Revista Bahia Indústria - Edição 242 -

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Bahia Federação das Indústrias do Estado da Bahia  Sistema FIEB

ISSN 1679-2645

Ano XXIII nº 242  2016

Excesso de tributos penaliza empresas Segmentos empresariais reagem à crescente elevação da carga tributária e cobram reformas estruturais



EDITORIAL

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o Brasil, onde se pratica uma das mais elevadas cargas tributárias do mundo – sem o correspondente retorno em serviços públicos de qualidade – o governo federal continua optando pelo caminho mais fácil; ao invés de cortar gastos e também atacar de frente os problemas que afetam a competitividade da economia, continua optando por aumentar impostos, elevando alíquotas e eliminando subsídios. Mas o pior é que também cogita recriar a CPMF, um imposto que atua em cascata e onera toda a cadeia produtiva. Ou, em última análise, o consumidor, pois aumentos de custos nem sempre podem ser absorvidos pelas empresas. São muitos os exemplos de medidas que resultaram em aumento da carga tributária. Alguns deles: em maio de 2015, houve a equiparação do atacadista ao produtor industrial de cosméticos no pagamento do IPI, fazendo com que o atacadista, que tinha alíquota zero, passasse a recolher, desde então, 22%. E, em janeiro de 2016, a Lei nº 13.137 elevou as alíquotas do PIS/Pasep-Importação e do Cofins de, respectivamente, 1,65% e 7,60% para 2,10% e 9,65%. Não é preciso ter muito discernimento na área financeira para perceber que aumentar impostos em plena crise abala a saúde das empresas, inibe investimentos e aumenta o desemprego. O que se traduz em quedas de arrecadação. É o que se verifica no momento, quando a indústria perde participação no PIB, o desemprego atinge 11,1 milhões de brasileiros e a arrecadação federal caiu no primeiro bimestre 11,5%, em relação ao mesmo período de 2015. Contra essa tendência de o governo aumentar impostos, segmentos organizados da sociedade se mobilizam e pressionam as esferas públicas para que deem o exemplo e façam o equilíbrio das contas públicas, cortando as próprias despesas – reduzindo ministérios, cortando custeio e combatendo a corrupção –, ao invés de fazer o ajuste com o chapéu alheio. A ineficiência e o descontrole dos gastos públicos está na raiz destes desequilíbrios. Adicionalmente, o governo federal precisa deslanchar a reforma tributária, simplificando a confusa estrutura do setor, que cria instabilidade jurídica e aumenta os custos das empresas; a reforma trabalhista, atualizando sua legislação, que data da Era Vargas; e a reforma da Previdência, adequando a legislação à elevação da idade média do brasileiro. Os setores produtivos estão em alerta para evitar que os governantes cedam à tentação de criar novos impostos, como a CPMF, que não resolverão os desajustes financeiros crônicos do governo, mas que trariam um impacto altamente negativo para a saúde das empresas e ao poder de compra dos consumidores.

Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Contra o aumento de impostos

Os presidentes da Fecomércio, FIEB e FAEB estão unidos em defesa da redução da carga tributária

Contra essa tendência de o governo aumentar impostos, segmentos organizados da sociedade se mobilizam e pressionam as esferas públicas para que deem o exemplo e façam o equilíbrio das contas públicas, cortando as próprias despesas


Unidades do Sistema FIEB Informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia Sede: (71) 3343-1200 SESI – Serviço Social da Indústria Sede: 3343-1301

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SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Sede: 71 3534-8090

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sistema fieb nas mídias sociais

Bahia FIEB

CIEB

PRESIDENTE Antonio Ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-

PRESIDENTE Reginaldo Rossi. 1º VICE-PRESIDENTE

-PRESIDENTE Carlos Henrique Jorge Gantois. VICE-

Jorge Emanuel R. Cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE Carlos Antonio B. Cohim da Silva. 3º VICE-PRESIDENTE Roberto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES Arlene Aparecida Vilpert; Benedito Almeida Carneiro Filho; Cleber Guimarães Bastos; Luiz da Costa Neto; Luis Fernando Galvão de Almeida; Marcelo Passos de Araújo; Mauricio Lassmann; Paula Cristina Cánovas Amorim; Hilton Moraes Lima; Thomas Campagna Kunrath; Walter José Papi; Wesley Kelly Felix Carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio Fernando Suzart Almeida; Carlos Antônio Unterberger Cerentini; Décio Alves Barreto Junior; Jorge Robledo de Oliveira Chiachio; Fernando Elias Salamoni Cassis; José Luiz Poças Leitão Filho; Mauricio Carvalho Campos; Sudário Martins da Costa; CONSELHO FISCAL - EFETIVOS Luiz Augusto Gantois de Carvalho; Rafael C. Valente; Roberto Ibrahim Uehbe. CONSELHO FISCAL – SUPLENTES Felipe Pôrto dos Anjos; Rodolpho Caribé de Araújo Pinho Neto; Thiago Motta da Costa

-PRESIDENTES Josair Santos Bastos; Eduardo Catharino Gordilho; Edison Virginio Nogueira Correia; Alexi Pelagio Gonçalves Portela Junior. DIRETORES TITULARES Alberto Cánovas Ruiz;Eduardo Meirelles Valente; Renata Lomanto Carneiro Müller; Fernando Luiz Fernandes; Juan José Rosario Lorenzo; Theofilo de Menezes Neto; José Carlos Telles Soares; Angelo Calmon de Sa Junior; Jefferson Noya Costa Lima; Luiz Fernando Kunrath; João Schaun Schnitman; Antonio Geraldo Moraes Pires; Mauricio Toledo de Freitas; Waldomiro Vidal de Araújo Filho. DIRETORES SUPLENTES Guilherme Moura Costa e Costa; Gladston José Dantas Campêlo; Cléber Guimarães Bastos; Jorge Catharino Gordilho; Marcelo Passos de Araújo; Roberto Mário Dantas de Farias

conselhos Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial

Carlos Henrique Jorge Gantois; Conselho de Assuntos Fiscais e Tributários Sérgio Pedreira de Oliveira Souza; Conselho de Comércio Exterior Angelo Calmon de Sá Junior; Conselho de Economia e Desenvolvimento Industrial Antonio Sergio Alipio; Conselho de Infraestrutura Marcos Galindo Pereira Lopes; Conselho de Inovação e Tecnologia José Luis Gonçalves de Almeida; Conselho de Meio Ambiente Jorge Emanuel Reis Cajazeira; Conselho de Relações Trabalhistas Homero Ruben Rocha Arandas; Conselho de Responsabilidade Social Empresarial Marconi Andraos Oliveira; Conselho de Jovens Lideranças Industriais Nayana Carvalho Pedreira; Conselho de Petróleo, Gás e naval Humberto Campos Rangel; Conselho de Portos Sérgio Fraga Santos Faria

SESI Presidente do Conselho e Diretor Regional

Antonio Ricardo Alvarez Alban. Superintendente Armando da Costa Neto

SENAI Presidente do Conselho Antonio Ricardo A. Alban. Diretor Regional Luís Alberto Breda Diretor de Tec. e Inovação

Leone Peter Andrade

Editada pela Gerência de Comunicação Institucional do Sistema Fieb Editorial Mônica Mello, Cleber Borges e Patrícia Moreira. Coordenação editorial Cleber Borges. Editora Patrícia Moreira. reportagem Patrícia Moreira, Carolina Mendonça, Marta Erhardt, Luciane Vivas (colaboração) e Décio Esquivel (estagiário). Projeto Gráfico e Diagramação Ana Clélia Rebouças. fotografia Coperphoto. Ilustração e Infografia Bamboo Editora. Impressão Gráfica Trio. Conselho

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA

Rua Edístio Pondé, 342 – Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71 3343-1280 www.fieb.org.br/bahia_industria_online As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessariamente o pensamento da FIEB. Filiada à

IEL Presidente do Conselho e Diretor Regional

Antonio Ricardo Alvarez Alban. Superintendente Evandro Mazo Diretor Executivo da FIEB

Vladson Menezes

Sindicatos filiados à FIEB Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem no Estado da Bahia, sindifiteba@gmail.com / Sindicato da Indústria do tabaco no Estado da Bahia, sinditabaco@fieb.org. br / Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado da Bahia, sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, Dias D’ávila e Santo Amaro, sindvest@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da Indústria de Extração de Óleos Vegetais e Animais e de Produtos de Cacau e Balas no Estado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Cerveja e de Bebidas em Geral no Estado da Bahia, sindcerba@bol.com.br / Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato das Indústrias do Trigo, Milho, Mandioca e de Massas Alimentícias e de Biscoitos no Estado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso do Estado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, secretaria@sinduscon-ba.com.br / Sindicato da Indústria de Calçados, seus Componentes e Artefatos no Estado da Bahia, sindcalcadosba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado da Bahia, simmeb@uol.com. br / Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olaria do Estado da Bahia, sindicerba@gmail.com / Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes e Produtos de Limpeza em geral e Velas do Estado da Bahia, sindisaboesba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, Sto. Antônio de Jesus, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Cidade do Salvador, sindpanssa@uol.com.br / Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Resinas Sintéticas do Estado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia, sindiplasba@sindiplasba.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos, Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário da Região de Feira de Santana, sindvestfeira@fbter.org.br / Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia, sindratar@gmail.com.br / Sindicato das Indústrias de Construção Civil de Itabuna e Ilhéus, valmirsb@yahoo.com.br / Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia, sincafeba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna, sinec@sinec.org.br / Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia, anaelisabete@telenge.com.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia, sindirepaba@sindirepabahia.com.br / Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, sindipecas@sindipecas.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, sindiplast@gmail.com / Sindicato Patronal das Indústrias de Cerâmicas Vermelhas e Brancas para Construção e Olarias da Região Sudoeste e Oeste da Bahia sindiceso@gmail.com Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Nordeste (Siacan) siacan@veloxmail.com.br / Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) sinaval@sinaval.org.br / Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado da Bahia, sipaceb@gmail.com

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sumário

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Mais racionalidade e menos tributos Federações empresariais mobilizam-se contra o aumento da carga de impostos

nº 242 mar/ abr.2016

13 joão alvarez/Sistema FIEB

angelo pontes/Sistema FIEB

Ilustrações Bamboo Editora

8 joão alvarez/Sistema FIEB

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Grand Prix SENAI

Ex-aluno do SESI recebe homenagem

soluções e serviços no Avança Indústria

Primeira edição baiana do evento propõe transformar boas ideias em projetos

Conselho do SESI homenageou Rafael Mendes pelo ingresso no Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Estudante diz que a base recebida no SESI foi fundamental

Representantes de 45 indústrias participaram de evento realizado pela FIEB e pelo IEL para apresentar as soluções oferecidas pelas duas instituições e seus parceiros


Prototipagem de ideias Grand Prix SENAI de Inovação desafia estudantes e empreendedores a materializar um insight Por carolina mendonça

