Revista Bahia Indústria - Edição 241

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Bahia

ISSN 1679-2645

Federação das Indústrias do Estado da Bahia  Sistema FIEB

Ano XXIII nº 241  2016

Desafios logísticos

Documento divulgado pela CNI aponta fatores que impedem o país de investir em infraestrutura


Curso de

GESTÃO DE

negócios

Amplie o seu conhecimento e fique sempre à frente.

Uma oportunidade para você aprimorar suas competências em gestão e liderança. Seus módulos contemplam ferramentas e técnicas em seus aspectos teóricos e práticos, com ênfase em atividades vivenciais e participativas. E, por meio de uma rica metodologia, será desenvolvida a promoção do aprendizado de conceitos adotados no dia a dia dos maiores líderes de mercado.

MÓDULO 7 Pró Atividade de Mercado (16 horas)

MÓDULO 6 Gestão Econômico Financeira (16 horas)

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Turma com, no máximo, 25 participantes.

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MÓDULO 5 Liderança e Gestão de Pessoas (16 horas)

Módulos Presenciais

MÓDULO 1 Cenários Econômicos (08 horas)

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5 4 MÓDULO 4 Gestãode Processos (16 horas)

MÓDULO 2 Auto Liderança (08 horas)

MÓDULO 3 Gestão Estratégica (16 horas)

Previsão de início:

15 de abril de 2016 Investimento

R$ 17.000,00 Ou entrada de R$3.000,00 + 7 parcelas R$ 2.000,00 *10% de desconto para associados FIEB e CIEB. **5% de desconto para pagamento à vista

INSCRIÇÕES PRORRAGADAS ATÉ 15/03. ACESSE: www.fieb.org.br/gestaodenegocios (71) 3343-1495 | (71) 3343-1226 | educaiel@fieb.org.br APOIO

REALIZAÇÃO


EDITORIAL

A

equação é mais ou menos assim: o governo não investe em infraestrutura, o país não atrai novos empreendimentos, que poderiam gerar empregos, receitas, sob a forma de tributos, e, principalmente, desenvolvimento regional. Com isso, o Brasil, apesar do seu enorme potencial, vai ficando para trás com relação às nações com perfil econômico similar ao seu. O documento Por que o Brasil investe pouco em infraestrutura?, publicado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), é esclarecedor neste sentido, ao trazer o foco de luz para a questão e apontar soluções. Flexibilizar a execução orçamentária, reduzir o custeio da máquina pública, rever a política de incentivos fiscais, são algumas destas sugestões. Ouvidos, os coordenadores dos Conselhos de Portos e de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado da Bahia são unânimes em afirmar que o relatório chega para mostrar com números onde está o cerne da questão. Para eles, a revisão de algumas regras vigentes a partir da Constituição Federal de 1988 pode ser a chave para tornar a gestão do orçamento público mais flexível, mas eles também cobram do governo maior compromisso na gestão dos recursos públicos e adoção de regras mais rígidas ao lidar com o dinheiro do contribuinte. A receita é aquela bastante conhecida no dia a dia das empresas: é preciso racionalidade nos gastos e combate ao desperdício. O governo precisa aprender que a falta de dinheiro em caixa vai exigir sacrifício. Não dá para emitir moeda a cada aperto de caixa, nem aumentar a carga tributária asfixiando o setor produtivo e o cidadão comum, que, no final, é quem vai pagar esta conta. Alguns números do estudo são esclarecedores para entender o que está acontecendo hoje no país. Entre 1971/1980 e os anos 2000, os investimentos em infraestrutura recuaram de 5,42% para 2,12% do Produto Interno Bruto (PIB) e entre 2011 e 2014, o nível médio de investimento recuou ao padrão negativo da década de 1990: -2,27% do PIB. O Brasil também perde feio na comparação com outras economias de perfil similar ao seu ou mais avançadas. Ocupamos, por exemplo, a décima posição em um ranking mundial, com a aplicação de apenas 1,47% de recursos do Orçamento da União. O documento é a constatação da incapacidade do governo brasileiro e de suas esferas de realizar investimentos em infraestrutura. Caberá agora aos agentes institucionais, políticos e a sociedade em geral saber fazer desse limão uma limonada.

joão alvarez/Sistema FIEB

Razões para o corte nos investimentos

Obras estruturantes são fundamentais para assegurar o desenvolvimento e o crescimento do país

Entre 1971/1980 e os anos 2000, os investimentos em infraestrutura recuaram de 5,42% para 2,12% do PIB e entre 2011 e 2014 recuou ao padrão negativo da década de 1990: -2,27% do PIB


Unidades do Sistema FIEB Informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia Sede: (71) 3343-1200 SESI – Serviço Social da Indústria Sede: 3343-1301

@Educação de Jovens e Adultos – RMS: (71) 3343-1429

@Responsabilidade Social: (71) 3343-1490 @Camaçari: (71) 3205 1801 / 3205 1805 @Candeias: (71) 3601-2013 / 3601-1513 @Itapagipe: (71) 3254-9930 @Itaigara: (71) 3444-4250 / 4251 / 4253 @Lucaia: (71) 3205-1801 @Piatã: (71) 3503 7401 @Retiro: (71) 3234 8200 / 3234 8221 @Rio Vermelho: (71) 3616 7080 / 3616 7081 @Simões Filho: (71) 3296-9300 / 3296-9330 @Eunápolis: (73) 8822-1125 @Feira de Santana: (75) 3602 9762 @Sul: (73) 3639 9331 / 3639 9326 @Jequié: (73) 3526-5518 @Norte: (74) 2102-7114 / 2102 7133 @Valença: (75) 3641 3040 @Sudoeste: (77) 3422-2939 @Oeste: (77) 3628-2080

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Sede: 71 3534-8090

@Cimatec: (71) 3534-8090 @Dendezeiros: (71) 3534-8090 @Cetind: (71) 3534-8090 @Feira de Santana: (75) 3229-9100 @Ilhéus: (73) 3639-9300 @Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628-5609 @Barreiras: (77) 3612-2188

IEL – Instituto Euvaldo Lodi Sede: 71 3343-1384/1328/1256 @Barreiras: (77) 3611-6136 @Camaçari: (71) 3621- 0774 @Eunápolis: (73) 3281- 7954 @Feira de Santana: (75) 3229- 9150 @Ilhéus: (73) 3639-1720 @Itabuna: 3613-5805 @Jacobina: (74) 3621-3502 @Juazeiro: (74) 2102-7114 @Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621 @Vitória da Conquista: (77) 3424-2558

CIEB - Centro das Indústrias do Estado da Bahia Sede: (71) 3343-1214

sistema fieb nas mídias sociais

Bahia FIEB

CIEB

PRESIDENTE Antonio Ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-

PRESIDENTE Reginaldo Rossi. 1º VICE-PRESIDENTE

-PRESIDENTE Carlos Henrique Jorge Gantois. VICE-

Jorge Emanuel R. Cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE Carlos Antonio B. Cohim da Silva. 3º VICE-PRESIDENTE Roberto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES Arlene Aparecida Vilpert; Benedito Almeida Carneiro Filho; Cleber Guimarães Bastos; Luiz da Costa Neto; Luis Fernando Galvão de Almeida; Marcelo Passos de Araújo; Mauricio Lassmann; Paula Cristina Cánovas Amorim; Hilton Moraes Lima; Thomas Campagna Kunrath; Walter José Papi; Wesley Kelly Felix Carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio Fernando Suzart Almeida; Carlos Antônio Unterberger Cerentini; Décio Alves Barreto Junior; Jorge Robledo de Oliveira Chiachio; Fernando Elias Salamoni Cassis; José Luiz Poças Leitão Filho; Mauricio Carvalho Campos; Sudário Martins da Costa; CONSELHO FISCAL - EFETIVOS Luiz Augusto Gantois de Carvalho; Rafael C. Valente; Roberto Ibrahim Uehbe. CONSELHO FISCAL – SUPLENTES Felipe Pôrto dos Anjos; Rodolpho Caribé de Araújo Pinho Neto; Thiago Motta da Costa

-PRESIDENTES Josair Santos Bastos; Mário Augusto Rocha Pithon; Edison Virginio Nogueira Correia; Alexi Pelagio Gonçalves Portela Junior. DIRETORES TITULARES Eduardo Catharino Gordilho; Alberto Cánovas Ruiz; Eduardo Meirelles Valente; Renata Lomanto Carneiro Müller; Leovegildo Oliveira de Sousa; Fernando Luiz Fernandes; Juan Jose Rosario Lorenzo; Theofilo de Menezes Neto; José Carlos Telles Soares; Angelo Calmon de Sa Junior; Jefferson Noya Costa Lima; Fernando Alberto Fraga; Luiz Fernando Kunrath; João Schaun Schnitmam. DIRETORES SUPLENTES Mauricio Toledo de Freitas; Guilherme Moura Costa e Costa; Gladston José Dantas Campêlo Waldomiro Vidal de Araújo Filho; Cléber Guimarães Bastos; Jorge Catharino Gordilho; Marcelo Passos de Araújo; Antonio Geraldo Moraes Pires; Roberto Mário Dantas de Farias

conselhos Conselho da Micro e Pequena Empresa Indus-

SESI

trial Carlos Henrique Jorge Gantois; Conselho de

Presidente do Conselho e Diretor Regional

Assuntos Fiscais e Tributários Mário Augusto Rocha Pithon; Conselho de Comércio Exterior Angelo Calmon de Sá Junior; Conselho de Economia e Desenvolvimento Industrial Antonio Sergio Alipio; Conselho de Infraestrutura Marcos Galindo Pereira Lopes; Conselho de Inovação e Tecnologia José Luis Gonçalves de Almeida; Conselho de Meio Ambiente Jorge Emanuel Reis Cajazeira; Conselho de Relações Trabalhistas Homero Ruben Rocha Arandas; Conselho de Responsabilidade Social Empresarial Marconi Andraos Oliveira; Conselho de Jovens Lideranças Industriais Nayana Carvalho Pedreira; Conselho de Petróleo, Gás e naval Humberto Campos Rangel; Conselho de Portos Sérgio Fraga Santos Faria

Antonio Ricardo Alvarez Alban. Superintendente Armando da Costa Neto

SENAI Presidente do Conselho Antonio Ricardo A. Alban. Diretor Regional Luís Alberto Breda Diretor de Tec. e Inovação

Leone Peter Andrade

Editada pela Gerência de Comunicação Institucional do Sistema Fieb Editorial Mônica Mello, Cleber Borges e Patrícia Moreira. Coordenação editorial Cleber Borges. Editora Patrícia Moreira. reportagem Patrícia Moreira, Carolina Mendonça, Marta Erhardt, Luciane Vivas (colaboração) e Décio Esquivel (estagiário). Projeto Gráfico e Diagramação Ana Clélia Rebouças. fotografia Coperphoto. Ilustração e Infografia Bamboo Editora. Impressão Gráfica Trio. Conselho

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA

Rua Edístio Pondé, 342 – Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71 3343-1280 www.fieb.org.br/bahia_industria_online As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessariamente o pensamento da FIEB. Filiada à

