Nº 7 - Out/Dez - 2009
Consultório hi-tech Tecnologia a serviço do endoscopista
DNA René Lambert XXXV CBED Bahia recebeu especialistas
Sobed - No 6 - Jul/Set - 2009
Índice
Por dentro da SOBED
Secretaria...........................................................................................................5 Diretoria e Comissões.....................................................................................8 Estaduais ...........................................................................................................9 Rede SOBED..................................................................................................10 SOBED Em Casa...........................................................................................11 Acontece .........................................................................................................12
DNA............................................................................................ 14 Ato Médico................................................................................. 18 Valorização................................................................................. 22 Música......................................................................................... 24 Capa............................................................................................. 26 Info............................................................................................... 32 XXXV CBED............................................................................. 36 Ética ............................................................................................ 42 AMB............................................................................................ 44 Radar .......................................................................................... 46 Agende-se .................................................................................. 49 Calendário ................................................................................. 50
SOBED lança campanha de valorização do Endoscopista em parceria com a Associação Médica Brasileira durante o XXXV CBED. Pág. 22 3
Editorial
principais palestras e atividades por meio do hotsite
Dr. Carlos Alberto Cappellanes, presidente da SOBED Nacional, gestão 2008-2010
do Congresso e pelo jornal mural localizado em frente ao estande da Sociedade. Nesta edição a Revista da SOBED traz o que de melhor aconteceu na Bahia, informações sobre o andamento do “Ato Médico”, além de uma matéria especial para o endoscopista que deseja ter um consultório de última geração.
Ano de sucesso Final de ano traz, para nós da SOBED, a sensação de dever
Boa leitura! O Presidente
cumprido. Depois de um período de mudanças, finalmente podemos colher alguns bons resultados de nossas ações. Como o XXXV Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva (CBED), realizado entre os dias 24 a 28 de outubro, em Salvador (Bahia), e presidido por nosso colega Ramiro Mascarenhas, que recebeu aproximadamente dois mil participantes. Ficamos positivamente surpreendidos
expediente
com um número tão expressivo. A Bahia foi o palco ideal para a discussão de diversos temas pertinentes à nossa atividade científica. A busca por uma melhor qualificação foi objetivo das mesas-redondas, cursos Hands-on, cursos interativos e das oficinas. Tivemos
É uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) distribuída gratuitamente para médicos. O conteúdo dos artigos assinados é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião da SOBED. Tiragem de 3.000 exemplares.
a presença de renomados especialistas estrangeiros como Hironori Yamamoto, Shinji Tanaka, Patrick Okolo, Thierry Ponchon e Marc Giovannini, entre outros. Também foi neste Congresso que lançamos a nossa campanha de valorização com o mote “Para o seu paciente estar em boas
Jornalista responsável: Roberto Souza (Mtb 11.408) Editor-chefe: Fábio Berklian | Reportagem: Thiago Bento Rodrigo Moraes | Amanda Campos | Marina Panham Fluxo de anúncios: Caroline Frigene | Projeto Gráfico: Ivan Lopes Diagramação:Leonardo Fial | Fernando Almeida | Gabriel Rabesco
mãos é preciso mais que um endoscópio... é preciso ser Especialista em Endoscopia”. Outro sucesso da última edição do CBED se deu pelos lançamentos jornalísticos da SOBED. Durante os três dias do encontro foi possível acompanhar a cobertura das
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Rua Cayowaá, 228 - Perdizes São Paulo -SP - CEP: 05018-000 Fones: (11) 3875-5627 / 3875-6296 e-mail: rspress@rspress.com.br site: www.rspress.com.br Anúncios: (11) 3875-6296 / 5627 rspress@rspress.com.br
Por dentro da Sobed
Secretaria Solicite seu diploma Como forma de valorizar os endoscopistas associados à entidade, a SOBED elaborou um diploma para seus titulares. Confeccionado em pergaminho pode ser solicitado diretamente pelo site www.sobed.org.br. O custo para aquisição é de R$ 195,00 a ser pago via boleto bancário. Peça já o seu!
Atualização de cadastro Associados à Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) que atualizarem seus cadastros até dia 31 de janeiro de 2010, vão concorrer a prêmios. Serão cinco sorteados; o primeiro ganha uma inscrição para a IX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD), que será realizada nos dias 21, 22, 23, 24 e 25 de novembro de 2010 em Florianópolis, SC. O segundo colocado ganha uma inscrição para o 4º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva, em Forta-
leza, CE, nos dias 3 e 4 de junho. Os terceiro e quarto sorteados vão ganhar uma anuidade de 2010 da SOBED, enquanto o quinto recebe um HD externo de 320 gb. Para concorrer basta acessar ao site
Revista Endoscopy Os interessados em assinar ou renovar a assinatura da Revista Endoscopy para o ano de 2010 devem acessar o site da SOBED www.sobed.org.br clicar sobre o link “Revistas” e, depois, “Revista Endoscopy” para efetuar a solicitação. Automaticamente o sistema irá gerar um boleto bancário para o pagamento da assinatura. Na sequência, a revista passa a ser enviada para o endereço cadastrado no site da SOBED. Vale lembrar que todos os assinantes terão direito ao acesso online.
www.sobed.org.br e clicar no link “atualize seu cadastro”, na seção “Associados”, e inserir seu login que pode ser tanto seu e-mail quanto seu CPF e em seguida sua senha. Dentre as informações necessárias estão dados pessoais, residenciais, específicos – referentes à faculdade em que o endoscopista estudou e ano de formação, além da área de atuação e Conselho Regional – e comerciais. Após o preenchimento, basta clicar no comando “enviar cadastro” localizado no rodapé da página do site.
Situação Prezado associado, verifique se as suas anuidades com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) estão quitadas acessando ao site www.sobed.org.br; seção “Associados” no link “Anuidades e Boletos”, utilizando seu login e senha de cadastro.
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Secretaria SELO DE QUALIDADE DO ESPECIALISTA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOSCOPIA DIGESTIVA
Selo de especialista
Mudanças nas anuidades
Em reconhecimento ao médico especialista em Endoscopia Digestiva ou em Endoscopia, associado à SOBED, foi criado o Selo de Especialista e também o Selo para Certificação utilizado para referendar os laudos emitidos na especialidade. Eles são emitidos aos associados da entidade quites com as anuidades e podem ser solicitados pelo site: www. sobed.org.br.
Como benefício para você, associado, a SOBED lançou um novo modelo de envio das anuidades. Encaminhadas por e-mail, será mais fácil aos associados efetuarem o pagamento para ter acesso aos serviços que a entidade oferece aos associados adimplentes. Para isso, no entanto, é importante atualizar os dados cadastrais junto à SOBED, principalmente o endereço de e-mail e o CPF. Saiba mais sobre o novo modelo de envio das anuidades em contato com a secretaria da Sociedade pelo e-mail: contato@sobed.org.br.
SOBED DIGITAL A SOBED lança mais uma novidade: o SOBED DIGITAL, um programa de atualização médica a distância. Os eventos de maior destaque no cenário nacional serão gravados e disponibilizados em CD e/ou DVD. Para adquirir basta acessar o site www.sobed.org.br. O pagamento é via boleto bancário. Confira a programação disponível: Curso Internacional da SOBED 2.007 CD-1 1 – A flood of endoscopic innovations: hits or misses? Anthony Axon (Inglaterra) 2 – Endoscopic submucosal dissection for early gastric câncer. Technical aspects, feasibility and management of complications Ichiro Oda ( Japão) 3 – Endoscopic ressec-
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tion for early gastric cancer. Results in Japan Ichiro Oda ( Japão) 4 – Endoscopic therapy of chronic pancreatitis and its complications Klaus Mönkemüller (Alemanha) Curso Internacional da SOBED 2.007 CD-2 1 – Double Balloon enterocopy: the small bowel and beyond (ERCP, colonoscopy, post-surgical anatomy)
Klaus Mönkemüller (Alemanha) 2 – Short segments of columnar metaplasia at GE junction René Lambert (França) 3- Cápsula endoscópica no SGIO Luiz Ernesto Caro (Argentina) 4 – Novas propostas para exames do cólon e reto, incluindo a cápsula colonoscópica. Haverá impacto no rastreamento? Artur Parada (Brasil)
DVD – Curso ao vivo Opção 1 – 1h 04min 1 - Enteroscopia Adriana Vaz S. Ribeiro 2 - Balão Endoscópico Artur A. Parada DVD – Curso ao vivo Opção 2 – 1h 53min 1 - Dilatação Esofágica Cleber Vargas 2 - CA Esofágico Superficial Marcio M. Tolentino 3 - Controle de Varizes esofágicas
Luiza Romanello 4 - Ultrassom Endoscópico Jose Celso Ardengh DVD – Curso ao vivo Opção 3 – 1h 40 min 1 - Megaesôfago Renato Luz Carvalho 2 - G.I.S.T José Celso Ardengh 3 - Balão intragástrico José Celso Ardengh 4 - Controle de Varizes pós ligadura Renato Carvalho
Por dentro da Sobed
À esquerda: especialistas assistem curso internacional À direita: equipe que realizou o 5º Módulo de Oficina da SOBED
Curso Internacional de NBI - Narrow Band Imaging Módulo V – Oficina SOBED – Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do HCFM USP Nos dias 05 e 06/11/2009, no Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em parceria com o Centro de Treinamento em Procedimentos Endoscópicos Avançados (CTPEA), foi realizado o 5º Módulo de Oficina da SOBED, cujo foco foi o emprego da Técnica de Cromoscopia Virtual – NBI “Narrow Band Imaging”, com apoio da empresa Olympus do Brasil. O evento contou com a coordenação do Prof. Paulo Sakai, Dr. Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, Dr. Nelson Miyajima e Dr. Ricardo Anuar Dib e com a participação ativa da Dra. Chizu Yokoi, convidada estrangeira com grande experiência na área, atuando no Hospital Toyama, Departamento de Gastroenterologia do Centro Médico Internacional do Japão. A Dra. Chizu Yokoi ministrou palestras referentes ao conceito da cromoscopia virtual, magnificação ótica e aplica-
ção do método na avaliação das patologias em hipofaringe, laringe, esôfago, estômago e cólon; bem como, realizou 28 endoscopias digestivas altas e 8 colonoscopias ao vivo. O número de médicos endoscopistas no evento, superou a marca de 60 participantes de várias cidades do Brasil, como Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Cascavel, Maringá, São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte, Goiânia, Recife, Fortaleza entre outras. O sucesso desta iniciativa e a melhoria na formação de nossos médicos, estimulará a manutenção desta parceria e a realização de novos eventos. Parabéns à SOBED e ao Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do HCFMUSP, Dr. Carlos Capellannes, Dr. Paulo Sakai, Dr. Eduardo Moura, Dr. Nelson Miyajima, Dr. Ricardo Anuar Dib, e demais colaboradores pela busca incessante da difusão de novas tecnologias.
