Revista Goiás Industrial n. 264 - Junho 2015

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ENTREVISTA

ANO 63 / Nº 264 /JUNHO 2015

Como resultado de um plano de investimentos em torno de R$ 400 milhões anuais, o presidente da Celg D, Sinval Zaidan Gama, prevê que a companhia reverterá ranking negativo e estará entre as melhores do setor elétrico até 2019.

POLO INDUSTRIAL DE APARECIDA

ESTUDO APONTA GARGALOS E SUGERE SOLUÇÕES PARA A REGIÃO

REVISTA DO SISTEMA FEDER AÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS

O longo caminho até a

TERCEIRIZAÇÃO INDÚSTRIA DEFENDE APROVAÇÃO DE PROJETO QUE REGULAMENTA A CONTRATAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TERCEIRIZADOS COMO ALTERNATIVA PARA A RETOMADA DA COMPETITIVIDADE DO SETOR


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ARTIGO

Terceirização:

consolidando um avanço

É

alvissareiro o avanço observado no Congresso Nacional, em abril, do Projeto de Lei 4330/2004, que regulamenta a terceirização no País, tema de matéria de capa desta edição da Goiás Industrial. Vitorioso na Câmara dos Deputados, o projeto abre discussão no Senado, em meio a intenso debate em toda a sociedade, e expectativa do setor produtivo por sua aprovação final. Essa relevância é evidenciada a partir da realidade do mercado de emprego na indústria: nos últimos três anos, 70% das indústrias recorreram à terceirização. Daí a pergunta: por que então não mudar? Iniciativa de magnitude, por sinal de uma liderança política de Goiás, o ex-deputado federal Sandro Mabel, teria mesmo de abrir polêmica, tanto na Câmara quanto entre as entidades sindicais de trabalhadores e empresariais, na busca da superação de um retardo que vem de 11 anos. Estudos antigos e recentes da CNI comprovam que a terceirização se apresenta, hoje, como um dos pilares para que a economia brasileira seja mais competitiva no mercado mundial e, também, medida capaz de estimular a atividade produtiva e o emprego no longo prazo. Um conceito básico, sem dúvida. O endosso do Congresso para que fique regulamentada a terceirização na atividade produtiva no Brasil será fundamental para a vitalidade do emprego formal. Empresas, trabalhadores e a própria sociedade haverão de colher esta vitória, para a maior grandeza do País.

Em busca do diálogo A visita do secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico, de Agricultura, Pecuária e Irrigação, José Eliton, à Casa da Indústria, no último dia 20 de maio, é um bom exemplo da atuação da Fieg na defesa dos interesses do setor produtivo e da integração com o poder público. Uma prática legítima, de diálogo franco e transparente, em busca de soluções para

NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS, 70% DAS “INDÚSTRIAS RECORRERAM À TERCEIRIZAÇÃO. DAÍ A PERGUNTA: POR QUE ENTÃO NÃO MUDAR?”

PEDRO ALVES DE OLIVEIRA, presidente da Fieg e do Conselho Deliberativo do Sebrae Goiás

entraves ao crescimento da atividade industrial e do Estado como um todo. Por iniciativa do próprio secretário, também vice-governador de Goiás, o encontro constituiu uma agenda positiva entre os empresários e a administração estadual, pois possibilitou a discussão de questões relevantes relacionadas ao fortalecimento da atividade industrial goiana. Na pauta da reunião, que resultou em documento da Fieg ao governo do Estado, foram incluídas reivindicações como agilização dos processos de concessão de benefícios do Programa Produzir, consulta prévia para mudanças nos Programas Produzir e Fomentar, consulta prévia ao setor produtivo a respeito de projetos de lei que impactam a atividade industrial, a exemplo da recente tramitação, na Assembleia Legislativa, de um projeto do Executivo estabelecendo novos pisos salariais para trabalhadores da iniciativa privada. E mais: desburocratização de licenças diversas na Superintendência de Vigilância Sanitária, no Corpo de Bombeiros, na Semarh, Juceg, etc.; elaboração de um manual de procedimentos para esclarecer, padronizar e garantir rapidez nas providências e soluções por parte das empresas; melhoria das condições de operação dos distritos industriais do Estado; atualização e expansão da Estação de Tratamento de Efluentes do Daia; conclusão da Plataforma Logística Multimodal de Goiás; fortalecimento da Fapeg; ações de fomento ao comércio exterior e à internacionalização de empresas goianas.  GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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ÍNDICE

MODA ÍNTIMA REVISTA DO SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS

Nº 264 /JUNHO 2015

PEQUENOS NEGÓCIOS

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/ Com presença cada vez mais forte na economia, o empreendedorismo já atrai 3 em cada 10 pessoas e ter uma empresa é um dos principais sonhos dos brasileiros, atrás apenas da compra da casa própria e de viajar pelo Brasil, segundo estudo do Sebrae.

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/ Trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Design e Moda da Faculdade de Tecnologia Senai Ítalo Bologna ajuda a modernizar o polo de moda íntima de Taquaral, que já reúne 120 confecções, como a D’Ster (foto), e gera 800 empregos

SENAI GOIÁS

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/ Como parte de projeto de expansão e interiorização de sua rede de ensino, o Senai Goiás investe em nova unidade móvel na área de manutenção de máquinas agrícolas

ENTREVISTA

SESI GOIÁS

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/ Sinval Zaidan Gama, presidente da Celg D, aposta que a companhia estará no “topo das melhores do setor” até 2019, como resultado de um plano de negócios que prevê investimentos anuais na faixa dos R$ 400 milhões até lá

/ Os serviços de consultoria em ergonomia oferecidos pelo Sesi Goiás ajudam as empresas a evitar os males provocados pelo esforço repetitivo no ambiente de trabalho

CONSELHOS TEMÁTICOS

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/ Os 11 conselhos temáticos e as duas câmaras setoriais do Sistema Fieg passam por ampla reestruturação para tornar-se mais ágeis e eficientes já a partir de junho

CONJUNTURA ECONÔMICA IEL GOIÁS

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/ Número crescente de empresas passa a adotar sistemas de gestão ambiental como forma de atender a mercados mais exigentes. O IEL Goiás oferece consultoria nesta área às corporações interessadas, como a HP Transportes (foto).

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/ O ex-diretor do Banco Central (BC) e atual economista chefe e sócio do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, disse, em palestra na Casa da Indústria, que a economia brasileira deverá enfrentar ciclo mais ou menos prolongado de baixo crescimento, com retração de 1,5% neste ano


O longo caminho até a

PLATAFORMA MULTIMODAL

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/ Ainda sem data definida, o governo do Estado espera lançar neste ano o edital para a concessão da Plataforma Logística Multimodal de Goiás à iniciativa privada. As obras do aeroporto de cargas estão em fase final, num investimento de R$ 250 milhões

Cleomir Tavares

TERCEIRIZAÇÃO

CAPA

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/ Em meio a polêmicas e discussões acaloradas, o projeto de lei que regulamenta a terceirização avança no Congresso e é visto pela indústria como alternativa para promover a competitividade do setor

ELETRICISTAS DE REDE

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/ A despeito do avanço do desemprego, o mercado de eletricistas de rede continua aquecido em Goiás. Para atender à demanda, Senai Goiás, Sindcel e Cetec investem em cursos de formação e qualificação nesta área

GENTE DA INDÚSTRIA

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/ Os cantores Zezé Di Camargo e Marrone, os atores Giovanna Ewbank e Rômulo Arantes Neto movimentam bastidores de ações de indústrias goianas. Feijoada do Bem e Empresas do Bem mobilizam parcerias pela solidariedade e responsabilidade social. Leia mais na coluna de Renata dos Santos

POLOS INDUSTRIAIS

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/ O estudo Polo Industrial de Aparecida de Goiânia, da Fieg, aponta os principais avanços e gargalos enfrentados pelas empresas instaladas em quatro dos distritos e parques industriais do município

MISSÃO COMERCIAL

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/ Iniciativa da Fieg e CNI levou um grupo de empresários goianos a participar da missão comercial à Feira de Hannover em busca de soluções mais eficientes para o setor energético, com foco específico em energia solar

NOVA SEDE

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/ Sindicatos começam a se instalar na nova sede da Fieg, no Edifício Pedro Alves de Oliveira, o que vai permitir mais integração entre as entidades e fortalecimento da base sindical

GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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SISTEMA INDÚSTRIA

Diretores

SISTEMA FIEG Federação das Indústrias do Estado de Goiás Presidente: Pedro Alves de Oliveira FIEG REGIONAL ANÁPOLIS Presidente: Wilson de Oliveira Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Bairro Jundiaí, CEP 75113-630, Anápolis-GO Fone/Fax (62) 3324-5768 / 3311-5565 E-mail: fieg.regional@sistemafieg.org.br SESI Serviço Social da Indústria Diretor Regional: Pedro Alves de Oliveira Superintendente: Paulo Vargas SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Diretor Regional: Paulo Vargas IEL Instituto Euvaldo Lodi Diretor: Hélio Naves Superintendente: Humberto Oliveira ICQ BRASIL Instituto de Certificação Qualidade Brasil Diretor: Justo O. D’Abreu Cordeiro Superintendente: Dayana Costa Freitas Brito

Sandro Antônio Scodro Mabel Otávio Lage de Siqueira Filho José Nivaldo de Oliveira Jaime Canedo Pedro Silvério Pereira Joaquim Guilherme Barbosa de Souza João Essado Elvis Roberson Pinto Silvio Inácio da Silva Eliton Rodrigues Fernandes Olympio José Abrão Carlos Roberto Viana Luiz Gonzaga de Almeida Luiz Ledra José Antônio Vitti José Luiz Martin Abuli Welington Soares Carrijo Álvaro Otávio Dantas Maia Jair Rizzi Robson Peixoto Braga Edilson Borges de Souza José Divino Arruda Domingos Sávio Gomes de Oliveira Eduardo Cunha Zuppani Mário Renato Guimarães de Azeredo Emílio Carlos Bittar Antônio Benedito dos Santos Leopoldo Moreira Neto Conselho fiscal Célio Eustáquio de Moura Jerry Alexandre de Oliveira Paula Orizomar Araújo Siqueira Conselho de representantes junto à CNI

DIRETORIA DA FIEG (2015-2018) Presidente: Pedro Alves de Oliveira 1º Vice-presidente: Wilson de Oliveira 2º Vice-presidente: Antônio de Sousa Almeida 3º Vice-presidente: Gilberto Martins da Costa 1º Diretor Secretário: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior 2º Diretor Secretário: Heribaldo Egídio 1º Diretor Financeiro: André Luiz Baptista Lins Rocha 2º Diretor Financeiro: Hélio Naves

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Pedro Alves de Oliveira Paulo Afonso Ferreira Conselho de Representantes junto à Fieg Abílio Pereira Soares Júnior Ailton Aires Mesquita Alexandre Araújo Moura Alexandre Baldy de Sant’anna Braga Álvaro Otávio Dantas Maia Antônio Alves de Deus Antônio Benedito dos Santos Bruno Franco Beraldi Coelho Carlos Alberto de Paula Moura Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Carlos Roberto Viana Célio Eustáquio de Moura Daniel Viana Domingos Sávio G. de Oliveira Edilson Borges de Sousa

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Eduardo Cunha Zuppani Eduardo José de Farias Eliton Rodrigues Fernandes Elvis Roberson Pinto Emílio Carlos Bittar Eurípedes Felizardo Nunes Fábio Rassi Flávio Paiva Ferrari Flávio Santana Rassi Francisco Gonzaga Pontes Gilberto Martins da Costa Hélio Naves Heitor de Oliveira Nato Neto Heribaldo Egídio Jaime Canedo Jair Rizzi Jercy Teixeira de Carvalho Júnior Jerry Alexandre de Oliveira Paula João Essado Joaquim Cordeiro de Lima Joaquim Guilherme Barbosa de Souza José Alves Pereira José Antônio Vitti José Divino Arruda José Luiz Martin Abuli José Romualdo Maranhão José Vieira Gomide Júnior Laerte Simão Leopoldo Moreira Neto Luiz Antônio Vessani Luiz Gonzaga de Almeida Luiz Ledra Luiz Rézio Manoel Silvestre Álvares da Silva Marley Antônio Rocha Olympio José Abrão Orizomar Araújo de Siqueira Otávio Lage de Siqueira Filho Paulo Sérgio de Carvalho Castro Pedro Alves de Oliveira Pedro de Souza Cunha Júnior Pedro Silvério Pereira Plínio Boechat Lopes Roberto Elias de Lima Fernandes Robson Peixoto Braga Sandro Antônio Scodro Mabel Sávio Cruvinel Câmara Sílvio Inácio da Silva Ubiratan da Silva Lopes Valdenício Rodrigues de Andrade Wilson de Oliveira

CONSELHOS TEMÁTICOS Conselho Temático de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação Presidente: Heribaldo Egídio Conselho Temático de Meio Ambiente Presidente: Pedro Silvério Pereira Conselho Temático de Infraestrutura Presidente: Célio Eustáquio Conselho Temático de Relações do Trabalho Presidente: Olympio José Abrão Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa Presidente: Jaime Canedo Conselho Temático de Responsabilidade Social Presidente: Antônio de Sousa Almeida Conselho Temático de Agronegócios Presidente: Joaquim Guilherme Barbosa de Souza Conselho Temático de Comércio Exterior e Negócios Internacionais Presidente: Emílio Bittar Conselho Temático Fieg Jovem Presidente: Leandro Almeida Conselho Temático de Desenvolvimento Urbano Presidente: Ilézio Inácio Ferreira Câmara Setorial de Mineração Presidente: Wilson Borges Vice-Presidente: Gilberto Martins da Costa Câmara Setorial da Indústria da Construção Presidente: Sarkis Nabi Curi


EMPREENDEDORISMO

Pequenos negócios são (cada vez mais) notícia Dehovan Lima

O

s pequenos negócios entraram definitivamente na pauta das redações dos veículos de comunicação do País e do Estado, seja rádio, jornal, TV ou web. E não poderia ser diferente, diante do potencial do segmento de micro e pequenas empresas, que hoje somam 95% do total do setor produtivo no País, com fatia de quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB) e mais da metade dos empregos com carteira assinada. O empreendedorismo já atrai 3 em cada 10 pessoas e ter uma empresa é um dos principais sonhos dos brasileiros, atrás apenas da compra da casa própria e de viajar pelo Brasil. Além disso, constitui boa opção de carreira em todas as regiões do País. Os grandes números dos pequenos negócios foram apresentados durante o anúncio dos vencedores da 7ª edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo, etapa estadual Goiás, dia 12 de maio, pelo superintendente, Igor Montenegro, e pela coordenadora do Núcleo de Assessoria de Imprensa e Comunicação Interna do Sebrae Nacional, Andrea Sekeff. A performance do setor levou o presidente da Fieg e do Conselho Deliberativo do

EXPEDIENTE

Presidente da Fieg e do Conselho Deliberativo do Sebrae, Pedro Alves de Oliveira (centro), entrega prêmio a Mariana Martins do Carmo, da TV Anhanguera, vencedora na categoria Telejornalismo

Sebrae-GO, Pedro Alves de Oliveira, a defender uma agenda mais positiva da imprensa no atual momento de crise por que passa o País. “É preciso mostrar também as coisas boas, mostrar um País melhor”, disse. A força do empreendedorismo é evidenciada também no crescimento ano a ano, em todo o País, das inscrições do Prêmio Sebrae de Jornalismo, que reconhece as melhores matérias divulgadas na imprensa brasileira sobre os pequenos negócios. Os vencedores estaduais se destacaram entre 1.302 trabalhos inscritos em todas as regiões brasileiras – em Goiás, houve um salto de 17 peças em 2008 para 60 em 2015. Os ganhadores nacionais receberão premiações no valor

Direção José Eduardo de Andrade Neto Coordenação de jornalismo Geraldo Neto Edição Lauro Veiga Filho e Dehovan Lima

REVISTA DO SISTEMA FEDER AÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS

Reportagem Andelaide Pereira, Célia Oliveira, Daniela

Ribeiro, Edilaine Pazini, Jávier Godinho, Nathalya Toaliari e Janaina Staciarini e Corrêa

total de R$ 90 mil e serão conhecidos no dia 10 de junho, em cerimônia na sede do Sebrae Nacional, em Brasília. 

PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL

95% do total de

27%

52%

40%

empresas no País

das vagas com carteira assinada no País

do PIB

da massa salarial

Fonte: Sebrae

Jorge Del Bianco

Colaboração Welington da Silva Vieira

Capa, ilustrações, diagramação e produção Jorge Del Bianco DC Design Gráfico e Comunicação

Fotografia Alex Malheiros

Impressão Gráfica Kelps

Projeto gráfico

Departamento Comercial (62) 3219-1720

Redação e correspondência Av. Araguaia, nº 1.544,Ed. Albano Franco, Casa da Indústria - Vila Nova CEP 74645-070 - Goiânia-GO Fone (62) 3219-1300 - Fax (62) 3229-2975 Home page: www.sistemafieg.org.br E-mail: ascom@sistemafieg.org.br As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista

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ENTREVISTA | SINVAL ZAIDAN GAMA, PRESIDENTE DA CELG

O grande

desafio da

CELG D

TEMOS A AUTORIZAÇÃO DO “CONSELHO DA EMPRESA E JÁ ESTAMOS FINALIZANDO A CAPTAÇÃO DE R$ 475 MILHÕES POR MEIO DE NOVO ENDIVIDAMENTO, DE EMPRÉSTIMOS”

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Em grandes números, o planejamento estratégico definido pelos acionistas da Celg Distribuição contempla investimentos anuais na casa de R$ 400 milhões pelo menos durante os próximos quatro anos. A meta é colocar a companhia, em 2019, “no topo das melhores empresas do setor no Brasil”, revertendo posição atual negativa no ranking de qualidade, prevê Sinval Zaidan Gama, presidente da Celg D, nesta entrevista à Goiás Industrial.

Goiás Industrial – Qual era a situação da Celg D no início do processo de ajuste e saneamento da empresa e como os senhores veem a empresa neste momento? Sinval Zaidan Gama – O acionista controlador anterior, que era o governo do Estado, já vinha desenvolvendo um planejamento para alcançar a melhoria de desempenho da empresa há uns dois anos aproximadamente. Esse processo esbarrava sempre no grande volume de recursos necessários a fazer face a investimentos, ao custo da operação e à manutenção versus o caixa que a empresa gerava. Isso era um grande desafio para o gestor. Havia necessidade de um grande volume de recursos e a empresa gerava menos recursos do que o necessário. Foi então feita a proposta e assinado o acordo com a Eletrobras para a entrada de mais um sócio na empresa que pudesse fazer os aportes de recursos ou dar garantias para a captação de empréstimos para que a companhia tivesse os recursos necessários para enfrentar esse grande desafio. Quando cheguei à empresa, ela já estava com um novo sócio, os planos já estavam todos bem equacionados e definidos e o meu papel foi começar a operacionalizar esses projetos. Nos primeiros 60 dias desde a minha chegada, fomos ao mercado, captamos recursos, falta uma última tranche que estou fechando agora em maio e vou ter recursos basicamente para atender toda a necessidade da empresa neste ano e possivelmente até o começo do próximo. Goiás Industrial – Quais foram os volumes captados? Zaidan – Temos a autorização do conselho da empresa e já estamos finalizando a captação de R$ 475 milhões por meio de novo endividamento, de empréstimos. Goiás Industrial – Esses empréstimos foram contratados a que instituições?

