12 minute read

Ricardo Pontes Nunes

Next Article
Dalã Calon

Dalã Calon

Entrevista com a Escritor

Ricardo Pontes Nunes

Advertisement

Ricardo Pontes Nunes, nasceu no Maranhão, onde ainda na infância lhe ocorreu que o mundo e os fatos da vida possuíam outras dimensões além da trivial, as quais descobriria mais tarde poderem ser compartilhadas através da linguagem literária. Uma sequência de influências o marcaria desde então, como o movimento romântico e o naturalismo do séc. XIX, o pós-modernismo e o realismo mágico latino americano. Em seu livro de estreia na ficção, “Entre Fados e Tumbas e outros relatos mundanos”, o autor faz uma coletânea das tramas e situações que lhe pareceram mais emblemáticas daquela sua antiga percepção sobre um mundo em camadas, e declara tê-lo escrito como uma forma de tentar mostrar como a realidade pode se revelar espantosa.

Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Conheci algumas daquelas pessoas ou fiquei muito impressionado com o que lhes havia sucedido na vida real. Sim, a maioria dos contos é baseada em fatos.”

Ricardo Pontes Nunes, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, em que momento se sentiu preparado para publicar “Entre Fados e Tumbas”?

Ricardo Nunes - Concordo com aquela máxima que diz que para o autor o livro nunca está pronto enquanto não o publica. Foi assim comigo. Alguns amigos me haviam incentivado a que eu publicasse. Então reuni tudo o que eu tinha e fiz os últimos ajustes e complementos. Acho que o mais difícil nessa preparação que foi superar as influências, a questão do estilo.

Você sempre gostou de escrever contos? O que mais o atrai neles?

Ricardo Nunes - Acho que os contos em si são apenas um veículo, uma ponte, assim como os demais gêneros, ou a arte em geral. O que eu queria mesmo era deixar registradas as minhas sensações diante de certos acontecimentos que marcaram a vida das personagens e a minha própria também. Experiências de vida muitas vezes desconcertantes, mas que poderiam ter sido as de qualquer pessoa em qualquer lugar ou tempo. As dimensões do conto eram suficientes para eu compartilhar essas sensações, fazer uma síntese do que era essencial, do que eu pretendia mostrar com elas.

Quais critérios foram utilizados para a escolha do título?

Ricardo Nunes - Acho que a sonoridade. É o título de um dos contos que compõem o livro. Um pouco rotundo, eu sei, mas também porque acredito que estejamos muito confusos sobre essa linha demarcatória, mas demasiado fluida,

entre destino e livre-arbítrio, em que a única certeza que carregamos é a da morte. Num mundo que perdeu sua fé na eternidade, as coisas se tornam ainda mais fortuitas e carentes de significado. Quis que o título remetesse as pessoas a esse dilema.

Apresente-nos sua obra.

Ricardo Nunes - São relatos de coisas que fui compilando com o tempo, recompondo-as em uma roupagem literária. O principal para mim era o que podiam revelar de absurdo, emocional ou assombroso na condição humana. Nessas circunstâncias parece que o que é doloroso sempre se sobressai, mesmo quando apenas nostálgico. Não redigi o livro em torno de uma temática ou segmento específicos, tampouco em torno de uma “moral da história”, pelo menos não que eu saiba, rsrsrs. Como afirmei em uma outra conversa, tenho para mim que a literatura não seja constituída apenas pelas histórias em si, mas sobretudo pela forma em que são recontadas, transmitidas, em busca de um sentido pra elas. A versão escrita, a literatura, talvez não seja senão uma espécie de perspectiva mais elevada da realidade, mesmo que a história narrada seja infame.

Apresente-nos os títulos dos contos de “Entre Fados e Tumbas”.

Ricardo Nunes - A intrusa; O Último Navio Fantasma; O Jaguar; A Seita de Irineu Lopes; Constança Aguiar; O Cognoscível Paradeiro de Fawcett; Os Deuses Facínoras; Viagem; A Ferrovia; Aos Deuses Manes; Bichos; Genésia; O Sonho de Viriato; Um Uróboro; e Entre Fados e Tumbas.

