ANO 63 / Nº 263 /ABRIL 2015
ENTREVISTA
IEL GOIÁS
No primeiro mandato, o governo concentrou investimentos na malha rodoviária estadual. Agora, prepara seu plano para interiorizar o crescimento, incluindo modernização e reestruturação de distritos agroindustriais, apoio a arranjos produtivos e ampliação de incentivos fiscais, antecipa o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico, de Agricultura, Pecuária e Irrigação, José Eliton
AOS 45 ANOS, NOVAS SOLUÇÕES PARA FACILITAR O DIA A DIA DAS EMPRESAS
REVISTA DO SISTEMA FEDER AÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
QUASE A
GOTA D’ÁGUA MAIS DA METADE DOS MUNICÍPIOS GOIANOS PODE ENFRENTAR ESCASSEZ DE ÁGUA EM ALGUM NÍVEL E O CENÁRIO PARA OS PRÓXIMOS ANOS CONTEMPLA UM AGRAVAMENTO NA RESTRIÇÃO AO ACESSO E AO USO DE RECURSOS HÍDRICOS
MEIO AMBIENTE
Indústrias buscam soluções eficientes para economizar água e energia ENERGIA
Pequenas centrais e a cogeração trariam maior segurança ao sistema
ARTIGO
Ambiente ruim de negócios prejudica a indústria
O
Brasil vive momento econômico complexo e delicado, que exige criatividade, persistência e sacrifício de todos. Muitos fatores têm contribuído, de forma sistêmica, para a baixa competitividade da economia, especialmente da indústria, e precisam ser tratados com urgência para evitar danos maiores. Pesquisa do Índice de Confiança do Consumidor demonstra crescimento gradual de pessimismo do brasileiro, o que acaba por inibir as intenções de consumo no mercado interno, principal pilar do crescimento da economia nos últimos dez anos. O Índice de Confiança do Empresário Industrial, apurado mensalmente pela Fieg e CNI, vem caindo de forma sistemática nos últimos 12 meses, chegando a 37,5 pontos, abaixo do patamar de 50 pontos, que aponta falta de confiança. Se não confiam na situação da economia e do mercado, os empresários ou não investem ou reduzem o ritmo dos negócios em andamento. Sem investimentos, a economia não voltará a crescer. A alta continuada dos juros causa efeito perverso para as empresas, ao reduzir o consumo e aumentar os custos de produção e de investimentos, o que contribuirá para elevar a inflação. A rápida escalada do câmbio também leva para o ralo parte considerável do esforço imposto ao cidadão. Durante anos, a baixa cotação do dólar tirou mercados da indústria brasileira no exterior e no mercado interno. Nossos produtos ficaram muito caros lá fora e os de fora, muito baratos aqui. A mudança brusca da taxa de câmbio tende a aumentar os preços ao consumidor, visto que muitas empresas deixaram de produzir aqui e passaram a importar. Indústrias brasileiras passaram a importar peças e componentes, que agora custam muito mais e, consequentemente, impactarão os preços finais dos produtos. A disparada dos preços administrados pelo governo é outro fator preocupante. Depois de trapalhadas feitas em 2012 pelo governo federal, os consumidores voltaram à
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A PERGUNTA-CHAVE É: AONDE VAMOS CHEGAR? SE NÃO COMEÇARMOS LOGO A REVERTER A ATUAL CONJUNTURA POLÍTICO-ECONÔMICA, CONTINUAREMOS PERDENDO EMPREGOS, AUMENTANDO IMPOSTOS, IMPORTANDO PRODUTOS E VENDO O PAÍS PERDER O QUE TEM DE MAIS PRECIOSO: A ESPERANÇA DE SEU POVO.” PEDRO ALVES DE OLIVEIRA, presidente da Fieg
velha rotina dos preços altos da energia, cujos aumentos, em alguns casos, poderão ultrapassar os 70% em 2015. Os preços dos combustíveis, que ficaram congelados no período em que deveriam ser reajustados, são aumentados agora, quando a cotação internacional do petróleo indica que o preço dos derivados deveria ser reduzido no varejo. Além disso, uma burocracia “infernal” atormenta a vida das empresas e dos cidadãos, com custos absurdos. A legislação trabalhista espanta muitas empresas do Brasil, hoje pouco atrativo para investimentos, apesar da riqueza imensa de matérias-primas e mercado consumidor de mais de 200 milhões de pessoas. O sistema tributário também contribui para que a competitividade das indústrias não deslanche. Temos uma das mais elevadas cargas tributárias do mundo, com péssima qualidade dos serviços prestados ao cidadão e às empresas. A enorme quantidade de normas tributárias existentes no Brasil é irracional e inaceitável. E a cada dia novas obrigações são criadas e impostas aos brasileiros. Para piorar, vivemos clima político desfavorável. A falta de confiança no governo federal, que está apenas iniciando um novo mandato, gera crise de grandes dimensões. A estrutura partidária e cultura política em nada contribuem para o equacionamento da crise econômica. É preciso que os governantes em geral tomem consciência da gravidade da situação vivida pelas empresas e pelos cidadãos. É hora de somarmos esforços para reerguermos nossa economia e nossa confiança. GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015 //
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SISTEMA INDÚSTRIA Diretores
SISTEMA FIEG Federação das Indústrias do Estado de Goiás Presidente: Pedro Alves de Oliveira FIEG REGIONAL ANÁPOLIS Presidente: Wilson de Oliveira Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Bairro Jundiaí, CEP 75113-630, Anápolis-GO Fone/Fax (62) 3324-5768 / 3311-5565 E-mail: fieg.regional@sistemafieg.org.br SESI Serviço Social da Indústria Diretor Regional: Pedro Alves de Oliveira Superintendente: Paulo Vargas SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Diretor Regional: Paulo Vargas IEL Instituto Euvaldo Lodi Diretor: Hélio Naves Superintendente: Humberto Oliveira ICQ BRASIL Instituto de Certificação Qualidade Brasil Diretor: Justo O. D’Abreu Cordeiro Superintendente: Dayana Costa Freitas Brito
Sandro Antônio Scodro Mabel Otávio Lage de Siqueira Filho José Nivaldo de Oliveira Jaime Canedo Pedro Silvério Pereira Joaquim Guilherme Barbosa de Souza João Essado Elvis Roberson Pinto Silvio Inácio da Silva Eliton Rodrigues Fernandes Olympio José Abrão Carlos Roberto Viana Luiz Gonzaga de Almeida Luiz Ledra José Antônio Vitti José Luiz Martin Abuli Welington Soares Carrijo Álvaro Otávio Dantas Maia Jair Rizzi Robson Peixoto Braga Edilson Borges de Souza José Divino Arruda Domingos Sávio Gomes de Oliveira Eduardo Cunha Zuppani Mário Renato Guimarães de Azeredo Emílio Carlos Bittar Antônio Benedito dos Santos Leopoldo Moreira Neto Conselho fiscal Célio Eustáquio de Moura Jerry Alexandre de Oliveira Paula Orizomar Araújo Siqueira Conselho de representantes junto à CNI Pedro Alves de Oliveira Paulo Afonso Ferreira Conselho de Representantes junto à Fieg
DIRETORIA DA FIEG (2015-2018) Presidente: Pedro Alves de Oliveira 1º Vice-presidente: Wilson de Oliveira 2º Vice-presidente: Antônio de Sousa Almeida 3º Vice-presidente: Gilberto Martins da Costa 1º Diretor Secretário: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior 2º Diretor Secretário: Heribaldo Egídio da Silva 1º Diretor Financeiro: André Luiz Baptista Lins Rocha 2º Diretor Financeiro: Hélio Naves
Abílio Pereira Soares Júnior Ailton Aires Mesquita Alexandre Araújo Moura Alexandre Baldy de Sant’anna Braga Álvaro Otávio Dantas Maia Antônio Alves de Deus Antônio Benedito dos Santos Bruno Franco Beraldi Coelho Carlos Alberto de Paula Moura Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Carlos Roberto Viana Célio Eustáquio de Moura Daniel Viana Domingos Sávio G. de Oliveira Edilson Borges de Sousa Eduardo Cunha Zuppani Eduardo José de Farias Eliton Rodrigues Fernandes Elvis Roberson Pinto Emílio Carlos Bittar Eurípedes Felizardo Nunes Fábio Rassi Flávio Paiva Ferrari Flávio Santana Rassi
Francisco Gonzaga Pontes Gilberto Martins da Costa Hélio Naves Heitor de Oliveira Nato Neto Heribaldo Egídio Jaime Canedo Jair Rizzi Jercy Teixeira de Carvalho Júnior Jerry Alexandre de Oliveira Paula João Essado Joaquim Cordeiro de Lima Joaquim Guilherme Barbosa de Souza José Alves Pereira José Antônio Vitti José Divino Arruda José Luiz Martin Abuli José Magno Pato José Romualdo Maranhão José Vieira Gomide Júnior Laerte Simão Leopoldo Moreira Neto Luiz Antônio Vessani Luiz Gonzaga de Almeida Luiz Ledra Luiz Rézio Manoel Silvestre Álvares da Silva Marley Antônio Rocha Olympio José Abrão Orizomar Araújo de Siqueira Otávio Lage de Siqueira Filho Paulo Sérgio de Carvalho Castro Pedro Alves de Oliveira Pedro de Souza Cunha Júnior Pedro Silvério Pereira Plínio Boechat Lopes Roberto Elias de Lima Fernandes Robson Peixoto Braga Sandro Antônio Scodro Mabel Sávio Cruvinel Câmara Sílvio Inácio da Silva Ubiratan da Silva Lopes Valdenício Rodrigues de Andrade Wilson de Oliveira
CONSELHOS TEMÁTICOS Conselho Temático de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação Presidente Melchíades da Cunha Neto Vice-Presidente Ivan da Glória Teixeira Conselho Temático de Meio Ambiente Presidente (em exercício) Pedro Silvério Pereira Conselho Temático de Infraestrutura Presidente Célio de Oliveira Vice-Presidente Álvaro Otávio Dantas Maia
Conselho Temático de Política Fiscal e Tributária Presidente Eduardo Zuppani Vice-Presidente José Nivaldo de Oliveira Conselho Temático de Relações do Trabalho Presidente Sílvio Inácio da Silva Vice-Presidente Marduk Duarte Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa Presidente Leopoldo Moreira Neto Vice-Presidente Carlos Alberto Vieira Soares Conselho Temático de Responsabilidade Social Presidente Antônio de Sousa Almeida Vice-Presidente Rosana Gedda Carneiro Conselho Temático de Agronegócios Presidente André Lavor Pagels Barbosa Vice-Presidente Annanias Justino Jayme Conselho Temático de Comércio Exterior e Negócios Internacionais Presidente Emílio Bittar Vice-Presidente José Carlos de Souza Conselho Temático Fieg Jovem Presidente Leandro Almeida Vice-Presidente Agripino Gomes de Souza Júnior Conselho Temático de Desenvolvimento Urbano Presidente: Ilézio Inácio Ferreira Vice-Presidente: Roberto Elias Fernandes Rede Metrológica Goiás Presidente Marçal Henrique Soares Câmara Setorial de Mineração Presidente José Antônio Vitti Vice-Presidente Luiz Antônio Vessani Câmara Setorial da Indústria da Construção Presidente Sarkis Nabi Curi Vice-Presidente Gilberto Martins da Costa
Goiás ganha três Institutos Senai de Tecnologia
VEM POR AÍ
Instituto SENAI de Tecnologia em
Dehovan Lima
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m investimento superior a R$ 26 milhões, dos quais R$ 18,3 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Senai está implantando em Goiás três institutos de tecnologia – automação e alimentos, em Goiânia, e química ambiental, em Anápolis. Os Institutos Senai de Tecnologia (IST) são unidades operacionais que possuem infraestrutura física e pessoas qualificadas orientadas à prestação de serviços técnicos de alto valor agregado para aumentar a competitividade de indústrias de todos os portes. Em todo o País, o Senai implanta 61 institutos, onde serão desenvolvidas soluções com base nas tecnologias existentes para criar novos processos e novos produtos. O portfólio de serviços inclui consultorias técnicas especializadas, pesquisa e desenvolvimento e serviços laboratoriais.
Senai amplia atuação em Aparecida de Goiânia
Caçula das unidades do Sistema Fieg, inaugurada em 2011, a Escola Senai Dr. Celso Charuri, em Aparecida de Goiânia, amplia sua atuação com a implantação de um pavilhão destinado à realização de atividades na construção, setor com grande demanda por mão de obra qualificada, e de uma oficina de solda com 13 postos de trabalho. Os novos ambientes de ensino serão entregues a empresas e comunidade durante as comemorações da Semana da Indústria, de 25 a 29 de maio. Com investimento em torno de R$ 3 milhões, as instalações ocupam área de quase 600 m2, onde serão desenvolvidas atividades de educação profissional. Entre os cursos oferecidos estão os de mestre de obras, pedreiro, instalador hidráulico, assentador de tijolos, soldador nos processos mig, mag, tig e eletrodo revestido. Ao todo, serão abertas 48 novas vagas em cada atividade na área da construção e 39 em soldagem, nos turnos matutino, vespertino e noturno. EXPEDIENTE
REVISTA DO SISTEMA FEDER AÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
Automação, em fase final de construção na Faculdade Ítalo Bologna, em Goiânia: primeiro a entrar em funcionamento
Reforma melhora atendimento do Sesi Jaiara
Segunda unidade do Sesi em Anápolis e uma das mais antigas no Estado, instalada no início da década de 70, o CAT Branca de Lima Porto, Sesi Jaiara, aproveita a Semana da Indústria, em maio, para entregar, dia 29, a reforma e revitalização iniciadas no fim do ano passado. As obras incluem ampliações, construção de novo bloco escolar, com mais cinco salas de aulas para o ensino fundamental, reformas no clube e aquisição de equipamentos e mobiliário. Um investimento da ordem de R$ 3,1 milhões, a reforma representa um marco na história do Sesi Jaiara, beneficiando a indústria e trabalhadores ao oferecer estrutura mais moderna para atendimento aos clientes.
Direção José Eduardo de Andrade Neto
Nathalya Toaliari e Janaina Staciarini e Corrêa
Coordenação de jornalismo Geraldo Neto
Colaboração Welington da Silva Vieira
Capa, ilustrações, diagramação e produção Jorge Del Bianco DC Design Gráfico e Comunicação
Edição Lauro Veiga Filho e Dehovan Lima
Fotografia Alex Malheiros
Impressão Gráfica Kelps
Reportagem Andelaide Pereira, Célia Oliveira, Daniela Ribeiro, Edilaine Pazini, Jávier Godinho,
Projeto gráfico Jorge Del Bianco
Departamento Comercial (62) 3219-1720
Redação e correspondência Av. Araguaia, nº 1.544,Ed. Albano Franco, Casa da Indústria - Vila Nova CEP 74645-070 - Goiânia-GO Fone (62) 3219-1300 - Fax (62) 3229-2975 Home page: www.sistemafieg.org.br E-mail: ascom@sistemafieg.org.br As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista
GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015 //
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ÍNDICE
SENAI GOIÁS
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/ Desenvolvido pela Organização Odebrecht em suas unidades espalhadas pelo País, o programa Acreditar Júnior abriu, em Goiás, as primeiras turmas em janeiro, com seleção de 57 jovens para cursos de aprendizagem, ministrados pela Unidade Integrada Sesi Senai Mineiros, no Sudoeste Goiano.
REVISTA DO SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
Wildes Barbosa
Nº 263 /ABRIL 2015
SESI | ESOCIAL
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/ Os impactos do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) foram debatidos em Goiânia, durante fórum promovido pelo Sesi Goiás, com participação do economista Rafael Ernesto Kienckbush, especialista em relações do trabalho da CNI (foto). Previsto para vigorar em 2016, o eSocial deverá ser adotado por todas as empresas, independentemente do porte, afetando 150 mil estabelecimentos apenas em Goiás
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/ O vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico, de Agricultura, Pecuária e Irrigação, José Eliton, fala sobre os planos do governo para interiorizar o crescimento da economia
SESI | SEGURANÇA NO TRABALHO
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/ O Sesi Goiás oferece às empresas leque de soluções em saúde e segurança no trabalho (SST). O Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT) previne riscos futuros, por meio de estudos sobre as condições ambientais dentro da empresa, como a Genix, do técnico em segurança Marcos Augusto Bobato (na foto, com Cleusa Monteiro, do Sesi Jundiaí): parceria pela qualidade
POSSE IEL GOIÁS
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/ Em sua trajetória de 45 anos em Goiás, o Instituto Euvaldo Lodi acumula conquistas e avanços, que deverão, agora, ser turbinados com a oferta de novos serviços nas linhas de desenvolvimento empresarial e de estágio e aperfeiçoamento profissional
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/ Empossada no início de março, a nova diretoria da Fieg buscará fortalecer sindicatos, descentralizar a indústria em favor das regiões menos desenvolvidas e aprimorar incentivos fiscais, apostando numa gestão compartilhada para enfrentar os desafios futuros
CONJUNTURA
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GOTA D’ÁGUA
/ Os primeiros indícios mostram perspectivas pouco animadoras para a indústria neste ano, com um desempenho ainda menos alentador do que no ano passado, quando a produção do setor havia crescido apenas 1,7% frente a um avanço de 5% em 2013
COMÉRCIO EXTERIOR
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/ Os cursos de capacitação do Centro Internacional de Negócios da Fieg, em parceria com a Aduaneiras, ajudam empresas de todos os portes a desenvolver estratégias para internacionalizar suas operações, agregando qualidade aos produtos, reduzindo custos e abrindo portas para novos negócios
COMPETITIVIDADE CAPA
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/ Os pontos críticos para o abastecimento humano e outros usos da água tenderão a cobrir praticamente todo o Estado caso oferta e demanda de recursos hídricos mantenham o ritmo atual. Até o momento, segundo diagnóstico do Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH), recentemente concluído pelo governo, 25 municípios enfrentam situação crítica e 50 encontram-se em estado de alerta. Casos de conflito se multiplicam especialmente nas regiões de Cristalina, Catalão, Anápolis, Goiânia, Aparecida e no Sul e Sudoeste goianos.
