Sixt rent a car Portugal - Reportagem por Vida Económica - Dossier Frotas

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FROTAS ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1419, DE 11 NOVEMBRO DE 2011, E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

Pequeno-almoço/debate da “Vida Económica” com responsáveis pelos departamentos de frotas dos importadores

Marcas esperam “travagem” mais suave nas empresas do que nos particulares em 2012

Págs. VIII, IX e X

LEASEPLAN FAZ À “VE” SIMULAÇÃO DE FROTA COM 23 MODELOS

Veículos de passageiros mais baratos em renting do que comerciais derivados ROBALO DE ALMEIDA, DA ARAC, LAMENTA

Pagamento de portagens nas ex-Scut continua a ser dor de cabeça para rent-a-car

Págs. XII e XIII

Mercado das leiloeiras vai passar por concentração Pág. IV

Pág. XV


II

FROTAS

sexta-feira, 11 novembro de 2011

MODALIDADE MANTÉM-SE, SEGUNDO GESTORAS DE FROTA, COMO OPÇÃO VANTAJOSA

Renting vai cair 5% este ano AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

A mobilidade dos colaboradores tem uma importância crescente no orçamento das empresas. É necessário, por isso, haver uma criteriosa definição da melhor opção para a renovação do parque automóvel utilizado pelos colaboradores, ainda mais em cenários económicos como o que se vive. O aluguer operacional de viaturas (AOV) tem ganho, desde a década passada, uma importância acrescida, face à aquisição ou ao “leasing”. De acordo a ALF, o AOV sofreu o clima económico recessivo no primeiro semestre do ano face a igual período de 2010. A descida foi de 5%, de 312 milhões de euros em novos contratos para 294 milhões. Foram contratualizadas 14831 unidades, menos 8%. O vice-presidente da ALF, António Oliveira Martins, explica (ver página IV) que “após um 2009 de queda e um 2010 de recuperação”, este ano está ser “um retorno às dificuldades vividas em 2009”. Ainda assim, o sentimento é que o AOV pode continuar a ganhar importância na altura das empresas renovarem as suas frotas. Uma área que pode vir a ganhar importância em 2012 é o rent-acar, pois, apesar de as rendas mensais serem mais caras do que as do AOV, permitem uma flexibilidade maior (ver páginas XII e XIII). Essa é a esperança do secretário-geral da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis Sem Condutor Joaquim Robalo de Almeida. ALD com serviços associados

O renting já não é um conceito desconhecido do público. Porém, ainda deixa muitas dúvidas. O aluguer operacional é, isso mesmo, um aluguer – e não um produto financeiro porque nos contratos não está prevista a passagem de propriedade ao cliente – em que o locatário paga uma renda mensal durante o período de tempo entre um e cinco anos. Esta renda, paga numa única fatura, inclui as revisões, o seguro contra danos próprios e as reparações. No caso de o cliente querer, o contrato pode mesmo contemplar a gestão dos pneus e, até, dos combustíveis. Trata-se portanto, de um ALD, ao qual são acrescentados múltiplos serviços. As empresas que se dedicam à atividade utilizam todo o tipo de veículos, embora os pesados com mais de seis toneladas de peso bruto sejam raros, devido aos entraves colocados pela lei. As vantagens do aluguer operacional são muitas, mas resumem-se numa expressão cada vez mais utilizada: “outsourcing”. Um conceito que faz com

que as empresas se dediquem à sua atividade principal a 100%, deixando a carga burocrática para especialistas e com vantagens económicas. Os preços das rendas conseguem tornar-se atrativos, porque as gestoras de frota têm um poder negocial para compra e manutenção que, regra geral, as empresas não possuem de forma isolada. No que se refere ao balanço da empresa, há a vantagem dos veículos em questão não entrarem no balanço desta. No que se refere aos seguros, o aluguer operacional apresenta ainda o benefício de não se verificarem agravamentos. A natural concorrência na economia levou a que as empresas tomassem consciência das vantagens financeiras e físicas, bem como da simplificação da gestão de frota que o aluguer operacional oferece, pelo que começaram a utilizá-lo. Como já foi referido, os primeiros clientes nacionais deste serviço foram as grandes empresas, que já conheciam os benefícios inerentes a uma gestão externa das frotas, com grande necessidade de veículos para realizar a sua atividade. Exemplo disto são os laboratórios farmacêuticos e as grandes empresas de distribuição. Mais tarde, as PME, e mesmo os profissionais liberais, começaram a reconhecer vantagens neste tipo de aluguer e são estes mesmo os setores de maior potencial de crescimento, atualmente. Embora mais lentamente, também os particulares começam a “render-se” a este sistema, sobretudo os profissionais liberais. Segundo os operadores, apenas os particulares que não trocam de carro com uma cadência de três ou quatro anos não têm vantagens em recorrerem ao “renting”.

O renting vai cair 5% em 2011.

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Simplifica todas as tarefas de gestão da frota das empresas que é entregue a especialistas com serviços adicionais diversos.

Utilização de imobilizado de terceiros, em termos jurídicos e económicos.

Acompanhamento informático por parte da empresa de aluguer operacional: gestão de faturas, de combustível, do número de dias, utilizando viatura de substituição, etc.

O locatário nada mais tem que pagar além das rendas: a locadora avisa nas alturas de manutenção

O mais interessante é que, feitas bem as contas, o contrato de aluguer operacional acaba por fazer com que a mobilidade se torne mais barata que em caso de compra, acrescida das manutenções, seguro, etc.

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A quilometragem anual tem implicações no que respeita aos encargos de manutenção com o veículo, devendo o locatário pagar uma verba adicional, caso exceda a quantidade de km previamente contratada.

Caso o prazo do contrato seja abreviado por rescisão da empresa cliente, há lugar a uma penalização, dependente consoante a locadora.

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Possibilidade de negociação do preço do veículo, dependendo do poder negocial do comprador.

Utilização de fundos próprios da empresa ou negociação de empréstimos, eventualmente com taxas favoráveis.

Disponibilidade do veículo para venda em qualquer altura, já que é um ativo da empresa.

A locação financeira oferece uma garantia de “cash-flow” através da sequência fixa das rendas mensais ao longo do período do contrato. Esta opção liberta as empresas locatárias de pressões de crédito com outras instituições.

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Utilização de recursos financeiros da empresa para compra de veículos, em detrimento da sua aplicação em investimentos no negócio central.

O facto de ser um ativo na empresa, pelo que pode ser tributado.

Possibilidade de aquisição do bem no fim do contrato.

=^loZgmZ`^gl Implementação de um serviço interno de gestão da frota com menor poder negocial que as empresas de aluguer operacional.

Na hipótese do contrato não ser totalmente cumprido, há uma cláusula penal por rescisão antecipada.

Outras desvantagens foram já indicadas na aquisição a crédito ou a pronto e que também aqui se aplicam.

Embora a empresa cliente não seja proprietária do automóvel, é totalmente responsável pela sua danificação.


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IV

FROTAS

sexta-feira, 11 novembro de 2011

SIMULAÇÃO FEITA À “VIDA ECONÓMICA” PELA LEASEPLAN

Veículos de passageiros mais baratos em renting do que comerciais derivados AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

A mensalidade em aluguer operacional de viaturas (AOV) dos veículos de passageiros é, com IVA, mais barata do que dos modelos comerciais derivados, segundo a LeasePlan. A razão para esse facto é, ao que tudo indica, o menor valor residual futuro da versão “dois lugares”. Se este ano os valores são próximos (com a dedução do IVA que os comerciais permitem às empresas o preço final ainda é mais baixo), no próximo ano, será, ao que tudo indica, o fim deste tipo de veículos, pois a proposta de Orçamento de Estado para 2012 prevê que passarão a pagar a totalidade do ISV, contra 55% em 2011. Estes valores estão numa simulação da LeasePlan dos custos mensais associados a uma frota em “renting”. A “Vida Económica” recorreu, então, à empresa líder do setor em Portugal, para obter uma proposta, mesmo que meramente indicativa. Os nossos “contratos” têm 48 meses de duração com uma quilometragem contratada de 120 mil km (30 mil por ano) e incluem, além da manutenção programada e corretiva, a substituição de pneus, viatura de substituição, Imposto Único

de Circulação e seguro com danos próprios. Os modelos enviados pela LeasePlan para esta simulação de custos em renting são, no total, 23. Quinze de passageiros e nove comerciais. O IVA está incluído à taxa em vigor e a simulação foi feita para uma “cliente” PME. Total de 24 modelos

Começando pelos comerciais, e pelos pequenos furgões, as rendas mensais possíveis variam entre 330,01 e 354,5 euros. Nos furgões os valores situam-se entre 364,84 e 398,53 euros. Nos comerciais derivados de turismo, as possibilidades variam entre 380,60 euros e 407,67 euros. Nos modelos de passageiros, as escolhas de utilitários têm variação entre 366,25 e 395,72 euros. 494,26 e 517,90 euros é a variação nos pequenos familiares, enquanto nos familiares médios a “baliza” é entre 642,21 e 700,57 euros. Entre as marcas “premium”, no segmento dos familiares médios as rendas mensais em AOV variam entre 782,12 e 830,90 euros e na classe dos grandes familiares entre 981,79 e 1079,25 euros. Os dados detalhados enviados à “Vida Económica” pela LeasePlan estão no quadro que publicamos.

