ANO 62 / Nº 260 / OUTUBRO 2014
ENTREVISTA
SENAI GOIÁS
A solução para a grave questão educacional no País passa pela federalização do ensino básico, o que permitiria oferecer educação integral de qualidade a todos, a custos até inferiores aos sugeridos pelas propostas em debate, aponta o senador Cristovam Buarque (PDT/DF)
OPORTUNIDADE PARA JOVENS APRENDIZES CONQUISTAREM UM LUGAR NO MERCADO
REVISTA DO SISTEMA FEDER AÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
Novos governos, novos caminhos? EMPRESÁRIOS DA INDÚSTRIA ESPERAM QUE OS GOVERNANTES ELEITOS CUMPRAM A AGENDA DE INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA, EDUCAÇÃO E SEGURANÇA, ALÉM DE DESBUROCRATIZAR O SETOR PÚBLICO E SIMPLIFICAR A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
ARTIGO
UM TIME EMBALADO POR BONS RESULTADOS
G
randes realizações e conquistas, em geral, animam para uma nova jornada, a exemplo de um campeonato de futebol, em que vitórias seguidas costumam embalar o desempenho de uma ou de outra equipe envolvida na competição. Essa figura mostra bem o momento vivido na Fieg, no limiar de uma gestão que se encerra e de outra que se inicia. Brindado por unanimidade do Conselho de Representantes para novo mandato à frente da Federação, mais do que atribuir a reeleição ao reconhecimento do trabalho que desenvolvemos a partir de 2010, anima-nos agora a nova temporada, alicerçada no bom desempenho. Afinal, foram quatro anos de muitas conquistas, de trabalho profícuo em prol da indústria e do desenvolvimento socioeconômico de Goiás. Agradecer é preciso, assim como focar os novos desafios à frente. Na batalha que recomeça, contamos com a força da nova composição da diretoria eleita para o mandato 2015-2018, boa parte remanescente da anterior, reflexo da coesão, do amadurecimento do processo democrático interno, que levou à unanimidade. A aglutinação de forças da diretoria executiva, dos conselhos temáticos, dos presidentes de sindicatos foi decisiva para os resultados positivos. O que só mostra que estamos no caminho certo e todos querem trilhá-lo para atender à indústria. É questão de justiça, igualmente, compartilhar os resultados alcançados com os colaboradores do Sistema Fieg. Em quatro anos, tivemos evolução significativa nos serviços oferecidos à indústria e à comunidade. Na educação profissional, o Senai tem disponibilizado ao mercado trabalhadores à altura das necessidades das empresas, tendo superado, em 2013, a marca de 200 mil matrículas em seus cursos, salto de 78% em relação a 2010. No campo da qualidade de vida dos colaboradores da indústria e de seus dependentes, o Sesi realizou obra de grande relevância ao revitalizar o tradicional Clube Ferreira
“BRINDADO POR UNANIMIDADE COM NOVO MANDATO À FRENTE DA FEDERAÇÃO, MAIS DO QUE ATRIBUIR A REELEIÇÃO AO RECONHECIMENTO DO TRABALHO DESENVOLVIDO, ANIMA-NOS AGORA A NOVA JORNADA.” PEDRO ALVES DE OLIVEIRA, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás
Pacheco, um ícone do atendimento ao trabalhador há mais de meio século. Na mesma direção, ampliou a participação dos filhos de industriários nas escolas de ensino fundamental da instituição, bem como o atendimento odontológico em unidades próprias e dentro das empresas. No encaminhamento para estágio, porta de entrada para o mercado de trabalho, o IEL registra evolução, de 13,6 mil estudantes em 2010 para mais de 17 mil em 2013. O Instituto de Certificação Qualidade Brasil (ICQ Brasil), único no Sistema Indústria, com atuação em todo o País, totaliza 830 empresas certificadas entre 2010 e setembro de 2014. O momento, marcado por renovação no Legislativo e no Executivo nas esferas estadual e federal, é oportuno para a Fieg consolidar luta histórica pelo desenvolvimento da indústria, em particular, e pelo fortalecimento da economia, de forma global, tema de matéria especial desta edição de Goiás Industrial. Como sempre tem feito, a federação se empenhará em manter diálogo com o poder público, visando à viabilização de medidas e obras de interesse do setor produtivo, a exemplo da mobilização desencadeada pela inauguração do primeiro trecho da Ferrovia Norte-Sul, de Itaqui (MA) até Anápolis. Um trabalho árduo e vitorioso, que exige ainda muito a ser feito. Bandeiras antigas e novas estão içadas.
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SISTEMA INDÚSTRIA Diretores
SISTEMA FIEG Federação das Indústrias do Estado de Goiás Presidente: Pedro Alves de Oliveira FIEG REGIONAL ANÁPOLIS Presidente: Wilson de Oliveira Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Bairro Jundiaí, CEP 75113-630, Anápolis-GO Fone/Fax (62) 3324-5768 / 3311-5565 E-mail: fieg.regional@sistemafieg.org.br SESI Serviço Social da Indústria Diretor Regional: Pedro Alves de Oliveira Superintendente: Paulo Vargas SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Diretor Regional: Paulo Vargas IEL Instituto Euvaldo Lodi Diretor: Hélio Naves Superintendente: Humberto Oliveira ICQ BRASIL Instituto de Certificação Qualidade Brasil Diretor: Justo O. D’Abreu Cordeiro Superintendente: Dayana Costa Freitas Brito
DIRETORIA DA FIEG Presidente Pedro Alves de Oliveira 1º Vice-Presidente Wilson de Oliveira 2º Vice-Presidente Eduardo Cunha Zuppani 3º Vice-Presidente Antônio de Sousa Almeida 1º Secretário Marley Antônio da Rocha 2º Secretário Ivan da Glória Teixeira 1º Tesoureiro André Luiz Baptista Lins Rocha 2º Tesoureiro Hélio Naves
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Ailton Aires de Mesquita Álvaro Otávio Dantas Maia Carlos Alberto Vieira Soares Daniel Viana Eduardo Gonçalves Eduardo José de Farias Elvis Roberson Pinto Eurípedes Felizardo Nunes Flávio Paiva Ferrari Heitor de Oliveira Nato Neto Henrique W. Morg de Andrade Hermínio Ometto Neto Jaime Canedo Jair Rizzi Jerry Alexandre de Oliveira Paula José Luis Martin Abuli Josélio Vitor da Paixão Leopoldo Moreira Neto Luiz Gonzaga de Almeida Luiz Ledra Manoel Paulino Barbosa Orizomar Araújo Siqueira Osvaldo Ribeiro de Abreu Roberto Elias de L. Fernandes Robson Peixoto Braga Sandro Marques Scodro Segundo Braoios Martinez Ubiratan da Silva Lopes Valdenício Rodrigues de Andrade Conselho Fiscal Justo O. D’Abreu Cordeiro Laerte Simão Mário Drummownd Diniz Conselho de Representantes junto à CNI Paulo Afonso Ferreira Sandro Antônio Scodro Conselho de Representantes junto à Fieg Abílio Pereira Soares Júnior Ailton Aires Mesquita Alexandre Baldy de Sant’anna Braga Álvaro Otávio Dantas Maia Antônio Alves de Deus Bruno Franco Beraldi Coelho Carlos Alberto de Paula Moura Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Carlos Roberto Viana Célio Eustáquio de Moura Cyro Miranda Gifford Júnior Daniel Viana Domingos Sávio G. de Oliveira Edilson Borges de Sousa Eduardo Cunha Zuppani Eduardo José de Farias Eliton Rodrigues Fernandes Elvis Roberson Pinto Emílio Carlos Bittar Eurípedes Felizardo Nunes Fábio Rassi Flávio Paiva Ferrari Flávio Santana Rassi Francisco Gonzaga Pontes
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Gilberto Martins da Costa Hélio Naves Heitor de Oliveira Nato Neto Henrique Wilhem Morg de Andrade Heribaldo Egídio Jaime Canedo Jair Rizzi Jercy Teixeira de Carvalho Júnior Jerry Alexandre de Oliveira Paula João Essado Joaquim Cordeiro de Lima Joaquim Guilherme Barbosa de Souza José Alves Pereira José Antônio Vitti José Divino Arruda José Luiz Martin Abuli José Romualdo Maranhão José Vieira Gomide Júnior Laerte Simão Leopoldo Moreira Neto Luiz Antônio Vessani Luiz Gonzaga de Almeida Luiz Ledra Luiz Rézio Manoel Silvestre Álvares da Silva Marley Antônio Rocha Olympio José Abrão Orizomar Araújo de Siqueira Otávio Lage de Siqueira Filho Paulo Sérgio de Carvalho Castro Pedro Alves de Oliveira Pedro de Souza Cunha Júnior Pedro Silvério Pereira Plínio Boechat Lopes Ricardo Araújo Moura Roberto Elias de Lima Fernandes Robson Peixoto Braga Sandro Antônio Scodro Mabel Sávio Cruvinel Câmara Sílvio Inácio da Silva Ubiratan da Silva Lopes Valdenício Rodrigues de Andrade Wilson de Oliveira
Conselho Temático de Política Fiscal e Tributária Presidente Eduardo Zuppani Vice-Presidente José Nivaldo de Oliveira
CONSELHOS TEMÁTICOS
Conselho Temático de Desenvolvimento Urbano Presidente: Ilézio Inácio Ferreira Vice-Presidente: Roberto Elias Fernandes
Conselho Temático de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação Presidente Melchíades da Cunha Neto Vice-Presidente Ivan da Glória Teixeira Conselho Temático de Meio Ambiente Presidente Henrique W. Morg de Andrade Vice-Presidente Pedro Silvério Pereira Conselho Temático de Infraestrutura Presidente Célio de Oliveira Vice-Presidente Álvaro Otávio Dantas Maia
Conselho Temático de Relações do Trabalho Presidente Sílvio Inácio da Silva Vice-Presidente Marduk Duarte Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa Presidente Leopoldo Moreira Neto Vice-Presidente Carlos Alberto Vieira Soares Conselho Temático de Responsabilidade Social Presidente Antônio de Sousa Almeida Vice-Presidente Rosana Gedda Carneiro Conselho Temático de Agronegócios Presidente André Lavor Pagels Barbosa Vice-Presidente Annanias Justino Jayme Conselho Temático de Comércio Exterior e Negócios Internacionais Presidente Emílio Bittar Vice-Presidente José Carlos de Souza Conselho Temático Fieg Jovem Presidente Leandro Almeida Vice-Presidente Agripino Gomes de Souza Júnior
Rede Metrológica Goiás Presidente Marçal Henrique Soares Câmara Setorial de Mineração Presidente (licenciado) José Antônio Vitti Vice-Presidente Luiz Antônio Vessani Câmara Setorial da Indústria da Construção Presidente Sarkis Nabi Curi Vice-Presidente Gilberto Martins da Costa
LINHA DIRETA
Fieg, unânime, reelege Pedro Alves
E
m mês de eleições em todo o País, a Fieg também realizou a sua, no dia 8 de outubro. Diferentemente do clima de acirrada disputa para os governos estaduais e federal, 35 sindicatos patronais que formam o colégio eleitoral reconduziram, por unanimidade, Pedro Alves de Oliveira para mais um mandato à frente da entidade, que administra o Sistema Fieg, integrado ainda por Sesi, Senai, IEL e ICQ Brasil. Eleito pela primeira vez em 2010, o empresário vai cumprir nova gestão no período de 2015/2018, integrando também a diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), reeleita este ano. Natural de Patrocínio, Minas Gerais, Pedro Alves desenvolve atividades empresariais há mais de 40 anos e desde meados da década de 80 atua no sindicalismo empresarial. Foi vice-presidente de Paulo Afonso Ferreira em seus dois mandatos na federação e presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz no Estado de Goiás por oito mandatos não consecutivos. Proprietário da Cerealista Lagoinha, é graduado em administração. “Aumentar a competitividade do setor industrial goiano será o foco de nossa nova gestão”, disse o empresário Pedro Alves após a votação, em ambiente de união, na Casa da Indústria. A afirmação resume amplo leque de ações a serem levadas adiante no futuro mandato, abrangendo temas que preocupam as lideranças industriais por comprometer a EXPEDIENTE
REVISTA DO SISTEMA FEDER AÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
Pedro Alves (centro) com presidentes de sindicatos de indústrias de vários segmentos, em momento da votação na Casa da Indústria: unanimidade
competitividade do setor. Dentre outras bandeiras, a diretoria eleita vai priorizar a desburocratização e simplificação da legislação tributária, trabalhista e ambiental, o fortalecimento da infraestrutura e a convalidação e aperfeiçoamento dos incentivos fiscais.
Infraestrutura Na questão da infraestrutura, a indústria considera urgente a expansão da capacidade de fornecimento de energia ao setor industrial, a implantação da Plataforma Logística Multimodal de Goiás, com a conclusão do aeroporto de cargas em Anápolis; a implementação total da Ferrovia Norte-Sul, a duplicação da BR153 (rumo ao Norte) e a melhoria das condições de funcionamento dos distritos industriais espalhados pelo Estado. Outro foco importante do trabalho será a promoção da descentralização industrial para regiões menos desenvolvidas do Estado (Oeste, Norte e Nordeste goiano), demandando das autoridades a implantação da infraestrutura adequada, promovendo a formação profissional nessas
Direção José Eduardo de Andrade Neto
Nathalya Toaliari e Janaina Staciarini e Corrêa
Coordenação de jornalismo Geraldo Neto
Colaboração Welington da Silva Vieira
Edição Lauro Veiga Filho e Dehovan Lima
Fotografia Sílvio Simões, Alex Malheiros e Sérgio Araújo
Reportagem Andelaide Pereira, Célia Oliveira, Daniela Ribeiro, Edilaine Pazini, Jávier Godinho,
Projeto gráfico Jorge Del Bianco
regiões e a melhoria da educação básica e de nível técnico. Esse processo, entende a Fieg, favorecerá as economias locais, resultando em maior distribuição de renda e evitando sobrecarga de demandas por serviços nas grandes cidades. Na área de formação profissional, um dos gargalos para o avanço da indústria, as ações incluem a melhoria da qualidade do ensino básico, ofertado pelo Sesi, e a articulação do ensino de 2º grau com o ensino profissionalizante (oferecidos de forma integrada por Sesi e Senai). Igualmente, é prioridade para o segmento industrial a expansão do ensino técnico e tecnológico, via Senai, hoje demandado em larga escala pelas empresas, em decorrência dos avanços tecnológicos da produção. Outras bandeiras da nova diretoria são o fortalecimento da gestão dos sindicatos, a atuação política na defesa dos interesses da indústria, aproximação com as universidades para promover o desenvolvimento e a inovação tecnológica. // Dehovan Lima
Capa, ilustrações, diagramação e produção Jorge Del Bianco DC Design Gráfico e Comunicação Impressão Gráfica Kelps Departamento Comercial André Lavor (9152-5578)
Redação e correspondência Av. Araguaia, nº 1.544,Ed. Albano Franco, Casa da Indústria - Vila Nova CEP 74645-070 - Goiânia-GO Fone (62) 3219-1300 - Fax (62) 3229-2975 Home page: www.sistemafieg.org.br E-mail: ascom@sistemafieg.org.br As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista
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ÍNDICE ENTREVISTA
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REVISTA DO SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
ARTIGO
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/ O deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO) defende a aprovação do Projeto de Lei 4330/2004, destinado a dar mais proteção ao trabalho terceirizado e que, se convertido em lei, reduzirá “em 30% as empresas inidôneas” e acabará “com a precarização no Brasil”
/ A proposta do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) para a educação envolve a federalização total do ensino básico em duas décadas, com ensino em tempo integral e salários de R$ 9 mil aos professores. Ao final do processo, o setor passaria a receber o equivalente a 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo dos 10% embutidos nas propostas hoje em debate
ESOCIAL
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/ O Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), projeto desenvolvido pelo governo para facilitar a vida das empresas e assegurar direitos aos trabalhadores, dizem especialistas, será uma ferramenta “útil e necessária” no futuro. Mas, neste momento, o mecanismo gera apreensão e dúvidas entre as empresas
MEMÓRIA
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/ Criada há quase três décadas, a Roan Alimentos, dona da marca Bonomilho, multiplicou por dez seu tamanho no período e está investindo quase R$ 20 milhões para crescer mais de 60% até 2016
MADE IN GOIÁS
43 / A goiana Bio Ambiental Sistemas de Saneamento Ltda., especializada em soluções ambientalmente sustentáveis e de baixo custo para tratamento de efluentes, lança dois novos produtos “100% ecológicos e não tóxicos”
GENTE DA INDÚSTRIA
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/ Renata Dos Santos fala de cervejas especiais, água mineral, postura no trabalho, cama e mesa
GIRO PELOS SINDICATOS
47 a 49 / Confira o que está fazendo seu sindicato 6
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APL MOVELEIRO
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/ Com crescimento médio de 16% no volume de negócios, o avanço da indústria moveleira altera as feições da economia em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, consolidando o Arranjo Produtivo Local (APL) de Móveis, incrementado neste ano e resultado de parceria entre o Senai Goiás, a prefeitura local e o Ministério da Integração Nacional
COSMÉTICOS
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/ As empresas Natu Life, Wydet Cosméticos e CM Indústria e Comércio de Cosméticos, dona da marca Blant Colors de esmaltes, guardam algo mais em comum, além do fato de serem todas goianas. Elas já começaram a pôr em marcha projetos para internacionalizar sua operação, de olho em economias como a colombiana, que deve crescer 5% neste ano
Novos governos, novos caminhos? SESI GOIÁS
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CAPA
26 / Um modelo descomplicado de gestão, mais eficiente e moderno, com melhores controles e racionalidade no uso de recursos públicos, reforçado pela desburocratização de processos e normas, simplificação tributária e investimentos em infraestrutura, educação e segurança. Na visão da indústria goiana, esses deveriam ser os principais pontos, entre vários outros, na agenda a ser cumprida pelos novos governantes, em todos os níveis.