Zaidan – Há vários agentes do mercado, incluindo o Credit Suisse, Banco Mercantil e outros. Ou seja, normalmente, a empresa encaminha propostas a 20 bancos e escolhe a melhor proposta. Goiás Industrial – E o que prevê o plano de investimentos da empresa? Zaidan – Nós aprovamos um plano de investimento para 2015 e 2016 da ordem de R$ 400 milhões em cada um desses anos. Temos até uma visão desses investimentos para outros anos, mas decidimos limitar esse horizonte até 2016 até para não haver o transbordo de recursos que vão entrar, obras que vamos fazer. Goiás Industrial – O fluxo de caixa hoje já dá suporte a um investimento mais robusto e há ainda a necessidade de medidas adicionais para reforçar a entrada de recursos? Zaidan – Não, o fluxo de caixa ainda não é suficiente para isso. Foi por isso que tivemos de ir ao mercado para captar recursos. Como disse, a Celg D, por necessitar de um volume de recursos significativo, não faz caixa suficiente para fazer frente à necessidade de investimentos. Neste primeiro período, estamos fazendo investimentos com recursos externos, estou contratando dívida no mercado. Com a integração desses investimentos, a empresa terá condições de gerar mais receitas e pagar esses investimentos e, a partir daí, seu fluxo de caixa começa a rodar normalmente. Goiás Industrial – Os empréstimos contratados agora serão suficientes para financiar os investimentos programados no curto prazo? Zaidan – Nós fizemos uma equação, que leva em conta uma série de variáveis. A primeira delas é a seguinte: qual é a minha capacidade de tomar um empréstimo de forma que eu consiga pagá-lo? Você tem de monitorar isso e não se pode tomar R$ 2 bilhões emprestados se não será possível pagar sequer o serviço da dívida. Então, você tem de primeiro calibrar o tamanho do empréstimo e sua capacidade de pagamento. A segunda variável é definir qual a força de trabalho disponível para fazer os investimentos com os recursos que eu tenho. Terceiro: no mercado há disponibilidade de tantos transformadores, tantos quilômetros de cabos. Isso porque, se você colocar uma demanda acima da capacidade de suprimento do mercado, você não realiza o investimento. E o mais importante é como esse investimento vai ser levado em consideração no momento de calcular a tarifa. Eu não posso no futuro dar um tarifaço. Tenho de fazer com que esse processo tenha uma onda permanente de forma a não levar a tarifa a prejudicar o consumidor. Então, R$ 400 milhões é o ponto de equilíbrio, ou seja, é o ponto onde eu tenho capacidade de fazer a obra, tenho pessoal GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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ENTREVISTA | SINVAL ZAIDAN GAMA, PRESIDENTE DA CELG

COM A INTEGRAÇÃO DESSES INVESTIMENTOS, A EMPRESA TERÁ CONDIÇÕES DE GERAR MAIS RECEITAS E PAGAR ESSES INVESTIMENTOS E, A PARTIR DAÍ, SEU FLUXO DE CAIXA COMEÇA A RODAR NORMALMENTE

para executar as obras e para fazer a fiscalização, não vou ter impacto significativo na minha tarifa e vou melhorando, ao longo do tempo, a qualidade do meu atendimento. Certamente, se fizéssemos tudo em um ano, poderíamos melhorar a qualidade em um ano, mas com todas aquelas consequências. Então, fizemos uma “onda” mais suave. Goiás Industrial – Qual a expectativa dos senhores em relação ao ganho de qualidade esperado? Quando ele deverá se concretizar? Zaidan – A expectativa é já neste ano termos uma melhora substancial na qualidade do serviço. No nosso plano, em 2019 a Celg D vai estar no topo das melhores empresas do Brasil. Nós fizemos o planejamento, captamos recursos, estamos executando os projetos, motivando as pessoas para fazer as obras para que em 2019 tenhamos condições de concorrer com as melhores empresas do País. Goiás Industrial – Isso estaria de acordo com a empresa de referência definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)? Zaidan – A Aneel exige que as empresas do setor elétrico tenham desempenho e qualidade de acordo com essa empresa de referência, que é padrão mundial. Ainda estamos longe e estamos desenvolvendo nosso planejamento para estarmos de acordo com as exigências da Aneel, o que nos colocará entre as melhores do País em 2019, como disse, melhorando já muito no primeiro ano, no segundo, no terceiro. Isso significa melhor atendimento ao cliente, tensão na melhor qualidade, desligamentos menores, consumidor mais satisfeito, com nível de endividamento bem menor, que me permita distribuir dividendos para os acionistas, que permita modernizar o serviço de forma a facilitar a vida dos consumidores. 10

// GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015

Goiás Industrial – Na injeção de recursos ocorrida ao longo do processo de saneamento, com a volta do patrimônio líquido positivo, houve algum avanço na capacidade de levantar recursos no mercado a custos mais razoáveis? Zaidan – Ajudou muito. Mas aí foi aplicado o mesmo procedimento que vale para o que estou fazendo agora. Naquela ocasião, foi analisado qual era o aporte de capital possível e o acionista na época calibrou o volume de recursos conforme aqueles critérios que comentei lá atrás. Isso trouxe uma melhora substancial nas contas da empresa, mas ainda não havia sido suficiente para realizar o plano de investimentos que a empresa precisa. Por isso tivemos de ir ao mercado para captar aqueles recursos adicionais. Mas se aquele aporte não tivesse ocorrido naquela ocasião, ninguém no mercado sequer ouviria a empresa. Quando você vai pedir um aporte, a instituição examina sua saúde, seus números, sua capacidade de pagamento. Não tivesse ocorrido aquela etapa importantíssima e decisiva naquela ocasião, não teríamos tido sucesso na captação que fizemos agora. Goiás Industrial – Quais foram as condições fixadas para esse empréstimo mais recente? Zaidan – Essa captação ocorreu a preços de mercado. Por uma questão de estratégia empresarial, nem é bom detalhar essas condições, mas foi a juros de mercado. No futuro, com a renovação da concessão, teremos condições de fazer o realinhamento dessa dívida. Hoje, temos a expectativa de a concessão terminar agora em julho. Quando conseguirmos a nova concessão, dizendo que a empresa terá mais 30 anos, eu poderei então alongar minha dívida. Goiás Industrial – O vencimento da dívida está condicionado à renovação da concessão?


Zaidan – Não. Conseguimos valores de mercado para o empréstimo porque não tínhamos ainda a certeza de que iria ter a renovação. Quando isso ocorrer, vamos procurar realinhar essa dívida e poderemos fazer um alongamento até em 30 anos porque terei uma garantia de que terei receitas durante todo esse período. Goiás Industrial – E qual a expectativa em relação à possibilidade de renovação da concessão da distribuidora? Zaidan – Acho que vamos renovar. Só poderemos ter certeza, claro, no dia em que o governo nos apresentar o contrato (de renovação) e nós assinarmos. Agora, estou bastante entusiasmado com essa possibilidade. Já fomos à Aneel para apresentar nosso programa de investimentos e nossas metas, incluindo a captação realizada. Mostramos que teremos condições de melhorar a saúde financeira da empresa desde que ocorra a renovação dessa concessão. Acho que nosso projeto foi muito bem aceito pela Aneel. Estamos com a expectativa de que nos próximos dias sejamos chamados a assinar o novo contrato. Goiás Industrial – A renovação e o projeto de privatização da Celg D estão, de certa forma, interligados. Como isso vai funcionar? Zaidan – Há uma interligação sim. Ou seja, quando entrou o novo acionista, no acordo feito com o acionista anterior, que era único, as duas partes tomaram a decisão que iriam vender parcial ou totalmente a participação deles na sociedade, dependendo do apetite do mercado. Ficou acertado ainda que esse processo somente seria colocado em andamento com a renovação da concessão assinada. Esses processos caminham em paralelo. Acho que o edital de desalienação vai ser feito logo depois da assinatura do contrato de concessão, que é uma garantia.

Goiás Industrial – Já se tem uma ideia de qual será a modelagem dessa privatização? Zaidan – Não, não temos. Na resolução do Conselho Nacional de Desestatização que recomenda à presidente da República a inclusão da empresa no Programa Nacional de Desestatização (PND), foram sugeridos dois itens. Quando a presidente assinou o decreto, ela acatou a sugestão desses dois itens, que são colocar o Ministério de Minas e Energia como gestor do processo e delegar ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a operacionalização da desestatização. Com a assinatura do decreto, é agora que o BNDES vai definir cada uma das etapas do processo e avaliar qual o tempo necessário para o cumprimento de cada etapa. Depois disso, deverão ser divulgados os procedimentos necessários e os prazos. Então só poderemos ter alguma expectativa quando o BNDES publicar esse cronograma. Goiás Industrial – É possível antecipar quais poderão ser essas etapas? Zaidan – Como disse, o BNDES é quem vai definir. A primeira etapa pode ser a apresentação de todos os dados da empresa, num prazo de 10, 15, 20 dias. Vai depender do que for definido. O segundo passo poderá ser a apresentação de uma avaliação jurídica. Não são só esses passos e nem se esses estarão previstos. Com as informações em mãos, o BNDES vai definir uma modelagem para a privatização e apresentar ao acionista para discussão. Depois disso, terá de ser elaborado e publicado o edital de privatização, que definirá qual o modelo estabelecido. Goiás Industrial – Ao longo desse processo é que se definirá o porcentual das ações que vai ser colocado à venda ou vocês já têm isso decidido?

ACHO QUE O EDITAL DE DESALIENAÇÃO (DA CELG D) VAI SER FEITO LOGO DEPOIS DA ASSINATURA DO CONTRATO DE CONCESSÃO, QUE É UMA GARANTIA

GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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ENTREVISTA | SINVAL ZAIDAN GAMA, PRESIDENTE DA CELG

A EXPECTATIVA É JÁ NESTE ANO TERMOS UMA MELHORA SUBSTANCIAL NA QUALIDADE DO SERVIÇO. NO NOSSO PLANO, EM 2019 A CELG D VAI ESTAR NO TOPO DAS MELHORES EMPRESAS DO BRASIL

Zaidan – No contrato assinado entre CelgPar e Eletrobras, está prevista a venda de 100% do negócio ou 49% das ações, considerando-se valores de hoje. O contrato estabelece que os dois acionistas vão ser sempre minoritários (após a privatização). Alguém terá no mínimo 51% da sociedade. Então, os acionistas atuais poderão ter entre 49% das ações a zero. Vai depender do modelo e do apetite que eles tenham para vender e outros para comprar. Goiás Industrial – Até que todo esse processo se cumpra, obviamente, a Celg D vai continuar operando e precisará de um planejamento, até para manter sua operação e realizar investimentos. O que está definido como planejamento para esse período até a venda? Zaidan – Veja bem, quando começamos a conversar, eu disse que quando cheguei aqui encontrei todas as peças de planejamento concluídas e muito bem-feitas. A Celg D tem um plano, com planejamento estratégico, com visão, missão, valores, objetivos, metas. A Celg D desenhou um plano de negócios, definindo como vai gerenciar sua operação, se vai centralizar ou descentralizar decisões, se vai modernizar primeiro para expandir depois. Enfim, a empresa tem um plano de negócios. Agora, mais fortemente, fizemos esse plano de curto prazo que define como se chegar nessa empresa de referência, nessa empresa modelo, para nos colocarmos entre as melhores empresas do Brasil. Todos nós da empresa já temos claramente quais são as ações, as metas, os indicadores a alcançar. E a curtíssimo prazo nós vamos desdobrar isso até o final da linha. Quando você chegar numa agência de Minaçu, você já sabe quanto terá de arrecadar por mês, quantos desligamentos serão aceitos a cada dois meses, por exemplo, e o tempo desse desligamento. Isso é o que se chama de desdobramento de metas e é o que estamos fazendo. E vamos continuar fazendo independentemente de quem seja o acionista controlador. 12

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Se o próximo controlador chegar e acreditar nesse plano, ele continuará sendo executado. Já passei por várias empresas que foram desestatizadas e em grande parte delas os planos continuaram os mesmos. Nem teve soluço. Goiás Industrial – Esse investimento médio de R$ 400 milhões ao ano tende a se prolongar para além de 2016? É essa a meta? Zaidan – Estamos falando de ordem de R$ 400 milhões. No setor elétrico, está previsto alguma coisa como R$ 300 milhões e outros R$ 100 milhões em modernização, veículos, transporte, infraestrutura, alongamento de dívida. Ou seja, temos a determinação de que esses R$ 400 milhões deverão ser mantidos pelos menos nos próximos quatro anos. Pode ser, e aí é uma especulação, que chegue um novo acionista e decida injetar capital logo no primeiro ano, antecipando investimentos, colocando a empresa mais rapidamente dentro da empresa de referência. Goiás Industrial – Diante da experiência anterior em outros processos de desestatização, dentro mesmo da Eletrobras, quanto tempo seria necessário para colocar o edital de privatização na rua? Zaidan – Para ser honesto, não há como prever. Mas no caso de uma empresa agora sob controle federal, há etapas que, em outros setores, não seriam necessárias. Por exemplo, o edital tem de ser submetido ao TCU (Tribunal de Contas da União), que vai analisar os termos do processo e sua adequação. Goiás Industrial – Voltando ao curtíssimo prazo, neste ano o governo decidiu reintroduzir a realidade tarifária no setor elétrico. O que se desenha para a conta de resultados da empresa em função da mudança na política de reajuste de tarifas? Zaidan – Os resultados da empresa recebem a influência


das tarifas, é verdade. Mas têm a influência de um outro conjunto de fatores. Por exemplo, do nível de endividamento. Como a empresa está se endividando, seu resultado vai piorar, não tenha dúvida. Toda as vezes em que você contrata uma dívida, você piora o resultado porque vai pagar o principal e o serviço da dívida. Para que possamos fazer esse investimento, tivemos de nos endividar e no momento em que se contratou essa dívida, o resultado final vai piorar. No momento em que há um aumento da tarifa da energia que a empresa compra e há um descasamento em relação ao valor de venda dessa energia, e há um descasamento, porque a empresa compra em um mês, fatura e recebe em 30 dias, com um intervalo de uns 45 dias, então ela vai pagar bem mais caro do que pagava antes e só receberá uns 45 dias depois. Esse gap já dá um prejuízo enorme para as empresas distribuidoras. E tem parcela que você nem recebe do consumidor, mas recebe dos organismos federais via Conta de Desenvolvimento Econômico (CDE) e etc. Há contas dentro do CDE que serão pagas somente em 14 ou 40 meses. Então, economicamente você não tem problema, mas financeiramente você tem um impacto muito grande. Nós apresentamos ao conselho (de administração) todos esses dados, mostrando que haverá um piora no resultado no final do ano. E o conselho

tomou a decisão de fazer o investimento porque isso vai fazer com que a empresa apresente melhora nos outros anos. O balanço que vamos apresentar no próximo ano vai trazer resultados piores do que neste ano, mas vamos colocar uma nota detalhando a expectativa dos próximos anos. Goiás Industrial – O sr. diria que o consumidor goiano e a indústria do Estado podem esperar com otimismo a expectativa de melhoria da empresa? Zaidan – Os atuais acionistas me deram ordem, me deram o comando: você tem de melhorar o atendimento ao consumidor do Estado de Goiás, indústria, comércio, consumidor residencial. Esse é o meu grande desafio. A grande questão, resumindo tudo que eu disse, é qual é a curva possível para se fazer isso. Não consigo trazer o número 10 para o 2 que eu queira em um ano. Vou sair de 10 para 7, para 5, para 4, 3 porque é assim que funciona uma empresa de infraestrutura. Temos de trabalhar a médio e longo prazo. Então eu digo o seguinte: Federação das Indústrias do Estado de Goiás, vocês vão ter uma empresa com muito melhor qualidade de atendimento, de saúde, de investimento do que tiveram até hoje, porque os acionistas tomaram essa decisão. 

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IEL

GESTÃO AMBIENTAL

FAZ PARTE DO NEGÓCIO

Eficiência no uso dos recursos naturais, redução de desperdício, processos renovados e lucratividade são resultados do Sistema de Gestão Ambiental. Consultoria do IEL orienta empresas Célia Oliveira

M

udança de cultura e de visão de processos, baixo impacto ambiental, consciência e engenharia verdes, sustentabilidade, aumento de credibilidade. Conceitos ligados à preservação dos recursos naturais estão cada vez mais presentes em uma agenda empresarial que considera o meio ambiente parte dos negócios e, no mundo contemporâneo, têm se mostrado lucrativos para as organizações e, também, para o consumidor. “Cada vez mais, empresas vêm implantando seus Sistemas de Gestão Ambiental (SGA). Algumas por razões ideológicas e culturais, outras impactadas por mercados consumidores mais exigentes”, ressalta Angélica Sant´Anna Almeida, consultora do Instituto Euvaldo Lodi (IEL Goiás), entidade do Sistema Fieg que oferece consultoria a empresas interessadas no assunto. Segundo ela, a organização que busca o SGA demonstra preocupação com o meio ambiente e reconhece que a atividade desenvolvida provoca impactos. Contudo, com o sistema, passa a gerir melhor os resíduos, a usar de

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forma estratégica os bens materiais, a evitar o desperdício e a economizar os recursos. “A gestão ambiental é alternativa real e cada vez mais utilizada por empresas de todo o mundo, seja levadas por pressão ou de forma voluntária, para melhorar e controlar suas atividades.” No Brasil, acrescenta Angélica, a adoção do SGA em conformidade com a NBR ISO 14001, avança continuamente, indicando amadurecimento das questões ambientais empresariais rumo a uma gestão sustentável, que abrange a diretoria, funcionários e fornecedores de determinado segmento.