Modelo Utilitários Ford Fiesta 1.4 TDCi 70 cv Seat Ibiza 1.2 TDi 75 cv VW Polo 1.2 TDi 75 cv Pequenos familiares Skoda Octavia Break 1.6 TDi 105 cv Seat Leon 1.6 TDi 105 cv Ford Focus Station 1.6 TDCi 115 cv Familiares médios Opel Insignia Sports Tourer 2.0 CDTi 130 cv Seat Exeo ST 2.0 TDi 143 cv Skoda Superb Break 2.0 TDi 140 cv Familiares médios “premium” Audi A4 Avant 2.0 TDi 136 cv Mercedes C200 CDi Station 136 cv BMW 318d Touring 143 cv Familiares grandes “premium” BMW 520d Touring 184 cv Audi A5 Avant 2.0 TDi 177 cv Mercedes E220 CDi Station 170 cv COMERCIAIS Derivados de turismo Ford Fiesta Van 1.4 TDCi 70 cv Seat Ibiza Van 1.2 TDi 75 cv Opel Corsa Van 1.3 CDTi 75 cv Pequenos furgões Peugeot Bipper 1.4 HDi 68 cv Citroën Nemo 1.4 HDi 70 cv Fiat Fiorino 1.3 M-Jet 75 cv Furgões Peugeot Partner 1.6 HDi L1 75 cv Opel Combo 1.3 CDTi 75 cv Citroën Berlingo Van 1.6 HDi 750 75 cv

renda (c/IVA)

km+

km-

J 366,25 J 380,04 J 395,72

J 0,03155 J 0,01863 J 0,03168 J 0,01921 J 0,03156 J 0,01921

J 494,26 J 494,87 J 517,90

J 0,03559 J 0,01971 J 0,04079 J 0,02352 J 0,04693 J 0,02694

J 642,21 J 669,15 J 400,57

J 0,05251 J 0,02835 J 0,05343 J 0,02734 J 0,05161 J 0,02542

J 782,12 J 827,20 J 830,90

J 0,06303 J 0,03309 J 0,06224 J 0,02993 J 0,05134 J 0,02351

J 981,79 J 999,86 J 1079,25

J 0,06770 J 0,03161 J 0,07477 J 0,03623 J 0,07440 J 0,03378

J 380,60 J 400,19 J 407,67

J 0,03250 J 0,01881 J 0,03117 J 0,01921 J 0,02967 J 0,01785

J 330,01 J 346,54 J 407,67

J 0,03245 J 0,02036 J 0,02773 J 0,01778 J 0,02967 J 0,01785

J 364,82 J 373,09 J 398,53

J 0,03788 J 0,02189 J 0,02881 J 0,01850 J 0,03224 J 0,02026

Fonte : LeasePlan Portugal

ALF PREVÊ QUEBRA DE 5% ESTE ANO

Renting de regresso às dificuldades de 2009

“Este é, contudo, um desempenho francamente superior ao do setor automóvel em geral”, salienta o vice-presidente da ALF, António Oliveira Martins.

Este ano “está a ser marcado pela prudência e expectativa” para o setor do renting, de acordo com o vice-presidente da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF). “Após um 2009 de queda e um 2010 de recuperação, estamos a assistir em 2011 a um retorno às dificuldades vividas em 2009”, disse à “Vida Económica” António Oliveira Martins. A associação prevê que o ano termine com pouco mais de 30 mil viaturas novas adquiridas em aluguer operacional, o que representa uma ligeira quebra de 5% em relação a 2010. “Apesar desta situação, que é essencialmente causada pelo contexto que atravessamos, estamos bastante confiantes no produto renting e não podemos deixar de referir que este é, contudo, um desempenho francamente superior ao do setor automóvel em geral”, salienta o vice-presidente da ALF. “As empresas estão e vão continuar a procurar reduzir os custos com as frotas automóveis e o renting apresenta-se como a alternativa mais credível”, acrescenta. Em relação a 2012, Oliveira Martins prefere não fazer previsões quantitativas. “É muito ingrato estar a fazer previsões nos tempos que correm e face às inúmeras incertezas que existem a nível nacional e internacional. No entanto, estamos confiantes que o renting evoluirá de forma mais positiva que o resto do setor automóvel, traduzindo-se num aumento do seu rácio de penetração”, refere o dirigente da ALF. “As dificuldades acrescidas que se adivinham fazem crer que a atividade económica diminuirá,

o que poderá pressupor uma redução da dimensão média das frotas”, acrescenta. Previsão de valores residuais difíceis

Dado o atual cenário macroeconómico do país, as previsões de valores residuais têm ganho volatilidade, segundo a nossa fonte. “É uma das preocupações chave por parte das empresas de renting e tem-se tornado cada vez mais difícil antecipá-los. O atual contexto macroeconómico tem afetado os valores no mercado de usados de forma negativa”, explica. António Oliveira Martins salienta, no entanto, “que esta situação acaba por reforçar uma das vantagens do renting, uma vez que os clientes não têm que se preocupar com a desvalorização da viatura, já que esse risco é totalmente assumido pela empresa de renting”. Também no que se refere às dificuldades de escoamento dos usados – “não podemos negar que o mercado de usados tem vindo a cair tanto ao nível de volume como sobretudo de preços”, admite – o vice-presidente da ALF mostra otimismo. “As rentings têm sabido responder a esta situação, diversificando as suas fontes de escoamento de viaturas e criando novos canais que, quer a curto, quer a médio-longo prazo, julgo que irão beneficiar o renting enquanto produto competitivo e eficiente, capaz de oferecer a melhor relação qualidade-preço na gestão de frotas”, defende.


FROTAS

sexta-feira, 11 novembro de 2011

V

ALD Automotive cresce em contraciclo As empresas de aluguer operacional de viaturas (AOV) estão a ter um ano de perdas, mas há uma exceção à regra: a ALD Automotive Portugal. “2011 revelou ser um ano em que a ALD Automotive teve uma performance acima das expectativas, face ao atual contexto económico”, afirmou à “Vida Económica” o diretor-geral da ALD Automotive no nosso país, Guillaume de Leobardy. O responsável pela filial nacional da empresa do grupo Société Générale sustenta-se nos dados da ALF de agosto. “Em termos de novos contratos, no dados acumulado dos meses, a ALD Automotive atingiu um crescimento de 74,3% das suas vendas, isto quando o mercado em geral apresenta um crescimento negativo. Ao nível da frota, registámos a maior taxa de crescimento do mercado de renting (26,1%), mais uma vez em contraciclo”, refere de Leobardy, que acrescenta que, para além dos números, este tem sido também um ano de grandes desafios em termos de “novos lançamentos (renting para veículos elétricos, ALD Carmarket e ALD ecodrive) bem como um ano de firme aposta em ‘customer care’, através de mais formação, melhores processos e mais comunicação com os clientes”. Como resultado, a gestora de frota prevê “fechar 2011 com uma frota total sob gestão acima dos 13 500 veículos”. Em relação a 2012, e ao clima económico que se adivinha, o diretor-geral da ALD Automotive Portugal salienta as vantagens do AOV. “Vamos assistir atentamente ao desenrolar da discussão do OE2012, procurando manter os nossos clientes informados relativamente às alterações que possam afetar de alguma forma as suas frotas de veículos, reiterando sempre que, para as suas necessidades de maior austeridade, o renting mantém intactas as suas vantagens competitivas: maior liquidez disponível, maior previsibilidade de custos, maior concentração no negócio e finalmente ausência total de risco”, refere. Aposta no escoamento de usados

Prolongamento de contratos, “downgradings” de segmento e motorizações, maior volatilidade nas previsões dos valores residuais e dificuldades acrescidas no escoamento dos automóveis usados provenientes de contratos de AOV é um problema para o setor. Em relação a esta última situação, a empresa tem, contudo, novas

ferramentas. “A ALD Automotive tem apostado na diversificação dos canais de escoamento, para evitar que este seja um problema, por exemplo através do lançamento do ALD Carmarket, uma plataforma online de venda de veículos usados para profissionais. Só através deste canal esperamos escoar até 2012 entre 30% e 40% do nosso stock”, explica Guillaume de Leobardy. Dentro desta ferramenta, a empresa começou a fazer leilões online semanais, a começar ao meio-dia de segunda-feira e a

terminar ao meio-dia de terçafeira, com a apresentação de um catálogo de cerca de 20 a 30 veículos de todos os segmentos provenientes de contratos de renting. “Qualquer profissional do setor que o pretenda pode aceder ao nosso site em www.aldcarmarket.com e muito simplesmente registar-se na página de login para completar o formulário de registo. A plataforma ALD Carmarket oferece um conjunto de vantagens imbatíveis para os profissionais do setor”, defende o diretor-geral da ALD Automotive Portugal.

A ALD Automotive atingiu um crescimento de 74,3% das vendas até agosto, segundo Guillaume de Leobardy. PUB

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VI

FROTAS

sexta-feira, 11 novembro de 2011

JOSÉ PEDRO CAMPOS PEREIRA, DIRETOR COMERCIAL DA LEASEPLAN PORTUGAL, CONFIANTE

JOSÉ MADEIRA RODRIGUES (ARVAL)

“Tendência do setor será encontrar “Renting novos caminhos de crescimento em 2012” resistiu sões possíveis. Reconhecemos, no entanto, que não é um exercício fácil.

Este ano está a ser difícil e o próximo não será melhor. Ainda assim, o aluguer operacional de viaturas vai continuar a mostrar mais-valias face a outras opções de renovação de frotas “para segmentos que, tradicionalmente, não recorrem a esta modalidade de financiamento automóvel”, de acordo com o diretor comercial da LeasePlan Portugal, José Pedro Campos Pereira. “Daí que a tendência do setor será, inevitavelmente, a de encontrar novos caminhos de crescimento, rentabilizando estes novos segmentos de mercado”, refere, em entrevista à “Vida Económica”. AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

Vida Económica – Como está a ser 2011 para a LeasePlan Portugal?