/ De forma crescente, empresas do setor industrial passam a contemplar em suas estratégias de formação de recursos humanos os serviços de educação continuada oferecidos pelo Sesi Goiás, que incluem cursos gratuitos em áreas como informática, comunicação, qualidade, relacionamento interpessoal, etiqueta profissional e aprendizado de idiomas
IEL GOIÁS
13 / Dois estudantes goianos subiram ao pódio do Prêmio IEL de Estágio, etapa nacional, no Recife. Estimulados pelo Instituto Euvaldo Lodi, que lançou o prêmio há dez anos, estagiários de várias empresas dedicam-se ao desenvolvimento de soluções e processos que ajudam as indústrias onde trabalham a poupar recursos, reduzindo desperdícios e cortando custos excessivos, numa economia que pode atingir a casa dos milhões de reais
SENAI GOIÁS
16 / Em cena há sete décadas, os cursos de aprendizagem industrial do Senai Goiás, numa adequação às demandas do mercado, passaram a incluir em seu cardápio, mais recentemente, opções que ajudam a formar mão de obra para manutenção de aeronaves, em açúcar e álcool, para manutenção automotiva e industrial, em mecatrônica, mineração, alimentos, mecânica de usinagem, telecomunicações, logística e operação de máquinas pesadas
CERTIFICAÇÃO
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/ Órgãos e empresas públicas estaduais certificados pelo ICQ Brasil, como a Secretaria da Indústria e Comércio, onde Fatima Aparecida dos Santos (foto) preside comissão de gestão, implantam sistemas de gestão da qualidade, racionalizam processos, com redução de custos e benefícios para os usuários do setor privado
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ENTREVISTA | CRISTOVAM BUARQUE
“
O QUE AGREGA COMPETITIVIDADE VERDADEIRAMENTE À ECONOMIA, A UM SETOR OU A UMA EMPRESA NÃO É A REDUÇÃO DE CUSTOS, MAS SUA CAPACIDADE DE INVENTAR COISAS NOVAS”
UM PAÍS CONTRA A EDUCAÇÃO “O Brasil é um país que não tem vontade de ser educado”, declara o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) nesta entrevista à Goiás Industrial, que discute tema eleito pelo segmento como prioridade para os futuros governantes escolhidos nas urnas. Mas, prossegue ele, com a ênfase dos que se deixam apaixonar pelo tema e pelo futuro do País, isso vai ter de mudar um dia. “A pergunta é se haverá uma catástrofe antes ou não”, completa. Por catástrofe entenda-se a ameaça de o Brasil ser condenado eternamente ao atraso e à violência gerada pela desigualdade. O risco, acrescenta ainda o senador, é de o País ficar “definitivamente para trás no cenário mundial da economia do conhecimento”, perdendo a corrida da competitividade. 8
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Goiás Industrial – Com a experiência de ter participado de todos os grandes fóruns de debates sobre educação nos últimos anos, em sua visão, de que forma avanços nesta área podem influenciar a competitividade da economia brasileira como um todo e da indústria em particular? Cristovam Buarque – Existe uma visão tradicional de competitividade em função do custo. Quanto mais baixo o custo, mais competitiva uma economia. Isso continua a valer, não foi revogado, evidentemente. Mas acho que há um fator mais importante, que é a capacidade de inovar. O que agrega competitividade verdadeiramente à economia, a um setor ou a uma empresa não é a redução de custos, mas sua capacidade de inventar coisas novas. Ainda que o custo seja alto, foi você que inventou e colocou no mercado uma coisa nova. E nesta área o Brasil está na estaca zero no setor industrial. No setor agrícola ainda vemos um pouco disso. Goiás Industrial – A que fatores atribuiu essa ineficiência na capacidade de inovação?
Buarque – Isso vem de quê? Precisamos abrir cinco portas para entrar no mundo da competitividade, no mundo dos países que são competitivos. Temos de ter um setor empresarial inovativo. O Brasil não tem. Nossos empresários têm pavor à inovação do produto. Eles até aceitam comprar equipamentos inovadores, mas não gostam de criar o produto novo. Goiás Industrial – Isso se daria em função dos riscos envolvidos, das condições menos favoráveis oferecidas no País? Buarque – Acho que isso vem de alguma cultura de um empresário protegido pelo Estado, um empresário modesto, sem aspiração universal. Nosso empresário não é atraído pela inovação. Goiás Industrial – Quais são as demais portas? Buarque – Em segundo, precisamos de um setor de ciência e tecnologia que não apenas crie, mas dê suporte ao processo de inovação de forma a que ele chegue ao empresário. Mas eles (os institutos e órgãos de pesquisa) não gostam dessa aproximação com o setor privado. Eles se isolam. Até temos alguns centros, a exemplo dos institutos de Matemática, de pesquisas espaciais, mas são todos voltados para dentro de si mesmos. Não conseguiram desenvolver uma relação mais profunda e duradoura com o setor privado. A terceira porta são as universidades. E aqui a situação é pior ainda. Nossas universidades não têm a menor preocupação com a inovação, salvo aqui ou ali, me parece, como na UnB (Universidade de Brasília), que criou um centro de desenvolvimento tecnológico quando fui reitor. Mas este é um processo marginal e mal visto pelo mundo acadêmico. As universidades brasileiras viram as costas para o setor produtivo. O quarto fator é a educação de base. Sem isso, o Brasil não consegue entrar na porta rumo à inovação. A educação de base é onde tudo começa. Então, o grande geniozinho não aprendeu matemática quando era criança. Não será mais gênio. Quantos milhões de cérebros inovadores o Brasil não perde todos os dias por não ter uma educação de base de qualidade? Goiás Industrial – O sr.. havia citado cinco portas... Buarque – A quinta porta, então, é uma educação volta-
da para as massas mesmo, para o povo, com a população sendo educada para estar alerta em matéria de inovação. Somos um país absolutamente atrasado em matéria de competitividade e na inovação. E mesmo em relação à competitividade baseada em custos, só conseguimos alguma coisa quando o Estado dá isenção fiscal. Mas nem assim temos alcançado essa competitividade, por causa do custo Brasil. Goiás Industrial – Quando o sr. se refere à educação de massa, pode-se entender como massificação da educação ou há outro conceito envolvido? Buarque – Estou falando em pegar as pessoas que não entraram na escola e eliminar o analfabetismo, por exemplo, que tem caído, mas ainda são 13 milhões de pessoas nesta situação. Isso significa ainda fortalecer o EJA (Ensino de Jovens e Adultos) até que as crianças desse novo sistema educacional saiam da escola. Usar a televisão para dar noções de cultura, de educação para a população. Goiás Industrial – É preciso estabelecer prioridades ou o sr. acredita que há condições para atacar todos esses pontos de uma vez? Buarque – Não temos como atacar tudo de uma vez, até porque temos de começar pela base. Mas pode-se fazer em cada um, atacando todos. O que impede o País de investir mais, ou melhor, nem é preciso investir mais, mas mudar a cabeça da universidade, enquanto investe na educação de base? Nada. No caso dos empresários, nada impede que você já comece a buscar novos caminhos ao mesmo tempo em que ataca outras portas. Vou dar um exemplo. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é o maior banco de fomento do mundo, mas não há patentes registradas a partir dos empréstimos concedidos pela instituição. E nem há exigências para isso. Se decide financiar, a partir de agora, apenas empresas inovativas, como fez o banco de desenvolvimento coreano, esse cenário começaria a mudar. A coreana LG produzia outras coisas quando foi buscar recursos no banco de desenvolvimento daquele país. O banco condicionou a contratação do financiamento à mudança no foco da empresa,
“Quantos milhões de cérebros inovadores o Brasil não perde todos os dias por não ter uma educação de base de qualidade?”
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ENTREVISTA | CRISTOVAM BUARQUE
que passou a fabricar produtos eletrônicos. A Nokia fabricava papel higiênico na Finlândia e se transformou um gigante do setor de celulares. Não posso afirmar, mas provavelmente aí também houve algum incentivo. Sob esse aspecto, pode ser atacado tudo simultaneamente. Agora, nada vai dar resultado imediato. Tudo vai levar 10, 20 anos. Goiás Industrial – No caso da educação básica, o sr. propõe em seu projeto de federalização do setor um horizonte de 20 anos para implantar o novo sistema... Buarque – Mas aí em todo o Brasil. O prazo para se fazer isso nas cidades selecionadas seria de dois anos. Goiás Industrial – O que é exatamente e quais são as vantagens dessa proposta de federalização do ensino básico? Buarque – Vamos primeiro analisar as desvantagens do sistema em vigor. Como você vai ter uma boa educação de base com os municípios paupérrimos que nós temos? Não tem como. É impossível. Pode até melhorar, como tem melhorado, mas é impossível dar o salto que precisamos. Mesmo a melhora observada ocorre de forma muito lenta e tem se ampliado a brecha entre as exigências educacionais com a melhoria observada. Existe outra brecha quando se compara a educação dos ricos com a educação dos pobres, que tem melhorado, não se pode negar. Mas tem ficado menos igual. Existe um componente crescente de desigualdade no sistema. Na comparação internacional, o Brasil está melhorando, mas os outros países melhoram mais. São três brechas crescentes. Goiás Industrial – Em relação a sua proposta... Buarque – Voltando à questão, os municípios não têm como fazer. A solução seria o governo federal adotar as escolas nas cidades onde as prefeituras não têm condições de oferecer uma boa educação. Mas acho que vamos caminhar para uma federalização quase que total da educação básica, obviamente, fora o setor privado. Mas não será um processo impositivo. As cidades
que quiserem terão todas as escolas municipais adotadas pelo governo federal. É isso o que chamo de federalização. Goiás Industrial – Qual seria o custo dessa federalização? Buarque – Se você fizer para todas as 200 mil escolas, em todas as 5.464 cidades, todos os 2 milhões de professores, pagando R$ 9,5 mil por mês a eles, com a criação de uma carreira nacional do magistério, sem estabilidade, sujeitos a avaliação periódica... Goiás Industrial – Provavelmente os sindicatos vão discordar. Buarque – Então continuamos como está. Aliás, falo com toda a franqueza, acho difícil que essa proposta seja um dia realizada, a não ser depois de uma grande catástrofe, em que o Brasil fique tão para trás que venha uma solução política para mudar tudo. Goiás Industrial – Retomando a questão dos custos, antes de interrompê-lo... Buarque – Muito bem, os salários mensais dos professores seriam de R$ 9,5 mil, que seria o mesmo valor do custo por estudante ano, desde que as salas sejam de 30 alunos, com a reconstrução de todas as escolas, equipando-as com o que há de mais moderno – porque o quadro-negro é uma carroça do conhecimento, que existe há 250 anos – tudo isso vai custar 6,4% do PIB (Produto Interno Bruto) ao final de 20 anos. Goiás Industrial – E este nem é o custo adicional do novo sistema, porque inclui o que já se gasta atualmente com educação, segundo seu projeto? Buarque – Não é. Hoje os gastos chegam a quase 5% do PIB. Você vai acrescentar aproximadamente 1,5% do PIB. O custo previsto é de R$ 161 bilhões. Isso aqui é quase metade do que se gasta com desoneração fiscal. Devem ser incluídos ainda os recursos da exploração do pré-sal que virão para a educação, num total de R$ 35 bilhões. Na verdade, o custo seria de R$ 196 bilhões no vigésimo
“O BNDES é o maior banco de fomento do mundo, mas não há patentes registradas a partir dos empréstimos concedidos pela instituição. E nem há exigências para isso”
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“Vai ter de mudar. A pergunta é se haverá uma catástrofe antes ou não. A catástrofe de sermos condenados ao atraso, de sermos um país ridículo no mundo”
ano, quando tudo isso estiver completo. O PNE (Plano Nacional da Educação) fixa a despesa com educação em 10% do PIB. Goiás Industrial – Estariam sendo economizados recursos, então? Buarque – Essa diferença, além do que se vai gastar com o novo sistema de ensino básico, teria de ir para universidades, teria de ir para esse programa de educação da população. Tudo somado, seriam 9,6% a 9,7% do PIB, ainda abaixo daqueles 10%. Ah, e incluindo uma coisa fundamental. Ao mesmo custo de R$ 9,5 mil por aluno, todas as crianças na pré-escola teriam atendimento ocupacional. Goiás Industrial – Quando o sr. fala em uma escola bonita, moderna, de qualidade, pressupõe-se que os professores receberão uma formação compatível. Como se dará esse processo de formação de professores? Buarque – Isso ocorrerá durante todo o período de implantação do sistema, ao longo de duas décadas, prevendo-se a contratação e preparação de 100 mil professores por ano. Se você passar a pagar esse salário, vai começar a surgir pessoas que estão fazendo engenharia que vão querer ser professores de matemática. Mas as contratações serão feitas por concurso. Quem for aprovado ficará um ano dando aula sem ser contratado para ver se ele tem vocação. Sabe qual o problema de pagar muito ao professor? É que o cara que tem ódio de criança vai querer ser professor apenas para ganhar o dinheiro. Vai entrar gente que, já no primeiro dia de aula, começará a estudar para concurso porque quer ganhar mais. Então você tem de testar as vocações e aí vem o problema, porque você terá ter uma dose de subjetividade. E no Brasil ninguém acredita nisso. Depois disso, o profissional contratado teria uma estabilidade responsável, diria eu. Goiás Industrial – O que significa isso? Buarque – Estabilidade plena em relação ao prefeito, ao governador, ao presidente. Mas a cada cinco anos será feita uma avaliação e se o profissional não estiver bem sai.
Goiás Industrial – Que efeitos essa mudança trará para a vida das pessoas e para economia, de forma mais ampla? Buarque – Basta você ter um ano a mais de escolaridade para aumentar a renda e o PIB. A Coreia do Sul tinha, há 40 anos, metade da renda per capita brasileira. Hoje tem o dobro. Não foi só educação. Eles abriram todas as cinco portas. Mas se não tivessem feito a revolução na educação básica, nada teria sido possível fazer no restante. Goiás Industrial – Quando se analisa a evolução dos recursos destinados à educação no Brasil, eles até têm crescido. Pergunto se com esse aumento, ainda que os recursos fossem suficientes, diante do modelo atual, seria possível fazer uma educação de qualidade como o sr. defende? Buarque – Se jogarmos dinheiro no quintal da escola de helicóptero, com a primeira chuva, tudo vira lama. O dinheiro que se está gastando hoje não está trazendo os resultados necessários. Por isso temos de criar um sistema novo. O governo federal repassa muito pouco recurso para Estados e municípios no setor educacional, mas gasta muito com o ensino superior, ao contrário dos outros países. Mas há um fator preliminar a tudo isso. É preciso o Brasil querer ser um país educado e o Brasil não quer. Goiás Industrial – Parece haver uma questão política maior nessa questão, que envolve a consolidação de uma situação de desigualdade já existente, o que acaba influenciando no próprio processo político, no aperfeiçoamento das instituições políticas e do sistema democrático. Buarque – É o que chamo de uma economia ineficiente e uma sociedade desarmônica. Uma boa educação para todos vai ajudar na construção de uma economia eficiente, numa sociedade harmônica. Não há como fazer a descentralização (do ensino) num país desigual. Descentralizar é desigualar. Os pobres continuarão pobres e os ricos continuarão ricos. Goiás Industrial – Mas a federalização que o sr. propõe não significa uma centralização? GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014 //
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ENTREVISTA | CRISTOVAM BUARQUE Buarque – Da gestão, não. Porque os recursos serão transferidos para a escola, que vai administrar o dinheiro do dia a dia. A governança seria feita pelos professores, pelos pais de alunos, pelos conselhos de educação. Mas a carreira seria nacional. Goiás Industrial – O sr. já escreveu que a escola, como é hoje, no Brasil, não é atrativa para o estudante. Como se faz para tornar essa escola atrativa? Buarque – A escola hoje é chata. O professor terá de virar o herói das crianças e ser olhado por elas como hoje olham para os jogadores de futebol. As crianças devem ter o desejo de serem professores. Segundo, a escola deve ser confortável e limpa. Você vai a um restaurante com banheiro sujo? Pois a gente obriga a criança a ir todos os dias a escolas com banheiros sujos. E finalmente, o equipamento. O quadro-negro não atrai a criança. Ela nasceu vendo televisão, usando celular. É impossível uma aula de astronomia no quadro-negro ser atraente. Goiás Industrial – Todas essas melhorias estão incluídas no cálculo dos custos para implantar o novo sistema? Buarque – Esses e mais um custo, que as pessoas riem quando se fala disso, para se ter uma noção de como não se dá valor à educação. Está prevista a desapropriação dos terrenos ao lado das escolas. Uma escola não pode ser só um prédio. Tem ter quadra de futebol, lugar para ginástica, tem de ter árvore. As pessoas riem, mas ninguém ri quando se fala em desapropriar para fazer um viaduto. Todo mundo acha natural. Além disso, nos lugares quentes, as escolas têm de ter ar condicionado central. Quando falo isso, as pessoas riem. O Brasil tem ar condicionado nos shoppings, nos cinemas. Nas escolas ninguém vê não. Acham
“Se os bancos tivessem resultados financeiros no nível do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o BC já teria interferido em todos”
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// GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014
um luxo. Isso porque o Brasil não considera isso importante. O Brasil é um país que não tem vontade de ser educado. Goiás Industrial – É possível mudar isso, senador? Buarque – Vai ter de mudar. A pergunta é se haverá uma catástrofe antes ou não. A catástrofe de sermos condenados ao atraso, de sermos um país ridículo no mundo. E a violência gerada pela desigualdade, pela desarmonia. Aí vai se despertar para isso, mas já tarde talvez. Podemos nos tornar um país definitivamente para trás no cenário mundial da economia do conhecimento. Na verdade, já estamos ficando, porque agora é o conhecimento que vale. Goiás Industrial – O sr. utiliza uma analogia interessante ao afirmar que o Banco Central (BC) pode intervir em um banco, se este ameaça o sistema financeiro, mas o País não parece disposto a aceitar que se intervenha em escolas. Buarque – Se os bancos tivessem resultados financeiros no nível do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o BC já teria interferido em todos. Goiás Industrial – O que o sr. antevê para o futuro da educação no País? Buarque – Com base nos debates entre os candidatos durante a campanha eleitoral, não é possível antever muita coisa. Não é um tema que tenha frequentado os debates. A proposta de horário integral nas escolas virou um mantra. Mas se vai fazer isso? Com que professores? Fala-se em melhorar o que está aí, mas nem em construir um novo sistema, que é o que seria necessário para darmos um salto na educação.
