4 Revista de apologética cristã católica - periódico mensal - ano do Senhor 2013
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Uma publicação da Paróquia São João Batista do Brás - São Paulo www.vozdaigreja.blogspot.com
A FÉ CATÓLICA EXPLICADA
HISTÓRIA DA
IGREJA
Padre Gianpietro Carraro em missão no Haiti
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ão existe, em toda a história da humanidade, uma instituição que tivesse duração tão longa quanto a Igreja Católica. Estudando a História, vemos que todos os grandes impérios surgiram, cresceram e depois de algum tempo desapareceram: assim foi a era dos grandes faraós do Egito, o poderoso império romano, o império mongol, o assírio, o persa... Todas essas grandes instituições humanas surgiram com muita força, prosperaram... e desapareceram. Mas a Igreja, desde que nasceu, há dois mil anos, instituída por Jesus Cristo, continua crescendo e se fortalece cada vez mais. O Anuário Pontifício de 2013, apresentado ao Papa Francisco em maio deste ano, mostra que a Igreja Católica cresce em todo o mundo, agora sobretudo na África e na Ásia, continentes em que o Evangelho de Jesus, até há poucas décadas, ainda era pouco proclamado e conhecido. Em 2010, éramos 1 bilhão e 196 milhões de católicos no mundo; em 2011, 1 bilhão e 214 milhões: isso representa um aumento de 1,5%, crescimento superior ao da população mundial (1,23%), o que prova que a presença de católicos no mundo continua aumentando1. Esse crescimento constante, em dois mil anos de história, é algo que nunca aconteceu, em nenhuma outra época, em toda a História! Pela fé que professamos, cremos que isso acontece porque a Igreja não é apenas uma instituição humana, como algum grande império ou sociedade do passado: a
Igreja é o Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo (CIC §771), e este é um grande mistério. Mistério porque a Igreja é ao mesmo tempo humana e divina. Da parte humana podem surgir falhas, porque os filhos da Igreja também estão sujeitos ao erro. Mas há um Fundamento divino que não deixa que a Igreja se perca, que ensine errado, que se desvie da fé autêntica. Os modos de interpretar a fé podem mudar com o passar dos séculos, mas a essência dessa fé não muda jamais, pois está fundamentada sobre a Rocha firme que é Jesus, o Messias, - o Cristo. A Igreja é a reunião de todos os batizados em Cristo. Cada pessoa, ao ser batizada, é como se fosse enxertada num mesmo Tronco, e este Tronco é o Corpo do Senhor. Em jardinagem, quando se enxerta uma muda num tronco, a seiva daquela árvore, isto é, a vida da árvore maior, passa a alimentar aquela pequena muda, que ganha força e cresce, até frutificar. Da mesma maneira são os cristãos na Igreja de Cristo. Jesus instituiu sua Igreja para continuar a sua obra na face da Terra. Podemos dizer que a Igreja é, de alguma forma, o braço estendido e prolongado do Cristo no mundo e na História: onde a Igreja chega, com a sua fé, suas obras, sua história, chega Cristo. Os grandes Padres da Igreja, como São Basílio e São Gregório de Nissa, que foram gigantes da fé dos primeiros séculos, diziam que “onde está Pedro (o Papa) está a Igreja, e onde está a Igreja está Jesus Cristo”. A Igreja, assim, cumpre
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a missão que o Senhor lhe deu, de levar o Evangelho a todos os lugares, em todos os tempos, até que Ele volte. A história da Igreja não é uma história só de coisas bonitas, porque ela não é formada somente por santos, mas também por pecadores. Mesmo assim, a história da humanidade mostra que a Igreja, onde chegou, soube construir uma civilização mais justa do que aquela que existia antes dela: levou o progresso às nações; instituiu a caridade; evangelizou ao povos bárbaros, extinguiu seitas que praticavam o sacrifício de animais e até mesmo humano...
