Revista Bahia Indústria - Abril/Maio - 2013

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Bahia Federação das Indústrias do Estado da Bahia Sistema FIEB

Indústria comemora os 65 anos da FIEB Data foi marcada por uma programação especial, incluindo exposição digital, lançamento de selo e homenagens

ISSN 1679-2645

Ano Xx nº 225 ABR/MAI 2013


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EDITORIAL

Uma história feita por pessoas Valorizar o capital humano, relembrar a contribuição de cada colaborador do Sistema FIEB e de seus gestores na construção de uma indústria baiana mais inovadora, mais responsável socialmente e mais competitiva. Este foi o espírito das comemorações dos 65 anos da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), sintetizado no lema da campanha institucional que diz: Indústrias e Pessoas Crescem Juntas. A programação, que se estendeu por uma semana, foi aberta com uma homenagem interna aos colaboradores mais antigos do Sistema FIEB e por uma exposição multimídia, que foi montada inicialmente no saguão do edifício-sede, no Stiep, e depois no Cimatec. O encerramento foi marcado pelo lançamento de um selo e carimbo comemorativos, pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e por um livro reunindo artigos de autoria de Rômulo Almeida. E se a ideia era homenagear as pessoas que fazem da FIEB uma referência para os empreendedores industriais e para as lideranças políticas e econômicas da Bahia, o intento foi devidamente alcançado. Durante a solenidade de reconhecimento à contribuição dos colaboradores internos, o principal destaque foi o ex-superintendente do SESI Bahia, Djalma Pessoa, o colaborador de registro número 1 do SESI, recebeu do presidente José de Freitas Mascarenhas uma placa. Mas foi também a oportunidade de lembrar um importante personagem da história econômica da Bahia, Rômulo Almeida, que, com sua visão aguçada, antecipou-se ao futuro ao idealizar e projetar a implantação do Polo Petroquímico de Camaçari em uma Bahia agrária. Bem lembrou o presidente José Mascarenhas, ao destacar que ainda não houve quem conseguisse retratar o que significou, nos anos 1970, a implantação de um empreendimento daquele porte em Camaçari. Se na década de 1970 o pensamento ousado de um Rômulo Almeida revolucionou a economia baiana e alicerçou o presente e o futuro da indústria no estado, é no dia a dia que a FIEB vem contribuindo para que o desenvolvimento chegue mais longe. Aos 65 anos, a FIEB ainda tem pela frente grandes desafios. Não por acaso, as palavras-chaves nas declarações do presidente são inovação, competitividade, desenvolvimento. A Federação vem fazendo sua parte, expandindo suas atividades para os principais polos produtivos do interior, como evidencia a recente implantação do Programa de Interiorização em Vitória da Conquista, que visa reforçar a presença das entidades do Sistema FIEB na região sudoeste. Mas não é só. A FIEB também tem agido em defesa dos principais interesses do setor, alertando para a necessidade de investimentos infraestruturantes e para uma política pública que favoreça a indústria, responsável por promover a modernização da economia. Somente assim, indústrias e pessoas poderão continuar a crescer juntas.

Rômulo Almeida, homenageado nos 65 anos da FIEB, foi representado por seu filho, Eduardo Almeida

Angelo Pontes / Coperphoto / Sistema FIEB

Se na década de 1970 o pensamento ousado de um Rômulo Almeida revolucionou a economia baiana, é no dia a dia que a FIEB vem contribuindo para que o desenvolvimento chegue mais longe


Unidades do Sistema FIEB Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato SESI – Serviço Social da Indústria Sede: 3343-1301

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SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Sede: 71 3343-8090

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FIEB

CIEB

Presidente José de Freitas Mascarenhas. 1º Vice-

Diretor-Presidente José de Freitas Mascarenhas.

presidente: Victor Fernando Ollero Ventin. Vice-

Vice-Presidentes José Carlos Boulhosa Baqueiro;

presidentes Carlos Gilberto Cavalcante Farias;

Irundi Sampaio Edelweiss; Carlos Antônio Borges Cohim Silva. Diretores Titulares Clovis Torres Junior; Fernando Elias Salamoni Cassis; João de Teive e Argollo; João Ricardo Aquino; Luís Fernando Galvão de Almeida; Luiz Antunes Athayde Andrade Nery; Marconi Andraos Oliveira; Roberto Fiamenghi; Rogelio Golfarb; Ronaldo Marquez Alcântara; Diretores Suplentes Davidson de Magalhães Santos; Erwin Reis Coelho de Araujo; Givaldo Alves Sobrinho; Heitor Morais Lima; Jorge Robledo de Oliveira Chiachio; José Luiz Poças Leitão Filho; Mauricio Lassmann Diretor regional oeste Pedro Ovídio Tassi

Emmanuel Silva Maluf; Reinaldo Dantas Sampaio; Vicente Mário Visco Mattos. Diretores Titulares Alberto Cânovas Ruiz; Antonio Ricardo Alvarez Alban; André Régis Andrade; Carlos Henrique Jorge Gantois; Claudio Murilo Micheli Xavier; Eduardo Catharino Gordilho; Josair Santos Bastos; Leovegildo Oliveira De Souza; Luiz Antonio de Oliveira; Manuel Ventin Ventin; Maria Eunice de Souza Habibe; Reginaldo Rossi; Sérgio Pedreira de Oliveira Souza; Wilson Galvão Andrade. Diretores Suplentes Adalberto de Souza Coelho; Alexi Pelagio Gonçalves Portela Júnior; Carlos Alberto Matos Vieira Lima; Juan José Rosário Lorenzo; Marcos Galindo Pereira Lopes; Mário Augusto Rocha Pithon; Noêmia Pinto de Almeida Daltro; Paulo José Cintra Santos; Ricardo de Agostini Lagoeiro

Bahia

Editada pela Superintendência de Comunicação Institucional do Sistema Fieb Conselho Editorial Irundi Edelweiss, Adriana Mira, Cleber Borges e Patrícia Moreira. Coordenação editorial Cleber Borges. Editora Patrícia Moreira. reportagem Patrícia Moreira, Carolina Mendonça, Marta Erhardt. Projeto Gráfico e Diagramação Ana Clélia Rebouças. Ilustração e Infografia Bamboo Editora.

SESI Presidente do Conselho e Diretor Regional José

de Freitas Mascarenhas. Superintendente José Wagner Fernandes

conselhos Conselho de Economia e desenvolvimento indus-

SENAI

trial Antônio Sérgio Alípio; Conselho de Assun-

Presidente do Conselho José de Freitas

tos Fiscais e Tributários Cláudio Murilo Micheli

Mascarenhas.

Xavier; Conselho de Comércio Exterior Reinaldo Dantas Sampaio; Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial Carlos Henrique Jorge Gantois; Conselho de Infraestrutura Marcos Galindo Pereira Lopes; Conselho de Meio Ambiente Irundi Sampaio Edelweiss; Comitê de Petróleo e Gás Eduardo Rappel; Conselho de inovação e Tecnologia José Luís Gonçalves de Almeida; Conselho de Responsabilidade Social Empresarial Marconi Andraos Oliveira; Conselho de Relações Trabalhistas Homero Ruben Rocha Arandas; Comitê de Portos Reinaldo Dantas Sampaio Comitê de Jovens Lideranças Industriais Eduardo Faria Daltro

Diretor Regional: Leone Peter Andrade

IEL Presidente do Conselho e Diretor Regional

José de Freitas Mascarenhas.

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA Rua Edístio Pondé, 342 – Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71 3343-1280 / w w w.f ieb.or g.br/ b ahia _ indu stria_online As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessariamente o pensamento da FIEB.

Superintendente Armando da Costa Neto Diretor Executivo do Sistema FIEB

Alexandre Beduschi

Filiada à

Sindicatos filiados à FIEB Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem no Estado da Bahia, sindfiacaoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do tabaco no Estado da Bahia, sinditabaco@ fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado da Bahia,sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, Dias D’ávila e Santo Amaro, sindvest@ fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da Indústria de Extração de Óleos Vegetais e Animais e de Produtos de Cacau e Balas no Estado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Cerveja e de Bebidas em Geral no Estado da Bahia, sindcerbe@bol.com.br / Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato das Indústrias do Trigo, Milho, Mandioca e de Massas Alimentícias e de Biscoitos no Estado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso do Estado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, secretaria@sinduscon-ba.com.br / Sindicato da Indústria de Calçados, seus Componentes e Artefatos no Estado da Bahia, sindcalcadosba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado da Bahia, simmeb@uol.com.br / Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olaria do Estado da Bahia, sindicerba@ig.com.br / Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes e Produtos de Limpeza em geral e Velas do Estado da Bahia, sindisaboesba@ fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, Sto. Antônio de Jesus, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Cidade do Salvador, sindpanssa@uol.com.br / Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Resinas Sintéticas do Estado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia, sindiplasba@ sindiplasba.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos, Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário da Região de Feira de Santana, sindvestfeira@fbter.org.br / Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia, sindratar@gmail.com.br / Sindicato das Indústrias de Construção Civil de Itabuna e Ilhéus, valmirsb@yahoo.com.br / Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia, sincafeba@ fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna, sinec@sinec.org.br / Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia, anaelisabete@telenge.com.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia, sindirepaba@ sindirepabahia.com.br / Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, sindipecas@sindipecas. org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, sindiplast@gmail.com


sumário abr/mai 2013 Fábio Bito Teles / Sistema FIEB

16 Indústria em festa

Fábio Bito Teles / Sistema FIEB

FIEB comemora 65 anos lembrando a importância das pessoas na construção de um modelo de indústria forte

Exposição multimídia no saguão da FIEB

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Mônica Lula/coperphoto/sistema fieb

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24 Angelo Pontes / Coperphoto

valter pontes/Coperphoto/FIEB

Juarez Matias/coperphoto/sistema fieb

Projeto promove inclusão digital na indústria

Jogo estimula a inovação

FIEB amplia presença no sudoeste

Orquestra juvenil

Projeto de inovação em educação, desenvolvido em parceria entre SESIBA e SENAI-BA, o Alfabetização Interativa comemora bons resultados com trabalhadores da construção

IEL lança o Join para estimular o desenvolvimento de soluções inovadoras

Federação lança programa de Interiorização em Vitória da Conquista com o objetivo de ampliar a presença do Sistema FIEB e fortalecer o setor industrial da região

A bem sucedida experiência do Núcleo Neojibá do SESI ao aliar educação e música


Inovação educacional e inclusão digital SESI e SENAI, em parceria com o Sinduscon, desenvolveram software com resultados surpreendentes na alfabetização de jovens e adultos da construção civil por patrícia moreira

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odos os dias, assim que encerra o expediente, operários de uma obra da construtora Sertenge, no bairro do Imbuí, em Salvador, trocam as ferramentas de trabalho pelo computador. Eles integram o projeto piloto de alfabetização e inclusão digital, voltado para trabalhadores jovens e adultos da construção civil. O projeto Alfabetização Interativa é uma iniciativa da gerência da Área Pedagógica da Unidade de Educação de Jovens e Adultos da Região Metropolitana (EJA-RMS), do Serviço Social da Indústria (SESI Bahia), em parceria com o Serviço Nacional de Apoio à Indústria (SENAI Bahia), o Sindicato da Construção Civil do Estado da Bahia (Sinduscon-Bahia) e a construtora Sertenge. Idealizada em 2010, a proposta foi selecionada na edição de 2011 do Edital de Inovação SESI/SENAI, promovido pelos departamentos nacionais das duas instituições do Sistema S. O projeto começou a ser executado em 2012, com o início das aulas em 17 de outubro de 2012. De lá para cá, muita coisa mudou na vida dos participantes. O operário Constantino Egídio da Silva Filho, 44 anos, que o diga. Nascido no município de Pedrão, no interior da Bahia, ele cursou até a 6ª série do ensino fundamental e andava meio esquecido do que havia 6  Bahia Indústria

aprendido na escola. Além disso, até entrar para o projeto, não sabia sequer ligar o computador; agora, ele é enfático: “Mudou muita coisa na minha vida. Este projeto renovou minha mente”. O mesmo ocorreu com Raimundo Ramos, de 63 anos, natural de Euclides da Cunha, onde aprendeu as primeiras letras, nos idos da década de 1950. “Eu nem ligava para computador, agora achei bom e vou até comprar um”, revela o operário, que é um dos mais assíduos da turma. Apesar de ainda ter suas dificuldades com o português, ele dá uma lição de sabedoria: “O importante é não parar”. Ele conta que seu interesse maior é aperfeiçoar a leitura da Bíblia.