GOIÁS SOBE 2 VEZES AO PÓDIO DO PRÊMIO NACIONAL DE ESTÁGIO
IEL
Rafael de Pádua (2º da esquerda para a direita) e Vanessa Dias (de preto) exibem prêmios conquistados no Recife Célia Oliveira
C
om projetos desenvolvidos e aplicados na EBM Incorporações e na H-LOG Logística Hospitalar, os estudantes goianos Rafael de Pádua (Engenharia/UFG) e Vanessa Dias (Farmácia/Faculdade Estácio de Sá) subiram ao pódio do Prêmio IEL de Estágio, etapa nacional, dia 16 de outubro, no Recife (PE). Vice-campeão na categoria Grande Empresa, disputando com estagiários da Petrobras/RN e Amêndoas do Brasil/CE, Rafael desenvolveu projeto de implementação de práticas Lean Construction (estudo de caso), obtendo aumento significativo de produtividade na construtora goiana (veja box). Terceira colocada na categoria Micro/Pequena Empresa, em pódio dividido com estagiários da Purofrut/RN e Motoliner Amazonas/CE, Vanessa idealizou e colocou em prática, na H-LOG Logística Hospitalar, experiência de socialização da informação sobre medicamentos para pacientes em tratamento oncológico (veja box). A comissão nacional de avaliação foi composta por representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, CNPq, Universidade de Brasília, MLAB Consultoria em Serviços Educacionais e Confederação Nacional da Indústria (CNI). Antes da etapa nacional, Rafael e Vanessa passaram pelo crivo da fase regional do Prêmio IEL de Estágio, entregue dia 20 de agosto. Em sua 10ª edição, a safra goiana
de projetos vencedores foi marcada por Inovação e bons resultados em aspectos como produtividade, redução de custos, sustentabilidade ambiental, segurança, logística, saúde e qualidade de vida. Com potencial para transformar a realidade do chão de fábrica, gerar respostas estratégicas para o setor produtivo e benefícios extensivos à sociedade, as ideias foram colocadas em práticas em diferentes organizações empresariais por sete alunos da UFG, PUC-GO, Universo e Faculdade Estácio de Sá, em estágios por meio do IEL. Os projetos abrangem os segmentos de alimentação, construção e logística. Em uma das experiências, voltada para combate a desperdícios, na GSA-Gama Sucos e Alimentos, de Aparecida de Goiânia, a indústria estima redução de perdas da ordem de 70% e uma economia anual de R$ 5 milhões (veja box). “Para nosso Estado e nosso País, tudo o que esses estagiários alcançaram com seus estudos e projetos significa riqueza, sustentabilidade e alternativas inteligentes a muitos gargalos e carências que nosso setor produtivo apresenta atualmente”, comentou o superintendente do IEL Goiás, Humberto de Oliveira. “O Prêmio IEL de Estágio quer evidenciar os projetos inovadores para que os mesmos sirvam de inspiração para as empresas, sejam públicas ou privadas”, completou o diretor geral do IEL nacional, Paulo Afonso Ferreira. GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014 //
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IEL
Todos saem ganhando Segundo o superintendente do IEL, Humberto Oliveira, os projetos vencedores da 10ª edição do prêmio em Goiás refletem, por seus resultados, o estímulo dado ao estudante que busca desenvolver a carreira profissional a partir do estágio. Além disso, acrescenta, há crescente percepção dos empresários sobre a importância da qualidade da educação para os negócios, o que tem deixado as organizações mais comprometidas com a complementação do aprendizado/capacitação do jovem futuro profissional.
Sob essa ótica, é unânime a opinião dos representantes das empresas que tiveram seus estagiários premiados. Coordenadora da farmácia da H-LOG Logística Hospitalar e supervisora de estágio, Renata Moreira defende que as empresas têm de investir nos estagiários, porque eles trazem resultados significativos e experiências que fazem a diferença. Já o coordenador da qualidade e também supervisor de estágio na Terral Construtora, Leonardo Esteves, reconhece que investir no aprendizado em campo prático é certeza de um futuro promissor para as duas partes.
Os vencedores da 10ª edição do Prêmio IEL de Estágio - Etapa Regional Vanessa Stéfany Dias / Faculdade Estácio de Sá
Anna Híria Souza e Silva /UFG
Projeto: Implantação de Atenção
Projeto: Redução de
Farmacêutica a Pacientes em
Desperdícios de Produto
Tratamento Oncológico.
em Processo e Embalagens
1º lugar categoria micro/pequena empresa – H-LOG Logística Hospitalar
1º lugar categoria média empresa – GSA-Gama Sucos e Alimentos Ltda.
Foi desenvolvido um folheto
na Produção de Macarrão
educativo com as especificações
O projeto buscou otimizar
gue ao paciente. Além de informar
a linha produtiva e reduzir o des-
sobre manipulação, armazenagem
perdício de produto em processo
correta, interações medicamentosas/alimentares e reações adver-
e embalagens da produção de macarrão instantâneo. Com ele, as
sas, o folheto educa sobre a forma correta de descarte da embala-
perdas foram reduzidas em 70% e a economia anual para a empre-
gem desses medicamentos, o que evita impactos ambientais, já
sa foi de R$ 5 milhões.
que eles possuem resíduos químicos contaminadores.
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Instantâneo.
de cada medicamento que é entre-
// GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014
Melissa Pereira Vitória /Universo
Jorge Inácio Barros / PUC-GO
2º lugar categoria grande empresa – Heinz Brasil
2º lugar categoria média empresa – GSA-Gama Sucos e Alimentos Ltda.
Projeto: Otimização da Linha Projeto: Implementação
Contínua de Abastecimento
do Processo de Controle
de Milho in natura. O projeto apresentou solu-
de Perdas da Indústria. A iniciativa levou à prática
ções para eliminar o transbordo
um processo de medição e con-
(desperdício) de matéria-prima
trole do desperdício que envolve o
na esteira de envio de milho in na-
sobrepeso, a varredura e a perda
tura, a fim de eliminar esta perda
de embalagens nas diversas li-
e otimizar o custo de produção. O
nhas de produção, atuando nas causas raízes. Com ações focadas
projeto ainda não foi completamente implementado, mas já gerou
em uma linha específica, chegou-se a uma redução de 50% do vo-
conscientização na parte operacional e foi observada uma redução
lume das perdas.
do desperdício considerável, medida em 60 toneladas de milho/
André Khayat Mendonça /UFG
ano e um valor de aproximadamente R$ 60 mil.
3º lugar categoria média empresa – Terral Construtora
Marina Gomes Echavarria /PUC-GO
3º lugar categoria grande empresa – EBM Incorporações
Projeto: Ações para Melhoria da Qualidade de Vida e Motivação do Trabalhador
Projeto: Interlogística
em Canteiro de Obras.
no canteiro de obras.
A proposta objetivou aumen-
O foco foi na implementação
tar a satisfação dos trabalhadores
da logística em todo o processo
da construção civil, por meio da
construtivo, tanto nas obras já
melhoria da qualidade de vida nos
em execução, quanto nas futuras.
canteiros, e a eficácia dos programas de gestão da qualidade. Com
O projeto nasceu como solução
isso, espera-se reduzir os custos finais da empresa com retrabalho
para problemas das obras. Tudo o
e correções de serviços mal executados, bem como diminuir tam-
que envolve o projeto é em função de economia, prazo, qualidade e
bém o numero de acidentes de trabalho.
conscientização dos recursos naturais utilizados.
Rafael Crissóstomo de Pádua /UFG
1º lugar categoria grande empresa – EBM Incorporações Projeto: Implementação de Práticas Lean Construction (estudo de caso).
Patrocinadores Já consolidado no meio empresarial e educacional, o Prêmio IEL de Estágio teve patrocínio do Sebrae Goiás, da
Analisar os efeitos da apli-
Ambev e Coca-Cola, além de apoio do Sesi, da Prefeitura de
cação de práticas de Construção
Valparaíso de Goiás e do Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda
Enxuta, por meio de estudo de
da Arte, ligado à Secretaria de Educação do Estado de Goiás.
caso, identificando seus impactos
A solenidade de entrega do Prêmio IEL, no Teatro Sesi, em
no layout, na logística de canteiro
Goiânia, foi abrilhantada por apresentações do Coral Muni-
e na produtividade da mão de obra. Na etapa de controle dos ser-
cipal da Escola de Música de Valparaíso de Goiás e do Grupo
viços e ações Lean, foi constatado aumento significativo de produ-
Contemporâneo de Choro da Escola Municipal de Música, que
tividade; os problemas de falta de material em obra diminuíram e
mantêm estagiários por meio de convênio com o IEL.
a rotatividade de mão de obra caiu. GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014 //
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SENAI
Contrato assinado: Arthur Cardoso, ex-aluno da Escola Senai Vila Canaã, foi efetivado no cargo de analista de vendas no ano passado
APRENDIZAGEM RESISTE AO TEMPO Modalidade de ensino que constitui o DNA do Senai e motivou sua criação no País há mais de sete décadas, a aprendizagem industrial prepara jovens que buscam o primeiro emprego Andelaide Lima
D
os antigos ofícios de carpinteiro, marceneiro, mecânico serralheiro e pedreiro, que motivaram a criação do Senai no País, em 1942, a ocupações modernas, como técnico em manutenção de aeronaves, em açúcar e álcool, em manutenção automotiva e industrial, em mecatrônica, em mineração, alimentos, mecânica de usinagem, telecomunicações, logística, operador de máquinas pesadas, a aprendizagem industrial resiste ao tempo e se mantém entre as modalidades de ensino da instituição. Desenvolvidos gratuitamente em todas as unidades da instituição em Goiás, os cursos de aprendizagem industrial abrangem diversos segmentos produtivos, como mecânica, eletricidade, vestuário, gráfica, química e alimentos. Além de garantir formação de qualidade, essa
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modalidade possibilita a realização de parcerias com empresas para implantação de turmas exclusivas do programa Jovem Aprendiz. A iniciativa visa qualificar novos profissionais com perfil adequado à demanda da indústria. Em Goiânia, o Centro de Distribuição da Brasil Kirin – indústria de bebidas – é um exemplo bem-sucedido desse modelo de parceria. A empresa mantém atualmente 14 aprendizes atuando em seus processos operacionais. “Acreditamos no programa pela oportunidade que ele oferece aos jovens de inserção no mercado de trabalho e de contribuir com o crescimento profissional deles. Aqui todos os aprendizes executam atividades essenciais para o funcionamento da empresa. Além disso, eles lidam com um software de gestão de negócios usado no mundo inteiro. Isso é um diferencial importante para a carreira deles”, avalia Rafael Fernandes, gerente do Centro de Distribuição da Brasil Kirin.
APRENDIZADO E CONTRATAÇÃO Um dos integrantes da turma, aluno do curso de auxiliar administrativo, ministrado na Escola Senai Vila Canaã, Helder Pereira, de 18 anos, atua na área de logística da Brasil Kirin e sonha em ser contratado. “Gosto muito do que faço e quero aprender cada vez mais para continuar na empresa”, planeja. Igualmente egresso da Escola Senai Vila Canaã, onde fez o curso de auxiliar administrativo, Arthur Cardoso, de 22 anos, começou a trabalhar na empresa como aprendiz, em 2012. Ano passado, ele foi efetivado e assumiu o cargo de analista de vendas. “Aprendi muito no Senai, estou feliz
com a oportunidade que tive de acesso ao mercado de trabalho e quero continuar crescendo na empresa”, diz. Ex-aluno da mesma unidade do Senai, onde fez diversos cursos na área de informática, via educação a distância, Lucas Amaral, de 19 anos, também comemora a contratação recente. “Entrei como aprendiz, ano passado, na área de logística. Aproveitei a chance que tive e dei o melhor de mim, mas sem o Senai não estaria aqui”, reconhece.
Helder Pereira, aluno do curso de auxiliar
administrativo: “Gosto muito do que faço e quero aprender cada vez mais para continuar na empresa”
Superando expectativas Também parceira do Senai na realização do programa Jovem Aprendiz, a unidade comercial da Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), em Goiânia, conta com cinco aprendizes em seu quadro de funcionários. Entre eles, Maria Fernanda Silva, de 22 anos, aluna do curso de auxiliar administrativo da Escola Senai Vila Canaã, trabalha no setor de recursos humanos da empresa. “A experiência tem sido ótima. O ambiente corporativo é excelente, todos são acessíveis e acolhedores. Meu objetivo é superar as expectativas da empresa e ser contratada”, conta. Analista de Recursos Humanos da Ambev Goiânia, a ex-aluna Alline Alves, de 23 anos, é outro exemplo de que o
O sucesso profissional “depende do grau de
comprometimento com o curso no Senai, porque isso reflete em seu desempenho na empresa” ALLINE ALVES, analista de Recursos Humanos da Ambev Goiânia
programa pode ser o passo inicial para a construção de uma carreira sólida. Em 2013, ela entrou para a empresa como aprendiz. Em menos de um ano, foi contratada como técnica administrativa e, logo depois, promovida a analista de RH. “O sucesso profissional depende do grau de comprometimento com o curso no Senai, porque isso reflete em seu desempenho na empresa. Aproveitei a oportunidade oferecida pelo programa, sem esse apoio seria mais difícil conquistar um bom emprego. Para entrar em uma multinacional como a Ambev é preciso ter pós-graduação e ser fluente em inglês e espanhol. A aprendizagem é o caminho mais curto para o mercado de trabalho”, acredita.
DIREITOS E DEVERES Hoje responsável pela seleção dos aprendizes para a empresa, Alline conta que eles são tratados como funcionários normais, com direitos e deveres. “Eles têm responsabilidades e obrigações na realização de diversas atividades, onde é possível avaliar o potencial e a capacidade de trabalho de cada um”, explica. Técnico administrativo na Ambev, Danilo Rocha, de 18 anos, também apostou na aprendizagem na busca pelo primeiro emprego. “Ano passado, fiz o curso de auxiliar administrativo na Escola Senai Vila Canaã e logo fui contratado. Acredito que minha dedicação e o amplo conhecimento adquirido nas aulas foram fundamentais para a conquista da vaga.”
Danilo Rocha, técnico administrativo da Ambev: aposta na aprendizagem profissional na busca do primeiro emprego
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SENAI Carlos Cardoso, assistente
de gestão da qualidade da Jaepel: efetivado em maio, considera que o Senai foi fundamental na contratação
Qualificação para todos Localizada no município de Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, a Jaepel é uma empresa de grande porte com indústria integrada –produção de papel e embalagem – que também contribui com a formação profissional de jovens. No momento, a empresa mantém como aprendizes 18 alunos do curso de auxiliar administrativo, ministrado pelo Núcleo Integrado Sesi Senai Senador Canedo. Consultor de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Jaepel, Renan Machado destaca a importância do programa Jovem Aprendiz. “Investimos no desenvolvimento de pessoas e no crescimento profissional pela meritocracia. Com o programa, abrimos as portas da empresa para jovens de origem humilde, que não tiveram muitas oportunidades. Estamos oferecendo a eles a chance de ingressarem no mercado de trabalho, e isso é muito importante. O Senai tem sido um grande parceiro nessa emprei18
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tada, com excelentes resultados. A instituição prepara, educa, ensina posturas e disciplinas que agregam muito valor à formação profissional.” Assistente de gestão da qualidade da Jaepel, Carlos Cardoso, de 18 anos, iniciou sua carreira como aprendiz. “Fui efetivado em maio e o Senai foi
fundamental nesse processo. Primeiro porque me encaminhou para a empresa e segundo porque tudo que aprendi no curso coloquei em prática no meu trabalho. Estou muito feliz com meu primeiro emprego”. Contratado em agosto como aprendiz, Daniel P eres, de 17 anos, atua na área operacional da empresa e já faz planos de olho na efetivação. “Vou me empenhar ao máximo para atender às expectativas da empresa, quero muito continuar aqui e investir mais na minha qualificação profissional”, planeja.
Daniel Peres também espera ser contratado: “Vou me empenhar ao máximo para atender às expectativas da empresa”
Turma do programa Jovem Aprendiz na indústria Laticínios Bela Vista: oportunidade do primeiro emprego
Parceria promove emprego e renda Indústria detentora da marca Piracanjuba, a Laticínios Bela Vista, da cidade de Bela Vista de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia, implantou, em janeiro, sua primeira turma exclusiva do programa Jovem Aprendiz. Ao todo, 43 alunos participam do curso de auxiliar administrativo para indústria de alimentos, ministrado pela Unidade Integrada Sesi Senai Aparecida de Goiânia. Com duração de 400 horas, a programação é desenvolvida em ambientes da indústria. A turma de aprendizes é composta por jovens entre 15 e 17 anos. Cerca de 120 pessoas participaram do processo seletivo, coordenado pela unidade. Gerente de Gestão de Pessoas da
Laticínios Bela Vista, Edilson Vieira destaca que o programa está alinhado com a política de responsabilidade social da indústria, ao contribuir com o desenvolvimento da mão de obra local. “Buscamos oferecer formação profissional de qualidade para os jovens do município, dar a
eles a oportunidade do primeiro emprego e de conhecer um processo industrial, além de alavancar o desenvolvimento socioeconômico da região. Nosso objetivo é efetivar todos os aprendizes para que eles possam construir uma carreira bem-sucedida.”
