Publicação especial comemorativa dos 10 anos do SENAI Cimatec - março de 2012

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Cimatec 10 Publicação especial comemorativa dos 10 anos do SENAI Cimatec março de 2012

Vivian Conceição e Luís Breda: testemunhas e agentes da história do SENAI Cimatec


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Cimatec 10 anos

por Leone Peter Andrade

Um consistente case de sucesso Criado para promover a modernização da indústria na Bahia, em apenas dez anos o Cimatec, maior e mais avançada unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial na Bahia, transformou-se em modelo para o Brasil. Desde o início, foi cercado de cuidados para que viesse a dar certo. Dotado de boas instalações, pensadas para futuras ampliações, de equipamentos de ponta, o centro conta, principalmente, com uma equipe qualificada, na qual se integram desde experientes técnicos e engenheiros, oriundos de indústrias, até mestres e doutores, vindos de todo o país, que desenvolvem pesquisas e atuam na transmissão do conhecimento. Tendo como base essa sólida estrutura de instalações/ equipamentos/pessoal, o Cimatec passou a desenvolver e aprimorar um modelo organizacional integrado e inovador, fortemente aderente à operação do seu negócio, desdobrado em três linhas de atuação, todas bem avaliadas por clientes e parceiros: qualificação de profissionais para a indústria; prestação de serviços técnicos e tecnológicos; e a oferta de ensino superior, pesquisa e inovação. Dessa forma, a unidade do SENAI, hoje, opera de forma totalmente complementar e sinérgica, uma escola técnica, um centro tecnológico e uma faculdade, servindo à indústria e à sociedade. Tudo isso com a agilidade requerida pelo mercado. Em outras palavras, atende às necessidades da Bahia. Hoje, o SENAI Cimatec possui uma reputação positiva e passou a representar fator de atração industrial para o estado, mostrando a importância para a indústria moderna da oferta de conhecimento e de serviços especializados qualificados. O reconhecimento rompeu as fronteiras da Bahia e do Brasil. Em razão disso, atualmente está sendo referência para um grande programa federal: a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e o Cinfotec, Centro de Formação Profissional de Angola.

A forte demanda por serviços indica a necessidade de expandir o Cimatec. Por essa razão, a expectativa é que, nos próximos quatro ou cinco anos, o centro vá quadruplicar de tamanho, com as obras de expansão física já em andamento e outras previstas, alcançando investimentos projetados de R$ 140 milhões, de um total de R$ 220 milhões, que serão aplicados nas unidades do SENAI Bahia. Tais investimentos serão destinados, no caso do Cimatec, na construção de dois centros de tecnologia e dois centros de inovação, além das obras já em andamento das unidades Cimatec 3 e 4. Os centros de tecnologia vão absorver laboratórios e cursos do SENAI Cetind (unidade de Lauro de Freitas) e do SENAI Dendezeiros (da Península Itapagipana de Salvador), que atendem, respectivamente, aos segmentos de processos químicos/ petroquímicos e da construção civil. Já os dois centros de inovação irão contemplar as áreas de Conformação Mecânica e Soldagem; Automação e Integração de Sistemas. Os projetos para o Cimatec são muitos e sua equipe é qualificada. Agora, quando completa dez anos de muito sucesso, vale a pena contar um pouco de sua história e de suas grandes e motivadoras perspectivas.


expediente

Federação das industrias do Estado da

Conselho Regional do Senai Bahia

Bahia - FIEB

Presidente

Presidente José de Freitas Mascarenhas

José de Freitas Mascarenhas

1º Vice-presidente Victor Fernando Ollero

Representantes da Indústria - Efetivos

Ventin

Antônio Ricardo Alvarez Alban

Vice-presidentes

Marco Aurélio Luiz Martins

Carlos Gilberto Cavalcante Farias

Wilson Galvão Andrade

Emmanuel Silva Maluf

Jorge Emanuel Reis Cajazeira

Reinaldo Dantas Sampaio Vicente Mário Visco Mattos

Maurício Castro (Superintendente de Comunicação Institucional) Leone Peter Andrade (diretor-executivo interino, diretor regional do SENAI-Ba) Daniel Motta (Gerente SENAI Cimatec)

Suplentes

Uma publicação da Superintendência de

Manuel Ventin Ventin

Comunicação Institucional / FIEB

Leovegildo Oliveira de Souza

Alberto Cânovas Ruiz

João Augusto Tararan

Antonio Ricardo Alvarez Alban

Reginaldo Rossi

Ana Romero

Representantes dos Trabalhadores na

edição Patrícia Moreira e Carolina Mendonça

Indústria - Efetivo

fotografia João Alvarez

Maria Cristina Brito Costa

reportagem Emília Valente e Christiane Gurgel

Carlos Henrique Jorge Gantois Claudio Murilo Micheli Xavier Eduardo Catharino Gordilho

coordenação editorial Cleber Borges e

colaboração Mônica Mello

Josair Santos Bastos

Suplente

Projeto gráfico e diagramação Ana Clélia

Leovegildo Oliveira De Souza

Paulo Roberto Silva dos Santos

Rebouças

Representantes do Ministério da

ilustrações Gentil

Educação - Efetivo

tratamento de imagem Marcelo Campos

Luiz Antonio de Oliveira Manuel Ventin Ventin Maria Eunice de Souza Habibe Reginaldo Rossi

Aurina Oliveira Santana impressão Grasb

Sérgio Pedreira de Oliveira Souza

Suplente

Wilson Galvão Andrade

Carlos D’alexandria Bruni

Diretores Suplentes

Representantes do Ministério do

Rua Edístio Ponde, 342, STIEP

Adalberto de Souza Coelho

Trabalho e Emprego – Efetivo

41.770-395 – Salvador-BA

Alexi Pelagio Gonçalves Portela Júnior

Isa Maria Lelis Costa Simões

(71) 3343-1280 / 1580 / 1426

Carlos Alberto Matos Vieira Lima Juan José Rosário Lorenzo Marcos Galindo Pereira Lopes

Suplente Maurício Nolasco de Macedo

Mário Augusto Rocha Pithon

Representante dos Serviços de

Noêmia Pinto de Almeida Daltro

Comunicações - Efetivo

Paulo José Cintra Santos

José Ailton de Lira

Ricardo de Agostini Lagoeiro

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Conselho Editorial

Diretores Titulares

André Régis Andrade

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Federação das Indústrias do Estado da Bahia

www.fieb.org.br/revistacimatec10_online

sistema fieb nas mídias sociais


sumário fotos joão alvarez

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entre vista 6

a r t i g o s 21

José de Freitas Mascarenhas Presidente do Sistema FIEB fala como surgiu o SENAI Cimatec e os próximos desafios para o centro tecnológico

h i s t ó r i a 10 Linha do tempo

Os fatos que marcaram a trajetória da instituição de pesquisa e ensino

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Marcelo Lyra Valorização do capital humano pela formação

38

Rafael Lucchesi Foco organizacional ou tecnológico como diferencial

t e c n o l o g i a 24 Valores e competências

Um centro voltado para as demandas da indústria 30 Qualificação Experiência e excelência na

Marcelo Magalhães Parcerias ajudaram a consolidar o parque automotivo baiano

formação e na capacitação

36 Modelo exportado Instituição baiana é modelo para países africanos

Foto de capa: João Alvarez

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entrevista

José de Freitas Mascarenhas

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A trajetória do presidente da Fieb, José de Freitas Mascarenhas, está ligada ao planejamento de projetos estruturantes para a indústria da Bahia. Vicepresidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e ex-secretário de Minas e Energia da Bahia, Mascarenhas – que é engenheiro civil – trabalhou junto com o economista Rômulo Almeida no projeto de formulação e implantação do Centro Industrial de Aratu, nos anos 1960, e, durante a década de 1970, no planejamento do Polo de Camaçari. Em sua primeira gestão na Presidência do Sistema FIEB, no período de 1992 a 2003, ele teve mais uma vez a oportunidade de contribuir para o processo de diversificação da matriz industrial da Bahia, ao viabilizar a implantação do SENAI Cimatec, que surgiu para dar suporte a um novo ciclo da industrialização no estado, com a chegada da Ford e de outras empresas manufatureiras. Na entrevista a seguir, o executivo, que também é diretor da Odebrecht, faz um balanço dos 10 anos do Cimatec e revela as perspectivas para o futuro do centro, que deve dobrar de tamanho nos próximos quatro anos, como consequência de um programa agressivo de investimentos para a expansão do SENAI.

O Cimatec foi inaugurado durante sua gestão na Presidência da FIEB. Dez anos depois, que balanço o sr. faz das realizações do centro? Veja bem: quando as coisas nascem certas, provavelmente o seu futuro é melhor. Durante o processo de implantação, ficou claro que era preciso trazer expertise para o centro; era preciso trazer pessoas com conhecimento para a sua operação. E este não foi um processo simples. Nós fizemos um esforço muito grande para atrair pessoas com um alto grau de qualificação. Esta semente germinou e nós começamos a desenvolver os projetos, a prestar ser-

viços, a formar profissionais. Hoje, eu diria que o ponto forte do Cimatec são as pessoas: a equipe como um todo e, em especial, os mestres e os doutores que lá estão desenvolvendo pesquisa e que atuam também como professores. Hoje, em uma visita ao Cimatec, é possível encontrar gente de tudo quanto é lugar do Brasil, pessoas de todas as raças e as mais diversas origens, que estão lá unicamente por conta do seu mérito. Este é um movimento muito construtivo, positivo. Como o sr. define a missão do SENAI nos dias atuais? A atuação do SENAI na Bahia hoje

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“O ponto forte do Cimatec são as pessoas”

se dá em três frentes, e todas elas estão integradas no Cimatec: uma frente de qualificação de profissionais, uma frente de prestação de assistência técnica especializada e uma terceira de ensino superior juntamente com pesquisa aplicada. Na verdade, são três sistemas que se comunicam entre si. Então, hoje, nós realizamos pesquisa de desenvolvimento de tecnologia exclusivamente por contrato com empresas, nós continuamos a missão essencial do SENAI de formar trabalhadores e profissionais e também servimos ao desenvolvimento do estado prestando assistência técnica para a indústria.


A que o sr. credita este destaque que o centro vem obtendo em nível nacional? Sua pergunta me faz recordar um episódio ocorrido há

cerca de 10, 15 anos, mais ou menos. Um executivo da Sony esteve em São Paulo e perguntaram a ele o seguinte: “Como é que vocês japoneses, depois de terem o país destruído durante a Segunda Guerra Mundial, conseguiram enriquecer em tão pouco tempo?” Ele respondeu simplesmente: “Não sei, a única coisa que eu sei é que depois da guerra nós tivemos que trabalhar; então nós abaixamos a cabeça e trabalhamos; quando levantamos a cabeça, estávamos ricos.” É mais ou menos isso. Nós fomos fazendo as coisas certas, trazendo as pessoas corretas, realizando os projetos adequados e, de repente, quando levantamos a cabeça,

tínhamos um centro requisitado. Mas o Cimatec não foi construído para ser referência. Apenas procuramos fazer as coisas certas, selecionar e reconhecer os profissionais por mérito, remunerar as pessoas de forma digna e manter ao longo dos anos uma política consistente na gestão do SENAI. Agora mesmo, nós desenvolvemos um programa para remunerar melhor os pesquisadores, porque, afinal de contas, eles precisam disso também, de ter condição de conforto para si e suas famílias. Que nível de qualidade e desempenho se busca do Cimatec? Procuramos construir um centro

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Que papel o Cimatec tem hoje, considerando as suas diferentes frentes de atuação? O Cimatec transformou-se em um centro moderno, voltado para servir à indústria, satisfazendo aos pesquisadores e, sobretudo, às necessidades da Bahia. Hoje, o centro em si é um fator de atração industrial, o que dá uma ideia da importância que a oferta de conhecimento e de serviços especializados tem para a indústria. Além disso, o Cimatec está sendo referência para pelo menos dois grandes programas novos no Brasil, o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial). Sua importância não é só local, mas nacional.


