Revista Goiás Industrial - Agosto 2015265

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ENTREVISTA

ANO 63 / Nº 265 / AGOSTO 2015

O Sebrae Goiás pretende dobrar o número de micro e pequenas empresas atendidas no Estado e trabalha no desenvolvimento de uma sociedade garantidora de crédito, adianta Igor Montenegro, diretor superintendente da entidade.

SENAI GOIÁS

SESI GOIÁS

CONSULTORIA AJUDA EMPRESAS A GANHAR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

PARCERIA OFERECE SEGURANÇA E SAÚDE A PEQUENOS NEGÓCIOS

REVISTA DO SISTEMA FEDER AÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS

A indústria na

LINHA DE TIRO EMPRESAS DO SETOR ENXUGAM MARGENS E BUSCAM MAIOR EFICIÊNCIA PARA ENFRENTAR A QUEDA DA DEMANDA, A ESCALADA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO E O ENCARECIMENTO DO CRÉDITO, EVITANDO DEMISSÕES POR ENQUANTO

MERCADO DE TRABALHO

AOS 45 ANOS, IEL ESTREIA NO CAMPO DA APRENDIZAGEM


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Sistema Fieg/Ascom

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: C Edifíc l a Loc 544 . nº 1

www.ielgo.com.br Informações: (62) 3219-1444


ARTIGO

O PIOR DOS

MUNDOS T

urbulência é, talvez, a palavra que melhor define o momento delicado pelo qual passa o País, em grave crise econômica e política. Em meio a esse cenário, a matéria de capa desta edição de Goiás Industrial discute caminhos para a indústria encontrar a luz no fim do túnel, literalmente. Em clima de baixa confiança, sem expectativa de melhoria na economia em curto prazo, a exemplo de um doente em estado grave na UTI, diversos segmentos industriais lutam pela sobrevivência, sob a pressão da alta dos custos, como opinam os líderes empresariais Hélio Naves, Jaime Canedo, Heribaldo Egídio, Olympio José Abrão, Domingos Sávio e André Rocha. Os remédios são amargos e causam fortes efeitos colaterais, exigindo verdadeiro corte na carne, como redução de margens, de turnos de trabalho e até o fantasma de demissões de trabalhadores. E não é para menos: em entrevista à Goiás Industrial, o diretor de Política e Estratégias da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes, antecipa que o nível de atividade na indústria de transformação tende a recuar em torno de 4,5% neste ano, prenunciando tropeço de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do setor. Segundo ele, a deterioração das margens das empresas, apontada por indicadores, cria o “pior dos mundos”, em que se tem menos recursos próprios para fazer frente a necessidades e os recursos de terceiros estão mais caros. Mas o empresário, eterno guerreiro, saberá dar a volta por cima diante de todas essas dificuldades, boa parte delas resultantes de erros na condução da política econômica do governo, que deveria adotar, isso sim, postura de

SÃO AMARGOS E CAUSAM FORTES “EFEITOSOS REMÉDIOS COLATERAIS, EXIGINDO VERDADEIRO CORTE NA CARNE, COMO REDUÇÃO DE MARGENS, DE TURNOS DE TRABALHO E ATÉ O FANTASMA DE DEMISSÕES DE TRABALHADORES.” PEDRO ALVES DE OLIVEIRA, presidente da Fieg e do Conselho Deliberativo do Sebrae Goiás

parceria com o setor produtivo, implementando medidas capazes de levar o País ao desenvolvimento socioeconômico. Ou seja, promover as reformas de que tanto carecemos, insistentemente defendidas pela iniciativa privada: política, tributária e trabalhista. Boas novas – Em meio à crise, há também notícia alvissareira: novo diretor superintendente do Sebrae Goiás, Igor Montenegro anuncia, em entrevista, plano ousado de duplicar, até 2022, o número de pequenos empresários atendidos por serviços da instituição, atingindo 160 mil empresas. As ações em prol dos pequenos negócios, como mostra outra reportagem nesta edição, são potencializadas por meio de parceria entre o Sebrae e o Sesi, no âmbito do Sebraetec, para levar saúde e segurança no trabalho ao ambiente laboral, atendendo à legislação e garantindo bem-estar e conforto de trabalhadores. Boa leitura!

GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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ÍNDICE

IEL GOIÁS

REVISTA DO SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS

Nº 265 /AGOSTO 2015

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/ Aos 45 anos, completados em junho, o Instituto Euvaldo Lodi, em parceria com o Senai, faz sua estreia no campo da aprendizagem, com aval do Ministério Público do Trabalho e aprovação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

SENAI GOIÁS EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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/ Consultoria especializada orienta empresas a tornar mais eficiente e racional o consumo de energia, o que reduz custos para a indústria e contribuiu para a preservação dos recursos hídricos

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/Diante do agravamento da crise econômica do País, com reflexos no mercado de trabalho, o Senai Goiás altera planos para atender à demanda por formação de mão de obra pelas indústrias e reforça a oferta de vagas por meio da Educação a Distância (EaD)

SESI GOIÁS

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Edmar Wellington

/ Em parceria com o Sebrae, como parte do programa Sebraetec, o Sesi Goiás ajuda pequenas empresas a implantar políticas nas áreas de saúde e de segurança no trabalho

ENTREVISTA

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/ Até 2022, o Sebrae Goiás pretende duplicar a cobertura de seus serviços prestados às micro e pequenas empresas do Estado, passando a atender 160 mil empreendimentos, anuncia Igor Montenegro, diretor superintendente da instituição

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// GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015

MISSÕES INTERNACIONAIS

CORTE DE CONCILIAÇÃO

/ Com participação e apoio de seu Centro Internacional de Negócios e parceria do Sebrae, Fieg busca incrementar participação de empresas goianas no mercado internacional

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ICQ BRASIL

GESTÃO DE FROTA

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/ O Instituto de Certificação Qualidade Brasil orienta as empresas, no âmbito da norma ISO 31000, a tornar mais eficazes seus sistemas de gerenciamento de riscos dos negócios

/ Numa iniciativa do Tribunal de Justiça de Goiás e da Fieg, a 6ª Corte de Conciliação e Arbitragem acelera a resolução de pendências e cobranças na área empresarial

/ Uso intensivo de tecnologia ajuda empresa a reduzir custos de logística e cortar despesas com manutenção e reparos de veículos


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MEMÓRIA

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/ Instalada há 30 anos em Valparaíso de Goiás, na Região do Entorno do Distrito Federal, a Persoline, de Gilberto Reinaldo da Costa, deixou de ser uma pequena empresa familiar para se transformar em uma das principais movelarias da região

A indústria na

LINHA DE TIRO CAPA/CUSTOS INDUSTRIAIS

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Body for Sure

/ O rápido encolhimento do mercado neste ano, a alta dos custos de energia, água e esgoto, matérias-primas e insumos, a escalada do dólar e o encarecimento do crédito obrigam a indústria a reduzir estoques, reduzir margens e buscar maior eficiência operacional

José Paulo Lacerda

CONJUNTURA

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/ O nível da atividade industrial tende a sofrer perda de 4,5% neste ano, adiando para 2016 a perspectiva de uma retomada, afirma José Augusto Fernandes, diretor de Política e Estratégias da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

GENTE DA INDÚSTRIA

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/ Com a modelo Carol Magalhães (foto) como garota-propaganda, a empresária e estilista Tina Carneiro comemora sucesso da Body for Sure, indústria goiana que comercializa moda fitness e beachwear para todo o País e points como Miami

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SISTEMA INDÚSTRIA

Diretores

SISTEMA FIEG Federação das Indústrias do Estado de Goiás Presidente: Pedro Alves de Oliveira FIEG REGIONAL ANÁPOLIS Presidente: Wilson de Oliveira Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Bairro Jundiaí, CEP 75113-630, Anápolis-GO Fone/Fax (62) 3324-5768 / 3311-5565 E-mail: fieg.regional@sistemafieg.org.br SESI Serviço Social da Indústria Diretor Regional: Pedro Alves de Oliveira Superintendente: Paulo Vargas SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Diretor Regional: Paulo Vargas IEL Instituto Euvaldo Lodi Diretor: Hélio Naves Superintendente: Humberto Oliveira ICQ BRASIL Instituto de Certificação Qualidade Brasil Diretor: Carlos Alberto de Paula Moura Jr. Superintendente: Dayana Costa Freitas Brito

Sandro Antônio Scodro Mabel Otávio Lage de Siqueira Filho José Nivaldo de Oliveira Jaime Canedo Pedro Silvério Pereira Joaquim Guilherme Barbosa de Souza João Essado Elvis Roberson Pinto Silvio Inácio da Silva Eliton Rodrigues Fernandes Olympio José Abrão Carlos Roberto Viana Luiz Gonzaga de Almeida Luiz Ledra José Antônio Vitti José Luiz Martin Abuli Welington Soares Carrijo Álvaro Otávio Dantas Maia Jair Rizzi Robson Peixoto Braga Edilson Borges de Souza José Divino Arruda Domingos Sávio Gomes de Oliveira Eduardo Cunha Zuppani Mário Renato Guimarães de Azeredo Emílio Carlos Bittar Antônio Benedito dos Santos Leopoldo Moreira Neto Conselho fiscal Célio Eustáquio de Moura Jerry Alexandre de Oliveira Paula Orizomar Araújo Siqueira Conselho de representantes junto à CNI

DIRETORIA DA FIEG (2015-2018) Presidente: Pedro Alves de Oliveira 1º Vice-presidente: Wilson de Oliveira 2º Vice-presidente: Antônio de Sousa Almeida 3º Vice-presidente: Gilberto Martins da Costa 1º Diretor Secretário: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior 2º Diretor Secretário: Heribaldo Egídio 1º Diretor Financeiro: André Luiz Baptista Lins Rocha 2º Diretor Financeiro: Hélio Naves

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Pedro Alves de Oliveira Paulo Afonso Ferreira Conselho de Representantes junto à Fieg Abílio Pereira Soares Júnior Ailton Aires Mesquita Alexandre Araújo Moura Alexandre Baldy de Sant’anna Braga Álvaro Otávio Dantas Maia Antônio Alves de Deus Antônio Benedito dos Santos Bruno Franco Beraldi Coelho Carlos Alberto de Paula Moura Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Carlos Roberto Viana Célio Eustáquio de Moura Daniel Viana Domingos Sávio G. de Oliveira Edilson Borges de Sousa

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Eduardo Cunha Zuppani Eduardo José de Farias Eliton Rodrigues Fernandes Elvis Roberson Pinto Emílio Carlos Bittar Eurípedes Felizardo Nunes Fábio Rassi Flávio Paiva Ferrari Flávio Santana Rassi Francisco Gonzaga Pontes Gilberto Martins da Costa Hélio Naves Heitor de Oliveira Nato Neto Heribaldo Egídio Jaime Canedo Jair Rizzi Jerry Alexandre de Oliveira Paula João Essado Joaquim Cordeiro de Lima Joaquim Guilherme Barbosa de Souza José Alves Pereira José Antônio Vitti José Divino Arruda José Luiz Martin Abuli José Magno Pato José Romualdo Maranhão José Vieira Gomide Júnior Laerte Simão Leopoldo Moreira Neto Luiz Antônio Vessani Luiz Gonzaga de Almeida Luiz Ledra Luiz Rézio Manoel Silvestre Álvares da Silva Marley Antônio Rocha Olympio José Abrão Orizomar Araújo de Siqueira Otávio Lage de Siqueira Filho Paulo Sérgio de Carvalho Castro Pedro Alves de Oliveira Pedro de Souza Cunha Júnior Pedro Silvério Pereira Plínio Boechat Lopes Roberto Elias de Lima Fernandes Robson Peixoto Braga Sandro Antônio Scodro Mabel Sávio Cruvinel Câmara Sílvio Inácio da Silva Ubiratan da Silva Lopes Valdenício Rodrigues de Andrade Wilson de Oliveira

CONSELHOS TEMÁTICOS Conselho Temático de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação Presidente: Heribaldo Egídio Conselho Temático de Meio Ambiente Presidente: Pedro Silvério Pereira Conselho Temático de Infraestrutura Presidente: Célio Eustáquio Conselho Temático de Relações do Trabalho Presidente: Olympio José Abrão Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa Presidente: Jaime Canedo Conselho Temático de Responsabilidade Social Presidente: Antônio de Sousa Almeida Conselho Temático de Agronegócios Presidente: Joaquim Guilherme Barbosa de Souza Conselho Temático de Comércio Exterior e Negócios Internacionais Presidente: Emílio Bittar Conselho Temático Fieg Jovem Presidente: Leandro Almeida Conselho Temático de Desenvolvimento Urbano Presidente: Ilézio Inácio Ferreira Câmara Setorial de Mineração Presidente: Wilson Borges Câmara Setorial da Indústria da Construção Presidente: Sarkis Nabi Curi


EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Com corte no Pronatec, Senai aposta na EaD Dehovan Lima

E

m meio à forte crise econômica do País, com reflexos no mercado de trabalho – em junho, o Estado registrou o pior resultado na geração de empregos formais para o mês nos últimos 13 anos na série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) –, o Senai Goiás altera planos para atender à demanda por formação de mão de obra pelas indústrias. Com o profundo corte definido pelo governo federal nas metas de cursos oferecidos via Pronatec, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, a principal alternativa da instituição do Sistema Fieg em 2015 é a oferta de vagas por meio da Educação a Distância, que já vem registrando, ano a ano, tendência de crescimento. A previsão para a EaD, inicialmente de 77.890 matrículas, saltou para 107.559, um aumento de 38%. O número representa mais da metade do total registrado pelo Senai no ano passado – 213.836 matrículas, das quais 34,8% em cursos a distância. Só este ano, de janeiro a junho, as unidades da instituição no Estado EXPEDIENTE

efetuaram 68.119 matrículas em EaD, ou 63% da meta anual. Quanto aos cursos presenciais, as matrículas no mesmo período somam 60.039. A estratégia é a saída para compensar a redução da estimativa para os cursos presenciais, de 98.414 para 75.120 matrículas (23,7%). Com isso, as unidades do Senai espalhadas pelos principais polos industriais do Estado esperam driblar os efeitos da crise e chegar ao fim do ano com 182.679 matrículas em sua produção direta. Em Goiás, pela primeira vez, a educação mediada por tecnologias será oferecida este ano na modalidade de aprendizagem industrial, destinada a jovens de 14 a 24 anos, em atendimento aos Correios, para formação profissional de 42 alunos cotistas em 30 municípios goianos.

Direção José Eduardo de Andrade Neto Coordenação de jornalismo Geraldo Neto Edição Lauro Veiga Filho e Dehovan Lima

REVISTA DO SISTEMA FEDER AÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS

Reportagem Andelaide Pereira, Célia Oliveira, Daniela

Ribeiro, Edilaine Pazini, Jávier Godinho, Nathalya Toaliari e Janaina Staciarini e Corrêa

Sesi e Senai investem, apesar da crise Mesmo com as dificuldades enfrentadas na economia, Sesi e Senai mantêm investimentos para melhorar o atendimento de suas unidades. Em Anápolis, o Sesi Jaiara, CAT Branca de Lima Porto, passou por ampla revitalização e reforma, que possibilitarão aumentar o número de vagas no ensino fundamental e oferecer melhor estrutura de lazer aos clientes. Em Aparecida de Goiânia, a Escola Senai Dr. Celso Charuri ganhou uma oficina de solda e um novo pavilhão destinado à realização de atividades de educação profissional para a construção civil. Em Goiás, o setor, que historicamente demanda mão de obra qualificada em larga escala, se destacou em junho, ao lado do setor agropecuário, pela geração de empregos formais, com 1.079 novos postos de trabalho, segundo números do Caged, ajudando o Estado a garantir a quarta colocação no ranking nacional.

Escola Senai Dr. Celso Charuri, em

Aparecida: construção ganha galpão

Jorge Del Bianco

Colaboração Welington da Silva Vieira

Capa, ilustrações, diagramação e produção Jorge Del Bianco DC Design Gráfico e Comunicação

Fotografia Alex Malheiros

Impressão Gráfica Kelps

Projeto gráfico

Departamento Comercial (62) 3219-1720

Redação e correspondência Av. Araguaia, nº 1.544,Ed. Albano Franco, Casa da Indústria - Vila Nova CEP 74645-070 - Goiânia-GO Fone (62) 3219-1300 - Fax (62) 3229-2975 Home page: www.sistemafieg.org.br E-mail: ascom@sistemafieg.org.br As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista

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ENTREVISTA | IGOR MONTENEGRO, SUPERINTENDENTE DO SEBRAE-GO

Serviços em

DOBRO TEMOS MUITOS CASES DE “SUCESSO DE EMPRESAS ATENDIDAS

Edmar Wellington

PELO SEBRAE QUE AUMENTARAM O FATURAMENTO, A LUCRATIVIDADE, EXPANDIRAM SUA PARTICIPAÇÃO NO MERCADO. E O QUE NÓS QUEREMOS FAZER É QUE TODAS AS EMPRESAS ATENDIDAS AUMENTEM A EFETIVIDADE DE SEUS RESULTADOS”

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O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Goiás (Sebrae/GO) pretende, até 2022, dobrar o número de pequenos empresários atendidos, o que significaria suporte a 160 mil empresas, ampliando sua cobertura de 24% para 50%, afirma Igor Montenegro, novo diretor superintendente da entidade, nesta entrevista à Goiás Industrial. A intenção é não só ampliar seu mercado e reforçar o atendimento, mas trazer resultados para micro e pequenas empresas, injetando algum ânimo na economia num momento de retração da atividade. Goiás Industrial – Quais são os planos para seu mandato, principais metas e programas? Igor Montenegro – Um ponto muito importante será expandir o atendimento. Já estamos atendendo anualmente quase 24% do total de micro e pequenas empresas no Estado, o que já é um número expressivo, e a perspectiva é de que, até 2022, esse atendimento vá crescendo ano a ano até chegarmos a 50% das empresas. É uma meta muito arrojada e nós queremos alcançá-la gradativamente. Não conheço, hoje, empresas que consigam atender a 24% do mercado e poucas empresas conseguem fazer isso. Goiás Industrial – Traduzindo em números absolutos, o que esses porcentuais significam? Montenegro – Estamos perto de 80 mil atendimentos por ano, o que significa 80 mil empresas. Então a ideia é dobrar esse número até 2022. Goiás Industrial – Quais outros desafios pela frente? Montenegro – Outra meta crucialmente importante, dentre as duas definidas em nosso planejamento estratégico, é ampliar a efetividade do atendimento. Fazer com que o atendimento faça a diferença no resultado do negócio, ou seja, que, no final da linha, o negócio tenha mais lucro depois de ser atendido. Temos muitos cases de sucesso hoje de empresas atendidas pelo Sebrae que aumentaram o faturamento, a lucratividade, expandiram sua participação no mercado. E o que nós queremos fazer é que todas as empresas atendidas aumentem a efetividade de seus resultados. Goiás Industrial – Quais são as ferramentas para atingir esse objetivo?