José Pedro Campos Pereira – Este está a ser um ano de contenção para a generalidade dos setores de atividade e o renting não escapa a uma contração da procura que também afeta a LeasePlan. Face à difícil conjuntura económica, verificamos que as empresas têm vindo a adiar a decisão de renovar as suas frotas, preferindo canalizar os recursos disponíveis para outras áreas do seu negócio. Acresce que, devido à escassez e aos elevados custos de financiamento, por um lado, e ao reflexo da atual incerteza económica na confiança dos consumidores, por outro, o valor de venda de usados tem sido significativamente afetado, o que dificulta a dinamização desta componente da nossa atividade. Mas 2011 fica também marcado por uma forte aposta da LeasePlan na conquista de novos segmentos de mercado, nomeadamente no renting dirigido às pequenas frotas, profissionais liberais e particulares. Face à crescente penetração desta modalidade de

muito bem”

VE – O escoamento dos automóveis usados provenientes de contratos de AOV é um problema para a vossa empresa?

JPCP – Atualmente, o preço de escoamento de veículos usados tem sido afetado pelas dificuldades de acesso a financiamento sentidas nalguns segmentos. No entanto, para dinamizar esta área de negócio da nossa atividade, dispomos da Carnext, uma plataforma online que é já responsável pela venda da maior parte dos veículos usados da LeasePlan. Desde a sua criação, em 2008, esta opção tem vindo a ganhar uma importância crescente na atividade da empresa. Em 2010, foi responsável pelo escoamento de 4089 viaturas, ou seja, 34% do total de unidades vendidas (mais de 12 300 unidades) e, atualmente, esse valor já chega aos 50%. VE – Com que frota sob gestão contam fechar 2011?

JPCP – Prevemos fechar o ano com mais de 64 mil veículos sob gestão.

O diretor comercial da LeasePlan Portugal não esconde as dificuldades por que o setor passa.

financiamento automóvel nestes segmentos, lançámos o LeasePlan Go – a primeira loja online para este perfil de clientes. Apesar de todas as condicionantes, prevemos chegar ao final de 2011 com uma performance acima da média do mercado, ainda que o exercício esteja a ser mais difícil que em anos anteriores. VE – A integração da Multirent acontece num ano difícil para a economia. Acabou por ser uma “almofada” para a LeasePlan Portugal?

JPCP – Com cerca de dez mil veículos sob gestão, a Multirent e a sua carteira de clientes trazem importantes ativos para a atividade da LeasePlan. Permitindo a realização de sinergias a vários níveis, esta aquisição complementa o posicionamento multimarca da LeasePlan com que procuramos acrescentar valor aos nossos clientes. VE – Estão a receber pedidos de prolongamentos de contratos de AOV em vigor?

JPCP – Sim, alguns clientes optam por prolongar os contra-

tos com o intuito de reduzir os custos com a frota. VE – Nas renovações de frotas, tem havido “downgradings” de segmento e motorizações?

JPCP – A difícil situação económica tem levado alguns clientes a optar por segmentos inferiores de veículos dos seus colaboradores para reduzir custos. VE – As previsões de valores residuais têm ganho volatilidade, tendo em conta o atual cenário macroeconómico do país?

JPCP – A incerteza quanto à profundidade da recessão que se avizinha torna a gestão das empresas um exercício mais difícil do que o habitual. Neste sentido, tudo é mais volátil e a dificuldade de fazer previsões a médio prazo aumenta bastante. No caso específico dos valores residuais, a experiência acumulada pela LeasePlan Portugal e a partilha de informação a nível internacional com outras filiais do grupo dão-nos algum conforto para fazer as melhores previ-

VE – E em relação a 2012, agora que é conhecida a proposta de Orçamento de Estado (OE), já têm previsões?

JPCP – Para 2012, as expectativas continuam a ser contidas. As medidas previstas no OE visam uma significativa redução da despesa pública. Os cortes anunciados – independentemente de os considerarmos ou não a melhor alternativa possível a um Estado excessivamente despesista – terão como consequência uma significativa diminuição do consumo e acentuarão uma recessão económica que não permitirá às empresas, públicas e privadas, investimentos avultados em áreas como a renovação das suas frotas. No entanto, face à necessidade imperiosa de reduzir custos, o renting continua a apresentar-se como uma solução vantajosa para segmentos que, tradicionalmente, não recorrem a esta modalidade de financiamento automóvel, como as PME, os profissionais liberais e até mesmo os particulares (sobretudo para aqueles que estão habituados a mudar de carro de três em três ou quatro em quatro anos). Daí que a tendência do setor será, inevitavelmente, a de encontrar novos caminhos de crescimento, rentabilizando estes novos segmentos de mercado.

O aluguer operacional de viaturas tem conseguido resistir bem ao clima de crise económica que o país vive, de acordo com o diretor comercial da Arval Portugal, José Madeira Rodrigues (na foto). “A performance da Arval ao longo dos últimos anos tem sido caracterizada por um crescimento sustentado, facto que em 2011 não será diferente. A Arval foi capaz de superar a performance do mercado, tendo este sido afetado, claro está, pela conjuntura económico-financeira do país. É, no entanto, de salientar que o resultado do renting, não sendo positivo, resistiu muito bem quando comparado com a performance global de vendas ao nível das viaturas novas”, disse à “Vida Económica. Segundo a mesma fonte, a Arval Portugal espera atingir cerca de 7500 veículos distribuídos por aproximadamente 800 clientes. O setor do renting tem tido, ao longo dos últimos anos dificuldades crescentes de vendas dos usados. As empresas têm criado marcas próprias para a venda desses veículos, provenientes de contratos de aluguer operacional. A principal solução subsidiária do BNP Paribas especializada em gestão de frotas foi batizada de ArvalCaroption. Trata-se de um site, disponível em www.arvalcaroption.com. pt, destinado a comerciantes do ramo automóvel, assente numa plataforma de leilões online. “Temos igualmente a capacidade de gerir o escoamento das viaturas usadas através de uma plataforma internacional, intitulada Arval Trading, que nos confere ‘know-how’ e capacidade de diferenciação na construção de uma oferta sustentável aos nossos clientes”, salienta José Madeira Rodrigues.



sexta-feira, 11 novembro de 2011

FROTAS FROTAS sexta-feira, 11 novembro de 2011

IX

A quebra que o mercado de automóveis novos deverá sentir em 2012 pode ser menos grave nas empresas do que nos particulares, pelo que as marcas automóveis vão colocar mais “fichas” naquele segmento, segundo os participantes no pequenoalmoço/debate com o tema “O mercado de frotas em tempo de crise: travão ou acelerador?”, promovido pela “Vida Económica” no hotel Tiara Park Atlantic Lisboa. O fim do mercado de automóveis de dois lugares, fruto do aumento do ISV previsto na proposta de Orçamento de Estado, e uma ainda maior racionalização das compras devido ao novo aumento da tributação autónoma de despesas com automóveis em sede de IRC são outras conclusões do encontro. “Eventualmente, não estão tão fustigadas pela crise como as pequenas empresas que operam apenas no mercado nacional, que, obviamente, têm menos capacidade financeira no momento atual”, defende. A Mazda tem pouca tradição no mercado empresarial, mas quer começar a mudar isso. “Com a quebra de retalho a particular e com as quebras de financiamento, que temos sentido bastante, as frotas poderão ser para o ano uma alternativa. Nós somos uma marca que ainda não tem muito histórico neste mercado, é um trabalho que está a ser desenvolvido há cerca de meio ano”, afirmou Rui Curro, responsável pelas vendas a frotas na Mazda Motor de Portugal. O objetivo da filial da marca japonesa nas frotas passa mais pelas PME e os empresários em nome individual do que pelas grandes empresas. “Não temos uma estratégia que nos permita políticas de desconto demasia-

Ricardo Freitas Nissan Iberia “Tudo aquilo que foi assumido pelas marcas até março sofreu um desvio. De facto, uma boa parte das marcas negociou um ‘delay’ na devolução das viaturas [pelas RAC]”.

redução dos plafonds atribuídos a cada utilizador. No entanto, ao nível das pequenas empresas e daqueles clientes que atualmente não consideramos frotistas, como o caso do advogado, do empresário em nome individual, do médico ou do engenheiro, temos potencial para crescer ligeiramente”, disse. Também a Nissan vê oportunidades no mercado empresarial. “A crise tem afetado, de forma mais ou menos homogénea, todos os segmentos de mercado. Numa primeira fase, o segmento que, claramente, mais tem caído tem sido o dos particulares, portanto, em termos de ‘mix’ tem havido uma transferência do particular para as empresas e, pensando desse modo, há aqui uma oportunidade”, salienta o responsável pelas frotas e pelos usados da marca em Portugal, Ricardo Freitas. Ao contrário de João Carlos Borrego, o representante da Nissan vê mais potencial em grandes empresas de capital estrangeiro.

João Carlos Borrego Mercedes-Benz Portugal “Ao nível das pequenas empresas e daqueles clientes que atualmente não consideramos frotistas temos potencial para crescer ligeiramente”.

Intervenientes

A crise nas vendas de automóveis novos que está a acontecer em 2011, e que no próximo ano vai ser ainda mais forte, afeta todos os segmentos de mercado. Essa quebra nas compras pode, no entanto, ser menor entre as empresas de que nos particulares, de acordo com os responsáveis pelos departamentos de frotas das marcas presentes no pequenoalmoço/debate “O mercado de frotas em tempo de crise: travão ou acelerador?” promovido pela “Vida Económica” no hotel Tiara Park Atlantic Lisboa. João Carlos Borrego, responsável por novos canais, frotas e vendas diretas na Mercedes-Benz Portugal referiu que a empresa tem “potencial para crescer” no segmento frotista. “Talvez não ao nível das médias e grandes empresas, aí temos constatado um decréscimo e é expectável que em 2012 haja uma

AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

As marcas automóveis acreditam que o mercado frotista pode ter um 2012 menos mau do que o particular.

