julho | dezembro de 2014 · edição 14 · ano 7
Ideia da sustentabilidade chega ao consciente coletivo As grandes mudanças preconizadas para o século 21 estão consubstanciadas em uma nova relação entre a humanidade e o meio ambiente CORES
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ÍNDICE
CARTA AO LEITOR
Paolo Aguilar EFE
Ideias novas para um mundo em transformação Inovação é peça-chave para ajudar as empresas a enfrentarem os desafios da era moderna, que ultrapassam a questão da transformação industrial e do desenvolvimento de novas tecnologias, referindo-se hoje à criação de soluções para o aperfeiçoamento dos modelos atuais de produção. O conceito evoluiu com os tempos e hoje busca assegurar os ganhos sociais e ambientais, e ainda desenvolver mecanismos de proteção ambiental que tornem os negócios sustentáveis. Em muitas empresas, o sentimento de inovação está moldando uma nova forma de comunicação com os stakeholders, mais direta, inclusiva e colaborativa. As empresas descobrem que ao adotarem uma postura ética, clara e transparente no que diz respeito a seus objetivos e compromissos, estão fortalecendo a legitimidade social de suas atividades. E essa é, sem dúvida, a melhor estratégia para responder aos clamores da sociedade por uma atuação politicamente correta. Aquelas que já incorporaram a responsabilidade social empresarial (RSE) ao sistema de gestão, notadamente se tiverem enquadradas nos quesitos e princípios das normas NBR 16001 e ISO 26000, com certeza estarão se destacando nesse novo cenário que se descortina no século 21 e terão mais facilidades de se adaptarem aos novos tempos. Chama atenção, as empresas que aproveitam a linguagem das redes sociais para inovar. O especialista em comunicação para a sustentabilidade Ernesto Van Peborgh conta que algumas gigantes do mercado estão usando a colaboração para criar produtos e processos diferenciados. No livro Redes – O Despertar da Consciência Planetária, ele reforça a importância das ferramentas digitais para conectar os agentes de transformação a serviço da sustentabilidade. “Mídias sociais, enquanto plataforma colaborativa para produção de conhecimento podem promover as mudanças necessárias para atingirmos o desenvolvimento sustentável”. Ernesto aponta as redes sociais como meio para transformar a estrutura do conhecimento – até então hierarquizada – e assim criar as tecnologias que ajudarão a solucionar os problemas cada vez mais complexos enfrentados pela humanidade. A valorização das liberdades individuais, o livre pensar e a necessidade de intervir para mudar situações desfavoráveis ao conjunto da população têm levado mais e mais pessoas a usar as redes sociais para a troca de experiências, dados e informações. Não por outra razão, que esta é chamada a Era do Conhecimento.
20ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
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Presidente da Fieg
Pedro Alves de Oliveira fala sobre o trabalho desenvolvimento pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás em apoio aos sindicatos e às empresas, e dos compromissos que pautarão a agenda da diretoria eleita para os próximos quatros anos
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CRIAÇÃO, PRODUÇÃO E PUBLICIDADE
Pedro Alves de Oliveira
Presidente do Conselho Temático de Responsabilidade Social Antônio de Sousa Almeida
Superintendente
José Eduardo de Andrade Neto cores@sistemafieg.org.br (62) 3219.1419
Gerente de Comunicação Geraldo Neto
www.sintesecom.com.br sintese@ sintesecom.com.br
Edição
Márgara Morais
(62) 9971.1118
margaramorais@gmail.com
CORES
Colaboração
Graciana Rizério
É fácil compreender a importância que se dá ao tema “sustentabilidade” hoje. O cenário de aquecimento global e restrição de recursos naturais, combinados com uma sociedade em processo de construção de uma consciência ambiental induzem a uma mudança profunda nos modos de vida e produção. As empresas com a visão da responsabilidade social estão participando do esforço coletivo de superar esse, que é o maior desafio imposto no caminho da humanidade, e tentam se reinventar.
28 Entrevista
da REDAÇÃO sintese@sintesecom.com.br
PUBLICAÇÃO
Sustentabilidade é o debate mundial em curso
Artigos Susana Simões Leal Prepare-se para mudar Antônio de Sousa Almeida Degradação ambiental atinge nossos rios Elizabeth Cristina da Costa Sua empresa pratica responsabilidade social? Ricardo Voltolini 29 qualidades para um líder em sustentabilidade Christiano Verano Indústria cultural produz bens sustentáveis Leulair Mendes Responsabilidade social fortalece princípios e valores
Conselho Editorial
Luciana Machado Márgara Morais Antônio de Sousa Almeida Leandro Gondim Silva Edilaine Pazini Nelson Anibal Lesme Orué
Projeto gráfico Bruno Galiza
Design gráfico Henrique Funari
Fotografia
Sílvio Simões; Arquivos da Fieg-Ascom e empresas
Impressão
Gráfica Kelps
Tiragem
5 mil exemplares
* Publicação dirigida e distribuição gratuita. As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.
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Prepare-se para mudar Por Susana Simões Leal
Estamos no fim de 2014 e no limiar de 2015, isto significa que estamos no início do século XXI, e mais que isso, em plena travessia do segundo para o terceiro milênio. Somos uma geração de migrantes do passado que, de forma despreparada, adentra no futuro. O sentimento é que tudo o que aprendemos precisa ser repensado, que algo novo está começando e não conseguimos entender de onde veio. Na verdade, existe uma mudança em curso que avança inexoravelmente. Em todos os continentes, em todas as nações existem efervescências criativas, uma profusão de iniciativas locais no sentido da regeneração econômica ou social, ou política, ou educacional, ou tudo ao mesmo tempo. O fato é que no pano de fundo está uma revolução cognitiva, ética ou mesmo existencial, como afirma o educador e filósofo Edgar Morin. É nessa esteira, e para atender às demandas de um novo milênio, que nasce o Programa LIS – Lideranças Inovadoras para Sustentabilidade. O programa foi idealizado colaborativamente, numa parceria entre a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), uma das mais tradicionais universidades do país e da América Latina, e pesquisadores em educação para sustentabilidade do NEF (Núcleo de Estudos do Futuro) e a catedrática Ignacy Sachs. Dirigido aos profissionais de diversos setores, sua proposta pedagógica oferecerá ao participante a possiblidade de vivenciar dinâmicas de aprendizagens variadas, por meio de saberes distintos, de descobertas coletivas e compartilhadas. O LIS foi concebido nos mesmos princípios, valores e na visão humanista defendida e praticada pela PUC-SP, os quais também norteiam as atividades do NEF e da catedrática Ignacy Sachs. Juntas, essas iniciativas educacionais contribuem para a formação de cidadãos comprometidos com
Somos uma geração de migrantes do passado que, de forma despreparada, adentra no futuro a construção de um mundo mais equilibrado nos aspectos social, ambiental e econômico, conforme afirma um dos seus coordenadores acadêmicos, Arnoldo Hoyos. Considerando a existência de um mundo em rápido processo de transformação, em que governos buscam (re)construir um ambiente global sustentável; que os cidadãos vivem hoje em estado de alerta; as cidades enfrentam uma crescente escassez de recursos naturais, urbanização desenfreada, crises sociais e econômicas provenientes das mudanças climáticas; os consumidores mais informados, conectados e conscientes, exigem melhores serviços e produtos das empresas; e as lideranças empresariais começam a enxergar a necessidade de serem mais resilientes e de adquirirem novas competências para este novo ambiente. O LIS busca ser um espaço que ofereça condições para emergir em cada participante a consciência e o compromisso de lidar com os desafios e as oportunidades desse novo tempo. O LIS nasce de uma experiência com lideranças empresariais realizada em Pernambuco, o programa Lidera (Lideranças Empresariais para um Nordeste Sustentável), que a partir de 2005 produziu quatro bem-sucedidas edições, por meio do Instituto Ação Empresarial pela Cidadania de Pernambuco. Vivendo-se um contexto desafiador neste início de século, é vital que as lideranças estabeleçam novos paradigmas de pensamento, de consciência e de práticas nas decisões empresariais, os quais possibilitem a criação de negócios economicamente viáveis, social e ambientalmente sustentáveis para o Brasil e para o planeta. Essa busca passa por processos de transformações individuais, vivências que estimulam descobertas, instigam a
revisão de vida e o autoconhecimento. O LIS busca ajudar cada participante a descobrir o seu lugar no novo mundo que aí está e fazer esta travessia para o futuro. O Instituto C&A, outro parceiro nesta iniciativa - nas palavras de Cristiane Felix - lembra que a inovação e a sustentabilidade estão relacionadas a processos provocativos, os quais permitem compartilhar aprendizados e participar de dinâmicas onde o aprender juntos de alunos, professores e parceiros se transforma numa oportunidade valiosa – especialmente para as organizações globais, como é o caso da C&A, empresa com mais de 160 anos, que vive e se relaciona diariamente com pessoas de países e de culturas tão diversas, e visa manter a sustentabilidade no cerne de sua missão. Sim, o século XXI não vai esperar que a geração do Século XX tome a iniciativa de rever seus paradigmas de pensamento para que as mudanças ocorram. Elas já estão em curso. No século XX, a urbanização e os avanços na medicina fizeram a população saltar de 1,6 bilhão para 6,2 bilhões de pessoas, mesmo em meio a guerras e grandes epidemias. A cada ano, o mundo recebe 77 milhões de pessoas a mais. O total de habitantes que ainda cabe no planeta depende de uma combinação de fatores limitantes: da quantidade de alimentos que o homem pode produzir, do padrão de vida que a humanidade pode alcançar e da preservação que conseguirmos garantir para a natureza e a vida na Terra. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é provável que em 2050 tenhamos 9,3 bilhões de pessoas no planeta. Será que os migrantes do Século XX estarão entre eles? É provável que sim, porém, só aqueles que se abrirem para se adaptar às demandas deste novo mundo.
Susana Simões Leal (susanacsleal@gmail.com) é mestra em Educação para Sustentabilidade pela Plymouth University, membro do GT de Educação do Observatório do Recife e participante do grupo de pesquisadores do NEF, que idealizou o programa LIS CORES
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SEBRAE
Inovação é garantia de competitividade Sebrae Goiás oferece soluções que ajudam no desenvolvimento dos pequenos negócios, além de capacitar a empresa para atuar em nichos especializados do mercado Por Warlem Sabino Silvio Simões
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o procurar a ajuda do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Goiás), em 2012, o empresário Luis Gustavo Ferreira, de 35 anos, tinha como principal necessidade aumentar a captação de clientes. Para isso, precisava melhorar a comunicação e o processo de comercialização de sua empresa, a go!midias. O empreendimento trabalha com mídias para divulgação de outras marcas em locais com grande fluxo de pessoas e turistas. Dois anos após participar do Programa Sebraetec, o resultado surpreende: o portfólio de clientes cresceu 60% e, de carona, o fatura-
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mento aumentou na mesma proporção. Com a consultoria voltada a ampliar o conhecimento em tecnologia e inovação, Luis Gustavo desenvolveu o site da empresa que alavancou os negócios – o www.gomidias.com.br. Por meio do programa, ele viabilizou aproximadamente R$ 8 mil em subsídios para a construção da página on-line, um valor de que não dispunha na época. De lá para cá, também contratou um profissional terceirizado para cuidar do website. Segundo o empresário, a firma já existe há dez anos, mas a ampliação para as atividades de mídia foi feita há apenas dois anos. A empresa
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Elaine Moura, gerente de Inovação e Competitividade: “Sebraetec é uma forma rápida e econômica de se levar inovação para dentro do pequeno negócio”
Resíduos viram cosméticos
oferece produtos outdoor (balões, portais, torres, totens, dentre outros) e indoor (postais, sacos de pão, jogos americanos, bolachas de apoio de copo para bares). A primeira visão de mercado e formatação da ideia foi feita junto ao Sebrae Goiás. “O trabalho realizado pela entidade, que fornece informação e capacitação aos empresários, é muito importante. Para mim, foi excelente”, destaca o proprietário da go!midias, que é especialista em gestão de negócios e marketing empresarial. Sebraetec - O Programa Sebraetec aproxima micro e pequenas empresas dos setores de indústria, comércio, serviços e agronegócios da tecnologia e de centros tecnológicos. A consultoria subsidiada pelo Sebrae visa à melhoria de processos e produtos e/ou a introdução de inovações nas empresas ou no mercado. O Sebraetec atua em sete áreas: Design, Inovação, Produtividade, Propriedade Intelectual, Qualidade, Sustentabilidade e Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). “É uma forma rápida e econômica de se levar inovação para dentro do pequeno negócio”, destaca Elaine Moura, gerente de Inovação e Competitividade do Sebrae Goiás. O programa é destinado às microempresas, empresas de pequeno porte e produtores rurais. Os custos são subsidiados. Para os serviços tecnológicos básicos em Goiás, o Sebrae subsidia até 80% do valor total da contratação. Dentre as soluções aplicadas, destaques para aumento da produtividade, utilização racional de matéria-prima, redução nos custos de produção, melhoria do processo de produção, redução dos custos operacionais, melhoria na qualidade final do produto e aumento da competitividade da empresa no mercado. “É a melhor relação custo benefício do mercado. O custo é muito baixo para o nível de inovação e tecnologia que as empresas recebem. Sem falar que os empresários são acompanhados para que os melhores resultados sejam assegurados”, observa o gestor do Sebraetec em Goiás, Rodson Marden Witovicz.