Montenegro – Temos uma série de programas instituídos pelo Sebrae e aplicados em Goiás. O carro-chefe hoje nosso chama-se Negócio a Negócio. Somente este ano vamos atender 35 mil empresários com esta solução. E como ela funciona? O Sebrae não espera o empresário vir até ele. Ele vai até o empresário. Um agente de orientação empresarial, capacitado e credenciado pelo Sebrae, vai até a empresa e oferece nossos serviços. O empresário não paga nada e o Sebrae faz, primeiro, um diagnóstico da gestão naquele momento. Na segunda visita, apresentamos um plano de trabalho, de melhorias para o empresário, e na terceira visita é feita uma avaliação dos resultados da implementação daquele plano de trabalho. Então, o Sebrae oferece três visitas de orientação e, com isso, o empresário passa a saber quais são suas deficiências, como ele deve agir para superá-las e como alcançar os resultados. Esse programa dá suporte a quase metade das empresas atendidas pelo Sebrae. Goiás Industrial – Como é feita a seleção dessas empresas? Montenegro – Atendemos a diversas cadeias produtivas, seja do comércio, dos serviços, da indústria, e também da economia criativa. O Negócio a Negócio ainda não chega aos empresários rurais. Temos outras soluções para esse segmento. Mas os empresários urbanos são atendidos majoritariamente por esse programa. Temos outros programas importantes como o Agente Local de Inovação, que chamamos de Ali. Somente neste ano vamos atender, nesta linha, 2,5 mil empresários. Este também vai até a empresa e faz o atendimento local. Como sua perspectiva é a da inovação, ele não fala só da gestão. Ele ensina o empresário como inovar, como melhorar sua empresa através de inovação, de tecnologia, e com isso melhorar o resultado do negócio. O programa é um dos carros-chefe nossos. Temos convênios com o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e com entidades de ensino e pesquisas que nos permitem capacitar pesquisadores, professores e alunos para que possam atuar como agentes e orientar agentes locais de inovação. Goiás Industrial – A área de inovação recebe alguma outra forma de cobertura pelo Sebrae? Montenegro – Outra ferramenta, com a qual atendemos mais de 3 mil empresários, é o Sebraetec. Quando um agente de orientação empresarial ou até um agente local de inovação chega a empresa e constata que ela é um cliente potencial do Sebraetec, ele orienta, mostrando ao empresário que sua empresa tem perfil para ser atendido pelo programa. Goiás Industrial – Como funciona essa ferramenta? Montenegro – O Sebrae tem credenciados que orientam e praticam inovações tecnológicas, como, por exemplo, um site GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015 //

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ENTREVISTA | IGOR MONTENEGRO, SUPERINTENDENTE DO SEBRAE-GO

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Edmar Wellington

COMEÇAMOS O ANO COM 26 AGÊNCIAS, JÁ ESTAMOS COM 29 E A IDEIA É DE QUE, ATÉ 2018, CHEGUEMOS A 50 AGÊNCIAS NO INTERIOR”

ma remota, por meio de estratégias de atendimento a distância, e agora vamos inserir as consultorias. Ao invés de termos custos com deslocamento e tempo para deslocar centenas e centenas de consultores para atender seus clientes nos bairros e nas cidades mais distantes, teremos também o sistema de atendimento a distância, que permitirá que o empresário seja atendido on-line, ao vivo, com um vendo o outro, por meio de câmeras nos computadores, o que vai otimizar o tempo de nossos consultores e o custo de nossa operação. Vamos utilizar cada vez mais a tecnologia para dar cursos e consultorias e, dessa forma, chegar mais longe com menos recursos.

novo, uma marca, boas práticas de fabricação, mudança de processo produtivo, mudança de leiaute de loja. Qualquer ação que seja uma inovação no negócio pode ser objeto do Sebraetec. O Sebrae subsidia 80% do custo do consultor e o empresário paga somente 20% desse custo e ainda parcelamos esse pagamento em cinco vezes. Temos observado excelentes resultados com o programa. O Sebraetec, assim como os outros programas nossos, é transformador. O que funciona é uma consultoria, um curso, uma solução de inovação e tecnologia que faça com que o empresário reduza o custo, aumente as vendas, melhore o processo produtivo, melhore a qualidade do produto, melhore sua penetração no mercado. E é isso que o Sebrae faz.

Goiás Industrial – Para atingir todas as metas propostas em seu planejamento, qual será o orçamento disponível para o Sebrae neste e nos próximos anos? Montenegro – O orçamento do Sebrae é composto de receita compulsória, por meio do repasse de um porcentual sobre recolhimentos previdenciários destinados ao Sistema S, e temos também a receita própria gerada com a venda de produtos e serviços, que são os cursos, consultorias, convênios com governos, com prefeituras, com outras entidades do Sistema S, federações, etc. O País passa por um momento de crise e tanto a receita compulsória quanto a receita própria tendem a congelar no tempo. Mas, independentemente disso, acredito que os recursos que vamos gerar neste e no ano que vem serão suficientes para darmos esse salto tanto de qualidade quanto em número de atendimentos.

Goiás Industrial – O Sebrae também oferece cursos de capacitação empresarial. Qual o foco desses cursos e como eles são desenhados? Montenegro – Fora essas soluções, que são programas nacionais desenvolvidos pela instituição, temos também nossos cursos e consultorias. Os cursos estão sempre voltados para a área de gestão, seja financeira, de mercado, de vendas, de estoques, planejamento, de pessoal e todas as áreas da gestão. Então, fazemos a customização dessa solução de acordo com o perfil do empresário. Por exemplo, para o microempreendedor individual, definimos uma linguagem mais simples, abordagem mais simplificada para ele entender as ferramentas de gestão. No caso do microempresário, isso já é mais aperfeiçoado. Para a empresa de pequeno porte, que já é maior e está em outro nível empresarial, ela recebe outro tratamento e uma programação mais adequada às suas necessidades.

Goiás Industrial – Diante da intenção de interiorizar o atendimento, o que está previsto para este ano nesta direção? Montenegro – Neste ano, já inauguramos três novas agências no interior do Estado. Existem outras para ser inauguradas ainda neste ano e estão concluindo sua implantação. Começamos o ano com 26 agências, já estamos com 29 e a ideia é que, até 2018, cheguemos a 50 agências no interior. Além das agências, temos os escritórios regionais que coordenam o trabalho em 11 regiões diferentes. A intenção é manter esses escritórios no formato atual porque já são suficientes para atender a nossa estrutura no interior do Estado e da capital. O Sebrae/GO sempre busca parcerias, porque isso nos permite ampliar o atendimento. Então, temos parcerias com associações comerciais, com sindicatos rurais, sindicatos da indústria, federações e entidades do Sistema S, que capilarizam o atendimento do Sebrae, nos permitindo chegar mais longe, nos aproximando de nossos clientes.

Goiás Industrial – A tecnologia pode contribuir no atendimento a empresas? Montenegro – É importante destacar que pretendemos expandir o atendimento tanto de forma presencial, quanto de for-

Goiás Industrial – Há uma proposta de criar um sistema itinerante. Isso já está funcionando? Montenegro – Trata-se do Sebrae Aqui, que é uma nova estratégia de um programa já existente. Já tínhamos realizado

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Goiás Industrial – Qual a programação definida para o Sebrae Aqui? Montenegro – Já fizemos quatro edições neste ano e a perspectiva é de que façamos pelo menos 20 edições, podendo chegar a 30. A partir do final deste ano ou no começo do ano que vem, teremos a realização do Sebrae Aqui móvel, com uso de caminhões e carretas para o atendimento presencial e para a realização de cursos. É um modelo que já vem sendo utilizado por outras instituições e que pode atender comunidades menores, bairros mais distantes. É uma forma também de você chegar onde é mais difícil. Vamos olhar para todos os públicos, de todas as regiões. A perspectiva é de que até 2018 consigamos realizar pelo menos uma edição em cada município goiano. São 246 municípios, então queremos chegar a mais de 200 edições. Goiás Industrial – Você citou a questão do crédito, que é sempre complicada para o micro e o pequeno empresário, especialmente pela dificuldade de conseguir garantias. Montenegro – Nesta linha, sabemos que muitos pequenos empresários que têm boas ideias, têm capacidade para fazer seu negócio crescer, às vezes não têm garantias para contratar o crédito. Estamos analisando boas experiências ao redor do mundo e no Brasil, desenvolvidas por entidades e instituições que fornecem essa garantia para esses empresários. É um modelo que começou na Europa, nos Estados Unidos há uma década e meia, com a criação de sociedades garantidoras de crédito. Visitamos duas dessas, uma em Lisboa outra em Madri, com quase 20 anos de existência e experiências muito exitosas. Como elas funcionam? A sociedade atua como garantidora de determinado crédito e o banco entra com o crédito. É feita uma análise do perfil do empresário, de seu negócio, sua viabilidade econômica financeira e aí a sociedade entra para garantir uma parte do crédito.

Normalmente, ela pode entrar com 70% ou 80% da garantia e o empresário entra com o restante. Outro dado importante é que o apoio da sociedade garantidora permite a redução do spread bancário, porque você diminui o risco da instituição financeira e assim o empresário consegue melhores taxas para seu financiamento. Este é outro papel da sociedade garantidora, fazer que haja uma diminuição das taxas e com isso viabilizar aquele financiamento ao longo do tempo. Goiás Industrial – No Brasil, já há experiências desse tipo? Montenegro – Existem algumas experiências já em funcionamento no País, especialmente no Paraná, em alguns Estados do Nordeste e do Sudeste, como Minas Gerais e São Paulo. O Paraná, por exemplo, já implantou três sociedades garantidoras e está partindo para constituir a quarta. O Sebrae não é um operador, não é um sócio da instituição garantidora, mas vai aportar recursos a fundo perdido nessa sociedade garantidora. A gestão é de entidades empresariais, federações da indústria, do comércio, da agricultura, associação comercial. São os empresários que vão fazer a gestão da sociedade garantidora e também vão entrar com recursos para manter a instituição durante o período em que ela não tem geração de receita própria. O governo estadual pode entrar, como tem ocorrido em alguns Estados, com aporte de recursos para o fundo garantidor, assim como bancos públicos. Goiás Industrial – O Sebrae prepara uma campanha nacional, com o nome de Compre do pequeno. Como isso vai funcionar? Montenegro – Hoje, as micro e pequenas empresas participam com a geração de 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, embora representem 95% do total de empresas abertas. Imaginamos que talvez seja possível chegar a números parecidos

SOMENTE NESTE ANO VAMOS ATENDER 2,5 MIL EMPRESÁRIOS, COM O AGENTE LOCAL DE INOVAÇÃO, (...) QUE ENSINA O EMPRESÁRIO COMO INOVAR, COMO MELHORAR SUA EMPRESA ATRAVÉS DE INOVAÇÃO, DE TECNOLOGIA, E COM ISSO MELHORAR O RESULTADO DO NEGÓCIO” Edmar Wellington

algumas edições do Sebrae Itinerante, mas estamos dando um outro contorno, um outro modelo, sob uma nova visão, para o programa. A ideia é desenvolver projetos que também nos permitam ir até o cliente através desse atendimento centralizado. Nossa equipe passa meia semana em uma cidade do interior ou em um bairro da capital, oferecendo todo nosso portfólio de serviços, oficinas tecnológicas, cursos de curta duração, consultorias, oficinas de trabalho e também atendimento presencial. Além disso, temos o atendimento oferecido pelos nossos parceiros. Por exemplo, os bancos, como Banco do Brasil e Caixa, e a Agência de Fomento estão lá para orientar o empresário em relação a crédito. Temos ainda parcerias com o Senai Goiás e com o Senac, que podem oferecer cursos para os trabalhadores desses pequenos empresários. Oferecemos, então, um conjunto de soluções para os pequenos empresários que vão ajudá-los na execução de seu objetivo, que é ser lucrativo e se perpetuar no tempo.

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ENTREVISTA | IGOR MONTENEGRO, SUPERINTENDENTE DO SEBRAE-GO com os da Europa. Na Alemanha, 45% do PIB é das pequenas empresas ou até mesmo, no caso mais exitoso do mundo, na Itália, onde os pequenos negócios geram 60% do PIB. E lá também eles representam 95% do total de empresas. Então, há um espaço muito grande, no Brasil, para crescer a participação do setor no PIB. Isso só vai acontecer a partir do momento em que o consumidor coloque em prática o que chamamos de compra consciente. Ao invés de pensar só no valor da compra, a ideia é de que o consumidor passe a levar em conta, em sua decisão, de que forma aquela compra vai reverter para ele e para toda a sociedade em termos econômicos. É uma coisa que o consumidor europeu já faz e alguns países da Ásia também, a exemplo da Índia. Com isso, você consegue aumentar a geração de riqueza na localidade, aumentar os resultados dos pequenos negócios, aumentar a geração de empregos, assim como participação do setor no PIB, o que é muito importante para a economia como um todo. Goiás Industrial – Esse seria o objetivo da campanha? Montenegro – A campanha visa estimular o consumo consciente. E comprar do pequeno negócio é estimular esse tipo de consumo. Ao invés de fazer compras em grandes supermercados, grandes hipermercados, vá no açougue, vá na feira, vá no pequeno mercado, porque ali você vai fazer com que o dinheiro gerado localmente permaneça na comunidade. Procure saber se o produto foi produzido na própria comunidade e valorize isso. Esse é um olhar que vai exigir do consumidor se abstrair um

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS PARTICIPAM COM A GERAÇÃO DE 27% DO PIB DO PAÍS. IMAGINAMOS QUE TALVEZ SEJA POSSÍVEL CHEGAR A NÚMEROS PARECIDOS COM OS DA EUROPA. NA ALEMANHA, 45% DO PIB É DAS PEQUENAS EMPRESAS. NA ITÁLIA, OS PEQUENOS NEGÓCIOS GERAM 60% DO PIB”

Goiás Industrial – Como têm caminhado as parcerias da casa com a Fieg? Montenegro – O Sebrae tem uma parceria ampla com o Sistema Fieg, como, por exemplo, no caso do Sebratec, que tem o Senai Goiás como um dos credenciados. Algumas consultorias para pequenos empresários dentro do programa são feitas pelo Senai. É uma forma de estreitar essa parceria e oferecer atendimento cada vez melhor aos empresários, porque o Senai é uma instituição de referência e de altíssima qualidade. Temos parceria também com o IEL Goiás na área de pesquisas. O instituto é responsável pelas mais importantes pesquisas feitas pelo Sebrae. Estamos entabulando uma parceria para um projeto nosso que se chama Encadeamento Produtivo e que, no IEL, recebe o nome de Programa de Desenvolvimento de Fornecedores. São programas similares e estamos buscando uma parceria para fortalecer os dois projetos. Os públicos são semelhantes e temos recursos para investir nesta área e estamos, agora, desenhando uma parceria mais forte com o IEL. Temos também várias parcerias com o Sesi Goiás na área do apoio a empresas na área de moda, por exemplo, na área de saúde e segurança no trabalho e em outros setores. Temos projetos de desenvolvimento do empreendedorismo com praticamente todos os sindicatos do setor industrial, incluindo ainda projetos de desenvolvimento sindical, planejamento, gestão e demais linhas de atuação do Sebrae. Gostaríamos de ampliar essas parcerias, porque sabemos que ainda há um amplo espaço para isso. Goiás Industrial – A burocracia continua sendo um problema. Quais são as iniciativas para enfrentar essa questão? Montenegro – O Sebrae apoia e dedica atenção muito especial agora a ações de facilitação da abertura e fechamento de empresas por meio do projeto Redesim. Ao invés de o empreendedor abrir cadastros em 11 órgãos diferentes, com o sistema da Redesim, há uma integração das informações. O empreendedor faz um único cadastro e cada um daqueles órgãos busca as informações do empresário nesse cadastro. Isso vai permitir reduzir de 120, 150 dias de prazo para abrir uma empresa para apenas dois dias. 

Edmar Wellington

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pouco, não totalmente, da questão do preço, porque o produto local pode ser um pouquinho mais caro, mas os benefícios diretos e indiretos para você e para toda a comunidade são muito grandes. O auge dessa campanha será no dia 5 de outubro, que é o dia da micro e pequena empresa. Na verdade, será um grande movimento em favor dos pequenos negócios, em favor do empreendedorismo e das economias locais. Será uma contribuição do Sebrae ao País neste momento de crise econômica para revitalizar a economia local.

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IEL

APRENDIZAGEM GANHA

BRAÇO FORTE Ao completar 45 anos de atuação em Goiás, IEL comemora ingresso no campo da aprendizagem, com um projeto de resposta ao jovem e de apoio às empresas frente à legislação Célia Oliveira

J

unho de 2015 entra para os registros históricos do Instituto Euvaldo Lodi (IEL Goiás) como um marco em seus 45 anos em Goiás. A adesão à causa da aprendizagem, com aval do Ministério Público do Trabalho (MPT) e aprovação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), abre caminho para atuação do instituto nesta área, potencializando as possibilidades de mais jovens terem acesso ao mundo do trabalho. Assim, o IEL Goiás integra-se ao conjunto de instituições formadoras aptas a ministrar cursos com temas transversais que complementam a vivência prática de jovens na modalidade aprendizagem, além do estágio, programa que o instituto mantém desde o início de suas atividades. “É a ratificação de que nosso envolvimento nas diferentes fases da carreira do jovem é eficaz e de que estamos no caminho certo, quando decidimos trilhar essa rota, na qual também nos unimos ao Senai”, diz o superintendente do IEL Goiás, Humberto de Oliveira. Integrantes do Sistema Fieg, o IEL e o Senai firmaram no ano passado convênio para realização do projeto Jovem Aprendiz, destinado à preparação e inserção de alunos no mercado de trabalho.