Rui Curro Mazda Motor de Portugal “Temos verificado que a falta de informação tem vindo a prejudicar os valores residuais dos nossos carros”.

Aproveitar qualquer potencial onde este exista vai ter que ser a prioridade das marcas em 2012, até porque o cenário do mercado é mau. Miguel Ribeiro, diretor de frotas, usados e rent-a-car (RAC) do Fiat Group Automobiles Portugal, recorda que à desaceleração de vendas nos automóveis novos se junta a dos usados, algo inédito, de acordo com aquele responsável. O facto de haver falta de liquidez no mercado está a trazer algo que nunca foi visto: há um paradigma no mercado automóvel que diz que, quando os novos não se vendem, os usados mostram uma performance mais positiva. No entanto, pela primeira vez constata-se que os novos não se vendem e os usados também não”.

“Travagem” nos novos e nos usados

damente elevada, que nos permita conquistar grandes contas”, explica Curro.

A instabilidade fiscal que existe em Por-

Instabilidade fiscal prejudica previsões de valores de usados

da vida do contrato, com a tributação autónoma, hoje em dia as empresas vão mudar o comportamento. O paradigma mudou. Antigamente, as pessoas compravam um carro, depois começaram a ver também o consumo e há quatro anos passaram a ter, também, em atenção as emissões de CO2. Agora, a preocupação é quanto é que o carro custa por mês e quanto é que se vai pagar por mês em tributação autónoma em sede de IRC por ter um carro. A tributação autónoma quadruplicou em três anos”. Tendo em conta esta realidade, o diretor de frotas do Fiat Group Automobiles Portugal salienta a maior racionalidade que vai ditar as compras das empresas em 2012. “Pela primeira vez, começo a assistir a clientes que deixaram de olhar para marcas e hoje apenas procuram o que é mais barato”, afirma.

Ricardo Freitas salienta, no entanto, que esta procura já tem, também, uma vertente racional. “Quando falamos em racional não pensamos apenas no custo do veículos, mas em quanto é que gastamos para ter uma determinada mobilidade durante um determinado período de tempo. Para isso, além do preço, são importantes elementos como a desvalorização, o custo do combustível (num elétrico é muito mais baixo), o valor de manutenção (também muito mais baixo num elétrico). Em relação ao preço, à medida que vá havendo economias de escala, irá baixando”, salienta. O responsável pelas vendas a frotas na

Táxis e polícias com potencial

veículos. “Já no setor privado”, acrescenta, “as primeiras empresas a procurarem estes veículos são as multinacionais, pois têm uma política de responsabilidade social forte. Além disso, de uma forma crescente, também as PME e os particulares começam a procurar estes veículos”.

Miguel Ribeiro Fiat Group Automobiles Portugal “Sem dúvida alguma que o facto de haver falta de liquidez no mercado está a trazer algo que nunca foi visto (…) constata-se que os novos não se vendem e os usados também não”

O responsável pelas vendas frotistas do grupo automóvel italiano no nosso país explica esse bloqueio nas duas vertentes do mercado na concessão de crédito. “Em 2008 e 2009, no pico da crise financeira, o mercado fechou-se para os grande operadores do mercado de usados, mas os particulares tinham acesso ao crédito. Então, quem comprava carros para vender não conseguia financiar-se, mas o cliente final conseguia. Além disso, havia o efeito dos programas de incentivo ao abate”, refere. Agora, assiste-se, segundo Miguel Ribeiro, a “uma travagem a fundo” nas várias vertentes: “Nem as empresas, nem os particulares têm acesso ao crédito, o que para completamente o negócio”. De acordo com a mesma fonte, em 2012 haverá dois fatores de influência no mercado frotista, o financeiro e o fiscal: “Pela questão financeira, muitas empresas vão fazer um ‘downsizing’ e a fiscalidade vai ter um papel importante. Com toda a carga fiscal implícita a um automóvel, não só no momento em que é comprado, mas também ao longo

A Mercedes-Benz Portugal, com o pequeno Smart Fortwo Eletric Drive e a Nissan Ibéria com o Leaf (na foto), talvez o modelo com estas caraterísticas mais reconhecido em Portugal, foram das primeiras marcas a lançar automóveis elétricos no mercado nacional. Pela marca alemã, João Carlos Borrego defende que, nesta fase, é a imagem quem mais ordena. “Nos próximos anos, em termos de frotas, não vai ser dado como alternativa real aos motores a combustão. O custo por km é mais alto, posicionamos a renda de um Smart Fortwo ao nível de viaturas de dimensões muito maiores. Algumas empresas, por questões de responsabilidade social, têm algumas unidades [do Smart elétrico], mas é apenas por imagem”, refere. O responsável pelas frotas na Nissan defende que, “para sustentar esta estratégia de imagem verde, terá que ser o setor público a dar o primeiro passo e tem havido uma procura crescente” deste tipo de

AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

(Continua na página seguinte)

tugal – os operadores queixam-se de que os impostos sobre os automóveis não só são altos como também mudam demasiadas vezes – é um fator extra de dificuldades nas previsões de valores de retoma nos negócios com RAC em que o contrato pressupõe que a marca recompre as viaturas ao cabo dos meses negociados (em norma seis a oito meses) e nos valores residuais futuros (no caso dos negócios de renting, aqui com durações médias de 48 meses). “Hoje, as marcas não podem trabalhar com os pressupostas de há oito meses, porque o mercado mudou totalmente”, explica Miguel Ribeiro, apesar de salientar que no caso do grupo Fiat, os negócios com as RAC tenham durações médias superiores, devido ao preço médio dos modelos do construtor. Devido à quebra no mercado de usados, algumas marcas estarão, aliás, segundo a mesma fonte, a prolongar a presença das suas viaturas nas RAC, pois “o mercado não tem capacidade para absorver tantos veículos”. Ricardo Freitas, da Nissan, concorda que as previsões de há meses saíram trocadas. “Este ano tem sido de quebra e o mercado apenas começou a cair a partir de abril, até março o mercado automóvel não teve sobressaltos. Tudo aquilo que foi assumido pelas marcas até março sofreu um desvio. De facto, uma boa parte das marcas, algumas a custo zero, negociou um ‘delay’ na devolução das viaturas”, salienta. O responsável pelas vendas frotistas da marca nipónica avisa, aliás, que esse facto vai ter custos nas vendas do canal RAC no futuro próximo. “Acredito que as vendas da Páscoa, que em 2012 serão feitas em março, vão ser afetadas por isso, pois as RAC estarão ainda a trabalhar com os carros que lhe foram entregues em março e junho passados”, indica Ricardo Freitas. João Carlos Borrego, da Mercedes-Benz Portugal, referindo-se ao mercado do ren-

filial da marca japonesa reconhece que os elétricos não são ainda indicados para qualquer utilizador, devido à autonomia, mas avisa que podem ser opção em alguns casos, alguns dos quais inesperados. “Os táxis e as polícias municipais fazem menos de 100 km por dia”, exemplifica Ricardo Freitas. “A substituição de veículos de combustão interna por elétricos vai ser muito gradual. A Nissan acredita que em 2020 cerca de 15% dos automóveis comercializados na Europa sejam elétricos”, defende.

Elétricos “carregam baterias” da imagem das empresas

EMBORA A NISSAN GARANTA JÁ HAVER, AINDA ASSIM, UMA VERTENTE RACIONAL

Mercado empresarial pode ter “travagem” mais suave do que os particulares em 2012

PEQUENO-ALMOÇO/DEBATE DA “VIDA ECONÓMICA” COM RESPONSÁVEIS PELOS DEPARTAMENT0S DE FROTAS DAS MARCAS

VIII


X

FROTAS

sexta-feira, 11 novembro de 2011

Mercado empresarial pode ter “travagem” mais suave do que os particulares em 2012 (Continuação da página anterior)

ting, reconhece alguns problemas nas previsões de valores residuais. “Para nós, isso é uma dificuldade, ainda assim não estamos tão sujeitos a esta variação do mercado. Ela aconteceu e é expectável que continue, no entanto, na nossa marca temos conseguido defender-nos melhor do que a generalidade do mercado”, afirma. Pela parte da Mazda, o menor histórico no mercado frotista prejudica os valores residuais. “Temos verificado que a falta de informação tem vindo a prejudicar os valores residuais dos nossos carros. As gestoras de frota dizem-nos que temos produto que pode ser melhor do que a concorrência e até ter melhor preço, mas quando é feito o cálculo, o valor residual prejudica-nos”, explica Rui Curro, antes de informar que a marca está a trabalhar com as empresas de avaliação para melhorar nesse capítulo. Comerciais: mais ISV em 2012

A proposta de Orçamento de Estado para 2012 prevê um agravamento da fiscalidade, sobretudo no ISV para os veículos comerciais ligeiros. Entre estes, os derivados de turismo passarão a pagar 100% (era 55%), os furgões de três lugares e carrinhas de caixa aberta 10% (estavam isentos), as “pick up” 4x4 de 35% para 50% e as “pick up” 4x2 de 10% para 15%. No caso da Mazda, uma marca com presença no mercado das “pick up”, essa alteração será notada, como reconhece Rui Curro. “É uma das gamas em que ficamos afetados, com alguma perda de competitividade para a entrada no mercado de frotas. Por outro lado, no mercado de ligeiros de passageiros, temos uma gama vasta”, refere. Os quatro intervenientes no pequenoalmoço/debate da “Vida Económica” estão, aliás, de acordo, na opinião de que vai haver uma transferência de algumas das vendas para veículos de passageiros. “Os derivados de turismo são um segmento que vai acabar para o ano. Vai deixar de fazer sentido comprá-los”, avisa Ricardo Freitas. Miguel Ribeiro está de acordo e qualifica como “falsa questão” a possibilidade que as empresas têm de deduzir o IVA dessas viaturas, algo que não podem fazer com os automóveis de passageiros. “Até há dois ou três anos, um comercial era mais compensador por causa da dedutibilidade do IVA. Num momento em que temos no mercado nacional uma quebra tão grande nos valores residuais dos carros de dois lugares e não tão acentuada nos modelos de passageiros, o que assistimos é que hoje em dia um carro de cinco lugares a diesel tem um renda em renting com IVA mais barata do que a de um automóvel de dois lugares sem IVA”, explica o responsável de frotas no grupo Fiat, que recorda que os 50% de dedutibilidade do IVA do gasóleo se aplica tantos nos comerciais como nos modelos de passageiros. “Basta ver que no nosso Punto Evo 1.3 diesel o cinco lugares paga 780 euros de ISV e o de dois lugares pagará 2600”, afirma. Tributação autónoma também influencia mercado

