Revista Bahia Indústria - dezembro 2011 - Ano XVII nº 217

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Bahia

ISSN 1679-2645

Federação das Indústrias do Estado da Bahia Sistema FIEB

Ano XVII nº 217 dezembro 2011

Um norte para a política industrial FIEB, governo do Estado e Petrobras definem prioridades para a indústria baiana


Bahia Indústria


EDITORIAL

Nas últimas seis décadas, o Nordeste experimentou certo surto de industrialização a partir dos incentivos fiscais concedidos pela SUDENE ou pelos estados da região. Com o fim da guerra fiscal decretado pelo Supremo Tribunal Federal, é necessário repensar alternativas de desenvolvimento, particularmente de incentivo à indústria. É com essa finalidade que, no âmbito do Projeto Aliança, Governo do Estado, Petrobras e Federação das Indústrias do Estado da Bahia, com a coordenação do Instituto Euvaldo Lodi, lançaram o documento Política Industrial da Bahia – Estratégias e Proposições. O lançamento, durante evento com a presença do governador Jaques Wagner, foi prestigiado por personalidades dos mundos político, acadêmico e empresarial. Elaborado a partir das contribuições de 86 profissionais de reconhecido mérito e de consultas a vasta bibliografia, o documento faz um diagnóstico da realidade industrial baiana e propõe alternativas capazes de alavancar o crescimento de dez segmentos escolhidos: automotivo; agoindústria; calçados e segmentos intensivos em design; celulose e a cadeia da madeira; construção civil; intensivos em tecnologia (informática, fármacos etc); mineração e transformação mineral; naval e offshore; petróleo e gás; química e petroquímica. Ao mesmo tempo, aborda também temas transversais aos dez segmentos selecionados. São: política fiscal e de desenvolvimento regional; energia; infraestrutura logística; inovação tecnológica; educação profissional; sustentabilidade ambiental e responsabilidade social empresarial; e fomento ao empreendedorismo e promoção de pequenas empresas. Para cada um dos dez segmentos tratados são definidas estratégias e correspondentes proposições. Por exemplo, na construção civil, uma das quatro estratégias aponta para a necessidade de melhorar a produtividade do setor com a incorporação de técnicas construtivas inovadoras. As proposições daí decorrentes incluem a criação de grupo de inteligência tributária intra-cadeia para reduzir a cunha tributária e incentivar o encadeamento produtivo; e sugere criar laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, mais um Núcleo de Certificação de Desempenho e de Novas Soluções na Construção, com liderança do SENAI. Como afirma o presidente da FIEB, José Mascarenhas, uma proposta de planejamento foi feita; agora ela precisa ser implementada.

joão alvarez

Um passo importante no planejamento industrial

A indústria baiana foi radiografada pelo estudo, com a colaboração de 86 entrevistados

FIEB, Governo do Estado e Petrobras lançam proposta de planejamento para a indústria na Bahia, definindo estratégias e ações


Unidades do Sistema Fieb Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema Fieb, entre em contato SESI – Serviço Social da Indústria Sede: 3343-1301

@Educação de Jovens e Adultos – RMS - (71)

3343-1429 @Responsabilidade Social - (71) 3343-1490 @Camaçari – (71) 3205 1801 / 3205 1805 @Candeias - (71) 3601-2013 / 3601-1513 @Itapagipe - (71) 3254-9930 @Itaigara - (71) 3444-4250 / 4251 / 4253 @Lucaia - (71) 3205-1801 @Piatã - (71) 3503 7401 @Retiro - (71) 3234 8200 / 3234 8221 @Rio Vermelho - (71) 3616 7080 / 3616 7081 @Simões Filho - (71) 3296-9300 / 3296-9330 @Eunápolis - (73) 8822-1125 @Feira de Santana - (75) 3602 9762 @Sul - (73) 3639 9331 / 3639 9326 @Jequié - (73) 3526-5518 @Norte - (74) 2102-7114 / 2102 7133 @Valença- (75) 3641 3040 @Sudoeste - (77) 3422-2939

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

FIEB

lhistas Homero Ruben Rocha Arandas; Comitê de

Presidente José de Freitas Mascarenhas. 1º Vice-

Portos Reinaldo Dantas Sampaio

Bahia

presidente: Victor Fernando Ollero Ventin. Vicepresidentes Carlos Gilberto Cavalcante Farias;

CIEB

Emmanuel Silva Maluf; Reinaldo Dantas Sampaio; Vicente Mário Visco Mattos. Diretores Titulares Alberto Cânovas Ruiz; Antonio Ricardo Alvarez Alban; André Régis Andrade; Carlos Henrique Jorge Gantois; Claudio Murilo Micheli Xavier; Eduardo Catharino Gordilho; Josair Santos Bastos; Leovegildo Oliveira De Souza; Luiz Antonio de Oliveira; Manuel Ventin Ventin; Maria Eunice de Souza Habibe; Reginaldo Rossi; Sérgio Pedreira de Oliveira Souza; Wilson Galvão Andrade. Diretores Suplentes Adalberto de Souza Coelho; Alexi Pelagio Gonçalves Portela Júnior; Carlos Alberto Matos Vieira Lima; Juan José Rosário Lorenzo; Marcos Galindo Pereira Lopes; Mário Augusto Rocha Pithon; Noêmia Pinto de Almeida Daltro; Paulo José Cintra Santos; Ricardo de Agostini Lagoeiro

Diretor-Presidente José de Freitas Mascarenhas. Vice-Presidentes José Carlos Boulhosa Baqueiro;

Irundi Sampaio Edelweiss; Marco Aurélio Luiz Martins. Diretores Titulares Carlos Antônio Borges Cohim Silva; Clovis Torres Junior; Fernando Elias Salamoni Cassis; João de Teive e Argollo; Luís Fernando Galvão de Almeida; Luiz Antunes Athayde Andrade Nery; Marconi Andraos Oliveira; Roberto Fiamenghi; Rogelio Golfarb; Ronaldo Marquez Alcântara; Diretores Suplentes Davidson de Magalhães Santos; Erwin Reis Coelho de Araujo; Givaldo Alves Sobrinho; Heitor Morais Lima; Jorge Robledo de Oliveira Chiachio; José Luiz Poças Leitão Filho; Mauricio Lassmann Diretor regional oeste Pedro Ovídio Tassi

SESI conselhos

Presidente do Conselho e Diretor Regional José

Conselho de Economia e desenvolvimento in-

de Freitas Mascarenhas. Superintendente José Wagner Fernandes

dustrial Antônio Sérgio Alípio; Conselho para o

Desenvolvimento

Empresarial

Estratégico

Clóvis Torres Júnior; Conselho de Assuntos Fiscais e Tributários Cláudio Murilo Micheli Xavier; Conselho de Comércio Exterior Reinaldo Dantas Sampaio; Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial Carlos Henrique Jorge Gantois; Conselho de Infraestrutura Marcos Galindo Pereira Lopes; Conselho de Meio Ambiente Irundi Sampaio Edelweiss; Comitê de Petróleo e Gás Eduardo Rappel; Conselho de inovação e Tecnologia José Luís Gonçalves de Almeida; Conselho de Responsabilidade Social Empresarial Marconi Andraos Oliveira; Conselho de Relações Traba-

SENAI

Editada pela Superintendência de Comunicação Institucional do Sistema Fieb Conselho Editorial Irundi Edelweiss, Maurício Castro, Cleber Borges e Mônica Mello. Editor Cleber Borges. Estagiário Fábio Araujo. Projeto Gráfico e Diagramação Ana Clélia Rebouças. Ilustração Gentil. Infografia Bamboo Editora. Tratamento de imagem Marcelo Campos. Impressão Stilo Gráfica e Editora

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA Rua Edístio Pondé, 342 – Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71 3343-1280 / w w w.f ieb.or g.br/ b ahia _ indu stria_online

Presidente do Conselho José de Freitas Masca-

renhas. Diretor Regional: Leone Peter

As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessariamente o pensamento da FIEB.

IEL Presidente do Conselho e Diretor Regional José

de Freitas Mascarenhas. Superintendente Armando da Costa Neto

Filiada à

Diretor Executivo do Sistema FIEB

Roberto de Miranda Musser

Sede- 71 3343-1351

@Cimatec - (71) 3462-9500 @Dendezeiros - (71) 3310-9900 @Cetind - (71) 3287-8200 @Feira de Santana - (73)3639-9302 @Ilhéus - (73) 3639-9302 @Luís Eduardo Magalhães - (77) 3628-5609 @Barreiras - (77) 3612-2188

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CIEB - Centro das Indústrias do Estado da Bahia Sede - 71 3343-1214

sistema fieb nas mídias sociais

Bahia Indústria

Sindicatos filiados à FIEB Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem no Estado da Bahia, sindfiacaoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do tabaco no Estado da Bahia, sinditabaco@ fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado da Bahia,sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, Dias D’ávila e Santo Amaro, sindvest@ fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da Indústria de Extração de Óleos Vegetais e Animais e de Produtos de Cacau e Balas no Estado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Cerveja e de Bebidas em Geral no Estado da Bahia, sindcerbe@bol.com.br / Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato das Indústrias do Trigo, Milho, Mandioca e de Massas Alimentícias e de Biscoitos no Estado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso do Estado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, secretaria@sinduscon-ba.com.br / Sindicato da Indústria de Calçados, seus Componentes e Artefatos no Estado da Bahia, sindcalcadosba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado da Bahia, simmeb@uol.com.br / Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olaria do Estado da Bahia, sindicerba@ig.com.br / Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes e Produtos de Limpeza em geral e Velas do Estado da Bahia, sindisaboesba@ fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, Sto. Antônio de Jesus, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Cidade do Salvador, sindpanssa@uol.com.br / Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Resinas Sintéticas do Estado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia, sindiplasba@ sindiplasba.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos, Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário da Região de Feira de Santana, sindvestfeira@fbter.org.br / Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia, sindratar@gmail.com.br / Sindicato das Indústrias de Construção Civil de Itabuna e Ilhéus, valmirsb@yahoo.com.br / Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia, sincafeba@ fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna, sinec@sinec.org.br / Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia, anaelisabete@telenge.com.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia, sindirepaba@ sindirepabahia.com.br / Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, sindipecas@sindipecas. org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, sindiplast@gmail.com


sumário dez 2011 joão alvarez

16 Indústria mapeada Documento lançado pela FIEB, no âmbito do Projeto Aliança, reúne um diagnóstico da indústria na Bahia, aponta seus gargalos e propõe estratégias de crescimento

