Caderno Especial
Fórum Regional de Capacitação Profissional
Inter Educação
C a d e r no E s p eci al
Editorial
A
Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas aceitou o convite para a organização deste importante evento e assumiu a tarefa de congregar as diversas entidades da área da saúde. Na condição de Vice-Presidente da SMCC, foi uma honra representar nosso Presidente Clovis Acurcio Machado e presidir os debates coordenados por nosso Diretor Científico Dr. Marcelo Camargo Amade. Neste ano, pioneiramente, convidamos a área de odontologia e pretendemos que este fórum seja ampliado nos próximos anos para outros importantes segmentos da área de saúde. Contamos com a honrosa participação dos conselhos: de Medicina - CREMESP e Regional Campinas, de Odontologia - CROSP, além da Associação dos Cirurgiões Dentistas de Campinas - ACDC, Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo - SINDHOSP, UNIMED Campinas e as três principais Faculdades de Medicina de Campinas “PUCC” “UNICAMP” e “São Leopoldo Mandic”. A Diretoria Científica da SMCC realizou importante pesquisa que norteou as discussões e tivemos apresentações muito importantes das diversas instâncias que participaram do evento que muito contribuíram para pensar elementos relevantes à formação do profissional médico e as questões críticas para a prática médica. Uma abordagem muito interessante à respeito do percurso da credibilidade e atitude do médico através das culturas foi discutida numa referência à atitude do médico que prevalecia no paternalismo hipocrático sob o qual o médico era o detentor do saber do poder decisório e o paciente recebia passivamente o tratamento. A prática médica ancestral foi sofrendo mudanças e atual-
mente é norteada pela evidência cientifica e pelo respeito aos direitos e vontade do paciente. A credibilidade do médico foi abalada ao longo dos tempos, questões críticas relacionadas à formação médica, segurança do profissional para o bom exercício de sua praxis contando com os recursos necessários, a garantia de sua integridade moral e ética no ambiente de trabalho, sua condiçao emocional desde a formação até o enfrentamento das adversidades do cotidiano, a sobrecarga de jornadas e também a habilitação do profissional para gerir sua própria “empresa” de maneira bem sucedida, devem ser questões discutidas amplamente a fim de garantir nos princípios sagrados em nossa prática, uma atividade profissional recompensadora sob todos os aspectos. Neste caderno, compilamos todas as importantes discussões e ao final Dr. Marcelo apresenta as conclusões e diretrizes sugeridas pelos representantes das diversas instituições.
Dra. Fátima Maria Ap. F. Bastos
Caderno Especial SMCC Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas Rua Delfino Cintra, 63 Centro 13013-055 Campinas-SP Fone: 19 3231-2811 | smcc@smcc.com.br www.smcc.com.br Impressão: Gráfica Mundo Redação: Dr. Marcelo Amade Camargo Produção Editorial: Skanner Projetos Gráficos Fotos: Fernanda Borges Comissão Editorial: Dr. Marcelo Amade Camargo, Dra. Fátima Maria Ap. F. Bastos, Dr. Clovis Acurcio Machado e Dra. Carmen Sylvia Ribeiro Tiragem: 3.000
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I Congresso Regional de Empreendedorismo, Capacitação Profissional e Sustentabilidade 1º Fórum Regional de Capacitação Profissional - Estado D’arte da Formação de Profissionais Para as Áreas da Saúde
N
o último dia 17/09, a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC), sob a coordenação de seu Diretor Científico – Dr. Marcelo Amade Camargo, conduziu o 1º Fórum Regional de Capacitação Profissional - Estado D’arte da Formação de Profissionais Para as Áreas da Saúde”, que ocorreu durante o I Congresso Regional de Empreendedorismo, Capacitação Profissional e Sustentabilidade, sediado dentro do evento “INTEREDUCAÇÃO 2016”. Os dois objetivos do evento foram: 1- diagnosticar os problemas mais relevantes e as principais demandas que envolvem a formação e capacitação do médico em nossa região e, mais importante, 2- propor medidas práticas para melhorar o cenário através da união de forças entre as instituições presentes na RMC. A proposta da Organização é repetir o Fórum periodicamente para avaliar o impacto das ações implementadas e ampliar a discussão envolvendo os demais segmentos da Saúde. Para proporcionar um debate no mais alto nível fo-
ram convidados representantes das principais entidades e instituições de nossa cidade e região. Na área médica, além da SMCC, estiveram representadas as seguintes instituições: • Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP (FCM UNICAMP) • Faculdade de Medicina da PUC Campinas (FM PUCC) • Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic (FM SLM) • UNIMED Campinas • Conselho Regional de Medicina – São Paulo e Delegacia Campinas (CREMESP) • Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SINDHOSP) A SMCC convidou ainda representantes da área de Odontologia para o debate: • Associação dos Cirurgiões Dentistas de Campinas (ACDC) • Conselho Regional Odontologia (CROSP) Nas próximas edições do fórum, devemos contar com o envolvimento das demais profissões ligadas a Àrea da Saúde, como: enfermagem, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia entre outras.