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/ Indústrias de móveis e de panificação colhem maior eficiência na gestão de seus negócios e aprimoram sua estrutura tecnológica com a participação no Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), desenvolvido em parceria entre Fieg, CNI e Sebrae
ICQ BRASIL ÁGUA E ENERGIA | BOAS PRÁTICAS
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/ Indústrias goianas dos setores de couro, mineração e embalagens adotam soluções mais eficientes para poupar recursos naturais e, ao mesmo tempo, compensar parcialmente a escalada recente dos custos de energia e as perspectivas de menor disponibilidade hídrica daqui para frente
ÁGUA E ENERGIA | PCH E BIOELETRICIDADE
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/ Apenas os 85 projetos de pequenas centrais hidrelétricas com viabilidade técnica e econômica reconhecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) seriam suficientes para tornar Goiás um Estado exportador de energia. Com o reforço da cogeração de eletricidade a partir da biomassa da cana, juntos os dois sistemas dariam maior segurança e estabilidade à geração de energia no mercado regulado.
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/ Certificadas pelo Instituto de Certificação Qualidade Brasil (ICQ Brasil) no âmbito da norma ISO 9001, empresas de saneamento básico registram melhorias no gerenciamento de processos internos e na qualidade dos serviços finais prestados aos clientes
GENTE DA INDÚSTRIA
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/ Com parceria consolidada, o empresário Manoel Paulino Barbosa (Atrium) e o arquiteto e designer Leo Romano contabilizam sucesso de mais uma linha de móveis, da coleção Chuva. Confira, na coluna de Renata dos Santos, outras novidades, como a nova coleção de bolsa com design em couro legítimo de Raquel Rocha, o piso drenante Escoa, desenvolvido com subproduto de pedra de Pirenópolis, pela empreendedora Vanessa Dourada.
ENTREVISTA | JOSÉ ELITON, VICE-GOVERNADOR E SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
A caminho do
INTERIOR O GOVERNO SEGUIRÁ “ESTIMULANDO A COMPETITIVIDADE
Wildes Barbosa
E A PRODUTIVIDADE DO SETOR, AO APOIAR OS EMPRESÁRIOS COM CAPACITAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DE MÃO DE OBRA, LINHAS DE CRÉDITO E MODERNIZAÇÃO DE PROCESSOS DE PRODUÇÃO”
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Depois de investir em torno de R$ 4 bilhões na reconstrução e pavimentação de rodovias, o governo estadual tem planos para estimular o crescimento da indústria no interior do Estado. A estratégia inclui modernização e reestruturação de distritos agroindustriais e polos de desenvolvimento econômico, reforço aos arranjos produtivos, especialmente na área de tecnologia da informação e, ainda, ampliação de incentivos fiscais, sustenta o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico, de Agricultura, Pecuária e Irrigação, José Eliton, nesta entrevista à Goiás Industrial. “Ao oferecer segurança jurídica e o respeito aos contratos, o governo mantém a confiança dos investidores, o que leva Goiás a ser um Estado diferenciado e capacitado para atrair novos negócios”, afirma ele.
Goiás Industrial – Na avaliação do vice-governador, quais os principais desafios à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico? Quais são as prioridades e metas principais da secretaria para os próximos quatro anos? José Eliton – O governo de Goiás trabalha para manter o ritmo de crescimento econômico do Estado, que apresenta um PIB superior à média do País e uma balança comercial superavitária, apesar das crises nacional e mundial. Nesse sentido, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico, de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED) tem estruturado um plano estratégico de desenvolvimento que conterá as principais prioridades a cada ano e que norteará a atuação da secretaria nas diferentes áreas. O plano é abrangente e visa promover o crescimento com indução de novos investimentos, geração de mais empregos, distribuição de riquezas e redução das desigualdades sociais e regionais, de forma sustentável e com melhor qualidade de vida para a população. Goiás Industrial – Quais as propostas para consolidar a aproximação entre a secretaria e o setor industrial em sua gestão? Quais políticas deverão ser adotadas com esse propósito?
José Eliton – Ao dar continuidade e modernizar as políticas de incentivos financeiros e fiscais, o governo seguirá estimulando a competitividade e a produtividade do setor, ao apoiar os empresários com capacitação e qualificação de mão de obra, linhas de crédito e modernização de processos de produção. Também iremos fortalecer e modernizar os distritos, polos e complexos industriais. Entre as principais ações previstas, está a consolidação do processo de industrialização de Anápolis, ao mesmo tempo em que damos prosseguimento ao projeto do Daia 2 e do novo distrito industrial de Aparecida de Goiânia. Outro esforço será no sentido de descentralizar o processo de industrialização do nosso Estado. Queremos também dar mais agilidade ao sistema Produzir com a informatização de sua gestão. Da mesma forma, teremos uma rede eletrônica para o registro de legalização das empresas. Tudo isso para atender melhor ao setor industrial. Goiás Industrial – Pode-se esperar alguma mudança, seja de ênfase, seja de substância, nas políticas de atração e estímulo aos investimentos no Estado? Em que direção tendem a caminhar essas mudanças? Quais os planos da secretaria nesta área? José Eliton – É interesse do governo manter todos os incentivos fiscais e, dentro do possível, ampliar os atrativos para estimular a realização de novos investimentos e aumentar a competitividade no Estado de Goiás. O programa Produzir vem contribuindo para a expansão e diversificação do setor industrial, gerando emprego e renda, possibilitando largos investimentos. O governo não pensa em reduzir os incentivos fiscais do Produzir, ao contrário, quer o pleno e integral cumprimento dos acordos firmados pelas partes. Há um esforço, nesse momento, no sentido de reduzir a inadimplência no programa, inclusive em contratos relacionados à concessão de benefícios fiscais, mas essa ação, se vier a ser realizada, será em caráter temporário e não comprometerá os incentivos assegurados aos adimplentes. Ao oferecer segurança jurídica e o respeito aos contratos, o governo mantém a confiança dos investidores, o que leva Goiás a ser um Estado diferenciado e capacitado para atrair novos negócios. Goiás Industrial – Ainda nesta área, quais políticas e ações poderão ser adotadas para incentivar o desenvolvimento das principais cadeias produtivas do Estado, com o fortalecimento, por exemplo, de elos faltantes nessas cadeias? José Eliton – O plano estratégico, que deverá ser anunciado em breve, inclui diretrizes para o desenvolvimento das cadeias e dos arranjos produtivos em todo o Estado, tendo por base a vocação econômica de cada região. O Estado irá incentivar a in-
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ENTREVISTA | JOSÉ ELITON, VICE-GOVERNADOR E SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
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as missões a países que potencialmente podem iniciar ou ampliar as parcerias com Goiás. De janeiro até agora, realizamos viagens comerciais aos Estados Unidos, à França e a Portugal, e outras missões estão sendo agendadas para este ano a outros países europeus e também da Ásia e na América Latina. Recebemos missões da Itália e da França e, mais recentemente, dos Países Baixos, a Holanda, que é o maior parceiro de Goiás na Europa. Realizamos, em parceria com a Embaixada da Holanda, seminário com rodada de negócios para empresários nas áreas de transporte, logística, mobilidade urbana e hortifruticultura, visando ampliar a cooperação entre Goiás e aquele país. Nesses eventos, aqui e em outros países, queremos apresentar as potencialidades do nosso Estado, os benefícios financeiros e fiscais que oferecemos aos investidores, a infraestrutura e a logística, os polos agroindustriais e tudo o que faz de Goiás hoje um Estado mais competitivo e inovador.
Wildes Barbosa
O GOVERNO NÃO PENSA EM REDUZIR OS INCENTIVOS FISCAIS DO PRODUZIR, AO CONTRÁRIO, QUER O PLENO E INTEGRAL CUMPRIMENTO DOS ACORDOS FIRMADOS PELAS PARTES. HÁ UM ESFORÇO, NESSE MOMENTO, NO SENTIDO DE REDUZIR A INADIMPLÊNCIA NO PROGRAMA
tegração e a melhor organização das empresas para um aprimoramento do processo produtivo, tornando-o mais sistematizado e eficiente. Novos arranjos produtivos deverão ser instalados, entre eles os de Tecnologia da Informação (TI). Goiás é referência na execução de Arranjos Produtivos Locais (APLs), com mais de 100 mil trabalhadores e pequenos produtores goianos beneficiados. O próprio ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, confirmou, durante audiência que mantivemos no último dia 11 de março, que Goiás é hoje o Estado mais avançado em APLs. O Governo do Estado investiu mais de R$ 30 milhões no fomento aos arranjos, o que possibilita o acesso desses produtores às tecnologias de ponta e o consequente aumento da produtividade, mais empregos e crescimento econômico. Atualmente, temos 31 arranjos ativos. Entre eles, podemos destacar o APL de Confecções (Jaraguá, Pontalina, Catalão, Itaguaru, Itapuranga e Taquaral); o APL Lácteo de São Luiz de Montes Belos (engloba 21 municípios); o APL de Cerâmica Vermelha (Norte goiano); e o APL de Tecnologia da Informação - TI (Região Metropolitana de Goiânia e Anápolis). Recebe ainda atenção especial a produção de mel, banana e orgânicos. Goiás Industrial – Em relação ao comércio exterior, quais instrumentos ou mecanismos a secretaria pretende adotar para desenvolver uma política mais agressiva de internacionalização das empresas instaladas no Estado? José Eliton – Para o fortalecimento do comércio exterior, daremos continuidade a estratégias que já estão em curso, como
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Goiás Industrial – Qual a visão do vice-governador em relação às áreas de tecnologia e inovação e quais instrumentos estarão disponíveis para estimular o processo de inovação nas empresas? José Eliton – Os processos de gestão e de produção caminham cada vez mais integrados à inovação científica e tecnológica. A eficiência e a produtividade desses processos dependem, fundamentalmente, do uso das novas tecnologias e, em Goiás, não é diferente. Por isso, vamos levar o suporte necessário aos diferentes setores para a produção de equipamentos de ponta, apoio à pesquisa e à inovação dos seus processos produtivos. Internamente, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, teremos uma “sala de situação” para o monitoramento de toda a produção econômica do Estado, o que demandará o diagnóstico das atividades produtivas e a sistematização dos dados de cada setor. Goiás Industrial – Há carências reconhecidas nos distritos industriais do Estado. De que forma essa questão será enfrentada pela nova secretaria?
José Eliton – A modernização e o fortalecimento dos distritos industriais merecerão atenção especial da nossa gestão. Vamos estabelecer as prioridades para melhorar a infraestrutura e a logística nos distritos, beneficiando também os polos e os complexos industriais em todo o Estado. Faremos um grande esforço para regionalizar o desenvolvimento, com incentivos aos diferentes setores nas regiões menos desenvolvidas. O governo tem feito altos investimentos na construção e pavimentação de rodovias, reconstruindo mais de 5 mil quilômetros e construindo 1 mil quilômetros de asfalto, com gastos da ordem de R$ 4 bilhões. Com a conclusão das obras ferroviárias e a implantação da plataforma multimodal, em Anápolis, Goiás ampliará ainda mais o seu potencial logístico, favorecendo as atividades econômicas em todo o Estado e atraindo novos investidores. Goiás Industrial – Por fim, na sua opinião, a criação de secretarias com maior peso na estrutura da administração
pública poderá dificultar a gestão e governança dessas secretarias? Os futuros superintendentes e gerentes terão autonomia para a tomada de decisões ou haverá concentração nesse processo, o que, no limite, poderá levar a criar entraves no cumprimento das metas estabelecidas? José Eliton – A reforma administrativa do Governo de Goiás teve como principal finalidade a busca por maior eficiência e modernização do Estado. Na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, tivemos a convergência dos serviços voltados aos diferentes setores produtivos, o que permite um atendimento mais ágil e com menos burocracia. A junção de pastas possibilitou uma readequação funcional e das atividades finalísticas, com a economia de gastos necessária a um maior equilíbrio financeiro. A reforma foi feita com base em análises e estudos. As novas superintendências têm total autonomia e competência para a execução e a viabilização dos projetos e programas estratégicos para o governo e que irão fazer de Goiás um Estado cada vez mais promissor.
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Jota Eurípedes
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VAMOS ESTABELECER AS PRIORIDADES PARA MELHORAR A INFRAESTRUTURA E A LOGÍSTICA NOS DISTRITOS, BENEFICIANDO TAMBÉM OS POLOS E OS COMPLEXOS INDUSTRIAIS EM TODO O ESTADO. FAREMOS UM GRANDE ESFORÇO PARA REGIONALIZAR O DESENVOLVIMENTO
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IEL
SEMPRE NO
FUTURO Instituto Euvaldo Lodi Goiás chega aos 45 anos oferecendo soluções e novos serviços à comunidade empresarial e estudantil
Humberto de Oliveira:
“O instituto está desenvolvendo programas que assistirão a juventude em diferentes fases da carreira profissional, além do estágio”
Célia Oliveira
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o completar 45 anos em Goiás, o Instituto Euvaldo Lodi acumula história de grandes conquistas, expressa em números, avanço geográfico e fortalecimento da gestão das organizações. Integrante do Sistema Fieg, o IEL expande sua atuação com abertura de unidades no interior do Estado, elaboração de projetos e programas específicos, inovação em serviços e desenvolvimento de sistemas integrados, como o portal site do estágio, o qual se converteu em Sistema Nacional de Estágio, utilizado hoje por todos os regionais do instituto no País. “A trajetória do IEL é marcada pela busca e oferta de soluções que facilitem a vida do setor produtivo e contribuam para a qualidade dos negócios, das pessoas e, por conseguinte, do Estado de Goiás”, destaca o superintendente, Humberto de Oliveira.
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Segundo ele, o IEL Goiás prepara-se para uma nova fase, que deverá ampliar ainda mais sua atuação, passando a oferecer novos serviços em uma das duas linhas de negócios: desenvolvimento empresarial, que atende a organizações, líderes, executivos com cursos e programas de gestão e desenvolvimento de saberes, e estágio e desenvolvimento profissional, área voltada ao jovem em formação educacional e emprego. “Nessa vertente, o instituto está desenvolvendo programas que assistirão a juventude em diferentes fases da carreira profissional, além do estágio. Depois do Prêmio IEL de Estágio, do Banco de Empregos, do Inova Talentos, organizamos o lançamento do Projeto Aprendiz, em parceria com o Senai, e o Foco na Carreira”, revela Oliveira.
Pensando no jovem, no seu amanhã Do seu programa mais tradicional, o estágio, o IEL veio assumindo desafios e responsabilidades junto à comunidade industrial e estudantil. “Ao longo dessas décadas, conseguimos inovar em produtos, serviços e metodologias para apresentar e dar respostas às necessidades mercadológicas das organizações goianas”, ressalta o superintendente. Sobre o Projeto Aprendiz, conforme explica Marcelo Melo, gerente da área de Mercado do IEL Goiás, a iniciativa nasce em conformidade com a legislação vigente e “o instituto atuará como intermediador de estudantes, oferecendo às empresas, sob demanda, a captação, o cadastro e a formação desse público.” Evidencia Melo, que o IEL Goiás também atuará na capacitação dos jovens ao aplicar um módulo de educação, específico para tal fim. “O módulo será elaborado em sintonia com treinamento ofertado pelo Senai, obedecendo proposta pedagógica do mesmo, podendo chegar a 120 horas de ensino, com ênfase na educação para o trabalho”. Igualmente dirigido ao jovem, o
Foco na Carreira é um programa que considera a linguagem, o comportamento e os interesses do público, que busca estruturar e planejar a carreira profissional. “A metodologia consta de encontros presenciais, lúdicos, interativos e atividades on-line, de modo a favorecer ampla visão de mundo, o desenvolvimento de habilidades e competências relacionadas às demandas corporativas”, informa a gerente de Estágio e Emprego, Tarciana Nascimento. “Essas iniciativas se incorporam ao portfólio do IEL Goiás, quando comemoramos os 45 anos, projetando ações para o amanhã dos estudantes, contribuindo para melhorar a educação, a formação e a qualificação profissional”, retoma Humberto Oliveira.
Soluções em desenvolvimento empresarial Atento às mudanças por que passam as organizações em todo o mundo e ciente de que os negócios são influenciados por questões socioeconômicas e políticas, o IEL oferece opções de
programas e treinamentos em educação executiva. “Englobamos nesta linha de atuação soluções para as diversas áreas de gestão, de forma aberta ou específica, que chegam aos diferentes níveis hierárquicos das organizações goianas”, ressalta o superintendente. Nesse contexto, ele destaca os cursos abertos e in company, que trabalham as competências e habilidades dos gestores e profissionais; as pesquisas, capazes de levar aos demandantes respostas e cenários que cooperam com a gestão e com a tomada de decisões; a consultoria focada nas necessidades corporativas; e as soluções customizadas, a exemplo do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), que há 15 anos profissionaliza segmentos industriais e seus parques fornecedores. “O PDF tem sua metodologia e requisitos definidos no fortalecimento da gestão de pequenos e médios fornecedores, contudo, absorve requisitos específicos de um determinado segmento, de forma a valorizar e potencializar o conhecimento e a relação comercial entre este segmento e a cadeia produtiva”, acentua a gerente de Consultoria e Gestão Empresarial, Sandra Márcia Silva.
O QUE DIZEM OS CLIENTES DO IEL GOIÁS
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O IEL PREENCHE UM ESPAÇO, NO CAMPO DE ESTÁGIO, UMA LACUNA NA APROXIMAÇÃO DO ESTUDANTE COM A EMPRESA. ELE ATENDE A TODOS OS ANSEIOS DA EMPRESA E DO ESTUDANTE; ELE É UMA REFERÊNCIA PARA A INDÚSTRIA E PARA A SOCIEDADE.” JOSSERRAND MASSIMO VOLPON, Advogados Associados, cliente do IEL na área de estágio
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O IEL GOIÁS TEM GRANDE CAPACIDADE DE INTELIGÊNCIA. COM O BANCO DE EMPREGOS, AS CONTRATAÇÕES QUE FIZEMOS POR MEIO DA FERRAMENTA ON-LINE FORAM BOAS E ASSERTIVAS.” MÁRIO RENATO, Treliças Centro-Oeste/Lajes Santa Inês, cliente do IEL-Banco de Empregos
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IEL UNIDADES Na história O IEL nasceu no Brasil da visão empreendedora do industrial e político Euvaldo Lodi, em 1969. À época, ele enxergou a necessidade de dar atenção à indústria brasileira na questão de interagir com a escola, razão propulsora da fundação do instituto, que hoje é braço da Confederação Nacional da Indústria (CNI) quando se fala em educação para o setor industrial e jovens, no que se refere a estágios. Daí em diante, o IEL cresceu e, em Goiás, sua evolução, a partir de 1970, foi estratégica, incorporando ao tradicional programa de estágio outras linhas de atuação que se converteram em áreas geradoras de soluções para o dia a dia das empresas e pessoas.
