2º prémio secundário - Valéria Turca

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Eram cinco da manhã, e o meu despertador tocou, ainda era muito cedo. Mas a ansiedade era muita, fazia lembrar as crianças quando vão a algum lado, nem dormem, acontecia-me o mesmo. Tomei um banho rápido e vesti-me para me despachar logo. Desci as escadas e fui preparar o pequeno-almoço. É preciso um grande pequenoalmoço para uma grande viagem que me esperava pela frente. É que nesse dia eu ia viajar, ia fazer aquela viagem que há muito tempo estava planeada. Foi uma viagem de pura emoção, de aventura e de sentir a majestade da natureza com a sua completa beleza. Tudo era mágico. Só de lembrar, já cresce uma paz interior e há uma vontade enorme de voltar para ali. Quando ainda estávamos a planear conhecer Grécia e as Ilhas Gregas, pensávamos em passar apenas 2 dias em Atenas, e 2 dias nas Ilhas, mas a beleza era tanta, que só se conseguia ver numas semanas. Durante a viagem cantou-se muito e foi uma festa todo o caminho, que até pareceu mais curto, do que era na realidade. Após umas horas passadas no autocarro, estava na hora de fazer uma pequena paragem. Paramos numa bomba de gasolina para comer qualquer coisinha e também para descansar. O lugar parecia tranquilo e a comida era bastante boa. Também soube bem, passado tantas horas, andar um bocado. Depois de almoçarmos, resolvemos ligar aos pais para avisar que estava tudo bem e que já estávamos a divertir-nos imenso. Por fim, passado algum tempo, estava na hora de continuarmos a viagem para não chegarmos lá muito tarde. Subimos para o autocarro, retomamos os nossos lugares e continuou a viagem. Nunca pensei passar tão bom tempo com os meus amigos, tudo estava a correr lindamente, parecia irreal. Foi uma boa metade de viagem passada, deu para dormir um bocado. Quando acordei, estava tudo de pé a apreciar as vistas, pois já estávamos a chegar. Por fim, dentro de alguns minutos, chegámos ao nosso destino.


Em Atenas, logo que saímos e retiramos a bagagem, percebemos que o sistema de transporte de ilha para ilha ou de região para região não era fácil, então acabamos por reduzir o número de lugares que queríamos visitar e aproveitar melhor as nossas férias. Atenas foi o nosso ponto de partida, uma cidade pequena, rica na sua beleza simples e natural, onde as noites eram agitadas, havia boa comida e estava cheia de pessoas simpáticas mas não muito apaixonadas pelos turistas. A cidade possuía um albergue, várias pousadas e muitos hotéis. O hotel onde nós ficamos para descansar era um local simples, mas muito aconchegado com um ótimo café de manhã. Quando pensamos na Grécia sempre pensamos em Atenas. Obviamente é indispensável dedicar um tempo das férias para conhecer o berço da cultura e da democracia ocidentais. Passeando pela Acrópole e visitando alguns dos museus, conseguimos visualizar a vida das pessoas naquela época. Os objetos, as estátuas e as edificações falam muito sobre a antiguidade e por vezes até nos conseguimos sentir como se fossemos transportados no tempo, algo mágico e único. Contudo, dois dias foram mais que suficientes para dar uma volta pela capital grega. Como cidade contemporânea, Atenas é bastante agitada, poluída e as pessoas no geral parecem não ter muita paciência com os turistas. No meio da visita, aconteceu um caso inesperado, uma colega nossa foi assaltada. Roubaram-lhe uma bolsa, mas com sorte só lá tinha a máquina fotográfica e nenhum documento de alta importância. Com esse acontecimento, aprendemos todos que temos que ter cuidado. Fiquem com os olhos bem abertos para ladrões de carteiras e de bolsas, especialmente nas áreas turísticas. De resto o passeio ate foi tranquilo e bastante informativo. A medida que o dia foi avançando, ficava insuportavelmente quente para se ficar exposto ao sol, então fomos visitar o Museu Arqueológico Nacional. É realmente imperdível. Ficamos a saber muitas coisas, que nem sabíamos que existiam. Claro que aproveitamos para comprar presentes e lembranças. Os preços não eram muito altos, logo deu para muitas coisas e ainda sobrou. No final da tarde, encontramos as ruínas dos antigos mercados e áreas comerciais da Grécia antiga. Plaka, além do comércio turístico abundante, é também o bairro extravagante, que tem incontáveis cafés, restaurantes e bares onde nós passamos uma noite muito agradável.