Oliveira considera a aprendizagem, modalidade de ensino voltada para o jovem, um aliado no combate às mazelas sociais por que passa o País, a exemplo da violência. “Acreditamos que o jovem deve ser protagonista e responsável por sua história, desenvolvendo capacidade para decisões, fazendo escolhas, refletindo no seu amanhã, e a aprendizagem estimula tudo isso, além da pró-atividade.”

Know-how reconhecido O procurador do Trabalho, Tiago Raniere de Oliveira, compartilha a opinião de que educação e profissionalização são parâmetros para defesa da juventude. “Com o IEL sendo uma instituição com know-how para essa execução, o Ministério Público do Trabalho saiu em campo, porque reconhece o trabalho do instituto”, afirma.

DÁ UM REFORÇO À SOCIEDADE “ONOIELSENTIDO TAMBÉM DE DAR UMA RESPOSTA ÀS DEMANDAS DO PRÓPRIO JOVEM, QUE ÀS VEZES FICA À MARGEM DO MERCADO DE TRABALHO POR FALTA DE VAGAS, DE OPORTUNIDADES LEGAIS” TIAGO RANIERE DE OLIVEIRA, procurador do Trabalho/GO

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IEL

QUANTO MAIS INSTITUIÇÕES TIVERMOS TRABALHANDO EM FAVOR DA JUVENTUDE, TODA A SOCIEDADE GANHA, PORQUE O JOVEM VAI SE DESENVOLVENDO COM MATURIDADE E COM APOIO ESTRATÉGICO, E A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ALIADA À EDUCAÇÃO FORMAL É UM CAMINHO SEGURO, PROPICIADOR PARA A FORMAÇÃO DE JOVENS DIFERENCIADOS” KATLEEM LIMA, auditora fiscal do Trabalho/GO

a excelência do IEL em estágio e acreditamos nela para a aprendizagem”, afirma a auditora, observando que ninguém faz nada sozinho e que a união entre as duas instituições do Sistema Fieg é um caminho que será trilhado pela soma de conhecimentos e experiências bem-sucedidas. “A parceria é condição indispensável para o apoio ao jovem trabalhador.”

Foco na educação para o trabalho Pela parceria IEL-Senai no âmbito do Projeto Aprendiz, milhares de jovens goianos deverão obter oportunidades de trabalho, o que proporcionará às empresas dispor de mão de obra preparada para movimentar processos produtivos e de desenvolvimento. “O Senai, ao longo dos anos, faz com qualidade a aprendizagem, e a parceria com o IEL permitirá esten-

der a um número maior de jovens essa formação especial”, salienta o gerente de Educação Profissional do Senai, Jorge Quirino Sobrinho. Gerente da área de Mercado do IEL Goiás, Marcelo Melo explica que a iniciativa nasce em conformidade com a legislação vigente (Lei 10.097/2000) e que o instituto atuará como intermediador de estudantes, oferecendo às empresas, sob demanda, a captação, o cadastro e a formação desse público. O IEL Goiás também atuará na capacitação dos jovens ao aplicar um módulo de educação específico. “O módulo será elaborado em sintonia com o treinamento ofertado pelo Senai, obedecendo sua proposta pedagógica, podendo chegar a 120 horas de ensino, com ênfase na educação para o trabalho.” Centrado no desenvolvimento humanístico e social, o projeto Aprendiz do

A PARCERIA TAMBÉM NOS DENTRO DA ORGANIZAÇÃO, “PERMITIRÁ “ ESTAR AO LADO DAS O APRENDIZ APLICARÁ Com base na convicção de que formação e capacitação das pessoas configuram fatores decisivos para o sucesso das organizações e da nação, com reflexo na qualidade de vida, o procurador ressalta que o desenvolvimento econômico deve andar ao lado do social, “para que tenhamos uma sociedade ampla e democrática”. Entusiasmado com a parceria IEL-Senai no âmbito do projeto, o procurador anuncia que levará o modelo para outros Estados. “A ideia é capilarizar esse modelo para todo o Brasil, porque temos muita carência de qualificação”, reconhece. Também a auditora fiscal do Trabalho, Katleem Lima, reconhece a atuação do IEL e avaliza a parceria. “Conhecemos 14

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EMPRESAS PARA AJUDÁ-LAS A CUMPRIR A LEGISLAÇÃO NO QUE SE REFERE À COTA DE APRENDIZAGEM, FORMANDO PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A NECESSIDADE DAS INDÚSTRIAS GOIANAS”.

E EXPERIMENTARÁ OS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS. A EMPRESA, POR SUA VEZ, CONHECERÁ E DESENVOLVERÁ TALENTOS, SUPRINDO A CARÊNCIA DE MÃO DE OBRA”.

JORGE SOBRINHO, gerente de Educação Profissional do Senai

MARCELO MELO, gerente de Mercado do IEL Goiás


IEL seguirá com a oferta de temas transversais, ou seja, cidadania, ética, empreendedorismo, relações interpessoais, comunicação e atuação prática na empresa. “Contribuiremos para a formação de jovens autônomos, capazes de intervir positivamente no seu trabalho, na sua vida e na sociedade”, argumenta. De acordo com Melo, a proposta do IEL trabalhará competências e habilidades profissionais, pautadas nos contextos e conceitos que circundam atualmente o mundo do trabalho.

Bom para o aprendiz e para a empresa “Quero me formar em administração e estando aqui (na indústria) muito me ajudará no futuro. Sonho ter uma casa, um carro, conhecer pessoas e estou sentindo que a aprendizagem é um ponto de partida para que isso aconteça”, vislumbra Jessica Soares, de 16 anos, aprendiz na Geolab Indústria Farmacêutica, de Anápolis. A empresa capacita atualmente 50 aprendizes. “Temos a perspectiva de aumentar esse número, porque, além da questão legal, a direção da Geolab pensa no social, em promover a inserção, em dar oportunidades e perspectivas de vida melhor ao jovem”, diz Alisson Gonçalves, coordenador de Recursos Humanos. “Tenho esperanças de ser aproveitada aqui e para isso estou desenvolvendo meu trabalho da melhor forma possível”, conta a jovem aprendiz da Geolab, salientando que já aprendeu, entre outras coisas, a usar melhor um computador, a se comunicar melhor com as pessoas, diminuindo a timidez. “Minha família diz que estou diferente, mais responsável depois que vim para empresa, por meio do IEL e do Senai”, completa.

Conforme Alisson Gonçalves, o índice de contratação de aprendizes chega a 40%. “Isso para nós é ganho, porque entendemos a essência da lei em preparar pessoas.” Para a Geolab, o perfil de candidatos buscados é bem diversificado, “porque temos uma gama grande de atividades, da administrativa à industrial, mas o jovem deve apresentar vontade”, afirma o coordenador. Gonçalves enxerga com bons olhos a união IEL-Senai para o projeto Aprendiz. “Vemos isso como um alento ao jovem e apoio às empresas”. 

Alisson Gonçalves e Jessica Soares:

política de contratação de aprendizes da Geolab deverá favorecer maior número de jovens

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SENAI |

MAIS EFICIÊNCIA,

MENOS DESPERDÍCIO Consultoria ajuda empresas a fazer adequações para reduzir consumo de energia elétrica e aumentar produtividade Andelaide Lima

N

sido inaugurado ainda, já presta vários serviços de assessoria tecnológica, de inovação de produto e processo e de pesquisa aplicada (veja página seguinte). Para realização das consultorias, o empresário pode recorrer a financiamento oferecido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no âmbito do Sebraetec, que subsidia até 80% do trabalho, e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

ão é de hoje que a crise energética no País está entre os principais gargalos que dificultam a competitividade do setor produtivo. Frequentemente, o problema é apontado em pesquisas e diagnósticos, a exemplo da série Polos Industriais, da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), que apresentou, em Sistema de gestão maio, mais uma edição, desta vez com amplo raio X do Coordenador da área de Serviços de Tecnologia e parque empresarial de Aparecida de Goiânia, na Região Inovação do Senai Goiás e interlocutor regional da Rede Metropolitana. Senai de Renováveis e Soluções Energéticas, o engeSegundo o estudo, a falta de investimentos na quanheiro Paulo Okigami destaca que o Brasil tem grande potencial para práticas de eficiência energética, mas é lidade e distribuição da energia emperra a expansão de necessário que o setor empresarial conheça todos os quatro dos distritos e parques industriais do município. A benefícios que elas proporcionam. “O cenário atual e as pesquisa, realizada com 110 empresas, aponta que cerca perspectivas não favoráveis para os próximos anos têm de 80% delas têm prejuízos com cortes e variação de tenprovocado, de forma dolorosa, uma conscientização são na rede elétrica. forçada no empresário brasileiro da necessidade de se Para ajudar a encontrar alternativas capazes de adotar um sistema de gestão da energia, não somente amenizar problemas como esses, o Senai Goiás oferece como forma de reduzir custos, mas às indústrias consultoria com foco como estratégia para a sobrevivência em eficiência energética. A iniciativa da empresa no mercado”, alerta. prevê a realização de um diagnóstico Nesse contexto, a consultoria completo que abrange a análise tarifáse torna um importante instrumento ria e do fluxo energético, medição do para indústrias que apostam no deconsumo energético, estudo do fluxo de materiais e produtos, desenvolvisenvolvimento sustentável. Por meio da avaliação é possível identificar os mento dos estudos técnicos e econôproblemas e propor soluções para micos das alternativas de redução das melhorar a performance energética perdas, além da elaboração do plano da empresa. “As recomendações vão de eficientização energética. desde a utilização de lâmpadas e reO trabalho é desenvolvido pela Paulo Okigami: conscientização forçada equipe do recém-instalado Instituto fletores mais eficientes até ao reuso do empresariado em relação à Senai de Tecnologia em Automação, da energia desperdiçada em outros necessidade de adoção de sistemas de gestão de energia em Goiânia, que, embora não tenha processos”, explica Paulo Okigami.

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Mateus Martins,

“Reduzimos em 20% o consumo de energia elétrica” Inaugurado há sete anos em Goiânia, o restaurante e empório República da Saúde foi uma das primeiras empresas a buscar apoio da consultoria do Senai para reduzir gastos com energia elétrica. “A empresa sempre pautou seus negócios no conceito de sustentabilidade, por isso achamos importante adotar medidas que garantam o uso mais eficiente dos recursos”, destaca Mateus Martins, proprietário do restaurante. Após o diagnóstico, foram realizadas várias adaptações no ambiente, como a substituição das lâmpadas fluorescentes tubulares pelas de LED, que consomem menos energia, emitem menos calor e têm maior durabilidade. Também foi trocado o sistema de vedação de dois refrigeradores e realizada uma nova organização do processo produtivo para melhor aproveitamento dos equipamentos. “Reduzimos em 20% o consumo de energia elétrica após as adequações sugeridas pelos técnicos”, comemora Martins. No momento, o Instituto Senai de Tecnologia em Automação negocia propostas para implantação de projetos em eficiência energética no Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas dos Correios, nas empresas Embrafarma – Produtos Químicos e Farmacêuticos e Heinz Brasil, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, na Faculdade Senai Fatesg, no Sesi Planalto e na Central de Produção de Alimentos do Sesi Guará, em Brasília.

Atuação em rede Além das indústrias locais, o Senai Goiás também presta serviços de assessoria tecnológica a empresas fora do Estado por meio da atuação em rede com outros regionais. É o caso do atendimento à fábrica de motores da Renault do Brasil, em São José dos Pinhais (PR), realizado em parceria com técnicos do

do restaurante e empório República da Saúde: “A empresa sempre pautou seus negócios no conceito de sustentabilidade”

Senai de Minas Gerais, São Paulo, do Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná e Amazonas. A consultoria envolveu ainda a participação do Instituto Fraunhofer e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O objetivo foi aumentar a eficiência de recursos nas linhas de usinagem, montagem e no setor de utilidades da fábrica, com análise dos indicadores de desempenho e sugestões de adequações para redução do consumo energético. O projeto identificou um potencial de redução de R$ 3 milhões por ano e será a base para implantação de um sistema de gestão de energia na empresa. Trabalho semelhante foi realizado também na Electrolux, em Curitiba. “Além de promover a troca de experiências, a atuação em rede possibilita a disseminação e transferência de novas tecnologias”, ressalta Paulo Okigami.

tes, que incluem metrologia, ensaios e testes laboratoriais para atestar ou elevar a qualidade dos produtos brasileiros. Os primeiros institutos, de automação e alimentos, em Goiânia, estão em fase adiantada de instalação e já prestam serviços. O terceiro, de química ambiental, em Anápolis, teve sua implantação momentaneamente adiada como parte das medidas adotadas pelo Senai para enfrentar o momento de crise vivido pelo País, com reflexo na instituição, segundo explica o diretor regional, Paulo Vargas. Essas unidades serão aliadas das empresas no desenvolvimento integrado de produtos e processos, pesquisa aplicada, solução de problemas complexos e antecipação de tendências tecnológicas.

Apoio à competitividade Com investimento superior a R$ 26 milhões, dos quais R$ 18,3 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Senai está implantando em Goiás três institutos de tecnologia (IST). As unidades vão integrar rede nacional destinada a oferecer às empresas serviços técnicos e tecnológicos estruturados e abrangen-

John Edward Villena: instituto pretende contribuir para a melhoria dos processos produtivos nas empresas

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SENAI |

Os institutos também formarão profissionais para gerar conhecimento e desenvolver tecnologias que atendam às demandas das indústrias. Instalado na Faculdade Senai Ítalo Bologna, em Goiânia, o Instituto Senai de Tecnologia (IST) em Automação deverá ser inaugurado em dezembro, mas já oferece às indústrias vários serviços. O carro-chefe da unidade são os projetos em eficiência energética. “O instituto tem como objetivo contribuir para a melhoria dos processos produtivos das empresas, com a realização de serviços de alto valor agregado e uso de tecnologias de ponta, com foco no aumento da competitividade industrial”, destaca o engenheiro John Edward Villena, gerente do IST em Automação. 

Tecnologia: com inauguração prevista para dezembro, instituto de automação do Senai já oferece serviços às indústrias

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SESI

SAÚDE E SEGURANÇA

PARA PEQUENAS Diego Ferreira Feliciano:

“O trabalho do Sesi, além de segurança para minha empresa, traz também melhor qualidade de vida aos meus funcionários”

Indústrias de menor porte têm acesso a serviços por meio de parceria entre Sesi e Sebrae, no âmbito do programa Sebraetec Edilaine Pazini

C

om sua conhecida dificuldade em implementar sozinhas ações de saúde e segurança no trabalho (SST), em função de seus custos, pequenas e micro indústrias têm válvula de escape em parceria entre o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Análise ergonômica do trabalho, minicursos relacionados ao tema e a elaboração dos Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) fazem parte do portfólio de serviços do Sesi que podem ser subsidiados pelo Sebraetec, programa do Sebrae que promove acesso a soluções tecnológicas e de inovação para tornar empresas mais competitivas. Além de garantir que a empresa esteja em dia com a legislação trabalhista, os serviços em SST auxiliam no

bem-estar e conforto no ambiente de trabalho e na vida dos colaboradores, com reflexo na queda dos índices de absenteísmo e em maior produtividade. Os benefícios já são sentidos pelo empresário Diego Ferreira Feliciano, proprietário da Destaque Confecções, de Novo Brasil, município localizado na Região Oeste Goiano. Uma das 122 facções atendidas pelo Sesi nos últimos nove meses por meio do Sebraetec, a pequena empresa implantou os programas PPRA e PCMSO, realizou a análise ergonômica e consultas ocupacionais. Feliciano ressalta a dificuldade de encontrar empresas para implantar esses serviços na cidade, onde abriu o próprio negócio há cinco anos. “Aqui a gente não tem profissionais do trabalho que realizam esse tipo de atendimento e quando contratamos de fora o valor é muito alto.” O empresário, que mantém hoje 14 trabalhadores em sua confecção, conta que anteriormente chegou a realizar as ações com outra empresa, sem sucesso. “Eles eram desorganizados, marcavam as visitas e não apareciam e mandaram o relatório com alguns erros”, desabafa, evidenciando a satisfação com os serviços do Sesi. De acordo com Feliciano, mudanças já estão sendo realizadas em sua confecção para atender às exigências GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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SESI

apontadas pelos relatórios desenvolvidos pelo Sesi, como o abaulamento dos cantos de mesas, cujo formato quadrado aumenta o risco de acidentes, e até a diminuição do volume do rádio que fica ligado durante o expediente. “Estou muito satisfeito com o trabalho do Sesi, que além de segurança para minha empresa, traz também melhor qualidade de vida aos meus funcionários, que produzem mais”, afirma.