SOFTWARE Márcia Lago, gerente da Área Pedagógica do EJA-RMS, explica que o projeto surgiu de conversas na equipe. O objetivo era buscar

soluções que pudessem incluir a tecnologia no processo de aprendizagem. “Foi daí que veio a ideia de criar um jogo que, ao mesmo tempo, alfabetizasse e tornasse o aprendizado mais interessante”, revela Márcia. Em 2011, o projeto ganhou contornos mais nítidos e permitiu ao Núcleo de Educação a Distância (Nead) do SENAI desenvolver um software que atendesse às expectativas da equipe do SESI. Foi assim que surgiu o jogo que tem como personagem Benedito, um operário da construção civil. Ao recriar o universo de trabalho dos operários, o jogo cria uma identificação imediata com os alunos da turma e ainda contribui para repassar orientações de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS), prevista numa das três fases do jogo. “Neste processo, o aluno vai estruturando sua alfabetização e também sua autonomia pessoal, além


Juarez Matias/coperphoto/sistema fieb

de conhecimentos voltados para o trabalho”, explica Márcia. Na opinião de Denise Dib, gerente da Unidade EJA-RMS, o êxito do projeto é evidente ao assegurar a estes trabalhadores a inclusão digital e o desenvolvimento de novas habilidades. “O objetivo do programa de EJA é elevar a escolaridade do trabalhador da indústria e nós fazemos isto montando salas de aulas nos canteiros de obra, com turmas desde a alfabetização até o ensino médio”, explica a gerente. O projeto, explica Denise, impacta diretamente no trabalho de alfabetização. “As dificuldades do trabalhador de idade mais avançada estão mais consolidadas e o processo de alfabetização exige uma dedicação maior do professor. Neste sentido, o software tem sido exitoso no sentido de motivar, diminuir a evasão, assegurar a autonomia e a motivação do trabalhador”, acrescenta.

Raimundo Ramos, 63 anos, diz que o importante é estar sempre pronto para aprender

Enquanto nos cursos de alfabetização convencional 50% dos alunos acabam abandonando as aulas, no curso de Alfabetização Interativa o índice é de 20%. Denise explica que há vários motivos para a evasão: segurança para voltar para casa, já que os cursos acontecem sempre após a jornada de trabalho, das 17 às 20 horas; dificuldades geradas pela mobilidade urbana de Salvador; demissões e a necessidade de fazer hora extra no trabalho são algumas delas. O índice registrado no Alfabetização Interativa mostra que o projeto tem um nível de motivação elevado que mantém o aluno em classe. Para Thomaz Faria, engenheiro de produção responsável pela obra da Sertenge no Imbuí, os alunos que abraçaram o curso são trabalhadores com um desempenho diferenciado. Graças ao curso, eles também adquiriram novas habilidades. “Muitos tinham receio de

usar o caixa eletrônico e depois do curso perderam o medo”, explica Faria, acrescentando que a Sertenge abraçou o projeto, que se soma ao de educação convencional já desenvolvido na obra. Os trabalhadores trabalham diariamente até as 17 horas, depois têm um intervalo de meia hora para lanchar e iniciar as aulas. “A grande vantagem é que o operário não precisa se deslocar”, acrescenta. A turma foi encerrada no final do mês de abril e os resultados serão compilados em um relatório que seguirá para o Departamento Nacional do SESI. O êxito do projeto faz com que Denise Dib acredite na possibilidade de o Alfabetização Interativa ser disseminado para outras unidades de EJA do SESI da Bahia e do Brasil. A equipe também comemora o fato de ter criado uma nova tecnologia educacional, inovando o ensino de jovens e adultos. [bi] Bahia Indústria  7


Inovação para micro e pequenas empresas IEL abre inscrições para indústrias da Região Metropolitana de Salvador, Feira de Santana e Ilhéus participarem do Join

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novar ainda é um desafio para micro, pequenas e médias empresas. Para assessorar as organizações nesta busca, foi criado o Jogo da Inovação (Join), novo projeto desenvolvido e coordenado pelo IEL-BA, com recursos federais do Fundo Verde e Amarelo da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O projeto prevê atendimento de 120 empresas até o final de 2013, em dois ciclos. Serão 60 vagas para atendimento de junho a setembro e outras 60 para o período de setembro a dezembro. Com quatro meses de duração, cada ciclo do programa engloba 64 horas de capacitação e 64 horas de assessoria in company, além de workshops de conclusão. No primeiro ano de atuação, o projeto é focado nas micro, pequenas e médias empresas e prestadoras de serviços industriais de Salvador e Região Metropolitana e das macro regiões de Feira de Santana e Ilhéus. As empresas interessadas em participar do projeto podem se inscrever pela internet, no endereço www.jogodai-

O jogo explora o lúdico para ajudar a sistematizar mecanismos internos para se fazer inovação

Valter Pontes / Coperphoto / Sistema Fieb

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novacao.com.br. A adesão conta com valores subsidiados para os dois ciclos de atendimento. O objetivo do Join é sistematizar a gestão da inovação nas empresas. “Hoje, sem inovação, as empresas têm dificuldade de se manter no mercado e se tornar competitivas. O Join entra neste cenário como forma de sistematizar mecanismos internos para se fazer a inovação. O diferencial é trabalhar de forma lúdica, com uma linguagem simples, de fácil entendimento para empresários e colaboradores”, explica a gerente de Inovação e Projetos Especiais do IEL, Fabiana Carvalho. Para divulgar o projeto, empresários e líderes da indústria baiana e representantes de empresas interessadas no projeto participaram de partidas do Join, em eventos realizados em Salvador. O jogo é baseado em concepções do Design Thinking, um dos conceitos atuais da gestão da inovação, assim como Inovação Aberta e Jogos de Inovação. “Nas micro e pequenas empresas, quando se fala de inovação, muita gente não quer ouvir, porque acha que inovação é só para os grandes e, no Join, a gente vê que o processo é para todo mundo”, explica Maria Eunice Habibe, empresária e presidente do Sindvest Salvador, que participou do evento de apresentação do projeto aos patronos, realizado em abril. Também foram programados outros três Torneios Join, nos municípios de Feira de Santana (4/6), Ilhéus (10/6) e Itabuna (11/6). Para participar destes eventos gratuitamente, é preciso se inscrever pela internet, no endereço www.jogodainovacao.com.br/torneiojoin. Inserido na Mobilização Empresarial para a Inovação (MEI), movimento da indústria brasileira para incorporar e aprimorar a gestão da inovação nas empresas, o Join conta com parcerias importantes – SENAI, SESI, Sebrae, Sesti, Fapesb e Ufba. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3343-1677 ou pelo e-mail jogodainovacao@fieb.org.br. [bi]


circuito

por cleber borges

Meta ambiciosa para a Fiol Concluir e entregar o trecho Ilhéus-Caetité, da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) até o final de 2014 pode ser considerada uma meta ambiciosa, mas é com ela que trabalha o ministro dos Transportes, César Borges. Após entregar o trecho de 537 quilômetros, com investimentos de R$ 2,5 bilhões, ficaria mais fácil, segundo seu raciocínio, tocar a execução do trecho Caetité-Barreiras/São Desidério, com 485 quilômetros, com obras previstas para iniciar no mês de agosto próximo.

“A inflação está abaixo da meta praticamente em todo lugar. Você poderia pensar que o BIS recuaria e reconsideraria suas recomendações de alta dos juros. Mas não. As taxas mais altas são sempre a solução, o que muda é apenas o problema que devem solucionar.”

Indústria, setor que menos cresce O crescimento de 0,6% do PIB no primeiro trimestre, na comparação com o último trimestre de 2012, e de 1,9% ante igual período de 2012, segundo o IBGE, voltou a acender a luz vermelha. Dentro do governo, trabalhava-se com a previsão de 0,9%. O resultado representou uma taxa anualizada da ordem de 2,4%, abaixo do crescimento da economia em 2011, de 2,7% – o melhor desempenho do governo Dilma Rousseff até agora. O ano de 2012 registrou o "pibinho" de 0,9%. Para a indústria, há motivos de preocupação. Enquanto a agropecuária registrou avanço de 9,7% no desempenho trimestral, na comparação com o último trimestre de 2012, a indústria caiu 0,3%. Além disso, o PIB da indústria caiu 1,4% no primeiro trimestre deste ano na comparação anual.

Paul Krugman, Nobel de Economia 2008, ao criticar o BIS (o banco central dos bancos centrais), que recomendaria aumento de juros com inflação em alta ou em queda

Uma decisão importante “Decretar-se a invalidade do licenciamento ambiental exercido dentro das determinações legais com foco na preservação do meio ambiente pantaneiro é afastar a competência administrativa do poder público e dos órgãos licenciadores da manutenção responsável do meio ambiente, em todas as suas vertentes e outorgar ao autor da ação um poder normativo legiferante (de legislar) que não lhe pertence.” Assim, a desembargadora Marli Ferreira, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, fundamentou sua decisão de derrubar liminar de ONGs que impedia a construção de hidrelétricas na Bacia do Alto Paraguai. Sua decisão permite a continuidade dos projetos de 87 usinas de pequeno e médio portes, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Avanços e gargalos A aprovação no Congresso Nacional da MP dos Portos, a redução das tarifas de energia elétrica, a desoneração da folha de pagamento e os juros básicos em patamares civilizados (não obstante a recente alta decretada pelo BC) são fatores que influenciarão positivamente na volta de investimentos, nacionais e estrangeiros, para a expansão da produção industrial. Essa é a opinião do veterano economista Delfim Netto que, entretanto, não vê apenas motivos para comemorar: cita as dificuldades advindas dos gargalos dos transportes terrestres e nas administrações aeroportuárias como entraves ao desenvolvimento no médio prazo.

