Nota Técnica PIB 1º trimestre 2016

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Contas Nacionais Trimestrais

Junho de 2016

1º Trimestre de 2016

No 1º trimestre de 2016, a economia brasileira, segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, registrou retração de 0,3% (com ajuste sazonal) em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o 1º trimestre de 2015, a queda verificada foi de 5,4%. No acumulado de quatro trimestres (taxa anualizada), o PIB caiu 4,7% em relação ao período anterior, aprofundando o ciclo de baixa (ver gráfico abaixo). Para todo o ano de 2016, a previsão do mercado (Relatório Focus) é de que o PIB registre queda de 3,81%. Caso se confirme, será o a primeira vez (desde 1962, quando se iniciou a série) que haverá queda do PIB em dois anos consecutivos.

Sob a ótica da demanda, todos os componentes da demanda interna apresentaram resultado negativo no acumulado em quatro trimestres. O Consumo das Famílias caiu 5,2%, ante o ligeiro crescimento de 0,3% no período anterior, refletindo a queda dos níveis de emprego e da massa salarial. O Consumo do Governo (Despesa de Consumo da Administração Pública) também registrou queda no período em análise (-1,3%, contra 0,5%). O pior resultado continua sendo o da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que registrou redução de

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15,9%, ante decréscimo de 7,8% no período anterior. Vale destacar que a recuperação da taxa de investimento da economia é crucial para uma possível retomada do crescimento no Brasil. Os investimentos privados normalmente estão atrelados ao nível de confiança na economia. As Exportações de Bens e Serviços registraram o único resultado positivo, sob essa análise, com elevação de 8,3%, já as Importações de Bens e Serviços verificaram queda expressiva de 18,3%, contra decréscimo de 2,5% no trimestre anterior.

Do lado da oferta, o resultado anualizado do 1º trimestre de 2016 reflete o desempenho de todas os setores. A Indústria verificou queda de 6,9% no período. O setor de Serviços também apresentou decréscimo (-3,2%) e mesmo a Agropecuária contabilizou redução de 1,0%. Entre as atividades industriais, apenas SIUP - Eletricidade, Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana registrou alta (1,4%). Por outro lado, Extrativa Mineral (-0,5%), Indústria de Transformação (-10,5%), e Construção Civil (-7,1%), registraram queda no período analisado. A redução no consumo das famílias, o cenário externo adverso e um ambiente desfavorável ao investimento devem continuar afetando o desempenho do setor industrial brasileiro nos próximos trimestres.

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O PIB no 1º trimestre de 2016 (a preços de mercado) alcançou R$ 1.473 bilhões, sendo R$ 1.260 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 213 bilhões aos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. Considerando o valor adicionado a preços básicos, nota-se que a Agropecuária ganhou participação relativa no PIB, passando de 5,2%, no 1º trimestre de 2015, para 7,0%, no 1º trimestre de 2016. A Indústria continua perdendo importância relativa, tendo sua participação no PIB caído de 22,7% para 20,5%, no período em análise. O setor de Serviços ganhou participação no PIB, passando de 72,0% para 72,5%, na mesma comparação intertemporal. Quanto ao desdobramento do PIB pelos componentes da demanda a preços de mercado (inclusive impostos), o Consumo das Famílias totalizou R$ 946,6 bilhões, o Consumo do Governo R$ 282,8 bilhões e a FBCF R$ 249 bilhões (16,9% do PIB, contra 19,5% no 1º trimestre de 2015). As Exportações e as Importações de Bens e Serviços alcançaram R$ 195,4 bilhões e R$ 195,6 bilhões, respectivamente, enquanto a Variação de Estoques foi negativa em R$ 4,4 bilhões. Segundo a SEI, o PIB da Bahia caiu 3,7% no 1º trimestre de 2016 em relação a igual período de 2015, refletindo as quedas de 6,5% na agropecuária, 5,2% na indústria e 2,8% nos serviços. Na Indústria, houve decréscimo em todos os segmentos: Indústria de Transformação (-2,8%); Construção Civil (-6,7%); SIUP - Eletricidade, Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana (-7,5%); e Extrativa Mineral (-7,1%).

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