POR UM FUTURO MELHOR Para João Victor da Silva, de 17 anos, a aprendizagem é porta para o emprego em uma grande empresa, com oportunidades reais de crescimento profissional. “Tinha outro emprego, mas não pensei duas vezes, fiz a seleção, passei e estou muito feliz com a escolha. Quero um futuro melhor”. Matheus dos Reis, de 17 anos, conta que tem aprendido muito durante as aulas da aprendizagem. “O curso do Senai é excelente, a empresa oferece ótimas oportunidades de desenvolvimento – estou maravilhado. Já tive outros emprego, mas esse é o primeiro com carteira assinada, vou dar o melhor de mim, aproveitar todo o aprendizado para conseguir ser efetivado na empresa”, diz.
GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014 //
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SESI
EDUCAÇÃO CONTINUADA, UMA BOA ALTERNATIVA
Ensino sobre rodas:
participação dos trabalhadores nos cursos do sistema triplicou, saltando de 15% para 45%
Indústrias investem no aprimoramento de seus funcionários por meio de programa do Sesi que leva cursos rápidos, gratuitos e flexíveis para dentro do ambiente de trabalho Edilaine Pazini
D
iante da escassez de mão de obra qualificada no mercado, indústrias goianas encontram no programa de educação continuada, oferecido pelo Sesi Goiás, caminho estratégico para suprir necessidades pontuais e específicas de recursos humanos, em áreas como informática, comunicação, qualidade, relacionamento interpessoal, etiqueta profissional e aprendizado de idiomas. De conteúdo flexível e curta duração (de quatro a
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90 horas), os cursos são ministrados dentro da própria empresa, de forma complementar à qualificação profissional, cuja demanda é tradicionalmente atendida pelo Senai, que atua de forma integrada com o Sesi em grande parte de sua rede operacional no Estado. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) estimam que, até 2015, a indústria goiana vai precisar de quase 16 mil novos profissionais por ano para atender ao desempenho da economia no Estado. A novidade é que as empresas não esperam mais encontrar um profissional pronto e a tendência é investir na qualificação do próprio funcionário. Realizada em qualquer momento da carreira profissional, a modalidade de educação continuada apresenta anualmente bons resultados no atendimento do Sesi, com crescimento tanto no número de matrículas – que saltou de 22.663 em 2010 para 47.895 em 2013 –, quanto na participação de trabalhadores da indústria, índice que triplicou no mesmo período, de 15% para 45%.
Aposta em quem já veste a camisa da empresa Interessada no aprimoramento de competências de seus trabalhadores, a Cicopal, fabricante dos Salgadinhos Micos, em Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, buscou recentemente parceria com o Sesi para cursos de Excel e comunicação. Analista de Recursos Humanos da empresa, Carla Pereira de Melo destaca a importância de se investir no próprio funcionário, diante da dificuldade de encontrar mão de obra qualificada no mercado, ao gerar oportunidades para quem já veste a camisa da empresa. “Nós sempre divulgamos as vagas internamente e percebemos que vários trabalhadores tinham vontade de participar do processo seletivo, mas não possuíam os requisitos necessários para ocupar o cargo”, conta. “A empresa está em uma fase de crescimento, acabamos de implantar o plano de cargos e salários e buscamos capacitar nosso colaborador para que ele possa crescer de função”, diz a analista. Segundo ela, a intenção é levar mais temas a serem oferecidos aos trabalha-
dores. “Vamos nos reunir com a equipe do Sesi e criar uma agenda de cursos de agora até 2015.” Um dos beneficiados pela parceria, Felipe Lopes dos Santos, de 16 anos, estagiário há dois anos na Cicopal, ainda não dominava a informática. Cotado para ser contratado pela empresa, Felipe iniciou o curso de Excel em janeiro e, antes mesmo do fim das aulas, já botou em prática o que aprendeu. “Comecei com o intuito de usar o Excel no trabalho, mas já utilizo o programa para montar planilhas de estudos e notas escolares, além de agregar valor ao meu currículo profissional”, diz.
possuir o requisito necessário: curso de Excel. “Adoro trabalhar aqui, sei que a empresa dá oportunidades para quem já está aqui dentro, mas precisamos ter as qualificações necessárias”, ressalta.
PASSAPORTE PARA NOVO CARGO Para a auxiliar de produção Catilene Maria Souza dos Santos, de 35 anos, o curso pode ser o passaporte para alcançar um cargo melhor na Cicopal. Há um ano na empresa, ela conta ter acompanhado antes várias divulgações de vagas para o setor administrativo, mas não pôde se candidatar ao cargo por não
Catilene dos Santos, da Cicopal:
“Empresa dá oportunidades para quem já está aqui dentro, mas precisamos ter as qualificações necessárias”
Flexibilidade dos cursos
Carla Pereira de Melo, da Salgadinhos Micos: em fase de crescimento, empresa implanta plano de cargos e salários e quer capacitar pessoal
A educação continuada oferecida pelo Sesi é um processo de desenvolvimento permanente da formação do cidadão, compreende ações educativas situadas fora das etapas e modalidades escolares tradicionais, mas que permeiam, suplementam e atualizam conhecimentos nelas adquiridos e sistematizam novos conhecimentos. Os cursos não possuem restrição de carga horária e são realizados dentro da própria empresa, contemplando as temáticas de educação, saúde, responsabilidade social, vida saudável e cultura. GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014 //
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SESI O encarregado de produção da Cristal Alimentos, José Carlos Carvalho de Souza, de 33 anos, já vinha pesquisando na internet o alfabeto de sinais, para tentar interagir com os trabalhadores com deficiência, já que não entendia o que eles necessitavam. “Eu os via conversarem só entre si e me interessei em aprender para participar das conversas”, conta. Agora, com o curso de Libras, oferecido durante o intervalo dentro da própria empresa, Carlos já aperfeiçoou a conversação. “Entendo melhor o que falam, o que precisam e isso é legal, já que agora posso ajudar em algo ou até mesmo pedir algo a eles”, diz.
Naiara Bonifácio Gomes, do Laticínio Bela Vista: controle de insumos e relatórios de produção, compras e estoques organizados em planilhas
Sem tempo disponível na agenda, Naiara Bonifácio Gomes, de 23 anos, aproveitou a oportunidade que a indústria Laticínio Bela Vista, em Bela Vista de Goiás, ofereceu para aperfeiçoar seus conhecimentos em Excel. Analista de laboratório do controle de qualidade da empresa, detentora da marca Piracanjuba, há 11 meses ela utiliza diariamente planilhas para realizar controle de insumos, relatórios de produção, compras e estoque de material. Antes, todo o trabalho era realizado no Word, mas para otimizar o tempo, Naiara transferiu todo material para o Excel. “Se estou aperfeiçoando vou aprender coisas novas e fazer melhor meu serviço e isso só foi possível porque o curso é dentro da empresa, pois não teria tempo de fazer fora daqui, por conta dos estudos”, afirma. Joelma Martins, analista de Gestão de Pessoas da fábrica, conta que os cursos são demandados pelos próprios colaboradores. Segundo ela, acreditando no aperfeiçoamento dos trabalhadores e na oferta de novas oportunidades dentro da empresa, o Laticínio Bela Vista viu no Sesi um bom parceiro para aperfeiçoar seus colaboradores. 22
// GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014
“Já oferecemos cursos de português empresarial, formação de facilitadores internos, desenvolvimento de líderes e já estamos negociando diversos outros dentro da educação continuada, além das três turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) que mantemos na empresa, com fila de espera”, conta.
Aprendendo a interagir Na indústria Cristal Alimentos, fabricante do Arroz Cristal, em Goiânia, o variado portfólio do programa de educação continuada possibilitou à empresa obter melhor interação entre seus colaboradores, inclusive com pessoas com deficiência auditiva, por meio do curso de Libras. Um deles, Gleybson Pereira do Nascimento, de 37 anos, trabalha há mais de um ano na empresa e acredita que o curso colabora para uma melhor comunicação com os colegas. “É importante ter amigos no ambiente de trabalho e entender o que eles falam.”
Gleybson Pereira do Nascimento, da Cristal
Alimentos: curso de Libras ajuda a melhorar comunicação entre colegas
COMO LEVAR A EDUCAÇÃO CONTINUADA PARA SUA EMPRESA As indústrias interessadas em levar um dos cursos da educação continuada para seus colaboradores podem procurar diretamente qualquer unidade do Sesi, localizadas na capital e no interior de Goiás. As turmas podem ser organizadas dentro da própria empresa ou nas unidades do Sesi, caso haja disponibilidade de espaço. Atualmente todos os cursos são gratuitos.
SERVIÇO Alguns dos cursos gratuitos oferecidos às indústrias
• Aprenda a clicar
• Otimização do tempo
• Produção textual
• Relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho
• Matemática aplicada
• Relacionamento interpessoal: eu e meus pares
• Educação orçamentária
• Cadeia produtiva da indústria sustentável
• Inglês
• Missão e visão da indústria
• Espanhol
• Posicionamento da indústria no mercado
• Aprendendo a conviver e respeitar as diferenças
• Sustentabilidade social
• Capacidade de empreender e inovar
• Libras
• Comprometimento e foco em resultados
• Automaquiagem
• Comunicação no ambiente de trabalho
• Educação para o trânsito
• Disciplina, organização e planejamento
• Atendimento
• Ética e conduta no trabalho
• Autoliderança
• Etiqueta profissional
• Comunicação
• Feedback como oportunidade de crescimento e aprendizagem
• Formação de líderes
• Nova ortografia da Língua Portuguesa
• 5S – uma ferramenta para qualidade
• Significado do trabalho: visão sistêmica e motivação
• Informática básica • Word • Excel
O melhor conjunto de informações estratégicas para a gestão de sua empresa A CMA possui o maior e mais completo conjunto de informações macroeconômicas, financeiras, de commodities e setoriais estrategicamente organizadas para áreas financeiras, tesourarias, de planejamento, inteligência de mercado e relações com investidores de empresas dos mais diversos setores da economia.
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GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014 //
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APL MÓVEIS | VALPARAÍSO DE GOIÁS
Ronaldo Menezes de Sousa: formalização do negócio foi mais um passo na estratégia de crescimento definida para a empresa
APL IMPULSIONA INDÚSTRIA MOVELEIRA Programa executado pelo Senai desde 2005 muda a cara do segmento em Valparaíso de Goiás. Volume de negócios tem aumento médio de 16%
de Goiás. De acordo com eles, não há como medir de forma absoluta o aumento do faturamento, mas há unanimidade quanto à melhora no volume de negócios – aumento médio de 16% – e evolução na organização financeira e no layout das oficinas.
Janaina Staciarini
B
asta dar uma volta por Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, para se deparar com pequenas marcenarias. Vocação do município, o ramo de movelaria tem se tornado cada vez mais pujante com o fortalecimento das empresas que ali já estavam e a chegada de outras, atraídas pelo avanço do segmento. Presente na região desde 2005, quando deflagrou as ações para o programa Arranjo Produtivo Local (APL) de Móveis, retomadas este ano, o Senai foi responsável direto por alavancar o segmento industrial e dar o pontapé inicial na criação da Cooperativa do Polo Moveleiro de Valparaíso de Goiás (Coopomoval), que busca dar sustentação ao setor. Alguns dos empresários participam desde o início das ações do Senai, destinadas a consolidar o cooperativismo, aprimorar empresas e competências de seus funcionários, ampliando o mercado moveleiro de Valparaíso
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Inovação na produção é legado das ações Atual presidente da Coopomoval e com 12 anos de experiência como empresário, Raimundo Miranda, proprietário da Daifah Marchetaria, ressalta o legado de missões técnicas desenvolvidas no âmbito do programa: “As viagens, visitas e cursos trouxeram inovações. Consegui isso vendo, através dessas viagens, o que está sendo feito no mercado fora daqui. Tenho tanta coisa guardada dessas experiênciaspara eu utilizar no futuro.” Sua empresa, assim como a maioria das outras em Valparaíso, atende principalmente ao mercado de Brasília. Ele produz móveis planejados e faz decoração de ambientes com o uso da marchetaria, arte ou técnica de ornamentar superfícies planas de móveis, painéis, pisos, tetos, com aplicação de materiais diversos. Miranda
sonha em implantar um projeto social para a comunidade. “Quero usar a marchetaria para melhorar a vida das pessoas carentes de Valparaíso”, afirma. Ele faz um trabalho com telas, que são ‘pintadas’ com a técnica, e pretende repassar esse conhecimento. “Isso seria feito por meio da cooperativa. O trabalho é muito gostoso de fazer e a comercialização é fácil. Além disso, tem o benefício para o meio ambiente, porque as telas são feitas com materiais que iriam ser descartados”, diz. Ele garante que, dependendo do tamanho, elas podem ser vendidas por até 500 reais.
Raimundo Miranda: “Quero usar a
marchetaria para melhorar a vida das pessoas carentes de Valparaíso”
Mudanças no mercado consumidor Proprietário da Di Art Móveis, Ronaldo Menezes, de 26 anos, já tem sete de experiência no ramo de movelaria e vê com bons olhos as mudanças no mercado consumidor de móveis: “Antes meu mercado era praticamente todo em Brasília. Hoje isso muda um pouco. A região do Entorno já corresponde a 30% dos nossos negócios.” Menezes atribui a
Gilberto Reinaldo da Costa:
“No momento estou fazendo armários para 72 apartamentos em Brasília, cada um deles 12 armários”
mudança na mentalidade e no comportamento de alguns moveleiros à parceria iniciada com a execução do APL pelo Senai. “Alguns consultores, do Sul, vieram para dentro da minha empresa, me proporcionando uma série de conhecimentos que eu não tinha. Ampliaram minha visão de atuação em longo prazo”, afirma. Ele destaca a produção do catálogo, em parceria com Senai, Prefeitura de Valparaíso e Ministério da Integração Nacional, por meio da Superintendência da Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco). “O catálogo Veleiros ficou lindo! Valeu demais como forma de divulgação de nosso trabalho. Teve também a exposição de nossos móveis, no shopping da cidade, que atraiu bastante gentee foi um evento muito importante para nos tornar mais conhecidos”, complementa.
MELHOR ESTRUTURA, MAIS ORGANIZAÇÃO Proprietário da Personline, atualmente com 32 funcionários, Gilberto Reinaldo da Costa talvez seja um dos mais experientes marceneiros de Valparaíso de Goiás. “Tenho 58 anos, 29 deles como marceneiro”, conta. Seu foco são móveis hospitalares, além de trabalhar como parceiro de uma construtora que venceu um processo licitatório e o contratou para fazer a parte de marcenaria. “No momento, estou fazendo armários para 72 apartamentos em Brasília, cada um deles 12 armários. É bastante coisa”, afirma.
Valdemar Faria de Oliveira, dono da Art Móveis, também elogia a atuação do Senai no APL moveleiro de Valparaíso. “Eu participo do projeto do Senai aqui desde o começo e percebi muita diferença. Nossa estrutura aqui era menor e mais desorganizada. Os consultores deram orientação de como deveria ficar o layout, onde era melhor colocar cada máquina”, diz o empresário, que tem em Brasília seu maior mercado consumidor.
O APL EM NÚMEROS, DESDE 2005 ▶▶ Mais de mil horas/aula em cursos,
palestras, seminários, assistência técnica e consultoria nas diversas etapas que envolvem a atividade moveleira, como desenho, marcenaria, acabamento e pintura de móveis, gestão de qualidade, análise de custos e meio ambiente, entre outras.
▶▶ Cerca de 140 pessoas, de 25 micros e pequenas empresas da região, participaram das atividades do APL.
▶▶ Aumento de volume de negócios de, em
média, 16% aos moveleiros atendidos pelo APL durante a atuação do Senai na cidade.
▶▶ Visitas técnicas a exposições de móveis e indústrias do setor,em vários estados.
▶▶ Produção da coleção de móveis “Paraíso
do Cerrado”, composta pelas linhas Pequi, Pitanga, Baru, Murici, Buriti e Araçá.
▶▶ Catálogo Veleiros, produzido a partir das peças da coleção.
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CAPA | O PRÓXIMO GOVERNO
Esforço conjunto: indústria espera receitas para desatar os nós, incluindo o emaranhado do sistema tributário, que têm imposto ao País índices tímidos de crescimento de sua economia
UM NOVO MODELO DE GOVERNO,
DESCOMPLICADO Empresários do setor industrial defendem investimentos em infraestrutura, educação, desburocratização e simplificação da legislação, com gestão mais eficiente de recursos públicos Lauro Veiga Filho
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Eleições
2014 Destravar esse nó e retomar o crescimento industrial e, portanto, da economia de forma geral – apontam lideranças do setor no Estado – exigirão extenso cardápio de medidas de curto, médio e longo prazo, combinando políticas de desoneração fiscal e de simplificação do sistema tributário e desburocratização, aceleração de investimentos em infraestrutura, educação e segurança pública, estabilização fiscal, melhorias na gestão dos gastos públicos e maior racionalidade fiscal. A aplicação dessas políticas, sustentam os líderes empresariais, deve ser iniciada já no primeiro dia dos governos que assumirão o poder nos Estados e em Brasília em janeiro. “Acima de tudo”, anota o presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, “espera-se que os novos governantes adotem um modelo descomplicado de gestão, eficiente e moderno, de forma a garantir que se mantenha um ambiente de negócios e de desenvolvimento social adequado e estimulador da produção.”
shutterstock
A
crise na economia é essencialmente a crise da indústria e, mais especificamente, na indústria de transformação, que vem enfrentando retração da produção e das vendas, queda da produtividade, encarecimento de custos e redução da competitividade, com crescente participação de bens industriais importados no mercado brasileiro e perda de mercados no exterior para terceiros países.