Ilustração: Gentil

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fotos joão alvarez

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Formação Pioneira

Saúde e lazer para mais de quatro mil pessoas

Os novos usos das fibras naturais para a indústria

Rumo a novos mercados

Em Salvador, o SENAI-BA forma primeiras turmas do Pronatec no Brasil

Em 7ª edição do evento realizado em parceria com a Rede Globo, SESI Simões Filho oferece serviços à população por meio de mais de 40 atividades de incentivo ao bem estar

A Semana Internacional de Fibras Naturais, realizada em novembro em Salvador, reuniu pesquisadores e empresários do setor para definir acordos comerciais e sugerir políticas públicas

CIN fomenta comércio exterior de produtos baianos, diz João Marcelo Alves


Prorrogado prazo do Sped Fiscal Prazo maior atende às necessidades das empresas baianas, especialmente as de pequeno e médio portes

A

pós um longo processo de negociação, no âmbito de um grupo de trabalho formado por seis entidades – inclusive a FIEB – e coordenado pela Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz), ficou decidido que as empresas baianas não incluídas no Simples Nacional terão prorrogado o prazo de entrega dos arquivos do Sistema Público de Escrituração Fiscal Digital. Este mecanismo, popularmente conhecido como Sped Fiscal, vem ensejando dificuldades operacionais para ser implementado no prazo programado para o dia 25 de dezembro, especialmente para as empresas de pequeno porte. O documento aprovado pelo grupo de trabalho foi entregue, no último dia 7 de dezembro, ao secretário da Fazenda, Carlos Martins. Este ressaltou que o acordo é fruto do diálogo entre o Fisco estadual e os empresários e buscou o consenso “dentro do limite do possível”, inaugurando uma nova fase na busca do entendimento entre o interesse público e privado. Falando em nome do grupo de trabalho, o diretor da FIEB e coordenador do seu Conselho de Assuntos Fiscais e Tributários, Cláudio Murilo Xavier, disse esperar que novas parcerias sejam concretizadas a partir dessa experiência de negociação. “Esse pacto dá às empresas maior flexibilidade para atender às exigências da Escrituração Fiscal Digital, com prazo maior para aquelas de menor faturamento”, ressaltou o empresário. A previsão da Sefaz era de que o decreto regulamentando o assunto fosse publicado no Diário Oficial do dia 20 de dezembro.

PRAZOS Conforme a proposta aprovada pelo grupo de trabalho e acatada pela Sefaz, empresas com faturamento em 2011 acima de R$ 36 milhões têm até 25 de abril de 2012 para entregar à Sefaz os arquivos referentes aos meses de janeiro/outubro de 2011. Para elas, os arquivos referentes aos meses de novembro e dezem   Bahia Indústria

joão alvarez

Murilo (E) entrega propostas ao secretário Carlos Martins

bro continuaram com o prazo inicial de entrega em 25 de dezembro. As empresas com faturamento entre R$ 15 milhões e R$ 36 milhões têm prazo até 25 de julho de 2012, com retroatividade a partir de 1º de janeiro do próximo ano; com faturamento entre R$ 3,6 milhões e R$ 15 milhões, a partir de janeiro de 2013 e até 25 de fevereiro daquele ano; e com faturamento inferior a R$ 3,6 milhões, até 1º de janeiro de 2014. Em compensação, os subscritores do acordo (FIEB, Fecomércio, Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Bahia, Conselho Regional de Contabilidade, Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação e Sindicato Patronal de Empresas Contábeis) se comprometem a desenvolver ações voltadas para a capacitação das empresas na adoção da Escrituração Fiscal Digital, incluindo distribuição de cartilhas, realização de palestras e road shows de soluções tecnológicas, em uma ação conjunta com a Sefaz. [bi]


SENAI-BA é primeiro a formar pelo Pronatec Experiência da instituição do Sistema FIEB servirá como base para a aplicação do programa em todo o país

O

s primeiros 34 diplomas dos Cursos de Formação Inicial do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) no Brasil foram entregues pelo SENAI-BA no dia 1º de dezembro. Em caráter experimental, beneficiários de programas de transferência de renda tiveram a oportunidade de receber capacitação para atuar no mercado de trabalho. A cerimônia de formatura foi realizada na Unidade Cimatec e contou com a presença da secretária extraordinária para Superação da Extrema Pobreza do Ministério do Desenvolvimento Social, Ana Fonseca, além de representantes do SENAI e da prefeitura de Salvador.

“Foi muito importante que as turmas experimentais (chamadas de Prova Conceito) fossem executadas por instituições de excelência como o SENAI e o resultado foi muito bom. A partir desta experiência vamos fazer os ajustes para atuar em grande escala no Pronatec”, disse Ana Fonseca. “Gostaria de ter recebido esta oportunidade há 30 anos”, disse emocionado seu Jair Dias Araújo, 50, ao receber o diploma do curso para Eletricista Predial de Baixa Tensão. Autodidata, o eletricista diz que agora está melhor preparado para fazer os “bicos” dos quais tira o sustento, mas já tem outros planos: quer trabalhar na indústria.

Adicléia (D) é um dos 34 formandos do Pronatec

Aos 30 anos, a sacoleira Adicléia Macêdo também já sonha com outro destino. Recém-formada no Curso para Pintor de Obras, ela já tem dois trabalhos em andamento como pintora, mas quer se preparar para atuar como pedreira. Depois, quer fazer faculdade. “Me apaixonei pela área e já decidi: serei engenheira civil”, disse determinada. Para a gerente de Clientes Nacionais do SENAI Nacional, Anamaria Raposo, este novos profissionais podem fazer frente ao desafio de crescimento do Brasil, pois receberam capacitação de valor agregado e agora têm condições de se inserir no mercado de trabalho que a indústria demanda. “Esta primeira formatura do Pronatec do SENAI tem um grande simbolismo pela importância deste programa para o país”, afirmou. Segundo a gerente da Escola Técnica do Cimatec, Greta Moreira, o Pronatec já tem outras turmas em andamento e, somando-se as vagas deste ano às de 2012, serão oferecidas cerca de 22 mil pelo SENAI Bahia. “Estamos atuando em parceria com os ministérios, o estado e a prefeitura para fazer com que os alunos do ensino médio e os beneficiários de programas sociais cheguem às nossas salas de aula”, disse. [bi]

joão alvarez

Bahia Indústria


Oportunidades na África e Oriente Médio Em seminário realizado na FIEB, empresários puderam conhecer características destes mercados e obter informações sobre como exportar

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om a economia mundial em transformação, boas oportunidades de negócio estão surgindo em mercados até então pouco explorados pelos empresários, os de países da África e Oriente Médio. As vendas de produtos baianos para estas regiões, em 2010, não passaram de 0,85% do total do estado comercializado para o exterior, mas este cenário pode mudar, desde que se tenham informações, apoio e um pouco de coragem, garantem os especialistas convidados do Seminário Mercado Foco África e Oriente Médio, realizado no dia 12 de dezembro, na FIEB. “Ao contrário do que se pensa, os povos árabes estão abertos a negociar com os brasileiros, inclusive com as mulheres”, afirma o diretor de Comércio Exterior da Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB), Michel Alaby. Com uma alta renda per capta, os Emirados aceitam bem produtos de luxo, de acordo com o analista da Unidade de Inteligência da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), João Ulisses Pimenta. “Vários

João Pimenta diz que alimentos, bebidas, calçados e plásticos têm mercado

fábio araujo

Bahia Indústria

estilistas e alguns produtores de joias já estão se saindo muito bem nestes mercados”, explica Pimenta. O analista conta ainda que há espaço para outros setores em expansão em diversos países do Oriente Médio, como o de alimentos e bebidas, logística, serviços, e casa e construção, estes últimos com expressivo crescimento na Arábia Saudita e Catar. Já nos principais mercados da Àfrica (África do Sul, Moçambique e Angola), a situação é diferente. Boa parte destas populações pertence às classes C e D, portanto as oportunidades de negócio estão na venda de produtos em escala, principalmente alimentos e bebidas, calçados, plásticos, agronegócio, papel e celulose e construção. Em Angola, há espaço para negócios na cadeia do petróleo e, em Moçambique, no extrativismo do gás e do carvão.“São mercados carentes de diversos produtos e serviços e a presença de brasileiros é grande, mas tem espaço para crescimento, porque os governos locais estão investindo muito em infraestrutura”, disse Pimenta. Disponibilizar este tipo de informação é parte das ações que o Centro Internacional de Negócios (CIN) vem realizando no sentido de fomentar a internacionalização. “Em breve, vamos fazer um diagnóstico das exportações na Bahia e focar nossa atuação em inteligência comercial, fazendo com que os empresários possam adequar-se aos padrões e aumentar a competitividade”, assegurou o diretor executivo da FIEB, Roberto Musser. [bi]


circuito

por cleber borges

Participação de importados bate recorde

Bahia terá usina de álcool

A participação dos produtos importados no mercado brasileiro de bens industriais bateu recorde em 2011. O peso dos produtos importados no consumo doméstico de itens industriais atingiu 21,5% no acumulado dos quatro trimestres encerrados em setembro último. A informação é do estudo Coeficientes de Abertura Comercial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador considera tanto o consumo final das pessoas quanto o de insumos pela indústria e mostra que de todos os bens industriais comercializados no país 21,5% vêm de fora. Esse indicador cresceu 1,2%. A CNI atribui o crescimento das importações à valorização cambial e à retração da economia.