II Seção - Capítulo 2º
Houve também um lado negativo, de filhos da Igreja que não souberam viver o Mandamento do Senhor na prática. Mas se existiram sombras, é fácil notar que as luzes superam essas sombras, e as superam de longe. E até mesmo nos erros dos filhos da Igreja somos levados a fortalecer a nossa fé, pois cremos que foi da Vontade do Senhor que a Igreja atravessasse, firme e cada vez mais forte, no meio de todas as dificuldades e lutas. É interessante notar que toda vez que tudo indicava que a Igreja iria perecer em meio às dificuldades, perseguições, heresias de clérigos infiéis... Todas as vezes em que a situação ficou difícil, a Igreja novamente renasceu, e nunca deixaram de surgir santos e heróis, grandes homens e mulheres que não deixaram a fé morrer. Depois de cada período de sombras, houve sempre uma primavera de luz e cores; depois de cada noite escura, nasceu um novo dia ensolarado na rota da Barca de Pedro, que é a Casa de Deus, a Igreja Santa, como diz um antigo hino da Igreja:
“CREIO NO ESPÍRITO SANTO” 141. O que é que realiza o Espírito Santo em São João Batista? O Espírito Santo enche João Batista, o último profeta do Antigo Testamento, o qual, sob a sua ação, é enviado a "preparar um povo bem disposto para o Senhor" (Lc 1,17) e a anunciar a vinda de Cristo, Filho de Deus: aquele sobre o qual viu descer e permanecer o Espírito, aquele "que batiza com o Espírito" (Jo 1,33).
“Reunidos em torno de nossos pastores... Professando todos uma só fé... Armados com a força que vem do Senhor... Sob o impulso do Espírito Santo... Com nossos irmãos nos claustros... Com nossos irmãos sofredores... Com os padres que sobem ao Altar... Com os padres que partem em missão... Nós iremos a Ti! Igreja Santa, Templo do Senhor ! Glória a Ti, Igreja Santa, ó Cidade dos Cristãos! Que Teus filhos, hoje e sempre, vivam todos como irmãos!” (Hino da Igreja, canto de entrada para ocasiões especiais)
142. Qual é a obra do Espírito em Maria? O Espírito Santo dá cumprimento em Maria às expectativas e à preparação do Antigo Testamento para a vinda de Cristo. De maneira única, a enche de Graça e torna a sua virgindade fecunda para dar à luz o Filho de Deus encarnado. Faz dela a Mãe do "Cristo total", ou seja, de Jesus Cabeça da Igreja, seu Corpo. Maria está presente entre os Doze no dia de Pentecostes, quando o Espírito inaugura os "últimos tempos" com a manifestação da Igreja.
1. Conf. Anuário Pontifício 2013, disponível em: http://news.va/pt/news/santa-se-apresentou-o-anuario-pontificio-2013 Acesso14/6/013.
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143. Que relação há entre o Espírito e Cristo Jesus na sua missão terrena? O Filho de Deus é consagrado Messias mediante a unção do Espírito em sua humanidade, desde a Encarnação. Ele o revela no seu ensinamento, cumprindo a Promessa feita aos Pais e o comunica à Igreja nascente, soprando sobre os Apóstolos depois da sua Ressurreição.
IMITAÇÃO DE CRISTO CAPÍTULO 17
SOBRE A
A S O I G I L E R IDA RELIGIOSA VIDA V
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prende a renunciar a muitas coisas, se queres ter paz e concórdia com os outros. Não é pouco habitar em mosteiros ou congregações religiosas, viver ali sem queixas e perseverar fielmente até à morte. Bem aventurado é aquele que assim vive bem e termina a vida com um fim abençoado. Se queres permanecer firme e fazer progressos, considera-te como estrangeiro e peregrino sobre a Terra. Convém fazer-te "louco" por Amor de Cristo, se queres seguir a vida religiosa. De pouco valem o hábito e a tonsura: é a mudança dos costumes e a perfeita mortificação das paixões que fazem o verdadeiro religioso. Quem outra coisa procura senão a Deus e a Salvação de sua alma, só achará tribulações e angústias. Não pode ficar por muito tempo em paz quem não procura ser o menor e o mais submisso de todos. Para servir vieste, não para mandar; lembra-te que foste chamado para trabalhar e sofrer, e não para folgar e divertir-se. Aqui, pois, se provam os homens, à semelhança do ouro na fornalha. Aqui, ninguém perseverará, se não quiser humilhar-se, de todo o coração, por Amor de Deus.
