Nota sobre os resultados da PIM-PF Regional1
Junho de 2016
A produção física da Indústria de Transformação da Bahia apresentou queda de 2,1%, na comparação dos últimos 12 meses, terminados em junho, com igual período anterior, após o decréscimo (-1,3%) registrado em maio. Com esse resultado, a Bahia continua com o 2º lugar no ranking dos quatorze estados que participam da PIM PF-R, do qual apenas Mato Grosso apresentou resultado positivo (9,0%). Os demais estados registraram resultados negativos: Amazonas (-19,1%), Rio de Janeiro (-12,1%), Pernambuco (-11,2%), São Paulo (-11,0%),
Paraná
(-10,0
%),
Rio
Grande
do
Sul
(-9,3%),
Ceará
(-8,8%), Minas Gerais (-8,5%), Santa Catarina (-8,0%), Pará (-7,7%), Goiás (-2,9%) e Espírito Santo (-2,5%). Na Bahia, apenas quatro dos onze segmentos pesquisados registraram crescimento: Metalurgia (15,2%, barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre), Bebidas (11,0%, cervejas, chope e refrigerantes), Celulose e Papel (3,1%, pastas químicas de madeira) e Alimentos (1,6% açúcar cristal e manteiga, gordura e óleo de cacau). Apresentaram resultados negativos: Equipamentos de Informática (-40,2%), Veículos automotores (-20,5%, menor produção de automóveis e painéis para instrumentos dos veículos automotores), Minerais não metálicos (-14,4%, queda massa de concreto preparada para construção, cimentos 24 “Portland”, ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica para pavimentação ou revestimento e argamassas), Borracha e plástico (-3,4%, menor produção pneus novos de borracha para ônibus e caminhões, reservatórios, caixas d’água e artefatos semelhantes de plástico, filmes de material plástico para embalagem e sacos, sacolas e bolsas de plástico), Couro e Calçados (-2,8%), Refino de petróleo e biocombustíveis (-1,0%) e Produtos químicos (-0,3%). Na comparação de junho de 2016 com igual mês do ano anterior, a produção física da Indústria de Transformação baiana apresentou queda de 5,5%. Seis dos onze segmentos industriais da Bahia apresentaram resultados positivos: Metalurgia (23,8%, maior produção de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre e ouro), Couro e Calçados (20,2%, calçados femininos de couro e de material sintético e tênis de material sintético), Bebidas 1
A partir de maio de 2014 tem início a divulgação da nova série da PIM-PF. A reformulação teve como objetivos: atualizar a amostra de atividades, produtos e informantes; elaborar uma nova estrutura de ponderação dos índices com base em estatísticas industriais mais recentes; adotar, na PIM-PF, as novas classificações, de atividades e produtos, usadas pelas demais pesquisas da indústria a partir de 2007 (CNAE 2.0); e produzir indicadores para aquelas Unidades da Federação que no ano de 2010 responderam por pelo menos 1% do Valor da Transformação Industrial e, também, para a Região Nordeste. A série reformulada tem início em janeiro de 2012 e sua implantação não implicou em total ruptura das séries históricas iniciadas em 2002, uma vez que essas foram encadeadas à nova, em termos regionais, nas atividades em que houve uma relativa aderência entre as duas séries.
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(18,3%, maior produção de refrigerantes, cervejas e chope), Alimentos (10,0%, maior fabricação de açúcar cristal e carnes de bovinos frescas), Celulose e papel (7,2%, maior produção de pastas químicas de madeira) e Produtos químicos (6,4%, ureia, amoníaco, polietileno linear e policloreto de vinila). Apresentaram resultados negativos: Equipamentos de Informática (-25,5%), Refino de Petróleo e Biocombustíveis (-22,4%, menor produção de óleos combustíveis, óleo diesel, naftas para petroquímica, gasolina automotiva e parafina), Veículos automotores (-16,8%, menor produção de painéis para instrumentos dos veículos automotores e automóveis), Minerais não metálicos (-12,1%) e Borracha e plástico (-4,4%). A menor queda da produção física da indústria da Bahia em comparação ao Brasil deve ser relativizada: no início de 2015, foi registrada redução acentuada da produção na atividade de refino (que representa mais de 30% do valor da transformação industrial) por conta de