A Bahia pode ganhar uma usina de álcool em Pilão Arcado, na região do Vale do São Francisco. O projeto prevê investimentos de R$ 4 bilhões, valor 45 vezes maior que o PIB da cidade – o último relatório do IBGE indica que o total de riquezas geradas pelo município foi de R$ 89 milhões em 2008. A informação foi publicada no site iG. Segundo a publicação, o protocolo para instalação da usina já foi assinado e o anúncio oficial pode ser feito nas próximas semanas. O investimento será de um consórcio formado por três sócios: uma empresa da Bahia, uma de São Paulo e outra do Rio de Janeiro. Ainda segundo o iG, a Petrobras, por meio de sua subsidiária PBio, informa que a produção deve superar 70 mil metros cúbicos de álcool. José Sergio Gabrielli, presidente da estatal, disse recentemente que a meta é aumentar de 5,3% para 12% a participação da Petrobras na produção nacional de etanol até 2015.

Empresas mais admiradas Compromisso com a ética, respeito ao consumidor, compromisso com os recursos humanos, responsabilidade social, compromisso com o desenvolvimento sustentável e a busca da inovação são os requisitos que levam atualmente uma empresa a ser admirada pela sociedade. Essa é a conclusão de pesquisa realizada para a edição As Empresas mais Admiradas no Brasil 2011, da revista Carta Capital. Por ordem decrescente, as dez mais admiradas do ano foram: Natura, Apple, Vale, Petrobras, Nestlé, Itaú, AmBev, Google, Embrase e Gerdau.

“O Nordeste não tem um projeto global de desenvolvimento, como na época de Celso Furtado, e isso fragmenta ações e realizações” Antonio Risério, poeta, ensaísta e antropólogo baiano, ao defender que o Brasil precisa acolher a região como parte de um projeto nacional

Despesas crescem mais que receitas na Bahia As Despesas Correntes do governo do Estado cresceram 10% mais que as Receitas Correntes, no período 2003-2010, de acordo com levantamento feito pela Superintendência de Desenvolvimento Industrial da FIEB. O aumento das despesas foi liderado pela alta de 69,4% no item Outras Despesas Correntes, que inclui serviços de terceiros e transferências constitucionais para municípios, e pelo aumento de 58,4% nos gastos com pessoal e encargos sociais. Já a participação relativa dos investimentos nas despesas totais do governo estadual manteve-se em patamar de 6% a 8%. As despesas com saúde ficaram no patamar de 15% a 16% do total e com educação em 13%, mesmo com o crescimento acumulado de 43% verificado no período pesquisado.

Bahia Indústria


sindicatos Valter Pontes

Marcos Régis aposta na interiorização e busca apoio dos associados

Simagran sob nova direção Levar as atividades do Sindicato das Indústrias de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia para indústrias do interior, em alinhamento com o Programa da Interiorização da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, é uma das prioridades do mandato de Marcos Régis Andrade, novo presidente do Simagran. Ele coordenará as ações do sindicato no triênio 2011-2014. Neste período, Marcos Régis implantará uma linha de trabalho com visão de futuro e pretende modernizar a marca do sindicato. “Vamos convocar o empresariado local para mudar a realidade atual”, destacou. O Simagran foi presidido por três mandatos consecutivos pelo vice-presidente da Fieb, Reinaldo Sampaio, atual delegado representante do Conselho junto à FIEB. “Continuo com a camisa do Simagran para a defesa dos interesses do nosso segmento”, afirma Reinaldo. Valter Pontes

João Alvarez

Sinditabaco no Anuário Brasileiro Interessados em conhecer o cenário econômico do tabaco na Bahia, as produções de cigarrilhas e charutos e as tecnologias utilizadas para cultivo e beneficiamento da planta no Brasil podem consultar o Anuário Brasileiro do Tabaco 2011, lançado pela Editora Gazeta. Além dos aspectos econômicos, a publicação apresenta informações sobre a representatividade do setor, tanto para a geração de emprego e renda nas micro e pequenas propriedades, quanto para questões sociais e culturais. De acordo com Odacir Tonelli Strada, presidente do Sindicato das Indústrias do Tabaco no Estado da Bahia - Sinditabaco, a atividade é de significativa importância para o estado, em especial o Recôncavo baiano. “Não conhecemos atividade agrícola rentável como o tabaco em propriedades pequenas, o que faz com que o produtor rural possa utilizar os recursos naturais de forma sustentável, consciente e protegendo o meio ambiente”, comentou. Em 2010, foram produzidas 6.147 toneladas de tabaco no estado. Nos próximos anos, serão desenvolvidas ações estratégicas para criação da sustentabilidade do setor no estado, em parceria com as câmaras Setoriais das Cadeias Produtivas do Charuto Baiano e do Tabaco. O anuário pode ser consultado no endereço: www.gaz.com.br/tratadas/flip/editora/anuario_tabaco_2011

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Bahia Indústria

Diretoria empossada- Empresários e convidados participaram da cerimônia de posse da diretoria do Sindicato as Indústrias da Construção Civil do Estado da Bahia, realizada no auditório da FIEB, este mês. Carlos Alberto Vieira Lima, presidente reeleito, irá comandar a direção Sinduscon por mais dois anos.


Sinprocim na Parada do Bem-Estar Trezentos e cinquenta trabalhadores de dez indústrias de produtos de cimento participaram da 3ª edição da Parada do Bem-Estar, promovida pelo Sindicato das Indústrias de Produtos de Cimento do Estado da Bahia – Sinprocim. Realizado no Sesi Simões Filho, o encontro teve por objetivo promover a integração e entretenimento entre trabalhadores das indústrias do setor por meio de práticas esportivas e socioeducativas. De acordo com Carlos Gantois, presidente do Sinprocim - BA, o sindicato, por meio da parada cumpre o seu objetivo na promoção da qualidade de vida dos trabalhadores e familiares. Além das competições esportivas, durante o dia os trabalhadores participaram do Circuito do Bem-Estar e das atividades de lazer. João Alvarez

Bahia Indústria 11


Qualidade reconhecida Ensino e unidades do SENAI são referência para projetos do governo federal Marcello Casal Jr./Ag. Brasil

Por Carolina Mendonça Fotos joão alvarez

U Dilma Rousseff disse que SENAI é instituição de excelência 12  Bahia Indústria

m dos mais importantes polos nacionais de geração e difusão de conhecimento aplicado à indústria, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) é hoje reconhecido nacional e internacionalmente pela qualidade dos serviços que oferece. Com uma estrutura composta de profissionais de excelência e equipamentos de ponta, a instituição tornou-se referência para projetos e programas do governo federal. Ao sancionar a lei que cria o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), em 26 de outubro, a presidente Dilma Rousseff destacou a excelência da instituição na formação de mão de obra para a indústria. “Poucos países no mundo podem contar com a qualificação do SENAI e do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). Com o Pronatec, estamos dizendo: o Estado cumpre a sua


SENAI e instituição alemã formarão mão de obra Ministro Mercadante conheceu no Cimatec produtos feitos de plástico e fibras naturais

O SENAI vai ampliar a formação de mão de obra para o setor de energia eólica, de acordo com informações divulgadas pela Confederação Nacional da Indústria em novembro. O projeto, uma parceria com a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GIZ), vai capacitar 500 pessoas, entre técnicos de planejamento e análise de instalação de parques eólicos, profissionais para construção, operação e manutenção desses parques e instrutores do próprio SENAI até 2014. A Bahia está entre os nove es-

tados brasileiros em que os cursos serão oferecidos. Além das aulas teóricas e práticas, estão previstas visitas técnicas de profissionais do SENAI a parques eólicos da Alemanha e de outros países europeus referências na área. O curso vai contribuir para a ampliação de mão de obra qualificada, um dos gargalos do setor. De acordo com o Marcello Coelho, analista de Desenvolvimento Industrial do SENAI nacional, a escassez de trabalhadores especializados é um forte obstáculo para o crescimento da energia eólica no Brasil.

fábio araujo

parte e os setores produtivos, como a indústria, dão a sua importante contribuição”, declarou a presidente. A cerimônia, no Palácio do Planalto, contou com a presença de ministros, parlamentares e governadores, além do presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, e dez alunos do SENAIBA, que fizeram parte das duas turmas-piloto para o Programa do governo federal, uma para formação de pintor de obras e outra de eletricista predial de baixa tensão. Os alunos se formaram no fim de novembro. A experiência com estas turmas serviu como base preparatória para a realização do programa em grande escala. Em 2012, serão oferecidas 15.920 vagas em cursos de Formação Inicial e Continuada e mais duas mil para cursos técnicos em Salvador e vários outros municípios do estado. A oferta faz do SENAI líder do Pronatec na Bahia. O SENAI também foi citado como um dos principais parceiros do governo federal para capacitar pessoas em situação de extrema pobreza pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, em videoconferência na sede do Sistema CNI, em Brasília, no dia 4 de outubro. “A nossa parceria com o SENAI permitirá que o Brasil, que está na miséria, se encontre com o que está em crescimento e precisa de trabalhadores qualificados”, assegurou Tereza Campello.