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sindicatos Haroldo Abrantes / Coperphoto / Sistema FIEB

Sindileite promove missão à Argentina Com o objetivo de conhecer o setor de laticínios argentino, o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite do Estado da Bahia (Sindileite), em parceria com a Secretaria da Agricultura, organizou missão técnica de 20 empresários baianos ao país. A missão, realizada entre 27 de abril e 5 de maio, contou ainda com representantes da FAEB e da ADAB. Foram visitados laticínios e fábricas de equipamentos nas cidades de Buenos Aires, Santa Fé, Córdoba e Mendoza, para proporcionar aos empresários conhecimento técnico e de inovações tecnológicas para incremento da produtividade. A ideia da missão nasceu da necessidade de se criar opções para o período de estiagem e alternativas que se adaptem às condições climáticas da Bahia. O foco foi a visitação de pequenos laticínios produtores de leite em pó. “No Brasil, o leite em pó é produzido essencialmente por grandes indústrias sob a pena de não ter uma produtividade boa e o negócio não ser viável”, afirmou Paulo Cintra, presidente do Sindileite. Segundo ele, o interesse dos empresários é trabalhar de forma estratégica. “Tivemos acesso à tecnologia destas pequenas fábricas de secagem de leite, e vamos avaliar a possibilidade de produzirmos leite em pó na época de safra para reutilizá-lo estrategicamente na seca”, completou.

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Bahia Indústria

eleições

Sindipeças Tomou posse, em março, a nova diretoria eleita do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) para o triênio 2013/2016. O representante da Regional na Bahia será João Ricardo de Aquino, da Valeo Sistemas Automotivos, e o vice-diretor, Claudemir dos Santos, da Benteler Componentes Automotivos. Com sede localizada em São Paulo, além da Bahia, o Sindipeças tem representação regional em vários estados, e ainda um escritório em Brasília.

Sinditabaco Helder Mendes Ribeiro, consultor da CNI

Sindvest Salvador realiza encontro para discutir o setor O Teatro do SESI foi o cenário escolhido pelo Sindvest Salvador, no dia 26 de março, para um encontro com associados e empresas não-associadas, com o objetivo de discutir os principais entraves da categoria para elaboração do plano de ação do sindicato. O evento reuniu mais de 30 empresários do setor, que apontaram as principais dificuldades comuns, em uma dinâmica conduzida pelo consultor da FIEB/ CNI, Helder Mendes Ribeiro, que apoiou o sindicato na elaboração do seu planejamento estratégico. Entre as principais questões levantadas durante o encontro, estão a concorrência do mercado chinês e a importância do associativismo. “Precisamos da união das empresas na defesa de interesses comuns para fortalecer e dar visibilidade ao setor”, ressaltou a presidente do Sindvest, Eunice Habibe.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Tabaco no Estado da Bahia (Sinditabaco), Odacir Strada, foi reeleito por mais três anos para a condução da entidade. A diretoria, eleita para o triênio 2013/2015, tomou posse no dia 27 de abril. Para Odacir Strada, a satisfação está em ver concretizados e encaminhados vários projetos.

Sindicer Tendo como um dos principais desafios aumentar a representatividade do setor, foi eleita, em 1º de abril, a nova diretoria do Sindicato das Indústrias de Cerâmica para Construção e Olaria do Estado da Bahia (Sindicer). Os eleitos terão mandato de três anos. De acordo com o presidente eleito, o empresário Manuel Ventin, um dos desafios da nova gestão é o aumento da representatividade, sobretudo no interior.


fotos Divulgação

Seca compromete produção de calcário A seca, que atinge centenas de municípios baianos, afeta a produção de calcário, insumo utilizado na correção de solos para aumentar a eficiência das lavouras. A avaliação é do presidente do Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário e Gesso da Bahia (Sindical), Sérgio Pedreira. “O setor vive um bom momento no país, mas na Bahia a seca tem afetado os negócios, com a redução de encomendas”, afirma Pedreira, ao lembrar que no dia 24 de maio foi comemorado o Dia Nacional do Calcário Agrícola, criado pela Lei Nº 12.389/11. Um seminário realizado em Brasília, no dia 23, pelo Ministério da Agricultura, marcou a data. Na Bahia, cinco indústrias produzem calcário agrícola, nas regiões da Chapada Diamantina, São Desidério, Itapetinga e Ibotirama.

O composto de fibras naturais com resinas sintéticas puras e recicladas é o novo produto de exportação do setor

Sindifibras participa da maior feira de compósitos do mundo O Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia (Sindifibras) participou da maior feira de compósitos do mundo, a JEC Europe 2013, realizada em Paris (França), em março. Na oportunidade, o sindicato promoveu o novo produto de exportação do setor, o composto de fibras naturais com resinas sintéticas puras e recicladas. A ação fez parte do planejamento estratégico do setor e foi realizada em parceria com as empresas que integram o Projeto Setorial de Fibras Naturais. “Há um grande mercado para as fibras naturais nas áreas de compósitos, nas indústrias de automóveis, barcos, móveis, eletrônicos e outras, que podem usar as nossas fibras para reforçar seus produtos, com vantagens técnicas, de preço e ambientais”, ressalta Wilson Andrade, presidente do Sindifibras. A missão teve o apoio da FIEB.

Empresários do Sinprocim-BA participam de feira internacional O Sindicato das Indústrias de Produtos de Cimento do Estado da Bahia (Sinprocim-BA) promoveu, em conjunto com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e com o apoio do Sebrae, uma missão empresarial com representantes das empresas integrantes do Programa de Desenvolvimento Empresarial (PDE) à Bauma 2013, que ocorreu entre 15 e 21 de abril, na Alemanha. Trata-se de uma das mais importantes feiras internacionais de máquinas, equipamentos e materiais para o setor da construção civil. Os empresários visitaram fornecedores de máquinas e equipamentos em Frankfurt e fizeram uma visita técnica a uma fábrica de blocos de concreto, em Munique. "É uma importante chance de conhecer novas opções de maquinários e processos de fabricação utilizados nas indústrias, além de nos aproximar dos fornecedores de equipamentos e de novas tecnologias, possibilitando viabilizar futuras aquisições", destacou o presidente do Sinprocim-BA, José Carlos Telles Soares. A missão contou com 12 empresários.

Missão técnica do Simagran visita feira Empresas associadas ao Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia (Simagran) participaram da Vitória Stone Fair 2013, uma das maiores e mais representativas feiras do setor, realizada na capital do Espírito Santo, maior produtor de rochas ornamentais do país. Além do acesso às novas tecnologias e tendências do mercado, a visita técnica, realizada em parceria com o Sebrae, permitiu aos empresários a realização de novos negócios e parcerias. “Os empresários compartilharam ideias com profissionais do segmento, além de ampliar a possibilitar de realização de negócios com empresas do setor”, avaliou o presidente do Simagran, Marcos Regis Andrade. Durante a missão técnica, a diretoria do sindicato fechou parceria com a revista Rochas de Qualidade para assinatura gratuita da publicação, por um ano, para todos os associados.

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C

om economia pujante, que desde 2003 cresce acima da média da Bahia e do Brasil, o Sudoeste baiano foi a quarta região a receber o Programa de Interiorização da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). O programa tem como principal objetivo contribuir para o aumento da competitividade da indústria baiana e melhorar as condições de atratividade de novos empreendimentos para aquela região, que abrange cinco Territórios de Identidade, totalizando 81 municípios. Dentre eles, destacam-se Vitória da Conquista, Jequié, Itapetinga, Caetité, Brumado e Guanambi que, de acordo com o IBGE (Censo 2010), concentram 718 mil habitantes e um PIB de R$ 6,6 bilhões. A economia da região é caracterizada pelo setor de serviços, notadamente pela atividade comercial,

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Presença mais forte no Sudoeste Sistema FIEB amplia oferta de serviços para o desenvolvimento industrial da região por Marta Erhardt


Presidente José Mascarenhas visitou a unidade da indústria de embalagens Chiacchio, no Complexo Industrial de Vitória da Conquista

obra tem conclusão prevista para o segundo semestre de 2014. Com o programa, o Sistema FIEB visa fortalecer a representação empresarial e promover o desenvolvimento associativo na região Sudoeste, com a coordenação do CIEB. Além disso, ampliará a oferta de serviços de educação e qualificação profissional, capacitação empresarial, apoio à inovação e saúde e segurança do trabalhador, realizados pelo SESI, SENAI e IEL. “A indústria precisava deste suporte, da estrutura da FIEB, de serviços como treinamento e capacitação de mão de obra, além do apoio da entidade como facilitador da relação da indústria com o poder público”, destacou Jorge Robledo Chiacchio, presidente do Grupo Chiacchio, que recebeu a visita do presidente José Mascarenhas a uma de suas unidades.

Demandas

Mônica Lula / Coperphoto / Sistema FIEB

que responde por 78% do PIB. Já o setor industrial participa com 19% do PIB, tendo como principais segmentos os de couro e calçados, produtos alimentícios, construção e obras de infraestrutura e vestuário. Para atender à crescente demanda das empresas, a FIEB vai implantar uma unidade integrada, que reunirá os serviços realizados pelo SESI, SENAI, IEL e CIEB. Em fase de projeto, a nova unidade funcionará na Avenida Olívia Flores e tem investimentos da ordem de R$ 19 milhões. A

Mas a proposta do Sistema FIEB para a região vai além. “O que trazemos não são só os serviços oferecidos pela Federação. É também um projeto de industrialização e uma parceria para crescermos juntos”, ressaltou o presidente da FIEB, José de Freitas Mascarenhas, durante visita ao município para o lançamento do programa, no dia 9 de maio. Acompanhado pelos executivos da entidade, ele encontrou empresários e lideranças da região e ouviu seus pleitos. Na ocasião, Sílvio Saavedra, presidente da Associação das Indústrias de Vitória da Conquista (AINVIC), foi anunciado como diretor regional do CIEB. Ele será articulador entre os empresários e a FIEB, concentrando as demandas apresentadas. Algumas delas já foram identificadas em um estudo elaborado pela FIEB, para o qual foram entrevistados empresários e autoridades locais. O levantamento apontou fatores limitantes ao crescimento da indústria na região, a exemplo do sistema de fornecimento de água, infraestrutura, déficit de mão de obra qualificada e o baixo índice de inovação nas indústrias. “Os empresários têm que estar abertos para me-

lhorar a gestão e para inovar, pois sem inovação não seremos competitivos. Precisamos trabalhar esta questão cotidianamente”, pontuou o presidente da FIEB.