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voltado para resolver os problemas da indústria, sem burocracia e com a agilidade que o mercado precisa. Eu diria que é possível compará-lo com as modernas universidades americanas. Geridas localmente, estas universidades acompanham o desenvolvimento da indústria e são acompanhadas por ela. Em uma indústria, não importa o que aconteça, é preciso produzir todo dia, é preciso melhorar continuamente os processos, buscar a competitividade, a qualidade dos produtos e tudo isso é feito com pessoas, com conhecimento, com desenvolvimento de pesquisa. A indústria precisa disso e é isso que o Cimatec oferece, atraindo as pessoas que têm a capacidade para fazê-lo. Então é a necessidade e a forma de satisfazê-la.

E como isso se dá na prática? Por exemplo, se a indústria vem e nos diz que precisa de pessoal qualificado em determinada direção, esta demanda é analisada por nossa equipe. Se há uma lacuna nós desenvolvemos os cursos que são necessários, no tempo que é necessário. Dessa maneira, eliminamos o problema de formar pessoas para as quais não há mercado de trabalho. O Cimatec está sempre se ajustando dinamicamente às necessidades da indústria. A indústria está lá dentro e este diálogo permanente é um dos motivos que fizeram com que o Ministério da Ciência e Tecnologia escolhesse o Cimatec como uma das unidades para implantar o projeto piloto da Embrapii. A nova política do Ministério busca exatamente isso, que o emprego dos recursos esteja conectado com o desenvolvimento das empresas. Foi com base nessa experiência e no sucesso dela que o Cimatec foi escolhido. Tanto que os outros dois centros selecionados são centros de

“O Cimatec está sempre se ajustando às necessidades da indústria e este diálogo é um dos motivos que fizeram o Ministério da Ciência e Tecnologia escolher o Cimatec para implantar o piloto do projeto Embrapii”

maior tradição, localizados no sudeste do país. O Cimatec foi o único escolhido que está situado fora do eixo RioSão Paulo e eu acredito que ele tenha uma experiência até mais ampla, mais aberta para a indústria do que os outros dois. Quais as perspectivas para o Cimatec nos próximos anos? Há uma demanda muito grande para que o Cimatec se expanda. Nossa preocupação atual tem sido garantir que o centro mantenha o foco e continue crescendo na direção certa, com compromisso com a indústria da Bahia, mas também com uma visão nacional, já que o Cimatec hoje presta serviço para empresas dos mais diversos estados do Brasil. Por isso, estamos realizando um planejamento estratégico e contratamos a consultoria do Instituto Fraunhofer, um centro de pesquisa alemão que é referência internacional e vem tendo uma atuação modernizante, assessorando países como a China e a Índia. Nossa estratégia será a de concentrar as competências do SENAI da Bahia no Cimatec, que funcionará como um grande campus. Hoje, além do Cimatec, o SENAI conta com mais duas unidades na Região Metropolitana de Salvador: Dendezeiros, que funciona como Centro Tecnológico e Escola Técnica, e Cetind, em Lauro de Freitas, que atua como centro tecnológico, escola técnica e faculdade. Nosso projeto é transferir os laboratórios tecnológicos e toda a estrutura dos cursos de nível superior destes centros para o Cimatec. Desta maneira, o SENAI continuará mantendo unidades em Dendezeiros e em Lauro de Freitas, mas estas unidades funcionarão exclusivamente como escolas técnicas. Com isso, ganharemos mais espaço, inclusive para ampliar a Escola Técnica de Lauro de Freitas. Além disso, com esta integração, o Cimatec irá se constituir como o campus integrado do SENAI da Bahia, atendendo aos mais diversos setores da indústria. Teremos então uma

Escola Técnica integrada aos Centros Tecnológicos e às Faculdades SENAI, que irão se transformar em um Centro Universitário. O que representa esta transformação das Faculdades Senai em Centro Universitário? O MEC estabelece algumas exigências para que uma instituição de ensino superior seja reconhecida como Centro Universitário. Hoje, nós atendemos a quase todas estas exigências, inclusive extrapolando algumas delas. Por exemplo, o MEC não exige formalmente que a instituição ofereça cursos de pós-graduação stricto sensu. Mas nós já contamos com dois mestrados e um doutorado. O único requisito que nos falta cumprir é a manutenção de oito cursos de graduação já reconhecidos pelo MEC. Atualmente, as Faculdades SENAI oferecem vagas para 11 cursos, mas só sete têm o aval do MEC, porque este reconhecimento só pode ser obtido após a formatura da primeira turma ou depois da primeira metade do curso. Neste momento, nós já temos condições de ter mais de oito cursos reconhecidos. Só falta a equipe do ministério vir aqui e realizar o reconhecimento. E há perspectivas para a criação de novos cursos? Sim. Temos projetos de novos cursos, principalmente na área de Engenharia, como Engenharia de Materiais e Engenharia Elétrica, além dos cursos para formação de tecnólogos. Os projetos de boa parte destes cursos já foram submetidos ao MEC e estamos aguardando apenas a sua autorização. É nesse sentido que o reconhecimento como Centro Universitário é importante. Com ele, teremos autonomia acadêmica para criar e fechar cursos de forma mais rápida.


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investimentos serão destinados ao Cimatec. Nos próximos quatro anos, o Cimatec vai dobrar de tamanho. E estamos levando em conta neste cálculo não as instalações atuais, mas as dimensões que ele terá após a conclusão das obras de expansão hoje em andamento. O SENAI Nacional está classificando suas unidades no Brasil inteiro em Centros de Formação Profissional, que funcionam como escolas técnicas, Centros de Tecnologia, direcionados para a prestação de

“O SENAI Bahia vai ter que crescer muito para atender ao aumento da gratuidade dos cursos do SENAI, aos cursos do Pronatec e aos projetos da Embrapii”

serviços à indústria, e Centros de Inovação, voltados para o desenvolvimento de pesquisa e inovação. O novo ciclo de expansão do Cimatec corresponde à construção de dois Centros de Tecnologia e dois Centros de Inovação. Os dois Centros de Tecnologia vão absorver os laboratórios e os cursos de nível superior do Cetind e do SENAI Dendezeiros, atendendo respectivamente aos setores de construção civil e processos petroquímicos. Já os dois Centros de Inovação contemplam as áreas de Conformação Mecânica, Automação e Integração de Sistemas. E quais as perspectivas para a expansão do SENAI no interior da Bahia? Vamos realizar também um agressivo programa de interiorização. Teremos duas unidades de Formação Profissional integradas ao SESI na região oeste, uma em Barreiras e outra em Luís Eduardo Magalhães. Na região sul, entre Ilhéus e Itabuna, vamos construir uma unidade que funcionará como centro de formação profissional e centro tecnológico para atender ao Polo de Informática. Já na região sudoeste, Vitória da Conquista vai ser contemplada com um Centro de Formação Profissional, também integrado ao SESI. Além disso, vamos praticamente duplicar o tamanho da unidade de Feira de Santana e construir uma nova escola técnica de porte em Camaçari. Para completar, estão previstos investimentos no Recôncavo, para atender ao Polo Naval, na região norte e no extremo sul do estado.

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Além de absorver competências do Cetind e do SENAI Dendezeiros, o Cimatec também passará por outras transformações? Sim. Na verdade, nós estamos com um programa de investimento muito grande para o SENAI Bahia e que terá um grande impacto sobre o Cimatec. Este programa é consequência de um projeto agressivo de expansão física que o SENAI Nacional pretende realizar em todo o Brasil, com a construção de 100 novos centros. Nos próximos quatro anos, vamos investir cerca de R$ 140 milhões em recursos provenientes, entre outras coisas, de um empréstimo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto ao BNDES para viabilizar tanto a ampliação e revitalização de unidades existentes como a criação de novas unidades. Em função disso, o SENAI Bahia vai ter que crescer muito, para atender simultaneamente ao aumento da gratuidade dos cursos do SENAI, aos cursos do Pronatec e aos projetos da Embrapii. E aproximadamente 50% destes R$ 140 milhões em


Há 10 anos concretizando sonhos e ideias A trajetória recente da indústria baiana pode ser contada a partir da história deste centro de inovação e tecnologia que se destaca pela excelência

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Aderência ao mercado Em 1998, montou-se uma equipe para desenvolver o novo núcleo, coordenada por Leone Andrade e composta pelo então jovem engenheiro mecânico Luís Alberto Breda (atual gerente do Núcleo Estratégico do SENAI), pelo professor Herman Lepikson (da Universidade Federal Bahia) e três colaboradores do corpo técnico do SENAI Bahia: Solano Cristóvão Ferreira, Evangivaldo Lima Faria e Milton Bastos. Desde o início, o grupo trabalhou com uma missão: que o núcleo tivesse total aderência ao mercado. Ou seja, desenvolvesse cursos e serviços específicos para as necessidades da indústria. Essa premissa moldou todas as etapas de elaboração do projeto. “Tivemos um período de planejamento muito rico. Visitamos clientes de diferentes segmentos industriais, realizamos road shows para coletar dados e aplicar questionários a montadoras que poderiam vir à Bahia. Enfim, pesquisamos bastante e com um leque bem variado, inclusive empresas e instituições de ensino

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uem passa pela Av. Orlando Gomes, em Salvador, pode nem se dar conta, mas bem ao lado, no número 1.845, ergue-se uma verdadeira fábrica de sonhos e inovação. Há 10 anos funciona ali o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec), unidade do SENAI Bahia que vem mudando a vida de milhares de jovens e profissionais, colecionando conquistas e dando contribuições valiosas para evolução da indústria baiana. É preciso fazer uma viagem no tempo para entender essa trajetória de sucesso. Em sua primeira gestão na Presidência do Sistema FIEB, no final dos anos 1990, José Mascarenhas percebeu a necessidade de modernizar a área de metal-mecânica, tendo em vista o novo ciclo de industrialização que a Bahia buscava. Nessa época, o governo do Estado estava empenhado em diversificar o parque industrial baiano, atraindo empresas de outras áreas, em especial dos setores automotivo e tecnológico. E foi justamente para refletir sobre esse novo cenário que o SENAI contratou, em 1997, o então consultor Leone Peter Andrade, atual diretor regional do SENAI. Entre os caminhos apontados para a desejada modernização, foi definida a criação de um núcleo voltado para a capacitação de mão de obra e suporte à produção, condizente com os desafios que se apresentavam.