Renan Accioly
Indústria de cosméticos vai reaproveitar resíduos de alimentos como matéria-prima e conta com o apoio do Sebrae para criar novos produtos
A Facinatus Cosméticos, com fábrica em Aparecida de Goiânia-GO, utiliza o Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), do Sebrae, para desenvolver novos produtos. E, dessa vez, a empresa deve aproveitar resíduos da indústria de alimentos, como sementes e óleos, para incrementar a produção. “Devemos usar material que, aparentemente, é descartável, para transformar em matéria-prima de nossos produtos”, explica Henner Santos Menezes, de 31 anos, sócio proprietário. O projeto de viabilidade produtiva está em desenvolvimento por meio da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG). “Nisso, o Sebrae Goiás foi fundamental, pois intermediou a parceria com a universidade”, destaca o empresário. Para investir na fabricação sustentável, a Facinatus participa do Edital Senai
de Inovação, que pode liberar recursos para ajudar a empresa produzir. “Uma agente local do Sebrae nos orientou sobre o edital, sua formatação e participação.” Segundo Henner, o atendimento do Programa ALI também apresentou um completo portfólio de soluções do Sebrae Goiás, que podem ser aplicadas na melhoria da gestão empresarial. “Logo, vamos aproveitar ainda mais os produtos e serviços que o Sebrae oferece para beneficiar empreendimentos”, ressalta. As ações de acesso ao mercado, por exemplo, já foram utilizadas pela Facinatus Cosméticos, fruto da parceria com o Sebrae. “Participamos pela primeira vez como expositores da Feira do Empreendedor, em 2014, em processo facilitado pela nossa proximidade com o Sebrae Goiás”, observa.
ALI une Sebrae e CNPq O Programa Agentes Locais de Inovação (ALI) é um acordo de cooperação técnica entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Sebrae, com o objetivo de promover a prática continuada de ações de inovação nas empresas de pequeno porte, por meio de orientação proativa e personalizada. Esta orientação é realizada por agentes bolsistas do CNPq e capacitados na metodologia para acompanhar um conjunto de empresas, definido estrategicamente pelo Sebrae. O programa tem abrangência nacional e está
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consolidado como estratégia de competitividade e diferencial competitivo para as empresas de pequeno porte. Os ALI visitam os empreendimentos, apresentam soluções e oferecem respostas às demandas do negócio. As mudanças geram impacto direto na gestão empresarial, na melhoria de produtos e processos e na identificação de novos nichos de mercado para os seus produtos. Podem participar empresas de pequeno porte (EPP), com faturamento anual entre R$ 360.000,01 e R$ 3,6 milhões, atuantes nos setores de indústria, comércio ou serviços.
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SAMA
Portas Abertas atrai atenção de visitantes de todo o país O ano de 2014 foi especial para a Sama. O programa, adotado no relacionamento da empresa com o público externo, levou milhares de visitantes à empresa COI-SAMA
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Sama Minerações Associadas, mineradora localizada em Minaçu, interior de Goiás, possui um programa de visitação à empresa: o Portas Abertas. Este recebe centenas de visitantes que querem conhecer de perto a única mina de amianto crisotila do Brasil. A visita possibilita o conhecimento dos processos produtivos da mineradora, além do principal diferencial da empresa, o uso seguro do crisotila. Em 2014, o Portas Abertas completou 10 anos, e ao longo deste período, mais de 16 mil pessoas conheceram a empresa. O programa recebe estudantes de diversas instituições de ensino de todo o país, moradores da comunidade de Minaçu e região, representantes de órgãos governamentais, empresários, jornalistas, visitas internacionais, dentre outros públicos. Entre as premissas da Sama está o relacionamento com a comunidade, no intuito de mostrar como são realizados os processos produtivos de asseguração da qualidade do amianto crisotila. Este ano, o Portas Abertas iniciou um trabalho de relacionamento com os fazendeiros circunvizinhos à mineradora e também com os caminhoneiros que realizam o transporte do amianto crisotila pelo Brasil. Wagner Calvo, gerente administrativo e financeiro da Sama, ressalta que o programa é importante para a consolidação da visão da opinião pública sobre o uso seguro do amianto crisotila. Para ele, a visita à mineradora ajuda a desmistificar a imagem que o público tem do produto. “A partir do momento em que os visitantes chegam à Sama eles compreendem como são nossos processos, e visualizam que trabalhamos em um ambiente saudável e seguro. Sendo assim, eles, como formadores de opinião, repassam esta impressão para a população, quebrando o paradigma de que o mineral é nocivo à saúde.” Relacionamento - Na ação de relacionamento com os fazendeiros foi reforçada a conscientização relativa a preservação da reserva ambiental da Sama. Principalmente para incentivá-los a serem fiscalizadores, evitando as queimadas e caça predatória na região. A maioria dessas famílias está na região há
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Programa Portas Abertas contabiliza mais de 16 mil pessoas em visita à empresa, situada em Minaçu-GO décadas e mesmo assim desconhecia a forma de trabalho da Sama com o uso seguro do crisotila. O Programa Portas Abertas forneceu informações para que estas pessoas sejam formadoras de opinião e defensoras do meio ambiente em que vivem e com o qual trabalham. A Sama mostrou que permanecerá aberta a uma parceria contínua com esse público, em especial, no intuito de manter o cuidado com a fauna e a flora da região. Durante o período destas visitas, 14 famílias das fazendas circunvizinhas estiveram na mineradora. “A Sama dá valor ao meio ambiente e quer mostrar para nós, os vizinhos, que vale a pena preservar a natureza”, enfatizou Antônio França, um dos fazendeiros.
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O uso seguro do amianto crisotila pela Sama pode ser presenciado por qualquer pessoa. A empresa mantém programa de visitas e é reconhecida por sua transparência, tecnologia adotada nos processos industriais e responsabilidade socioambiental
Artigo
Degradação ambiental atinge nossos rios Por Antônio de Sousa Almeida
A escassez de água em São Paulo, centro de nossa economia, repercutiu em todo o país, já que esta é uma ameaça a que outros estados estão sujeitos, se não tomarem providências urgentes para preservar o meio ambiente, com a recuperação dos rios e nascentes. Os rios têm sido vítimas de ações criminosas, praticadas de forma intensa, e que precisam ser revertidas com a conscientização do governo e da sociedade de que eles são o maior patrimônio que um povo pode ter, influindo diretamente na qualidade de vida, no equilíbrio do clima e na preservação de plantas e animais. Na lista de agressões e impactos estão o represamento ocorrido nos últimos dois séculos de muitos cursos d’água que cortam grandes centros urbanos, realizados em nome do “desenvolvimento” dos municípios. Ao canalizá-los, era possível aumentar as vias de transporte e os loteamentos, além de se eliminar, supostamente, o problema das enchentes, do esgoto e do lixo. As consequências da canalização dos rios se mostram mais caras hoje, do que se tivéssemos canalizado os esgotos anos atrás. Outras ações, mesmo que proibidas legalmente, continuam implicadas na degradação dos rios, dentre elas, a retirada de areia dos leitos para a construção civil, os desvios de cursos d’água e a captação clandestina; o aumento dos sistemas de irrigação; a pesca predatória, com o uso de redes e tarrafas, e a prática desta na época da Piracema, quando os peixes sobem os rios até suas nascentes para desovar. Os órgãos de fiscalização, com estrutura precária, ainda estão longe de acompanhar e reprimir os atos ilegais. A derrubada das matas ciliares e o desmatamento de florestas nativas que ocorrem sob os olhos passivos das autoridades, agravam ainda mais a situação. A quantidade de lixo que é jogada nos
O comportamento do consumidor é guiado por uma cultura ultrapassada, com a qual convivemos desde que Cabral descobriu o Brasil: a de que os recursos naturais são infinitos e que a água jamais faltará em nossas talhas rios também é alarmante, o contrário do que se poderia imaginar de uma sociedade moderna e evoluída. Em diversos locais, tornaram-se depósito de substâncias e materiais contamináveis e poluidores de todo tipo e espécie. O mau cheiro que exalam no trecho por onde correm reflete a degradação a que chegaram. O plano de gestão do lixo é essencial na despoluição dos rios, mas, infelizmente, a maioria dos municípios ainda não tem o seu, conforme determina a Lei nº 12.305/10, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), cujo prazo não foi cumprido e nem adiado pelo governo federal. Resta saber, se a destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos está mesmo na pauta de prioridades do Ministério do Meio Ambiente, estados e municípios, aos quais cabe fazer a gestão compartilhada do lixo com a participação do cidadão e dos catadores de materiais recicláveis. Por fim, a água que vem dos rios, após passar por tratamento de alto custo para se tornar potável para o uso humano, ainda é desperdiçada em grande parte em residências, principalmente, mas também nas indústrias que não fazem o tratamento de água e efluentes e que não reutilizam a água nas atividades produtivas, o que hoje é per-
feitamente possível. O comportamento do consumidor é guiado por uma cultura ultrapassada, com a qual convivemos desde que Cabral descobriu o Brasil: a de que os recursos naturais são infinitos e que a água jamais faltará em nossas talhas. Nas cidades, os problemas de abastecimento estão diretamente relacionados ao crescimento da demanda, ao desperdício e à urbanização descontrolada – que atinge regiões de mananciais. Na zona rural, os recursos hídricos também são explorados de forma irregular, além de parte da vegetação protetora das bacias serem frequentemente desmatadas para a realização de atividades ligadas à agricultura e pecuária. É urgente ao Brasil promover a educação ambiental, conclamar a população para o desafio de despoluidor os rios, realizar campanhas de conscientização, reprimir as práticas ilegais, desenvolver mecanismos eficientes de fiscalização e proteção ambiental. Precisamos de uma indústria preocupada com seus limites de exploração dos recursos naturais, com o uso racional desses recursos e comprometida com a sustentabilidade do ambiente de que desfrutam. A água é um bem que se renova com a natureza, mas é preciso cuidar da natureza para que tenhamos água.
Antônio de Sousa Almeida (antonio@kelps.com.br) é presidente do Conselho Temático de Responsabilidade Social da Federação das Indústrias do Estado de Goiás – Fieg – e do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado de Goiás – Sigego
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Quem é coruja faz projetos sustentáveis saírem do papel. Quem é coruja busca compromisso de verdade. É por isso que a Eternit acredita e investe em seu portfólio de produtos. Oferecer soluções cada vez mais inteligentes e sustentáveis nos inspira a crescer de forma responsável. Para qualquer projeto, Goiás pode contar com a marca da coruja. • • • • •
Louças sanitárias Metais sanitários Coberturas Soluções construtivas Acessórios
A Eternit utiliza a cada ano mais de 2 mil toneladas de papel reciclável em seu processo produtivo.
www.eternit.com.br www.blogdaeternit.com.br www.facebook.com/eternitbrasil
0800 021 1709 De segunda a sexta das 8h às 17h sac@eternit.com.br
a marca da coruja
PONTAL
Mais um prêmio para a construtora mais premiada do Brasil Prêmio ECO® 2014, promovido pela Amcham Brasil, é conferido à Pontal Engenharia por suas práticas sustentáveis, sistema de gestão e responsabilidade social
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oi nas categorias Estratégia, Liderança e Inovação em Sustentabilidade e Sustentabilidade em Processos, que a Pontal Engenharia ganhou o Prêmio ECO® 2014, conferido pela Amcham Brasil, Câmara Americana de Comércio. É a terceira vez que a empresa é condecorada nacionalmente pela Amcham. Os projetos inscritos passaram por um rigoroso julgamento online e confidencial,
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de acordo com os critérios de cada modalidade. A banca de jurados foi composta por sessenta profissionais, renomados especialistas em sustentabilidade no país. A Pontal Engenharia se destacou como uma das melhores construtoras e incorporadoras do Brasil por desenvolver projetos inovadores que se tornaram referência nacional em qualidade e sustentabilidade, devido
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Equipe da Pontal Engenharia, representada pelos engenheiros Wesley de Andrade Galvão, Ivo Corrêa Faria e Grace Cury, recebe premiação da Amcham Brasil
ao planejamento de seu Sistema Integrado de Gestão (SIG). Dentre eles, a reutilização da água das chuvas nas bacias sanitárias e aquecimento solar dos chuveiros nos edifícios entregues à clientela, o reaproveitamento dos resíduos da construção civil nas obras e o desenvolvimento de politicas que visam a saúde, o bem-estar e a inclusão social dos colaboradores e suas respectivas famílias. Projeto modelo – Entre os projetos reconhecidos pela Amcham está o estudo sobre ergonomia que analisou a postura dos colaboradores em seus postos de trabalho e propôs medidas corretivas para reduzir problemas de saúde relacionados. Com ele, a Pontal Engenharia concorreu e venceu o Edital de Inovação Sesi Senai 2011, que tem o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O estudo considerou diversos aspectos que implicam nas questões posturais, como mobiliário, iluminação, umidade, calor, ruído, dentre outros. Ao vencer o edital, numa concorrência que englobou 81 propostas de todo o país, o projeto ganhou o nome De Olho na Postura, passando a integrar o portfólio de serviços em saúde oferecidos pelo Sesi Goiás. Nele, são avaliados os aspectos posturais, desde as atividades realizadas na obra até as da área administrativa. O estudo é baseado em tempos e movimentos de cada função, e propõe mudanças não só na rotina dos trabalhadores, como também na adequação ergonômica de todos os postos de trabalho. O De Olho na Postura contempla ginástica laboral, exercícios de tai chi chuan, massagens rápidas (quick massagem) e micro-pausas durante a realização das tarefas como forma de evitar doenças laborais e estimular a prática de exercícios e recomendações ergonômicas até mesmo em casa. Os projetos premiados regional e nacionalmente têm a marca da inovação, aliada à responsabilidade social. Parceria de resultados – Na implantação dos projetos sociais, a Pontal Engenharia contou com a expertise do Sesi Goiás, de quem é parceria desde 2007. Com isso, as políticas na área cresceram e são estendidas aos trabalhadores e seus dependentes, que participam de palestras e campanhas educativas sobre saúde e prevenção de doenças. Paralelamente, outro programa de largo alcance social é desenvolvido no canteiro de obras. Trata-se da alfabetização e aperfeiçoamento profissional de trabalhadores, já que a empresa não tem restrição em contratar pessoas não alfabetizadas. Esta ação tem o objetivo de promover a cidadania, comba-
tendo a segregação e o desemprego, e é realizada por meio de parceria técnico-pedagógica com o Sesi, em que a empresa oferece a infraestrutura, materiais didáticos, lanche e professores. Outras ferramentas educativas, como a biblioteca no canteiro de obras, foram incorporadas ao processo. Como resultado dessas medidas, a Pontal Engenharia registrou: melhoria da qualidade de vida nos ambientes da construtora, acompanhamento da saúde, das condições psicológicas do colaborador, conscientização para a educação postural, educação ambiental e qualificação profissional. A empresa também contabilizou a diminuição de afastamentos, a redução do índice de absenteísmo e, consequente, aumento da produtividade. “Conseguimos criar um sentimento de valorização do trabalhador, em que todos se sentem parte da empresa e que juntos podemos contribuir para a construção de um mundo melhor”, diz o diretor executivo da Pontal Engenharia, Ivo Corrêa Faria. Para o superintendente do Sesi em Goiás, Paulo Vargas, esse tipo de investimento que a empresa faz contribui significativamente para qualificar e melhorar a indústria. “Os resultados positivos carreados para a empresa e seus trabalhadores materializam o potencial de trabalho de nossa instituição”, diz o superintendente.