Benefício de mão dupla Confirmando a satisfação, a auxiliar de costura Lorrayne Marques da Silva, de 19 anos, acredita que o serviço é um benefício de mão dupla. “Com as análises e consultas realizadas pelo Sesi, nós sabemos como está nossa saúde e nosso posto de trabalho. Permanecendo mais saudáveis e deixando de faltar ao emprego, dessa forma, acho que a empresa também ganha com trabalhadores produzindo mais”, afirma. Também em Novo Brasil, o empresário Carlos Lourenço da Silva experimentou os serviços em saúde e segurança do Sesi. “Antes era muito trabalhoso e oneroso. Dessa vez, não precisei me preocupar com nada, o Sesi veio, trouxe os profissionais, os equipamentos e fez tudo.” Proprietário da C4 Facção, o pequeno empresário igualmente comemora o resultado. “Recebi o relatório e não houve nenhuma irregularidade, precisei apenas mexer na iluminação.” Costureiro há quase dois anos na C4 Facção, Daniel Lucas Santana, de 17 anos, considera importante a iniciativa da empresa em oferecer exames ocupacionais e orientações ergonômicas no local de trabalho. “É uma demonstração de que a empresa se preocupa com nossa saúde e também uma forma de prevenir problemas futuros”, diz. 20

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Daniel Lucas Santana:

“É uma demonstração de que a empresa se preocupa com nossa saúde”

Lorrayne Marques da

Silva: “Permanecendo mais saudáveis e deixando de faltar ao emprego, acho que a empresa também ganha”

Leque de serviços para pequenos negócios Os serviços em saúde e segurança no trabalho do Sesi são levados para as micro e pequenas empresas por meio do programa Sebraetec, que subsidia até 80% do investimento como apoio à inovação e a tecnologia aos pequenos negócios. O objetivo do Sebrae com a

iniciativa, de acordo com a coordenadora das ações do Sebraetec na regional metropolitana, Mara Cristina Machado, é ajudar as micro e pequenas empresas a aperfeiçoar seu negócio, realizando mudanças em seus processos e, com isso, se tornar mais competitivas. Por meio de serviços customizados e especializados, o Sebratec promove o acesso de pequenos negócios a soluções


em sete áreas de conhecimento da inovação: design, qualidade, inovação, sustentabilidade, tecnologia da informação e comunicação, produtividade e propriedade intelectual. Com esse amplo leque, Mara Cristina explica que as instituições do Sistema Fieg, a exemplo do Sesi, possuem um grande portfólio de serviços para atender às empresas por meio do Sebraetec. Além dos serviços em saúde e segurança oferecidos pelo Sesi, o Senai e o IEL trabalham com consultorias voltadas para áreas de inovação em gestão, qualidade e produção, enquanto o ICQ Brasil entra com a certificação de sistemas de gestão da qualidade. Mara Cristina destaca o fato de a empresa participar apenas com 20% do valor total do investimento e ainda ter facilidades de pagamento. “O objetivo é colocar a micro e pequena empresa competitiva, trabalhar a responsabilidade social junto aos seus empregados,

COM TODOS OS SERVIÇOS OFERECIDOS PELO SESI, SENAI, IEL E ICQ, O SISTEMA FIEG SE TORNOU UM GRANDE PARCEIRO NA EXECUÇÃO DO SEBRAETEC E TEM UM LEQUE DE OPORTUNIDADES PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS QUE DESEJAM SE APERFEIÇOAR E SEREM MAIS COMPETITIVAS.” MARA CRISTINA MACHADO, coordenadora das ações do Sebraetec

pois, ao tratar bem o funcionário, ele vai poder se tornar mais competitivo, pois terá felicidade em estar trabalhando naquela empresa.”

Inovar nem sempre é gastar Apesar do senso comum de que falar em inovação significa colocar a mão no bolso e comprar máquinas de última geração, a consultora do Sebrae Goiás Guida Tolfo Michelon pondera que inovar nem sempre é sinônimo de gastar dinheiro. “A gente observa que a inovação está muito na mão do empresário, na atitude dele em promover a mudança, pois empresas, sejam elas grandes, médias ou pequenas; não morrem por fazer coisas erradas. Às vezes, elas fazem as mesmas coisas certas por muito tempo”, alerta. A consultora observa que é comum o empresário não fazer o dever de casa e buscar uma solução fora de sua empresa. “Será que meu atendimento ao cliente está realmente positivo? Meus trabalhadores estão com a saúde em dia? Para inovar, ele precisa fazer um diagnóstico da empresa dele, lembrando que inovação nem sempre é gastar”, reforça Guida. Ela lembra que o empresário pode procurar inovar com as ferramentas que já possui. Para Mário Barbosa Arruda, proprietário da Prime Serviços Automotivos de Goiânia, a decisão de inovar chegou por meio do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa), ao realizar uma reunião com seus associados para apresentar o Sebraetec. Foi quando Barbosa decidiu contratar o Sesi para realizar a renovação de seus programas de PPRA e PCMSO. “Eu escolhi o Sesi não só pelo custo mais barato, mas também pela credibilidade e confiabilidade que a instituição passa, assim como todas as instituições do Sistema S.” Ao todo, 60 colaboradores de três

Sílvio Inácio da Silva: “É muito importante

que as empresas se adequem, e o Sesi possui todos os programas exigidos pela lei”

lojas das quais Barbosa é sócio serão beneficiados com os serviços. O empresário já pensa também em levar a unidade móvel de odontologia do Sesi até sua empresa. “Acredito que oferecer saúde e segurança aos trabalhadores é bom não só para eles, mas para a empresa também, já que todos trabalham mais felizes e se tornam mais produtivos”, afirma.

Fiscalização mais rigorosa O presidente do Sindirepa, Sílvio Inácio da Silva, fala da importância da divulgação dos serviços oferecidos pelo Sesi, por meio do Sebraetec, em saúde e segurança no trabalho. “Muitos empresários ainda não têm conhecimento sobre o portfólio da instituição nessa área. E com a implantação do eSocial, programa do governo federal, as empresas serão rigorosamente fiscalizadas. Então é muito importante que as empresas se adequem, e o Sesi possui todos os programas exigidos pela lei trabalhista, com um valor mais em conta e de melhor qualidade.” 

SERVIÇO Empresas interessadas em contratar serviços para inovar seu negócio por meio do Sebraetec podem procurar qualquer uma das instituições do Sistema Fieg (Sesi, Senai, IEL e ICQ Brasil). Mais informações pelo telefone: (62) 3216-0417 – Denise.

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CAPA | CUSTOS INDUSTRIAIS

A INDÚSTRIA SOB

PRESSÃO Na espera: em clima de baixa

confiança no futuro imediato, setor industrial torce para alguma melhoria na economia pelo menos em 2016

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Setor busca saídas para enfrentar a alta dos custos e a retração do mercado num momento de extrema turbulência na economia e na política Lauro Veiga Filho

P

ressionada pelo avanço dos custos, a começar pela tarifa de energia, que acumulou alta média de 42% no primeiro semestre deste ano, com elevação nos preços dos insumos, encarecidos pela escalada do dólar, e de outros componentes, a indústria tenta encontrar caminhos para assegurar sua sobrevivência, num cenário econômico e político crescentemente hostil. As

estratégias variam de setor para setor, mas metalúrgicas, indústrias químicas, fabricantes de produtos farmacêuticos e de material plástico, mineradoras e usinas de etanol e açúcar tentam livrar-se de estoques, cortam custos e margens, reduzem turnos de trabalho e desaceleram contratações à espera de momentos melhores, senão neste segundo semestre, pelo menos a partir de 2016.

SETOR AINDA EVITA DEMISSÕES

(Mercado formal de trabalho nas indústrias extrativas e de transformação)

Variáveis Admissões Desligamentos

Saldo Fonte: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)

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CAPA | CUSTOS INDUSTRIAIS Linha de tubos sem costura: setor

metalúrgico reduz estoques de semiacabados e transfere parte dos inventários para siderúrgicas e aciarias

Pedro Davi

Hélio Naves: “as empresas do setor

Metalúrgicas transferem estoques Numa estratégia para amenizar os efeitos da retração do mercado e da alta dos custos, o setor metalúrgico em Goiás literalmente transferiu seus estoques de produtos semiacabados, como vergalhão e aço plano, barras, fios e chapas de cobre, para siderúrgicas e aciarias (plantas para a transformação de ferro-gusa em aço). “As empresas do setor passaram a planejar a entrada de matérias-primas de acordo com o fluxo dos pedidos em carteira, que sofreram redução no início do ano”, observa Hélio Naves, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Goiás (Simelgo). Com a elevação do dólar e da inflação, num quadro de pesada carga tributária, considera Naves, “as empresas do setor metalomecânico sentiram na pele a subida dos custos de produção e viram seus lucros diminuírem”. A primeira providência foi reduzir estoques, o que, de acordo com ele, trouxe como reflexo, na sequência, a estabilização dos preços dos insumos e matérias-primas. 24

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Além de melhor gestão de inventários, num primeiro momento, o setor passou a racionalizar o consumo de energia, água e combustíveis, bem a cortar orçamentos na área de publicidade. Na sequência, as empresas foram obrigadas a “cortar na carne”, sacrificando suas margens. O primeiro semestre, na descrição do presidente do Simelgo, “foi fraco e penoso para as empresas”. Mesmo assim, houve um esforço para manter o quadro de funcionários, “com baixíssimas dispensas”, ainda que os lucros tenham sido zerados para muitas indústrias do setor, com resultados “até negativos para outros”. “Nossa esperança é que mais para o final do ano os preços das matérias-primas comecem a baixar, com retorno do mercado a sua estabilidade e até com melhoria nas margens de lucro”, espera. A expectativa é de ainda conseguir fechar o ano com números relativamente positivos, sustenta. “As empresas menores continuam se segurando para não fechar, o que seria a pior das opções, enquanto as grandes esperam recuperar as perdas do primeiro semestre”, arremata.

metalomecânico sentiram na pele a subida dos custos de produção e viram seus lucros diminuírem”

Siderurgia ladeira abaixo Num levantamento recente do Instituto Aço Brasil (IAB), nos últimos 12 meses, duas dezenas de plantas foram desativadas ou paralisaram a produção de produtos siderúrgicos, incluindo dois altos-fornos, quatro aciarias, quatro laminadores e outras dez unidades diversas. Com 122.139 empregados no ano passado, as siderúrgicas demitiram 11.188 funcionários também nos 12 últimos meses e suspenderam (layoff) 1.397 contratos, o que somado, representa pouco mais de 10% de seus quadros. Até o fim deste ano, estimativas do mercado apontam para a demissão de mais 3.955 pessoas. Ainda no mesmo período, o setor adiou investimentos de US$ 2,1 bilhões, com potencial para criar 7.194 postos de trabalho, caso tivessem sido realizados. Como resultado desse adiamento, 21 novos equipamentos já adquiridos pelo setor sequer chegaram a ser instalados, o que envolve dois altos-fornos, uma aciaria, dois laminadores e 16 equipamentos diversos. Até abril, o IAB trabalhava com previsão de queda de 7,8% para o consumo aparente de aço na comparação com


2014, número revisado para retração de 12,8% em junho, com a projeção baixando de algo como 22,7 milhões para 22,1 milhões de toneladas, numa volta aos níveis de 2007.

Indústria química reduz turno Em um dos mais recentes desdobramentos da crise na economia, um grande fabricante de saneantes de Luziânia foi obrigado a cortar um dos turnos de trabalho, reduzindo sua produção em um terço, pressionado pela fraca demanda, pelos estoques acima de níveis suportáveis e pela elevação dos custos, relata o presidente do Sindicato das Indústrias Químicas no Estado de Goiás, Jaime Canedo. “O cenário atual, com aumento de insumos essenciais e o consumo em fase de adequação à menor renda das famílias, é bastante preocupante”, resume ele. As essências utilizadas na produção de cosméticos e saneantes, como ceras e desinfetantes, subiram em torno de 30% nos últimos 12 meses, com salto de 50% para a cera de carnaúba, matéria-prima que responde por 22% na formulação

das ceras, de acordo com Canedo. “As embalagens de papelão, para aquelas empresas que não produzem sua própria embalagem, subiram em torno de 12%”, acrescenta. Além disso, desde janeiro, a conta de energia praticamente dobrou, ainda que o consumo tenha se mantido, na média do setor químico, trazendo novas pressões sobre a estrutura de custos da indústria. Mesmo o setor de cosméticos, que vinha experimentando taxas de crescimento de dois dígitos nos últimos anos, começa a ser afetado, lembra Canedo. A escalada recente do dólar igualmente tem puxado para cima dos custos dos insumos do setor, que na maioria dos casos incluem derivados do petróleo, a exemplo da indústria de fertilizantes. “Neste caso, além do impacto dos custos, tem havido aumento da inadimplência e problemas com cadastros de clientes”, observa ainda.

têm conseguido repassar as altas de custos para os preços finais de seus produtos, e a revisão de projetos de investimento, entre outras medidas. “Não estamos iniciando novos projetos e há paralisação dos investimentos na maioria das empresas, que têm mantido apenas aqueles considerados essenciais, decorrentes da necessidade de manutenção do parque instalado.” Esse comportamento, sugere Canedo, já vem trazendo reflexos negativos também para o setor de máquinas e equipamentos, diante da queda nos investimentos em modernização e expansão de linhas industriais. A série de ajustes ainda não atingiu em cheio o emprego, mas as empresas

Margens sacrificadas e investimento paralisado Os ajustes na indústria química, detalha Jaime Canedo, provocam sacrifício de margens, já que as empresas não

Jaime Canedo: expectativa da indústria de

produtos químicos é de que qualquer reação do mercado não ocorra antes de 2016

Produção de aço: setor revisa

previsões e espera retração de 12,8% para o consumo aparente de produtos siderúrgicos

GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015 //

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CAPA | CUSTOS INDUSTRIAIS

estão evitando repor os funcionários que saem e suspenderam contratações, conforme Canedo. “O clima negativo prejudica os negócios, levando ao adiamento das decisões de compra”, acrescenta. De acordo com ele, na média do setor químico, as indústrias vêm operando com ociosidade em torno de 40% e pedidos em carteira reduzidos. “Antes do agravamento da crise, as empresas precisavam de cinco a dez dias para atender aos despachos e hoje os pedidos podem ser atendidos em 24 horas”, afirma. Outra grande preocupação é que o setor “não visualiza sinais de melhora no curto prazo” e trabalha com um “pessimismo moderado”, já que a expectativa é de que qualquer reação do mercado não ocorra antes de 2016.

Preços administrados: repasse de custos pela indústria farmacêutica esbarra na regulação exercida para Câmara de Medicamentos

O desafio diário do setor

Alta do câmbio empurra custos “A indústria farmacêutica enfrenta situação caótica”, resume o presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo), Heribaldo Egídio. Administrado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), órgão interministerial responsável por regular o mercado e estabelecer critérios para a definição e o ajuste de preços, o setor importa 93% dos insumos que utiliza no processo de produção, principalmente da China, dos Estados Unidos, da Alemanha e Holanda, entre outros mercados, e tem sofrido o impacto das oscilações do câmbio. “Com o dólar flutuando entre R$ 3 e R$ 3,20 não se sabe o que pode ocorrer. Há muita apreensão no setor com a instabilidade do câmbio”, comenta ele. As previsões para este ano ainda sugerem crescimento na casa de 8% em relação a 2014 e indicam nítida desaceleração diante do incremento de 14% observado no ano passado, de acordo com 26

// GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015

Heribaldo Egídio: “Não se sabe o que pode

ocorrer. Há muita apreensão no setor com a instabilidade do câmbio”

Egídio. “O acesso a medicamentos ficou mais restrito porque as famílias estão mais endividadas e sofrem redução na renda”, analisa. As deficiências na área da logística igualmente afetam na formação dos custos do setor, observa Egídio, acrescentando que “é mais caro escoar e distribuir produtos acabados”. Numa reclamação recorrente, o presidente do Sindifargo lembra que a fatura de energia praticamente dobrou nos últimos 90 dias, impondo um constrangimento a mais ao setor. “Como não houve aumento nas linhas de produção e no número de máquinas instaladas, isso significa que o aumento foi causado pelo reajuste da tarifa mesmo”, pondera.

O repasse desses aumentos aos preços finais dos medicamentos esbarra na regulação exercida pela Cmed, o que, para algumas classes terapêuticas, implica no corte de descontos anteriormente oferecidos pela indústria ao mercado. Mas, para o restante da indústria, a alternativa é mesmo a redução de custos e a redução das margens de rentabilidade, o que envolve, por exemplo, a descontinuação de algumas linhas menos lucrativas e demissões pontuais. “Este tem sido o desafio diário do setor”, comenta. As mudanças na política anterior de desoneração da folha de salários e todo o ajuste fiscal em curso neste momento também preocupam a indústria farmacêutica, diz Egídio, já que essas medidas trarão impacto sobre os custos e sobre a demanda agregada, com reflexos sobre as vendas de medicamentos. Os investimentos têm sido mantidos em níveis reduzidos, envolvendo a adequação em linhas de produção e, num caso mais específico, a transferência de plantas do Rio de Janeiro para Anápolis.


Gastos em reais sobem

milhões para US$ 339,815 milhões, o que representou 81,7% do total. Em conjunto, Anápolis e Aparecida responderam por 99,4% das importações totais nesta área, diante de 97% em 2011.

O desaquecimento da atividade econômica e a valorização do dólar provocaram queda de 4% nas importações goianas de produtos farmacêuticos, na comparação entre os cinco primeiros meses deste ano e o mesmo período do ano passado. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Goiás importou US$ 416,158 milhões entre janeiro e maio de 2015, diante de US$ 433,628 milhões em igual intervalo de 2014. Mas, convertidos pela taxa média de câmbio acumulada em cada um daqueles períodos, o gasto em reais da indústria farmacêutica com importações aumentou 22,3%, ao saltar de pouco mais de R$ 1,0 bilhão para R$ 1,224 bilhão, já que, em média, o dólar experimentou salto de 27,4% na comparação entre os dois períodos. A queda concentrou-se em Aparecida de Goiânia, num tombo de 30,7% no acumulado até maio, para US$ 73,938 milhões, correspondendo a 17,8% das compras externas totais do setor no Estado. As importações de produtos e insumos farmacêuticos realizadas pela indústria de Anápolis, ao contrário, cresceram em torno de 7%, passando de US$ 317,622

PARTICIPAÇÃO DE ANÁPOLIS E APARECIDA DE GOIÂNIA NAS IMPORTAÇÕES DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS SUPERA

99

%

dos preços do diesel, agora potencializada pelo início da cobrança de pedágios na BR-153; e ainda a revisão da política de desoneração da folha de pagamentos, uma das medidas do ajuste fiscal perseguido pelo governo federal, resume o presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Estado de Goiás, Olympio José Abrão. Segundo ele, a indústria do plástico recolheu à Previdência, no ano passado, o equivalente a 1% do faturamento, alíquota agora elevada para 2,5%, num salto de 150%. Alternativamente, a indústria poderá optar por calcular a contribuição com base em 20% sobre a folha de salários.