uma parada de manutenção na RLAM, deprimindo a base de comparação. Por outro lado, em 2016, a partir do 2º semestre, é esperado que a produção da indústria baiana apresente queda mais acentuada por conta de paradas programadas: Braskem e RLAM. A indústria foi um dos setores que primeiro começou a sofrer com a crise econômica. O consumo das famílias em baixa e a falta de investimentos contribuíram para os resultados negativos. A crise política tem sua parcela de responsabilidade neste cenário ruim. No entanto, alguns analistas consideram a hipótese de que a economia brasileira já tenha chegado ao fundo do poço e pode estar ensaiando uma recuperação a partir do segundo semestre deste ano. Os indicadores que mostram essa possibilidade de reversão do ciclo econômico são: normalização dos níveis de estoque ao nível de produção, elevada capacidade ociosa (que por si só é um ponto de partida para um novo ciclo econômico virtuoso), melhora das expectativas empresariais e o câmbio. As estimativas de mercado apontam para desaceleração da queda da produção industrial neste ano, que deverá encerrar com retração de 6% (ante os 10,1% atuais) e crescimento em 2017 (+0,5%). Na mesma direção, o PIB deverá crescer 1,1% em 2017 e a inflação deverá convergir para a meta (5,14%), de acordo com informações do Banco Central (relatório Focus). Alguns indicadores devem dificultar uma recuperação mais robusta da economia brasileira: (i) elevado nível de desemprego (11,3%, segundo a PNAD de junho/2016); (ii) atual patamar da taxa de juros, com a Selic mantida em 14,25%; e (iii) um persistente e elevado déficit
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fiscal. A variável câmbio, com a depreciação do Real, pode ser uma oportunidade para a indústria e para o setor exportador. É preciso uma política cambial mais agressiva para evitar a recente valorização da moeda brasileira, devido a mais alta taxa de juros reais do mundo atualmente praticada no Brasil.
Tabelas PIM-PF
Produção Física por Estados Indústria de Transformação (variação percentual)
Estados
Jun 16 / Jun 15
Jan-Jun 16 / Jan-Jun 15
Jul 15-Jun 16 / Jul 14-Jun 15
São Paulo
-3,1
-8,6
-11,0
Minas Gerais
-2,0
-6,0
-8,5
Rio de Janeiro
-6,8
-9,8
-12,1
Paraná
-6,3
-8,2
-10,0
Rio Grande do Sul
3,2
-4,5
-9,3
Santa Catarina
0,6
-6,1
-8,0
Bahia
-5,5
1,3
-2,1
Amazonas
-8,8
-17,7
-19,1
Pará
-1,5
-7,9
-7,7
Espírito Santo
-5,2
-2,3
-2,5
Goiás
-3,2
-6,4
-2,9
Pernambuco
-7,5
-17,6
-11,2
Ceará
-3,1
-5,4
-8,8
Mato Grosso
12,1
11,9
9,0
Brasil
-5,0
-8,3
-10,1
Fonte: IBGE; elaboração FIEB/SDI
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Bahia: PIM-PF de Junho 2016 (variação percentual) Jun 16 / Jun 15 Indústria de Transformação
Jan-Jun 16 / Jan-Jun 15
Jul 15-Jun 16 / Jul 14-Jun 15
-5,5
1,3
-2,1
-22,4
5,9
-1,0
6,4
4,7
-0,3
-16,8
-25,9
-20,5
10,0
3,5
1,6
7,2
4,6
3,1
Borracha e plástico
-4,4
-5,7
-3,4
Metalurgia
23,8
26,7
15,2
Couro e Calçados
20,2
-1,3
-2,8
Minerais não metálicos
-12,1
-17,9
-14,4
Equipamentos de Informática
-25,5
-9,6
-40,2
18,3
16,2
11,0
-26,1
-18,5
-13,8
Refino de petróleo e biocombustíveis Produtos químicos Veículos automotores Alimentos Celulose e papel
Bebidas Extrativa Mineral Fonte: IBGE; elaboração FIEB/SDI
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Gráficos PIM-PF
Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14)
Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14)
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Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14)
Bahia: PIM-PF de Junho 2016 (variação percentual) Bebidas
18,3
-25,5
-40,2
Equipamentos de Informática Minerais não metálicos
11,0
16,2
-9,6
-12,1
-14,4
-17,9
Couro e Calçados
20,2
Metalurgia
-2,8
-1,3
23,8
26,7 15,2
Borracha e plástico
-4,4
Celulose e papel
7,2
Alimentos Veículos automotores
-3,4
-5,7
10,0
4,6
3,1
3,5
1,6
-16,8
Produtos químicos
-20,5
-25,9
6,4
Refino de petróleo e -22,4 biocombustíveis
4,7
-0,3
5,9
-1,0
Fonte: IBGE; Elaboração FIEB/SDI. Variação mensal (Jun 16 / Jun 15) Variação do acumulada no ano (Jan-Jun 16 / Jan-Jun 15) Variação em 12 meses (Jul 15 - Jun 16 / Jul 14 - Jun 15)
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