Certificações, um diferencial A Pontal Engenharia reúne um conjunto de certificações capaz de atestar a excelência de sua gestão e de seus processos construtivos em todas as áreas. São elas: NBR 16001:2004 (responsabilidade social) PBQP-H (qualidade) NBR ISO 9001:2008 (qualidade) OHSAS 18001:2007 (saúde e segurança no trabalho) NBR ISO 14001:2004 (meio ambiente)
Galeria de prêmios 1º LUGAR NACIONAL Prêmio ECO® 2014, da Amcham Brasil, categorias Liderança e Inovação em Sustentabilidade e Sustentabilidade em Processos 1º LUGAR NACIONAL Prêmio ECO® 2012, da Amcham Brasil, categorias Liderança e Inovação em Sustentabilidade e Sustentabilidade em Processos 1º LUGAR NACIONAL Prêmio Fecomércio de Sustentabilidade 2012, categoria Grande Empresa 1º LUGAR NACIONAL Prêmio Socioambiental Chico Mendes 2012, categoria Gestão Socioambiental Responsável 1º LUGAR Prêmio CREA Goiás de Meio Ambiente 2012, categoria Meio Socioeconômico 1º LUGAR NACIONAL Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho 2012, categoria Média Empresa, modalidade Desenvolvimento Socioambiental 2º LUGAR NACIONAL Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho 2012, categoria Média Empresa, modalidade Cultura Organizacional 1º LUGAR ESTADUAL Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho 2012, categoria Média Empresa, modalidade Desenvolvimento Socioambiental 1º LUGAR ESTADUAL Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho 2012, categoria Média Empresa, modalidade Cultura Organizacional 1º LUGAR NACIONAL Prêmio ECO® 2011, da Amcham Brasil, categorias Liderança e Inovação em Sustentabilidade e Sustentabilidade em Processos 1º LUGAR Prêmio Goiás de Gestão Ambiental 2011, categoria Atividade Industrial 2º LUGAR Prêmio Goiás de Gestão Ambiental 2011, categoria Educação Ambiental Corporativa 1º LUGAR NACIONAL Prêmio CBIC de Responsabilidade Social 2011, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção, categoria Empresa Edital de Inovação Sesi Senai, CNPq 2011
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Mineradora conquista diversos prêmios em 2014 Sama é reconhecida no âmbito nacional e internacional por suas boas práticas de recursos humanos voltadas para o bem-estar e qualidade de vida dos colaboradores COI-SAMA
Preservação e sustentabilidade
Diretor-geral da Sama, gerentes e demais colaboradores comemoram prêmio da revista Época
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m 2014, a Sama conquistou importantes prêmios em várias pesquisas na área de gestão de pessoas no Brasil e América Latina. A metodologia de todas verifica diretamente com o colaborador, por meio de questionários, o clima organizacional, práticas de gestão de pessoas, companheirismo e orgulho dos colaboradores, nível de confiança para com a organização. Dentre os vários representativos prêmios, a Sama foi eleita a Melhor Empresa no setor Indústrias Diversas, na 18ª Edição do Guia Você S/A - As Melhores Empresas Para Você Trabalhar 2014. Esta é a nona vez que a mineradora participa do guia. Este ano, a Sama também se destacou na categoria “Desenvolvimento”, a qual premia as empresas que mais investem em educação de seus colaboradores. O guia avalia as ações de treinamento, desenvolvimento e educação corporativa das empresas, e como elas se relacionam com as diretrizes estratégicas da empresa. De acordo com Rubens Rela, diretor-geral da Sama, estar em primeiro lugar no setor de Indústrias Diversas é questão de orgulho para todos os colaboradores da mineradora.
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“Concorrer com mais de 350 empresas e obter esta vitória é sinal de que continuaremos a crescer de forma responsável e sustentável.” Destaque nacional e internacional - A Sama também figurou entre as Melhores Empresas para se Trabalhar na América Latina, na categoria acima de 500 funcionários, promovido pelo Instituto Great Place To Work. Este ano, a mineradora conquistou a sexta colocação, sendo o segundo ano consecutivo em que participa da premiação. Orgulho de desenvolver as atividades na mineradora, confiança e um excelente local para se trabalhar foram os fatores principais para a mineradora estar presente nesta premiação. Outro fator determinante é a presença constante da empresa nos principais rankings das últimas pesquisas nacionais do GPTW. A mineradora participou também de outros rankings do instituto Great Place To Work, conquistando excelentes colocações. No âmbito nacional, a Sama está na terceira colocação no prêmio As Melhores Empresas para Trabalhar, promovido pela Revista Época. Regionalmente, a empresa foi eleita em primeiro lugar na premiação, realizada pelo jornal O Popular. JULHO | DEZEMBRO / 2014
A Sama descreve em sua missão o compromisso de manter uma política socioambiental constante, tanto nas dependências da mineradora quanto no município de Minaçu, interior de Goiás. Devido a isto, ela foi eleita a melhor empresa com práticas reconhecidas de gestão ambiental e sustentabilidade, no 17º Top Of Mind de RH, promovido pela Editora Fênix. Para concorrer a esta premiação, a Sama apresentou informações sobre sua reserva florestal, mostrando suas ações de preservação, investimentos e constante preocupação com este importante legado para o município de Minaçu. O diretor-geral da Sama, Rubens Rela, ressalta que a conquista deste prêmio demonstra a dedicação e a responsabilidade com as práticas em gestão ambiental e sustentabilidade praticadas pela mineradora. “Essa lembrança do mercado é relevante e se estende a toda empresa, possibilitando a mudança de paradigmas e aperfeiçoando nossas práticas na busca pela excelência, incluindo a inovação e a melhoria contínua em nossa atividade”, destaca Rela. Além deste, a mineradora também foi destaque no Prêmio Ser Humano, promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos, ABRH, na categoria “Melhores Práticas em Sustentabilidade e Responsabilidade Social”, com o projeto Cuidando do Rio Bonito. Este projeto tem como objetivo revitalizar e recuperar as nascentes do rio em toda sua extensão.
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Nova ordem mundial exige que todos façam a sua parte O que antes era hipótese, hoje é realidade no que tange ao conhecimento dos impactos das ações humanas sobre o planeta. A noção de sustentabilidade, gradualmente incorporada ao consciente coletivo, sinaliza para uma nova ordem econômica mundial
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ara compreender o cenário mundial, e mesmo as relações de mercado, é preciso considerar as questões tangentes a um tema mundialmente conhecido hoje: o da sustentabilidade. Sob a ótica ambiental, o termo é empregado de forma recorrente para se referir ao ponto de equilíbrio que deve haver na relação entre o homem e seu habitat, podendo ser visto, figurativamente, como sendo uma balança, que de um lado concentra tudo o que a humanidade demanda da natureza para sua sobrevivência e, de outro, tudo o que esta é capaz de gerar e repor para atender tal demanda. É preciso considerar que qualquer ação humana causa impacto e leva à produção de dióxido de carbono (CO2), um gás do efeito estufa, que detém o calor na atmosfera e conduz ao aquecimento global, do qual a humanidade hoje se vê refém. Quanto maior o impacto de uma ação, maior a quantidade de carbono despendido. De tal modo, que em se tratando da vida no planeta, a atitude tomada por uma pessoa age em efeito cascata sobre as demais, seja para o bem ou para o mal. Essa dinâmica se dá, por exemplo, quando florestas nativas são desmatadas. As flo-
restas funcionam como filtros para os gases do efeito estufa, refrigeram o clima, protegem as nascentes, abrigam plantas e animais e determinam a qualidade de vida no ambiente. Quando devastadas, desestabilizam o ecossistema, atingindo toda a humanidade, em especial as populações mais pobres, que sofrem com a escassez de recursos naturais, como o que ocorre com a água em várias regiões do Brasil e do mundo atualmente, ou, de outro lado, os extremos das enchentes. A estabilidade das partes exigiria recompensar a natureza com atitudes que viessem em contrapartida ao que foi extraído de recursos naturais para suprir as necessidades das populações em todo o mundo. Pegada ecológica - Uma forma de avaliar o nível de sustentabilidade do planeta é dimensionar o impacto do ser humano na Terra, por meio da “pegada ecológica”, metodologia utilizada para medir as quantidades de terra e água – em termos de hectares globais (gha) – que seriam necessárias para sustentar o consumo atual da população, levando em conta os seguintes parâmetros: áreas de cultivo, pastagens, florestas, áreas de pesca e áreas edificadas. O planeta possui aproxima-
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damente 13,4 bilhões de hectares globais de terra e água biologicamente produtivas, mas a demanda por recursos naturais hoje já excede a capacidade de regeneração do planeta. Nos últimos 45 anos, a demanda pelos recursos naturais dobrou, dada a elevação do padrão de vida das nações ricas e emergentes e ao crescimento demográfico dos países pobres, principalmente. Segundo dados da Global Footprint Network, entre outras fontes, no nível médio de consumo mundial, com pegada ecológica de 2,7 gha, a população sustentável seria de no máximo 5 bilhões de habitantes. Artigo “A Terra no limite”, do cientista social José Eustáquio Diniz Alves, mestre em Economia e doutor em Demografia, publicado no site Planeta Sustentável (planetasustentavel.abril.com.br), mostra que entre 1800 e 2010 a população mundial cresceu, aproximadamente, sete vezes (de 1 bilhão para 7 bilhões de habitantes) e a economia (PIB) aumentou cerca de 50 vezes. Mas o crescimento da riqueza se deu à custa da pauperização do planeta. “Não há como manter esse crescimento nos padrões de produção e consumo atuais”, diz o articulista. “Para que a humanidade possa sobreviver e permitir a sobrevivência das demais es-
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pécies será preciso promover uma revolução na matriz energética, incentivar a eficiência do uso de energia, reciclar e reaproveitar o lixo; e reduzir os desperdícios em todas as suas formas”, diz o cientista social. Será necessário introduzir inovações tecnológicas nos prédios e casas para melhorar o aproveitamento da água, da energia e a reciclagem de materiais; reforçar e melhorar o transporte coletivo, criar empregos verdes; ampliar as áreas de floresta e mata e a preservação ambiental; proteger a biodiversidade, dentre outras medidas mitigadoras. “É urgente discutir a alternativa do modelo do ‘decrescimento sustentável’, especialmente a redução das atividades mais poluidoras, com a mudança no padrão de consumo e o avanço da sociedade no conhecimento e na produção de bens imateriais e intangíveis”, conclui José Eustáquio Diniz Alves. Mercado de carbono - A ideia de colocar preço sobre o carbono, como forma de impulsionar uma economia mais limpa e frear o aquecimento global, ganha corpo e adesão. Em setembro, durante a Cúpula do Clima da ONU, em Nova York, 73 países, 11 governos regionais e mais de mil empresas e investidores mostraram-se favoráveis à medida. JunJULHO | DEZEMBRO / 2014
“É urgente discutir a alternativa do modelo do ‘decrescimento sustentável’, especialmente a redução das atividades mais poluidoras, com a mudança no padrão de consumo e o avanço da sociedade no conhecimento e na produção de bens imateriais e intangíveis” José Eustáquio Diniz Alves, em A Terra no limite
Dago Paulo
Cuidar do meio ambiente deixou de ser atribuição exclusiva dos governos e passa ao domínio da sociedade
tos, eles respondem por 54% das emissões. A tendência, ao que tudo indica, é inexorável. Até o Fundo Monetário Internacional (FMI) posicionou-se favorável à taxação das emissões. Reportagem “Política fiscal verde contra o aquecimento global”, realizada pela revista Página 22 (www.pagina22.com.br), mostra que em todo o mundo, cerca de 40 países e mais de 20 estados e municípios já adotaram algum tipo de imposto sobre emissões ou sistemas de negociação de créditos de carbono. O tema também norteou os debates na 20ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 20), ocorrida em dezembro, em Lima, no Peru, que reuniu 195 países e 10 mil delegações de Estado na discussão de um pacto mundial contra o aquecimento global. As considerações estabelecidas na COP 20 sinalizam para a definição de metas para a redução das emissões e esboçam um novo modelo de economia, que trará mudanças no sistema atual de produção. Elas deverão ser convalidadas na COP 21, em dezembro de 2015, na Conferência das Partes, em Paris, sucedendo ao Protocolo Kyoto. A data, considerada limite, é vista como sendo a última oportunidade que o mundo tem de frear o desastre ambiental que se anuncia. Realidade brasileira - Apesar de dispor de recursos naturais para estruturar uma matriz energética limpa e renovável, o Brasil ainda mantém sua economia fortemente vinculada aos combustíveis fósseis. O físico José Goldemberg tem dados científicos mostrando as vantagens competitivas da matriz energé-
tica brasileira, que reúne aspectos diferenciais para ocupar posição de destaque numa economia de baixo carbono, mas não está tirando partido dessa situação. “Somos uma das nações com maior porcentagem de fontes renováveis no mundo”, diz ele. Em recente entrevista à revista CORES, o jornalista Washington Novaes, outra autoridade da área ambiental, criticou o fato de o Brasil não se engajar plenamente nas discussões sobre o regime de compensação de créditos de carbono, e também pela falta de coerência entre as políticas públicas em clima e os planos nacionais de desenvolvimento. “O Estado precisa ter políticas globais, aplicadas a todos os países e a todas as empresas, daí em diante, caberá a cada um administrar o tamanho de sua pegada de carbono”, pondera o jornalista. Nas últimas décadas, os avanços na formação de uma consciência ambiental se deram muito mais por parte de uma evolução da sociedade e menos, em termos práticos, pelo Estado. “Equivocadamente, a visão do governo sobre o meio ambiente é apartada da área econômica, política, social e cultural de nosso país, quando o correto seria considerar todos os fatores, pela correlação que têm”, diz Washington Novaes. O alerta de perigo para as mudanças do clima tornam ainda mais pujante o debate sobre as responsabilidades dos entes sociais em relação ao meio ambiente, bem como os papeis que cabem a cada um desempenhar no processo: governo, cidadãos, comunidades e empresas.