Modelo Cimatec Localizado no bairro de Piatã, em Salvador, o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec) do SENAI-BA será um dos três centros de pesquisas apoiados pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) quando esta iniciar suas atividades. Este foi um dos motivos que levou o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, a fazer uma visita à unidade quando esteve na capital baiana para o lançamento do Plano de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para o Nordeste, dia 4 de novembro. Pouco antes, na sede da FIEB, o ministro ressaltou a qualidade técnica do centro: “O Cimatec é um dos grandes centros de pesquisa na área industrial atualmente, talvez o melhor do SENAI em termos de perfil e de desempenho”, afirmou. Mercadante percorreu a sede do Cimatec e conheceu de perto

algumas das pesquisas em desenvolvimento, como a de polímeros biodegradáveis, que já resulta em produtos de “plástico ecológico” à base de sisal. Entusiasmado com a possibilidade de produzir, em escala, objetos e móveis de origem vegetal, o ministro idealizou uma unidade como a de Salvador no norte do país. “Imagino a quantidade de produtos que poderão ser beneficiados em um Cimatec Norte. Vamos elaborar este projeto e queremos a colaboração da equipe daqui”, anunciou. O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), José Mascarenhas, que acompanhou o ministro na visita, afirmou que o SENAI-BA está à disposição para ajudar o governo nesta empreitada. “Se o projeto se concretizar, estaremos prontos a levar nossos profissionais e nosso conhecimento ao local para montar uma unidade no norte do país”, afirmou. [bi] Bahia Indústria  13


Exemplo de cidadania e apoio à saúde

com o objetivo de incentivar a prática esportiva e promover ações educativas e preventivas de saúde para a população. O sábado começou com uma caminhada de rua do centro da cidade até a unidade do SESI, em um percurso de quase dois quilômetros. Na sequência, participaram de atividades nas áreas de saúde (teste de glicemia, exame de pressão arterial, noções de higiene bucal etc), alimentação saudável (com dicas de aproveitamento de alimentos do Cozinha Brasil) e esportivas, estas voltadas para alunos do Programa Atleta do Futuro. José de Oliveira, 12 anos, estudante da 5ª série do Milhares de pessoas foram ao SESI Simões Filho, ensino básico, morador de Simões Filho, passou boa onde puderam contar com mais de 40 atividades parte da manhã do evento participando das várias atividades de lazer. “O que mais gosto é dos jogos do Por Cleber borges Fotos joão alvarez Xbox”, falou. Já Mariana dos Santos, 11 anos, jogava cartas com amigas e, segundo ela, não se cansava de ganhar. “Se deixar, elimino tudo mundo”, disse sem modéstia. m dia de cidadania e de muita descontraNa abertura, o superintendente do SESI Bahia, ção. Foi o que vivenciaram os mais de 4 mil Wagner Fernandes, destacou a importância do esporparticipantes do evento Esporte, Cidadania te na vida de jovens e adultos e como ele ajuda a refore Saúde, no dia 26/11, no SESI Simões Filho. Industriários e çar conceitos de cidadania. Por sua vez, Alessandra Em sua maioria crianças e adolescentes, os presentes dependentes Franco, do setor de Marketing da Rede Bahia, disse participaram das mais de 40 atividades realizadas, fizeram que para a empresa de comunicação “é um prazer detotalizando 12 mil atendimentos. O evento, que está caminhada do senvolver eventos dessa natureza em parceria com o em sua 7ª edição, é uma parceria do SESI com a Rede centro à unidade SESI. Eles possuem um grande apelo na comunidaGlobo e acontece simultaneamente em todo o país, do SESI de”, destacou.

U

14  Bahia Indústria


joão alvarez

Semana de Promoção da Vida Saudável

Wagner Fernandes destacou papel do esporte na cidadania

Além dos atendimentos realizados no sábado, o Esporte, Cidadania e Saúde contou também com a Semana de Promoção da Vida Saudável, realizada entre os dias 21 e 25/11 em aproximadamente 40 empresas industriais na Bahia, com mais de 11 mil trabalhadores atendidos. Por meio da tecnologia SESI Lazer Ativo, foram feitas intervenções utilizando ações voltadas ao bem-estar: atividade física, alimentação saudável, controle do estresse, comportamento preventivo e relacionamento saudável. Os trabalhadores participaram de atividades por meio da vivência do lazer com foco no estilo de vida. Conviver bem com outras pessoas, ter uma alimentação saudável, interagir positivamente com o meio ambiente e praticar atividade física regularmente, são os pilares deste programa que, em um conjunto de ações integradas por meio de uma experiência prazerosa e voluntária, as pessoas melhoram seus estilos de vida, obtendo ainda mais saúde. [bi] Bahia Indústria  15


Música e poesia valorizam o trabalhador

por Larissa Cortizo

I

dealizados como uma oportunidade para despertar e formar talentos musicais dentro da indústria baiana, o Festival SESI Música e o Concurso SESI Poesia cumpriram mais uma vez sua missão. Em 2011, os eventos contaram juntos com 158 inscritos, de mais de 70 empresas diferentes, que concorreram em categorias de conteúdo inédito e de interpretação. Após o término das inscrições, uma comissão julgadora selecionou 20 finalistas de música e dez de poesia, que se apresentaram nas cerimôValter Pontes

16  Bahia Indústria

nias de entrega dos prêmios, momentos em que foram conhecidos os grandes vencedores. A cerimônia do Festival SESI Música aconteceu no dia 14 de novembro. O público lotou o Teatro do Instituto de Radiofusão Educativa da Bahia (Irdeb), em Salvador, para conferir a apresentação dos finalistas. Em seguida, enquanto os jurados definiam os vencedores da grande noite, o cantor Luiz Caldas tomou conta do palco com canções marcantes de sua carreira. Após a participação especial

Damares Galisa (abaixo) e Rosana Silva (ao lado, melhor performance em poesia) são talentos revelados

que agitou a noite, foi apresentado o resultado. Estreante no concurso e única mulher entre os classificados para a etapa final, Damares Galisa foi a campeã na categoria interpretação com a música gospel Coração que Sangra, de Fernanda Brum. Emocionada, a representante da empresa MK Eletrodomésticos, de Conceição do Jacuípe, não poupou elogios ao projeto. “Desde que fiz a inscrição, as pessoas me receberam muito bem no SESI e isso me motivou. Estar aqui hoje é inexplicável e sem essa iniciativa e apoio, nada disso seria possível”, ressalta. Participante pelo terceiro ano consecutivo, o trabalhador da empresa Celiga, em Ilhéus, Denílson Guimarães ficou em segundo lugar ao interpretar Romaria. Na categoria composição, o vencedor foi o técnico de produção Celso Andrade, colaborador da Norsa, que levou o público às gargalhadas com a canção Melô da Sogra. Ele afirmou que não esperava ser consagrado campeão e agradeceu aos organizadores do festival pela oportunidade. “O incentivo do SESI é importante para nos tirar do

joão alvarez

Talentos revelados da música e da poesia encantaram o público que compareceu às noites de premiação do SESI


ambiente fabril e nos dar a chance de mostrar nosso talento. Tomara que venham outras edições desse projeto e que ele nunca acabe”, destaca Andrade, que representou Vitória da Conquista. A grande noite do Concurso SESI Poesia aconteceu no dia 25 de novembro, no Teatro SESI Rio Vermelho, em Salvador. Na ocasião, os dez finalistas tiveram seus trabalhos interpretados em clima de muita descontração e emoção. Grigório Maurício Rocha, da empresa Embasa, foi o primeiro colocado no concurso, com o poema Ícaro e a Lua. Para ele, o maior ganho na participação do evento é a possibilidade de interagir com poetas de outras empresas e também de conhecer talentos da sua empresa, que desconhecia. “O concurso possibilita que os artistas rompam com a timidez e mostrem o seu talento”, afirma Grigório, que escreve há cerca de seis anos. Os vencedores receberam um total de R$ 9.500 em prêmios. Além disso, para o Festival de Música foi concedido o registro do evento em DVD e, para o Concurso de Poesia, será feita a publicação do material em um livro. Catarina Laborda, coordenadora dos eventos, reafirma a importância da iniciativa. “É uma emoção muito grande ver esses trabalhadores no palco. Os dias anteriores às cerimônias foram de muito trabalho, mas nós, mais uma vez, conseguimos alcançar o nosso maior objetivo que é promover a cultura e estimular a criatividade dos trabalhadores da indústria.” [bi] >>Confira tabela com vencedores em www.fieb.org.br/sesi/noticia/420/ conheca-os-vencedores-doconcurso-sesi-poesia-2011.aspx Bahia Indústria  17


Bahia define política industrial Lançado na FIEB, estudo define estratégias e propostas que contemplam dez segmentos industriais do estado POR Cleber Borges e Carolina Mendonça FOTOS joão alvarez

18  Bahia Indústria

té recentemente, a política de incentivos respaldou o crescimento da indústria brasileira. Com o fim da guerra fiscal, decretado pelo Supremo Tribunal Federal, os estados mais pobres da Federação, especialmente os do Nordeste, devem criar mecanismos alternativos de desenvolvimento regional. Em razão disso, é importante que a Bahia planeje seu desenvolvimento industrial, definindo os papéis que cabem ao setor público, iniciativa privada e academia. “A indústria na Bahia é concentrada na RMS. Para criar oportunidades de emprego e renda no interior é preciso desconcentrá-la. Além disso, é estratégico definir políticas que conduzam à verticalização de nossa cadeia produtiva, para que possamos produzir bens finais, e também investir na logística de transportes, especialmente em ferrovias e portos”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, José Mascarenhas, no lançamento, no final de novembro, na sede da FIEB, do documento Política


José Mascarenhas entrega cópia de documento ao governador Jaques Wagner Bahia Indústria  19


industrial da Bahia – Estratégias e Proposições. Fruto de parceria firmada entre a Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia (Sicm), Petrobras e FIEB, no âmbito do Projeto Aliança, o documento propõe um novo olhar sobre a forma como o estado deve conduzir seu desenvolvimento econômico nesta década. O evento de lançamento contou com a presença do governador da Bahia, Jaques Wagner, que elogiou a iniciativa. “Acredito que o plano proposto é um guia e não uma obra acabada, porque as condições da realidade mudam, mas é uma demonstração de que temos na Bahia um ambiente de diálogo para se liberar energias produtivas para o desenvolvimento”, disse o governador. O secretário estadual de Indústria e Comércio, James Correia, elogiou os 86 profissionais que participaram do estudo coordenado pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), entidade vinculada ao Sis20  Bahia Indústria

tema FIEB, além de ressaltar que, apesar dos entraves estruturais, a Bahia tem sido um polo de atração de investidores no setor industrial. “Temos novas plantas industriais sendo implantadas pela KimberlyClark, a Basf, a Jac Motors e não são investimentos só na Região Metropolitana de Salvador (RMS), 70% das empresas abertas estão no interior”, garantiu. Representando o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, destacou que, com o lançamento da Política Industrial, a Bahia sai na frente de outros estados brasileiros. “O estado dá um exemplo ao país e intensifica sua política de desenvolvimento industrial”, afirmou. Neste sentido, o presidente da Academia de Ciências da Bahia, Roberto Santos, pontuou que “as mudanças necessárias ao desenvolvimento exigem planejamento, novas tecnologias e educação, e a

Autoridades, empresários e formadores de opinião prestigiaram lançamento da Política Industrial

indústria tem um importante papel neste processo.”