Participantes tiveram pouco tempo para construir um primeiro protótipo

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teven Johnson, autor do sucesso “De Onde Vêm as Boas Ideias”, acredita que as maiores invenções precisam de ambientes propícios para florescer. Este conceito é justamente uma das bases do Grand Prix SENAI de Inovação, uma disputa de inovação aberta em que os participantes têm pouco tempo para transformar uma boa ideia num primeiro protótipo conceitual. A primeira edição baiana do evento teve suas etapas realizadas entre 16 de março e 2 de abril, no SENAI Cimatec, em Salvador. O Smart Cacht, uma armadilha inteligente para mosquitos, foi o grande vencedor. Em segundo e terceiro lugares ficaram, respectivamente, um sistema de gerencia-

mento online para estacionamentos (WEB Parking) e o Desencalha, equipamento para desentupir e limpar calhas. Todos tiveram como foco a busca de soluções para desafios da sociedade, e o tema escolhido foi a tríplice epidemia causada pelo Aedes Aegypti. Empolgados, os oito estudantes de graduação e dois professores do SENAI e da Ufba já sonham com a possibilidade de produzir a armadilha em escala. “Agora é continuar, melhorar o projeto e fazer com que ele se torne viável como negócio”, comemorou Gabriela Souza, 19, da equipe vencedora. O projeto já está qualificado para participar do Edital SESI SENAI de Inovação 2016, assim como os vencedores do 2° e 3° lugares e

mais duas ideias com potencial, de acordo com os avaliadores do Grand Prix. “Para concorrer, eles vão precisar se associar a uma empresa ou abrir a própria, já que o edital exige propostas apresentadas por empresas do setor industrial brasileiro de todos os tamanhos, inclusive startups de base tecnológica, em parceria com unidades do SENAI ou SESI”, explicou a especialista em Desenvolvimento Industrial do SENAI Nacional, Juliana Uliana. Formato Participaram da competição estudantes do SENAI e de outras instituições de ensino, empreendedores, inventores, startups e empresas consolidadas para,


Etapas: ideia em discussão, construção colaborativa, montagem do protótipo com apoio de impressora 3D, apresentação e premiação

fotos angelo pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

em equipe, desenvolverem suas ideias. “Conseguimos um bom nível de engajamento dos alunos dos cursos técnicos e das graduações do SENAI para uma primeira edição. Surpreendeu-nos a participação dos estudantes do interior do estado, que tiveram seis ideias classificadas para a etapa final”, avalia a coordenadora do Grand Prix, Katia Perazzo. Após a apresentação da proposta, os participantes se inscreveram pela internet e as equipes foram agrupadas de acordo com as ideias que surgiram. A partir daí, eles tiveram 24 horas para estruturar o projeto e construir o protótipo, com orientação de mentores e a utilização dos recursos do Laboratório Aberto do Cimatec.

As melhores ideias foram selecionadas por uma comissão formada por especialistas do próprio SENAI, além de instituições parceiras, tais como o Sebrae, Secti, Fapesb, secretarias de saúde, universidades e institutos de pesquisa. “Pudemos testar a metodologia do Grand Prix e houve um impacto muito positivo na instituição, com o envolvimento de várias áreas e profissionais. Já estamos pensando em um novo formato voltado para a solução de problemas das empresas”, conta o gerente do Núcleo de Empreendedorismo do SENAI, Flávio Marinho. De acordo com um dos avaliadores convidados, o professor da Escola Politécnica (POLI) da Universidade de São Paulo (USP),

Eduardo Zancul, a vantagem do formato do Grand Prix é a possibilidade de agregar processos em torno de uma mesma ideia. “Em um curto espaço de tempo e com poucos recursos, é possível dar este grande salto, que é a prototipagem”, afirmou. Para Zancul, este tipo de disputa motiva os estudantes, pois os incentiva a pensar e executar ideias, mesmo sabendo que terão dificuldades e tropeços. “Não há resultados sem fracassos, é preciso incorporar o erro como parte do processo criador. Nos países mais avançados, trabalha-se com o lema de que 'qualquer um pode', enquanto aqui dizemos muitos 'nãos' às nossas crianças e adolescentes”, explicou. [bi] Bahia Indústria  7


Roosevelt Cássio /Coperphoto/Sistema FIEB

Estudante do SESI é aprovado no ITA Rafael Mendes destaca apoio da entidade para chegar ao curso de Engenharia Aeronáutica

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m tempos de Jogos Olímpicos, podemos dizer que Rafael Barreto Mendes, 19, é um menino de ouro. Ex-aluno da Escola Djalma Pessoa do Serviço Social da Indústria (SESI Bahia), de 2011 a 2013, onde cursou o ensino médio, Rafael é um exemplo de que o sonho pode nos levar longe se tivermos a oportunidade de encontrar um ambiente que estimule nossas potencialidades. Medalhista de ouro, prata e bronze, respectivamente, nas Olimpíadas de Astronomia, Baiana de Química e Brasileira de Física Norte-Nordeste, Rafael queria voar bem mais alto. Este ano, foi aprovado para o renomado Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), onde está cursando Engenharia Aeroespacial. A conquista foi celebrada com uma homenagem do Conselho Regional do SESI, que concedeu uma placa ao estudante e o presenteou com um notebook, na reunião

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mensal, realizada no dia 28 de abril. Em razão das aulas em São Paulo, ele foi representado pelos pais Anelísia e Benildo Feitosa. A premiação foi entregue pelo conselheiro Djalma Pessoa, na presença do presidente da FIEB, Ricardo Alban, e dos superintendente do SESI e diretores do SENAI e do SENAI Cimatec, Armando Neto, Luís Breda e Leone Peter Andrade. A meta de Rafael é trabalhar com desenvolvimento de satélites e, um dia, integrar o corpo técnico da agência norte-americana aeronáutica e espacial, a NASA. O gosto pela área surgiu cedo e se consolidou ao longo do ensino médio. CURSO TÉCNICO Aluno do Ensino Básico Articulado com Educação Profissional (EBEP), modalidade oferecida pela Rede SESI em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), que prevê um ano de formação técnica após a conclusão

Rafael posa para foto em frente ao ITA: meta agora é chegar à Nasa

do 3º ano, Rafael também cursou Mecatrônica no SENAI. Rafael conta que encontrou no SESI o ambiente propício, com laboratórios bem equipados e professores motivadores. “O aluno que sai do EBEP chega mais preparado à faculdade. Eu, por exemplo, cheguei mais avançado em programação porque já tinha visto no SENAI. Em relação ao SESI, não é todo colégio que tem laboratórios tão equipados. Isso é um diferencial. Em muitos colégios, o conhecimento científico fica restrito à teoria”, explica Rafael. Sobre a chegada ao ITA, Rafael não esconde a felicidade de ter conseguido atingir o seu objetivo. Além da aprovação no ITA, ele também comemorou o acesso para o Instituto Militar de Engenharia. Preferiu o ITA e projeta novas metas daqui pra frente: fazer iniciação científica no INPE como forma de aprender mais sobre tecnologia com satélite. Vindo de uma família simples, Rafael faz questão de frisar o apoio dos pais, que sempre estimularam ele e os irmãos a estudar. Outro importante apoio ele encontrou na educadora Lilian Alves – também homenageada pelo Conselho do SESI –, professora de Física da Escola Djalma Pessoa e que foi orientadora do aluno nas Olimpíadas Brasileira de Astronomia e Astronáutica (XVI OBA), em 2013. “Rafael é um aluno diferenciado. Ele acredita na educação como fator de transformação social”, explica Lilian. Ela recorda que ele sempre foi um aluno dedicado e que conserva como qualidades a humildade e a simplicidade. Para Lilian, ele ainda vai chegar bem longe. [bi]


circuito

por cleber borges

Protocolo para viabilizar energia solar Alemães e baianos assinaram um protocolo de intenções, no SENAI Cimatec, para ampliar ações de ciência, tecnologia e inovação, visando atrair investimentos de energia solar na Bahia. O acordo inclui as secretarias estaduais de Ciência, Tecnologia e Inovação e de Desenvolvimento Econômico, o Serviço Nacional de Aprendizado (SENAI Bahia) e a Associação Fraunhoffer Gesellschaft, maior organização de pesquisa aplicada da Europa. Serão desenvolvidas ações conjuntas nas áreas de geração, distribuição e armazenamento de energia solar. O primeiro passo será entender, mapear e modelar a cadeia produtiva da energia solar fotovoltaica na Bahia.

Projeções para 2017 são pessimistas Agentes do mercado financeiro estão pessimistas com o cenário de curto/médio prazo no Brasil. O banco Credit Suisse prevê que a crise econômica deve perdurar até o final do próximo ano. Nos anos de 2016 e 2017, o PIB ficará em -4,2% e -1,0%, respectivamente; o desemprego alcançará 11,2% e 12,6%; a massa salarial fechará em -4,7% e -1,5%; o consumo das famílias cairá -4,5% e -1,1%; e os investimentos cairão -13,7% e -3,34%. Para analistas do comportamento econômico, somente em 2018 os números da economia poderão voltar à normalidade.

Indústrias têm prejuízos com falhas de energia Falhas no fornecimento de energia elétrica causam prejuízos para a indústria brasileira. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria mostra que 67% das empresas que utilizam a eletricidade como principal fonte de energia no processo produtivo são impactadas de forma significativa em razão das interrupções no serviço. São 16% das empresas afetadas frequentemente, 34% eventualmente e 44% se depararam com queda de energia em raras ocasiões. Apenas 4% responderam que nunca acontecem falhas. De acordo com a pesquisa, os problemas são mais frequentes no Norte (69%). Na sequência, aparecem o Centro-Oeste (55%), Sudeste (49%), Sul (45%) e Nordeste (42%). Os segmentos que acumulam maiores perdas são os de extração de minerais não metálicos, de plástico e de metalurgia.

“Temos uma combinação de presidencialismo que não preside e que se diz de coalizão, mas não coaliza” Delfim Netto, comentando, em março, a falta de apoio da presidente Dilma no Congresso e sua dificuldade para governar

Alunos do SENAI são bem avaliados O SENAI obteve bom resultado na primeira avaliação dos cursos técnicos que oferece. Foram avaliados 44,8 mil estudantes de 40 cursos em todos os estados e no Distrito Federal, dos quais 71,5% obtiveram resultados nos níveis adequado ou avançado. O objetivo foi verificar a proficiência dos estudantes e o desempenho dos cursos e das escolas, possibilitando o aprimoramento da educação profissional oferecida pelo Sistema Indústria. A avaliação investiga o desenvolvimento de capacidades básicas, técnicas e de gestão, bem como verifica o alcance das competências para o desempenho de cada ocupação. O SENAI Bahia ficou na sexta colocação. Os estados que tiveram melhores resultados dos alunos foram: Sergipe (82,7%), São Paulo (82,6%), Santa Catarina (80,8%), Paraná (78,3%), Minas Gerais (74,9%), Bahia (74,8%) e Espírito Santo (74,7%).

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sindicatos

Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Extrato do sisal é testado como inseticida contra o Aedes Aegypti

Palestra apresenta ferramentas para enfrentar a crise Apresentar aos empresários baianos ferramentas para enfrentar a crise foi o objetivo da palestra Estratégias para o Empresário em suas Relações com o Mercado Financeiro em Momentos de Crise, realizada na FIEB, dia 3.3. No evento, o advogado Fernando de Luizi, especialista em recuperação judicial, explicou que a medida, usada para evitar a falência de uma empresa, é uma opção a ser considerada.