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de outros estados e países como Alemanha e Espanha. Conhecemos profundamente o mercado da época e do futuro”, explica Leone. Todo esse trabalho de pesquisa levou a mudanças no próprio conceito da instituição a ser criada. O que começou com o objetivo de modernizar o setor de metal-mecânica, passou a contemplar outros segmentos industriais que aportavam na Bahia. Assim, o núcleo passou a ter uma abrangência maior e foi batizado de Nimatech - Núcleo de Tecnologia em Integração em Manufatura. À medida que ia sendo formatado, o núcleo ganhava diferentes endereços. Inicialmente, pensou-se em implantá-lo no Centro Industrial de Aratu, depois na sede do SENAI Dendezeiros, na Cidade Baixa, e, em seguida, na unidade SENAI Cetind, em Lauro de Freitas. Mas o Nimatech tomou um vulto que demandou endereço próprio, com a possibilidade de expansão que já se anunciava antes mesmo da sua construção. Além disso, precisou mudar de nome: de núcleo evoluiu para centro e passou a se chamar Cimatec, com sede a ser erguida em um terreno do SENAI, localizado na Av. Orlando Gomes, bairro de Piatã, em Salvador. Entre sua concepção e inauguração, em 20 de março de 2002, foram quase cinco anos de estudos e planejamento. “O projeto Cimatec foi emblemático para a Bahia. Foi tudo muito discutido, muito bem planejado, de forma que trouxe um grande aprendizado para todos os envolvidos. Isso levou a uma execução rápida do projeto e ao sucesso em que ele se transformou, superando todas as expectativas”, avalia Gustavo Salles, atual diretor de Operações do SENAI Nacional, que, à época, era o diretor regional do SENAI Bahia. Para adequar as demandas dos diferentes setores

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1998/1999

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planejamento Grupo coordenado por Leone Peter Andrade e composto por Luis Breda, Prof. Herman Lepikson, Solano Cristóvão Ferreira, Evanginaldo Lima Faria e Milton Bastos planeja a criação de um núcleo de capacitação de mão de obra e suporte técnico para atender às demandas do novo ciclo de industrialização da Bahia. Premissa básica: total aderência às necessidades do mercado. Durante a etapa de planejamento, são realizadas pesquisas, road shows e visitas técnicas a instituições de ensino e empresas nacionais e internacionais. O Conselho da FIEB aprova a criação do novo núcleo, que é batizado de Nimatech (Núcleo de Tecnologias em Integração em Manufatura).

Nordeste. Em apenas dois anos, foi batida a expectativa de alunos que havia sido projetada para quatro anos. Um desses alunos foi Fernanda Sena Santana, que entrou para a primeira turma do curso de Técnico em Mecatrônica Industrial, aberta ainda em 2002, e teve sua vida transformada. Ainda no curso, Fernanda foi convidada para fazer estágio e, posteriormente, foi contratada para trabalhar no próprio Cimatec, na área de Metrologia, onde está até hoje. “Olhando essa trajetória de 10 anos vejo que meu crescimento profissional só tende a aumentar nessa família carinhosa que forma e prepara o profissional de modo tão eficiente. Não tem preço todos os momentos de aprendizado e crescimento. Fazer parte dessa história me enche de alegria plena”, afirma.

A chegada das indústrias automobilística e de microeletrônica ao estado gerou novas demandas e, em 2007, era inaugurado o Cimatec 2, com a presença do presidente Luís Inácio Lula da Silva. O novo prédio duplicou a capacidade do centro e trouxe três novas competências: Mecânica de Precisão; Engenharia Automotiva; e Microeletrônica e Eletrônica Embarcada. Mais espaço permitiu maior capacidade de formação. Dos 2.400 alunos/ano projetados na inauguração do Cimatec 1, hoje são mais de 10 mil alunos/ano em todos os turnos – sendo que alguns cursos acontecem até de madrugada, para atender a quem trabalha em regime de turno. A formação acontece em todos os níveis, desde a iniciação profissional, passando por cursos técnicos, graduações e pós-graduações, incluindo especializações, mestrado, doutorado e MBA. O centro possui ainda núcleos para certificação de pessoas e proteção à propriedade intelectual. Solução completa No campo de pesquisa e inovação, realiza parcerias com indústrias e renomadas instituições nacionais e internacio-

2000 Nimatech Em maio é assinado convênio entre a FIEB e a prefeitura de Salvador, com a interveniência do governo do Estado, para a implantação do Nimatech, já considerado o mais avançado centro tecnológico do Nordeste.

fotos arquivo sistema fieb

industriais às limitações de prazo e orçamento, optou-se por definir como competências do centro o que era comum a todos, como Processos de Fabricação, Materiais e Ensaios, Gestão da Produção e Logística, Metrologia e Qualidade, Desenvolvimento de Produtos e Mecatrônica. “O Cimatec é inovador porque não é específico, mas transversal. Mesmo áreas da indústria que não eram o foco do projeto foram beneficiadas”, afirma Leone Peter. O sucesso foi maior e mais rápido do que se esperava. Setores mais conservadores acreditavam que o centro fosse inovador demais para a realidade baiana. Os números mostraram que não havia motivo para temor. Com apenas um ano de funcionamento, o Cimatec conquistou o Prêmio Finep de Melhor Instituição de Pesquisa do

› As obras são iniciadas em agosto, com a terraplenagem do terreno na Av. Orlando Gomes. › O Núcleo muda de nome e passa a se chamar Cimatec (Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia).


“Olhando essa trajetória de 10 anos vejo que meu crescimento profissional só tende a aumentar nessa família carinhosa que forma e prepara o profissional de modo tão eficiente.” Fernanda Santana, aluna da primeira turma do curso de Técnico em Mecatrônica Industrial

nais, utilizando laboratórios e equipamentos com tecnologia de ponta, muitos deles únicos na Bahia. Graças à sua estrutura, o Cimatec oferece soluções completas às empresas, que podem contar com sua parceria para desenvolver seus produtos em todas as etapas, passando por estudo de mercado, design, desenvolvimento de materiais, protótipos, construção de ferramentaria, entre outros serviços. “O Cimatec é hoje uma referência dentro do Sistema SENAI como

exemplo do que uma instituição de ensino e serviço deve ser, transcendendo as fronteiras nacionais e levando seu conceito a outros países”, afirma, com orgulho, Gustavo Salles. Mas as necessidades da indústria não param de crescer e novos espaços foram projetados: o Cimatec 3 e 4, atualmente em fase de implantação. Os dois prédios ainda não são realidade devido a atrasos provocados por conflitos na interpretação da lei entre os órgãos ambientais das esferas municipal, estadual e federal. Mas as questões foram equacionadas e as obras de construção já começaram, com inauguração prevista para 2013. Falta pouco para a Bahia contar com mais esse impulso ao seu crescimento.

E o futuro reserva outras conquistas. Com a expansão do programa de cursos gratuitos do Sistema FIEB, somados a iniciativas do Governo Federal e executados em parceria do SENAI como o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa Inovação Industrial), já se planeja os Cimatec 5, 6, 7 e 8. A ideia é concentrar, em um só campus, todos os centros tecnológicos do SENAI que atendem à Região Metropolitana de Salvador, incluindo a unidade dos Dendezeiros e do Cetind (de Lauro de Freitas), que passarão a funcionar exclusivamente como centros de formação técnica. É a indústria baiana contribuindo para concretizar cada vez mais sonhos e ideias.

2001 obras aceleradas As obras de construção seguem em ritmo acelerado e recebem a visita dos diretores da FIEB e do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Moreira Ferreira, que afirma: “O Cimatec vai ser um centro de irradiação para todo o Nordeste da mais alta tecnologia disponível no mundo”. › Início do plano de comunicação para divulgação do centro para sindicatos, órgãos do governo do estado e demais parceiros.

› Leone Peter Andrade, o presidente da FIEB, José de Freitas Mascarenhas, e o governador César Borges conferem os primeiros equipamentos das instalações do centro tecnológico.

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› Fanuc Robotics, empresa japonesa líder em robótica, doa ao Cimatec um robô de grande porte, com custo de US$ 54 mil.

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Prêmio finep Com apenas um ano de funcionamento, o Cimatec conquista o Prêmio Finep de Inovação Tecnológica Nordeste 2003, na categoria Instituição de Pesquisa. A Finep é o órgão financiador de estudos e projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia.

2002

2003 joão alvarez

inauguração

O Cimatec 1 é inaugurado no dia 20 de março e o edifício-sede recebe o nome de Rômulo Almeida, em homenagem ao economista e político baiano. A cerimônia contou com a presença do governador César Borges e do senador Antonio Carlos Magalhães. estrutura O centro tem 6.500 m² de área construída, 33 laboratórios, 12 salas, planta industrial didática de manufatura integrada e planta de fabricação avançada de ferramentas, além de auditório e biblioteca. O objetivo é formar 2.400 alunos/ano e oferecer um amplo leque de serviços nas áreas de processos de fabricação, materiais e ensaios, gestão da produção e logística, metrologia e qualidade, desenvolvimento de produtos e mecatrônica. arquivo sistema fieb

› O Programa de Apoio Tecnológico à Exportação (Progex) passa a atuar na Bahia sob a gerência do Cimatec. O programa, do Ministério da Ciência e Tecnologia, tem como objetivo auxiliar as micros, pequenas e médias empresas que querem se tornar exportadoras, assim como otimizar o desempenho e competitividade das que já têm presença no exterior. › Lançada parceria com a Ford no “Programa de Baianização”, que tem como objetivo ampliar a compra de peças de fornecedores baianos.

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› Iniciadas as primeiras turmas de MBA em Logística e Gestão da Produção e Gestão Empresarial, em parceria com a FTE (Faculdade de Tecnologia Empresarial).

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› Criação do Núcleo de Design para dar suporte a empresas, oferecendo serviços desde o design de produtos à fabricação do ferramental, incluindo a construção de protótipos.


artur ikishima

Ampliação Começo das obras de ampliação do Cimatec, que incluem a construção de um prédio com 23 novos laboratórios e mais 23 salas de aula, com novas áreas de competências: Microeletrônica e Eletrônica Embarcada, Mecânica de Precisão e Engenharia Automotiva.

2004

2005

› Alunos do curso de Mecatrônica são premiados no V Concurso WEG de Conservação de Energia, sendo os primeiros nordestinos a vencer a competição.

› Cimatec passa a oferecer Cursos Superiores de Tecnologia nas áreas de Mecatrônica Industrial, Gestão Logística e de Inspeção de Soldagem e Equipamentos, inéditos no estado. › Referência nacional em formação profissional, o centro foi apontado pela Confederação Nacional da Indústria como modelo para a criação de uma rede de Centros Tecnológicos no âmbito do anteprojeto de Lei da Reforma da Educação Superior.