IEL Presidente do Conselho e Diretor Regional

Antonio Ricardo Alvarez Alban. Superintendente Evandro Mazo Diretor Executivo da FIEB

Vladson Menezes

Sindicatos filiados à FIEB Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem no Estado da Bahia, sindifiteba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do tabaco no Estado da Bahia, sinditabaco@fieb.org. br / Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado da Bahia, sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, Dias D’ávila e Santo Amaro, sindvest@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da Indústria de Extração de Óleos Vegetais e Animais e de Produtos de Cacau e Balas no Estado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Cerveja e de Bebidas em Geral no Estado da Bahia, sindcerba@bol.com.br / Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato das Indústrias do Trigo, Milho, Mandioca e de Massas Alimentícias e de Biscoitos no Estado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso do Estado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, secretaria@sinduscon-ba.com.br / Sindicato da Indústria de Calçados, seus Componentes e Artefatos no Estado da Bahia, sindcalcadosba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado da Bahia, simmeb@uol.com. br / Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olaria do Estado da Bahia, sindicerba@gmail.com / Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes e Produtos de Limpeza em geral e Velas do Estado da Bahia, sindisaboesba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, Sto. Antônio de Jesus, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Cidade do Salvador, sindpanssa@uol.com.br / Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Resinas Sintéticas do Estado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia, sindiplasba@sindiplasba.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos, Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário da Região de Feira de Santana, sindvestfeira@fbter.org.br / Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia, sindratar@gmail.com.br / Sindicato das Indústrias de Construção Civil de Itabuna e Ilhéus, valmirsb@yahoo.com.br / Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia, sincafeba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna, sinec@sinec.org.br / Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia, anaelisabete@telenge.com.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia, sindirepaba@sindirepabahia.com.br / Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, sindipecas@sindipecas.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, sindiplast@gmail.com / Sindicato Patronal das Indústrias de Cerâmicas Vermelhas e Brancas para Construção e Olarias da Região Sudoeste e Oeste da Bahia sindiceso@gmail.com Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Nordeste (Siacan) siacan@veloxmail.com.br / Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) sinaval@sinaval.org.br / Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado da Bahia, sipaceb@gmail.com

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sumário

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Diagnóstico preocupante Levantamento realizado pela CNI esclarece as razões do atraso do país em infraestrutura

elói correa/secom-ba

nº 241 Jan/Fev.2016

22 haroldo abrantes/Sistema FIEB

angelo pontes/Sistema FIEB

Foto de João Alvarez

8 angelo pontes/Sistema FIEB

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Saúde e trabalho

Sistema FIEB adere ao combate ao Aedes Aegypti

Foco no mercado internacional

Especialista finlandês fala dos avanços internacionais em saúde ocupacional

As federações da Indústria e do Comércio aderiram oficialmente à convocação do governador Rui Costa para mobilizar os empresários no combate ao mosquito

Cenário econômico abre novas oportunidades para as empresas brasileiras que buscam o apoio do CIN/FIEB para desbravar o mercado externo e expandir seus negócios


Entrevista  Kari-Pekka Martimo

“O trabalho contribui para reabilitar doentes crônicos” A declaração do especialista finlandês traduz o conceito que o SESI está trazendo para o Brasil na abordagem das doenças ocupacionais Por patrícia moreira e Marta Erhardt

O

Serviço Social da Indústria (SESI) mantém desde 2014 parceria com o Finnish Institute of Occupational Health (Fioh), da Finlândia. O Fioh é instituição internacional de referência em saúde ocupacional e está colaborando com o SESI para desenvolver soluções voltadas para a gestão do absenteísmo no ambiente de trabalho, a exemplo do Portfólio de Gestão do Absenteísmo, lançado em dezembro do ano passado. Em uma de suas passagens pela Bahia, para participar de reuniões de trabalho, o diretor do Centro de Colaboração para Saúde Ocupacional do Fioh, Kari-Pekka Martimo, concedeu esta entrevista à Revista Bahia Indústria. Entre os conceitos que ele propaga, está o de que o trabalho reabilita, embora comumente seja visto como fator de incapacitação. A nova abordagem vem dominando a política das empresas e das nações mais avançadas e está sendo trazido para o Brasil pelo SESI. No país, o SESI Bahia está conduzindo a construção do novo portfólio em Gestão do Absenteísmo e Reabilitação.

O Brasil vem registrando uma alteração na curva de envelhecimento da população, o que exigirá dos governos e das instituições políticas ações para lidar com um trabalhador mais idoso. Dentro deste contexto, o senhor considera o momento oportuno para se 6  Bahia Indústria

apostar em um programa de Gestão de Absenteísmo? Acredito que o contexto é favorável para acontecer essa implementação, pois estive em contato com algumas empresas da Bahia, capital e interior, além de empresas nacionais, e elas veem que é factível e estão interessadas em implementar as mudanças. Essa relação entre capacidade de trabalho e produtividade. O Fioh tem o mesmo papel que o SESI, tem expertise interna para desenvolver a apoiar as empresas em SST. O que é importante dizer às empresas sobre esse tema? Se a empresa quer aumentar sua produtividade, relacionada aos indivíduos que trabalham, ela tem dois caminhos. Um deles é reduzir custos com acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. O outro é investir em inovações relacionadas ao ambiente de trabalho e ao bem-estar do trabalhador, bem como na prevenção da incapacidade no trabalho. Quando as pessoas se

sentem bem em seu trabalho, elas produzem mais. O trabalhador satisfeito é mais produtivo. Qual o sinal de alerta para que o empresário perceba que ele tem que investir nesta área? Quando você cuida das máquinas visa ao aumento da produtividade. Mas existe outra forma de investir em produtividade, que é incluir os trabalhadores que operam as máquinas. Os trabalhadores com problemas de saúde não necessariamente são improdutivos. Se as empresas conseguem lidar com esse trabalhador que tem problema de saúde, ele torna-se produtivo. Muitas vezes, as empresas estão preocupadas apenas com produtividade e, ao não pensar na relação com os trabalhadores com problemas de saúde, acabam tendo perdas de produtividade. É necessário incluir essa perspectiva. Quando uma máquina tem um problema, não se descarta a máquina, se conserta. No caso do trabalhador, quando ele tem um problema de


angelo pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

saúde crônico, há ainda nele alguma capacidade para o trabalho. É mais econômico para a empresa manter esse trabalhador do que ficar em um processo de turn over (processo de troca de trabalhadores). De uma forma geral, o mundo está percebendo esta necessidade? O aumento de pessoas com incapacidade para o trabalho, excluídas do processo de produção, tem gerado custos para a sociedade, para a empresa e para os indivíduos. Tem aumentado o número de pessoas afastadas que poderiam continuar ativas. É justamente isso que tem levado países como Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, Finlândia, Noruega, Suíça e Holanda a prestarem mais atenção na prevenção. A competitividade dos países industrializados depende muito da sua capacidade de encontrar soluções para este tipo de problema. Mas muitas empresas não estão se dando conta que os custos com o sistema de Previdência dependem de como elas estão lidando com a incapacidade para o trabalho. Lidar com a prevenção e a gestão da incapacidade vai além de prevenir acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.

Os trabalhadores com problemas de saúde não necessariamente são improdutivos. Se as empresas conseguem lidar com esse trabalhador que tem problema de saúde, ele torna-se produtivo

O envelhecimento da população ativa tem relação com este problema? Na Finlândia, a população envelheceu e, quanto mais a população envelhece, mais chance de ter doenças crônicas. Hoje nós tratamos essas doenças como se elas incapacitassem o trabalhador. Os países que já têm esse histórico sabem que as doenças crônicas não devem ser tratadas com a exclusão do ambiente de trabalho, pois isto implica em custos. Temos dados que comprovam que quando são mantidas no ambiente de trabalho, elas se recuperam mais facilmente. Podemos dizer que o trabalho colabora para a reabilitação, além do que, também permite reduzir o custo do tratamento para o próprio empregador. A partir desta perspectiva de que o trabalho reabilita, até que ponto isso vai revolucionar o mundo do trabalho? Hoje, na verdade, esse conceito já revolucionou o tratamento dispensado a doenças mentais, musculoesqueléticas e cardiovasculares. O trabalho é bom para o tratamento destes tipos de doença, desde que seja adaptado. É aí que entra o trabalho que o Fioh realiza em parceria com o SESI. O que trabalhamos neste projeto é como fazer com o que o trabalho seja reparador. Isso exige uma equipe multidisciplinar e o SESI tem um corpo profissional que atua em diversas áreas, o que facilita a colocação em prática desta nova forma de atuar. [bi] Bahia Indústria  7


Empresários entram no combate ao Aedes Gestores e representantes do setor produtivo se engajam na luta contra a tríplice epidemia causada pelo mosquito

E

m encontro realizado em 23 de fevereiro, no auditório do Cimatec, representantes de entidades do setor produtivo e o governador Rui Costa mobilizaram líderes empresariais para pedir sua ativa participação no combate à tríplice epidemia de zika, dengue e chikungunya. Durante o encontro com o empresariado baiano, o gestor apresentou propostas para intensificar o controle e evitar a proliferação do mosquito. Rui Costa pediu apoio dos empresários para que estes realizem ações de combate e educação com a força laboral. Ele lembrou que, para as empresas, as doenças transmitidas pelo mosquito po-

dem representar ausência de empregados, queda no desempenho produtivo e aumento de custos. “Os segmentos produtivos têm um alcance enorme, daí a importância desta participação. Cada um da sua forma, com criatividade, pode contribuir. Esta é uma luta de toda sociedade”, disse. O presidente da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Ricardo Alban, falou da campanha em curso no âmbito do Sistema Indústria: um conjunto de ações de mobilização e capacitação que vai alcançar cerca de 500 empresas e quase 31 mil pessoas entre trabalhadores da indústria, do próprio Sistema e estudantes. “Serão promovidos trei-

Em evento com o governador, Alban citou as ações realizadas pelo Sistema

namentos com dois mil multiplicadores, reprodução de 65 mil peças das campanhas dos governos federal e estadual, além da encenação de um esquete teatral para que o tema seja entendido.” Carlos Andrade, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio), garantiu a participação do segmento na mobilização. “Hoje, a federação tem 85% das lojas comerciais e 92% dos empregados filiados. Vamos fazer um trabalho amplo, com campanha de conscientização. Será um trabalho muito proveitoso junto com as outras entidades e com a população”, assegurou. [bi]

Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

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circuito

por cleber borges

Longe da meta de universalização O abastecimento de água, a coleta e o tratamento de esgotos deveriam chegar a todos os lares do Brasil em 2033, mas ocorrerá com 21 anos de atraso, em 2054. Estudo da CNI, denominado Burocracia e Entraves no Setor de Saneamento, aponta que a perspectiva de atraso no cumprimento da meta do Plano Nacional de Saneamento Básico se deve à baixa média histórica de investimentos no setor, de R$ 7,6 bilhões por ano, no período 2002-2012. Para universalizar os serviços em 2033, seria preciso elevar essa média para R$ 15,2 bilhões anuais.

