Reforçando a Base

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reforçando a base Sistema FIEB concentra ações e une esforços para apoiar o desenvolvimento das micro, pequenas e médias indústrias Por Patrícia Moreira, Marta erhardt

e Rafael pereira fotos rafael martins

rover soluções para tornar a indústria baiana mais competitiva e produtiva é o propósito do Sistema FIEB e de suas casas, visando também assegurar o adensamento das cadeias existentes na Bahia, e, mais do que isso, oferecer uma rede de suporte qualificada, que confira solidez e segurança aos processos produtivos. É aí que SENAI, SESI, IEL, CIEB e FIEB entram com iniciativas afinadas com as demandas de mercado. Uma delas passa pelo fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas industriais, agentes importantes na composição das cadeias de suporte às grandes empresas, mas também a estrutura mais frágil do processo produtivo. O entendimento do presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, José Mascarenhas, é que as MPME (micro, pequenas e médias empresas) têm um “indiscutível papel na economia, dado o seu papel disseminador na distribuição dos bens” (vide artigo, p. 20). O diretor regional do Serviço Nacional da Indústria (SENAI), Leone Peter, partilha da mesma opinião. “Orientar o foco para as micro e pequenas empresas é importante, estratégico e necessário, não só porque elas são as empresas do futuro, mas também porque, ao mapear todas as cadeias de fornecimento industriais, você vai achar fornecedores com este perfil. 14  Bahia Indústria

Então, melhorar a competitividade dessas indústrias é melhorar a cadeia como um todo”, analisa. Por esta razão, o SENAI está buscando dar mais capilaridade às ações da entidade, fazendo com que os serviços especializados cheguem ao interior do estado e assim possam atender melhor ao segmento das MPME. A desconcentração das ações do SENAI está prevista no Planejamento Estratégico da FIEB, em seu Programa de Interiorização, observa Leone Peter. A estratégia, conforme explica o diretor regional do SENAI, é fazer esta desconcentração a partir das principais unidades regionais e, a partir delas, criar núcleos nas cidades do entorno. Outra ação do SENAI é a oferta de produtos. “Estamos fazendo um planejamento estratégico de todas as 30 áreas tecnológicas para ampliar nosso portfólio em educação, consultoria e serviços tecnológicos, adequados às micro e pequenas empresas”, acrescenta Peter. Além dessa estratégia macro, que visa ampliar o portfólio de serviços no interior, o gerente do Núcleo Estratégico do SENAI Bahia, Luís Breda Mascarenhas, explica que o foco da instituição é também oferecer estrutura e aumentar a competitividade das empresas baianas. “Nosso objetivo é levar para o empresário as melhores soluções, utilizando as tecnologias mais modernas e adequadas. Hoje, todas as nossas áreas estão estruturadas para a inovação e o

O empresário Guilherme Viterbo, da Costa Leste, moda praia e casual


Ações preventivas com custo subsidiado

apoio aos empreendimentos, tanto os de grande porte quanto os menores”, explica. Uma das maneiras de apoio, segundo Breda, é a disponibilização de maquinário industrial. Muitas empresas não dispõem de algumas máquinas para trabalhos específicos, como prototipagem rápida, desenvolvimento de ensaios, calibração, medição tridimensional. “Estas máquinas são muito caras. Elas, então, recorrem ao SENAI”, acrescenta Breda.

SESI O Serviço Social da Indústria (SESI Bahia) atendeu, até setembro de 2013, 2.400 empresas industriais, sendo 38% micro, 38% pequenas e 17% médias, nas áreas de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), qualidade de vida, odontologia, lazer ativo e educação do trabalhador da indústria e de seus dependentes. De acordo com o superintendente do SESI Bahia, Wagner Fernandes, além de ser importante em nú-

mero de empresas, as MPMEs são as que, por suas características, têm mais dificuldade para atendimento aos programas legais e específicos voltados para a redução de acidentes de trabalho e absenteísmo. É aí que o SESI surge como supridor de soluções, oferecendo serviços importantes para que o trabalhador seja mais produtivo e possa contribuir para a competitividade das empresas. “A perpetuidade das MPME no ambiente empresarial vai depender de ela ser inovadora, ter processos que permitam que ela tenha produtos de melhor qualidade e com menores custos”, explica Fernandes, destacando algumas