O que mais o atrai nesta obra literária? Dê-me três motivos para ler “Entre Fados e Tumbas”.

Ricardo Nunes - Acho que a empatia pelos personagens. Conheci algumas daquelas pessoas ou fiquei muito impressionado com o que lhes havia sucedido na vida real. Sim, a maioria dos contos é baseada em fatos. Motivos para lê-lo? Um deles seria exatamente esse, a empatia que acho que os personagens irão despertar, mas principalmente saber o que lhes aconteceu. Pessoas comuns vivendo situações incomuns, mas que se pareceriam situações normais ou inevitáveis para qualquer um de nós se estivéssemos nas mesmas circunstâncias em que aquelas pessoas se encontravam.

Como podemos adquirir seu livro?

Ricardo Nunes - O livro está disponível nos sites da Amazon, da Livraria da Travessa e, com FRETE GRÁTIS, no site do autor: www.letteramundi.com

Quais os seus principais objetivos a serem alcançados na área literária?

Ricardo Nunes - Obviamente que ninguém escreve para si mesmo, para guardar. Que outros o leiam, eis sua ontologia. Mas que as pessoas sentissem o que senti. Gostaria que os leitores pensassem nas pessoas que viveram aquelas histórias, jamais em quem as escreveu. Tenho em mente que o livro não me pertence. É uma espécie de doação, porque foi o que elas viveram na pele que me forneceu os elementos para tentar recontar tudo. Acho que na literatura, como na vida, ter tato na sinceridade contribui muito para construirmos essa empatia, essa autenticidade que o leitor busca, para que encontremos nossa própria voz. Acho que quando percebe essa honestidade o leitor fica mais propenso a se identificar com o texto. Buscar esse timbre, esse tom de voz interior, aperfeiçoá-lo, é uma meta a ser seguida; desde, é claro, que tenha algo para dizer, que considere que mereça ser contado.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecê-lo melhor. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixaria para nossos leitores?

Ricardo Nunes - Para os que conseguiram chegar até o final desta conversa, agradeço pela paciência. Acho que disse o necessário. E os livros podem falar por si, é o que me propus em “Entre Fados e Tumbas - e outros relatos mundanos”. Grande abraço.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura

Quer ser entrevistado?

Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta.

Contato:

smccomunicacao@hotmail.com

José Sepúlveda

E do amor nasci

Seriam oito horas menos dez Naquela quinta-feira longa e fria; Ela corria para os dois bebés Barata tonta a ver qual deles nascia.

Portela antiga. Andou de lés-a-lés Saltando casa a casa, noite fria; Sentia-se quais “trapos de polés” Naquele Abril, manhã de um longo dia.

Naquele quarto, agora plena rua, Prostrada lá num quarto, toda nua, A minha mãe em sangue se esvaía.

Ó estridente som! Na porta ao lado, Guitarras a trinar o mesmo fado, Enquanto outro milagre acontecia.

José Sepúlveda

Exemplo

Geninha me ensinou quando menino A agir perante os outros com dulçor Que desse a toda a gente o meu carinho Em troca dum sorriso, duma flor.

E eu lá fui seguindo o meu caminho Levando e dando provas desse amor, Se alguém me dava rosa com espinho Guardava o seu perfume, nunca a dor.

E fiz o meu caminho caminhando E quando me cruzei de quando em quando Com dissabor estranho ou alibi,

Essas palavras tive em minha mente: “Não faças a quem tens à tua frente Aquilo que não queres façam a ti”!

José Sepúlveda

Não vás!

Espera, mãe, é longa a madrugada E o dia já não tarda a cá chegar, De resto, o que lá vem, não vale nada E não sei o quanto mais hei de esperar.