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Diretorias e Comissões Diretoria Nacional Presidente: Carlos Alberto Cappellanes Vice-Presidente: Carlos Alberto da Silva Barros Secretários: Ricardo Anuar Dib Fabio Segal Tesoureiros: Pablo Rodrigo de Siqueira e Ciro Garcia Montes
Comissões Estatutárias Comissões Eleitoral, de Estatutos, Regimentos e Regulamentos Presidente: Antonio Gentil Neto Herbeth José Toledo Silva Lívia Maria Cunha Leite Nilza Maria Lopes Marques Luz Saverio Tadeu de Noce Armellini Sergio Luiz Bizinelli Comissão de Admissão e Sindicância Presidente: Ricardo de Sordi Sobreira Antonio Henrique de Figueiredo Carlos Aristides Fleury Guedes Fabio Marioni Roberto Palmeira Tenório Comissão Científica e Editorial Presidente: Marcelo Averbach Adriana Vaz Safatle-Ribeiro Carlos Eugenio Gantois Flavio Hayato Egima Huang Ling Fang Kleber Bianchetti de Farias Marcos Bastos da Silva Ramiro Robson Fernandes Mascarenhas Walnei Fernandes Barbosa Comissão de Ética e Defesa Profissional Presidente: Vera Helena de Aguiar Freire de Mello Arnaldo Motta Filho Francisco José Medina Pereira Caldas Oswaldo Luiz Pavan Junior Plinio Conte de Faria Junior Paulo Afonso Leandro Comissão de Avaliação e Credenciamentos de Centros de Ensino e Treinamento Presidente: Paulo Roberto Alves Pinho Daniel Moribe Gildo Barreira Furtado Giovani Antonio Bemvenuti Walton Albuquerque
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Comissão de Título de Especialista e sua Atualização Presidente: Jairo Silva Alves Dalton Marque Chaves Geraldo Ferreira Lima Junior Gilberto Reynaldo Mansur Luiz Felipe de Paula Soares Luiza Maria Filomena Romanello Marco Aurélio D’Assunção Marcos Clarencio Batista Silva Vitor Nunes Arantes
Representantes nas Revistas – GED Arquivos Brasileiros de Gastroenterologia Representantes em Instituições
Comissões Não Estatutárias
Associação Médica Brasileira Maria das Graças Pimenta Sanna
Comissão de Acreditação de Serviços de Endoscopia Presidente: Eduardo Carlos Grecco José Renato Guterres Hauck Lincoln Eduardo Villela Vieira de Castro Ferreira Luiz Roberto do Nascimento Paulo Cury Renato Luz Carvalho Comissão de Relações Internacionais Presidente: Glaciomar Machado Arthur A. Parada Site Presidente: Flavio Braguim Horus Antony Brasil Jarbas Faraco M. Loureiro José Luiz Paccos Ricardo Leite Ganc Diretrizes e Protocolos Presidente: Edivaldo Fraga Moreira Carlos Eduardo Oliveira dos Santos Lix Alfredo Reis de Oliveira Luis Cláudio Miranda da Rocha Mara Lucia Lauria Souza Trabalhos Multicêntricos Paulo Alberto Falco Pires Correa Walnei Fernandes Barbosa Sobed - Revista Horus Antony Brasil Thiago Festa Secchi Sede Nacional Eli Kahan Foigel Rede Sobed/Sobed em Casa Horus Antony Brasil Thiago Festa Secchi
Conselho Federal de Medicina e Comissão Nacional de Residência Médica Flavio Hayato Ejima Agência Nacional de Vigilância Sanitária Vera Helena de Aguiar Freire de Mello
Núcleos Núcleo de Endoscopia Pediátrica Cristina Helena Targa Ferreira Eloá Marussi Morsoletto Machado Gustavo José Carneiro Leão Filho Manoel Ernesto Peçanha Gonçalves Maria das Graças Dias da Silva Paulo Fernando Souto Bittencourt Núcleo de Ultrassonografia Endoscópica José Celso Ardengh Kleber Bianchetti de Faria Lucio Giovanni Battista Rossini Marco Aurélio D’Assunção Simone Guaraldi da Silva Núcleo de Desenvolvimento do NOTES Ângelo Paulo Ferreira Jr. Kiyoshi Hashiba Pablo Rodrigo de Siqueira Paulo Sakai Núcleo de Estudos de Equipamentos e Acess. Endoscópicos e seu Processamento Alexandre Silluzio Ferreira Francisco José Medina Pereira Caldas Ligia Rocha de Luca Tadayoshi Akiba Vera Helena de Aguiar Freire de Mello Núcleo de Implantação das Unidades Estaduais Antonio Carlos Coelho Conrado João Carlos Andreoli Núcleo de Tabagismo Everton Ricardo de Abreu Netto
Por dentro da Sobed
Estaduais Alagoas Presidente: Nilza Marques Luz Vice-presidente: Henrique Malta 1º Secretário: Herberth Toledo 2º Secretário: Carlos Henrique de Barros Amaral 1º Tesoureiro: Laercio Ribeiro 2º Tesoureiro: José Wenceslau da Costa Neto Endereço: R. dos Coqueiros, 17 - Cind. Jardim do Horto CEP: 57052-156 - Gruta de Lourdes - Maceió - AL Fone: (81) 3241-7870 E-mail: nilza.mluz@superig.com.br
Mato Grosso Presidente: Ubirajarbas Miranda Vinagres Vice-presidente: Leo Gilson Perri 1º Secretário: José Sebasttião Metelo 2º Secretário: José Carlos Comar 1º Tesoureiro: Roberto Carlos Fraife Barreto 2º Tesoureiro: Elton Hugo Maia Teixeira Endereço: Pça. do Seminário, 141 – Centro – Gastrocentro – CEP: 78000-000 – Cuiabá - MT Fone: (65) 3321-5318 E-mail: qvinagre@terra.com.br
Amazonas Presidente: Lourenço Candido Neves Vice-presidente: Victor Mussa Dib 1º Secretário: Marcelo Tapajós Araujo 2º Secretário: Agostinho Paiva Masullo 1º Tesoureiro: Deborah Nadir Ferreira 2º Tesoureiro: Edilson Sarkis Gonçalves Endereço: Av. Djalma Batista, 1.661 - 2º andar - sls. 206/207 - Ed. Millenium Center -Torre Medical - CEP: 69050-010 - Manaus - AM Fone: (92) 3659-3762 / 3659-3082 E-mail: endoscopia@endoscopiaamazonas.com.br
Mato Grosso do Sul Presidente: Carlos Marcelo Dotti Silva 1º Secretário: Rogerio Nascimento Martins 1º Tesoureiro: Marcelo de Souza Curi Endereço: R. Alagoas, 700 – Jd. dos Estados – CEP: 79020-120 – Campo Grande - MS Fone: (67) 3327-0421 E-mail: cmdotti@hotmail.com
Bahia Presidente: Maria Cristina Barros Martins Vice-presidente: Livia Maria Cunha Leite 1º Secretário: Marcia Sacramento de Araujo Felipe 2º Secretário: Sylon Ribeiro de Britto Junior 1º Tesoureiro: Durval Gonçalves Rosa Neto 2º Tesoureiro: Luciana Rodrigues Leal da Silva Endereço: R. Atino Serbeto de Barros, 241 - CEP: 41825-010 Salvador - BA Fone: (71) 3350-6117 Site: www.sobedbahia.com.br E-mail: bcrismartins@terra.com.br Ceará Presidente: Ricardo Rangel de Paula Pessoa 1º Secretário: Francisco Paulo Ponte Prado Junior 1º Tesoureiro: Adriano Cesar Costa Cunha Endereço: R. Cel. Alves Teixeira, 1.578 - Joaquim Távora - CEP: 60130-001 - Fortaleza - CE Fone: (85) 3261-8085 E-mail: ricardsopessoa@veloxmail.com.br Distrito Federal Presidente: Aloisio Fernando Soares Vice-presidente: Sussumo Hirako 1º Secretário: Cícero Henriques Dantas Neto 2º Secretário: Francisco Machado da Silva 1º Tesoureiro: Calixto Abrão Neto 2º Tesoureiro: Marcio Velloso Fontes Endereço: SHLS 716, Bloco L – Centro Clínico Sul – Torre I – sls. 408/410 – CEP: 70390-700 – Brasília - DF Fone: (61) 3345-7225 E-mail: aloisio.fernando@gmail.com Espírito Santo Presidente: José Joaquim de Almeida Figueiredo Vice-presidente: Bruno de Souza Ribeiro 1º Secretário: Aureo Paulielo 2º Secretário: Aderbal Pagung 1º Tesoureiro: Esteban Sadovsky 2º Tesoureiro: Luis Fernando de Campos Endereço: R. Francisco Rubim, 395 – CEP: 29050-680 – Vitória - ES Fone: (27) 3324-1333 Site: www.sobedes.com.br E-mail: sobedestadual.es@gmail.com Goiás Presidente: José Cristiano Ferreira Resplande Vice-presidente: Marcus Vinicius Silva Ney 1º Secretário: Marcelo Barbosa Silva 2º Secretário: Fernando Henrique Porto 1º Tesoureiro: Vágner José Ferreira 2º Tesoureiro: Rennel Pires Endereço: Av. Mutirão, 2.653 – Setor Marista – CEP: 74115-914 – Goiânia - GO Fone: (62) 3251-7208 E-mail: sobedgoias@hotmail.com Maranhão Presidente: Djalma dos Santos Vice-presidente: Nailton J. F. Lyra 1º Secretário: Selma Santos Maluf 2º Secretário: Milko A. de Oliveira 1º Tesoureiro: Elian O. Barros 2º Tesoureiro: Joaquim C. Lobato Filho Endereço: R. Jornalista Miecio Jorge, 4 – Ed. Carrara – sls. 208/209 – CEP: 65075-440 – São Luis - MA Fone: (98) 3235-1575 E-mail: djsantos@wavemar.com.br