Goiânia Anápolis
LINHAS DE NEGÓCIOS Desenvolvimento Empresarial Estágio e Desenvolvimento Profissional
Catalão Luziânia Itumbiara Rio Verde
IEL GOIÁS – 45 ANOS Estágio
217.922 alunos colocados
Consultorias
980 empresas atendidas
Pesquisas
602 realizadas
Cursos
682 realizados
Banco de Emprego (a partir de 2011)
39.459 currículos e 579 empresas cadastrados
O QUE DIZEM OS CLIENTES DO IEL GOIÁS
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O IEL É UMA ENTIDADE SÓLIDA E DE REFERÊNCIA NA ÁREA DE ATENDIMENTO À INDÚSTRIA, COM VÁRIOS SERVIÇOS RELEVANTES E QUE PODEM AGREGAR ÀS EMPRESAS GOIANAS. O IEL FOI ESCOLHIDO PELA ADÃO IMÓVEIS PARA O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA SALARIAL PELA BOA REPUTAÇÃO E CREDIBILIDADE QUE A INSTITUIÇÃO POSSUI EM GOIÁS.” SILVIA CRISTINA DE PAULA, Gerente de Recursos Humanos da Adão Imóveis, cliente do IEL na área de pesquisa
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ELEGEMOS O IEL PARA UM CURSO IN COMPANY POR SER O INSTITUTO RECONHECIDO NO MERCADO DE GOIÂNIA, POR TER EXPERIÊNCIA COM INSTITUIÇÕES DA ÁREA DA SAÚDE E EM CURSOS DE GESTÃO DA QUALIDADE.” MARIA AUXILIADORA BRITO, Assessora Executiva da Fundahc/ Maternidade Dona Iris, cliente do IEL na área de educação executiva
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ACREDITO NO POTENCIAL DO IEL PARA ATENDER COM QUALIDADE ÀS NECESSIDADES DAS EMPRESAS GOIANAS SEM DEIXAR NADA A DESEJAR EM RELAÇÃO A GRANDES NOMES DO MERCADO NACIONAL DE CONSULTORIAS E EDUCAÇÃO ORGANIZACIONAL.” LÚCIO BOGGIAN, diretor administrativo da Associação Educativa Evangélica, cliente do IEL na área de consultoria
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SENAI
Alunos da aprendizagem
em operador de máquinas agrícolas: muita animação na torcida por um emprego ao final do curso
APOSTA EM APRENDIZES Odebrecht desenvolve programa voltado para filhos de funcionários da empresa. Iniciativa, em parceria com o Senai, visa atender à demanda por profissionais nas áreas de operação e manutenção de máquinas agrícolas Andelaide Lima
F
ormar mão de obra, investir na comunidade e promover a geração de emprego e renda. Esses são os pilares do programa Acreditar Júnior, desenvolvido pela Organização Odebrecht em várias unidades de negócios da empresa implantadas no País. Em Goiás, as primeiras turmas exclusivas tiveram início em janeiro. Ao todo, 57 jovens foram selecionados para os cursos de aprendizagem em mecânica de manutenção e de operação de máquinas agrícolas, ministrados pela Unidade Integrada Sesi Senai Mineiros, no Sudoeste Goiano.
Além de contribuir com o desenvolvimento sustentável da região, o projeto vai qualificar profissionais para atender à demanda do Polo Araguaia da Odebrecht Agroindustrial. Complexo industrial formado por duas unidades instaladas nos municípios de Mineiros e Perolândia, o polo atua na produção e comercialização de etanol, energia elétrica e açúcar. “Nosso objetivo é absorver 100% desses jovens. Não queremos apenas cumprir a exigência legal para manter cotas de aprendizes. Temos necessidades reais de mão de obra para ocupar
Daniela Machado, coordenadora de Administração e Desenvolvimento de Pessoas da Odebrecht Agroindustrial: nova geração de técnicos e líderes
funções na área de manutenção. A iniciativa é uma oportunidade de formarmos uma nova geração de técnicos e líderes”, observa Daniela Machado, coordenadora de Administração e Desenvolvimento de Pessoas da Odebrecht Agroindustrial. Ela explica ainda que todos os alunos têm algum grau de parentesco com GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015 //
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SENAI
os funcionários da empresa. “Buscamos pessoas que conhecessem a cultura organizacional da empresa. É uma forma de também valorizar a comunidade. A inserção de jovens no mercado do trabalho, por meio da aquisição e produção do conhecimento, tem sido uma de nossas principais diretrizes”, diz.
Novo desafio, vários aprendizados Daniela Machado conta que o programa foi construído em parceria com o Senai desde o início. “A instituição nos traz segurança e credibilidade, mantemos parceria de longa data em várias outras atividades de formação profissional, sempre com bons resultados.” Para o diretor da Unidade Integrada Sesi Senai Mineiros, Robert Bonutti, o projeto é um novo e importante desafio. “Estamos felizes com a confiança que a empresa depositou em nosso trabalho, mas também temos consciência da reponsabilidade na formação profissional desses jovens, afinal, eles serão os futuros gestores da organização. Certamente, toda a experiência adquirida com este projeto será utilizada no processo de melhoria contínua do atendimento a nossos clientes e na realização de nossas atividades educacionais”, ressalta.
Diretor da Unidade Integrada Sesi Senai Mineiros, Robert Bonutti: novo e importante desafio
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Washington Leite: “Não pensei duas vezes, fiz a seleção, passei e hoje minha expectativa é de ser efetivado e crescer na empresa”
Programa une educação e trabalho Depois de enfrentar uma maratona de provas, entrevistas e dinâmicas, os 57 jovens selecionados para integrar o programa Acreditar Júnior vão ficar um ano no Senai para depois vivenciar situações reais de trabalho na empresa. Aluno do curso de operador de máquinas agrícolas, Washington Leite, de 18 anos, deixou o trabalho de garçom para se dedicar à aprendizagem. Natural de Pernambuco, ele veio para Mineiros em fevereiro do ano passado acompanhando a família. “Meu pai trabalha como motorista em uma empresa terceirizada que presta serviços para Odebrecht e me falou do curso. Não pensei duas vezes, fiz a seleção, passei e hoje minha expectativa é de ser efetivado e crescer na empresa”, planeja. Outro que abriu mão do emprego para se dedicar ao programa, Illas Carvalho, de 18 anos, faz o curso de mecânica de manutenção de máquinas agrícolas. “Trabalhava em uma retífica, queria ter mais tempo para os estudos e não me arrependo de ter saído do serviço. Conhecimento ninguém tira da gente, quero aprender o máximo que puder”, diz. Aprendiz no curso de operador de
máquinas agrícolas, Hugo Oliveira, de 22 anos, diz que está feliz pela oportunidade de ter uma profissão. “Essa área é promissora e o certificado do Senai é garantia de emprego. O programa já é um sucesso porque une educação e trabalho.”
Confiança na formação profissional Ainda empolgada por ter conseguido ingressar no programa, Bruna Rissi de Jesus, de 18 anos, conta que a seleção foi disputada. “Conquistar a vaga foi o início da realização de um sonho. Vou me dedicar ao máximo porque não é todo dia que surgem oportunidades como essa. A empresa e o Senai estão investindo em nós, não quero decepcionar.” Lucas de Souza, de 17 anos, que perdeu o pai quando ainda era criança, sonha em garantir futuro melhor para a mãe e os irmãos. Para tanto, ele aposta na formação profissional e na possibilidade de emprego oferecidas pelo projeto. Ex-aluno de aprendizagem em mecânica industrial, concluída em 2014, Lucas foi selecionado para o programa e integra uma das turmas do curso de mecânica de manutenção de máquinas agrícolas. “Gosto muito da área e pretendo seguir carreira com a graduação em engenharia
mecânica. Quero correr atrás dos meus objetivos e ajudar minha família”, conta. Raiane Soares, de 17 anos, também mostra entusiasmo com a área de mecânica. Ela faz a habilitação técnica em mecânica industrial no período matutino e, à tarde, se dedica às aulas da aprendizagem. “O curso superou minhas expectativas, estou animada e feliz por fazer parte do projeto.”
Lucas de Souza: ele perdeu o pai ainda
criança e sonha agora em garantir um futuro melhor para a mãe e os irmãos
Mais profissionais qualificados Em mais uma ação de interiorização de atividades de formação profissional, o Senai realizou em Uirapuru, no Norte Goiano, os cursos de padeiro e confeiteiro, com 28 concluintes. Ano passado, a comunidade local já havia sido beneficiada com o curso de pedreiro, ministrado pela Unidade Integrada Sesi Senai Niquelândia. A nova qualificação foi desenvolvida por meio de ação móvel, coordenada pela Escola Senai Vila Canaã – unidade de Goiânia referência na área de alimentos. Desenvolvidas gratuitamente por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), as atividades tiveram parceria com a prefeitura local. A entrega de certificados foi realizada no dia 23 de janeiro. Presente ao evento, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Pedro Alves de Oliveira, destacou a importância da parceria na qualificação de mão de obra para o município. “Quando uma empresa precisa de um funcionário e ele apresenta o diploma de um curso do Senai, com certeza ele será melhor avaliado do que os outros candidatos.” Para o prefeito Ailton Amorim, a realização de mais um curso na cidade traz
novas oportunidades para a comunidade. “Parceria importante para a população que não tem como se deslocar para ir fazer um curso desse nível em outras cidades. Também é uma forma de geramos mais empregos no nosso município.”
Abrindo portas Elisamar Fernandes, de 40 anos, já colocou em prática, durante as festas de fim de ano, o que aprendeu no curso. “Fiz tortas para a ceia e todo mundo adorou. Estou muito feliz por ter tido a oportunidade de fazer a qualificação. Assistia aos programas culinários na televisão e achava que nunca daria conta de fazer as receitas que ensinavam. Depois do curso descobri que as coisas são bem mais simples do que imaginava.” A dona de casa Luciana Nunes Dias, de 29 anos, fazia tortas sob encomenda, mas não tinha muito conhecimento sobre proporções. “Agora fiquei bem mais confiante e entusiasmada. Pretendo abrir meu próprio negócio.” Outro concluinte, o secretário de Controle Interno do município, Evair Sabino, já está recebendo encomenda de bolos de aniversário e casamento e planeja aplicar os conhecimentos adquiridos em uma pizzaria que está abrindo na cidade. “As portas se abrem quando você tem um diploma com o carimbo do Senai”, diz.
Concluinte do curso
de padeiro, Luciana Dias fazia tortas sob encomenda e agora planeja abrir o próprio negócio
Raiane Soares: “O curso superou minhas
expectativas, estou animada e feliz por fazer parte do projeto” GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015 //
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SESI | eSOCIAL Rafael Ernesto
Kienckbush: “Tudo que será enviado pelo eSocial aos órgãos do governo já é estabelecido por lei”
TUDO NA TELA DO COMPUTADOR Empresas de todos os tamanhos e setores devem se preparar para implantação de novo sistema trabalhista de escrituração digital que passa a vigorar em 2016 Edilaine Pazini
E
mpresas de todo o País, independentemente de porte ou área de atuação, devem se preparar para a implantação do novo programa de informações trabalhistas proposto pelo governo federal, previsto para vigorar em 2016. Em Goiás, mais de 150 mil estabelecimentos serão afetados pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), que unifica, por meio eletrônico, o envio de informações sobre funcionários das empresas de todo o Brasil. Debatido em Goiânia, no dia 12 de março, no Teatro Sesi, durante o Fórum eSocial – Seu Papel no Cenário Empresarial Trabalhista, promovido pelo Serviço Social da Indústria, o novo sistema já vem sendo discutido pelas empresas e sua aplicação é alvo de preocupação pelo impacto nas relações trabalhistas. O projeto é uma ação
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conjunta de órgãos e entidades do governo federal, como Caixa Econômica Federal, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Ministério da Previdência, Ministério do Trabalho e Emprego e Secretaria da Receita Federal. O economista Rafael Ernesto Kienckbush, especialista em relações do trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), explicou, durante palestra, que o programa proposto pelo governo não modifica a legislação. “Tudo que será enviado pelo eSocial aos órgãos do governo já é estabelecido por lei. Então para muitas empresas, que já fazem todo o trabalho da forma correta, nada mudará.” Mas o especialista alerta sobre a importância de as empresas aproveitarem o tempo para estudar a forma com que trabalham atualmente para se planejarem diante da implantação do novo sistema, para que a mudança não gere tanto impacto administrativo. “Este é o desafio: saber como atender tecnicamente o eSocial”, diz.
Em tempo real O novo programa não aceita formulários retroativos e a admissão de um colaborador deve ser realizada um dia antes do primeiro dia de trabalho. Um dos pontos entre os que exigem atenção da empresa diz respeito ao parce-
lamento das férias de funcionários com idade acima de 50 anos. “Pela legislação trabalhista, já não é permitido que este trabalhador tire férias divididas. Ao ser comunicado em tempo real pelo eSocial com esta informação, o Ministério do Trabalho pode autuar a empresa automaticamente”, exemplifica Rafael Ernesto Kienckbush. Outra situação diz questão ao aviso de férias do trabalhador, que deve ser registrado com 30 dias de antecedência. “Sendo assim, não é permitido que uma funcionária emende as férias com a licença-maternidade, por exemplo, já que ela teria de trabalhar durante 30 dias antes de usufruir do benefício”, ressalta.
tagem do novo sistema é a unificação de dados. “Vai diminuir muito papel e isso é um ponto positivo. A maior dificuldade, pelo que entendi na teoria, será a implantação do programa, em termos de sistema”, acredita. Para ele, que já participou de três cursos teóricos sobre o assunto, caso o programa seja implantado em 2016, seria um tempo razoável. “Acho que um ano é suficiente para nos adequar e só vejo pontos positivos”, ressalta.
Henrique Borges, da Tecpav: “Teremos
o máximo de informações em um mesmo lugar e toda organização é bem-vinda”
Um sistema de mão dupla Apesar de gerar incertezas no meio empresarial, o novo sistema é visto com bons olhos por profissionais de Recursos Humanos (RH). Gerente administrativo e de RH da Tecpav, de Goiânia, Henrique Borges já havia participado de alguns cursos sobre o eSocial e acredita que o novo sistema é um ponto positivo de mão dupla, que beneficiará a empresa e o governo. “Como qualquer mudança, teremos um trabalho inicial para nos adequar, já que estamos acostumados a fazer de outra forma, mas com o eSocial teremos o máximo de informações em um mesmo lugar e toda organização é bem-vinda. Iremos colher o fruto mais adiante”, ressalta. Segundo ele, sua empresa já se adianta com estudos e planejamento. “Já temos feito a parte do SPED Social, junto com um pouco do fiscal, realizando essa integração da parte trabalhista, previdenciária e fiscal, e essa mudança de cultura de que vai ter que informar as admissões antes, informar a parte previdenciária, nós já estamos fazendo”, afirma. O encarregado do Departamento Pessoal da All Nutri, indústria de alimentos de Aparecida de Goiânia, Rubens Silva de Souza, acredita que a maior van-
Rubens Silva de Souza: “Vai diminuir muito papel e isso é um ponto positivo. Mas a maior dificuldade será a implantação do programa”
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SESI | eSOCIAL
As principais mudanças A implantação do eSocial acarretará impactos na rotina das empresas, como ocorre em toda mudança estrutural, opina a advogada trabalhista e integrante do Conselho Temático de Relações do Trabalho da Fieg, Amelina Moraes do Prado. Ela adianta que, inicialmente, a fim de se adequar, as empresas deverão lançar mão da qualificação cadastral dos funcionários, validando e procedendo a correção de dados pessoais, como CPF e RG. Além disso, são medidas de grande importância o preparo e qualificação de pessoal, bem como a integração entre os setores de Tecnologia da Informação (TI) e Recursos Humanos (RH), Contabilidade e Jurídico, no que diz respeito às informações a serem lançadas no sistema, de acordo com o Manual de Orientação do eSocial, aprovado por resolução do Comitê Gestor.
Daniela Maria de Oliveira: “Nós
já estamos trabalhando com as primeiras adaptações e no início tudo dá mais trabalho”
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A advogada ressalta ainda que é preciso se ater aos prazos previstos no Manual de Orientação, haja vista que, havendo alguma incompatibilidade ou inobservância das regras estabelecidas, as empresas correrão o risco de aplicação de multa e autuação emitida pelo órgão fiscalizador competente em tempo real. No entanto, Amelina acredita que, apesar dos transtornos iniciais, próprios de qualquer mudança organizacional, as novas regras também irão trazer vantagens ao empresariado. “Isso porque, grande parte das ações trabalhistas surge em razão da ausência de uma atuação jurídica preventiva, o que abre brechas para os litígios. Com o estrito cumprimento da legislação, haverá uma significativa redução das reclamações trabalhistas, implicando em reduções de custos e despesas”, diz.
Controle único Para Daniela Maria de Oliveira, encarregada do Departamento Pessoal da indústria Oderich, fábrica de conservas de Orizona, no Sudeste Goiano, o eSocial é uma inovação que o governo está criando para ter mais controle único sobre a empresa e os direitos trabalhistas, mas que vai colaborar muito com o empregador também. “Nós já estamos trabalhando com as primeiras adaptações e no início tudo dá mais trabalho, mas vai facilitar muito quando o novo sistema estiver funcionando. Pelo conteúdo do fórum que o Sesi promoveu, temos muitas informações, que vêm para ajudar no conhecimento e nos deixar mais tranquilos quanto à fase de implantação”, frisa.
SESI | SEGURANÇA NO TRABALHO
A engenheira de segurança do
Sesi Jundiaí, Cleusa Monteiro, e Marcos Augusto Bobato, técnico de segurança da Genix: parceria pela qualidade
VANTAGENS PARA TODOS Parte de um pacote mais amplo de soluções oferecido pelo Sesi Goiás, o laudo de condições ambientais no trabalho previne riscos à saúde do trabalhador e resguarda a empresa Edilaine Pazini
A
lém de cumprir a legislação trabalhista, a indústria que investe em saúde e segurança no trabalho (SST) desperta em seus colaboradores o espírito prevencionista, que os mantém alerta, de forma espontânea, quanto aos riscos de acidentes. Para ajudar as indústrias a promover um ambiente saudável e seguro, contribuindo para o bem-estar do colaborador e reduzindo os custos com afastamentos e indenizações por doença ou acidentes de trabalho, o Serviço Social da Indústria (Sesi) oferece um leque de soluções em SST, pensado nas necessidades das empresas e dos trabalhadores. Um deles, o Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT), previne riscos futuros, por meio de estudos sobre as condições ambientais em que o colaborador se encontra dentro da empresa.