Há tanta flor na berma do caminho Que quer beijar a tua face linda! A rosa, o malmequer, o azevinho, E hortênsias a florir, há tanta, ainda!

Espera, um pouco, espera mais um dia, Quero sentir a tua companhia, Espera até que chegue um outro Abril.

Mantém em mim a fé e a confiança, E cantaremos hinos de esperança Contigo do meu lado, em teu redil!

José Sepúlveda

Saudade, mãezinha

Guardo no peito a força desse afeto, Os olhos teus tão cheios de ilusão E esse tempo curto, mas discreto, No qual te davas de alma e coração.

Recordo o imenso abraço que trazias Inesperadamente, a qualquer hora, Quando na vida, a gatinhar nos dias, Queríamos partir daqui pra fora.

Sinto no olhar aquele teu sorriso, Quem sabe se um alerta, se um aviso Lançado quando a vida não sorri.

Saudades, mãe, não sei porque partiste, Não sei se vivo alegre ou vivo triste, Apenas sei: não sei viver sem ti!

José Sepúlveda

Ele vem, mãezinha!

Noventa e oito estrelas a brilhar No féretro no qual em paz descansa O corpo teu que anseia recordar Aqueles tempos lindos de criança.

Noventa e oito rosas a voar Que espalham seu perfume, o seu olor, Confiantes que esse dia vai chegar E tu vais-te encontrar com teu Senhor.

Repara, mãe, teu anjo está contigo E anseia ver voltar o nosso Amigo Com legiões de anjos ao redor.

E quando essa trombeta enfim soar, Tu vais do longo sono despertar E com Jesus subir ao Lar do Amor.

José Sepúlveda

Quero abraçar-te

Choram meus olhos com tristeza, mágoa, Olhando o imenso olhar que me sorri, Ao recordar-te, são correntes de água Que brotam dos meus olhos para ti.

Um grito de saudade, até que um dia, Iluminada por um novo olhar, Na volta de Jesus, na parusia, Bem certo nos havemos de encontrar.

Saudades, minha mãe, o teu carinho Que vive tão presente em meu cantinho, Invade a cada instante o meu pensar,

Levanto os olhos meus, canto baixinho,

LIVRO EM DESTAQUE – RETRATOS DE MINHA MÃE – JOSÉ SEPÚLVEDA

Livro: Retratos de Minha Mãe Autor: José Sepúlveda

Sinopse

Retratos de Minha Mãe é um pequeno livro de memórias que o autor quis dedicar à sua progenitora, que tão prematuramente adormeceu quando contava apenas cinquenta anos de vida. Nele, o autor recorda momentos felizes que se prendem com o seu nascimento, vividos na aldeia onde nasceu, relatando em alguns dos seus poemas momentos que registou na memória e o acompanharam em toda a sua vida seguindo então um trajeto que culminaria com a sua morte, em plena Revolução dos Cravos que se vivia no país e no preciso momento em que este passava por uma das suas mais sensíveis convulsões: o Verão Quente de 1975. Trata-se de um livro de poemas, em que a saudade e a ausência da mãe se foi sentido no autor ao longo de toda a sua vida.

http:///issuu.com/correiasepulveda/docs/retratos_da_minha_m_e

https://issuu.com/correiasepulveda

Ditosa Mãe

Ditosa mãe que quando envolta em dor Um dia fez brilhar o meu olhar E o peito escancarou com tanto amor Junto ao meu berço, p’ra me alimentar.

Ditosa mãe a que me viu crescer, De mim cuidou durante toda a vida, E quando viu o amor acontecer, Chorou porque eu estava de partida.

Ditosa mãe que olhava para os céus E procurava ali junto de Deus, Dobrada em seu altar, orar por mim.

Essa extremosa mãe que não me esquece, No seu profundo sono permanece E em silêncio chama: - Vem a mim!

José Sepúlveda

Mãe... quero agradecer-te...

Mãe...quero agradecer-te por fazeres parte da minha vida... sei...que partilhei e roubei-te um sorriso, ou uma lágrima que corria.