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CAPA | O PRÓXIMO GOVERNO
Custos da indústria sobem mais no Brasil Quaisquer que sejam as fontes dos dados, os indicadores disponíveis expõem a situação complicada em que a indústria brasileira se encontra. No final de agosto, o The Boston Consulting Group (BCG), num levantamento sobre os custos de produção do setor industrial em 25 países, mostrou que produzir hoje no Brasil ficou 23% mais caro do que nos Estados Unidos, economia utilizada como referência nesse trabalho. Em 2004, os custos brasileiros eram 3% mais baixos, numa avaliação que considera a relação entre os salários pagos pela indústria naqueles países, a produtividade do trabalho, o custo de energia e a taxa de câmbio, que tem favorecido as importações, no caso brasileiro. O País está atrás de concorrentes diretos, como México, Índia, China e Rússia, que apresentam custos inferiores aos dos EUA, o que explica em parte a perda de mercados lá fora pelas exportações brasileiras de bens manufaturados. Outro trabalho, divulgado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), com base em dados das Penn World Tables, que informam os custos do investimento em diversos países, tomando os EUA igualmente como base para comparação, mostra que investir no País tornou-se mais caro do que em diversos países relevantes. Entre eles, estão Rússia, Índia, China e África do Sul (que formam os Brics, juntamente com o Brasil), os tigres asiáticos, boa parte dos países europeus e mesmo aqueles que formam o G-7 (à exceção do Japão, onde os custos do investimento ainda eram mais elevados do que aqui dentro), além dos sul-americanos. 28
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Linha de produção de motores: custos em alta
DESINDUSTRIALIZAÇÃO GRADUAL Ainda de acordo com o Iedi, a produtividade do setor industrial brasileiro permanece estagnada desde 2011, tendência que voltou a ser observada no primeiro semestre deste ano, quando foi registrada variação de apenas 0,3% em relação à primeira metade do ano passado, nas estimativas do instituto. Não chega a ser surpresa, portanto, como aponta levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), realizado em conjunto com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), que o coeficiente de penetração das importações na indústria tenha atingido, no segundo trimestre deste ano, o nível mais elevado da série, passando a representar 21,8% do valor da produção industrial, diante de 15,9% no primeiro trimestre de 2010. Em outro reflexo da crise, a indústria de transformação tem reduzido
e produtividade estagnada afetam a competitividade da indústria brasileira, que perde espaço aqui dentro e lá fora
o porcentual de produtos processados diretamente pelo setor, com avanço equivalente da importância da revenda de produtos acabados na receita industrial bruta. A participação da receita com a revenda de bens importados e nacionais, que era de apenas 7% do faturamento bruto do setor em 2007, subiu para 12%, segundo dados da Pesquisa Industrial Anual do IBGE para 2012, o que caracteriza uma estratégia defensiva adotada pelo setor para tentar sobreviver, reduzindo a produção, mas preservando empregos até então.
Eleições
2014
“
Nossa expectativa quanto aos futuros líderes da Nação e do Estado de Goiás é, em primeiro lugar, que respeitem o equilíbrio dos gastos públicos, que trabalhem com planejamento, enxuguem a máquina pública” CARLOS ALBERTO MOURA, presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO)
Menos gastos, mais investimento Racionalidade nos gastos públicos, de forma a abrir espaço para o avanço dos investimentos, planejamento e organização nas ações dos governos em todos os níveis, com a criação de processos e procedimentos que forneçam ao setor privado alguma previsibilidade para planejar a atividade empresarial. Num resumo, essa é a expectativa da indústria da construção em relação aos governantes que assumirão o poder no Estado e na capital federal a partir de janeiro, na visão de Carlos Alberto Moura, presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO). “Nossa expectativa quanto aos futuros líderes da Nação e do Estado de Goiás é, em primeiro lugar, que respeitem o equilíbrio dos gastos públicos, que trabalhem com planejamento, enxuguem a máquina pública, reduzindo o número de secretarias e ministérios para que sobrem recursos para investimentos”, reforça Moura. Goiás em particular, prossegue o presidente do Sinduscon-GO, vem experimentando fase de crescimento robusto nos últimos anos, mas os investimentos públicos, especialmente em infraestrutura, “ainda se mostram insuficientes para atender à demanda”.
O caminho para avançar “ainda mais”, afirma Moura, deverá envolver, no País e no Estado, um esforço em algumas “frentes estruturantes”, envolvendo a reforma de legislações inadequadas ou “pouco adaptadas à realidade do mercado”, modernização da infraestrutura e de sistemas de tecnologia da informação, além da redução da burocracia excessiva na aprovação de projetos habitacionais.
GRUPO PARA ANÁLISE DE PROJETOS Estudo recente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC),
segundo Carlos Alberto Moura, mostrou que o excesso de burocracia chega a encarecer em até 12% o custo final de um imóvel. A demora na aprovação dos projetos funciona como um tiro no próprio pé, já que atrasa o recolhimento de impostos, com impacto negativo sobre a arrecadação tanto nos municípios quanto no Estado. “Para se ter uma ideia, hoje para aprovar um projeto imobiliário de grande porte em Goiás se demora pelo menos 24 meses, enquanto que em São Paulo e Maringá, por exemplo, o mesmo empreendimento teria sua aprovação concluída em 60 e 40 dias, respectivamente”, aponta Moura. Como sugestão prioritária, o Sinduscon-GO defende a criação de um grupo especial para análise de projetos imobiliários, a exemplo do que já se faz em São Paulo, onde o Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais (Graprohab), formado por representantes do governo e da iniciativa privada, centraliza todos os procedimentos e a análise de empreendimentos no setor. “A mesma providência pode e deve ser implantada tanto no Estado quanto nos municípios goianos.”
Canteiro de obra da
construção: setor espera racionalidade nos gastos públicos e mais investimentos
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CAPA | O PRÓXIMO GOVERNO
Parcerias e mobilidade urbana Além de reivindicar a retomada dos investimentos no setor elétrico no Estado, por meio da Celg, o Sinduscon-GO entende ser necessária reestruturação também da Saneago, considerada pelo sindicato “ineficaz operacionalmente” para suprir toda a demanda do Estado, assim como a de novos empreendimentos empresariais, ao enfrentar “problemas gerenciais e infraestrutura insuficiente”. Carlos Alberto Moura reclama da lentidão nos procedimentos para liberação de Atestados de Viabilidade Técnica Operacional (AVTOs) e de aprovação dos projetos, considerados por ele como “verdadeiros gargalos aos empreendedores”. A adoção de parcerias público-privadas para projetos de habitação de interesse social, sustenta ainda o presidente do Sinduscon-GO, contribuiria para melhorar a qualidade de vida das famílias, “garantindo o direito à moradia e dignidade à pessoa humana”. Moura sugere a desoneração e concessão de incentivos fiscais ao setor da construção, a exemplo do modelo contemplado pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). A agenda dos eleitos, prossegue Moura, deve incluir também como prioridade investimentos em infraestrutura urbana, mobilidade e transporte coletivo, prevendo investimentos na implantação de BTs (Bus Rapid Transit) nos eixos Norte-Sul e Leste-Oeste, na capital do Estado, “aumento e melhoria da manutenção da malha rodoviária em todo o Estado”, conclusão do anel viário de Goiânia e extensão do subsídio ao transporte público para “todos os municípios estratégicos do Estado”. 30
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Heribaldo Egídio:
“Ver de fato a Ferrovia Norte-Sul em pleno funcionamento é uma grande expectativa de nossos empresários”
Tempos difíceis à frente O presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo), Heribaldo Egídio, antecipa tempos difíceis para a economia nos próximos dois anos, diante da necessidade de ajustes nos rumos da política econômica, o que tenderá a influenciar negativamente a atividade. Entre as medidas que poderão estar a caminho, a depender do ânimo dos próximos governantes e do ambiente político depois das eleições, incluem-se aumentos de tarifas e de preços da gasolina e do diesel, com impactos sobre os custos de frete e a inflação, além de reflexos sobre a taxa de câmbio. Também não está descartado, acrescenta Egídio, possível aumento nas tarifas de energia elétrica. As empresas do setor farmacêutico em Goiás, ressalta o presidente do Sindifargo, estão apreensivas em relação ao comportamento do câmbio, que vinha em alta nas semanas finais de setembro, já que boa parte dos insumos e matérias-primas utilizadas pela indústria no processo produtivo é importada da China, da Índia, dos Estados Unidos, da Alemanha e Holanda, entre outras regiões.
“Com possibilidade de desvalorização do real frente ao dólar, nossos custos tendem a subir com o encarecimento das importações”, sublinha Egídio. O governador eleito para o período de 2015 a 2018, avalia ele, terá entre outros o desafio de assegurar um sistema elétrico “com uma rede de distribuição compatível com o exigido pelas indústrias e por seus planos de expansão e modernização do parque industrial”, atendendo de forma adequada também às novas empresas que vierem a se instalar no Estado.
DE VOLTA, A “GUERRA FISCAL” Será preciso ainda desatar o nó dos incentivos fiscais, vencendo a insegurança jurídica provocada pelo risco de condenação desses estímulos pela Justiça, e enfrentar a questão da reforma do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de forma a não penalizar a economia do Estado, entende Heribaldo Egídio. “O Fórum Empresarial e o governo do Estado deverão atuar firmemente, em conjunto com os governos dos Estados das regiões Norte e Nordeste,
Eleições
2014
no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), para tornar vitorioso o entendimento de que o melhor para a continuidade do desenvolvimento é manter as alíquotas do ICMS em 12% nos Estados das regiões menos desenvolvidas e em 7% nas operações interestaduais para o Sul e Sudeste”, defende Egídio.
Fechadas as urnas, acredita ele, no novo Congresso, será iniciada a “guerra” entre Sul e Sudeste de um lado da trincheira e Centro-Oeste, Norte e Nordeste do outro. “A pauta do governo estadual e de nossos representantes na Câmara e no Senado deverá considerar que a manutenção dos incentivos fiscais é de suma
importância, assim como a reforma tributária”, afirma Egídio, para quem o País enfrenta “uma carga tributaria altíssima, o que não condiz com nossa realidade, e não há resposta para a população em saúde, educação e segurança diante do volume que se arrecada”.
Novo terminal de passageiros de Goiânia: obras continuam, mas não há previsão para início da operação no aeroporto
Nova âncora para o crescimento A ausência ou volume baixo de investimentos em infraestrutura está entre as reclamações da indústria farmacêutica, que cobra a conclusão da plataforma logística multimodal, do aeroporto de cargas de Anápolis, assim como do novo terminal aeroportuário de Goiânia, da duplicação das mais importantes rodovias que cruzam o Estado. “Ver de fato a Ferrovia Norte-Sul em pleno funcionamento é uma grande expectativa de nos-
sos empresários”, acrescenta Heribaldo Egídio. Vencida a fase de ajustes, que tendem a marcar os dois primeiros anos da nova administração federal, Egídio acredita que os investimentos em infraestrutura, em volume e com a celeridade necessários, poderão se transformar em uma “nova âncora para o crescimento da economia”. A agenda proposta pelo Sindifargo,
além da conclusão das obras inacabadas, do enxugamento da máquina pública, nos níveis estadual e federal, e das reformas tributária e política, inclui a destinação de mais recursos para saúde e educação, “com escolas profissionalizantes de qualidade, com valorização dos nossos professores”, e a criação de condições que permitam a redução dos juros de forma permanente, abrindo espaço para a estabilização do câmbio. GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014 //
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Eleições
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CAPA | O PRÓXIMO GOVERNO graves em sua história, como resultado principalmente da política de congelamento virtual dos preços da gasolina, limitando a expansão de receitas, causando o achatamento de margens, redução de investimentos e avanço do endividamento. “A situação é muito preocupante com o fechamento de várias unidades produtoras e outras em recuperação judicial”, constata ele.
Usina Jalles Machado, em Goianésia: setor
sucroalcooleiro reclama regras claras e transparentes para definir seu papel na matriz energética brasileira
Otávio Lage de Siqueira Filho: “A proposta da atual gestão tem dado certo para Goiás e espero que o governador eleito continue com esses projetos”
No Estado, medidas no caminho certo “Acredito que Goiás está no caminho certo. O Estado tem crescido e se desenvolvido. Os investimentos em infraestrutura, principalmente na malha viária e a construção do aeroporto de cargas, são importantíssimos para facilitar a logística”, afirma Otávio Lage de Siqueira Filho, presidente dos sindicatos da Indústria de Fabricação de Etanol e Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar). Para ele, o governo estadual tem desenvolvido ainda “ações importantes para atração de capital e de investimentos e, com isso, gerado mais empregos”, assim como tem destinado investimentos para a educação, assegurando “destaque nacional” para o Estado nesta área. “A proposta da atual gestão tem dado certo para Goiás e espero que o governador eleito continue com esses projetos”, afirma Siqueira Filho. Na esfera federal, ao contrário, o empresário e ex-prefeito de Goianésia defende uma “grande mudança”, com menor nível de intervenção do governo na área econômica. Siqueira Filho afirma que o setor sucroenergético enfrenta atualmente uma das crises mais 32
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PARA O PAÍS, FALTAM POLÍTICAS DE LONGA DURAÇÃO A expectativa é de que o governo federal defina com urgência, por meio de regras claras e transparentes, qual o papel a ser desempenhado pelo setor de cana, açúcar e etanol na matriz energética nacional. “Esperamos que o próximo presidente reconheça a importância estratégica do setor na geração de empregos, na produção de energia limpa e renovável, na redução de importação de petróleo e para a economia nacional, contribuindo com o superávit da balança comercial”, sustenta Otávio Lage de Siqueira Filho. Um caminho para restaurar a confiança no futuro da economia, prossegue
o presidente do Sifaeg/Sifaçúcar, é criar condições para que as leis de mercado possam prevalecer, com a adoção ainda de políticas de longa duração que façam “com que o investidor acredite no governo e que haverá uma constância na legislação”. Em sua avaliação, falta também uma política de desenvolvimento para o País, que contemple mudanças na área tributária, com desoneração de setores considerados estratégicos, a reforma da Previdência Social e melhor gestão dos recursos públicos. “Esses grandes programas sociais têm de acontecer, mas têm de ter também uma porta de saída, para não eternizar o estímulo à acomodação das pessoas”, declara.
ARTIGO
Proteção a terceirizados, uma necessidade
A
terceirização já é um fato no Brasil e no mundo. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que seis em cada dez indústrias que utilizam terceirizados afirmam que a principal dificuldade encontrada no processo é a insegurança jurídica tanto para o trabalhador quanto para os empresários. Mas essa insegurança jurídica pode e deve acabar. Em 2004, apresentei um projeto de lei que visa dar mais proteção ao trabalhador terceirizado. É o PL 4330, que há dez anos tramita no Congresso Nacional e desde então vem sofrendo mudanças, para melhor. Dos 22 artigos, 19 são em benefício do trabalhador. Com o texto, o terceirizado deixará de ser um trabalhador de segunda categoria, assegurando todos os direitos dos contratados pela CLT e ainda terá garantias extras, como a exclusiva cláusula anticalote, que obriga a prestadora de serviço a depositar antecipadamente parte do valor de seu contrato para assegurar o pagamento dos funcionários nos casos de rescisão. As empresas também serão beneficiadas com mais segurança jurídica. É claro que temos de reconhecer que a grande maioria delas paga os salários em dia e todos os diretos dos trabalhadores, como férias, 13º salário, etc. Mas com a nova lei elas saberão o custo real do trabalhador terceirizado e terão uma redução grande no número de pendências trabalhistas. Mas o projeto ainda não foi aprovado porque não há um consenso no que pode ou não ser terceirizado. A polêmica chegou ao Supremo Tribunal Federal, já que não há uma lei que regule o tema no País. Hoje, os 12 milhões de terceirizados, que com suas famílias representam mais de 40 milhões de pessoas, contam apenas com a súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho. Acredito que, ao analisar o mérito da questão, o STF vai pôr fim a essa insegurança jurídica e acabar com empresas fantasmas e com os chamados “gatos”, os intermediadores de mão de obra que não pagam os direitos traba-
“
O PL 4330/2004, DEPOIS DE CONVERTIDO EM LEI, VAI REDUZIR EM 30% AS EMPRESAS INIDÔNEAS E ACABAR COM A PRECARIZAÇÃO NO BRASIL. AS BOAS TERCEIRIZAÇÕES IRÃO SOBREVIVER COM SEGURANÇA JURÍDICA” SANDRO MABEL Deputado federal (PMDB/GO)
lhistas, não concedem nenhum benefício, não recolhem à Previdência Social e ainda mancham a imagem do Brasil. Além disso, dará melhores condições para todas as pessoas que estudam, se especializam e prestam serviços. Elas poderão montar suas empresas e serem donas do próprio negócio, recebendo mais do que um simples assalariado. Os reflexos para o Brasil não poderiam ser melhores: mais investimentos, modernização da economia, aumento do mercado, elevação da produtividade, geração de emprego e redução dos riscos. A repercussão geral vai servir para julgar todos os 15 mil recursos que aguardam decisão e, ainda, fará pressão no TST e na Câmara Federal para decidir sobre a terceirização. E não é só isso. O PL 4330/2004, depois de convertido em lei, vai reduzir em 30% as empresas inidôneas e acabar com a precarização no Brasil. As boas terceirizações irão sobreviver com segurança jurídica, o que vai beneficiar tanto as empresas quanto os trabalhadores. Estou otimista, esperançoso de que este projeto será apreciado o quanto antes. Por isso, temos de nos mobilizar, sair às ruas e exigir os direitos dos trabalhadores terceirizados. A aprovação da lei vai beneficiar não apenas os 40 milhões de brasileiros, mas toda uma nação. Por isso, estamos trabalhando arduamente, debatendo o assunto com trabalhadores e empresários, na busca de um consenso mínimo que atenda todos os anseios dos envolvidos. GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014 //
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E-SOCIAL
DÚVIDAS E APREENSÃO COM O eSOCIAL
Indústria quer prazos mais amplos para se adequar às exigências do novo sistema, que o governo pretende implantar integralmente até o próximo ano
O
Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), projeto desenvolvido pelo governo para facilitar a vida das empresas e assegurar direitos aos trabalhadores ao consolidar essas informações em meio eletrônico, será de fato uma ferramenta “útil e necessária para todos, empresas, empregados e governo, no futuro.” A avaliação é do advogado Rafael Lara Martins, sócio do escritório Rodovalho Advogados, presidente do Instituto Goiano de Direito do Trabalho e consultor de relações trabalhistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para a advogada Amelina Moraes do Prado, sócia do escritório Mendonça, Moreira & Prado Advogados Associados e especialista em Direito Previdenciário pela Universidade Cândido Mendes, cumpridas as adequações ao novo sistema, no médio e no longo prazos, as empresas tendem a enfrentar custos mais baixos e menores despesas com uma esperada redução de reclamações trabalhistas.
