Nota Técnica PIB - 1º trimestre de 2017

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Contas Nacionais Trimestrais

Junho de 2017

1º Trimestre de 2017

No 1º trimestre de 2017, a economia brasileira, segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, registrou crescimento de 1,0% (com ajuste sazonal) em relação ao trimestre anterior. Já na comparação com o 1º trimestre de 2016, verificou-se uma queda de 0,4%. No acumulado de quatro trimestres (taxa anualizada), o PIB registra decréscimo de 2,3% em relação ao período anterior. (Ver gráfico abaixo). Para todo o ano de 2017, a previsão do mercado (Relatório Focus) é que o PIB apresente crescimento de 0,49%.

Sob a ótica da demanda, no acumulado de 12 meses terminados no 1º trimestre de 2017, todos os componentes apresentaram resultados negativos. O Consumo das Famílias caiu 3,3%, ante a redução de 5,1% em 2016. O Consumo do Governo (Despesa de Consumo da Administração Pública) também registrou queda no período em análise (-7,0%, contra -1,3%). A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) apresentou queda menos acentuada (-6,7%, contra -15,8%). As Exportações de Bens e Serviços também registraram resultado negativo (-0,4%), depois de longo período com resultados positivos. As Importações de Bens e Serviços apresentaram queda de 2,7%, contra decréscimo de 17,9% em 2016.

SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL

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Do lado da oferta, a Agropecuária apresentou crescimento de 0,3% e a Indústria apresentou queda de 2,4% no período. A safra recorde de grãos ajudou a impulsionar o resultado do PIB, uma vez que apresentou o maior crescimento desde o 4º trimestre de 1996. Entre as atividades industriais, Extrativa Mineral e SIUP - Eletricidade, Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana registraram resultados positivos (1,6% e 4,9% respectivamente). Por outro lado, a Indústria de Transformação e Construção Civil permanecem em queda (-3,0% e -5,5% respectivamente). O setor de Serviços recuou 2,2% no período, influenciado pela retração de 4% do Comércio.

SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL

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O PIB no 1º trimestre de 2017 (a preços de mercado) alcançou R$ 1.594 bilhões, sendo R$ 1.380 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 213 bilhões aos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. Considerando o valor adicionado a preços básicos, nota-se que a Agropecuária ganhou participação relativa no PIB, passando de 6,4%, no 1º trimestre de 2016, para 6,7% em igual período de 2017. A Indústria também ganhou importância relativa, passando de 20,3% para 21,1%, no período em análise. O setor de Serviços perdeu participação no PIB, passando de 73,2% para 72,1%, na mesma comparação intertemporal. Quanto ao desdobramento do PIB pelos componentes da demanda a preços de mercado (inclusive impostos), o Consumo das Famílias totalizou R$ 1.003 bilhões, o Consumo do Governo R$ 307 bilhões e a FBCF R$ 248 bilhões (15,6% do PIB, contra 16,8% no 1º trimestre de 2016). As Exportações e as Importações de Bens e Serviços alcançaram R$ 192 bilhões e R$ 180 bilhões, respectivamente, enquanto a Variação de Estoques positiva em R$ 22 bilhões, no 1 º trimestre de 2017. Após 8 trimestres consecutivos de queda, o Produto Interno Bruto (PIB) voltou a registrar crescimento. Esse resultado retira tecnicamente o Brasil da recessão, no entanto, ainda não há um sinal claro de retomada do crescimento econômico. Destaca-se que o referido crescimento ocorreu sobre uma base bastante deprimida e que o resultado do acumulado de 4 trimestres (que sinaliza tendência) ainda é negativo. Mesmo com a divulgação de alguns sinais positivos (geração de empregos, queda na inflação, redução da taxa de juros e crescimento do PIB do 1º trimestre), a sustentação da recuperação econômica brasileira se tornou incerta após o agravamento da crise política na segunda quinzena de maio, pondo em risco a realização das Reformas Trabalhista e Previdenciária, necessárias para o restabelecimento da confiança dos investidores e a construção de um padrão sustentado de crescimento. A última edição do Relatório Focus do Banco Central (26 de maio) aponta para um crescimento de 0,49% no PIB brasileiro em 2017.

SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL

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