Exigido pela legislação previdenciária, o documento gera benefícios ao trabalhador e ao empregador. Aplicado anualmente pela Genix, indústria farmacêutica de Anápolis, desde 2005, em parceria com o Sesi Jundiaí, o LTCAT levou benefícios que vão além do cumprimento das normas trabalhistas, segundo o técnico de segurança da empresa, Marcos Augusto Bobato. “Nossa intenção é manter um rígido controle da análise qualitativa e quantitativa do ambiente, para melhorar a qualidade de vida do trabalhador e também nos respaldar de qualquer transtorno futuro.” Bobato explica que o laudo já colaborou para algumas adequações no ambiente de trabalho, como o revezamento de funções, prevenindo riscos a que os colaboradores estavam expostos. O técnico acredita que o documento complementa, de forma mais incisiva, o trabalho realizado pelos Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
Responsabilidade conjunta Além dessas iniciativas, a Genix conta com outros serviços do portfólio do Sesi, como a Ginástica na Empresa, palestras educativas e preventivas em saúde, consultas e exames ocupacionais e espaço zen. Os investimentos GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015 //
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SESI | SEGURANÇA NO TRABALHO
ACHO QUE O MAIS “INTERESSADO EM USUFRUIR DOS
EQUIPAMENTOS DISPONÍVEIS E NÃO REALIZAR AÇÕES QUE POSSAM GERAR ACIDENTES DEVE SER O PRÓPRIO FUNCIONÁRIO” NILVALINO RIBEIRO DA CONCEIÇÃO, mecânico de manutenção da Genix
contam com o reconhecimento dos colaboradores, como o mecânico de manutenção Nilvalino Ribeiro da Conceição, de 43 anos. “Por essas ações que a empresa promove, sabemos que ela se preocupa com a gente, oferecendo equipamentos e um lugar seguro e agradável para se trabalhar, que nos incentiva a continuar na empresa”, afirma. O mecânico, que faz questão de ressaltar que nunca foi vítima de doenças ou acidente de trabalho, acredita que a responsabilidade não é somente da empresa. “Acho que o mais interessado em usufruir dos equipamentos disponíveis e não realizar ações que possam gerar acidentes deve ser o próprio funcionário, eu sempre busco incentivar meus colegas a usarem os EPIs (Equipamentos de Prevenção Individual)”, diz.
Riscos aferidos Ruído, vibrações, pressões, temperaturas, poeiras, gases e vapores, que podem ser imperceptíveis, mas absorvidos pelo organismo ou causar algum dano físico ao trabalhador, são alguns dos riscos medidos pelo LTCAT. “Este documento vai nos dar um mapa fiel da nossa indústria, pois estamos no início e já descobrimos, inclusive, áreas com ruído que não era do nosso conhecimento”, diz Joseane de Oliveira, gerente de RH da 22
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Vitapan, indústria de Anápolis. Com uma planta industrial que mantém atualmente mais de 360 funcionários, a Vitapan investe também em outros benefícios, em parceria com o Sesi, como ginástica na empresa, saúde ocupacional, odontologia móvel e outras ações recreativas. “Quando o assunto é qualidade de vida, o Sesi tem sido um grande parceiro, sempre muito responsável, mostrando domínio e custo benefício”, ressalta a gerente.
Qualidade no atendimento O Sesi trabalha com equipamentos calibrados anualmente, aplicando as metodologias pertinentes a cada tipo de agente, seja químico, físico ou biológico. Atualmente, a instituição conta com medidores de vibrações, aparelho duplo canal de ruído, bombas de amostragem e termômetros de globo de alto padrão e profissionais qualificados, distribuídos em três equipes, localizadas em Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia. A engenheira de segurança do Sesi Jundiaí, Cleusa Monteiro, ressalta que a indústria que contrata um laudo como este demonstra que, além de seguir as normas, está preocupada com a qualidade de vida no trabalho. “Elas promovem
um local saudável e seguro de se trabalhar, remanejam colaboradores de um setor para outro, se perceber, por exemplo, que podem ter perda auditiva, realizam também adequações nas instalações, climatizando um ambiente, ou seja, vão se adequando ao trabalhador”, exemplifica.
Prevenção Parceira do Sesi desde 2010, com os Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), a Biocap, indústria de cosméticos de Trindade, decidiu realizar o LTCAT em 2013 e renovar o laudo em 2014. “Foi uma preocupação que a empresa teve para aprofundar melhor os estudos sobre insalubridade e periculosidade, como forma de prevenção, pois nunca fomos autuados por isso”, diz a gerente de RH da empresa, Maria de Nazareth. Além dos documentos, a Biocap buscou outras ações para a melhoria da qualidade de vida de seus 130 trabalhadores. Também em parceria com o Sesi, a empresa oferece sala de aula dentro da indústria, pelo programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), serviços em odontologia e oftalmologia móvel, colônia de férias para os dependentes, cursos de Educação Continuada em relacionamento interpessoal e formação de líderes, Diagnóstico e Gestão de Clima Organizacional e palestras educativas e preventivas em saúde. A gerente afirma que todo o investimento é reconhecido pelos colaboradores. É o caso de Claudinete Oliveira Sousa, de 23 anos. Assistente financeira da empresa, ela conta que aproveitou todas as oportunidades que surgiram dentro da Biocap, como os cursos e a bolsa de estudos, e conquistou três promoções durante os três anos de casa, onde começou
como auxiliar de embalagens. “Eu jamais teria chegado até aqui se não fossem os incentivos que a empresa me oferece. Os investimentos que ela faz em saúde e segurança só reforçam o quanto a Biocap se preocupa com a gente.” A empresa, que havia procurado o Sesi para a realização do PPRA e PCMSO, buscou mais ações diante do custo benefício e da alta qualidade do serviço. “Ficamos muito satisfeitos com o custo acessível, o conhecimento de mercado da instituição e o padrão de qualidade, muitas vezes superior ao de outras empresas que oferecem este tipo de serviço”, ressalta Maria de Nazareth.
Maria de Nazareth, gerente de RH da Biocap:
preocupação da empresas em aprofundar estudos sobre insalubridade e periculosidade
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CAPA | ÁGUA E ENERGIA
Ilustração digital sobre imagem shutterstock - Jorge Del Bianco
A DACRISE (FALTA DE) ÁGUA
Meia Ponte: responsável por mais de 50% do abastecimento de água da capital goiana, manancial encontra-se em situação crítica
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Mais da metade dos municípios do Estado enfrenta situação crítica ou está em estado de alerta, segundo o Plano Estadual de Recursos Hídricos Lauro Veiga Filho
O
regime de chuvas mais generoso em fevereiro e março, mesmo insuficiente para recuperar os níveis históricos de precipitação para o período, parece ter feito praticamente desaparecer do noticiário referências aos riscos de apagão e racionamento. Mesmo assim, os sinais de alerta permanecem acessos e a possibilidade de uma crise hídrica não pode ser descartada, especialmente depois de uma sequência de dois verões mais secos do que o normal. Caso não ocorra, daqui para frente, qualquer alteração de rota importante, a perspectiva desenhada de oferta hídrica para as próximas décadas no Estado não parece nada lisonjeira quando se leva em conta os riscos de eventos climáticos extremos trazidos pelas mudanças no clima. Os pontos críticos, onde o balanço entre oferta e demanda se mostrará ainda mais desequilibrado, tendem a se multiplicar, cobrindo praticamente todo o mapa estadual, segundo projeções do Plano Estadual de Recursos
CAPTAÇÃO NO RIBEIRÃO PIANCÓ SUPERA A EM DISPONIBILIDADE DE ÁGUA
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%
Hídricos (PERH), recentemente concluído pelo governo. Atualmente, já são 25 municípios em situação crítica e 50 em estado de alerta. Casos de conflito se multiplicam especialmente nas regiões de Cristalina, Catalão, Anápolis, Goiânia, Aparecida e no Sul e Sudoeste goianos, envolvendo disputas entre abastecimento humano, geração de hidroeletricidade, irrigação, agronegócio e outros usos. Em alguns, como no sistema Piancó, a captação já supera em 300% a disponibilidade hídrica.
Reservas em baixa
Os índices de precipitação registrados principalmente em março trouxeram alguma recuperação para os níveis dos reservatórios das hidroelétricas, mas estes continuavam distantes dos índices encontrados no mesmo período de 2014. Há exceção unicamente para o Sul do País, onde as reservas correspondiam a 47,34% da capacidade máxima em meados de março deste ano, ligeiramente acima dos 46,07% anotados no mesmo período de 2014. Responsável por 70% da capacidade total de abastecimento do País, o volume de água armazenado nas barragens das regiões Sudeste e Centro-Oeste evoluiu de 16,01% da capacidade total, em novembro do ano passado, ponto mais baixo, para 23,49% no dia 15 de março, inferior aos 36,26% registrados em março do ano passado, na média mensal. Até novembro de 2014, houve uma baixa nos reservatórios equivalente a 20,25 pontos percentuais. Se a mesma tendência for observada neste ano, a depender das chuvas que ainda cairiam até o final da estação, os reservatórios poderão atingir níveis críticos por volta de novembro.
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CAPA | ÁGUA E ENERGIA
Conflitos em todo o Estado Mantida a trajetória identificada atualmente para o uso e a oferta de recursos hídricos no Estado, haverá uma generalização dos pontos de conflito durante as próximas duas décadas, afirma Bento de Godoy Neto, superintendente de Recursos Hídricos da Secretaria de Cidades e Meio Ambiente (Secima). A advertência dele se baseia nos estudos que serviram como ponto de partida para a elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos, realizados para diagnosticar a situação atual e projetar cenários para o futuro do setor em Goiás. Catalão, Cristalina, Morrinhos, Caldas Novas, cidade de Goiás, Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Anápolis, Cidade Ocidental e Rio Verde estão hoje na relação dos 25 municípios considerados em situação crítica. Isso significa que aquelas regiões exigem investimentos em adequação dos sistemas de captação existentes ou a busca de novos mananciais para captar água, como nos casos, entre outros, de Anápolis, Catalão e da cidade de Goiás, onde o Rio Bacalhau, fonte atual de captação, chegou a secar no ano passado. Mais meia centena encontram-se sob alerta, somando 125 cidades com algum tipo de problema, ou mais da metade dos municípios do Estado. O Rio Meia Ponte, cuja bacia abriga quase metade da população goiana, abrangendo 39 municípios, responsável também por 52% do abastecimento de água da capital do Estado, suprindo ainda Aparecida de Goiânia e Trindade, encontra-se igualmente em situação crítica, de acordo com Godoy. O lançamento de esgotos sem tratamento e de efluentes
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residenciais e industriais, as mudanças no uso do solo na região da bacia e principalmente na Região Metropolitana de Goiânia, com avanço do desmatamento das matas ciliares e consequente assoreamento do rio, comprometem a oferta e a qualidade da água.
Manancial esgotado O levantamento mais recente realizado pela Superintendência de Recursos Hídricos no Estado mostrou a existência de 2.488 equipamentos de irrigação no Estado, com área total irrigada próxima a 185 mil hectares. Cristalina ocupa a liderança, com 659 pivôs centrais, cobrindo aproximadamente 53,0 mil hectares, num cenário de comprometimento dos recursos hídricos disponíveis e conflitos com a geração hidroelétrica, envolvendo a usina Batalha, no Rio São Marcos. O consumo médio de água na região atinge níveis entre 2,01 e 13,58 vezes mais do que a vazão de referência, que corresponde, por sua vez, à vazão registrada pelo manancial em 95% do tempo, chamada de Q95.
Bento de Godoy Neto: mais da metade dos municípios do Estado enfrentam situação crítica ou estão sob alerta, com algum tipo de risco ao abastecimento
Cobrança na mira dos comitês A gestão dos recursos hídricos em Goiás passará a contar, possivelmente a partir de 2016, com mecanismos que permitirão finalmente instituir a exigência de outorga também para o lançamento de efluentes nos cursos d’água. Isso abrirá a possibilidade de cobrança nesta área e um controle melhor sobre a qualidade da água. Na verdade, a outorga e a cobrança de efluentes, lembra Bento de Godoy Neto, estão previstas desde 1997, mais precisamente pela Lei 13.123, que fixou normas para a execução da política estadual de recursos hídricos. O cronograma estabelecido para o setor permite prever o início efetivo da cobrança pelo uso da água no Estado por volta de 2017 apenas, com o objetivo de
racionalizar o consumo, combater desperdício e evitar o subreuso do recurso. Isso dependerá da entrada em operação de comitês de bacia hidrográfica, responsáveis pela instituição da cobrança, assim como pela aplicação dos recursos arrecadados, que devem ser direcionados obrigatoriamente para ações de gestão dos recursos hídricos, incluindo a preservação e recuperação de mananciais. Até o momento, 11 comitês foram criados, dos quais cinco instalados, com diretoria eleita e infraestrutura implantada. Entre eles, incluem-se os comitês do Rio Meia Ponte, o mais antigo, dos afluentes goianos do Baixo Paranaíba, Rios Turvo e dos Bois, Corumbá Veríssimo, da porção goiana do São Marcos, do Rio Vermelho, dos afluentes goianos do Alto Araguaia e dos Rios Maranhão e Paranã e do Rio das Almas. Até o final do ano, está prevista a criação dos comi-
tês dos afluentes do Médio Araguaia, do Médio Tocantins e dos afluentes no lado goiano do Rio São Francisco.
O LANÇAMENTO DE EFLUENTES NOS RIOS E CÓRREGOS PASSARÁ A SER COBRADO A PARTIR DE
2016
Água e desenvolvimento “Não podemos permitir que os conflitos se multipliquem e se revertam em prejuízos irreparáveis aos nossos rios, comprometendo usos importantes para
Irrigação: Goiás registra quase 2,5 mil pivôs em operação, cobrindo uma área total
o desenvolvimento econômico e social de nossa sociedade”, defende Bento de Godoy Neto, superintendente de recursos hídricos. O plano estadual, continua ele, foi concebido para promover a distribuição dos recursos hídricos de forma negociada por meio dos comitês de bacias hidrográficas, “compatibilizando o uso dos recursos com o desenvolvimento econômico e assegurando abastecimento em volume e em qualidade para as gerações atuais e futuras.”
Investimentos de R$ 439 milhões Nos últimos 16 anos, a Saneago investiu em torno de R$ 3,1 bilhões, dos quais R$ 1,7 bilhão, ou praticamente 55% daquele valor, apenas entre janeiro de 2011 e dezembro do ano passado. O plano de investimentos definido para este ano, afirma Luiz Novo, superintendente de Comunicação e Marketing da companhia, reservou mais R$ 439,511 milhões, distribuídos entre três programas principais. O maior deles, na área de saneamento básico, receberá R$ 207,956 milhões. Desse total, R$ 154,264 milhões serão destinados à implantação e ampliação de sistemas de esgotamento sanitário, R$ 32,993 milhões à expansão da rede de abastecimento de água nos municípios fora da Região Metropolitana de Goiânia e outros R$ 20,699 milhões para reestruturação e melhorias nos serviços de abastecimento de água, “subsidiando os municípios goianos no desenvolvimento de seus planos municipais e na articulação de soluções regionalizadas”, acrescenta Novo.
próxima a 185 mil hectares, com maior concentração na região de Cristalina
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CAPA | ÁGUA E ENERGIA Luiz Novo, da Saneago: estatal investiu R$ 1,7 bilhão entre janeiro de 2011 e dezembro passado, expandindo a rede de água e esgoto no Estado
A Região Metropolitana da capital receberá investimentos de R$ 104,433 milhões, reservados para o abastecimento de água, enquanto outros R$ 127,122 milhões estão previstos para a região do Entorno do Distrito Federal, envolvendo esgotamento sanitário e abastecimento de água.
A elevatória, que vai levar a água da barragem para a estação de tratamento, em Goiânia, encontra-se em fase pré-operacional e foi projetada, de acordo com Novo, para consumir menos energia. “As turbinas da elevatória serão acionadas pela própria água da barragem no período de chuvas, dispensando o uso de energia elétrica”, resume. Pela sua posição geográfica, 80% da região de Goiânia está abaixo da cota da
estação, o que permitirá a distribuição da água por gravidade. No total, os investimentos no complexo deverão consumir perto de R$ 1,0 bilhão, alimentando um sistema com capacidade inicial de 4 mil litros por segundo. Para comparação, o volume captado atualmente no Meia Ponte gira em torno de 2,5 mil litros por segundo. A construção do sistema de adutoras que transportará a água da estação de tratamento de Goiânia para Aparecida de Goiânia, num trajeto de 25 quilômetros, sem contar ramais e derivações, afirma Novo, deverá ser concluída em dois anos.
Em busca de novas fontes Em Anápolis, a Saneago duplicou o sistema de adutoras, instalando 15,5 quilômetros de rede e ampliando a capacidade para 1,2 mil litros por segundo, num investimento de R$ 122,0 milhões. A operação
Oferta garantida A conclusão do Sistema Produtor Mauro Borges, que marcará o início efetivo da captação de água bruta da barragem do Ribeirão João Leite, com seus 129 bilhões de litros e 1.040 quilômetros quadrados de área inundada, está prevista para este ano ainda, prevê Luiz Novo, da Saneago. A entrada em operação desse complexo deverá assegurar o abastecimento de Goiânia e da Região Metropolitana pelas próximas duas décadas e vai desafogar o Rio Meia Ponte, que passará a suprir as regiões de Trindade e Goianira.
Capacidade total: barragem no Ribeirão João Leite, com 129 bilhões de litros de água, suprirá as necessidades de Goiânia nos próximos 20 anos
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foi iniciada em agosto do ano passado. Até o final de 2018, a companhia espera concluir as obras de expansão da estação de tratamento de água do município. A empresa busca novas fontes de captação em Goiatuba, atualmente abastecida pelo Córrego Lajeado, e também em Rio Verde, no Rio Verdinho. No Entorno do Distrito Federal, o Sistema Corumbá IV, desenvolvido em parceria com a Caesb, a companhia de saneamento de Brasília, já recebeu 28 quilômetros de adutoras, ligando o lago da usina à estação de tratamento em construção na cidade de Valparaíso. Com capacidade para 2,8 mil litros por segundo, a estação abastecerá Luziânia, Cidade Ocidental e Novo Gama, entre outras cidades da região.