Sindicato busca alternativas para a crise Missão composta por diretores do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos (SimagranBA) participou, em fevereiro, de visita técnica à Vitória Stone Fair 2016, maior feira de Rochas Ornamentais das Américas, realizada no Espírito Santo. Além de ter acesso às novas tecnologias e tendências do mercado, os empresários mantiveram contatos com fornecedores e visitaram empresas da região. “Estamos buscando novos negócios e oportunidades para manutenção das empresas frente ao atual cenário que o País atravessa, e que tem impactado todos os setores”, explicou o presidente do Simagran, Marcos Regis Andrade.

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Bahia Indústria

O advogado Fernando de Luizi falou para empresários na FIEB

Polo de confecção é lançado em Feira de Santana Com inauguração marcada para o dia 16 de maio, o Polo de Distribuição das Indústrias de Confecção da Bahia - Polimoda – foi lançado em fevereiro, no SENAI de Feira de Santana. Iniciativa do Sindicato da Indústria do Vestuário de Feira de Santana e Região, com apoio da prefeitura, FIEB, Sebrae e Senai, o Polo é um centro de vendas para 72 fábricas do município, de Ipirá e de Salvador, com prontaentrega de confecções, acessórios e couros. No lançamento, o vice-presidente da FIEB e presidente do Sindvest de Feira de Santana e Região, Edison Virginio Correia, apresentou o Plano de Mídia e a proposta do conceito do Polimoda. “A característica do polo é venda em atacado e varejo dos produtos das indústrias baianas”, afirmou. Na oportunidade, foram assinados Termos de Cooperação entre o Sindicato, Prefeitura de Feira, SENAI e Sebrae.

Estudo realizado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com a Embrapa, obteve um inseticida natural, à base de extrato retirado das folhas do sisal, que se mostrou eficaz contra as larvas do Aedes Aegypti. O suco do sisal possui compostos orgânicos que podem causar toxidade, irritação e até morte de carrapatos, lagartas de determinadas espécies e outros insetos. Ainda serão realizadas pesquisas para que o produto seja disponibilizado de forma segura. “A descoberta é resultado de pesquisas para utilização de 100% da planta do sisal. O Sindifibras tem outros estudos com a Embrapa e a Universidade Estadual Paulista que indicam boas possibilidades técnicas e econômicas para o suco do sisal na indústria química e farmacêutica”, afirmou o presidente do sindicato, Wilson Andrade.

Sinduscon-BA e SESI juntos no combate ao mosquito O Sinduscon-BA, com apoio do SESI, lançou campanha de combate ao Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. Com periodicidade semanal, as ações serão promovidas nos canteiros de obras para sensibilização dos colaboradores. Na iniciativa, está prevista a inspeção dos canteiros para eliminar locais de água parada.


Bahia participará de projeto-piloto de Atuação Articulada

Boas práticas de sindicatos industriais da Bahia foram selecionadas para compor o Catálogo Online de Boas Práticas Sindicais, da CNI. A ação faz parte do Programa de Desenvolvimento Associativo e tem o objetivo de manter um banco com práticas que possam estimular iniciativas de sindicatos de todo o país. Sete práticas de sindicatos baianos foram selecionadas: Sindileite, Sindvest, Sinprocim e Simagran. Reuniões itinerantes, Selo de Qualidade, e estratégias e ferramentas de comunicação foram algumas delas.

Reunião realizada na FIEB, dia 04.03, foi o primeiro passo para a implantação do projeto-piloto do Modelo de Atuação Articulada entre as Áreas Sindical e de Mercado do Sistema Indústria, que estabelece parâmetros para a relação entre sindicatos, áreas sindicais e de mercado na oferta de soluções às indústrias. Foram apresentados os principais aspectos do projeto e as estratégias que serão adotadas no processo de implantação. Além da FIEB, a Federação da Indústria do Paraná também foi escolhida pela CNI para a experiência. Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Tendências para o mercado de sorvetes Apesar da crise econômica enfrentada pelo Brasil, a perspectiva para o mercado de sorvetes é positiva. Até 2020, o faturamento do mercado nacional deve atingir R$ 13,9 bilhões, segundo dados da agência de inteligência de mercado Mintel, apresentados dia 16.03, em evento promovido pelo Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia (Sindisucos), no SENAI Cimatec. Com apoio da FIEB, o evento abordou as tendências de mercado, a exemplo dos produtos de maior valor agregado, como sorvetes premium, gourmet e saudáveis.

Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Boas práticas mostram atuação de sindicatos baianos

O designer José de Paula Júnior durante workshop

Cosméticos: gestão de marcas é tema de evento A importância da marca no contexto dos negócios da empresa foi o foco do Workshop Gestão de Marcas na Indústria de Cosméticos, promovido pelo Sindicato da Indústria de Cosméticos e Perfumaria do Estado da Bahia (Sindcosmetic), com apoio da FIEB, no dia 09.03, em Salvador. No encontro, o designer José Luiz de Paula Júnior, especializado em desenvolvimento de embalagem, branding e produtos, falou sobre criação, registro e estratégia de marcas, além de elencar os atributos necessários para se obter êxito neste processo. O presidente do Sindcosmetic, Raul Menezes, destacou que a inciativa teve como objetivo reforçar a importância de se ter um produto diferenciado para o sucesso da empresa.

Sindipeças Nacional elege novo presidente após 22 anos

Especialistas apresentaram as tendências do mercado para empresários

Após 22 anos à frente do Sindipeças Nacional, Paulo Butori será sucedido pelo empresário Dan Ioschpe. Butori se destacou pela defesa da indústria nacional frente à concorrência internacional na cadeia de suprimentos do setor automotivo. Com sede em São Paulo, o Sindipeças reúne 470 empresas fabricantes de autopeças. Na Bahia, a votação aconteceu na FIEB, em fevereiro.

Bahia Indústria  11


Indústria têxtil aposta nas exportações Seminário orientou empresários sobre mercado internacional e apresentou panorama do setor

C

om queda de 8% no consumo em 2015, o segmento têxtil brasileiro aposta nas exportações para superar o atual momento econômico. Para orientar os empresários baianos sobre mercado internacional e apresentar o panorama e perspectivas do setor, foi realizado, em março, na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o seminário Circuito Abit/Texbrasil - Competitividade e Internacionalização. O panorama do setor foi apresentado pelo diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel. “Existem duas janelas de oportunidades: o aumento das exportações e a substituição das importações”,

avaliou. Pimentel destacou que, além de aproveitar o câmbio favorável, as empresas devem buscar a melhoria da gestão para ingressar no mercado internacional. Com caráter itinerante, o seminário passou pelos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Ceará. Na Bahia, o evento contou com a parceria da FIEB e dos sindicatos da Indústria do Vestuário de Salvador e Região (Sindvest) e de Feira de Santana e Região (Sindvest), da Indústria de Fiação e Tecelagem do Estado da Bahia (Sindifite-ba) e das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia (Sindifibras). “É importante a integração entre os sindicatos e entidades se-

toriais, a exemplo da Abit. Assim, ganhamos representatividade. Em momentos de adversidades, como o que estamos enfrentando, precisamos atuar de forma proativa”, defendeu o presidente da FIEB, Ricardo Alban, na abertura do evento.

Evento teve parceria da FIEB e sindicatos

Angelo Pontes / Coperphoto / Sistema FIEB

12  Bahia Indústria

INTERNACIONALIZAÇÃO Para apoiar as empresas no caminho para começar a exportar, foi apresentado durante o evento o Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira (Texbrasil), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), parceira na realização do seminário. A analista de projetos industriais do Programa Texbrasil, Mariana Correa, observou que indústrias sustentáveis se diferenciam no mercado global. O Programa de Competitividade para Internacionalização (PCI), oferecido pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) também foi apresentado aos empresários. O PCI visa preparar as empresas baianas para que tenham condições de competir no mercado internacional e também no mercado interno, disputado por multinacionais. “São propostas ações tanto do ponto de vista da melhoria da competitividade, quanto de acesso ao mercado internacional”, explicou a coordenadora de Comércio Exterior, Hilceia Patriarca. [bi]


joão alvarez / Coperphoto / Sistema FIEB

Soluções para a indústria Avança Indústria aproximou empresas baianas dos serviços oferecidos pelo Sistema FIEB

E

mpresários e representantes de 45 indústrias e prestadoras de serviços industriais tiveram a oportunidade de conhecer as soluções oferecidas pelo Sistema FIEB e instituições parceiras, como o Sebrae e instituições bancárias, durante o evento Avança Indústria, promovido pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia, em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL/BA), em março. Mais de 130 atendimentos foram realizados durante o evento, que aconteceu no auditório da Federação. Em encontros previamente agendados, com duração de vinte minutos, especialistas da FIEB, SESI, SENAI e IEL, além de representantes das instituições parceiras, apresentaram – conforme a necessidade de cada empresa – soluções nas áreas de Acesso a Crédito, Tecnologia e Inovação, Gestão Empresarial e Acesso a

Mercados, Saúde, Educação, Segurança e Meio Ambiente. Há 20 anos no mercado, a empresa Loygus, do setor têxtil, recebeu orientações nas áreas de Educação, Tecnologia e Inovação e Acesso a Mercados. “Esta é uma oportunidade ímpar para que os empresários possam conhecer o que as instituições aqui presentes podem oferecer”, avaliou o diretor comercial da empresa, Joselito Vilas Bôas, que teve encontros com representantes do SESI, SENAI e FIEB. Ele também ressaltou a importância de as empresas estarem sempre em busca de aprimoramento. “Apesar do cenário político-econômico enfrentado pelo país, buscamos investir em treinamentos e capacitações para os colaboradores e gestores, pois sabemos que quem estiver mais preparado é que vai sobreviver no mercado”, comentou Vilas Bôas.

Encontro contou com participação de 45 empresas

Quem também aproveitou a oportunidade foi o empresário Maurício Lassmann, proprietário da Telamix, do segmento de movelaria e metalurgia. “Esse evento é interessante, não só pela situação que o país vive hoje, mas pela necessidade constante que nós empresários temos de buscar novas tecnologias e oportunidades de melhoria”, avaliou. Projeto inovador da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com a FIEB, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), a rodada envolveu os sindicatos filiados – que indicaram empresas para participar da iniciativa –, com foco no fortalecimento empresarial e estímulo ao associativismo. O evento utilizou a metodologia de rodada de negócios – em que o IEL tem expertise – e envolveu empresas e entidades parceiras. “Esse modelo de atuação mais articulada entre as entidades do Sistema FIEB e parceiros é importante. No Avança Indústria, os empresários conseguiram conhecer o portfólio das instituições de apoio, de acordo com suas necessidades específicas”, ressaltou a gerente de Relações Sindicais da Federação, Manuela Martinez, explicando que as empresas inscritas receberam visita prévia de consultores do IEL, que mapearam suas necessidades. O superintendente do IEL, Evandro Mazo, também destacou a importância de reunir, em um mesmo evento, instituições com serviços complementares. “Facilita o entendimento da atuação de cada entidade e, além disso, as instituições podem propor soluções integradas, que tornem as empresas mais competitivas”, disse. [bi] Bahia Indústria  13


Práticas de inovação Empresas que implantaram a tecnologia JOIN trocam experiências em evento promovido pelo Instituto Euvaldo Lodi Por Marta Erhardt

Empresários participaram do Painel de Boas Práticas e Lições Aprendidas – JOIN, promovido pelo IEL-BA

14  Bahia Indústria

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lassificada seis vezes consecutivas no ranking das 200 Pequenas e Médias Empresas que Mais Crescem no Brasil, da Revista Exame, a Qualidados foi uma das primeiras empresas baianas a implantar a tecnologia JOIN – Jogo da Inovação, que apresenta conceitos, boas práticas e ferramentas que auxiliam empresas a transformarem seus negócios com a inovação. “A inovação sempre esteve no DNA da empresa, pois buscamos a melhoria contínua. O JOIN trouxe uma proposta bem estruturada, com ferramentas e práticas, para que pudéssemos sistematizar a gestão da inovação”, destaca a sócia-diretora Jane Carvalho. Cliente desde 2013, a empresa aprimorou, a partir do banco de ideias implementado com o JOIN, o Sistema de Gestão de Contratos, o que gerou redução de até 93% do tempo gasto com alguns processos. “É preciso disciplina para implementar a gestão da inovação”, destaca Jane Carvalho. Ela também ressaltou que, no início, a empresa enfrentou o desafio de envolver os colaboradores. Para isso, foi formado um Comitê Técnico de Inovação, responsável, entre outras ações, pelo planejamento dos eventos, organização do espaço de inovação e divulgação do programa. “É preciso um grupo de pessoas dedicadas a cumprir o calendário e realizar os eventos, para que o sistema rode”, pontua, destacando que a diretoria também precisa estar engajada.

