processos”, afirma a gerente 28  Bahia Indústria

de Educação do SESI, Cléssia Lobo de Morais, que explica que o curso virtual também será disponibilizado para alunos da unidade Djalma Pessoa, em Piatã, a título de complementação dos conhecimentos escolares. Cléssia defende ainda que o curso é um esforço para suprir carências no ensino básico de jovens e adultos que tiveram a educação substituída pela necessidade de trabalhar, mas que precisam se preparar para atender à demanda da indústria por trabalhadores qualificados. “O SESI já tinha uma boa atuação na formação continuada, mas percebemos que era preciso melhorar a qualidade em todos os níveis da educação formal. E isso se dará também com o investimento em diferentes espaços de aprendizagem.”

PARCERIA O projeto SESI Enem é fruto de uma parceria com a Abaís Conteúdos Educativos Produções Culturais, empresa responsável pelo portal Rede Educa (redeeduca. com.br/novo), projeto idealizado pelo professor de português Jorge Portugal. O site oferece um sistema de ensino a distância por meio de aulas em vídeo. “Funciona como uma sala de aula, com a vantagem de que as explanações dos professores podem ser assistidas quantas vezes o aluno quiser”, conta Jorge Portugal. O curso, que está previsto para ser oferecido a partir de março, prevê 100 aulas e dura, em média, dez meses. Mas, o tempo depende do ritmo de cada aluno, que pode precisar rever os vídeos para apreender os conteúdos. A avaliação é realizada por uma equi-

pe pedagógica, que acompanha o aproveitamento dos testes aplicados também no portal. “Há um controle de quantas vezes o aluno acessou certos conteúdos e quais atividades realizou. A interação com a ferramenta virtual gera um relatório que vai permitir ao SESI o acompanhamento deste processo preparatório”, garante a consultora pedagógica do Rede Educa, Ana Cristina Nascimento. Quanto a possíveis dificuldades dos trabalhadores em lidar com computadores e internet, Ana Cristina acredita que serão rapidamente superadas. Ela explica que o site é simples e de fácil navegação. “Feito o primeiro registro de acesso, o participante terá uma única senha, que utilizará sempre que entrar no site.”


Certificado depende do desempenho Para obter o certificado de conclusão do Ensino Médio, o candidato (com idade a partir de 18 anos completos) deve fazer o mínimo de 400 pontos em cada uma das áreas do conhecimento (ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; linguagens, códigos e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias e redação) e 500 pontos na redação. Para concorrer às bolsas integrais do Prouni, o candidato deve ter renda familiar de até um salário mínimo e meio por pessoa. Para as bolsas parciais (50%), a renda familiar deve ser de até três salários mínimos por pessoa. Fonte: http://prouniportal.mec.gov.br/

Como vai funcionar O SESI vai distribuir 10 mil senhas de acesso a trabalhadores das indústrias da capital e do interior interessados no projeto. As aulas em vídeo contemplam conteúdos básicos (língua portuguesa, matemática, história e geografia do Ensino Fundamental e Médio), trabalhados de forma transversal com temas da atualidade. Os conteúdos do projeto possuem uma ordem pré-estabelecida de alimentação no site Rede Educa. Com isso, o processo preparatório para o Enem ocorrerá da seguinte forma:

Jorge Portugal, criador do Rede Educa, explica que o portal funciona como uma sala de aula

segunda-feira > Postagem de Aula Inédita terça-feira > Reprise e revisão da aula de segunda-feira quarta-feira > Postagem de Aula Inédita quinta-feira > Reprise e revisão da aula de quarta-feira sexta-feira > Aplicação do quiz (teste) e prova semanal contendo os assuntos estudados nas aulas postadas durante a semana. sábado > Liberação do acesso intermitente das aulas inéditas da semana domingo > Postagem do Programa Planeta Estudante na TV Web Os estudantes poderão tirar dúvidas on-line, por meio de chat (espaço de conversação com os professores) ou através de e-mail, além de solicitar aulas extras com reforço para assuntos de maior dificuldade.

Cléssia Lobo: “Suporte ao desenvolvimento de competências” Bahia Indústria  29


painel joão alvarez

SENAI-BA seleciona profissionais O SENAI Bahia está com processo seletivo aberto para preencher 180 vagas voltadas para as equipes que irão atuar nas ações da instituição no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Médio e ao Emprego (Pronatec) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Para o Pronatec, serão contratados cerca de 150 profissionais, entre educadores, assistentes administrativos e de tecnologia da informação, para iniciar as atividades ainda no mês de fevereiro. Já os 30 profissionais que atuarão na Embrapii, engenheiros com mestrado e/ou doutorado, começam a trabalhar em março. Para participar destes e de outros processos seletivos, os interessados devem cadastrar seus currículos na página Trabalhe Conosco (http://www.fieb.org.br/ trabalhe_conosco/), lançada em janeiro pela FIEB. O sistema de cadastro de currículos, disponibilizado no portal da organização, viabiliza a prospecção e identificação de talentos no mercado.

