C_Lit_2012 - Sec - 1º prémio

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Concurso Literário da Rede Concelhia das Bibliotecas de Lagoa (2012) Categoria: Secundário - 1º Prémio

A Viagem

No ano lectivo anterior, estávamos numa aula de Inglês e, quando líamos um texto sobre School Exchange, a professora deu-nos a ideia de fazer um intercâmbio com uma turma de uma escola de Londres. Sendo Londres uma cidade “Global Alfa” e um dos maiores, mais importantes e influentes centros financeiros do mundo e possuindo também uma forte influência na política, nas finanças, na educação, no entretenimento, nos média, na moda, nas artes e na cultura a nível global, como é bastante óbvio, toda a turma ficou muito entusiasmada e suplicámos para que a professora levasse a sua ideia em frente. Passado mais ou menos um mês, a professora já tinha a confirmação da Hampstead School de Londres. Nas duas semanas seguintes, a professora, via e-mail, combinou tudo com a professora de Inglaterra. As datas em que iríamos, as datas em que eles viriam a Portugal, a lista das pessoas que iam participar no intercâmbio, entre outras coisas que são necessárias para que um intercâmbio se possa realizar. Eu e os meus colegas de turma fomos os primeiros a embarcar nesta aventura que iria ser a concretização de um sonho. Para nos conhecermos, começámos a contactar com os alunos de Inglaterra através do Facebook. O dia da partida estava combinado, seria a 4 de Março e tínhamos de apanhar o avião em Sevilha. Nessa noite eu não dormi, estava deveras entusiasmada. Quando chegámos a Londres, eram 18 horas da tarde e tínhamos um autocarro à nossa espera no aeroporto, que nos iria levar ao encontro dos alunos da outra turma. O autocarro levou-nos ao centro de Londres, local marcado para o encontro. À nossa espera estavam os novos colegas e seus pais, que participavam no intercâmbio. Eu fiquei com a Megan, uma rapariga muito simpática, de cabelos loiros, alta e claro de olhos azuis. Durante toda a semana andei encantada com tudo e todos. Eu e a Megan demo-nos super bem, de certo iremos ficar boas amigas por mais que vivamos longe uma da outra. Os pais dela eram pessoas encantadoras, perguntavam-me sempre se precisava de alguma coisa, se estava tudo bem comigo e preocupados nas horas das refeições, com receio de eu ficar com fome. Uma das primeiras coisas em que reparei em Londres foi o clima muito frio. O clima de Londres é temperado oceânico, com verões raramente quentes, assim como também raramente se vê um inverno muito rigoroso. Completamente diferente do clima

Marta Deodato (ESPAMOL, 10º C, nº 6)

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Algarvio… agora entendo bem o porquê dos ingleses adorarem Portugal e decidirem viver no nosso País. A maior parte do tempo andámos a pé, mas, os meios de transporte mais utilizados pelos londrinos são os autocarros, os famosos táxis pretos e o metropolitano. A rede de autocarros da cidade funciona 24 horas seguidas e transportam mais passageiros do que o metro. Há cerca de 700 rotas espalhadas pela cidade. Assim como os táxis, os autocarros são um símbolo da cidade, principalmente, os de dois andares. Fiquei a conhecer a história do táxi “preto de Londres”, chamado de Cab, que é um dos símbolos da cidade e do qual vou falar, visto que a achei muito interessante. O primeiro táxi motorizado de Londres, que foi lançado em 1897, chamado Bersey, era alimentado por energia eléctrica e também era chamado Hummingbird, por ser ruidoso, mas a autonomia do veículo era demasiado limitada. A versão moderna dos Black Cabs é chamada “TX1”, que segue a linha do velho “FX4”, mas com um interior muito mais moderno. Apesar do nome, hoje em dia, os Black Cabs podem ser também verdes, rosas, amarelos ou azuis. O metropolitano de Londres serve a maior parte da Grande Londres e as áreas vizinhas de Essex, Hertfordshire e Buckinghamshire, no Reino Unido. É o sistema de metropolitano mais antigo e extenso do mundo. Entrou em operação no dia 10 de Janeiro de 1863, com a Metropolitan Railway, de onde surgiu o termo “metro”. A maior parte dessa rota inicial é agora parte da Hammersmith & City line, mas há também outras, a Waterloo, a Charing Cross, a London Bridge, a Paddington, conectada ao Aeroporto de Londres Heathrow, a Victoria Station, conectada ao Aeroporto de Londres Gatwick, a Liverpool Street conectada ao aeroporto de Stansted, Southend & City, a King’s Cross, conectada ao aeroporto de Luton e também ao EuroStar, comboio que une Londres a Paris através do Eurotúnel. É geralmente referido como Underground ou The Tube, um termo mais recente, devido aos túneis do metro terem forma de tubo. Londres é uma cidade muito interessante, é um encanto do começo ao fim. A cidade inglesa também mostra uma variedade gastronómica de impressionar qualquer pessoa, até mesmo qualquer chefe de cozinha. O English Breakfast, o famoso pequenoalmoço inglês, é constituído por ovos e bacon, mas, hoje em dia, existem diversas variações, incluindo tomates ou feijão enlatado. O Fish & Chips é também um prato típico, que se tornou popular entre os membros da classe operária britânica, na segunda metade do século XIX, derivado ao desenvolvimento da pesca com a rede de arrasto, no