A experiência da Qualidados com o JOIN foi compartilhada com representantes de outras empresas durante o Painel de Boas Práticas e Lições Aprendidas – JOIN, promovido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), em março. As inovações organizacionais promovidas através do JOIN na Futura Arquitetos também foram apresentadas no encontro. O arquiteto e coordenador de projetos Álvaro Letelier explicou que, com o apoio da tecnologia desenvolvida pelo IEL, a empresa estruturou e padronizou seus processos e, como resultado, criou o Escritório de Projetos. “Os arquitetos passaram a ter autonomia nas decisões, o que aumentou a eficiência. Também percebemos uma motivação maior da equipe com a nova estrutura”, destacou. O Painel de Boas Práticas e Lições Aprendidas – JOIN também contou com apresentações de Raimundo Dórea, da Engpiso e Renato Carneiro, da Inovit. Na abertura do encontro, a gerente de Desenvolvimento Empresarial do IEL, Fabiana Carvalho, ressaltou a importância do evento para o networking e apresentou as soluções oferecidas pela entidade. O evento foi conduzido pela coordenadora pedagógica do JOIN, Ana Pires. “O JOIN propõe organizar a gestão da inovação nas empresas e traz ferramentas que colaboram para este fim”, explicou. A tecnologia apresenta conceitos, boas práticas e ferramen-


Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

tas que auxiliam empresas a transformarem seus negócios com a inovação. GESTÃO DA INOVAÇÃO Desde 2013 no mercado, a tecnologia JOIN já foi implantada por mais de 40 empresas baianas. A assessoria em gestão da inovação orienta a estruturação das atividades de inovação e pode ser contratada em diferentes modalidades: JOIN 100 (com 100 horas de assessoria in company), JOIN 150 (além das 100 horas de assessoria in company, conta com 50 horas de capacitação em gestão da inovação). As empresas que precisam de apoio na área de Gestão da Inovação contam, ainda, com outras soluções oferecidas pelo IEL, como o atendimento customizado a partir das necessidades das empresas; e o Desafio de Inovação, que engloba 50 horas de apoio técnico para a solução de um projeto de inovação. O portfólio engloba, ainda, capacitações como as Oficinas de Gestão de Inovação, que apresentam e debatem conceitos, teorias e boas práticas e contam com exercícios práticos envolvendo temas reais da empresa; e os Laboratórios de Inovação, voltados à capacitação das pessoas no uso de ferramentas, métodos e técnicas que potencializam as atividades de inovação na empresa. A terceira edição do Laboratório de Inovação, realizada em março, reuniu cerca de 20 representantes de empresas baianas na FIEB. Na oportunidade, os participantes puderam co-

nhecer, de forma prática, algumas das técnicas de Design Thinking. A gerente de Desenvolvimento Empresarial do IEL, Fabiana Carvalho, destacou a relevância da iniciativa. “Identificamos que era importante para as empresas vivenciarem, ainda que por um curto período, ferramentas práticas que vão contribuir para os processos de inovação”, pontuou. Ela também ressaltou a importância do evento para o networking. “Esse momento de compartilhamento de experiências é fundamental para inovar”, disse. Outras três edições dos Laboratórios de Inovação serão realizadas em 2016, nos meses de maio, julho e setembro. Mais informações sobre os Laboratórios de Inovação podem ser obtidas pelo telefone (71) 3343-1425 ou pelo e-mail educaiel@fieb.org.br. Já os interessados em conhecer a tecnologia JOIN devem entrar em contato pelos telefones (71) 33431266 e (71) 3343-1425 jogodainovacao@fieb.org.br. [bi]

O JOIN trouxe uma proposta bem estruturada, com ferramentas e práticas, para que pudéssemos sistematizar a gestão da inovação

Jane Carvalho, sócia-diretora da Qualidados Bahia Indústria  15


Estado brasileiro é uma entidade onipresente. Parece não conhecer limites. Não se atém à atuação tradicional do setor público, normalmente limitada às áreas de educação, saúde, gestão macroeconômica da economia, segurança e relações exteriores. No Brasil, ele é como um polvo que abarca também segmentos tão díspares quanto a exploração de petróleo, distribuição de energia, portos, turismo, transportes e atividade bancária. Para manter funcionando todos os braços dessa estrutura hipertrofiada, sustenta um enorme e dispendioso aparato burocrático, que não raro o obriga a gastar muito mais do que arrecada. Quando isso acontece, ele capta no mercado dinheiro a custo elevado, inflando a dívida pública, que hoje superou a casa dos 60% do PIB. Economistas e empresários são quase unânimes em apontar que a alternativa mais indicada e menos traumática para o governo equilibrar suas finanças seria cortar os gastos de custeio, preservando os investimentos essenciais. Porém, como no Brasil o setor público busca sempre a saída mais fácil, normalmente opta pelo aumento da carga tributária, seja com a criação de impostos ou com o aumento de alíquotas. 16  Bahia Indústria


Empresários se mobilizam contra alta de impostos Para manter sua gigantesca máquina, setor público no Brasil opta pelo aumento de impostos, ao invés de cortar gastos Por Cleber Borges

Como nem sempre é fácil conseguir aprovar no Congresso novos impostos – como é o caso da proposta para recriar a CPMF – o governo vem paulatinamente aumentando alíquotas ou eliminando incentivos. Segundo o “impostômetro” da Associação Comercial de São Paulo, que contabiliza instantaneamente o aumento da arrecadação de impostos no Brasil, em 1986 a carga tributária – tudo o que o brasileiro paga de impostos em relação ao PIB – representava 22,39% do PIB; em 2003, no final do governo FHC, alcançou elevados 32,53%; e, em 2014, chegou a 35,42%. Segundo a Receita Federal o apetite do setor público é menor: em 2013, a carga tributária teria alcançado 33,74% e, em 2014, 33,47%. Ainda assim, percentuais próximos ou acima do de países que dão à sociedade melhor retorno em serviços essenciais. MOBILIZAÇÃO Na Bahia, Federação das Indústrias (FIEB), Federação da Agricultura (FAEB) e Federação do Comércio (Fecomércio) estão mobilizadas no combate ao crescente aumento da carga de impostos. Recentemente, publicaram nota na imprensa na qual observam que, Bahia Indústria  17


Tributosque queaumentaram aumentaram Brasil tributos no no brasil (2015-2016) (2015-2016)

01/2015

05/2015

05/2015 CIDE | 01/2016 PIS/COFINS

Decreto nº 8.392/2015

Decreto nº 8.393/2015

Decreto nº 8.395/2015

Aumento do IOF em empréstimos para pessoas físicas

Equiparação do atacadista ao produtor industrial do setor de cosméticos no pagamento do IPI

Aumento CIDE e PIS/Cofins sobre combustíveis

ANTES

DEPOIS

ANTES

1,5%

3%

0%

ANTES

DEPOIS

22%

A CIDE não estava sendo cobrada (PIS/Cofins sobre combustíveis vigorou até abril de 2015, quando foi substituído pela CIDE).

01/2016 Lei 13.137/2015

Elevação das alíquotas de PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação

Elevação da alíquota de Contribuição sobre Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL - sobre instituições financeiras.

DEPOIS

2,1% 9,65%

01/2016

01/2016 Lei 13.161/2015

(originada do PL 863/2015)

Lei 13.241/2015

(originada da MP 690/2015)

$ Revisão da desoneração da folha de pagamento, com contribuição sobre a receita bruta.

ANTES

1% e 2%

DEPOIS

1,5%, 2,5%, 3% ou 4,5%

Revisão da chamada Lei do Bem Exclusão das bebidas quentes do regime diferenciado do IPI, revisa o imposto de renda sobre direito de imagem e revoga benefícios tributários para computadores, smartphones e tablets, previstos no Programa de Inclusão Digital.

ANTES

0%

PIS/COFINS

18  Bahia Indústria

0,22

R$

0,15

sobre o diesel

Lei 13.169/2015

(originada da MP 675/2015)

1,65% 7,6%

R$

sobre a gasolina e

01/2016

(originada da MP 668/2015)

ANTES

DEPOIS

DEPOIS

9,25%

ANTES

DEPOIS

15%

20%

03/2016

Medida em tramitação

Lei 13.259/2016

PEC 140/2015

Estabelece imposto sobre a renda na hipótese de ganho de capital em decorrência da alienação de bens e direitos de qualquer natureza

Reinstitui a CPMF para custeio da Previdência Social

(originada da MP 692/2015)

DEPOIS I - 15% sobre a parcela dos ganhos que não ultrapassarem R$ 5 milhões; II - 17,5% sobre a parcela dos ganhos que excederem R$ 5 milhões e não ultrapassarem R$ 10 milhões; III - 20% sobre a parcela dos ganhos que excederem R$ 10 milhões e não ultrapassarem R$ 30 milhões; e IV - 22,5% sobre a parcela dos ganhos que ultrapassarem R$ 30 milhões.