Em se tratando da vida no planeta, a atitude tomada por uma pessoa age em efeito cascata sobre as demais, seja para o bem ou para o mal CORES
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Inovar: o mantra das empresas modernas A necessidade de ser sustentável começa a determinar um padrão de funcionamento, que obriga todos os setores a encontrarem mecanismos para fazer a sua parte. Muitas empresas já examinam como as mudanças climáticas podem impactar sua produção e suas operações, a disponibilidade de bens e a demanda. Independente das regulamentações e pressões de mercado, o contexto atual já é suficiente para que as empresas obtenham benefícios por gerenciarem seus impactos sobre o clima. O setor privado está no epicentro de toda estratégia de mitigação das mudanças climáticas e se vê cobrado pela sociedade a rever seus modos de produção, seus sistemas de gestão ambiental e suas projeções de lucro. Tais iniciativas levam a resultados tangíveis como a redução de custos ou o aumento de receita, e intangíveis, mas não menos importantes, relacionados à reputação, minimização de riscos e um melhor preparo para enfrentar futuras restrições
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frente às emissões de gases do efeito estufa. A nova ordem mundial confirma os postulados do sociólogo britânico John Elkington, de que os resultados de uma companhia se medem por 3 aspectos indissociáveis: ambiental, econômico e social – é o chamado triple bottom-line, a linha de base tripla, que define a sustentabilidade. O conceito, formulado na década de 1970, pôs em dúvida verdades cristalizadas no século 20, como a que associa desenvolvimento a crescimento econômico ilimitado, e estabeleceu um novo paradigma, o do desenvolvimento sustentável, que analisa os problemas da sociedade de forma global e sistêmica, em que economia, tecnologia, sociedade e política são vistos como aspectos interdependentes. Revolução interna - Nas empresas, a questão da sustentabilidade foi inicialmente tratada com medidas de redução de custos operacionais, com muitas chegando ao limite. A partir daí, passaram a viver um processo JULHO | DEZEMBRO / 2014
O que as empresas devem fazer · Reduzir o consumo de materiais e energia com bens e serviços · Reduzir a dispersão de substâncias tóxicas · Trabalhar com energia limpa; Intensificar a reciclagem de materiais · Maximizar o uso sustentável de recursos renováveis · Prolongar a durabilidade dos produtos · Agregar valor aos bens e serviços (reputação) *Conceito de ecoeficiência preconizado pelo Conselho Mundial Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (World Business Council for Sustainable Development – WBCSD)
de mudanças contínuas, tendo que recorrer à criatividade e à inovação de produtos e processos para garantir espaço no mercado. Como nada prospera sem a participação ativa dos recursos humanos, os colaboradores foram valorizados na cadeia dos stakeholders e motivados a fazer parte desse esforço coletivo. O ambiente favorável à introdução de novos valores na cultura interna, fez com que muitas campanhas institucionais obtivessem resultados positivos extraordinários, beneficiando empresas e comunidade. Entre elas, destaca-se a da coleta seletiva de lixo, em que as empresas se mostram mais empenhadas em dar destinação ambientalmente adequada aos resíduos sólidos, do que o Estado, cujos municípios, em sua maioria, até agora não apresentaram seus planos de gestão, conforme determinado pela Lei fede-
ral nº12.305/10, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no Brasil. As inovações foram estendidas à gestão, às novas formas de comercialização e relacionamento com clientes e fornecedores, além dos investimentos crescentes em tecnologia, incluindo a da informação. Princípios éticos e morais foram introduzidos na cultura organizacional, levando muitas empresas a adotarem a responsabilidade social ao sistema de gestão do negócio. O despertar para a importância de interagir com a comunidade local está levando muitas delas a apoiar projetos escolhidos e referendados pela população, por meio de edital público. Nesse cenário, o papel das ONGs na interlocução com a comunidade foi reforçado, conduzindo a um novo tipo de governança, mais transparente e colaborativa em temas de interesse comum.
Cenários e tendências Sociedade em processo de formação e consolidação de uma consciência ambiental, planetária, com ênfase na responsabilidade compartilhada, em deveres e obrigações das partes. Proteção ambiental deixa de ser considerada responsabilidade exclusiva dos órgãos oficiais de meio ambiente e passa a ser responsabilidade de todos. Maior domínio da sociedade sobre temas capitais como meio ambiente, responsabilidade social e cidadania, por meio de uma comunicação globalizada, fluente nas redes sociais e acessível a um contingente cada vez maior de pessoas. Novos modelos de governança corporativa, com a valorização dos stakeholders na cadeia do negócio, requerendo das empresas diálogo, transparência e posicionamento sobre políticas socioambientais. Desafios impostos às empresas: reduzir impactos negativos das atividades produtivas, cumprir exigências legais, incorporar a responsabilidade social ao negócio e se adequar para atender a um novo tipo de consumidor, aquele que dá preferência aos produtos considerados menos agressivos ao ambiente.
Fontes de pesquisa: Envolverde (www.envolverde.com.br) Planeta Sustentável (planetasustentavel.com.br) Página 22 (www.pagina22.com.br) Núcleo de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral · Fórum Clima – Ação empresarial sobre mudanças climáticas (Balanço 2014 de Ações) Instituto Ethos (www3.ethos.org.br)
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YAMANA
Tecnologia a favor da segurança do trabalho Medidas asseguram integridade física do trabalhador e dão à Yamana o II Prêmio Nacional de Sustentabilidade Legal, da Verde Ghaia, e Green Mine 2014 Por Amanda Oliveira
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cada dia, os avanços tecnológicos surpreendem por sua inovação e facilidades proporcionadas no dia a dia da população. Nas últimas décadas, acompanhamos uma grande evolução destes recursos e vemos os benefícios trazidos em diversas áreas, entre eles, o de segurança. Em indústrias dos mais variados setores, essas tecnologias se tornaram grandes aliadas na preservação da integridade física dos trabalhadores. Um exemplo disto é a Mineração Maracá Indústria e Comércio (MMIC), empresa da Yamana, localizada no município de Alto Horizonte-GO. Devido aos seus importantes investimentos nesta área, foi a vencedora do II Prêmio Nacional de Sustentabilidade Legal, da Verde Ghaia, e do Green Mine 2014, da revista In The Mine. Com foco em desenvolvimento sustentável, trata-se de reconhecimento dos projetos de maior destaque sob o enfoque econômico, ambiental e social, reafirmando o compromisso e a responsabilidade das companhias. Uma das atividades destacadas no projeto premiado foi o investimento em caminhões fora-de-estrada. Na MMIC, foram implantadas câmeras de ré, que facilitam a circulação e reforçam ainda mais a segurança no transporte. Além disso, é realizada uma série de ações para garantir um trabalho seguro. “Atuamos de acordo com os mais rigorosos padrões internacionais na área e todas as atividades são norteadas pelo Sistema Yamana de Gestão (SYG), que padroniza os processos e é baseado nas melhores práticas para a sustentabilidade do negócio”, explica Guilherme Araújo, gerente de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Comunidades (SSMAC). O SYG estabelece padrões como o P.E.A.C.E (Pensar, Estudar, Analisar, Corrigir e Executar), uma caderneta com perguntas que ajudam o trabalhador a pensar nos riscos associados à atividade que será executada; o Diálogo Diário de Segurança; o Registro de Ocorrências de Segurança (ROS), que envolve toda a equipe para detectar e registrar possíveis intercorrências; Regras de Ouro; Abordagens de Segurança; treinamentos introdutórios para percepção de
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Tecnologia e medidas preventivas reduzem riscos ao trabalhador no comando de suas atividades risco; auditoria externa; simulações de emergência; além do uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Uma das metas buscadas em 2014 foi fazer com que as contratadas também sigam rigorosamente os programas, fazendo parte de uma cultura integrada de todos os funcionários. “A MMIC entende que trabalhar em alto nível de desempenho organizacional não é uma história de sucesso acidental, mas sim, resultado de uma estruturada aplicação de sistemas, com uma equipe visivelmente comprometida”, diz Guilherme. O executivo ressalta que para atingir esses objetivos, conta com a participação das lideranças para a criação de um ambiente de envolvimento, a fim de estudar e avaliar soluções para situações onde há a possibilidade de risco. A equipe realiza diversos procedimentos importantes como notificação de eventuais intercorrências; a fomentação de um ambiente aberto, sem o foco na busca de culpados; cumprimento de todas as recoJULHO | DEZEMBRO / 2014
mendações; entre outras diretrizes. Para que tudo isso fosse cumprido, a Mineração Maracá Indústria e Comércio deve fechar o ano com investimentos da ordem de R$ 4,2 milhões em Segurança e Saúde Ocupacional, com o objetivo de manter e aprimorar suas ações nas áreas específicas. O valor direcionado para o CAPEX, ou seja, montante destinado à aquisição de equipamentos ou em instalações, é ainda mais expressivo, de aproximadamente R$ 10 milhões em 2014. Esse cuidado se estende aos 1,3 mil empregados diretos e terceirizados da unidade. “Ficamos lisonjeados por ver que todo nosso empenho tem dado resultado na preservação de nosso maior ativo, que são as pessoas que colaboram diariamente para o sucesso da companhia. Para nós os prêmios recebidos são fruto da qualidade do nosso trabalho e reforça a preocupação da empresa no atendimento às normas vigentes e atuação de acordo com as melhores práticas”, diz o gerente geral da Mineração Maracá Indústria e Comércio (MMIC), Carlos Eduardo Paraizo.
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MARCA empresarial
Por Márgara Morais CLOVIS FABIANO/INSTITUTO ETHOS
Conferência Ethos 360º aborda temas capitais do desenvolvimento sustentável
Conferência Ethos traça tendências para corporações e mercados Quem participou da Conferência Ethos 360º teve acesso a uma gama de informações relevantes sobre o que está acontecendo nas empresas e nos mercados, e a oportunidade de conhecer experiências inovadoras, casos desafiadores e iniciativas que resultaram em startups de sucesso. Os debates, em seu conjunto, abordaram práticas empresariais e apontaram as mudanças que estão acontecendo no Brasil e no mundo, frente às crescentes preocupações com o desenvolvimento sustentável e a natural adesão da responsabilidade social por parte das empresas, já que esta é uma decisão estratégica, com largos efeitos positivos para as corporações e para a sociedade. Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, disse que a conferência reascendeu no espírito das pessoas e das empresas a vontade de melhorar os processos e as tecnologias de forma a estabelecer e cumprir metas de desempenho em gestão de recursos naturais,
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como águas e florestas, além das diversas matérias-primas que formam as cadeias de valor. “Registramos a presença de aproximadamente 1.100 participantes, muitos deles, executivos de primeiro escalão de importantes empresas com atuação no Brasil, profissionais com real poder de decisão nas organizações em que atuam e capazes de internalizar conceitos e práticas não apenas de empresas, mas também defendidos por organizações sociais e acadêmicos de peso”, declarou Abrahão. Além da delegação que todos os anos é formada para representar Goiás e suas empresas na conferência, a revista CORES entrou com apoio de mídia na divulgação do encontro, figurando ao lado de prestigiados veículos de comunicação, todos com suas logomarcas impressas no material informativo entregue aos conferencistas e no site do Instituto Ethos, onde as palestras podem ser acessadas em www3.ethos.org.br/ce2014/noticias.