Dr. Renato Azevedo / CREMESP, Dr. Marcelo Luis Gratão / SINDHOSP, Dra. Carla Rosana Guilherme Silva / UNIMED Campinas, Dr. Marcelo Amade Camargo / Diretor Científico da SMCC, Dra. Silvia Helena Rondina Mateus / CREMESP Campinas, Dra. Fátima Maria Ap. F. Bastos, Dr. Ivan Felizardo Contrera Toro / UNICAMP, Dra. Márcia Pereira Bueno PUC Campinas, Dr. Guilherme de Menezes Succi / São Leopoldo Mandic, João Pereira Góes Neto / Departamento Acadêmico SMCC e Dr. André Renato Carvazan / ACDC
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Opinião das Entidades
Dr. Marcelo Amade Camargo Coordenador Geral do Fórum / Saúde Diretor Científico da SMCC
“O que conseguimos realizar aqui foi algo inédito e idealizado por muitos. Conseguimos reunir os principais personagens envolvidos com a formação médica em nossa cidade e região numa mesma mesa de discussão e traçar planos concretos para a melhoria da Saúde. O que fizemos não foi filosofar sobre os problemas, mas sim propor atitudes práticas para alterar o cenário atual para melhor, focando na nossa cidade. Futuramente, iniciativas como esta possam inspirar a busca de soluções em outras regiões.”
Dr. Guilherme de Menezes Succi Diretor FM São Leopoldo Mandic
“Nós, da SL Mandic, acreditamos na importância da união das Instituições envolvidas com formação e atuação profissional dos profissionais da área da saúde. O espaço para discussões e apresentação de propostas como o realizado neste evento beneficiará sempre todos os envolvidos no funcionamento dos sistemas de saúde: profissionais, gestores, entidades de classe e, sobretudo, usuários. Nosso objetivo será sempre o de proporcionar formação de excelência, de maneira a oferecer ao mercado o profissional que ele exige”.
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Dr. Ivan Felizardo Contrera Toro Diretor FCM UNICAMP
“Qualquer atividade que a gente faça para discutir ensino médico, mais que isso, a integração entre as diversas faculdades de medicina da cidade e outros órgãos como CRM, a SMCC, a Unimed, são de extrema importância. A SMCC durante muito tempo não levou isso como uma prioridade e agora, nesta gestão, isso está sendo levado como uma prioridade: trazer as faculdades para mais perto da Sociedade, trazer os alunos que vão ser sócios daqui alguns da SMCC para conhecer o trabalho que é feito, preencher algumas lacunas que a gente não vai conseguir preencher durante o ensino médico.”
Dra. Silvia Helena Rondina Mateus Delegada CREMESP Campinas
“Este evento foi um marco no relacionamento das entidades e escolas médicas em momento muito oportuno: a saúde nunca viveu um momento tão difícil. Isso tem repercussão no atendimento e comportamento dos colegas médicos e só a ação conjunta pode contribuir para a melhora do exercício profissional. A SMCC foi a protagonista nesta iniciativa e merece não apenas os nossos parabéns, mas o de toda sociedade que será a mais beneficiada.”
Dr. Nilden Carlos Alves Cardoso Conselheiro do CROSP
“Foi de grande valia, a oportunidade da participação da Odontologia na discussão da formação e capacitação na saúde na cidade de Campinas. A aproximação das Entidades da área de Saúde, só traz benefícios aos estudantes, egressos das faculdades de Odontologia e Medicina, e, sobretudo, para a população que usufrui da prestação de serviços destes profissionais. Parabéns pela iniciativa e condução dos trabalhos coordenados pelo SMCC.”
Dra. Carla Rosana Guilherme Silva Diretora Médico-Social UNIMED Campinas
“Para a Unimed Campinas este evento é de fundamental importância. pois o que nós temos visto é que cada vez tem se visto mais a doença e menos o paciente. A nossa expectativa é que esse início de movimento consiga trazer para o médico que o mais importante é a relação com seu paciente. O papel da SMCC é exatamente reunir e acolher os médicos e acho que tudo o que ela puder contribuir para melhor formação, cuidado e proteção ao médico será para o melhor.”
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Pesquisa com a Classe Médica e Acadêmicos da RMC
REGIÃO PODE MELHORAR? A MEDICINA EM NOSSA IAM RECEBER OS NOVOS MÉDICOS DEVER COMPLETA? MAIS FORMAÇÃO ACADÊMICA A ATUALIZAÇÃO PARA DES FALTAM OPORTUNIDA REGIÃO? PROFISSIONAL EM NOSSA CONVIDADO A SENDO ESTÁ R, DOUTO VOCÊ, E PARTICIPAR DE UMA S MANGA AS ÇAR ARREGA RIA DA FORMAÇÃO E INICIATIVA PARA A MELHO NOSSA REGIÃO CAPACITAÇÃO MÉDICA EM S (SMCC) está liderando E CIRURGIA DE CAMPINA da UNICAMP, PUCC e SL A SOCIEDADE DE MEDICINA com as Faculdades de Medicina melhorias na formação e um projeto em parceria entidades para implantar dos médicos da região. MANDIC e o apoio de diversas direcionados à demanda ofertas de cursos/eventos participando de contribuir com esta iniciativa e capacitação Todos os médicos podem formação para traçar o perfil da uma PESQUISA ONLINE itana de Campinas (RMC). médica na Região Metropol
. sa clique no botão abaixo Para responder a pesqui s. levar mais que 3 minuto Sua participação não deve
P
ara traçar um perfil da formação e capacitação dos médicos na Região Metropolitana de Campinas, a SMCC promoveu uma pesquisa que foi direcionada a todos os médicos de nossa cidade e região, com o apoio das três Faculdades de Medicina e da UNIMED Campinas.