Entretanto, para os veículos com motor a combustão (os elétricos são beneficiados), o escalão mais alto da tributação autónoma de

despesas com automóveis em sede de IRC vai passar em janeiro de 2012 para 25 mil euros, contra 30 mil este ano. Esse é, segundo os intervenientes, mais um fator a contribuir para que os clientes frotistas portugueses venham a procurar viaturas cada vez mais pequenas. No caso da Mercedes-Benz Portugal, este facto já não será muito grave, pois o grande impacto foi sentido pelo construtor alemão no início de 2011, quando o referido escalão baixou de 40 mil para 30 mil euros. “O novo Classe B, a lançar em novembro, irá posicionar-se em termos de preços bem abaixo do modelo anterior, fruto da redução de ISV. Bem equipado, conseguimos vendê-lo na casa dos 32 mil euros, nunca abaixo do 30 mil, muito menos do 25 mil euros de 2012. Isso só com o futuro Classe A e, mesmo, assim veremos”, lamenta João Carlos Borrego. Em contrapartida, a Nissan conseguirá colocar o Qashqai 1.5 dCi abaixo daquela fasquia. “Não em preço de tabela, mas em termos de fatura final, nas frotas, conseguiremos”, indica Ricardo Freitas. “Se excluirmos todas as marcas ‘premium’, todas as marcas conseguem posicionar modelos do segmento C para frotas abaixo dos 25 mil euros”, acrescenta o responsável pelas vendas a frotas da Nissan em Portugal. A tributação autónoma das despesas com automóveis em IRC é um custo adicional, mas os responsáveis pelas empresas nem sempre têm consciência da importância. “Há dois anos atrás, era um custo menos relevante. [Porém,] com 20% de tributação autónoma sobre todas as despesas das viaturas, num carro que faça 100 mil km em quatro anos com um consumo de combustível de 175 euros por mês, estamos a falar de uma diferença em tributação autónoma de quatro mil euros de impostos entre um carro de 29 100 e outro de 31 100 euros. São quatro mil euros em quatro anos e são dois carros iguais, com o mesmo valor residual, a mesma taxa de juro e com percursos semelhantes”, explica Miguel Ribeiro, que reconhece que ainda há alguma surpresa, se não nos diretores financeiros das empresas, nos gestores de frotas. João Carlos Borrego concorda que ao nível das PME nem sempre esta carga fiscal é valorizada pelos decisores. Um eventual pagamento do veículo com um aumento do salário do colaborador, contratando este o automóvel, “não compensa”, segundo Miguel Ribeiro. O responsável pelo departamento de frotas no Fiat Group Automobiles Portugal aponta como causa para a sua posição “a tributação sobre o rendimento”. De qualquer modo, “quem vai pagar” a fatura da lei são os colaboradores das empresa que, pelo menos, passarão a ter veículos mais baratos ao seu dispor. Em termos de combustível (ver peça à parte sobre elétricos), nos próximos anos a opção principal vai continuar, segundo os presentes, a ser o diesel. A principal razão para isso é a já referida possibilidade que as empresas têm de deduzirem 50% do IVA do gasóleo, medida inexistente para a gasolina. “O custo real do diesel para uma empresa do litro de diesel não é 1,42 euros, é 1,28 euros, com a recuperação do IVA. Com a gasolina acima dos 1,60 euros, ainda há uma diferença grande”, defende Miguel Ribeiro. “Há um forte estereótipo no mercado em torno do diesel, até da parte do legislador”, recorda Ricardo Freitas.

ELÉTRICO COM EXTENSOR DE AUTONOMIA CHEGA NO INÍCIO DE 2012

Empresas serão canal importante do Opel Ampera

O Ampera tem uma autonomia média de 60 km em modo elétrico, mas, com um motor a gasolina, tem uma autonomia de 500 km.

As frotas deverão ter um papel importante nas compras do Opel Ampera, veículo elétrico com extensor de autonomia que a marca alemã vai lançar em Portugal em janeiro. Até ao fim de outubro, a Opel Portugal registou 23 pré-encomendas do modelo (feitas através de um registo com pagamento de um sinal de 150 euros). Destas há muitas de particulares, mas as empresas acabam por estar em ligeira maioria, segundo o diretor-geral da Opel Portugal, Guillermo Sarmiento. “Do ponto de vista da responsabilidade social, [modelos com estas características] são importantes para as empresas”, referiu o executivo. Um fator preponderante para as vendas a empresas, mormente através de aluguer operacional das viaturas, é o valor residual. Guillermo Sarmiento confia no potencial do modelo. “Estamos a trabalhar com as empresas que definem os valores residuais e em princípio não haverá problemas, até porque a manutenção do Ampera é simples, os veículos elétricos têm custos de manutenção mais baixos do que os com motores a combustão, e há a garantia de oito anos ou 160 mil km”, refere o executivo. A Opel definiu um preço para o modelo comum a todos os mercados europeus: 42 900 euros. Esse valor poderá, no entanto, ter ligeiras alterações no mercado português. “Ter estratégias homogéneas de preço na Europa é difícil sem uma fiscalidade homogénea em todos os países. Em Portugal, o preço poderá ser diferente devido ao impacto da fiscalidade nacional”, explica Guillermo Sarmiento, que recorda que, ao contrário do que sucede para os elétricos puros (quando comprados por clientes particulares), este veículo não tem nenhum incentivo à compra no nosso país.

da General Motors a rever em baixa os objetivos de vendas do Ampera em 2012. A Opel Portugal tinha previsto cerca de 100 unidades, entre 10 mil unidades em toda a Europa, mas pode não chegar àquele número. “Se me perguntar hoje [26 de outubro], com a atual conjuntura económica, parece-me difícil atingir esse volume”, afirma o diretor-geral da Opel Portugal. O Opel Ampera é um automóvel cuja tração é sempre elétrica, mas que tem um extensor de autonomia que lhe permite “fintar” a habitual pouca capacidade dos elétricos. Esse extensor tem como base um motor 1.4 a gasolina de 86 cv, que carrega os dois motores elétricos do conjunto. Na prática, o modelo pode funcionar com um, dois ou três motores em simultâneo (com uma potência conjunta de 150 cv), sendo os dois primeiros elétricos. O motor a gasolina tem sempre um regime estável, pois apenas carrega os engenhos elétricos, pelo que, na prática, a tração é sempre elétrica. Ainda assim, o modelo, que é “gémeo” do Chevrolet Volt, pode funcionar apenas em modo elétrico (sem emissões) ao longo de 40 a 80 km. Findo esse período, as baterias podem ser recarregadas em seis horas na maioria das tomadas domésticas (10 amperes, mas de 16 amperes em termo é reduzido para quatro horas). A marca anuncia um consumo de 1,2 litros de gasolina aos 100 km com emissões de 27 g/km de CO2, valor que tem em conta que seja utilizada toda a carga da bateria (ou seja, o remanescente dos cerca de 60 km de autonomia de puro elétrico). Em termos de performances, a marca indica para este modelo de quatro lugares e bagageira de 310 litros uma aceleração dos zero aos 100 km em nove segundos e uma velocidade máxima de 161 km/h.

Sem incentivo à compra Concessionários no Porto e Lisboa

“Essa é uma diferença importante para outros mercados europeus”, afirma o diretor-geral da Opel Portugal. Por exemplo, o incentivo à compra ascende a sete mil euros na Holanda e a cinco mil libras (cerca de 5800 euros) no Reino Unidos. “Na Holanda já há 500 encomendas”, informa Guillermo Sarmiento. A ausência de um apoio à compra e, sobretudo, a crise económica que afeta Portugal, e que se agudizou ao longo dos últimos meses, deverá levar a filial da marca alemão

Dada a especificidade do Ampera, a Opel vai ter, em Portugal dois concessionários para o modelo, um no Porto e outro em Lisboa (ainda por definir). No entanto, pelo que a “Vida Económica apurou, a marca pretende assegurar os interesses de quem adquirir o modelo elétrico com extensor de autonomia, indo buscar a viatura ao local onde o cliente se encontra e devolvendo-a aí, após a realização do serviço, deixando uma viatura de substituição.