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Responsabilidade Social Empresarial (RSE) “É a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.” Fonte: Instituto Ethos
Vira Vida forma primeira turma em Goiás Após um ano de atividades em Goiás, o projeto Vira Vida, do Serviço Social da Indústria (Sesi), começou a colher os resultados com a formatura de sua primeira turma. Com histórias de superação, os 28 formandos se despedem da iniciativa encaminhados ao mercado de trabalho. Os alunos tiveram a oportunidade de continuar os estudos por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA), se profissionalizar em Operador de Computador e Recepcionista pelo Pronatec, participar de outros 15 cursos de Educação Continuada (ECO), que englobam comportamento pessoal, profissional e atividades artesanais, além de palestras educativas e preventivas em saúde e acompanhamento psicossocial. O programa é dirigido a jovens entre 16 e 21 anos, de baixa renda, que têm sua vida marcada por experiências rela-
cionadas à violência sexual. Durante a qualificação profissional, que dura em média um ano, os alunos recebem uma bolsa no valor de R$ 500,00, dos quais 20% (R$ 100,00) ficam retidos em uma poupança, resgatável ao final do processo de formação. Nova turma, com 51 jovens, teve sua aula inaugural. O Vira Vida é uma iniciativa do Sesi, aplicada em âmbito nacional, e oferece aos participantes capacitação profissional, atendimento médico, odontológico, psicossocial, lazer e cultura, além do ensino básico. São parceiros do projeto o Governo do Estado, a Prefeitura de Goiânia, os conselhos tutelares, empresas e entidades que atendem jovens em situação de vulnerabilidade social.
“Criança não é Brinquedo” vence prêmio nacional do CNMP
Fonte: Fieg Notícias www.sistemafieg.org.br/portalfieg ALEX MALHEIROS
Programa acolhe e qualifica jovens de baixa renda, em situação de vulnerabilidade social
A campanha Criança não é Brinquedo, realizada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), no período de 2011 a 2012, ganhou o primeiro lugar no Prêmio CNMP 2014, do Conselho Nacional do Ministério Público, na categoria Defesa dos Direitos Fundamentais. Os finalistas foram escolhidos entre 655 práticas inscritas no Banco Nacional de Projetos do CNMP. Na coordenação do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude à época, a promotora de Justiça Liana Antunes Vieira Tormin diz que o objetivo da iniciativa foi estimular denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes, e punir os culpados. A campanha também esclarece profissionais da rede de proteção, como médicos e até promotores de Justiça, sobre os procedimentos adequados para atender os casos e prestar assistência. A campanha teve a adesão das promotorias de mais de vinte comarcas, e o Ministério Público do Rio Grande do Sul, do Acre, de Rondônia e do Amapá pediram autorização e vão reproduzi-la em seus estados. A campanha foi criada pelo Núcleo de Propaganda e Marketing do MP-GO.
ASCOM/FIEG THAMARA FAGURY
Pedro Alves de Oliveira é reeleito presidente da Fieg com o apoio majoritário dos sindicatos de indústria em Goiás
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ENTREVISTA Pedro Alves de Oliveira
Fieg caminha unida em sua política industrial para os próximos anos Eleito para um segundo mandato à frente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Pedro Alves de Oliveira fala sobre as ações que marcaram sua primeira gestão e reafirma os compromissos que pautarão a agenda da diretoria eleita para os próximos quatro anos, cuja gestão vai de 2015 a 2018. O processo eleitoral teve a participação de 35 sindicatos de indústria, que apoiaram majoritariamente a diretoria eleita.
Pedro Alves de Oliveira é empresário e tem atuação sindical e vínculo com a Fieg desde 1980. Foi vice-presidente na gestão de Paulo Afonso Ferreira em seus dois mandatos e presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz no Estado de Goiás.
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ENTREVISTA Pedro Alves de Oliveira
Que bandeiras a nova diretoria defende para a próxima gestão da Fieg? Pedro Alves de Oliveira – Vamos focar na simplificação da legislação, em convalidar os incentivos fiscais e fortalecer a infraestrutura e a formação profissional. Esses temas preocupam as lideranças industriais e estão diretamente ligados à competitividade de nossa indústria. Especificamente, atuaremos na desburocratização e simplificação da legislação tributária, trabalhista e ambiental; no fortalecimento da infraestrutura e na convalidação e aperfeiçoamento dos incentivos fiscais. Na questão da infraestrutura, é urgente a expansão da capacidade de fornecimento de energia ao setor industrial; a implantação da Plataforma Logística Multimodal de Goiás, com a conclusão do aeroporto de cargas, em Anápolis, bem como a implantação total da Ferrovia Norte-Sul. Também na pauta, a duplicação da Rodovia BR 153, rumo ao Norte do País, e a melhoria das condições de funcionamento dos distritos industriais. De que forma será possível atender as indústrias em todo o Estado? Com a descentralização industrial para regiões menos desenvolvidas, como o Oeste, Norte e Nordeste goiano, demandando das autoridades a implantação de infraestrutura adequada e a formação profissional nessas regiões, com a consequente melhoria da educação básica e de nível técnico. Esse processo favorecerá as economias locais, resultando em maior distribuição de renda e evitando sobrecarga de demandas por serviços nas grandes cidades. Que medidas serão tomadas na educação e formação profissional? Vamos promover a melhoria da qualidade do ensino básico, ofertado pelo Sesi, e do ensino de segundo grau com o ensino profissionalizante, desenvolvido de forma articulada pelo Sesi e Senai. São ações prioritárias também a expansão do ensino técnico e tecnológico, hoje demandados em larga escala, em decorrência dos avanços tecnológicos absorvidos na produção industrial. Queremos ampliar a parceria com as universidades, que muito têm a contribuir com seu conhecimento, seja transferindo expertise para a indústria ou mesmo na educação.
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E os sindicatos, que espaço ocupam nesses planos? O fortalecimento dos sindicatos industriais continuará sendo uma prioridade da nova diretoria. Daremos continuidade a uma agenda de ações que prevaleceram em nossa primeira gestão, voltadas para a profissionalização dos sindicatos, a exemplo de diversas capacitações, missões, cursos e eventos realizados com esse fim. Os sindicatos são a base do Sistema Indústria. O processo de representação política da classe industrial começa com os sindicatos. São eles que tratam diretamente com os empresários e com as empresas, vivenciando o dia a dia dessa clientela, suas necessidades e demandas. É preciso que eles também se profissionalizem, estando em condições de prestar orientação e serviços de qualidade à categoria que representam. Em que os sindicatos avançaram com sua gestão? Creio que a maior contribuição foi o apoio e a disposição da diretoria em dar aos sindicatos todo assistência em suas necessidades. No aspecto prático, ampliamos a estrutura física do Sistema Fieg, com a construção de nova sede para abrigar em condições adequadas de trabalho esses importantes atores do desenvolvimento da indústria goiana. Diversas unidades foram ampliadas, reformadas ou construídas nesse período. Com isso, aumentamos também nossa capacidade de atendimento ao trabalhador da indústria. Dentre as obras realizadas, destaco a inauguração da área de saúde e segurança no trabalho na unidade do Sesi de Aparecida de Goiânia; a reforma de parte do Sesi Planalto; o projeto e a articulação para aquisição de área da prefeitura de Goiânia para a construção de escola do Sesi, no Jardim Colorado; a criação de três núcleos de educação profissional em Anápolis, nos bairros Filostro Machado, Munir Calixto e Parque das Flores; a ampliação da área de atendimento em saúde e segurança no trabalho, no Sesi Jundiaí; a construção de academia no Sesi Catalão, Sesi Minaçu (Sama) e Sesi Aparecida de Goiânia; a revitalização completa do Clube Sesi Ferreira Pacheco; a ampliação de oficina de mecânica de Anápolis e Catalão; a construção do bloco para aten-
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Visita ao ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, busca soluções para a Celg
“É urgente a expansão da capacidade de fornecimento de energia ao setor industrial”
ENTREVISTA Pedro Alves de Oliveira ASCOM/FIEG
“A descentralização da indústria favorecerá as economias locais, demandará infraestrutura adequada, resultando em maior distribuição de renda e melhores serviços públicos”
dimento ao setor da construção civil e instalação do laboratório de concreto no Senai Vila Canaã; a ampliação (em fase de conclusão) do Senai, em Rio Verde, aumentando e melhorando o atendimento na área de mecânica e máquinas pesadas; a instalação de três institutos de Tecnologia Senai (alimentos, automação e química); as ampliações e reformas do Sesi Aruanã, aumentando a capacidade de atendimento aos usuários. Que iniciativas refletiram nas empresas? Ao falar de empresas, estamos falando também dos trabalhadores. Nesse sentido, considero relevante a atuação das unidades operacionais do Sistema Indústria, que são o Senai, o Sesi, o IEL e o ICQ Brasil. O número de trabalhadores qualificados pelo Senai aumentou de 113 mil, em 2010, para mais de 200 mil, em 2013, conforme registram as matrículas nas escolas
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de formação inicial e continuada, de cursos técnicos e educação superior. Aumentar a formação de mão de obra qualificada sempre foi um grande anseio das indústrias de Goiás e um compromisso da atual gestão. O que foi feito visando a inserção do jovem no mercado de trabalho? Avançamos na oferta de estágios, principalmente nas prefeituras do interior. O IEL aumentou o número de estagiários de 15.700 mil, em 2010, para mais de 17.500 mil, em 2013. Os esforços para a inserção de jovens no mercado de trabalho deram resultados com a ampliação de convênios com algumas prefeituras, como Trindade, Acreúna, Nerópolis, Caturaí, Bonfinópolis, Catalão, Ipameri, Inhumas, Valparaíso de Goiás, dentre outras. Com o apoio dessa força de trabalho, as prefeituras também ganham, podendo oferecer melhores serviços à população.
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ENTREVISTA Pedro Alves de Oliveira
Que outras frentes a Fieg atua para fortalecer a indústria local? Mantemos um acompanhamento regular das matérias apreciadas pelo legislativo, que têm relação com a indústria. Esse acompanhamento se dá na esfera municipal, estadual e federal. No último caso, contamos com a parceria da CNI, a Confederação Nacional da Indústria, que nos mantém informados a respeito e nos ajuda a levar nossos pleitos aos parlamentares. Tanto a Fieg quanto a CNI mantém em suas equipes profissionais da área técnica encarregados de levantar informações e desenvolver estudos de campo com vistas ao crescimento da indústria. Em novembro de 2012, a Fieg lançou o estudo de cinco importantes cadeias produtivas: milho e soja, aves e suínos, carnes e couro bovino, lácteos e sucroenergética. Trata-se de pesquisa inédita sobre tais cadeias. Paralelamente, a federação realizou estudo acerca dos principais polos industriais de Goiás. Já foi concluído e lançado o estudo do Daia, em Anápolis, e está sendo preparado o levantamento dos polos de Aparecida de Goiânia e de Rio Verde. Haverá outros, ainda não iniciados. Nas relações externas, como o senhor vê a atuação da Fieg? Considero que a federação tenha avançado em sua relação com o público externo, com as entidades representativas da sociedade civil e com o governo. Estivemos presentes nas questões relativas à Celg, articulando com os governos federal e estadual a busca de solução para a empresa. Tivemos uma reunião com o ministro Edison Lobão, das Minas e Energia, que foi decisiva para o andamento do processo. Com a mesma determinação procedemos para a conclusão do trecho de 855 km da Ferrovia Norte-Sul, ligando Anápolis a Palmas, no Tocantins. Os temas afetos à infraestrutura são acompanhados de perto pela federação, onde, além das ações da diretoria, ainda temos o Conselho Temático de Infraestrutura, por meio do qual os empresários podem participar, debater e manter um diálogo com o governo.
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O que as missões a outros países carrearam para a indústria goiana? Elas são muito importantes pela possibilidade que oferecem de novos acordos comerciais. Nesse sentido, destaco as missões feitas ao Japão, Coreia e China, pela oportunidade de acompanhar de perto os avanços tecnológicos registrados por esses países e a cultura deles, tão diferente da nossa. Ver a experiência de outros povos e comparar nossas culturas nos ajuda a formular uma visão de futuro em relação ao mercado e às empresas. Buscamos também estreitar relações comerciais com a Rússia, com o fim de aumentar as exportações goianas, principalmente de alimentos, para aquele país. Os conflitos vividos com a Ucrânia resultaram em embargos comerciais à Rússia por parte da Europa e Estados Unidos. Essa situação abre a possibilidade de a indústria goiana conquistar novos mercados. Como a diretoria trata a incorporação da responsabilidade social pelas empresas? Temos dado total apoio às empresas que queiram incorporar a responsabilidade social ao seu sistema de gestão. Nosso trabalho de consultoria, feito por meio do Sesi, tem diversos casos de sucesso catalogados. Outra instância em que o diálogo da responsabilidade socioambiental prospera é nos conselhos temáticos de Responsabilidade Social e Meio Ambiente da Fieg. Temos também a revista CORES, publicação que leva a assinatura da federação e que traz ao conhecimento do público os avanços concernentes ao papel das empresas no mundo atual e os obtidos por elas na implantação de políticas sociais e ambientais.