Reflexões O que é um bom religioso? É um verdadeiro cristão sempre ocupado em fazer-se perfeito, tomando como dever o que o Evangelho aconselha. A vida monástica não é outra coisa a não ser uma vida cristã piedosa, e a renúncia de si mesmo é o resumo dos deveres que ela impõe. Ora, esses deveres são também nossos, pois não foi a alguns, mas a todos, que Jesus Cristo disse: "Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito" (Mt 5,48).
KEMPIS, Tomás. A Imitação de Cristo, 24a ed. São Paulo: Vozes, 2006, pp. 71-73
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A JMJ 2013 CONTA COM A PARTICIPAÇÃO DE TODOS NÓS!
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omo vimos em nossa 35ª edição, o Brasil receberá pela primeira vez a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o grande movimento católico direcionado aos jovens de todas as nações, no período de 23 a 28 de julho de 2013, no Rio de Janeiro. Nessa sua 14ª edição, o evento tem a previsão de reunir cerca de 2 milhões de pessoas! A última edição do encontro ocorreu na cidade de Madri, em agosto de 2011, e uniu mais de 190 países.
nadas e unidas no mesmo ideal de amor e fraternidade cristã. Para participar, basta entrar na página virtual da JMJ Rio 2013, no site MayFeelings.Com, e fazer o seu login através do Facebook ou Google+. Com a hashtag #Pray4WYD, pode-se também contribuir na divulgação desta grande campanha. Neste mesmo site será possível também acompanhar as orações simultâneas de pessoas de diferentes países. Durante os 30 dias, um mapa vai destacar os lugares onde há alguém rezando pelo encontro da juventude com o Papa Francisco, além de cobrir os últimos preparativos.
Cada vez mais próximos da data que marca o início da JMJ, jovens do mundo inteiro se unem em uma grande corrente de oração pelo evento. As redes sociais, que conectam pessoas de todas as partes para criar e fortalecer relacionamentos, já são o grande veículo da campanha internacional do Comitê Organizador Local (COL) em parceria com a rede May Fellings, que convoca a rezar pelo evento.
A segunda etapa da campanha vai acontecer durante a semana da JMJ Rio 2013, com o objetivo de unir o mundo inteiro em oração com o Papa. O slogan “E se a JMJ for 50 milhões de pessoas?” revela o desejo de unir todas as nações com o sucessor de Pedro. Aproveite você também essa grande chance de confessar a sua fé! Participe com alegria e entusiasmo!
É uma excelente oportunidade para viver a fé e confraternizar com pessoas de todas as culturas, irma-
Todas as informações contidas neste artigo são do website oficial da JMJ 2013: http: www.rio2013.com/pt
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REZAR PELOS PADRES
Missa de ordenação episcopal de Dom Júlio Endi Akamine, na Catedral da Sé, presidida por Dom Odilo Pedro Scherer, Cardeal Arcebispo de São Paulo
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om muita alegria, vemos quantos católicos fiéis cultivam o piedoso costume de rezar pelos padres. Muitos o fazem diariamente, pedindo por suas vidas, seu sacerdócio, sua missão, sua santificação... Infelizmente, alguns outros tem o desagradável costume de criticar os padres constantemente, muitas vezes injustamente.
do sobre eles (disse Jesus): 'Recebei o Espírito Santo... Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos' (Jo 21, 21 - 23; Mt 28, 20). Tal como um rei, que entrega ao seu embaixador um tesouro para ser distribuído entre todos, assim Cristo colocou nas mãos dos padres os méritos da sua Morte e Paixão, para que nos fossem distribuídos.