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mar do norte. O Fish & Chips é constituído essencialmente por peixe (arinca ou bacalhau) e batatas fritas. Normalmente é temperado com sal e vinagre e acompanhado por ervilhas cozidas, feijões com molho de tomate, pão com manteiga, ou por picles de cebola. Outro dos pratos típicos de Londres que experimentei foi o conhecido Roast Chicken, que em português significa frango assado, acompanhado por legumes. Eu adorei conhecer e saborear todas estas novas as refeições. Londres tem fantásticos e belíssimos sítios a visitar. Visitei Westminster, onde pude tirar fotos ao Big Ben e à Westminster Abbey, que infelizmente não pude visitar, pois teria de ficar numa enorme fila para puder entrar e o tempo era pouco. St. James Park é um lindíssimo parque, onde tirei algumas fotografias e, ao fundo deste, encontrase o Buckigham Palace. St Paul’s Cathedral é uma catedral localizada no centro da cidade, onde tive a oportunidade de subir ao topo, donde se tem uma óptima vista sobre a cidade. Em Tower of London tive a oportunidade de ter uma visita guiada, que me deu todas as informações importantes sobre esta e também um pouco sobre a história da monarquia inglesa e a forma como, nessa época, os prisioneiros eram detidos e torturados. Greenwhich tem uma vila muito bonita, com monumentos e actividades para fazer, inclusive tem a Queen’s House, que é um edifício mesmo muito bonito, onde fica situado o museu nacional marítimo. Possui uns jardins que são enormes e, entre zona de parque e de espaços abertos, encontram-se também áreas de jardim com vários tipos de flores e até zonas com veados e outros animais. Para além destes sítios, também visitei alguns museus e galerias de pintura. Das coisas que mais gostei de fazer foi compras em edifícios históricos e locais lindíssimos de Londres. Com os seus edifícios imperiais e lojas bem apresentadas ao fundo de Regent Street, encontra-se a Oxford Street, que tem uma zona de lojas bastante baratas. Na Neal’s Street, encontram-se lojas “vintage” e a conhecida cadeia americana Urban Outfitters. Camden Town é a zona mais “louca” para uns e mais “fascinante” para outros, é onde se vêem pessoas com os mais diferenciados estilos rastafarianos, punks, góticos, hippies, indies ou todo e qualquer outro estilo que seja considerado próprio ou diferente. Na Bond Street (perto de Oxforf Street), estão todas as lojas de estilistas, joalharias, etc, que são interessantes de se ver, mas bastantes caros. De todos os sítios que visitei, tenho dois locais prediletos, o St. James Park, um parque lindíssimo em estilo francês, que contém uma grande variedade de flores, além de ter um lago central enorme com um aviário para cisnes, patos e gaivotas. É também

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um local ideal para fazer um piquenique, contando com uma banda de música que alegra as tardes de quem lá passar. Para além do St. James Park, adorei fazer compras na Oxford Street. Fiquei encantada com todo aquele movimento, aquela rua cheia de lojas que parecia não ter fim, senti-me no paraíso. Poder ir a Londres foi um sonho tornado realidade, pude conhecer e conviver com todo aquele encanto e também charmoso movimento das pessoas de um lado para o outro. Com esta experiência pude alargar os meus horizontes e conhecer novas pessoas e lugares. Se surgir uma nova oportunidade, como esta, não a irei recusar de maneira alguma.

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