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Amelina Moraes do
Prado: exigências podem gerar desequilíbrios, afetando mais fortemente empresas de menor porte
Neste momento, no entanto, o processo de implantação do eSocial tem provocado mais apreensão e dúvidas no meio empresarial do que qualquer outra coisa, acentuam Martins e Amelina.“Vejo as empresas ainda não preparadas para o eSocial, assim como o setor de tecnologia da informação (TI) e também o governo. O Ministério do Trabalho, a Previdência e a Receita Federal não estariam ainda prontos para colocar o sistema em prática”, sustenta o especialista. Nada mais razoável, na visão da indústria, do que conceder prazos mais longos para a instalação completa do eSocial. Em princípio, todas as etapas para a implantação do sistema deverão estar concluídas até o final do próximo ano, mas os prazos apenas começam a ser contados a partir da divulgação da versão 1.2 do Manual de Orientação do eSocial (MOS), considerado pelo governo como “marco inicial do cronograma do projeto”, acompanhado do controle de alterações, e do Manual de Especificação Técnica do XML, versão 1.0. Mas esse material ainda estava em fase de elaboração pelo Comitê Gestor do eSocial, composto por representantes dos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE), da Previdência Social, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), da Caixa Econômica Federal, que fala pelo Conselho Curador do FGTS, e Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).
Cristiano Borges
Treinamento e tecnologia Entre outros acertos, a operação do eSocial exigirá a conciliação e unificação de todos os cadastros das empresas e do Programa de Integração Social (PIS), assim como será necessário investir na informatização integral e na integração dos setores de recursos humanos, contabilidade, jurídico e financeiro das empresas, observam Rafael Lara Martins e Amelina Moraes do Prado. De acordo com ela, as empresas terão ainda de treinar “mão de obra qualificada para o lançamento dessas informações em observâncias às exigências do eSocial, a fim de se evitar conflitos de dados e consequentes penalidades”. “Hoje há divergências significativas entre os diversos cadastros e o governo deveria, em primeiro lugar e antes de qualquer outra providência, unificar as informações entre os diversos órgãos do setor público, uniformizando a linguagem entre eles”, aponta Martins. Em sua avaliação, o governo está transferindo ao setor privado uma responsabilidade que deveria ser exclusivamente dele. Como a medida obriga todas as empresas, qualquer que seja seu porte, “inclusive as incluídas no Simples Nacional, a cadastrar todas as informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas em um sistema único integrado”, retoma Amelina, isso pode criar desequilíbrios. “As realidades de micro, médias e grandes empresas são desiguais. E algumas operam em localidades onde o acesso à internet é complicado ou inexistente”, acrescenta Martins.
RELAÇÕES ENGESSADAS O excesso de exigências, aliado ao prazo exíguo, ao contrário do pretendido pela iniciativa do governo, pode levar em-
Rafael Lara: governo transfere a empresas privadas responsabilidades que deveriam ser exclusivamente do setor público
presas para a informalidade, o que reforça a necessidade de dilatação dos prazos, considera Martins. Amelina aponta, por sua vez, que uma simples discrepância entre informações trabalhistas e ou de natureza previdenciária bastaria para a aplicação de multas e outras penalidades pela fiscalização federal. O registro de funcionários com data retroativa, prática disseminada no setor privado, dado o número de documentos e exames exigidos, não será mais possível, registra Amelina, assim como não
haverá mais a possibilidade de negociar o parcelamento e mesmo a venda das férias, acrescenta Martins. “Na prática, isso vai engessar a possibilidade de negociação entre empregados e empregadores. A legislação trabalhista em geral, na verdade, não obedece às vontades das partes”, avalia o advogado.
OS PRAZOS DO E-SOCIAL ETAPA
PRAZO
Publicação do Manual (versão 1.2)
Ainda sem previsão
Fase de preparação (do governo e das empresas)
Após a publicação do Manual Duração da fase de preparação: seis meses Após o período de preparação e a disponibilização
Fase de testes
do ambiente de testes Duração da fase de testes: seis meses
Obrigatoriedade para médias e grandes empresas (faturamento superior a R$ 3,6 milhões por ano) Obrigatoriedade de implantação para micro e pequenas empresas
Após a conclusão da fase de testes Após a implantação para médias e grandes Data inicial aguardando definição pelo Comitê
Fonte: Rafael Lara Martins (OAB/GO 22.331)
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ICQ BRASIL
A BUSCA POR QUALIDADE
Fatima Aparecida dos Santos, da SIC: execução das atribuições da secretaria com excelência visando à satisfação do cliente
Certificação de sistemas de gestão da qualidade em órgãos públicos ajuda a organizar e racionalizar processos, com redução de custos e de tempo para usuários
O
processo de certificação de órgãos públicos, um dos focos da atuação do ICQ Brasil, órgão vinculado ao sistema Fieg, tem produzido resultados que beneficiam o usuário final, num universo que inclui contribuintes de forma geral e, numa avaliação mais específica, todo o setor empresarial, com descomplicação de processos, maior agilidade na prestação de serviços, economia de tempo e de custos. A implantação de um sistema integrado de gestão da qualidade, nos termos da norma NBR ISO 9001:2008, foi o caminho estrategicamente escolhido pela Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás (SIC) para aprimorar seu apoio ao desenvolvimento e à modernização do setor industrial goiano, de forma mais ampla, e à competitividade do conjunto de micro e pequenas empresas, além de estimular a mineração em Goiás. “Somos a única secretaria com sistema de gestão da qualidade implantado e certifi-
Renato Manata
Júnior, da Saneago: processo de melhoria contínua, com aumento da vazão captada e redução de perdas
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cado em todos os processos”, comenta Fatima Aparecida dos Santos, presidente da Comissão Permanente do Sistema de Gestão da Qualidade da SIC. Certificado desde dezembro de 2011, concluindo um processo iniciado em 2005, o sistema tem produzido “melhoria contínua dos processos, redução de desperdício, obtenção de melhores resultados, otimização dos custos e disponibilidade dos produtos e serviços e atendimento à legislação vigente”, afirma Fátima. Em sua avaliação, “por ser um órgão público, o primeiro benefício alcançado é execução de nossas atribuições com excelência visando à satisfação do cliente, nossa missão principal”.
APROVAÇÃO EM TORNO DE 96% A padronização de documentos e a organização dos fluxos de processos, aliadas à provisão de recursos humanos e financeiros, trouxeram um incremento nos indicadores de satisfação do cliente, com índices em torno de 96%, apurados em pesquisas diretas e por processo executado, de acordo com Fátima. O sistema de gestão, que exige aperfeiçoamentos contínuos ao longo do tempo, abriu aos gestores o acesso a dados e subsídios fundamentais para a tomada de decisões. A SIC, que atualmente busca acreditação pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) de seu laboratório de ensaios cerâmicos, acredita ainda que a adoção de um sistema certificado de gestão da qualidade ajudou a incrementar a atração de investimentos privados para o Estado, “com implantação de novas indústrias, expansão das já implantadas, maior geração de empregos e melhoria da renda e qualidade de vida do cidadão”.
Sistemas de água e esgoto certificados A Saneamento de Goiás S.A. (Saneago) teve seu sistema de gestão da qualidade certificado pelo ICQ Brasil em julho deste ano, cobrindo as redes de captação e tratamento de água dos sistemas João Leite e Meia Ponte, em Goiânia, Anápolis, Santa Helena, Goiatuba, cidade de Goiás, Itumbiara e Formosa, além da coleta e análise de água e esgoto na capital do Estado. Os sistemas certificados, observa Renato Silva Manata Júnior, gerente da Qualidade e Desenvolvimento Organizacional da empresa, “foram avaliados por diagnóstico para atender aos requisitos da Norma NBR ISO 9001:2008”. Durante os trabalhos de implantação do sistema, as plantas escolhidas receberam nova pintura e melhorias nos processos de captação e produção de água, “como também otimização de floculadores, decantadores, filtração e aplicação de produtos químicos”, detalha Manata Júnior. Também foi realizada a revisão detalhada de toda a documentação relativa aos sistemas que seriam certificados, com investimentos ainda em treinamento e melhorias operacionais.
MAIOR CONTROLE NA OPERAÇÃO As melhoras no setor operacional e a organização de documentos e registros, diz o gerente, “promoveram uma operação controlada, onde as medições, inspeções e ensaios, assim como a manutenção preventiva, foram tratados de forma sistêmica”. O sistema de gestão facilitou a correção de não conformidades apontadas por auditorias internas e externas e tem promovido “melhorias contínuas como aumento da vazão captada, diminuição de perdas pela manutenção hidráulica, melhoria do produto distribuído, segundo parâmetros especificados pelo Ministério da Saúde”, completa Manata Júnior. Principal foco do negócio,
diz ele, “o cliente também foi beneficiado com controle e padronização, o que promoveu melhoria da produtividade e da qualidade do serviço, possibilitando melhor atendimento”.
Sob normas internacionais Em março do ano passado, o Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) tornou-se o primeiro em sua área em todo o País a ter seus serviços certificados no âmbito da ISO 9001:2008, seguindo normas internacionais de qualidade em sua preparação para “enfrentar os desafios do século 21”, afirma Camila Sampaio Nunes, supervisora de Planejamento e Qualidade do instituto. A implantação do sistema de gestão da qualidade, prossegue Camila, resultado de 12 anos de esforços em busca da excelência na assistência ao servidor, exigiu “muito trabalho, dedicação e de-
Camila Sampaio Nunes, do Ipasgo: normas
internacionais de qualidade para “enfrentar os desafios do século 21”
terminação”, envolvendo o corpo de funcionários e a alta direção do órgão, “pois tratava-se de uma mudança radical de como os processos passariam a ser executados”. Atualmente, o Ipasgo registra “90 assuntos de processos mapeados e rastreáveis e mais de 440 documentos controlados e padronizados”, o que facilita o trabalho interno, “possibilitando a prestação de serviço com qualidade superior aos nossos mais de 600 mil usuários e mais de 4 mil prestadores”, detalha Camila. “Estamos atentos e em constante aprimoramento e aperfeiçoamento de nossos processos, para garantirmos sempre a eficiência de nossa gestão”, ressalta. GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014 //
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COSMÉTICOS
Missão empresarial à Colômbia: empresários e técnicos goianos tiveram espaço exclusivo na feira Belleza y Salud em Bogotá
RUMO AO MERCADO INTERNACIONAL Indústrias goianas investem na reestruturação e expansão de suas operações no Estado para dar suporte a estratégias de internacionalização
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ão por acaso, indústrias goianas de cosméticos miram a Colômbia, onde participaram, em agosto, da feira Belleza y Salud, realizada em Bogotá, entre 12 e 26 de agosto. O mais recente relatório da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) prevê aumento na faixa de 5% para o Produto Interno Bruto (PIB) daquele país neste ano, saindo de 4,7% em 2013 e praticamente 4% em 2012. Numa economia em crescimento vigoroso, perspectivas de negócios, especialmente no setor de cosméticos, um dos escolhidos para concentrar o apoio do governo local no planejamento estratégico, desenhado juntamente com a Asociación Nacional de Empresarios de Colombia (Andi) para as pró-
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ximas décadas, despertam o interesse e o apetite também da indústria goiana. A internacionalização está nos planos da Natu Life, da Wydet Cosméticos e da CM Indústria e Comércio de Cosméticos, dona da marca Blant Colors de esmaltes. Buscar oportunidades em novos mercados é uma das opções, mas as empresas do setor querem ainda desenvolver alternativas de negócios que lhes permitam driblar as flutuações da economia brasileira e dar alguma estabilidade ao próprio negócio. “Não queremos depender apenas do mercado brasileiro”, afirma Wélio Moura, diretor da Natu Life, que mantém 220 produtos em seu portfólio, inclusive para tratamento capilar e para o corpo, higiene bucal e íntima e perfumarias. Neste ano, a empresa participou pela primeira vez como expositora da feira Belleza y Salud e apresentou ao mercado local a linha Marula, de cosméticos para o corpo, um aromatizante bucal à base de própolis e a linha Cap Life, para cabelos, num total de oito a dez produtos, conforme Moura.
CIN/FIEG NO COMANDO A missão prospectiva a Bogotá foi organizada nacionalmente pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias de Estado de Goiás (CIN/ Fieg), com colaboração dos centros do Pará, da Bahia, do Paraná e do Rio Grande do Sul e parcerias com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Apex Brasil e da Rede CIN. Participaram da missão, além de pessoal técnico e de suporte, 23 empresários do Paraná, da Bahia, do Pará, do Rio Grande do Sul, de São Paulo e Goiás, que participou com seis indústrias – Seiva Rara, Natu Life, Wydet, Toolon, Vitalife e Nutriex. As empresas puderam expor e, no caso daquelas já com registro sanitário local, demonstrar seus produtos no estande brasileiro na feira, além de participar de encontros de negócios, visitas guiadas a centros comerciais e às instalações da Natura em Bogotá, e de palestra na Invima, órgão responsável pela regulação do setor de medicamentos e cosméticos.
Estande do Brasil na feira Belleza y Salud, em Bogotá: Colômbia é foco de indústrias goianas
A primeira proposta de negócio “O mercado boliviano é muito promissor, o país está em crescimento e isso pode despertar boas oportunidades de negócios”, afirma Wélio Moura, da Natu Life, que já está negociando propostas para vender seus produtos em Bogotá, com possibilidades de atingir os mercados de Chile, Peru, Venezuela, Equador e região do Caribe. A proposta, recebida pela empresa goiana no dia 12 de setembro, envolve a negociação de parceria comercial na área de distribuição com empresário colombiano que trabalha no segmento de produtos capilares. Os primeiros contatos foram realizados durante a edição deste ano da feira de Bogotá. “Ainda não exportamos, mas queremos iniciar logo nossa operação externa”, ressalta Moura. Antes disso, a Natu Life terá de concluir o processo de registro de seus produtos na Invima, similar à brasileira Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que poderá levar pelo menos um ano. Concluído todo o processo, Moura espera começar a exportar gel de arnica para massagem, produtos de sua linha de higiene íntima com a marca Sensação,
Wélio Moura, da Natu Life: conclusão de nova planta faz parte dos planos de internacionalização da empresa
além da linha Marula, de produtos para o corpo. No momento, a empresa atende a todo o mercado brasileiro, por meio de distribuidores regionais e consultoras de beleza, produzindo um total de 250 mil itens por mês e empregando 48 funcionários no Polo Empresarial de Aparecida de Goiânia.
PRONTA PARA NOVOS VOOS Entre 2012 e 2013, a Natu Life cumpriu um período de transição, saindo do Bairro Capuava, em Goiânia, onde ocupava uma área de 648 metros quadrados, para um terreno de 3 mil m2 no Polo Empresarial. “Montamos toda nossa estrutura e estamos prontos para levantar voo e internacionalizar a operação, posicionando nossas marcas também no mercado externo”, afirma Wélio Moura. Nos últimos seis anos, a empresa investiu em torno de R$ 3 milhões exclusivamente com recursos próprios, sem qualquer apoio do setor público, faz questão de ressaltar Moura. Neste ano, a despeito das dificuldades numa economia em desaquecimento, a Natu Life espera crescer ao redor de 8% a 10% na comparação com o ano passado. GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014 //
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COSMÉTICOS
Neila Maria Gonçalves Martins, da Wydet: planos para iniciar exportações a partir do próximo ano
Novo endereço, novas metas A Wydet Cosméticos também mudou de endereço, ganhou musculatura e esperar iniciar as exportações para Bogotá até dezembro próximo, segundo sua diretora, Neila Maria Gonçalves Martins. Em setembro, a empresa concluiu a construção de sua nova planta e da sede própria no Polo Empresarial Goiás, em Aparecida de Goiânia, num investimento de R$ 1,2 milhão, realizado com recursos próprios. A empresa saiu de uma área total de 1,2 mil m2, incluindo 600 m2 de edificações, para outra de 4,7 mil m2, com área construída de 1,4 mil m2, num projeto que compreendeu ainda a aquisição de mais um reator. O espaço agora disponível já foi pensado para contemplar 40
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futuras expansões, relata a empresária, que espera ampliar o quadro de pessoal em 20% ainda neste ano. A expectativa da empresa, que tem sustentado taxas de crescimento em torno de 10% ao ano, é ampliar produção e vendas em torno de 20% em 2014. “O início das exportações deverá impulsionar os negócios a partir de 2015”, espera Neila. A Wydet, que atualmente emprega 19 pessoas, marca presença na feira Belleza y Salud há três anos. A estratégia, afirma Neila, “foi fundamental para a prospecção de negócios em mercados fora do País. Não teríamos condições de participar desse processo se não fosse o apoio fundamental do CIN/Fieg e do Sebrae”, declara Neila.