Minas Gerais Presidente: Luiz Claudio Miranda da Rocha Vice-presidente: Paulo Fernando Souto Bittencourt 1º Secretário: Atanagildo Cortes Junior 2º Secretário: Adriana Athayde Lima Stehling 1º Tesoureiro: José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho 2º Tesoureiro: Paulo Fernando Souto Bittencourt Endereço: Av. João Pinheiro, 161 – CEP: 30130-180 – Belo Horizonte - MG Fone: (31) 3247-1647 E-mail: diretoria@sobedmg.org.br Pará Presidente: Abel da Cruz Loureiro Vice-presidente: Edmundo Veloso de Lima Tesoureiro: Marcos Moreno Domingues 2º Tesoureiro: Laercio Sampaio da S. Junior 1º Secretário: Danieli do S. Brito Batista 2º Secretário: Ana Paula R. Guimarães Endereço: Tv. Dom Romualda de Seixas, 1.812 – CEP: 66055-200 Belém – Pará Fone: (91) 3241-4223 E-mail: cruzloureiro@hotmail.com Paraíba Presidente: Eduardo Henrique da Franca Pereira Vice-presidente: Fábio da Silva Delgado 1º Secretário: Carlos Antonio Melo Feitosa 2º Secretário: Pedro Duques de Amorim 1º Tesoureiro: Francisco Sales Pinto 2º Tesoureiro: Fabio Kennedy Almeida Trigueiro Endereço: Av. Coremas, 364 – CEP: 58013-430 – João Pessoa - PB Fone: (83) 3222-6769 E-mail: eduardofrancapb@ibest.com.br Paraná Presidente: Luis Fernando Tullio Vice-presidente: Sandra Teixeira 1º Secretário: Maria Cristina Sartor 2º Secretário: Flávio Heuta Ivano 1º Tesoureiro: Julio César Souza Lobo 2º Tesoureiro: Marlus Volney de Morais Endereço: R. Candido Xavier, 575 – CEP: 80240-280 – Curitiba - PR Fone: (41) 3342-3282 E-mail: sobed@onda.com.br Pernambuco Presidente: Josemberg Marins Campos Vice-presidente: Luis Fernando Lobato Evangelista 1º Secretário: Eduardo Carvalho Gonçalves de Azevedo 2º Secretário: Roberto Tenório 1º Tesoureiro: Mario Brito Ferreira Endereço: Av. Conselheiro Rosa e Silva, 2.063 – CEP: 52050-020 Recife - PE Fone: (81) 9973-8741 E-mail: berg@elogica.com.br Piauí Presidente: Wilson Ferreira Almino de Lima Vice-presidente: Carlos Dimas de Carvalho Sousa 1º Secretário: Conceição de Maria Sá e Rego Vasconcelos 2º Secretário: Ademar Neiva de Sousa Sobrinho 1º Tesoureiro: Antonio Moreira Mendes Filho 2º Tesoureiro: Teresinha Quirino V. de Assunção de Maia Endereço: R. Olavo Bilac, 2.490 – CEP: 64001-280 – Teresina - PI Fone: (86) 3221-4824 E-mail: wilsonalmino@uol.com.br
Rio de Janeiro Presidente: José Narciso de Carvalho Neto Vice-presidente: Edson Jurado da Silva 1º Secretário: Marta de Fátima S. Pereira 2º Secretário: Afonso Celso da Silva Paredes 1º Tesoureiro: Francisco José Medina de Pereira Caldas 2º Tesoureiro: José Carlos Cortes Barroso Endereço: R. da Lapa, 120 – sl. 309 – CEP: 20021-180 Rio de Janeiro - RJ Fone: (21) 2507-1243 / 3852-7711 Site: www.sobedrj.com.br Email: sobedrj@infolink.com.br Rio Grande do Norte Presidente: Licia Villas-Bôas Moura Vice-presidente: Conceição de Maria Lins da C. Marinho 1º Tesoureiro: Verônica de Souza Vale Endereço: R. Maria Auxiliadora, 807 – Tirol – CEP: 59014-500 Natal - RN Fone: (84) 3211-1313 E-mail: liciavbmoura@uol.com.br Rio Grande do Sul Presidente: Julio Carlos Pereira Lima Vice-presidente: Carlos Kupski 1º Secretário: Carlos Eduardo Oliveira dos Santos 1º Tesoureiro: Cesar Vivian Lopes Endereço: Av. Ipiranga, 5.311 – sl. 207 – CEP: 90610-001 Porto Alegre - RS Fone: (51) 3352-4951 E-mail: sobed_rs@terra.com.br Rondônia Presidente: Victor Hugo Pereira Marques Vice-presidente: Domingos Montaldi Lopes 1º Secretário: Adriana Silva Assis 2º Secretário: Marcelo Pereira da Silva 1º Tesoureiro: Ricardo Alves 2º Tesoureiro: Volmir Dionisio Rodigheri Endereço: Rua Campos Salles, 2245 - CEP: 76801-081 Porto Velho - RO Fone: (69)3221-5833 E-mail: igeron1@uol.com.br Santa Catarina Presidente: Silvana Dagostin Vice-presidente: Ligia Rocha de Luca 1º Secretário:Juliano Coelho Ludvig 2º Secretário: Osni Eduardo Camargo Regis 1º Tesoureiro: Cintia Zimmermann de Meireles 2º Tesoureiro: Eduardo Nobuyuki Usuy Jr. Endereço: Rodovia SC 401 – Km 04 3854 – CEP: 88032-005 Florianópolis - SC Fone: (48) 3231-0324 Site: www.sobedsc.com.br E-mail: sobedsc@acm.org.br São Paulo Presidente: José Celso Ardengh Vice-presidente: Adriana Vaz Safatle Ribeiro 1º Secretário: Luiza Maria Filomena Romanello 2º Secretário: Thelma Christina Nemoto 1º Tesoureiro: Thiago Festa Secchi 2º Tesoureiro: Lix Alfredo Reis de Oliveira Endereço: R. Itapeva, 202 – sl. 98 – CEP: 01332-000 São Paulo - SP Fone: (11) 3288-6883 Site: www.sobedsp.com.br E-mail: sobedsp@uol.com.br Sergipe Presidente: Jilvan Pinto de Monteiro Vice-presidente: Rogério dos Santos Rodrigues 1º Secretário: Simone Deda Lima Barreto 1º Tesoureiro: Miiraldo Nascimento da Silva Filho Endereço: R. Guilhermino Rezende, 426 – São José CEP: 49020-270 – Aracaju - SE E-mail: sobedse@yahoo.com Tocantins Presidente: Jorge Mattos Zeve Vice-presidente: Marcos Rossi 1º Secretário: Rone Antonio Alves de Abreu 2º Secretário: José Augusto Menezes Freitas de Campos 1º Tesoureiro: Maria Augusta de Oliveira Matos 2º Tesoureiro: Mery Tossa Nakamura Endereço: Quadra 401 Sul – cj, 01 – Lote 1 – Av. Teotonio Segurado – Espaço Médico Empresarial – CEP: 77061-002 – Palmas - TO Fone: (63) 3228-6011 E-mail: zeve@uol.com.br
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Rede Sobed
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Rede SOBED é um serviço de educação continuada a distância, gratuíto para os associados, de cursos ministrados pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED). O programa Rede SOBED permite ao associado assistir as aulas em tempo real e fazer perguntas aos palestrantes, responder enquetes e participar de votações eletrônicas. Tratase de um modelo virtual de educação continuada voltado aos especialistas e associados à entidade.