A Costa Leste tomou consciência da necessidade de contratar os serviços do SESI depois de uma reunião convocada pelo Sindicato das Indústrias de Vestuário de Salvador (Sindivest), alertando para empresas que estavam sendo fiscalizadas e cobradas pelo cumprimento das exigências da NR-12. “Nós aderimos como uma ação preventiva e já recebemos o relatório com todos os ajustes que terão que ser feitos”, explica Guilherme Viterbo, proprietário da Costa Leste, fabricante de roupas de Salvador. Na avaliação do empresário, que teve o custo da consultoria realizada pelo SESI subsidiada por meio da parceria com o Sebrae, o investimento valeu a pena. “Com os ajustes, a gente não fica exposto às fiscalizações e embora a indústria de vestuário não ofereça tanto problema, a gente identificou alguns pontos que poderiam dar problema e vamos fazer correções de pequenos elementos de segurança nas máquinas.” Bahia Indústria  15


Inovação para se destacar no mercado Desenvolver um produto inovador, com foco no usuário, maior conforto e ergonomia, elaborado com tecidos de maior durabilidade. Para atingir este objetivo e iniciar um processo de diferenciação dos produtos no mercado de fardamentos, o designer e sócio da QG Uniformes Profissionais, Erick Oliveira, tem-se dedicado a pesquisas sobre novas modelagens e matérias-primas. “Queremos inovar, transformando o que hoje é vendido como commodity em algo diferenciado, mas com um preço competitivo”, explica. O avanço nas atividades de inteligência competitiva, com a identificação de tendências de mercado, desenvolvimento de análises estratégicas e mapeamento e riscos, foi conquistado com a participação, desde

soluções que o SESI tem oferecido às empresas. Um exemplo é o Modelo SESI em Segurança e Saúde no Trabalho (SST) que oferece serviços como o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), palestras educativas, Relatório Executivo de Gestão do Absenteísmo, Avaliações ambientais, laudos de insalubridade e periculosidade. Todos visam o atendimento a normas regulamentadoras, como as NR 7, 9, 15 e 16. Outra ação importante que o SESI vem desenvolvendo, resultado de uma ação conjunta que envolve a Superintendência de Relações Institucionais (SRI) da FIEB, os sindicatos patronais e tem a parceria do Sebrae é o Programa de Adequação à NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. O programa atende atualmente 50 empresas, sendo 76% MPE. A coordenadora do programa, a engenheira de segurança do SESI, Maria Fernanda Faiçal, lembra que empresas têm no programa a oportunidade de reduzir o núme16  Bahia Indústria

agosto deste ano, no Jogo da Inovação (Join), solução do IEL-BA desenvolvida com recursos do Fundo Verde e Amarelo da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para sistematizar a gestão da inovação em MPMEs e prestadoras de serviços industriais das regiões de Salvador, Feira de Santana e Ilhéus. Com um ano e meio de existência, a empresa, sediada em Salvador, tinha como negócio, inicialmente, a prestação de serviços de serigrafia. Mas se reposicionou e direcionou a atuação para o ramo de confecções. Foi quando os sócios participaram de uma partida Join e decidiram ingressar no programa. Eles perceberam que a inovação é uma ferramenta estratégica, presente também nos processos de gestão da empresa.

ro de acidentes com máquinas e equipamentos, principal objetivo do SESI, mas também evitar as notificações e autuações da Superintendência Regional do Trabalho, evitando prejuízos financeiros