OS PROJETOS E AÇÕES QUE VALORIZAM O MEIO AMBIENTE SE TORNARAM PROMISSORES E CONTRIBUTIVOS PARA UMA SIGNIFICATIVA REDUÇÃO DE IMPACTOS OU MESMO A REVERSÃO DE DÉCADAS DE FALHAS AMBIENTAIS” ANGÉLICA SANT´ANNA ALMEIDA, consultora do IEL Goiás


Ação pioneira e voluntária Diante da expectativa de que o SGA auxiliasse na obtenção de melhores resultados, a empresa goiana HP Transportes Coletivos implantou de forma voluntária, há sete anos, o sistema, a partir do princípio de melhoria contínua. “A HP Transportes, de forma pioneira no setor de transporte público, implantou e certificou seu sistema, por reconhecer a importância da preservação e recuperação do meio ambiente, em prol de maior qualidade de vida das pessoas”, afirma o gerente de Saúde, Meio Ambiente e Segurança, Cristiano Leão. De acordo com ele, quando a empresa decidiu por ter processos ambientalmente corretos estava preocupada com o presente e com as gerações futuras. “A alta direção acredita que atuar de forma sustentável é fundamental para a permanência no mercado e, para tanto, estabelece diretrizes para garantir que as ações de cunho ambiental sejam priorizadas.” Um exemplo dessas ações é o Pro-

Cristiano Leão, da HP

Transportes: “Não se deve tratar a qualidade ambiental de forma segregada”

grama de Incentivo ao Motorista (Primo), o qual permitiu à empresa identificar pontos de melhorias para minimizar os impactos, reduzir a geração de resíduos e pensar na reciclagem. “Todos os resíduos passíveis de reciclagem são destinados para empresas qualificadas em reaproveitamento, assim, 100% dos resíduos gerados são destinados corretamente”, afirma Leão. Segundo o gerente, as principais

vantagens do SGA para a HP Transportes foram o aumento da conformidade legal, mitigando o risco de penalidades e da geração de passivos ambientais, e a melhoria da imagem da empresa perante à sociedade e aos clientes. Para a empresa, o SGA foi o meio encontrado para contar com colaboradores mais conscientes da importância da preservação e do cuidado ambiental e para sistematizar práticas de gestão.

EMISSÕES COM O PROGRAMA DE INCENTIVO AO MOTORISTA, A HP TRANSPORTES DEIXOU DE EMITIR 108 TONELADAS DE CO2 (DIÓXIDO DE CARBONO) NA ATMOSFERA NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS

RECICLAGEM A EMPRESA POSSUI UM RECICLADOR DE ÁGUA, EM CADA UMA DE SUAS GARAGENS, QUE PERMITE TRATAR 175 MIL LITROS DE ÁGUA DE POR DIA, UTILIZADOS NA LAVAGEM EXTERNA DOS CARROS

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IEL organização está tomando uma decisão focada na sustentabilidade, pois não adianta usufruir dos recursos que o meio proporciona sem que nada seja retornado ao meio”. Considerando o cenário ambiental no mundo, que exige, de forma geral, economia de energia, de água, destinação correta do lixo, dos resíduos, entre outros aspectos, a Toctao acredita que tal realidade é compromisso proativo e voluntário de cada empresa para que a gestão ambiental funcione. “É necessário que as empresas passem a trabalhar com ética e não apenas porque são fiscalizadas”, afirma Cinthia Peixoto. 

Cinthia Martins Peixoto, da

Toctao: “Adotar um Sistema de Gestão Ambiental e realmente fazer com que seja eficiente e eficaz depende da atitude que a empresa escolhe ter”

Um olhar ampliado Em 2010, a Toctao Engenharia decidiu implantar o Sistema de Gestão Ambiental, ao verificar a necessidade de aprimorar procedimentos e ter um diferencial no mercado e conseguir redução do desperdício de materiais, principal vantagem administrativa, segundo explica a coordenadora de Meio Ambiente da empresa, Cinthia Martins dos Santos Peixoto. Como benefícios ao meio ambiente, ela cita o controle da poluição, a redução de geração de resíduos e o descarte correto. Com o SGA, a Toctao Engenharia considera que não há como falar em qualidade sem ter em pauta aspectos ambientais. “Todos os procedimentos são sistematizados e as informações, analisadas criticamente”. O desenvolvimento de projetos ecologicamente corretos ou a realização de ações de conscientização junto a públicos diversos pauta a atuação da empresa, que, avalia seus empreendimentos em todas as fases – antes do início, durante a construção e depois de finalizados. “A sustentabilidade é um dos princípios básicos da Toctao Engenharia e este con-

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ceito está ligado às questões ambientais”, enfatiza a coordenadora. Essa visão, retoma a consultora do IEL Goiás Angélica Sant´Anna Almeida, demonstra que a empresa integra a questão ambiental ao seu planejamento estratégico e isso emana da decisão da alta direção e, “portanto, significa que a

SERVIÇO

Sistema de Gestão Ambiental As empresas interessadas em implantar o SGA podem buscar consultoria no IEL Goiás pelo telefone (62) 3219-1430, em Goiânia.

O TRATAMENTO A TOCTAO ENGENHARIA POSSUÍA APENAS O PROGRAMA PERMANENTE DE COLETA SELETIVA. AGORA, HOUVE MUDANÇAS PROFUNDAS NA GESTÃO, INCLUINDO OUTROS ASPECTOS, COMO O CONSUMO DE ÁGUA, ENERGIA, CONTROLE DE RUÍDOS, DA POEIRA E DE PRAGAS URBANAS.

CANTEIRO ECOLÓGICO UMA DAS AÇÕES DA GESTÃO DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL DA TOCTAO FOI DESENVOLVIDA PARA OTIMIZAR O USO DE RECURSOS NATURAIS, REDUZIR O DESPERDÍCIO DE MATERIAIS E MELHORAR A ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA DOS CANTEIROS DE OBRAS


SENAI | CONSULTORIA

IMPULSO

AO POLO DE MODA ÍNTIMA Núcleo de Design e Moda da Faculdade de Tecnologia Senai Ítalo Bologna e Sebrae contribuem para modernizar o setor em Taquaral, além de reposicionar marcas no mercado

A empresária acrescenta que, depois da assessoria, conseguiu criar produtos diferenciados que a ajudaram a enfrentar a atual recessão econômica. “A crise não abalou nosso negócio, mas, sem a ajuda do Senai, estaríamos fora do mercado. Hoje, posso dizer que alcançamos patamar mais elevado de atuação”, avalia.

Andelaide Lima

C

onhecido por abrigar um polo de moda íntima em franca expansão, o município de Taquaral de Goiás, na região central do Estado, conta com 120 confecções e 60 lojas de lingerie, que geram cerca de 800 postos de trabalho na cidade, de apenas 4 mil habitantes. Com produção de 250 mil peças por mês e lucro de R$ 28 milhões ao ano, a atividade ganha cada vez mais identidade e conta, para isso, com a realização de consultoria pelo Núcleo de Design e Moda da Faculdade de Tecnologia Senai Ítalo Bologna, de Goiânia. Desenvolvido em parceria com o Sebrae, por meio de ação móvel, o trabalho ajuda as indústrias a organizar e modernizar seus processos produtivos, além de recolocar marcas no mercado. “Antes da consultoria, apenas copiava os modelos que achava bonitos. Agora já identificamos o perfil do nosso consumidor e o resultado é que minhas peças não ficam mais estocadas, não precisamos fazer promoções para vender mercadoria parada”, conta Jiuliana Vilas Boas, proprietária da Glamur Moda Íntima, uma das oito empresas que participaram da iniciativa. Animada com o sucesso da recém-lançada coleção outono-inverno, Maria Estela Santos, da D’Ster, diz que a consultoria ajudou a fidelizar seu cliente. “O consumidor já identifica a marca e cada coleção supera a anterior em número de vendas. Na última, antes do lançamento, já havia comercializado 2.500 peças.”

Maria Estela Santos:

“O consumidor já identifica a marca e cada coleção supera a anterior em número de vendas”

Jiuliana Vilas Boas:

“Já identificamos o perfil do nosso consumidor e o resultado é que minhas peças não ficam mais estocadas” GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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SENAI | CONSULTORIA Jucielly e Jeanny Rosa Gontijo: as irmãs conseguiram definir um rumo para o negócio e montar coleções com maior valor agregado

Valorização do produto

Proprietário da DeVillas Lingerie, Para as irmãs Jucielly e Jeanny Rosa uma das primeiras confecções instaladas Gontijo, sócias-proprietárias da Rosa em Taquaral, Renato Silveira Vilas Boas Pink, a iniciativa mostrou a elas qual mantém parceria antiga com o Senai para caminho seguir. “Estávamos perdidas, realização de consultorias. “Investimos não sabíamos como montar coleções, em pesquisas para consolidar a marca, calcular preço de custo e nem pesquisar que evoluiu muito. Com o trabalho, contendências. Agora nossos produtos têm seguimos sobressair em um mercado maior valor agregado, estamos mais focada vez mais competitivo, produzindo peças diferenciadas e de melhor qualidacadas e preparadas”, diz Jeanny. No mercado de lingerie há 13 anos, de. Por isso, estamos sempre renovando a empresária Danúbia Daniela da Cosa parceria com o Senai”, diz. ta Sousa, da Aquarella Moda Íntima, se prepara para expandir os negócios com a construção de nova loja, prevista para inaugurar em maio. “A produção cresceu muito nos últimos anos e a consultoria nos trouxe muitos benefícios, com a valorização das nossas peças. Estamos nos preparando para o lançamento da segunda coleção”, adianta. Danúbia Daniela da Costa Sousa: “A produção cresceu muito nos últimos anos e a consultoria nos trouxe muitos benefícios”

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Pesquisa de tendências A designer Marlúcia Aparecida dos Santos, da Fatec Senai Ítalo Bologna, explica que a consultoria teve como foco dar subsídios teóricos e práticos aos empresários que também atuam como designer. “Foram seis meses de trabalho intenso, em que pesquisamos as tendências da estação, realizamos planejamento e desenvolvimento de coleção e campanhas. O intuito da consultoria era fazer com que as marcas percebessem qual a linguagem de moda para seu público-alvo, criando assim uma identidade para o produto.” Além das assessorias técnicas, o Senai ministra vários cursos no núcleo de formação profissional de Taquaral, inaugurado em 2013, para atender à alta demanda do polo. Para o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário (Sinvest), José Divino Arruda, o trabalho realizado pelo Senai tem importância fundamental para os empresários da indústria de moda​. “Principalmente na organização de seus processos produtivos, no acompanhamento da qualidade e desenvolvimento de novas coleções com design diferenciado e valor agregado nas peças produzidas. O resultado logo aparece com aumento da produção e vendas, além de fortalecer a marca”, ressalta. 

José Divino Arruda: apoio do Senai para o

desenvolvimento de novas coleções com design diferenciado, maior valor agregado e qualidade


SENAI

UNIDADES MÓVEIS

QUALIFICAÇÃO

ITINERANTE Novos investimentos em unidades móveis vão ampliar e dinamizar as atividades de educação profissional oferecidas à indústria em todo o Estado Andelaide Lima

D

entro do projeto de expansão de sua rede de ensino, o Senai Goiás recebeu em março nova unidade móvel na área de manutenção de máquinas agrícolas, destinada a atender à demanda das indústrias do setor por profissionais qualificados. Trata-se da última das quatro unidades móveis adquiridas recentemente pelo Senai Goiás para suprir necessidades diversificadas de empresas instaladas em diferentes polos industrias do Estado. Os demais contêineres autotransportáveis são nas áreas de panificação, solda e manutenção industrial. A iniciativa faz parte do Programa Senai de Apoio à Competitividade, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A carreta de manutenção de máquinas agrícolas conta com um trator New Holland T7.240, modelo de última geração, além de equipamentos e painéis que permitem a realização de cerca de 30 cursos nas áreas de hidráulica,

Jayne Souza e Aparecida Pereira:

únicas mulheres na turma, ambas têm planos de seguir carreira na área de mecânica em Goianésia

suspensão, eletrônica, motorização, arrefecimento, embreagem, ar-condicionado e câmbio/diferencial. Durante seis meses, a nova unidade móvel ficará instalada no pátio da prefeitura de Goianésia, na Região Centro Goiano, desenvolvendo programação específica para funcionários da Usina Jalles Machado e para a comunidade. No local, há outra unidade móvel, de mecânica diesel, em que são realizados vários cursos de qualificação profissional, por meio de parceria entre a secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico e Social, o Senai e a Jalles Machado. “Todos ganham com essa soma de esforços: a empresa que passa a ter mão de obra qualificada; as pessoas que têm oportunidade de crescer, melhorar sua qualificação e, consequentemente, sua renda, além da cidade, que também se desenvolve”, disse o diretor-presidente da Jalles Machado, Otávio Laje de Siqueira Filho, durante abertura oficial das atividades, realizada no dia 14 de abril.

Qualidade de vida Secretário de Desenvolvimento Econômico e Social do município, João Pedro Braollos comemorou a presença das unidades móveis. “Conseguimos trazer duas unidades móveis do Senai que estão ministrando cursos voltados à GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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SENAI | UNIDADES MÓVEIS

Jorge Quirino, Ivone Moreyra e Otávio Laje, da Jalles Machado: unidades móveis atendem demanda do setor sucroalcooleiro

área sucroalcooleira, uma das principais atividades econômicas da região.” Diretora de Educação e Tecnologia do Sesi Senai Goiás, Ivone Moreyra também ressaltou a importância da parceria para o desenvolvimento socioeconômico do município. “Quando o poder público e a iniciativa privada dão as mãos, quem ganha é a comunidade. O Senai está aqui para atender às demandas da indústria e contribuir com o crescimento do setor produtivo e isso passa pelas pessoas. Por meio da qualificação, elas conseguem uma colocação profissional que lhes proporciona mais qualidade de vida.” Também participaram do evento o vice-prefeito de Goianésia, Robson Tavares, o gerente de Educação Profissional do Senai, Jorge Quirino, e o diretor da Unidade Sesi Senai Barro Alto e do Núcleo Sesi Senai Goianésia, Washington Chaves.

“O mercado está cada dia mais competitivo e a empresa tem incentivado aqueles que buscam melhorar sua capacitação. Meu objetivo é ser promovido”, planeja. Aprendiz na Jalles Machado, Adriano Alves sonha ser engenheiro mecânico e acredita que o curso é o primeiro passo para a graduação. “Além de conquistar uma profissão, vou conhecer mais sobre a área em que pretendo me formar.” Também aprendiz na usina, Augusto

dos Reis atua na oficina mecânica da empresa e conta que as aulas estão ajudando na execução de suas atividades. “No curso aprendi muitas coisas que ainda não sabia, estou me dedicando ao máximo para ser efetivado”, diz. Únicas mulheres na turma de 18 alunos do curso de mecânica de bombas hidráulicas, desenvolvido na unidade móvel de mecânica diesel, as amigas Jayne Souza e Aparecida Pereira buscaram a qualificação por curiosidade, mas acabaram gostando da área. “As aulas são ótimas porque envolve atividades práticas, nem sentimos o tempo passar, não imaginei que fosse me interessar tanto por um curso. Trabalho como garçonete à noite, mas pretendo seguir carreira na área de mecânica, um setor que oferece muitas oportunidades de emprego em Goianésia”, observa Jayne. Além das atividades realizadas pelas unidades móveis, Goianésia conta também com um Núcleo Integrado Sesi Senai. Fruto de parceria entre o Sistema Fieg, a Jalles Machado e a prefeitura, o núcleo foi inaugurado em 2013 para atender às necessidades de mão de obra qualificada do município e da região. 

Ensino sobre rodas Operador de colhedora, Andreano Eugênio da Silva trabalha há três anos na Jales Machado e integra a turma matutina do curso de mecânica de máquinas agrícolas. Para ele, a qualificação é uma oportunidade de ascensão profissional. 20

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Alunos do curso de mecânica de máquinas agrícolas em Goianésia: formação assegurada por unidades móveis e pelo Núcleo Integrado Sesi Senai


SESI

Hora de combater doenças no trabalho: programa desenvolvido pelo Sesi Goiás em aplicação na Di Paula Confecções

SEGURANÇA, SAÚDE E LUCROS

Empresas obtêm ganhos corporativos e até maior retorno ao investir em segurança e saúde no trabalho, além de cumprir exigências legais relacionadas à prevenção de doenças ocupacionais Edilaine Pazini

P

ara auxiliar indústrias a desenvolver ações para a adequação do ambiente de trabalho, prevenindo doenças ocupacionais, como os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORTs) e Lesões por Esforço Repetitivo (LER), o Serviço Social da Indústria (Sesi Goiás) oferece a Consultoria em Ergonomia, um dos programas do diversificado portfólio da instituição em segurança e saúde no trabalho (SST). A ergonomia auxilia no bem-estar e conforto no ambiente laboral e

Leidiane Damaceno:

“A empresa continua em amplo crescimento, nas diversas marcas do grupo, e o Sesi está acompanhando esse

na vida dos trabalhadores, com reflexo na queda dos índices dessas enfermidades e em maior produtividade, além de garantir que a empresa esteja em dia com a legislação. Indústria do vestuário de Goiânia, a Di Paula Confecções estreou o serviço do Sesi Goiás e contabiliza resultados positivos como treinamentos e conscientização dos colaboradores sobre postura correta, ações educativas, implantação de ginástica laboral e adaptação física dos postos de trabalho. A gerente de Recursos Humanos da empresa, Leidiane Damaceno, afirma que havia procurado em vão empresas para executar o serviço na Di Paula. “Já somos parceiros do Sesi há quase 10 anos, com a execução da EJA, Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Programa de Prevenção de GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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SESI Riscos Ambientais (PPRA), Ginástica Laboral, cursos de Educação Continuada, consultórios móveis, palestras e teatros. Temos confiança no serviço prestado e nos profissionais de qualidade que o Sesi oferece. Então, quando soube desse novo serviço em ergonomia, firmamos a parceria”, ressaltou. “A empresa continua em amplo crescimento, nas diversas marcas do grupo, e o Sesi está acompanhando esse crescimento. Prova disso é que nas oficinas que prestam serviços para a Di Paula já existe também a ginástica laboral e os colaboradores já sentem o diferencial na empresa por terem esse serviço”, acrescenta Leidiane.