ACESSAR PESQUISA as em um fórum com todas serão utilizados para debates final deste trimestre. Os dados desta pesquisa centros de capacitação no convidado a participar. Faculdades, entidades e estará em breve e você também O evento será anunciado colegas médicos seus todos com Compartilhe essa mensagemCampinas e região. que atuam em todos fará a diferença! A união e participação de a pesquisa, compartilhe: Para divulgar o link direto para apacitação-médica-na-rmc addy.com/s/pesquisa-de-formação-e-c esquisa.polld http://smccp
A pesquisa foi feita através de sistema online e contou com a participação de centenas de médicos que registraram suas respostas e demandas para melhorias na formação e capacitação médica. Os acadêmicos de medicina, através do Departamento Acadêmico da SMCC, também elaboraram uma pesquisa com os graduandos das faculdades de Campinas. O resultado destas pesquisas assim como as propostas elaboradas no debate entre as instituições você confere agora:
Perfil dos participantes A pesquisa da SMCC foi direcionada a médicos com registro válido no CREMESP. Foram 448 médicos participantes da pesquisa. Em relação ao tempo de atividade profissional, a média dos participantes se formou há cerca de 25 anos uma vez que a média de ano de formatura entre os participantes
foi 1990 (variando de 1944 a 2015). Entre os participantes, 79% realizaram alguma etapa de sua formação profissional numa das faculdades de Medicina de Campinas e cidades próximas, delimitadas geograficamente pelas cidades de Jundiaí e Bragança Paulista.
Você realizou/realiza alguma etapa de sua formação profissional em Faculdades de Medicina na RMC ou cidades próximas? 0%
39,5%
79%
COUNT
PERCENT
Sim
353
79%
Não
95
21%
A instituição que reuniu o maior número de egressos foi a FCM UNICAMP, certamente por ser a instituição mais antiga a oferecer cursos de graduação, residência e pós-graduação na região.
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Assinale os locais onde realizou/realiza sua formação médica UNICAMP
PUC CAMPINAS
FM JUNDIAÍ
USF BRAGANÇA PAULISTA
OUTRA FACULDADE NO INTERIOR/ LITORAL
OUTRA FACULDADE NA GRANDE SP
NÃO FIZ
Graduação
43.91%
21.81%
3.97%
2.55%
13.6%
3.68%
10.48%
Residência Médica
54.39%
17.85%
0.28%
0.28%
12.46%
6.8%
7.93%
Especialização
40.79%
8.5%
0.57%
0.28%
7.93%
17.56%
24.36%
Mestrado
28.05%
1.7%
0%
0%
1.13%
6.23%
62.89%
Doutorado
23.23%
0%
0%
0%
1.42%
4.53%
70.82%
Outra PósGraduação
9.35%
0.57%
0%
0%
7.08%
15.58%
67.42%
Mais especificamente temos os seguintes resultados: • 65,7% fizeram graduação em Campinas (72,2% se incluirmos as cidades próximas) • 72,2% fizeram residência em Campinas (incremento de 1% se incluídas as cidades próximas) • 49,2% fizeram especialização em Campinas • 60% não fizeram pós-graduação
Cerca de metade (46%) dos participantes declararam exercer algum cargo de liderança ou chefia que significava ter outros colegas sob sua liderança ou responsabilidade. Entre os exemplos pode-se citar funções como: diretor clínico/ técnico em hospitais, chefe de equipe cirúrgica, proprietário de clínica de especialidades, coordenador de equipe de plantonistas, entre outros.
Você exerce algum cargo de liderança/chefia em relação a demais médicos? 0%
27%
54%
COUNT
PERCENT
Não
240
54%
Sim
208
46%
Conclui-se, portanto, que a pesquisa reuniu a opinião de médicos formados há bastante tempo, sendo que a imensa maioria deve toda ou pelo menos uma parte de sua formação às faculdades de nossa cidade e região, exatamente o público coerente e com experiência para responder uma pesquisa sobre a formação médica em nossa região. Além disso, grande parte exerce liderança profissional sobre outros colegas, o que lhes dá condições de opinar com maior propriedade sobre seus pares.
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Aspectos Ético-Profissionais Apesar da grande maioria dos participantes declarar que nunca foi objeto de algum processo (em qualquer esfera) ou sindicância médica, o número dos que já enfrentaram esta situação é preocupante. Nada mais que um quarto dos médicos respondeu que já passou por processo ou sindicância.
Você já enfrentou algum processo ou sindicância relacionado ao exercício da profissão médica? 0%
38%
76%
COUNT
PERCENT
Não
336
75%
Sim
112
25%
Durante o fórum, o CREMESP expôs um balanço das sindicâncias em nossa cidade e região e compartilhou da opinião que este percentual não é nada animador. Curiosamente, os casos dos chamados “erros médicos”, ou seja, situações de imperícia, imprudência ou negligência relacionados à prática da medicina não são as principais causas das sindicâncias. Situações envolvendo o relacionamento médico-paciente ou médico-familiares e até mesmo problema entre colegas são os principais motivos para abertura de sindicâncias ou processos ético-disciplinares, juntamente com situações envolvendo publicidade médica irregular.
João Pereira Góes Neto Coordenador Departamento Acadêmico SMCC “É a primeira oportunidade que a comunidade acadêmica tem de estar sendo representada neste tipo de discussão. O Departamento Acadêmico, por ser um espaço neutro, pode congregar os alunos de todas as instituições. Partindo deste princípio nós conseguimos abordar problemas comuns e vamos fazer de tudo para que essas questões que não cabem no currículo médico formal sejam supridas dentro da SMCC, pelo Departamento Acadêmico.”