Contribuição sobe 150% neste ano O “cardápio” de queixas do setor de material plástico segue mais ou menos o roteiro observado em outros segmentos da indústria goiana neste ano. São pressões geradas pelo aumento da energia elétrica, que praticamente dobrou de preço desde janeiro; alta de 15% a 18% para o frete, na sequência da elevação

Olympio José Abrão: desoneração

permitiu que o setor economizasse o correspondente à folha de um mês ao longo de 2014

IMPORTAÇÕES GOIANAS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS (Valores em US$ milhões)

Período

Total

Anápolis

Participação

Aparecida de Goiânia

Participação

2011

882,15

761,67

86,3%

94,29

10,7%

2012

1.205,91

959,87

79,6%

220,84

18,3%

2013

1.359,42

1.094,80

80,5%

245,10

18,05

2014

1.184,98

924,70

78,0%

244,75

20,7%

416,16

339,82

81,7%

73,94

17,8%

2015 (jan-mai) Fonte: Secex

GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015 //

27


CAPA | CUSTOS INDUSTRIAIS

O impacto dessa mudança será sentido pela economia no quarto trimestre do ano, mas o setor já faz contas. “A alternativa será repassar esse aumento de custos, o que está muito difícil diante da retração do mercado, ou teremos de demitir”, raciocina Abrão. A desoneração, prossegue ele, permitiu que o setor economizasse o correspondente à folha de um mês ao longo de 2014. “A mão de obra representa em torno de 18%, na média, do custo final, dependendo do produto”, estima ainda. “A partir de setembro, se não houver mudança no quadro econômico, teremos de tomar alguma providência. O mercado está restritivo, não está comprador. Portanto, não temos condições de repassar esse custo adicional”, comenta ainda Abrão, ressaltando que a indústria tem amargado prejuízos neste ano.

Aumentos em cadeia na mineração

Em “ano perdido”, retração de 10%

Domingos Sávio: “Estamos convivendo com

Olympio Abrão considera 2015 como um “ano perdido”. Houve algum otimismo no primeiro trimestre ou pelo menos um desânimo menor. Os números do segundo trimestre, no entanto, vieram muito negativos, com queda de 30% nas vendas em alguns meses, sinalizando “recessão braba”, reclama ele. A indústria do plástico espera retração em torno de 10%, estima Abrão, levando em conta a perspectiva de um segundo semestre pouco melhor. “Não é possível prever muita coisa neste momento. O resultado final para o setor dependerá inteiramente de como será o segundo semestre, que tradicionalmente apresenta melhora para os negócios.” De acordo com Abrão, o setor tem preferido evitar demissões de pessoal por enquanto, mas parou de contratar e não vem repondo os funcionários que pediram desligamento neste primeiro semestre.

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// GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015

“Os custos estão subindo em cadeia, com um preço puxando o outro, a começar pela energia e o óleo diesel”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Extrativas do Estado de Goiás e do Distrito Federal (Sieeg), Domingos Sávio Gomes de Oliveira. Na média do setor de extração mineral, a fatura de energia

uma recessão, com severas restrições ao crédito, o que limita muito a capacidade de repassar elevações de custos”

Exploração de cobre e ouro em

Alto Horizonte: queda de preços no mercado internacional desacelera novos projetos de investimento

registrou variação de 52% neste ano, mas em alguns segmentos a alta superou 80%. “O diesel subiu 22% e foi outra pancada. Os explosivos tiveram aumento de 14% a 15% e todos esses itens são determinantes para a estrutura de custos do setor”, comenta ele. O peso da energia elétrica no custo final da indústria de extração, estima Sávio, gira ao redor de 15% a 25%, dependendo do setor. Pressionado pela elevação de seus custos, o setor extrativo teria de repassar esses aumentos, pondera ele, para preservar sua lucratividade e continuar investindo na atividade, mantendo fluxo contínuo de crescimento. “Mas estamos convivendo com uma recessão, com severas restrições ao crédito, o que limita muito a capacidade de repassar elevações de custos.” Em tese, a pressão dos custos poderia ser contrabalançada por aumentos de escala na operação, o que exigiria ampliar a produção para diluir custos variáveis. “Mas vamos vender para quem?”,


questiona Sávio. O desaquecimento da atividade, prossegue ele, gerou situação que há anos não se via no setor, com sobra de profissionais qualificados no mercado. As demissões estariam limitadas a alguns segmentos da indústria, “mas algumas atividades demitiram 15% a 25% de seus quadros”.

Setor engaveta projetos de expansão O cenário negativo, com preços em queda no mercado internacional para ouro, ferroníquel e outros bens minerais, aumento de custos e retração econômica, aponta Domingos Sávio, presidente do Sieeg, levou as mineradoras a enxugar investimentos, mantidos em níveis reduzidos apenas para atender às necessidades de melhoria de processos e alguma atualização de plantas. “O setor não está investindo nada em expansão”, resume ele. As perspectivas de alguma reação neste segundo semestre, para Sávio, são mínimas ou inexistentes. “O setor de agregados para a construção, por exemplo, amarga queda de 25% nas vendas.”

Em sua avaliação, apenas os setores mais próximos do agronegócio, como fertilizantes e calcário agrícola, devem sustentar o mesmo nível de atividade observado em 2014. “Não deve haver crescimento, mas também não se espera queda”, reforça. Sávio critica ainda o projeto de lei encaminhado pelo governo estadual à Assembleia Legislativa no início de junho propondo a regulamentação da Taxa de Serviço Estadual (TSE) sobre atividades de pesquisa, prospecção, exploração, lavra, extração e aproveitamento de recursos minerais, criada em dezembro de 2012. “Ao invés de criar estímulos, o governo estabelece mais uma taxa que vai onerar o setor”, afirma ele.

Mão de obra registra alta de 50% “O problema da mão de obra torna-se cada vez mais difícil de gerenciar para as usinas de açúcar e etanol do Estado. Não conseguimos melhoria da produtividade na mesma proporção da alta dos custos naquela área”, declara André Rocha, presidente executivo dos sindicatos da Indústria de Fabricação de Etanol e Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar). Essa questão tem despertado a atenção do setor não propriamente em função da elevação ocorrida mais recentemente, mas especialmente pelo comportamento verificado nos últimos cinco anos, observa Rocha. Em meio à crise instalada no setor em decorrência do virtual congelamento dos preços da gasolina, principal concorrente do etanol hidratado nas bombas, e da deterioração do mercado internacional do açúcar, causada pelo excesso de oferta e preços em baixa, as usinas incrementaram naquele período a transição da colheita manual para a mecanizada e ainda enfrentam uma fase de aprendizagem. Os indicadores de produtividade não conseguiram reeditar o desempe-

André Rocha: “Não conseguimos o mesmo aumento nos preços das usinas e nem na produtividade das lavouras”

nho dos anos anteriores, levando a uma redução da colheita de cana por hectare, com efeitos sobre a estrutura de custos das usinas. Neste período de cinco anos, os custos da mão de obra registram elevação superior a 50%, nos cálculos de Rocha, sem que a produtividade tivesse acompanhado. “Não se trata só de salários, mas de todos os custos relacionados à folha e ainda a questões regulatórias. Não conseguimos o mesmo aumento nos preços das usinas e nem na produtividade das lavouras”, reforça ele, lembrando que a mão de obra representa entre 15% e 18% do custo final.

Dívidas aproximam-se de R$ 70 bilhões No consolidado de todo o setor no País, as dívidas bancárias das usinas aproximaram dos R$ 70 bilhões, de acordo com André Rocha, superando em 10% todo o faturamento realizado em uma safra. Com a alta dos juros e a escalada dos juros, as despesas financeiras podem atingir até 15% do custo final da indústria sucroalcooleira. O endividamento elevado e a crise ainda não dominada debilitaram o setor e, apenas em Goiás, cinco usinas já se encontram ou requereram recuperação judicial. “Nosso parque de usinas é mais recente e moderno, com equipamentos atualizados, mas sempre faltam linhas de GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015 //

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CAPA | CUSTOS INDUSTRIAIS

Curva de aprendizagem: transição da

Bruno Karklis/Wikimedia

colheita manual para a mecânica ainda afeta produtividade dos canaviais

financiamento com menos burocracia e mais agilidade para aquisição de novas caldeiras, automação de processos, pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias”, comenta Rocha. Além dos custos financeiros e das dificuldades de crédito, o setor enfrentou ainda alta nos custos de frete, influenciada pelo aumento recente do óleo diesel e pela regulamentação em abril da Lei 13.103/2015, mais conhecida como a Lei dos Caminhoneiros. “O custo do frete em Goiás é entre 15% e 17% maior do que em São Paulo e perto de 10% acima do praticado em Minas Gerais, o que afeta nossa competitividade”, diagnostica Rocha.

Produção mais cara no Brasil Estudo desenvolvido pela consultoria The Boston Consulting Group (BCG), que compara custos de produção nos 25 principais países exportadores entre 2004 e 2014, mostra que o Brasil passou a 30

// GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015

superar os Estados Unidos neste quesito, mas numa evolução amplamente negativa. Em 2004, produzir aqui dentro era 3% mais barato do que nos EUA. No ano passado, o custo brasileiro era 23% mais elevado, superando outros concorrentes entre os emergentes, a exemplo de China, Índia, México e Rússia. A avaliação do BCG leva em conta os salários pagos na indústria, a produtividade do trabalho, o custo de energia e a taxa de câmbio, que sofreu valorização importante no período analisado, penalizando a produção brasileira.

Preço mais salgado O Brasil tornou-se um país mais caro para investir, aponta o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), tomando emprestados dados da Penn World Tables, versão 8.0 (PWT8). Para tornar os números comparáveis, essa estatística atribui peso um ao preço do investimento nos Estados Unidos,

tomado em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e considerando-se ainda a formação bruta de capital fixo (ou seja, o investimento registrado dentro do PIB) mais a variação dos estoques. Até 1985, o preço do investimento brasileiro era de 0,28, um dos mais baixos entre os produtos selecionados. Em 2000, aquele preço havia subido para 0,48 (ou seja, menos da metade do custo observado nos EUA), superior ao da China, Índia e Rússia e África do Sul, “mas inferior ao de todos os integrantes do G7, bem como dos países da Europa Ocidental e Setentrional e outros em desenvolvimento”, aponta o Iedi. Onze anos mais tarde, o preço do investimento no País havia subido para índice equivalente a 1,4 (quer dizer, 40% maior do que nos EUA), superado apenas por Noruega, Austrália, Honduras, Suécia, Costa Rica e Japão. Todos os demais países “se tornaram mais baratos para investir do que o Brasil”, destaca o Iedi.


Importados substituem produção local As distorções impostas, entre outros fatores, pela valorização excessiva do real em relação ao dólar, que tornou o produto brasileiro mais caro, abriram espaço para uma avalanche de importações, substituindo a produção local de manufaturas e desestimulando investimentos. Em trabalho recente desenvolvido por Leonardo Mello de Carvalho e Fernando José Ribeiro, técnicos de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o impacto do avanço dos importados surge com clareza numa série de indicadores de consumo aparente de bens industriais desenvolvida pela dupla de economistas. A proposta do trabalho foi construir indicadores que permitissem avaliar mensalmente as tendências em vigor para a demanda de bens industriais no País. O conceito de consumo aparente, na literatura economia, conforme destacam Carvalho e Ribeiro, considera a produção industrial doméstica somada às importações e deduzida das exportações, permitindo uma visão mais aproximada do comportamento da demanda por bens e mercadorias na economia. Ao analisar os indicadores de consumo aparente, os pesquisadores do Ipea identificaram três momentos distintos em todo o período analisado, que vai de 1998 a 2013. Numa primeira fase, de 1998 a 2003, a indústria geral virtualmente não saiu do lugar, com variação acumulada próxima de zero. A produção cresceu a uma taxa anual de 2%, compensada pelo incremento de 8,8% ao ano, em média, para as exportações e pela retração de 4,8% na ponta das importações. “Em outras palavras, a demanda doméstica desses bens ficou estável, mas a produção cresceu por conta da demanda externa e

pela substituição de bens importados por nacionais”, analisam Carvalho e Ribeiro

Um curto período de alta Numa segunda fase, entre 2004 e 2008, Leonardo Mello de Carvalho e Fernando José Ribeiro, do Ipea, percebem “robusta expansão da atividade econômica doméstica”, resultando num avanço anual médio de 5,4% no consumo aparente de bens industriais. Em boa parte, essa expansão ajudou a impelir a produção local, que anotou avanço de 4,2% ao ano, inferior, no entanto, à taxa média encontrada para o consumo aparente. “Considerando que parte do aumento da produção destinou-se às exportações (que cresceram 6,8% ao ano), parcela significativa do aumento da demanda ‘vazou’ para o exterior”, já que as importações avançaram ao ritmo anual de 16,1%.

Ganhos, para quem vende para o País O terceiro e último período analisado pelos pesquisadores do Ipea, de 2009 a 2013, registrou forte desaceleração para o consumo de bens industriais, que passou a crescer a uma média anual de 1,8%. Ao contrário da etapa anterior, desta vez, pequena parcela desse incremento foi absorvida pela produção doméstica, que chegou à quase estagnação, ao apresentar variação de apenas 0,9% ao ano. As exportações cresceram timidamente, em torno de 1% ao ano. Portanto, a maior parte do aumento do consumo foi direcionada para as importações de bens industriais, que aumentaram 7,4% ano a ano, em média. Leonardo Mello de Carvalho e Fernando José Ribeiro destacam dois

Espaço perdido: no setor

siderúrgico, importações passam a representar praticamente um quinto de todo o mercado

GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015 //

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CAPA | CUSTOS INDUSTRIAIS

pontos do extenso trabalho desenvolvido por eles. O primeiro aponta para o papel predominante da produção industrial nos movimentos esboçados pelo consumo aparente, diante do maior peso dos bens produzidos aqui dentro na demanda total de produtos industriais, “bem maior do que as exportações e as importações, conforme informado pelas contas nacionais”. O segundo ponto mostra que as importações assumiram espaço muito mais relevante na demanda doméstica de bens industriais, “especialmente a partir de 2006, período em que há claro descolamento da trajetória do quantum

ENTRE 2006 E 2013, IMPORTAÇÕES DE BENS INDUSTRIAIS CRESCERAM

139

importado (das quantidades importadas) em relação à da produção”, afirmam Carvalho e Ribeiro. Tanto é assim que as importações tiveram crescimento acumulado de 139% entre 2006 e 2013, diante de variação de somente 16,8% para o volume produzido localmente.

Sem inovação, sem competitividade Ainda no período de 1998 a 2013, constata o trabalho dos pesquisadores do Ipea, o consumo aparente teve crescimento maior nos setores de fabricação de bens de capital (máquinas e equipamentos) e de consumo duráveis.

MAIOR ESPAÇO PARA IMPORTADOS (Comportamento do consumo aparente e seus componentes na indústria geral, taxas de variação médias anuais em %)

%

AO ANO Período

Consumo aparente

E TOMARAM O LUGAR DA PRODUÇÃO LOCAL, QUE AVANÇOU APENAS

16,8

32

Esse grupo de produtos, incluindo, entre outros, equipamentos de informática, máquinas e equipamentos e máquinas, aparelhos e materiais elétricos, contempla “setores tipicamente mais intensivos em capital e em tecnologia”, observa o estudo. O consumo aparente, nesta área, “cresceu de forma robusta durante a maior parte do período considerado, “mas grande parte dessa expansão recaiu sobre as importações”. Isso, na visão dos pesquisadores, parece refletir “problemas de competitividade que podem derivar de níveis relativamente baixos de investimento doméstico em capital fixo e/ou de baixo grau de inovação tecnológica”. 

%

// GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015

Fonte: IBGE e Funcex Elaboração: Ipea/Dimac/Gecon

Produção

Exportação

Importação


José Paulo Lacerda

CAPA | CUSTOS INDUSTRIAIS | ENTREVISTA

O nível de atividade na indústria de transformação tende a recuar em torno de 4,5% neste ano, prenunciando tropeço de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do setor industrial, antecipa José Augusto Fernandes, diretor de Política e Estratégias da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em entrevista à Goiás Industrial. Na sua avaliação, as pressões de custos nas áreas de pessoal, energia, câmbio e juros tendem a se estabilizar neste segundo semestre. Mas as perspectivas de uma retomada no setor foram adiadas para 2016.

EXPECTATIVA É DE QUE SE POSSA TER “GANHOSA NOSSADE PRODUTIVIDADE DENTRO DA INDÚSTRIA, COM MAIOR CAPACIDADE DE COMPENSAR ALGUMAS DESSAS PRESSÕES DE CUSTOS QUE TÊM OCORRIDO NESSES ÚLTIMOS MESES”

Retomada? Talvez no ano que vem

Goiás Industrial – De que forma as altas recentes de custos de produção, a exemplo de pessoal, energia e de capital, têm impactado os diversos setores da indústria e como estes têm lidado com isso? José Augusto Fernandes – Embora ainda não tenhamos fechado os dados do segundo trimestre, claramente deve se elevar o custo tributário, que foi uma área em que se registrou queda no trimestre anterior, bastante influenciado pelas desonerações tributárias, na medida em que essas desonerações sejam eliminadas. Salvo a parte ligada ao Imposto de Renda, que está fortemente relacionada ao desempenho dos lucros. Com a queda dos lucros das empresas, o recolhimento do tributo tende a cair. O custo do capital de giro certamente apresenta tendência à elevação. Em relação ao custo de produção, é possível que o choque mais forte de energia já tenha ocorrido. A tendência agora talvez possa ser de mais estabilidade. Na área de pessoal, também a expectativa é de mais estabilidade, já que o mercado de trabalho tem sido bastante sacrificado pela queda do índice de atividade. Como também o câmbio se desvalorizou de forma mais moderada neste último período, é possível que aqui tenhamos menor influência (sobre os custos) para o segundo trimestre. GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015 //

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CAPA | CUSTOS INDUSTRIAIS | ENTREVISTA

José Paulo Lacerda

NOSSOS INDICADORES TÊM APONTADO PARA UMA DETERIORAÇÃO DAS MARGENS DAS EMPRESAS. ISSO CRIA O PIOR DOS MUNDOS, QUER DIZER, VOCÊ TEM MENOS RECURSOS PRÓPRIOS PARA FAZER FRENTE A SUAS NECESSIDADES E OS RECURSOS DE TERCEIROS TAMBÉM ESTÃO MAIS CAROS”