Sistema Mauro Borges: instalação de adutoras
Campanha pelo uso racional A empresa sabe que há desafios à frente e, por isso, lançou recentemente uma campanha para tentar alterar os hábitos de consumo da população. “Por enquanto, o cenário ainda é confortável. Não temos problemas de captação de água bruta e os volumes são mais do que suficientes para fazer a distribuição. Mas, para manter isso, teremos de mudar os padrões de consumo”, alerta Luiz Novo. As mudanças necessárias não serão drásticas nem “sacrificantes”, conforme o superintendente da Saneago. “Pequenos gestos, como deixar de usar a mangueira para ‘varrer’ calçadas ou reutilizar água destinada a lavar louças, por exemplo, podem contribuir para reduzir o consumo sem sacrifícios”. Tomando como referência dezembro do ano passado, o volume total de água faturado mensalmente pela empresa, que corresponde, grosso modo, ao consumo final, atingiu
permitirá abastecer também a cidade de Aparecida de Goiânia em dois anos
23,144 bilhões de litros, gerando consumo per capita de 3,14 mil litros. O consumo residencial respondeu por 87,51% daquele total, em torno de 20,254 bilhões de litros, cabendo à indústria fatia de 1,76% (ao redor de 408,3 milhões de litros por mês). “Cabe ressaltar que nem toda água utilizada pela indústria provém da Saneago. As indústrias fazem uso de poços artesianos e outras modalidades de abastecimento alternativo”, lembra Novo.
Empresa reduz perdas O porcentual de perdas de água na Saneago, seja por questões técnicas, relacionadas a problemas na rede de distribuição, seja por desvio ou roubo, foi reduzido em 11% entre janeiro de 2011 e dezembro do ano passado, saindo de 32,13% para 28,57% na média de todo o
Estado. Trata-se do segundo menor índice no País, atrás apenas do registrado em Brasília, afirma Luiz Novo, superintendente de Comunicação e Marketing da empresa. Ele lembra que, em Goiânia, com mais de 6 mil quilômetros de rende, as perdas correspondiam a 21,5% até o final do ano passado.
ÍNDICE DE PERDA DE ÁGUA NA SANEAGO BAIXOU DE MAIS DE
32 % 28,6 % PARA
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CAPA | ÁGUA E ENERGIA
“Na Alemanha, as perdas chegam a 10% e ficam abaixo disso no Japão. Nossos esforços são para reduzir aquele porcentual para 15%”, aponta Novo. O combate às perdas vem sendo executado em várias frentes, de acordo com ele, entre elas, o desenvolvimento de um cadastro técnico e a simulação hidráulica de sistemas de abastecimento de água pelo software de engenharia Epanet (desenvolvido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos). As medidas incluem, ainda, setorização de sistemas, modulação dos mesmos por meio do controle de pressão, instalação de válvulas redutoras de pressão, macro e micromedição, automação e o controle ativo de vazamentos na rede de distribuição.
EM EXPANSÃO
(Evolução recente das redes de água e esgoto, em mil quilômetros*)
Rede de água
Rede de esgoto
Ano 2014
9,545
2013
9,392
2012
9,202
2011
7,280
2010
6,732 (*) Valores arredondados
Os impactos do desmatamento As alterações no regime de chuvas e, portanto, na oferta hídrica em Goiás e no restante do País guardam relação direta com as mudanças no uso do solo ao longo do tempo. “Não se consegue fazer a gestão dos recursos hídricos sem uma gestão adequada do uso dos solos”, define o superintendente de Recursos Hídricos do Estado, Bento de Godoy Neto. Em sua visão, a recuperação das matas ciliares e a recomposição das áreas de vegetação natural degradadas são desafios urgentes, que poderiam ser enfrentados, por exemplo, com estímulo à multiplicação de programas como o de produtores de água, que incentiva a preservação de nascentes e mananciais nas propriedades rurais. A ideia é incorporar o valor das águas aos custos de produção, com a racionalização dos usos desse
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24,330 23,865 22,796 22,021 21,444 Fonte: Saneago
AO RITMO DE MOTOSSERRAS (Avanço das áreas de desmate na região do Cerrado)
Até 2002
Até 2010
Porcentual de área desmatada
43,6%
48,5%
Porcentual de áreas remanescentes
55,7%
50,9%
Cursos d’água
0,6%
0,6%
Fonte: Ministério de Meio Ambiente
Desmatamento na Amazônia:
serviços ambientais prestados pela floresta têm valor muitas vezes maior do que a madeira extraída ilegalmente
recurso e a conservação do solo, o que produziria aumento nos volumes das águas de recarga dos aquíferos e reforçaria a vazão nas bacias hidrográficas. A tendência atual pode levar a um agravamento sem volta das crises de restrição hídrica, principalmente como resultado do desmatamento e das mudanças climáticas relacionadas à perda da cobertura vegetal, com aumento das emissões de gases formadores do efeito estufa. Praticamente esquecido na formulação de políticas públicas de combate ao desmatamento, embora represente o segundo maior bioma da América do Sul, com mais de 2,039 milhões de quilômetros quadrados ou um quarto do território brasileiro, o Cerrado já havia perdido, até 2010, dado mais recente do Departamento de Política para o Combate ao
Desmatamento do Ministério de Meio Ambiente (DPCD/MMA), 48,5% de sua vegetação original. Isso representa 989,1 mil km2 – mais do que toda a área desmatada historicamente na Amazônia Legal.
Em 2002, as perdas somavam 889,2 mil km2, equivalentes a 43,6% da área total, o que indica aumento de 11,2% no desmatamento nos oito anos seguintes.
Berço das águas
DESMATAMENTO NO CERRADO SUPERA A DESTRUIÇÃO OBSERVADA NA AMAZÔNIA
O espaço coberto de forma contínua pela savana brasileira, incluindo os Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo, além do Distrito Federal, abriga as nascentes das quatro maiores bacias hidrográficas da América do Sul, o que dá a dimensão de sua importância para o equilíbrio hídrico no País. Nascem na região do Cerrado rios formadores das bacias Amazônica, do Araguaia e Tocantins, do São Francisco e do Prata.
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CAPA | ÁGUA E ENERGIA
Seca prolongada em
Vanessa F. Carvalho
São Paulo, que afeta os níveis dos reservatórios e o abastecimento da população, pode estar relacionada aos desequilíbrios causados pela derrubada da floresta
O sensível equilíbrio do clima Ao longo de um histórico de maus-tratos, a Amazônia Legal perdeu em torno de 900 mil km2, o que representa aproximadamente 18,6% de toda sua área. A perda da cobertura natural vem influenciando não apenas o delicado equilíbrio ambiental na região, mas produz reflexos sobre o clima no restante do País, aponta o renomado biólogo norte-americano Philip Fearnside, pesquisador e coordenador de pesquisas em ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). “Entre outros serviços, a floresta recicla água, o que é crítico para as chuvas em São Paulo, inclusive; armazena carbono, evitando o agravamento do aquecimento global; e mantém a biodiversidade, que tem muitas utili-
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dades econômicas, além de valores não econômicos”, anota. Agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 2007, juntamente com a equipe de quase 3 mil cientistas e especialistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), além do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, Fearnside afirma que, atualmente, “a economia da região está quase toda baseada na destruição da floresta”, menosprezando o fato de que o valor dos serviços prestados pela mata ao homem é muitas vezes maior do que “o retorno da destruição”. Ele não tem dúvidas ao apontar o agronegócio como um dos principais “motores do desmatamento”, que tem apresentado índices decrescentes num período mais recente, mas ainda avança principalmente sobre regiões no entorno
da “área indígena Parakanã, ao lado de Tucuruí, e das barragens do Rio Madeira e de Belo Monte, na rodovia BR-163, na Terra do Meio, no sul do Amazonas e em Roraima”, segundo ele.
NOS ÚLTIMOS 10 ANOS, MAIS DE 94 MIL QUILÔMETROS QUADRADOS DE MATA FORAM DERRUBADOS NA REGIÃO DA AMAZÔNIA LEGAL
A marcha da destruição
substituídos por pastagens, muitas vezes somente para a consolidação de grilagem de terras. Os dados do Prodes mostram queda nas taxas de derrubada da floresta, saindo de 27,772 mil km2 em 2004, recorde na série levantada pelo MMA, para 4,571mil km2 em 2012, num índice de 83,5%. Mas o ritmo se intensificou em 2013, atingindo 5,891 mil km2, num avanço de 28,9%, recuando para 4,848 mil km2 no ano passado, numa redução de 18% na comparação anual. Mesmo assim, nos últimos dez anos, foram derrubados 94,054 mil km2 de florestas.
WWF-Brasil / Juvenal Pereira
O avanço dos sistemas de monitoramento por satélite, com o desenvolvimento do projeto Terra Class, executado em parceria pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio de seu Centro Regional da Amazônia (CRA), Embrapa Amazônia Oriental e Embrapa Informática Agropecuária, unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), tem assegurado uma leitura mais precisa da dinâmica do uso do solo na região, permitindo classificar as áreas desmatadas em categorias diversas,
de acordo com o tipo de exploração ou ocorrência de vegetação. O mapeamento, realizado em 2008, 2010 e 2012, toma como base áreas desflorestadas já mapeadas pelo projeto Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), e permitiu determinar, entre outras informações, que a agricultura anual ocupa uma área equivalente a 5,6% da região, concentrada em Mato Grosso. O trabalho mostra ainda a participação relevante da atividade pecuária no processo de destruição da floresta ao indicar que praticamente dois terços das matas derrubadas foram
Exploração predatória da madeira agrava problemas ambientais na região de Mato Grosso, que concentra maior avanço do desmatamento na região Amazônica
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CAPA | ÁGUA E ENERGIA | BOAS PRÁTICAS
SOLUÇÕES INOVADORA Investimentos em novas tecnologias, maquinário mais eficiente e em mudanças de processos trazem menor consumo de água e energia
C
om visão de longo prazo, indústrias goianas adotam soluções que permitem poupar recursos naturais e, ao mesmo tempo, compensar parcialmente a escalada recente dos custos de energia e as perspectivas de menor disponibilidade hídrica daqui para frente. Premiada como a melhor indústria de curtume das Américas pelo Leather Working Group (LWG), depois de passar por auditoria da empresa londrina Leather Technology Centre (BLC), pela excelência de seu sistema de gestão ambiental, a Coming Indústria e Comércio de Couros Ltda. desenvolve há oito anos um complexo programa de racionalização de processos e inovação tecnológica que produziu uma expressiva redução do consumo de água e de energia, preservando a qualidade do produto final. “Fomos buscar na Espanha a tecnologia para isso, aprimoramos a técnica e adequamos nosso parque de máquinas. Com isso, conseguimos crescer num ritmo acelerado, agregando competividade a nossa operação”, destaca Emílio Bittar, um dos sócios da Coming. Em média, em todo o mundo, os curtumes consomem ao redor de mil litros de água para transformar uma única peça de couro salgado e verde em wet blue, fase que antecede seu acabamento final. “Fomos reduzindo esse
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AS CONTRA A CRISE
Inovação: novas técnicas
permitiram ao Coming reduzir o consumo de água em mais de 80% no processo de produção do couro GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015 //
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CAPA | ÁGUA E ENERGIA | BOAS PRÁTICAS
volume, primeiro com a aplicação de deslizantes (como uma forma líquida de vaselina) para reduzir o atrito do couro nos fulões (grande tambor de madeira utilizado no preparo e tratamento do couro in natura) e, em seguida, com a aplicação de aletas no interior do fulão que permitiram aumentar a ação mecânica sobre as peles, sem danificá-las, reduzir a velocidade de processamento e, portanto, o gasto de energia”, detalha Emílio.
Menos água, menos energia Um dos resultados foi a queda vertical no consumo de água pela Coming para algo próximo a 200 litros por peça, mais de 80% abaixo do consumo médio registrado no setor. As boas práticas ambientais incluem ainda o reuso de 80% da água utilizada na depilagem e no curtimento dos couros, após submetida a processos de tratamento e filtragem para eliminação de químicos e metais pesados, como o cromo. Apenas 20% da água utilizada no processo precisa ser renovada a cada ciclo. A redução do volume de água, em contrapartida, permitiu mais do que dobrar o volume de couro processado por fulão a cada batelada, passando de 500 para mais de mil peças. Foi possível igualmente reduzir a velocidade do processo em sete vezes, para quatro voltas por minuto, com uso de motores de 25 hp, menos da metade da potência anteriormente exigida – o que significou menor consumo de energia. Além disso, foram instalados sistemas de partida “soft starters”, que exigem menos energia para colocar os fulões em movimento.
Uma “poupança” de R$ 420 mil Dono de três mineradoras em Goiás, o Grupo Nova Esperança, do empresário Gilberto Martins da Costa, presidente do Sindicato das Empresas de Extração de Areia do Estado de Goiás (Sindiareia), investiu pesado para desenvolver uma tecnologia inovadora – e mantida sob estrito sigilo, por razões comerciais – para racionalizar o uso de água no processo industrial, incrementando a competitividade de seu negócio ao reduzir os custos finais de produção. A técnica permite fazer a separação entre a água e a argila de forma mais eficiente, poupando um recurso estratégico. Além disso, lembra Martins, as mudanças no processo permitiram amenizar os problemas gerados pela escassez de recursos hídricos, desafio numa fase de mudanças climáticas que tem determinado redução nos índices de precipitação e diminuição nas vazões dos mananciais.
Gilberto Martins da Costa: processo mais
eficiente de separação de argila da água reduziu o consumo e a fatura no final do mês
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De acordo com ele, cada uma das empresas do grupo dispõe de represas que permitem uma oferta diária de praticamente 800 mil litros de água, mas apenas 20 mil litros são utilizados no processo de produção e os restantes 780 mil litros retornam ao sistema por meio de técnicas de reuso, voltando a irrigar os reservatórios. A técnica trouxe uma economia anual de quase R$ 420 mil, estima Martins, além de reduzir as pressões ambientais.
Iluminação mais eficiente e barata A Igel Indústria de Embalagens de Papel, produtora de sacos para indústrias de alimentos e produtos farmacêuticos, e a Grafigel, fabricante de embalagens flexíveis, rótulos plásticos, tampas plásticas e preformas, empresas do Grupo Jorge Abrão, mantêm política permanente de atualização tecnológica de seu parque de máquinas, buscando alternativas para racionalizar e reduzir o consumo de energia. Neste momento, o grupo investe num projeto para tornar mais eficiente seu sistema de iluminação, adianta Olympio José Abrão, diretor da Grafigel. “Os estudos contratados pelo grupo mostram que será possível reduzir em 64% o gasto com iluminação a partir da troca das luminárias convencionais por lâmpadas de LED apenas na área industrial”, afirma ele. Numa primeira etapa, a troca será realizada nos galpões das empresas, que permanecem iluminados 24 horas por dia. Mais adiante, o processo poderá chegar aos escritórios.
Microgeração solar
Menor gasto: empresa substitui as
antigas lâmpadas fluorescentes por novas a base de Led, que duram mais e têm manutenção mais barata
A mudança será feita gradualmente, na medida em que for necessária a reposição de lâmpadas queimadas. “Imagino que toda a troca deva estar concluída em mais ou menos oito meses”, estima Abrão. Embora a lâmpada a LED seja quase três vezes mais cara, sua duração é sete vezes maior do que as lâmpadas fluorescentes, o consumo de energia é igualmente mais baixo e seu poder de iluminação mais elevado. “Além disso, o sistema fluorescente exige a instalação de luminárias especiais para proteger o equipamento do risco de estilhaços em caso de estouro da lâmpada, o que não ocorre com as de LED”, detalha Abrão.
Uma nova regulação para o mercado de microgeração de energia com uso de células fotovoltaicas deveria ser incluída num portfólio mais amplo de políticas para enfrentar a crise energética, sugere o presidente do Sindicato da Indústria da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia no Estado de Goiás (Sindcel), Célio Eustáquio de Moura. “Tudo o que for possível agregar ao parque gerador e poupar os reservatórios de hidroelétricas será muito importante para as famílias, para as empresas e para o País”, sustenta ele. O Sindcel prepara-se para embarcar numa campanha em defesa da geração de energia solar microdistribuída, preocupado em reforçar a oferta de carga para o sistema integrado, mas também de olho na perspectiva de abertura de novos mercados para as indústrias representadas pela entidade, que terão oportunidade de desenvolver novos serviços e produtos para atender ao segmento. “O setor
precisa de uma política de estímulo que inclui a possibilidade de pagamento pela energia colocada na rede geral e incentivo tributário para reduzir o custo inicial do investimento, barateando as placas fotovoltaicas”, resume Eustáquio.
Parcerias em negociação Hoje, as residências equipadas para a geração solar podem usar a energia excedente para compensar no valor final da fatura de eletricidade, mas não há mecanismos que prevejam a remuneração pela energia transferida ao mercado regulado. “Será preciso alterar a legislação para contemplar o pagamento”, insiste Eustáquio. O Sindcel antecipa-se à mudança pretendida e estuda parcerias com empresas italianas e norte-americanas especializadas na produção de soluções para geração solar e de outras fontes renováveis, explorando possibilidades para a microgeração. “Estamos afunilando as conversações”, afirma o presidente do sindicato.
Energia solar e geração distribuída:
Sindcel defende nova regulação para o setor, tornando o sistema mais acessível aos consumidores
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CAPA | ÁGUA E ENERGIA | PCH E BIOELETRICIDADE
ENERGIA Pequena central elétrica de Tamboril, no oeste goiano: uma das raras usinas desse porte em fase de instalação em todo o País
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MAIS BARATA, UMA POSSIBILIDADE
Políticas de incentivo a investimentos em pequenas centrais hidrelétricas e à cogeração de eletricidade a partir de biomassa reduziriam a insegurança do sistema Lauro Veiga Filho
O
País paga um custo excessivamente elevado pela imprevidência na área energética e pela falta de planejamento, que despreza soluções mais baratas e céleres para a crise no setor, afirma o presidente da Associação das Pequenas Centrais Hidrelétricas de Goiás (APCH), Sevan Naves. O investimento na instalação de pequenas centrais está virtualmente estagnado no Estado e a usina Tamboril “é uma das raras em construção no País”, afirma o geólogo. Em fase de instalação, no Rio Bonito, na divisa entre Arenópolis e Palestina de Goiás, Região Oeste de Goiás, com potência para 29,3 megawatts (MW), a usina tinha o início de sua operação previsto para março passado. Os registros da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) identificam 236 projetos hidroelétricos em Goiás,
com potência estimada em 4,469 gigawatts (GW), dos quais 205 são de pequenas centrais, com capacidade instalada prevista para 2,435 GW. Desse total, 85 projetos já tiveram sua viabilidade técnica e econômica reconhecida pela agência, significando potência de 1,351 GW, suficiente para atender a uma população de 11 milhões de pessoas, quase o dobro dos 6,5 milhões de goianos registrados atualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Toda essa energia asseguraria ao Estado a autossufiência na geração, suprindo todo o consumo residencial e industrial, de acordo com Naves. Praticamente 93% daqueles projetos, num total de 79, dizem respeito a centrais de pequeno porte, com potência prevista para 1,099 GW.