30  Bahia Indústria

SENAI Dendezeiros oferece formação e capacitação em várias áreas, entre elas, a de confecção

Convênio de cooperação beneficia o interior O SENAI está colocando sua expertise a serviço da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Sudic), da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (SICM), para levar serviços tecnológicos e de qualificação a 15 municípios, graças a um convênio que começa a ser executado em fevereiro. A gerente do SENAI Dendezeiros, Patrícia Evangelista, explica que a entidade coloca a serviço da Sudic toda a sua tradição em capacitação nas quatro áreas nas quais a unidade atua. Ela ressalta que a iniciativa vai ao encontro dos objetivos do Sistema FIEB: “É uma excelente oportunidade de atingir o objetivo de interiorização e de apoio tecnológico à indústria, ao promover a melhoria dos processos e dos produtos”, afirma Patrícia Evangelista. Serão beneficiados os municípios de Boa Nova, Itapetinga, Wanderley, Planaltino, Itiúba, Central, Tucano, Ribeira do Pombal, Piritiba, Pedrão, Tapiramutá, Jacobina, Livramento de Nossa Senhora e Itapitanga, que integram as unidades produtivas de alimentos, couro, calçados, confecção, têxtil e vestuário e o polo moveleiro de Teixeira de Freitas.

Recorde de inscritos para cursos técnicos Até 15 candidatos por vaga. Esta foi a concorrência registrada para a seleção dos Cursos Técnicos do SENAI-BA 2012.1 no período de inscrições, encerrado no dia 30 de dezembro do ano passado. O resultado é o melhor dos últimos processos seletivos realizados pela instituição. Foram mais de 5 mil candidatos inscritos em 23 cursos, sendo que o de maior procura foi o de Edificações (noturno), oferecido no SENAI Dendezeiros, seguido pelos de Petróleo e Gás (matutino) e Segurança do Trabalho (noturno), oferecidos na unidade Cetind, em Lauro de Freitas.


João alvarez

Atividades de lazer e a oferta de práticas esportivas fazem parte da proposta do Sesi Verão

Lazer e esporte no SESI Verão Industriários e dependentes podem aproveitar os dias de sol do verão para participar das atividades programadas no SESI Verão 2012. São ações de lazer, esportes, cultura e entretenimento, desenvolvidas nas unidades da instituição em Salvador/Região Metropolitana (Simões Filho e Itapagipe) e no interior do estado (Ilhéus, Feira de Santana e Valença). Competições esportivas de futsal, vôlei de areia, atletismo, natação, tênis de campo, dentre outras; oficinas de swing baiano, forró, jump e de teatro; iniciação musical, dança; pintura e desenho; Caminhada do Bem-estar, baile de Carnaval, luau e colônia de férias para crianças, são algumas das muitas atividades previstas pelo SESI. A programação se estende até o final de março, à exceção de Ilhéus, que conclui no final de fevereiro.

CIEB aumenta presença em Feira de Santana Com o objetivo de fomentar a competitividade e a sustentabilidade das empresas de Feira de Santana e região, o Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB) vem intensificando sua presença junto aos empresários locais. Em novembro, representantes do setor puderam conhecer as linhas de crédito e serviços do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Já em janeiro, o CIEB coordenou visitas técnicas gratuitas em que foram oferecidas informações sobre eficiência energética e o Programa de Eficiência Energética do SENAI. O serviço pode ser solicitado por qualquer empresário do setor industrial que queira conhecer o projeto e realizar consultorias técnicas na área. Se associado ao centro, o interessado poderá contratar o serviço com 90% de desconto, por meio Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), projeto do governo federal conduzido pelo IEL na Bahia.

IEL promove workshop sobre gestão da inovação Micro e pequenos empresários industriais são o público-alvo do workshop Gestão da Inovação na Indústria, que será promovido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), de 1º a 9 de fevereiro, em Salvador, Vitória da Conquista, Eunápolis e Teixeira de Freitas. O projeto é uma iniciativa da CNI, no âmbito da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) que, na Bahia, é coordenado pelo IEL. O objetivo é fomentar a implantação de planos de gestão da Inovação por meio de ações de capacitação e assessoria. Os eventos abordarão conceitos de inovação, apresentação das etapas dos projetos de gestão na área e cases de empresas locais com exemplos de práticas bem sucedidas. Os interessados devem fazer as inscrições por telefone ou por e-mail. Os eventos são gratuitos e acontecerão sempre das 18h às 20h30. Eunápolis: (73) 3281-7954/ Email: fernandap@fieb.org. br; Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621/ Email: ieltxfreitas@fieb.org.br; Vitória da Conquista: (73) 3291-0621/ E-mail: ielvca@ fieb.org.br; Salvador: (71) 3343-1288/ Email: iel. inovacao@fieb.org.br).