“Os sindicatos são a base do Sistema Indústria. O processo de representação política da classe industrial começa com os sindicatos”
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CORES
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Artigo
Sua empresa pratica responsabilidade social? Por Elizabeth Cristina da Costa
O assunto responsabilidade social está em alta. Várias vezes escutamos essas palavras ao longo do dia nos meios de comunicação. Mas, do que estamos falando quando usamos este termo que se tornou tão comum na nossa linguagem cotidiana? Em que consiste isto? Trata-se de um conceito de gestão ou são ações sociais e filantrópicas? Muito se fala sobre o assunto, mas este permanece no campo das subjetividades, fazendo com que cada um defina o termo a partir de uma visão particular. Com o objetivo de promover nas empresas o avanço das práticas relacionadas ao desenvolvimento sustentável, o Instituto Ethos, reconhecidamente uma instituição fomentadora do assunto no Brasil, muito contribuiu quando imprimiu ao conceito um cunho mais técnico, possibilitando sua utilização como uma ferramenta de gestão empresarial. Na definição do Ethos, “Responsabilidade Social Empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais”. Alguns aspectos devem ser observados quando estamos tratando deste assunto. Em primeiro lugar, precisamos levar em conta que se trata de uma forma de gestão e não simplesmente de uma ou outra ação de cunho social, por mais que estas sejam importantes e façam a diferença para os problemas sociais do nosso País. Essa forma de gestão implica em compromissos da empresa com o desenvolvimento sustentável, entendendo como empresa a organização como
Quando se fala na criação de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável, estamos falando de uma empresa que planeja seu trabalho e seu fazer, levando em conta que obter lucro não é incompatível com construir um mundo melhor para aqueles que aqui estão e para aqueles que um dia ainda virão um todo. Resulta, muitas vezes, em atitudes novas diante dos problemas antigos. Outro aspecto que deve ser ressaltado é que esta forma de gestão – que se baseia em uma relação ética e transparente com todos os públicos com os quais a empresa se relaciona – significa boas práticas de governança corporativa, o que supõe princípios contábeis e administrativos que possibilitem e disponibilizem as informações necessárias para quem delas necessita para o bom desenvolvimento de seu trabalho e da sua relação com a empresa, de forma eficaz e produtiva. E não podemos esquecer que os públicos de relacionamento de uma empresa, conhecido como seus stakeholders, incluem o público interno (acionistas e colaboradores), clientes, terceirizados, fornecedores, a comunidade, a sociedade e o governo, bem como todo o meio ambiente no qual ela está inserida e produz impacto. Quando se fala na criação de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável, estamos falando de uma em-
presa que planeja seu trabalho e seu fazer, levando em conta que obter lucro não é incompatível com construir um mundo melhor para aqueles que aqui estão e para aqueles que um dia ainda virão. E, não podemos deixar de ressaltar que o termo desenvolvimento sustentável também é um conceito criado pela Organização das Nações Unidas, a ONU, e consiste no “desenvolvimento que busca atender as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades”. É com base neste sentido mais técnico e mais ampliado do conceito que precisamos refletir a questão da sustentabilidade. Precisamos considerar que Responsabilidade Social Empresarial não é simplesmente uma meta a ser atingida, é também uma forma de percorrer o caminho que conduz a essa meta. Nesta perspectiva é que precisamos nos perguntar sempre: Em que ponto do percurso encontra minha empresa para ser considerada uma empresa socialmente responsável?
Elizabeth Cristina da Costa (ecc@tropicalurbanismo.com.br) é diretora de Empreendimento da Tropical Urbanismo e Incorporação. Ex-articuladora do Instituto Ethos em Goiás, ex-diretora de Responsabilidade Social da Tropical Imóveis e do Secovi Goiás, e representante deste no Conselho Temático de Responsabilidade Social da Fieg
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Projeto de Terras Raras Nobres & Pesadas de Classe Mundial em Goiás
O Projeto de Terras Raras da Mineração Serra Verde, localizado em Minaçu, no norte do estado de Goiás, é o maior depósito de terras raras em argilas iônicas fora da China
É um dos projetos com maior volume de terras raras nobres e pesadas do mundo, que representam mais de 60% do recurso mineral
Nossa equipe gerencial possui uma experiência combinada total de 215 anos no setor de mineração e inclui consultores de renome na indústria de terras raras
A geologia deste depósito de argila iônica é correspondente à dos produtores do sul da China, que dominam este mercado, permitindo um processamento mais simples e com custo mais baixo. O início das operações está previsto para 2017
www.mineracaoserraverde.com.br
Responsabilidade ambiental, segurança, sustentabilidade e desenvolvimento social são valores prioritários da empresa
HGG
Datas reforçam consciência na prevenção às doenças Hospital comemora Outubro Rosa, Novembro Azul, Dia Mundial do Rim, Dia do Diabetes, Dia do Doador de Sangue e instrui a população sobre cuidados com a saúde Por Iris Bertoncini LUCIANA PORTO
Campanhas do HGG esclarecem dúvidas e orientam sobre como ter saúde e qualidade de vida
O
Hospital Alberto Rassi (HGG), unidade pública da rede estadual, gerenciada pelo Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech), vai mais além do seu papel, que é o de atendimento especializado e cirurgias de alta e média complexidade. Anualmente, eventos são realizados com o objetivo de esclarecer a população sobre prevenção de doenças e incentivar o diagnóstico precoce. Ou mesmo derrubar mitos sobre o cotidiano do hospital. São milhares de pessoas atendidas que têm a oportunidade de tirar suas dúvidas gratuitamente com os profissionais de saúde. Em março, o hospital realizou o Dia Mundial do Rim. A ação ofereceu orientações médicas, exames de urina, medição de pressão arterial e teste de diabetes, em uma tenda montada no estacionamento da unidade. Mais de 400 pessoas foram atendidas pelo Serviço de Nefrologia e equipe multidisciplinar. Já no Dia Mundial do Parkinson, os por-
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tadores desta doença, pacientes ou não do HGG, participaram de atividades que contribuem com o seu bem-estar e alívio dos sintomas da doença, como por exemplo, exercícios físicos, pintura e dança. O grupo ainda teve um bate-papo com o chefe do Serviço de Neurologia, José Alberto Alvarenga. No Ambulatório de Medicina Avançada (AMA) do HGG, os usuários que aguardam pela consulta aproveitam seu tempo para cuidar ainda mais da saúde. Nos dias alusivos à hipertensão, artrite e reumatoide, psoríase e combate ao fumo, médicos fizeram palestras e sanaram as dúvidas dos presentes. Materiais informativos também são distribuídos, com orientações sobre como identificar e prevenir as doenças. “Hoje eu vim para minha consulta e fui surpreendida com essa palestra. Foi muito bom ter visto a explicação do cardiologista e ter recebido também essa cartilha que traz informações importantes pra gente. O HGG JULHO | DEZEMBRO / 2014
está de parabéns, porque sempre está promovendo palestras e outras atividades que nos motivam a entender melhor as doenças e seus tratamentos”, parabenizou a usuária Marinalda da Aparecida Silva. Nas campanhas internacionais Outubro Rosa e Novembro Azul, o HGG ilumina suas fachadas para lembrar os meses destinados, respectivamente, à prevenção do câncer de mama e do câncer de próstata. Palestras, materiais informativos e laços que simbolizam a luta contra as doenças foram distribuídos. Também foi realizado, em virtude do mês destinado à saúde do homem, um mutirão de cirurgias urológicas. No mesmo mês foi promovido ainda o Dia Mundial do Diabetes, em parceria com o Instituto de Assistência e Pesquisa em Diabetes (IAPD), no Parque Vaca Brava, com exames gratuitos à população. No Dia da Prevenção à Obesidade o HGG promoveu uma atividade ao ar livre. Foram convidados os pacientes do Programa de Controle e Cirurgia da Obesidade (PCCO) para assistir palestras com as equipes da nutrição, psicologia, assistência social, fonoaudiologia e enfermagem e fizeram atividades físicas com o apoio dos fisioterapeutas. “Estas ações colocam o HGG como multiplicador de informações sobre saúde, com foco importante na prevenção, que deve ser prioridade em nosso setor. Além disso, a instituição cumpre o seu papel quando o assunto é responsabilidade social”, diz o coordenador executivo do Idtech, José Cláudio Romero. Na praça - Desmistificar que uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) não é local de doentes terminais foi um dos desafios da equipe do HGG. Para isso, foi montado um leito de UTI em plena Praça do Bandeirante, onde os profissionais que trabalham neste setor mostraram que é neste local que os pacientes recebem mais assistência para recuperar a sua saúde. O evento, que já teve repercussão nacional pelo programa Bem Estar, da Rede Globo, ofereceu ainda uma caixa reveladora de microrganismos para mostrar a importância da lavagem das mãos.
CORES
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SERRA GRANDE
Inovação na gestão de custos estimula reciclagem Experiência da mineradora Serra Grande, da AngloGold Ashanti, é exemplo de como a inovação contribui para reduzir custos e fortalecer a sustentabilidade do negócio Por RP1 Comunicação
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tualmente, a AngloGold Ashanti desenvolve uma série de projetos de inovação. Enquanto alguns deles contam com o apoio e a expertise de renomados parceiros na área tecnológica, outros são soluções e iniciativas incrementadas pelos próprios empregados. A empresa acredita que a criatividade para inovar não está apenas em criar novos processos e produtos, mas, também, em encontrar soluções para aperfeiçoar tecnologias e ativos já existentes. Um exemplo disso é o Projeto de Analyse and Improve (A&I) – Análise e Melhoria –, baseado na metodologia Lean Six Sigma, que busca a melhoria dos produtos e processos, por meio da abordagem científica. A iniciativa foi implantada na Serra Grande e consiste na capacitação e acompanhamento de grupos de trabalho focados na busca pela inovação, redução de custos para manter o negócio mais competitivo frente ao cenário de mercado, mas, também, em encontrar alternativas de melhoria levando em consideração a preservação do meio ambiente e as gerações futuras. Ao todo, 16 grupos estão com propostas em andamento. Segundo o coordenador do projeto e chefe de Gestão Econômica e Performance, Wanderson Nascimento, “por meio desta ferramenta, estamos promovendo mudanças e obtendo sucesso na melhoria dos processos produtivos e administrativos”, comemora. As metas do A&I são: redução de custos fixos e variáveis; melhoria qualitativa do gerenciamento; capacitação do corpo técnico e gerencial das áreas envolvidas para cumprir as metas estabelecidas; confiabilidade no cumprimento dos procedimentos padronizados; disseminação das melhores práticas; implantação de uma sistemática de acompanhamento dos processos e dos custos críticos, facilitando o controle e tomada de decisões; implementação de mudanças/melhorias no processo de gestão dos recursos e nos processos priorizados.
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AngloGold Ashanti
Com início em maio de 2014, o projeto tinha como meta para redução de custos, neste ano, R$10,5 milhões. Até setembro, o resultado já ultrapassava os R$11,6 milhões. Abaixo, algumas ações que tiveram resultados relevantes em 2014. Energia elétrica – Voltada para a redução no consumo, essa iniciativa tem o objetivo de buscar nos processos de produção ações que visam o uso racional de energia, evitando desperdícios e, consequentemente, obtendo ganho financeiro. A meta, de redução de cerca de R$ 4 milhões, foi atingida por meio de automação dos sistemas de ventilação principal das minas; acompanhamento diário dos desvios no consumo de energia pelo Centro de Controle Operacional (CCO); reuniões periódicas com a equipe operacional; acompanhamento das revisões preventivas dos equipamentos (bombas, ventiladores, painéis, etc.). “Anteriormente, o sistema de ventilação funcionava durante todo o dia, agora é ligado via sistema on-line somente quando há atividades no local. Além disso, instalamos sensores de presença em alguns locais das minas”, comenta Jardel Arantes, supervisor de ventilação e um dos líderes do projeto. Materiais elétricos – A ideia é buscar nos processos de manutenção elétrica ações que visam o reaproveitamento de materiais (cabos, disjuntores, contatores, etc.) e alterações de alguns materiais por outros com menor custo e melhor desempenho. A meta, de redução de cerca de R$ 380 mil, foi atingida por meio das seguintes ações: reaproveitamento de 100% dos cabos elétricos utilizados nas minas (em áreas já exauridas); reforma e reutilização das tomadas de equipamentos de perfuração; inclusão dos principais materiais no estoque, evitando a compra de componentes sem necessidade; substituição de materiais com maior custo. “Ao fazermos o reaproveitamento dos materiais, evitamos a compra de itens novos, reduzimos despesas e praticamos o consumo consciente”, afirma Wesley Nascimento, supervisor de elétrica.
Colaboradores colocam em prática projeto para reduzir custos, alinhado com a ideia do consumo consciente, que prevê reciclagem e reaproveitamento de materiais
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Combustíveis – A medida é reduzir o consumo de lubrificantes, combustíveis e eliminar os desperdícios, por meio do fim dos vazamentos nos equipamentos. A meta estabelecida foi diminuir 7% no orçamento de combustíveis, o que representava uma redução de cerca de R$ 1 milhão. Após as análises de oportunidades, foi vista a possibilidade de ir além, alcançando a redução de R$ 1,4 milhão, aproximadamente 10% do orçamento. “Hoje, estamos alcançando um resultado de cerca de R$ 3 milhões, 23% abaixo do valor orçado”, comemora Gilmar Santana, chefe de produção e responsável pelo projeto. Além do foco no menor consumo, foi avaliada a mudança de fornecedor dos filtros, eliminação de desperdícios e vazamentos de lubrificantes em máquinas e a melhor gestão da frota de caminhões e carregadeiras.