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CAPA | ÁGUA E ENERGIA | PCH E BIOELETRICIDADE Investimentos e empregos adiados Na soma de todos os projetos já aceitos pela Aneel, prevê-se investimento de R$ 11,5 bilhões e a geração de 34,4 mil empregos diretos e mais 275,2 mil de forma indireta, além de uma arrecadação anual para os municípios de R$ 230 milhões como recolhimento do Imposto sobre Serviços (ISS). E mais: pagamento de R$ 115 milhões em compensações ambientais e mais R$ 6 milhões sob a forma de compensação financeira pelo uso de recursos hídricos, destinados a alavancar a política de gestão desses recursos no Estado.
Jogando dinheiro fora Entre os 85 projetos já com o “aceite” da Aneel, afirma Sevan Naves, 78 estão localizados em bacias com Estudo Integrado de Bacia Hidrográfica (EIBH) já realizado pelos empreendedores, etapa que antecede, em Goiás, a elaboração do projeto ambiental específico de cada central hidrelétrica de pequeno porte. “Estão aptos, portanto, a desenvolver esses estudos e obter as licenças para sua implantação.” Pelo menos três dezenas dessas usinas, com investimentos na faixa de R$ 3,0 bilhões, poderiam estar operando no Estado, acrescenta o presidente da APCH, mas aguardam a conclusão do processo de licenciamento ambiental. Com potência média de 30 MW e faturamento anual bruto previsto em torno de R$ 47 milhões, de acordo com Naves, se estivessem em operação poderiam gerar arrecadação anual de perto de R$ 253 milhões, valor estimado com base em uma alíquota de 18% para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Apenas na fase de implantação, que
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exige gasto médio de R$ 100 milhões por usina, poderiam ser arrecadados mais R$ 240 milhões, nos cálculos de Naves. “Além disso, a Secima deixa de arrecadar, como compensação ambiental, mais de R$ 90 milhões sem a implantação dessas PCHs”, acrescenta ele. Entre outros impactos, Naves contabiliza ainda a possibilidade de criação de 45 mil empregos diretos e em torno de 50 mil indiretos durante a construção das usinas, que demandam em torno de três anos até sua conclusão, e perdas ambientais geradas pela necessidade de manter térmicas movidas a combustíveis fósseis em operação para compensar a menor capacidade de geração hidráulica.
Ambientalmente correta A conta é relativamente simples, aponta Sevan Naves. Cada vez que uma pequena central hidrelétrica (PCH) entra em funcionamento, o Operador Nacional do Sistema (ONS) determina redução equivalente na energia despachada por usinas de geração térmica. “Então, uma
PCH de 20 MW de energia média ‘desliga’ o mesmo volume de energia de uma térmica, que emite por ano 33,178 mil toneladas de carbono (CO2) na atmosfera, com todos os efeitos danosos que têm causado ao ecossistema. Para 30 PCHs, seria evitada a emissão de um milhão de toneladas de CO2 por ano”.
E custos mais baixos O consumidor poderia sentir diretamente no bolso o efeito da retomada dos investimentos em pequenas centrais de energia hidráulica. Em média, o preço médio da energia gerada por uma PCH gira em torno de R$ 180 por MWh, o que significa custo mais de 80% menor do que os quase R$ 1 mil por MWh registrados pelas térmicas. Esse custo mais alto tornou-se mais nítido agora com a adoção do sistema de “bandeiras tarifárias”. O uso intensivo das térmicas tem mantido a fatura paga pelo consumidor sob “bandeira vermelha”, encarecendo a tarifa mensal.
Sevan Naves na sala de
controle da PCH Mosquitão: pelo menos 30 usinas de pequeno porte poderiam estar em operação no Estado
Decisão equivocada:
governo decidiu dar prioridade à construção de grandes hidrelétricas na Amazônia, a exemplo do que se fez em Tucuruí
Investimentos estagnados Os baixos preços fixados para as tarifas de energia nos leilões já realizados e a política de incentivos direcionados pelo governo federal para a construção de grandes hidrelétricas na Amazônia levaram à estagnação das PCHs, na leitura de Sevan Naves. Também contribuíram, segundo ele, a visão de curto prazo que levou ao acionamento diário e ininterrupto das termelétricas, os conflitos entre os vários usos dos recursos hídricos e, especialmente, a “enorme complexidade envolvida nos licenciamentos ambientais.” O acúmulo de processos ambientais para a liberação dos projetos de pequenas centrais em Goiás, num momento de crise energética, entende Naves, “sugere a criação imediata de um grupo de trabalho especial de energia para deliberar e dar celeridade às outorgas visando ao aproveitamento do alto potencial hidrelétrico goiano.”
No âmbito do governo federal, sempre de acordo com Naves, as PCHs estão submetidas a um regime menos burocratizado, com base na Resolução Conama nº 279/200, que exige delas um Relatório Ambiental Simplificado (RAS) em substituição ao Estudo e Relatório de Impacto
Capacidade instalada Projetos aceitos pela Aneel em Goiás
Empregos diretos
Ambiental (EIA/Rima), “mais complexo e de longo prazo, próprio para grandes hidrelétricas”. O procedimento, declara Naves, enfrenta a resistência de analistas ambientais do governo, o que dificulta a aplicação daquela resolução.
1.351
MW
R$
11,5
85
bilhões
Investimento total
milhões 34,4 11 de pessoas mil
351
R$ milhões por ano
População atendida
Impostos e contribuições
GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015 //
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CAPA | ÁGUA E ENERGIA | PCH E BIOELETRICIDADE
RITMOS DIFERENTES (PIB e consumo de energia no setor industrial, variação anual em %)
7,9
2004
2,1 2,9 2,2 2,9
2005 2006
5,3 6,9 4,1
2007 2008 2009
0,8
-5,6 -8,0
2010
1,6 2,3
2011
-0,8 -0,1
2012 2013 2014
-3,6
-0,5*
1,7 0,6
(*) Acumulado em 12 meses até o 3º trimestre de 2014
Um longo processo “Na via-crúcis para legalizar uma PCH, são exigidos cerca de 50 documentos oficiais, entre outorgas, portarias, resoluções autorizativas, autorizações ou licenças dos órgãos públicos pertinentes, como Aneel, Ibama, DNPM, Fundação Palmares, Funai, IPHAN, em nível federal, e localmente do órgão ambiental estadual, do Ministério Público, da Superintendência de Outorga de Água, Crea e das prefeituras municipais”, descreve Sevan Naves.
Maior eficiência na indústria Nos últimos dois anos, a indústria reduziu seu consumo de energia em termos absolutos e também relativos, movi-
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// GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015
13,2
10,4 10,9
PIB industrial Consumo de energia Fontes: IBGE e EPE
da por ganhos de eficiência energética e pela retração da produção, especialmente no ano passado. Em 2014, o consumo de energia pelo setor caiu 3,6% em relação ao ano anterior, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria registrou baixa de 0,5% no acumulado em 12 meses até o terceiro trimestre. Um ano antes, o avanço de 1,7% no PIB industrial correspondeu a uma variação de apenas 0,6% no consumo de energia, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Na média dos 11 anos, os dois lados têm caminhado mais ou menos no mesmo ritmo, com incremento anual na faixa de 2,6%.
As vantagens da bioeletricidade Além das pequenas centrais hidrelétricas, que ajudariam a reforçar a oferta de energia a custos mais baixos, a produção de bioeletricidade, com uso de biomassa de cana, teria impactos semelhantes. Isso porque as usinas podem operar em regime de geração distribuída, permitem reduzir custos de transmissão diante da maior proximidade dos centros de demanda e ainda complementam a geração hidrelétrica, pois sua energia entra no sistema no período de seca, quando o regime hidrológico é menos favorável. Com capacidade instalada para 12,7 mil MW, dos quais 9,4 mil distribuídos entre as usinas de etanol e açúcar em operação no País, a cogeração atende a aproximadamente 5% da demanda no País, de acordo com Newton Duarte, presidente Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen). “Isso poupou o equivalente a 14% da capacidade total dos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste, impedindo que chegassem ao final do ano com apenas 6% de água armazenada”, exemplifica ele. Em condições ideais, com preços adequados e o reconhecimento das chamadas “externalidades positivas” da cogeração, Duarte acredita que a contribuição do setor poderia ser triplicada em uma década, passando a representar 15% do consumo de eletricidade e elevando sua potência instalada para 21 mil MW.
Potencial da cogeração em Goiás Em Goiás, estima o presidente executivo dos sindicatos das Indústrias de Fabricação de Etanol e de Açúcar no Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar), André Rocha, as 37 usinas que moeram
Jayr Inácio
Planos de expansão
André Rocha: o Estado poderia praticamente
triplicar sua capacidade de cogeração, caso fossem adotadas políticas públicas adequadas
cana no ano passado colocaram na rede básica um pouco mais de 700 MW, mas teriam potencial para cogerar em torno de 3 mil MW, dos quais 2 mil poderiam ser exportados para o mercado integrado, poupando reservatórios e evitando o uso de termelétricas movidas a combustíveis fósseis.
Pioneira na cogeração no Estado, a usina Jalles Machado, em Goianésia, fez sua estreia nessa área ainda em 2000 e sua central termelétrica, atualmente com capacidade para 40 MW, produz energia durante o período de safra, entre abril e novembro. A Unidade Otávio Lage, que entrou em operação na safra de 2011, segundo o diretor-presidente do grupo, Otávio Lage de Siqueira Filho, tem capacidade para mais 48 MW. Somadas, as duas usinas geram energia suficiente para abastecer uma cidade com 200 mil habitantes. De acordo com Siqueira Filho, um terço da energia produzida é consumida pelas usinas em sua operação diária
durante o período de safra. O restante é exportado para o sistema. Na safra que começa em abril deste ano, a Jalles Machado passará a coletar a palha de cana, incrementando a cogeração, que atualmente utiliza apenas o bagaço resultante da moagem. A incorporação da palha ao processo tornará possível a produção de eletricidade por um período maior, acrescenta ele, “inclusive na entressafra”. “A empresa é uma das primeiras usinas em Goiás a implantar a tecnologia. O projeto terá início em maio na Unidade Otávio Lage, com a previsão de recolhimento de 35 mil toneladas de palha em cerca de 5 mil hectares, podendo dobrar a produção nos próximos anos”, adianta Siqueira Filho.
Usina Jalles Machado, em Goianésia: pioneira na cogeração em Goiás, empresa opera atualmente com capacidade para 40 megawatts
GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015 //
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POSSE FIEG
UMA GESTÃO
Marconi Perillo, Pedro Alves, Paulo
Afonso, políticos e diretores da Fieg: na posse solene, compromisso com o diálogo e o desenvolvimento da indústria
COMPARTILHADA Nova diretoria da Fieg buscará fortalecer sindicatos, descentralizar a indústria em favor das regiões menos desenvolvidas e aprimorar incentivos fiscais
D
epois de acumular avanços nos últimos quatros anos, a direção da Fieg passa a se dedicar, daqui em diante, na superação de “desafios futuros”, aprofundando o modelo compartilhado de gestão adotado no mandato anterior, segundo Pedro Alves de Oliveira, reempossado no cargo no início de março, em solenidade no Sesi Clube Antônio Ferreira Pacheco, para o período 2015-2018. “Cada vez mais nos convencemos de que o melhor caminho para se estabelecer uma base sólida é ouvir os interessados, num processo que diversifica as informações e facilita a definição de diretrizes”, resumiu Pedro Alves em seu discurso de posse. Falando diante do governador Marconi Perillo e de outras autoridades, Pedro Alves afirmou ainda que “a indústria tem pressa na implantação da Plataforma Logística Multimodal de Goiás e
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// GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015
na conclusão do aeroporto de cargas de Anápolis”, assim como vai demonstrar seu espírito de luta pela manutenção e aprimoramento dos incentivos fiscais. A agenda da diretoria recém-empossada contemplará ainda esforços para a implementação total da Ferrovia Norte-Sul, a duplicação da Rodovia BR 153, rumo ao Norte, e a melhoria das condições de funcionamento dos distritos industriais. A aposta, disse ainda Pedro Alves, continuará sendo na ampliação da parceria igualitária e bem sucedida com o governo do Estado, que tem garantido taxas de crescimento para sua economia acima da média observada no restante do País nos últimos anos. Perillo tratou de ressaltar a relação de convergência entre o governo e o setor produtivo no Estado, reiterando sua convicção da importância da Fieg para o desenvolvimento estadual. “O mais importante é que há confiança
entre os diversos atores dessa parceria”, declarou o governador, indicando que o governo dará apoio a iniciativas que promovam a competitividade da economia local, destacando investimentos em logística, em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, entre outras áreas. Pedro Alves sublinhou ainda as ações que a nova diretoria buscará para promover a desburocratização e simplificação da legislação tributária, trabalhista e ambiental. Outro foco importante do trabalho será a atuação em favor da descentralização industrial para regiões menos desenvolvidas do Estado (Oeste, Norte e Nordeste goiano), o que exigirá dos governos a implantação da infraestrutura adequada, além da promoção da formação profissional nessas regiões e a melhoria da educação básica e de nível técnico. “Esse processo favorecerá as economias locais, resultando em maior distribuição de renda e evitando sobrecarga de demandas por serviços nas grandes cidades”, comentou Pedro Alves.
CONJUNTURA
SINAIS POUCO ANIMADORES O ano mal começou e as perspectivas para a indústria continuam tão ou mais negativas do que em 2014, afetando negativamente o ânimo do empresariado
O
s primeiros sinais em relação ao desempenho da indústria goiana neste ano não são favoráveis, embora sugiram desaquecimento menos drástico do que na média do restante do setor no País. Ainda assim, as perspectivas parecem ser ainda mais inamistosas do que em 2014, ano em que a produção industrial registrou avanço de apenas 1,7% no Estado, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), saindo de um crescimento de 5% no ano anterior. A pesquisa de indicadores industriais da Fieg mostrou comportamento oscilante do setor no Estado ao longo do ano passado. Apesar da tendência de baixa na comparação com 2013, ainda houve movimento por território positivo no caso das receitas industriais, que apresentaram elevação de 2,83% em termos reais, frente a uma queda de 3,1% anotada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o faturamento total do setor no País. Empregos, salários, horas trabalhadas na produção e o nível de utilização da capacidade instalada, no entanto, ficaram no negativo, com recuos de 1,19%, 0,98%, 0,48% e de 0,34 pontos de porcentagem, pela ordem. Em março deste ano, o Índice de Confiança do Empresário Industrial Goiano (ICEI), pesquisado mensalmente pela Fieg, atingiu a pior marca de toda sua série histórica, iniciada em 2009, marcando 39,1 pontos. Foi a segunda redução
mensal do indicador, que vem transitando abaixo dos 50 pontos desde julho do ano passado. Pela metodologia do ICEI,
RESULTADOS NEGATIVOS EMPREGOS
1,19 -0,98 -
%
SALÁRIOS
%
HORAS TRABALHADAS NA PRODUÇÃO
-
0,48
%
NÍVEL DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA
-
0,34 PONTOS PORCENTUAIS
Pesquisa Indicadores Industriais da Fieg/2014
que afere a avaliação dos empresários em relação ao momento atual, comparada aos seis meses anteriores, e as perspectivas para os seis meses seguintes, marcações abaixo dos 50 pontos mostram pessimismo e baixa confiança do setor. Assim, o indicador das condições presentes desabou para 28,8 pontos em março, frente a 31 pontos um mês antes e a 47,1 pontos em março do ano passado. A expectativa do empresariado para os próximos seis meses passou a ser negativa em março, com o indicador recuando de 50,2 para 44,0 pontos na passagem de fevereiro para março. Na avaliação da coordenação técnica da Fieg, pelo menos 12 pontos têm contribuído para bloquear as possibilidades de crescimento do setor industrial. Entre outros temas na pauta da indústria, o fortalecimento da negociação coletiva e a fixação de um prazo de quatro anos para as cláusulas dos acordos e convenções ajudariam a melhorar as relações trabalhistas, reduzindo conflitos e sua “judicialização”, o que traria maior segurança jurídica para todos os lados envolvidos no processo. Ainda nesta área, propõe-se a regulamentação da terceirização, com a fixação de um marco legal que assegure a proteção aos direitos dos trabalhadores, e a possibilidade de fracionamento, em até quatro parcelas anuais, da participação nos lucros e resultados. As demais propostas incluem ampliação dos prazos para a implantação das exigências da Norma Regulamentadora 12 (NR-12), a extinção da multa adicional de 10% sobre o FGTS, a possibilidade de redução de salários em casos de diminuição da jornada de trabalho, a adoção de medidas que limitem a penhora online aos valores devidos nas ações de execução trabalhista e outras medidas de simplificação e modernização da legislação trabalhista. GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015 //
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COMÉRCIO EXTERIOR
COMPETÊNCIA PARA EXPORTAR (e importar) Cursos de capacitação do CIN/Fieg permitem que empresas aprimorem sua operação no mercado internacional, ganhando maior competitividade
M
icro, pequenas e médias empresas estão mais conscientes da importância do setor externo para a expansão de seus negócios e sua capacidade de competir está diretamente relacionada à inserção no mercado internacional, avalia Emílio Bittar, presidente do Conselho Temático de Comércio Exterior da Fieg (CTComex). O Centro Internacional de Negócios (CIN/Fieg), acrescenta ele, fornece as ferramentas e cursos de capacitação empresarial para companhias que pretendem aumentar a eficiência e a competitividade, participando do mercado externo.
A expectativa é de que o resultado desse esforço de formação de competências na área externa, afirma Bittar, seja a ampliação da base de companhias com expertise no mercado internacional, além de aparelhá-las para crescer num ambiente de extrema competição. Formada em relações internacionais e atualmente analista de comércio exterior da LedWave, Mayra Raquel Santana Rocha foi buscar capacitação nos cursos do CIN/ Fieg, participando de toda a programação entre 2013 e o ano passado. A formação acadêmica tinha como foco relações externas e diplomacia, com menor intensidade em disciplinas diretamente relacionadas ao comércio internacional, como leis aduaneiras e questões tributárias, comenta Mayra. A LedWave fabrica painéis e lâmpadas LED, além de fornecer outras soluções tecnológicas para este segmento do mercado, importando 100% dos insumos, matérias-primas e componentes eletrônicos, principalmente da China. Os cursos, comenta Mayra, agregaram visão mais aprimorada da logística da operação, do processo de formação de preços no mercado internacional, da legislação que regula o comércio exterior, enfim “de todas as etapas do processo de importação”.
