Nota sobre os resultados da PIM-PF Regional Conforme divulgado pelo IBGE, a Indústria Geral baiana (Transformação + Extrativa), obteve em novembro de 2020, na comparação com o mês imediatamente anterior, crescimento de 4,9% com ajuste sazonal, o maior entre os estados do país. Entretanto, não há como identificar a construção setorial desse resultado, uma vez que o IBGE não realiza o mesmo procedimento estatístico por setor industrial. Observando o comparativo de novembro com outubro, mas sem o ajuste sazonal, verifica-se que apenas dois setores registraram crescimento: Celulose e papel (2,1%), e Bebidas (4,7%). Já na comparação de novembro de 2020 com igual mês do ano anterior, a produção física da Indústria de Transformação baiana cresceu 1,5%, enquanto a indústria nacional cresceu 4,2%. Seis dos onze segmentos apresentaram crescimento na produção: Produtos Químicos (67,2%, etileno não-saturado, polietileno linear, propeno não-saturado, princípios ativos para herbicidas, xilenos – indústria química registrou forte queda em novembro e dezembro de 2019, por efeito de paralisação ocorrida na planta da Braskem em Alagoas), Bebidas (12,7%, cerveja, chope, refrigerante), Celulose e Papel (7,2%, pasta química de madeira e caixa de papelão), Minerais não metálicos (3,2%, elementos pré-fabricados para construção civil de cimento ou concreto, adrilhos, placas e azulejos de cerâmica p/ pavimentação ou revestimento esmaltados, cimentos "Portland", misturas betuminosas fabricadas com asfalto ou betumes), Couro e Calçados (3,1%, tênis de material sintético, calçados femininos de plástico moldado, calçados masculinos de plástico moldado, calçados infantis de plástico moldado, calçados moldados de borracha), Refino de petróleo e biocombustíveis (1,1%, óleos combustíveis, gasolina automotiva). Em sentido contrário: Equipamentos de Informática (-33,3%, computadores pessoais de mesa e acessórios p/ máqs. p/ processamento de dados e suas unidades periféricas), Veículos automotores (-28,8%, automóveis com motor a gasolina/álcool e biocombustível, painéis ou quadros, bancos de metal, peças/acessórios p/ sistema de direção/suspensão, silenciosos para veículos), Metalurgia (-12,6%, barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre, fios de cobre refinado ou de ligas de cobre, ferromanganês), Alimentos (-6,7%, farinha de trigo, biscoitos e bolachas, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, resíduos da extração de soja, açúcar cristal), Borracha e Plástico
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(-3,9%, pneus novos p/ automóveis, camionetas e utilitários, chapas, folhas, tiras e lâminas de plástico reforçadas e estratificadas). Na comparação do acumulado de janeiro a novembro de 2020, com igual período de 2019, a Indústria de Transformação baiana registra queda de 6,1% (contra queda de 6,9% no acumulado do ano até outubro, mostrando movimento de recuperação). No período em análise, sete segmentos apresentaram retração: Veículos Automotores (-43,6%, automóveis com motor a gasolina/álcool/biocombustível, painéis ou quadros (incompletos) para instrumentos dos veículos automotores, bancos de metal para veículos automotores, peças/acessórios p/ sistema de direção/suspensão, silenciosos para veículos automotores), Metalurgia (-34,0%, barras, perfis, vergalhões/ligas de cobre, fios de cobre refinado ou ligas de cobre, ferro-manganês), Couro e Calçados (-23,5%, tênis de material sintético, calçados femininos de couro, calçados femininos de plástico moldado, calçados moldados de borracha, calçados femininos de material sintético), Equipamentos de Informática (-19,5%, computadores pessoais de mesa, peças/acessórios p/ máquinas p/ processamento de dados e suas unidades periféricas, computadores pessoais portáteis, grav. ou reprod. de sinais de áudio
e
vídeo),
Borracha
e
Plástico
(-11,5%,
pneus
novos
para
automóveis/camionetas/utilitários, filmes de material plástico, chapas, folhas, tiras e lâminas de plástico reforçadas e estratificadas, filmes de material plástico), Minerais não Metálicos (-2,7%, ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica p/ pavimentação ou revestimento esmaltado, massa de concreto, elementos pré-fabricados para construção civil de cimento ou concreto, tijolos perfurado e outros tijolos de cerâmica), Alimentos (-0,8%, açúcar cristal, carne de bovino frescas e/ou refrigeradas). Apenas três segmentos apresentaram crescimento no acumulado do ano: Refino (16,3%, óleos combustíveis, naftas para petroquímica– setor representa 29,9% do VTI da Indústria de Transformação baiana, conforme a PIA 2018 do IBGE), Celulose e Papel (7,4%, pasta química de madeira, caixa de papelão), Produtos Químicos (2,2%, polietileno linear, misturas de alquilbenzenos ou de alquilnaftalenos, polietileno de alta densidade) e Bebidas (1,9%, cervejas e chope). Em relação ao acumulado de 12 meses até novembro (taxa anualizada), a produção física da Indústria de Transformação da Bahia registrou queda de 5,9%, ocupando a 8ª posição no