Infraestrutura Durante a permanência em Vitória da Conquista, Mascarenhas avaliou as condições infraestruturais do Distrito Industrial dos Imborés e lembrou que as deficiências se repetem em todo o estado. A recuperação dos distritos industriais de Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga, com ações nos âmbitos dos governos estadual e municipais, é uma das sugestões apontadas por estudo da FIEB para reforçar a atuação industrial na região. O levantamento indicou a necessidade de se criar condições para aumentar a competitividade local e promover o adensamento industrial da região. Entre elas, destacam-se a ampliação do sistema de fornecimento de água, a construção do novo aeroporto de Vitória da Conquista e a recuperação do de Guanambi, além da construção de um centro logístico e de um pátio de manobras da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol). O Programa de Interiorização da FIEB já foi apresentado nas regiões Oeste (Luís Eduardo Magalhães e Barreiras), Sul (Ilhéus) e Central (Feira de Santana). Os investimentos previstos com implantação ou ampliação de unidades nestas regiões serão da orBahia Indústria  13


Saúde & competitividade O Um dos líderes globais na área de bem-estar corporativo, Steve Aldana alertou para a necessidade de combater o presenteísmo nas empresas

Por Patrícia Moreira

s dados são alarmantes e as pesquisas atestam que o fenômeno da obesidade, associado ao sedentarismo, são uma epidemia mundial. Nos Estados Unidos (EUA), hoje, quase 72% da população têm sobrepeso ou obesidade e o Brasil deverá reproduzir este mesmo perfil em 2030, o que acende o alerta para a necessidade de estimular a população a adotar um comportamento mais saudável. Se para o indivíduo o problema compromete sua expectativa e qualidade de vida, favorecendo o surgimento de doenças crônicas como hipertensão ou diabetes, no ambiente trabalho os efeitos se

Aldana falou para uma plateia de gestores e líderes

Juarez Matias/Coperphoto/Sistema FIEB

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revelam sob o que os especialistas classificam de presenteísmo. Ao contrário do absenteísmo, no presenteísmo o trabalhador bate ponto, cumpre sua jornada na empresa, mas não é produtivo. As razões são muitas, mas boa parte está associada aos problemas crônicos de saúde e à falta de atividade física. Em suma: quando o presenteísmo em uma empresa é elevado, a produtividade cai e a corporação perde competitividade. O tema foi tratado pelo professor de medicina do estilo de vida na Brigham University, o americano Steve Aldana, no lançamento do projeto piloto de inovação Mobilização Empresarial para a Qualidade de Vida no Trabalho, dia 25 de abril, desenvolvido pela gerência de Qualidade de Vida do SESI Bahia. Aldana, um dos líderes globais na área da vida saudável e de bem-estar corporativo, veio a Salvador a convite do SESI Bahia e falou sobre o impacto da saúde na performance da população corporativa para uma plateia de gerentes e técnicos da entidade e de empresas das indústrias da construção e de papel e celulose. Entre os dados apresentados pelo pesquisador, chama a atenção uma pesquisa, da qual ele participou, envolvendo 20 mil trabalhadores de três grandes empresas dos EUA. O levantamento identificou que a prática de atividade física faz com que o presenteísmo caia 50%. A obesidade aumenta em 100% a possibilidade de o trabalhador adotar postura presenteísta. Mas o que fazer para mudar esta realidade e promover a saúde dos colaboradores de uma empresa? “Passei a minha vida tentando responder a esta pergunta,

procurando identificar os programas que funcionam e cheguei à conclusão de que é preciso duas coisas: alcance (meios de comunicar a estratégia) e impacto (os resultados têm que incluir todos, empresa, trabalhador e família)”, explica o pesquisador. Ele observa que não basta apenas promover ações de conscientização e de educação para levar mais conhecimento ao trabalhador. Os programas precisam oferecer motivação aos interessados, respondendo a perguntas-chave: Por que vou mudar meu estilo de viver? Que benefícios este programa vai trazer para a minha vida? Além de fornecer ferramentas para que ele mude.

Estratégias Para atingir os objetivos, Steve Aldana diz que vale tudo. Desde desenvolver campanhas (do tipo não ganhe peso nas férias), oferecer ajuda e incentivos (formar times de controle da obesidade), distribuir e-mails, SMS e folhetos (de forma a atingir os diferentes públicos de uma empresa) e até sensibilizar a família dos trabalhadores, mostrando a importância de se começar em casa um trabalho de reeducação alimentar. Os resultados de iniciativas deste gênero foram atestados em publicações científicas que identificaram o aumento do tempo dedicado à prática de esportes em até 200% e o aumento do consumo de legumes por trabalhadores incluídos em programas de qualidade de vida. “O que estes programas mostraram ao trabalhador é que se eles cuidam da saúde, sua expectativa de vida também aumenta e é possível ganhar de 10 a 20 anos de vida.”

O que estes programas mostraram ao trabalhador é que se eles cuidam da saúde, sua expectativa de vida também aumenta e é possível ganhar de 10 a 20 anos de vida Steve Aldana, consultor em bem-estar corporativo

O projeto Mobilização Empresarial é uma iniciativa do SESI Bahia que visa desenvolver nas empresas a cultura da qualidade de vida no trabalho. Nesta primeira etapa do projeto, o SESI conta com a parceria do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon) e do Sindicato da Indústria de Papel e Celulose (Sindpacel). No primeiro de um total de 15 encontros, com a participação de especialistas, o SESI também convidou o consultor Ricardo Marchi, que no próximo encontro do projeto, irá discutir o papel do gestor na promoção da saúde e da produtividade no ambiente corporativo. Além da realização de palestras, que fazem parte do ciclo de sensibilização, o projeto prevê uma segunda etapa com um ciclo de capacitação e, por fim, a implementação de soluções para desenvolvimento das ações no ambiente de trabalho. De acordo com Cláudia Lemos, gestora do projeto de inovação e que coordena os programas de Segurança e Saúde do Trabalhador (SST) no SESI Lucaia, o objetivo do evento é mobilizar os empresários para que identifiquem o quanto a melhoria da qualidade de vida do trabalhador pode trazer de benefícios para a indústria em termos de produtividade e competitividade. O superintendente do SESI Bahia, Wagner Fernandes, observou que o projeto vai ao encontro do planejamento estratégico do SESI para os próximos 15 anos, que tem entre suas prioridades promover a redução do absenteísmo em 50% e melhorar como um todo a qualidade de vida do trabalhador, por meio de projetos como o de Mobilização Empresarial. [bi] Bahia Indústria  15


FIEB Comemoração do aniversário lembrou o papel da Federação na articulação de políticas voltadas para a indústria POR Patrícia moreira

poiando seus diversos segmentos como porta-voz de demandas institucionais, ou funcionando como intermediária entre o setor produtivo e a sociedade, ao promover soluções de qualificação e de formação profissional, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) vem ajudando a planejar e construir a indústria de hoje e do futuro. Esta contribuição foi lembrada durante as comemorações pelos 65 anos da instituição, marcada por uma programação especial, realizada no período de 20 a 23 de maio. Além do lançamento de selo e carimbo comemorativos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, foi lançado um livro em homenagem a Rômulo Almeida, realizada uma exposição digital no foyer do prédio-sede da FIEB e criado um hotsite institucional, que está hospedado na home page da Federação. A programação foi iniciada no dia 20 de maio, com a abertura da exposição e uma homenagem aos colaboradores mais antigos do Sistema FIEB, durante a qual o primeiro superintendente do Serviço Social 16  Bahia Indústria

fotos Valter Pontes / Coperphoto / Sistema FIEB

65 anos da Indústria (SESI), Djalma Pessoa, profissional com o registro de número 1, foi homenageado pelo presidente José Mascarenhas. Na oportunidade, o presidente lembrou o slogan da campanha dos 65 anos, que destaca a importância das pessoas na construção de uma história sólida, e homenageou os técnicos e líderes que no dia a dia ajudam a transformar a FIEB no que ela é. As demais atividades ocorreram no dia 23 de maio, com a presença de autoridades, representantes da indústria baiana, dos sindicatos associados e outros parceiros. Mas o grande homenageado nas comemorações dos 65 anos da FIEB foi sem dúvida o economista Rômulo Almeida, que, entre outras realizações, concebeu e coordenou a equipe responsável pela implantação do Polo Petroquímico de Camaçari, idealizou e ajudou a criar o Banco do Nordeste do Brasil, a Chesf e a Petrobras. Oito artigos de sua autoria foram compilados no livro Rômulo: Desenvolvimento Regional e Industrialização, publicação que integra a Série FIEB Documentos Históricos, coordenada pela Superintendência de Comunicação Institucional (SCI) da FIEB.


A presença da indústria é que promove a modernização da economia, trazendo inovação e tecnologia. É desse dinamismo que depende sua sobrevivência e esse papel tem sido exercido pela indústria aqui na Bahia com o apoio da Federação das Indústrias, seus dirigentes e todas as pessoas que contribuem e contribuíram para transformar a FIEB no que ela é.” José de F. Mascarenhas, presidente da FIEB

Completar 65 anos com suas atividades em expansão, sobretudo, na área da formação profissional e na educação dos filhos dos trabalhadores da indústria, juntamente com a oferta de serviços de saúde e esporte, é importante para o sistema FIEB. Sem dúvida a marca mais importante do nosso Sistema é proporcionar à população o atendimento de uma de suas maiores carências, que é a educação.” A edição, organizada pelo coordenador de comunicação Cleber Borges, sob a coordenação editorial do economista Fernando Pedrão, reúne textos sobre o desenvolvimento industrial do Nordeste e da Bahia, planejamento regional, o papel da petroquímica na economia nacional, entre outros assuntos. Fernando Pedrão, que foi contemporâneo de Rômulo Almeida e com ele trabalhou em diversas ocasiões, acredita que a iniciativa da FIEB é apenas “o começo de um resgate”. Para ele, Rômulo teve uma participação importante na formação do Brasil e foi fundamental para os programas de integração da América Latina. “A presença dele na Alalc foi que deu lugar depois ao projeto da Bacia do Prata. Mas aqui as pessoas não sabem que Rômulo foi importante fora da Bahia”, observa o economista, que foi contratado por Rômulo para trabalhar com ele no dia de sua formatura. Depois, continuou ao seu lado no Instituto de Economia e Finanças até que os dois foram para o exterior. Voltaram a se encontrar em Washington (EUA) e, no retorno ao Brasil, voltaram a trabalhar juntos. A família de Rômulo Almeida foi representada na

Selo comemorativo; Djalma Pessoa e José Mascarenhas; e a exposição multimídia

Victor Ventin, 1º vice-presidente

O aniversário de 65 anos da FIEB é uma data extremamente importante para o setor industrial baiano. A Bahia tem o privilégio de ter hoje uma FIEB extremamente organizada, referência em nível nacional, especialmente em relação ao centro de inovação, que é o Cimatec, e que goza de muito bom conceito junto à CNI. A FIEB também tem a oportunidade de prestar grandes serviços ao setor industrial por meio de seus sindicatos, saindo na frente para levar ao ambiente estadual e nacional as inquietudes do setor e apoiá-lo no que é necessário.” Carlos Gilberto Farias, vice-presidente

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Victor Ventin, José Mascarenhas, Cláudio Garcia e Irundi Edelweiss, na solenidade de obliteração de selo e carimbo comemorativos

solenidade pelo filho Eduardo Aguiar de Almeida, que, ao lado do presidente da FIEB, José Mascarenhas, fez o lançamento da publicação. Além de Eduardo Almeida, também estiveram presentes as filhas Dulce Werneck de Almeida e Marília Werneck Aguiar de Almeida. A família agradeceu a homenagem, lembrando que em 2014 será comemorado o centenário de nascimento do economista. “Ficamos sensibilizados por esta iniciativa”, declarou Eduardo Almeida. Ao relembrar a contribuição de Rômulo Almeida para a economia e para a Bahia, o presidente José Mascarenhas observou a amplitude da sua produção intelectual e seu papel como ideólogo do Polo Petroquímico de Camaçari. Para Mascarenhas, que trabalhou ao lado de Rômulo na implantação do projeto, a história do Polo ainda vai ser escrita. 18  Bahia Indústria