Diagnóstico envolve trabalhadores A Consultoria em Ergonomia pode ser contratada, entre os serviços do Sesi, por qualquer indústria que se interesse em prevenir males comuns ao ambiente de trabalho, que reduzem a produtividade, geram afastamentos prolongados e deixam as empresas em situação de fragilidade perante eventuais ações trabalhistas. Na Di Paula Confecções, durante a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), os trabalhadores responderam questões e as maiores queixas apontadas foram dores nas pernas, nos ombros e na coluna. Auxiliar administrativo na empresa, Anderson Silva, de 22 anos, já sente os benefícios da ergonomia. Há um ano e sete meses na empresa, ele foi auxiliar de costura e realizou trabalhos em pé, o que resultava em dores nas pernas e na coluna. “Descobri que até o jeito que eu dividia o peso do corpo era inadequado”, conta. Após algumas reuniões com a equipe que compõem o Coergo (Comitê de Ergonomia, criado dentro da empresa), Anderson melhorou sua postura, além de fazer pausas para alon22

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Patrícia Maria de Assis:

“Sabemos da importância que cada colaborador tem para o resultado final, ou seja, somos parte da empresa”

gamentos, que colaboram com o relaxamento dos músculos. “Parei de fazer academia por falta de tempo e a ginástica aqui da empresa passou a ser uma das minhas únicas formas de me exercitar.” Auxiliar administrativa no departamento financeiro da empresa, Patrícia Maria de Assis, de 23 anos, compartilha a opinião do colega. “Poucas empresas hoje no mercado se preocupam com nosso bem-estar físico e mental, e se torna gratificante estar em uma indústria que investe na nossa qualidade de vida. A gente que vem de outra empresa percebe a diferença. Sabemos da importância que cada colaborador tem para o resultado final, ou seja, somos parte da empresa.”

Fiscalização é rigorosa Postura inadequada, adquirida principalmente por um posto de trabalho mal dimensionado, e movimentos repetitivos estão entre os fatores que mais contribuem para o aparecimento de doenças ocupacionais, como a LER (Lesões por Esforço Repetitivo). Não por acaso, esses vilões do setor produtivo são alvo da Norma Regulamentadora 17 (NR-17), do Ministério do Trabalho

Thiago Vilela Lemos: “A ação sobre a

causalidade é prioritária, sendo os fatores ergonômicos inadequados, em vários casos, a causa das lesões”

e Emprego, cujo cumprimento é exigido das empresas, independentemente do ramo de atuação. Editada originalmente no início da década de 90, essa NR trata sobre as condições ergonômicas das atividades do trabalhador. Para o fisioterapeuta e doutor em ciências e tecnologias em saúde pela UnB Thiago Vilela Lemos, quem mais ganha


com o investimento ergonômico do ambiente é a própria empresa, pois um trabalhador acometido por algum problema ocupacional, além de apresentar ausência do ambiente de trabalho devido ao tratamento, pode futuramente buscar direitos caso a empresa tenha negligenciado esse cuidado. Segundo o especialista, atualmente, grande parte dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORTs) estão diretamente relacionadas à má adequação entre o ambiente e o trabalhador. “Dessa forma, o simples ato de tratar essas lesões não é suficiente pois o ponto essencial do fator de risco não é atingido. Por isso, muito trabalhadores são tratados e voltam a apresentar recidivas no futuro. A ação sobre a causalidade é prioritária, sendo os fatores ergonômicos inadequados, em vários casos, a causa das lesões”, explica. Por isso, Vilela ressalta ainda que a adequação ergonômica não deve partir somente do empregador, mas também do empregado, em processo desenvolvido de forma conjunta. “É importante ambos saberem que o final desse processo só vem beneficiar ambas as partes, trazendo maior saúde no ambiente de trabalho, mais motivação e, consequentemente, maior produtividade”, afirma. O especialista frisa que a boa postura das pessoas não é determinada apenas pelo ambiente ergonomicamente adequado, mas também em casa, na rua, no lazer, nas atividades físicas ou esportivas e até mesmo ao dormir. De acordo com ele, muitas empresas gastam milhares de reais com mobiliário ergonômico, mas todo o investimento pode ser em vão se o empregado não souber como fazer esse ajuste ou adequação ou não ter a consciência do que seria uma boa postura. “É essencial um envolvimento por parte do funcionário nesse processo, desde a compreensão dos ajustes dos mobiliários até a manutenção da postura adequada durante a jornada de trabalho.

Ganhos para a empresa e o trabalhador Além de gerar melhoria na qualidade de vida do trabalhador, prevenindo doenças e evitando seu afastamento, promovendo maior produtividade para a indústria, o investimento em saúde e segurança no trabalho significa retorno em lucro financeiro. Empresas que promovem ações voltadas para oferecer ambiente saudável e seguro não apenas cumprem a legislação como podem ganhar uma bonificação descontada diretamente na folha de pagamento, gerando economia, que poderá ser revertida em mais investimentos para o colaborador. Essa economia é oriunda da redução de uma contribuição que tem natureza de tributo e que incide sobre a folha de salários das empresas – o Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT) – pela aplicação do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), podendo reduzir à metade ou dobrar a contribuição. Esse índice foi criado com objetivo de incentivar a melhoria das condições de trabalho e de saúde do trabalhador e para custear aposentadorias especiais e benefícios decorrentes de acidentes de trabalho. O FAP varia anualmente e é calculado sempre sobre os

dois últimos anos de todo o histórico de acidentalidade e de registros acidentários da Previdência Social, por empresa. “Quanto mais a empresa investe em saúde e segurança, mais ela economiza, assim como a empresa que não investe pode agravar o seguro, ficando mais oneroso”, explica o supervisor de Segurança e Medicina no Trabalho do Grupo Jaime Câmara, Torricelli Ricardo da Fonseca. “Uma empresa que não apresenta doenças ocupacionais e acidentes de trabalho pode conseguir uma redução de até 50% do SAT. Já para a empresa que registrar doenças ocupacionais e/ou acidentes do trabalho, este índice pode subir o seguro em até 100%”, exemplifica. Ao longo dos anos com investimentos em serviços voltados para a melhoria da qualidade de vida, segurança e saúde do trabalhador, muitos deles em parceria com o Sesi, o Grupo Jaime Câmara, composto atualmente por 32 empresas, já conta em 2015 com a redução em 50% do SAT sobre a folha, além das reduções significativas registradas desde 2009. A economia está sendo revertida para o bem-estar do colaborador, já que o montante bancou novos investimentos em segurança e saúde no trabalho, de acordo com supervisor.

COM O SESI, SINTO CONFIANÇA NA ESTRUTURA OFERECIDA, QUE VEM AO ENCONTRO AO TRABALHO QUE JÁ REALIZAMOS HÁ VÁRIOS ANOS NO GJC, DESDE PROFISSIONAIS QUALIFICADOS A EQUIPAMENTOS DE ALTO PADRÃO. O SESI SENTA, DISCUTE, MOLDA AS CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA, NÃO FICA PRESO A UM PROGRAMA.” TORRICELLI RICARDO DA FONSECA, supervisor de Segurança e Medicina no Trabalho do Grupo Jaime Câmara

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SESI

Luiz Fernando do Carmo,

47 anos: “Cortei gordura, busco praticar esportes e mudou até meu estado emocional”

Oportunidade de investimento Em 2010, o Grupo Jaime Câmara, que já possuía estrutura focada em ações de saúde e segurança, intensificou a parceria com o Sesi na área. “O Sesi é um grande parceiro, com uma série de produtos para a empresa, como a elaboração e implantação de PPRA, PCMSO e LTCAT, ações educativas e preventivas, médica do trabalho dentro da empresa e toda a gama de benefícios de lazer e esporte, programas bem elaborados, que contribuíram também de forma para que chegássemos onde chegamos”, afirma o supervisor Torricelli Ricardo da Fonseca. A infraestrutura para bom desempenho no trabalho, com melhorias em saúde e um ambiente mais seguro, é investimento de mão dupla, aponta Torricelli. “Alguns empresários ainda não perceberam essa grande oportunidade de investir em saú­de e segurança e reduzir encargos”, ressalta. O caminho para chegar à bonificação obtida pelo Grupo Jaime Câmara vem de um trabalho estruturado há anos 24

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e intensificado com o Circuito de Saúde e Estilo de Vida, em 2013, quando foi mapeado todo o quadro de trabalhadores, com apoio do Sesi e da Unimed. Com isso, foi iniciado o projeto para acompanhar pessoas em grupos de risco, como obesidade, hipertensão, acompanhamento psicológico e alimentar, com atendimento individualizado, paralelamente a ações preventivas e educativas.

“Temos proporcionado já para alguns grupos uma melhoria na qualidade de vida, mudaram hábitos, alimentação, perderam peso. E a redução do SAT é uma grande conquista para o trabalhador, com mais qualidade de vida, e para o empresário, com redução de encargos trabalhistas e absenteísmo e retenção de empregados.” Após participar de várias ações promovidas pela empresa, o analista contábil Luiz Fernando do Carmo, de 47 anos, se sensibilizou e mudou sua alimentação, chegando a perder 4 quilos. “Cortei gordura, busco praticar esportes e mudou até meu estado emocional”, conta. Já para o analista de operações Emerson Elizeu de Souza, de 42 anos, as atividades não só trazem melhorias para a qualidade de vida, saúde e segurança do trabalhador, como também estimula o colaborador a permanecer na empresa. “Estou aqui há três anos e vejo a diferença entre uma empresa que investe no seu trabalhador e as que não se importam com isso. A Jaime Câmara presta este tipo de atendimento, preocupada com nosso bem-estar e a gente veste a camisa da empresa com orgulho”, diz. 

Emerson Elizeu de

Souza: “Vejo a diferença entre uma empresa que investe no seu trabalhador e as que não se importam com isso”


CONSELHOS TEMÁTICOS

SOB NOVO

ORDENAMENTO

Carlos Alberto de

Moura: “Esta é uma maneira de a Fieg se aproximar ainda mais dos sindicatos, resultando em maior união e maior participação do setor no sistema”

Reestruturação de conselhos temáticos e câmaras setoriais dará mais agilidade ao seu trabalho, promovendo maior integração com a base sindical

A

Fieg espera concluir até o final de junho, numa expectativa mais otimista, o trabalho de reestruturação de seus 11 conselhos temáticos e duas câmaras setoriais. A ideia é dotar cada um deles de planejamento estratégico específico, nova política de comunicação e uniformizar sua atuação para torná-la mais efetiva, adequando-os ainda à nomenclatura adotada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “A mudança dará foco ao trabalho desenvolvido pelos conselhos e câmaras, tornando-os mais ágeis e eficientes com a adoção de novas metodologias de trabalho, que permitirão estabelecer prioridades e as ações para alcançar as metas propostas”, resume Carlos Alberto de Paula Moura Júnior, primeiro diretor secretário da federação e presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO). O objetivo da reestruturação já colocada em marcha pela Fieg, reforça Moura Júnior, será principalmente dar homogeneidade ao trabalho dos conselhos, cabendo à secretaria geral da federação a atribuição de acompanhar as reuniões para gerar informações que serão, na sequência, difundidas para todos os sindicatos, permitindo maior envolvimento da base sindical. Consolidadas em atas eletrônicas, produzidas em plataforma do Google Drive, as decisões e debates no âmbito dos conselhos estarão disponíveis a todos os sindicatos, que poderão interagir com o conteúdo produzido e acrescentar sugestões. “Esta é uma maneira de a Fieg se aproximar ainda mais dos sindicatos, resultando em maior integração e maior participação do setor no sistema”, aponta Moura Júnior.

Radiografia das obras no Estado O Conselho Temático de Infraestrutura, agora presidido por Célio Eustáquio de Moura, que também comanda o Sindicato da Indústria da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia no Estado de Goiás (Sindcel), realiza uma pesquisa com todos os sindicatos associados ao Sistema Fieg para levantar as principais demandas e sugestões da indústria goiana na área de infraestrutura. “Faremos um balanço de todos os projetos no Estado, apurando seu cronograma, andamento e estágio dessas obras”, acrescenta Eustáquio. Os resultados apurados serão levados em conta na definição de um planejamento estratégico para orientar o trabalho do conselho nos próximos anos.

Recursos hídricos e serviços ambientais A gestão de recursos hídricos e dos resíduos sólidos no setor industrial, assim como o pagamento pela prestação de serviços ambientais, como forma de estimular a preservação de matas e da vegetação natural, estarão no foco da atuação do Conselho Temático de Meio Ambiente, que pretende ter uma presença mais assertiva nos debates em torno daqueles temas. “Vamos discutir esses assuntos, levando as políticas governamentais definidas para o setor a incorporar propostas que reflitam os interesses da indústria, o que incluirá ainda ações para o desenvolvimento de projetos de pequenas centrais hidrelétricas em Goiás”, afirma o presidente do conselho, Pedro Silvério, que também preside o Sindicato das Indústrias de Móveis e Artefatos de Madeira no Estado de Goiás (Sindmóveis)  GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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projeto de lei 4330: proposta prevê a possibilidade de terceirização de todas as atividades da empresa

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Luis Macedo

Plenário da Câmara aprova


CAPA | TERCEIRIZAÇÃO

UM A DEBATE EM ALTA TEMPERATURA Indústria considera a regulamentação da terceirização essencial para a retomada da competitividade no setor, mas há um longo caminho a percorrer

TERCEIRIZAÇÃO

Lauro Veiga Filho

provado em abril pela Câmara, o substitutivo ao projeto de lei 4330/2004, de autoria do deputado Arthur Maia (SD-BA), que basicamente repete a proposta apresentada há pouco mais de uma década pelo deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), continua produzindo polêmica e um debate acalorado. Defendido pela indústria como essencial para recolocar o setor no caminho da retomada da produtividade e mesmo por algumas centrais sindicais, mas criticado por setores do sindicalismo, especialistas em direito trabalhista e juízes do Trabalho, o projeto define normas para a terceirização e amplia sua aplicação igualmente para as chamadas “atividades fim”, aquelas que definem a própria condições da empresa.

GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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CAPA | TERCEIRIZAÇÃO

O projeto seguiu para o Senado, onde uma queda-de-braço entre os presidentes da casa, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, poderá retardar sua apreciação por mais algum tempo. Apenas como medida da alta temperatura em torno da proposta, no Dia do Trabalhador, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical promoveram atos com objetivos diametralmente opostos, com a primeira atacando o projeto e a segundo assegurando seu total apoio à proposta. Até o momento, continua vigorando a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que limitou a terceirização a “atividades meio”, como segurança, limpeza e conservação, entre outras.

Indústria da construção:

uso de mão de obra especializada, em regime de terceirização, incrementaria eficiência e a qualidade dos serviços (direita)

Tendência mundial:

indústrias já recorrem a arranjos que incluem a terceirização em suas unidades instaladas ao redor do planeta (esquerda)

O QUE PODE MUDAR COM O PROJETO Contribuição previdenciária ▶▶ Empresas fornecedoras de mão de obra recolherão à Previdência 11% de sua receita bruta. Empresas que terceirizam serviços, incluindo maquinários para transporte de cargas e terraplanagem, por exemplo, pagarão 20% sobre a folha de pessoal.

Direitos ▶▶ Empregados terceirizados terão os mesmos direitos assegurados àqueles

contratados diretamente, o que inclui, dependendo do caso, alimentação em refeitório; serviços de transporte; atendimento médico ou ambulatorial nas dependências da empresa; e treinamento adequado.

TERCEIRIZAÇÃO SURGE, “HOJE,A COMO UM DOS PILARES

PARA QUE A ECONOMIA BRASILEIRA SEJA MAIS COMPETITIVA NO MERCADO MUNDIAL” PEDRO ALVES DE OLIVEIRA, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e do Conselho Deliberativo do Sebrae Goiás

“Quarteirização” ▶▶ Projeto prevê a possibilidade de a empresa terceirizada subcontratar os serviços de outra empresa, desde que limitados a serviços técnicos, sendo obrigatórias previsão em contrato e a comunicação ao sindicato da categoria. Neste caso, os direitos trabalhistas e previdenciários serão de responsabilidade da empresa que requisitou os serviços da primeira terceirizada.

Quarentena ▶▶ A recontratação de funcionários diretos como terceirizados apenas poderá ocorrer 12 meses após o afastamento da colocação anterior.

Pessoas com deficiência ▶▶ A cota para empregados portadores de deficiência passará a ser calculada com base no total de funcionários, incluindo os terceirizados.

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Fim da insegurança Nos últimos três anos, em torno de 70% das indústrias recorreram à terceirização da mão de obra, aponta o presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, o que demonstra “de forma inequívoca”, em sua visão, a relevância da regulamentação


Uma tendência mundial desta forma de contratação de pessoal, depois de “11 anos de procrastinação”. Conforme Pedro Alves, estudos “antigos e recentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) comprovam que a terceirização surge, hoje, como um dos pilares para que a economia brasileira seja mais competitiva no mercado mundial”. A aprovação final do projeto de lei 4330, destaca ainda, tenderá a “estimular a atividade produtiva e a geração de emprego no longo prazo”, fator que não deveria ser desprezado, de acordo com o presidente da Fieg, levando-se em conta a conjuntura desafiadora enfrentada por toda a economia. Em sua avaliação, o projeto elimina a insegurança jurídica gerada pela ausência de regulação e pela Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que veta a terceirização de atividades-fim nas empresas, “sem que se saiba até hoje o que é fim e o que é meio”. Pedro Alves acredita que a aprovação definitiva do projeto pelo Congresso “será fundamental para a vitalidade do emprego formal no País”.

“Elo indissociável da competitividade do Brasil e de suas empresas”, para o presidente do Conselho de Assuntos Legislativos da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Afonso Ferreira, o debate sobre a terceirização caminha por atalhos nebulosos e continua cercado do que classifica como “mitos”, retardando sua regulação há mais de uma década. “Equivocadamente se alega, por exemplo, que não gera empregos e torna precárias as relações de trabalho, deixando os terceirizados sem proteção, o que reforça propostas de regulamentação mais rigorosas do que o necessário e de difícil cumprimento”, analisa Ferreira. A questão precisa ser desmitificada, insiste ele, mostrando que se trata de uma tendência global, adotada por empresas em todos os países “em menor ou maior grau”, seja em “serviços típicos”, seja por meio da delegação de etapas da cadeia produtiva a terceiras empresas. Mesmo no Brasil, reforça, nos últimos três anos, quase 70% das indústrias aplicaram a terceirização.

Paulo Afonso Ferreira: estratégia para

agregar competitividade à produção e enfrentar ambiente de feroz concorrência global

A tendência, ainda em sua visão, reflete estratégia mais ampla de arranjos produtivos de diferentes formatos com o propósito de agregar competitividade à produção e enfrentar ambiente de feroz concorrência global, “produzindo e prestando serviços de melhor qualidade e com maior tecnologia”. Esse tem sido o caminho escolhido por pequenas e médias empresas para conseguir se inserir em cadeias globais de valor, sustenta GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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Ferreira, o que lhes assegura maiores oportunidades de crescimento e de geração de emprego e renda. Diversos setores estratégicos adotam em escala crescente formas de organização e de gestão de sua produção que incluem a terceirização mesmo de etapas completas do processo produtivo, continua o líder empresarial – o que tem significado, em alguns casos, apontam os críticos, a instalação de plantas industriais em regiões de proteção trabalhista relativamente baixa, com uso de mão de obra infantil ou em condições similares à escravidão. Como exemplo, retoma Ferreira, empresas que precisam de maquinários pesados, “em de vez de adquiri-los, contratam de outras empresas, não só o fornecimento e a manutenção, como sua operação”. De acordo com o empresário, produtos como smartphones, cada vez mais comuns, “dificilmente seriam acessíveis ao consumidor sem a produção estruturada na terceirização”.