ANTES

DEPOIS

0%

0,2%


Valter Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

O presidente Ricardo Alban integra mobilização empresarial contra o excesso de impostos

ao invés de aumentar tributos, o setor público deve atacar de frente os problemas estruturais que minam a competitividade da economia. Afirmam, na publicação, que o governo precisa comprometer-se com um ajuste fiscal que tenha como princípios o corte de despesas, o enxugamento da máquina pública e, prioritariamente, a eficiência da gestão. Afirmam que, na contramão do que dita o bom senso, nos últimos tempos “o setor público optou por transferir o ônus (de sua ineficiência) à sociedade e ao setor produtivo, promovendo aumento de impostos.” São muitos os exemplos recentes de medidas que resultaram em aumento da carga tributária. Levantamento realizado pela FIEB, FAEB e Fecomércio e publicado na imprensa, intitulado “O Brasil diz não à CPMF”, mostra que em janeiro de 2015, o Decreto nº 8.392 aumentou a alíquota do IOF nos empréstimos para pessoas físicas de 1,5% para 3%. Em maio do mesmo ano, houve a equiparação do atacadista ao produtor industrial de cosméticos no pagamento do IPI. Com isso, o atacadista, que antes tinha alíquota zero, passou a recolher 22%. Este ano, janeiro foi marcado por vários aumentos de impostos. A Lei nº 13.137/2015 elevou as alíquotas do PIS/Pasep-Importação e do Cofins-Importação de,

respectivamente, 1,65% e 7,60% para 2,10% e 9,65%; e a Lei nº 13.169/2015 elevou a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL sobre instituições financeiras de 15% para 20%; Janeiro reservou outras surpresas negativas. Por exemplo, a Lei 13.241/2015 revisou a chamada Lei do Bem (Lei 11.196/2005, que concede incentivos fiscais às pessoas jurídicas que realizarem pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica), com a exclusão das empresas de bebidas quentes do regime diferenciado do IPI; a revisão do Imposto de Renda sobre o direito de imagem; e a revogação de benefícios tributários antes dados para computadores, smartphones e tablets, previstos no Programa de Inclusão Digital. Todos esses segmentos, que antes tinham alíquota zero da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, agora arcam com alíquota de 9,25%. Em plena crise, aumentar impostos abala a saúde das empresas e inibe investimentos. Para evitar que ocorra na área tributária o efeito da Lei da Inércia (de Newton, segundo a qual um corpo que está se movendo tende a continuar em movimento), segmentos organizados da sociedade se mobilizam contra o aumento da carga tributária. De acordo com o presidente da FIEB, Ricardo AlBahia Indústria  19


ban, “precisamos da Reforma Administrativa, com um profundo ajuste de todo o setor público (Executivo, Legislativo e Judiciário), adequando-o ao real tamanho e necessidade do Estado brasileiro e tornando-o eficiente, produtivo e menos corporativista. Temos na ineficiência e descontrole do gasto público a consequência do atual modelo de gestão pública.” Além disso, para o presidente da FIEB, a Reforma Tributária é inadiável, “para que a carga tributária seja mais justa e equilibrada para um país em desenvolvimento. Essa reforma deve ser realizada com base na simplificação, equalização e, até mesmo, na redução da atual arrecadação tributária. Deixemos claro que as empresas apenas recolhem os impostos, uma vez que a carga tributária é, necessariamente, transferida ao preço dos produtos e serviços pagos pelo consumidor.” Adicionalmente, afirma Ricardo Alban, o Brasil precisa da Reforma Trabalhista, para que se obtenha ganhos contínuos de competitividade, algo necessário em uma economia globalizada, “pois não há como ter eficiência na relação capital/trabalho tendo como base uma legislação sancionada há 73 anos pelo presidente Getúlio Vargas.” Além disso, considera fundamental a Reforma Previdenciária, “não apenas para a necessária adequação à elevação da idade média brasileira, mas também para a correção das distorções existentes em todo o sistema previdenciário.” CPMF Hoje, empresas e pessoas físicas pagam mais impostos que há um ano atrás, para compensar a que20  Bahia Indústria

Evolução da carga tributária sobre o PIB (%) evolução da carga tributária sobre o pib (%) 29,91 28,92 30,03

32,53 33,19

34,52 34,85 34,41 35,13 35,29 35,31 35,39 35,42

22,39

Fonte: Associação Comercial de SP

da de arrecadação fruto da retração na atividade econômica. E, mantidos os atuais parâmetros, se há uma certeza nessa área é a de que daqui a dois, três, quatro anos, estaremos pagando mais impostos que hoje. Em recente declaração, o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ser inevitável o governo insistir na aprovação da CPMF. No momento, tramita no Congresso a PEC 140/2015, uma proposta de emenda constitucional que propõe recriar a CPMF para custeio da Previdência Social, com alíquota de 0,2%. “Um imposto dessa natureza tem efeitos nocivos, sem paralelo no mundo. Resulta em bitributação, pois paga-se imposto sobre imposto, com impactos em cadeia. A indústria de manufaturados tende a sofrer mais porque a produção inclui várias etapas antes de chegar ao consumidor final”, pontua o presidente da FIEB, Ricardo Alban. O presidente da Fecomércio-BA, empresário Carlos Andrade faz coro com o presidente da FIEB. Para ele, “nesse momento de crise, uma das principais bandeiras do setor produtivo é evitar o acréscimo de

impostos, o que só acarretaria mais demissões e prejuízos às empresas.” Já a Federação da Agricultura (FAEB), afirma que envidará esforços e mobilizará as lideranças do setor no estado, no sentido de “impedir o aumento ou a criação de qualquer imposto novo.” O setor industrial dá sinais de que pretende permanecer atento no combate a medidas que comprometam a saúde financeira das empresas. Foi o que ocorreu durante o mês de março, quando a mobilização de federações das indústrias de vários estados do Nordeste, inclusive a FIEB, pressionaram o Banco Central, que havia aumentado em 71,4%, em janeiro, os juros para o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Em razão dessa reação, a entidade pública voltou atrás e limitou o aumento em 35,7% (com a taxa ficando em 112,1% a.a). “Houve uma evolução, mas ainda é tímida. Em um momento tão crítico, é preciso considerar a necessidade de desenvolvimento dos estados nordestinos e buscar reduzir as diferenças desta região em relação ao Sul e Sudeste”, afirmou Ricardo Alban. [bi]


Distritos industriais Rui Costa prorroga definição do modelo de gestão dos clusters baianos

A

cordo firma do entre a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), a Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio) e o Governo do Estado negociou o adiamento dos efeitos da aplicação da Lei estadual 13.462, que criou a taxa de gestão dos distritos industriais, e entrou em vigor desde 1º de Abril. Memorando de compromisso nesse sentido foi assinado no dia 4 de março, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, pelo governador Rui Costa, pelo secretário Jorge Hereda, pelo presidente da FIEB, Ricardo Alban, e pelo presidente da Fecomércio, Carlos Andrade. O documento assinado pelas federações estabelece ainda a criação de grupos de trabalho para cada distrito industrial da Bahia, que irão apresentar alternativas adequadas para o seu modelo de gestão, levando em conta as peculiaridades e características de cada região, além da possibilidade de revisão dos valores da taxa de manutenção. Para o presidente da FIEB, o entendimento entre os principais atores – governo e empresários – será fundamental para ampliar as discussões. “Tenho certeza que ao final deste processo vamos chegar a um entendimento, estudando as características de cada distrito e buscando as soluções que atendam aos interesses da sociedade. O diálogo vai garantir o que todos nós afinal queremos: o desenvol-

vimento e o bom funcionamento dos distritos industriais”, disse Alban. Carlos Andrade, presidente da Federação do Comércio, ressaltou que o termo de compromisso assinado mostra que todos estão empenhados em resolver a questão. “Queremos destacar a sensibilidade do governador Rui Costa em prorrogar a vigência da lei e permitir o debate. O estado precisa arrecadar e os empresários querem produzir e gerar empregos. Vamos juntos, tenho certeza, encontrar uma solução”, acredita Andrade. “Acho que é muito importante este entendimento, porque a gente vai ser obrigado a encontrar uma saída para o problema, que é a manutenção dos distritos industriais. O estado não tem condições de arcar sozinho com todas as despesas de conservação de vias principais e secundárias, limpeza, iluminação e paisagismo”, explicou o secretário Hereda. (Com informações da Ascom SDE) [bi]

Carlos Andrade, Jorge Hereda e Ricardo Alban assinaram compromisso

haroldo abrantes/Coperphoto/Sistema FIEB

Bahia Indústria  21


Gestão com padrão internacional FIEB dá início a processo para obtenção da certificação nas normas ISO 9001 (Qualidade) e ISO 14001 (Meio Ambiente) Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

A

Arlinda Coelho apresentou o planejamento para a implantação das normas 22

Bahia Indústria

Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) iniciou em abril a implantação do Sistema de Gestão Integrado (SGI) com base nas normas internacionais ISO 9001 (Qualidade) e 14001(Meio Ambiente). Até o final do ano, a Federação capacitará suas equipes para a obtenção da certificação. O objetivo do SGI é dotar a FIEB e a área corporativa de um conjunto de procedimentos para padronização de serviços na área de gestão (ISO 9001), assim como promover uma melhoria na gestão dos aspectos/impactos ambientais decorrentes das atividades que a organização desenvolve (ISO 14001). O programa foi lançado pelo presidente da FIEB, Ricardo Alban, com a presença do vice-presidente Josair Bastos e do coordenador do Conselho de Meio Ambiente, Jorge Cajazeira. Ricardo Alban destacou a importância de adequar a FIEB aos mais modernos padrões internacionais de gestão e de atendimento às normas ambientais. “Temos o desafio de servirmos de modelo para as demais unidades e é importante poder deixar plantada esta semente para a melhoria dos nossos padrões ambientais e de gestão”, destacou Alban.

A implantação do SGI é coordenada pelas Gerências de Meio Ambiente e Responsabilidade Social, liderada por Arlinda Coelho, e pela Gerência de Qualidade e Processos, que tem Patrícia Campos como gestora. Para tocar este trabalho, 20 profissionais da FIEB atuam como pontos-focais do SGI, conduzindo as equipes de suas respectivas áreas para fazer as adequações necessárias de maneira que a FIEB obtenha a certificação. A implantação da ISO 14001 foi uma proposição do Conselho de Meio Ambiente da FIEB, por iniciativa do coordenador Jorge Cajazeira, relator da primeira versão da ISO 14001. Segundo ele, “a certificação da FIEB certamente servirá de referência para outras Federações e para as pequenas e médias empresas baianas invistam em práticas de melhoria de desempenho organizacional”. O modelo que está sendo implantado abrange as áreas de suporte corporativo e de negócios da FIEB. Juntas, elas executam as intervenções, visando realizar as adequações necessárias, como por exemplo, a implantação da Central de Resíduos Sólidos, que disciplina o descarte adequado de resíduos (recicláveis e não recicláveis) gerados na unidade-sede da FIEB. Para o superintendente executivo de Serviços Corporativos da FIEB, Cid Vianna, a adoção das Normas pela FIEB, a exemplo do que já ocorreu anteriormente com o SESI e o SENAI, traz para o dia a dia da Federação um forte requisito de gestão e responsabilidade ambiental, com mudança nos padrões sistêmicos e procedimentais. Para Vianna, os padrões e procedimentos serão revisados com o olhar do negócio, atendendo os requisitos das Normas e garantindo a conformidade dos processos. Além disso, a implantação das Normas agrega a percepção de valor para o cliente. O diretor executivo da FIEB, Vladson Menezes, acrescentou que a melhoria dos processos de gestão tem como objetivo fazer a instituição atenda melhor aos seus associados. [bi]


conselhos

Cônsules conhecem oportunidades de negócios na Bahia Em reunião extraordinária conjunta dos Conselhos de Comércio Exterior (Comex) e de Micro e Pequenas Empresas (Compem) da FIEB, realizada em 5 de abril, representantes de 12 consulados instalados na Bahia aceitaram o convite para iniciar visitas às regiões do estado com melhor potencial para negócios e investimentos. O objetivo do encontro foi estimular relações bilaterais e a cooperação comercial. O evento contou com o apoio da Associação Comercial da Bahia. Na reunião, os cônsules foram apresentados às áreas de maior potencial econômico do estado, como o segmento da fruticultura, no Vale do São Francisco, além de programas de apoio e incentivo às empresas. Os representantes consulares foram convidados pelo Comex a conhecer o Cimatec. valter PONtes/Coperphoto/Sistema FIEB

Ivan Cruz/Coperphoto/Sistema FIEB

Compem faz reunião em Juazeiro Encontro reuniu empresários da região

A segunda reunião itinerante do Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial (Compem), da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), reuniu representantes do setor industrial e da área pública, em Juazeiro, em 4 de março. O evento foi em parceria com a Prefeitura Municipal de Juazeiro, Centro das Indústrias do Estado da Bahia e a Frente Parlamentar Estadual da Micro, Pequena e Média Empresa. No encontro foram identificadas demandas de MPME da região. Os participantes também trataram da Lei 13.462, do Governo da Bahia, que institui o Fundo Estadual de Manutenção das Áreas Industriais, criando uma taxa mensal para manutenção e conservação dos distritos industriais. Segundo o 1º vice-presidente da FIEB e coordenador do Compem, Carlos Gantois, “existem diferenças entre os distritos que inviabilizam a cobrança de um valor único em toda a Bahia”. Gantois explicou que, até o final do ano, serão programadas reuniões itinerantes em Ilhéus, Vitória da Conquista, Camaçari e Barreiras.