LINHA AUXILIAR A Wydet já encaminhou à Invima toda a documentação exigida para o registro de seus produtos no mercado colombiano e vai concentrar suas apostas para aquele mercado na linha Rhenovy, que foi reestruturada há quatro anos, quando a Wydet foi adquirida. Indicado para aplicação em pés, mãos, joelhos e cotovelos, o produto auxilia no tratamento da disidrose, doença psicossomática de origem ainda não identificada e que causa erupções de bolhas nos pés e nas mãos.
Malas prontas para a Itália A CM Indústria e Comércio de Cosméticos Ltda., proprietária da marca Blant Colors de esmaltes e produtos para tratamento de unhas, prepara suas malas para embarcar rumo à Cosmoprof Bologna 2015, uma das maiores feiras mundiais no setor de cosméticos e perfumaria, prevista para a primeira semana de abril do próximo ano, determinada a exportar parte de sua produção para o mercado europeu. “Participamos da feira nos últimos dois anos, com o apoio imprescindível do CIN/Fieg e da Apex Brasil, visitando empresas e universidades em busca de informações, e identificamos uma tendência de crescimento da demanda
por produtos que exploram o conceito de cosméticos naturais”, elabora Tânia Cardoso, diretor de marketing da Blant. A partir das observações da empresária, a CM investiu no desenvolvimento de três novos esmaltes e de uma loção para tratamento e recuperação das unhas com base em nanotecnologia, dispensando o uso de produtos químicos, como tolueno e formaldeídos, embarcando na tendência mais naturalista em vigor no mercado externo. A linha Nanovitaly foi apresentada ao mercado durante a Beauty Fair, feira internacional de cosméticos realizada no início de setembro em São Paulo.
NANOTECNOLOGIA NO CARDÁPIO Além de destinar R$ 30 mil para o desenvolvimento da nova linha, a Blant espera finalizar em janeiro de 2015 o processo de expansão de sua planta, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia, num investimento em torno de R$ 1,5 milhão. A fábrica foi ampliada, com a instalação de um mezanino onde será produzida a linha de tratamento de pés e mãos. “Fizemos as adaptações com todos os parâmetros exigidos para a exportação”, comenta Tânia. Atualmente, a Blant produz 600 mil unidades de esmaltes por mês, num total de 84 cores, além de produtos para tratamento, empregando 18 pessoas. “A previsão é ampliar esse número para 30 a partir de janeiro, a depender da liberalização da nova linha pela Anvisa”, adianta Tânia.
Tânia Cardoso, os esmaltes da Blant e a linha Nanovitaly: investimentos em novos produtos e em loção a base de nanotecnologia
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MEMÓRIA | ROAN ALIMENTOS
PLANOS PARA CRESCER 60% EM DOIS ANOS ao financiamento de máquinas e equipamentos nacionais –, para instalar quatro baterias de silos em Leopoldo de Bulhões, com capacidade total para 640 mil sacas de milho (em torno de 38,4 mil toneladas). O novo conjunto de armazenagem vai substituir a unidade alugada pela Roan em Silvânia, que tem capacidade para receber 300 mil sacas (18 mil toneladas) e será devolvida assim que o novo parque estiver concluído, o epois de multiplicar seu tamanho em dez que está previsto para até dezembro deste ano. Além desvezes em quase três décadas, a Roan Alimentos, do empresário Valdenício Rodrigues de Andrade, se armazém, a Roan tem capacidade para 450 mil sacas já desenhou e colocou em execução seu mais recente pla(27 mil toneladas) em um conjunto de seis baterias de sino estratégico, que criará as bases para salto de mais 60% los instaladas na sede da companhia, no Distrito Agroinaté 2016. Nesse processo, Andrade estima investimentos dustrial de Anápolis (Daia), onde a empresa nasceu e se ao redor de R$ 20 milhões, incluindo a ampliação da cadesenvolveu a partir de 1985, data de sua fundação. Natural de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco, pacidade instalada de 270 para 430 toneladas por dia e a onde a família já explorava o negócio de processamento instalação de novos armazéns para dar suporte ao projeto de milho, com a empresa Cativa, Valdenício Rodrigues de expansão. de Andrade tomou naquela mesma época a decisão de De acordo com Andrade, a região de Anápolis e mudar para Anápolis e construir a nova empresa. “Já municípios vizinhos sofre com grande déficit de armazecomprávamos milho da região e os incentivos do Fomennagem, daí a necessidade de expandir a rede própria. No momento, a Roan Alimentos investe em torno de R$ 8 mitar (Fundo de Participação e Fomento à Industrialização do Estado de Goiás) também influenciaram na decisão”, lhões, com recursos da Agência Especial de Financiamenrelembra. to Industrial (Finame) – subsidiária do Banco Nacional de Inicialmente, a empresa, que entrou em operação de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dedicada 1986, ocupava uma área de 1.250 metros quadrados, gerando 12 a 15 empregos. “Fazíamos apenas a degerminação do milho e vendíamos canjica para a Cativa, em Pernambuco”, diz o empresário. Depois de 1989, a Roan passou a processar o milho integralmente na planta do Daia, lançando a marca Bonomilho, com a montagem de um moinho erguido com recursos do então Banco de Desenvolvimento de Goiás (BD-GO). “Começamos a produzir flocos de milho, mas a produção era pequena, entre 600 a mil toneladas por mês”. Atualmente, a Roan processa mais de 6 mil toneladas de milho mensalmente, emprega 140 funcionários, dos quais 110 diretamente. No varejo, os principais mercados da empresa estão nas regiões Centro-Oeste, Nor Portfólio: produtos da Roan Alimentos, que chegou a Anápolis em meados dos anos te e Nordeste, mas a Roan já começa a explorar o 1980 e conseguiu aumentar produção e empregos em dez vezes desde então Centro-Sul do País com sua linha industrial.
Dona da marca Bonomilho, a Roan Alimentos coloca em execução investimentos de quase R$ 20 milhões até 2016 e desembarca no Centro-Sul do País
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MADE IN GOIÁS | BIO AMBIENTAL
SEM MAU CHEIRO E SEM RISCOS Linha Biomix:
empresa goiana desenvolve novo produto para tratamento de efluentes industriais e domésticos
Bio Ambiental apresenta ao mercado seus dois mais recentes lançamentos, com produtos “100% ecológicos e não tóxicos” para residências e empresas
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Bio Ambiental Sistemas de Saneamento Ltda., fundada em Goiânia em 1997 para produzir e fornecer soluções ambientalmente sustentáveis e a baixo custo para tratamento de efluentes, recuperação de solos e mananciais, incrementa sua linha de produtos com o lançamento recente do Biopolímero BMX – R1 e da linha Biomix para tratamento de efluentes. O pipeline da empresa contempla ainda a linha Biomix Agroveterinária, voltada para a higienização de recintos, atualmente em fase de testes, de acordo com Renata Rabelo e Natalício Maia, respectivamente, assessora de comunicação e gerente comercial da empresa. Formulado com microrganismos ativos que previnem o entupimento da tubulação, reduzindo a carga orgânica e a gordura do sistema e eliminando maus odores, o produto desenvolvido para tratar efluentes está disponível no mercado varejista em embalagens de 250 e 500 gramas e de 2 quilos. Em sua versão industrial, a empresa oferece apresentações em 9 e 15 quilos. “O produto é 100% ecológico e não tóxico”, destaca Renata, acrescentando que “pode ser usado em pias, ra-
los, vasos sanitários, fossas e caixas de gordura, de maneira fácil e prática, sem ajuda de encanador”. O processo de tratamento, além de reestabelecer o funcionamento correto de todo o sistema, acrescenta a assessora, provoca redução na incidência de pragas de esgoto, como baratas e outros insetos. O Biopolímero – BMX R1 atua no “sequestro de odores de esgoto, de mau cheiro de banheiros, suor, tabaco, mofo, gordura”, assegura ela. Instalada no Setor Coimbra, em Goiânia, a empresa ocupa área de 1.850 metros quadrados, incluindo laboratório próprio e uma planta para a produção de 432 toneladas por ano de produtos biológicos para aplicação em saneamento básico, despoluição de córregos, lagoas e rios, biorremediação de solos e recursos hídricos contaminados por hidrocarbonetos. Com 23 empregados atualmente, a Bio Ambiental trabalha com três grandes linhas de produtos para o varejo e para a indústria, incluindo uma linha pet para higienização e controle de odores de recintos ou ambientes com animais, além de tratamento de esgoto doméstico e industrial. Associada à DBC Ltda. – USA desde 2004, por meio de uma joint-venture, a Bio Ambiental espera crescimento em torno de 30% neste ano, na comparação com 2013, quando superou a meta de produção e vendas, antecipa Maia, que prevê para 2015 a expansão das linhas de varejo e industrial para todo o País, com abertura de novos mercados. GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014 //
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GENTE DA INDÚSTRIA
// Renata Dos Santos
RESPONSABILIDADE SOCIAL / Felipe Inácio Alvarenga, coordenador de Responsabilidade Social da Consciente Construtora, participou da Conferência Ethos 360º, realizada no Golden Hall do WTC, em São Paulo, dias 24 e 25 de setembro. O encontro reuniu pensadores de campos empresariais e da sociedade civil do Brasil e do mundo em debates de temas como soluções sustentáveis e projetos com foco para ética e meio ambiente.
POSTURA NO TRABALHO /
As empresárias Sonia Bueno e Lucenir Teixeira
Marques (Baby Luz) inovam em investimento na qualidade de vida e saúde de seus colaboradores. Na fábrica de enxovais da dupla, na Cidade Jardim, em meio às produções de body, mantas e roupinhas de algodão, ganham espaço as palestras do quiropraxista Wolney Haas. Munido de uma prótese de coluna vertebral, o especialista explica aos trabalhadores as vantagens da boa postura e de cuidado especial com a coluna, pilastra do corpo. Ele lembra que, no Brasil, a dor na coluna é considerada a segunda maior causa de afastamento dos postos de trabalho, segundo um levantamento feito pela Universidade de Brasília em 2008.
ÁGUA MINERAL / Da necessidade diária à diversão, badalação e ao espor-
CERVEJAS ESPECIAIS / O Grupo Klaro entra no mercado de cervejas especiais.
te, a água mineral Goyá (Celso Cordeiro
A empresa goianiense já é referência nacional na qualidade de chope, líder de mer-
Rezende) marca presença nos merca-
cado em Goiás, no Distrito Federal, em Minas Gerais e São Paulo. A partir de outubro,
dos de Goiás, Minas Gerais, São Paulo,
a Klaro também passa a produzir cervejas nos estilos puro malte, weiss, viena, IPA e
Mato Grosso e Tocantins. O líquido cris-
stout. As fórmulas dos novos produtos foram desenvolvidas pelo mestre cervejeiro
talino brota entre pedras da nascente
do grupo, Edmilson Silva, com rótulo do designer gráfico André Rodrigues. A Klaro
de moderna indústria, em Bom Jesus
conta atualmente com três unidades fabris: Goiânia (matriz), Catalão e Ribeirão Preto.
de Goiás, e tem como diferencial a qualidade e o baixo teor em sódio. A água mineral encantou num coquetel recente do evento Aldeia Verde, criado para divulgar ações sustentáveis de produtos de acabamento para construção. As embalagens criativas personalizadas compuseram o belo cenário, criado pelo designer Marcos Naves, e refrescaram os convidados nos três dias de evento.
Robson Macedo, Edmilson Silva,
Wesley César, Reginaldo Mercez e Rodrigo Macedo na fábrica de Catalão: novidade no sabor e no aroma
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FOCO NOS CABELOS /
Giuliano
Montijo e Leônidas dos Santos (Liss Hair) nem esperaram o verão chegar para lançar sua nova linha de produtos elaborados com matéria-prima do Norte do Brasil: máscaras de hidratação, que prometem conquistar adeptas dos cabelos ondulados, tendência da nova estação. Eles garantem que os lançamentos chegam para impressionar da mesma forma que as linhas argan e botox, criadas como soluções pós-química para profissionais dos salões de beleza da capital e já distribuídas para vários
NA PISTA / O empresário Edmilson Ribeiro, um dos patrocinadores de Fórmula
Estados.
Truck – equipe de José Maria e Leandro Reis, de Goiânia –, em prova no Autódromo Internacional de Goiânia. Ele está ansioso para a próxima competição na capital, em dezembro, quando vai comemorar 15 anos de sua fábrica (QMC Industrial). Na indús-
INDÚSTRIA DE SOFTWARE /
tria, do segmento automotivo, situada no Polo Empresarial de Aparecida de Goiânia,
A empresária e publicitária Cristiany
são fabricados produtos para veículos leves e pesados, como a cera colorida, para
Jesus, durante coquetel de inauguração
polimento e cristalização de pinturas automotivas, além de aditivos para radiadores.
da Develop Store, este mês. Com baga-
Ele anuncia como grande novidade do ano o Arla 32, solução aquosa que reduz emis-
gem de anos de atuação nos mercados
sões de gases poluentes, de uso obrigatório por nova legislação brasileira.
de São Paulo, Uberlândia e Goiânia, ela e Joel Dasso
sua equipe especialista em TI agora comandam uma indústria de software que já atende diversos segmentos. Diferenciais como o tripé mapeamento, personalização e treinamentos após a entrega do produto chegam como inovação para garantir e mensurar resultados.
CAMA E MESA / Recém-chegada da Feira Brasileira de Móveis e Acessórios de Alta Decoração (Abimad), maior do segmento da América Latina, realizada em São Paulo no início deste mês, a empresária Silvia Heringer recebeu convidados em café da manhã, dia 27 de setembro. Ela lançou nos dois eventos a nova coleção de kits de cama e mesa. Para a temporada, desenvolveu estampas exclusivas em microfibra e em tecidos nobre como linho e veludo. Silvia Heringer, que participa da Abimad duas vezes por ano, ficou conhecida internacionalmente no evento em que realiza negócios com chilenos e mexicanos. GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014 //
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POR DENTRO DA INDÚSTRIA CASA CONSTRUÍDA EM CURSO É DOADA / Um curso de pedreiro de alvenaria, 22 pessoas qualificadas e a doação de uma casa, construída durante as aulas práticas, a um casal carente. O presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, vivenciou de perto essa história, ao participar, na pequena cidade de Uirapuru, no Norte Goiano, da entrega de certificados aos concluintes da qualificação profissional. A ação móvel foi desenvolvida pelo Senai, no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico
FIEG HOMENAGEADA / Durante sessão especial realizada em setembro,
e Emprego (Pronatec), em parceria com a prefeitura. Ao lado do prefeito
numa iniciativa do deputado Marlúcio Pereira (PTB), a Assembleia Legislativa
Ailton Amorim (foto), ele entregou
celebrou o Dia do Administrador, em solenidade que lembrou os 49 anos
a casa a Abadia Maria de Jesus e
de regulamentação da profissão. Entre os 50 profissionais que receberam
Pedro Manoel da Silva, que ainda
certificados de reconhecimento, foram homenageados o presidente da Fieg,
ganharam móveis e eletrodomésticos
Pedro Alves de Oliveira, o presidente da Fieg Jovem, Leandro Almeida, e o
doados pela população.
coordenador técnico da Fieg, Welington Vieira (Na foto com Pereira).
CENTRO-ATLÂNTICA INVESTE / A VLI, braço logístico da Vale, responsável pela operação da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), apresentou projeto para construção de uma trincheira para veículos no cruzamento da linha férrea com a GO-330, na área do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), com recursos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT). A operadora logística da Vale investirá ainda na implantação de um pátio para integração da FCA com a Ferrovia Norte-Sul (FNS), também no Daia, e na construção, até 2016, de um terminal integrado de cargas em Uruaçu, com capacidade para 3,2 milhões de toneladas por ano, num investimento de R$ 154 milhões.
CERTIFICAÇÃO / A Carta Fabril, localizada no Distrito Agroindustrial de
EQUIPLEX APOIANDO O ESPORTE PARAOLÍMPICO / A atleta de tênis
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Anápolis (Daia), recebeu a certificação NBR ISO 9001– Sistema de Gestão de Qualidade – conferida pelo ICQ
de mesa Jane Rodrigues (foto), que é
Brasil, concluindo um trabalho de 18
patrocinada pela empresa Equiplex
meses, que envolveu todos os níveis
Indústria Farmacêutica, conquistou
da empresa.“Nós sempre tivemos
a medalha de bronze no Campeonato
uma política de qualidade arrojada e
Mundial de Tênis de Mesa realizado na
não queríamos um certificado para
China na primeira quinzena de setembro.
colocar na parede mas algo que
Jane é conhecida como a “garota das
pudesse fazer uma transformação na
Américas” por ter conquistado quadro
empresa e nós conseguimos chegar
medalhas de ouro em parapans. O
a este objetivo”, comemorou Vitor
próximo passo é conquistar uma vaga
Leonardo Coutinho, vice-presidente
para as Paraolimpíadas Rio 2016.
de operações da Carta Fabril.