› Anunciada a ampliação do Cimatec pelo presidente do Sistema FIEB, Jorge Lins Freire. Arquivo Sistema FIEB

› Cimatec inaugura o primeiro Núcleo de Certificação de Pessoas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. › O governador Paulo Souto visita o Cimatec e avalia o centro como elemento de atração de investimentos. haroldo abrantes

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› Formatura das primeiras turmas dos cursos técnicos de mecatrônica, mecânica e plástico.

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2006

2007 artur ikishima

› Elaboração de projeto para a construção das unidades 3 e 4 do Cimatec. › Criado o Núcleo de Propriedade Intelectual e Inovação Tecnológica (NPI) SENAI Cimatec, para ser responsável pela proteção dos ativos intangíveis das entidades do Sistema FIEB. › Mais de 1.600 profissionais submeteram-se ao exame de Certificação de Pessoas oferecido pelo SENAI Cimatec em 2006. A certificação é um processo de avaliação sistematizada com o objetivo de verificar se este cumpre os requisitos técnicos previstos em norma nacional ou internacional

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› Assinado convênio com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), permitindo o intercâmbio na área tecnológica e no campo de formação profissional.

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› Delegação de empresários e representantes políticos da região de Baden-Württemberg, na Alemanha, visita o Cimatec visando estabelecer parcerias para densificar a cadeia automotiva, principalmente nos segmentos metal-mecânico e de plástico. › Lançado o projeto Fast Track, em parceria com a Ford, que prevê a capacitação de 40 estudantes, em apenas um ano e meio, na área automotiva. › Formatura da primeira turma de nível superior em logística.

› Visita do presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro Neto, às instalações do Cimatec 2


haroldo abrantes

› Formatura da primeira turma de Fast Track. Alunos montam protótipo no laboratório de tecnologia automotiva. joão alvarez

cimatec 2 No dia 29/10 é inaugurado o Cimatec 2, em cerimônia que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador Jaques Wagner. O presidente da República ressaltou que o SENAI do século 21 tem que ser capaz de atender à revolução tecnológica e preparar os jovens para indústrias mais modernas.

2008 Artur Ikishima

fotos joão alvarez

› No mês de maio, início dos serviços no terreno para ampliação, com aval de diversos órgãos municipais competentes, como Sucom, Superintendência de Meio Ambiente (SMA) e Superintendência de Parques e Jardins (SPJ).

› O diretor regional do SENAI, Gustavo Sales, destacou a ampliação do número de vagas e a oferta de cursos de graduação, anunciando a criação de cinco novas opções: desenvolvimento de produto automotivo, manufatura integrada, manutenção industrial, polímeros e processos gerenciais de sistemas produtivos.

› Governo de Angola implanta em Luanda o Cinfotec (Centro Integrado de Formação Tecnológica). O SENAI Bahia formatou o conceito do centro e capacitou a equipe. › Início do programa de doutorado de Modelagem Computacional e Tecnologias Industriais.

Mestrado Aula inaugural da primeira turma do mestrado profissional em Gestão e Tecnologia Industrial do Cimatec, realizado em convênio com o ITA e a Escola de Administração da UFBA. O curso tem duração de 18 meses e duas áreas de concentração: gestão industrial e tecnologias industriais.

cimatec 10

› Projeto piloto conduzido por pesquisadores do Cimatec (testa a possibilidade de substituir fibras sintéticas, em especial a de vidro, por fibras de sisal na formulação de um novo tipo de material plástico.

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haroldo abrantes

joão alvarez

› Cimatec inova em confecção de banco automotivo, desenvolvido com a participação de Durval Lélys, da empresa W. Automotive e do designer do SENAI Neymar Leonardo.

2009

2010

› IBAMA determina paralisação das obras de construção civil do Cimatec 3 e 4.

Novos laboratórios Três laboratórios do Cimatec 2 são inaugurados em janeiro, pelo presidente do Sistema FIEB, Victor Ventin: Automotivo, de Plásticos e de Microeletrônica e Eletrônica Embarcada. Foram investidos R$ 8,7 milhões em equipamentos de ponta para prestar serviços às empresas de diferentes áreas de atuação. Um dos destaques é a Planta Piloto de Montagem de Placas Eletrônicas, que permite a montagem de protótipos com qualidade industrial.

› Inauguração do laboratório com tecnologia de RFID (identificação por radiofrequência), conhecida como “etiquetas inteligentes”, que substitui com vantagens o código de barras. › Visita do presidente do Instituto Fraunhofer IML, instituição alemã que mantém parceria com o SENAI Bahia.

cimatec 10

artur ikishima

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› Aprovação dos cursos superiores em Sistemas Elétricos, Eletrônica Industrial e Engenharia Mecânica com conceito máximo do MEC

iracema chequer


joão alvarez

fábio araújo

› O SENAI Cimatec é escolhido como um dos três centros de pesquisa do Brasil a serem apoiados pela Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa Inovação Industrial), iniciativa do Governo Federal. Por conta disso, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercandante, visitou a instituição quando esteve em Salvador no mês de novembro para o lançamento do Plano de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para o Nordeste. “O Cimatec é um dos grandes centros de pesquisa na área industrial atualmente, talvez o melhor do SENAI em termos de perfil e de desempenho”, afirmou o ministro.

2011 joão alvarez

Pronatec O SENAI Cimatec, juntamente com a unidade Dendezeiros, desenvolve o projeto piloto do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), do Governo Federal. Em dezembro, é formada a primeira turma do projeto em todo o Brasil, composta por 34 alunos das duas unidades do SENAI em Salvador. A experiência na Bahia servirá como base para a aplicação do programa nos outros estados do país. Em paralelo ao projeto piloto, são iniciadas, em novembro, novas turmas do Pronatec. Segundo a gerente da Escola Técnica do Cimatec, Greta Moreira, somando-se as vagas de 2001 a 2012, serão cerca de 22 mil alunos prontos para entrar no mercado.

› O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, destacou o Cimatec como um dos principais centros tecnológicos do país e referência para a implantação e reforma de outros centros do SENAI no país. › Quatro cursos de nível superior do Cimatec obtêm nota máxima (5) na avaliação de reconhecimento do Ministério da Educação: Polímeros, Tecnologia em Gestão da Produção Industrial, Processos Gerenciais e Inspeção de Equipamentos e de Engenharia de Soldagem (pioneiro no Brasil). › O vestibular 2012 traz duas novas opções: Eletrônica Industrial e Sistemas Elétricos, duas subáreas da Engenharia Elétrica.

cimatec 10

joão alvarez

› No mês de abril, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) suspende o embargo que mantinha às obras de ampliação do Cimatec, paralisadas desde fevereiro de 2009.

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SENAI Cimatec 10 anos O ano de 2012 marca a retomada do processo de ampliação do complexo tecnológico e a estruturação de novos laboratórios de tecnologia avançada, a exemplo do Centro de Modelagem Computacional e Realidade Virtual, para reforçar a tradição que fez da unidade baiana um centro de referência nacional.

2012 › Certificação de 683 alunos, de 20 cursos diferentes, das turmas do Pronatec iniciadas em novembro de 2011. › Início das obras de construção dos Cimatec 3 e 4.

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fotos joão alvarez

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artigo

Marcelo Magalhães

Conhecimento sistêmico como diferencial O pioneirismo marca a história da Ford. Desde que o fundador, Henry Ford, criou o sistema de produção em série, muitas outras iniciativas foram lançadas. A Ford foi a primeira montadora a chegar ao Brasil, a introduzir a linha de montagem na área automobilística, e também a primeira a se instalar no Nordeste, com a implantação do Complexo Industrial Ford Nordeste em Camaçari, na Bahia. Recentemente, a empresa anunciou investimento de R$ 400 milhões para a construção da primeira fábrica de motores do Nordeste, também em Camaçari. Uma nova família de motores usando o estado da arte da tecnologia está sendo criada. Quebrando paradigmas, a fábrica baiana conseguiu superar as expectativas e hoje reúne o que há de mais moderno em equipamento e tecnologia. Mas em 2001, quando a Ford aportou na Bahia, o Estado não possuía a cultura da indústria automotiva e houve a necessidade de estimular e fomentar a geração de mão de obra especializada. Com uma forte demanda, a Ford apostou num amplo programa de treinamento, além de firmar parcerias com universidades, a exemplo do SENAI Cimatec, considerado um dos mais completos laboratórios de tecnologia e produção do Brasil. A parceria contribuiu para fomentar a formação de jovens talentos na região. A Ford também firmou convênios com outras sete universidades, entre elas, a Universidade Federal da Bahia e a Unifacs. A parceria com o SENAI Cimatec possibilitou a criação de um laboratório de testes de bancada, além de outras iniciativas. Mas o grande motivo

de orgulho foi o lançamento do Fast Track, programa pago integralmente pela Ford para acelerar a especialização de mão de obra e complementar a formação de tecnólogos automotivos. Dos 27 estudantes da primeira turma, 24 foram contratados e já estão trabalhando na Ford em Camaçari. Na segunda turma, dos 30 alunos que concluíram o curso, 28 estão estagiando no PD – um dos cinco centros de desenvolvimento que a Ford tem no mundo, em Camaçari. O PD é responsável por criar, desenvolver, certificar e homologar veículos de passageiros, picapes, utilitários e caminhões. Ainda por meio do convênio com o SENAI Cimatec, a Ford subsidiou um programa de mestrado profissional, atendendo a 31 empregados. Buscando fortalecer ainda mais esse contato com o meio acadêmico, a montadora também apoiou o Mestrado em Gestão e Tecnologia Industrial realizado pelo SENAI Cimatec em parceria com a Ufba e o ITA. Das 30 vagas, 20 foram ocupadas por empregados Ford, transformando-os em agentes de inovação e indutores de mudanças organizacionais e tecnológicas no ambiente industrial. O trabalho com as instituições de ensino também é focado no recrutamento para vagas de estágios e contratação de profissionais. Os resultados dessas iniciativas são tão positivos que hoje, na Bahia, um em cada três engenheiros do Centro de Desenvolvimento do Produto é baiano. Focados em manter a qualidade, o conforto e a segurança, principais atributos da marca, os engenheiros da Ford buscam a inovação através da tecnologia. Vencer os desafios da competitividade, sempre superando as expectativas do consumidor e lançando produtos atraentes e que respeitem o meio ambiente, faz parte dos objetivos da empresa. Dar oportunidade e oferecer conhecimento ao empregado é o caminho para ter os melhores profissionais do setor do país. A Ford acredita que parcerias acadêmicas contribuem para formar engenheiros com um grande know-how para a indústria automotiva. Nesses 10 anos de existência, o SENAI Cimatec sempre foi um grande parceiro, apto a atender às demandas da Ford e munido de equipamentos e sistemas de tecnologia de ponta. Essa parceria, além de fomentar o conhecimento técnico, fornece conhecimento sistêmico e de gestão, esse, sem dúvida, é o grande diferencial.

Marcelo Magalhães é gerente de engenharia de computador e engenharia de materiais para a Ford América do Sul


Novas competências para novos desafios Além de comemorar uma década de bons serviços prestados à indústria, o Sistema FIEB também celebra o início das obras das unidades 3 e 4

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José Mascarenhas, José Pinto Jr. (segundo à esq.) e Leone Peter (D) conferem maquete

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SENAI Cimatec completa 10 anos com mais um motivo para comemorar. Além do reconhecimento enquanto instituição de referência na área tecnológica, o ano de 2012 marcará a retomada do projeto de ampliação das atividades do centro de formação e qualificação. Foi assinado no dia 13 de fevereiro o contrato para a construção dos dois novos prédios, que vão abrigar as unidades 3 e 4.