PUBLICAÇÃO A nova Política Industrial da Bahia faz um diagnóstico e propõe ações capazes de criar condições favoráveis ao desenvolvimento de dez segmentos selecionados da atividade industrial no estado: automotivo; agroindústria; calçados e segmentos intensivos em marca e design; celulose e a cadeia da madeira; construção civil; intensivos em tecnologia (informática, fármacos etc); mineração e transformação mineral; naval e offshore; petróleo e gás; química e petroquímica. Foram abordados também temas transversais aos dez segmentos selecionados. Dentre eles, energia, infraestrutura logística, educação profissional, inovação tecnológica, responsabilidade social e sustentabilidade ambiental. Sob a coordenação técnica do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), entidade vinculada ao Sistema FIEB, o estu-


do partiu de ampla sondagem feita junto a personalidades dos setores público, privado e da academia, formadores de opinião, com o intuito de definir ações estratégicas e estabelecer proposições. “Este é o primeiro projeto que apresenta estratégias para o setor no nosso estado formulado com a participação de empresários e líderes sindicais – que contribuíram com a vivência prática no setor –, e de professores e pesquisadores de universidades baianas e de outros estados, que trouxeram o conhecimento teórico sobre o tema”, explica o superintendente do IEL, Armando Costa. Conforme declara o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, as proposições que brotaram dos diagnósticos setoriais e temáticos estão em linha com a realidade nacional e internacional e “foram legitimadas por ampla sondagem feita junto a agentes públicos e privados.”

INFRAESTRUTURA O estudo Política Industrial da Bahia mostra que a dinâmica industrial desloca-se das plantas (unidades fabris) para o centro de decisão das empresas; que as cadeias industriais tornam-se segmentadas, com a criação de produtos regionalmente adaptados; as empresas líderes tendem a fomentar fornecedores locais; e que a inovação é fundamental na valorização de cadeias produtivas. No primeiro caso, ressalta que é importante para um estado como a Bahia, em processo de industrialização, atrair plantas produtivas, pois resultam em empregos e tributos, mas é ainda mais importante atrair e fixar empresas que trazem decisões fundamentais para o

“Uma proposta de planejamento foi feita, agora ela precisa ser implementada” No lançamento da publicação Política Industrial, o presidente da Federação, José Mascarenhas, concedeu entrevista à imprensa. Leia abaixo alguns dos principais trechos: A partir da publicação da Política Industrial, o que muda em relação á atração de investimentos para o Estado? JM – Este é um plano de médio a longo prazos e, como nós temos muitas deficiências de infraestrutura, é preciso avançar primeiro em algumas questões fundamentais, como a do porto, por exemplo. Pernambuco tem menos potencial de desenvolvimento industrial que a Bahia, mas eles fizeram o porto, o que tem atraído muitos investimentos importantes para aquele estado. Na Bahia, ainda faltam soluções nesta questão de movimentação de grandes cargas, que a gente precisa corrigir. Uma proposta de planejamento foi feita, agora precisa ser implementada. A decisão das ações a serem iniciadas é do estado. Por outro lado, o governo, sozinho, não tem recursos para resolver tudo, como a modernização do Porto de Aratu. É preciso abrir uma concorrência pública para se fazer esta concessão. Neste sentido, é preciso também implementar medidas de mudança no interior do estado? JM - A interiorização é um elemento-chave para o desenvolvimento

industrial da Bahia. Falta integração. Nós temos que oferecer aos empresários destas regiões as mesmas oportunidades que são oferecidas aos da capital e Região Metropolitana, até para reduzir a pressão sobre Salvador. A FIEB está engajada nessa perspectiva, mas a política (de interiorização) é uma decisão de estado. Como ficam as questões ambientais frente à necessidade de realização de obras estruturantes para o desenvolvimento? JM - Temos um acúmulo de processos a serem julgados que acabam inviabilizando os investimentos. Quantos já deixaram de ser feitos aqui porque a licença ambiental não saiu? Por isso, apoiamos totalmente a iniciativa do governo de realizar mudanças na legislação ambiental presumindo que, em princípio, as pessoas são sérias. Se elas estiverem fazendo coisas erradas, serão punidas com a fiscalização, assim como acontece com a Declaração de Renda em que, primeiro, o cidadão declara os rendimentos e, depois, verifica-se se o que foi declarado está correto. Isso pode ser feito com as atividades não poluidoras, o que daria agilidade aos processos, pois teríamos mais técnicos e fiscais disponíveis. Bahia Indústria  21


Estratégias Setoriais agroindústria • Definir programa de atração seletiva de investimentos • Planejar a espacialização de investimentos e o sistema logístico alimentador da Ferrovia Oeste-Leste • Estimular modelos integrados de produção agropecuária, industrialização e comércio, inclusive Programa de Marcas (Café Gourmet Bahia, Vinhos do São Francisco etc). • Capacitar recursos humanos em gestão empresarial, produção e logística para a agroindústria.

• Articular iniciativas de inovação do Centro Industrial de Subaé (Feira) com a pesquisa acadêmica • Fortalecer o Parque Tecnológico da Bahia

automotivo

mineração e transformação mineral

• Apoiar o parque automotivo instalado e estimular sua expansão, atraindo novos projetos e adensando a cadeia de fornecedores • Implantar programa CKD (processo de produção que consiste em enviar um veículo completo desmontado para ser finalizado no país onde será vendido) no estado, com ênfase em motos e veículos especiais.

• Reforçar funções institucionais na cadeia mineral, inclusive fortalecendo a base de dados • Ampliar externalidades positivas, incluindo infraestrutura de suporte com rede logística • Encadear elos do comércio, serviços e logística na indústria da mineração, inclusive com formatação de planos para a indústria cerâmica e de rochas ornamentais

intensivos em marca e design

naval e offshore

• Tornar atrativo investir no setor calçadista na Bahia e ampliar conteúdo local da cadeia de fornecedores • Adensar indústria moveleira • Fortalecer a aglomeração da indústria de confecções e valorizar a marca de origem Bahia

• Criar condições, inclusive definição de sítios, para atrair empresas construtoras de navios e plataformas de grande porte, além de sondas e outras unidades offshore • Adensar a cadeia de fornecedores locais para a indústria naval

Estudo selecionou dez segmentos industriais estratégicos para a Bahia

petróleo e gás celulose • Fomentar as atividades transformadoras com base florestal • Fomentar a cadeia industrial da madeira

• Interiorizar a oferta de gás canalizado e ampliar sua competitividade • Promover a maior integração dos campos maduros à cadeia do petróleo

construção civil

química e petroquímica

• Fomentar negócios sustentáveis • Melhorar produtividade pela incorporação de novas técnicas construtivas e organização da cadeia construtiva em bases industriais • Ampliar o conteúdo local da cadeia de fornecedores

• Promover maior integração operacional entre a Rlam e a central de matérias-primas do polo de Camaçari • Melhorar a integração logística com o mercado do Sudeste e o mercado internacional, incluindo a remodelagem regulatória do Porto de Aratu e o fomento da cabotagem • Na base da cadeia petroquímica focar a descomotização, aproveitando a potencialidade do pólo acrílico

intensivos de tecnologia • Agregar valor à produção de hardware • Articular a produção de software com os segmentos dinâmicos da economia 22  Bahia Indústria

dinamismo da industrialização. Para se beneficiar dessas tendências, é necessário que a Bahia invista em infraestrutura logística, especialmente ferrovias e portos. “É imprescindível tornar realidade a Ferrovia Oeste-Leste e o Porto Sul, criar um eixo ferroviário ligando Salvador a São Paulo e qualificar o Porto de Aratu”, afirmou o presidente da FIEB, José Mascarenhas. Em relação a Aratu, é importante mencionar que existe na Antaq uma proposta de concessão da sua exploração feita por um consórcio privado. Outras recomendações contidas no documento Política Industrial da Bahia – Estratégias e Proposições envolvem a necessidade de investir na qualificação de pequenos fornecedores locais, em inovação tecnológica e na atração e fixação de empresas, ao invés de apenas estimular a vinda de plantas produtivas. Para cada um dos dez segmentos industriais selecionados, o documento assinado pela Sicm, FIEB e Petrobras define ações estratégicas e propõe iniciativas para os vários entes envolvidos. Por exemplo, na área automotiva, define como ações estratégicas qualificar sítios para implantar futuras montadoras e estimular o adensamento da cadeia de fornecedores. Para tanto, propõe a remodelagem regulatória da Ferrovia Centro-Atlântico para assegurar o fluxo de mercadorias; a consolidação de modelo operacional do Terminal de Veículos e a criação do Terminal de Contêineres em Aratu; um programa de atração de fabricantes de veículos pesados e de duas rodas; além de um programa de qualificação em mão de obra e serviços tecnológicos.