Empresário defende a baixa dos juros A indústria considera inaceitável a inflação de dois dígitos. Os aumentos recentes dos índices são resultado dos reajustes dos preços administrados, das expectativas negativas e da inércia inflacionária. O uso da taxa de juros como único instrumento de controle da inflação é pouco efetivo e aprofunda a recessão. Esse é o entendimento da CNI para quem a solução para a crise, o êxito no combate à inflação e o restabelecimento da confiança no país dependem da consolidação de um ajuste fiscal permanente, com mecanismos de controle efetivo dos gastos públicos e de reformas que melhorem o ambiente de negócios e a produtividade das empresas. Entre as medidas inadiáveis estão a revisão da Previdência Social, a modernização das leis do trabalho e a redução da burocracia.

“Inflação é taxação sem legislação" Milton Friedman (1912-2006), economista liberal americano, vencedor do Nobel de Economia, de 1976, por suas contribuições na análise do consumo e da teoria monetária.

Corrupção é o que mais preocupa o brasileiro Nem as drogas, nem a violência. O que mais preocupa o brasileiro é a corrupção, aponta a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira e Prioridades para 2016, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, 65% das pessoas consideram a corrupção o principal problema do Brasil. Em 2014, ocupava a 3ª posição na mesma pesquisa e, em 2012, a 4ª. As drogas e a violência aparecem em 2º e 3º lugares entre os problemas extremamente graves, citados por 61% e 57% dos entrevistados, respectivamente. A lentidão/ impunidade também cresceu no ranking e passou do 6º para o 4º lugar de 2014 para 2015. A saúde veio em 5º. A CNI entrevistou 2.002 pessoas, em 143 municípios brasileiros. Preocupada com a crise econômica, a população também passou a se incomodar mais com a inflação. Esta, que chegou a ocupar a 16ª posição entre os principais problemas em 2012, em 2014, foi o 5º principal e, em 2015, passou a ser o 6º.

20% dos acidentes de trabalho no Brasil ocorrem no trajeto O número de acidentes no percurso casa-trabalho-casa cresceu 41,2%, entre 2007 e 2013. Levantamento da Confederação Nacional da Indústria, com base em estatísticas da Previdência Social, mostra que os acidentes de trajeto subiram muito acima da média nacional de acidentes de trabalho, de 7,8% no período, e já respondem por 20% das ocorrências registradas no Brasil. “O dado é preocupante porque, embora sejam classificados como acidentes de trabalho, uma solução está fora do alcance de programas de prevenção, segurança e saúde das empresas”, afirma a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg.

Bahia Indústria 9


sindicatos

angelo pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Sindicatos participam de construção da Agenda Legislativa

FIEB debate gestão de SST e exigências do eSocial Empresários e representantes de indústrias participaram dia 14.12, na FIEB, do curso Como fazer gestão de SST na era do eSocial?. A capital baiana foi escolhida pela CNI para sediar a primeira turma da capacitação. O médico do trabalho e consultor, Paulo Reis, abordou as exigências do eSocial e os impactos do novo sistema na gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, destacando a necessidade das empresas adotarem uma cuidadosa gestão de SST para o registro adequado das informações. “Com a mudança para a fiscalização eletrônica, as empresas passam para uma situação ativa, na qual terão que informar quais são as práticas de segurança e saúde adotadas e a fiscalização vai avaliar se estão sendo feitas de forma correta”, explica.

O consultor da CNI, Paulo Reis, ministrou a capacitação

Consumidores baianos ajudam na seleção dos melhores cafés do Brasil Um grupo de doze consumidores baianos integrou o Júri Popular para seleção dos 11 lotes finalistas do 12º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café. Idealizado pela Associação Brasileira da Indústria de Café, o Júri, que também foi feito em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Espírito Santo, tem o objetivo de incluir a opinião de pessoas que gostam de café, na escolha dos melhores grãos do Brasil. Na Bahia, a avaliação foi realizada dia 10.12, na FIEB, com o apoio do SincaféBA. As notas complementarão a análise do Júri Técnico. Dois produtores baianos participam da seleção.

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Bahia Indústria

angelo pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Avaliação foi realizada na FIEB

A Confederação Nacional da Indústrias (CNI) iniciou o processo de construção da Agenda Legislativa da Indústria para 2016, elaborada com a participação da FIEB e sindicatos filiados. A Agenda está em sua 21ª edição, registrando os conceitos, posicionamentos e temas priorizados pelo setor para ações de defesa de interesses, junto ao Congresso. A partir das contribuições recebidas, a CNI consolidará o posicionamento da indústria para os temas abordados na publicação, que será apresentada aos deputados federais e senadores a partir de março deste ano.

Sindileite lança aplicativo para celular O Sindileite-BA criou uma nova ferramenta de interação com as empresas, com o lançamento de um aplicativo para celular. Disponível para download nos sistemas operacionais Android e iOS, a ferramenta disponibiliza, de forma fácil e dinâmica, informações como cotações, compra e venda de equipamentos, notícias de interesse dos laticinistas, documentos e informações sobre o Encontro Baiano dos Laticinistas, promovido anualmente pelo sindicato.


SINDUSCON • A diretoria reeleita do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-BA) tomou posse em evento que reuniu autoridades, dirigentes e empresários do setor, na sede do sindicato. O presidente Carlos Henrique Passos apresentou um balanço das principais realizações, dando ênfase ao ENIC, evento que reuniu representantes da cadeia produtiva nacional em Salvador; as ações de Saúde e Segurança no Trabalho e de gestão das empresas; e as principais lutas junto ao Legislativo, como as relativas à terceirização, que tramita no Congresso. SINDSUCOS • Tomou posse, em novembro, a nova diretoria do Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes e Sucos (Sindsucos-BA). À frente da entidade até 2018, o presidente eleito, Luiz Hermida, explica que serão priorizadas três vertentes de atuação: ações estratégicas junto ao Governo do Estado para fortalecer a cadeia produtiva e de transformação de frutas; criação de condições para a Bahia voltar a ser um importante Estado exportador de sucos tropicais e de laranja; e busca da adequação das indústrias de sorvetes às normas de vigilância sanitária, em Salvador.

SINPROCIM • O Sindicato das Indústrias de Produto de Cimento no Estado da Bahia (Sinprocim-BA) realizou a cerimônia de posse da diretoria reeleita, dia 10.12, no hotel Deville. A cerimônia contou com a presença de empresários e fornecedores do setor, representantes de entidades

parceiras, presidentes de sindicatos, do presidente da FIEB, Ricardo Alban, além do superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, Paulo Sérgio Ferraro. O presidente José Carlos Telles Soares, segue à frente da entidade até 2018.

fotos angelo pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

eleições

SINDIREPA • Estimular a participação dos empresários do setor junto à entidade, ampliando em pelo menos 50% o quadro de empresas associadas ao sindicato. Esta é uma das metas da diretoria eleita do Sindicato das Indústrias da Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia (Sindirepa-BA). “Queremos fazer um mandato com maior envolvimento dos empresários, ouvir suas sugestões e anseios”, destacou o presidente eleito, Maurício Toledo de Freitas. A nova diretoria tomou posse em novembro, para mandato até 2018.

SIMMEB • Com a responsabilidade de lutar pela sustentabilidade de um dos setores de maior contribuição para o PIB baiano, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simmeb), empossou, em dezembro, sua diretoria. À frente da entidade até 2018, o presidente reeleito Alberto Canovas, afirmou que, num momento de crise, a responsabilidade é maior. “Temos pela frente um período de grande apreensão, com a economia brasileira apresentando sinais de desgaste e de uma crise política sem sinais de solução a curto prazo”.

Atletas participaram de disputas em 14 modalidades esportivas

Jogos da Construção reúnem trabalhadores Nos dias 12 e 13.12 foi realizada a 9ª edição dos Jogos da Construção que reuniu, no SESI Simões Filho, mais de mil participantes. O evento, promovido pelo Sinduscon-BA desde 2007, em parceria com o SESI-BA, é uma das principais ações do sindicato nos campos de Saúde e Qualidade de Vida. Os atletas participaram de disputas em 14 modalidades. Para o presidente do sindicato, Carlos Henrique Passos, o objetivo do evento é promover a integração entre os trabalhadores e as empresas.

Executivo relata experiência sindical em Maceió Convidado para compartilhar experiências do Simagran-BA, o gerente de relacionamento da entidade, Bruno Reis, falou para dirigentes e executivos de sindicatos em evento na Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA). Durante a mesa-redonda do PDA Como alavancar a gestão do seu sindicato?, o executivo abordou as estratégias para ampliação do número de associados, o relacionamento com parceiros, visitação às empresas do interior e ações de comunicação.

Bahia Indústria  11


Angelo Pontes / Coperphoto / Sistema FIEB

12  Bahia Indústria


Bahia tem duas equipes na final do FLL Duas equipes do SESI vão representar a Bahia na etapa nacional do Torneio de Robótica que está marcada para acontecer de 18 a 20 de março em Brasília Por patrícia moreira

A

s equipes Tecnomaníacos, da Escola Reitor Miguel Calmon, do SESI Retiro, e a Gênius, da escola do SESI Candeias, vão representar a Bahia na etapa nacional do Torneio de Robótica First Lego League (FLL), que acontece em Brasília, no período de 18 a 20 de março, no SESI Taguatinga. Outras cinco selecionadas vão representar o Norte e Nordeste em Brasília, sendo três equipes de Sergipe (Techcoe, Robocoe e Robotech) e duas de Alagoas: Atabótica e Tecmade. Os melhores times da etapa regional conquistam vaga para disputar um dos cinco torneios internacionais que serão disputados nos Estados Unidos, Austrália, Espanha e nas Filipinas. A delegação baiana é composta de 20 alunos, cinco técnicos e pelo coordenador Fernando Didier, que alimenta boas expectativas em relação à participação da Bahia em mais uma etapa do torneio de robótica, promovido no Brasil pelo SESI em parceria com a First Lego League. As equipes foram classificadas durante a etapa regional da competição, realizada nos dias 4 e 5 de dezembro, na Escola Djalma Pessoa, no SESI Piatã, em Salvador. O torneio regional reuniu equipes de 11 escolas públicas (sendo cinco delas apoiadas pelo

SESI com equipamentos e treinamentos), cinco escolas particulares, oito escolas do SESI e SENAI e uma equipe de garagem. A competição contou com escolas de cinco estados do Nordeste. No comparativo com o torneio de 2014, a etapa regional ampliou de 26 para 36 equipes participantes, e quase dobrou o número de competidores de 277 para 432. Durante a competição na Bahia, também foram capacitados 45 juízes de arena, que atuaram na etapa regional e também se prepararam para outras competições. Fernando Didier revela que foi possível introduzir algumas inovações na disputa regional, visando estimular a participação dos competidores e dos visitantes. Uma destas iniciativas foi o Meu Robô Favorito, uma votação popular para eleger o equipamento mais interessante. O escolhido foi o da equipe Autobot, do Instituto Federal Bahia (Ifba). O SESI também conseguiu o apoio de outras instituições de ensino que atuam com robótica, a exemplo da Devry/Área1, Uneb, Ifba e SENAI. Outra novidade foi a presença dos representantes do Aprenda Robótica, blog criado por dois engenheiros, Guilherme Lima e Guilherme Constatino. A proposta do blog é contribuir para o crescimento da robótica educacional no país. Para isso, eles contam

Aluno da Techcoe, do Coesi, de Sergipe, faz ajustes no robô durante a competição

Bahia Indústria  13


angelo pontes/Coperphoto/Sistema Fieb angelo pontes/Coperphoto/Sistema Fieb

com uma equipe de oito voluntários que acreditam que a robótica pode fazer a diferença ao transformar o processo educativo em algo lúdico. A avaliação de Fernando Didier é que o balanço foi positivo. “O FLL já está consolidado na Bahia, em especial, nas escolas do SESI, enquanto prática pedagógica que faz parte do planejamento curricular, desenvolvendo habilidades cognitivas e sociais, comportamentais e despertando o interesse dos alunos pela ciência.”

Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema Fieb

CLASSIFICADOS A grande campeã da etapa regional foi a equipe Techcoe, da escola Coesi, de Sergipe. Ela ficou em 1º lugar na categoria Champions Awards, por obter o melhor desempenho em todas as premiações da competição. Em 2º lugar venceu a Robocoe, também da Coesi/Sergipe, e a Tecnomaníacos, do SESI/BA, unidade Retiro, que ficou com o 3º lugar. A Robocoe também venceu em primeiro lugar nas finais de robôs. Na categoria Desempenho de Robôs foram premiadas a Techcoe (1º lugar) e a Robocoe (2º lugar). Em Design Mecânico venceu a Robotech; em Programação, a Autobot (Ifba), em Estratégia e Inovação a Dinasty (SESI/BA - Piatã); em pesquisa a Tecmade (SESI/AL); em Solução Inovadora a Atabótica (AL) e em processo de Pesquisa a Equipe F5, do SESI/BA. Trinta e seis equipes de cinco estados do Nordeste participaram de dois dias de prova, incluindo a disputa de robôs e apresentação dos projetos de pesquisa sobre o tema da temporada Trash Trek. A proposta era que os estudantes identificassem problemas relacionados ao lixo e apontassem soluções inovadoras para diminuir sua produção, indicar maneiras eficientes de realizar o reaproveitamento de resíduos, bem como o transporte e o armazenamento desses resíduos. A abertura do evento contou com a presença do superintendente do SESI Bahia, Armando Neto, da representante do Departamento Nacional do SESI, Bárbara Trajano, além da gerente de educação do SESI, Cléssia Lobo, que também participou da cerimônia de premiação. Armando Neto convocou os participantes a tirarem proveito daquela experiência, que é uma oportunidade especial de aprendizado. “Esperamos que vocês possam sair daqui mais maduros e levem esta experiência para suas vidas. Aproveitem a ajuda dos juízes, dos colegas para aprender sempre mais”. [bi]

As equipes Tecnomaníacos (SESI-BA), Techcoe e Robocoe (Coesi-SE); cerimônia de abertura e dupla de juízes avaliando o desempenho de uma equipe

Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema Fieb

14  Bahia Indústria


Intercâmbio linguístico Programa Conexão Mundo leva oito estudantes do SESI-SENAI para aulas de imersão nos EUA

O

ito estudantes do programa de intercâmbio do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Conexão Mundo, embarcaram no dia 30 de janeiro para os Estados Unidos. Eles foram participar de viagem de imersão linguística com duração de duas semanas, na cidade de Denver, estado do Colorado. Durante o período de intercâmbio no exterior, os estudantes ficam hospedados em casas de famílias norte-americanas, visitam escolas, conhecem universidades e empresas, participando de várias atividades, acompanhados da coordenadora pedagógica do SESI, Karla Andrade. O Conexão Mundo é um programa de intercâmbio que atende cerca de dois mil alunos brasilei-

ros de ensino médio e técnico que estudam inglês utilizando as redes sociais como suporte didático e com o auxílio de 200 monitores norte-americanos. Na Bahia, em 2015, o programa atendeu 156 estudantes do 3ª ano do ensino médio da Escola Djalma Pessoa, do SESI Piatã, que cursaram o ensino articulado SESI/SENAI. capacitação O curso de inglês oferecido no Conexão Mundo é dividido em três etapas. Na primeira, com duração de oito semanas, alunos e monitores norte-americanos se comunicam em inglês, a distância, por meio das redes sociais e programas de conversação em vídeo em tempo real e pela plataforma de aulas Longman, um portal especializado no ensino do inglês.

Grupo de estudantes selecionados embarca no Aeroporto de Salvador rumo aos Estados Unidos

Na segunda fase, os monitores vêm ao Brasil, onde durante quatro semanas participam de aulas e atividades presenciais na Escola Djalma Pessoa, em Piatã. A terceira fase também é a distância, com atividades e práticas do idioma, e dura seis semanas, nos mesmo moldes da primeira etapa. Os estudantes com melhor aproveitamento e progressão no aprendizado do inglês participam de uma seleção para fazer a viagem aos Estados Unidos. O programa é fruto de uma parceria entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI), SESI e SENAI, e a organização não governamental US-Brasil Connect. A proposta tem como objetivo o ensino e aperfeiçoamento do domínio da língua inglesa de maneira lúdica e interativa. [bi] valter Pontes/Coperphoto/Sistema Fieb

Bahia Indústria  15


infraestrutura fora dos trilhos Documento da CNI mergulha no diagnóstico das causas que conduzem o país a um risco de colapso na infraestrutura Por patrícia moreira

Operários trabalham nas obras da Ferrovia Oeste Leste, no município de Brumado

16  Bahia Indústria

om uma pergunta – Por que o Brasil investe pouco em infraestrutura? – a Confederação Nacional da Indústria (CNI) procurou respostas para um problema que há décadas inquieta o setor produtivo e suas respectivas entidades representativas. Reconhecidamente obsoleta e precária, a infraestrutura nacional poderia alavancar o crescimento econômico e o desenvolvimento do país, desde que fossem assegurados os aportes necessários por parte do poder público, associados a uma política clara de atração de investimentos e segurança jurídica. Mas não é bem assim que vem acontecendo.


Elói Correa/Secom-ba

O estudo da CNI traz algumas respostas, levando em conta um cenário de crise fiscal e de vulnerabilidade das contas públicas, em que a elevação dos gastos normalmente não vem acompanhada do aumento de receitas. Entre 1971/1980 e os anos 2000, os investimentos em infraestrutura recuaram de 5,42% para 2,12% do Produto Interno Bruto (PIB) e entre 2011 e 2014, o nível médio de investimento recuou ao padrão negativo da década de 1990: -2,27% do PIB. O Brasil também é uma nota dissonante quando se comparam os investimentos em infraestrutura com outros países. Em 2014, o Brasil ocupou a décima posição (ver infográfico) com a aplicação de apenas 1,47% de recursos do Orçamento da União, ficando com o pior desempenho na lista de 10 países de economia avançada ou emergente. Na América do Sul, Peru e Colômbia alocam, respectivamente, 8 e 3 vezes mais recursos federais que o Brasil. Até mesmo os Estados Unidos, onde parte significativa da infraestrutura já está construída Bahia Indústria  17


João Alvarez/Sistema FIEB/Arquivo

e onde dois terços dos gastos são de responsabilidade de estados, condados e cidades, a proporção assegurada do orçamento federal chega a ser 55% superior à do orçamento brasileiro. Se a alocação de recursos é um problema, fazer com que o orçamento deixe de ser uma peça de ficção e os recursos destinados a investimentos sejam executados, é um outro desafio. Até o final do primeiro semestre de 2015, apenas 23% dos investimentos previstos haviam sido executados. Avaliação O documento preparado pela CNI é esclarecedor, na avaliação dos coordenadores dos conselhos de Portos e de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Sérgio Faria e Marcos Galindo, respectivamente. “Basicamente o documento é a constatação da incapacidade do governo brasileiro e de suas esferas de realizar investimentos em infraestrutura”, complementa Marcos Galindo. Segundo ele, o investimento em infraestrutura nesta última década está em torno de 2% do PIB, o que é muito pouco para um país como o Brasil que tem um déficit tão grande nesta área. “O que governo investe é fazendo déficit no orçamento”, destaca. 18  Bahia Indústria

Sérgio Faria observa que o relatório trouxe uma base numérica para algo que já era percebido pela sociedade e revelou o quanto a Constituição de 1988 contribuiu para acentuar essa retração nos investimentos federais em infraestrutura. O coordenador do Conselho de Portos reconhece que a Carta de 1988 trouxe importantes avanços sociais, mas tornou o orçamento muito inflexível. Ele observa que o problema não é tão evidente porque o país não está crescendo. “Se estivesse crescendo no ritmo médio de 5% ao ano o colapso seria evidente”, alerta. O que preocupa, na opinião de Sérgio Faria, é que o governo gasta mal os seus recursos e elege como alternativa para fazer face ao seu custeio, o aumento da carga tributária. “É preciso rever o conceito de gestão do Estado. O governo tem que pensar como empresa: gastar menos, reduzir o desperdício, combater a corrupção e tornar-se mais eficiente”, arremata. A situação agrava-se quando se considera que 95% do comércio externo nacional se dá por via portuária. Portos eficientes são fundamentais em uma economia globalizada, o que não acontece no Brasil. “O produto nacional paga um imposto adicional que é a ineficiência do sistema portuário. Ele é repassado ao preço final, reduzindo nossa competitividade”.

Porto de Salvador: setor é um dos que demandam investimentos


DISTRIBUIÇÃO DA ARRECADAÇÃO FEDERAL - 2014

PIB 22,17%

4,65%

12,12%

6,1%

foram transferidos para estados e municípios.

direcionados necessariamente para gastos sociais (seguridade social e educação).

pagos sob a forma de juros e amortização da dívida, restando um saldo negativo de 0,7% do PIB para a União lidar com os demais gastos.

A União enfrentou um déficit nominal de 0,7% do PIB antes mesmo de considerar os gastos com as funções não relacionadas à dimensão social do orçamento.

DESEMPENHO DOS SETORES DE INFRAESTRUTURA EM 2015

23

Apenas % dos investimentos propostos foram executados até o final do primeiro semestre.

Valor executado dos investimentos em infraestrutura sobre o orçamento total foi de

Taxa é inferior à execução do conjunto dos investimentos federais, que foi

do a 2,72% para o conjunto dos investimentos federais.

de

0,45%, compara-

25,3%.