FROTAS

sexta-feira, 11 novembro de 2011

XI

Kia prevê crescer no mercado frotista O diretor-geral da MCK Motors, o importador da marca, explica à “Vida Económica” que o Rio, modelo do segmento B, será o “motor” deste crescimento. Entretanto, a nova fiscalidade para comerciais ligeiros deverá impedir o lançamento da versão “van” do modelo. Os Kia de “dois lugares” são modificados em Portugal. AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

O mercado empresarial vai ganhar importância para as vendas da Kia em Portugal em 2012, segundo o diretor-geral da MCK Motors, importador da marca sulcoreana. João Seabra justifica, em declarações à “Vida Económica”, as previsões com o recém-chegado modelo do segmento B Kia Rio. “Até agora, não tendo um modelo competitivo no segmento B (que representa 37% do total das vendas em Portugal) a percentagem de vendas a empresas ronda os 20%, mas esperamos que já em 2012 esse valor suba para 35% com a entrada no mercado do Kia Rio nas versões a gasolina de 1200 cc e a diesel de 1100 cc e os imbatíveis sete anos de

garantia”, afirma. Questionado se o mercado empresarial poderá sentir menos a crise do que o particular, João Seabra coloca os dois segmentos em patamar de igualdade. “Penso que o problema estará mais na capacidade da banca conseguir recursos para financiar a aquisição de carros pelos particulares e pelas empresas e aí penso que a situação se equilibra, pois haverá particulares e empresas em boa e em pior situação do que em 2011”, esclarece o entrevistado. Derivados de turismo vão desaparecer

O agravamento da fiscalidade automóvel previsto pela proposta de Orçamento de Estado para 2012, sobretudo no ISV para os comerciais ligeiros, vai levar, de acordo com o diretor-geral da MCK Motors ao desaparecimento do segmento dos “dois lugares”. “A nossa gama de comerciais ligeiros (vulgo ‘vans’, derivados de turismos) só iria ser expressiva a partir do segundo trimestre de 2012 quando pretendíamos lançar o Kia Rio Van. Acontece que estas viaturas deverão sofrer uma forte penalização no ISV que pagarão em 2012, o que poderá levar ao desaparecimento deste subsegmento de mercado que foi criado em Portugal há uns anos devido à situação inversa da atual, isto é, por serem veículos com uma fiscalidade muito inferior à média, o que os tornava

Os comerciais derivados de turismo irão desaparecer em 2012. A Kia já nem vai lançar o Rio Van, informa João Seabra.

apetecíveis para empresas e particulares (embora em 2009 as alterações do antigo IA para o ISV tenham tornado os derivados apenas justificáveis para empresas)”, explica João Seabra. No caso de algumas marcas, como é o caso da Kia, esta medida prejudica, também, a indústria portuguesa, pois a viaturas são transformadas em território nacional. “Os Kia derivados de turismo

Renault recorda que comerciais são veículos de trabalho

A Renault avisa que “dificilmente a importância” dos comerciais “será recuperada por transferência para os passageiros ou para outros comerciais ligeiros”.

O agravamento da fiscalidade dos veículos comerciais previsto pela proposta de Orçamento de Estado para 2012 afeta, segundo o diretor de comunicação da Renault Portugal, “na sua esmagadora maioria, veículos de trabalho e que são, portanto, bastante importantes na economia do

país”. Em declarações à “Vida Económica”, Ricardo Oliveira avisa que, “enquanto veículos de trabalho, e portanto indispensáveis, as empresas que os utilizam e que necessitam de renovar frotas são as mais prejudicadas”. Recorde-se que a proposta de OE define um aumento da fis-

(Picanto Van, Soul Van e Cee’d Van) são produtos transformados em Portugal com a introdução de um kit projetado e fabricado por empresas portuguesas”, recorda. A nossa fonte defende que “as empresas que precisarem de pequenos carros comerciais terão de procurar outras opções no mercado que poderão passar por versões de veículos de passageiros ou pequenos furgões”.

DIRETOR DA VW NA SIVA, JOSÉ DUARTE, CONSIDERA

“Peso da fiscalidade sobre o automóvel é já dos maiores da Europa”

calidade dos automóveis, sobretudo no ISV para os comerciais ligeiros. Entre estes, os derivados de turismo passarão a pagar 100% (era 55%), os furgões de três lugares e carrinhas de caixa aberta 10% (estavam isentos), as “pick up” 4x4 de 35% para 50% e as “pick up” 4x2 de 10% para 15%. O porta-voz da Renault Portugal refere que o segmento dos derivados de passageiros “tenderá a desaparecer e dificilmente a sua importância será recuperada por transferência para os passageiros ou para outros comerciais ligeiros”. As vendas a empresas de Renault Portugal já representam cerca de 50% do total, uma penetração que poderá aumentar, de acordo com Ricardo Oliveira. “Apesar de não existirem estatísticas reais da evolução de cada segmento de mercado, os dados disponíveis levam-nos a crer que o mercado frotista foi aquele que teve em 2011 um comportamento menos negativo e que tal se poderá manter em 2012”, explica. AP

A Volkswagen está presente em vários segmentos comerciais, entre os quais o das pick-up”.

“No atual enquadramento, considerando que o peso da fiscalidade sobre o automóvel é já dos maiores da Europa, qualquer agravamento terá um impacto negativo na atividade”, disse à “Vida Económica” José Duarte, o diretor da Volkswagen na estrutura da SIVA. “Com o agravamento que agora nos é dado a conhecer para veículos comerciais ligeiros estimamos uma retração da procura dos mesmos, sendo que, neste caso, a gama Volkswagen ganha clara vantagem competitiva face aos seus concorrentes”, salienta. Uma eventual transferência de

vendas de derivados de turismo para veículos de passageiros “será diminuta”, de acordo com José Duarte. “Quem compra um derivado de turismo compra com uma finalidade e utilização que não irá encontrar num veículo de passageiros”, defende. As empresas representam cerca de 45% das vendas da Volkswagen em Portugal e poderão vir a ganhar importância. “A julgar pela tendência já verificada em 2011, o mercado frotista apresentará uma quebra inferior à média de mercado nacional”, afirma o diretor da Volkswagen na estrutura da SIVA.


XII

FROTAS

sexta-feira, 11 novembro de 2011

JOAQUIM ROBALO DE ALMEIDA, SECRETÁRIO-GERAL DA ARAC, LAMENTA IMPASSE PARA SE ENCON PEDRO NUNO FERREIRA Economista, ISEG, MBA, AESE/IESE

Cæteris Paribus Cæteris Paribus é um conceito que nós, os economistas, gostamos de aplicar para reforçar os atributos científicos da nossa disciplina, é assim que transformamos o Excel em laboratório e aplicamos um termo latino àquilo que de facto não é mais do que uma análise de sensibilidade. O mercado automóvel em Portugal parece hoje um verdadeiro laboratório, podemos estudar o impacto de cada variável, mas sem fixar as restantes porque todas estão a mexer: redução abrupta do rendimento disponível das famílias, aumento dos impostos, diretos (IRS e IRC), específicos (ISV) e indiretos (IVA), descida da procura por automóveis novos em quase 30%, sobretudo clientes particulares, aumento da taxa de desemprego, redução do crédito especializado, redução do crédito aos concessionários, aumento das taxas de juros, aumento da importância das compras, e consequente poder negocial, das rent-a-car e sobretudo das gestoras de frota/renting (a par de uma redução dos ‘players’ e forte concentração em três operadores), e uma quebra fortíssima do valor dos carros usados no mercado. O mercado frotista é menos elástico, procura vs. rendimento, que o dos particulares, as empresas podem reduzir o nível das suas frotas, mas não podem deixar de as trocar na altura própria, o que faz com que a distribuição e as gestoras de frota concentrem nessa parte do mercado as suas baterias de meios comerciais de forma a assegurarem, no caso da distribuição, os volumes mínimos, no caso das gestoras de frota, a sua existência e rentabilidade. Com um mercado neste estado de crise, em 2012, a perspetiva do cliente que ainda compra deverá ser a de como é que vai, em linguagem popular, “espremer” os vários pontos da cadeia de valor automóvel. À primeira vista, a solução de comprar em renting parece ser a mais eficiente, assegura todos os serviços, manutenção, seguros, pneus, assistência, tudo a preços de escala, a revenda do carro e risco, tudo do lado da locadora. As alterações ao contrato podem reverter esta situação em favor da locadora e o fim do

contrato pode trazer algumas surpresas desagradáveis. A fiscalidade favorece ainda claramente o renting nos carros de serviço, quem paga o imposto é a empresa, mas paga menos do que pagaria se entregasse o mesmo dinheiro ao seu colaborador e estes bens móveis ficam fora do seu balanço. As empresas de rent-a-car estão a reforçar a sua posição neste mercado com soluções de renting “light”. Permitem aos clientes assegurar a mobilidade no curto prazo, reduzir os riscos de contratos longos, melhorar a flexibilidade no caso de terem de reduzir custos e gerir melhor a sazonalidade dos negócios (eficiente também para as próprias rent-a-car que melhoram a sua ocupação na época baixa do turismo). A compra a pronto pode ser também vantajosa, empresas que necessitam de ter balanços sobrevalorizados e que têm ‘cash’ disponível, ou que têm sócios com ‘cash’ disponível, podem ter interesse em pagar. O financiamento a crédito, no caso das empresas em leasing ou ALD, pode ser muito interessante se as empresas pretenderem rendas baixas, podem fazer contratos acima dos 52 meses, duração limite para o renting e incluir alguns dos seus serviços. Neste caso o risco da revenda é do locatário, mas é tanto menor quanto maior for a duração do contrato. Em 2012, iremos assistir ao reforço da importância das empresas de renting, das financeiras cativas dos construtores, das rent-a-car e ao aumento das dificuldades da distribuição face a um mercado que poderá voltar a cair mais de 20%. Nesta época de crise, caberá aos operadores oferecerem as soluções mais imaginativas e cabe aos clientes procurarem as mais eficientes. Se as coisas não correrem de feição, poderemos sempre voltar a meios mais tradicionais: andar de burro, é barato, move-se a energia renovável, mantém a relva dos jardins aparada, o que polui reaproveita-se para a agricultura, quando morre pode vender-se ao circo para dar de comer aos leões, e sobretudo, é o mais nobre dos animais porque não há memória de Nosso Senhor ter sido transportado por qualquer outro! Bons negócios.

Pagamento de portagens nas ex-

“As empresas cada vez mais vão utilizar os veículos pelo período que precisam e não com contratos a três ou quatro anos”, prevê Robalo de Almeida.