Mais empregos Rebatendo outra crítica ao projeto, Paulo Afonso Ferreira afirma que a decisão de terceirizar atividades dentro das empresas não contribuiria para destruir empregos regulares. Citando números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ele aponta que o setor de serviços terceirizados responde por 22,7% do total de ocupações formais no País, o que transforma o segmento num dos que mais empregam. “Grande parte dos novos postos de trabalho surgiu em atividades que antes não existiam, frutos de avanços e rearranjos na forma de produção das empresas”, argumenta ele, para concluir em seguida: “Ou seja, além da empresa, ganha o trabalhador, que terá maior especialização e oferta de mais e melhores empregos.” 30

// GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015

Cristiano Borges

CAPA | TERCEIRIZAÇÃO

Rafael Lara Martins: “O conceito de ‘atividade meio’ ou ‘fim’ é arcaico e sequer consegue ser claramente demonstrado nas complexas relações empresariais atualmente existentes”

“Um debate arcaico” “O ponto mais importante da proposta é justamente proporcionar a regularização de uma situação fática que já ocorre no Brasil há décadas”, afirma o advogado e especialista em relações trabalhistas Rafael Lara Martins, do escritório Lara Martins Advogados. Para ele, o debate sobre se a terceirização deve ou não ocorrer já está ultrapassado pela reali-

dade e, portanto, trata-se agora de regular com urgência o que já ocorre na prática. Outro ponto relevante no projeto aprovado pela Câmara em abril, prossegue Martins, diz respeito ao fim das restrições para a contratação de serviços terceirizados pelas empresas segundo o tipo de atividade exercida. “O conceito de ‘atividade meio’ ou ‘fim’ é arcaico e sequer consegue ser claramente demonstrado nas complexas relações empresariais atualmente existentes”, sugere o advogado. Em sua visão, o que se pretende “é a terceirização de serviços especializados e não um debate eterno sobre a discriminação entre atividade meio e atividade fim”. Martins defende, no entanto, a adoção de medidas que restrinjam a terceirização no setor público, diante do imperativo jurídico segundo o qual as contratações naquela área devem necessariamente ocorrer por meio de concurso público. “No Estado, o ideal seria terceirizar somente atividades como vigilância e limpeza, o que já acontece”, acrescenta ele.


Martins avalia que a futura “lei da terceirização”, quando vier a ser aprovada definitivamente pelo Congresso, assegurará proteção aos “empregados envolvidos na execução dos serviços terceirizados, pois garante que eles recebam todos seus direitos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como o pagamento de salários, férias, 13º salário, o recolhimento de FGTS, INSS e outros”. Além disso, continua ele, o projeto estabelece claramente que as empresas envolvidas garantam condições de trabalho adequadas e seguras aos empregados terceirizados durante a execução do contrato de terceirização. “Nenhum direito previsto na CLT está sendo retirado com a aprovação do projeto de lei da terceirização”, afirma.

Diferença salarial Em média, os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) mostram que o salário médio do pessoal terceirizado havia sido 24,7% menor do que dos contratados diretamente pelas empresas. Ainda segundo dados da Rais, a taxa de rotatividade chegava em 2013 a 64,4% entre os terceirizados, acima do porcentual de 33% registrado em média para os demais empregados, excluída a mão de obra rural. Rafael Lara Martins considera que grande parte dessa diferença salarial “reside no setor público e não na iniciativa privada”. Para ele, não haveria espaço para diferenças salariais daquelas dimensões entre os empregados de empresas particulares, “sejam eles terceirizados ou não”.

A TERCEIRIZAÇÃO HOJE

Situações de “condições não ideais de trabalho”, aponta ainda o especialista, ocorrem em “pequena parcela das empresas”, mas não como decorrência da terceirização. “O que chamam de precarização (das relações trabalhistas) pode ocorrer em qualquer ambiente e com qualquer trabalhador, independentemente de ser ele um trabalhador terceirizado ou não”, declara. Em seu ponto de vista, aqueles especialistas contrários ao projeto “deveriam enxergar que regular essa questão é a única forma de se exterminar as diferenças e precariedades que eles mesmos combatem”. E que existem “unicamente em razão da inexistência de legislação a respeito”, arremata.

Terceirizados

Contratação direta

64,4 40 2.361

46

46,0 46,1

55,2 52,6 33

1.777

Salário médio (R$)

Jornada semanal (horas)

Trabalhadores em empresas com mais de 100 funcionários (%)

Trabalhadores com ensino médio (%)

Rotatividade (%)

Fonte: Rais

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CAPA | TERCEIRIZAÇÃO

TERCEIRIZAÇÃO

Eficiência e segurança jurídica Autor do projeto original que regula a terceirização de mão de obra no País, o deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) rebate críticas e defende a proposta, afirmando que ela deverá assegurar direitos aos funcionários terceirizados, trazer segurança jurídica para empresas e contratados, maior capacitação do pessoal empregado e competitividade para a indústria. A seguir, os principais trechos de sua entrevista à Goiás Industrial.

PROJETO É UMA LUZ ONDE “HAVIAESSEESCURIDÃO. NÃO ESTAMOS INVENTANDO A RODA. A TERCEIRIZAÇÃO EXISTE E NÃO PODE SER IGNORADA.

Sandro Mabel: falta de

regulamentação favorece atuação de empresas pouco confiáveis, distorcendo reais finalidades da terceirização

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Goiás Industrial – Quais os principais pontos de projeto e que impactos ele pode trazer para o mercado de trabalho e, mais especificamente, para o setor industrial? Sandro Mabel – A terceirização já é uma realidade no cenário produtivo brasileiro, mas a falta de regulamentação faz com que empresas não confiáveis estejam no mercado, distorcendo as reais finalidades dessa modalidade de contratação tão comum no mercado externo. O projeto abrange 22 artigos, sendo que 19 deles são de proteção ao trabalhador terceirizado, que deixa de ser tratado de forma diferenciada e passa a ter os mesmos direitos e ga-


NÃO HÁ RISCO DE “ACHATAMENTO SALARIAL. AO CONTRÁRIO. O TERCEIRIZADO É UM ESPECIALISTA NO QUE FAZ.

rantias que um trabalhador contratado diretamente pela empresa. Aliás, esse trabalhador passa a ser ainda mais protegido, pois o projeto contém uma cláusula anticalote, que obriga a empresa contratada a depositar seguro ou caução para eventuais quebras contratuais. Para o setor industrial, significa segurança jurídica e competitividade, já que a CLT é uma legislação em muitos pontos ultrapassada, que engessa as relações trabalhistas. Goiás Industrial – Para algumas autoridades na área, brechas no projeto não ajudariam a reduzir o volume de processos na Justiça do Trabalho, pois, além disso, a CLT continua em vigor. Que considerações podem ser feitas a esse respeito? Sandro Mabel – Na verdade, o projeto estabelece regras para que as possíveis ações sejam julgadas. Hoje não temos leis que protejam os terceirizados nem as empresas. Com as regras estabelecidas, o trabalhador vai saber de quem cobrar, a quem recorrer e ao que tem direito. As empresas, tanto contratante quanto contratada, vão saber suas obrigações e terão de cumprir. Esse projeto é uma luz onde havia escuridão. Não estamos inventando a roda. A terceirização existe e não pode ser ignorada. Goiás Industrial – Entidades sindicais e associações de juízes trabalhistas argumentam que o projeto seria um retrocesso, ao impedir que os terceirizados tenham acesso a direitos reconhecidos para os demais trabalhadores. Qual a avaliação do deputado sobre esses pontos de vista? Sandro Mabel – Isso é uma inverdade. Hoje, se você entrar em uma empresa que tenha terceirizados você vai se horrorizar com o tratamento que eles recebem. Isso sim, é ausência de direitos. Com nosso projeto essa diferenciação não vai poder existir. O terceirizado vai poder usar o refeitório, ser atendido no ambulatório, sem qualquer diferença. Goiás Industrial – Há ainda o temor de um achatamento dos salários em geral, já que, em média, os rendimentos salariais dos empregados terceirizados, hoje, seriam 27% mais baixos do que os de funcionários contratados diretamente pela empresa empregadora, considerando-se funções semelhantes. Como analisar essa questão?

Sandro Mabel – Não há risco de achatamento salarial. Ao contrário. O terceirizado é um especialista no que faz, uma das cláusulas do projeto estabelece isso. O salário dele será regulado pelo mercado. Aí vai depender da empresa contratante, se ela vai optar por um profissional de primeira linha ou de segunda linha. Goiás Industrial – Por fim, há a questão da qualificação e capacitação da mão de obra e da segurança do trabalhador. De que forma as mudanças propostas poderão afetar a necessária preparação e capacitação de pessoal? Se não será possível que a empresa contratante dê ordens diretas aos terceirizados, como será tratada a questão da segurança no ambiente de trabalho? Sandro Mabel – A segurança no ambiente de trabalho é prevista no contrato com a empresa terceirizada. Se ela descumprir, está quebrando o contrato e responderá por isso. Cabe a ela exigir o cumprimento das regras e também à contratante fiscalizar. Quanto à capacitação, será muito maior, já que estamos falando de serviços especializados. A empresa só pode ser terceirizada se for especialista naquela função. A aprovação do PL 4330 é um avanço e uma exigência de uma economia globalizada. Quando se coloca tantos entraves para aprovação dessa lei estamos falando de interesses financeiros, de ganância por controle político e também por medo de perda de arrecadação. Quem critica esse projeto ou não o conhece ou tem algum interesse escuso. Estamos falando de 12 milhões de trabalhadores que hoje não contam com nenhuma lei que os considere reais. Eles estão aí, juntos conosco há 11 anos, lutando pela aprovação desse projeto. Se essa lei fosse ruim, eles não seriam os primeiros a ir contra? 

QUEM CRITICA ESSE PROJETO “OU NÃO O CONHECE OU TEM ALGUM INTERESSE ESCUSO. ESTAMOS FALANDO DE 12 MILHÕES DE TRABALHADORES QUE HOJE NÃO CONTAM COM NENHUMA LEI QUE OS CONSIDERE REAIS.

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CONJUNTURA ECONÔMICA

Ilan Goldfajn: um período

de dificuldades também para a economia goiana, que tende a experimentar leve retração em 2015

ANOS DE BAIXO

CRESCIMENTO ADIANTE Numa promoção da Fieg e do Lide Goiás, economista chefe do Itaú Unibanco desenha perspectivas apenas modestas para a economia

O

esgotamento do ciclo de alta das commodities agrícolas e metálicas e os desafios colocados diante da economia brasileira desde a crise de 2008/09, agravados por erros na condução da política econômica, numa tentativa malsucedida de acomodar a mudança de sinais no mundo e amenizar seus impactos aqui dentro, contribuíram para reduzir o potencial de crescimento do País. A estratégia deverá ditar desempenho menos do que modesto neste e nos anos seguintes, na visão do ex-diretor do Banco Central (BC) e atual economista chefe e sócio do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, que espera crescimento médio de apenas 2% ao ano entre 2017 e 2020. Numa realização da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e do Lide Goiás – Grupo de Líderes

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// GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015

Empresariais, Goldfajn falou longamente a uma plateia de empresários, líderes sindicais e consultores reunidos na Casa da Indústria, em abril. Antes de responder a perguntas, o economista traçou cenários para o futuro da economia neste e nos anos seguintes, ressaltando as dificuldades à frente para que o governo federal consiga levar à frente os ajustes anunciados. Assim como no restante do País, apontou ele, este não será um ano fácil também para a economia goiana. Ainda que as apostas sugiram a perspectiva de desempenho superior à média brasileira, isso não significa exatamente alívio, já que a tendência de esfriamento da atividade econômica igualmente se fará sentir no Estado. Goldfajn mencionou rapidamente sua visão sobre a economia local, sugerindo que o desempenho mais favorável, em termos relativos, se dará especialmente pela força do agronegócio. Mas sua apresentação mostra que a equipe de macroeconomia do Itaú Unibanco projeta crescimento próximo de zero para o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado em 2014, bastante semelhante à variação de 0,1%


registrada pelo PIB total do País ou apenas ligeiramente acima. Para este ano, as projeções iniciais da instituição sugerem retração de 1%, apenas pouco “melhor” do que o recuo de 1,5% antecipado pelo banco para o restante da economia brasileira, mas nada muito animador de fato. As perspectivas de mais longo prazo parecem mais otimistas. Nas projeções do Itaú Unibanco, citadas por Goldfajn, o crescimento anual médio esperado para a economia estadual deverá girar em torno de 3% entre 2016 e 2020. Adicionalmente, considerando o período entre 2011 e 2020, o Estado deverá receber investimentos de R$ 16,810 bilhões, dos quais R$ 8,680 bilhões direcionados para a produção de energia sustentável e R$ 4,229 bilhões para o setor de mineração, somando 76,8% do investimento total apenas naquelas duas áreas. Segundo a apresentação do economista, aqueles dados referem-se a investimentos anunciados e não necessariamente incluem todos os investimentos privados previstos para o Estado, mas sugerem boa amostragem.

estagnação em 2014, quando avançou 0,1%. Nos anos seguintes, recuperada a confiança de consumidores e empresários – o que dependerá da disposição do governo federal e de sua equipe econômica para levar adiante a série de ajustes iniciados ainda antes da virada do ano –, o PIB tenderá a apresentar variações de 0,7% em 2016, de 1,5% no ano seguinte e de 1,9% em 2018, com crescimento anual médio limitado a 2,1% entre 2019 e 2025. Para ir além dessas taxas, observou Goldfajn, seria necessário um outro contexto para a conjuntura mundial, com taxas de crescimento mais aceleradas, próximas àquelas verificadas antes da crise de 2008/09, combinado com investimentos mais intensos em infraestrutura aqui dentro e com a realização de reformas que contribuíssem para estimular a competitividade, a exemplo da reforma

tributária – aquela que todos os setores da economia reclamam, mas não conseguem estabelecer consenso mínimo sobre como chegar até ela.

O avanço do desemprego Em meio a incertezas e turbulências, o mercado de trabalho será atingido, com a taxa de desemprego avançando de 5,6%, no ano passado, para algo em torno de 7,3% neste e no próximo ano, com oscilações desprezíveis em torno daquele porcentual, nas projeções de Goldfajn. Segundo ele, tomando os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o mercado brasileiro teria iniciado um ciclo de “destruição de empregos” formais há pouco mais de 12 meses, quando o saldo líquido entre admissões e demissões começou a murchar.

Um risco mais distante Ilan Goldfajn chegou a demonstrar certo otimismo ao considerar que as possibilidades de uma “crise aberta”, caracterizada por perda total da confiança dos agentes econômicos, fuga de dólares, agravamento mais severo do desemprego, queda na renda e recessão prolongada, estão mais distantes neste momento. Mas não tão distantes a ponto de permitir acomodação daqueles que decidem sobre a política econômica. O risco de uma “crise aberta”, completou ele, ainda está à espreita. No cenário básico, considerado mais provável por Goldfajn, o PIB, que mede o total de riquezas produzidas pelo País ao longo do tempo, tenderia a fechar o ano em queda de 1,5%, depois de virtual

Sob pressão: processo de “destruição de emprego” atinge mercado formal há mais de 12 meses e tende a elevar a taxa de desocupação

GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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CONJUNTURA ECONÔMICA

Mercado em degradação Mesmo diante da “destruição de empregos”, a taxa de desocupados no País vinha resistindo em baixa, avalia Ilan Goldfajn, pela combinação de dois fatores que se complementavam: a alta da renda disponível das famílias, em termos reais, e a decisão de uma faixa mais jovem da população de prolongar os estudos. Esse comportamento tende a ser alterar diante da degradação do mercado de trabalho. Numa fase anterior, o aumento real do valor do salário mínimo e das transferências de renda para a população de poder aquisitivo mais baixo contribuiu para dar sustentação a níveis mais elevados de consumo, estimulando a saída do mercado de trabalho de um ou mais membros das famílias. Agora, com o aumento do salário mínimo limitado à inflação e com a alta inflacionária corroendo parte da renda familiar, a situação anterior começa a mudar, com aumento no número de pessoas à procura de emprego. No segundo grupo descrito por Goldfajn, além da elevação da renda na fase anterior, os avanços no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) levaram a um “adiamento relevante” na decisão dos mais jovens de buscar o mercado de trabalho. A melhora na regulação do Fies tende a alterar aquele comportamento, pressionando o mercado e, portanto, a taxa de desemprego daqui para frente. Para agravar os constrangimentos na área econômica, o País coloca em marcha cinco ajustes simultâneos e relevantes, sempre de acordo com o economista: o aperto fiscal e parafiscal (como a alta dos juros nos empréstimos do BNDES e da Caixa Econômica Federal e limites mais estreitos para a contratação de crédito habitacional, entre outras medidas na mesma direção), o ajuste no balanço de transações correntes, a revisão 36

// GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015

lação aos juros básicos já foi, no entanto, ultrapassada pela realidade. A instituição esperava, até então, taxa de 13,25% para este ano, mas os juros já se encontram em 13,75%, com tendência de novas altas à frente. O resultado primário do setor público, na visão do banco, deverá ficar abaixo da meta de 1,2% do PIB anunciada pela equipe econômica, situando-se em torno de 0,8% – mas indicando clara melhoria em relação ao déficit primário de 0,6% colhido no ano passado. 

de tarifas e a alta dos juros para segurar a inflação, fazendo-a retornar ao centro da meta de 4,5% ao ano.