Como funciona?
Toda primeira quinta-feira do mês um novo módulo é apresentado. O usuário é notificado sobre a temática do novo programa. Cada módulo fica disponível por três meses a partir da data de sua transmissão. Para participar basta estar quites com a instituição, preencher a ficha de inscrição e possuir conexão com a Internet. A Rede SOBED tem mais de 650 cadastrados em seus diversos programas em mais de 240 cidades do Brasil. Os inscritos que assistirem as aulas recebem pontos no programa de creditação da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM). Novos cadastros são aceitos até 15h00 do dia da exibição inicial da aula. Após o horário, as senhas serão enviadas para acesso à aula via sistema on demand.
Cadastramento
Faça seu cadastro por meio do site www.sobed.org.br e receba sua senha eletrônica de acesso. Estão disponíveis na rede virtual programas de educação continuada ministrados em 2009 (os novos usuários cadastrados ainda podem acessálos). Não perca essa chance de investir na sua atualização e aperfeiçoamento profissional com o apoio da SOBED. Os usuários cadastrados podem acessar a Rede SOBED pelo site da instituição. A Rede SOBED 2010 estará disponível a partir de fevereiro.
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Por dentro da Sobed
Sobed em casa
O
programa SOBED em Casa permite aos associados e não-associados assistirem às principais apresentações do XXXV Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva (CBED) realizado em Salvador, entre os dias 24 a 28 de outubro de 2009. Para ter acesso ao SOBED em Casa é necessário preencher o formulário de inscrição disponível na seção “Espaço Científico” no site da SOBED. Após a confirmação do pagamento da taxa de adesão o login e senha eletrônica de acesso são encaminhados ao e-mail cadastrado pelo usuário. Uma nova aula é publicada a cada mês no SOBED em Casa. O usuário recebe uma notificação quando um novo módulo estiver disponível e pode acessálo a qualquer hora e local. Para assistir basta acessar o site da SOBED, entrar na seção SOBED em Casa e clicar sobre o link correspondente à aula. Cada usuário terá seis meses para assistir à apresentação de cada módulo, contados a partir da data de sua publicação e um limite máximo de tempo de três vezes em relação à duração de cada módulo. Após estes prazos (o que ocorrer primeiro) a senha irá expirar. A adesão ao SOBED em Casa também possibilita o acúmulo de 10 pontos para a revalidação do título pelo programa de creditação da CNA/AMB (Comissão Nacional de Acreditação da Associação Médica Brasileira). Se você não é associado da SOBED aproveite esta oportunidade para filiar-se e fazer a adesão ao SOBED em Casa pelo preço de associado.
Associado
Não-associado
Até 31/01
Após 01/02
Até 31/01
Após 01/02
R$ 155,00
R$ 205,00
R$ 455,00
R$ 505,00
Programa: - Rastreamento do Carcinoma Colorretal - ESD - Dissecção Dendoscópica da Submucosa: Como Eu Faço - Hemorragia Digestiva Baixa - Lesões Benignas das Vias Biliares - Neoplasia Precoce do Esôfago - Obesidade Mórbida - Hemorragia Digestiva Alta Não Varicosa - Hemorragia Digestiva de Etiologia Obscura (Hemorragia Média)
- Transição Esofagogástrica:Cardites - Colangiopancreatografia Endoscópica Terapêutica de Urgência: Quando Intervir e Tipo de Abordagem - Guidelines para EMR (Ressecção Endoscópica da Mucosa) e para ESD (Dissecção Endoscópica da Submucosa) - Lesões Subepitelais do Trato Digestório - Displasia no Esôfago de Barrett Obs. Não serão disponibilizadas as palestras em que os médicos não concordarem em ceder os direitos de imagem ou os slides.
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Acontece Prova de categoria especial A Prova de Categoria Especial será realizada nos dias 28 e 29 de maio de 2010, para médicos
que não possuem Título de Especialista e que estejam formados há pelo menos 15
anos. O edital da prova estará disponível no site a partir de janeiro do próximo ano.
Congresso gaúcho acontece em maio
Jornada do Aparelho Digestivo no Tocantins
Especialistas do RS debatem, de 20 e 22 de maio, procedimentos endoscópicos no XV Congresso Gaúcho de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva. SOBED, Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e Sociedade Brasileira de Enfermagem em Endoscopia Gastrointestinal (SOBEEG) organizam o encontro.
Entre os dias 27 e 29 de maio de 2010, Palmas, no Tocantins, receberá a 5ª Jornada do Aparelho Digestivo do Estado. Os endoscopistas e gastroenterologistas interessados em participar do encontro deverão se informar pelo telefone (63) 3228-6011. A Jornada será realizada no Auditório do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar QCGPM).
Hortelã brasileira tem propriedades analgésicas A erva brasileira Hyptis crenata - conhecida como hortelãbrava e utilizada há séculos para tratar dores de cabeça e estômago - tem propriedades analgésicas equivalentes às de alguns remédios vendidos comercialmente, segundo estudo de Graciela Rocha, pesquisadora brasileira da Universidade de Newcastle, no Reino Unido. Publicado na
CBEM 2010 A 29ª edição do Congresso Brasileiro de Endocrinologia (CBEM 2010), promovido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), realizado de 4 a 7 de setembro de 2010, em Gramado, RS, está com as inscrições abertas no site oficial do encontro: www.cbem2010.com.br. Até 31 de maio, associados quites da SBEM pagam R$ 500,00, associados da ABESO, SBD, e SOBEMOM pagam R$ 550,00. Após essa data os valores sobem para R$ 575,00 e R$ 635,00 respectivamente. O presidente do encontro será o Dr. Rogério Friedman da SBEM Regional Rio Grande do Sul.
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revista científica Acta Horticulturae. A pesquisa indicou que, quando a erva é ingerida em doses similares às indicadas ela é tão efetiva em aliviar a dor quanto uma droga sintética, do tipo aspirina, chamada indometacina.
Quartas de discussão científica na Bahia A partir de março de 2010, as últimas quartas-feiras de cada mês serão dedicadas às sessões de Atualização Científica no auditório do Hospital Aliança em Salvador, na Bahia. O encontro, organizado pela estadual baiana, reunirá endoscopistas e gastroenterologistas para discutir as inovações dos procedimentos endoscópicos. Informe-se pelo telefone (71) 9991-0512.
4º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva Foi divulgada a data do 4º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva. O encontro da especialidade será realizado em Fortaleza, CE, nos dias 3 e 4 de junho de 2010. Serão abordados temas como: Doenças Inflamatórias Intestinais e vasculares, Vigilância epidemiológica, Métodos de Hemostasias na Endoscopia Terapêutica, Neoplasias de Vias Biliares e Pâncreas, Doenças gastroduodenais benignas, Neoplasias gástricas, entre outros. O cronograma das palestras está disponível no site.