Melhor e mais produtivo é rezar por nossos pastores, os padres ou presbíteros, pois eles nunca deixam de rezar por todos nós, principalmente quando oferecem o Santo Sacrifício, quando trazem o Senhor ao mundo por meio de suas mãos.
Rezar pelos sacerdotes é um compromisso de todos nós, católicos. Assuma-o com prazer, e reze com frequência nessa intenção. Em nossos tempos, as dificuldades na vivência da fé são grandes para todos. Imagine, então, os desafios que o padre tem que enfrentar diariamente. Além de todas as obrigações e compromissos, ele também tem que dar conta de toda a burocracia de uma paróquia. Vamos nos unir e pedir a Deus por todos aqueles que se comprometeram com o Evangelho de maneira integral, consagrando suas vidas inteiras como “pescadores de almas”, rezando com Santa Terezinha:
Ao rezar pelo padre, você estará trabalhando pelo seu próprio interesse, e pelo interesse de seus irmãos na fé: quanto mais protegidos, amparados e fortalecidos os padres, maiores serão as graças que poderão obter para você mesmo e para quem você quer bem. É preciso que rezemos muito, tanto para que Deus proteja, auxilie e santifique nossos padres, quanto pelas vocações, para que o Senhor nos dê mais bons padres. Quanto bem nos faz o sacerdote, e quanto mais pode fazer! Mas, se por acaso o padre cometer alguma falha, nunca fale mal dele. Aquele que alguns desprezam é o mesmo que os leva para mais perto de Deus, por meio de quem Deus lhes concede sua Graça e muitas bênçãos, e poderá ser o mesmo que lhes trará a absolvição na hora da morte.
“Ó Jesus, Sumo e Eterno Sacerdote, conservai vossos Sacerdotes sob a proteção de vosso Coração, onde nada de mal possa lhes acontecer. Conservai puras suas mãos ungidas, que tocam diariamente vosso Corpo Santíssimo. Conservai puros os seus lábios, tintos pelo vosso Sangue Preciosíssimo. Conservai puros e desapegados dos bens da terra seus corações, que foram selados com o caráter sublime de vosso glorioso sacerdócio. Fazei-os crescer no amor e na fidelidade para convosco e reservai-os do contágio do mundo. Dai-lhes, com o poder que tem de transformar o pão e o vinho em vosso Corpo e Sangue, o poder de transformar os corações dos homens. Abençoai os seus trabalhos com copiosos frutos e concedei-lhes, um dia, a coroa da vida eterna. Amém.”
Alguns dizem que o padre é um homem como qualquer outro... Sim, certamente o padre é feito de carne e osso, corpo e alma, como qualquer outro ser humano. Mas é o seu ministério que deve ser levado em consideração; o padre foi investido de uma graça especial pelo próprio Deus. Foi especialmente a eles que o Senhor disse: “Ide, ensinai todas as nações. Assim como meu Pai me enviou, Eu vos envio (...) Assopran-
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BISPOS AVALIAM MANIFESTAÇÕES NO BRASIL-
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erminou no dia 21 de junho o encontro do Conselho Permanente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), instância que reúne a presidência, os presidentes das comissões episcopais pastorais e os conselhos regionais. Na ocasião, o presidente da CNBB, Cardeal Raymundo Damasceno Assis (foto), juntamente com o Secretário Geral, Dom Leonardo Steiner, realizaram um balanço do evento durante a coletiva de imprensa. O Cardeal relatou que os bispos fizeram uma avaliação da última Assembleia Geral da CNBB, e definiram que o tema “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, será novamente o tema do encontro dos bispos de 2014. “Escolhemos também como um tema prioritário, isto é, tema que será apre-
sentado para o início uma reflexão, a questão dos leigos na Igreja”, explicou.
Sobre os Protestos Populares em todo o Brasil Em relação às manifestações populares realizadas em todo o território nacional, a CNBB se pronunciou por meio de nota oficial, que foi apresentada pelo Secretário Geral Dom Leonardo. No texto, os bispos declaram-se nos seguintes termos: “Declaramos nossa solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas, que têm levado às ruas gente de todas as idades, sobretudo os jovens. Trata-se de um fenômeno que envolve o povo brasileiro e o desperta para uma nova consciência. Requerem atenção e discernimento a fim de que se identifiquem seus valores e limites, sempre em vista à construção da sociedade justa e fraterna que almejamos”.