“Não houve ainda ninguém que compreendesse bem o que se passou naquela época para se construir o polo. Na ocasião, a Bahia tinha essencialmente uma unidade da Petrobras e nada mais do que isso. E trazer para cá um investimento de bilhões de dólares, cobiçado por multinacionais e empresários do sul do país, foi uma batalha muito grande e Rômulo tinha o sentimento de que já havia uma maturidade por parte dos empresários brasileiros capaz de construir um polo daquele porte em Camaçari”, observou o presidente da FIEB. O ex-governador Roberto Santos ressalta que muito da evolução da economia da Bahia se deve ao aproveitamento das ideias de Rômulo Almeida, que nortearam a própria evolução da economia estadual. A solenidade de obliteração do selo, cunhado especialmente para

a data, e do carimbo comemorativos, realizada no dia 23 de maio, reuniu o diretor Regional dos Correios, Cláudio Moras Garcia, e a diretoria da FIEB. O selo foi carimbado e assinado pelo presidente da FIEB, pelos vice-presidentes Victor Ventin e Irundi Edelweiss, e pelo diretor Regional dos Correios. O documento irá integrar o acervo filatélico dos Correios, na sede da empresa, no bairro da Pituba, em Salvador.

parceria O diretor Cláudio Garcia agradeceu a FIEB pela confiança depositada nos Correios, de quem a instituição é parceira, e destacou a importância da Federação para a Bahia. “O lançamento deste carimbo comemorativo e do selo personalizado é o reconhecimento a esta entidade, que estimula o crescimento, a modernização e a competitividade da indústria do estado, ao tempo em que se empenha em melhorar a qualidade de vida dos empregados do setor, promovendo sua capacitação profissional. O Sistema FIEB é insubstituível no cenário da indústria baiana”, arrematou. Estiveram presentes à solenidade os secretários estaduais José Sérgio Gabrielli (Planejamento), Carlos Costa (Indústria Naval e Portuária), Fernando Schimit (Relações Internacionais), municipais Rosemma Ma-


A FIEB chega aos 65 anos traduzindo sua experiência em modernidade; demonstrando sua capacidade de mudança para atender as novas demandas da indústria e contribuir com o desenvolvimento do nosso Estado. Nessa oportunidade, homenageamos Rômulo Almeida, esse baiano singular, que dedicou sua inteligência e sua vida à causa do desenvolvimento da Bahia e do Brasil.” Reinaldo Sampaio, vice-presidente

Valter Pontes / Coperphoto / Sistema FIEB

luf e Alexandre Paupério, além da vice-prefeita Célia Sacramento e da senadora Lídice da Mata. O ex-governador e presidente da Academia de Ciência, Roberto Santos, destacou a importância destas homenagens: “O Sistema S tem prestado um imenso serviço ao Brasil e também à Bahia e é importante que se reconheça este trabalho”. O secretário José Sérgio Gabrielli sintetizou a importância da FIEB por congregar representações da área empresarial que refletem a diversidade da indústria baiana. “É uma instituição que garante um espaço para que estas representações setoriais consigam formular ideias, propostas e identificar problemas permitindo a interação com o setor público e privado para promover o desenvolvimento.” O secretário Carlos Costa também ratificou a importância da data. “A indústria baiana tem

uma expressão nacional por ter uma casa com estas qualidades e um quadro de pessoal dedicado.” O empresário Victor Gradin observou que muito se deve às instituições ligadas à FIEB (SESI e SENAI) a formação de quadros capacitados para atuar na indústria. Para o 1º vice-presidente da FIEB, Victor Ventin, “comemorar 65 anos com suas atividades em expansão, em especial com relação à formação profissional e à educação de trabalhadores da indústria de seus dependentes, é a marca mais importante do nosso Sistema”. O vice-presidente Emmanuel Maluf, que há 40 anos integra o Sistema FIEB, disse que é uma alegria muito grande comemorar os 65 anos da FIEB. “Destaco a grandeza da Federação das Indústrias, que cada vez mais evolui com suas propostas e conquista mais espaço na sociedade.” [bi]

Me sinto parte desta comemoração porque tenho 40 anos na casa, o que corresponde a mais da metade destes 65 anos. É uma alegria muito grande e, ao mesmo tempo, somada a esta satisfação, eu acrescento a grandeza da Federação das Indústrias, que cada vez mais evolui com suas propostas e conquista mais espaço.” Emmanuel Maluf, vice-presidente

A FIEB chega aos 65 anos coroada por um trabalho de excelência que assegura o reconhecimento de toda a indústria. Lembrando o slogan da campanha dos 65 anos, que diz que indústria e pessoas crescem juntas, é importante observar o quanto a FIEB vem contribuindo para fomentar o desenvolvimento de pessoas, não apenas de seu corpo técnico, mas de toda a população da indústria. Quanto à homenagem a Rômulo Almeida, a escolha não poderia ser mais oportuna, pois trata-se de um ícone, um idealista pelo desenvolvimento da indústria e do país.” Vicente Mattos, vice-presidente Bahia Indústria  19


conselhos

Valter Pontes / Agecom / Divulgação

CAFT e entidades questionam itens do PL 160 O mês de abril foi marcado por intensa mobilização de membros do Conselho de Assuntos Fiscais e Tributários (CAFT) e entidades empresariais por mudanças no Projeto de Lei nº 160/13, que altera o Código Tributário de Rendas do Município do Salvador. Representantes da FIEB, Fórum Empresarial da Bahia, Sinduscon, ACB, Abase, Ademi, além de procuradores, advogados e membros do Conselho Municipal de Contribuintes, participaram de reuniões com o secretário municipal da Fazenda, Mauro Costa, o subsecretário da pasta, George Tormin, e o vereador Leo Prates (relator do PL), a fim de discutir os itens que suscitam dúvidas e discordâncias, entre eles a nova Nota Fiscal Salvador e da criação do Cadastro Informativo Municipal (Cadin). No dia 29/04, um documento com a síntese dos questionamentos foi entregue ao prefeito da capital, ACM Neto.

Excesso de subjetividade é apontada como falha da NR-12

Cedin e Lide Bahia organizam fórum para gerar oportunidades de investimento

Membro do Conselho de Relações Trabalhistas da FIEB, Antonio Luiz Sampaio Gomes questiona a implantação da Norma Regulamentadora 12, também conhecida como NR-12. Na avaliação do conselheiro, a norma traz desdobramentos catastróficos para as indústrias e representa um risco eminente pela subjetividade que lhe é inerente, deixando a quem a fiscaliza o poder da interpretação. Em relação à comercialização livre de máquinas e equipamentos nacionais ou importados, ele explica que isto já ocorre nos dias de hoje sem qualquer controle por parte dos diversos órgãos de Governo, nem garantias de atendimento à NR-12. Para ele, legislações como esta levam as pequenas e médias empresas a uma situação caótica, elevam o Custo Brasil, engessam a economia, além de inibir novos investimentos.

O Conselho de Economia e Desenvolvimento Industrial da FIEB (Cedin) realiza, nos dias 8 e 9 de agosto, o Fórum de Oportunidades de Investimentos na Bahia, promovido pela Federação das Indústrias do estado da Bahia (FIEB) e pelo Grupo de Líderes Empresariais da Bahia (Lide Bahia), no auditório da FIEB. O objetivo é contribuir para o desenvolvimento da atividade industrial no Estado, de forma alinhada com as prioridades estratégicas do Sistema FIEB, proporcionando oportunidades reais de investimentos no Estado da Bahia, tendo em vista que o Nordeste passa por um momento economicamente dinâmico. Na avaliação do coordenador do Cedin, Sérgio Alípio, e do coordenador do fórum, Mário Dantas, o evento é uma iniciativa do setor empresarial baiano para intensificar o relacionamento com empresários de outras regiões do Brasil e até de outros países. O fórum contará com a presença do governador e de secretários de estado.

O prefeito ACM Neto recebeu os representantes do CAFT

Sérgio Alípio, do Cedin, vê a oportunidade de intensificar o intercâmbio entre empresários

João Alvarez / Sistema FIEB

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João Alvarez / Sistema FIEB

Meio ambiente em pauta Com o objetivo de contribuir para que as indústrias baianas, em especial as micro e pequenas empresas (MPEs), ampliem conhecimento e possam atender às exigências legais e mercadológicas com foco no meio ambiente e no licenciamento ambiental, será realizado no dia 18 de junho, no auditório da FIEB, o IV Evento FIEB de Meio Ambiente. A iniciativa é da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), por meio do Conselho de Meio Ambiente (Comam). O evento contará com a participação de representantes do poder público e entidades ambientalistas com vistas a intensificar a discussão sobre as principais alterações da Nova Lei Ambiental do Estado, com ênfase no licenciamento. O secretário do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, é um dos convidados do encontro, que vai discutir ainda o Projeto Indústria Baiana Sustentável, o Projeto Aliança e terá uma mesa-redonda com o tema Benefícios e Entraves das Novas Diretrizes do Licenciamento Ambiental.

ICMS sobre a água O Conselho de Assuntos Fiscais e Tributários (Caft) destaca os benefícios da Lei Estadual 12.811, publicada em 14 de maio, proibindo a cobrança de ICMS sobre água canalizada. Com isso, a Bahia passa a atender à determinação do Supremo Tribunal Federal, que entendeu que o fornecimento de água não é comércio, mas serviço essencial prestado à população, e, portanto, não poderia sofrer a incidência do imposto. Com essa medida, haverá redução no valor pago nas contas de água, desonerando o consumidor.

Exploração de petróleo

Eduardo Rappel destacou a entrada de novas empresas no mercado baiano

O presidente do Comitê de Petróleo & Gás da FIEB, Eduardo Rappel, comemorou o resultado da 11ª Rodada da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que colocou em leilão áreas para exploração e produção de petróleo e gás, incluindo 36 novos blocos na Bahia. Ele destacou a entrada de novas empresas no mercado baiano, já que das nove que adquiriram os blocos de exploração, cinco ainda não operavam no Estado. Dentre as áreas objeto do leilão, 21 estão na Bacia de Tucano Sul, ao norte de Alagoinhas, no semiárido, considerada uma nova fronteira exploratória. Elas serão exploradas pela Petra Energia (15), Cowan Petróleo e Gás (3), Sabre (2) e Alvopetro (1). Os investimentos mínimos estabelecidos nas propostas somam R$ 242,8 milhões, a serem realizados em um prazo de 3 a 5 anos. Na Bacia do Recôncavo, considerada madura e a mais profícua bacia terrestre do país, foram adquiridos 15 blocos por seis empresas: Nova Petróleo (5), Gran Tierra (3), Alvopetro (2), Imetame (2), Geopark (2) e BrasoilManati (1). Os investimentos mínimos previstos somam R$ 97,8 milhões, a serem realizados em até cinco anos, em áreas próximas a Araçás e Alagoinhas.

Workshop Modernização Trabalhista No ano em que a CLT completa 70 anos, a necessidade de adaptação da legislação trabalhista às transformações do mercado de trabalho foi tema do Workshop Modernização Trabalhista, realizado no dia 28 de maio, na sede da FIEB. O encontro – primeiro realizado por uma Federação de Indústria desde o lançamento, em dezembro de 2012, das 101 propostas da CNI para mudanças na legislação, foi promovido pela Superintendência de Relações Institucionais e pelo Conselho de Relações do Trabalho da FIEB em parceria com a CNI. O encontro contou com a participação dos especialistas José Pastore e Rossana Salsano.

