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Rosa Marques
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A EESCRITORA PORTUGUESA ROSA MARQUES
CELEBREMOS A VIDA
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No suave despertar da Natureza, Na percepção das cores, nos matizes Que embelezam vales e montes, e Também as vastas planícies!
Nos dias amenos, plenos de sol Nos dias mais alegres, mais felizes!
Nas tardes passadas no campo Sob um céu azul, de uma calma E doce limpidez… de uma pureza. Na subtileza das flores silvestres Ornamentando a mesa!
No florescimento da amizade E das árvores, bonitas, já pesadas De frutos ainda verdes, ainda em Crescimento. Tudo na maior Simplicidade! Uma riqueza!
Na brisa leve de Primavera Fina aragem perfumada, que já Percorre a nossa cidade…
Nos jardins em festa… belas tílias E nos flamboyants em flor Oferecendo a quem passa Pétalas de carinho… a todos Saudando com amor!
Antologia: Fúria de Viver, Julho de 2017
PORTO SANTO
Porto Santo, meu pequenino chão… Tua beleza, tua calma convida ao descanso do corpo e da alma!
Tua praia a todos seduz e encanta… Com as suas águas límpidas pelo Sol aquecidas, a areia dourada. Que graça tanta!
E no verão… És a delícia de muita criança!
Porto Santo, meu pequenino chão… Gosto de ti tanto, com tuas vestes de cor pastel Mas também no Inverno, quando te cobres com o teu verde manto… Tuas uvas são doces como o mel!
Porto Santo, meu pequenino chão… Por muito que de ti me afaste estarás sempre … No meu coração!
Rosa Marques, do livro, Mar Em Mim, 2016
UM OLHAR SOBRE CIDADE
É Domingo! Manhã esplêndida, um Sol radiante estende-se sobre a cidade…sobre o mar…
Das altas paredes, das varandas descem flores! Belas buganvílias multicores!
E muitas outras espécies que nascem, se erguem em qualquer recanto. São a alegria da cidade… Todo o seu encanto!
À beira mar, a igreja magnífica…sinos a tocar! Pelos caminhos apressam-se os fiéis para a missa que vai começar!
No mirante a ver as vistas sempre muitos turistas… E na baía ancorados, os pequenos barcos coloridos com todas as cores…
E novamente o esplendor, o encanto… Das floreiras com muitas flores!
Na ribeira, o som da água a correr… É como música suave a tocar… Em suas águas passeiam belos patos desde manhã ao entardecer…
Ao longe ouvem-se as rãs coaxar… Um misto de sons e cores, que se misturam e confundem com o doce murmúrio do mar!
(Poema dedicado a uma cidade da Ilha da Madeira que se chama Câmara de Lobos)
José Sepúlveda
Ala Ala a Rima
Chorosas nuvens, ei-las que do Norte Agitam todo um mar em convulsão; E o Poeta chora a triste sorte Ao ver em fuga a sua inspiração.
No ar, um nauseabundo cheiro a morte Que faz tremer, pulsar seu coração; E a mente sulca as águas, firme, forte, Tao cheia de Esperança, de ilusão.
A chuva cai, o mar em vão se agita, A estrofe do poema salta, grita, Ala, Ala a Rima! O verbo enfim desperta!
Ondas do mar, ó mar do pensamento, Vem-me inspirar, dar força e movimento, Remove os meus grilhões, vem, me liberta!
José Sepúlveda
Ajuda-nos, Senhor
Senhor Deus, todo poderoso, A terra inteira vos implora Neste tom triste, choroso Escuta-nos nesta hora
São momentos de aflição, Olha o mundo ao teu redor E a minha humilde oração Vem atender, por favor
Se de Maria nasceste Nessa humilde estrebaria, Também na cruz padeceste Por todos nós, nesse dia
Misericórdia, Senhor, De teus filhos pecadores Finda este mal, esta dor, Acaba com tantos horrores.
Que teu amor magnânimo Finde este horror instalado O cansaço, e o desanimo Prolifera por todo o lado.
De nós vem ter compaixão Dá-nos, alento, esperança, E que a frágil união Nos renove a confiança
Rosa Maria Santos
Corona
O sol nasceu de manhã Com toda a terra doente Nossa vida, que era sã, É agora diferente.
São corações a sangrar, Um planeta atormentado, É o corona a atacar Deste modo desastrado.
Tudo para num instante, Recolhe o povo ao seu lar E nada é mais importante Que a saúde preservar.
A quimera e a utopia Já não fazem mais sentido, Vivemos o dia a dia Até que seja vencido.
Cientistas dedicados, Empenhados, à procura, Aqui, em todos os lados, Da vacina para a cura.
Rosa Maria Santos
Não é mesmo fácil
A vida não é fácil, como nos parece à primeira vista. Tem os seus espinhos, a gente tem que ser realista. Quantos espinhos, pisamos nos caminhos da vida! Espinhos que magoam, e podem causar séria ferida.
Mas o percurso da vida não é feito só de espinhos. Descobrimos também êxitos nos nossos caminhos Haja esperança para continuar, e fé para acreditar, porque nem sempre nós estamos em maré de azar.