Bahia Indústria  31


Apoio à inovação Projeto do SENAI amplia oferta de produtos de empresa panificadora

R

eposicionar a marca da empresa no mercado, investindo em novos produtos de qualidade. Este era o objetivo da Panure quando procurou o SENAI-BA para desenvolver sua granola, a Granure. Entre a concepção da mistura de cereais e a aprovação final dos sócios da panificadora foram seis meses de trabalho, mas o resultado agradou: obteve-se uma combinação de grãos, fibras, castanhas e frutas totalmente vegetal e com 0% de colesterol. “É um produto bastante rico, com 11 itens, e mais saudável do que alguns disponíveis no mercado, pois não utiliza qualquer tipo de gordura animal”, explica o engenheiro de alimentos e coordenador do núcleo de Pesquisa Aplicada do SENAI Dendezeiros, Silmar Nunes, responsável técnico pelo projeto. A granola atendeu à necessidade da empresa de oferecer produtos que tivessem uma vida de prateleira mais longa, em média seis meses. Além disso, a mistura de cereais segue uma tendência de bem-estar e saúde que vem crescendo na sociedade. “Baseados em pesquisas e experiências empíricas, chegamos à conclusão de que o mercado consumidor encontrava-se aquecido no ramo de produtos naturais, portanto, havia espaço para a comercialização, mesmo com várias outras marcas no mercado”, conta um dos sócios da Panure, Natanael Bittencourt. Além da granola, que começou a ser comercializada em dezembro, a panificadora vai produzir e comercializar separadamente os itens do mix, entre eles, aveia integral, gérmen de trigo, uva passa, castanha de caju e semente de linhaça. A mistura de cereais foi desenvolvida a partir das modalidades Otimização de Processos e Desenvolvimento de produtos do Sibratec, projeto do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) que disponibiliza recursos às indústrias baianas visando agregar valor a produtos e processos. Coordenado pela Gerência de Inovação e Projetos Especiais do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), oferece aos empresários soluções técnicas e tecnológicas para que estes cresçam em competitividade no mercado. “Um dos pontos interessantes do Sibratec é que este permite que micro, pequenos e médios empresários consigam obter o suporte técnico e tecnológico de alta qualidade a custos baixos, já que os projetos são subsidiados em até 90% pelo MCTI e instituições parceiras”, explica a gerente de Inovação e Projetos Especiais do IEL, Fabiana Carvalho. Para conhecer as modalidades do Sibratec na Bahia, acesse a página http://www. fieb.org.br/iel/sibratec/index.html. [bi] 32  Bahia Indústria

João Alvarez

Silmar Nunes, coordenador do Núcleo de Pesquisa Aplicada do SENAI, apresenta granola desenvolvida no laboratório


ideias

Embalagens e sustentabilidade Por HEITOR FERRARI MARBACK

A escassez dos recursos naturais, o aquecimento global, o consumo consciente e tantas outras situações relacionadas à sustentabilidade tornaram-se discussões frequentes no mundo empresarial. A adoção de processos sustentáveis deixou de ser diferencial, passando a ser incorporados por marcas e produtos, uma questão de sobrevivência. Empresas que investem em sustentabilidade já ganham a preferência do consumidor. Segundo a Pesquisa Responsabilidade Social das Empresas – Percepção do Consumidor Brasileiro, dos Institutos Akatu e Ethos, de dezembro de 2010, dois em cada cinco brasileiros (41%) já concordam pagar um pouco mais por produtos de marcas que tenham posturas sustentáveis. Para ser correta, do ponto de vista ambiental, uma empresa precisa estar preocupada com todo o processo produtivo. Inclusive com embalagens e resíduos dos produtos pós-consumo. Não dá para dizer que isso é uma moda. É tendência. Em 2003, durante o evento SPdesign, seis tendências para o segmento de embalagens foram apontadas. É bom relembrar:

tamanho• Cada vez mais os espaços serão reduzidos nas prateleiras, em função do aumento da oferta de produtos concorrentes. As embalagens se tornarão cada vez menores. Assim, a diferenciação passará a ser importante para qualquer produto. Funcionalidade

e conveniência das embalagens serão mais valorizadas.

embalagem global• Cada vez mais as embalagens passarão a ter menos palavras, utilizando símbolos e figuras universais para auxiliar na fixação da imagem dos produtos em qualquer parte do mundo. Com a globalização dos mercados, as embalagens também passam a ser globais.