Mayra Raquel Santana
Rocha: “Passamos a enxergar novas oportunidades de negócios dentro da LedWave”
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// GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015
A visão de novos negócios A analista destaca o apoio da Aduaneiras como diferencial dos cursos ministrados pelo CIN/Fieg e, além da capacitação em si, a perspectiva de engrossar a rede de contatos e de realização de negócios. “Passamos a enxergar novas oportunidades de negócios dentro da LedWave, como a prestação de serviços a terceiros”, afirma Mayra Rocha. A capacitação assegurada pelo CIN/ Fieg, comenta ainda Mayra, permitiu melhor planejamento da logística, do despacho aduaneiro e melhorias ainda na efetivação das compras, com influência direta na qualidade e nos custos dos insumos importados. “Por meio de networking, fizemos contato com um prestador de serviços no exterior que faz todo o pré-embarque, inspecionando as cargas e testando a qualidade dos componentes adquiridos”, exemplifica.
Mais tempo para os cursos Keila Soares Lopuchovsky, analista de exportações do Laboratório Teuto Brasileiro, cumpriu toda a programação de cursos realizados pelo CIN/Fieg em 2013. Nesse momento, a empresa avalia a participação da equipe de exportação nos cursos previstos para este ano. Para ela, “os cursos são planejados e bem direcionados, abordando temas de acordo com as necessidades do profissional de comércio exterior”. Ainda em sua visão, os cursos são ministrados por pessoas qualificadas, “com grande experiência prática de mercado”. Mas, sublinha Keila, “um ponto a ser melhorado seria a questão do tempo, que a meu ver é curto para o volume de informações e pelo interesse e participação de todos”. Quanto ao dia a dia das operações da empresa na área externa, Keila observa que os cursos trouxeram “maior capacidade de otimizar processos já realizados pelo setor de exportação”. Entre outras
Keila Soares
Lopuchovsky: Cursos planejados e bem direcionados, com temas de acordo com as necessidades do profissional da área
vantagens, prossegue, a oportunidade de compartilhar informações e experiências, sanear dúvidas e discutir temas relevantes para as operações de exportação abrem novos horizontes, permitindo a aplicação prática do “conhecimento e das sugestões apresentadas” durante os cursos.
A busca por conhecimento Criada em abril de 2012, no ano seguinte a goiana Fashion Nail, especializada em produtos para unhas, passou a ser assídua frequentadora dos cursos de capacitação empresarial e em comércio exterior oferecidos pelo CIN/Fieg. A proposta, resume a empresária Fernanda Dayrell Fleury, foi e ainda é a de acumular informações e experiência em operações de exportação e importação, além de reforçar a rede de contatos da companhia. “Fomos buscar conhecimento para entender um pouco mais sobre comércio exterior”, afirma. Com sede em Goiânia, a Fashion Nail trabalha com a importação de pincéis, lixas, esmaltes, discos, películas e outros produtos para embelezamento e tratamento das unhas. Brevemente, deve lançar uma linha própria de esmaltes com a marca da empresa, produzidos aqui mesmo. A alta do dólar nos últimos meses influenciou na decisão de partir para a produção local, como adianta
Fernanda Dayrell Fleury: “Nossos planos incluem a continuidade da participação nos cursos do CIN”
Fernanda. “A importação exige um investimento muito elevado em termos de volume. Você não consegue encomendar lotes menores de produtos no exterior e, com o dólar mais caro, tornou-se viável a fabricação no País”, completa. A troca de informações e experiências com professores e empresas de diferentes setores e mercados durante os cursos de capacitação, retoma Fernanda, permitiu que a empresa tivesse visão melhor de todo o processo aduaneiro, das modalidades de importação e de enquadramento tributário mais adequadas à situação da empresa. “Nossos planos incluem a continuidade da participação nos cursos do CIN”, acrescenta ela. GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015 //
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COMPETITIVIDADE
NOVOS RUMOS PARA MÓVEIS E PANIFICAÇÃO
Quarta edição do Procompi qualifica 29 indústrias dos setores de mobiliário e de panificação, numa parceria entre Fieg, CNI e Sebrae Nicole Reis (*)
M
aior eficiência administrativa, aprimoramento da estrutura tecnológica, maior produtividade, fortalecimento do associativismo e aumento da visibilidade dos negócios. Empresas goianas dos setores de panificação e movelaria contabilizam resultados positivos do aperfeiçoamento de seus produtos e processos de gestão, por meio do Procompi, o Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias, desenvolvido em parceria entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Fieg e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Com orientação de consultores e especialistas, as ações visam estimular a competitividade entre empreendimentos de menor porte, incentivando-os ao associativismo, inovação e sustentabilidade. A 4ª edição do Procompi, iniciada em 2010 com participação de 29 empresas dos ramos de móveis e panificação, foi encerrada em março, em dois eventos na Casa da Indústria. No primeiro, voltado aos empresários moveleiros, houve uma palestra com o tema O Poder da Comunicação, ministrada pela especialista em marketing
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Tathiane Deândhela: especialista em marketing fala sobre o poder da comunicação durante seminário de encerramento do 4º Procompi
Tathiane Deândhela, do Instituto Deândhela. Já os empresários de panificação assistiram à palestra Fatores de Transformação nas Organizações, por Angélica Almeida de Sant’Ana, consultora em gestão empresarial.
Mais produtividade e melhor gestão “Muita coisa melhorou na padaria, houve muita informação para aprimorar a parte organizacional, administrativa”, afirma Rámon Barbosa de Andrade, dono da panificadora Bella Toscana, que participou de duas
edições do Procompi. O empresário acredita que as padarias deveriam estar mais unidas na colaboração com o sindicato, cujo papel é, segundo entende, indispensável para o fortalecimento do setor. “As pequenas empresas, inseridas no Simples, também precisam colaborar com o Sindipão, para que haja maior coesão entre as panificadoras.” Igualmente participante de duas edições, Marcos André Rodrigues Siqueira, proprietário da Polo Pães e Doces, diz que o projeto atende às expectativas. “Temos uma melhor produtividade e aprimoramos a gestão”, afirma o empresário. Ana Paula de Oliveira, gerente de pessoal na panificadora Empório Della, destaca o trabalho desenvolvido por consultoras do IEL na empresa, que participa pela primeira vez do programa. Ela acredita que os resultados em relação à produtividade e qualidade devem aparecer em breve, sobretudo na otimização do tempo na gestão do empreendimento. Do ramo de móveis, Carlos Alberto, do Grupo AV Soares, assegura que sua empresa obteve, a partir do Procompi, ganhos como redução de desperdícios de matéria-prima, desenvolvimento de consciência ambiental, melhoria dos planos de corte e adequação no descarte de resíduos sólidos. “As expectativas que tínhamos ao aderir ao programa foram supridas de modo satisfatório. Ganhamos muito em competitividade”, enfatiza. O próximo edital do Procompi está previsto para julho deste ano e há expectativa de que novos setores participem dos projetos, segundo Nelson Aníbal, gestor do projeto na Federação das Indústrias do Estado de Goiás. “Os setores gráfico, de artefatos e concretos, mármore e granito têm demonstrado interesse de inserção no programa”, afirma. Informações sobre como participar dos projetos Procompi podem ser buscadas na Fieg e no Sebrae.
Informação e conhecimento O presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado de Goiás (Sindipão), Luiz Gonzaga, destaca a satisfação das panificadoras participantes do Procompi. “O programa mostra ao empresário a necessidade de estar bem informado, evitando a acomodação. A adesão aos projetos abre caminho para a busca de conhecimento.” Gonzaga acrescenta que o Procompi mostra-se importante por incentivar o associativismo entre empresas, na medida em que atende apenas aquelas filiadas aos sindicatos de seus respectivos setores. “Os empreendedores precisam entender a relevância da coesão do setor,
por meio da aproximação com o sindicato”. Ele aponta ainda que o programa tem impactado positivamente na geração de postos de trabalho. Já o presidente do Sindmóveis, Pedro Silvério, cita como ponto alto do Procompi a possibilidade de acesso das pequenas e médias empresas a cursos que aprimoram a administração, o conhecimento industrial, os projetos de adequação de modelagem e o marketing dos empreendimentos. “Sem dúvida, a participação em um programa desse porte tem impactos muito positivos, contribui na formação e fortalecimento de nomes e marcas.” *NICOLE REIS, é estudante de Jornalismo da UFG e estagiária na Ascom Fieg
Luiz Gonzaga, do Sindipão:
“O programa mostra ao empresário a necessidade de estar bem informado, evitando a acomodação”
Pedro Silvério, do
Sindmóveis: “A participação no programa tem impactos muito positivos, contribui na formação e fortalecimento de nomes e marcas”
GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015 //
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ICQ BRASIL
REFLEXOS DA
ISO 9001
Satisfação de clientes e melhor confiabilidade de produtos e serviços são resultados obtidos com adesão à norma de padrão internacional de gestão da qualidade Nicole Reis (*)
Eduardo Morais: a certificação
pode contribuir para melhoria da qualidade dos produtos e incentivar inovações tecnológicas
Federal (Caesb), empresa conhecida por apresentar os menores índices de perda de água do País em comparação a outras empresas estaduais de saneamento, tem registrado resultados positivos após a certificação. “A maior organização dos processos reduz o tempo de treinamento de novos funcionários. A ISO é um argumento forte para aquisição de recursos e maior visibilidade da empresa”, afirma Ricardo Moreira, gerente de Monitoramento da Qualidade de Água. Ele explica o escopo da certificação na Caesb, onde a ISO é aplicada nos processos que envolvem análise de amostras de água para controle da qualidade e exame de produtos químicos utilizados nas estações de tratamento de água. A melhor gestão dessas atividades influi, conforme Moreira, no aprimoramento dos serviços finais prestados ao consumidor. “As instruções padronizadas da ISO foram fundamentais para que o técnico começasse a produzir de maneira segura e de forma que a cadeia de produção fluísse sem maiores transtornos”, ressalta. A Caesb trabalha com planejamento estratégico no desenvolvimento de três sistemas produtores – Paranoá, subsistema Bananal e Corumbá, este último implantado em parceria com a Saneago. A previsão é de que a atuação conjunta desses complexos seja suficiente para garantir o abastecimento de água nas próximas três décadas.
A norma
E
mpresas de saneamento certificadas pelo Instituto de Certificação Qualidade Brasil (ICQ Brasil) no âmbito da norma ISO 9001 apontam resultados positivos quanto ao gerenciamento de processos internos e à melhoria da qualidade dos serviços finais. A Saneamento de Goiás S.A. (Saneago) buscou a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) visando reduzir custos e adequar os produtos e processos de produção a um mercado cada vez mais competitivo, segundo Eduardo Morais, gerente de Desenvolvimento Organizacional da estatal goiana. Ele reforça que a certificação tem o potencial de contribuir para melhoria da qualidade dos produtos, além de incentivar inovações tecnológicas. A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito
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O conjunto de normas ISO 9001 – estabelecidas pela organização não governamental International Organization for Standardization (ISO), reconhecida em 164 países – visa à padronização de procedimentos empresariais e auxiliar as organizações na implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). É aconselhável que este instrumento estratégico seja colocado em prática em conjunto com outras normas, como de saúde ocupacional, segurança e meio ambiente. Empresas públicas ou privadas, independentemente do porte, podem cumprir os requisitos da norma e obter a certificação. Além de contribuir para a melhoria de processos internos das empresas, a ISO 9001 possibilita atuação em prol da satisfação dos clientes, fornecendo sugestões de metodologia de gestão e de índice de avaliação dos serviços prestados aos consumidores. Denise Monteiro, assessora de Marketing do ICQ Brasil e auditora líder na ISO 9001, ressalta a relevância da aplicação da norma. “Ela traz visão sistêmica e abordagem baseada em fatos, o que facilita muito a tomada de decisão. Depois que enxergamos claramente as falhas, melhorar passa a ser uma questão simples de opção”, diz. *NICOLE REIS, é estudante de Jornalismo da UFG e estagiária na Ascom Fieg
POR DENTRO DA INDÚSTRIA FINAL APENAS EM 2016 / Considerandose o projeto total do aeroporto, no entanto, apenas 55% estavam prontos, faltando a construção do pátio e das pistas de taxiamento, estacionamento de veículos e vias de acesso. O consórcio das empreiteiras Via Engenharia e Odebrecht retomou as obras que faltam no dia 6 de abril deste ano e
COOPERAÇÃO / O Sicoob Engecred-GO realizou em março, no Castro’s Park Hotel,
espera entregar tudo pronto até 4 de
a primeira etapa do Programa Seletto 2015, com participação de executivos da
abril de 2016. No total, os investimentos
Caramuru Alimentos e do Grupo Cereal (foto). “Uma instituição financeira cooperativa
deverão atingir R$ 460 milhões.
do segmento de livre admissão tem de estar atenta ao cumprimento de um dos princípios cooperativistas, que é o da intercooperação”, afirmou Luis Alberto Pereira, presidente do Conselho de Administração do Sicoob Engecred-GO. Lançado em 2014, o programa envolve encontros da diretoria da cooperativa com o setor produtivo.
MAIS INVESTIMENTOS / Finalmente concluída a federalização da Celg Distribuição, com a transferência pelo André Saddi
Estado do controle acionário da estatal para a Eletrobras, a companhia prevê aumentar seus investimentos em 36%
AGORA DECOLA? / A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
neste ano, saindo de R$ 256,7 milhões para
(Infraero) prevê para novembro o início da operação, ainda parcial, do novo
R$ 350 milhões, destinados à expansão,
aeroporto de Goiânia (foto). Até o momento, 92% das obras do terminal de
melhorias e manutenção de sua rede
passageiros, com área de 34 mil metros quadrados e capacidade para 6,3 milhões de
de distribuição de energia no Estado. No
viajantes por ano, estão concluídas, restando a instalação de conectores nas quatro
ano passado, a distribuidora fechou seu
pontes de embarque (fingers), instalações elétricas e das redes de água e esgoto.
balanço com prejuízo de R$ 569,5 milhões.
NOVA DIREÇÃO / O novo presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae Goiás, Pedro Alves de Oliveira, e o diretor superintendente, Igor Montenegro Celestino, além dos diretores de administração e finanças, Luciana Albernaz, e técnico, Wanderson Portugal Lemos, foram empossados oficialmente no final de fevereiro, em solenidade com as presenças do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Hélio de Sousa (foto). Com o lançamento de seu sistema de gestão operacional, o órgão vai ampliar a carteira de produtos oferecidos a micro e pequenas empresas e reforçar atuação no interior do Estado.
Mantovani Fernandes
governador Marconi Perillo, do vice-governador José Eliton e do
GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015 //
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GENTE DA INDÚSTRIA
// Renata dos Santos
COURO / Ao escolher como top sua sobrinha Fernanda
BIKE / Os irmãos Rogério e Dalmo Alvarenga não têm mo-
Dumont (foto), a empresária Raquel Rocha agradou além da
tores como hobby quando estão longe do trabalho, a Retífica
bela coleção de bolsa, que esbanja design em couro legítimo.
Alvorada, fundada pelo pai, Marivaldo Antônio de Alvarenga, em
Depois de lançar a nova linha em sua loja no Setor Marista,
1977. Fora do comando da empresa, a dupla quer mesmo é fazer
em fevereiro, Raquel Rocha participou da Mostra São Paulo,
trilhas de bike pelo Cerrado goiano.
no Espaço São Luiz, nos Jardins.
PÉROLAS /
Mais uma linha de móveis produzida na movelaria de Manoel Paulino Barbosa
(direita), a Atrium, faz sucesso fora de Goiás. A novidade é assinada pelo arquiteto e designer Leo Romano (esquerda), que criou objetos de desejo na coleção Chuva, lançada em março com exposição badalada na famosa Decameron, meca do design paulistano, no Jardim América. Para o empresário Manoel Paulino, que materializou as peças em madeira freijó, a parceria com Romano, iniciada no ano passado, foi tão boa que os móveis, antes mesmo do lançamento oficial, já seguem para compradores do Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil e do exterior. Frequentador de feiras que antecipam tendências como High Point, nos Estados Unidos, e a Feira de Milão, ele assegura. “Há muito nossos arquitetos e designers têm criado peças que
Mª Célia Siqueira
provam nossa equiparação com a indústria moveleira e o design mundial.”
52
// GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015
QUALIDADE / Kelso Duarte, coordenador de TI da Geolab, e a farmacêutica e consultora Gisele Badauy Lauria Silva (Instituto Qualitec), em ação recente de validação na indústria farmacêutica de Anápolis. Referência em qualidade no setor, a Geolab marcou presença com estande interativo na Abradilam, em São Paulo, em março. Outra novidade da indústria anapolina para 2015: inauguração de um novo centro de distribuição que, segundo Kelso, vai triplicar a capacidade de armazenamento.
CABELO / Jair Alcântara, da Toollon MEIO AMBIENTE /
Estudante de
Cosméticos (ao lado de sua filha, Sarah,
arquitetura, Vanessa Dourado vai inau-
durante recente feira em Bolonha, na
gurar no segundo semestre, em Cata-
Itália), se prepara para participar da
lão, sua cidade natal, a Escoa, indústria
Fegobel, no Centro de Convenções, em
de piso drenante do mesmo nome. Em-
abril. A meta é divulgar novo produto
preendedora, ela resolveu montar sua
que acaba de sair do forno, o botox
própria fábrica quando “sua criação” –
capilar Brasilian Queratin. Ele também
um piso feito com subproduto de pedra
atua além-fronteiras e exporta para
de Pirenópolis (quartzito Goiás) – ven-
Equador, Peru, Colômbia e Chile.
ceu a 1ª Olimpíada de Empreendedorismo Universitário 2014.“Sua durabilidade é 30% maior que a pedra e o piso é considerado 100% ecológico pela capacidade de absorção de água, o que favorece
CANETA FIXA / A Kalunga, maior
o meio ambiente e o bem-estar”, explica
rede distribuidora brasileira de ma-
Vanessa.
teriais escolares e produtos para escritório e informática, vai abrir sua primeira loja em Goiânia, no Shopping Cerrado, que tem inauguração prevista para o mês de outubro, no Setor Aeroviário. O empresário Fernando José do Vale (Caneta Fixa), de Goiânia, é o único fornecedor goiano da rede de papelaria e já está na ex-
Piso drenante Escoa, feito com pedra de
Pirenópolis: durabilidade e sustentabilidade
pectativa. “Há 24 anos nossa fábrica, que começou como fundo de quintal, trilha sua trajetória que atinge venda de 80 mil peças por mês. Vendemos para todo o Brasil, lojas da Rua 25 de Março, entre outras”, descreve.