Fonte: CNI

João Alvarez/Sistema FIEB/Arquivo

Rodovias federais respondem pelo grande fluxo de cargas

O relatório mostra ainda que 54% dos investimentos em infraestrutura no país estão sendo feitos pela iniciativa privada. “O Estado transferiu este papel, mas ao mesmo tempo, não evoluiu na regulamentação destas contratações. Esta situação gera incerteza jurídica e acaba impedindo a atração de novos investimentos”, destaca Sérgio Faria. A falta de regras claras é apontada como responsável pelo atraso logístico. “O governo muda constantemente as diretrizes no setor portuário, por exemplo. Isso inibe a iniciativa privada e desestimula o investidor estrangeiro diante da falta de clareza das regras”, acrescenta Faria. BAHIA Considerando este cenário pouco animador, a situação da Bahia é ainda mais delicada, na avaliação de Marcos Galindo. “A Bahia está muito mal contemplada no Plano Integrado de Logística (PIL). A não ser em logística portuária, cujos investimentos estão a caminho de se concretizar, não vejo a Bahia beneficiada com investimentos federais em logística e transporte. A exceção é a obra do metrô, uma dívida muito antiga, mas que é uma obra urbana”, lembra. Em relação aos investimentos previstos, a Ferrovia Bahia Indústria  19


roberto abreu/Coperphoto/Sistema FIEB

de Integração Leste Oeste (Fiol) está praticamente parada, apesar de ser um empreendimento com alto potencial de alavancar novos investimentos. Galindo explica que o Porto Sul precisa encontrar uma fórmula que o viabilize para atrair a iniciativa privada. O principal avanço registrado no Estado é na implantação dos parques eólicos, uma política que ele considera acertada, mas que está sendo viabilizada com investimento privado. O entrave reside na execução das linhas de transmissão, sob a responsabilidade do setor público. A consequência é perda da capacidade do estado de atrair novos investimentos. “O investimento chega, mas o empresário não encontra na infraestrutura disponível meios eficientes de escoar seus produtos e receber matérias primas”, observa Galindo. E acrescenta: “Por não conhecermos o que deixou de ser investido, não percebemos o quanto perdemos de oportunidades. Grande quantidade de empresas deixa de vir para cá porque na Bahia não há energia, porto, rodovia e ferrovia”, arremata o representante do Coinfra. Marcos Galindo lembra que o estudo realizado pela CNI coloca várias propostas para reverter o atual cenário. “Reduzir as vinculações do orçamento, em especial os gastos obrigatórios, é uma das propostas, mas ela não vai acontecer da noite para o dia e vai depender de uma mobilização por parte do Congresso, população e agentes econômicos. Se isso não mudar, não vamos progredir na infraestrutura”, defende. O estudo também sugere conter as despesas correntes, que cresceram nos últimos os anos e que acabam elevando acima da inflação 20  Bahia Indústria

marcelo gandra/Coperphoto/Sistema FIEB

Marcos Galindo, do Coinfra, e Sérgio Faria, do Conselho de Portos, avaliaram o estudo

Investimento em infraestrutura do Governo Federal de cada país em relação ao Orçamento Federal (Em %, ano mais recente disponível) País Ano Investimentos em Infraestrutura

Peru Paraguai Índia Portugal Colômbia Malásia Reino Unido México Estados Unidos* Brasil**

2014 2013 2014/2015 2014 2014 2014 2014 2013 2014 2014

11,00 11,00 8,32 7,23 4,44 3,20 2,86 2,65 2,64 1,47

Fontes: Siafi; SIGA Brasil, Secretaria do Tesouro; BID, Banco Mundial. * Os investimentos de infraestrutura nos EUA são descentralizados. Todas as instâncias de governo gastaram 7,76% do orçamento agregado ou total. Relativamente ao Governo Federal, os estados (principalmente), condados e cidades dos EUA gastam substancialmente mais; em relação ao orçamento total de todos os entes da União, por ser um sistema federativo. Assim, o Governo Federal despende 1,66% do orçamento total ou agregado de todos os entes (2,64% em relação ao Orçamento Federal, conforme o Quadro 18, e os estados e municípios, 6,1%). ** A porcentagem é em relação ao somatório do Orçamento Federal e do Orçamento de Investimentos. Elaboração: Inter.B.

os gastos correntes. Outro ponto negativo e que precisa ser corrigido, de acordo com o estudo, é a revisão da política de incentivos fiscais. “O governo investe em um conjunto de incentivos e desonerações que beneficiam alguns setores, mas deixa de arrecadar bilhões que poderiam ser investidos em infraestrutura e gerar riqueza para melhorar a economia”, acrescenta Galindo. O coordenador do Coinfra reitera que o poder público precisa adotar mais racionalidade nos gastos e combater o desperdício. “A iniciativa privada faz isso o tempo todo porque é a saída para a sobrevivência. Já o poder público está sempre emitindo moeda, aumentando a carga tributária. Fica um nível de conforto do gasto público que não dá mais para sustentar”, acrescenta. [bi]

Investimentos em infraestrutura por setor (% do PIB) Setor/Período

Transportes Eletricidade Telecomunicações Saneamento Total

1971/1980

2,03 2,13 0,80 0,46 5,42

1981/1990 1991/2000

1,48 1,47 0,43 0,24 3,62

Pinheiro e Giambiagi (2012), Frischtak (2011) e Inter.B (2014)

0,63 0,76 0,73 0,15 2,27

2001/2010

2011/2014

2011/2014

0,63 0,62 0,69 0,18 2,12

0,89 0,70 0,48 0,19 2,26

-55,6% -67,1% -38,8% -58,7% -57,8%


conselhos

Programa de Investimento e Inovação é apresentado na FIEB

Sancionado novo marco legal da Ciência, Tecnologia e Inovação O Conselho de Inovação e Tecnologia da FIEB (Citec) acompanha e participa com sugestões do novo marco legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, que foi sancionado no dia 11 de janeiro de 2016 pela presidenta Dilma Rousseff, com vetos parciais. O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 77/2015, aprovado pelo Senado Federal em 9 de dezembro de 2015, estabelece o novo marco legal da Ciência, Tecnologia e Inovação que dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação.

Desafios e perspectivas do Comércio Exterior são discutidos Uma alternativa para driblar o atual cenário econômico, a internacionalização, por meio da exportação, será tema de evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), através do Conselho de Comércio Exterior (Comex) e do Centro Internacional de Negócios (CIN/FIEB), em parceria com o Corpo Consular na Bahia e com a Comissão de Comércio Exterior e de Relações Internacionais da Associação Comercial da Bahia (ACB). A iniciativa, que acontecerá no dia 5 de abril, vai discutir os desafios e perspectivas do comércio exterior.

Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Manoel Mendonça

Com o objetivo de promover a melhoria da competitividade das empresas industriais baianas, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do estado, o Programa de Investimento e Inovação na Indústria da Bahia foi apresentado na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), em janeiro, durante reunião do Conselho de Inovação e Tecnologia (Citec). Participaram do encontro o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Manoel Mendonça, o superintendente de Inovação, Thomas Buck, a diretora de Inovação e Competitividade, Mara Souza, e a assessora técnica de Inovação e Competitividade, Leila Bastos, todos da Secti. O programa foi trabalhado ao longo de 2015 pela Secretaria e contou com a colaboração de instituições baianas ligadas à inovação, a exemplo do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/BA), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia). A previsão é que o Programa de Investimento e Inovação na Indústria da Bahia seja lançado em abril deste ano.

IEL e CJLI lançam curso de Gestão de Negócios para empresários Capacitação empresarial e excelência na gestão posicionam-se como ferramentas indispensáveis ao crescimento e à competitividade da Indústria. Pensando nisso, o IEL e o Conselho de Jovens Lideranças Industriais (CJLI), em parceria com a Fundação Dom Cabral, trazem à Bahia o curso Gestão de Negócios, cujas aulas devem iniciar-se em 2016. Com abordagem prática e conteúdo exclusivo, o programa é destinado a jovens empresários e executivos com experiência de mercado. Mais informações pelo e-mail educaiel@fieb.org.br. valter PONtes/Coperphoto/Sistema FIEB

Bahia Indústria  21


Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

De olho no mercado externo Empresas baianas contam com apoio do Centro Internacional de Negócios da FIEB Por Marta Erhardt

C

om a desvalorização do Real frente ao dólar e a retração da demanda interna, exportar é um dos caminhos buscados pelas indústrias para enfrentar o atual cenário econômico brasileiro. Pesquisa divulgada em dezembro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta esta tendência. O levantamento mostra que 57% das indústrias que exportaram no último ano pretendem elevar as vendas para o exterior nos próximos 12 meses. Entre as que pretendem exportar, 42% acreditam que as exportações vão aumentar a participação em seu faturamento bruto. Outras 45% esperam estabilidade, e 12%, queda. A CNI ouviu 2.344 empresas entre 1º e 13 de julho de 2015. Para auxiliar as empresas baianas neste caminho, o Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (CIN/FIEB) desenvolve, desde 2012, o Programa de Competiti22

Bahia Indústria

vidade para Internacionalização (PCI), que visa preparar as empresas baianas para que tenham condições de competir no mercado internacional e no mercado interno, também disputado por empresas estrangeiras. Realizado em parceria com entidades do Sistema FIEB, instituições brasileiras (CNI, Sebrae, Apex – Brasil, entre outros) e internacionais, o programa conta, atualmente, com 430 empresas em atendimento. Em 2015, o PCI realizou cerca de 200 atendimentos, entre ações de análise do perfil empresarial (elaboração, execução e monitoramento do Plano de

Ação Individual), serviços de inteligência comercial, capacitações e promoção comercial. “Apoiamos as empresas na avaliação das necessidades que elas têm para vencer barreiras do mercado internacional, o que envolve, por exemplo, desenvolvimento de produto, melhoria de gestão, formatação de preço e definição de mercado”, explica a gerente do CIN, Patrícia Orrico, que lembra, ainda, que as empresas interessadas no mercado exterior precisam investir continuamente, melhorando seus produtos e adequando-os ao mercado que almejam. Cerca de 150 empresários e representantes de empresas participaram das capacitações promovidas pelo CIN em 2015. Os cursos abordaram as temáticas: Planejamento Estratégico para Exportação, Exportação Passo a Passo, Preparação para o PITCH, Formação do Preço para Exportação e Tributos, Marketing Internacional, Negociação Internacio-


haroldo abrantes/Coperphoto/Sistema FIEB

nal e Importação e exportação de serviços. Participante do programa, a BMD Têxteis já tem experiência no mercado internacional. A empresa começou a exportar em 2010, mas passou a sofrer concorrência dos tecidos chineses e viu a demanda por tecido cru cair. De olho em novos mercados, a empresa desenvolveu novos produtos, como telas para a construção civil e agronegócio, e tem buscado apoio, especialmente na área de promoção comercial. “Queremos que o processo de exportação seja contínuo”, ressalta a analista de comércio exterior da BMD Têxteis, Elizabeth Santana. PROMOÇÃO COMERCIAL Entre as ações de promoção comercial, destacam-se as rodadas de negócios. A última, a Rodada de Negócios Brasil Trade, foi realizada em outubro, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Instituto

Euvaldo Lodi (IEL/BA). Empresas baianas, comerciais exportadoras e empresas compradoras da Bolívia, Colômbia e Uruguai participaram do evento, que movimentou US$ 3,2 milhões, segundo dados da Apex-Brasil, que estimou, ainda, a geração de US$ 4,8 milhões em negócios futuros a partir dos 130 atendimentos realizados durante o evento. Ainda nesta linha de atuação, o CIN organizou, em parceria com a Rede CIN, da CNI, missões empresariais prospectivas e comerciais, no Brasil e no exterior. Sindicatos filiados à FIEB participaram de eventos fora do país, a exemplo do Sindicato das Indústrias de Tabaco no Estado da Bahia (Sinditabaco-BA), que esteve presente pela segunda vez na InterTabac, em Dortmund, na Alemanha, e do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite do Estado da Bahia (Sindileite-BA), que levou laticinistas baianos à Alemanha para participar da Feira Anuga, considerada um

dos eventos mais importantes do setor de alimentos e bebidas. ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS A gerente do CIN também destaca as ações de atração de investimentos, como a missão Governamental / Empresarial da Bahia à Itália, realizada pelo governo do estado e FIEB que teve, entre os objetivos, a prospecção de oportunidades de negócios, de acordos de cooperação empresarial e institucional e o conhecimento de novas tecnologias e práticas de inovação. Também com foco na atração de investimentos, o CIN organiza missões receptivas, a exemplo da realizada em janeiro para a empresa italiana LITEK, reconhecida como pioneira na produção de lâmpadas utilizando a tecnologia de LED e que pretende investir no Brasil. A programação incluiu encontro com representantes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia, workshop com potenciais parceiros e visita técnica às instalações do SENAI Cimatec. [bi]