Ag. Brasil

Já no segmento naval e offshore, a Bahia, estado com grande disponibilidade de áreas costeiras, deve atrair empresas de construção de navios de porte, sondas, plataformas e outras unidades offshore; adensar a cadeia de fornecedores locais e fomentar o desenvolvimento de uma indústria de construção de embarcações de esporte e lazer de pequeno porte, integrada às áreas de turismo e esportes náuticos.

ESTRATÉGIA Ao identificar estratégias empresariais, cria-se espaço para a formulação de uma política industrial. Elas compreendem não apenas as indústrias instaladas na Bahia como aquelas com potencial para investir em território baiano, criando um bom ambiente institucional e econômico. A grande pauta do momento, afirma o documento Política Industrial da Bahia, é atuar nas relações da indústria com seu entorno para melhorar o ambiente de negócios. A estratégia de industrialização proposta é empreendida em três planos: o primeiro envolve as possibilidades de inserção da Bahia nos movimentos globais; um segundo, a inserção do Estado na matriz industrial nacional, identificando movimentos que favorecem ou dificultam a expansão da indústria estadual no marco de crescimento nacional; e dimensionar e antecipar ações e proposições para a construção de uma nova dinâmica de industrialização. [bi]

Foram definidas estratégias e apresentadas proposições sobre segmentos como automotivo, agronegócio, construção e petroquímica

Bahia Indústria  23


painel Valter Pontes

Carlos Cavalcante foi homenageado com a comenda Deputado Luís Eduardo Magalhães

Vice-presidente da FIEB recebe comenda “As reformas política, administrativa e tributária são um atalho na busca de um Estado verdadeiramente voltado ao cidadão, com serviços de qualidade e tendo como regra número um a transparência. Não o Estado do privilégio a grupos e corporações. Mas aquele que não abandona a maioria à própria sorte, que não seja fonte de injustiça e exclusão.” A declaração, do empresário Carlos Gilberto Cavalcante Farias, foi feita durante a solenidade na qual recebeu, do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Marcelo Nilo, a Comenda Deputado Luís Eduardo Magalhães. A solenidade aconteceu no dia 10 de novembro, no plenário da Assembléia Legislativa da Bahia. A outorga da comenda resultou de projeto de autoria do deputado Pedro Alcântara. Vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Carlos Cavalcante é diretor da Agroindústrias do Vale do São Francisco (Agrovale), localizada em Juazeiro (BA), considerada uma das principais produtoras de etanol, açúcar e bioenergia do Nordeste.

Campanha do SESI vai atender 30 mil trabalhadores Entre os meses de dezembro e fevereiro o SESI Bahia realiza campanha educativa para a prevenção às DST/AIDS junto a cerca de 300 empresas industriais. Será feita a distribuição de material informativo e ações de engajamento, com previsão de atender 30 mil trabalhadores. A campanha, realizada em parceria com o Ministério da Saúde (MS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), será implantada por promotores de Qualidade de Vida, capacitados pelo SESI para sensibilizar os trabalhadores para o tema. Essa e outras campanhas podem ser solicitadas gratuitamente ao SESI. Mais informações, no endereço www.fieb.org.br/sesi/sv.

24  Bahia Indústria

Workshop de Estágio em Campo Formoso O Instituto Euvaldo Lodi – IEL/BA e a Prefeitura Municipal de Campo Formoso realizaram, naquela cidade, o I Workshop de Estágio, no dia 09 de dezembro, na Escola Rural de Campo Formoso. O objetivo foi disseminar a importância da educação na formação dos jovens através da prática de estágio. Participaram aproximadamente 200 estagiários da área de educação. O encontro proporcionou aos participantes um dia de muita interação, esclarecimento de dúvidas, com o IEL, mostrando a importância de uma postura profissional durante o desenvolvimento do estágio.

SENAI-BA vence Prêmio Automação O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Bahia) recebeu o XIV Prêmio Automação da GS1, entregue no dia 9 de novembro, em São Paulo. A instituição dividiu o primeiro lugar na categoria Inovação e Capacitação com a Rfid COE. Ao todo, 35 empresas e entidades representativas de classe foram reconhecidas pelos esforços na difusão do Sistema GS1. O prêmio, criado em 1998, contempla as empresas pelo melhor desempenho e realização de projetos inovadores.


João alvarez

Demanda por engenheirosiros

Secretário Zezéu Ribeiro disse na FIEB que a intenção é proteger áreas consideradas vulneráveis

Secretário apresenta ZEE a empresários Previsto para ser implantado em junho de 2012, o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) foi apresentado pelo secretário estadual do Planejamento, Zezéu Ribeiro, às lideranças empresariais em reunião de diretoria da FIEB, em 24 de novembro. Instrumento de gestão que vai orientar os investimentos públicos e privados no Estado, o ZEE aponta quais são as áreas adequadas à implantação de arranjos socioprodutivos, os locais que devem ser protegidos devido a vulnerabilidade ambiental e as regiões degradadas que deverão receber ações de recuperação. “O ZEE foi elaborado com base na compreensão de que o nosso parque ambiental é um ativo importante ao desenvolvimento do estado”, disse.

Embaixador da Nova Zelândia visita FIEB O embaixador da Nova Zelândia no Brasil, Mark Trainor, esteve na sede da FIEB, no dia 10 de novembro, onde reuniu-se com o presidente da casa, José Mascarenhas. Acompanhado do vice-presidente de vendas da América latina da Tait, empresa especializada em rádio comunicadores, Trainor entregou a Mascarenhas uma proposta de colaboração para a melhoria do ensino de inglês no Brasil. O vice-presidente de vendas da Tait, Hamish Wiig, afirmou que a empresa, que já atua no Brasil há 20 anos, deve montar uma base no país e a Bahia pode ser o local escolhido.

João alvarez

Mark Trainor quer melhorar o ensino de inglês

A necessidade de atender a demanda da indústria por engenheiros levou o Grupo Temático de Engenharia do Fórum de Inovação da Bahia a elaborar o Programa de Incentivo à Formação e à Atuação de Engenheiros, um documento propositivo apresentado durante a II reunião do Comitê Gestor do Fórum, realizada na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). O objetivo do Programa é ampliar a oferta de profissionais ao mercado baiano aumentando o número de ingressos nas faculdades, diminuindo a evasão dos alunos, que chega a 50%, segundo o INEP, e fomentar o empreendedorismo, a inovação e o desenvolvimento da pesquisa aplicada. Em recente publicação do IPEA (2011), prevê-se que a demanda por engenheiros no país deva continuar crescendo, apresentando a estimativa de que, em 2020, o Brasil precise de 560 mil a 1,16 milhão de engenheiros, dependendo do crescimento econômico alcançado. Lançado em 10 de junho de 2011, o Fórum tem como meta apoiar a Inovação no estado.

Bahia Indústria  25


indicadores  Números da Indústria

Produção industrial da Bahia caiu 5% Somente Espírito Santo e Ceará tiveram desempenho pior que a Bahia, segundo levantamento do IBGE

E

m outubro, a taxa anualizada da produção física da indústria de transformação da Bahia apresentou queda de 5%, após registrar redução de 4,2% em setembro, mantendo a trajetória descendente iniciada no último trimestre do ano passado. Em razão disso, ficou em antepenúltimo lugar no ranking dos 13 estados pesquisados pelo IBGE, acima apenas do Espírito Santo e do Ceará. Tal resultado pode ser atribuído à retração de quatro dos oito segmentos pesquisados: Produtos Químicos/Petroquímicos (-13,4%), 26  Bahia Indústria

Metalurgia Básica (-10,4%), Refino de Petróleo e Prod. de Álcool (-4,7%), Veículos Automotores (-3%). Por outro lado, os segmentos de Alimentos e Bebidas (7,5%), Minerais não-metálicos (7,1%), Borracha e Plástico (4,4%) e Celulose (0,9%) apresentaram resultados positivos. Na comparação do acumulado de janeiro a outubro de 2011 com igual período do ano anterior, a produção física da indústria de transformação baiana registrou queda de 4,4% (contra uma alta de 0,7% da média nacional), refletindo, principalmente, a interrupção do fornecimento de energia elétrica que atingiu o Nordeste no início de fevereiro, com maior impacto sobre o Polo Petroquímico de Camaçari. Apresentaram resultados negativos cinco dos oito segmentos pesquisados: Metalurgia Básica (-11,6%, queda na produção de alumínio não ligado em for-


mas brutas, por conta do fechamento da planta da Novelis no final de 2010, e de ouro em barras), Produtos Químicos/Petroquímicos (-10,2%, menor fabricação de etileno não-saturado, polietileno de alta e baixa densidade e polipropileno, ainda influenciado pela paralização técnica provocada pelo desligamento do sistema elétrico da Região Nordeste em fevereiro), Refino de Petróleo (-5,7%, redução na fabricação de naftas para petroquímica e óleo diesel), Veículos Automotores (-2,6%) e Celulose e Papel (-0,5%). Por outro lado, registraram resultados positivos: Alimentos e Bebidas (7,5%, aumento na produção de refrigerantes, cerveja e chope), Minerais não-metálicos (7%) e Borracha e Plástico (4,3%). Na comparação de outubro de 2011 com igual mês do ano anterior, a produção física da indústria de transformação baiana apresentou queda de 3,6% (contra uma queda de 2,4% da média nacional). Três dos oito segmentos da Indústria de Transforma-

