Nota Técnica - PIB 1º Trimestre de 2019

Contas Nacionais Trimestrais

Maio de 2019

1º Trimestre de 2019

No 1º trimestre de 2019, em relação ao trimestre imediatamente anterior, a economia brasileira, segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, registrou queda de 0,2% (com ajuste sazonal). Já na comparação do trimestre em análise com o 1º trimestre de 2018, verificou-se crescimento de 0,5%. No acumulado de quatro trimestres (taxa anualizada), o PIB registra crescimento de 0,9% em relação ao ano anterior, configurando tendência declinante da economia brasileira. (Ver gráfico abaixo).

Sob a ótica da demanda, no acumulado de 12 meses terminados no 1º trimestre de 2019, o Consumo das Famílias cresceu 1,5%, ante crescimento de 2,3% em 2018. O Consumo do Governo (Despesa de Consumo da Administração Pública) registrou queda de 0,1% no período em análise, contra -0,3% em 2018. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) apresentou crescimento de 3,7%, ante redução de 0,6% no ano de 2018. As Exportações de Bens e Serviços registraram resultado positivo de 3,0% e as Importações de Bens e Serviços apresentaram crescimento de 5,8% em 2018 (contra crescimento de 6,1% e 4,6%, no período anterior, respectivamente).

SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL

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PIB e os Componentes da Demanda (2018 - 2019) Taxa Acumulada nos Últimos 4 Trimestres (%) 6,1

5,8 4,6

3,7 3,0

2,3 1,3

1,5

0,9

-0,3 PIB

Cons. das Famílias

-0,1

-0,6

Cons. do Governo

FBCF

2018-I

Exportação

Importação

2019-I

Do lado da oferta, a Agropecuária apresentou crescimento de 1,1% e a Indústria crescimento nulo no período. Entre as atividades industriais, Indústria de Transformação, Extrativa Mineral e SIUP (Eletricidade, Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana) obtiveram crescimento de 0,1%, 0,6% e 3,3%, respectivamente, enquanto a Construção Civil registrou queda de 2,0%, menos acentuada que no ano anterior (-5,9%). O setor de Serviços registrou crescimento de 1,2% no período, influenciado positivamente pelo resultado do Comércio (1,3%).

PIB por Setores e Subsetores (2018 - 2019) Taxa Acumulada nos Últimos 4 Trimestres (%)

5,5 1,3 0,9

1,1

1,8

0,3 0,0

0,6

3,8

3,3

2,7

0,1

0,1

1,3

1,2

1,3

-2,0 -5,9 PIB

Agropecuária

Indústria

Ext. Mineral Transformação Construção

2018-I

SIUP

Serviços

Comércio

2019-I

SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL

2

O PIB no 1º trimestre de 2019 (a preços de mercado) alcançou R$ 1.713 bilhões, sendo R$ 1.462 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 251 bilhões aos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.

Considerando o valor adicionado a preços básicos, nota-se que a Indústria perdeu participação relativa, passando de 20,5% para 20,3%, no período em análise. O setor de Serviços ganhou participação no PIB, 72,7% nos anos de 2018 para 73,5% em 2019. A Agropecuária também perdeu participação relativa no PIB, passando de 6,8% para 6,2%, no período em análise.

Quanto ao desdobramento do PIB pelos componentes da demanda a preços de mercado (inclusive impostos), o Consumo das Famílias totalizou R$ 1.111 bilhões (65% do PIB), o Consumo do Governo R$ 329 bilhões (19% do PIB) e a FBCF R$ 265 bilhões (16% do PIB – taxa muito baixa de investimentos). As Exportações e as Importações de Bens e Serviços alcançaram R$ 236 bilhões e R$ 233 bilhões, respectivamente, enquanto a Variação de Estoques foi positiva em R$ 4,5 bilhões no 1º trimestre de 2019.

O resultado do PIB no 1º trimestre de 2019 reflete as incertezas quanto a governabilidade e capacidade política de se promover o ajuste fiscal do setor público. Claramente, o Brasil precisa passar por reformas estruturais, em especial a da Previdência, que contribui muito com as contas públicas, podendo, em caso de sucesso, liberar recursos necessários para a educação, saúde e investimentos em infraestrutura, por exemplo. Finalmente, o resultado do primeiro trimestre e o nível das expectativas correntes indicam mais um ano de baixo crescimento econômico para o país. O último Relatório Focus (24/05/2019) projeta crescimento do PIB em 1,23% para 2019 e 2,50% em 2020.

SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL

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