A cobrança das portagens das autoestradas ex-Scut continua a ser um problema para as empresas de rent-acar. O secretário-geral da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis Sem Condutor, Joaquim Robalo de Almeida, lamenta que Governo e concessionárias das autoestradas não implementem soluções para o problema. “Destaco o facto de esses pagamentos só estarem disponíveis cerca de três dias depois e de cobrarem apenas dias inteiros”, disse à “Vida Económica”.

AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

Vida Económica – A Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis Sem Condutor (ARAC) tem procurado negociar um sistema de cobrança específico das ex-Scut para o setor. Em que pé está a situação?

Joaquim Robalo de Almeida – A ARAC estava em negociações com o Governo anterior, que, infelizmente, ao cabo de oito meses não chegaram a uma solução para resolver o problema das empresas de rent-a-car (RAC) e das viaturas com matrícula estrangeira. Aquilo que a ARAC pretende não é uma isenção de portagens destas autoestradas, pois os clientes que utilizam carros de RAC devem pagar como qualquer outro automobilista. O que pretendemos é um meio exequível, coisa que os que estão hoje à disposição não são. Estes são os identificadores [Via Verde ou Dispositivo Eletrónico de Matrícula] e os póspagamentos em postos dos CTT ou Payshops. Este método tem vários problemas técnicos. Destaco o facto desses pagamentos só estarem disponíveis cerca de três dias depois e de cobrarem apenas dias inteiros, quando uma viatura pode ser alugada mais do que uma vez no mesmo dia. Os clientes do RAC, 60% dos quais são estrangeiros, não dizem que não querem pagar, querem é uma forma de pagar exequível, rápida e tranquila. Não nos podemos es-

quecer que o turismo é dos poucos setores que ainda são rentáveis no nosso país. Temos de dar aos turistas condições para eles pagarem as portagens. VE – Que solução defende a ARAC?

JRA – As soluções que preconizamos, e que já apresentámos, passam pela criação de sistemas próprios para os carros de RAC, à semelhança de outros países. Uma possibilidade seria, por exemplo, a colocação de identificadores nos automóveis e sempre que um cliente celebrasse um contrato com a RAC, celebrasse, em paralelo, outro com uma das concessionárias dos identificadores. A outra solução, que existe em outros países, é um dístico válido por determinado período de tempo, comprado pelo cliente e colocado no carro. A ARAC colocou essas soluções em cima de mesa, que são viáveis e nem sequer são novidade, pois já existem em outros países. VE – Do outro lado, há recetividade?

JRA – Da parte do nosso Governo, parece haver recetividade. Da parte das concessionárias, diria que nem tanto. Portanto, este é um problema sério que o setor tem em mãos. Enquanto não existir um meio exequível, o “modus faciendi” é o seguinte: os carros são detetados, se o pagamento não for feito, a empresa é notificada para identificar o condutor, este é identificado e depois é intentado


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sexta-feira, 11 novembro de 2011

XIII

TRAR SOLUÇÃO

Scut continua a ser dor de cabeça para rent-a-car um processo contra o condutor. Portanto, é um processo burocrático e que acarreta despesas para as empresas concessionárias e para as RAC. No fim de tudo, perdemos todos, perdemos nós [as RAC] e perde o país que tem mais dificuldade em receber estes pagamentos com este método burocrático. Relativamente ao turismo, não devemos criar dificuldades por causa das autoestradas. Não podemos esquecer que o RAC é o primeiro e o último produto com que um turista se depara quando visita um país. Ora, havendo aqui dificuldades de cobrança e, nomeadamente, levantando processos de infração a quem nos visita, porque não teve possibilidade de pagar uma portagem porque o sistema não o deixou pagar e não porque não quis fazê-lo. Eu já avisei quer este quer o anterior Governo que este problema não é exclusivo do RAC, porque o turista que tem este problema

não volta ao país. Portanto, é o RAC que deixa de ter o cliente, mas também o hotel, o restaurante, o campo de golfe. Temos um efeito em cascata no turismo e ninguém quer uma situação destas. VE – Como está a ser 2011 para as empresas de RAC e como preveem fechar o ano?

JRA – Os primeiros meses estiveram abaixo de 2010 em termos de aluguer e de rentabilidade do setor, enquanto o verão esteve em linha com o ano passado. Portanto, no cômputo geral, o ano está a ser inferior a 2010. VE – No que se refere à rentabilidade, há baixa de preços e margens da parte dos operadores?

JRA – Isso, por um lado. Por outro, dada a recessão económica que o país atravessa, a venda de automóveis seminovos – na maioria provenientes de empresas

de RAC – está com dificuldades acrescidas de escoamento.

to, a idade média vai aumentar ligeiramente.

VE – Além disso, as marcas estarão a prolongar a presença das suas viaturas nas RAC?

VE – O que perspetiva, em termos gerais, para 2012 no setor?

JRA – Essa é uma situação que está a acontecer num ou noutro caso. Não nos podemos esquecer que o RAC é o maior comprador de automóveis, sendo o setor um parceiro das marcas. Estes parceiros necessitam um do outro para viver. Em Portugal e em qualquer país do mundo.

JRA – Em termos de turismo, prevemos um 2012 muito em linha com 2011 e 2010, embora não seja fácil fazer previsões no cenário europeu atual. Com o quadro que temos hoje [31 de outubro], o cenário em termos turístico deverá ser semelhante. No que se refere aos alugueres às empresas, não digo a mesma coisa. O mercado está em quebra, mas poderá vir a ter algum alento com um novo paradigma. As empresas cada vez mais vão utilizar os veículos pelo período que precisam e não com contratos a três ou quatro anos. Se eu preciso de ter uma frota flexível com carro a só dois, três meses ou um ano, não faz sentido eu vincular-me a contratos com três ou quatro anos, com cláusulas extremamente penalizadoras para rescisões antecipadas.

VE – As empresas de RAC renovaram as frotas em 2011. No próximo ano, esta aposta vai manter-se?

JRA – Como referiu e bem, provavelmente as marcas vão ficar com alguns do seminovos por vender. Agora, renovação de frotas nas RAC vai haver sempre, se não para tudo. Mas que é provável que em 2012 o setor vá comprar menos carros, é. Portan-

A grande diferença deste produto para produtos financeiros, como o leasing e o renting, é que no RAC eu posso ajustar a minha frota às minhas necessidades todos os dias, sem penalização. Ora, o empresário hoje em dia precisa disso. E o RAC tem uma frota variadíssima à escolha. VE – Quais são as grande dificuldades do setor das RAC atualmente?

JRA – São problemas transversais a toda a economia, as dificuldades de acesso ao crédito. Sabemos que a banca está muito seletiva, embora eu continue a dizer que se nos posicionarmos do lado do financiador, as RAC continuam a ser uma boa aposta, pois o turismo é dos pouco setores que ainda apresenta resultados positivos. Além de que o automóvel continua a ser um garante em termos de dinheiro, ao contrário de outros negócios, com maquinarias mais específicas. PUB


XIV

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sexta-feira, 11 novembro de 2011

BRUNO MATOS, DIRETOR DE FROTA AVIS PORTUGAL, AVISA

“Processo de introdução de portagens nas ex-Scut foi pouco preparado” AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

“O processo de introdução de portagens nas ex-Scut foi pouco preparado e deficientemente comunicado e tem tido um impacto negativo ao nível da imagem do país em termos de turismo”, de acordo com o diretor de frota Avis Portugal, Bruno Matos. Este responsável pela filial lusa da rent-a-car lamenta que, “apesar de todos os esforços” da empresa “no sentido de informar os clientes estrangeiros de visita a Portugal sobre as características deste processo, não é razoável para esses turistas a inexistência de uma solução viável e prática para proceder aos pagamentos”. Nesta fase, segundo Bruno Matos, “a Avis apenas pode receber as notificações das passagens procedendo à identificação dos respetivos condutores”. É por isso, segundo a mesma fonte, “desejável que, com a máxima brevidade, as autoridades competentes implementem uma solução capaz de permitir aos utilizadores o pagamento de forma tão simples e imediata quanto possível”. Em relação ao desempenho da rent-a-car em Portugal este ano, o diretor de frota da empresa garante que “os resultados continuam muito positivos”, com a pressão sobre a procura doméstica a ser compensada pelo crescimento de novos produtos e mercados. “Como reflexo das atuais circunstâncias macroeconómicas, os produtos tradicionais registam uma quebra acentuada que tem sido ultrapassada com o crescimento de novas soluções de mobilidade, nomeadamente com o Avisflex, frota premium e uma maior cobertura geográfica garantida por um serviço alargado de entregas e recolhas fora das estações de aluguer”, explica. Sem detalhar números concretos, Bruno Matos salienta que “os objetivos em termos de resultados e rentabilidade serão atingidos em pleno com níveis de frota e faturação em linha com o ano anterior”. De novo sem avançar quaisquer dados quantitativos, o mesmo responsável mostra confiança para 2012. “O nosso ‘business plan’ para 2012 é ambicioso, apesar do atual ambiente de incerteza, refletindo orientações estratégicas de investimentos significativos em inovação e desenvolvimento de novos mercados”, refere.

“Não é razoável para os turistas a inexistência de uma solução viável e prática para proceder aos pagamentos”, defende Bruno Matos.

A exemplo do que aconteceu, de acordo com a nossa fonte, em 2011, também no próximo ano a Avis Portugal vai continuar a renovar a frota. “Independentemente de todas as condicionantes económicofinanceiras vividas tanto a nível nacional como internacional, a Avis manterá de forma intransigente a sua política de constante renovação da frota em 2012 e

tal estratégia está já definida de forma muito clara no ‘business plan’ para o próximo ano. Conforme todos os indicadores obtidos nos inquéritos de satisfação nos permitem concluir, este é indiscutivelmente um argumento sólido de fidelização dos clientes traduzido na prestação de um serviço de qualidade superior”, refere Bruno Matos.

