Nota Técnica - PIB - 2º trimestre de 2016

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Contas Nacionais Trimestrais

Agosto de 2016

2º Trimestre de 2016

No 2º trimestre de 2016, a economia brasileira, segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, registrou retração de 0,6% (com ajuste sazonal) em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o 2º trimestre de 2015, a queda verificada foi de 3,8%. No acumulado de quatro trimestres (taxa anualizada), o PIB caiu 4,9% em relação ao período anterior, aprofundando o ciclo de baixa (ver gráfico abaixo). Para todo o ano de 2016, a previsão do mercado (Relatório Focus) é de que o PIB registre queda de 3,20%. Caso se confirme, será o a primeira vez (desde 1962, quando se iniciou a série) que haverá queda do PIB em dois anos consecutivos.

Sob a ótica da demanda, todos os seus componentes apresentaram resultado negativo, exceto exportações, no acumulado em quatro trimestres. O Consumo das Famílias caiu 5,7%, ante a ligeira redução de 0,6% no período anterior, refletindo a queda dos níveis de emprego e da massa salarial. O Consumo do Governo (Despesa de Consumo da Administração Pública) também registrou queda no período em análise (-1,8%, contra 0,0%). O pior resultado continua sendo o da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que registrou redução de 15,1%, ante

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decréscimo de 9,3% no período anterior. Vale destacar que a recuperação da taxa de investimento da economia é crucial para uma possível retomada do crescimento no Brasil. Os investimentos privados normalmente estão atrelados ao nível de confiança na economia. As Exportações de Bens e Serviços registraram o único resultado positivo, sob essa análise, com elevação de 7,3%, já as Importações de Bens e Serviços verificaram queda expressiva de 18,3%, contra decréscimo de 4,6% no acumulado do trimestre anterior.

Do lado da oferta, o resultado anualizado do 2º trimestre de 2016 reflete o desempenho de todas os setores. A Indústria verificou queda de 6,3% no período. O setor de Serviços também apresentou decréscimo (-3,6%) e a Agropecuária contabilizou redução de 2,4%. Entre as atividades industriais, apenas SIUP - Eletricidade, Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana registrou alta (3,7%). Por outro lado, Extrativa Mineral (-3,6%), Indústria de Transformação (9,9%), e Construção Civil (-5,0%), registraram queda no período analisado. A redução no consumo das famílias, o cenário externo adverso e um ambiente desfavorável ao investimento devem continuar afetando o desempenho do setor industrial brasileiro nos próximos trimestres.

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O PIB no 2º trimestre de 2016 (a preços de mercado) alcançou R$ 1.530 bilhões, sendo R$ 1.318 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 213 bilhões aos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. Considerando o valor adicionado a preços básicos, notase que a Agropecuária ganhou participação relativa no PIB, passando de 5,8%, no 2º trimestre de 2015, para 6,9%, no 2º trimestre de 2016. A Indústria continua perdendo importância relativa, tendo sua participação no PIB caído de 22,4% para 21,4%, no período em análise. O setor de Serviços perdeu leve participação no PIB, passando de 71,8% para 71,7%, na mesma comparação intertemporal. Quanto ao desdobramento do PIB pelos componentes da demanda a preços de mercado (inclusive impostos), o Consumo das Famílias totalizou R$ 960 bilhões, o Consumo do Governo R$ 307,9 bilhões e a FBCF R$ 256,7 bilhões (16,8% do PIB, contra 18,4% no 2º trimestre de 2015). As Exportações e as Importações de Bens e Serviços alcançaram R$ 207,4 bilhões e R$ 193,2 bilhões, respectivamente, enquanto a Variação de Estoques foi negativa em R$ 8,4 bilhões. Segundo a SEI, o PIB da Bahia caiu 3,7% no 2º trimestre de 2016 em relação a igual período de 2015, refletindo as quedas de 14,4% na agropecuária, 2,4% na indústria e 2,4% nos serviços. Na Indústria, houve decréscimo em todos nos segmentos: Extrativa Mineral (-19,6%); SIUP Eletricidade, Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana (-8,0%) Construção Civil (-2,0%). Somente a Indústria de Transformação apresentou crescimento no período (+1,1%).

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