Orçada em R$ 78 milhões, a obra deve durar 14 meses e será realizada pela empresa GPO-GME C Projetos, vencedora da licitação. A previsão é que as novas unidades sejam inauguradas no primeiro semestre de 2013. Além de mais espaço físico, a ampliação vai permitir a criação de novas áreas de competência: Conformação Mecânica e Gestão da Produção & Logística Empresarial. A assinatura do contrato marcou a

retomada do projeto de expansão da instituição, que havia sido interrompido em 2009 em razão de um embargo do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis). Sanadas as questões jurídicas, tudo pronto para consolidar o SENAI Cimatec como um centro de referência de porte internacional. No Cimatec 3 serão instalados o Centro de Modelagem Computacional e Realidade Virtual, Núcleo de Informação Tecnológica, Núcleo de Propriedade Intelectual (NPI), o Núcleo de Educação a Distância (Nead), biblioteca e área para eventos técnicocientíficos, incluindo auditório e local para feiras e exposições. parcerias O prédio do Cimatec 4 vai abrigar as novas competências. O centro de Tecnologias em Conformação Mecânica, único do gênero na América


joão alvarez

“Ao comemorar os 10 anos de existência, quero parabenizar o Cimatec pelos elevados serviços que desenvolve em nosso Estado, ao promover a capacitação profissional de milhares de jovens para o mercado de trabalho bem como auxiliar a indústria baiana no aprimoramento de suas atividades e atender às novas demandas do mercado, tanto na área tecnológica como de inovação, utilizando laboratórios e equipamentos de última geração. Com um centro de pesquisa de ponta no segmento industrial, direcionado ao atendimento de necessidades cada vez mais exigentes da indústria, o Cimatec destaca-se no cenário nacional, ao estabelecer parcerias com instituições do País e do exterior. Merece, portanto, todo o apoio da sociedade organizada, tendo em vista que a tecnologia, a ciência e a formação profissional são os alicerces de qualquer país que almeje o desenvolvimento sustentável aliado à qualidade de vida de seus cidadãos”. Jaques Wagner, governador da Bahia

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Industrial, Manutenção Industrial, Energia, Mobilidade, Microeletrônica e Eletrônica Embarcada, Certificação de Pessoas, Processos de Fabricação, Materiais e Ensaios (Polímeros e Metais), Produção, Logística e Qualidade, Ferramentaria, Usinagem, Mecânica de Precisão e Conformação, Soldagem e Inspeção de Materiais, Desenvolvimento de Produto e Desenvolvimento de Software. “A ampliação de competências do SENAI Cimatec com a construção das unidades 3 e 4 proporcionará para a indústria nacional, além da formação profissional, o desenvolvimento de pesquisa e inovação em áreas fundamentais. Estas novas competências, somadas às já existentes no SENAI Bahia, completam um portfólio integrado de produtos e serviços necessários ao crescimento industrial”, afirma Daniel Motta, gerente do SENAI Cimatec.

Manu Dias/Secom

Latina, irá reunir todos os processos de transformação de metais realizados pela indústria em um só local. O projeto foi elaborado em parceria com a Universidade de Aachen, da Alemanha, e a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), instituições que são referência na área no Brasil e no mundo. Já o centro de Gestão da Produção & Logística Empresarial será implantado por meio de parceria com o Instituto de pesquisas Fraunhofer IM L, também da Alemanha. Lá serão encontradas as mais avançadas tecnologias na área de logística, com laboratórios onde os estudantes terão uma vivência prática em ambiente industrial. Com a conclusão das novas unidades, o SENAI Cimatec passará a atender às demandas da indústria em 15 diferentes áreas. Hoje, a instituição oferece cursos nos mais diversos níveis de formação em Automação

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Quatro pilares para ser referência

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Equipe qualificada, atuação transversal, cultura de mercado e equação financeira sustentável são os elementos base do SENAI Cimatec

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o anunciar, no ano passado, um empréstimo de R$ 1,5 bilhão para o projeto de expansão do SENAI Nacional, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, ressaltou que a unidade baiana serviria de modelo para a implantação de novos centros tecnológicos no Brasil. “O Cimatec é algo precioso; uma verdadeira joia da Coroa da Bahia”, afirmou o executivo em visita ao estado. Pouco tempo depois, o centro foi destaque também ao formar a primeira turma do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), do governo federal, em uma experiência piloto que

será replicada em todo o país. E, em novembro de 2011, foi a vez do Ministério da Ciência e Tecnologia elegê-lo como um dos três centros de pesquisa a implantar o projeto piloto da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Na opinião do então ministro da pasta, Aloizio Mercadante, “o Cimatec é um dos grandes centros de pesquisa na área industrial atualmente, talvez o melhor do SENAI em desempenho”. A cada dia, portanto, multiplicamse os sinais de reconhecimento externo ao trabalho desenvolvido pelo centro. Mas, afinal, qual a fórmula do sucesso? Que fatores contribuem


fotos joão alvarez

equipe altamente qualificada; um modelo de atuação transversal, que procura soluções integradas para os problemas da indústria; forte cultura de mercado e uma equação financeira sustentável, capaz de viabilizar a contínua expansão e modernização da unidade. Segundo Andrade, todos estes fatores estão fortemente interligados. “Na verdade, uma coisa leva a outra: a aderência às necessidades da indústria, por exemplo, faz com que o mercado naturalmente procure o centro que, com isso, tem mais recursos para investir em pessoas e tecnologia; por outro lado, nosso modelo que conjuga escola técnica, faculdade e centro tecnológico promove mais sinergia entre as pessoas e ajuda a atrair e reter talentos em todos os níveis, desde técnicos e professores dos cursos básicos até pesquisadores e doutores”, explica Andrade. Para entender melhor a lógica deste ciclo virtuoso, é preciso conhecer os cases, dados e depoimentos, que traduzem o significado de cada um destes fatores e como eles se refletem nas atividades do Cimatec.

Crescendo com o Cimatec Em 2002, o SENAI Cimatec tinha um time de colaboradores formado por quatro mestres, sete especialistas, 15 profissionais de nível superior e 19 de níveis médio ou técnico. Dez anos depois, só o número de profissionais nos quadros da instituição que já concluíram ou participaram de cursos de pós-graduação stricto sensu chega a 106. Em paralelo, o número global de colaboradores foi multiplicado por dez: de 45 para 452. E até o final de 2012, a expectativa é de que 615 pessoas integrem a equipe do centro. Vivian Manuela Conceição, 32 anos, acompanhou de perto esta expansão. Em 2003, ingressou no Cimatec no curso técnico de Logística e, mesmo trabalhando na hotelaria e fazendo o curso à noite, conseguiu ser eleita a primeira aluna da turma, o que lhe rendeu uma vaga no centro como técnica em Logística. Ingressou na primeira turma do curso de graduação tecnológica em Logística das Faculdades SENAI e tornou-se coordenadora do curso técnico. Terminada a graduação, realizou um MBA em Gestão de Produção e Logística e acabou sendo convidada para coordenar o curso superior em Gestão da Produção Industrial. Hoje, além de ensinar, coordena dois cursos, é mestranda em Modelagem Computacional e já tem planos para o doutorado. “Meu desenvolvimento profissional é resultado do esforço pessoal, mas também da motivação que o Cimatec oferece, como um ambiente propício à vida acadêmica continuada.”

Qualificação é assegurada por um corpo técnico capacitado e comprometido

Vivian Conceição: “O Cimatec oferece um ambiente propício à vida acadêmica continuada”

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para transformar a unidade baiana em referência nacional? Para o presidente da FIEB, José de Freitas Mascarenhas, o ponto forte do SENAI Cimatec são as pessoas. A partir desta base, é possível citar uma série de fatores essenciais ao desempenho do centro, desde a infraestrutura até a capacidade de conjugar conhecimento acadêmico com aplicação industrial, aliando universidade e empresa. Diretor regional do SENAI Bahia, o engenheiro Leone Peter Andrade participou ativamente da história do Cimatec, desde a sua concepção. Em sua opinião, são quatro os pilares que sustentam a atuação do centro:

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Cada vez mais perto do mercado

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joão alvarez

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Muito antes de se transformar em realidade, o Cimatec já tinha a aderência às necessidades do mercado entre as suas principais diretrizes. Durante todo o processo de planejamento do centro, a equipe responsável realizou um calendário exaustivo de visitas a indústrias dos mais diversos segmentos na Bahia, em outros estados e até fora do Brasil. Quando o projeto foi finalmente concluído, ele foi apresentado e validado pelo setor empresarial baiano. Dez anos depois da inauguração, este estreito vínculo com o mundo da indústria se mantém preservado, seja orientando decisões estratégicas, como a criação de novos cursos, seja na busca contínua por mais eficiência e agilidade na solução dos problemas da indústria Horário alternativo Um dos exemplos desta tendência é o projeto Cimatec 24 horas, que permite à unidade oferecer serviços em horários alternativos ao regime administrativo. “Do mesmo modo como as indústrias funcionam em regime de turno, para não interromper o processo produtivo, nossa equipe está preparada para atender aos clientes sem restrição de horários, caso seja preciso”, garante o gerente do Cimatec, Daniel Motta. Para Claudemir Santos, gerente geral da fornecedora do Complexo Ford Benteler Automotive, esta disponibilidade de atendimento em tempo integral teve uma importância fundamental. No ano passado, sua equipe detectou problemas em uma das peças da suspensão dianteira que seriam utilizadas na montagem


Da Bahia para o Japão

Competências transversais, soluções completas Tradicionalmente, as unidades do SENAI na Bahia eram estruturadas para atender às necessidades de uma determinada cadeia produtiva. No caso do Cimatec, o foco inicial foi as indústrias metal-mecânica e automotiva. Ainda durante o processo de planejamento, no entanto, este conceito mudou e a meta passou a ser dar suporte à indústria manufatureira como um todo, atendendo ao novo ciclo da industrialização da Bahia, que incluía também as empresas calçadistas e de produtos eletroeletrônicos. Com o desafio de responder às expectativas de setores tão diferentes, a solução da equipe de projeto foi estruturar o centro por competências transversais, comuns às diversas cadeias produtivas, a exemplo de Mate-

riais, Logística, Sistema de Qualidade e Gestão de Produção. Assim surgia a estratégia que se transformou num dos grandes diferenciais do Cimatec, um fator de inovação para o centro, que lhe permitiu crescer rapidamente, conquistando clientes, inclusive, fora do ramo manufatureiro. “O modelo transversal nos permite oferecer soluções integradas para os problemas da indústria”, argumenta o gerente do Núcleo Estratégico do SENAI, Luís Alberto Breda. A explicação é simples. Quando buscam uma consultoria ou serviço especializado, as empresas muitas vezes estão às voltas com ocorrências como uma falha recorrente num equipamento, dificuldades de especificação ou mesmo a necessidade de desenvolvimento

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do veículo. Para garantir o controle de qualidade, era preciso realizar testes de inspeção em todas as peças. “Se entrássemos em contato com nossos fornecedores no Sul do país seria preciso esperar dois dias para resolver o problema, o que traria prejuízos para toda a cadeia produtiva”, conta Claudemir, que não teve outra alternativa a não ser entrar em contato com o Cimatec. “Fui surpreendido pela presteza e agilidade com que a equipe do centro, mesmo sendo já tarde da noite, resolveu o nosso problema, cobrando inclusive um preço justo de mercado”, recorda Claudemir. Além da indústria, a população como um todo também se beneficia com a filosofia de trabalho do Cimatec 24 horas. Desde fevereiro de 2011, o centro oferece um curso para soldador no horário da meia-noite às seis da manhã. Para viabilizar a iniciativa, foi preciso criar uma escala de turno não só com os instrutores, mas também com todo o pessoal de suporte das áreas de Limpeza, Segurança e Alimentação. O esforço valeu a pena, atraindo um grande número de pessoas, de desempregados (que estudam de madrugada para continuar sua busca por uma vaga de trabalho durante o dia) até trabalhadores interessados em obter qualificação em uma área com maior chance de crescimento profissional. É o caso de Omar Santos da Costa, 27 anos. Durante o período que frequentou o curso, ele encarou uma dupla jornada, conciliando o trabalho de meio turno à tarde com as aulas de madrugada. “É cansativo mas gratificante, um curso que eu indicaria para qualquer pessoa.”