Em relação aos lamentáveis casos de vandalismo, a CNBB avalia: “Nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e insti-
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tuições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência. Quando isso ocorre, negam-se os valores inerentes às manifestações, instalando-se uma incoerência corrosiva que leva ao descrédito”. Por fim, os bispos desejam que “estas manifestações sejam fortalecimento da participação popular nos destinos de nosso país e prenúncio de novos tempos para todos”. Dom Leonardo ainda concluiu o assunto dizendo: “Os jovens que saem às ruas também participarão da Jornada Mundial da Juventude. (...) As manifestações contam com jovens das nossas comunidades, que tem entrado em contato com a secretaria geral da CNBB e que participam ativamente dessas manifestações”. Rezemos para que esse momento histórico venha a se confirmar como mais do que um simples ato de reunião festiva do povo nas ruas, e se cristalize em frutos de justiça e melhorias concretas para todo o povo brasileiro. Fonte: Página da CNBB, em http://www.cnbb.org.br/site Acesso 22/6/013
PARÓQUIA e PALAVRA de DEUS
A partir desta edição, iniciamos uma série especial sobre a Bíblia, sua finalidade, seus significados e as dificuldades de compreensão. Começando do começo: o que é Palavra de Deus?
somente pela insistência, mas também pela maneira de ser, viver e agir. Assim transformamos o mundo para melhor.
o índice analítico do Documento de Aparecida, a expressão “Palavra de Deus” aparece 25 vezes, e no corpo do texto aparece mais do que o dobro disso. A Carta Pastoral “Paróquia Torna-te o que Tu És”, do Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, salienta que “anunciar a Palavra de Deus e testemunhá-la pela vida é a primeira e mais importante missão da paróquia”. O que significa, na linguagem da Igreja, essa expressão tão importante, "Palavra de Deus"?
É dentro desse contexto que vemos o quanto é importante ler e procurar compreender profundamente a Sagrada Escritura, para que possamos realmente crescer na fé e sermos fiéis testemunhas de Jesus Cristo, como disse o primeiro Papa, São Pedro: “Estai sempre prontos a responder, para vossa defesa, a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança” (1Pd 3,15). São Jerônimo afirmou: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”. É preciso ler a Bíblia; e é mais do que preciso saber ler e entender a Bíblia.
Algumas pessoas, principalmente nossos irmãos afastados, entendem que o termo Palavra de Deus se resume e se limita exclusivamente à Sagrada Escritura, isto é, aos livros da Bíblia. Mas o sentido dessa expressão, para a Igreja Católica, é bem mais amplo. Em primeiro lugar, a Palavra de Deus por excelência é Jesus Cristo, o Verbo de Deus encarnado, como a própria Escritura afirma logo no início do Evangelho segundo São João: “No início era a Palavra, e a Palavra estava voltada para Deus, e a Palavra era Deus.” (Jo, 1,1-4 / Bíblia CNBB).
O anúncio e a acolhida da Sagrada Escritura acontece de modo privilegiado na Liturgia, com a proclamação das leituras e a homilia (cf. Verbum Domini nn. 52-71); além disso, os próprios textos litúrgicos da Celebração Eucarística estão impregnados pela Palavra de Deus. Mas também são vivamente recomendados a leitura e o estudo bíblico, pessoal ou em grupos, e a prática da Lectio Divina, a leitura orante da Bíblia (cf. Verbum Domini nn.86-87); uma boa e sólida formação bíblica deve acontecer também nas catequeses, tanto de crianças quanto de adultos, ao lado do estudo do Catecismo da Igreja. A paróquia é a “Casa da Palavra de Deus”, onde ela ressoa constantemente, insiste Dom Odilo na Carta Pastoral: “a formação e alimentação na fé, nas diversas etapas da vida dos fiéis, são a primeira e mais indispensável missão da paróquia”.