Expectativas para o curto prazo A equipe de macroeconomistas do Itaú Unibanco trabalha com a perspectiva de inflação em torno de 8,2% para este ano e de 5,5% em 2016, quando o PIB tenderia a avançar apenas modestamente, numa variação de 0,7% depois de recuar 1,5% em 2015. A expectativa em re-

EVOLUÇÃO DO PIB

Goiás

9%

8% 5%

5%

4% 3% 6% 5% 6% 3% 4%

+ -

2004

8%

1%

3%

0% 2006

2008

Brasil

2010

7%

5% 3%

4%

1% 2012

4% 4% 3% 3%

1% 0% 2% 2% 2% -1% 1% 2% 0% -1% 2014 2016 Projeção Projeção

2018 Projeção

2020 Projeção

Fonte: IBGE, Itaú Unibanco

VALOR DOS INVESTIMENTOS* PRIVADOS (GOIÁS 2011-2020)

8.680

437

80

Energia sustentável

Turismo e hotelaria

4.229 Mineração

Shopping centers

1.300 Veículos

Açúcar e álcool

*em milhões de reais

280

Total de investimentos:

708

Construção civil

Fonte: Imprensa, Itaú Unibanco

Comércio

416

359

Bens de capital agrícola

324

Demais setores

R$

16,8 bilhões


O AJUSTE FISCAL É AMBICIOSO, MAS OS RISCOS SÃO ELEVADOS Déficit 2014 Queda nas receitas de royalties Queda nas receitas recorrentes (devido ao PIB menor) Queda nas receitas não-recorrentes Elevação do salário mínimo e beneficiários prev. Pagamento de equalização de juros Elevação de gastos com pessoal

Total Elevação da Cide/PIS-Cofins em combustíveis Elevação do IPI Elevação do IOF sobre crédito PF Elevação do PIS/Confins sobre receitas financeiras Menor alíquota do Reintegra Corte no auxílio à CDE

Total Projeto de lei da desoneração da folha Corte no Seguro Desemprego e Abono Corte nas Pensões por Morte

Total Corte no custeio Corte no investimento Ajuste no esforço fiscal regional Ajuste nas empresas estatais

Total Efeito inflação Superávit primário

R$ bi

% do PIB

32

-0.6%

-5 -26 -17 -52 -9 -15 -125 12 7 7 1 8 3 38 2 10 2 14 25 14 19 5 63 86 44

-0.1% -0.4% -0.3% -0.9% -0.2% -0.3% -2.1% 0.2% 0.1% 0.1% 0.0% 0.1% 0.0% 0.6% 0.0% 0.2% 0.0% 0.2% 0.4% 0.2% 0.3% 0.1% 1.1% 1.5% 0.8% GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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ELETRICISTA DE REDE

ESSE MERCADO DESCONHECE CRISE Procura por profissionais do setor continua intensa, assim como a busca por maior qualificação, o que tem assegurado rápida colocação dos interessados Janaina Staciarini

M

esmo com o desemprego em alta no País – no primeiro trimestre de 2015, o IBGE registrou taxa de 7,9% –, o mercado para eletricistas em Goiás permanece sob demanda, com reflexo tanto na oferta de vagas pelo Sistema Nacional de Emprego (Sine) quanto na busca de qualificação profissional no Senai, seja por empresas ou por candidatos a emprego ou atuação de forma autônoma no mercado. De acordo com a Gerência Estadual de Emprego e Qualificação Profissional, todas as vagas disponibilizadas no site do Sine na internet têm sido preenchidas. Para abastecer esse mercado, o Senai Goiás e o Sindicato das Indústrias da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia no Estado de Goiás (Sindcel), em parceria com o Centro Técnico de Desenvolvimento de Pessoal e Gestão de Processos (Cetec), localizado em Aparecida de Goiânia, desenvolveram recentemente três turmas do curso de eletricista de redes aéreas. Os 31 alunos concluintes já estão no mercado de trabalho. Presidente do Sindcel, o empresário Célio Eustáquio de Moura

Célio Eustáquio de Moura, presidente do Sindcel: todos os profissionais capacitados conseguem colocação no mercado

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confirma a demanda. “Estamos com um mercado totalmente consumidor de mão de obra, em que todos os profissionais que foram capacitados são colocados”, afirma. Na Escola Senai Celso Charuri, onde foram ministradas as aulas teóricas dos cursos, o diretor Marcos Antônio Mariano Siqueira aponta o público-alvo da qualificação, segundo ele, bem avaliada por alunos e empresas. “Tivemos várias pessoas da comunidade, mas houve também procura por empresas. A Tencel Engenharia, por exemplo, enviou cinco alunos para a primeira turma. Então, são pessoas que querem se colocar no mercado, mas também quem procura aperfeiçoamento”, diz. Uma das turmas foi realizada pelo Senai e outras duas, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), do governo federal. O curso, com duração de 300 horas, permite aos alunos atuar com segurança no mercado de trabalho. Para tanto, além da qualificação em eletricista, o profissional precisa ter feito curso sobre NR-10 (norma regulamentadora), Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e NR-35 (veja quadro).

Demanda aquecida:

mercado de trabalho para especialistas em redes elétricas continua “altamente consumidor de mão de obra”


Conhecimento específico e várias opções O mercado de trabalho para eletricista de redes aéreas é bem amplo. O profissional atua nas indústrias de forma geral, em prestadoras de serviço e empresas terceirizadas, nas companhias de energia elétrica, em subestações. Com o conhecimento adquirido, pode ainda trabalhar de forma autônoma ou na construção civil, setor com grande demanda. Ao profissional eletricista cabe a instalação, a vistoria para o correto funcionamento e, quando necessário, o reparo de aparelhos elétricos, eletrônicos e redes de distribuição de energia elétrica. Além de fazer a parte prática, é preciso que ele saiba discutir os custos de uma determinada tarefa com o cliente, além de interpretar corretamente os projetos elétricos. Nos cursos ministrados pelo Senai, a instituição orienta que, nas primeiras cem horas de atuação, o eletricista seja acompanhado por profissionais mais experientes para evitar acidentes e desperdícios de tempo e material. Ex-aluno do curso do Senai, Itamar Johnathan de Morais, de 25 anos, foi aprovado no último concurso da Celg D para a função de eletricista e já está trabalhando na concessionária. Ele atribui à qualificação importância fundamental em seu êxito. “Foi do curso que adquiri grande parte do conhecimento específico que precisava para o concurso”, afirma. De acordo com Walter Lopes Ferreira, presidente do Centro Técnico de Desenvolvimento de Pessoal e Gestão de Processos Ltda. (Cetec), onde foram feitas as aulas práticas do curso, muitas empresas procuraram a unidade para recrutar os alunos assim que eles terminaram o curso. “Da primeira turma todos conseguiram emprego. Temos notícias de que todos estão atuando em grau satisfatório nos seus empregos, tanto é que as empresas voltaram aqui para

contratar mais gente da segunda turma”, afirma Lopes. Um dos alunos, Paulo Antônio Crispim já havia feito o curso de eletricista predial pelo Senai em 2002 e, agora, buscou o de eletricista de redes para ampliar as possibilidades no mercado de trabalho. “O Senai me proporcionou o primeiro contato com essa área e eu me empolguei. Desde março quando terminei o último curso já fiz vários trabalhos como eletricista e estou sempre procurando crescer.” 

REQUISITOS Para exercer a profissão, recomenda-se: ▶▶ Ensino médio completo; ▶▶ Cursos de eletricidade e eletrônica básica; ▶▶ Correta utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas e óculos;

▶▶ Ser aprovado no ASO (Atestado de Saúde

Ocupacional), que atesta a boa condição de saúde para o profissional atuar. Esse exame pode ser feito em unidades do Sesi.

Reparos e manutenção: profissional tem a

possibilidade de trabalhar para empresas ou como prestador autônomo de serviços

NR-10 A Norma Regulamentadora 10 estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. A NR-10 foi regulamentada em 1978 e atualizada pela Portaria GM nº 598, de 07/12/04.

NR-35 A NR-35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, como o planejamento, a organização e a execução, a fim de garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores com atividades executadas acima de dois metros do nível inferior, onde haja risco de queda. Foi regulamentada pela Portaria SIT nº 313, de 23/03/12.

SEP O curso de Segurança no Sistema Elétrico de Potência é complementar ao curso de eletricista de redes e, em alguns casos, obrigatório para exercer a profissão. Ele estabelece requisitos e condições mínimas para a implantação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente interajam no sistema elétrico de potência e em suas proximidades.

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POLOS INDUSTRIAIS | APARECIDA DE GOIÂNIA

UM DIAGNÓSTICO, VÁRIOS PROBLEMAS Trabalho executado pelo Sistema Fieg aponta principais gargalos e deficiências em quatro distritos industriais de Aparecida de Goiânia

D

esenvolvido pela Fieg, por meio de sua Coordenação Técnica, em parceria com o IEL Goiás, envolvendo ainda a prefeitura local e o governo do Estado, o estudo Polo Industrial de Aparecida de Goiânia aponta os principais avanços e gargalos enfrentados pelas empresas instaladas em quatro dos distritos e parques industriais do município. “Aparecida é um polo importante, com participação de marcas fortes e grupos multinacionais, como a Pepsico, que recentemente comprou a Mabel”, destaca Heribaldo Egídio, presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo) e diretor 2º secretário da Fieg. O trabalho, lançado no dia 27 de maio, na Unidade Integrada Sesi Senai Aparecida, contemplou quatro distritos industriais, incluindo três sob jurisdi-

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ção do município – Distrito Industrial Municipal de Aparecida de Goiânia (Dimag), Polo Empresarial Goiás e Parque Industrial de Aparecida de Goiânia José Alencar. Foi avaliado ainda o mais antigo deles, o Distrito Agroindustrial de Aparecida de Goiânia (Daiag), administrado pelo governo do Estado por meio da Goiasindustrial. Durante todo o dia, a Fieg recebeu representantes de instituições e órgãos públicos para debater e apresentar soluções para superar deficiências apontadas pelo setor produtivo. Além de líderes empresariais, participaram representantes da Celg, Anatel, Secretaria Estadual de Segurança Pública, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Triunfo, Saneago, Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Senai e a prefeitura da cidade, por meio das secretarias de Desenvolvimento Urbano, Fazenda, Infraestrutura, Indústria e Comércio, Meio Ambiente e da Superintendência Municipal de Trânsito. Em torno de 140 empresas foram pesquisadas para o trabalho, que contou ainda com a participação da Associação Comercial e Industrial de Aparecida de

Polo industrial: das 166 empresas

instaladas ali, apenas cerca de três dezenas delas conseguiram escriturar suas áreas

Goiânia (Aciag), das associações que representam os distritos e parques industriais analisados e da Goiasindustrial. “Identificamos matrizes e temas que competem a cada instância do poder público estadual e municipal, que agora terão a missão de providenciar soluções para as deficiências apuradas”, resume Egídio. Um grupo de trabalho criado pela Fieg acompanhará o cumprimento das soluções formalizadas em documento pelos órgãos e entidades que participaram do evento. O secretário de Indústria, Comércio, Ciência, Tecnologia e Turismo de Aparecida, Ralph Vicente da Silva, elogiou a qualidade do trabalho desenvolvido pela Fieg e acrescentou que a secretaria está preparada para “acompanhar e cobrar” a implantação das medidas necessárias para aprimorar a infraestrutura nos distritos e parques industriais na região. “Vamos atuar para viabilizar as soluções, mesmo em outras esferas do setor público, com o objetivo de implantar essas medidas o mais rápido possível”, afirmou.


O principal gargalo “O estudo detalha a realidade enfrentada pelas empresas nos principais distritos industriais do município e o nosso dever, assim como de todo o empresariado, será cobrar soluções para os problemas identificados”, declara Osvaldo Antônio Zilli, presidente da Aciag. O maior gargalo, na sua opinião, “chama-se Celg”. Segundo ele, há mais de duas dezenas de empresas com transformadores já instalados à espera da ligação com a rede de distribuição, o que depende da oferta de carga para a região. Na visão de 80% das empresas ouvidas na pesquisa, a oferta deficiente e a baixa qualidade da energia foram consideradas com um dos principais gargalos para a competitividade do setor produtivo em Aparecida de Goiânia. “Temos problemas em quase toda a área de infraestrutura, incluindo saneamento, iluminação pública, comunicação e transportes”, acrescenta Zilli. “Como foi assinado um compromisso público por todos os organismos responsáveis pelos distritos, acredito que as soluções deverão ser implantadas”, completa o empresário.

A questão fundiária Entre os fatores que afetam a competitividade das empresas, Heribaldo Egídio identifica ainda a falta de escrituração das áreas, que impede a maioria das empresas instaladas nos distritos de contratar empréstimos e financiamentos para expansão de seu negócio, compra de máquinas e equipamentos e mesmo para capital de giro. Ainda na área fundiária, Egídio lembra, com base no estudo, que algumas áreas foram desapropriadas pela prefeitura para receber empresas, mas essas desapropriações não foram pagas, impossibilitando o registro definitivo de posse. Ele aponta ainda a necessidade de instalação de placas indicativas e de iluminação nos distritos, tornando as áreas mais visíveis e seguras. 

Diretor da Celg D, Humberto Eustáquio, assina termo de compromisso para melhoria dos serviços de energia em Aparecida

Diagnósticos e propostas Abaixo, as principais demandas do setor industrial e soluções apresentadas. Leia mais na página da Goiás Industrial no Facebook (www.facebook.com/goiasindustrial) ou no site www.sistemafieg.org.br

Celg

Demandas Ampliação da capacidade e aumento no investimento da rede elétrica nos distritos; aumento da oferta e melhorias na qualidade da energia para o parque industrial; manutenção periódica e fornecimento compatível com a demandas do polo.

Soluções apresentadas Implantação de seis novos alimentadores da subestação Independência, para atender às atuais solicitações de carga do Polo Empresarial. A obra já está contratada, com previsão de energização de seis circuitos em duas etapas, a serem concluídas até novembro de 2015; Implantação de transformadores de 33 mil kVA na subestação Anhanguera e construção de seis novos alimentadores para atendimento às cargas do Polo Empresarial até dezembro de 2015; Implantação da subestação Aparecida, a ser construída na região do Parque Industrial, sustentando as cargas requeridas a médio prazo para o campus da UFG, Polo Logístico, Inovar Participações Imobiliárias e ampliação do Daiag, até 2017.

DNIT

Demandas Disponibilizar mais acessos para a BR-153, além de finalizar as obras do anel viário da mesma rodovia. Instalação de uma trincheira na saída sul de Aparecida de Goiânia.

Soluções apresentadas Está em andamento a aprovação de projeto para o contorno (43 km), cujas obras começarão este ano, para entrega em 2018, num valor estimado em R$ 400 milhões, não incluindo as trincheiras. Os projetos do perímetro urbano estão em negociação e foram feitos estudos que dependem de aprovação pela ANTT. No projeto do contorno, houve acréscimo de 12 km em função de novos empreendimentos na região. As obras incluem a construção de dois viadutos na entrada de Aparecida.

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COMÉRCIO EXTERIOR | MISSÃO À ALEMANHA

ENERGIA RENOVÁVEL E MAIS EFICIENTE Empresários goianos participam da feira de Hannover, na Alemanha, de olho nas últimas soluções desenvolvidas para a microgeração de energia solar

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arte do esforço de internacionalização promovido pelas instituições que representam a indústria no País e no Estado, iniciativa conjunta da CNI e da Fieg levou empresários goianos a participar da edição deste ano da feira de Hannover, maior encontro mundial da área de tecnologia industrial, realizada entre 13 e 17 de abril, naquela cidade alemã. O grupo foi integrado pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia no Estado de Goiás (Sindcel), Célio Eustáquio de Moura, e pelos empresários José Alves Neto e Lucas Alves (Engebra), Ricardo César do Espírito Santo (Comar), Rafael Mundim Rezende (Mundi), Osney Valadão Marques (Tencel) e Walter Hagemeier (representando a indústria do plástico de Rio Verde). A missão comercial, composta por empresários de várias regiões do País e organizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, com a colaboração da equipe do Centro Internacional de Negócios da Fieg (CIN), detalha Eustáquio, focou a busca de soluções renováveis para o setor de energia, mais especificamente, na área de tecnologias para a geração de energia solar, e de eficiência energética. “Foi uma missão extremamente produtiva, com o suporte e assessoria muito competente e eficiente da equipe do CIN/Fieg, tanto nos preparativos para a viagem e nas conversações preliminares, quanto durante a feira e ao longo de

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todo o período da missão, que durou de 11 a 19 de abril”, comenta o presidente do Sindcel. Além de contatos comerciais, os empresários conheceram projetos desenvolvidos na área energética por universidades, institutos de pesquisa e governos regionais na Alemanha. “O setor público alemão tem desenvolvido projetos e subsidiado investimentos na área de energia renovável”, observa Eustáquio, lembrando a relevância da microgeração distribuída para tornar a matriz energética no País mais eficiente e segura. “A microgeração é interessante para o produtor, para o consumidor, para as concessionárias de energia, já que pode dispensar investimentos em transmissão, para o governo e para a sociedade em seu conjunto”, sustenta o presidente do Sindcel.

O sindicato, prossegue ele, tem mantido conversações principalmente com empresas italianas para o desenvolvimento de projetos de microgeração com uso de placas fotovoltaicas e de armazenamento de energia sob a forma de hidrogênio. “Aguardamos um retorno dessas empresas para dar continuidade e ampliar as negociações. Nossa ideia é implantar em Goiás um projeto piloto para demonstrar a viabilidade desse processo”, adianta Eustáquio.

Tecnologia para o futuro Realizada anualmente, a feita industrial de Hannover reuniu, neste ano, algo como 6,5 mil companhias de 70 países, da área de tecnologia para plantas industriais do futuro e sistemas de energia mais eficientes e renováveis, somando perto de 220 mil visitantes. 

Feira industrial e tecnológica: em Hannover, os sistemas mais recentes para a geração descentralizada de energia renovável


PLATAFORMA MULTIMODAL

AINDA SEM UMA

Wagner Araújo/WA Imagem

DATA FIXA

Espaço para grandes voos:

aeroporto terá capacidade para receber aeronaves do porte de um Boeing 747-400

Governo do Estado revisa estudos, projeções e parâmetros que vão orientar o lançamento do edital para concessão da plataforma

O

governo do Estado está revisando todos os parâmetros e as projeções em relação à futura Plataforma Logística Multimodal de Goiás (PLMG) e espera publicar ainda neste ano o edital para a concessão do projeto à iniciativa privada. No entanto, o superintendente executivo de Planejamento da Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento de Goiás (Segplan), Thiago Camargo, prefere ainda não fixar datas. Nesse processo, o governo estadual atualiza todos os estudos e revisa os cronogramas econômicos financeiros e das obras civis necessárias para a implantação integral da plataforma. A estratégia envolve desde a capacidade instalada do complexo logístico, as projeções da demanda a ser atendida ao longo do prazo da concessão, inicialmente previsto para 33 anos, até a taxa interna de retorno do projeto, que a princípio havia sido estimada, ainda em 2013, em algo ao redor de 9,5%. “Estamos realizando estudos individualizados para a plataforma especificamente e para o aeroporto de cargas de Anápolis, embora os dois projetos sejam integrados”, observa Camargo.

A publicação do primeiro edital da concorrência para escolher a empresa ou consórcio de empresas para tocar o projeto e gerir a plataforma, que deveria ter sido lançado em fevereiro do ano passado, foi suspensa sine die no início de janeiro daquele ano. Desde lá, as obras de construção do aeroporto de cargas de Anápolis, a cargo da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), “têm evoluído bem”, na descrição de Camargo. Integrada à plataforma, a pista de 3,3 mil metros, com capacidade para receber aviões de grande porte, está praticamente concluída, sempre de acordo com o superintendente, e já consumiu investimentos de R$ 250 milhões, integralmente aportados pelo Estado com recursos orçamentários. “Um fator preponderante é que o Estado não terá de volta o que foi gasto no aeroporto, como forma de viabilizar o investimento privado na plataforma”, afirma Camargo. Nesse caso, prossegue ele, o governo estadual vai atuar estrategicamente como indutor de desenvolvimento, contribuindo para modernizar e expandir a capacidade logística da economia goiana, consolidando Anápolis como um hub logístico dinâmico e eficiente, atraindo novas empresas, empregos e renda para o Estado. “Esse é um tipo de investimento que vai atrair mais investimentos”, sustenta ele. GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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PLATAFORMA MULTIMODAL

Atração de investimentos A concessão da área, num total de 6,968 milhões de metros quadrados, para a iniciativa privada, justifica Camargo, foi decidida em função da perspectiva de implantação mais rápida e a custos relativamente mais baixos. Será exigida a constituição de uma sociedade de propósito específico, que responderá pela construção e gestão do complexo logístico, a ser formada por operadores logísticos e aeroportuários. “Será exigida a participação de empresas que tenham a logística em seu core business, com expertise que permita reduzir custos e favoreça o planejamento empresarial, contribuindo para atrair investimentos adicionais”, resume Thiago Camargo.

Um novo ciclo para economia A competitividade passa pelo transporte e o transporte passa pela Plataforma Logística Multimodal. Essa linha de pensamento é defendida pelo empresário do setor de café Wilson de Oliveira, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás e presidente da Regional da Fieg em Anápolis, município que sedia o empreendimento do governo estadual e que começou a ser “gestado” dentro do setor produtivo. De acordo com Oliveira, a logística está incorporada historicamente à vocação econômica de Anápolis. Ele destaca que, ainda em 1931, a cidade festejava o primeiro pouso de um avião do Correio Aéreo Nacional. Pouco tempo depois, em 1935, foi inaugurada a Estrada de Ferro Goyaz. No final da década de 1950, o município tornou-se o marco zero da Rodovia Belém-Brasília (BR-153, hoje) – um dos principais eixos de integração rodoviário do Brasil. Na década de 1970, continua Oliveira, veio a Base Aérea com a tecnologia 44

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Wilson de Oliveira: “Vamos nos tornar

ainda mais competitivos, com o transporte mais racional e barato e teremos o crescimento do parque industrial”

de aviação de caça supersônica e que, a partir do ano de 2000, passou também a integrar o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). No final da década de 1990, foi implantada a Estação Aduaneira Interior (Eadi- Porto Seco), operando um ramal da Ferrovia Centro-Atlântica, originária da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), permitindo acesso às zonas portuárias do Sudeste e do Sul do

País, por meio de suas conexões. E, no ano passado, foi inaugurada a Ferrovia Norte-Sul, que tem Anápolis também como marco zero e destino até Açailândia, no Maranhão, num traçado de 1.574 quilômetros. A plataforma multimodal, ressaltou Oliveira, surgiu, portanto, em decorrência de todos esses elementos históricos. “Não foi algo que aconteceu por acaso”, frisou, acrescentando que o projeto é um sonho da classe empresarial e que tem como um de seus principais entusiastas o decano da indústria goiana, capitão Waldyr O´Dwyer, “que idealizava fazer de Anápolis um polo exportador de carnes, quando atuava no setor frigorífico”, lembrou. Segundo ele, a plataforma vai gerar impactos não só sobre a economia de Anápolis, mas de todo o Estado, com a melhora dos indicadores de exportação, importação e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). “Vamos nos tornar ainda mais competitivos, com o transporte mais racional e barato e teremos,

Estação Aduaneira do Interior: governo planeja estimular

integração do Porto Seco de Anápolis com a plataforma logística


também como consequência desse empreendimento, o crescimento do parque industrial de Goiás”, ressaltou ele, para arrematar: “Vamos iniciar um novo ciclo de prosperidade em nosso Estado e, especialmente, em Anápolis”.

Posição privilegiada Para dar maior suporte à plataforma, o governo estadual encampou o projeto do aeroporto de cargas, que deverá colocar Anápolis em condição privilegiada no transporte de produtos de alto valor agregado, beneficiando diversos setores da economia como, por exemplo, a indústria farmacêutica goiana, segunda maior do País. “Estamos trabalhando também para viabilizar a implantação do Parque Tecnológico, para atrair empresas de informática e eletroeletrônicos”, pontua Wilson de Oliveira. Somando tudo, o empresário arrisca dizer que Anápolis, hoje, é o coração da logística na América do Sul. “Estamos servidos pelos principais eixos rodoviários, através das BRs 153, 060 e 414; temos duas ferrovias que cortam o Brasil passando por Anápolis; temos já em andamento um aeroporto que vai permitir pousos e decolagens de aeronaves de alta tonelagem e temos, sobretudo, toda a infraestrutura da plataforma logística. Falta somente que o governo, através da Segplan, defina as regras para o funcionamento da plataforma, pois sem regras claras e bem definidas, o investidor não vem”, cobrou Oliveira.

Falta sinal verde da SAC, Valec, DNIT... Daqui em diante, o projeto terá de enfrentar trâmites burocráticos normais em processos desse tipo. Com a inclusão do aeroporto, que é uma concessão federal ao governo de Goiás, o edital para transferência da plataforma para a iniciativa privada precisa ser aprovado

Entroncamento federal: as BRs 153, 060 e 414 cruzam a região de Anápolis, reforçando sua vocação para a logística

pela Secretaria de Aviação Civil (SAC). Uma minuta deste edital, adianta Thiago Camargo, da Segplan, já foi submetida à SAC, que a devolveu para alterações e adequações, já em andamento. Além do transporte de cargas, o edital deverá prever a possibilidade de construção de um terminal de passageiros, o que faz sentido diante do trânsito intenso de executivos e empresários na região e dali para outros Estados. O lançamento do edital depende ainda de decisões da Valec, que terá de instalar terminais de transbordo ferroviário na área, e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), pois será necessário construir ainda um novo acesso desde a BR-060 até a plataforma. O governo estadual, adianta Camargo, deseja e vai trabalhar para que ocorra uma interação entre a plataforma e o Porto Seco, de forma a criar sinergias e facilitar o processo de integração dos diversos modais de transporte, reduzindo custos de frete e racionalizando a logística na região. Camargo lembra que o Porto Seco pode estar entre as empresas interessadas em disputar a concessão, diante das vantagens envolvidas para os dois lados.

As primeiras projeções Os trabalhos originais, que resultaram no edital suspenso em 2014, previam valor fixo de R$ 150 milhões para a outorga da área, com pagamento de 10% à vista e o restante em 15 anos, incluindo 3 de carência, parâmetros agora sob revisão. Além desses valores, o Estado receberia, a título de contribuição variável, 1% da receita bruta gerada pela plataforma durante os 33 anos da concessão. As obras deveriam ter se iniciado neste ano, na previsão original, para conclusão em 2023, quando a plataforma deveria movimentar em torno de 7,8 milhões de toneladas de cargas, principalmente de soja em grão, farelo e óleo de soja, milho em grão, minerais não-metálicos, produtos farmacêuticos, peças e acessórios de veículos, defensivos, produtos químicos e outras cargas gerais. Nas projeções iniciais, a receita bruta esperada para o período entre 2016 e 2023 poderia chegar a R$ 883 milhões e o concessionário teria de realizar investimentos em ativos fixos, a partir de 2015, de aproximadamente R$ 787 milhões, igualmente até 2023, dos quais R$ 294 milhões apenas no primeiro ano de construção da plataforma.  GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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GENTE DA INDÚSTRIA

// Renata dos Santos

PARABÉNS COM MÚSICA /

Ao

lado da mulher, Suely Paranaíba, o presidente da Fieg, Pedro Alves, aniversariante do dia 5 de maio, comemorou a data com amigos e colaboradores do Sistema, na Casa da Indústria. Em um dos momentos da noite, Pedro Alves cantou hit de Roberto Carlos, em aquecimento para o pocket show do quarteto de jazz Obra Prima, que animava a festa.

MARATONISTA /

Diretor da Fieg,

EMPANADOS, LINGUIÇAS E MORTADELAS / Pelo se-

o empresário Eduardo Cunha Zuppani

gundo ano consecutivo, o empresário José Carlos Garrote

não perde as principais corridas na ci-

de Souza (São Salvador Alimentos - Superfrango) vai marcar

dade. Ele foi um dos 1,8 mil participantes

presença no 10º Festival Gastronômico de Pirenópolis, de 11 a

na 6ª Meia Maratona Ecológica Parque

14 de junho. Estande incrementado de sua indústria na Praça

2015 – Desafio Aqua, evento esportivo

Gastronômica do evento terá como vedetes a nova linha de

em que os atletas trocaram garrafas

empanados, linguiças e mortadelas. Com cursos, palestras,

pet por sementes de árvores, numa

degustações e uma programação caprichada nos restau-

empreitada socioambiental realizada

rantes e bistrôs, o festival reunirá chefs da alta gastronomia

dia 31 de maio, na concessionária Par-

goiana e nacional. Sommeliers de vinhos e cervejas e shows

que Ford. A saída dos atletas do evento,

também estrelam as atrações da festa, realizada pela Goiás

que contou até com brinquedoteca, foi

Turismo, em parceria com a prefeitura de Pirenópolis.

embalada pela DJ Sophia Dalla Voguet.

ZEZÉ NA PASSARELA /

Em desfile

com 200 looks de 20 confecções goianas, Zezé Di Camargo fez sua estreia na passarela, na 15ª edição do CMB Fashion, realizada no final de abril, em Goiânia. O cantor foi cercado pelo público e, ainda na passarela, disse que aceitou o convite porque ele fora feito pelo organizador, Magdal Bezerra (na foto, ao lado de Zezé e dos atores Giovanna Ewbank e Rômulo Arantes Neto). “Quando era estudante Cleomir Tavares

passava em frente a sua loja e sonhava

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em comprar uma roupa ali”, afirmou.

// GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015


CACHAÇA /

O empresário Carlos

Augusto Guedes Vieira entrega ao cantor Marrone, da dupla com Bruno, brinde personalizado da Cachaça da Posse, de sua indústria em Guapó, durante a Festa Agropecuária do Estado de Goiás 2015. O evento tradicional comemorou seu 70º aniversário, reunindo 320 mil pessoas, público que passou pelo Parque de Nova Vila durante 17 dias do mês de maio. A programação de shows, exposição de animais, leilões e rodeios contemplou ainda a exposição de pro-

INDÚSTRIAS SOLIDÁRIAS (1) /

A Vila São Cotollengo, em Trindade, lançou o

dutos de vários parceiros da indústria

projeto Empresas do Bem, que já tem como parceiras as indústrias Zuppani, Coming

e do comércio.

Indústria de Couros, Jean Darrot, Vecon Construtora e Zema. No lançamento, com show da dupla Nilton Pinto e Tom Carvalho, no Teatro Rio Vermelho do Centro de Convenções de Goiânia, dia 27 de maio, a surpresa foi um pocket show com a Banda Inclusiva Luar (foto), formada por pacientes da instituição, dirigida pela irmã Márcia Rocha. A iniciativa, que une solidariedade e responsabilidade social, busca arrebanhar empresas da indústria e do comércio para contribuir na aquisição de mobiliário para a instituição.

INDÚSTRIAS SOLIDÁRIAS (2) / Com parceria de indústrias como Dinâmica Engenharia, Queiroz Silveira, Consciente, Veja, GPL, FR e Sigla Engenharia, a segunda edição da Feijoada do Bem será realizada no dia 13 de junho, na sede da Terra Fértil, no Parque Santa Cruz, região Sul de Goiânia. O almoço beneficente é realizado pela Rizzo Imobiliária, Ademi-Go e parceiros e visa arrecadar fundos para que a instituição filantrópica Terra Fértil continue auxiliando centenas de crianças e adolescentes a sair de situações de violência, maus tratos e uso de drogas. No evento, será realizado também o Bazar Terra Fértil, com venda de peças confeccionadas pelas próprias crianças.

COOPERATIVISMO /

Ao lado do presidente do Sindicato das

Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás (Sindileite), Joaquim Guilherme Barbosa de Souza (direita), que vai dirigir o Sistema OCB/ Sescoop-GO no quadriênio 2015/2019, Luis Alberto Pereira (Santa Cecília Engenharia) assumiu no início de maio a vice-presidência da entidade. O engenheiro civil, que também preside o Conselho de Administração do Sicoob Engecred-GO, terá oportunidade de promover troca de experiências, visando fortalecer o cooperativismo em todo o Estado. “De um lado, podemos levar as boas práticas do cooperativismo de crédito para o Sistema OCB/Sescoop-GO e do outro enriquecemos a atuação do Sicoob Engecred-GO com a experiência de outras cooperativas,” explicou Luis Alberto.

Diretor executivo do Sindileite-GO, Alfredo Luiz Correia, chefe de gabinete da Goiás

Fomento, Luiz Otávio Nascimento, vice-presidente do Sistema OCB/Sescoop-GO, Luis Alberto Pereira (Sicoob Engecred-GO) e o presidente do Sistema OCB/Sescoop-GO, Joaquim Guilherme Barbosa de Souza (Complem), em evento na Casa do Cooperativismo GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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SINDICATOS E A NOVA SEDE

AVANÇOS E INTEGRAÇÃO

Instalações mais modernas e arejadas: bem recebida pelos sindicatos, mudança inaugura nova fase no trabalho desenvolvido pelo sistema

Mudança para o edifício Pedro Alves de Oliveira, com espaço mais amplo e moderno, deve estimular o fortalecimento dos sindicatos e maior diálogo com a Fieg

O

edifício Pedro Alves de Oliveira, novíssima sede da Fieg, começa a receber os sindicatos filiados à federação e a expectativa é de maior aproximação e consequente fortalecimento da base sindical. Além dos sindicatos, o prédio abriga o IEL Goiás, a Coordenação Técnica (Cotec) e o Centro Internacional de Negócios da Fieg, além da assessoria sindical, do setor de cadastro, informática, a secretaria geral e o setor de protocolo. A Fieg Regional Anápolis passará a contar com um espaço de apoio no novo prédio. Instalada em 1999, a entidade abriga hoje seis sindicatos patronais e é o primeiro ‘braço’ da Fieg fora da capital. A medida foi bem acolhida pelos presidentes dos sindicatos e pelo presidente da Regional, Wilson de Oliveira. Os dirigentes sindicais de Anápolis, disse ele, terão sala exclusiva para despachar e realizar reuniões quando estiverem em Goiânia. Para Oliveira, o presidente da Fieg, Pedro Alves, tem tido deferência especial para com a regional e os sindicatos patronais de Anápolis. “Esperamos que este espaço seja um referencial para que possamos desenvolver as nossas ações de forma mais produtiva, atendendo de pronto às demandas dos setores que representamos. E acalentamos também o sonho de, num futuro breve, ter a sede própria para a Regional de Anápolis”, destacou Oliveira. Sandro Mabel, presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação no Estado de Goiás (Siaeg), vê a mudança dos sindicatos para a nova sede, como uma “grande conquista, com

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espaço mais moderno, salas mais arejadas e destinadas exclusivamente a eles, o que inspira atitudes mais modernas e mais ousadas no sentido de fortalecer nossas ações e fazer ouvir nossas demandas”. O empresário lembra que muitas das bandeiras dos sindicatos são coincidentes, “como por exemplo a luta contra engessamento provocado pelas atuais leis trabalhistas, a altíssima carga tributária e a favor da convalidação dos incentivos fiscais”. A maior proximidade dos sindicatos entre si e destes com a diretoria da Fieg, complementa Mabel, “também contribui para que o setor produtivo tenha o mesmo discurso. Teremos mais acesso ao que está sendo conduzido pela Fieg, assim com a federação terá condições de saber as nossas dificuldades com mais rapidez. É um avanço em todos os sentidos”. Para o presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de Goiás (Sigego), Antônio de Sousa Almeida, essa aproximação vai favorecer a troca de ideias e reforçar parcerias, aprimorando o relacionamento entre aqueles setores. “A mudança para a nova sede vai trazer uma integração muito maior, como parte da política da presidência da casa de promover o desenvolvimento da base sindical”, afirma ele.

Um grande salto para o setor Na avaliação de Pedro Silvério, presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis e Artefatos de Madeira no Estado de Goiás (Sindmóveis), a nova estrutura colocada à disposição dos sindicatos tende a fortalecer sua atuação, permitindo que ampliem sua base de associados. “Será uma nova etapa no relacionamento entre as entidades sindicais e a Fieg, com maior diálogo e interlocução entre os presidentes dos sindicatos e a equipe de gerentes, técnicos e gestores do Sistema Fieg”, acrescenta. Silvério antevê a perspectiva de “um grande salto” para o setor sindical, depois de consolidada a mudança para a nova sede 


GIRO PELOS SINDICATOS

SI N DUSC O N - G O

O FUTURO DE APARECIDA / O Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO) e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) lançaram, dia 28 de maio, o projeto O Futuro da Minha Cidade em Aparecida de Goiânia, oitava cidade brasileira a aderir à iniciativa, instituída em Goiânia em 2013. Chamado anteriormente de Cidades Sustentáveis, o projeto visa mobilizar a sociedade para ser protagonista no futuro de sua cidade, criando soluções para a sustentabilidade urbana. A ideia mobiliza parceria com a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-GO), Sindicato dos Condomínios e Imobiliárias de Goiás (Secovi-GO), Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (Aciag) e apoio da Prefeitura. S I FAE G / S I FAÇÚ CA R SI N DI C ER /G O

PARCERIA EM ESTUDO / A diretoria do Sindicato das Indústrias Cerâmicas do Estado de Goiás (Sindicer/GO) estuda parceria com o Senai para ofertar consultoria às empresas em relação ao cumprimento da NR-12, especificamente quanto aos procedimentos para a adequação do parque de máquinas instaladas nas indústrias. O presidente do Sindicer/ GO, Laerte Simão, destaca que é uma parceria importante e que será trabalhada pela diretoria, ante a preocupação de todo o setor com as dificuldades no atendimento às exigências da norma regulamentadora.

BALANÇO POSITIVO / Com regime de chuvas mais favorável do que no restante do Centro-Sul do País, Goiás colheu recorde de cana na safra 2014/15, num total de 66,8 milhões de toneladas, cerca de 7,8% acima da produção realizada no ciclo anterior e 10,5% maior do que a previsão inicial. O balanço foi apresentado pelo presidenteexecutivo dos sindicatos da Indústria de Fabricação de Etanol e da Indústria de Fabricação de Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar), André Rocha. A safra que começou a ser colhida em abril deste ano deverá bater a marca histórica anterior, atingindo 68,5 milhões de toneladas, crescendo em torno de 2,6%

MAIS AÇÚCAR, MAIS ETANOL / Ainda na safra 2015/16, com 37 das 38 usinas instaladas no Estado em operação, a produção de etanol e de açúcar está prevista em 4,3 bilhões de litros e 2,06 milhões de toneladas, respectivamente, com avanços de 1,2% e de 3,3% frente ao ano agrícola 2014/15. Esses números devem consolidar a posição de Goiás como segundo maior produtor de etanol e quarto na produção de açúcar. DIRETO DE NOVA YORK / André Rocha, presidente-executivo do Sifaeg/Sifaçúcar e do Fórum Nacional Sucroenergético, foi um dos palestrantes durante a 9ª Conferência Datagro sobre Etanol e Açúcar, realizada em Nova York, no dia 13 de maio. O executivo falou sobre Estratégias de Sobrevivência dos Produtores para a safra que está se iniciando.

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GIRO PELOS SINDICATOS

F I EG R EG I O N A L

PARCERIA RENOVADA – 1 / O superintendente do Sebrae Goiás, Igor Montenegro (foto), e o vice-presidente do Conselho Deliberativo, Ubiratan Lopes, participaram de encontro com os presidentes dos sindicados das indústrias abrigados na Fieg Regional Anápolis. Durante a reunião, expuseram as metas de trabalho da entidade, que contemplam a ampliação das ações voltadas para a indústria.

PARCERIA RENOVADA – 2 / O presidente da Fieg Regional Anápolis e também do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Anápolis (SindAlimentos), Wilson de Oliveira, conduziu a reunião, da qual participaram os presidentes do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sicma), Álvaro Otávio Dantas Maia; do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo), Marçal Henrique Soares; do Sindicato das Indústrias Cerâmicas do Estado de Goiás (Sindicer/GO), Laerte Simão; do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Anápolis (Siva), Jair Rizzi; e do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis (Simmea), Robson Peixoto Braga.

PARCERIA RENOVADA – 3 / Segundo Igor Montenegro, o objetivo dessa aproximação é fazer com que Anápolis, onde está sediado o principal polo industrial de Goiás, seja modelo das ações prioritárias que o Sebrae desenvolverá junto ao setor industrial.

SIVA

HERING AMPLIA INVESTIMENTOS / O presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Anápolis (Siva), Jair Rizzi (foto), recebeu com entusiasmo a notícia sobre novos investimentos da Hering em Goiás. A companhia está abrindo uma unidade em São Luis dos Montes Belos e pretende instalar mais uma fábrica no Estado, onde a produção está concentrada, atualmente, em Goianésia, Paraúna, Anápolis e Santa Helena. Apenas em Anápolis, a empresa conta com duas plantas – uma no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) e outra na Avenida Brasil Sul – além de um centro de distribuição. Em Goiás, a empresa emprega 944 pessoas diretamente e mais 2,8 mil de forma indireta.

SINDQU ÍM ICA -GO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO / SI MM EA

BRAGA NO CONSELHO DO SENAI / O empresário Robson Peixoto Braga, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis (Simmea), foi indicado para compor o Conselho Regional do Senai, na vaga anteriormente ocupada pelo empresário Francisco Gonzaga Pontes. O colegiado é liderado pelo presidente da Fieg, Pedro Alves. Braga está no exercício de seu segundo mandato na presidência do Simmea. 50

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O Sindicato das Indústrias Químicas no Estado de Goiás (SindquímicaGO) realizou dia 13 de maio, na Casa da Indústria, seu planejamento estratégico. A elaboração do Plano de Ação, válido até dezembro de 2015, envolveu a diretoria da entidade, presidida pelo empresário Jaime Canedo, e contou com participação do consultor Alberto Pereira Gaspar, em trabalho realizado no âmbito do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), em parceria entre a Fieg e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).


SICMA

MODERNIZAÇÃO E COMPETITIVIDADE / O Sebrae e o Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sicma) estão trabalhando na elaboração do Projeto de Desenvolvimento da Construção Civil, Marmorarias e Pré-Moldados. A iniciativa visa oferecer ferramentas para que as empresas possam ampliar o volume de negócios, fortalecendo a cadeia produtiva. O primeiro esboço do trabalho foi apresentado em reunião realizada em março, no Sebrae. O presidente do Sicma, Álvaro Otávio Dantas Maia, e o gerente regional do Sebrae, Gustavo Toledo, destacaram, na oportunidade, que o projeto vai contribuir para que o setor possa se tornar ainda mais competitivo, com a adoção de práticas de gestão modernas. SI N DI L EI T E

NA DIREÇÃO DO FUNDEPEC / O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás (Sindileite), Alfredo Luiz Correia, foi eleito para a presidência do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária (Fundepec), sucedendo ao presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Goiás e Tocantins (Sindicarne), José Magno Pato. Correia anunciou que dará continuidade ao planejamento estratégico desenhado na gestão anterior e buscará a “convivência harmônica” entre as entidades do setor pecuário.

CÂMARA DA CONSTRUÇÃO / Uma comitiva do Sicma foi a Brasília em março para participar da reunião do Conselho Administrativo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21. Na mesma ocasião, foi realizado o evento Brasil Eficiente, que reuniu cerca de cem parlamentares – deputados e senadores – para apresentação das principais propostas e demandas da indústria da construção e do mercado imobiliário do País. Liderada pelo presidente do Sicma, Álvaro Otávio Dantas Maia (foto), a comitiva teve participação do diretor Firelênio Wesley Fraga e dos empresários do setor Moisés Ribeiro Neto, Maria Luiza Gomes Adorno e Luiz Antônio Oliveira Rosa, e das secretárias da entidade, Laila Ferreira e Daniella Soares.

CADEIA DO LEITE / Fieg, Sebrae, Faeg e Cooperativa Mista dos Produtores de Leite de Morrinhos (Complem) vão atuar em parceria no desenvolvimento de projeto de encadeamento produtivo entre a cooperativa e os produtores de leite da região de Morrinhos, segundo maior produtor do País, de acordo com a última edição da pesquisa agropecuária municipal (PAM), do IBGE. As ações abrangem gestão das propriedades, tecnologia da produção, nutrição e genética. Termo de cooperação nesse sentido foi assinado dia 20 de maio, em Morrinhos, durante abertura da Tecnoleite Complem, pelos presidentes da Fieg, Pedro Alves de Oliveira; da Faeg, José Mário Schreiner; da cooperativa, Joaquim Guilherme Barbosa de Souza, também presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás.

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GIRO PELOS SINDICATOS

POLO GRÁFICO / Segundo Antônio Almeida, até o final deste semestre cerca de 30 empresários vão receber escrituras no polo para a construção de seus parques gráficos. Fornecedores do setor também se instalarão no local, que será o primeiro polo industrial exclusivamente gráfico no Brasil.

SI G EGO

QUASE DUAS DÉCADAS / À frente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de Goiás (Sigego) há 18 anos, o empresário Antônio de Sousa Almeida comemora avanços e conquistas nesse período. Entre elas, Almeida destaca a aquisição de uma chácara de lazer às margens da GO-070, que contribui para unir a categoria; a isenção de impostos para importação de máquinas sem similar nacional para modernização do setor gráfico; a consolidação da parceria com o Senai Goiás para qualificação de mão de obra para o setor; a realização de um congresso internacional do setor em Caldas Novas; e a criação do Polo Industrial Gráfico de Goiás, instalado no Distrito Agroindustrial de Aparecida de Goiânia (Daiag). TRIBUTAÇÃO / Promovida pelo Sigego, Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abape), Sindicato das Agências de Propaganda de Goiás (Sinapro) e Cannes Publicidade, audiência pública na Câmara de Goiânia discutiu, em abril, a tributação do Imposto Sobre Serviços (ISS) na indústria de comunicação e a atualização do Código Tributário Municipal. Na ocasião, foi ministrada palestra que abordou o formato da legislação e a chamada bitributação. Diretor secretário do Sigego, Zander Campos Júnior (na foto, à direita do presidente da Câmara, Anselmo Pereira) afirmou que o Código Tributário de Goiânia é de 1975 e reconhece como veículos de divulgação apenas TV, rádio, jornal e revista. Os outros meios de mídia, cujas nomenclaturas não constam na lei, muitas vezes não são reconhecidos nas fiscalizações, o que gera autos de infração. O trade da comunicação e a Câmara agora esperam o encaminhamento de solução à Secretaria de Finanças de Goiânia.

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SI N DA L I M EN TO S

FÓRUM BRASILEIRO / O presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Anápolis (SindAlimentos), Wilson de Oliveira, participou, em abril, do 3º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos (foto), promovido pelo Lide – Grupo de Líderes Empresarial e pelo Lide Agronegócios. O evento reuniu mais de 300 participantes no Hotel Mercure. Também esteve presente o presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo), Heribaldo Egídio.

QUALIFICAÇÃO – 2 / A intenção é de que, a partir do trabalho desenvolvido com as primeiras dez panificadoras, outras venham aderir ao projeto. O objetivo, segundo os coordenadores, não é apenas atender a orientação do MP, com a adoção de medidas para melhorar as condições de higiene e qualidade dos produtos das indústrias de panificação. Mas, principalmente, oferecer ferramentas para que as empresas possam criar, ampliar e estimular as boas práticas de fabricação, a qualidade, a produtividade e a inovação.

QUALIFICAÇÃO – 1 / O SindAlimentos apresentou aos promotores de justiça Sandra Mara Garbelini e Marcelo Henrique dos Santos, durante reunião (foto) na sede do Ministério Público, em abril, balanço sobre o andamento do Programa de Qualificação e Desenvolvimento de Empresas de Panificação. Na ocasião, estiveram também representantes das padarias que formalizaram adesão à iniciativa, fruto da parceria entre o SindAlimentos, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e o Sebrae. O programa conta, inicialmente, com dez panificadoras, as quais receberam subsídios do Sebrae e do próprio sindicato.

S I N D I FARG O

ASSUNTOS LEGISLATIVOS / O Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo) vem participando ativamente das reuniões do Conselho de Assuntos Legislativos da Confederação Nacional da Indústria (CAL/CNI), juntamente com o vice-presidente da Fieg, Wilson de Oliveira, que representa a federação no colegiado. O presidente do Sindifargo, Heribaldo Egídio, e o executivo Marçal Henrique Soares acompanharam o lançamento da Agenda Legislativa de 2015, em Brasília, junto à comitiva capitaneada pelo presidente da Fieg, Pedro Alves. LABORATÓRIO TEUTO, 68 ANOS / O presidente executivo do Sindifargo, Marçal Henrique Soares, parabenizou a diretoria do Laboratório Teuto/Pfizer, pela passagem dos seus 68 anos de fundação, no mês de março. Pioneiro do segmento em Goiás, o Teuto possui um dos maiores complexos farmacêuticos da América Latina, com 110 mil metros quadrados de área construída e 1 milhão de metros quadrados de área total. Neste ano, a empresa ultrapassou a marca de 3.700 colaboradores. O Teuto também é modelo para a indústria farmacêutica nacional e internacional, reconhecido pelo amplo portfólio, que reúne mais de 700 apresentações, entre genéricos e medicamentos isentos de prescrição. GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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SINDICATOS SINDICATOS COM SEDE NA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS

Av. Anhanguera, nº 5.440, Edifício José Aquino Porto, Palácio da Indústria, Centro, Goiânia-GO, CEP 74043-010 SINPROCIMENTO Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de Goiás Presidente: Luiz Ledra Fone: (62) 3224-0456/Fax 3224-0338 siac@sistemafieg.org.br SINDIREPA Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de Goiás Presidente: Sílvio Inácio da Silva Telefone (62) 3224-0121/ 3224-0012 sindirepa@sistemafieg.org.br SINDIAREIA Sindicato das Empresas de Extração de Areia do Estado de Goiás Presidente: Gilberto Martins da Costa Fone/Fax: (62) 3224-8688 sindiareia@sistemafieg.org.br SINDCEL Sindicato das Indústrias da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia no Estado de Goiás Presidente: Célio Eustáquio de Moura Fone: (62) 3218-5686 / 3218-5696 Sindcel.go@gmail.com SINDIALF Sindicato das Indústrias de Alfaiataria e Confecção de Roupas para Homens no Estado de Goiás Presidente: Daniel Viana Fone: (62) 3223-2050 SIAEG Sindicato das Indústrias de Alimentação no Estado de Goiás Presidente: Sandro Antônio Scodro Mabel Fone/Fax: (62) 3224-9226 siaeg@terra.com.br SINDICALCE Sindicato das Indústrias de Calçados no Estado de Goiás Presidente: Elvis Roberson Pinto Fone/Fax: (62) 3225-6402 sindicalce@sistemafieg.org.br SININCEG Sindicato das Indústrias de Calcário, Cal e Derivados no Estado de Goiás Presidente: José Antônio Vitti Fone/Fax (62) 3223-6667 sininceg@sistemafieg.org.br SINDICARNE Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Goiás e Tocantins Presidente: José Magno Pato Fone/Fax (62) 3229-1187 e 3212-1521 sindcarn@terra.com.br SINDICURTUME Sindicato das Indústrias de Curtumes e Correlatos do Estado de Goiás Presidente em exercício: Emílio Bittar Fone/Fax: (62) 3213-4900 sindicurtume@sistemafieg.org.

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SINDIGESSO Sindicato das Indústrias de Gesso, Decorações, Estuques e Ornatos do Estado de Goiás Presidente: José Luiz Martin Abuli Fone: (62) 3224-7443 sindigesso@sistemafieg.org.br SINDILEITE Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás Presidente: Joaquim Guilherme Barbosa de Souza Fone (62) 3212-1135 / Fax 3212-8885 sinleite@terra.com.br SIMPLAGO Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado de Goiás Presidente: Olympio José Abrão Fone (62) 3224-5405 simplago@sistemafieg.org.br SINDIPÃO Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no Estado de Goiás Presidente: Luiz Gonzaga de Almeida Fone: (62) 8422-4022 sindipao@sistemafieg.org.br SIMAGRAN Sindicato das Indústrias de RochasOrnamentais do Estado de Goiás Presidente: Eliton Rodrigues Fernandes Telefone: (62) 3225-9889 simagran@sistemafieg.org.br SINCAFÉ Sindicato das Indústrias de Torrefação e Moagem de Café no Estado de Goiás Presidente: Carlos Roberto Viana Fone (62) 3212-7473 - Fax 3212-5249 sincafe@sistemafieg.org.br SINVEST Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Goiás Presidente: José Divino Arruda Fone/Fax: (62) 3225-8933 sinvest@sistemafieg.org.br SINDIBRITA Sindicato das Indústrias Extrativas de Pedreiras e Derivados do Estado de GO, TO e DF Presidente: Flávio Santana Rassi Fone/Fax: (62) 3213-0778 sindibrita@sistemafieg.org.br SIEEG Sindicato das Indústrias Extrativas do Estado de Goiás e do Distrito Federal Presidente: Domingos Sávio Fone: (62) 3212-6092 - Fax 3212-6092 sieeg@sistemafieg.org.br SIGEGO Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de Goiás Presidente: Antônio de Sousa Almeida Fone (62) 3223-6515 - Fax 3223-1062 sigego@sistemafieg.org.br

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SIMELGO Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Goiás Presidente: Hélio Naves simelgo@sistemafieg.org.br Fone/Fax: (62) 3224-4462 contato@simelgo.org.br SINDQUÍMICA-GO Sindicato das Indústrias Químicas no Estado de Goiás Presidente: Jaime Canedo Fone (62) 3212-3794/Fax 3225-0074 sindquimica@sistemafieg.org.br SINDMÓVEIS Sindicato das Indústriasde Móveis e Artefatos de Madeira no Estado de Goiás Presidente: Pedro Silvério Pereira Fone/Fax: (62) 3224-7296 sindmoveis@sistemafieg.org.br SINDTRIGO Sindicato dos Moinhos de Trigo da Região Centro-Oeste Presidente: Sérgio Scodro Presidente-Executivo: André Lavor P. Barbosa Fone: (62) 3223-9703 sindtrigo@gmail.com

OUTROS ENDEREÇOS SIFAÇÚCAR Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar do Estado de Goiás Presidente: Otávio Lage de Siqueira Filho Presidente-Executivo: André Luiz Baptista Lins Rocha Rua C-236, nº 44 - Jardim América CEP 74290-130 - Goiânia - GO Fone: (62) 3274-3133 / Fax (62) 3251-1045 SIMESGO Sindicato da Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico do Sudoeste Goiano Presidente: Heitor de Oliveira Nato Neto Rua Costa Gomes, nº 143 Jardim Marconal CEP 75901-550 - Rio Verde - GO Fone/Fax: (64) 3623-0591 simesgo1@hotmail.com SINDUSCON-GO Sindicato das Indústrias da Construção no Estado de Goiás Presidente: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior Rua João de Abreu, 427 - St. Oeste CEP 74120-110 - Goiânia- GO Fone: (62) 3095-5155 contato@sinduscongoias.com.br SINROUPAS Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas em Geral de Goiânia Presidente: Edilson Borges de Sousa Rua 1.137, nº 87 - Setor Marista CEP 74180-160 - Goiânia - GO Fone/Fax: (62) 3088-0877 sinroupas@yahoo.com.br

SIFAEG Sindicato das Indústrias de Fabricação de Etanol no Estado de Goiás Presidente: Otávio Lage de Siqueira Filho Presidente-Executivo: André Luiz Baptista Lins Rocha Rua C-236, nº 44 - Jardim América CEP 74290-130 - Goiânia- GO Fone (62) 3274-3133 e (62) 3251-1045 sifaeg@terra.com.br SIAGO Sindicato das Indústrias do Arroz no Estado de Goiás Presidente: José Nivaldo de Oliveira Rua T-45, nº 60 - Setor Bueno CEP 74210-160 - Goiânia - GO Fone/Fax (62) 3251-3691 siagoarroz@hotmail.com

SINDICATOS/ANÁPOLIS Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Jundiaí, Anápolis/GO - CEP 75113-630 Fone/Fax: (62) 3324-5768 e 3324-5997 fieg.regional@sistemafieg.org.br SINDALIMENTOS Sindicato das Indústrias da Alimentação de Anápolis Presidente: Wilson de Oliveira sindalimentos@sistemafieg.org.br SICMA Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis Presidente: Álvaro Otávio Dantas Maia sicma@sistemafieg.org.br SINDICER-GO Sindicato das Indústrias de Cerâmica no Estado de Goiás Presidente: Laerte Simão sindicergo@sistemafieg.org.br SIVA Sindicato das Indústrias do Vestuário de Anápolis Presidente: Jair Rizzi siva@sistemafieg.org.br SINDIFARGO Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás Presidente: Heribaldo Egídio Presidente-Executivo: Marçal Henrique Soares sindifargo@sistemafieg.org.br SIMMEA Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis Presidente: Robson Peixoto Braga simmea@sistemafieg.org.br

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