Para ser correta do ponto de vista ambiental uma empresa precisa estar preocupada com todo o processo produtivo

holografia• Já acontece nos EUA e no Japão e deverá passar a ser também uma realidade para outros países, principalmente quando se trata de produtos com elevado valor agregado. Funciona também no combate à pirataria.

embalagem que “fala”• Em breve, boa parte das embalagens ao ser aberta deverá “falar” ao cliente informações sobre o produto. Já são encontrados hoje no mercado embalagens que trazem indicadores de tempo e temperatura (TTI).

embalagem ecológica• Com o crescimento da consciência ecológica, a produção de embalagens recicláveis e recicladas, de refis e de embalagens que após descartadas ocupem menos espaço nos aterros sanitários passa a ser uma realidade.

embalagem autodestrutível• A engenharia de materiais terá grandes avanços no sentido de ofertar, dentro de pouco tempo, materiais que possam consolidar desta tendência.

Heitor Ferrari Marback, mestre em administração estratégica e especialista em marketing, é professor assistente da Faculdade de Tecnologia SENAI Cimatec e trabalha no Núcleo de Gestão da Produção, Logística e Qualidade

Das seis tendências apontadas, duas estão diretamente ligadas às questões ambientais. Portanto, é fundamental que a sua empresa repense todo o tempo sobre essa situação. Seja por consciência ambiental, seja por exigência legal. A Política Nacional de Resíduos Sólidos já é uma realidade e regulamenta a destinação pós-consumo de embalagens e resíduos de alguns setores da indústria brasileira (pneus, lâmpadas, lubrificantes, agrotóxicos, pilhas e baterias). Enquanto a logística tradicional trata do fluxo dos produtos fábrica x cliente, a logística reversa trata do retorno de produtos, materiais e peças do consumidor final ao processo produtivo da empresa. É provável que em pouco tempo as regras devam envolver outros setores produtivos. Para onde vão as embalagens dos seus produtos depois do consumo? Em que medida elas agridem ao meio ambiente? A logística reversa já é uma realidade. Não é apenas um diferencial. [bi] Bahia Indústria  33


leitura&entretenimento divulgação

exposição Quem Pode, Pódio Através de 30 trabalhos do cartunista Nildão, a Caixa Cultural apresenta o trabalho do artista ao longo de sua carreira nos jornais baianos. Originada e partir do livro homônimo, a exposição conta com cartuns atemporais e de um colorido marcante, o que marca as obras. Entre os diversos temas, a noite é quem tem mais destaque, sempre acompanhada dos astros e estrelas, envolvida em inusitadas situações. O objetivo de Nildão é estimular o riso, refinar sensibilidades e deixar o visitante mais suave diante das incertezas humanas.

não perca Visitação de ter. a dom., 9h às 18h, na Caixa Cultural Salvador, até 4 de março. Entrada gratuita, livre. Informações: (71) 3241-4200. cesar vilas boas/divulgação

teatro Um Velório muito Estranho Com direção de Fernando Marinho, protagonista da recente montagem Camila Baker, trata-se de um espetáculo com muito humor e citações que fazem referência a algumas personalidades do mundo atual. O texto de Um Velório Muito Estranho explora o universo de uma Bahia engraçada em seus jargões e gírias, misturando ficção e realidade com críticas inteligentes e um jeito inusitado de enfrentar a vida. Na história, a governanta Soledad descobre que a matriarca está morta. A partir daí ,a trama se desenrola em torno dos preparativos do velório que toma um rumo inusitado e diferente de tudo o que se esperaria de uma cerimônia fúnebre. não perca Teatro SESC Casa do Comércio, toda sexta-feira, até 23 de março. R$ 50 (inteira) e R$25 (meia). Mais informações: (71) 3273-8543

livros

O Culto do Amador Como Blogs, Myspace, Youtube e a Pirataria Digital Estão Destruindo Nossa Economia Cultura e Valores Keen, Andrew, Editora Jorge Zahar, 208p. R$ 42

O Culto do Amador

Comportamento humano

Por mais mal-informado que seja, qualquer pessoa pode criar um blog, postar vídeos no YouTube ou alterar informações na Wikipédia e tudo de forma anônima. O que põe em dúvida a confiabilidade da informação. Com isso a distinção entre especialista e amador torna-se cada vez mais ambígua. Oferecendo soluções concretas que permitiriam frear a atmosfera inconsequente e narcisista da web, O Culto do Amador é um alerta dirigido a cada um de nós.

Quanto um CEO pode realmente afetar o desempenho de uma empresa? Salários mais altos fazem as pessoas trabalharem mais e com maior dedicação? Se você acha que as respostas a essas perguntas são uma questão de bom senso, pense novamente. Duncan Watts mostra neste livro que as explicações para o que observamos na vida são menos úteis do que parecem e conspiram para nos fazer acreditar que entendemos mais sobre o comportamento humano do que de fato entendemos.

Tudo É Óbvio Quando Você Sabe a Resposta Duncan J. Watts, Editora Paz e Terra, 328p. R$ 31,90

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