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GIRO PELOS SINDICATOS SI MEL G O
SINDICATO NAS EMPRESAS / Desde fevereiro, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Goiás (Simelgo) realiza programação de visitas a indústrias da área para ouvir propostas e questionamentos dos empresários e contribuir para fortalecer os setores metalmecânico e de material elétrico no Estado. As visitas serão realizadas ao longo de todo o ano, cobrindo empresas sindicalizadas e não sindicalizadas. Numa rodada inicial, a Goyaço Indústria e Comércio de Ferragens (abaixo), do empresário Sílvio de Sousa Naves, foi visitada pela comitiva do Simelgo, liderada pelo presidente do sindicato, Hélio Naves, o vice-presidente, Orizomar Araújo, Bruno Godinho (Relações com Mercado do Sistema Fieg) e o assessor do Senai José Gonzaga Ribeiro.
VISITAS DE MARÇO / Em março foi a vez da Trakom Tratores (acima), do empresário André Luiz Batista Pereira; da S.A. de Sousa Indústria e Comércio, de Sebastião Alves de Sousa; e da TSE Automação Industrial, de Gilberto Vilela. “É importante estar perto do empresário, ouvir suas demandas e buscar soluções para elas. Afinal, cada uma tem demanda específica. Ao apoiá-los em seu crescimento, teremos também um setor forte e competitivo em Goiás”, afirma o presidente do Simelgo, Hélio Naves.
SI MPL A G O
RADIOGRAFIA DO SETOR / Já no forno, vem aí ampla pesquisa sobre o setor plástico, realizada pelo Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Estado de Goiás, em parceria com o IEL. Segundo o presidente do Simplago, Olympio Abrão (direita), o trabalho mapeou toda a cadeia de produtos plásticos no Estado, incluindo fornecedores, fabricantes, recicladores e terceirizados dos setores químico, de higiene e limpeza e ainda a indústria farmacêutica, que produz embalagens próprias. A radiografia do setor, com dados até 2014, inclui um levantamento exclusivo sobre o segmento de reciclagem de material plástico.
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S I N PROC I ME N TO
SIM E SGO
ELEIÇÕES EM JUNHO / O Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de Goiás (Sinprocimento) realiza em junho eleições sindicais para o triênio 2015/2018. Em chapa única, a atual diretoria, comandada pelo empresário Luiz Ledra (esquerda), deverá ser reeleita.
TROCA DE IDEIAS / O Sindicato da Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico do Sudoeste Goiano, com sede em Rio Verde, realizou em março o 1º UniSIMESGO, encontro destinado à troca de ideias e apresentação de produtos e serviços à disposição das empresas do segmento no âmbito do Sistema Fieg. O presidente do Simesgo, Heitor de Oliveira Nato Neto, considerou positivo o saldo do evento, que contou com participação de representantes do IEL, Senai e ICQ Brasil.
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SI N DI PÃ O
SEMINÁRIO DEBATE NR-12 / Numa promoção entre Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no Estado de Goiás (Sindipão), Fieg, Sebrae e Confederação Nacional da Indústria (CNI), como parte do Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Empresas (Procompi), foi realizado em fevereiro, na Casa da Indústria, sede da Fieg, o Seminário Norma Regulamentadora nº 12 (NR-12). Especialistas e empresários discutiram o conjunto de normas e exigências aplicáveis às indústrias de panificação e as etapas a serem cumpridas para atendimento dos requisitos das mesmas. SIGE GO
SI N DUSC O N - G O
OPÇÃO PELA SUSTENTABILIDADE / Em março, o Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO) realizou uma jornada de reuniões em Goiânia e Brasília para divulgar as possibilidades de utilização das Unidades de Crédito de Sustentabilidade (UCS), originárias do Programa Brasil Mata Viva (BMV), e propor parceria a entidades como a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Federação das Indústrias de Brasília (Fibra), Sinduscon-DF, Governo do Estado de Goiás e do Paraná.
Denis Marlon/Sefaz
PLATAFORMA ESPECIALIZADA / A secretária estadual da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa (foto), que participou da apresentação do mecanismo pelo estrategista internacional de finanças David French, esclareceu que o BMV permite acesso e participação de todos na preservação e proteção dos recursos naturais, utilizando-se uma plataforma especializada na transação de ativos de sustentabilidade para a compensação do impacto ambiental gerado pelas atividades econômicas.
PROTEÇÃO AO CERRADO / Durante o encontro que encerrou a rodada de reuniões, no dia 20 de março, em Goiânia, ao lado do presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura (foto), do secretário de Planejamento e Coordenação Geral do Paraná, Silvio Barros, e demais convidados, a superintendente executiva de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado de Goiás, Jaqueline Vieira, comentou que o projeto contribui para ampliar a rede de proteção do Cerrado, ao passo que promove a construção de ideais de proteção ao patrimônio natural e o desenvolvimento.
PRESIDENTE INTERINO / Entre os dias 6 e 14 de fevereiro, a Fieg foi presidida interinamente pelo empresário do setor gráfico e presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado de Goiás (Sigego), Antônio Almeida (foto), em razão da participação do presidente Pedro Alves de Oliveira em missão internacional promovida pelo governo estadual à França e Itália. No período, Antônio Almeida acumulou as funções de diretor do Departamento Regional do Sesi, de presidente dos Conselhos Regionais de Sesi e Senai Goiás e dos Conselhos Consultivos do IEL Goiás e ICQ Brasil.
SIM M E A
CONVENÇÃO COLETIVA / O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis (Simmea), Robson Peixoto Braga (foto), avaliou de forma positiva a Convenção Coletiva de Trabalho de 2015, celebrada com o sindicato laboral. GOIÁS INDUSTRIAL // Abril 2015 //
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GIRO PELOS SINDICATOS
F I EG AN Á P O L I S
PATRIMÔNIO NATURAL / O Programa Brasil Mata Viva (BMV) foi apresentado em Anápolis, durante encontro realizado pela Fieg Regional com representantes da IMEI Consultoria Ambiental, empresa que desenvolve o BMV. Durante a reunião (foto), na sede da entidade, com participação de membros da equipe técnica da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a coordenadora do programa, Maria Tereza Umbelino de Souza, afirmou que o BMV começou a ser desenvolvido há oito anos, com foco principal na promoção do patrimônio natural como atividade econômica, por meio da interação entre os produtores, comunidades rurais e empresas. O modelo inclui um sistema de compensação ambiental que pode ser adotado tanto pelas organizações quanto pelo poder público.
SEMINÁRIO REDINDÚSTRIA / A Fieg marcou presença no Seminário RedIndústria, realizado no início de fevereiro, no Centro de Eventos Unique, em Brasília, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), para tratar da construção da Agenda Legislativa de 2015, que vai pautar as principais demandas da indústria no Congresso Nacional. A comitiva goiana (foto) foi composta pelo vice-presidente da entidade, Wilson de Oliveira, também presidente da Regional Anápolis e do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Anápolis (SindAlimentos); Heribaldo Egídio, 2º diretor secretário e presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo); Célio Eustáquio de Moura, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica do Estado de Goiás (Sindicel); o empresário Pedro Bittar; Patrícia Oliveira, coordenadora administrativa da Fieg Regional Anápolis, e o assessor Darlan Siqueira. Também participaram o presidente executivo do Sindifargo, Marçal Henrique Soares; o economista Cláudio Henrique e a técnica Elaine Farinelli, como representantes da Fieg.
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SIVA
MOSTRA DE TRABALHOS / Alunas do curso de costura do Senai de Anápolis participaram de um desafio: mostrar o que aprenderam numa exposição aberta ao público, no salão recreativo da unidade (foto). O evento ocorreu no dia 2 de março. De acordo com a professora Wiviana Modesto Rosa de Araújo, foi apresentada grande variedade de peças, desde os exercícios básicos com domínio de máquinas até peças prontas. A turma, composta de 21 alunas, também levou para a exposição portfólios com trabalhos realizados ao longo do curso. O curso de costura industrial conta com apoio do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Anápolis (Siva).
SINDA L IM E NTOS
PRESIDÊNCIA DO CONCELG /
SI N DI C ER /G O
HOMENAGEM A HENRIQUE MORG / Em fevereiro, a Fieg prestou homenagem póstuma ao ex-presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas do Estado de Goiás (Sindicer/GO), Henrique Wilhelm Morg de Andrade, que faleceu no dia 30 de novembro do ano passado, aos 64 anos de idade, deixando a mulher e cinco filhos. No evento, conduzido pelo presidente da federação, Pedro Alves de Oliveira, com a presença de vários familiares, amigos e lideranças classistas, foi descerrada placa com a foto de Henrique Morg, que dará nome a um auditório do novo prédio da Fieg. “Uma liderança classista do mais alto valor e que deixa uma lacuna muito grande em nosso meio”, destacou o presidente da Fieg Regional Anápolis, Wilson de Oliveira.
O empresário Wilson de Oliveira, vice-presidente da Fieg e presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Anápolis (SindAlimentos), foi eleito por aclamação, para a presidência do Conselho de Consumidores da Celg (Concelg). A escolha ocorreu durante reunião extraordinária do colegiado, em fevereiro, na sede da Fundação Eletra. Wilson de Oliveira, que é também presidente da Fieg Regional Anápolis, assume o cargo que era ocupado pelo ex-presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas do Estado de Goiás (Sindicer/GO), Henrique Morg, falecido em novembro do ano passado. Com a vacância do cargo, o Concelg se reuniu extraordinariamente para eleger o presidente e os demais membros.
SI C M A
FORTALECER O SETOR DA CONSTRUÇÃO / Na abertura do calendário de reuniões de diretoria de 2015, em fevereiro, o Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sicma) recebeu a visita do analista e gestor de projetos do Sebrae/Regional Centro, Arildo Francisco da Costa. Na oportunidade, ele apresentou a proposta do projeto de desenvolvimento do setor da construção, num trabalho semelhante ao que é desenvolvido no segmento de movelaria, já em seu terceiro ano de atividade, com o apoio do Sicma desde sua elaboração. O presidente do Sicma, Álvaro Otávio Dantas Maia, ressaltou que se trata de uma iniciativa louvável. “O trabalho com o segmento moveleiro tem alcançado resultados realmente positivos”, avaliou, acrescentando que a ideia é de que o programa alcance a construção civil e possa focar demandas específicas em segmentos como o de pré-moldados e marmoraria. S I N D I FAR G O
DIÁLOGO SETORIAL / O Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de Goiás (Sindifargo), sob a presidência do empresário Heribaldo Egídio, realizou em janeiro a primeira reunião ordinária de 2015, com presença de diretores e associados, que discutiram extensa pauta de assuntos de interesse do setor. Segundo o presidente executivo da entidade, Marçal Henrique Soares, na oportunidade foram aprovadas diretrizes para o trabalho de fortalecimento do sindicato durante este ano. No mesmo dia, houve também o primeiro diálogo setorial, desta vez com a participação da superintendente de Vigilância em Saúde do Estado de Goiás (Suvisa), Maria Cecília Martins Brito (na foto, com Heribaldo Egídio), que apresentou os planos para sua gestão à frente do órgão entre 2015 e 2018.
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SINDICATOS SINDICATOS COM SEDE NA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
Av. Anhanguera, nº 5.440, Edifício José Aquino Porto, Palácio da Indústria, Centro, Goiânia-GO, CEP 74043-010 SINPROCIMENTO Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de Goiás Presidente: Luiz Ledra Fone: (62) 3224-0456/Fax 3224-0338 siac@sistemafieg.org.br SINDIREPA Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de Goiás Presidente: Sílvio Inácio da Silva Telefone (62) 3224-0121/ 3224-0012 sindirepa@sistemafieg.org.br SINDIAREIA Sindicato das Empresas de Extração de Areia do Estado de Goiás Presidente: Gilberto Martins da Costa Fone/Fax: (62) 3224-8688 sindiareia@sistemafieg.org.br SINDCEL Sindicato das Indústrias da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia no Estado de Goiás Presidente: Célio Eustáquio de Moura Fone: (62) 3218-5686 / 3218-5696 Sindcel.go@gmail.com SINDIALF Sindicato das Indústrias de Alfaiataria e Confecção de Roupas para Homens no Estado de Goiás Presidente: Daniel Viana Fone: (62) 3223-2050 SIAEG Sindicato das Indústrias de Alimentação no Estado de Goiás Presidente: Sandro Antônio Scodro Mabel Fone/Fax: (62) 3224-9226 siaeg@terra.com.br SINDICALCE Sindicato das Indústrias de Calçados no Estado de Goiás Presidente: Elvis Roberson Pinto Fone/Fax: (62) 3225-6402 sindicalce@sistemafieg.org.br SININCEG Sindicato das Indústrias de Calcário, Cal e Derivados no Estado de Goiás Presidente: José Antônio Vitti Fone/Fax (62) 3223-6667 sininceg@sistemafieg.org.br SINDICARNE Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Goiás e Tocantins Presidente: José Magno Pato Fone/Fax (62) 3229-1187 e 3212-1521 sindcarn@terra.com.br SINDICURTUME Sindicato das Indústrias de Curtumes e Correlatos do Estado de Goiás Presidente em exercício: Emílio Bittar Fone/Fax: (62) 3213-4900 sindicurtume@sistemafieg.org.
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SINDIGESSO Sindicato das Indústrias de Gesso, Decorações, Estuques e Ornatos do Estado de Goiás Presidente: José Luiz Martin Abuli Fone: (62) 3224-7443 sindigesso@sistemafieg.org.br SINDILEITE Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás Presidente: Joaquim Guilherme Barbosa de Souza Fone (62) 3212-1135 / Fax 3212-8885 sinleite@terra.com.br SIMPLAGO Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado de Goiás Presidente: Olympio José Abrão Fone (62) 3224-5405 simplago@sistemafieg.org.br SINDIPÃO Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no Estado de Goiás Presidente: Luiz Gonzaga de Almeida Fone: (62) 8422-4022 sindipao@sistemafieg.org.br SIMAGRAN Sindicato das Indústrias de RochasOrnamentais do Estado de Goiás Presidente: Eliton Rodrigues Fernandes Telefone: (62) 3225-9889 simagran@sistemafieg.org.br SINCAFÉ Sindicato das Indústrias de Torrefação e Moagem de Café no Estado de Goiás Presidente: Carlos Roberto Viana Fone (62) 3212-7473 - Fax 3212-5249 sincafe@sistemafieg.org.br SINVEST Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Goiás Presidente: José Divino Arruda Fone/Fax: (62) 3225-8933 sinvest@sistemafieg.org.br SINDIBRITA Sindicato das Indústrias Extrativas de Pedreiras e Derivados do Estado de GO, TO e DF Presidente: Flávio Santana Rassi Fone/Fax: (62) 3213-0778 sindibrita@sistemafieg.org.br SIEEG Sindicato das Indústrias Extrativas do Estado de Goiás e do Distrito Federal Presidente: Domingos Sávio Fone: (62) 3212-6092 - Fax 3212-6092 sieeg@sistemafieg.org.br SIGEGO Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de Goiás Presidente: Antônio de Sousa Almeida Fone (62) 3223-6515 - Fax 3223-1062 sigego@sistemafieg.org.br
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SIMELGO Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Goiás Presidente: Hélio Naves simelgo@sistemafieg.org.br Fone/Fax: (62) 3224-4462 contato@simelgo.org.br SINDQUÍMICA-GO Sindicato das Indústrias Químicas no Estado de Goiás Presidente: Jaime Canedo Fone (62) 3212-3794/Fax 3225-0074 sindquimica@sistemafieg.org.br SINDMÓVEIS Sindicato das Indústriasde Móveis e Artefatos de Madeira no Estado de Goiás Presidente: Pedro Silvério Pereira Fone/Fax: (62) 3224-7296 sindmoveis@sistemafieg.org.br SINDTRIGO Sindicato dos Moinhos de Trigo da Região Centro-Oeste Presidente: Sérgio Scodro Presidente-Executivo: André Lavor P. Barbosa Fone: (62) 3223-9703 sindtrigo@gmail.com
OUTROS ENDEREÇOS SIFAÇÚCAR Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar do Estado de Goiás Presidente: Otávio Lage de Siqueira Filho Presidente-Executivo: André Luiz Baptista Lins Rocha Rua C-236, nº 44 - Jardim América CEP 74290-130 - Goiânia - GO Fone: (62) 3274-3133 / Fax (62) 3251-1045 SIMESGO Sindicato da Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico do Sudoeste Goiano Presidente: Heitor de Oliveira Nato Neto Rua Costa Gomes, nº 143 Jardim Marconal CEP 75901-550 - Rio Verde - GO Fone/Fax: (64) 3623-0591 simesgo1@hotmail.com SINDUSCON-GO Sindicato das Indústrias da Construção no Estado de Goiás Presidente: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior Rua João de Abreu, 427 - St. Oeste CEP 74120-110 - Goiânia- GO Fone: (62) 3095-5155 contato@sinduscongoias.com.br SINROUPAS Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas em Geral de Goiânia Presidente: Edilson Borges de Sousa Rua 1.137, nº 87 - Setor Marista CEP 74180-160 - Goiânia - GO Fone/Fax: (62) 3088-0877 sinroupas@yahoo.com.br
SIFAEG Sindicato das Indústrias de Fabricação de Etanol no Estado de Goiás Presidente: Otávio Lage de Siqueira Filho Presidente-Executivo: André Luiz Baptista Lins Rocha Rua C-236, nº 44 - Jardim América CEP 74290-130 - Goiânia- GO Fone (62) 3274-3133 e (62) 3251-1045 sifaeg@terra.com.br SIAGO Sindicato das Indústrias do Arroz no Estado de Goiás Presidente: José Nivaldo de Oliveira Rua T-45, nº 60 - Setor Bueno CEP 74210-160 - Goiânia - GO Fone/Fax (62) 3251-3691 siagoarroz@hotmail.com
SINDICATOS/ANÁPOLIS Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Jundiaí, Anápolis/GO - CEP 75113-630 Fone/Fax: (62) 3324-5768 e 3324-5997 fieg.regional@sistemafieg.org.br SINDALIMENTOS Sindicato das Indústrias da Alimentação de Anápolis Presidente: Wilson de Oliveira sindalimentos@sistemafieg.org.br SICMA Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis Presidente: Álvaro Otávio Dantas Maia sicma@sistemafieg.org.br SINDICER-GO Sindicato das Indústrias de Cerâmica no Estado de Goiás Presidente: Laerte Simão sindicergo@sistemafieg.org.br SIVA Sindicato das Indústrias do Vestuário de Anápolis Presidente: Jair Rizzi siva@sistemafieg.org.br SINDIFARGO Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás Presidente: Heribaldo Egídio Presidente-Executivo: Marçal Henrique Soares sindifargo@sistemafieg.org.br SIMMEA Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis Presidente: Robson Peixoto Braga simmea@sistemafieg.org.br
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