Ano “bastante difícil” para Sixt Rent-a-car

A Sixt vai apostar no mercado alemão para voltar a crescer em Portugal.

O presente ano está a ser “bastante difícil” para a Sixt Rent-acar em Portugal, “com uma redução de volume de negócios de cerca de 8%, por menos alugueres no primeiro semestre (tanto do mercado nacional como do turismo), dificuldade de financiamento de frota nova no verão e com uma tendência de alugueres mais curtos”, segundo disse à “Vida Económica” João Pedro Oliveira, diretor-geral da empresa em Portugal. “A situação de cobrança no mercado nacional também se tem degradado bastante”, acrescenta a mesma fonte. Em termos de faturação e frota até ao fim de 2011, a Sixt Portugal tem como meta obter 18 milhões em alugueres e 2600 carros (o pico foi no verão, com

3600 viaturas). Face a 2010, esse valor vai representar, de acordo com o diretor-geral da empresa no nosso país, “menos 8% em faturação e uma frota no verão de menos 300 carros”. A Sixt Portugal adquiriu este ano cerca de 1500 automóveis novos e tem como meta para 2012 voltar a renovar a frota, “dentro do possível tendo em consideração o setor financeiro”, segundo João Pedro Oliveira. A empresa está, segundo a nossa fonte, a sentir uma quebra maior juntos dos clientes nacionais. “Para nós o setor empresarial representa 90% do mercado nacional, fortes quebras por menos alugueres, mais curtos e grande esforço de cobrança”, acrescenta aquele responsável.

Quanto a objetivos para 2012, a Sixt Rent-a-car Portugal aos números de 2010, diversificando os mercados-alvo. “Essencialmente apostando mais no setor do turismo e com aposta no mercado alemão pela nossa representada Sixt Rent-a-car”, salienta. Em relação às portagens nas ex-Scut, João Pedro Oliveira lamenta o método utilizado para a cobrança. “Temos tido muita dificuldade em responder a todas as identificações dos condutores e reclamações destes pelo processo muito complexo de pagamento só ‘à posteriori’”, indica o diretor-geral da Sixt em Portugal, que defende como solução “selos/identificadores temporários e pré-pagos”. AP


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sexta-feira, 11 novembro de 2011

BCA há 14 anos em Portugal AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

A leiloeira BCA assinalou em outubro o 14º aniversário de presença em Portugal. O administrador-delegado da BCA Portugal, Manuel Assis Teixeira, faz um balanço positivo. “Quando iniciámos a nossa atividade, em 1997, o setor dos usados era desorganizado, pouco transparente e muito imprevisível. Com a introdução dos leilões, em particular os da BCA, nasceu uma nova ordem, em que todos os agentes têm a mesma informação sobre o real valor de mercado de cada viatura e onde há menos espaço para irregularidades”, disse à “Vida Económica”. Também em termos de resultados, Assis Teixeira mostra satisfação. “Temos vindo a reforçar a nossa liderança ano após ano, em particular nos anos mais difíceis, onde as assimetrias se evidenciam mais. Comemorámos o 14º aniversário com um recorde de vendas semanal neste ano. Mas, mesmo em termos internacionais, a BCA Portugal sempre manteve uma posição muito importante dentro do grupo, sendo atualmente o segundo país que mais contribui para o resultado consolidado da Europa continental”, salienta a nossa fonte. Em 2011, a BCA Portugal prevê vender 18 500 viaturas e faturar cerca de 140 milhões de euros, “devido à quebra de vendas na ordem dos 20%” que tem sentido. “Para 2012, com as oportunidades que pretendemos explorar e os novos produtos

A BCA Portugal vai leiloar 18 500 automóveis este ano.

que iremos lançar, planeamos, pelo menos, manter os mesmos volumes deste ano”, antecipa o diretor-geral da BCA Portugal. Viaturas mais caras perdem valor

Numa análise ao comportamento da generalidade do mercado de leilões de automóveis usados em Portugal este ano, em face da crise que o país vive, Manuel Assis Teixeira salienta que se tem assistido “a uma descida generalizada no valor das viaturas mais caras, por via de uma descida na procura”.

Por outro lado, acrescenta a nossa fonte, “como a volatilidade dos valores dos usados atualmente é elevada, os comerciantes, que são a força compradora e refletem o que se passa no retalho, optam por não fazer stocks de viaturas, preferindo antes adquirir apenas aquelas para as quais já têm” cliente. “Esta é uma mudança de comportamento significativa e que nos obrigou a desenvolver produtos nesse sentido”, explica. O diretor-geral da BCA Portugal prevê para os próximos anos “redução do número de ‘players’ no mercado”.

AVISA O DIRETOR-GERAL DA MANHEIM PORTUGAL, NUNO CASTEL-BRANCO

Pequenas leiloeiras com tendência para desaparecer refere o diretor-geral da filial portuguesa. Aliás, acrescenta Nuno Castel-Branco, “estes sucessos acumulados dos últimos cinco anos assentes no excelente trabalho realizado pelas equipas da Manheim Portugal, quer em Lisboa, quer no Porto, levou à nomeação de Portugal como o centro de decisão para o sul da Europa, sendo agora também a coordenação de Espanha e Itália feitas a partir de Portugal”. O responsável pela empresa pela empresa no nosso país refere que o objetivo é “implementar nas outras geografias as melhores práticas já desenvolvidas em Portugal”. Carros mais velhos mais caros A Manheim está em Portugal há quase cinco anos.

O mercado português de leilões de automóveis pode passar por um fenómeno de diminuição do número de operadores em 2012, segundo o diretor-geral da Manheim Portugal, Nuno Castel-Branco. “O negócio de leilões é um negócio de escala, por esta razão em Inglaterra e Estados Unidos o mercado de leilões divide-se essencialmente entre duas grandes empresas. Em 2012 é o que irá acontecer é que as pequenas leiloeiras não terão capacidade de sobreviver sozinhas em condições normais de mercado”, disse à “Vida Económica”.

Em Portugal desde janeiro de 2007, a leiloeira de origem norte-americana faz um balanço positivo da presença no mercado nacional. “Adotámos uma estratégia de inovar o mercado português de remarketing, criando conceitos disruptivos em Portugal, trazendo ideias novas de Inglaterra e em particular dos Estados Unidos. Felizmente, quer clientes quer fornecedores têm sido muito recetivos de todas estas novas ideias que temos vindo a implementar em Portugal, o que nos permitiu atualmente liderar a introdução de alguns novos serviços a nível mundial”,

Em relação ao mercado, a crise está a levar a que as viaturas mais pequenas e mais velhas tenham maiores valores do que antes. “Existe uma clara procura por viaturas de mais baixo valor, tipicamente abaixo dos dez mil euros, o que implica que atualmente as viaturas mais vendidas têm uma idade cada vez mais elevada e maior quilometragem. Por outro lado, as viaturas topo de gama estão a sofrer uma forte retração da procura, o que leva de facto a uma pressão para redução dos preços”, explica o diretor-geral da Manheim Portugal. AP

XV

Standvirtual lança plataforma para venda de usados O Standvirtual, portal português de venda de automóveis usados, lançou a AutoPlataforma, uma ferramenta para empresas e empresários do ramo automóvel e que, segundo a empresa, cobre e simplifica as principais tarefas deste ramo. “Desde a sua criação, o Standvirtual ganhou grande notoriedade junto de todos os profissionais do ramo automóvel, cerca de metade dos nossos clientes são profissionais. Ao longo do tempo fomos introduzindo novas funções específicas para profissionais, mas, de facto, este setor carecia de uma ferramenta profissional que permitisse gerir todo o negócio libertando os recursos para o seu core business. Ao ser uma plataforma web que agrega e partilha de forma dinâmica um vasto conjunto de dados sobre veículos usados, a AutoPlataforma constitui-se como uma importante ferramenta para a gestão eficaz de stands de automóveis usados de qualquer dimensão”, disse à “Vida Económica” Miguel Mascarenhas, CEO da FixeAds, empresa detentora do Standvirtual. A AutoPlataforma está disponível de forma gratuita a todos os clientes profissionais do Standvirtual em www.autoplataforma.net. O acesso é feito através de registo podendo este incluir várias empresas (no caso de um grupo empresarial) ou stands (no caso do comerciante ter vários stands ou concessões). O tipo de acesso pode ser também diferenciado por níveis ou funções: administrador, gestor, avaliador, vendedor ou administrativa. Estes níveis são parametrizáveis, segundo a empresa. O acesso gratuito aos profissionais é estratégico, de acordo com Miguel Mascarenhas. “Trata-se de uma aposta estratégica do Standvirtual para o mercado dos profissionais do comércio automóvel, queremos ser parceiros efetivos destes profissionais, fazer parte do seu dia a dia. Desta forma decidimos não cobrar àqueles que já são nossos clientes e que usam o Standvirtual para comprar ou vender viaturas”, defende o CEO da FixeAds. A AutoPlataforma é uma plataforma web que agrega e partilha um conjunto de dados sobre veículos usados, sendo, segundo o Standvirtual, adaptável a stands de automóveis usados de qualquer dimensão. Está integrada no Standvirtual e é atualizada diariamente com os restantes portais do setor, concretamente o ABMotor, Autosapo, Motores24h, MotorNacional, Coisas, OLX, CustoJusto e Trovit, assegurando desta forma 95% do mercado português de usados. Segundo a empresa, a plataforma cobre um conjunto alargado de tarefas de suporte ao negócio desde stock de veículos através de base de dados partilhada de informação sobre vendas, publicação de anúncios na web, promoção e mailings das ofertas, registo das avaliações, uma ferramenta de CRM e até à gestão da secretaria comercial.


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