Nota sobre os resultados da PIM-PF Regional1
Julho de 2016
A produção física da Indústria de Transformação da Bahia apresentou queda de 4,0%, na comparação dos últimos 12 meses, terminados em julho, com igual período anterior, após o decréscimo (-2,1%) registrado em maio. Com esse resultado, a Bahia cai para o 3º lugar no ranking dos quatorze estados que participam da PIM PF-R, do qual apenas o estado de Mato Grosso continua apresentando o mesmo resultado positivo (9,0%). Os demais estados registraram resultados negativos: Amazonas (-18%), Rio de Janeiro (-11,7%), Pernambuco (-11,3%), São Paulo (-10,1%), Rio Grande do Sul (-9,9%) Paraná (-9,1%), Ceará (-7,9%), Minas Gerais (-7,6%), Santa Catarina (-7,6%), Pará (-7,5%), Goiás (-4,3%) e Espírito Santo (-3,2%). Na Bahia, apenas três dos onze segmentos pesquisados registraram crescimento: Metalurgia (16,3%), Bebidas (10,1%) e Alimentos (2,3%). Apresentaram resultados negativos: Equipamentos de Informática (-40,2%), Veículos automotores (25,6%), Minerais não metálicos (-15,2%), Refino de petróleo e biocombustíveis (-4,2%), Borracha e plástico (-4,1%), Couro e Calçados (-2,8%), Produtos químicos (-0,4%) e Celulose e Papel (-0,1%). Na comparação de julho de 2016 com igual mês do ano anterior, a produção física da Indústria de Transformação baiana apresentou queda de 19,1%. Três dos onze segmentos industriais da Bahia apresentaram resultados positivos: Alimentos (4,5%, maior produção de açúcar cristal, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja e leite em pó), Metalurgia (2,1%, maior produção de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre) e Couro e Calçados (-2,0%). Apresentaram resultados negativos: Equipamentos de Informática (-60,8%, menor produção computadores pessoais de mesa: desktops; gravador ou reprodutor 23 de sinais de áudio e vídeo: DVD, home theater integrado; e semelhantes: computadores pessoais portáteis laptops, notebook, handhelds, tablets e semelhantes, Refino de Petróleo e Biocombustíveis (-37,6% devido a uma parada não programada da unidade de craqueamento catalítico de resíduos U-39 durante todo o mês de julho), Veículos automotores (-29,8%, menor produção 1
A partir de maio de 2014 tem início a divulgação da nova série da PIM-PF. A reformulação teve como objetivos: atualizar a amostra de atividades, produtos e informantes; elaborar uma nova estrutura de ponderação dos índices com base em estatísticas industriais mais recentes; adotar, na PIM-PF, as novas classificações, de atividades e produtos, usadas pelas demais pesquisas da indústria a partir de 2007 (CNAE 2.0); e produzir indicadores para aquelas Unidades da Federação que no ano de 2010 responderam por pelo menos 1% do Valor da Transformação Industrial e, também, para a Região Nordeste. A série reformulada tem início em janeiro de 2012 e sua implantação não implicou em total ruptura das séries históricas iniciadas em 2002, uma vez que essas foram encadeadas à nova, em termos regionais, nas atividades em que houve uma relativa aderência entre as duas séries.