Em 2005, um time de 26 operadores viajou da Bahia para o Japão, com o objetivo de passar por um treinamento de cerca de seis meses ministrado por profissionais da maior fabricante de pneus do mundo, a Bridgestone. O objetivo da formação era preparar os trabalhadores para operar a moderna fábrica que a empresa japonesa estava prestes a inaugurar no Polo Industrial de Camaçari. Na mesma época, a equipe da Bridgestone treinava operadores de várias regiões do mundo, onde outras unidades industriais estavam sedo implantadas. Mas foi a equipe da Bahia que mais chamou a atenção dos japoneses. “Nossos operadores tiveram um desempenho acima das expectativas e foram considerados os mais bem preparados que a equipe da Bridgestone já havia recebido”, conta o gerente da área de Mobilidade do Cimatec, Luciano Azevedo. Por trás desta performance, esteve o trabalho de seleção e formação de operadores desenvolvido pela unidade. Coordenador do projeto na época, Azevedo conta que houve um rigoroso processo seletivo e a realização de um curso de formação preparatório com os operadores. Para evitar que os candidatos desistissem no meio da formação – atraídos por outras oportunidades de trabalho – foram oferecidas até bolsas para custear as suas despesas. Além disso, com o objetivo de agilizar os processos de contratação, o Cimatec chegou a antecipar a realização dos exames médicos dos trabalhadores. No total, foram formados 86 operadores, sendo que os primeiros 26 técnicos enviados ao Japão atuaram como multiplicadores, repassando para os colegas os conhecimentos práticos adquiridos na sede da Bridgestone.

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um novo produto. Com frequência, a solução para estes problemas demanda uma ampla gama de competências e é justamente esta integração entre as áreas que o Cimatec busca, além de oferecer um conjunto mais diversificado de serviços às empresas. “O empresário pode chegar ao centro apenas com uma ideia e sair com a solução completa, do design da embalagem aos testes operacionais para a fabricação do produto”, acrescenta Breda. Fundador da NaturApi, uma empresa de base tecnológica que fabrica produtos provenientes do própolis, o empresário José Eupídio Cerqueira trabalha com apicultura desde os anos 1990, em sua fazenda no município de Entre Rios. A princípio, seus produtos à base de própolis – que é uma resina extraída da colmeia das abelhas – eram fabricados de forma inteiramente artesanal. Em 2008, a NaturApi foi selecionada no edital da Fapesb, obtendo recursos do Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (Pappe), do Ministério da Ciência e Tecnologia para dar escala industrial à sua produção. Foi neste momento que surgiu a parceria com o Cima-

tec. A equipe do centro desenvolveu e implantou não apenas o projeto de uma inédita planta industrial automatizada para extração da essência do própolis – como realizou uma série de serviços, da criação do design da prototipagem do frasco ao desenvolvimento da embalagem. Hoje, a fábrica – instalada num galpão de 300 metros quadrados, em Lauro de Freitas – tem capacidade para produzir 200 litros de extrato de própolis por dia. “O trabalho da equipe do Cimatec foi excelente, dou nota 10”, conta o fabricante, que agora se esforça em desenvolver novos mercados para o seu produto. “É um produto com futuro, que tem importantes propriedades antibactericidas, antioxidantes, anti-inflamatórias e cicatrizantes.”

José Eupídio Cerqueira, fundador da NaturApi: “Nota 10 para a equipe do Cimatec.” À direita, unidade do curso de Polímeros, nota 5 na avaliação do MEC


Compartilhamento, integração, sinergia Há uma série de razões que fazem do Cimatec um ambiente propício ao desenvolvimento de pesquisa e inovação. Uma delas é o fato que, em um ambiente único, funcionam faculdade, escola técnica e centro tecnológico. ”Nossa regra é compartilhar, integrar e promover sinergia”, esclarece o gerente do Núcleo Estratégico do SENAI, Luís Alberto Breda. Dessa maneira, as diferentes áreas compartilham as estruturas de apoio da área administrativa, de segurança e recursos humanos. Já os laboratórios integrados podem servir tanto às aulas dos cursos téc-

nicos, de graduação e pós-graduação quanto ao desenvolvimento de projetos para a indústria. Além disso, há a sinergia provocada pela interação entre estudantes, técnicos, professores e pesquisadores com diferentes níveis de formação e que podem estar envolvidos num mesmo projeto. Breda explica que a estrutura verticalizada – com cursos básicos, técnicos e de nível superior – traz ganhos práticos, como agilidade para as atividades de pesquisa. “Numa universidade comum, às vezes é preciso contratar técnicos para o desenvolvi-

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mento de uma pesquisa; aqui, podemos incorporar à equipe o pessoal da própria instituição”, informa. Foi toda esta estrutura que permitiu ao engenheiro Ronnie Rego desenvolver uma pesquisa inovadora, com potencial de retorno para a indústria. Formado pela Universidade de São Paulo, Ronnie veio para a Bahia trabalhar na Ford e aproveitou para cursar o mestrado em Engenharia Mecânica no SENAI Cimatec, em parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Sua pesquisa de mestrado tinha por finalidade aumentar a durabilidade da engrenagem de primeira marcha de veículos. Para isso, Ronnie propunha uma mudança no processo de jateamento de granalhas, uma das etapas da fabricação da engrenagem. Pata testar suas hipóteses, ele precisava realizar ensaios que só poderiam ser feitos no exterior. A solução foi desenvolver, em parceria com a equipe do Cimatec, uma bancada para a realização de ensaios de transmissão automotiva. “Com o dinheiro que usamos para construir a bancada aqui, só seria possível realizar seis testes em bancadas similares fora do Brasil”, conta Ronnie. A bancada teve a vantagem de adotar um conceito de recirculação de potência, que evita desperdícios de energia e reduz os ruídos durante os ensaios. Os testes confirmaram a hipótese de Ronnie, sinalizando um aumento de 30% na vida útil da engrenagem. E os resultados empolgaram tanto o engenheiro que ele acabou ingressando no doutorado em Engenharia Mecânica do ITA. “Hoje, eu não concebo a engenharia sem experimentação”, diz Ronnie.

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Pronatec abre portas para a qualificação

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Programa, que oferecerá 8 milhões de vagas nos próximos quatro anos em todo o país, já atende jovens do ensino público da Bahia

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afaele Vilas Boas, 18 anos, pouco sabia do que era um almoxarifado antes do início das aulas no SENAI Cimatec. “Achava que ia aprender a guardar caixa de papelão”, conta a estudante, que acaba de concluir o ensino médio no Colégio Estadual 15 de Novembro, em São Cristóvão. No centro, Rafaela foi apresentada ao mundo da indústria, aprendendo a importância e o significado de palavras como gestão e logística. Ao mesmo tempo, redescobriu o conteúdo de disciplinas como Matemática e Português, que ela até já tinha estudado na escola, mas só agora conseguiu apreender. No momento, seu maior desejo é ter uma chance no mercado de trabalho, assim que concluir o curso. “Sei que isto aqui é uma oportunidade de ouro pra mim”, diz a jovem. Colega de turma de Rafaele, a estudante Keite Gonçalves Miranda, 17

anos, também está confiante. “Eu me preocupava muito com o futuro, com a dificuldade de achar um emprego, mas não sabia o que fazer; com o curso, agora tenho um caminho a seguir”, diz a jovem. Já para Sara Aparecida dos Santos, 47 anos, aluna do 3º ano de ensino médio do Programa de Educação de Jovens e Adultos, as aulas no Cimatec são um primeiro passo para o reingresso no mercado de trabalho, após dez anos cuidando dos cinco filhos em casa para que o marido pudesse trabalhar como pedreiro. “Com a minha idade, eu não sei se vou conseguir, mas quero tentar: a qualidade do ensino aqui é muito boa”, diz Sara. Rafaele, Keite e Sara são alunas dos cursos de qualificação profissional que o SENAI está oferecendo a 870 estudantes do 2º e 3º anos do ensino médio da rede pública, como parte das atividades na Bahia do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), do Governo Federal. Criado em outubro de 2011, a partir da sanção da Lei nº 12.513, o programa visa expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica para a população. A ideia é oferecer – com a infraestrutura da rede pública e das instituições do Sistema S (como SENAI e SENAC) – 8 milhões de vagas nos próximos quatro anos, por meio de uma série


de subprogramas, projetos e ações de assistência técnica e financeira. Além dos alunos de ensino médio da rede pública, o programa contempla também trabalhadores e beneficiários dos programas federais de transferência de renda, como o Bolsa Família. Turmas piloto Por conta das dimensões da iniciativa e do seu alcance social, a expectativa em relação ao Pronatec em todo o Brasil é imensa – e o SENAI Bahia saiu na frente, como instituição escolhida para realizar as turmas piloto do programa. Os primeiros contemplados foram 34 pessoas beneficiárias dos programas de transferência de renda do governo federal. O grupo recebeu seus diplomas no último dia 1º de dezembro, em uma cerimônia no Cimatec, que contou com a presença da secretária extraordinária para a Superação da Extrema Pobreza do Mi-

Sara dos Santos, Rafaele Vilas Bôas e Keite Miranda, alunas do programa apostam em um novo rumo para suas vidas

nistério do Desenvolvimento Social, Ana Fonseca. Na ocasião, a titular da pasta explicou que as turmas realizadas em caráter experimental (chamadas Prova Conceito) serviriam de base para os ajustes finais necessários à implantação do programa em escala nacional. “O fato de termos sido selecionados para implantar as turmas piloto do Pronatec só comprova, mais uma vez, a excelência do ensino profissionalizante desenvolvido pelo SENAI na Bahia”, acredita a gerente da Escola Técnica do Cimatec, Greta Moreira. Ela explica ainda que a agenda do Pronatec vai incrementar a hoje já intensa oferta de cursos gratuitos da instituição. Para 2012, o SENAI-BA planeja realizar mais de 100 mil matrículas em cursos gratuitos, sendo que 21 mil correspondem aos cursos do Pronatec. Dentro do programa do governo

federal, por sua vez, 19 mil vagas irão para os cursos de qualificação profissional com beneficiários do Bolsa Família, do Seguro Desemprego e de programas como o Projovem, enquanto as demais 2 mil vagas serão destinadas aos alunos do ensino médio de 20 municípios do estado. Em 2012, o SENAI Bahia dá continuidade às atividades com as turmas regulares de beneficiários dos programas de transferência de renda. Nesta primeira fase, foram oferecidas 880 vagas para 22 turmas em 13 cursos ministrados no Cimatec e na unidade Dendezeiros. Além do aprendizado em sala de aula, os alunos do Pronatec recebem assistência estudantil, para auxiliar nas despesas com transporte, e atendimento odontológico e assistência visual, fornecida pela Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad).