Dr. André Renato Carvazan Diretor de EAD da ACDC
Dr. Marcelo Luis Gratão CEO SINDHOSP / FEHOESP
Dra. Márcia Pereira Bueno Diretora FM PUC Campinas
Dr. Renato Azevedo Conselheiro CREMESP
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Qualidade da formação vs mercado de trabalho Apenas aqueles que declararam terem tido alguma sua formação em faculdades da RMC e cidades próximas opinaram sobre o impacto do que aprenderam nestas faculdades nos primeiros anos de trabalho, em diferentes aspectos.
Em relação às FACULDADES que cursou na RMC, o quanto contribuíram para sua formação frente ao que encontrou no MERCADO DE TRABALHO nos PRIMEIROS ANOS após a formatura, nas seguintes áreas:
NADA/MUITO FRACO (APRENDI POR CONTA PRÓPPRIA Formação Médica Geral TEÓRICA
Formação na sua Especialidade / Área de Atuação
Ética / relação com o Paciente e Familiares Direito Médico (processos judiciais ou perante o CRM)
Gestão e Administração do seu Negócio
Relações Profissionais com outros médicos
Relação com Operadoras de Saúde
Trabalho em Serviço Público
Docência e/ou Pesquisa
ATÉ EM EXCESSO/MAIS QUE SUFICIENTE
AVERAGE
50.99%
6.23%
3.54
31.16%
48.73%
8.22%
3.5
14.45%
28.05%
43.06%
11.05%
3.44
30.59%
44.19%
14.73%
9.63%
0.85%
2.06
57.22%
32.58%
6.23%
3.68%
0.28%
1.57
11.9%
29.75%
32.01%
23.51%
2.83%
2.76
61.76%
29.18%
7.08%
1.7%
0.28%
1.5
15.86%
26.91%
29.46%
20.4%
7.37%
2.76
13.6%
30.03%
24.93%
26.06%
5.38%
2.8
POUCO/ INSUFICIENTE
A MAIOR PARTE
1.7%
5.67%
35.41%
2.83%
9.07%
3.4%
Notamos que enquanto temas como o ensino médico propriamente dito (geral ou na especialidade) foram tidos como suficientes (totalmente) para o que o médico encontrou no mercado de trabalho, as faculdades pouco contribuíram em aspectos como “gestão/administração de negócios” (relativo a consultórios, clínicas médicas, etc) e “relação com operadoras de saúde”. “Ética e Relação com o Paciente e Familiares” foi
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TOTALMENTE/ SUFICIENTE
um tema em que as faculdades foram bem avaliadas, porém, contrastam com a realidade de ser este um dos principais motivos para processos ou sindicâncias apontados no balanço do CREMESP em nossa região. Já em aspectos envolvendo “Direito Médico” (em menor grau), “Relacionamento entre colegas médicos”, “Serviço Público” e “Docência/Pesquisa”, as faculdades exerceram uma contribuição mediana na opinião dos participantes.
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Fontes de informação A pesquisa procurou identificar onde os médicos costumam buscar informações científicas no seu cotidiano. O esforço pessoal do médico (através de estudos, leitura de artigos e livros) foi a fonte mais citada, seguida das sociedades de especialidades e opinião de colegas.
Nos últimos dois anos, onde você buscou INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS para sua atualização/capacitação profissional?
Entidades Médicas Regionais (como a SMCC) Sociedade Estadual ou Nacional da Especialidade Informação fornecida pela Indústria Farmacêutica e Equipamentos No Meio Acadêmico (Faculdades) Opinião de Colegas Estudos Pessoais (através de artigos, livros, etc)
A indústria farmacêutica e de equipamentos não é uma fonte muito procurada pelos participantes da pesquisa, fato este que encontra respaldo na opinião dos debatedores por questões envolvendo conflitos de interesse e o aráter algumas vezes pouco científico das publicações provenientes destas empresas. Entretanto, as entidades médicas regionais (na pior colocação) e as faculdades são as fontes menos procuradas para informações científicas, transparecendo uma
COM FREQUÊNCIA/ MUITO COMUM
ÀS VEZES
RARAMENTE
NÃO NOS ÚLTIMOS 2 ANOS
AVERAGE
15.4%
32.37%
26.56%
25.67%
2.63
50.89%
29.91%
10.04%
9.15%
1.77
16.29%
26.79%
36.38%
20.54%
2.61
37.72%
30.8%
14.29%
17.19%
2.11
31.47%
45.98%
17.19%
5.36%
1.96
80.58%
16.52%
1.12%
1.79%
1.24
clara necessidade destas instituições se reposicionarem, reaproximando o público e fortalecendo seu caráter educador frente toda a classe médica local. Já sobre a busca de informação para temas não científicos (mas ainda ligados ao dia-a-dia da profissão), percebe-se que os médicos costumam apelar mais para outros profissionais quando o assunto é “Gestão/Administração de Negócios”, “Finanças”, “Direito Médico” e “Relação com Operadoras de Saúde”.