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de automóveis e painéis para instrumentos dos veículos automotores), Celulose e papel (25,6%, menor produção pastas químicas de madeira, Minerais não metálicos (-16,7%, menor produção da massa de concreto preparada para construção, cimentos “Portland” e argamassas ou outros aglomerantes não refratários), Bebidas (-11,0%), Borracha e plástico (-4,0%) e Produtos químicos (-0,3%). A menor queda da produção física da indústria da Bahia em comparação ao Brasil deve ser relativizada: no início de 2015, foi registrada redução acentuada da produção na atividade de refino (que representa mais de 30% do valor da transformação industrial) por conta de uma parada de manutenção na RLAM, deprimindo a base de comparação. Por outro lado, em 2016, a partir do 2º semestre, é esperado que a produção da indústria baiana apresente queda um pouco mais acentuada por conta de parada programada para manutenção da Braskem (produtos químicos representa cerca de 18% do valor de transformação industrial). No entanto, a RLAM, que havia previsto uma parada programada para o mês de novembro deste ano das unidades 9 e 18, postergou para janeiro de 2017. A indústria foi um dos setores que primeiro começou a sofrer com a crise econômica. O consumo das famílias em baixa e a falta de investimentos contribuíram para os resultados negativos. A crise política tem sua parcela de responsabilidade neste cenário ruim. No entanto, alguns analistas consideram a hipótese de que a economia brasileira já tenha chegado ao fundo do poço e pode estar ensaiando uma recuperação a partir deste segundo semestre. Os indicadores que mostram essa possibilidade de reversão do ciclo econômico são a normalização dos níveis de estoque ao nível de produção, a elevada capacidade ociosa (que por si só é um ponto de partida para um novo ciclo econômico virtuoso), a melhora das expectativas empresariais e o câmbio. As estimativas de mercado apontam para uma desaceleração da queda da produção industrial neste ano, que deverá encerrar em retração de 5,93% (ante os 9,7% atuais) e crescimento em 2017 (+0,5%). Na mesma direção, o PIB deverá crescer 1,3% em 2017 e a inflação deverá convergir para a meta (5,12%), de acordo com informações do Banco Central (relatório Focus). Alguns indicadores devem dificultar uma recuperação mais robusta da economia brasileira: (i) elevado nível de desemprego (11,3%, segundo a PNAD de junho/2016); (ii) atual patamar da taxa de juros, com a Selic mantida em 14,25%; e (iii) um persistente e elevado déficit fiscal.
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Tabelas PIM-PF
Produção Física por Estados Indústria de Transformação (variação percentual)
Estados
Jul 16 / Jul 15
Jan-Jul 16 / Jan-Jul 15
Ago 15-Jul 16 / Ago 14-Jul 15
São Paulo
-1,9
-7,6
-10,1
Minas Gerais
-0,2
-5,1
-7,6
Rio de Janeiro
-8,9
-9,5
-11,7
Paraná
-0,1
-6,9
-9,1
-11,9
-5,7
-9,9
-5,5
-5,9
-7,6
-19,1
-2,1
-4,0
Amazonas
-4,2
-15,8
-18,0
Pará
-4,0
-7,3
-7,5
Espírito Santo
-6,9
-3,0
-3,2
Goiás
-6,4
-6,4
-4,3
Pernambuco
-3,6
-15,7
-11,3
Ceará
-2,0
-5,1
-7,9
3,0
10,0
9,0
-6,1
-8,0
-9,7
Rio Grande do Sul Santa Catarina Bahia
Mato Grosso Brasil Fonte: IBGE; elaboração FIEB/SDI
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Bahia: PIM-PF de Julho 2016 (variação percentual) Jul 16 / Jul 15 Indústria de Transformação
Jan-Jul 16 / Jan-Jul 15
Ago 15-Jul 16 / Ago 14-Jul 15
-19,1
-2,1
-4,0
-37,6
-2,1
-4,2
-0,3
3,9
-0,4
-29,8
-26,5
-25,6
4,5
3,6
2,3
-25,6
-0,2
-0,1
-4,0
-5,5
-4,1
Metalurgia
2,1
22,7
16,3
Couro e Calçados
2,0
-0,7
-2,8
Minerais não metálicos
-16,7
-17,7
-15,2
Equipamentos de Informática
-60,8
-19,4
-40,2
Bebidas
-11,0
12,3
10,1
-21,8
-18,9
-14,7
Refino de petróleo e biocombustíveis Produtos químicos Veículos automotores Alimentos Celulose e papel Borracha e plástico
Extrativa Mineral Fonte: IBGE; elaboração FIEB/SDI
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Gráficos PIM-PF
Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14)
Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14)
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Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14)
Bahia: PIM-PF de Julho 2016 (variação percentual) Bebidas
Equipamentos de Informática
-11,0
-40,2
-60,8
-19,4
Minerais não metálicos
-16,7
2,0
Metalurgia
2,1
Borracha e plástico
Refino de petróleo e biocombustíveis
22,7
16,3 -4,1
-5,5
-25,6
-0,1
-0,2 4,5
-29,8
Produtos químicos
-2,8
-0,7
-4,0
Alimentos Veículos automotores
-15,2
-17,7
Couro e Calçados
Celulose e papel
10,1
12,3
2,3
3,6 -25,6
-26,5
-0,3
3,9
-37,6 -2,1
-0,4
-4,2
Fonte: IBGE; Elaboração FIEB/SDI. Variação mensal (Jun 16 / Jun 15) Variação do acumulada no ano (Jan-Jul 16 / Jan-Jul 15) Variação em 12 meses (Ago 15 - Jul 16 / Ago 14 - Jul 15)
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