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GIRO PELOS SINDICATOS F I E G R EG I O N A L
UMA DÉCADA E MEIA DE BONS RESULTADOS / A Fieg Regional Anápolis completou, em setembro, 15 anos de atuação, desempenhando papel destacado de apoio ao processo de industrialização na região, com apoio da representação de seis sindicatos patronais sediados no município – Sindicato das Indústrias de Alimentação de Anápolis (SindAlimentos), Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sicma), Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis (Simmea), Sindicato das Indústrias do Vestuário de Anápolis (Siva), Sindicato das Indústrias Cerâmicas do Estado de Goiás (Sindicer/GO) e Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo).
VITRINE DO DESENVOLVIMENTO / Atualmente presidida pelo empresário Wilson de Oliveira, a Fieg Regional Anápolis faz a ligação entre o Sistema Fieg e o setor industrial na região, atuando em articulação com sindicatos, entidades do setor e indústrias. “A Regional, com o Sistema Fieg e os sindicatos das indústrias, ao longo dos seus 15 anos, tem uma grande folha de serviços prestados ao processo de industrialização de Anápolis e região, assim como tivemos também, aqui no município, na década de 1950, a primeira escola do Senai, um marco fundamental para que Anápolis seja o que é hoje, ou seja, uma vitrine de desenvolvimento no Brasil”, ressalta Oliveira.
VISITA À BABY MANIA / O presidente da Fieg Regional Anápolis, Wilson de Oliveira, visitou recentemente, a empresa Baby Mania, localizada no Distrito Agro Industrial de Anápolis (Daia). Ele foi recebido pelo empresário Melquíades Filho (na foto à direita, com Oliveira). Durante o encontro, o diretor falou sobre os estudos e projetos de expansão da indústria, hoje com capacidade para produzir até 40 milhões de unidades por mês nas linhas de higiene pessoal, infantil e adulto.
MELHORIAS E AMPLIAÇÃO / Para incrementar sua atuação e a prestação de serviços, a Fieg Regional Anápolis promoveu reunião com presidentes e diretores dos seis sindicatos filiados para discutir adequações na estrutura física e administrativa da entidade e questões relacionadas à qualificação de mão de obra. Participaram do encontro, além do presidente da regional, Wilson de Oliveira, que também preside o SindAlimentos, Heribaldo Egídio e Marçal Soares, do Sindifargo; Álvaro Maia, do Sicma; Jair Rizzi, do Siva; Robson Braga, do Simmea; e Itair Nunes de Lima Junior, diretor do Sindicer/GO.
SI N DT R I G O
SIM P L A GO
BENEFÍCIOS FISCAIS / O Sindicato dos Moinhos de Trigo
EXTRUSÃO E RESINAS / O Sindicato das Indústrias de
da Região Centro-Oeste (Sindtrigo) reuniu-se em setembro com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para negociar o apoio dos produtores à proposta do sindicato que busca ampliar a concessão de incentivos fiscais a todas as empresas que comercializam trigo internamente, com redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas operações domésticas. A Faeg, em princípio, não vê problema em apoiar o projeto, que terá ainda que ser apresentado ao governo do Estado.
Material Plástico no Estado de Goiás (Simplago), em parceria com a Braskem e o Senai Goiás, realizou palestra sobre extrusão na Escola Senai Canaã, com participação de associados do sindicato, trabalhadores do setor e alunos do curso de impressão gráfica do Senai, num total de 110 participantes. Foram abordados os temas Equipamentos para Extrusão de Filmes, com o palestrante Rodrigo Gonçalves, representante da Carnevalli; e Resinas de Alta Performance para Produção de Embalagens Flexíveis, com Patrícia Krey , representante da Braskem. GOIÁS INDUSTRIAL // Outubro 2014 //
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GIRO PELOS SINDICATOS SIFA E G/ SIFA ÇÚ CA R
FÓRUM NACIONAL / O presidente do
SI MEL G O
MEDALHA AQUINO PORTO / O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Goiás (Simelgo) homenageou sete personalidades (foto) por relevantes serviços prestados à indústria do setor, com a outorga, no dia 19 de setembro, da Medalha de Honra ao Mérito Ministro Aquino Porto, em solenidade realizada na Casa da Indústria. A mais elevada condecoração oferecida pelo sindicato, já em sua oitava edição, foi entregue a Gilson Apolinário Alencar (sócio da Contel), Gleibe Rodrigues Marques (sócio da Termoquímica), Humberto Rodrigues de Oliveira (superintendente do IEL), Jávier Godinho (jornalista da Fieg), José Eusébio Neto (sócio da JN Cortes e Metais de Catalão), Manoel Xavier Ferreira Filho (diretor-superintendente do Sebrae) e Nilton Marques (sócio da EMB Transformadores).
Fórum Nacional Sucroenergético (FNS) e presidente-executivo dos sindicatos da Indústria de Fabricação de Etanol e de Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/ Sifaçúcar), André Rocha, tomou posse em São Paulo como membro do Fórum Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e passou a integrar, ainda, o Conselho Setorial da Indústria (Cosin).“É um reconhecimento da importância que o setor de produção de etanol, açúcar e bioeletricidade tem na economia brasileira”, afirma André Rocha.
CICLO DE PALESTRAS / Com o objetivo de proporcionar qualificação na rotina empresarial, o Simelgo promoveu no início de outubro a terceira edição do seu Ciclo de Palestras, com o tema “Os enunciados do Ministério do Trabalho e Emprego e o que afeta no dia a dia do RH e empresários”, com o advogado tributarista, assessor jurídico do Simelgo e consultor da CNI, Rafael Lara Martins.
S I N D I C E R/ GO
SICM A
INCIDENTE EM CATALÃO / Em
CONSTRUÇÃO SOCIAL / O Dia
reunião do Sindicato das Indústrias Cerâmicas no Estado de Goiás, o empresário Laerte Simão, vicepresidente da entidade, lamentou “ação truculenta” promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário de Catalão e da Região Sudeste de Goiás (Sintracom) e pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (Simecat) contra o empresário Osmar Rodovalho, proprietário da Cerâmica Catalão, localizada no município. “Referida atitude é inadmissível e incompatível com a política sindical do Sindicer/GO. Jamais concordaremos com o uso de agressões, sejam elas físicas, psíquicas ou morais, como forma de pressão para negociação de direitos coletivos”, destacou nota de repúdio do sindicato.
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Nacional da Construção Social, realizado pelo Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sicma), contou com a participação da prefeitura do município e de suas secretarias, instituições de ensino superior e do Sistema Fieg, Caixa Econômica Federal, Engecom, entre outras entidades. O presidente do Sicma, Álvaro Maia (foto), e o presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, discursaram na abertura do evento, ressaltando a importância da união entre os empresários e a classe trabalhadora.
SI N DI FA R G O
OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO / Anápolis recebeu a visita de representantes da UK Trade & Investment, que atua no Brasil junto à sede do Consulado-Geral Britânico, em São Paulo. Raquel Kibrit e James Stherland apresentaram para um grupo de empresários e lideranças do segmento produtivo as vantagens e oportunidades de investimentos no Reino Unido. O evento (foto), sob a chancela do Consulado Britânico, foi realizado com apoio do Sindifargo e da Fieg Regional Anápolis. De acordo com Raquel Kibrit, o trabalho desenvolvido em Goiás tem como principal foco mostrar que as empresas do Estado podem se tornar mais competitivas e globais e explorar o mercado internacional a partir do Reino Unido
GRUPO DE EXCELÊNCIA / O Sindifargo instituiu o Grupo de Excelência em Rastreabilidade, integrado por Viviane Desideri (HalexIstar), primeira presidente; Marçal Henrique Soares, segundo presidente; Alexandre Henrique Del Duca Souza (Vitapan), primeiro vice-presidente e Gustavo Carvalho Rodrigues (Hypermarcas), segundo vice-presidente (foto). O objetivo do Grupo de Excelência é acompanhar a Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa (RDC54), que institui o sistema de rastreabilidade no Brasil e prevê um prazo de dois anos para apresentação de três lotes pilotos de cada indústria e três anos para sua efetiva implementação.
INVESTIMENTO EM ANÁPOLIS / O Sindifargo recebeu, em Goiânia, diretores da Bispharma, uma das líderes no segmento de fabricação de bisnagas de alumínio para o envase de produtos farmacêuticos no País, que estuda o investimento na instalação de uma planta em Anápolis, segundo maior polo de medicamentos do Brasil e que reúne em torno de 25% dos parceiros comerciais do grupo. Os diretores da Bispharma, Luis Roberto Sdoia e Gabriel Sdoia, foram recepcionados pelo presidente executivo do sindicato, Marçal Henrique Soares, que articulou os encontros na Fieg e na Secretaria de Estado de Indústria e Comércio.
VIGILÂNCIA SANITÁRIA / A Casa da Indústria, em Goiânia, sediou em outubro o Seminário Vigilância Sanitária em Goiás, realizado pelo Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com apresentação do diretorpresidente da Anvisa, Dirceu Brás Aparecido Barbano, e da superintendente de Vigilância em Saúde em Goiás, Tânia da Silva Vaz.
SI ND AL I M E N TO S
SIGE GO
PROJETOS DO SESI / O diretor regional do Senai e superintendente do Sesi, Paulo Vargas, em reunião (foto) do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Anápolis (SindAlimentos), apresentou resposta a duas reivindicações encaminhadas pela entidade, relacionadas à implantação do comitê pró-melhoramentos da Vila Jundiaí Industrial e de uma unidade para atendimentos em saúde e segurança do trabalho direcionada para os trabalhadores do Daia. “Numa reunião produtiva, tivemos resposta objetiva em relação às reivindicações de nosso setor”, avaliou Wilson de Oliveira, presidente do SindAlimentos.
IMPRESSÃO DIGITAL / Numa parceria entre o Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de Goiás (Sigego), Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Regional Goiás (Abigraf/GO) e Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG), a MBM realizou, em setembro, a palestra Impressão Digital, Tendências e Novos Mercados, no Mercure Hotel, em Goiânia, com o consultor da ABTG Ricardo Minoru Horie.
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SINDICATOS SINDICATOS COM SEDE NA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
Av. Anhanguera, nº 5.440, Edifício José Aquino Porto, Palácio da Indústria, Centro, Goiânia-GO, CEP 74043-010 SIAEG Sindicato das Indústrias de Alimentação no Estado de Goiás Presidente: Sandro Antônio Scodro Mabel Fone/Fax: (62) 3224-9226 siaeg@terra.com.br SIEEG Sindicato das Indústrias Extrativas do Estado de Goiás e do Distrito Federal Presidente: Domingos Sávio Fone (62) 3212-6092 - Fax 3212-6092 sieeg@sistemafieg.org.br SIGEGO Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de Goiás Presidente: Antônio de Sousa Almeida Fone (62) 3223-6515 - Fax 3223-1062 sigego@sistemafieg.org.br SIMAGRAN Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais do Estado de Goiás Presidente: Eliton Rodrigues Fernandes Telefone: (62) 3225-9889 simagran@sistemafieg.org.br SINCAFÉ Sindicato das Indústrias de Torrefação e Moagem de Café no Estado de Goiás Presidente: Carlos Roberto Viana Fone (62) 3212-7473 - Fax 3212-5249 sincafe@sistemafieg.org.br SINDIAREIA Sindicato das Empresas de Extração de Areia do Estado de Goiás Presidente: Gilberto Martins da Costa Fone/Fax (62) 3224-8688 sindiareia@sistemafieg.org.br SINDCEL Sindicato das Indústrias da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia no Estado de Goiás Presidente: Célio Eustáquio de Moura Fone: (62) 3218-5686 / 3218-5696 Sindcel.go@gmail.com SINDIALF Sindicato das Indústrias de Alfaiataria e Confecção de Roupas para Homens no Estado de Goiás Presidente: Daniel Viana Fone (62) 3223-2050 SINDIBRITA Sindicato das Indústrias Extrativas de Pedreiras e Derivados do Estado de GO, TO e DF Presidente: Flávio Santana Rassi Fone/Fax (62) 3213-0778 sindibrita@sistemafieg.org.br SINDICALCE Sindicato das Indústrias de Calçados no Estado de Goiás Presidente: Elvis Roberson Pinto Fone/Fax: (62) 3225-6402 sindicalce@sistemafieg.org.br
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SINDICARNE Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Goiás e Tocantins Presidente: José Magno Pato Fone/Fax (62) 3229-1187 e 3212-1521 sindcarn@terra.com.br SIMELGO Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Goiás Presidente: Hélio Naves simelgo@sistemafieg.org.br Fone/Fax (62) 3224-4462 contato@simelgo.org.br SIMPLAGO Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado de Goiás Presidente: Olympio José Abrão Gestor executivo: Giovanni Souto Fone (62) 3224-5405 simplago@sistemafieg.org.br SINDICURTUME Sindicato das Indústrias de Curtumes e Correlatos do Estado de Goiás Presidente: João Essado Fone/Fax: (62) 3213-4900 sindicurtume@sistemafieg.org. SINDIGESSO Sindicato das Indústrias de Gesso, Decorações, Estuques e Ornatos do Estado de Goiás Presidente: José Luiz Martin Abuli Fone: (62) 3224-7443 sindigesso@sistemafieg.org.br SINDILEITE Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás Presidente: Joaquim Guilherme Barbosa de Souza Fone (62) 3212-1135 / Fax 3212-8885 sinleite@terra.com.br SINDIPÃO Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no Estado de Goiás Presidente: Luiz Gonzaga de Almeida Fone: (62) 8422-4022 sindipao@sistemafieg.org.br SINDIREPA Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de Goiás Presidente: Sílvio Inácio da Silva Telefone (62) 3224-0121/ 3224-0012 sindirepa@sistemafieg.org.br SINDMÓVEIS Sindicato das Indústriasde Móveis e Artefatos de Madeira no Estado de Goiás Presidente: Pedro Silvério Pereira Fone/Fax (62) 3224-7296 sindmoveis@sistemafieg.org.br SINDTRIGO Sindicato dos Moinhos de Trigo da Região Centro-Oeste Presidente: André Lavor P. Barbosa Fone (62) 3223-9703 sindtrigo@sistemafieg.org.br
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SININCEG Sindicato das Indústrias de Calcário, Cal e Derivados no Estado de Goiás Presidente: Alcir Mendonça Júnior Fone/Fax (62) 3223-6667 sininceg@sistemafieg.org.br SINPROCIMENTO Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de Goiás Presidente: Luiz Ledra Fone (62) 3224-0456/Fax 3224-0338 siac@sistemafieg.org.br SINDQUÍMICA-GO Sindicato das Indústrias Químicas no Estado de Goiás Presidente: Jaime Canedo Fone (62) 3212-3794/Fax 3225-0074 sindquimica@sistemafieg.org.br SINVEST Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Goiás Presidente: José Divino Arruda Fone/Fax (62) 3225-8933 sinvest@sistemafieg.org.br
OUTROS ENDEREÇOS SIAGO Sindicato das Indústrias do Arroz no Estado de Goiás Presidente: José Nivaldo de Oliveira Rua T-45, nº 60 - Setor Bueno CEP 74210-160 - Goiânia - GO Fone/Fax (62) 3251-3691 siagoarroz@hotmail.com SIFAÇÚCAR Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar do Estado de Goiás Presidente: Otávio Lage de Siqueira Filho Presidente-Executivo: André Luiz Baptista Lins Rocha Rua C-236, nº 44 - Jardim América CEP 74290-130 - Goiânia - GO Fone (62) 3274-3133 / Fax (62) 3251-1045 SIFAEG Sindicato das Indústrias de Fabricação de Etanol no Estado de Goiás Presidente: Otávio Lage de Siqueira Filho Presidente-Executivo: André Luiz Baptista Lins Rocha Rua C-236, nº 44 - Jardim América CEP 74290-130 - Goiânia- GO Fone (62) 3274-3133 e (62) 3251-1045 sifaeg@terra.com.br SIMESGO Sindicato da Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico do Sudoeste Goiano Presidente: Heitor de Oliveira Nato Neto Rua Costa Gomes, nº 143 Jardim Marconal CEP 75901-550 - Rio Verde - GO Fone/Fax (64) 3623-0591 simesgo1@hotmail.com
SINROUPAS Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas em Geral de Goiânia Presidente: Edilson Borges de Sousa Rua 1.137, nº 87 - Setor Marista CEP 74180-160 - Goiânia - GO Fone/Fax: (62) 3088-0877 sinroupas@yahoo.com.br SINDUSCON-GO Sindicato das Indústrias da Construção no Estado de Goiás Presidente: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior Rua João de Abreu, 427 - St. Oeste CEP 74120-110 - Goiânia- GO Fone (62) 3095-5155 contato@sinduscongoias.com.br
SINDICATOS/ANÁPOLIS Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Jundiaí, Anápolis/GO - CEP 75113-630 Fone/Fax: (62) 3324-5768 e 3324-5997 fieg.regional@sistemafieg.org.br SINDALIMENTOS Sindicato das Indústrias da Alimentação de Anápolis Presidente: Wilson de Oliveira sindalimentos@sistemafieg.org.br SICMA Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis Presidente: Álvaro Otávio Dantas Maia sicma@sistemafieg.org.br SINDIFARGO Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás Presidente: Heribaldo Egídio Presidente-Executivo: Marçal Henrique Soares sindifargo@sistemafieg.org.br SIMMEA Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis Presidente: Robson Peixoto Braga simmea@sistemafieg.org.br SINDICER-GO Sindicato das Indústrias de Cerâmica no Estado de Goiás Presidente: Laerte Simão sindicergo@sistemafieg.org.br SIVA Sindicato das Indústrias do Vestuário de Anápolis Presidente: Jair Rizzi siva@sistemafieg.org.br Senhor empresário: A FIEG é integrada por 36 sindicatos da indústria, com sede em Goiânia, Anápolis e Rio Verde. Conheça a entidade representativa de seu setor produtivo. Participe. Você só tem a ganhar.