Visitas técnicas e capacitações são iniciativas para apoiar as empresas

Bahia Indústria  23


Novas ações do PDA Realizado em parceria com a CNI, o Programa de Desenvolvimento Associativo terá Rodada de Negócios e curso sobre eSocial para empresários Por Marta Erhardt 24

Bahia Indústria

C

om foco no fortalecimento da representação sindical empresarial e o estímulo ao associativismo, o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) terá novidades em 2016. Entre elas está a Rodada Sindical - Avança Indústria, projeto inovador da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), que será realizada em março, em Salvador, com apoio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA). Trata-se de uma rodada de negócios – metodologia em que o IEL tem expertise – envolvendo empresas associadas e não associadas e as entidades do Sistema FIEB, além de parceiros como Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e


200 Angelo pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

atendimentos é a expectativa da Rodada Sindical – Avança Indústria, que será realizada em março em Salvador

Curso piloto sobre eSocial foi realizado em Salvador

instituições bancárias. O evento vai abordar temas como acesso ao crédito, tecnologia e inovação, gestão empresarial e acesso a mercado, saúde e segurança no trabalho e gestão ambiental. “Consultores do IEL vão visitar as empresas inscritas para mapear as necessidades das mesmas e agendar, em uma tarde, encontros de negócios com representantes das instituições que ofertam as soluções mais adequadas”, explica a gerente de Relações Sindicais da FIEB, Manuela Martinez, que estima cerca de 200 atendimentos durante o evento. As empresas participantes também serão informadas sobre os benefícios oferecidos às associadas dos 44 sindicatos filiados à FIEB. Uma iniciativa da CNI, em parceria com as Federações da Indústria, o PDA é dividido em duas linhas de atuação: Avança Sindicato e Associa Indústria. O estímulo à ação empresarial coletiva, por meio do Sistema de Representação da Indústria, é o foco do Associa Indústria, fruto de uma parceria entre CNI e Sebrae. novo curso Entre as ações desta vertente, um novo curso será incluído no portfólio de capacitações voltadas a empresários. A capacitação Como fazer gestão de SST na era do eSocial? vai abordar as exigências do novo sistema e seus impactos na gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Em dezembro, a capital baiana sediou uma turma piloto do curso, desenvolvido em conjunto pela Gerência de Desenvolvimento Associativo e a Gerência-Executiva de Relações do Trabalho da CNI. As capacitações voltadas aos empresários são bas-

tante demandadas pelo público e abordam assuntos de interesse da indústria, a exemplo dos temas Como evitar problemas trabalhistas? e Como prevenir problemas ambientais?. Em 2015, sindicatos patronais firmaram parceria com a FIEB para realizar essas capacitações no interior do estado e a expectativa é avançar com essas ações em 2016. Outra novidade é o Modelo de Atuação Articulada, iniciativa da Gerência de Desenvolvimento Associativo e da Unidade de Relações Com o Mercado (UniMercado) do Sistema Indústria, que será testada como piloto na Bahia e no Paraná. A ideia é otimizar os esforços dos sindicatos e dos agentes de mercado do SESI, SENAI e IEL, que lidam com o mesmo público: os empresários. “A expectativa é que, a partir dessa parceria entre agentes de mercados e sindicatos, a gente consiga ampliar o associativismo, fortalecer o papel dos sindicatos como articuladores de demandas e ampliar o acesso das empresas associadas e não associadas aos serviços oferecidos pelo Sistema FIEB”, esclarece Manuela Martinez, destacando que o projeto ocorrerá durante todo o ano e vai contar com consultoria da CNI. Já no eixo de atuação Avança Sindicato, que tem foco no fortalecimento da gestão dos sindicatos patronais da indústria, a novidade para 2016 é o Bate-Papo Sindical, que vai trazer para Salvador um presidente de sindicato de outro estado para apresentar sua experiência de gestão. “Vamos proporcionar um momento para que os presidentes e executivos dos sindicatos possam discutir defesa de interesses e boas práticas de gestão”, ressalta a gerente de Relações Sindicais da FIEB. [bi] Bahia Indústria  25


Gestão premiada Participante do Programa de Qualificação de Fornecedores, empresa Satellite Topografia se destaca com premiações na área de gestão

C

om expertise na área de levantamentos topográficos, Luiz Antônio dos Santos, Ronney Valamiel e Fernando dos Santos fundaram a empresa Satelitte Topografia, no município de Eunápolis, no extremo-sul da Bahia. Um ano depois, os sócios sentiram necessidade de aprimorar os conhecimentos em gestão empresarial e participaram de cursos e capacitações na área. O resultado deste investimento tem sido reconhecido em diversas premiações conquistadas pela empresa, a exemplo do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas (MPE Brasil), em dezembro. A premiação, realizada pelo Sebrae, com apoio institucional da FIEB, reconhece micro e pequenas empresas que promovem o aumento da qualidade, da produtividade e da competitividade, pela disseminação de conceitos e práticas de gestão. Agora, a Satellite concorre à etapa nacional. “O prêmio veio coroar um esforço que a gente já faz ao longo desses anos, buscando a melhoria contínua dos nossos serviços”, comemora o diretor comercial da empresa, Luiz Antônio dos Santos. Esse esforço teve início cerca de um ano após a

fundação da empresa. “A gente conseguia produzir, mas os resultados não apareciam porque não tínhamos planejamento, controle”, recorda o diretor-financeiro Ronney Valamiel. Na época, os diretores identificaram a oportunidade de alcançar novos mercados e buscaram soluções para melhoria da gestão empresarial.

Luiz Antônio, Fernando Ronney, sócios da Satellite Topografia

urbino brito/Coperphoto/Sistema Fieb

26  Bahia Indústria

CAPACITAÇÃO Há 14 anos no mercado, a empresa participa, desde 2009, do Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF), desenvolvido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL/BA) com o objetivo fortalecer a cadeia produtiva e promover o desenvolvimento local, com a capacitação de empresas para atender às exigências de grandes empreendimentos implantados na Bahia. A Satellite Topografia participou dos três ciclos do programa – realizados em parceria com a Veracel – e atingiu o certificado Diamante, concedido àquelas que atendem 100% dos critérios avaliados, que estão embasados em normas internacionais de qualidade, englobando áreas como Gestão Empresarial, Segurança e Saúde no Trabalho (SST), Responsabilidade Social e Gestão da Qualidade. “A empresa evoluiu na implementação de processos para desenvolvimento do seu modelo de gestão. O compromisso dos gestores é um diferencial que contribui bastante para este desenvolvimento. Perceber que o PQF foi uma base de apoio para que a empresa alcançasse esse reconhecimento é muito gratificante”, ressalta a gerente do IEL Regional Sul e ExtremoSul, Fernanda Moreira. De acordo com os sócios, a partir dos treinamentos e consultorias foram implementadas melhorias como uma atuação mais focada na área de SST, com reuniões mensais voltadas para a prevenção de acidentes e a adoção da ginástica laboral. Também foram adotadas ferramentas de publicidade e divulgação. A empresa aprimorou, ainda, a atuação em Responsabilidade Social e atualmente desenvolve um projeto social que beneficia o Recanto dos Idosos, situado no município de Eunápolis. [bi]


Educação de ponta Diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, ministra aula magna da Faculdade SENAI Cimatec e destaca qualidade da instituição

N

o dia 15 de fevereiro, a Faculdade de Tecnologia SENAI Cimatec recebeu a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, para ministrar a aula magna de 2016 da instituição. O evento marcou o início do ano letivo dos alunos dos cursos de nível superior oferecidos na unidade mais avançada do SENAI no Brasil. “É nítido o progresso e a tecnologia que a instituição está entregando e uma oportunidade que vocês estão tendo de começar a estudar numa instituição como essa só pode resultar na cobrança de uma postura para o desenvolvimento de um país melhor, na cobrança de um resultado que é a construção do nosso país, com muita tecnologia, dedicação, empenho e planejamento”, disse Magda Chambriard aos estudantes. Presente ao evento, o chefe de gabinete da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti), Roberto Dantas de Pinho, destacou que “o SENAI Cimatec representa um espaço físico e conceitual de interação entre CTI, onde empresas, academia, estudantes, professores, engenheiros e técnicos podem trabalhar em conjunto para a solução de problemas, para o desenvolvimento da inovação e para o progresso do país”. O Cimatec desenvolve projetos em conjunto com agências de fomento à pesquisa, fundos

valter Pontes/Coperphoto/Sistema Fieb

Magda Chambriard destacou o potencial que o SENAI Cimatec oferece à inovação e à tecnologia

setoriais do Ministério de Ciência e Tecnologia, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), entre outros órgãos, em parceria com empresas e organizações com forte base tecnológica. Há também cooperação ativa em pesquisas com universidades e intercâmbios para transferência de tecnologia com institutos de pesquisa renomados mundialmente. O diretor de Tecnologia e Inovação do SENAI Cimatec, Leone Peter Andrade, destaca a estrutura laboratorial ímpar em âm-

bito nacional de que dispõe a instituição, sobretudo em áreas específicas e acrescenta: “Temos outro enorme diferencial que é o fato de o nosso corpo docente estar envolvido em consultorias e projetos voltados à indústria. A nossa pós-graduação, seja Lato ou Stricto Sensu, contribui intensamente com as oportunidades de pesquisa e iniciação científica. Vamos fazer o melhor para continuar sendo a melhor instituição de ensino superior de Engenharia do Norte/Nordeste”, afirma. [bi] Bahia Indústria  27


indicadores  Números da Indústria

Produção industrial mantém tendência à desaceleração Balanço revela que a produção física da indústria da Bahia registrou queda de 7% em 2015