Caft tem novo coordenador

Angelo Calmon de Sá Júnior (D), do Comex

Sérgio Pedreira, presidente do Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso no Estado da Bahia (Sindical), foi eleito para coordenar o Conselho de Assuntos Fiscais e Tributários (Caft) da Federação das Indústrias do Estado da Bahia. Há três mandatos à frente do Sindical, Pedreira foi conduzido ao cargo pela diretoria da FIEB, em reunião ocorrida em 28 de abril. O papel do Caft é funcionar como órgão consultivo em assuntos fiscais e tributários.

Bahia Indústria  23


Sala de Som é o SESI na TV

U

m programa diferente, que busca não apenas o entretenimento, mas também desvendar o universo musical, suas histórias, instrumentos característicos e personagens. Assim é o Sala de Som, projeto idealizado pela equipe do SESI Cultura e que, a partir do o dia 1º de maio passou a fazer parte da grade de programas da TVE Bahia. Exibido aos domingos, com reprise às quin24

Bahia Indústria

tas-feiras, o projeto sela a parceria entre a TVE/IRDEB e o SESI. O lançamento ocorreu no dia 26 de abril, no Teatro SESI Rio Vermelho. Ao todo, serão veiculados 12 episódios, com duração de 20 minutos cada, apresentados pelo músico Alexandre Leão, que define a atração como “um programa de entrevistas musicais”, abordando a diversidade de ritmos, gêneros e estilos musicais da Bahia.

Projeto do SESI Cultura sai da TV WEB e ganha espaço na TVE Bahia Por Patrícia Moreira

Para o superintendente do SESI Bahia, Armando Neto, “o Teatro SESI é uma referência para Salvador como ponto de encontro e de fomento da arte e da música. A parceria com a TVE soma-se a este trabalho, ao permitir que o conhecimento e as produções que nascem no SESI Cultura sejam levadas a novos públicos”. O diretor-geral do IRDEB, Flávio Gonçalves, que anunciou uma segunda temporada do Sala de Som, disse que é uma honra para a TV pública baiana dar espaço a este conteúdo, que é diferenciado. “Temos o objetivo de cada vez mais intensificar a produção de conteúdos musicais, afinal, a Bahia é um celeiro da


música nacional, e dar visibilidade tanto às antigas, quanto às novas gerações de músicos é realizar nossa missão. Por isso é muito importante essa parceria com o SESI no sentido de viabilizar este novo programa”, concluiu. Alexandre Leão destacou o quanto foi agradável participar do projeto. “O SESI e a TVE cumprem o papel educativo e o programa funciona com essa essência de vídeo-aula que diverte e traça um panorama do que se faz aqui na Bahia pelos grandes especialistas em cada assunto”, destacou. Em um papo descontraído e recheado de informações, Alexandre conversa com um ou mais músicos convidados, que relatam curiosidades sobre suas produções musicais. O Sala de Som não trata das carreiras, nem das biografias dos entrevistados. “Converso com especialistas em instrumentos, como Armandinho, que fala da guitarra baiana, ou falo sobre gêneros e movimentos musicais”, diz Alexandre. Deste modo, Margareth Menezes deu entrevista sobre o Afropop, Aderbal Duarte falou sobre Bossa Nova e como Alexandre Leão está sempre com o violão ou algum instrumento na mão, interage com os convidados. Artista multifacetado, Alexandre mostra desenvoltura na estreia como apresentador.

Alexandre Leão e Aderbal Duarte, no episódio de estreia do programa

Sobre o Sala de Som O Sala de Som surgiu de uma proposta concebida pelo SESI Cultura, que, em 2014, veiculou na TV WEB do Teatro do SESI uma série de programetes com duração de 7 minutos. Em 2015, surgiu o convite da TVE para levar o projeto para a televisão. A gerente do Teatro do SESI, Rosa Villas Boas, explica que o projeto tem caráter pedagógico e a proposta é contribuir para ampliar o repertório cultural e despertar o interesse e a sensibilidade musical do público. Ela destaca a importância da parceria com a TVE, que permitiu ampliar a proposta e levar a iniciativa a um público maior. No roteiro, procurou-se contemplar os diferentes estilos musicais, trazendo informações sobre o processo criativo da música, curiosidades sobre a origem das vertentes musicais, contexto histórico, técnicas e história dos instrumentos. Os programas também abordarão a tradição musical nos conteúdos sobre samba, viola machete, guitarra baiana, pandeiro e outros. Todos os capítulos foram gravados nos estúdios da TVE, com equipamentos de som e vídeo de última geração. (Colaborou Dóris Pinheiro TVE/Irdeb) [bi]

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Exibição do Sala de Som 01. Aderbal Duarte (Bossa Nova) – 01/05 e 05/05 02. Juliana Ribeiro (Samba na Bahia) – 08/05 e 12/05 03. Lula Gazineo, Ricardo Marques e Elisa Goritz (Chorinho) – 15/05 e 19/05 04. Álvaro Assmar, Eric Asmar e Diego Rico (Blues) – 22/05 e 26/05 05. Maviael Melo (Música Nordestina e Cordel) – 29/05 e 2/06 06. Gabi Guedes e Alexandre Lins (Percussão) – 05/06 e 09/06 07. Armandinho Macedo (Guitarra Baiana) – 12/06 e 16/06 08. Fábio Cascadura (Rock na Bahia) – 19/06 e 23/06 09. Jarbas Bittencourt e Luciano Bahia (Trilhas Sonoras) – 26/06 e 30/06 10. Mário Ulloa e Jana Vasconcelos (Violão Clássico) 03/07 e 07/07 11. Cássio Nobre (Viola Machete) 10/07 e 14/07 12. Margareth Menezes (Afropop) 17/07 e 21/07 Bahia Indústria  25


Indústria terá Frente Parlamentar Iniciativa tem o objetivo de construir um canal de interlocução entre a indústria baiana e o Legislativo Estadual, para fortalecimento do setor

C

om lançamento oficial previsto para o próximo mês, foi apresentada, em abril, na Assembleia Legislativa, a Frente Parlamentar da Indústria. Presidido pelo deputado Nelson Leal, o grupo é composto por deputados estaduais. O objetivo é construir um canal de interlocução entre a indústria baiana e o Legislativo Estadual. “Vamos fornecer condições para que os parlamentares possam entender a nossa realidade, sendo proativos e demandando soluções e proposições”, pontuou o presidente da FIEB, Ricardo Alban. Ele ressaltou que o setor foi o que mais perdeu em competitividade nos últimos anos. “Daí a importância de discutir interesses do setor industrial e, consequentemente, de toda a sociedade”, completou. Alban também apresentou o projeto do Cimatec Industrial, que

dará suporte a grandes protótipos e plantas piloto, além de ter uma infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. “O Cimatec Industrial visa atrair mais investimentos e tornar o estado um polo de inovação e competitividade”, disse. Presidente da Frente, o deputado Nelson Leal destacou que além de estreitar a comunicação entre os poderes estaduais e as empresas, a frente vem para fortalecer um dos setores que mais influenciam no crescimento econômico do estado. “A Frente é suprapartidária e tem o compromisso de ser positiva e proativa”, afirmou. Os parlamentares presentes reforçaram o apoio e destacaram a importância da iniciativa para a indústria e para a sociedade. Durante o encontro, o diretor executivo da FIEB, Vladson Menezes, fez uma apresentação do

atual cenário da indústria baiana e apresentou os temas prioritários para o setor, entre eles: os Distritos Industriais, questões no âmbito tributário e a Agenda Legislativa da Indústria. Ele destacou que, embora enfrentando momento de queda, resultado da crise em todo o país, a indústria pode reverter este quadro sabendo explorar as oportunidades. A reunião contou ainda com explanação sobre a Frente Parlamentar da Indústria Química, que se pretende ter como referência para a ação da Frente Setorial.

Nelson Leal e Ricardo Alban (centro), em evento na ALBA

Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema Fieb

26  Bahia Indústria

Composição A Frente Parlamentar da Indústria tem como presidente o deputado Nelson Leal (PSL) e vice-presidente, Pablo Barrozo (DEM). Ela será dividida em sete coordenações: Indústria Química, Petroquímica, Plástico, Óleo e Gás, representada pelo deputado Adolfo Viana (PSDB); Construção Civil, Infraestrutura e Mineração, por Maria del Carmen (PT); Agroindústria, por Robinho (PP); Indústria Naval, Automotiva e Metal Mecânica, por Hildécio Meireles (PMDB); Indústria de Papel, Celulose, Madeira e Móveis, por Sandro Régis (DEM); Indústria Cosmética, Têxtil, Vestuário e Calçados, por Carlos Geilson (PSDB) e a coordenação da Indústria de Alimentos e Bebidas, com coordenador a definir. Na secretaria executiva do grupo está o diretor executivo da FIEB, Vladson Menezes. [bi]


valter Pontes/Coperphoto/Sistema Fieb

Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema Fieb

Formação com excelência SESI e SENAI são parceiros da Ford no Projeto de Educação para Jovens que formou a primeira turma com 95 alunos

A

pós seis meses de capacitação, 95 jovens do Programa de Educação para Jovens, realizado pela Ford, foram diplomados, no dia 4 de abril, em solenidade que contou com a presença do presidente da Ford América do Sul, Steven Armstrong, e do presidente mundial da Ford Fund, Jim Vella. Lançado em 2015, o programa selecionou estudantes da rede estadual de ensino com base no histórico escolar. Os participantes, com idades entre 17 e 21 anos, percorreram uma trilha de desenvolvimento operacional, construída em parceria entre a Ford e o SESI, com foco nas competências necessárias aos cargos iniciais de empresas industriais da região, contemplando comunicação escrita, matemática e lógica, informática básica, comportamento saudável, inglês básico, entre outros.

Ao longo da trilha, foram realizadas palestras com executivos da Ford e uma visita à unidade fabril da empresa. Os alunos passaram por um teste de aptidão e seguiram para a formação técnica na unidade do SENAI de Camaçari em auxiliar de eletricista, auxiliar administrativo, auxiliar de mecânico de automóveis e auxiliar de mecânico de máquinas industriais. Além de lanche e transporte, os alunos receberam tratamento odontológico no projeto Ford Odontomóvel de Camaçari, também realizado em parceria com o SESI. educação Steven Armstrong afirmou a disposição da empresa de continuar a apoiar iniciativas educacionais, mesmo diante do cenário desafiador da indústria, para promover o progresso social e econômico da

região. “Acreditamos na educação como força transformadora da sociedade”, disse. O superintendente do SESI Bahia, Armando Neto, reiterou o quanto é importante para a entidade ter a confiança da Ford para fazer a gestão dos seus programas de responsabilidade social em todo o Brasil. “O SESI vem procurando customizar seus serviços e o Programa de Educação para Jovens é um exemplo. Ele se insere no programa a Trilha de Desenvolvimento em que oferecemos um produto de maior valor agregado, com ações de educação continuada”, explica Armando Neto. “O SENAI está muito feliz de fazer parte desta iniciativa, colocando seus profissionais a serviço de um projeto de apoio à comunidade”, arrematou o diretor regional do SENAI, Luis Alberto Breda. [bi]

Ford forma primeira turma de educação técnica para jovens

Bahia Indústria  27


indicadores  Números da Indústria

Queda continuará nos próximos meses Produção industrial da Bahia caiu 5,2% em janeiro, mas a maioria dos estados teve desempenho ainda pior

A

produção física da indústria de transformação da Bahia apresentou queda de 5,2%, em janeiro, na comparação dos últimos 12 meses em relação ao período anterior. Não obstante o péssimo resultado, dos 14 estados que participam da pesquisa sobre a produção industrial mensal do IBGE - PIM PF-R, somente quatro tiveram desempenho melhor que o da Bahia: Mato Grosso e Espirito Santo apresentaram resultados positivos (4,8% e 1%, respectivamente), enquanto que Pará (-3,9%) e Goiás (-1,6%) apresentaram quedas menores. Os demais estados registraram resultados ainda mais negativos: Amazonas (-19,3), Rio de Janeiro (-12,5%), São Paulo (-11,7%), Rio Grande do Sul (-11,3%), Minas Ge-

rais (-10,9%), Ceará (-10,1%), Paraná (-9,8%), Santa Catarina (-8,4%) e Pernambuco (-7,6%). Na Bahia, apenas um dos 11 segmentos pesquisados registrou crescimento: Celulose e Papel (0,4%). Apresentaram resultados negativos: Equipamentos de Informática (-51,1%), Minerais não Metálicos (-11%), Metalurgia (-7%), Refino de Petróleo e Biocombustíveis (-6,2%), Produtos Químicos (-4,6%), Alimentos (-3,6%), Couro e Calçados (-2,2%), Veículos Automotores (-2,1%), Bebidas (-1,9%) e Borracha e Plástico (-1,2%). CRESCIMENTO Na comparação de janeiro de 2016 com igual mês de 2015, a produção física da indústria de transformação baiana apresentou crescimento de 11,7%. Quatro dos 11 segmentos industriais da Bahia apresentaram resultados positivos: Refino de Petróleo e Biocombustíveis (66,4%, resultado explicado não só pela maior fabricação de óleo diesel, óleos combustíveis e gasolina automotiva, mas também pela base de comparação baixa, uma vez que essa atividade recuou 50,9%

em janeiro de 2015, em função de greve de funcionários ocorrida em importante unidade local); Equipamentos de Informática (40,7%); e Metalurgia (24%, impulsionado, em grande parte, pela maior fabricação de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre) e Bebidas (6,2%). Apresentaram resultados negativos: Minerais não Metálicos (-19,5%, menor produção de cimentos “Portland”, argamassas, ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica para pavimentação ou revestimento e massa de concreto preparada para construção); Veículos Automotores (-14,6%, menor produção de automóveis e painéis para instrumentos dos veículos automotores); Couro e Calçados (-12,5%, queda na produ-

Bahia - Produção Física da indústria de Transformação (2013-2016) 2014

115 110 2013

105 100 95

2015

90

2016

85 80 75

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

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DEZ

NOV

OUT

SET

AGO

JUL

JUN

MAI

ABR

MAR

FEV

JAN

70


ção de tênis de material sintético e couros e peles de bovinos curtidos ao cromo); Borracha e Plástico (-7,3%, redução na produção de pneus novos de borracha para ônibus, caminhões e automóveis, sacos, sacolas e bolsas de plástico e filmes de material plástico para embalagem); Alimentos (-4,5%, com menor produção de farinha de trigo, carnes de bovinos congeladas e pasta de cacau); Celulose e Papel (-3,9%, queda na fabricação de pastas químicas de madeira - celulose); e Produtos Químicos (-0,8%). O setor industrial (brasileiro e baiano) enfrenta um ambiente de muita dificuldade, refletindo, sobretudo, uma conjuntura doméstica de crises econômica e politica que se retroalimentam, o que acarretou numa retração econômica grave. Do ponto de vista estadual, o desempenho negativo do ano é reflexo de resultados negativos de quase todos os segmentos, mas com influência forte do refino de petróleo e biocombustíveis, metalurgia e minerais não metálicos. Apenas o setor de Celulose (voltado à exportação) consegue

apresentar resultado positivo na análise anualizada. QUEDA EM 2016 Quanto às perspectivas para 2016, há poucos elementos que indiquem a possibilidade de recuperação da indústria nacional. A estimativa de mercado é de queda da atividade industrial este ano (-4,5%) e de modesto crescimento só em 2017 (+0,57%), de acordo com informações do Banco Central (relatório Focus). Alguns indicadores ilustram as dificuldades enfrentadas pela economia nacional: (i) inflação elevada (o IPCA acumulou alta de 10,36% em fevereiro deste ano, contra um teto de meta de inflação de 6,5% para o ano); (ii) patamar elevado da taxa de juros, com a Selic mantida em 14,25%; e (iii) crescimento do desemprego – segundo a PME (Pesquisa Mensal de Emprego – IBGE), em janeiro de 2016, a taxa de desemprego foi de 7,6%, para o conjunto de seis regiões metropolitanas investigadas. No caso específico da Região Metropolitana de Salvador, a taxa foi de 11,8%, em janeiro de 2016. [bi]

bahia: pim-pf de Fevereiro de 2016

Variação (%)

Setores Fev16/fev15 Jan-fev16/ mar15-fev16/ Jan-fev15 mar14-fev15

Indústria de Transformação Refino de petróleo e biocombustíveis Produtos químicos Veículos automotores Alimentos Celulose e papel Borracha e plástico Metalurgia Couro e Calçados Minerais não metálicos Equipamentos de Informática Bebidas Extrativa Mineral

13,4 12,4 -2,6 108,3 83,3 1,8 2,3 0,6 -4,2 -60,2 -32,4 -7,2 4,2 0,6 -2,9 2,9 -0,7 0,5 -9,6 -8,4 -1,9 26,8 25,3 -2,6 3,1 -4,3 -2,1 -9,4 -14,5 -10,4 6,4 20,9 -46,7 8,9 7,5 0,3 -18,6 -14,3 -7,8

Fonte IBGE; elaboração Fieb/SDI

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painel

fotos Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema Fieb

CIEB capacita empresários no interior

IEL e Fundação Dom Cabral iniciam capacitação de empresários baianos Com objetivo de apoiar o desenvolvimento das empresas baianas por meio da qualificação de executivos, o IEL-BA iniciou o curso Gestão de Negócios, iniciativa em parceria com a Fundação Dom Cabral. “Nesta linha de educação empresarial, queremos trabalhar com soluções sob medida, com foco na prática, acompanhando a aplicação do conhecimento no cotidiano”, explicou o superintendente do IEL, Evandro Mazo, que também destacou a importância da parceria do Conselho de Jovens Lideranças Industriais da FIEB (CJLI) na concepção do curso. Com carga horária de 96 horas e duração de seis meses, o curso é dividido em sete módulos, teóricos e práticos, e vai abordar temas como liderança, finanças, gestão estratégica e gestão de processos.

Inscrições abertas para Prêmio de Estágio Estão abertas as inscrições para o Prêmio IEL de Estágio, promovido pelo IEL-BA, em parceria com o Fórum de Estágio da Bahia, com o objetivo de reconhecer a atuação dos agentes envolvidos no processo de estágio. Empresas, instituições de ensino e estagiários têm até o dia 10 de maio para efetuar a inscrição. Para isso, os interessados devem se cadastrar no site do prêmio (www.fieb.org.br/iel/premioieldeestagio), baixar o regulamento, preencher o formulário de inscrição referente à categoria escolhida e enviar via e-mail ou entregar na unidade do IEL mais próxima as documentações necessárias com informações complementares para validar a inscrição. Informações: (71)3343-1365 e (71)3343-1453, ou pelo e-mail melhorespraticas@fieb.org.br.

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Evandro Mazo: soluções sob medida para empresas

Engenheiro Jônathas Aleixo ministrou os cursos

O Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB) realizou, em março, na região sul do Estado, duas edições do curso Soluções eficientes para a redução dos custos com energia e água. Gratuitas, as capacitações foram promovidas nos municípios de Itabuna e Ilhéus e apresentaram boas práticas para a redução no consumo de água e energia. Os cursos integram a programação da Agenda CIEB 2016. Para o 1° semestre, estão programados mais de vinte cursos, em áreas como planejamento e relações trabalhistas. As capacitações são em parceria com empresas da Rede de Parceiros do CIEB, programa criado em 2015 com o objetivo de oferecer às empresas associadas ao Centro, produtos e serviços com descontos e condições especiais. A rede conta com 90 parceiros em atividades como consultoria ambiental, ensino superior, cursos de idiomas e qualificação industrial. As empresas interessadas em participar devem entrar em contato pelo telefone 3343-1216 ou pelo e-mail cieb@fieb.org.br.


Thais Nunes/Coperphoto/Sistema Fieb

Cimatec Industrial sai do papel Aprovado pela CNI, que garantiu parte dos recursos para o projeto, o Cimatec Industrial vai receber testes de protótipos e plantas piloto, ajudando o desenvolvimento industrial do país. Com infraestrutura capaz de dar suporte a projetos de energia eólica, automotiva e de fármacos, terá a primeira etapa concluída em dezembro de 2017.

Novos membros na diretoria e conselhos

Jeong-Gwan Lee conheceu laboratórios do centro tecnológico

A diretoria da FIEB elegeu novos representantes no dia 28.4. Foram eleitos o vice-presidente Eduardo Gordilho, os diretores Maurício de Freitas e Waldomiro de Araújo e os suplentes Marcelo de Araújo e Roberto de Farias. Sérgio Pedreira foi escolhido para coordenar o Conselho de Assuntos Fiscais e Tributários e foi reconduzido ao Conselho do SENAI Bahia. No Conselho do SESI, Edson Virgínio Nogueira foi reconduzido e empossado Victor Ventin. Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema Fieb

Cimatec recebe visita do embaixador da República da Coreia O embaixador da República da Coreia no Brasil, Jeong-Gwan Lee, visitou o SENAI Cimatec, no dia 12 de abril. O objetivo foi discutir as possibilidades de parceria entre o Brasil e a Coreia visando fomentar negócios internacionais com empresas industriais. “Estamos aqui para conhecer as áreas mais exploradas pela indústria do Brasil e da Bahia e identificar as possibilidades de cooperação entre os dois países por intermédio do Cimatec”, afirmou Jeong-Gwan Lee, que conheceu o Centro de Supercomputação para Inovação Industrial e alguns dos principais laboratórios do Campus.

Alunos visitaram superintendente do SESI

Estudantes do SESI no Torneio Nacional de Robótica As equipes Genius e Tecnomaníacos, compostas por estudantes do Ensino Médio e 9° ano do SESI Candeias e SESI Retiro, respectivamente, estiveram em Brasília, no mês de março, para a etapa nacional do First LEGO League (FLL) de 2015/2016, que reuniu cerca de 290.000 jovens de idades entre 9 e 16 anos, de mais de 80 países. Os alunos representaram a Bahia no torneio que, nesta edição, teve como tema o mundo do lixo.

Bahia Indústria  31


jurídico

A perda da propriedade por desapropriação

Norma altera as regras para extinção de crédito tributário Foi publicada, em 30 de março de 2016, a Medida Provisória nº 719 que alterou, dentre outros dispositivos, a Lei nº 13.259/2016, que passou a garantir a possibilidade de extinção do crédito tributário inscrito em dívida ativa da União mediante dação em pagamento de bens imóveis, a critério do credor.

Por Vaneide Silva Souza

A desapropriação é o procedimento pelo qual o Poder Público transfere compulsoriamente para si a propriedade de bem móvel ou imóvel pertencente a terceiro, mediante indenização, fundamentando-se em razões de utilidade pública ou interesse social, nos termos do art. 5º, XXIV, 182 e 184 da Constituição Federal. A desapropriação por utilidade pública está disciplinada no Decreto Lei nº 3365/41, no qual é apresentado o rol taxativo de hipóteses para sua ocorrência, em regra, os imóveis desapropriados para fins de obras públicas são enquadrados como de utilidade pública. Já a desapropriação por interesse social está regulamentada na Lei nº 4.132/62, na qual são apresentadas as situações que justificam a medida, a exemplo de: implantação de conjuntos habitacionais populares, aproveitamento do solo improdutivo, proteção de mananciais de água e reserva florestal, entre outras. Seguindo o rito procedimental, o bem deverá ser declarado de utilidade pública ou interesse social através de Decreto ou Lei, e, após, devem ser iniciadas as tratativas para pagamento da indenização devida, na via administrativa e poderá ou não ser judicializado. Havendo acordo quanto ao valor da indenização, será formalizado acordo extrajudicial. Em caso de impossibilidade de composição amigável, deverá ser proposta ação expropriatória para discutir, 32  Bahia Indústria

exclusivamente, o preço. No processo judicial, o expropriante deverá realizar o depósito prévio do valor da indenização que entender devido, para obter a imissão provisória na posse. Se concedida a medida cautelar de imissão provisória na posse, o Expropriante poderá utilizar o bem, enquanto tramita a ação judicial, e o proprietário não poderá se opor. Contudo, a transferência de propriedade só ocorrerá após a sentença transitada em julgado, finalizando o processo judicial. Destaca-se que a tomada do bem sem a observância do procedimento legal é uma irregularidade e configura a desapropriação indireta, cabendo ao seu proprietário solicitar o pagamento da indenização pela perda da propriedade. No processo de desapropriação não devem ser discutidos os fundamentos do ato expropriatório, salvo, quando se verificar que inexistem motivos de interesse público justificadores da perda de propriedade, devendo ser proposta ação judicial para invalidação do ato administrativo. A desapropriação, em quaisquer modalidades, é uma forma drástica de intervenção do Poder Público na propriedade privada, constitui-se, assim, numa ferramenta que o Estado poderá utilizar para desempenhar a função primordial de atender ao interesse coletivo, e, somente, terá validade se fundamentada na supremacia do interesse público.

Novos procedimentos para transações de unidades imobiliárias

Vaneide Silva Souza é advogada da gerência Jurídica da FIEB

A Instrução Normativa nº 12/2016, do Município de Salvador, estabeleceu novos procedimentos relativos às transações de unidades imobiliárias decorrentes de incorporação imobiliária. Destaque para: a) o controle e acompanhamento dos empreendimentos realizados no município; b) as obrigações do incorporador imobiliário e o responsável pelo condomínio de edificações; c) o cadastramento das futuras unidades imobiliárias; d) a Declaração de Transação de Unidade Imobiliária a ser disponibilizada no endereço eletrônico da SEFAZ; e) o requerimento e a liberação do Alvará de Habite-se; f) a responsabilidade de retenção e recolhimento do ISSQN em relação aos serviços contratados; g) a penalidade de até R$ 3.750 na hipótese de descumprimento das obrigações.


ideias

A necessidade de recuperação ampla e segura de créditos tributários Por Eneida Leite e Rosane Advíncula

Em cenário de crise e queda na arrecadação, contribuintes buscam créditos tributários seguros, enquanto a Receita Federal do Brasil (RFB) e as Secretarias de Fazenda Estaduais, por divergirem quanto aos conceitos e formas de aproveitamento, vêm glosando diversos créditos apresentados. No ano de 2014, a RFB contabilizou R$ 150,5 bilhões em tributos lançados por autuações. Foi o segundo maior obtido em sete anos, superado apenas pelo valor lançado em 2013, que foi de R$ 190,1 bilhões. A metodologia da RFB para a escolha dos contribuintes a serem fiscalizados consiste na análise do comportamento econômico-tributário, por meio do monitoramento da oscilação da arrecadação dos tributos que administra. Exemplo prático foi a edição da Portaria nº 641, de maio de 2015, direcionada aos maiores contribuintes e que regulamenta este monitoramento. Os aspectos que fundamentam as autuações lavradas são dois: divergência no conceito de créditos tributários e a ausência de integridade nas obrigações acessórias enviadas às entidades fiscalizadoras. Quanto ao conceito de “créditos tributários”, os contribuintes têm obtido êxitos no CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão máximo da RFB,

para julgamento de recursos em autos de infração, que, após longa pausa de suas atividades, retomadas em 2016, vem reiterando que o conceito de insumo para creditamento das contribuições ao PIS e a COFINS, por exemplo, o gasto incorrido, deve ser necessário ao processo produtivo e, consequentemente, à obtenção do produto final. Em 26 de fevereiro de 2016, a Sadia, atualmente do Grupo BRF, que litigava contra o conceito de insumo por crédito glosado durante fiscalização, obteve êxito em itens como a indumentária dos funcionários (luvas e máscaras), pallets (suporte para movimentar cargas), embalagens e material de limpeza, entre outros. Em janeiro desse ano, o próprio CARF concedeu direito a créditos no mesmo critério da “essencialidade” do item para a obtenção do produto final. (Proc. 13878.000210/2005-43, recorrente Ajinomoto Biolatina Indústria e Comércio LTDA), contudo, expressou a necessidade de comprovação da aplicação dos “insumos” no processo produtivo ou na prestação dos serviços. Diante da diligência da RFB em monitorar a arrecadação dos tributos sob sua administração, com mecanismos cada vez mais sofisticados com a análise de dados fornecidos pelos contribuintes, a estes cabe o cuidado na integridade da prestação das suas informações, com segurança nas suas me-

No ano de 2014, a RFB contabilizou R$ 150,5 bilhões em tributos lançados por autuações. Foi o segundo maior obtido em sete anos, superado apenas pelo valor lançado em 2013, que foi de R$ 190,1 bilhões

Eneida Leite e Rosane Advíncula são da Tyno Consultoria

mórias de cálculo e suporte legal à prova de qualquer questionamento por parte do Fisco. Dessa forma, considerando que as apurações dos tributos devem ser exatas, aproveitando o máximo dos créditos fiscais legalmente permitidos, algumas indagações e reflexões devem ser feitas: - Sua empresa tem excelência na apuração de créditos tributários? - Os créditos são apurados de forma a ter sua legalidade comprovada em uma fiscalização? - As informações apresentadas nas obrigações acessórias são corretas, completas e coerentes entre si? A resposta negativa ou incerta a qualquer uma destas questões implica em fator de risco para os créditos apurados que, além de glosados, serão valorados com aplicação de atualizações monetárias e multas punitivas. [bi] Bahia Indústria  33


leitura&entretenimento fotos Divulgação

exposição Brinquedos nordestinos Brinquedos que marcaram a infância de antigamente, muito deles ainda presentes nas comunidades interioranas do nordeste do Brasil. São esses objetos que compõem a exposição Brinquedos à Mão – Coleção Sálua Chequer, coletadas ao longo dos últimos 30 anos, durante pesquisas de campos em diversas cidades nordestinas. As peças, apresentadas em diversos suportes, não são expostas como em um museu, ao contrário, convidam ao movimento. São pequenos moedores de cana, carro de boi e moinhos de água. Em foco, a recuperação da importância e do valor pedagógico dos brinquedos populares como referência para todas as gerações.

Não perca Palacete das Artes, ter a sex, das 13h às 19h, e sáb e dom, das 14h às 19h. Até 26/6. R. da Graça, 289, Graça. Classificação livre

show Dia de Choro na Varanda Todo início de semana é especial na Varanda do SESI, com as Segundas do Chorinho. Considerada a primeira música urbana tipicamente brasileira, o chorinho é revisitado nos seus grandes clássicos e novas composições por grupos diversos. Ao longo desses cinco anos de existência do projeto, a Varanda recebeu grupos consagrados no estilo como o Janela Brasileira, Gente do Choro, Casa Verde e Os Ingênuos. Artistas como Armandinho, Maestro Fred Dantas e Juliana Ribeiro também abrilhantaram o espaço, relembrando sucesso do estilo musical, fazendo da Varanda do SESI uma verdadeira vitrine do choro na Bahia. Não perca Teatro SESI, segundas, 20h. Ingressos: R$ 20. R. Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho. Classificação 16 anos

livros

A Economia Artisticamente Criativa Xavier Greffe Iluminuras 192 p. R$ 38

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Economia criativa

Engajamento renovado

Em A Economia Artisticamente Criativa, Xavier Greffe, da Sorbonne, faz um recorte de como a arte e a cultura, a partir das crises de reestruturação econômica dos anos 70 do século XX viram na criatividade uma forma para gerar empregos e destacar valores. Visitando a filosofia, estética e economia, o autor conta como a criatividade se manifesta no capitalismo avançado e quais os problemas práticos de gestão enfrentados pelos empreendimentos criativos.

Um ambiente de trabalho sadio é ideal para que as pessoas sintam prazer em realizar tarefas todos os dias. Mas muitas vezes esse local se torna desagradável, causando um grande desengajamento nas pessoas. Em Engajamento, Rogério Chér investiga o comportamento desengajado e toda a série de motivos pelos quais as pessoas se desencantam e se distanciam dos seus líderes, colegas e objetivos profissionais. Por fim, traça o perfil dos líderes que se engajam e inspiram.

Engajamento 2ª Edição – Melhores práticas de Liderança, Cultura Organizacional e Felicidade no Trabalho Rogério Chér Alta Books, 160 p. R$ 49,41


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