Goiás Industrial – Qual a expectativa daqui até o final do ano, em relação aos custos industriais? Fernandes – A taxa de inflação neste ano deve ficar em torno de 9%, mas com tendência de estabilidade e queda, convergindo para valores mais baixos em 2016. Acreditamos que os custos industriais em 2015 sejam superiores aos de 2014, refletindo o padrão de inflação do ano, mas com muitas mudanças dentro da estrutura de custos ao longo do ano. Esperamos que as fontes de pressão ou de redução de pressão ao longo do tempo variem em função das mudanças no ambiente econômico, ou seja, o mercado de trabalho pressiona menos, é possível que o impacto do crédito tenha sido mais forte no primeiro semestre e arrefeça no segundo. O custo tributário, em nossa percepção, poderá crescer e, em relação ao custo de produção, espera-se talvez maior estabilidade na energia e bens intermediários, o que dependerá fundamentalmente da evolução da taxa de câmbio, o que aí é muito difícil de se prever. Goiás Industrial – Como essa tendência esperada pela CNI poderá influenciar na competividade do setor industrial daqui para frente? Fernandes – Diante de todo esse ambiente econômico, com menor nível de atividade e mais exigências para as empresas, temos de olhar duas dimensões. O efeito sobre os custos e sobre a produtividade, ou seja, o que as empresas estarão fazendo para aumentar sua produtividade. Esse ambiente hostil que as empresas enfrentam neste momento induz a muitas ações visando à melhoria da produtividade, e o ajuste da força de trabalho é uma delas. Muitas empresas seguram a força de trabalho até o último momento, acreditando que a demanda voltaria. Os ciclos anteriores de queda haviam sido mais curtos. Mas hoje há a percepção 34

// GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015

de que esse é um processo mais longo, então, elas estão fazendo o ajuste sobre o total de pessoas empregadas e isso tem um efeito sobre a produtividade, mais revisão de processos, revisão de produtos, etc. A nossa expectativa é de que se possa ter ganhos de produtividade dentro da indústria, com maior capacidade de compensar algumas dessas pressões de custos que têm ocorrido nesses últimos meses. Goiás Industrial – Os juros e, portanto, os custos de capital tendem a continuar subindo. Fernandes – Esperamos talvez mais uma rodada (de alta dos juros básicos) e a ideia é que se atinja, digamos, talvez um teto e não ocorram novas rodadas de elevação das taxas de juros ao longo do segundo semestre. Goiás Industrial – Como isso tem influenciado no endividamento do setor? Fernandes – Certamente, o crédito mais caro aumenta os custos financeiros das empresas, que são obrigadas a tomar decisões de alongar dívidas ou reduzir sua demanda por crédito para serem menos impactadas pela elevação dos juros. Não há dúvida de que isso concorre para a deterioração das condições financeiras das empresas. Goiás Industrial – É possível indicar qual a dimensão desse processo? Fernandes – Nossos indicadores financeiros e de acompanhamento da conjuntura têm apontado para uma deterioração, acompanhada por uma deterioração também das margens das empresas, que estão mais apertadas. Isso cria o pior dos mundos, quer dizer, você tem menos recursos próprios para fazer frente a suas necessidades e os recursos de terceiros também estão mais caros. Goiás Industrial – Qual o reflexo sobre os investimentos? Fernandes – O nível de investimentos da indústria vem caindo de forma sistemática. Não é um fenômeno de 2015 e vem sendo observado nos últimos três anos, pesquisa a pesquisa. Você tem hoje um nível de confiança do empresário industrial muito baixo. E essa combinação se reflete em decisões de investimento igualmente retraídas e claramente 2015 será um ano de baixo investimento. Goiás Industrial – É possível identificar quais setores têm sido mais sacrificados por essa situação? Fernandes – Setores ligados a bens de consumo duráveis, como é o caso dos automóveis, de eletrônicos, têm sido mais afe-


Goiás Industrial – As montadoras têm exportado mais do que no ano passado, quando houve forte queda das vendas externas, mas a situação no mercado doméstico continua ruim. Fernandes – As montadoras dependem de mercados na América Latina, que estão também sendo muito afetados, a exemplo da Argentina e da Venezuela. Elas estão sendo obrigadas a buscar novos mercados e desenvolver novos produtos para tornar as exportações mais competitivas. Goiás Industrial – No agregado do setor de manufaturas, as exportações continuam em baixa. Fernandes – Nossos indicadores apontam para tendência de queda para as vendas externas de manufaturas no primeiro semestre, independentemente dessa melhoria de ambiente. Há mercados que têm sido mais competitivos, a exemplo dos Estados Unidos, dada a desvalorização do real em relação ao dólar. É um mercado onde existe também muito comércio intra-indústria e isso facilita a penetração. Mas como convivemos muitos anos com o real valorizado, esse processo de recuperação de mercados leva um pouco de tempo, não é assim uma coisa tão automática. Mas acredito que o sinal está dado, ou seja, as exportações serão uma das fontes da recuperação da economia brasileira. Goiás Industrial – E qual o horizonte para que isso comece a ocorrer? Fernandes – Isso já começa a acontecer. No próprio caso da indústria automobilística, em 2015 não deverá ter crescimento expressivo em relação a 2014 para as exportações. Mas esse esforço que o setor tem feito já fez com que a queda que iria ocorrer neste ano já seja bem menor do que a projetada, porque há uma busca de mercados para compensar aqueles que estão em retração, como a Argentina. Os efeitos já começam a ocorrer, mas como o mercado latino-americano, que é o principal mercado para as exportações de manufaturados, foi muito afetado, o setor tem tido que trabalhar mais para gerar dólares na exportação.

indústria trabalha com a perspectiva de quase empatar, neste ano, com as exportações de 2014, e que para eles isso já era uma vitória. Goiás Industrial – Ainda sobre a questão dos custos, o setor conseguiu repassar esses aumentos? Fernandes – O mercado não é favorável para o repasse de custos, obviamente a depender do tipo de produto, da sensibilidade do mercado ao produto. Há setores com maior poder de mercado que têm condições de fazer isso. Mas em geral é um mercado bastante difícil para o repasse automático da pressão de custos. Goiás Industrial – Quais os cenários para a atividade industrial daqui em diante? Fernandes – Trabalhamos ainda com a perspectiva de um ano muito difícil em 2015, sem recuperação. Acreditamos que a indústria de transformação deva sofrer queda em torno de 4,5% e o Produto Interno Bruto (PIB) do setor, queda de aproximadamente 1,6%. Estamos colocando nossas expectativas de recuperação para 2016. Tudo isso é contingente do que nós fizermos. Se não pudermos fazer barbeiragens, principalmente na área fiscal, já seria melhor. De quando em quando, no entanto, têm surgido no Congresso novas medidas, novas pressões que deterioram as condições fiscais, o que é ruim porque isso nos leva a antecipar mais carga tributária no futuro ou mais cortes fiscais, o que é ruim para a economia. Será preciso termos ainda um trabalho consistente de ações de desburocratização, que melhorem a qualidade do ambiente regulatório para ir gerando a confiança necessária para a recuperação da economia. 

COMO CONVIVEMOS MUITOS ANOS COM O REAL VALORIZADO, ESSE PROCESSO DE RECUPERAÇÃO DE MERCADOS LEVA UM POUCO DE TEMPO. MAS ACREDITO QUE O SINAL ESTÁ DADO, OU SEJA, AS EXPORTAÇÕES SERÃO UMA DAS FONTES DA RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA”

José Paulo Lacerda

tados. Os setores ligados à indústria de alimentação e de produtos farmacêuticos são menos sensíveis à queda no nível de renda e têm conseguido passar por essa crise um pouco melhor do que os demais. Há segmentos que estão começando a se beneficiar das melhores condições para exportar, o que é o caso, por exemplo, da indústria de papel e celulose, que vem crescendo e onde as próprias decisões de investimento são mais otimistas do que a média da indústria.

Goiás Industrial – O que se espera em relação às exportações de veículos? Fernandes – As informações que recebi do setor é de que a GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015 //

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THE-COOL-BOX

COMÉRCIO EXTERIOR | MISSÕES COMERCIAIS

RUMO A NOVOS

MERCADOS

Apresentação durante feira de beleza em Dubai: oportunidade para internacionalizar indústria goiana de cosméticos

CNI e Apex-Brasil levam empresas a feira mundial do setor de beleza, de olho no mercado do Oriente Médio. Missão goiana explora Rússia, Belarus e Polônia

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e olho em um mercado que abrange o Oriente Médio e a África e movimentou, em 2014, US$ 25,7 bilhões, com perspectiva de crescer 4,8% até 2019, 11 indústrias goianas de cosméticos marcaram presença, entre em 26 e 28 de maio, em Dubai, na Beauty World Middle, maior feira de beleza da região e uma das mais importantes do mundo. Ao todo, 27 empresas brasileiras de cosméticos participaram da missão empresarial nos Emirados Árabes, organizada sob liderança da Rede de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), com apoio do CIN da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). “O mercado é muito promissor. Eu já fui com uma linha pronta para exportar, fiz 42 contatos dentro do estande e, desses, cinco já estão com uma negociação bem avançada”, diz animada a empresária Tânia Cardoso, da Blant Colors, de Goiânia. Após mais de 500 encontros na própria feira, com potenciais parceiros em vários lugares do mundo, a expectativa é transformar as intenções em

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Tânia Cardoso, da Blant Colors: “Fui com uma

linha pronta para exportar, fiz 42 contatos e, desses, cinco já estão em negociação bem avançada”

negócios superiores a U$S 11 milhões. Tânia destaca a aceitação pelos produtos brasileiros, o que garante boas oportunidades. A missão, articulada pelo Centro Internacional de Negócios do Pará, com respaldo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Agência Brasileira de


Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), possibilitou aos empresários detalhar as exigências de certificação, registro, alfândega e padrões sanitários necessários para comercializar produtos nos Emirados. “Os resultados superaram as expectativas. Saímos da feira com a perspectiva de negócios imediatos para pelo menos três empresas de cosméticos do Estado”, comemora Jaime Canedo, presidente do Sindicato das Indústrias Químicas no Estado de Goiás (Sindquímica), referindo-se à Toollon, à Vitalife e à própria Blant. Suas estimativas consideram a realização, em média, de 40 contatos por empresa, incluindo representantes comerciais dos Emirados Árabes e da África. “Já temos empresas com quatro ou mais pedidos em carteira, dependendo apenas da liberação dos órgãos reguladores locais”, acrescenta Canedo.

Mercados promissores O Oriente Médio e a África ultrapassaram a América Latina e são considerados os mercados de maior crescimento para produtos de beleza. As transações entre Goiás e os Emirados Árabes movimentaram, de janeiro a maio deste ano, aproximadamente US$ 44,4 milhões. O número fica ainda maior quando se expande o comércio para toda a região do Oriente Médio e da África. Segundo analistas da Euromonitor International, essas praças movimentaram US$ 25,7 bilhões em 2014, e devem crescer 4,8% até 2019. A grande quantidade de possíveis contatos foi um dos pontos altos da feira, segundo Marillia Rodrigues, da Blockskin Vitalife, de Goiânia. A empresa, que já busca a internacionalização há algum tempo, despertou interesse de Arábia Saudita, Índia, Iraque, Irã e Kuwait, além dos próprios Emirados Árabes. Com os três últimos, inclusive, a negociação já está avançada, com a documentação sen-

do reunida para o início da exportação. Raúl Tavares, gerente do CIN do Pará, explica que experiências internacionais contribuem para o amadurecimento das empresas. “O empresário toma conhecimento do que existe no mercado e consegue posicionar seu produto em relação aos outros. Além disso, ele volta sabendo o que precisa adaptar e melhorar para conquistar seu espaço”, afirma.

“Pronta para exportar” Com 20 anos de história, a Beauty Middle East é a maior feira de beleza do Oriente Médio e uma das mais importantes do mundo. Nesta edição, o evento atraiu 1.450 expositores de 60 países, além de 30 mil visitantes de 120 nações. É considerada referência no calendário de lançamento de novos produtos e tendências de mercado. A Beauty Middle East se diferencia de outras feiras de beleza por ter um caráter mais comercial que de prospecção. De acordo com Tânia Cardoso, a feira de Dubai é bem diferente da de Bologna,

na Itália. “Na Itália, fui para prospectar, enquanto para Dubai, fui pronta para exportar e lá as pessoas vão para negociar. O mercado é muito promissor e foi uma das melhores feiras para negócio’’, reafirma. O mercado acabou surpreendendo também Maríllia Rodrigues, que já havia participado de feiras na Itália e na América do Sul. “Tínhamos a impressão de que o mercado de beleza, forte na Itália e na América, poderia não ser assim no Oriente Médio, mas foi uma surpresa quando chegamos e vimos o interesse pelos produtos. O produto brasileiro é muito bem visto lá fora.” Outro diferencial é o fato de que os Emirados Árabes funcionam como uma espécie de centro para o Oriente Médio e para a África: pessoas de vários países da região vão à Beauty Middle East para conhecer os produtos e negociar. Dubai se torna, então, uma espécie de porto. De lá, saem produtos para os vizinhos, o que abre ainda mais possibilidades para os empresários.

Grupo de empresários

brasileiros do setor de produtos de beleza na 20ª edição da Beauty Middle East, em Dubai: negócios firmes à frente

GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015 //

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COMÉRCIO EXTERIOR | MISSÕES COMERCIAIS

Pedro Alves de

Oliveira, o vice-governador José Eliton e Luiz Medeiros Pinto, superintendente de Comércio Exterior: encontro com representantes do governo polonês

De volta a Bogotá A próximo investida do Sindquímica, com apoio do Centro Internacional de Negócios da Fieg, adianta Jaime Canedo, será uma nova missão empresarial à feira Belleza y Salud Bogotá 2015, que ocorrerá na capital colombiana entre os dias 19 e 23 de agosto próximo. “A proposta desta nova missão será ampliar o processo de internacionalização das empesas do setor e reforçar o canal de exportação aberto pelas empresas que já participaram de outras edições do evento”. A partir da Colômbia, em joint venture com empresas locais, a indústria goiana de produtos de beleza e saúde tem a possibilidade de atingir os mercados dos Estados Unidos, do Peru, do Equador e da própria Colômbia, completa Canedo.

Ofensiva no Leste Europeu Entre o final de junho e o início de julho, missão comercial goiana liderada pelo vice-governador José Eliton, com a participação do presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, do coordenador 38

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técnico da entidade, Welington da Silva Vieira, empresários e políticos do Estado, abriu novas perspectivas de colaboração internacional e de negócios com Rússia, Belarus e Polônia. No primeiro país, a comitiva goiana visitou Moscou e São Petersburgo, seguindo para Minsk, a capital de Belarus, e depois para Varsóvia, última etapa da viagem. No balanço final, foram firmados cinco acordos de cooperação econômica mútua, além de carta de intenções firmada entre a Fieg e a Associação para a Promoção de Negócios de São Petersburgo, para incrementar as relações comerciais entre os dois lados, por meio da organização de feiras, exposições, seminários, além de intercâmbio de informações e de tecnologia. Pedro Alves de Oliveira, presidente da Fieg, declarou-se otimista com o convênio e acredita na geração de futuros negócios. A federação organizará um futuro encontro, em Goiás, com representantes russos para incrementar a aproximação com a região. Entre outros acertos, a missão firmou termo de cooperação científica e

tecnológica com o governo russo que prevê a abertura de linha de crédito de R$ 1,0 bilhão para a Saneago e um memorando de intenções prevendo investimentos de US$ 10 milhões na instalação de uma indústria de montagem de tubulações, plásticos especiais e produtos inovadores de água e esgoto.

Medicamentos biológicos e nanotecnologia O presidente executivo do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo), Marçal Henrique Soares, também participante da comitiva goiana, avaliou positivamente a missão comercial, especialmente pelas oportunidades que poderá gerar para a indústria farmacêutica goiana, envolvendo parcerias em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos biológicos e na área de nanotecnologias, “principalmente medicamentos para o tratamento de câncer”.  Amanda Damasceno Batista é estudante de jornalismo na UFG e estagiária na Ascom Fieg Com colaboração de Claudius Brito


ICQ BRASIL

QUANDO A AMEAÇA SE TORNA OPORTUNIDADE

C

om a crescente exigência do mercado, governo, das agências reguladoras, dos clientes e demais partes interessadas, conhecer e tratar os riscos deixou de ser uma necessidade técnica e se transformou em questão estratégica para as organizações. No Sistema Fieg, o Instituto de Certificação Qualidade Brasil (ICQ Brasil) orienta as empresas sobre o assunto, no âmbito da norma ISO 31000. “O risco representa o efeito da incerteza sobre os objetivos de uma organização. Por efeito entenda-se um desvio, positivo ou negativo, em relação às metas esperadas, sejam elas financeiras, de saúde, de segurança e ambientais”, afirma Leulair Mendes, auditora do ICQ Brasil. Na maioria das vezes, no entanto, complementa ela, “o risco vem expresso como uma combinação de eventos e consequências” e a incerteza reflete, ainda que parcialmente, “deficiências de informações relacionadas a um evento e à sua correta compreensão e conhecimento, assim como de suas consequências ou probabilidade”. Por isso mesmo, a gestão de riscos assume importância estratégica para as empresas e corporações em geral e deve ser encarada como um “conjunto de atividades coordenadas” com o objetivo de prevenir e evitar a ocorrência de eventos que possam interferir na trajetória e no sucesso do negócio. A norma ISO 31000, em sua versão de 2009, continua Leulair, “fornece as diretrizes e princípios para a implementação eficaz de um sistema de gerenciamento dos riscos do negócio”. Integrando processos para gerenciar riscos na governança, estratégia e planejamento, gestão, políticas,

Sistema de gestão de riscos, baseado na norma ISO 31000, permite que as corporações manejem efeitos trazidos pelas incertezas de qualquer negócio, melhorando a eficiência de seu planejamento

valores e cultura em toda a organização, fornecendo aos gestores de todos os níveis da organização informações necessárias à tomada de decisão. A norma, prossegue Leulair, “pode ser adotada por qualquer tipo de organização, independentemente do porte e área de atuação, em qualquer momento, em todos os níveis e projetos”. De uma forma ou de outra, lembra a auditora, todas as Leulair Mendes: a ISO 31000 “fornece organizações, “em algum grau”, buscam diretrizes e princípios para a gerenciar riscos, mas a aplicação da norma implementação eficaz de um contribui para sistematizar procedimentos e sistema de gerenciamento métodos, tornando a gestão nessa área mais dos riscos do negócio” racional e eficaz. Na verdade, a aplicação da ISO 31000 agrega uma série de vantagens para a organização, tornando sua operação mais previsível. A gestão de riscos, observa Leulair, aumenta a probabilidade de alcançar as metas estabelecidas pela corporação, ao definir um foco mais preciso na identificação de riscos, ajudando ainda a prevenir perdas. Os sistemas de gestão nesta área capacitam as organizações a identificar oportunidades e ameaças de forma tempestiva, agregando ainda uma “estratégica em todos os momentos e projetos” e reforçando a “confiança das partes interessadas”, sublinha Leulair. Em geral, acrescenta ela, as corporações conseguem melhorar seu desempenho ambiental, aprimorando sua responsabilidade social, assim como as políticas nas áreas da saúde e da segurança dos trabalhadores.  GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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6ª CORTE DE CONCILIAÇÃO