A

produção física da Indústria de Transformação da Bahia encerrou o ano de 2015 com queda de 7%, repetindo o resultado negativo registrado em 2014 (-3,1%). Apesar da piora, a Bahia manteve-se no 6º lugar no ranking dos 14 estados que participam da PIM PF-R, do qual apenas Mato Grosso e Espírito Santo apresentaram resultados positivos (4,7% e 1,4%, respectivamente). Os outros estados registraram resultados negativos: Amazonas (-17,7%), Rio Grande do Sul (-11,8%), Rio de Janeiro (-11,2%), São Paulo (-11%), Minas Gerais (-10,1%), Ceará (-9,7%), Paraná (-9,6%), Santa Catarina (-7,9%), Pará (-3,6%), Pernambuco (-3,5%) e Goiás (-2,3%). Na Bahia, dois dos onze seg-

mentos pesquisados registraram crescimento: Veículos automotores (6,5%, maior produção de painéis para instrumentos de veículos automotores e de automóveis), Celulose e papel (2,1%). Apresentaram resultados negativos: Equipamentos de Informática (-54,9%, menor fabricação de computadores pessoais de mesa – PC desktops), Refino de petróleo e biocombustíveis (-13,3%, menor produção de óleos combustíveis, óleo diesel, naftas para petroquímica e gasolina automotiva), Metalurgia (-11,8%, menor fabricação de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre, lingotes, blocos e placas de aços ao carbono, vergalhões de aços ao carbono, ferrocromo e fio-máquina de aços ao carbono), Minerais não metálicos (-10,7%), Produtos químicos (-4,8%, menor fabricação de polietileno de alta densidade (PEAD), policloreto de vinila (PVC), amoníaco e princípios ativos para herbicidas), Bebidas (-4,2%), Alimentos (-2,2%), Borracha e plástico (-0,5%) e Couro e Calçados (-0,5%). Na comparação de dezembro de 2015 com igual mês do ano anterior, a produção física da Indústria de

Transformação baiana apresentou queda de 5,7%. Apenas três dos onze segmentos industriais da Bahia apresentaram resultados positivos: Celulose e papel (12,3%), Metalurgia (8%) e Bebidas (0,6%). queda Apresentaram resultados negativos: Equipamentos de Informática (-58,6%, menor produção de computadores pessoais de mesa, peças e acessórios para máquinas para processamento de dados e suas unidades periféricas e computadores pessoais portáteis – laptops, notebook, handhelds, tablets e semelhantes), Veículos automotores (-23,5%, menor fabricação de automóveis), Couro e Calçados (-18,9%, menor produção de tênis de material sintético, calça-

Bahia - Produção Física da indústria de Transformação (2013-2015) 2014

115 110 2013

105 100 95

2015

90 85 80 75

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

28  Bahia Indústria

DEZ

NOV

OUT

SET

AGO

JUL

JUN

MAI

ABR

MAR

FEV

JAN

70


dos de couro femininos e couros e peles de bovinos curtidos ao cromo), Minerais não metálicos (-12,5%, redução na fabricação de ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica para pavimentação ou revestimento, argamassas e massa de concreto preparada para construção), Produtos químicos (-7%, menor fabricação de amoníaco, etileno não-saturado, polietileno de alta densidade (PEAD), ureia, adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) e princípios ativos para herbicidas), Borracha e plástico (-6,9%, menor produção de pneus novos de borracha para ônibus, caminhões e automóveis e sacos, sacolas e bolsas de plástico), Refino de petróleo e biocombustíveis (-4,2%, queda na produção de óleos combustíveis e naftas para petroquímica) e Alimentos (-2%).

bahia: pim-pf de Outubro 2015

Indústria de Transformação Refino de petróleo e biocombustíveis Produtos químicos Veículos automotores

-5,7

-7,0

-7,0

-4,2

-13,3

-13,3

-7,0

-4,8

-4,8

-23,5

6,5

6,5

Alimentos

-2,0 -2,2 -2,2

Celulose e papel

12,3

2,1

2,1

Borracha e plástico

-6,9

-0,5

-0,5

Metalurgia

8,0 -11,8 -11,8

Couro e Calçados

-18,9

-0,5

-0,5

Minerais não metálicos

-12,5

-10,7

-10,7

Equipamentos de Informática

-58,6

-54,9

-54,9

Bebidas Extrativa Mineral

conjuntura O setor industrial (brasileiro e baiano) teve um ano de muita dificuldade, refletindo, sobretudo, uma conjuntura doméstica de crise, o que acarretou numa retração econômica grave. Do ponto de vista estadual, o desempenho do ano é reflexo de resultados negativos de quase todos os segmentos, mas com influência forte do refino de petróleo e biocombustíveis, metalurgia e minerais não metálicos. Por outro lado, destacamos os resultados positivos dos setores de Veículos automotores e Celulose (voltados à exportação). Quanto às perspectivas para 2016, há poucos elementos que indiquem uma recuperação da indústria nacional. A estimativa de mercado é de queda da atividade industrial este ano (-4%), e de modesto cres-

Variação (%)

Setores dez15/dez14 Jan-dez15/ Jan-dez15/ Jan-dez14 Jan-dez14

0,6 -4,2 -4,2 -11,0

-6,5

-6,5

Fonte IBGE; elaboração Fieb/SDI

cimento só em 2017 (+1,5%), de acordo com informações do Banco Central (relatório Focus). Alguns indicadores ilustram as dificuldades enfrentadas pela economia nacional: (i) inflação elevada (o IPCA acumulou alta de 10,67% em 2015, contra um teto de meta de inflação de 6,5% para o ano), em janeiro esse índice foi de 1,27%, acumulando em 12 meses 10,71%; (ii) constante elevação da taxa de juros, com a Selic já alcançando 14,25%; e (iii) crescimento do desemprego – segundo a PME (Pesquisa Mensal de Emprego – IBGE), em dezembro de 2015, a taxa de desemprego foi de 6,9%, contra 4,3% no mesmo mês do ano anterior, para o conjunto de seis regiões metropolitanas investigadas. [bi] Bahia Indústria  29


painel

Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema Fieb

FIEB, Fecomércio e FAEB condenam aumento de juros do FNE

Ricardo Alban (E) durante encontro com Gil Nadais

Prefeito de Águeda, Portugal, visita FIEB O presidente da FIEB, Ricardo Alban, recebeu, dia 04.02, na sede da entidade, o presidente da Câmara Municipal da cidade portuguesa de Águeda, Gil Nadais. O gestor, cujo cargo equivale ao de prefeito, falou sobre o uso de tecnologia para a eficiência da gestão pública e mostrou interesse em firmar parcerias com o SENAI para o desenvolvimento de soluções inovadoras. A visita de Nadais foi acompanhada pelo representante da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, Alexandre Araújo, do diretor do SENAI-BA, Luís Breda Mascarenhas, do superintendente de Desenvolvimento Industrial da FIEB, Marcus Verhine, e da gerente do CIN, Patricia Orrico. Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema Fieb

A FIEB, a Fecomércio e a FAEB divulgaram, em janeiro, nota pública, nos principais veículos de comunicação do Estado, na qual se manifestaram contra a elevação, de 8,24% para 14,12%, dos juros do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para operações não rurais de micro, pequenas e médias empresas. O aumento foi autorizado, no final de 2015, pelo Conselho Monetário Nacional, por meio da Resolução 4.452, passando a vigorar a partir de janeiro de 2016. De acordo com a nota publicada, ao elevar os juros do FNE, em percentual superior a 71%, o governo prejudica os Estados do Nordeste, agravando as disparidades inter-regionais.

Projeto de educação ambiental Ford tem recorde de inscritos Com a participação de 40 escolas, 1.294 alunos e 122 educadores, a Ford promoveu evento de encerramento da edição 2015 do Programa de Educação Ambiental, no Teatro a Cidade do Saber, dia 1º de fevereiro. O evento contou com a presença de diretores e professores da rede pública de ensino local e representantes da Ford, da Secretaria Municipal de Educação e do SESI, que é o executor do projeto. Parte das ações de Responsabilidade Social da Ford, na Bahia, a iniciativa teve este ano o maior número de participantes desde o início da ação, em 2013.

Presidente integra Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Formandos receberam certificado de conclusão de curso no SESI Piatã

EJA EAD forma nova turma Em solenidade realizada em 15 de dezembro, no SESI Piatã, 81 trabalhadores das empresas MRV Engenharia, Incenor, Solven, M. Dias Branco, Nordeste Pinturas e Revestimento, IBPC Pré-moldados de Concreto, Novabrink, Lakeland e Ortobom, além de pessoas da comunidade, receberam o certificado de conclusão do Ensino Médio pelo programa Educação de Jovens e Adultos a Distância. O programa do SESI é o único a oferecer este curso na modalidade EAD. O evento contou com a presença do superintendente do SESI, Armando Neto.

30  Bahia Indústria

O presidente da FIEB, Ricardo Alban, é um dos oito representantes da Bahia entre os 92 integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, reativado em janeiro pela presidente Dilma Rousseff. Além do presidente da Federação, integram o conselho, representando a iniciativa privada da Bahia, o diretor-presidente da Braskem, Carlos Fadigas e o presidente da Confederação Nacional da Agricultura, João Martins. O conselho tem 47 empresários e 45 representantes da sociedade civil e das centrais sindicais.


Thais Nunes/Coperphoto/Sistema Fieb

Apresentado Atlas Solarimétrico da Bahia desenvolvido pelo SENAI Fruto de um convênio assinado entre a Secti, a Seinfra e o Senai Cimatec, o projeto do Atlas Solarimétrico foi apresentado no dia 28.01, no Auditório do Tecnocentro Bautista Vidal. Com investimento de mais de R$1 milhão, o atlas tem o objetivo de fomentar o desenvolvimento de competência científica e tecnológica na área de energia solar, além do mapeamento de escala detalhado, bem como atrair investimentos.

Estudantes premiados Concurso Jovem Jornalista Ação teve espaço para lazer e atendimentos de saúde

Veracel e SESI promoveram evento para industriário em Porto Seguro A unidade do Serviço Social da Indústria (SESI), no sul do estado, participou, no final do ano, de evento realizado pela Indústria Veracel, levando o Circuito de Saúde que realizou exames de Índice de Massa Corporal (IMC) e de relação cintura/quadril (RCQ) atendimento em massoterapia. Foi também uma oportunidade para divulgar os serviços prestados pelo SESI na região em Qualidade de Vida e Educação, além de apresentar os serviços do SESI Valença, que é clube de lazer onde o trabalhador da indústria pode ficar hospedado e participar de atividades esportivas e de ecoturismo em Valença. Cerca de 1500 trabalhadores da indústria participaram das atividades que aconteceram no Centro Cultural de Eventos do Descobrimento. Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema Fieb

Com o artigo Empoderamento do cabelo crespo, Carina Santana Pimentel, 16, aluna da Escola Djalma Pessoa, ficou em 1º lugar em premiação promovida pelo jornal A Tarde. Laryssa Santos de Gouveia, 12, do SESI Candeias, ficou em 6º lugar, abordando as diferenças raciais em uma vídeoreportagem. Yasmin Silva Gonzaga, 9, da Escola Bernardo Martins Catharino, do SESI Itapagipe, ficou em 3º lugar com sua tirinha que abordou os desastres da natureza, com a historinha de mãe e filha que perderam a casa em uma enchente. A gerente de Educação do SESI Bahia, Cléssia Lobo, parabenizou os alunos do SESI pela conquista.

FIEB mobiliza empresários para discutir o Novo Código de Mineração

O Sistema FIEB apoiou a exposição Da Vinci • A mostra esteve em cartaz no Salvador Shopping entre os meses de novembro de 2015 e janeiro de 2016. Alunos do SESI e do SENAI tiveram a oportunidade de conhecer as 60 obras do artista renascentista Leonardo Da Vinci que integraram a exposição.