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Vemos, então, que a Palavra de Deus, em primeiro lugar, é Jesus Cristo, o Verbo Encarnado. Essa Palavra ou Verbo Divino, segunda Pessoa da Santíssima Trindade, chega perto de nós na Palavra revelada, a qual podemos conhecer tanto por meio da Sagrada Escritura quanto do Magistério da Igreja e da Sagrada Tradição. Desta forma, vemos que Deus quer continuar a ser o Anunciador e o Doador da Boa Nova também através da comunidade paroquial, e nela está presente.
Lembre-se: “Tudo o que lemos na Bíblia foi escrito para nos instruir e manter firme a nossa esperança” (Frei Carlos Mesters).
Além disso, a Igreja vive da Palavra de Deus, transmitida pela Bíblia Sagrada, assim como vive da Eucaristia, o Pão da Vida, na qual o Verbo de Deus mesmo é Presença Viva que se doa. O anúncio dessas verdades faz despertar a fé nos nossos irmãos, e quando vivemos essa fé, que frutifica nas boas obras e no testemunho de vida diante do mundo, somos exemplo, atraímos novos discípulos, não
Fontes e bibliografia: SCHERER, Dom Odilo Pedro. Carta Pastoral ‘Paróquia, torna-te o que tu és’. São Paulo: Neoband, 2011. MESTERS, Carlos. A Bíblia na Nova Evangelização. São Leopoldo: CEBI, 1994. TERRA, Dom João E. M., SJ. Lectio Divina, Meditação, oração e contemplação da Palavra de Deus, 2ª ed. São Paulo: Ave Maria, 2010.
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COMO SÃO FEITAS AS CITAÇÕES BÍBLICAS Aprendendo a citar os livros da Bíblia - É comum abreviarmos os nomes dos livros bíblicos para facilitar a citação das passagens. Nós, católicos, adotamos o seguinte elenco de abreviaturas:
ANTIGO TESTAMENTO Pentateuco Gn - Gênesis Ex - Êxodo Lv - Levítico Nm - Números Dt - Deuteronômio Históricos Js - Josué Jz - Juízes Rt - Livro de Rute 1Sm - 1º Livro de Samuel 2Sm - 2º Livro de Samuel 1Rs - 1º Livro dos Reis 2Rs - 2º Livro dos Reis 1Cr - 1º Livro das Crônicas 2Cr - 2º Livro das Crônicas Esd - Livro de Esdras Ne - Livro de Neemias Tb - Livro de Tobias Jud - Livro de Judite Est - Livro de Ester 1Mc - 1º Livro dos Macabeus 2Mc - 2º Livro dos Macabeus Sapienciais Jó - Livro de Jó Sl - Livro dos Salmos Pr - Livro dos Provérbios Ecl - Livro do Eclesiastes Ct - Cântico dos Cânticos Sb - Livro da Sabedoria Eclo - Livro do Eclesiástico Proféticos Is - Livro de Isaías Jr - Livro de Jeremias Lm - Livro das Lamentações Br - Livro de Baruc Ez - Livro de Ezequiel Dn - Livro de Daniel Os - Livro de Oséias Jl - Livro de Joel Am - Livro de Amós