JUSTIÇA QUE

NÃO TARDA Agilidade do serviço e bons resultados são principais vantagens obtidas por empresários que procuram a instância da Justiça instalada na Fieg

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Equiplex Indústria Farmacêutica acumulava algumas cobranças que se arrastavam havia até cinco anos, sem perspectivas de solução, até que seu presidente, Heribaldo Egídio, resolveu procurar a 6ª Corte de Conciliação e Arbitragem (CCA), instalada no Palácio da Indústria, sede da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), no Centro. “Peguei cobranças antigas da empresa, assuntos de 2010, 2012, que não se resolviam e decidi experimentar o serviço. Foi um resultado de 70%, um resultado muito bom”, conta o empresário, também presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de Goiás (Sindifargo). Além do alto índice de acordos, Egídio ressalta que o serviço é muito rápido e gera poucos gastos. Instituída em novembro de 1999, por iniciativa do Tribunal de Justiça de Goiás e da Fieg, a Corte realiza, desde então, acordos para solucionar questões comerciais, industriais, de trânsito, aluguel, etc. Por mês, a demanda é de cerca de 80 processos. Em 15 anos de funcionamento, a 6ª CCA acumula quase 8 mil processos julgados. O índice de acordos, segundo dados da 6ª Corte, chega a qua-

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// GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015

se 100% quando as duas partes comparecem à audiência – há casos em que as pessoas não são localizadas ou são notificadas e deixam de comparecer. Outro entusiasta do serviço, o empresário Sandro Mabel, presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação no Estado de Goiás, destaca, além desses pontos, o preparo dos conciliadores como um dos aspectos que o encorajam a usar a 6ª Corte. Em todos seus contratos, o empresário tem colocado a Corte como forma de resolver conflitos que possam surgir. “Diante de tanta demanda na Justiça comum, nós optamos por colocar em nossos contratos uma cláusula de conciliação, pois acreditamos que as Câmaras de Conciliação são mais rápidas e eficientes na solução de conflitos.” Heribaldo Egídio e Mabel recomendam aos empresários recorrer à Corte em casos de pendências, com a garantia de que quem utilizar seus serviços sairá satisfeito com o desfecho e com o tempo

de resolução de um processo que poderia se arrastar na Justiça comum. A conciliação que é proposta pela Corte é, geralmente, vantajosa tanto para o reclamante quanto para o reclamado, ao garantir para um resolver problema de recebimento, muitas vezes em menor tempo do que pela Justiça comum, e ao outro a oportunidade de abatimento e/ou parcelamento do débito. A audiência de conciliação é realizada dentro de 15 dias a partir do recebimento da notificação pelo reclamado. Caso as partes não entrem em acordo, podem recorrer à arbitragem, cuja solução é dada em 25 dias.  Amanda Damasceno Batista é estudante de jornalismo na UFG e estagiária na Ascom Fieg


GESTÃO DE FROTAS

RASTREADO POR SATÉLITE Dejair José de Resende: solução

diferenciada para gestão de frotas por satélite dispensa interferência humana na coleta e no tratamento de dados

Sistema desenvolvido pela Red&White Solutions e pela 3T Systems, do Grupo José Alves, traz ganhos e maior eficiência na logística e no controle de veículos

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um ambiente ainda incerto, com forte desaquecimento da atividade econômica e o País sob processo de ajuste fiscal, a divisão de gestão de frotas ganha ainda maior relevância dentro das empresas, diante da possibilidade de racionalização da logística, ao permitir o desenvolvimento de rotas alternativas e impedir gastos excessivos com horas extras, por exemplo, e ainda reduzir custos com combustíveis, manutenção e reparo de veículos. Há oito anos no mercado, a Red&White Solutions (RW), empresa do Grupo José Alves especializada em soluções na área de tecnologia da informação, desenvolveu, em parceria com a 3T Systems, do mesmo grupo, uma solução diferenciada para gestão de frotas por satélite que, entre outros diferenciais, dispensa a interferência humana na coleta e análise de dados. Um sistema dedicado, descreve Dejair José de Resende, diretor superintendente da RW, permite o tratamento estatístico dos dados de cada veículo da frota de 340 caminhões da Refrescos Bandei-

rantes, alimentando automaticamente o banco de dados da companhia, o que torna mais ágil e efetivo o processo de tomada de decisões pelo gestor. “A RW desenvolveu todo o sistema de tratamento de dados integrado com georreferenciamento, num investimento entre R$ 500 mil a R$ 600 mil ao longo de um ano e meio”, anota Resende. A solução entrou em fase operacional desde março deste ano e fornece uma leitura precisa da rota, das condições de uso e operação do veículo, comparando o roteiro planejado com aquele de fato executado pelo motorista, identificando desvios, intensidade e frequência de frenagens e do uso da embreagem, velocidade, tempo de parada, entre outras informações vitais para a operação. “Dessa forma, conseguimos manter atualizada a programação logística e reduzir despesas gerais com a frota”, reforça. Para segurança dos motoristas e da empresa, a plataforma de operações da frota embute sistemas de alarme e recursos para, quando necessário, bloquear remotamente os caminhões e desconectar seu motor. A RW vem, neste momento, desenvolvendo um trabalho de análise do impacto da tecnologia e dos retornos que ela pode proporcionar para o grupo como um todo. A ideia é fornecer dados mais concretos sobre os ganhos alcançados desde a implantação do sistema. GOIÁS INDUSTRIAL // Junho 2015 //

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GESTÃO DE FROTAS

Novos negócios à vista Neste momento, a RW negocia com o grupo mexicano Femsa, responsável pela fabricação e distribuição de refrigerantes da marca Coca-Cola, com unidades em seis Estados no País, o desenvolvimento e a implantação do mesmo modelo de gestão. “O grupo tem necessidade de um sistema de controle automático. Hoje, seus motoristas são responsáveis pela alimentação do banco de dados”, afirma Dejair José de Resende.

Telemetria também reduz custos Por meio de sua empresa de monitoramento remoto e telemetria para veículos, a Blockauto, de Uberlândia (MG), a ValeCard presta há mais de três anos serviço de gestão de frota ao grupo mineiro Delta Sucroenergia, que controla três usinas no Estado, com capacidade para 9,8 milhões de toneladas de cana, e opera 282 veículos leves e pesados. De acordo com Denis Ceglys, gerente de produto da área de telemetria de frota e rastreamento da ValeCard, o sistema de telemetria assegura em média uma redução entre 8% e 20% nos gastos das empresas com abastecimento, avarias e manutenção da 42

// GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015

Red&White negocia com grupo

Femsa implantação de seu sistema de gestão de frotas

frota, ao tornar o processo automático e mais racional, permitindo que o veículo alcance melhor valor de revenda. O sistema de telemetria, baseado em plataforma GPRS, que alimenta um banco de dados remoto controlado pela prestadora de serviço, mas com amplo acesso pela empresa contratante, captura as informações coletadas por aparelhos de rastreamento a bordo dos cami-

nhões da Delta, o que permite a emissão de relatórios detalhados. Os dados transmitidos online a cada 60 segundos ou menos, a depender da parametrização definida pelo cliente, segundo Ceglys, incluem rota e destino do veículo, quilometragem percorrida, velocidade, aceleração e frenagem, regime de rotação do motor e consumo, além de identificar o motorista. “Em casos de anomalia, como desvios de percurso, paradas não previstas e acidentes, o sistema emite um alerta automático, o que pode ajudar a evitar danos maiores”, comenta Ceglys. A prevenção de acidentes pode ser facilitada, acrescenta ele, já que o gestor da frota recebe relatórios frequentes sobre o uso de banguela, anomalias, frenagens e aceleração bruscas. Para Ceglys, o sistema induz o motorista a conduzir o caminhão na rotação indicada, o que ajuda a “preservar o patrimônio” da empresa, aumentando a vida útil do veículo e reduzindo a necessidade de manutenção, que pode ser programada de acordo com as especificações do fabricante.  Jose Henrique Ferreira Lorca

Setor canavieiro: sistema

assegura em média uma redução entre 8% e 20% nos gastos com abastecimento, avarias e manutenção


MEMÓRIA

Gilberto Reinaldo

MÓVEIS SOB ENCOMENDA PARA

da Costa: “A satisfação do cliente é o que a Persoline sempre busca. Desde sua fundação, com meu pai, até hoje”

UM MERCADO EXIGENTE

Há 30 anos no mercado, a Persoline passou de pai para filho e não se acomodou, fabricando e entregando móveis sob medida aonde houver encomenda Janaina Staciarini

D

e pequena marcenaria familiar a uma das principais movelarias de Valparaíso de Goiás, na Região do Entorno do Distrito Federal, a Persoline tem muita história. Precisamente, 30 anos, completados no dia 5 de maio. Desde sua fundação, por João Reinaldo da Costa e três filhos, um deles Gilberto Reinaldo da Costa, atual proprietário, a indústria de móveis nunca se acomodou. Essa é a razão de seu crescimento em um mercado hoje consolidado, impulsionado pelo Programa Arranjo Produtivo Local (APL), deflagrado em 2005 e retomado em 2014, com execução do Senai Goiás, em parceria mantida com a prefeitura e o Ministério da Integração Nacional. Hoje, a empresa conta com mais de 30 funcionários e mantém dois galpões em endereços diferentes, um deles exclusivo para envernizar e dar acabamento e outro para a parte de corte e o tratamento de madeira. O forte do negócio da Persoline inclui armários personalizados e sob medida, além dos móveis hospitalares. Inicialmente atuando com foco no mercado de Brasília e do Entorno, atualmente a empresa vai aonde o serviço está. A estratégia levou a empresa a atuar em obras, por meio de parceria com construtoras, em mercados como Rio de Janeiro, Santos (SP) e Goiânia, na sede do Hospital de Urgências Otávio Lage de Siqueira (Hugol), na Região Noroeste da capital, inaugurado em julho.

A madeira utilizada é toda certificada, oriunda de São Félix do Xingu, no Pará. “Fomos lá porque encontramos a madeira boa e com certificação. Se não for assim o mercado em que atuo não aceita”, diz Gilberto Reinaldo da Costa. Antenado com a evolução do mercado, o empresário destaca a importância da participação em feiras como a Formóbile, Feira Internacional de Fornecedores da Indústria de Madeira e Móveis, e a FIQ (Feira Internacional da Qualidade em Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira). Além disso, ele procura estar presente em missões técnicas e capacitações a fim de conhecer as novidades do mercado e aplicá-las nas fabricações de seus móveis. De acordo com ele, foi a participação nessas feiras que fez crescer a vontade de comprar equipamentos próprios para expandir o campo de atuação. Hoje a indústria tem máquinas como seccionadora, encabeçadeira, a filetadeira, esquadrejadeira, que permitem melhor atendimento ao cliente. Todo o maquinário foi adquirido com recursos próprios, sem recorrer a financiamentos. Dessa forma, acredita, o peso do investimento não é repassado ao cliente final e se tem maior liberdade de negociação com o fornecedor. Em meio ao crescimento dos negócios, Costa mantém viva a memória de como tudo começou, sob a batuta de seu pai. “Desde menino eu ajudava meu pai, na oficina. Hoje já tenho 40 anos de experiência. Mas depois que saí do quartel trabalhei um tempo em outra empresa e depois ajudei meu pai a montar uma marcenaria mais organizada”, diz, referindo-se à empresa que hoje comanda. Gilberto da Costa resume o sucesso da Persoline em uma frase: “A satisfação do cliente é o que a Persoline sempre busca. Desde sua fundação, com meu pai, até hoje. Esse sempre será nosso foco”, afirma.  GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015 //

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GENTE DA INDÚSTRIA

// Renata dos Santos

MALHAÇÃO /

A co-

leção inverno 2015 da Body for Sure tem Carol Magalhães (foto) como garota-propaganda. A empresária e estilista Tina Carneiro, que há alguns anos deixou de ser franqueada para tornar-se proprietária, coThiago Ribeiro

memora o sucesso da indústria que, de Goiás, exporta moda fitness e beachwear para todo o País e points

CREME MEL & ZECA’S SORVETES /

como Miami.

Antônio Benedi-

to dos Santos, fundador e presidente da Creme Mel, esbanja contentamento por conta de aquisição valiosa. Líder na Região Centro-Oeste, ele comprou a Zeca’s Sorvetes, a maior do Nordeste. “Compartilhamos de uma trajetória parecida, a paipanhia independente de sorvetes do País”, ressaltou. De origem humilde – era motorista de ônibus –, Santos começou a Creme Mel com uma máquina de sorvete e dois funcionários. Sua indús-

Body for Sure

xão por produzir a iguaria. Queremos nos tornar a maior com-

tria agora, neste passo arrojado, conta com a parceria de um investidor de peso: a H.I.G Capital.

MODA NO CIRCO / Proprietário da indústria de tintas Brazicor, Rosivaldo Francisco Aguiar, o Tim, bancou revitalização do Circo Laheto, que ganhou pintura nova para sediar desfile dos formandos em Design de Moda da Universo, o Universo Fashion, realizado dia 1º de junho. Na foto, o empresário, com a filha Ariany, uma das formandas, a mulher, Adriana, e a modelo mirim Gabrielle Moraes. “A escolha do Laheto foi inusitada, mas o lugar estava desbotado demais. Depois do desfile, o circo pode continuar suas ações com todo colorido que merece, pois oferece diversão de qualidade para a cidade”, afirmou.

PERSIANAS / O casal de empresários Sérgio Marques e Madalena, que comandam a Persiflex, fábrica de persianas em Aparecida de Goiânia, patrocinou o show beneficente Lado B, na Casa Cor 2015. O evento é tradicionalmente realizado na mostra de decoração para arrecadar fundos para o Núcleo de Proteção dos Queimados. Em pleno mês de férias, eles dedicam-se à finalização de novo mostruário da indústria, que será lançado no fim do ano. Suas pesquisas agregam tendências em cores, texturas, tecidos, materiais e novos formatos trazidos de visitas in loco a feiras da Alemanha, como a Heimtextil, realizada em Frankfurt, e a R + T, em Stuttgart. Em setembro, os empresários patrocinam o Earq, Encontro de Arquitetura e Design, que será realizado no Centro Cultural Oscar Niemeyer. 44

// GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015


NOVO MERCADO /

Aguinaldo Lis-

boa da Costa e os filhos Samuel, Daniel e Ezequiel apostam fichas na expansão dos negócios da Águia Industrial Química, empresa do ramo de limpeza automotiva, instalada em Aparecida de Goiânia desde os anos 80, passando, na linha doméstica, a ofe­recer desinfetantes como os da marca Triel para as

Andréa Vecci (direita) em cerimônia oficial da HMD Biomedical, em Taiwan

prateleiras dos supermercados.

MISSÃO ÁSIA / A presidente da Iquego, Andréa Vecci, cumpriu em junho duas missões estratégicas fora do País. Na primeira, percorreu importantes empresas e institutos de pesquisas na China e Taiwan em busca de novos parceiros para ampliação do portfólio e transferências de tecnologias. Na oportunidade, oficializou parceria firmada, em março, com a empresa HMD Biomedical Taiwan Inc., que resultará na produção inédita de glicosímetros por uma empresa brasileira, a Iquego. Depois, nos Estados Unidos, representou o governador Marconi Perillo no Seminário de Negócios Brazil Pharma.

GELADO /

O empresário José Renato

Fantasia,a mulher, Jane Regina, e a filha Ana Carolina, em evento na sorveteria deles, montada da Casa Cor 2015. O empresário, que abriu a Amaretto Gelateria há qua-

REBANHO / Industrial de Acreúna,

tro anos, neste final do semestre precisou

Ademar Cunha (direita), da Campo Ra-

correr contra o tempo para conciliar duas

ções, e o veterinário Constantino Gui-

empreitadas. Além da participação, pelo se-

marães Gontijo (Brasmaster) se uniram

gundo ano consecutivo, na mostra de deco-

em parceria para oferecer in loco nas

ração badalada, ele expandiu sua fábrica de

fazendas goianas suplementos perso-

sorvetes com a inauguração de uma filial na

nalizados de nutrição animal, conforme

Praça do Sol, no Setor Oeste.

a demanda da propriedade rural. “Para driblar a crise, essa nova modalidade é capaz de garantir resultados e reduzir

MASSA /

SAÚDE /

A HalexIstar, indústria

custos como frete e suporte técnico

cozinha, os cirurgiões dentistas Kleber

goiana que completa 45 anos, partici-

diferenciado no produto para gado de

Silva David e Ana Paula Nery acabam

pou ao lado da Medicone, empresa do

corte ou de leite”, explica Gontijo.

de instalar a Bela Massa, indústria de

grupo, da 22ª edição da Feira Hospi-

massas artesanais no Setor dos Fun-

talar 2015, maior evento de saúde das

cionários, em Goiânia. O diferencial,

Américas, realizado de 19 a 22 de maio,

segundo Ana Paula, fica por conta da

em São Paulo. O estande delas foi visita-

massa italiana com recheios de fran-

do por mais de 600 clientes em quatro

go e quatro queijos, e dos ingredientes

dias do evento, conferido este ano por

sem conservantes embalados a vácuo.

um total de 96 mil visitantes, segundo

Ela revela que as receitas a partir de

Renato Slomka, diretor comercial da

agosto terão toque especial. Kleber

HalexIstar.

Do consultório para a

participou de uma missão humanitária em Guiné-Bissau na África, em julho, e trouxe na bagagem temperos exóticos. GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015 //

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GIRO PELOS SINDICATOS SINVE ST

HOMENAGEM NA CÂMARA DE GOIÂNIA / O presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário do Estado de Goiás (Sinvest), José Divino Arruda, recebeu em maio homenagem na Câmara de Goiânia, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido em favor dos profissionais do Polo da Moda da capital. A outorga foi proposta pelo vereador Tayrone D’Martino (na foto, à esquerda, com Arruda, ao centro, e o presidente da Câmara, Anselmo Pereira). SI G EGO

TRADIÇÃO E INOVAÇÃO / O presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado de Goiás (Sigego) e da Editora Kelps, Antônio Almeida, numa parceria com o governo do Estado, lançou em julho o livro Manifestações Culturais em Goiás – Tradicionais e Populares. A solenidade, no Salão Dona Gercina, do Palácio das Esmeraldas, com a presença do governador Marconi Perillo. Com prefácio do escritor Bariani Ortencio, a obra retrata a memória cultural goiana e é o primeiro livro cultural editado no País com o uso da ferramenta digital QR Code, que permite ao leitor acessar 52 vídeos com manifestações da cultura do Estado.