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Missão exportar FIEB participa da missão empresarial ao Panamá e comemora resultados que trazem boas perspectivas para os empresários baianos por Carolina Mendonça

P Estande da Bahia na Exposición Comercial Internacional (Expocomer), no Panamá

articipando pela primeira vez da Exposición Comercial Internacional (Expocomer), no Panamá, a FIEB foi uma das instituições parceiras que viabilizaram a ida de 31 empresas e organizações na maior feira multisetorial da América Latina e Caribe, realizada entre os dias 17 e 20 de abril. A expectativa para a missão era abrir novos horizontes para os empresários baianos, mas o interesse pelos produtos e serviços locais superou as expectativas. “A Bahia afirmou-se e os resultados foram melhores do que esperávamos”, sintetizou a gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIEB, Patrícia Orrico, ao se referir à Missão Empresarial de Negócios ao Panamá durante a 31º edição do evento. A ação foi resultado de uma conjunção de esforços entre a Federação, o Sebrae Bahia, a Secretaria Estadual de Turismo, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado da Bahia (FCDL) e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL). De acordo com Patrícia, a feira foi uma excelente oportunidade para aproximar empresários baianos

não só do mercado panamenho, mas de comerciantes da América Central, Ásia e Europa. Ela conta que o estande da Bahia foi um dos mais visitados e os produtos e serviços baianos muito bem recebidos. A missão incluiu ainda uma série de visitas, encontros com autoridades locais e reuniões de negócios acompanhadas de traders experientes, ações fundamentais para garantir o estreitamento das relações bilaterais. A participação de traders foi um dos pontos destacados pelo diretor executivo do Sindicato das Indústrias do Tabaco no Estado da Bahia (Sindtabaco), Marcos Augusto Souza, que participou representando quatro empresas do segmento industrial. “Para o setor, foi muito positivo, principalmente por conta da agenda além da feira e da intermediação destes profissionais. Nós conseguimos abrir um diálogo com o Panamá e nos aproximamos de compradores da China, Porto Rico e EUA. Nossa preocupação agora é com o pós-feira, pois precisaremos continuar contando com estes apoios institucionais para manter e ampliar os contatos comerciais”, disse. Fotos: Divulgação / FCDL

22 Bahia BahiaIndústria Indústria 22


"É preciso acabar com a imagem negativa em relação às tradings" Vice-presidente do Conselho Brasileiro de Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras (CECIEx), o trader Marcelo Rolemberg esteve na Missão Empresarial de Negócios ao Panamá e, no dia 9 de maio, participou de uma reunião de resultados da ação, realizada na FIEB. Nesta entrevista, ele fala sobre a importância dos negociadores na internacionalização de produtos e serviços produzidos no Brasil. A missão foi um ponto de partida para outras ações. A gerente do CIN-FIEB explica que representantes do Sindicato das Indústrias do Panamá já negociam a vinda de uma missão de empresários à Bahia no segundo semestre. Além disso, grandes empresas da Turquia, Costa Rica e Cuba também manifestaram desejo de conhecer o estado e traçar novas relações comerciais. “Nosso esforço agora é transformar todos os contatos que fizemos lá em negócios”, garante Patrícia Orrico. Professor de logística e proprietário da Próton, empresa de Feira de Santana que desenvolve softwares de gestão, Adolfino Neto está entusiasmado. “Me surpreendi, porque há mercado. Só na Zona de Colón existem cerca de 3 mil empresas e quase nenhuma tem sistema de gerenciamento de armazéns, e é isso que eu vendo. Deixei no Panamá duas propostas de negócios e outras empresas demonstraram interesse em nos representar lá, portanto, até o meio do ano vou internacionalizar o software e o site da empresa, que passará a ficar disponível em inglês e espanhol”, conta, projetando novos horizontes comerciais.

Presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, cumprimenta representantes da missão empresarial baiana

Quais as principais dificuldades para os empresários de pequeno porte que desejam exportar? A principal dificuldade é a falta de compreensão do que é um processo exportador e do papel de uma comercial exportadora. Hoje estamos conversando com as empresas e muitas estão adotando esta intermediação, o que tem trazido aumento de vendas no exterior. Acredito que esta tendência deve aumentar. Mas o serviço de uma trading é considerado caro. Não, na verdade, existem dois modelos de trabalho. Um deles é o de agente exportador, que promove a comercialização. Nele a empresa faz a compra do produto pagando em reais com o fim de exportá-lo. Sobre o produto adquirido, é estabelecida uma tratativa tributária para esta configuração e o preço da operadora. A outra modalidade é a contratação de um trader (negociador) ou empresa que faz a função de radar e que tem autorização para exportar, ou seja, que realiza toda a operacionalização no exterior.

Por que ainda existe uma visão negativa sobre as tradings? O receio do empresário vem de um processo de muitos anos, construído em função de desconhecimento e também por conta de alguns maus profissionais que desconheciam a forma de operar e outros que causaram danos a clientes. Hoje, a gente precisa acabar com esta imagem. Para isso, é fundamental a importância de um projeto de governo com o aval de uma agência como a Apex-Brasil e o papel das comerciais exportadoras. O que o governo federal tem feito para melhorar esta relação entre empresários e as tradings? O governo entendeu que era preciso fazer uma nova leitura das empresas exportadoras, então realizou estudos com modelos de funcionamento de comerciais exportadoras do Japão, da Índia e, em 2008, iniciou o projeto Tradings do Brasil que virou Brasil Trade, com ações de aproximação. Neste contexto, as federações de indústria têm a importante função de capilarizar ações. [bi] Bahia Indústria  23


Música e cidadania Núcleo de Prática Orquestral transforma a experiência pedagógica dos alunos do SESI Por Patrícia moreira

24  Bahia Indústria

João Alvarez / Sistema FIEB / 15.6.2012

E

m meio à algazarra de vozes e risos juvenis, notas escapam de um violino empunhado por um rapazinho magro, cabelos desgrenhados e o rosto coberto de espinhas. De um canto do espaço, o som de um contrabaixo em procedimento de afinação escapa, tirados de gestos lentos e longos por uma mocinha concentrada na audição. Ao lado, um grupo reúne-se ao pé da escada e, em círculo, repassa os últimos detalhes de uma peça antes de entrar em sala de aula. As cenas fazem parte da rotina dos 270 estudantes da Escola Bernardo Martins Catharino do SESI Itapagipe, que desde 2012 fazem parte do núcleo da orquestra Neojibá do SESI Bahia. Se pelos corredores e na sala de aula eles pouco se diferenciam dos demais colegas da mesma idade, no íntimo de cada um dos 270 integrantes da Orquestra Juvenil do SESI dá-se uma transformação. Em meio ao caos de ruídos que os cerca, da música marcada pela percussão e pelas sonoridades eletrônicas que fazem parte do universo cultural cotidiano do jovem que vive em Salvador, eles vêm aprendendo o valor do silêncio. Se a sociedade que os cerca mostra-se excessivamente permissiva, eles aprendem a importância da disciplina. “Uma orquestra tem normas, uma linguagem própria, e isso acaba ajudando a melhorar a convivência destes jovens na escola e fora dela”, explica o maestro Obadias Cunha, coordenador pedagógico do Neogibá, responsável pela implantação da Orquestra Juvenil do SESI. Criada com base em projeto original criado na Venezuela, a orquestra juvenil busca a transformação social por meio da excelência musical, estimulando a realização de tarefas em grupo e a disciplina, ao


Angelo Pontes / Coperphoto / Sistema FIEB

Acima, a estudante Gabrieli de Jesus, ao centro, com seu contrabaixo, na abertura do Ação Global; à esquerda, orquestra e coral reunidos

estabelecer regras rígidas de frequência, e proporcionando interação social a partir da conectividade entre os núcleos. O projeto envolve alunos do 5º ano do ensino fundamental da escola de Itapagipe e alunos do 1º ano do ensino médio do SESI Piatã, que recebem a orientação de 27 monitores, integrantes da orquestra principal do Neojibá. Quem traduz o que significa participar do núcleo de prática orquestral são os próprios alunos do núcleo do SESI. A estudante Gabrieli Santos de Jesus, 14, aluna do 9º ano, que optou por tocar contrabaixo, acredita ter se tornado mais responsável depois que entrou para a orquestra. “Na orquestra aprendi a me concentrar. O núcleo ajuda todo mundo a aprender a focar naquilo que se quer”, revela Gabrieli, que diz também ter aprendido a respeitar

mais os colegas. “Várias turmas tocam misturadas e eu, por exemplo, toco com alunos da 5ª série e a gente tem que estar no mesmo nível”, conclui a estudante.

comprometimento Para Rodrigo Luiz de Santa Ana, também aluno do 9º ano, fazer parte da orquestra o ajudou a ter mais responsabilidade no cumprimento dos prazos escolares. “Antes eu estudava, mas não tinha tanto compromisso com os prazos. Passei a ter mais responsabilidade”, atesta o jovem rapaz que escolheu a flauta transversal como instrumento orquestral. Helder Passinho, regente da orquestra do SESI, também atesta este ganho na vida dos estudantes. “No início, foi puxado para os meninos se adaptarem à rotina de músico, mas quando perceberam o

ganho na vida deles, a transformação foi visível.” A transformação experimentada pelos alunos do SESI também foi compartilhada pela equipe de coordenação pedagógica, em especial por Sizinha Brito, coordenadora do núcleo no SESI. Pedagoga com pós-graduação em gestão, Sizinha se deparou com o desafio de aliar sua experiência à implantação de um núcleo orquestral no ambiente escolar. “Tenho procurado dar o melhor de mim para fazer esta interface da prática orquestral com o pedagógico. O que me apaixona é este desafio de transitar por uma nova área, aliando música à educação.” As atividades são realizadas no Espaço Cultural de Itapagipe e as aulas acontecem de segunda a sexta-feiras, em dois turnos, das 9 às 12 horas e das 13 às 15h30. [bi] Bahia Indústria  25


indicadores  Números da Indústria

Desempenho industrial da Bahia mantém-se estável Estado é um dos cinco que apresentaram resultado positivo no ranking dos 13 pesquisados, com taxa de 4,2% em abril, contra 2,9% em março

O

s indicadores da atividade produtiva industrial sinalizam a manutenção do ritmo de desempenho em abril de 2013, quando a taxa anualizada da produção física da indústria de transformação da Bahia alcançou 4,2%, pouco acima da taxa registrada no mês anterior (2,9%). No ranking dos 13 estados que participam da pesquisa industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), denominada PIMPF-R, cinco estados apresentaram desempenho positivo: Bahia, Minas Gerais, Ceará, Goiás e Rio de Janeiro. Os outros dez estados registraram resultados negativos: Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina, Pará, Rio Grande do Sul, Amazonas, Paraná e Espírito Santo. Na Bahia, dos oito segmentos pesquisados,