Ab - Livro de Abdias Jn - Livro de Jonas Mq - Livro de Miquéias Na - Livro de Naum Hab - Livro de Habacuc Sf - Livro de Sofonias Ag - Livro de Ageu Zc - Livro de Zacarias Ml - Livro de Malaquias NOVO TESTAMENTO Evangelhos Mt - Evangelho segundo S. Mateus Mc - Evangelho segundo S. Marcos Lc - Evangelho segundo S. Lucas Jo - Evangelho segundo S. João Atos At - Atos dos Apóstolos Epístolas Rm - Epístola aos Romanos 1Cor - 1ª Epístola aos Coríntios 2Cor - 2ª Epístola aos Coríntios Gl - Epístola aos Gálatas Ef - Epístola aos Efésios Fl - Epístola aos Filipenses Cl - Epístola aos Colossenses 1Ts - 1ª Epístola aos Tessalonicenses 2Ts - 2ª Epístola aos Tessalonicenses 1Tm - 1ª Epístola a Timóteo 2Tm - 2ª Epístola a Timóteo Tt - Epístola a Tito Fm - Epístola a Filemon Hb - Epístola aos Hebreus Tg - Epístola de S. Tiago 1Pd - 1ª Epístola de S. Pedro 2Pd - 2ª Epístola de S. Pedro 1Jo - 1ª Epístola de S. João 2Jo - 2ª Epístola de S. João 3Jo - 3ª Epístola de S. João Jd - Epístola de S. Judas Profético Ap - Apocalipse de S. João
Seguindo a tabela ao lado, quando quisermos citar, por exemplo, a Primeira Epístola aos Tessalonicenses, basta escrever 1Ts; logo a seguir, informamos o capítulo. Assim, 1Ts 2 significa Primeira Epístola aos Tessalonicenses, capítulo dois. Para fazermos citações mais completas, usamos sinais de pontuação, da seguinte maneira: A vírgula separa os versículos do capítulo. Ex.: Mt 16,18 significa Evangelho segundo Mateus, capítulo 16, versículo 18. O hífen apresenta uma sequência de capítulos ou versículos, como em At 1-2, que significa Atos dos Apóstolos, capítulos 1 e 2 (nesse caso, inteiros). Do mesmo modo, Ex 15,2-5 significa Êxodo, capítulo 15, versículos 2 a 5. O ponto apresenta capítulos e/ou versículos citados isoladamente. Exemplo: 1Cr 1.3 significa Primeiro Livro das Crônicas, capítulos 1 e 3. Is 32,1.4.6 significa Livro do Profeta Isaías, capítulo 32, versículos 1, 4 e 6. O ponto e vírgula dispõe capítulos e versículos isolados, mas pertencentes ao mesmo livro. Exemplo: Jo 3,23-25; 6,1-4 significa Evangelho segundo João, capítulo 3, versículos de 23 à 25 e capítulo 6, versículos de 1 à 4. Algumas Bíblias usam "s" e "ss" depois do número do capítulo e/ou versículo. "s" significa seguinte e "ss", seguintes. São usados para simplificar ainda mais a citação, respectivamente, de dois ou três capítulos e/ou versículos. Exemplos: Rm 2,5s significa Epístola aos Romanos, capítulo 2, versículos 5 e 6 (isto é, o versículo 5 e o seguinte). Ap 6,7ss significa Livro do Apocalipse, capítulo 6, versículos de 7 à 9 (isto é, o versículo 7 e os dois seguintes). Tg 1s significa Epístola de Tiago, capítulos 1 e 2 (isto é, o capítulo 1 e o seguinte). Com todas essas abreviações e sinais, podemos montar e citar, de forma bem resumida, qualquer passagem Bíblica. Exemplos: Lv 1,12-15.20; 3,2s; Mc 1,3ss.10; 2Cor 3-5 significa, respectivamente: Livro do Levítico, capítulo 1, versículos de 12 à 15 e versículo 20; no mesmo Livro do Levítico, capítulo 3, versículos 2 e 3. Evangelho segundo Marcos, capítulo 1, versículos de 3 à 5 e o versículo 10. Segunda Epístola aos Coríntios, capítulos de 3 à 5.