Atrás de boas ideias Em 2013, foi lançado o AgentInova, uma ferramenta de gestão para a captura de ideias. O AgentInova permite a avaliação estruturada de ideias de todos os profissionais da empresa, sendo capaz de selecionar e aperfeiçoar aquelas que oferecem maior potencial de geração de valor. As empresas que gerenciam esse processo com efetividade gozam de aumento de receitas e de uma mão de obra produtiva e engajada. O AgentInova capta centenas de ideias para aumentar a produtividade, reduzir custos e promover melhorias. O registro das sugestões e ideias cria um clima de envolvimento motivação e entusiasmo entre os empregados. Esse registro não existe de forma isolada, sendo melhor visualizado como parte de um sistema mais amplo de gestão da inovação.
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Artigo
29 qualidades para um líder em sustentabilidade Por Ricardo Voltolini
Tenho especial identificação com Jo Confino, editor executivo do jornal inglês The Guardian e diretor do Guardian Negócios Sustentáveis. Não nos conhecemos pessoalmente, mas é como se já tivéssemos conversado longamente sobre assuntos de interesse comum. Como ele, prospecto tendências de sustentabilidade que podem impactar empresas, pesquiso sobre liderança sustentável e até criei um movimento, a Plataforma Liderança Sustentável, para reunir líderes que, além de resultados, entregam valores. Confino capitaneia um hub com a mesma finalidade. Almas gêmeas vivendo em continentes distintos, partilhamos da mesma convicção de que o mundo corporativo – a rigor, o mundo! – vive uma crise de liderança que tem impedido uma contribuição mais efetiva dos negócios para a preservação do planeta e o desenvolvimento da sociedade. Em recente artigo, ao afirmar que a maioria dos líderes tem recorrido à “tática da avestruz” para evitar temas espinhosos como as mudanças climáticas ou o colapso da biodiversidade, o especialista propôs uma interessante forma de medir quão visionários são os líderes empresariais de um país: quantos executivos inspiradores, realmente preocupados em conjugar lucro com respeito ao meio ambiente e à sociedade, você, caro leitor, consegue nomear de memória? Assim, sem pensar muito? Duvido que você consiga identificar mais do que cinco. Confino admite que ficaria rico se recebesse uma libra cada vez que, em resposta a essa pergunta, alguém mencionasse o nome de Paul Polman, CEO da Unilever. Aplicado no Brasil, o teste certamente reconheceria alguns dos 30 líderes integrantes da Plataforma Liderança Sus-
O mundo corporativo – a rigor, o mundo! – vive uma crise de liderança que tem impedido uma contribuição mais efetiva dos negócios para a preservação do planeta e o desenvolvimento da sociedade
tentável. Conclusão óbvia do editor do The Guardian com a qual sou forçado a concordar: estamos falando ainda de um clube de poucos sócios. Em outro artigo, podemos discutir eventuais porquês. Incitado por um grupo de empresários a como ampliar o número de CEOs interessados no tema, o especialista listou um conjunto de 29 qualidades que poderiam “mobilizar a força interior”, incorporando-se, como “habilidades” de liderança, às próximas gerações de líderes. Como, de certo modo, essas qualidades estão todas relacionadas a valores ou novos modelos mentais – o mote do trabalho realizado pela Plataforma Liderança Sustentável –, reproduzo-as aqui, não só para fruição diletante de quem nos lê, mas como desafio para os gestores de empresas as considerarem nos seus próximos esforços de desenvolvimento de pessoas. Vamos a elas: 1. Entenda que a vida é mais importante do que o lucro 2. Lute pela verdade 3. Prati-
que empatia 4. Seja autêntico 5. Seja humilde 6. Esteja consciente quanto às gerações futuras 7. Não queira estar sempre à frente 8. Ande mais devagar 9. Seja um visionário 10. Seja flexível 11. Use bem o poder do seu ego em vez de deixar-se dominar por ele 12. Não permita que a riqueza o leve à ruína 13. Aprenda com os líderes mais estimados 14. Não se entregue ao medo 15. Cuide para nutrir 16. Imagine-se sempre falando para si mesmo 17. Não se isole numa torre de marfim 18. Lembre-se: nem sempre os que gritam mais alto são os que merecem ser ouvidos 19. Jamais se esqueça de que uma empresa é um ser vivo 20. Diga a verdade 21. Seja apaixonado e se divirta 22. Esteja aberto a diferentes formas de saber 23. Adote uma abordagem multidisciplinar 24. Seja vulnerável 25. Reconheça que não existe pensamento neutro 26. Valorize o poder de não saber 27. Não espere amanhã para criar o seu legado 28. Reconheça o caráter sagrado da Terra 29. Reconheça o poder do amor e tudo o que decorre dele.
Ricardo Voltolini (ricardo@ideiasustentavel.com.br) é diretor-presidente da Ideia Sustentável: Estratégia e Inteligência em Sustentabilidade, autor do livro “Conversas com Líderes Sustentáveis” (editora Senac-2011) *o artigo completo está em www.ideiasustentavel.com.br
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Acesse:
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ÍNDICES EM ALTA, INCLUSIVE OS DE SATISFAÇÃO.
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O trabalho em prol da comunidade faz 4 parte dos princípios que norteiam a EBM. 3 São ações sociais que beneficiam vários 2,85 2 segmentos da sociedade, projetos que 1 nos enchem de orgulho e satisfação.
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evolução dos índices ethos 4,15da eBM x Mercado da construção civil 9 8
2009 2010 Essa postura séria e comprometida foi reconhecida pelo Instituto Ethos, referência nacional em responsabilidade social.
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Conheça todas as ações e programas desenvolvidos pela EBM. Acesse www.ebm.com.br/relatoriosocioambiental
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“Os dados apresentados resultam da aplicação dos Indicadores Ethos de Responsabilidade Social pela própria empresa, ou seja, são resultados de AUTO-AVALIAÇÃO. O diagnóstico não tem, portanto, o caráter de certificação. Seu objetivo é proporcionar a reflexão, aprendizagem e melhoria das práticas de Responsabilidade Social Empresarial e Sustentabilidade.”
ÁGUA PURA
Desperdício e irregularidades agravam abastecimento de água Especialista em tratamento de águas e efluentes alerta para a necessidade imediata de conter o desperdício de água no Brasil e fiscalizar instalações clandestinas de captação FERNANDO MANUEL
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Conferência Ethos 2014, realizada em outubro, em São Paulo, teve entre seus palestrantes o especialista em tratamento de águas e efluentes, Manoel Gomes de Souza, diretor comercial da Água Pura, e também diretor da Associação das Empresas e Instituições do Mercado Ambiental do Estado do Espírito Santo. A participação dele ocorreu por meio de convite do Centro Sebrae de Sustentabilidade, que levou para o evento a experiência de sucesso de alguns empreendedores brasileiros.
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Presente em eventos de abrangência nacional, como o do Instituto Ethos, o Sebrae procura divulgar práticas de gestão sustentável, desmistificando a ideia de que elas estão ao alcance somente das grandes empresas e conglomerados empresariais. O diretor da Água Pura observa que as micro, pequenas e médias empresas ganham ao adotarem uma gestão sustentável, inclusive quando fazem isso a título de investimento. “Ao falarmos em cadeia produtiva, vimos que as grandes empresas se preocupam
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Manoel Gomes de Souza fala sobre o reaproveitamento da água durante a Conferência Ethos 2014
A severa escassez de água porque passa São Paulo ascendeu o debate acerca de como se deve proceder com relação a medidas preventivas e corretivas visando o abastecimento da população, não só lá, mas também em outros estados. “Esse é um momento de reflexão sobre a ‘zona de conforto’ em que nos encontramos até hoje. Nós, brasileiros, crescemos sob a égide de uma cultura criminosa, a do desperdício” Manoel Gomes de Souza
em ter parceiros alinhados com suas políticas ambientais, sobretudo se estão sujeitas a certificações, normas e legislação”. A Conferência Ethos foi uma oportunidade para Manoel Gomes de Souza abordar sobre a necessidade do reuso da água e mostrar os aspectos economicamente viáveis das estações de tratamento que, em certos casos, chega a ser um fator determinante para a sobrevivência da empresa. Segundo ele, a severa escassez de água porque passa São Paulo ascendeu o debate acerca de como se deve proceder com relação a medidas preventivas e corretivas visando o abastecimento da população, não só lá, mas também em outros estados. Para Manoel Gomes de Souza esse é um momento de reflexão sobre a “zona de conforto” prevalente durante séculos, quando se acreditava que os recursos naturais eram infinitos. “Nós, brasileiros, crescemos sob a égide de uma cultura criminosa, a do desperdício”, diz ele. “Ainda é normal nos depararmos com pessoas lavando calçadas, jogando fora uma água tratada dentro dos parâmetros impostos para a potabilidade (características necessárias para o consumo humano), e ainda fluorada, o que a torna um importante agente na prevenção de cáries, e boa dentição de crianças e adultos”. Perdas e danos ambientais - Estima-se que o Brasil perde 40% de toda a água tratada. No Amazonas, especificamente, o desperdício chega a 70%, segundo fontes oficiais. Mesmo em São Paulo, onde a crise hídrica é a maior dos últimos 80 anos, o desperdício é da ordem de 26%. Além dos vazamentos nos encanamentos, a população que paga pela água tratada enfrenta outro problema, os chamados “gatos”, que são as ligações clandestinas. Manoel Gomes de Souza disse que há algo ainda mais preocupante e desconhecido da população. É o fato de que a maioria das empresas não paga pela água consumida em seus processos produtivos. A água, via de regra, é captada nas reservas subterrâneas, ou seja, nos poços artesianos ou mesmo diretamente de rios e córregos, de forma clandestina. Para extrair água de rios e córregos é preciso ter outorga legal. Há ainda os casos de quem, segundo ele, mesmo tendo a outorga legal, utiliza volumes maiores do que os permitidos, sem serem incomodados, dada a falta de fiscalização dos órgãos competentes para tal. “O volume de água retirada desses
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lençóis freáticos é maior do que o de seu retorno natural, conseguido via absorção pelo solo”, alerta Gomes de Souza. Na opinião dele, os problemas relacionados à água no Brasil só poderão ser combatidos pela mesma ferramenta indicada para outros males, a educação. “Hoje, o reuso de água se mostra economicamente viável e, em muitos casos, a única saída para a permanência no mercado de várias indústrias e prestadores de serviços”. Sobre os custos de implantação de estações de tratamento de água e efluentes, o diretor comercial da Água Pura diz serem acessíveis, se comparados aos demais custos de operação ou manutenção das empresas. O grau de complexidade do processo de implantação, por sua vez, vai depender do tipo de efluente a ser tratado, da carga orgânica do mesmo e da norma ou parâmetro ambiental ao qual este deve se enquadrar. A qualidade e eficiência do projeto também influenciam nos custos de implantação. Estes devem observar o melhor aproveitamento do espaço físico disponível e, em certos casos, utilizar tanques e/ ou equipamentos já existentes para baratear os custos, explica Gomes de Souza.
Sobre a empresa Criada em janeiro de 2000, a Água Pura (www.aguapuraonline.com.br) é uma empresa especializada no reuso de água (efluentes tratados) nos diversos segmentos da indústria e de mercado, com mais de 500 unidades operantes. Presta consultoria para a elaboração de projetos de implantação de estações de tratamento de água e efluentes. As primeiras garantem a potabilidade, enquanto que as segundas proporcionam o reuso, que pode chegar a 94% dos casos. Os projetos são desenvolvidos com base no enquadramento dos parâmetros impostos pelos órgãos estaduais e/ou municipais de gestão ambiental. A Água Pura faz o acompanhamento das obras civis, implanta as novas rotinas operacionais e realiza treinamento e certificação dos operadores.