Após sua formação, onde você busca ajuda ou informações para lhe auxiliar em QUESTÕES NÃO CIENTÍFICAS? FACULDADES OU ENTIDADES MÉDICAS
PROFISSIONAIS DE OUTRAS ÁREAS
NUNCA PRECISEI
26.95%
7.37%
52.21%
13.47%
27.39%
2.12%
62.42%
8.07%
10.28%
24.84%
38.12%
26.77%
20.9%
36.67%
13.22%
29.21%
26.19%
14.94%
31.82%
27.06%
FAMILIARES E/OU AMIGOS
Gestão / Administração do seu Negócio Finanças / Investimentos Direito Médico / Processos Ética / Relacionamento com Paciente ou Colegas Relação com Operadoras de Saúde (contratos, remuneração, glosas, etc)
As Faculdades e Entidades Médicas foram as fontes mais citadas em se tratando do tema “Ética/Relacionamento com pacientes e colegas”. Também é possível notar que muitas vezes familiares ou amigos são quem auxiliam em questões fora do exercício da medicina. Não há nada de errado em buscar a opinião de um especialista em outra profissão para os temas acima. Entretanto, cabe aqui uma observação de que muitas vezes o médico
é visto como “presa fácil” por profissionais maliciosos em áreas como finanças/investimentos, negócios, direito e, principalmente, por operadoras de saúde inescrupulosas. Nossa leitura do resultado desta pesquisa aponta para a necessidade de um maior compromisso de entidades médicas na oferta de informação de qualidade nesses assuntos para, no mínimo, garantir que o médico não caia em armadilhas.
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Auto Avaliação A pesquisa não trouxe uma questão de auto-avaliação do médico, pois é da natureza humana destacar suas qualidades e não reconhecer seus defeitos. Para conhecer a opinião geral sobre os médicos, en-
volvendo aspectos da formação médica, optou-se por perguntar apenas aos médicos que declararam exercer algum grau de liderança sobre outros colegas o que eles achavam de sua equipe ou subordinados.
Qual a nota média que você conferiria aos médicos subordinados (ou aos quais exerce liderança) em termos de qualidade técnica e profissional? 27.5%
0%
55%
COUNT
PERCENT
114
55%
5 a 6 (Razoável)
43
21%
9 a 10 (Excelente)
41
20%
3 a 4 (Ruim)
9
4%
0 a 2 (Péssima)
1
0%
7 a 8 (Boa)
De maneira geral, a avaliação dos líderes/chefes sobre sua equipe ou subordinados é BOA (nota média entre 7 e 8), porém cerca de um em cada 5 dos participantes que responderam essa pergunta classificou os colegas como RAZOÁVEL (nota média 5 a 6).
A parte mais importante da avaliação dos líderes/chefes quanto aos demais colegas foi identificar quais as principais deficiências entre aqueles que consideram ter o pior desempenho na sua equipe ou relacionamento. A resposta permitia assinalar até 3 aspectos diferentes.
Considerando apenas os médicos com pior desempenho na sua equipe/relacionamento, cite as deficiências mais comuns na formação e capacitação destes profissionais: 0%
12.5%
25%
COUNT
PERCENT
Problemas no trato com Pacientes / Familiares
74
24.26%
Problemas no Relacionamento / Desrespeito com
53
17.38%
Baixo nível de conhecimentos básicos das Ciências Médicas
49
16.07%
Nenhuma das alternativas
48
15.74%
Inadequada capacitação na Especialidade
38
12.46%
31
10.16%
12
3.93%
outros colegas
Inadequada atualização em razão do rápido desenvolvimento tecnológico Outra Opção
Nota-se que problemas de relacionamento médico-paciente, médico-familiares dos pacientes e médico-médico são os mais citados, seguidos de perto por um baixo nível de conhecimento básico em Medicina. Estes são pontos muito claros para que haja mudança de formação ou investimento em capacitação a fim de transformar a realidade da Saúde em nossa cidade.
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Principais demandas para faculdades e entidades médicas Todos os participantes da pesquisa foram convidados a opinar quais os assuntos que consideravam mais importantes serem reforçados no currículo das faculdades e também em que assuntos a SMCC deveria atuar mais for-
temente (no caso da SMCC, havia alternativas mais específicas com a atuação da entidade). Estas duas questões abaixo aceitavam até 3 alternativas por participante.
Se pudesse sugerir os assuntos a serem reforçados no currículo das faculdades em nossa região, quais consideraria imprescindíveis? 0%
12.5%
25%
COUNT
PERCENT
Gestão / Administração de Negócios Próprios (consultórios, clínicas, etc)
263
21%
Direito Médico
210
17%
Conteúdo Médico-Científico (Ensino da Medicina)
199
16%
Ética com Pacientes / Familiares
194
15%
Relação com Operadoras de Saúde
161
13%
Ética / Relacionamento com Colegas Médicos
130
10%
95
8%
8
1%
COUNT
PERCENT
Conteúdo Científico das Especialidades
295
21%
Gestão / Administração de Negócios Médicos (consultórios, clínicas, etc)
272
19%
Direito Médico (Processos)
239
17%
Relação com Operadoras de Saúde
200
14%
Finanças / Investimento
129
9%
Benefícios para Associados (Vacinas, Consórcios, Idiomas, Descontos de Empresas Parceiras, etc)
125
9%
Lazer e Eventos Sociais
88
6%
Campanhas / Mutirões para a População
79
6%
5
0%
Finanças Pessoais Outra Opção
Na sua opinião, quais seriam os principais assuntos que a SMCC deve focar para a classe médica? 0%
Outra Opção
10.5%
21%
É inquestionável que “Gestão de Negócios”, “Direito Médico” e “Conteúdo Científico” formam o tripé das maiores demandas para faculdades e entidades, segundo a opinião dos participantes da pesquisa. Obviamente, os demais temas não deixam de ser tão importantes quanto os três primeiros, mas fica claro por onde deve-se começar a dar maior destaque.
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Pesquisa com acadêmicos Os alunos das três faculdades de Campinas foram convidados a responder uma pesquisa elaborada pelo Departamento Acadêmico da SMCC sobre sua visão e opinião a respeito de seus cursos. Entre os participantes, a maior parte foi composta por alunos do 1º ao 4º ano e houve equilíbrio entre o número de participantes de cada faculdade. Você considera a carga horária teórica condizente com as atividades práticas realizadas?
Sua faculdade oferece atividades extracurriculares que complementem o curso? 10,6%
28,1%
23,4%
43,8% 28,1%
66%
Apesar de considerarem que a carga teórica é mais elevada que a parte prática, há de se considerar que a maioria dos participantes não passou ainda pelo internato, momento em que as atividades práticas são muito reforçadas. Em compensação, a maioria considera que as faculdades oferecem oportunidades fora do currículo formal para complementar o curso. Sim
Você considera que há uma integração entre as faculdades de medicina de sua cidade e região?
22,1% 37,9%
9,6%
40%
Nota-se que a falta de integração entre as faculdades de Campinas e região é muito percebida pelos alunos e que as oportunidades de relacionamento ocorrem mais frequentemente com outras instituições e não entre as faculdades. Sim
Em seu currículo existem disciplinas direcionadas à gestão da carreira?
Com a formação que você dispõe, você considera que será um(a) bom médico(a)?
45,3%
27,1%
9,5%
45,3%
72,9%
Não
Parcialmente
A gestão da carreira médica (se após a faculdade, o jovem médico deve seguir a linha de assistência, pesquisa, ensino ou outras carreiras ligadas a medicina) foi um ponto importante levantado pela pesquisa. Pouco mais da metade dos alunos sente falta de alguma orientação durante a sua formação. Felizmente, a imensa maioria dos jovens está otimista com sua perspectiva de ser um bom médico futuramente. Sim
12
Parcialmente
Sua faculdade possibilita a realização de estágios extracurriculares em outras instituições
36,2%
54,3%
Não
Não
Parcialmente
C a d e r no E s p eci al
O debate e as propostas Acompanhando o resultado das pesquisas semana a semana, um grupo de trabalho composto por membros das entidades convidadas para o Fórum discutiu e traçou os principais pontos para o debate nas semanas que antecederam o evento. No dia do evento, os representantes das instituições convidadas fizeram apresentações com dados muito interessantes que foram abordados no momento do debate, moderado pelo Dr. Marcelo Amade Camargo.
ODONTOLOGIA
Debate: O Dr. André Renato Carvazan – Diretor de EAP da ACDC apresentou o panorama atual do exercício profissional da odontologia em Campinas e Região. Já o Dr. Nilden Carlos Alves Cardoso – Conselheiro do CROSP trouxe dados sobre o potencial de mercado da odontologia para a região de Campinas. Sugestões: Ambas as entidades assumiram o compromisso de aprofundar a análise das principais demandas dos profissionais de Odontologia, incluindo uma pesquisa de opinião com dentistas semelhante a realizada pela SMCC para uma discussão mais estruturada na próxima edição do Fórum, juntamente com faculdades e demais instituições da Odontologia
MEDICINA
O ciclo de apresentações da área médica trouxe os seguintes temas:
Dr. Renato Azevedo - Conselheiro CREMESP
Credibilidade, Satisfação e Violência: Diferentes Visões da Profissão Médica nos Dias de Hoje
Dr. Ivan Felizardo Contrera Toro – Diretor FCM UNICAMP Dra. Márcia Pereira Bueno – Diretora FM PUCC Dr. Guilherme de Menezes Succi – Diretor FM SL Mandic
Formação Médica Acadêmica: com a palavra as Faculdades
Dr. Marcelo Amade Camargo – Diretor Científico SMCC
O que pensam os médicos: Resultados da Pesquisa de Opinião na RMC
Dra. Silvia Helena Rondina Mateus – Delegada CREMESP Campinas
Panorama dos Processos e Sindicâncias Médicas em nossa Região
Dra. Carla Rosana Guilherme Silva – Diretora Médico-Social UNIMED Campinas
Impacto da Formação no Custo da Saúde
Dr. Marcelo Luis Gratão – CEO SINDHOSP / FEHOESP
Qualidade do Profissional de Saúde nos Hospitais
João Pereira Goes Neto – Coordenador Depto Acadêmico SMCC
O que querem os acadêmicos de Medicina: Resultados da Pesquisa de Opinião nas Faculdades
Após as apresentações, seguiu-se amplo debate envolvendo os seguintes pontos principais. A SMCC foi representada na mesa de debates por sua vice-presidente Dra Fátima Maria Aparecida Ferreira Bastos.
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C a d e r no E s p eci al 1. IMAGEM DO MÉDICO E CREDIBILIDADE Debate: De acordo com pesquisa do CREMESP, os médicos tiveram uma queda no ranking de profissões com maior credibilidade nos últimos anos. Buscando entender melhor o porquê isso ocorreu, deparamo-nos com questões que influenciam a qualidade do atendimento médico e que muitas vezes estão fora da responsabilidade do profissional que presta este atendimento, mas acabam refletindo na opinião que a população faz da classe médica, tais como: • a falta de estrutura adequada para atendimento que gera longas esperas, falta de insumos ou medicamentos, entre outros e que acaba sendo personificada pela população no médico, • stress devido a más condições ou sobrecarga de trabalho, • distorções promovidas pela imprensa sensacionalista e algumas esferas do governo É imperativo recuperar a imagem do médico perante a opinião pública. Sugestões: a. intensificar iniciativas que promovam um enaltecimento na imagem da classe médica: A SMCC propõe intensificar ações voltadas para a população, como as que já vem sendo promovidas pela entidade, como: campanhas e mutirões assistenciais (ex: Sociedade contra o Fumo, Diabetes na Praça), doação de sangue na sede da SMCC em parceria com o Hemocentro, oferta de treinamento básico em RCP para professores do ensino médio e fundamental (Projeto Professores do Coração), entre outras. As três Faculdades de Medicina se dispuseram em apoiar estas iniciativas, estimulando a participação de seus alunos e docentes como atividades extra-curriculares. b. divulgar a atuação das faculdades junto à população no atendimento prestado em unidades de saúde. 2. 1/4 DOS MÉDICOS JÁ SOFREU PROCESSO/SINDICÂNCIA NA NOSSA REGIÃO Debate: Houve consenso que o esta proporção é muito grande e retrata falta de cuidado dos colegas com diversos temas. Dados levantados pela Delegacia de Campinas do CREMESP e pelo Departamento Jurídico da SMCC apontam para os problemas na relação médico-paciente, publicidade médica, relação entre colegas como razões principais para os processos e sindicâncias. Apenas uma parte menor é originada por “erro médico” (imperícia, imprudência ou negligência). PUCC compartilhou uma experiência bem sucedida quando passou a convidar o CREMESP para uma aula para seus acadêmicos antes do início do internato e que trouxe uma drástica redução no número de sindicâncias internas na instituição. Sugestões: a. CREMESP estará disponível e aberto a participar mais em atividades nas três faculdades, através de palestras envolvendo temas de publicidade médica e código de ética, além da possibilidade de promover julgamentos simulados. Por sua vez, as faculdades buscarão inserir esses eventos na grade dos alunos no final da graduação e residência,
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por serem estes os que estão mais próximos do início de suas atividades profissionais. b. SMCC aumentará orientação para seus associados através de sua Diretoria Defesa Profissional e Departamento Jurídico na além de promover eventos junto com o CREMESP, como julgamento simulado para médicos c. SMCC convidará OAB para novas formas de atuação conjunta na educação de médicos e advogados nesse assunto d. UNIMED irá colher dados de sua Comissão Interna que administra queixas de médicos cooperados. 3. FONTE DE INFORMAÇÕES PARA ASSUNTOS CIENTÍFICOS E NÃO CIENTÍFICOS Debate: Foi consenso entre os presentes que os formatos tradicionais de evento (palestras ou cursos presenciais) não estão sendo suficientes para atingir a maior parte dos médicos. Questões como falta de tempo, deslocamento, carga de trabalho entre outras exigem que a informação chegue ao médico quando ele tiver disponibilidade. Sugestões: a. SMCC e UNIMED, em parceria, darão início a um projeto para um plataforma de Ensino a Distância (EAD) que servirá médicos em toda a RMC. As faculdades contribuirão com este projeto através da geração de conteúdo de qualidade. b. Por sugestão da PUCC, as instituições buscarão reunir os principais protocolos e consensos nas patologias mais prevalentes para disponibilizá-los numa plataforma de acesso fácil aos médicos c. UNIMED dará início a encartes educativos sobre a correta utilização e interpretação de exames laboratoriais e SADT em seu informativo aos cooperados d. UNICAMP estudará formas de conceder acesso ao Portal CAPES para seus ex-alunos e. SMCC dará início à transmissão de eventos científicos para entidades da RMC e demais regionais que compõem a 5ª Distrital da APM 4. PROBLEMAS NO RELACIONAMENTO DO MÉDICO COM PACIENTES E FAMILIARES Debate: Esta é uma das principais causas de conflito que geram sindicâncias ou processos, conforme apontamento do CREMESP. Este problema sofre muita influência da personalidade e educação do médico e é muito difícil mudar esses aspectos nos profissionais já atuantes. Foi consenso no debate que se deve focar na formação dos jovens médicos para reduzir estes problemas num futuro próximo. Sugestões: a. CREMESP se dispõe a promover palestras sobre o relacionamento com familiares e pacientes, como, por exemplo, aula sobre “Como Comunicar Más Notícias” e as faculdades buscarão reforçar as estratégias de ensino da relação médico-paciente ao final do curso b. FCM UNICAMP possui um Grupo de Bioética e Ética Médica muito atuante e disponibilizará atividades de educação para as demais entidades