SUBSÍDIOS No Programa de Adequação à NR 12, a parceria com o Sebrae permite um aporte de recursos em forma de subsídio para as micro e pequenas empresas (MPE), que cobre até 70% do valor da consultoria feita pelo SESI, ficando a empresa com apenas 30% dos custos. Algumas empresas da região de Feira de Santana também estão negociando subsídios do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), intermediados pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL Bahia). Os serviços de SST, desenvolvidos dentro do Modelo SESI, também contam com subsídio: as empresas arcam com 10 a 15% do valor dos serviços e os demais recursos são dos departamentos Nacional e Regional do SESI. O SENAI também está atento à importância do financiamento para as MPMEs. Então, além das

parcerias tradicionais com a Fapesb (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Edital SESI/SENAI de Inovação; os fundos de fomento Finep (Financiadora de Estudos e projetos) e ou programas como o Sibratec, Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), em convênio com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), o SENAI está buscando uma outra forma de viabilizar o atendimento, reduzindo o custo dos serviços para as micro e pequenas empresas. “Isso vai se dar via Teoprax, uma metodologia alemã que aproxima a instituição educacional das empresas. Com este método, os problemas do mundo real, neste caso os das indústrias, principalmente das micro e pequenas indústrias, são trazidos para as escolas para serem resolvidos por alunos em projetos de final de curso. Ele explica que em uma consultoria feita pelo Teoprax, o custo pode cair 80%. Outra iniciativa que está sendo estruturada no SENAI é o programa de fomento de empresas via incubadoras e aceleradoras. “São empresas de base tecnológica,


Base da cadeia produtiva é qualificada pelo PQF A Cristal Pigmentos, do setor químico e petroquímico, a segunda maior produtora mundial de pigmentos de titânio, firmou parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-Bahia) e desde 2005 é uma das âncoras do Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF) na Bahia. “Tínhamos dificuldade com algumas empresas que estavam tecnicamente qualificadas, mas apresentavam problemas de gestão e regularidade de documentação ou que não estavam devidamente preparadas na área de saúde e segurança ocupacional”, recorda Jaime Rezende, líder de Suprimentos da Cristal. As empresas participantes do programa são auxiliadas na implantação de 98 práticas de excelência, distribuídas em dez critérios. A qualificação dos fornecedores pelo PQF contribuiu para que a empresa alcançasse a marca de 3 milhões de horas sem acidentes de trabalho, atingida em 2012. A conquista do prêmio de Melhor Indústria Química e Petroquímica para se Trabalhar do Brasil, organizado pela Editora Abril, também é atribuída à iniciativa.

Empresa reverte risco de falência

que nascem geralmente como micro empresas. Isso a gente está fomentando não só no SENAI de Salvador, mas também no interior. Na Unidade sul, por exemplo, nós vamos partir para um centro tecnológico e uma incubadora também”, acrescenta.

AÇÕES INTEGRADAS Para assegurar o atendimento às MPME, o Sistema FIEB tem atuado de forma integrada. Um exemplo disso são as ações em torno do cumprimento da Norma Reguladora 12, trabalhada no âmbito Programa de Melhoria da Competitividade para Micro e Pequenas Indústrias, que envolve, além do SESI, a Superintendência de Relações Institucionais (SRI), e os Conselhos Temáticos da FIEB e

o Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB). Graças a esta parceria, tem sido possível sensibilizar o empresariado por meio de palestras e encontros na capital e no interior, onde o CIEB, por exemplo, contou com a participação de cerca de 400 empresários e representantes de indústrias. A meta do programa é sensibilizar 2 mil empresas até 2016 em todo o estado e prevê, ainda, o fortalecimento do associativismo. O superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL Bahia), Armando Neto, ressalta a importância dessa sinergia entre as casas do Sistema FIEB. “Temos competências em áreas diferentes. A ideia de sistema pressupõe a articulação e, desta forma, aproveita-se a expertise de cada casa”, pontua.

Débora Santana, proprietária da Vovó Nize, fabricante de granola, fundada em 2005, conta que, inicialmente, a empresa produzia pães, mas quase faliu. “O prazo de validade dos pães é muito curto, o que gerou muitas perdas com logística para a empresa. Chegamos à beira da falência”, relata. Como alternativa, surgiu a ideia de mudar o ramo do negócio. Santana resolveu procurar o SENAI, que, por meio do Sibratec, desenvolvido pelo IEL Bahia, fez o atendimento e deu um novo norte para a empresa. A equipe de engenharia de alimentos do SENAI mostrou a possibilidade da Vovó Nize produzir granola. “A granola tem todas as características que precisávamos e pertence ao mesmo ramo de trabalho que atuávamos, o que permitiu que a gente aproveitasse nosso maquinário e até nossos fornecedores”, comemorou Santana. Hoje, a situação se reverteu e o negócio vive em constante expansão. Atualmente, 20 funcionários trabalham na produção e na comercialização.