Por: Carlos Martins Nabeto - Fonte: bibliacatolica.com.br/conhecendo-a-biblia-sagrada/39/#ixzz2YScoGyLz
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Imagens da festa junina da Paróquia São João Batista do Brás
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ACABOU A FESTA, O QUE FAREI AGORA?
qui na Paróquia São João Batista do Brás, nos finais de semana do mês de junho, realizamos a festa junina 2013, que alguns chamam de quermesse; eu prefiro festa junina, mesmo. Foram quinze noites (sextas, sábados e domingos) e um dia inteiro, dia 24, do Padroeiro, com a celebração de seis Missas, apesar da chuva. Algumas tendas foram construídas para abrigar os “barraqueiros” e os convidados. Mesmo em noite de muita chuva, abrigadas, as pessoas puderam permanecer na festa e se divertir muito. Comidas muito saborosas, como pamonha, sarapatel, caldo de mocotó, canjica, bolo de milho, bolo de mandioca, tapioca, curau, pernil de porco, churrasco, batata frita, fogazza, cachorro quente, mini pizza, pastel, macarrão, bolos (abacaxi, chocolate, morango), pudins, doce de abóbora, doce de mamão, choco frutas, cupcake... Teve também tradicionais bebidas juninas: quentão, vinho quente. Para quem quis mais, teve refrigerante, cerveja e água. Pescaria para crianças e adultos não faltou.
Muita música rolou no palco, com apresentação de bandas e duplas (MPB, rock, pagode, forró, samba, caipira), além do som dos DJs, da apresentação dos jovens e de outros improvisos, como quadrilha. Teve ainda bingo para quem quis mais opção.
guns trabalharam durante o dia, outros à noite, outros de dia e de noite também. Claro que tivemos alguns conflitos e desentendimentos, mas nada que tenha tirado alguém do sério. Houve muita descontração, alegria, união e oração.
Toda noite, no início e no final, fizemos a nossa oração: Pai-Nosso, Ave-Maria, reza do Terço, pedidos e agradecimentos. Todos foram chamados para a oração.
Muitos dos que trabalharam e participaram da festa agora se perguntam: o que farei agora? E eu, audaciosamente, proponho: descansar um pouco e... Participar da Semana Missionária (16 a 21 de julho); participar/rezar/acompanhar a Jornada Mundial da Juventude, continuar participando das liturgias, dos trabalhos pastorais, continuar praticando a caridade, continuar evangelizando na sua casa, no seu trabalho e com os seus vizinhos, fazer boas leituras, como a nova Encíclica do Papa Francisco, Lúmen Fidei.
Contamos com a generosa doação de muitas pessoas pelas quais eu rezo e agradeço, e a festa foi lembrada e indicada em sites como tradicional. Realmente, ela já é tradicional, pois há quantos anos que leigos e leigas, padres e religiosas, dedicam-se em ocupar a praça para promover o encontro ou reencontro de pessoas do bairro do Brás e da cidade de São Paulo. Dá muito trabalho realizar uma festa desse porte. Muita responsabilidade. Muito compromisso. Muita atenção. Quanta benção! Mais ou menos 130 pessoas trabalharam para que tudo acontecesse. Al-
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Agradeço a todos que doaram, participaram e trabalharam na Festa Junina 2013 da Paróquia São João Batista do Brás, e rogo ao Pai suas bênçãos sobre todos vocês! Pe. Marcelo Monge, Pároco
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EDITOR IAL
Paróquia São João Batista do Brás:
Horários das Missas
Domingo: 08h - 10h - 18h Segunda-feira: 15h Terça-feira: 19h Quarta-feira: 7h Quinta-feira: 12h10 - 19h Sexta-feira: 7h (primeiras sextas do mês também às 19h) Sábado: 17h
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*Paróquia São João Batista do Brás: Lgo. Sen. Morais Barros, s/nº - altura do nº 600 da Av. Celso Garcia
Oração da Família
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Senhor, faz do nosso lar uma morada do teu Amor. Que entre os membros
desta família não exista amargura, nem egoísmo. Que aqui não surja rancor, nem abandono. Que saibamos caminhar em Ti a cada dia. Que cada manhã seja o início de mais um dia de entrega. Que cada noite nos encontre sempre mais unidos no Amor. Faz, Senhor, nossas vidas, que quiseste unir, cheias da tua Presença. Queremos ser fiéis e felizes em ti. Concede-nos, enfim, no amanhecer do dia de ir ao teu encontro, estarmos na tua paz e no teu perdão. Amém!