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seis apresentaram resultados positivos: Veículos Automotores (16,2%), Refino de Petróleo e Produção de Álcool (14,5%), Borracha e Plástico (13,4%), Celulose e Papel (6,6%), Minerais não-metálicos (1,2%) e Produtos Químicos/Petroquímicos (1,1%). Em sentido contrário, dois segmentos registraram queda na produção: Metalurgia Básica (-5,3%) e Alimentos e Bebidas (-3,5%). Na comparação de abril de 2013 com igual mês do ano anterior, a produção física da indústria de transformação baiana apresentou alta de 14,1% (contra um aumento de 9,4% da média Brasil). Vale ressaltar que abril de 2013 teve 22 dias úteis, dois dias a mais que igual mês do ano anterior, que teve 20. Sete dos oito segmentos da Indústria de Transformação


registraram crescimento da atividade, como segue: Veículos Automotores (41,9%, em função da base deprimida verificada no ano anterior), Celulose e Papel (21,1%, que verifica momento de recuperação dos preços internacionais), Refino de Petróleo e Produção de Álcool (20,6%, por conta de base de comparação deprimida), Metalurgia Básica (14,7%), Produtos Químicos/Petroquímicos (14,2%, aumento na produção de policloreto de vinila (PVC), hidróxido de sódio, polietileno de baixa densidade e etileno não-saturado), Borracha e Plástico (10,6%) e Alimentos e Bebidas (1,0%). Por outro lado, verificou-se queda na produção de Minerais não-Metálicos (-0,7%, pressionado em grande medida pela redução na produção de ladrilhos e placas de cerâmica para pavimentação e massa de concreto). Tendo em conta o acumulado do primeiro quadrimestre deste ano, em comparação a igual período de 2012, verifica-se um crescimento de 5,1% na indústria de transformação baiana. Tal desempenho foi determinado pelo

resultado dos seguintes segmentos: Veículos Automotores (29,7%, aumento da produção de automóveis em função de boa resposta do mercado), Refino de Petróleo e Prod. Álcool (20,3%, influenciado pelo aumento na produção de óleo diesel e óleos combustíveis), Borracha e Plástico (14,6%, aumento na produção de garrafões, garrafas e frascos de plásticos), Metalurgia Básica (12,0%, impul-

sionado pelo aumento da fabricação de barras, perfis e vergalhões de cobre) e Celulose e Papel (6,0%, a melhora dos preços impulsionaram a produção de celulose e papel não-revestido). Por outro lado, verificou-se queda na produção de Alimentos e Bebidas (-8,6%, recuo na produção de refrigerantes, óleo de soja em bruto, leite em pó, farinhas e “pellets” da extração do óleo de soja e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja), Minerais não-metálicos (-3,2%) e Produtos Químicos/Petroquímicos (-1,5%). A Bahia vem apresentando resultados positivos nos últimos meses em decorrência de setores como: Veículos Automotores, Celulose e Papel, Refino de Petróleo e Produção de Álcool, porém, uma parte do crescimento anualizado registrado ainda reflete uma base de comparação deprimida, relacionada aos efeitos da interrupção do fornecimento de energia elétrica em fevereiro de 2011, que comprometeu a produção de empresas localizadas no Polo Industrial de Camaçari. [bi]

produção física por estado: indústria de transformação Estados

abr13/ abr12

Brasil Amazonas Pará Ceará Pernambuco Bahia Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Goiás São Paulo

9,4 9,7 -4,6 8,2 4,9 14,1 4,0 -17,7 10,1 8,7 7,1 11,2 8,1 10,7

Jan-abr 13/ Jan-abr 12

Variação (%)

mai12-abr13/ mai12-abr12

2,1 1,4 -7,9 2,9 -0,9 5,1 0,1 -18,3 9,7 -1,6 0,0 2,9 2,5 3,0

-1,0 -5,5 -2,9 0,4 -0,7 4,2 2,0 -13,7 0,1 -7,0 -1,2 -3,3 0,4 -1,2

Fonte IBGE; elaboração Fieb/SDI

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2011 - 2013) 140 135 2013

130 125 120 115

2012

110 105

2011

100

DEZ

NOV

OUT

SET

AGO

JUL

JUN

MAI

ABR

MAR

FEV

JAN

95

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14); base = 100 (média 2002)

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Capacitando fornecedores Programa do IEL oferece qualificação a empresas baianas fornecedoras de produtos e serviços industriais POR Marta Erhardt

H

á oito anos as empresas baianas fornecedoras de produtos e serviços industriais são capacitadas pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA). O Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF) tem como objetivo fortalecer a cadeia produtiva e promover o desenvolvimento local, preparando pequenas e médias empresas para atender às exigências dos grandes empreendimentos instalados na Bahia. O programa beneficia atualmente cerca de 150 empresas fornecedoras de micro, pequeno e

médio portes de todo o estado e é realizado pelo IEL, em parceria com o Serviço Social da Indústria (SESI Bahia) e o Serviço Nacional de Aperfeiçoamento Industrial (SENAI Bahia), desde 2005. Na época, foi identificada a dificuldade que as grandes empresas que se instalavam no estado enfrentavam para encontrar fornecedores qualificados para fechar negócios. O PQF é dividido em quatro etapas, que incluem treinamento e consultoria, em áreas como Gestão Empresarial, Gestão da Quali-

André Pinto, gerente de Capacitação Empresarial do IEL Bahia; e turma de fornecedores da Veracel

João Alvarez / Sistema FIEB / 26. 6.2012

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dade, Saúde e Segurança no Trabalho, Meio Ambiente e Responsabilidade Social. O programa conta com a parceria de 10 empresas-âncoras. Entre elas estão a Petrobras, Nestlé, Bahia Mineração (Bamin), Vale, Deten Química e Veracel. Esta última, foi uma das pioneiras na parceria para o desenvolvimento de fornecedores no interior da Bahia. "O programa tem o objetivo de alavancar a visão empresarial dos fornecedores para que eles possam crescer no mercado", pontua o gerente de Suprimentos e Logística da Vera-


certificação As empresas participantes do PQF são auxiliadas na implantação de 98 práticas de excelência, distribuídas em dez critérios. Aquelas que, ao final da capacitação, atingem 100% destes critérios, recebem o certificado Diamante; as que completam 70%, o Rubi; e as que alcançam 50% dos critérios recebem o certificado Topázio. Em 2013, cerca de 90 empresas já foram certificadas pelo IEL. Além de passar por avaliações periódicas, as empresas participantes são auditadas por organismos certificadores creditados no Inmetro. “O certificado Diamante do PQF é abrangente, englobando quatro normas internacionais: ISO 9000, ISO 14000, OHSAS 18001 e SA 8000”, destaca o gerente de Capacitação Empresarial do IEL, André Luiz Pinto. Ele ressalta, ainda, que a certificação é evolutiva, já que os certificados Rubi e Topázio indicam que a empresa está em processo para atingir todos os critérios estipulados pelo programa. “O certificado Diamante mostra que a gente está no caminho certo. Hoje, temos mais facilidade em administrar a empresa e habilidade maior para identificar e resolver problemas e oportunidades”, avalia Igor Cunha, diretor da empresa de uniformes Fabricar, que participa do PQF há 3 anos. O programa também ajuda a gerar negócios, com

ações de relacionamento e aproximação comercial, a exemplo de rodadas de negócios, cafés empresariais, feiras de fornecedores, visitas técnicas e encontros de compradores e fornecedores. O volume de negócios gerados em 2012 com estas ações foi da ordem de R$ 6 milhões. “Além das consultorias e treinamentos, que nos auxiliam na melhoria da gestão empresarial, o programa nos ajuda na prospecção de negócios. Com ações de aproximação comercial, nós temos a oportunidade de entrar em contato com facilidade com as empresas-âncora”, afirma o diretor-executivo da JJ Inspeções Técnicas em Equipamentos Industriais, Roque Cambuí. A empresa, que atua há 30 anos na área de inspeção de equipamentos, participa do PQF há sete anos. Para aprimorar o programa, consolidado ao longo de oito anos de atuação na Bahia, o IEL está atualizando os módulos didáticos e o instrumento de avaliação dos clientes, além de desenvolver novos critérios de avaliação para as áreas já trabalhadas no programa.

Além disso, o IEL estuda a criação de módulos avançados, com foco nas áreas de Gestão da Inovação e Gestão da Produção. Ainda em 2013, serão desenvolvidos dois projetos de qualificação e desenvolvimento de fornecedores: um da cadeia de Petróleo e Gás e Indústria Naval, e outro da cadeia Automotiva. Os projetos são financiados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), por meio de editais vencidos pelo IEL Bahia. [bi]

Além das consultorias e treinamentos, o programa nos ajuda na prospecção de negócios. Nós temos a oportunidade de entrar em contato com facilidade com as empresas-âncoras Roque Cambuí, da JJ Inspeções Veracel / Divulgação

cel, Mário Nelson Cardoso. Em abril, um grupo de 25 empresas do Extremo Sul recebeu a certificação do PQF, durante o 4º Encontro de Fornecedores da Veracel, realizado em Eunápolis.

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painel joão alvarez/sistema fieb

João Rossi, do MDIC, participou do workshop na FIEB

Juarez Matias / Coperphoto / Sistema FIEB

Denise Dib entrega certificado a Carlos Santos

APL para setor de Petróleo, Gás e Naval

Capacitação no canteiro de obras

Representantes dos governos federal e estadual e da indústria participaram do Primeiro Workshop Regional Bahia Maragogipe e Entorno, realizado pela Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM), em parceria com a FIEB e o Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP). O objetivo foi debater um plano de ação para a implementação de um arranjo produtivo para o setor na Bahia. A região de Maragogipe-São Roque Paraguaçu, no Recôncavo, é uma das cinco integrantes do Plano de Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais para o Setor de Petróleo, Gás e Naval, lançado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em fevereiro. As outras regiões precursoras ficam nos estados de Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O plano, em fase de planejamento, foi apresentado pelo coordenador geral do setor de Petróleo, Gás e Naval do MDIC, João Rossi.

O SESI Bahia encerrou, em 25 de abril, após seis meses de aulas, a primeira turma do Projeto Ebep (Educação Básica Articulada a Educação Profissional) desenvolvido em parceria com o SENAI Bahia. Graças a este projeto, os trabalhadores da obra do Horto Bela Vista elevaram sua escolaridade, obtendo certificação em educação básica (da alfabetização à 4ª série), ao mesmo tempo em que foram qualificados no curso profissionalizante de pedreiro do SENAI. As aulas ocorreram no período da noite, das 17h30 às 20h, de segunda a sexta e aos sábados (quinzenalmente), das 8h às 12h, para atender ao curso de pedreiro, que incluiu aulas teóricas e práticas. O projeto fortalece o trabalho do programa de Educação de Jovens e Adultos do SESI Bahia, que em 2012 teve 3.233 alunos matriculados nos cursos de elevação da escolaridade do EJA, que é desenvolvido em parceria com as empresas no próprio ambiente de trabalho do profissional.

Programa de Pós do SENAI forma 100 mestres e será ampliado. A apresentação da 100ª defesa de mestrado dos Programas de Pós-graduação das Faculdades SENAI, realizada em 14 de maio, consolidou o sucesso de um projeto educacional iniciado em 2007. A solenidade reuniu representantes do governo estadual, SENAI Nacional, Fapesb, academia e indústrias, além da FIEB. A data marcou ainda o anúncio de ampliação das seis linhas de pesquisa dos mestrados e doutorado da instituição, contemplando as áreas ambiental, de processos químicos e petroquímicos e de petróleo e gás. Juarez Matias / Coperphoto / Sistema FIEB

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Valter Pontes / Coperphoto / Sistema FIEB

Metodologia para adequação à NR-12

Cozinha Brasil expande fronteiras

Empresários e líderes sindicais de Feira de Santana e de Vitória da Conquista participaram do seminário NR-12: impactos e soluções para micro e pequenas empresas, que discutiu os impactos e alternativas para adaptação à Norma Regulamentadora de número 12. A norma estabelece medidas preventivas de segurança e higiene do trabalho, a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. O evento contou com a participação do auditor fiscal da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, Flávio Nunes, e da engenheira de Saúde e Segurança do Trabalho do SESI-BA, Maria Fernanda Faiçal.

O Conselho Nacional do SESI assinou, em 20 de maio, na abertura do Fórum Global de Nutrição Infantil, em Costa do Sauípe, protocolo de intenções com o Centro de Excelência contra a Fome. A entidade integra o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), cujo objetivo é melhorar a qualidade da alimentação da população. A parceria possibilitará que gestores e profissionais da área de segurança alimentar – como merendeiras de escolas, creches e asilos – sejam capacitados em oficinas sobre alimentação saudável. Organizado pela Global Child Nutrition Foundation, o Fórum, reuniu representantes de 38 países da África, América Latina, América do Norte e Ásia, incluindo 23 ministros da Educação, Saúde, Agricultura e Desenvolvimento Social.

Estande do Cozinha Brasil no Fórum Global de Nutrição Infantil

FIEB cria comitê para assuntos legislativos Com o objetivo de apoiar o processo de defesa de interesses da Indústria, a FIEB, por meio da Superintendência de Relações Institucionais (SRI), criou um comitê interno para análise e acompanhamento de projetos de lei com impacto no setor industrial. O Comitê Técnico de Assuntos Legislativos da FIEB (Coalf) trabalhará na discussão, construção e validação de conteúdos técnicos para alteração, proposição e monitoramento de Projetos de Lei, a partir de processos integrados, eficientes, padronizados e ágeis. A primeira reunião do grupo ocorreu no dia 10 de maio. Além do gerente de Assuntos Legislativos e Executivos e um assessor técnico da SRI, o Comitê é formado por representantes das gerências Jurídica e de Desenvolvimento Sustentável (GDS) e da Superintendência de Desenvolvimento Industrial (SDI), contando ainda como membro convidado. Dentre as principais atribuições do Coalf, destacam-se a análise dos projetos de lei (PL), a partir das contribuições dos conselhos temáticos e sindicatos, proposição da Nota Técnica (NT), visando alterações, arquivamento ou proposição de novo PL, além de subsidiar a SRI com conteúdo técnico objetivando ações de influência no âmbito do Poder Legislativo.

Valter Pontes / Coperphoto / Sistema FIEB

Cid Vianna acredita que o Coalf trará contribuições

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Angelo Pontes / Coperphoto / Sistema FIEB

Mobilização pela cidadania Ação Global 2013 supera número de atendimentos em edição dedicada à mulher

O

Ação Global 2013, realizado pelo SESI Bahia em parceria com a Rede Globo, no dia 18 de maio, superou a meta com 27.308 atendimentos realizados. O evento, que atendeu 9.103 pessoas, aconteceu no SESI Itapagipe, na Cidade Baixa, e contou com a participação de 57 empresas e instituições parceiras e um time de apoio de 1.100 voluntários. Dentre as empresas parceiras, dez apoiadoras são do setor industrial: IBPC Premoldados, Nacional

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Gás, Pedreiras Valéria, Rótula Metalúrgica, Torre Empreendimentos Ltda., Battre, Coelba, Consórcio Sistema BA-093 - OAS/Odebrecht, Dow Brasil e Embasa. O Ação Global 2013 foi dedicado à mulher e por esta razão, os parceiros ofereceram serviços voltados para o público feminino, como atendimento em ginecologia, maquiagem, depilação, dentre outros. Na avaliação da coordenadora do Ação Global, Vanessa Santiago, a edição 2013 foi um sucesso que

Menino participa das atividades recreativas do evento

ratificou a força do evento. O gerente de Qualidade de Vida do SESI Bahia, Amélio Miranda, destacou que com o Ação Global o SESI tem a oportunidade de promover com as empresas parceiras o exercício da responsabilidade social. De acordo com a representante da Rede Bahia, a gerente de Marketing Alessandra Franco, destacou que “a TV Bahia se sente honrada de estar ao lado do SESI na realização deste evento”. Quem também marcou presença no evento foi a cantora Ju Moraes (The Voice Brasil), que deu uma palhinha no palco, cantando samba, acompanhada de violão e pandeiro. A abertura do Ação Global também contou com a participação da Orquestra Juvenil do SESI – Núcleo de Prática Orquestral do Neojibá, que executou o Hino Nacional e peças clássicas. [bi]


ideias

As 101 propostas para a modernização trabalhista Por Homero Arandas

O trabalho elaborado e recém-divulgado pela CNI é de uma importância fundamental para o sistema trabalhista brasileiro. Podemos afirmar que ele se reveste de simbolismo, por quebrar pelo menos dois paradigmas: o primeiro, em função da classe empresarial ser vista e taxada sempre como reativa. Isto é, normalmente diz que não quer, que é contra, porém, nunca ou quase nunca, é propositiva. Em segundo lugar, de forma transparente e objetiva, com esse trabalho lança suas ideias no campo trabalhista para toda sociedade, aos representantes de todos os poderes e se coloca disponível para discuti-las. Antes de entrar em algumas considerações sobre “As 101 Propostas”, é necessário fazer, ainda que de modo sintético, uma análise do cenário. O mundo do trabalho mudou. Nele, algumas características se sobressaem: novas tecnologias, modelos de produção verticalmente integrados deram lugar a redes e estruturas descentralizadas de produção e serviços, terceirizações, trabalho a distância, intermitente, etc; globalização e migração das bases produtivas; elevação dos níveis educacionais e de qualificação da mão de obra; mão de obra em melhores condições para defender seus interesses, demandando menos a tutela do Estado; fortalecimento dos sindicatos dos trabalhadores para o diálogo e a negociação; e, finalmente, a importância de um bom ambiente de ne-

gócio (e nele um bom sistema de relações de trabalho é fundamental) para assegurar a competitividade. Por outro lado, verificamos que não temos no Brasil um ambiente favorável aos negócios: possuímos um ambiente de constante conflito entre capital e trabalho; legislação construída sob a premissa do conflito e da hipossuficiência do trabalhador; marco legal inadequado; a agenda legislativa, majoritariamente e de forma crescente (o que é pior), compromete a geração e qualidade do emprego, ao enrijecer e encarecer cada vez mais o custo do trabalho; enorme insegurança jurídica; ausência ou insuficiência de regulamentação de temas chaves como terceirização; modificação constante do tribunais de entendimentos já consolidados, muitas vezes com repercussões pretéritas, consolidando, quem sabe, a máxima que diz: “No Brasil até o passado é incerto”. Falta de homogeneidade na atuação dos órgãos de fiscalização e, finalmente, a desconsideração das negociações coletivas pelo judiciário e MPT. Por esse conjunto de constatações, é que, de novo, ressaltamos a importância desse trabalho da CNI que passa ser um trabalho de toda sociedade, notadamente daqueles que querem participar do desenvolvimento do país, da geração consistente de empregos e renda. Nenhuma das propostas, formuladas no trabalho em análise, reduzem salários ou o direito do trabalhador. Estão na linha da valorização dos processos de negociação coletiva, sugerem regras claras e seguras para as partes en-

Homero Arandas é coordenador do Conselho de Relações Trabalhistas da FIEB

volvidas, propõem a desoneração do trabalho formal e apresentam solução para o aumento da produtividade (sistemas de remuneração estratégica, compensação de jornadas, flexibilização do trabalho por prazo determinado, etc). Não é um trabalho de crítica. A apresentação de cada tema é feita de forma didática, seguindo a seguinte lógica: • O problema em si (tratado sob a ótica da irracionalidade da situação); as consequências desse problema (custos, insegurança jurídica, burocracia); apresenta a solução; o ganho esperado com a solução; e a medida (a forma, o instrumento – Projeto de Lei, PEC) que precisa ser utilizada para corrigir o problema. Convido o leitor a se debruçar sobre esse trabalho com o espírito de quem efetivamente sente a necessidade de mudanças que possam propiciar efetivamente a elevação do patamar das relações de trabalho, assumindo, inicialmente, consigo mesmo os seguintes compromissos: • Criticá-lo onde achar necessário; na convergência com as medidas sugeridas, compartilha-las com pessoas e entidades da sua relação que possam ajudar no encaminhamento das soluções; e, finalmente, ao identificar novos problemas (irracionalidades) que podem antecipar a elaboração de “Novas 101 Propostas”, não relutem enviá-las à FIEB, pois serão bem recebidas, assim como suas criticas e comentários. O Conselho de Relações Trabalhistas (CRT) estará à sua disposição. [bi] Bahia Indústria  33


leitura&entretenimento fotos divulgação

exposição Arte em cerâmica A simbologia entre homem-natureza e masculino-feminino serve de linha mestra para esta mostra com 40 esculturas dos ceramistas Alberto Cidraes e Mieko Ukeseki, cujo tema é Do Japão ao Brasil: a viagem da cerâmica oriental. Nela, os artistas sintetizam a história e a tradição ceramista. Nas obras de Cidraes, formas figurativas, em especial da face humana. Já Mieko Ukeseki experimenta linhas curvilíneas, formas simples e acabamento rústico.

não perca Solar Ferrão, ter. a sex., das 12h às 18h, sab, dom 12h às 17h, até 4/8. Gratuito. Rua Gregório de Mattos, 45, Pelourinho

Novo olhar sobre a Bahia Integrantes da nova geração de fotógrafos baianos, Alex Oliveira, Bianca Portugal, Fernanda Sanjuan, Ivã Coelho, Karla Rubia, Lia Cunha, Nicolas Soares, Patrícia Almeida, Rogério Ferrari, Sabrina Pestana e Valeria Simões expõem seus registros captados a partir da experiência e da perspectiva baiana. Lunar – Fotografia na Bahia Agora é realizada em parceria com o Museu de Arte Moderna da Bahia, que também compartilha a curadoria. A atividade faz parte da programação para o período da Copa das Confederações. não perca Caixa Cultural, ter. a dom., das 10h às 18h, até 7/7. Gratuito. Av. Carlos Gomes, 57. Informações: (71) 3421-4200

livros

Clique: Como Nascem as Grandes Ideias Frans Johansson Companhia das Letras, 264 p. R$ 39,90

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O aleatório e os negócios

Romance histórico

Fundador e CEO do Medici Group, empresa de consultoria que promove a inovação, com sede nos Estados Unidos, Frans Johansoon mostra como em um mundo marcado por acontecimentos aleatórios é possível obter sucesso nos negócios. Ele parte do princípio de que a aleatoriedade é uma característica dominante em nosso dia a dia e transformou-se em fator para o êxito profissional. Aproveitar as oportunidades em um mundo imprevisível depende desta percepção.

Primeira autora inglesa a vencer duas vezes o Man Booker Prize, o mais prestigiado prêmio de língua inglesa, Hilary Mantel acaba de ter sua mais nova obra da trilogia sobre Thomas Cromwell, conselheiro do polêmico rei Henrique VIII lançada no Brasil. Nesta segunda parte da série, situada na Era Tudor, a escritora explora um dos episódios mais enigmáticos e assustadores da história inglesa: a queda de Ana Bolena, retratado com detalhes.

O livro de Henrique (vol. 2) Hilary Mantel Record 364 p. R$ 49,90


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