As confissões que contigo desabafei meus momentos de tristeza e alegria... mas em meu frágil coração...eu sei trouxe, amor e muita paz e harmonia.

Por tudo isto hoje estou homenagear-te pois minha alma por vezes atormentada... e tu com teu amor conseguias acalma-la quero por isso de coração agradecer-te.

Manuel Teixeira (Leuna)

Poema para o Dia da Mãe

Não há maior amor no mundo Do que o amor da nossa mãe; Nada nos dói mais lá no fundo Se ao chamá-la ela não vem.

Nada mais que a mãe encanta Nem há amor mais procurado; Dorme, dorme, ela nos canta Com um sorriso abençoado.

Mãe, teus olhos são saudade, Amor de Deus pra mim doado, Anel d’oiro prá eternidade;

Nada do que já foi criado, Me deu maior felicidade Que estar no teu colo deitado!

MARIA DOCE MÃE

Hoje dia da nossa Padroeira Que protege a terra inteira E os seuS filhos também Maria doce e puríssima Maria do rosário santíssima Virgem Clemente e nossa mãe. Sede a nossa proteção Dai a todos a salvação Através do TEU Filho Santo, Rogai por nós pecadores Aliviai as nossas dores Em Nome do Pai, do Filho e Espírito Santo. És Senhora és Rainha És tão doce ou Senhora minha És a nossa redenção, És caminho para chegar Ao cimo do teu altar Para beijar teu coração. Por tantos nomes és chamada Em todo o mundo adorada Oh! Senhora da Conceição, Concebida sem pecado Para estares em todo o lado Tentando abrir cada coração. Pelo teu filho redentor Aliviai a nossa dor Trazei para o munto inteiro, Fazei que os homens na terra Matem a fome, acabem com a guerra Para que não se percam pelo dinheiro…

Mãe

Quero que seja constante essa tendência, Que por mim veles nestas horas sombrias Enquanto no teu seio o rosto m’acaricias, Triste face de quem sente a tua ausência…

Que me leves contigo com certa urgência E m’aqueças nos teus braços nas noites frias, Que comigo pouco chores e que mais rias Até quando nada faz rir nesta existência…

Quero que nunca esqueças que sou teu, de ti, Aquele p’lo qual vida sempre ofereceste, Mesmo nos momentos em que te desiludi,

Quando te deixei, mãe, mas tu me recebeste Depois de tudo aquilo que, louco, pretendi, Viver sem o amor com que tu me concebeste.

Luís Corredoura dixit ©

Voz do Agradecimento

A voz do agradecimento Precisa ser encontrada Pois Deus a cada momento Faz uma nova chamada

E nós como seres viventes Filhos desse mesmo pai Tão ingratos e ausentes Mas um dia lá se vai

Pedimos a proteção Por toda a nossa fraqueza E o Senhor nos dá a mão Que é uma grande riqueza

Nossa Mãe Virgem Maria Sua mãe Imaculada Dá-nos a bênção dia a dia Nós devemos dizer obrigada

Hoje só posso dizer:

Obrigado meu Pai Obrigada minha Mãe Mais uma vez, obrigado

Minha mãe…

São tantas as palavras que tenho para te dizer… embargadas no peito e acorrentadas num sentimento que não consigo descrever.

Como dizer minha mãe quanto por mim és amada é o mesmo que dizer a um filho o quanto a mãe o ama.

Minha mãe… mãe querida… que sejam longos teus dias…

porque nesta minha vida que tanto tem sido ferida…

tu és minha âncora e minha alegria.

Quantas vezes ainda sinto querer o teu colo onde as minhas mágoas possa embalar e fazer do teu carinho o meu solo por onde ando, neste meu caminhar.

Teus cabelos brancos me comovem anos de sabedoria são

e o brilho dos teus olhos me movem

a dizer-te:

mãezinha… amo-te

de todo o meu coração…

This article is from: