Contas Nacionais Trimestrais
Maio de 2015
1º Trimestre de 2015
No 1º trimestre de 2015, a economia brasileira, segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, registrou retração de 0,2% (com ajuste sazonal) em relação ao trimestre anterior, confirmando as expectativas negativas do mercado, mas um pouco melhor do que as projeções do Índice de Atividade Econômica do Banco Central, que contabilizava retração de 0,81%. Na comparação com o 1º trimestre de 2014, a queda verificada foi de 1,6%. No acumulado de quatro trimestres (taxa anualizada), o PIB caiu 0,9% em relação ao período anterior, aprofundando o ciclo de baixa (ver gráfico abaixo).
Sob a ótica da demanda, a análise da taxa anualizada mostra que, no 1º trimestre deste ano, o Consumo das Famílias cresceu 0,2%, ante 2,5% no período anterior, refletindo a desaceleração do crescimento da massa salarial e queda em termos reais do saldo de operações de crédito para as pessoas físicas. O Consumo do Governo (Despesa de Consumo da Administração Pública) também registrou taxa de crescimento inferior à verificada no período anterior (0,4%, contra 2,7%). Por outro lado, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) apresentou queda expressiva no período (-6,9%), ante alta de 6,2% no
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período anterior. Vale destacar que a FBCF (taxa de investimento da economia) é crucial para a retomada do crescimento no Brasil, podendo, caso não seja revigorado, pressionar a inflação ao conter o crescimento da oferta de bens e serviços nacionais. As Exportações de Bens e Serviços caíram 1% e as Importações de Bens e Serviços apresentaram queda de 2,5%, contra alta de 6,2% no trimestre anterior.
Do lado da oferta, o resultado anualizado do 1º trimestre de 2015 reflete principalmente o desempenho da Indústria, cuja queda foi de 2,5%. O setor de Serviços também apresentou pequena queda (-0,2%). Já a Agropecuária contabilizou alta de 0,6% (mesmo assim, bem abaixo do resultado de igual período do ano passado, que foi de 3,3%). Entre as atividades industriais, apenas Extrativa Mineral (+10,3%) registrou alta, todas as outras registraram queda no período analisado: SIUP - Eletricidade, Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana (-7,3%), Indústria de Transformação (-5,6%) e Construção Civil (-4%). A desaceleração no consumo das famílias, o cenário externo adverso e um ambiente desfavorável ao investimento devem continuar afetando o desempenho do setor industrial brasileiro nos próximos trimestres.
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O PIB alcançou R$ 1.408 bilhões no 1º trimestre de 2015 (a preços de mercado), sendo R$ 1.199 bilhões referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 209 bilhões aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios. Considerando o valor adicionado, nota-se que a Agropecuária perdeu participação relativa no PIB, passando de 6,8% no 1º trimestre de 2014 para 6,6% em igual período em 2015. A Indústria continua perdendo importância relativa, tendo sua participação no PIB caído de 23,4%, no 1º trimestre de 2014, para 22,3% no 1º trimestre de 2015. O setor de Serviços ganhou participação no PIB, passando de 69,8% para 71%, na mesma comparação intertemporal. Quanto ao desdobramento do PIB pelos componentes da demanda a preços de mercado (inclusive impostos), o Consumo das Famílias totalizou R$ 887,8 bilhões, o Consumo do Governo R$ 272,6 bilhões e a FBCF R$ 276,7 bilhões (19,7% do PIB, contra 20,3% no 1º trimestre de 2014). As Exportações e as Importações de Bens e Serviços alcançaram R$ 152,5 bilhões e R$ 202,1 bilhões, respectivamente, enquanto a Variação de Estoques foi de R$ 20,5 bilhões. Segundo a SEI, o PIB da Bahia caiu 1% no 1º trimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo a queda da Indústria (-3%) e Serviços (-1,1%). Já a Agropecuária registrou alta de 6,9%. Na Indústria, apenas o segmento de SIUP (Eletricidade, Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana) registrou crescimento (+2,4%), enquanto a Indústria de Transformação (-3,5%), Construção Civil (-6%) e Indústria Extrativa Mineral (-4%) decresceram no período.
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