03 e 04 de junho de 2010 em Fortaleza, CE Hotel Vila GalĂŠ Agencia de Viagens: Salt Lake Turismo (11) 3758-5556 - saltlakecem@uol.com.br Veja o programa do evento atravĂŠs do site
www.sobed.org.br
DNA
Très Brésilienne Muito brasileiro e endoscopista “há vários anos”, como gosta de explicar, o francês René Lambert conta como participou do desenvolvimento da especialidade e de suas visitas ao Brasil
Thiago Bento
René Lambert durante o XXXV CBED, em Salvador, Bahia
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Lambert começa a entrevista dizendo ser muito velho – tem 79 anos –; “mas não tanto quanto o genial (arquiteto Oscar) Niemeyer, ele é fantástico!”. Com um português com pouquíssimo sotaque, afirma se sentir em casa quando vem ao Brasil. Está tão acostumado com o idioma que fala “cê” invés de “você”. A fluência é resultado dos cinco anos que viveu no Rio de Janeiro, enquanto o pai, advogado, dava aulas em faculdades. Durante o tempo que passou na Cidade Maravilhosa morou em Copacabana e Flamengo – mas não gosta de futebol - e subia o morro para brincar na favela. “Para você ver como o Rio era”, suspira com tom de saudade. Palavra que usa constantemente durante a conversa e que só pode ser entendida por quem é brasileiro. Em sua casa na França, em Lyon, Lambert recorre às plantas para matar as saudades do Brasil. “Meu jardim tem palmeiras...”, comenta esboçando um sorriso, dando a sen-
sação de que vai terminar a frase citando a Canção do Exílio, de Gonçalves Dias. “Sou um jardineiro”, enfatiza. Tranquilo, o endoscopista afirma que hoje atua em uma posição confortável. “Há fases na vida em que é bom ser chefe, mas há outras em que é melhor observar”, comenta satisfeito enquanto fechava o terno, inabalado com o calor soteropolitano que pairava no Centro de Convenções da Bahia, durante o XXXV Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva. Na entrevista a seguir o endoscopista fala um pouco de sua carreira, que costuma dividir em três períodos, e muito de sua vida no Brasil. Como avalia sua carreira depois de tanto tempo? De fato trabalho há muito tempo. Costumo dividir minha carreira em três momentos: Na primeira parte da minha experiência profissional, depois da residência,
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por anos atuei com pesquisa experimental e fui diretor de uma unidade do Instituto Nacional de Saúde e da Pesquisa Médica (Inserm), na França. Nesse período desenvolvi atividades indiretamente relacionadas com medicina. Um exemplo disso é o livro que escrevi, um tratado sobre a cirurgia digestiva do rato, publicado muitos anos atrás nos Estados Unidos. Ainda nessa época também dirigi, por pouco tempo, uma unidade de epidemiologia do câncer no Centro Nacional de Pesquisa Cientifica (Centre National de la Recherche Scientifique – CNRS). Essa foi a primeira fase da minha vida profissional. Por outro lado, progredi de assistente estável para professor assistente e depois substitui meu chefe que se aposentou. Nessa sucessão precisei mudar um pouco de atividade e isso coincidiu com o desenvolvimento da endoscopia digestiva, que passava para a técnica de fotografias, com gastrocâmeras japonesas.
Nesse momento comecei a me interessar pelo assunto. Progressivamente deixei a área de pesquisa experimental para realizar estudos clínicos e desenvolver técnicas da endoscopia. Devemos compreender que nessa época para diagnosticar uma lesão do estômago ou um câncer fazíamos uma radiografia. Quase não havia endoscopia e foi um crescimento fulgurante. A grande diferença é que na fibroendoscopia o operador olhava em um instrumento assim (simula um microscópio com as mãos) sozinho, hoje há um monitor televisivo onde outras pessoas vêem, todo mundo controla se o médico não trabalha bem (risos). A visão é melhorada, mas é mais exigente. Essa foi a segunda parte da minha carreira. Como o senhor se sentiu nesse período de mudança entre a primeira e a segunda fase? Como se sente quando tem que se mudar da sua atividade presente para fazer outra
“Fui alfabetizado em português e foi na favela, no Rio de Janeiro, onde eu mais aprendi a língua”
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“Costumo dividir minha carreira em pesquisa experimental, estudos clínicos e o atual, quando o melhor é ser influente”
coisa? É mudança de trabalho sob a pressão prática, você se adapta ou não. E a terceira fase de sua carreira? Essa começou há 11 anos. Precisei me aposentar da universidade da Europa. É complicado porque paramos nossas atividades aos 65 anos. É um desastre! Na Escandinávia é assim, na Alemanha, na França...note que falo da Europa e não da Inglaterra (risos). Isso não acontece por lá. Ao se aposentar não se pode mais trabalhar no hospital, mas há três opções: não fazer nada e ficar em casa com problemas com a esposa (risos). Passar a prática liberal e fazer endoscopia. É o que acontece no Brasil. Todos meus amigos que se aposentaram cedo da universidade, que também não dá salário, são liberais. Isso é uma opção possível na França, mas não para mim, pois passei muito tempo da minha carreira envolvido com pesquisa experimental. Não tinha tempo para começar a prática, que deve ser iniciada no hospital e continuada ao longo do tempo. A terceira opção é de mudar totalmente de atividade e foi o que fiz. Tinha cone-
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xões com epidemiologia do centro da Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC em inglês) sediada em Lyon, França, pertencente à Organização Mundial da Saúde (OMS), sediada em Genebra, Suíça. Como já os conhecia, fui trabalhar lá sem salário. Por que foi sem receber? Porque é um bom sistema! Tenho uma pensão universitária. Além disso, pelo agradável motivo de não ser mais chefe. Há fases na vida em que é bom liderar, ser o responsável por tudo e há outra em que é melhor observar, ser influente, poder falar, mas não praticar diretamente e é onde estou agora. Outras vantagens são ter um cartão de visita internacional, além de colaborar no desenvolvimento da relação da endoscopia entre japoneses e norte-americanos. Realizei diversos estudos de classificação, até a publicação da classificação de Paris. O interessante disso é perceber que todos os especialistas japoneses falam dela; da lesão meoplásica, o precursor do câncer avançado. Mais curioso ainda é saber que originalmente essa classificação é japonesa.
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E por que dessa “confusão”? Os japoneses usavam essa classificação, mas ninguém de fora da “ilha” fazia isso. Acabei realizando um encontro com 10 especialistas orientais, 10 europeus e outros 10 norte-americanos e debatemos essa nominação que de tão bem feita acabou sendo aceita. Atualmente para eles é mais fácil falar assim, e curiosamente Hironori Yamamoto fez uma apresentação durante o XXXV Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva todo baseado nessa classificação de Paris, isso é uma parte da minha atividade. Qual o desafio de orientar esse relacionamento? É preciso fazer com que os ocidentais aceitem as técnicas vindas do Japão, mas os problemas são os americanos, mais ricos e consequentemente mais isolados. Não temos essa dificuldade aqui no Brasil. Vocês têm um ótimo relacionamento com os japoneses, vejam o Claudio Rolim Teixeira que passou cinco anos por lá e fala a língua deles. Eu assisti a uma palestra dele em Kyoto toda em japonês. E de onde vem sua relação com a língua portuguesa e o Brasil? Meu pai era professor universitário de Direito. Quando é verão na França a universidade entra em férias, enquanto aqui é inverno e todos continuam trabalhando. Por anos, ele passava três meses no Brasil. Começou em Porto Alegre, onde participou da fundação da Faculdade de Direito da cidade. Eu cheguei depois e fui para lá apenas uma vez. De lá ele mudou para o Rio de
Janeiro, foi quando começou a Segunda Guerra Mundial e o governo francês ordenou que ficássemos aqui. Eu tinha apenas oito anos de idade e passei a viver por lá e a estudar no Liceu Franco-Brasileiro. O senhor foi alfabetizado em português? Sim, e sabe onde eu mais aprendi português? Na favela! Para ver como o Rio de Janeiro é agora. Naquela época eu subia o morro para brincar. Vivi em Copacabana, em uma casa com jardim na Rua Toneleiros. Não tinha arranha-céu e era muito tranquilo. Pouco tempo depois me mudei para o bairro do Flamengo. Como foi a volta para a França? Voltei com meus pais e foi muito complexo, pois era o fim da guerra e o mar estava muito perigoso com minas e submarinos alemães. Algum tempo depois, finalmente fui estudar medicina e fiquei um período sem relação com o Brasil, até um dia me chamarem para um congresso e a conexão voltou. Meus colegas brasileiros gostam de me “usar” (risos), pois sou um convidado estrangeiro que pode ser o moderador de debates e discussões. Nesse tempo que passou na França tinha saudades do Brasil? E agora? Você pensa que tenho saudades do Brasil? Isso é um problema clássico nos filhos de pessoas que viajam de um país a outro. A pessoa cresce em um lugar e depois vai passar a vida adulta e profissional em outro. Isso resulta numa visão provavelmente mais interessante do mundo, mas no fato que se você vive como eu, na França, sente saudade do Brasil e pensa se
seria melhor ficar por aqui, mas se você vive no Brasil sente saudade da França. É sempre assim entre os dois, há um balanço interminável. O francês típico sabe que é arrogante e pensa que vive no país mais importante do mundo e que é o centro do universo, tudo é perfeito, acha que o brasileiro é um primitivo selvagem e que o americano é louco. O francês pode ser um pouco arrogante, mas se você viu os dois lados é totalmente diferente. Isso é muito comum na Europa, pois há crianças cujo parente foi viver na África do Norte e mudaram para França e as crianças de 15 anos têm saudade da Argélia, da Tunísia, mesma coisa com Estados Unidos, se foi educado lá e vai para França tem saudades de lá. Vir frequentemente para Brasil resolve a saudade? Resolve ou reativa? Que você acha? Os dois. Aqui me sinto em casa Por ter morado no Rio torce por algum time de futebol? Não! Eu tenho um problema enorme, não gosto da atividade esportiva. Não gosto de futebol, tênis, de nada disso. A explicação para isso é que sou um jardineiro, gosto de tomar conta das árvores e das plantas. Alguma favorita? As palmeiras. Meu jardim em Lyon, cidade que muitos consideram fria, só tem palmeira, algo muito tropical. Elas ficam lá o ano todo. Um francês nunca plantaria uma palmeira, mas eu, por causa da minha saudade, plantei e elas crescem bem.