PROJETO SOCIAL / Parte da renda com as vendas do livro do presidente do Sigego será doada à Associação Brasileira do Xeroderma Pigmentoso, sediada no povoado de Araras (Faina-GO), para a instalação de lâmpadas especiais (LED), insulfilm e ar-condicionado nas residências dos portadores da doença.

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SIMMEA

PARCERIA / Reeleito para mais um mandato à frente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis, o empresário Robson Peixoto (foto) ressalta que a principal meta da nova diretoria é fortalecer ainda mais a entidade. Conforme observou, o Simmea vai reforçar a parceria com o Sistema Indústria (Senai, Sesi, IEL e ICQ Brasil).

S I N D QU ÍMI C A

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO / O Sindicato das Indústrias Químicas no Estado de Goiás (Sindquímica), como parte do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), realizou em maio, na Casa da Indústria, treinamento para elaboração do Planejamento Estratégico Plano B, com ações do sindicato para os próximos anos. Com participação de toda a diretoria do sindicato e do consultor Alberto Pereira Gaspar, durante o evento, foram designados os diretores responsáveis pela coordenação de cada fase do processo de revisão do planejamento, que deverá estar concluído em dezembro.

MAPEAMENTO / Em junho, o Sindquímica apresentou aos membros da diretoria, durante o evento Happy Weekend, no Sesi Aruanã, o estágio da revisão de seu planejamento estratégico, assim como os coordenadores de cada etapa. Já em sua segunda fase, o processo de revisão mapeou todas as ações a serem realizadas. HOMENAGEM / O Sindquímica homenageou em junho o empresário Agripino Gomes de Sousa, da Cruzeiro Industrial. Placa comemorativa foi entregue a ele pelo vice-presidente do sindicato, Eduardo Cunha Zuppani, na presença do presidente Jaime Canedo e dos diretores Renato Peixoto e Agripino Junior.


SI N DI R E PA

FEIRA INTERNACIONAL / O presidente do Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de Goiás (Sindirepa-GO), Sílvio Inácio, participou da comitiva organizada em maio pelo Sindirepa Nacional à Feira Internacional Autopromotec, realizada em Bolonha, na Itália.

MÃO DE OBRA / Além de conhecer estudo sobre a cadeia comercial de reposição na Europa, que apresenta como gargalo a formação de mão de obra, a exemplo do que ocorre no Brasil, os empresários visitaram estabelecimentos de ensino na região. Sílvio Inácio relatou ter constatado que mesmo na Itália não há uma estrutura de capacitação e formação tão bem aparelhada como a do Senai Goiás. “Mas é flagrante o elevado nível da escola pública daquele país, que investe pesado na formação técnica dos alunos de ensino médio”, observou.

REUNIÃO NACIONAL / Sílvio Inácio participou da reunião ordinária (foto) da Associação de Sindirepas - Sindirepa Nacional, realizada no dia 19 de junho, em Salvador (BA). Os dirigentes debateram questões relativas ao setor e deliberaram sobre as ações programadas para o restante do ano.

SI N DI C A L C E

FÓRUM DE INSPIRAÇÕES / Com apoio do Sindicato das Indústrias de Calçados no Estado de Goiás (Sindicalce), o Fórum de Inspirações (foto), realizado em junho, na Casa da Indústria, apresentou a empresários e profissionais do setor conceitos e tendências para a coleção de inverno 2016. A palestra, conduzida pelo consultor da Assintecal Rodrigo Cezário, faz parte do projeto Inspira Mais, salão realizado em julho, em São Paulo.

SINDIL E IT E

JOAQUIM GUILHERME REELEITO / Em eleição realizada em 8 de junho, o Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Goiás (Sindileite-GO) renovou o mandato do presidente Joaquim Guilherme Barbosa de Souza (foto) por mais três anos. Ele comandará os destinos da entidade até junho de 2018, e sua posse e dos demais membros da nova diretoria ocorreu logo após o pleito.

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GIRO PELOS SINDICATOS

SIMELGO

VISITA A EMPRESAS / O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Goiás (Simelgo) continua com seu giro pelas empresas do setor para ouvir o empresariado e aproximá-los da entidade. As visitas mais recentes incluíram as empresas Volga Engenharia (foto), Irontec Estruturas Metálicas, Nathusa Equipamentos Elétricos, Açonobre Produtos Metalúrgicos e Forts Engenharia e Metalúrgica. SI N D M Ó V E I S

FEIRA DE MÁQUINAS / O presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis do Estado de Goiás (Sindmóveis), Pedro Silvério (na foto, à direita), participou da 16ª edição da Mostra Affemaq, no Centro de Convenções de Goiânia, entre 23 e 25 de junho. Na avaliação de Silvério, a Affemaq, que reuniu 30 expositores, com soluções em máquinas, equipamentos, insumos e serviços para a indústria de madeira e móveis, contribui para que os empresários do setor modernizem processos de produção. Ele destacou ainda a importância do curso que o Senai Ítalo Bologna oferece aos profissionais, com maquinário de última geração.

MÁQUINAS-FERRAMENTA / Diretores do Simelgo e empresários do setor metalmecânico do Estado participaram da 15ª Feimafe (Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Processos Integrados de Manufatura), em São Paulo. “A participação nesse tipo de evento permite acesso ao que há de mais moderno no setor industrial. É o momento de pensarmos os investimentos e levá-los para Goiás”, afirma o vice-presidente do sindicato, Orizomar Araújo. CURSO DE SOLDADORES / Em julho, mais 29 profissionais de três turmas diferentes receberam certificados de conclusão do curso de soldador arco elétrico - MIG MAG e TIG, na Faculdade Senai Ítalo Bologna, em solenidade com participação do presidente do Simelgo, Hélio Naves (foto). A capacitação faz parte da convenção coletiva de trabalho estabelecida entre o Simelgo e SindMetal-GO.

F I E G AN ÁP OL I S

ELEIÇÕES E RENOVAÇÃO / No dia 25 de junho, cinco dos seis sindicatos patronais abrigados na Fieg Regional Anápolis realizaram eleições para a renovação de seus quadros. Todos eles apresentaram chapa única. O empresário Anastácios Apostos Dagios (foto) foi eleito para a presidência do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sicma). Nos, demais, foram reeleitos os presidentes: Jair Rizzi, Sindicato das Indústrias do Vestuário de Anápolis (Siva); Robson Peixoto Braga, Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis (Simmea); Laerte Simão, Sindicato das Indústrias Cerâmicas do Estado de Goiás (Sindicer/GO) e Wilson de Oliveira, Sindicato das Indústrias de Alimentação de Anápolis (SindAlimentos). 48

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SI N DI FA R G O

VISÃO ESTRATÉGICA / O presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo), Heribaldo Egídio, e o presidente executivo da entidade, Marçal Henrique Soares, entregaram em junho ao ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Roberto Mangabeira Unger (na foto, o segundo da esquerda para a direita), documento com informações sobre o potencial da indústria farmacêutica goiana e seus principais gargalos. Mangabeira Unger articula com o setor produtivo uma “agenda desenvolvimentista pós-ajuste fiscal para a região Centro-Oeste”, com definição de diretrizes especialmente para o setor farmacêutico, ressalta Egídio

SIVA

LICENCIAMENTO AMBIENTAL – 1 / Uma reunião articulada pelo presidente executivo do Sindifargo, Marçal Henrique Soares, tratou de um problema que tem provocado transtornos a diversas empresas localizadas no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia): os licenciamentos ambientais. De acordo com Soares, as indústrias enfrentam dificuldades para renovar os licenciamentos, recebendo a documentação apenas em caráter precário, em face da exigência do EIA/ Rima do próprio distrito, instalado na região há quase quatro décadas.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL – 2 / No caso da indústria farmacêutica, o agravante é que as licenças provisórias não atendem às exigências da Anvisa. Diante o impasse, o MP concordou em eliminar a exigência do EIA/Rima do Daia, embora exigindo estudos alternativos dos níveis de poluição no polo industrial. E sinalizou que as indústrias poderão ter seus licenciamentos expedidos pelo órgão ambiental, desde que estejam em dia com a legislação vigente.

ACORDO COLETIVO / O Sindicato das Indústrias do Vestuário de Anápolis (Siva) realizou em maio reunião com o sindicato dos trabalhadores para tratar do termo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho 2014/2016. O principal ponto aprovado foi a aplicação do reajuste salarial em 8,11%. O presidente do Siva, Jair Rizzi, destacou que, devido ao cenário adverso da economia, a questão da manutenção do emprego foi uma colocação preponderante no encontro. SICM A

UM PROGRAMA NACIONAL / A diretoria do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sicma) recebeu, durante reunião em junho, equipe da área de saúde do Sesi Goiás, acompanhada da gerente da unidade Jundiaí, Marciana Neves. O grupo fez apresentação do Programa Nacional para a Indústria da Construção, cujo foco é oferecer ferramentas e conhecimento para que as indústrias se adequem à Norma Regulamentadora 18.

SINDA L IM E NTOS

INTERCÂMBIO DE LIDERANÇAS / O presidente do Sindicato das SI N DI C ER /G O

PARCERIA COM SENAI / O Senai Goiás, por meio da Faculdade de Tecnologia Roberto Mange, de Anápolis, quer ampliar o atendimento à indústria ceramista. O assunto foi tratado durante reunião de diretoria, quando Laís Valverde, da área de relações com o mercado do Senai, apresentou o portfólio de serviços da casa e destacou a consultoria sobre a NR-12, por meio do programa Sebraetec, que subsidia até 80% do investimento para as empresas. O presidente do Sindicer/ GO, Laerte Simão, ressaltou que o Senai tem sido um grande parceiro e destacou a importância da ampliação dessa parceria em novos cursos e programas de qualificação para as empresas.

Indústrias de Alimentação de Anápolis (SindAlimentos), Wilson de Oliveira, participou do Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria de Bebidas, realizado no âmbito do projeto Associa Indústria, parceria entre a CNI e o Sebrae, que integra o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA). O evento foi realizado na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com presença de líderes sindicais de diversas partes do País. GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015 //

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SINDICATOS SINDICATOS COM SEDE NA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS

Av. Anhanguera, nº 5.440, Edifício José Aquino Porto, Palácio da Indústria, Centro, Goiânia-GO, CEP 74043-010 SINPROCIMENTO Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de Goiás Presidente: Olavo Martins Barros Fone: (62) 3224-0456/Fax 3224-0338 siac@sistemafieg.org.br SINDIREPA Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de Goiás Presidente: Sílvio Inácio da Silva Telefone (62) 3224-0121/ 3224-0012 sindirepa@sistemafieg.org.br SINDIAREIA Sindicato das Empresas de Extração de Areia do Estado de Goiás Presidente: Gilberto Martins da Costa Fone/Fax: (62) 3224-8688 sindiareia@sistemafieg.org.br SINDCEL Sindicato das Indústrias da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia no Estado de Goiás Presidente: Célio Eustáquio de Moura Fone: (62) 3218-5686 / 3218-5696 Sindcel.go@gmail.com SINDIALF Sindicato das Indústrias de Alfaiataria e Confecção de Roupas para Homens no Estado de Goiás Presidente: Daniel Viana Fone: (62) 3223-2050 SIAEG Sindicato das Indústrias de Alimentação no Estado de Goiás Presidente: Sandro Antônio Scodro Mabel Fone/Fax: (62) 3224-9226 siaeg@terra.com.br SINDICALCE Sindicato das Indústrias de Calçados no Estado de Goiás Presidente: Elvis Roberson Pinto Fone/Fax: (62) 3225-6402 sindicalce@sistemafieg.org.br SININCEG Sindicato das Indústrias de Calcário, Cal e Derivados no Estado de Goiás Presidente: José Antônio Vitti Fone/Fax (62) 3223-6667 sininceg@sistemafieg.org.br SINDICARNE Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Goiás e Tocantins Presidente: José Magno Pato Fone/Fax (62) 3229-1187 e 3212-1521 sindcarn@terra.com.br SINDICURTUME Sindicato das Indústrias de Curtumes e Correlatos do Estado de Goiás Presidente em exercício: Emílio Bittar Fone/Fax: (62) 3213-4900 sindicurtume@sistemafieg.org.

50

SINDIGESSO Sindicato das Indústrias de Gesso, Decorações, Estuques e Ornatos do Estado de Goiás Presidente: José Luiz Martin Abuli Fone: (62) 3224-7443 sindigesso@sistemafieg.org.br SINDILEITE Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás Presidente: Joaquim Guilherme Barbosa de Souza Fone (62) 3212-1135 / Fax 3212-8885 sinleite@terra.com.br SIMPLAGO Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado de Goiás Presidente: Olympio José Abrão Fone (62) 3224-5405 simplago@sistemafieg.org.br SINDIPÃO Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no Estado de Goiás Presidente: Luiz Gonzaga de Almeida Fone: (62) 8422-4022 sindipao@sistemafieg.org.br SIMAGRAN Sindicato das Indústrias de RochasOrnamentais do Estado de Goiás Presidente: Eliton Rodrigues Fernandes Telefone: (62) 3225-9889 simagran@sistemafieg.org.br SINCAFÉ Sindicato das Indústrias de Torrefação e Moagem de Café no Estado de Goiás Presidente: Carlos Roberto Viana Fone (62) 3212-7473 - Fax 3212-5249 sincafe@sistemafieg.org.br SINVEST Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Goiás Presidente: José Divino Arruda Fone/Fax: (62) 3225-8933 sinvest@sistemafieg.org.br SINDIBRITA Sindicato das Indústrias Extrativas de Pedreiras e Derivados do Estado de GO, TO e DF Presidente: Flávio Santana Rassi Fone/Fax: (62) 3213-0778 sindibrita@sistemafieg.org.br SIEEG Sindicato das Indústrias Extrativas do Estado de Goiás e do Distrito Federal Presidente: Domingos Sávio Fone: (62) 3212-6092 - Fax 3212-6092 sieeg@sistemafieg.org.br SIGEGO Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de Goiás Presidente: Antônio de Sousa Almeida Fone (62) 3223-6515 - Fax 3223-1062 sigego@sistemafieg.org.br

// GOIÁS INDUSTRIAL // Agosto 2015

SIMELGO Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Goiás Presidente: Hélio Naves simelgo@sistemafieg.org.br Fone/Fax: (62) 3224-4462 contato@simelgo.org.br SINDQUÍMICA-GO Sindicato das Indústrias Químicas no Estado de Goiás Presidente: Jaime Canedo Fone (62) 3212-3794/Fax 3225-0074 sindquimica@sistemafieg.org.br SINDMÓVEIS Sindicato das Indústriasde Móveis e Artefatos de Madeira no Estado de Goiás Presidente: Pedro Silvério Pereira Fone/Fax: (62) 3224-7296 sindmoveis@sistemafieg.org.br SINDTRIGO Sindicato dos Moinhos de Trigo da Região Centro-Oeste Presidente: Sérgio Scodro Presidente-Executivo: André Lavor P. Barbosa Fone: (62) 3223-9703 sindtrigo@gmail.com

OUTROS ENDEREÇOS SIFAÇÚCAR Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar do Estado de Goiás Presidente: Otávio Lage de Siqueira Filho Presidente-Executivo: André Luiz Baptista Lins Rocha Rua C-236, nº 44 - Jardim América CEP 74290-130 - Goiânia - GO Fone: (62) 3274-3133 / Fax (62) 3251-1045 SIMESGO Sindicato da Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico do Sudoeste Goiano Presidente: Heitor de Oliveira Nato Neto Rua Costa Gomes, nº 143 Jardim Marconal CEP 75901-550 - Rio Verde - GO Fone/Fax: (64) 3623-0591 simesgo1@hotmail.com SINDUSCON-GO Sindicato das Indústrias da Construção no Estado de Goiás Presidente: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior Rua João de Abreu, 427 - St. Oeste CEP 74120-110 - Goiânia- GO Fone: (62) 3095-5155 contato@sinduscongoias.com.br SINROUPAS Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas em Geral de Goiânia Presidente: Edilson Borges de Sousa Rua 1.137, nº 87 - Setor Marista CEP 74180-160 - Goiânia - GO Fone/Fax: (62) 3088-0877 sinroupas@yahoo.com.br

SIFAEG Sindicato das Indústrias de Fabricação de Etanol no Estado de Goiás Presidente: Otávio Lage de Siqueira Filho Presidente-Executivo: André Luiz Baptista Lins Rocha Rua C-236, nº 44 - Jardim América CEP 74290-130 - Goiânia- GO Fone (62) 3274-3133 e (62) 3251-1045 sifaeg@terra.com.br SIAGO Sindicato das Indústrias do Arroz no Estado de Goiás Presidente: José Nivaldo de Oliveira Rua T-45, nº 60 - Setor Bueno CEP 74210-160 - Goiânia - GO Fone/Fax (62) 3251-3691 siagoarroz@hotmail.com

SINDICATOS/ANÁPOLIS Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Jundiaí, Anápolis/GO - CEP 75113-630 Fone/Fax: (62) 3324-5768 e 3324-5997 fieg.regional@sistemafieg.org.br SINDALIMENTOS Sindicato das Indústrias da Alimentação de Anápolis Presidente: Wilson de Oliveira sindalimentos@sistemafieg.org.br SICMA Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis Presidente: Anastácios Apostos Dagios sicma@sistemafieg.org.br SINDICER-GO Sindicato das Indústrias de Cerâmica no Estado de Goiás Presidente: Laerte Simão sindicergo@sistemafieg.org.br SIVA Sindicato das Indústrias do Vestuário de Anápolis Presidente: Jair Rizzi siva@sistemafieg.org.br SINDIFARGO Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás Presidente: Heribaldo Egídio Presidente-Executivo: Marçal Henrique Soares sindifargo@sistemafieg.org.br SIMMEA Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis Presidente: Robson Peixoto Braga simmea@sistemafieg.org.br

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