ção registraram crescimento da atividade, como segue: Celulose e Papel (7,1%, devido ao aumento da produção de celulose), Refino de Petróleo e Prod. de Álcool (1,8%, aumento da produção de álcool, gasolina automotiva e óleos lubrificantes básicos) e Alimentos e Bebidas (0,9%). No entanto, no mês em questão, cinco segmentos registraram que-

produção física por estados: indústria de transformação Estados

out11/ Jan-out11/ out10 Jan-out10

São Paulo Minas Gerais Rio de Janeiro Paraná Rio Grande do Sul Bahia Santa Catarina Amazonas Espírito Santo Pará Goiás Pernambuco Ceará Brasil

-4,6 -4,6 -1,3 13,4 6,9 -3,6 -8,5 16,0 -9,6 2,2 2,9 4,1 -6,4 -2,4

Variação (%)

nov10-out11/ nov09-out10

1,1 0,1 3,5 5,2 2,4 -4,4 -4,4 4,5 -5,1 -1,5 5,8 -0,7 -12,6 0,7

1,4 0,7 4,2 5,5 2,6 -5,0 -3,1 5,1 -5,5 -0,8 6,7 -0,4 -11,6 1,1

Fonte IBGE; elaboração Fieb/SDI

da na atividade: Veículos Automotores (-43,1%, redução influenciada pela concessão de férias coletivas em importante empresa automobilística), Metalurgia Básica (-10,3%, redução na fabricação de alumínio não ligado em formas brutas e ouro em barras), Produtos Químicos/Petroquímicos (-9,5%, devido ao recuo na produção de hidróxido de sódio ou de potássio, misturas de alquilbenzenos e polietileno de alta densidade), Minerais não-metálicos (-0,9%), Borracha e Plástico (-0,3%). A produção de petroquímicos representou uma influência negativa para o agregado da indústria de Transformação da Bahia em virtude principalmente da interrupção do fornecimento de energia elétrica verificada em fevereiro, comprometendo o resultado do agregado na análise anualizada. Por outro lado, a atividade dos segmentos produtores de bens de consumo tem-se mantido aquecida, influenciando positivamente o agregado, apesar da tendência de arrefecimento no segmento de Veículos Automotores. [bi]

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2009 - 2011) 140 135 2010

130 125 120

2011

115

2009

110 105 100

DEZ

NOV

OUT

SET

AGO

JUL

JUN

MAI

ABR

MAR

FEV

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Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14); base = 100 (média 2002)

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O destino das fibras naturais Em encontro internacional, comitê discute questões econômicas e novas políticas para uso das fibras

H Wilson Andrade destacou a importância de realizar encontro na Bahia

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á muito as fibras naturais produzidas pelo mundo deixaram de ser matéria-prima de artesãos e ganharam novos mercados. O crescente interesse de alguns segmentos industriais em inovar suas produções utilizando fibras naturais, em especial o sisal, piaçava, algodão e coco, vem promovendo discussões econômicas e políticas em torno da atual situação do mercado de fibras e as perspectivas para o setor a médio e longo prazo.

POR bárbara assis FOTOS joão alvarez

No mês de novembro, representantes da Alemanha, Bangladesh, Colômbia, Filipinas, Guatemala, Malásia, Nigéria, Portugal, República Unida da Tanzânia e Brasil, membros do Fundo para Agricultura e Alimentação (FAO), participaram da Semana Internacional de Fibras Naturais, realizada em Salvador. O encontro, promovido pelo Sindicato das Indústrias de Fibras Naturais do Estado da Bahia, abrigou a 36ª reunião do Grupo Intergovernamental das Fibras Duras

da FAO e definiu acordos econômicos e comerciais para o setor. Para Wilson Andrade, presidente do Sindifibras, realizar esta edição do encontro na Bahia foi de fundamental importância para a construção conjunta de políticas públicas estratégicas para o desenvolvimento sustentado das fibras de coco, piaçava, sisal, entre outras, e a sustentabilidade da cadeia produtiva. O estado é o maior produtor de sisal do Brasil. “O peso econômico dos nossos produtos é significativo, mas, ainda mais importante é a sua contribuição social”, destacou o presidente, ao lembrar as transformações mundiais em áreas ambientais, sociais e econômicas. Andrade também destacou a necessidade do apoio do governo na execução das ações. Além da participação nas reuniões temáticas, representantes do Fundo Comum de Commodities (pertencente à FAO) visitaram o SENAI Cimatec e conheceram as pesquisas de desenvolvimento de compósitos de sisal para uso nas indústrias moveleira, automobilística e de calçados. Reinaldo Sampaio, vice-presidente da FIEB, chamou a atenção para a característica da sociedade contemporânea que tem uma cres-


Representantes de países produtores trocaram experiências

cente difusão social do trabalho através da especialização das pessoas, empresas e dos territórios. “A especialização só se torna possível na medida em que há uma mobilidade e uma fluidez do conhecimento, da informação, das finanças, da mobilidade dos bens variáveis, das máquinas, insumos e produtos e das pessoas. Essa fluidez é uma condição primordial para que a ciência e a técnica se espalhem em prol do desenvolvimento histórico da humanidade”, comentou. No encontro, foram definidos acordos extraoficias sobre os preços relacionados á produção e comercialização de fibras como sisal, piaçava, coco e juta, encontradas na Ásia e, no Brasil, na Amazônia; kenaf, oriunda da Malásia, usada na confecção de sacos e cordas; e abacá (das Filipinas, muito resistente à tensão e usada em cabos para navios). Na agenda do setor para a Bahia, estão ainda ações estratégicas como a recuperação da produtividades e das condições do trabalho no campo; modernização das máquinas e equipamentos utilizados nos processos produtivos; e a utilização integral das plantas, com foco na eliminação da geração de resíduos na produção ambiental. [bi] Bahia Indústria  29


FIEB vai reforçar atuação na Região Sul O presidente da FIEB, José de Freitas Mascarenhas, anunciou em Ilhéus ações de incentivo ao aumento da competitividade do sul da Bahia Por cleber borges

Não estou aqui para dizer a vocês o que devem fazer, mas para que nos digam como podemos ajudar.” Com esse espírito, o presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado da Bahia, José Mascarenhas, lançou no dia 1º de dezembro, no Centro de Convenções de Ilhéus, o Programa de Interiorização do Sistema FIEB para a Região Sul da Bahia. A iniciativa foi apresentada por José Mascarenhas e executivos do Sistema FIEB a empresários e autoridades locais, sendo recebida em clima de grande otimismo. Idealizado por José Mascarenhas e incluído como ação prioritária 30  Bahia Indústria

no Planejamento Estratégico 20121016 da entidade, o Programa de Interiorização partiu de um estudo econômico realizado pela FIEB sobre as três regiões que considera estratégicas: Sul da Bahia (Itabuna e Ilhéus), Oeste (Luís Eduardo Magalhães e Barreiras) e Feira de Santana. Futuramente, outras regiões serão incluídas. O Programa de Interiorização visa respaldar o desenvolvimento industrial das três regiões, potencializando suas vocações. Sua execução será realizada em parceria com empresários regionais, governo do Estado e prefeituras. Por meio do Sistema FIEB, serão reforçados, pelo SESI, SENAI e

IEL, os serviços prestados atualmente em áreas como qualificação de mão de obra, educação, saúde, lazer e apoio à inovação, com investimentos na construção e aparelhamento de novas unidades. No caso do sul do estado, os investimentos previstos ou realizados na área de infraestrutura, a exemplo do Complexo Porto Sul, Ferrovia de Integração Oeste-Leste e Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene) potencializarão o desenvolvimento econômico e social da região. Em municípios como Itabuna e Ilhéus há um visível clima de otimismo, não obstante todas as atuais carências, especialmente nas áreas de mobilidade urbana e de infraestrutura para o escoamento da produção, bem como do relativo abandono em que se encontra o Distrito Industrial de Ilhéus. A FIEB, na gestão do Programa de Interiorização para a Região Sul, atuará em várias frentes. Estimulará o desenvolvimento mediante a defesa de interesses da indústria e reivindicando a melhoria do ambiente


Autoridades brasileiras e japoneses prestigiaram evento do Comitê de Cooperação Econômica

Clodoaldo Ribeiro

Mascarenhas: o Sistema FIEB não dirá ao empresário o que deve ser feito

de negócios. Além disso, desenvolverá programas que fortaleçam o associativismo e a gestão empresarial. Para tanto, pretende construir uma nova e moderna unidade em área a ser definida, próxima ao campus da Universidade Estadual de Santa Cruz, às margens da rodovia Ilhéus-Itabuna.

FORTALECIMENTO Após se reunir com lideranças políticas da região, às quais solicitou apoio para a iniciativa, o presidente do Sistema FIEB esteve com empresários de vários segmentos, dos municípios de Ilhéus e Itabuna, aos quais disse ser importante levar a industrialização ao inte-

rior. “Não viemos trazer dádivas, mas buscar o diálogo. Vocês é que vão nos dizer do que precisam, para que todos nós, juntos, possamos melhorar o emprego e renda na região”, afirmou José Mascarenhas, na companhia do diretor executivo do Sistema Roberto Musser; do diretor regional do SENAI, Leone Peter; do superintendente do SESI, Wagner Fernandes; do superintendente do Instituto Euvaldo Lodi, Armando Neto; do superintendente de Desenvolvimento Industrial, João Marcelo Alves; e do superintendente de Comunicação Institucional, Maurício Castro. “A presença da entidade aqui já é forte e será fortalecida. Isso é

muito importante, pois os investimentos estão chegando”, afirmou o secretário de Indústria e Comércio de Itabuna, Carlos Leahy. Por sua vez, o prefeito de Ilhéus, Newton Lima, observou que o reforço na atuação do Sistema FIEB deve ser um fator importante para a atração local de investimentos. Por sua vez, o consultor portuário e diretor da Associação Comercial de Ilhéus, Libério Menezes Filho, explicou que, além da manutenção do Porto de Malhada, que não vem recebendo a devida atenção, também é necessário elaborar estudo logístico, incluindo o município de Itabuna. Ele lembrou que a BR-415 ainda é utilizada inBahia Indústria  31


Clodoaldo Ribeiro

devidamente como corredor rodoviário para o tráfego de carretas para o desembarque no porto. “Queremos tirar um pouco da carga sobre a RMS, que hoje enfrenta, por conta da concentração econômica, problemas urbanos graves. É preciso mais equilíbrio regional, democratizar os frutos do desenvolvimento na Bahia”, explicou na ocasião José Mascarenhas.