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Ato MĂŠdico
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Normativa da classe Última das 14 categorias na saúde a ser regulamentada, a medicina pode ter definido Normas de conduta e responsabilidade para o exercício da profissão com o Ato Médico
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missão do laudo de exames por meio de endoscopia e de imagem, realização de perícia médica e os exames médico-legais, com exceção dos laboratoriais de análises, estarão entre as ações exclusivas dos médicos caso seja regulamentada o exercício da medicina pelo Ato Médico. Com o objetivo de definir em Norma as responsabilidades do profissional da medicina, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 7703/06 visa assegurar, entre outras coisas, que apenas a medicina, das outras 13 categorias profissionais que compõem a área da saúde, possa diagnosticar e prescrever tratamentos. Segundo o Conselho Nacional de Saúde (CNS), além da medicina, biologia, educação física, enfermagem, farmácia, fisio-
terapia, fonoaudiologia, medicina veterinária, biomedicina, nutrição, odontologia, psicologia, serviço social e terapia ocupacional compõem a esfera de profissões relacionadas à saúde. “Cada área de atuação saberá exatamente seu lugar numa equipe de especialistas”, declara o endoscopista e gastroenterologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) de São Paulo, Dr. Eli Kahan Foigel. Aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 21 de outubro após transitar no Congresso Nacional por sete anos, o PLS deve retornar ao Senado para nova votação até o início de 2010, já que o texto original, aprovado em 2005, teve emendas aprovadas pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
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Ato Médico
Apenas a odontologia não será incluída nas alterações privativas dos médicos. Na área de graduação e cursos voltados à medicina, o parágrafo 5º do PLS afirma que a coordenação de programas de residência e de pós-graduação específicos à área é de responsabilidade dos médicos. “Foram colocados no papel as ações que já víamos acontecer na rotina da profissão”, afirma Foigel. De acordo com o endoscopista, as mudanças na lei não devem alterar o dia-a-dia das equipes multidisciplinares e nos consultórios médicos privados já que, na maioria dos casos, há boa interação na área da saúde. “Num consultório onde é realizada a endoscopia, por exemplo, há enfermeiros e farmacêuticos especializados nos procedimentos. Um médico não trabalha sozinho”, explica. Além das normas exclusivas aos profissionais da medicina, o substitutivo define como não privativos de mé-
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dicos diagnósticos psicológicos, nutricionais, avaliações comportamentais, mentais, sensoriais e psicomotoras. “Existiam interfaces na profissão, já que a medicina em si não é especialidade”, afirma. Clínicas voltadas aos exames endoscópicos e de outras especialidades não devem ter a rotina alterada pela normatização, afirma o e membro do Corpo Clínico do Hospital Sírio-Libanês, São Paulo, Dr. Horus Antony Brasil. Segundo o especialista, as principais mudanças acontecerão em clínicas de tratamento alternativo. “A lei protegerá a vida dos pacientes que, submetidos a tratamentos com pessoas diplomadas num curso qualquer, acabam sendo lesados”, explica. Atividades realizadas atualmente por enfermeiros, que aplicam injeções subcutâneas, intramusculares e intravenosas, realizam exames citopatológicos, entre outras ações simples, continuarão sendo exercidas pelos profissionais. Em outros casos, os procedimentos serão autorizados sob supervisão médica, como acontecem atualmente com as equipes nas UTIs. “Especialistas que atuam em UTI terão mudanças principalmente no manuseio de equipamentos”, assegura. Já para os cargos de diretor e chefia de serviços médicos, assim como perícia e auditoria médicas, só poderão ser exercidas por médicos. “Os serviços médicos devem ser supervisionados por colegas da categoria. Não discutimos as coordenações na Saúde”, declara Foigel.
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O Ato Médico visa fortalecer o conceito de equipe multidisciplinar da saúde. Cada área de atuação saberá, agora por lei, até que ponto pode ir durante o atendimento
Ainda segundo Foigel, no PLS no 25/2002, a definição das normativas que regulamentam o Ato Médico visa fortalecer o conceito de equipe multidisciplinar da saúde. “Cada profissional saberá, agora por lei, até que ponto pode ir durante atendimento”, enfatiza. Relatado na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados pelo ex-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), o Deputado Federal (DEM-SP) Eleuses Paiva, o projeto volta-
rá ao Senado para reaver as emendas que sofreu na Câmara dos Deputados. Entre elas, a do artigo 4º do Substitutivo, adotada pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, prevê que o diagnóstico psicológico, nutricional e socioambiental, além das avaliações de comportamento, mental, sensorial, psicomotora e perceptognitiva, sejam prescritas também por outros profissionais da saúde. Já no inciso XIV do mesmo artigo, o atestado médico para condições de saú-
de, doença e possíveis sequelas só poderão ser emitidas pelo médico. A regulamentação das atividades exercidas pelo biólogo, biomédico, enfermeiro, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, profissionais de educação física, assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional e técnico e tecnólogo de radiologia, além de outras profissões correlatas, também serão asseguradas nas competências específicas de cada profissão, segundo o 7º parágrafo do artigo 4.
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Valorização Cartilha explicativa sobre a atuação do Endoscopista e a importância da especialização foi distribuída durante encontro na Bahia em outubro de 2009
Endoscopista valorizado SOBED lança ação para valorizar especialistas durante o XXXV CBED sob o mote “Para o seu paciente estar em boas mãos é preciso mais que um endoscópio... é preciso ser Especialista em Endoscopia”
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om a chancela da Associação Médica Brasileira (AMB), a proposta segundo o presidente da SOBED Carlos Alberto Cappellanes, é oferecer um serviço de qualidade aos pacientes. “Queremos estimular que todos os médicos que realizam a endoscopia passem por nossa Prova de Título em Endoscopia”, explica. Além disso, a campanha reforça que o título é um atestado de competência dentro da especialidade. “A complexidade de treinamento adequado para transmitir a quantidade de conhe-
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cimentos necessários e simultaneamente adquirir a habilidade psicomotora para a realização de procedimentos endoscópicos mais complexos exige aperfeiçoamento profissional”, explica o presidente da SOBED. A prova de Título da especialidade foi realizada no dia 26 de outubro, durante o XXXV CBED. Na ocasião, os candidatos foram os primeiros a realizar um novo modelo de teste teórico com 10% de suas questões dissertativas. Ainda durante o encontro realizado na Bahia, a SOBED lançou um informativo
de quatro páginas apresentando o projeto e comentando a importância do Título de Especialista. O material explica que "procedimentos endoscópicos, tanto diagnósticos quanto cirúrgicos, exigem certificado de qualificação" e que "o advento da endoscopia representou um formidável aprofundamento nos conhecimentos teóricos e práticos da atividade médica". O título é uma das mais importantes contribuições da AMB à qualificação dos médicos, pois valoriza a carreira e diferencia o profissional que chega ao mercado de trabalho.