Sustentabilidade como aposta Criar uma linha de produtos em couro sustentável e socialmente responsável. Este foi o objetivo de Paulo Vinícius Sales, dono da Dominus Couro, de Ipirá, quando se inscreveu no Edital SESI/SENAI de Inovação. “A gente queria potencializar a atuação da empresa e agregar valor à cadeia do couro, disseminando o conceito sustentável no nosso ramo de negócio”, explicou Sales. A iniciativa resultou na criação da Dominus Eco, linha desenvolvida por meio de uma atuação integrada entre o SENAI (Área de Couro e Calçados) e o SESI (Área de Responsabilidade Sócio Empresarial) em Pesquisa Aplicada. O projeto teve duração de 20 meses e contemplou a pesquisa e o desenvolvimento de produtos ecológicos, como bolsas e carteiras femininas, com o uso de insumos verdes. Lançada no início de 2013, a linha está ganhando espaço. Atualmente, a empresa tem 35 empregados. Bahia Indústria  17


Suporte à representação A Superintendência de Relações Institucionais da FIEB implantou em 2012 o Projeto Sindicatos, que contribuiu para o crescimento de 9% no número de empresas associadas aos sindicatos filiados à FIEB em 2013. “O sindicato é fundamental, principalmente no apoio às micro e pequenas empresas, defendendo seus interesses, organizando e fortalecendo as demandas setoriais”, pontua o superintendente Cid Vianna. Dentre as ações do projeto, está a estruturação do portfólio de sindicatos filiados à FIEB, que, além de informações sobre cada representação, apresenta os benefícios ofertados pelo Sistema FIEB às empresas associadas, como descontos nos serviços de educação e qualificação profissional, capacitação empresarial, serviços técnicos e tecnológicos, e na área de saúde e segurança do trabalhador, realizados pelo SESI, SENAI e IEL. As empresas associadas contam, ainda, com um sistema de assessoria jurídica online, que beneficia principalmente MPE, destaca Cid Vianna.

ASSOCIATIVISMO Outra ação voltada para as empresas industriais, desenvolvida pelo Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB), visa estimular o associativismo. Desta forma, empresas do mesmo setor ou de setores correlatos são estimuladas e se reunir e identificar os gargalos e demandas comuns. A partir daí, o CIEB articula o atendimento com parceiros como SESI, SENAI, IEL e Sebrae. Com o apoio do CIEB, empresas de confecção do oeste baiano formaram um núcleo setorial (ver na p. 19). O mesmo ocorre em Vitória da Conquista (setores de Alimentos e Transformação de Plástico), em Ilhéus e Itabuna (setor de Alimentos – Chocolate) e em Feira de Santana (setor de Logística/ Serviços Industriais), onde os núcleos estão sendo estruturados. “A atuação por meio dos núcleos setoriais facilita o atendimento das demandas e dá mais representatividade ao processo de defesa de interesses”, explica o gerente-geral do CIEB, Evandro Mazo. Outro pilar de ação é a disseminação de informações estratégicas, principalmente para as MPE, que somam 67% da base do CIEB. 18  Bahia Indústria

O IEL Bahia atua em duas linhas de atuação que abarcam serviços e projetos com foco nas MPME baianas: desenvolvimento de carreiras e empresarial. Até setembro de 2013, o IEL atendeu cerca de 600 empresas de micro e pequeno porte, além de 249 de médio e grande porte em todo o Estado, segundo dados da base Siga. Deste total, 47% estão no interior. “A meta é ampliar o atendimento, priorizando o interior do estado, seguindo a diretriz do Sistema FIEB”, explica o superintendente do IEL, Armando Neto. Ele destaca, ainda, que todos os serviços e projetos do IEL são subsidiados e o benefício é ainda maior para associadas dos sindicatos filiados à FIEB. Para auxiliar as empresas de menor porte a solucionar seus gargalos de gestão, o IEL oferece, na linha de desenvolvimento empresarial, soluções para o fortalecimento da competitividade. Um

exemplo é o Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF), que há oito anos capacita as MPME para atender às exigências dos grandes empreendimentos implantados na Bahia. Atualmente, beneficia cerca de 130 organizações em todo o estado e é realizado em parceria com SESI e SENAI. Nesta mesma linha, foram lançados em 2013 dois projetos para fortalecimento das cadeias produtivas Automotiva e de Petróleo e Gás e Indústria Naval.

Ecoeficiência As MPME baianas também contam com o apoio do IEL para implementar boas práticas em ecoeficiência, além de possibilitar transferência tecnológica. Desenvolvido na Bahia desde 2011, Programa Indústria Ecoeficiente atendeu 161 empresas integrantes das cadeias da Construção Civil, Petroquímica e Automotiva. [bi]


Prevenção e segurança no ambiente produtivo A Fábrica de Biscoitos Tupy S/A foi uma das empresas que contaram com os serviços do SESI para adequação às normas da NR-12. O trabalho foi iniciado há cinco meses nas duas unidades da empresa. Na fábrica do Retiro, o trabalho já foi concluído e agora a unidade do Centro Industrial de Aratu está fazendo os ajustes recomendados pelo SESI. De acordo com o gerente administrativo Reginaldo de Queiroz Mendes, como o maquinário da fábrica é antigo, era necessária a adaptação, caso contrário a empresa seria multada e a empresa teria que suspender as atividades até que fossem feitas as adequações, gerando prejuízos ao faturamento. Ele conta que com base no relatório elaborado pelo SESI, a empresa já foi inspecionada e liberada pela Delegacia Regional do Ministério do Trabalho. As adequações permitiram assegurar maior segurança aos funcionários e isso acaba surtindo um efeito positivo no ambiente de trabalho. A empresa também teve que fazer treinamentos para o pessoal. “Há casos de empresas que tiveram que ficar 30 dias fechadas para adequação, além de ter que fazer o serviço às pressas e a um custo maior, por falta de tempo de pesquisar preço e fornecedores”, adverte Reginaldo.

silvia torres/ag. sebrae

valter pontes/coperphoto/sistema fieb

União para competir e crescer

De olho no exterior

Em busca de mais competitividade, micro e pequenas empresas do setor de confecções do oeste uniram-se para formar a Redevest, que deve entrar em operação em janeiro de 2014. Inicialmente, as empresas vão realizar compras de insumos e serviços em conjunto. Mas existe a possibilidade de realizar vendas conjuntas e formar um centro de distribuição comum no futuro. “Só seremos competitivos se tivermos volume de compra e de venda. Vimos que a união era importante para aumentar nosso poder de barganha”, explica Augusto Andrighetti Klemz, gerente da Robe Belle, situada em Barreiras e uma das sete integrantes da Redevest. O empresário ressalta que o principal objetivo é fortalecer regionalmente a cadeia têxtil. Por isso, em paralelo, os empresários também identificaram a necessidade de industrialização do polo produtor de algodão do oeste. A criação da Redevest foi viabilizada pelo Programa de apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi). Durante um ano e meio, as empresas integrantes do projeto receberam consultorias e capacitações. Atualmente, cerca de 120 empresas dos setores de Cosméticos e Saneantes, Metalmecânica, Mineração, Papel & Celulose e Vestuário são beneficiadas com as ações do programa na Bahia.

A FIEB também desenvolve, por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN), e em parceria com o IEL e o Sebrae, o Programa de Competitividade para Internacionalização das MPME da Bahia. Instalada há 20 anos em Feira de Santana, a empresa de produtos naturais Vitta Croc participou, representada por traders, da maior feira multissetorial da América Latina e Caribe, em abril deste ano, no Panamá. “A vantagem é que o Panamá é porta de entrada para o resto da América”, pontua a diretora comercial, Amália dos Santos. A Vitta Croc é uma das 218 empresas cadastradas no Programa de Internacionalização, que começa com o Projeto de Extensão Industrial Exportadora (Peiex). Mapeando as principais necessidades, estabelece um perfil do negócio e elabora o diagnóstico da competitividade da gestão. Ao longo de dois anos do programa, foram elaborados 177 planos de competitividade. Bahia Indústria  19


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