Em reunião realizada na FIEB, dia 06.01, deputados estaduais, representantes da Federação e empresários do segmento de Mineração da Bahia discutiram o Substitutivo do Projeto de Lei (PL 37/11) que dispõe sobre o novo Código de Mineração. A proposta do deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) está em discussão na Câmara dos Deputados, devendo ser analisada também no Senado Federal. A previsão é que o texto seja votado ainda no início deste ano. As principais novidades do Substitutivo são os aspectos com foco na prevenção de acidentes, seguro ambiental, gestão de resíduos sólidos e recuperação ambiental.

Bahia Indústria  31


jurídico

Convênio ICMS 93/2015 penaliza optantes do Simples Nacional

Lei Estadual aumenta alíquota do ICMS na Bahia Foi publicada, em 11 de janeiro de 2015, a Lei nº 13.461 que alterou legislação tributária estadual, especialmente a Lei do ICMS/BA (Lei nº 7.014/1996). Dentre as novidades estão o aumento da alíquota do imposto de 17% para 18%, redução de multas e o acréscimo de 2% destinados ao Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza nas operações com cosméticos, isotônicos, energéticos e refrigerantes, entre outros. Nas operações com cigarros, cigarrilhas, charutos e fumos industrializados, além do acréscimo de 2% destinados ao referido Fundo, a alíquota do imposto passou de 25% para 28%, totalizando, portanto, um aumento de 5%.

Por Tácio Chehab Ribeiro

No dia 29 de janeiro deste ano, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ingressou com a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5464 junto ao Supremo Tribunal Federal, objetivando a declaração de inconstitucionalidade da Cláusula Nona do Convênio ICMS 93/2015 do Confaz, a qual assegura que as disposições do Convênio aplicam-se aos contribuintes optantes do Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 123/06, em relação ao imposto devido à unidade federada de destino. Para a OAB, o dispositivo viola expressamente as disposições da LC 123/06, vez que esta não prevê a incidência de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) sobre cada operação, mas, sim, sobre um único fato gerador, apurado ao final de cada mês, gerando, deste modo, aumento do custo operacional dos contribuintes, além de desrespeitar diversos artigos da CF/88, os quais garantem tratamento tributário diferenciado às micro e pequenas empresas. Ademais, assegura que o Confaz, ao editar o Convênio, modificou significativamente a sistemática de recolhimento do ICMS, violando o seu poder regulamentar. Qualquer alteração deveria se dar mediante alteração da LC nº 123/06, em respeito ao princípio da legalidade. Assim, a partir de 1º/1/2016, da32  Bahia Indústria

ta em que o Convênio entrou em vigor, as empresas que vendem para consumidor final de outro estado terão novas obrigações acessórias a cumprir, devendo passar a calcular o ICMS devido considerando as alíquotas do estado de destino, interestadual e do estado de origem. Como se não bastassem as obrigações acessórias já cumpridas no estado de origem, os contribuintes passarão a se relacionar com todos os estados para os quais remetam bens e serviços a consumidores finais não contribuintes, arcando com o ônus do cumprimento das obrigações principal e acessórias definidas, também, por cada um desses estados. O Convênio ocasionou um desproporcional aumento de custo operacional aos contribuintes, especialmente os pequenos, indo na contramão das medidas de redução de custos para o empresariado nacional ante o cenário econômico desfavorável. Atualmente, os efeitos da Cláusula Nona do Convênio encontram-se suspensos em razão do deferimento pelo Ministro Relator, no último dia 17 de fevereiro, da medida liminar formulada pela OAB. Outras entidades representativas, a exemplo da Confederação Nacional das Indústrias – CNI e do Comércio – CNC, também estudam o manejo de medidas contra o Convênio.

Lei Baiana cria nova taxa estadual no âmbito da Sudic e CIS

Tácio Chehab Ribeiro integra a Gerência Jurídica da FIEB

Foi publicada, em 11 de dezembro de 2015, a Lei nº 13.462, que alterou a Lei Estadual que trata das taxas no âmbito do Poder Executivo (Lei nº 11.631/2009), para criar a Taxa mensal no âmbito da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial SUDIC e do Centro Industrial do Subaé – CIS e o Fundo Estadual de Manutenção das Áreas Industriais da SUDIC – Funedic.


ideias

Startups corporativas Por Flavio Marinho

Crise econômica, revoluções tecnológicas, novos competidores internacionais, reorganização de cadeias produtivas, entre outros fatores, têm levado empresas a procurar alternativas para acelerar o processo de identificação de novas oportunidades e promover a inovação. Por isso, é notória a movimentação do mercado em um ritmo mais rápido do que estas podem acompanhar. Já percebeu quantas ex-startups (Facebook, Apple, Google etc) passaram a ocupar a lista das empresas mais valiosas do mundo? Quantas empresas líderes no início do século já não estão nesta lista e algumas nem mesmo continuam a existir? Dados recentes mostram que o Uber (ícone de uma geração de novos negócios que se baseiam no compartilhamento de recursos) já possui um valor de mercado superior ao da Petrobras e Vale juntas. Isso pode ir muito mais longe. Define-se “startups”, segundo Bob Dorf e Steve Blank, como aquelas organizações formais ou não, quem têm caráter temporário e que são formadas com o propósito de criar um novo modelo de negócio, repetível, escalável e lucrativo. O propósito das startups, portanto, é o de inovar, assim como perseguem as empresas maduras, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte. A diferença fundamental está no fato de terem sido criadas com um propósito específico e, portanto, serem mais ágeis, focadas e orientadas para a geração do Novo, sem amarras com a

manutenção de estratégias, produtos ou estruturas tradicionais. Uma antítese comum a este movimento inovador é reconhecido pela histórica negação de uma ex-gigante do mercado fotográfico, Kodak, à nova tecnologia digital, no intuito de proteger aquela que era sua “Vaca Leiteira”: a produção e venda de filmes e papeis fotográficos. Como resultado, a Kodak foi engolida e superada pelo novo modelo de negócio que se consolidou, trazendo para celulares, tablets e diversos dispositivos móveis o papel de registrar e armazenar os momentos especiais da nossa vida. A tentativa de preservação de um modelo de negócio, como neste exemplo, é um esforço incompatível com o surgimento da inovação e, na maioria da vezes, inócuo. O movimento de startups cresceu muito nos últimos anos, no Brasil e no mundo, resultando em um enorme contingente de empresas nascentes, predominantemente formada por jovens que esbanjam criatividade, desapego às formas tradicionais de se encarar os negócios e às estruturas clássicas, além de muito entusiasmo para transformar o mundo. No entanto, são carentes de recursos financeiros e tecnológicos, infraestrutura, acesso a potenciais clientes e parceiros, experiência em negociações, entre outras tantas necessidades inerentes à jornada de qualquer novo empresário. Para aproximar o mundo das startups com o das corporações maduras, tem sido despertada uma série de iniciativas de inovação

O SENAI Cimatec tem trazido à indústria baiana e brasileira um conjunto de iniciativas que estimulam, apoiam e conectam startups com investidores e o mundo corporativo

Flávio Marinho é gerente do Programa de Empreendedorismo do SENAI Cimatec

aberta, tais como o BraskemLabs, InovaBRA (Bradesco), Natura Campus, Pitch Corporate, Startup Food & Drinks (Nutrimental), Coca Cola Open Up, entre outros. Trata-se de iniciativas patrocinadas por empresas já maduras, mas que buscam entre seus colaboradores ou junto a fontes externas (incluindo startups) as alternativas que possam assegurar sua sobrevivência e crescimento no futuro. Nestas iniciativas são oferecidas oportunidades para que as ideias sejam desenvolvidas em condições semelhantes às do mundo das startups (sem as amarras dos negócios maduros), porém usufruindo do que estas podem oferecer de melhor. O SENAI Cimatec tem trazido à indústria baiana e brasileira, em conjunto com sua destacada capacidade de apoiar o desenvolvimento tecnológico, um conjunto de iniciativas que estimulam, apoiam e conectam startups com investidores e o mundo corporativo. Essas ações têm se traduzido em aquisições, fusões, entre outros tantos casamentos com boas perspectivas de impactar a nossa economia regional. [bi] Bahia Indústria  33


leitura&entretenimento exposição Detalhes de um corpo O corpo humano visto a partir de uma nova ótica, como em esculturas em bronze e aço, com detalhes meticulosos, além de desenhos feitos em carvão sobre papel e instalações. A exposição "Lendas e Aparições", do artista francês Daniel Hourdé, revela a obsessão do artista com uma realidade contundente, que oscila entre a comédia e a tragédia. São corpos nus com musculaturas rígidas, com ou sem rosto, mas com órbitas oculares vazias. Sensível com a forma e a matéria, Hourdé cria trabalhos meditativos e instigantes que se alicerçam em todas as exigências técnicas da modelagem, evidenciando um conhecimento anatômico realista.

Não perca Palacete das Artes, até 13.3. Rua da Graça, 284, Graça. Qua a sex, 13h às 19h; sáb., dom. e feriado: das 14h às 19h. Gratuito

teatro Bululú em cartaz no SESI fotos Divulgação

Não perca Teatro SESI do Rio Vermelho, de 24 a 27.3, às 20h. R. Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

Com três indicações ao Prêmio Braskem de Teatro, incluindo as categorias Melhor Espetáculo do Ano e Melhor Ator, o grupo Toca de Teatro volta a cartaz com Bululú – Estórias da Invenção do Mundo. Interpretado pelos atores baianos Danilo Cairo e João Guisande, o espetáculo apresenta uma visão crítica e divertida do universo do teatro, da realidade, do sonho, da vida, do ator e do espectador na sociedade contemporânea. Escrita e dirigida pelo espanhol Moncho Rodriguez, a peça está em cartaz no Teatro SESI Rio Vermelho, que realiza um trabalho de promoção da cultura voltada para o trabalhador da indústria.

livros

Pescando Tolos A Economia da Manipulação e Fraude Robert J. Shiller , George A. Akerloff Editoria Alta Books 320 p. R$ 67,41

34 Bahia Indústria

As armadilhas do livre mercado

As falhas do capitalismo

Robert J. Shiller e George A. Akerloff, ganhadores do Nobel em Economia, são os autores de Pescando Tolos, livro que aborda um tema nada usual: as fraudes geradas pelo mercado. Em uma descrição divertida e espirituosa a dupla detalha que esses golpes, a que todos estamos sujeitos, decorrem de incentivos do mercado, da mesma forma que decorrem as inovações, a melhoria da qualidade e tantos outros avanços, dos quais dependemos para uma vida confortável e plena.

Os problemas acarretados pelo capitalismo se mostram evidentes em todo o mundo. Philip Kotler, doutor em economia e autor de mais de 50 livros, discorre no livro Capitalismo em Confronto sobre esses problemas, listando 14 grandes deficiências, dentre elas, a persistência da pobreza, a exploração do meio ambiente e a desigualdade de renda. Na obra, Kotler coloca o capitalismo em xeque, analisando suas falhas e identificando seus pontos positivos.

Capitalismo em confronto – Soluções reais para os problemas de um sistema econômico Philip Kotler Editoria Best Business, 336p. R$ 45


Bahia Indústria  35



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