Música
Hobby que virou profissão Constantemente definida como linguagem universal, a música proporciona além de prazer auditivo, um importante canal de comunicação que expressa por meio de acordes, as mais complexas emoções de um compositor. O endoscopista Olinto Muniz é adepto desse canal, dividido entre a medicina e a música, aprecia e cria canções Marina Panham
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A
inda adolescente, na década de 1960, durante a febre mundial “The Beatles”, Muniz começou a se interessar por música. Fã até hoje dos rapazes de Liverpool, os considera os melhores compositores do século XX. “Eles revolucionaram os padrões musicais e influenciaram o comportamento dos jovens da época”, afirma. “O grupo foi pioneiro em técnicas instrumentais avançadas e arranjos complexos”, completa Na universidade, uniu-se a turma do Movimento Artístico Universitário, importante manifestação cultural, realizada no Rio de Janeiro, nos anos 1970. Época dos saudosos festivais de música, os compositores escreviam e interpretavam suas canções em resposta à política repressora do governo militar. Os festivais revelaram grandes nomes da Música Popular Brasileira como Chico Buarque, Elis Regina e Caetano Veloso. A escolha de sua especialização foi feita no quinto ano de faculdade sob influência de dois professores que até hoje considera seus “mestres”. Dr. Omar da Rosa Santos - professor de Clínica Médica e Nefrologia do Hospital das Clínicas Gaffreé-Guinle, atu-
almente membro da Academia Nacional de Medicina e o Dr. José Geraldo Menezes do Hospital Cardoso Fontes, ensinaram a Muniz tudo o que ele sabe sobre endoscopia. Em 1975, formado pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, iniciou sua carreira na “cidade maravilhosa”, mas a vontade de formar um serviço de endoscopia em um município que necessitasse desse tipo de atendimento fez o carioca se mudar do Rio de Janeiro para Minas Gerais há 30 anos. Chegou à Muriaé, zona da mata mineira e foi o primeiro endoscopista a se estabelecer na região, onde até hoje exerce a profissão. Membro Sobed é também o médico responsável pelo serviço de endoscopia do Hospital do Câncer de Muriaé. A proximidade com a cultura mineira e os famosos Festivais Musicais de Muriaé - conhecidos em todo o Brasil, segundo o endoscopista -, incentivaram Muniz a se profissionalizar como compositor de música sertaneja. As letras de suas canções refletem as emoções que absorve das experiências que vivencia em seu dia-a-dia. Muniz considera a criação de uma letra
Entretenimento
“Mulher Me acolhe em teus braços Igual a raiz quando abraça o chão Assim, amor eu te vejo Meu louco desejo Um coração em um milhão” “Um coração em um milhão” Olinto Muniz
“trabalhosa e desgastante”, porém a melodia “sai naturalmente” ao tocar seu violão. Quando encontra dificuldade em escrever uma letra entra em contato com seus parceiros de São Paulo que o auxiliam nas composições. “Ficamos procurando a perfeição e sempre achamos que determinada frase nunca está boa.” Antigamente, a falta de tecnologia dificultava a profissão de compositor. A produção de uma música só poderia ser concluída com o apoio das grandes gravadoras. O acesso aos equipamentos de gravação eram caros e, por isso, poucos tinham acesso. Hoje, Muniz dispõe de inúmeros recursos que facilitam suas criações. Contratado pela gravadora Sony Music, ele não precisa se locomover até os grandes centros urbanos para produzir suas músicas. Em sua casa, há um estúdio instalado, equi-
pado com computadores, instrumentos musicais e mesas de som, onde executa as percussões teclado, contrabaixo e bateria. Autodidata, aprendeu “de ouvido” a tocar violão e guitarra sem instrução musical e mais tarde cursou escola de música apenas para aperfeiçoar sua técnica. Apesar de sua área ser a MPB, a maioria de suas composições foi gravada por importantes nomes da música sertaneja como: Daniel, Chitãozinho e Xororó, Christian e Ralf, Rosa e Rosinha, Irmãs Galvão e Liu e Léo, entre outros. “Faço músicas românticas porque o sertanejo pede isso”. Nas vozes desses artistas, suas composições conquistaram os corações apaixonados do Brasil e do mundo. Há sete anos a dupla Chitãozinho e Xororó gravou uma versão em espanhol de sua composição “Chorei”. Até hoje a canção é executada na
Espanha e em Portugal. Muniz compôs mais de mil músicas e gravou cerca de cem delas no decorrer de sua vida e entre todas essas possui uma preferida que lhe rende dividendos até hoje, a canção “Um coração em um milhão”, gravada por vários artistas e sucesso na voz do cantor Daniel. O endoscopista faz música quase todos os dias e diz que precisa de um letrista, pois possui mais de uma centena de canções sem letra. “Não tenho mais o que falar, já disse tanta coisa”, brinca o compositor. Atualmente, Muniz concilia, equilibradamente, suas duas paixões: a endoscopia e a música. Durante a semana é o responsável pelo serviço de endoscopia do Hospital do Câncer de sua cidade e nos finais de semana reserva suas tardes de sábado e domingo para se dedicar à música.
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MĂŠdico S/A
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Atendimento 2.0 Tecnologias são importantes ferramentas no desenvolvimento de soluções e facilidades tanto para o dia a dia dos médicos como para o atendimento e conforto aos pacientes
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Médico S/A
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ensar na palavra ‘hi-tech’ faz com que a maioria das pessoas tenha em mente a imagem de filmes futuristas, com máquinas e robôs que dominam cidades e tecnologias que impressionam. Aos poucos essa imagem vai se dissociando em função de uma série de aparelhos digitais, celulares, netbooks, controles remotos multifuncionais e da própria familiaridade com que as pessoas – principalmente os jovens – têm com esses aparelhos. Agora você pode imaginar um ambiente hospitalar de atendimento sob esse mesmo prisma tecnológico? Sem que notemos, nosso dia a dia está repleto de tecnologias que interagem com os médicos e pacientes tornando este um consultório mais amigável e que colabore com melhores resultados dos tratamentos e consultas.
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Até bem pouco tempo, os consultórios médicos mantinham o mesmo perfil – e padrão – sem grandes novidades e transformações motivadas pela Internet. Se hoje a maioria dos pacientes ainda telefona para marcar uma consulta, fala com a recepcionista e tem que preencher um formulário ‘à mão’ com seus dados e histórico médico, em bem pouco tempo pode ser que esse tipo de rotina esteja completamente diferente. O crescimento de empresas voltadas para o desenvolvimento de tecnologias – chamadas ‘startups’ - passaram a mudar esse panorama. Já existem sistemas e estruturas que permitem visitas médicas via webcam, serviço de auxílio aos pacientes com lembretes personalizados com conselhos e dicas com base nas informações e saúde deles, plataformas que possibilitam o uso
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de mensagem instantânea para falar com médicos, preenchimento de formulários, prescrição de receitas e agendamento de consultas on-line. Tudo isso é apenas uma pequena parte das possibilidades levantadas – e que já estão em funcionamento no segmento. Apesar disso, também é natural que médicos e pacientes enfrentem dificuldades ao utilizar tais ferramentas. Desde a própria manipulação de tanta tecnologia e inovação até alguns aspectos legais relacionados aos arquivos eletrônicos e a própria privacidade dos pacientes podem ser barreiras para que esse tipo de técnica tome todo o mercado. Se de um lado tecnologia na área da saúde é sinônimo de novos medicamentos, dispositivos, drogas e procedimentos médico-hospitalares e cirúrgicos utilizados na
atenção médica, por outro, os sistemas de organização e apoio pelos quais se proporcionam esta atenção também pode ser considerados como tecnologia de ponta. Partindo desse conceito, pode-se dizer que o cuidado ao paciente ficará mais efetivo e que ocorrerá menor quantidade de perdas na qualidade da atenção. Desde a climatização do ar de maneira adequada, um bom sistema para gerenciamento dos dados de pacientes, a utilização de redes de computadores e até o uso, no caso da endoscopia de intestino delgado, de cápsulas endoscópicas, são alguns desses adventos que se tornaram imprescindíveis. “Quando falamos em climatização não nos referimos ao uso de refrigeradores que não renovam o ar do ambiente, não controlam a umidade relativa, nem ruído ou nível de pressão ambiental. O
local climatizado realmente ajuda a tornar o ambiente mais agradável. Já o refrigerador de ar não contribui com este fato uma vez que torna o ar frio e seco, causando, com o passar do tempo, ressecamento da pele e mucosas”, explica Lúcio Flávio de Magalhães Brito, da empresa Engenharia Clínica especializada em planejamento e gerenciamento de tecnologia em saúde. Para utilizar essas ferramentas e atingir os objetivos propostos, a implantação de tecnologias em qualquer ambiente – médico, hospitalar ou administrativo, por exemplo, deve-se lembrar de importante conceito que envolve duas frentes: Eficácia Tecnológica e Eficiência Tecnológica. Segundo Brito, além das características dos consultórios estarem alinhadas às necessidades e valores dos pacientes. Não adianta um consultório extrema-
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Médico S/A
mente carregado por tecnologias de ponta que não se traduzem em valor para o paciente. Daí a importância desses dois aspectos: Eficácia Tecnológica: A probabilidade de que os indivíduos de uma dada população obtenham benefícios da aplicação de uma tecnologia em saúde para a resolução de um problema determinado em condições ideais de uso. Eficiência Tecnológica: Diz-se que uma tecnologia é mais eficiente que outra quando, sua concorrente mais próxima, com igual eficácia e efetividade, apresenta maior custo. Em artigo publicado sob o título ‘Avaliação tecnológica e análise custo-benefício em saúde: a incorporação de tecnologias e a produção de diretrizes clínicas para o SUS’, Letícia Krauss Silva, do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da ENSP/ Fiocruz, ressalta que o uso racional de tecnologias, embora a
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Um consultório com inúmeras tecnologias requer cuidados desde o bebedouro de água “high tech” até o sistema de endoscopia que existe no consultório
racionalidade não seja neutra, implica a seleção de tecnologias a serem financiadas e a identificação das condições ou subgrupos em que elas deverão ser utilizadas, no sentido de tornar o sistema de saúde mais eficiente para o objetivo de proteger e recuperar a saúde da população. Para Letícia, o aumento dos custos da atenção à saúde e a necessidade de subsidiar tecnicamente a seleção de tecnologias a serem financiadas incrementou a partir de meados dos anos 1980 as atividades de avaliação tecnológica em saúde patrocinadas por governos de regiões desenvolvidas. Nesse cenário, existe grande demanda por empresas de engenharia Clínica que atuem diretamente com o desenvolvimento, planejamento, implantação e gestão de tecnologias voltadas aos consultórios e ambientes médico-hospitalares. Sendo assim, as empresas oferecem serviços que podem auxiliar os médicos a tornarem as tecnologias realmente efetivas e eficientes, contribuindo de maneira verdadeira para a melhoria dos cuidados com os pa-
cientes. Confira a seguir alguns exemplos de atuação nesse segmento: Planejamento tecnológico: planejamentos administrativos e clínicos requerem tecnologia para sua operacionalização, deste modo, o médico é auxiliado com um planejamento tecnológico mais adequado. Gerenciamento de riscos: recalls e alertas não existem somente para carros, mas para tecnologia médica também. Trabalhos como busca ativa de recall podem colocar os médicos em melhor posição frente à indústria que lhe deveria dar suporte, mas que nem sempre são efetivas nessa função. Leis e normas: até 10 anos atrás havia grande número de leis e normas para ser atendido por um EAS (Estabelecimento de Assistência à Saúde), mas hoje é praticamente impossível gerenciar estas informações de maneira não profissional. Manter um consultório em conformidade com leis e normas não é tarefa fácil para
o profissional médico sem que ele perca tempo lidando com isso. Gestão da manutenção corretiva e preventiva: um consultório que faz uso de inúmeras tecnologias requer alguém para cuidar delas sob o ponto de vista de manutenção. Não quer dizer que este alguém deva saber consertar todas elas, mas ele deve ser capaz de gerenciar todos os aspectos de manutenção de todas estas tecnologias, do bebedouro de água “high tech” ao sistema de endoscopia que existe no consultório. Incorporação de novas tecnologias: saber que existe determinada tecnologia não significa que ela vai ser bem incorporada pelo usuário. Existem estratégias que são melhores que outras e que levam a uma aderência mais bem-sucedida que sua concorrente. Para fazer uma aplicação bem feita há a necessidade de tempo, o que nem sempre está disponível para os médicos como eles gostariam. Daí a necessidade de um programa especial para utilizar e comparar tecnologias semelhantes.