Valorizemos o que possuímos em nosso benefício. Em especial se foi obtido com espírito de sacrifício. Que a Fé nos mova, dando forças para continuar. E que a coragem nos consiga sempre acompanhar.
Aurora Maria Martins
Ser paciente
Por muito paciente que uma pessoa possa ser, há situações que nos fazem a paciência perder. Quem de nós já não perdeu uma ou outra vez. Ou melhor dizendo, foram várias vezes talvez.
É que ... se nos tiram do sério o stress aumenta. Nós só podemos suportar aquilo que se aguenta. É por isso que a paciência também o seu limite. Mas há reservas de paciência caso se necessite.
De facto a impaciência atinge qualquer pessoa. Mas é exercitando-a que a gente se aperfeiçoa. Só que as pessoas nem sempre assim reagem. São rápidos a desistir, lentos a ganhar coragem.
Aurora Maria Martins
Vida sem luz, sem sol, vazia Melancolia á noite ao deitar Um vazio profundo ao despertar Lá fora, as ruas desertas Cá dentro, horas incertas.. Ver televisão é morrer É querer fechar os olhos á realidade É sentir uma enorme saudade Saudade dos dias de felicidade! Por onde ficou a alegria perdida O mundo deixou de ter vida! Quanto silêncio e solidão Quanta tristeza no coração Fechada nesta habitação Quase sem fé, sem esperança Simplesmente profunda desilusão!
Maria José
Acalmem-se os ventos da dor E sopre a força do amor Limpem-se as lágrimas caídas Curem-se todas as feridas.. Acabe-se de uma vez esta tristeza E vença a alegria e a certeza! Regresse o tempo de abraços apertados E mãos entrelaçadas por todos os lados Que os corações amem sem rodeios E os cérebros se abram sem receios.. Que volte a felicidade que ignoramos Por ser parte de cada dia que acordamos.. Que regresse a nossa vida de alegria Aquela que nos foi roubada de noite pr’o dia Éramos tão felizes e nem sabíamos Por tanta felicidade que sentíamos!
Maria José
José Sepúlveda
Maravilha. Pintura de Bárbara Santos.
Bárbara
O tom multicolor onde navegas E cria em nós momentos de alegria Traduz teu caminhar por entre as trevas Nesse teu mundo cheio de magia.
Procuro vislumbrar entre esses vultos Mistérios teus, nobreza e fantasia, Por mais que nos pareçam mais ocultos Na tela colorida de cor fria.
Mergulho em cada tom e num momento Aquilo que me vem ao pensamento É luz e cor, audácia, amor profundo.
E eis-me a contemplar tua alma nobre Enquanto em cada traço se descobre Essa aventura infinda do teu mundo!
Silêncio!
Silêncio! Vem ouvir a voz do mar, As ondas desse imenso mar de espuma E nessa melopeia singular Na areia se desfazem uma a uma!
Ó como é terno e doce o marulhar! Esconde-se na noite e, envolto em bruma, Emite melodias pelo ar Na orgia do ondular onde se empluma!
Ó mar dos meus encantos! No horizonte Declina o sol... São águas duma fonte Que vão tombando lentas, com candor!
E no teu manto carmesim-dourado Se estendem... e num sono delicado Se perdem nas caricias desse amor!
José Sepúlveda
Menino lindo
Quando a ti chego, o teu sorriso lindo Mergulha em meu olhar com afeição E o brilho dos teus olhos vai abrindo Janelas de Esperança e de ilusão...
E mesmo quando as crises vão surgindo, Tocando o corpo teu, teu coração, Teus lábios em preces vão subindo Pedindo a Deus alívio e proteção...
Menino lindo, dá-me o teu carinho! No afago dos teus braços eu me aninho Em busca de ternura, de candor
E enquanto nos teus olhos me acalento, Eu vivo em mim momento após momento A tua imensa fé, teu grande amor!
José Sepúlveda
Paz
Que paz e calma, amor, eu sinto aqui! E ouvindo ao longe os sinos dessa igreja, Eu sinto as melodias que há em ti E teu imenso AMOR. Louvado seja!
Que bom! Esta afeição que me consagras Me faz sentir feliz em cada instante, Vibrar, gritar ao mar que em marés bravas Nos entra p’la janela, o nosso amante!
E ao despertar na calma madrugada Ouvindo o passaredo ali na estrada Cantar promessas mil de amor eterno,
Elevo aos céus, ao Deus do Infinito, Em oração, o mais intenso grito De gratidão, por teu amor superno!
José Sepúlveda
Poeta da Arte
Gosto de olhar e ver o olhar sereno Que emana desses olhos ternos, doces, Olhá-los e lançar-lhes num aceno Um cordial olhar, como se fosses
Um frágil colibri que da ramagem Frondosa é bela, entre o arvoredo, Nos canta em mil trinados a voragem Dum tempo em liberdade, triste e ledo.
Gosto de olhar o teu sorriso lindo... Subtil olhar, um gozo quase infindo Que, lento nos percorre todo o ser...
Gosto de olhar pra ti, ver-te dançar, Pintar teus sonhos, vê-los pelo ar Voando, nessa fúria de viver!