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Ensino articulado em sintonia com o mercado

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Uiliams Rangel é industriário e filho de industriário. Seu pai trabalha como encarregado de elétrica, mas nunca concluiu o Ensino Fundamental. Já o rapaz de 21 anos é técnico de manutenção elétrica na Gerdau e frequenta um curso superior em Engenharia de Controle e Automação. “Este é o meu sonho”, diz. Sua história começou a ganhar contornos diferentes da trajetória paterna quando ingressou no SESI Candeias. Em seguida, passou no processo seletivo para o Programa de Articulação do Ensino Médio com Educação Profissional, resultado de uma parceria entre o SESI e o SENAI. “O ensino articulado fez toda a diferença na minha vida; numa escola convencional jamais conseguiria o emprego que tenho hoje”, avalia. A trajetória de Uiliams é similar à de grande parte dos mais de 940 jovens que concluíram o ensino médio articulado desde 2001. Ao aliar formação básica com ensino profissionalizante de alto nível, o modelo, conhecido como Ebep (Ensino Médio SESI Articulado com Educação Profissional SENAI), é hoje uma das mais bem-sucedidas experiências do Sistema FIEB na área de educação. Já no segundo ano do curso, os alunos recebem uma habilitação técnica. Outro diferencial é que os cursos são definidos com base em pesquisas, que identificam as necessidades do mercado. O resultado desta estratégia é uma alta taxa de inserção dos egressos, com índices de empregabilidade anuais que variam de 60% a 75%. Para o gerente do Núcleo Estratégico do SENAI , Luís Alberto Breda, estas características fazem do ensino articulado o melhor modelo de formação de nível médio com foco na indústria. “Entre outras vantagens, há o reconhecimento por mérito: estudantes com melhor rendimento escolhem o curso que desejam cursar”, explica. Para Wagner Fernandes, superintendente do SESI, o modelo tem tido boa receptividade por parte da indústria e dos estudantes. “É uma modalidade que dá a eles um sentido prático ao estudo, o que é um fator de estímulo ao aprendizado”. Superintendente do SESI quando o EBEP foi implantado, o presidente do Sinduscon Bahia, Carlos Alberto Lima, acredita que a iniciativa demonstra que é possível criar condições para mudar a realidade de jovens das classes mais baixas. “Uma vez encontrei um ex-aluno, que estava trabalhando na Ford, e me procurou para agradecer: fiquei satisfeito em saber que fui um elemento desta história de transformação”, conta.

Automação é um dos focos do projeto piloto Embrapii na Bahia

Cimatec Bahia integra projeto piloto nacional Criada a partir de um acordo firmado, em agosto de 2011, entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) é uma das grandes apostas do Governo Federal para fortalecer a indústria brasileira no atual cenário de competição com produtos importados de alto teor tecnológico. E o SENAI Cimatec assume um papel fundamental nesta empreitada. A unidade baiana é uma das três instituições nacionais selecionadas para a etapa piloto da Embrapii, ao lado do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI), e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). “Para nós, a participação neste projeto é um reconhecimento fabuloso, que parte do principal órgão de ciência e inovação do país”, ressalta o gerente do Núcleo Estratégico do SENAI, Luís Alberto Breda. Para ele, isso vem se somar a uma tradição de bons serviços. “O Cimatec,


Valter Pontes

quando recebe uma demanda, aplica um conceito de atendimento global e multidisciplinar. E é este conceito que traduz o sucesso e o reconhecimento deste centro tecnológico”, acrescenta. Cada um dos institutos de pesquisa está recebendo R$ 30 milhões para pesquisas e terá o compromisso de captar outros R$ 30 milhões junto às indústrias, como contrapartida. Os projetos do Cimatec serão direcionados para as áreas de automação e processos produtivos enquanto o IPT e o INT atuarão nas áreas de bionanotecnologia e petróleo e gás. De acordo com Breda, o Cimatec já deu início ao processo de captação de recursos e seleção de projetos junto às empresas. “Teremos projetos em caráter pré-competitivo para, por exemplo, o desenvolvimento de

plantas pilotos e protótipos que irão atender setores como a indústria automotiva, de alimentos, metal-mecânica e aeronáutica”, informa. A etapa piloto terá duração de 18 meses, com o objetivo de testar o modelo proposto e viabilizar a sua implantação em escala nacional, que deverá mobilizar 30 institutos de pesquisa. A Embrapii promete criar instrumentos para facilitar o investimento em inovação de forma mais desburocratizada. O modelo toma como referência a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que teve um papel decisivo para estimular o aumento da produtividade da agricultura brasileira, e o Instituto Fraunhofer, da Alemanha. Parceira do Cimatec em diversos projetos, a instituição é hoje uma referência internacional no campo da inovação.

James Correia, secretário da Indústria, Comércio e Mineração

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“Posso afirmar, sem medo de errar, que o nosso Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec) é um dos mais modernos e completos centros de formação e desenvolvimento de tecnologia do Brasil, que a gente chama de o nosso braço forte. Quando a gente vai em busca de novos investimentos para a Bahia, principalmente na área industrial, o Cimatec é o nosso grande diferencial, a nossa joia da Coroa. Os laboratórios são dotados de tecnologia de ponta e o conhecimento do pessoal técnico é extraordinário, já atestados na capacitação dos trabalhadores da Ford, Continental, Monsanto e tantas outras empresas. Tenho a absoluta convicção de que o centro irá contribuir para a expansão e definitiva modernização da indústria da Bahia nos próximos dez, 20, 30, 50 anos”.

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Maria do Carmo Ribeiro coordena o NPI do SENAI, implantado em 2006

Propriedade intelectual e inovação garantidas Cimatec possui núcleo para proteger propriedade intelectual

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oas ideias precisam ser reconhecidas. Foi pensando assim que o SENAI instalou no Cimatec, em 2006, o Núcleo de Propriedade Intelectual e Inovação Tecnológica (NPI), com o objetivo de proteger os ativos intangíveis das entidades que formam o Sistema FIEB, além de indústrias parceiras. Entre os ativos, estão produtos ou processos gerados nos serviços técnicos e tecnológicos e de educação profissional. Tudo começou em 2005, quando o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) iniciou um movimento para disseminar no Brasil a consciência sobre a importância de patentear produtos e conhecimento. Assim, esta-

beleceu parceria com várias instituições para divulgar o conceito de propriedade intelectual. Na Bahia, foram formados seis núcleos – além do NPI (do SENAI Cimatec), os da Fiocruz, Embrapa, UFBA/Cefet, FTC/FFCT e Uesc/Ceped/Ceplac – que recebem as demandas internas das suas instituições e encaminham-nas ao INPI no formato adequado. Através do NPI do SENAI Cimatec podem ser feitos pedidos para registro de patente, tanto de PI (Patente Invenção), para produtos ou processos inéditos, como de MU (Modelo de Utilidade), variação sobre produtos ou processo já existentes; registros de marca; depósito de desenho industrial; e questões relativas a direitos autorais, como o registro de toda a produção acadêmica escrita publicada no Sistema FIEB. Importância estratégica “O NPI tem importância estratégica para o SENAI, que vem investindo muito na área tecnológica, e proteger

esse conhecimento é fundamental. No passado, desenvolvemos muitas tecnologias que não eram protegidas e isso fazia com que os autores não fossem reconhecidos”, explica a coordenadora do núcleo, Maria do Carmo Ribeiro. “O registro favorece também a transferência de tecnologia, porque garante tanto ao licenciador quanto ao comprador a segurança de que o conhecimento não será utilizado por outros e de forma inapropriada”, acrescenta. O núcleo faz a avaliação de anterioridade (ineditismo) de todos os projetos de pesquisa e desenvolvimento passíveis de proteção e registro e redige o relatório técnico da patente com os pesquisadores envolvidos, para então encaminhá-lo ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual). A equipe do núcleo também realiza o monitoramento dos pedidos já realizados, assim como participa de rodadas de negociação para transferência de tecnologia. Desde 2008, foram realizados pelo NPI 16 pedidos de patentes junto do INPI, além de sete licenciamentos de tecnologia, basicamente envolvendo as áreas de química e petroquímica, microeletrônica, processos de fabricação e manutenção industrial. Maria do Carmo Ribeiro afirma que há uma grande expectativa no incremento de pedidos, já que há vários projetos e pesquisas em desenvolvimento e também porque o Cimatec é um dos três operadores nacionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Inovação Industrial, iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia para fomentar a inovação no mercado baiano. Entre os produtos com pedido de patente registrado no INPI está o processo para transformação da glicerina bruta, oriunda do processo de produção do biodiesel, em glicerina pura, com várias aplicações na indústria.


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Marcelo Lyra

Um grande aliado na construção de nossos ativos intangíveis Mestrado e Doutorado da instituição, com trabalhos focados na geração de conhecimento próprio, a ser aplicado nas nossas unidades industriais com o objetivo de elevar a confiabilidade operacional com processos cada vez mais seguros e sustentáveis. Nesse contexto, a infraestrutura e os profissionais altamente capacitados do Cimatec são fundamentais para a (re)modelagem dos processos industriais automatizados a partir do conhecimento gerado, com soluções eficientes e customizadas para que possamos alcançar resultados cada vez melhores. O Cimatec é um grande aliado na construção dos nossos ativos intangíveis, oferecendo parceria para a formação de trabalhadores especializados e fomentando o interesse nas carreiras técnicas. Também é um suporte de grande valia para o desenvolvimento da capacidade inovadora dos pesquisadores da Braskem na Bahia. A estratégia de crescimento da Braskem está centrada em três principais vetores: o crescimento no Brasil, acompanhando a evolução do mercado regional com horizonte de longo prazo e compromisso com o fortalecimento da cadeia do plástico; a internacionalização com foco nas Américas; e o investimento em biopolímeros, priorizando a pesquisa para desenvolvimento de novos produtos e novas rotas para a química sustentável. Com essa perspectiva, celebramos a existência do Senai Cimatec e agradecemos pelos 10 anos de parceria.