C a d e r no E s p eci al 5. RELACIONAMENTO ENTRE COLEGAS MÉDICOS Debate: Outro problema freqüente em nossa região, que origina muitas sindicâncias segundo o levantamento do CREMESP. As faculdades também apontaram o comportamento de alguns docentes que influenciam os alunos além dos conhecidos problemas de relacionamento entre acadêmicos, em especial envolvendo as competições esportivas, que incluem episódios de agressões, algumas vezes com lesões sérias. Sugestões: a. SMCC reforçará ainda mais seus projetos de integração entre as instituições, que incluem atividades do seu Departamento Acadêmico (como o projeto SUPERLIGAS, descrito adiante), participação das faculdades nos prêmios científicos, mutirões em conjunto. b. As três faculdades darão orientação a seus docentes visando desestimular comportamentos conflitantes entre colegas 6. GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO DO NEGÓCIO DO MÉDICO Debate: Este assunto foi uma das maiores demandas para a formação médica reveladas pela pesquisa de opinião entre médicos. É fato que durante sua formação o médico não recebe informações suficientes sobre o mercado de trabalho e noções de como administrar seu negócio, seja este um consultório, uma clínica, um laboratório ou mesmo sobre a constituição de uma pessoa jurídica (empresa). Problemas no seu negócio impactam muitas vezes no trabalho e vida pessoal do médico. Sem contar o fato de que ao buscar auxílio com profissionais de outras áreas, por desconhecer quase que completamente o assunto, o médico pode ser vítima de pessoas inescrupulosas e mal intencionadas. O mercado atual está muito dinâmico, incorporando novas tecnologias a todo o momento, e isso precisa ser ensinado aos jovens. O currículo médico nas faculdades é muito pesado e regido por diretrizes que impedem uma grande flexibilidade. Ao contrário, as entidades médicas podem atuar fortemente neste tema, levando informações e educação de qualidade a médicos jovens e experientes. Sugestões: a. SMCC negocia parceria com o SEBRAE para oferta de cursos, oficinas e cartilhas sobre administração e gestão de negócios personalizada para médicos b. Incluir conteúdo de gestão/administração na futura plataforma EAD (parceria entre SMCC e Unimed) c. Inserir o tema em eventos destinados aos acadêmicos, como na FEIRA DE ESPECIALIDADES do Departamento Acadêmico da SMCC, onde os estudantes tem contato com a realidade das diferentes especialidades médicas frente ao mercado de trabalho. 7. RELACIONAMENTO COM OPERADORAS DE SAÚDE Debate: O médico, em especial o recém-formado, ao sair da faculdade, precisa conhecer melhor seus direitos, as regras de mercado, os tipos de operadoras de saúde e como se relacionar com elas para não cair em armadilhas. Conhecendo os modelos de cooperativa, auto-gestão, seguros saúde entre outras, o pro-
fissional poderá optar pelo modelo que achar mais adequado além de saber como atuar caso ocorram problemas. Sugestões: a. CREMESP e SMCC aproveitarão o momento da entrega dos registros do CRM para levar essas informações e reforçar os pontos do Código de Ética que podem proteger os jovens médicos das armadilhas b. UNIMED divulgará mais informações sobre o modelo cooperativista para os jovens médicos além de continuar atuando junto a seus cooperados para sedimentar os direitos e deveres dentro da cooperativa, visando minimizar o impacto no custo operacional c. SMCC colocará seu Departamento Jurídico à disposição dos associados para avaliação de contratos entre médicos e operadoras de saúde, a procura de cláusulas abusivas, além de denunciar as operadoras regionais (conforme área de atuação da entidade) que estiverem desrespeitando a legislação ou cerceando o bom exercício da medicina. 8. PAUTA DOS ACADÊMICOS: MAIS INTEGRAÇÃO ENTRE AS FACULDADES Debate: Conforme revelou a pesquisa de opinião entre os alunos das três faculdades de Campinas, há um grande desejo de aumentar o relacionamento entre as instituições, incluindo a possibilidade de intercâmbios entre alunos. Infelizmente, devido a restrições de ordem legal e institucional, as faculdades não podem oferecer intercâmbio formal para alunos de outras instituições. Entretanto, há situações específicas que permitem a participação de alunos de outras instituições, como por exemplo: as reuniões de disciplinas/ departamentos e as ligas acadêmicas. Sugestões: a. Devido sua neutralidade, a SMCC se propõe a servir de elo de integração entre os acadêmicos das três faculdades, atuando especialmente através de seu Departamento Acadêmico b. SMCC com o apoio das três faculdades formará as “SUPERLIGAS”, reunião das ligas acadêmicas das faculdades da região de uma mesma especialidade para, juntas, promoverem aulas especiais e eventos. c. Elaboração de um canal de comunicação comum, reunindo o calendário de reuniões e eventos científicos de todas as instituições 9. PAUTA DOS ACADÊMICOS: GESTÃO DA CARREIRA PROFISSIONAL A exemplo do tema “Gestão/Administração de Negócios”, a gestão da CARREIRA é algo que os estudantes desejam que seja reforçado para que conheçam as diferentes áreas de atuação médica, como por exemplo: assistência, ensino, pesquisa, gestão pública, atuação no mercado privado entre outras e possam nortear suas decisões focando naquilo que objetivam ser futuramente. Sugestões: a. As faculdades participarão mais diretamente de eventos como a FEIRA DE ESPECIALIDADES do Departamento Acadêmico da SMCC para inserir temas voltados à gestão da carreira médica.
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A Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas agradece: • Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP (FCM UNICAMP) • Faculdade de Medicina da PUC Campinas (FM PUCC) 54,3% • Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic (FM SLM) • UNIMED Campinas • Conselho Regional de Medicina – São Paulo e Delegacia Campinas (CREMESP) • Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Pulo (SINDHOSP) • Associação dos Cirurgiões Dentistas de Campinas (ACDC) • Conselho Regional Odontologia (CROSP)