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Artigo
Indústria cultural produz bens sustentáveis Por Christiano Verano
Acompanho as publicações da revista Cores desde sua primeira edição e vejo aqui uma excelente oportunidade para falar de uma indústria sustentável, de baixo impacto ambiental, com grande inserção em todas as classes sociais e extraordinário desdobramento positivo para a sociedade: A indústria cultural. Desde as primeiras organizações sociais até o início do século XVIII, o comércio era a principal atividade econômica da humanidade. A produção industrial era incipiente, artesanal, empírica. A partir dos séculos XVIII e XIX, impulsionadas pela Revolução Industrial, as indústrias se consolidaram como grande motor da humanidade e da economia global, tornando-se a principal atividade em geração de emprego e movimentação de recursos. O desenvolvimento das nações podia ser medido pelo nível de sua industrialização e pela capacidade de transformar recursos naturais em produtos. A partir da segunda metade do século XX, a evolução da humanidade nos levou à chamada Sociedade da Informação, também conhecida por Sociedade do Conhecimento, em processo de formação e expansão, e que vem abrindo portas para uma economia mais criativa e uma variedade de produtos e serviços que passaram a dividir espaço e importância com as atividades produtivas tradicionais. Elian Alabi Lucci, em “A Era Pós-Industrial, a Sociedade do Conhecimento e a Educação para o Pensar” (Editora Saraiva) afirma: “Vivemos na era Pós-industrial, um novo mundo, onde o trabalho físico é feito pelas máquinas e o mental, pelos computadores. Nela, cabe ao homem uma tarefa para a qual é insubstituível: ser criativo, ter ideias”. Insumo criativo - É nesse contexto que, a partir do início do século XXI, o termo “in-
No Brasil, estima-se que a indústria criativa movimente entre 5% e 6% do PIB, empregando mais pessoas do que a média dos outros setores
dústria cultural” vem sendo substituído (ou complementado) por “indústria criativa”. Além das linguagens artísticas tradicionais (música, teatro, literatura, dança, artes visuais, cinema), a indústria criativa engloba ainda arquitetura, design, artesanato, joalheria, publicidade, criação de softwares e games, além de outras atividades relacionadas à criatividade. Conforme definição da UNCTAD (sigla em inglês para Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento), indústrias criativas são “os ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviços que usam criatividade e capital intelectual como insumos primários”. Boa de emprego - Embora os estudos ainda sejam recentes, levantamento do Banco Mundial aponta que atividades ligadas à economia criativa gerem aproximadamente 7% do PIB mundial. No Brasil, estima-se que a indústria criativa movimente entre 5% e 6% do PIB, segundo levantamento do Ministério da Cultura, IBGE e IPEA. Além de ter uma participação crescente no PIB mundial e nacional, é um segmento que emprega mais pessoas do
que a média dos outros setores, bem como remunera melhor os profissionais envolvidos. Trata-se de uma indústria ligada ao bemestar, ao prazer, ao lazer, ao entretenimento. A indústria criativa proporciona às pessoas ouvir uma boa música, assistir a um filme, contemplar os grafites nas ruas ou as obras de arte em galerias, viajar numa boa leitura. Lixo transformado - Além do baixo impacto ambiental dos processos e produtos advindos da indústria criativa, ainda temos uma boa safra de artistas que se valem do lixo produzido pela sociedade como matéria-prima para suas criações. Atualmente, são inúmeros os músicos que fazem da sucata seus instrumentos, assim como artesãos que transformam lixo em belíssimas peças artesanais ou designers que reciclam para construir móveis ou objetos utilitários e de decoração. No vídeo “A Casa do Mestre André”, do Circo Teatro Udi Grudi, disponível no You Tube, são inúmeros os registros abordando o tema. Trata-se de uma belíssima aula de educação ambiental, com muita música, bom humor e criatividade.
Christiano Verano (veranogo@yahoo.com.br) é produtor cultural, diretor da Mito – Projetos Socioculturais
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Consultoria em ergonomia previne doenças ocupacionais Projeto de inovação aplicado pela Pontal Engenharia, em parceria com o Sesi, passa a integrar o portfólio de serviços em saúde da instituição e já atende o mercado Por Edilaine Pazini ALEX MALHEIROS
Wesley de Andrade Galvão: “A comunidade e o poder público também ganham com a promoção da saúde no ambiente de trabalho”
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ostura inadequada, adquirida principalmente por um posto de trabalho mal dimensionado, e movimentos repetitivos estão entre os fatores que mais contribuem para o aparecimento de doenças ocupacionais, como a LER (Lesões por Esforço Repetitivo). Não por acaso, esses vilões do setor produtivo são alvo da Norma Regulamentadora 17 (NR 17), do Ministério do Trabalho e Emprego, cujo cumprimento é exigido das empresas, independentemente do ramo de atuação. Editada originalmente no início da década de 90, essa NR trata das condições ergonômicas das atividades do trabalhador. Para auxiliar na adequação do ambiente
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de trabalho, prevenindo doenças ocupacionais, o Serviço Social da Indústria (Sesi Goiás) oferece consultoria em ergonomia. O programa leva bem-estar e conforto para o ambiente laboral e para a vida dos trabalhadores, registrando queda nos índices de enfermidade e absenteísmo, com reflexo positivo no desempenho e produtividade, além de garantir que a empresa esteja em dia com a legislação. “A prevenção continua sendo a melhor solução para evitar problemas ao colaborador e ao empregador”, afirma a fisioterapeuta e ergonomista da gerência de saúde do Sesi Goiás, Marcela Alves Andrade. O mais novo serviço surgiu após o êxito do JULHO | DEZEMBRO / 2014
projeto De Olho na Postura, desenvolvido pela Pontal Engenharia, construtora de Goiânia, e inscrito no Edital Senai Sesi de Inovação de 2011. Com ações inovadoras em ergonomia, voltadas para a segurança e a qualidade de vida do trabalhador, o projeto foi selecionado entre 81 propostas em todo o Brasil. O valor do prêmio por ter vencido o edital foi aplicado no próprio projeto, implantado com o apoio da consultoria do Sesi Goiás nos canteiros de obras e em departamentos administrativos. Após quase dois anos de atividade, o engenheiro civil e de segurança do trabalho da Pontal, Wesley de Andrade Galvão, comemora os bons resultados. “Tivemos aumento no ín-
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dice de qualidade de vida, na ausência de reclamações de dor e na satisfação da saúde”, cita. O projeto - Foi exatamente a queixa de dor na mão de uma funcionária da empresa que deu origem ao projeto. O engenheiro lembra que, além da colaboradora ser canhota e utilizar mesa para pessoa destra, análise no posto de trabalho diagnosticou diversos outros problemas, como um quadro de parede que refletia luz forte em direção ao rosto dela. Após o lançamento do programa, foi realizada a adequação das instalações no escritório. “Descobrimos que a ergonomia vai muito além da adaptação do mobiliário. Os colaboradores também mantêm posturas inadequadas para realizar atividades rotineiras em casa e, por isso, criamos também instrumentos de orientação, como cartilhas educativas”, afirma Andrade. O programa de ginástica laboral foi alterado para se adequar ao canteiro de obras. A atividade, realizada por instrutores do Sesi, passou a ser feita durante as micropausas previstas no projeto De Olho na Postura. A adesão à ginástica cresceu de 30% para 90%, segundo o engenheiro. Um dos beneficiados é o armador João Sousa de Macedo, de 58 anos. Há três anos na Pontal e há mais de 38 anos no setor da construção, ele conta que passou a ter crises de dores na coluna, que ele mesmo atribui à má postura. O diagnóstico previsto no programa de ergonomia recomendou e Macedo passou a utilizar uma fita lombar e a participar das micropausas. A fita lombar ajuda a manter a coluna em uma posição correta. Para Macedo, a mudança na postura veio com a maior conscientização do corpo. “Antes eu não tinha habilidade para pegar peso, a gente acostuma com uma forma inadequada”, diz ele. Cadeia de valor – De acordo com Wesley de Andrade, além do trabalhador e da empresa, a comunidade e o poder público também ganham com a promoção da saúde no ambiente de trabalho. “Melhoramos a qualidade de vida do nosso colaborador, a empresa aumentou sua produtividade, o governo teve impacto reduzido na Previdência Social, por afastamentos, economia que foi revertida em benefícios para a comunidade, como uma cadeia de valor positiva”, diz. O projeto trouxe benefícios pessoais até mesmo para ele, que desenvolveu a iniciativa e a utilizou em seu trabalho de conclusão do curso de Engenharia de Segurança no Trabalho. O projeto de inovação De Olho na Postura foi apresentado no Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida, em São Paulo, em setembro, pela fisioterapeuta Marcela Andrade. Este, bem como outros serviços de prevenção
a doenças como a LER e DORT (Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho) estão disponíveis na estrutura do Sesi. Indústria de confecção – A Di Paula, indústria do vestuário de Goiânia, adotou o programa. A gerente de Recursos Humanos, Leidiane Damaceno, conta que foram realizados treinamentos e reuniões com o Comitê de Ergonomia (Coergo), criado dentro da própria empresa, com esse fim. Além do levantamento das condições dos postos de trabalho, foi implantado um programa de ações educativas e um plano de ação para adaptar todos os postos. Os postos de trabalho foram filmados e analisados por especialistas e o laudo apresentado aos colaboradores pela professora de Educação Física do Sesi Edina Rodrigues. Os trabalhadores responderam questões; enCORES
João Sousa de Macedo, armador, é um dos beneficiados do programa de ergonomia, que, segundo ele, mudou sua vida tre as maiores queixas apontadas foram dores nas pernas, nos ombros e na coluna. Durante a visita, a professora demonstrou alguns exercícios que atendem esses problemas e ajudam a melhorar a circulação sanguínea. Auxiliar administrativo, Anderson Silva, de 22 anos, já sente os benefícios da ergonomia. Há um ano e sete meses na empresa, ele foi auxiliar de costura e realizou trabalhos em pé. As dores nas pernas e na coluna eram diárias. “Descobri que até o jeito que eu dividia o peso estava errado”, conta. Depois de seguir o programa, Anderson melhorou a postura e passou a fazer pausas para alongamentos.
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Artigo
Responsabilidade social fortalece princípios e valores Por Leulair Mendes
Invariavelmente, observando o ciclo de vida das empresas e o ambiente de negócios, um pensamento me vem à mente: o que move o empresário na condução do seu negócio? Apenas o lucro? Concluo que não. Existem outras motivações, como a de produzir valor para a nação, para as famílias e para as pessoas. Sempre haverá empregados, clientes, fornecedores e vizinhos de alguma forma envolvidos neste relacionamento de trocas. Repito a citação de William Harman e John Hormann, em O Trabalho Criativo: O Papel Construtivo dos Negócios numa Sociedade em Transformação (Revista FAT, Ursini e Bruno, 2005), do Instituto Ethos: “É comum e compreensível o empresário indagar: O que devo fazer? Pela própria natureza da situação, não é provável que a resposta mais criativa seja alguma ação específica, mas talvez um posicionamento diferente, ou a adoção de uma nova forma de ver a situação e fazer escolhas em outras bases”. Por causa da relevância deste tema na gestão das empresas, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou em 2004 a primeira versão da norma NBR 16001, cujo objetivo é estabelecer requisitos para o Sistema da Gestão da Responsabilidade Social, sendo esta a referência para a certificação no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC). A norma NBR 16001 estabelece os requisitos associados à ética, cidadania, direitos humanos, desenvolvimento econômico sustentável e inclusão social. É aplicável a todos os tipos e portes de organizações, em quaisquer condições sociais, culturais e geográficas do país. Traz as exigências daquilo que deve ser feito para se ter um sistema de gestão da responsabilidade social eficaz. Em 2012, a NBR 16001 passou por processo de revisão com a publicação da norma ISO 26000:2010, considerada a normal in-
A postura e o comprometimento do corpo diretivo são fundamentais para o estabelecimento e operação do sistema de gestão tal como planejado ternacional da responsabilidade social. Esta última fornece orientações sobre princípios globais e práticas de responsabilidade social dirigidos a organizações de qualquer natureza, não apenas empresas. A ISO 26000 é uma norma de orientação. Sua elaboração tomou por base as normas, tratados, convenções e outros documentos intergovernamentais, inclusive as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), para a definição das recomendações de conteúdo. Segundo a NBR 16001, para que uma organização consiga identificar quais são suas responsabilidades ela deve considerar um conjunto de temas centrais, fortemente inter-relacionados, que consistem em: governança organizacional, direitos humanos, práticas de trabalho, meio ambiente, práticas leais de operação, questões relativas ao consumidor, envolvimento e desenvolvimento da comunidade. Para cada um destes temas, a ISO 26000 também apresenta princípios de conduta, considerações e sugestões de comportamento. A NBR 16001 requer a avaliação e documentação contínua, bem como a consideração dos temas centrais no processo de Due diligence. No escopo do sistema de gestão, a norma deixa claro que o alcance dos resultados depende do comprometimento da alta direção e de sua inserção no nível estratégico das decisões. A postura e o comprometimento do corpo diretivo são fundamentais para o estabelecimento e operação do sistema de gestão tal como planejado. Também as metas sociais e os valores serão melhor absorvidos e percebidos por empregados, clientes, for-
necedores e concorrentes, quanto maior for a capacidade de liderança corporativa e de envolvimento das pessoas. Em muitos casos, a organização imprimará nos empregados os princípios e conceitos para a convivência harmônica em sociedade, o que influenciará na sequência familiares e amigos, muitas vezes transmitindo valores antes ignorados. Quantas vezes já ouvimos falar de pessoas que só se deram conta da sua responsabilidade com a disposição correta do lixo ou o uso racional da água, depois que começaram a trabalhar numa determinada organização? Ou ainda, outro que nunca ouviu falar em administração do tempo como forma de respeito aos colegas e clientes? São situações corriqueiras, mas que promovem mudanças de comportamento, hábitos e posturas diante do próximo e da sociedade. Trata-se de valores que constroem a vida profissional do indivíduo e determinam suas escolhas no presente e no futuro. Por isso, a importância dos líderes se manterem coerentes e sintonizados com os discursos e as práticas da responsabilidade social. Especialmente, quando o sistema de gestão possui certificação de conformidade, o que torna obrigatória a comprovação da melhoria do desempenho social. Com certificado ou não, a adoção do sistema de gestão da responsabilidade social pode revigorar valores e sonhos que por vezes nossa sociedade esquece. Precisamos de líderes que não se cansem de transmiti-los por meio de exemplos de Integridade, Honestidade, Firmeza de propósitos, Respeito ao próximo, Coragem, Responsabilidade e Bondade.
Leulair César de Santana Mendes (leulair2402@gmail.com) é engenheira Civil, mestra em Gestão Econômica do Meio Ambiente, consultora organizacional e auditora de Sistemas de Gestão no ICQ Brasil
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CORES
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Mais do que fazer bem, é importante fazer a diferença.
SERRA GRANDE BRASIL
Estas marcas fomentam a responsabilidade social em Goiás. 52
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