Marcelo Lyra, presidente de Relações Institucionais da Braskem

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Assim como o Cimatec, a Braskem completa, em 2012, 10 anos de história, com muitos desafios e conquistas a celebrar. Ao longo dessa década de crescimento e consolidação, revisamos a nossa estratégia de inovação e tecnologia, buscando ampliar continuamente os investimentos na formação, qualificação e atualização dos nossos profissionais e no fortalecimento de parcerias com instituições renomadas de pesquisa e educação. O objetivo é desenvolver a autonomia tecnológica dos nossos processos produtivos, investir na capacitação técnica e fomentar atividades de pesquisa para novos produtos e aplicações. As pessoas são o centro da estratégia da Braskem. A nossa cultura empresarial valoriza o capital humano através da educação para e pelo trabalho, e acredita que é através do desenvolvimento das pessoas e de sua capacidade criativa que é fundamentada a base para a construção da vantagem competitiva sustentável. E, nesse âmbito, a nossa parceria com o Senai Cimatec tem sido de grande relevância. Entre os projetos desenvolvidos em conjunto pela Braskem e Cimatec destaco os cursos de capacitação para a formação de inspetores de equipamentos e estudos técnicos para o aprimoramento de tratativas de manutenção diferenciadas e inovadoras, que já estão sendo utilizadas na empresa de maneira a reduzir custos e aumentar a produtividade. Além disso, engenheiros e líderes têm participando dos programas de Especialização,

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Divulgação

Excelência tipo exportação

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“O SENAI Cimatec surgiu há dez anos como uma grande instituição de apoio ao desenvolvimento e à inovação na Bahia. Agora, as unidades 3 e 4 vão tornar possível o desenvolvimento de novas atividades em Salvador, como modelagem computacional e realidade virtual, ensino a distância, educação de produção e pesquisa. Os novos centros de Conformação Mecânica e Fundição e o de Logística e Gestão de Produção do Cimatec 4 são fundamentais para o futuro desenvolvimento industrial da região. A produção tecnológica fornece a chave para gerar postos de trabalho e para a criação de produtos inovadores. A Bahia precisa de ambos urgentemente. Parabenizo os responsáveis pela decisão de implantar os novos centros. É o melhor jeito de alavancar a cooperação com empresas e universidades estrangeiras, de fundamental importância em um mundo global. Sucesso para os Cimatec 3 e 4!”

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Reiner Kopp, professor Emérito da Universidade RWTHAachen (Alemanha), Doutor em Engenharia pelo Instituto Max Planck para Pesquisas sobre Aço

A expertise baiana atravessa o Atlântico para levar desenvolvimento e capacitação a países da África

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ngola, Moçambique e Tanzânia enfrentam um desafio em comum: combater a falta generalizada de recursos humanos qualificados para fazer frente à demanda de um setor industrial em expansão e ajudar a reduzir as profundas desigualdades sociais. E nesta trajetória, o Cimatec tem assumido um papel essencial, ao colocar sua expertise a serviço dos países africanos. O primeiro país a exportar o modelo baiano foi Angola. Inaugurado pelo Ministério de Administração Pública, Emprego e Seguridade Social do país, em setembro de 2008, com re-

cursos de uma linha de crédito brasileira, o Centro Integrado de Formação Tecnológica (Cinfotec) é resultado de um trabalho desenvolvido pelo SENAI Cimatec em parceria com a Odebrecht. “Foi uma das nossas primeiras experiências do gênero e nos permitiu visualizar a oportunidade de trabalhar em projetos no exterior, inclusive em parceria com organismos de cooperação internacional”, conta o gerente de Núcleo Estratégico do SENAI, Luís Alberto Breda. O SENAI foi responsável pela concepção do centro e pela elaboração do projeto conceitual, além da for-


çambique. Desta vez, a iniciativa está sendo capitaneada pelo SENAI Dendezeiros, com a participação do Cimatec. O objetivo é viabilizar a implantação do Centro de Formação Profissional Brasil-Moçambique. Com o início das operações previsto para este ano, o centro contará com uma infraestrutura de salas de aula, biblioteca, laboratórios, oficinas e plantas de processamento para fins didáticos, onde serão formados profissionais para as áreas de Alimentos e Bebidas, Tecnologia da Informação, Mecânica e Produção e Elétrica e Automação. A atuação do SENAI – que trabalha em parceria com o Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INRFP), de Moçambique – inclui a qualificação de 17 profissionais do centro, a definição do projeto arquitetônico e o acompanhamento das obras estruturais e dos processos de compra de materiais, equipamentos e acessórios. “A qualidade da formação que recebemos superou nossas expectativas, principalmente em relação à dinâmica dos professores em sala de aula”, opinou o engenheiro moçambicano Reichete Micas, ao participar da formação em Salvador.

holanda cavalcanti/divulgação

Unidade do Cinfotec em Angola, na África, concebida pela equipe técnica do Cimatec Bahia

Tanzânia A expertise do SENAI Cimatec também chegou à Tanzânia. Em abril de 2011, o Diretório Nacional do SENAI entrou em contado com a regional Bahia com a demanda da unidade da Petrobras da Tanzânia (Petan), que estava iniciando um empreendimento de prospecção de petróleo e gás na região de Mtwara, e precisava de um projeto para viabilizar a formação de mão de obra local. Em uma semana, a equipe do Cimatec já havia visitado o país, analisado as demandas da Petan e apresentado a proposta para os cursos. Em julho, dois professores da unidade embarcaram para o país africano com a missão de ministrar cursos de manutenção mecânica e manutenção elétrica para um grupo de 40 tanzanianos. “Foi um grande aprendizado pessoal e profissional; percebi o quanto é possível realizar mesmo com recursos que julgamos muito escassos”, relata o professor Antônio Mendonça. Entre as dificuldades citadas por Mendonça estão problemas como a necessidade de improvisar localmente os equipamentos necessários às aulas e a baixa escolaridade dos alunos. Graças ao programa desenvolvido pelo Cimatec, o presidente da Tanzânia Jakaya Kikwete declarou a escola técnica VETA, onde os cursos foram realizados, centro nacional em excelência de treinamento em petróleo e gás. “O SENAI atendeu nossas expectativas com um programa excelente”, confirmou o gerente de finanças administrativas da Petrobras Tanzânia, Márcio Sampaio.

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mação de 15 profissionais angolanos, entre engenheiros e técnicos, que vieram à Bahia para participar de cursos de capacitação técnica e de gestão promovidos pelo Cimatec. O resultado deste trabalho foi a implantação de um dos maiores e mais modernos centros de formação de mão de obra de Angola. Com 9 mil metros quadrados de área construída na capital angolana de Luanda, o Cinfotec foi concebido para atuar em quatro áreas de competência: mecânica e produção; elétrica e mecatrônica; metrologia; e tecnologia da informação e comunicação. Esta estrutura permite atender às indústrias de segmentos de petróleo e gás, tecnologia da informação, mineração de diamantes e metal-mecânica. Tudo isso em um ambiente com 16 salas de aula, duas salas de videoconferência, 22 laboratórios, um infocentro com 28 computadores e acesso à internet, refeitório e uma biblioteca com cinco mil títulos. De acordo com o consultor contratado da Odebrecht, Ruy Barreto, com esta estrutura, o Cinfotec vem formando uma média de 2 mil profissionais por ano. Ele conta que quando o governo angolano procurou a Odebrecht pedindo ajuda para o desenvolvimento de um projeto de capacitação de mão de obra, o Cimatec foi visto como parceiro ideal. “Hoje, após concluído o trabalho, podemos descrever com uma só palavra o serviço prestado pela equipe do SENAI: excelência”, resume o consultor. Depois da experiência de Angola, um projeto semelhante está sendo implantado pelo SENAI Bahia em Mo-

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artigo

Rafael Lucchesi

Inovação para um novo Brasil

Rafael Lucchesi é economista e diretor-geral do SENAI

Inovar é transformar ideias em valor. Seu motor é o mercado, impulsionado pela concorrência, e seu habitat é a empresa. A inovação ocorre com o objetivo de atender às necessidades dos clientes, de criar novos mercados, de buscar novos modelos de negócios. A inovação, sobretudo, é parte essencial para a competitividade das empresas. Com investimento em pesquisa e desenvolvimento se chegam a novos produtos, alinhados à demanda do consumidor, e se criam processos de produção mais eficientes, reduzindo custos e tornando a empresa mais competitiva no mercado. E é esse o objetivo do SENAI: estimular a inovação, dotando-a de competitividade. E é isso que o Cimatec faz. O SENAI tem consolidado seu papel como agente de inovação, com o desenvolvimento de importantes projetos de pesquisa tecnológica aplicada, voltados para a solução de problemas enfrentados pela indústria brasileira. Ao longo de seus 70 anos, percebeu a necessidade em inovar nos processos de educação profissional, na oferta de serviços técnicos e tecnológicos e na disseminação de novas ideias de incremento ao setor produtivo. Como parte dessa estratégia, o SENAI criou, em 2002, o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec), unidade do Departamento Regional da Bahia, que, desde o início, volta-se para o mercado, com ações de fomento para as empresas, seja com foco tecnológico ou organizacional. Nas áreas tecnológica e educacional são oferecidos cursos de mes-

trado e doutorado, que realizam pesquisas direcionadas a aprimorar os processos integrados de desenvolvimento de produtos. No âmbito organizacional, as empresas recebem suporte para as tomadas de decisões com base em critérios múltiplos. Como resultado desse posicionamento, o Cimatec tornou-se referência em tecnologia e inovação no Brasil, sendo convidado, em 2011, a integrar o grupo de trabalho para a implantação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), projeto federal que tem como proposta o incentivo à inovação, sobretudo na indústria. A Embrapii chega em um momento oportuno, quando a economia global vive adversidades que atingem a indústria brasileira. Os mercados financeiros em crise, a iminência de uma recessão, a concorrência acirrada no mercado internacional e o câmbio valorizado favorecem as importações e desestimulam as exportações. E, com isso, a inovação industrial se torna fator chave para elevar a produtividade e mitigar esses efeitos externos negativos. O Cimatec, considerado pela Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica um dos mais modernos centros tecnológicos do Brasil, celebra seus 10 anos como uma importante referência para a expansão da indústria brasileira. Com laboratórios modernos nas áreas de manufatura integrada, robótica, hidráulica e pneumática, microcomputadores, metrologia, eletrônica e tecnologia da informação, o Centro tem agora a missão de atender às necessidades por soluções inovadoras não mais de empresas da Bahia, mas de todo o país. E, ainda, de fazer com que o Brasil avance nas chamadas pesquisas aplicadas pré-competitivas, que buscam desenvolver tecnologia de produtos e processos alinhada às tendências de mercado. Enfim, as inovações movem o mundo: são coisas novas e formas novas de fazer as mesmas coisas. Elas economizam materiais, energia, tempo, recursos; mobilizam a criatividade, a tecnologia e a ciência para atender melhor demandas antigas ou resolver novos problemas. Elas são o principal motor da produtividade e estão no centro das políticas de competitividade de muitos países. E é articulando tecnologia e educação que o SENAI e o Cimatec servem à indústria e contribuem para um Brasil mais forte e competitivo.




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