Jantamos num restaurante, que estava situado num terraço com uma vista impressionante e magnífica sobre a Acrópole toda iluminada, foi fabuloso. É importante mencionar que existem regiões muito interessantes na Grécia continental, principalmente para quem aprecia a história e a cultura, tais como a Macedónia, a Grécia Central e o Peloponeso. Quando nós fomos visitar a Grécia ficamos a saber que tem quase 6.000 ilhas, das quais somente umas 200 são habitadas. Elas estão divididas em regiões e diferem entre si em vários aspetos como a topografia, vegetação, arquitetura, gastronomia, e até caraterísticas culturais. A seguir fomos apanhar o avião de Atenas para Rhodes. Foi cansativo deslocarmo-nos duma cidade para outra, mas valeu a pena, pois Rhodes é uma ilha bastante grande, e também o nome da maior cidade. É uma cidade antiga, toda cercada de muralhas, o que é impressionante. É considerada um dos melhores e mais bem conservados exemplos de cidade medieval que ainda existe no mundo. Rhodes também conta com belos exemplares da arquitetura bizantina, vestígios da presença turca na ilha, além das ruínas que datam do século 3 a.C. Rhodes tem praias muito agradáveis, e a melhor forma que encontramos de conhecer a ilha foi alugando um carro com motorista. O motorista era uma pessoa bastante simpática e prestável. Outra alternativa bastante utilizada pelos turistas que, além de económica, é bastante prática, é o aluguer de uma scooter. Mas, como éramos um grande grupo, essa alternativa não foi a solução. Ao sul do Rhodes encontramos Lindos, que foi um dos lugares com o qual nos identificamos mais. Lindos tem praias com enseadas mágicas, águas tranquilas, transparentes e as noites eram agradáveis. A pequena cidade de casinhas brancas rodeia os pés de um monte sobre o qual majestosamente estão as ruínas de uma Acrópole. Na cidade, os turistas apreciavam uma noite maravilhosa e esta é uma daquelas experiências visuais que ficam marcadas na nossa mente para sempre. Após Rhodes, fomos até a ilha de Kalymnos, que gostamos de uma forma muito especial. Tem um fluxo turístico ainda mais pequeno, talvez por isto os nativos são especialmente agradáveis e simpáticos. Uma ilha para quem realmente busca tranquilidade para relaxar e esquecer o quotidiano. É um lugar bastante relaxante. Parece que até o sol se move com mais lentidão. Tem pouca história esta ilha, talvez por estar um pouco fora das rotas comerciais de antigamente e contar com pouca água


potável. Kalymnos teve o seu apogeu com a extracção de esponjas marinhas na metade deste século. Hoje vive de algumas fazendas de piscicultura e do turismo sazonal. Aqui encontramos o mais intocado estilo de vida dos habitantes das ilhas, e vimos alguns dos pores de sol mais lindos das nossas vidas, que nunca iremos esquecer. É um lugar de muita paz e tranquilidade, boas praias, boa comida, bons vinhos e gente tremendamente amistosa. Ao ir para lá, não deixamos de cruzar o canal e passar um dia apreciável na ilhota de Telendos, para apreciar as praias e relaxar bastante. Só que o que em bom acaba depressa, e essas duas semanas inesquecíveis chegaram ao fim, mais rapidamente do eu desejava. Voltamos para Atenas, para voltar para casa. Quando chegamos lá, reparamos que o autocarro já estava a nossa espera. Estávamos tristes, pois tínhamos uma grande vontade de voltar a realizar essa viagem, exactamente como foi, sem mudar nada. Foi perfeita. De volta para casa, no autocarro, já não havia aquele entusiasmo nem ansiedade que antes existia. Já não havia cantorias nem aquele divertimento. Estava tudo calado a relembrar o bom bocado passado. A maioria, na realidade, estava a dormir, o silêncio era enorme. Eu, mesmo estando triste por essa viagem ter acabado, dentro de mim estava a sorrir, pois acabara de ter a minha viagem inesquecível. Vinha feliz porque tinha realizado uma viagem maravilhosa e perfeita. Tinha trazido imensos presentes para a minha família, para mim não precisei de presentes, porque viver essa experiência, aventura, já bastava o suficiente e as memórias que me restavam nunca as apagarei e serão para sempre. Finalmente cheguei a casa, estava muito cansada. Despedi-me dos amigos e fui ter com os meus pais. Eles já estavam a minha espera, estavam muito contentes, tal como eu. Tinha imensas coisas para lhes contar. Mal conseguia esperar para partilhar tudo o que sabia, o que aprendi e o que sentia. Eles estavam muito contentes por eu estar bem e por ter adorado a viagem. Apesar de ter ganho outra vez aquele entusiasmo todo, deixei isso para o dia seguinte, porque realmente estava exausta. Cheguei a casa e não pensei duas vezes, fui logo matar saudades da minha cama, mas cansada ou não, agora mal esperava para realizar outra viagem. A nossa experiência na Grécia superou qualquer expectativa que poderíamos ter.


Enfim, é um destino muito agradável, culturalmente rico, e com quase total garantia de tempo bom, pois raramente se vê uma nuvem no céu azul da Grécia. Os dias são quentes, bons para ir a praia, a água é de uma transparência e de uma cor turquesa inacreditáveis. As noites geralmente são frescas, e é bom ter algum agasalho à mão, pois a temperatura cai para uns 16-24 graus. Foram umas férias bastante boas, serviram para abrandarmos o ritmo do nosso dia-a-dia e para relaxarmos. Convido todos vocês a fazerem uma viagem destas, acreditem que vale a pena!

Valéria Turca, 10º C 2º Prémio Ensino Secundário - ESPAMOL


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