ranking dos quatorze estados que participam da PIM-PF. Além da Bahia, os seguintes estados registraram desempenho negativo: Minas Gerais (-3,5%), Espírito Santo (-3,8%), Paraná (-3,8%), Santa Catarina (-5,6%), Amazonas (-5,6%), Mato Grosso (-6,2%), Pará (-6,7%),
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São Paulo (-6,8%), Rio Grande do Sul (-7,0%), Rio de Janeiro (-7,0%) e Ceará (-7,3%). Apenas dois estados apresentaram crescimento: Pernambuco (2,9%) e Goiás (0,5%). Na média, a Indústria de Transformação nacional apresentou queda de 5,3%, no período de 12 meses terminados em novembro. Em relação à Indústria de Transformação baiana, sete dos onze segmentos analisados apresentaram queda no comparativo de 12 meses: Veículos automotores (-41,5%), Metalurgia (-35,2%), Couro e Calçados (-22,6%), Informática (-12,1%), Borracha e Plástico (-11,2%), Minerais não metálicos (-2,5%), Alimentos (-0,1%). Em sentido contrário, quatro setores apresentaram crescimento no período: Refino de petróleo e biocombustíveis (16,8%), Celulose e Papel (6,0%), Bebidas (2,1%) e Produtos Químicos (0,3%). O ano de 2020 foi evidentemente marcado pela crise global provocada pela pandemia de Covid-19, que gerou impacto profundo na economia mundial, assim como na do Brasil. Especificamente em relação à atividade industrial, o primeiro momento da crise foi marcado por reduções ou mesmo paralisações na produção. No segundo semestre do ano as maiores dificuldades passaram a ser na restrição da oferta e encarecimento dos insumos e matériasprimas industriais. Ademais, o fechamento ou retração do setor de comércio e serviços provocaram queda na demanda. Importante destacar o bom resultado das políticas implementadas pelo Governo Federal de manutenção da atividade e do emprego, além dos benefícios emergenciais fornecidos à população mais necessitada. Tais medidas evitaram o pior e reduziram substancialmente o que se previa de queda na economia nacional em 2020, ao mesmo tempo, levanta dúvidas quanto ao impacto esperado do fim dessas políticas este ano. Conforme as últimas informações do Banco Central (relatório Focus, 08/01/2021), as expectativas de mercado para o 2020 são: (i) inflação (IPCA) de 4,37%; (ii) queda de 4,94% da produção industrial e (iii) queda de 4,37% no PIB. Em recente relatório elaborado pela Gerência de Estudos Técnicos - GET/FIEB, a estimativa é de queda de 4,7% no PIB baiano no ano de 2020.
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Tabelas PIM-PF
Produção Física por Estados Indústria de Transformação (variação percentual) Nov 20 / Nov 19
Estados
Jan 20-Nov 20 / Jan 19-Nov 19
Dez 19-Nov 20 / Dez 18-Nov 19
São Paulo
4,7
-7,2
-6,8
Minas Gerais
5,5
-3,4
-3,5
Rio de Janeiro
-6,0
-7,0
-7,0
Paraná
14,0
-4,3
-3,8
8,6
-7,4
-7,0
11,1
-6,1
-5,6
Bahia
1,5
-6,1
-5,9
Amazonas
8,8
-6,9
-5,6
-13,8
-8,7
-6,7
Espírito Santo
14,3
-3,5
-3,8
Goiás
-3,9
0,6
0,5
Pernambuco
10,0
3,2
2,9
6,0
-8,2
-7,3
-18,4
-5,8
-6,2
4,2
-5,8
-5,3
Rio Grande do Sul Santa Catarina
Pará
Ceará Mato Grosso Brasil Fonte: IBGE; elaboração FIEB/GEDI
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Bahia: PIM-PF de Novembro de 2020 (variação percentual) Nov 20 / Nov 19
Jan 20-Nov 20 / Jan 19-Nov 19
Dez 19-Nov 20 / Dez 18-Nov 19
Indústria de Transformação
1,5
-6,1
-5,9
Refino de petróleo e biocombustíveis
1,1
16,3
16,8
Produtos químicos
67,2
2,2
0,3
Alimentos
-6,7
-0,8
-0,1
7,2
7,4
6,0
-28,8
-43,6
-41,5
Borracha e plástico
-3,9
-11,5
-11,2
Bebidas
12,7
1,9
2,1
-12,6
-34,0
-35,2
Couro e Calçados
3,1
-23,5
-22,6
Minerais não metálicos
3,2
-2,7
-2,5
-33,3
-19,5
-12,1
-8,0
-6,7
-7,2
Celulose e papel Veículos automotores
Metalurgia
Equipamentos de Informática Extrativa Mineral Fonte: IBGE; elaboração FIEB/GEDI
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Gráficos PIM-PF
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Bahia: PIM-PF de Novembro 2020 (variação percentual) Equipamentos de Informática
-33,3
Minerais não metálicos
3,2
Couro e Calçados
3,1
Metalurgia
-22,6
-23,5
-35,2
-34,0
12,7
Borracha e plástico
-2,5
-2,7
-12,6
Bebidas
1,9
-3,9
2,1 -11,2
-11,5
Veículos automotores-28,8
-41,5
-43,6
Celulose e papel Alimentos
-12,1
-19,5
7,2
-6,7
-0,1
-0,8
Produtos químicos Refino de petróleo e biocombustíveis
6,0
7,4
67,2
0,3
2,2
1,1
16,3
Fonte: IBGE; Elaboração FIEB/SDI. Variação mensal (Nov 20 / Nov 19) Variação do acumulada no ano (Jan - Nov 20 / Jan - Nov 19) Variação em 12 meses (Dez 19 - Nov 20 / Dez 18 - Nov 19)
Fonte: IBGE – PIA 2018. Elaboração FIEB/GEDI.
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