PORTOS O presidente do Sistema FIEB destacou a importância estratégica do Porto Sul e garantiu que a FIEB se juntará ao empresariado local para defender essa bandeira, sem que isso signifique desprezar o atual Porto de Malhada. “O Porto Sul é extremamente importante, mas não podemos simplesmente descartar Malhada ou transformálo em simples porto de cruzeiro turístico”, disse. Para ressaltar a importância do porto na economia, citou que nos últimos anos a Bahia perdeu investimentos para outros estados, inclusive na área automotiva, porque o estado não tem portos estruturados. Também destacou que é crucial criar na região Sul uma estrutura empresarial forte, com lideranças locais, capaz de defender os interesses da tradicional região. “No caso de Ilhéus, temos como diferencial o Polo de Informática”, avaliou. Ponderou que essa entidade deve reunir as lideranças dos vários segmentos econômicos, inclusive o comércio, para defender com maior vigor os pontos de vista do empresariado local frente às instâncias públicas. “Normalmente, o governo prefere conversar com um grupo de empresários que com um empresário isolado”, disse. 32  Bahia Indústria

Comitiva da FIEB visitou a fábrica da Invix no polo de informática

Expectativa de novo ciclo econômico A economia do Sul da Bahia desenvolveu-se com base na monocultura do cacau. Com a introdução da praga vassoura-de-bruxa e o forte declínio dos preços internacionais do cacau, entre o final dos anos 1980 e início da década de 1990, a região experimentou uma progressiva decadência, que só recentemente começou a ser revertida, mediante a diversificação da sua economia, culminando com a implantação de novos segmentos industriais, especialmente o de informática, e a expansão de outros, já existentes, como os de vestuário e têxtil. Com uma população estimada em quase 800 mil habitantes, o sul do estado possui PIB de R$ 5,1 bilhões, com PIB per capita de R$ 6,4 mil. Itabuna tem um PIB de R$ 1,9 bilhão e Ilhéus, de R$ 1,6 bilhão. A

economia ilheense é dominada pelo setor de serviços/comércio (67%), vindo a seguir a indústria (29%, com 105 empresas instaladas, destaque para produtos de informática e alimentos) e agropecuária (4%). Já a economia itabunense é ainda mais dominada pelo setor serviços/ comércio (82%), vindo a seguir a indústria (17%, com 108 empresas instaladas, destaque para produtos têxteis e alimentos) e o setor agropecuário (1%). Composta por 27 municípios, atualmente, a região sul vive a expectativa de um novo e promissor ciclo de desenvolvimento com a esperada concretização de projetos estruturantes, a exemplo da Ferrovia Oeste-Leste (investimento previsto de R$ 6 bilhões), do Porto Sul e a duplicação da rodovia Ilhéus-Itabuna. [bi]


ideias

Um passo rumo à internacionalização por JOÃO MARCELO

Nos últimos dez anos as exportações baianas apresentaram uma dinâmica bastante favorável, com elevado crescimento, alcançando em 2010 um valor exportado quatro vezes superior ao de 2001, com média de crescimento anual de 16,4%. No acumulado até o terceiro trimestre desse ano, o crescimento foi de 22,6%, comparado ao mesmo período do ano anterior e as exportações do estado atingiram 60% do total do Nordeste, ou seja, exportamos mais que todos os outros estados da região reunidos. Embora os resultados no período analisado tenham sido altamente positivos em termos de valor exportado, não houve mudança na composição da pauta baiana, que continua muito concentrada em poucos setores. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), no ano de 2010, apenas cinco setores ou produtos (celulose, químicos, petróleo e derivados, automotivo e soja) responderam por 60% das exportações. Apesar do grau de internacionalização das empresas baianas (método FSTS: exportações/vendas totais) nos últimos anos ter ficado acima da média nacional, inclusive de alguns estados com forte base industrial, como São Paulo, os números analisados indicam um alto grau de concentração das exportações baianas em pouquíssimas empresas industriais de grande porte. Dados do MDIC indicam que apenas cinco

empresas baianas exportaram acima de 50% do total do estado no ano passado e 38 empresas foram responsáveis por 89% do total exportado. Ainda segundo o MDIC, das 428 empresas baianas exportadoras em 2010, 181 eram grandes empresas que exportaram 95,4% do total. As 247 micro, pequenas e médias empresas que exportaram no ano passado responderam por apenas 6,4% das exportações do estado e têm perdido terreno para as grandes nos últimos anos: as exportações das menores caíram de 8,7% em 2002 para 4,6% em 2010. Além disso, 143 grandes empresas não estão engajadas no esforço de exportações, pois responderam por apenas 6,4% do seu total. A elevada concentração das exportações em empresas e produtos ressalta a falta de estruturas de suporte no estado direcionadas à internacionalização das empresas e à promoção de uma cultura exportadora. A recente reestruturação do CIN - Centro Internacional de Negócios - da FIEB, que culminou com o lançamento da Unidade de Atendimento Apex, em 22 de novembro, vai na direção de se criar uma estrutura ágil e competente, capaz de apoiar as iniciativas de internacionalização das indústrias do estado. O CIN-FIEB atuará como articulador das áreas voltadas à internacionalização das indústrias baianas, trabalhando com parceiros estaduais, nacionais e internacionais, públicos e privados para, por meio de ações comuns, desen-

Internacionalização leva a empresa a buscar novos patamares de produção, gerando escala e diminuindo custos

João Marcelo é superintendente de Desenvolvimento Industrial da FIEB, à qual está vinculado o CIN

volver estudos e projetos voltados ao aumento do comércio exterior e à cooperação internacional entre empresas industriais. A internacionalização leva a empresa a buscar novos patamares de produção, gerando escala e reduzindo custos. Dessa forma, produz um efeito multiplicador na economia local via aumento da demanda por insumos e da melhoria contínua dos fornecedores. Portanto, a estrutura de promoção e suporte à internacionalização de empresas industriais do CIN-FIEB será fundamental para elevar a competitividade e o potencial exportador, em especial das empresas de pequeno e médio porte; disseminar as melhores práticas de gestão; elevar a qualidade do produto/serviço e promover o desenvolvimento de cadeias produtivas em diferentes regiões do estado. [bi] Bahia Indústria  33


leitura&entretenimento divulgação

teatro música&dança Arte flamenca Resultado do trabalho de pesquisa e inovação na arte flamenca da dançarina Presentación Gonzalez, da percussionista Mariana Marin e do guitarrista Ricardo Cathalá, o Grupo Farrucos leva ao público músicas de flamenco tradicional e contemporâneo, além de encenações autorais e poemas musicados com percussão e baile no espetáculo “Nuestros Piés, nuestras manos y nuestros amigos”. Tendo textos de Federico Garcia Lorca como fio condutor, a montagem reúne números que usam o sapateado como instrumento percussivo, a fala como canto e o silêncio como música.

não perca Teatro do SESI, no Rio Vermelho, quarta-feira (11/01), às 20h. R$ 20 (inteira). Informações: (71) 3616-7061/ 3616-7060 divulgação

teatro Questões humanas Em meio ao drama de um sequestro, a dor de três mulheres inspira a discussão sobre o universo feminino em O Voo das Borboletas, espetáculo teatral realizado pelo Instituto de Inclusão Social Solidão Solidária. Com texto e direção do dramaturgo e ator Ivan Antônio, a narrativa trata de questões existenciais dos personagens, algumas comuns a todos os seres humanos. Utilizando o método do Teatro da Solidão Solidária, que busca a aproximação com o público, a montagem foi elaborada de modo a instigar o espectador a refletir sobre a situação em que se encontra cada personagem e, possivelmente, sua própria identidade. não perca Teatro do SESI, Rio Vermelho, quarta-feira (25/01), às 20h. Classificação: 16 anos. Informações: (71) 3616-7061/ 3616-7060

livros

Sustentabilidade – A Legitimação de um novo Valor José Eli da Veiga, Editora SENAC São Paulo, 160p. R$ 35

Discutindo o conceito

O caminho de um visionário

Como definir sustentabilidade? São muitas as variáveis em jogo, o que acaba abrindo brechas para se cometer atos ilícitos no campo ambiental. Em Sustentabilidade: a Legitimação de um Novo Valor, o autor afirma que a falta de uma definição clara de sustentabilidade não pode (e não deve) impedir medidas restritivas por parte do poder público. Um assunto atual de ampla discussão em vários segmentos da sociedade civil moderna.

Baseado em mais de 40 entrevistas com Steve Jobs e entrevistas com familiares, amigos, colegas, adversários e concorrentes, o livro narra a vida do fundador da Apple, que morreu aos 56 anos em outubro de 2011. Nos depoimentos, a paixão do empresário pelas ideias que contribuíram para a inovação em seis segmentos industriais: computação pessoal, cinema de animação, música, telefonia celular, computação em tablet e edição digital.

Steve Jobs: A Biografia Walter Isaacson, Editora Companhia das Letras, 632p. R$ 49,90

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Bahia Indรบstriaโ 35


De educação e

qualidade de vida,

o SESI entende bem. De um lado, o SESI expande e diversifica a oferta de educação, com cursos ajustados às necessidades da indústria. De outro, oferece consultoria, assessoria, serviços integrados de saúde e segurança no trabalho. Em meio a isso tudo está o trabalhador da indústria, que ganha um ambiente de trabalho cada vez mais seguro e saudável.

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www.fieb.org.br


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