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Info
Saiba como a tecnologia melhora a imagem do exame endoscópico Você já se perguntou alguma vez se poderia usar uma destas TVs de tela plana com imagem cristalina como monitor no seu videoendoscópio?
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á ficou confuso, ou já teve ímpeto homicida ao ser perguntado sobre HDTV, nova tecnologia HDMI, Blu-Ray®, como se fosse a coisa mais natural do mundo? Não se desespere, este artigo é para você! Em números anteriores já falamos alguma coisa sobre definição de imagem e como ela é formada. Tentaremos de forma resumida dar algumas dicas sobre as ligações que você poderá fazer para obter a melhor imagem. Naturalmente assumimos que você possui um vídeo endoscópio e dependendo do modelo e marca poderá tirar maior ou menor vantagem dele. Tentaremos levar o leitor um pouco além dos manuais e abordaremos algumas questões que não foram escritas, procurando expli-
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car “o que ligar aonde”, e “porque eu não vejo a imagem que eu queria ver”. Quanto àquela pergunta no começo do artigo: Sim! Você pode ligar seu videoendoscópio em uma TV de tela plana dependendo do tipo equipamento de possui. Primeiramente é necessário saber como é exibida a imagem da nossa televisão ou monitor de vídeo. Toda imagem é mostrada em linhas horizontais que são exibidas rapidamente de modo contínuo ou entrelaçado por varreduras. Quando a imagem é exibida de modo continuo ou “progressivo” recebe a letra “p”. Quando é em modo intercalado ou entrelaçado (interlaced), recebe a letra “i”. Além disso, essas imagens são exibidas um número grande de vezes por segundo, isto é, cada pixel é
desenhado muitas vezes por segundo na tela. Se isso acontecer 60 vezes por segundo, diremos que a “taxa de renovação” (ou Refresh Rate) é de 60 Hz o que acontece na maioria dos monitores. A seguir veja como interpretar os números e as siglas. Hoje, com o advento da HDTV – (HighDefinition Television), é comum a menção de resoluções como 720p e 1080p. Mas, o que isso significa? Embora pareça complicado, essas nomenclaturas simplesmente facilitam a identificação da quantidade de pixels suportada pelo dispositivo, além do uso de progressive scan ou interlaced scan. No progressive scan todas as linhas de pixels da tela são atualizadas simultaneamente. Por sua vez, no modo interlaced scan, primeiro as linhas pares recebem
Sobed - No 7 - Out/Dez - 2009 atualização e, em seguida, as linhas ímpares (ou seja, é um esquema do tipo: linha sim, linha não). Em geral, o modo progressive scan oferece melhor qualidade de imagem. Assim sendo, a letra ‘p’ existente em 720p, 1080p e outras resoluções, indica que o modo usado é progressive scan. Se for utilizado interlaced scan, a letra usada é ‘i’ (por exemplo, 1080i). O número, por sua vez, indica a quantidade de linhas de pixels na horizontal. Isso significa que a resolução 1080p, por exemplo, conta com 1080 linhas horizontais e funciona com progressive scan. Mas apenas a resolução de 1080p é considerada FullHD ou seja imagem em alta definição. Tudo o mais não é alta definição! Isso precisa ser bem entendido. A maioria das HDTVs tem entradas de vários tipos. Qual usar? Depende do tipo de SAÍDA do seu equipamento de endoscopia! Listaremos abaixo os tipos mais comuns por ordem crescente de qualidade.
Vídeo Composto (RCA- Radio Corporation of América) Esse modo é usado pelos populares conectores “vídeo in” e “vídeo out”, encontrados em videocassetes, aparelhos de TV, aparelhos de DVD e projetores de vídeo. Usualmente apresentados na cor amarela. Alguns equipamentos profissionais podem usar os mesmos cabos conectores diferentes chamados BNC (Bayonet Neill Concellman) para essa conexão. Estes terminais são assim chamados devido a sua forma de encaixe que é semelhante ao uma baioneta. Imagem muito ruim. Evite.
Vídeo Separado (S-Video) O padrão de Vídeo Separado ou S-Video, também é conhecido como Y/C e chamado incorretamente de Super-Vídeo. Este
padrão oferece melhor qualidade de imagem do que o vídeo composto (RCA). No S-Video, três fios são usados: um para transmitir a imagem em preto-e-branco ou Luminnance (Y), outro para transmitir as informações de cor ou Chroma (C) e um terceiro que é o fio terra. Daí o seu nome: vídeo separado (Separated Video). Este é um padrão ainda totalmente analógico e produz uma imagem de melhor qualidade, mas nada melhor que 480i ou 576i. Se puder evite...
Vídeo Componente ou YPbPr Neste padrão o sinal de vídeo é separado em três componentes (a razão do nome). Vídeo Componente oferece uma qualidade de imagem bem melhor do que a
Resoluções 480i
640x480
pixels
interlaced
480p
640x480
pixels
Progressive scan
720i
1280x720
pixels
interlaced
720p
1280x720
pixels
Progressive scan
1080i
1920x1080
pixels
interlaced
1080p
1920x1080
pixels
Progressive scan
do S-Vídeo sendo, na ausência de coisa melhor (DVI ou HDMI), a conexão de vídeo com melhor qualidade para ser usada em sua aparelhagem de videoendoscopia, DVD, ou seu monitor. Infelizmente, por razões ignoradas, esta conexão não é muito empregada nos videoendoscópios e monitores destinados à classe médica. Ela está disponível no seu conversor de TV à cabo/satélite, DVD e até mesmo na sua TV LCD ou plasma. A conexão de vídeo componente também é capaz de transmitir sinais progressivos ou entrelaçados de alta resolução até 1080p muito embora alguns televisores, por razões de mercado, não aceitem a reprodução de sinais em 1080p (às vezes aceitam até 1080i) pela conexão vídeo componente. Se puder use!
Vermelho, Verde e Azul (RGB) Não confundir este padrão com o anterior. A conexão RGB é um antigo padrão usado por monitores de vídeo. Ele usa o mesmo tipo de sinalização usado pelo VGA, mas
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Info
deoendoscópios é necessário especificar um monitor com suporte a HDTV. Muitos monitores, mesmo os de LCD só suportam imagens com definição de 1280x720p e isso não é alta resolução. Como estes monitores são muito caros, existe a opção de ligar a saída DVI do seu videoendoscópio em uma TV de LCD pequena por meio da entrada HDMI. Os conectores DVI podem ser facilmente convertidos em HDMI, já que o HDMI é totalmente compatível com o DVI. Existem cabos conversores facilmente encontrados no mercado.
Interface Multimídia de Alta Definição (HDMI)
em vez de usar um único cabo para transmitir todos os sinais, o padrão RGB usava um cabo separado para cada sinal com conectores BNC e as entradas (também BNC) eram rotuladas de R, G, B. Com um cabo separado, cada sinal possuía sua própria blindagem, protegendo-o contra interferências, o que não ocorre no cabo VGA. Por causa disso, a conexão RGB oferecia boa qualidade de imagem. Nos modelos de videoendoscópio mais antigos, esta era a melhor opção de conexão. Atualmente, com tecnologia mais moderna, a configuração com três cabos está caindo em desuso. Hoje, é possível encontrar o cabo RGB com todos os fios juntos e melhor blindagem fazendo com que fique muito parecido com o sistema VGA. Em TVs de LCD é comum encontrar a entrada RGB que é usada para ligar o computador.
DVI (Interface de Vídeo Digital) 34
Todos os tipos de conexões mencionadas até agora utilizam sinais analógicos. A conexão DVI é a primeira a transmitir vídeo por meio digital. Mas apenas vídeo e não o som como faz a conexão HDMI (Interface Multimídia de Alta Definição) que é atualmente muito difundida entre os usuários da HDTV. A conexão DVI está presente em vários monitores de vídeo para computador, As antigas conexões DVI podiam transmitir sinais analógicos, mas hoje estão praticamente extintas de forma que apenas as conexões DVI exclusivamente digitais sobreviveram. Esta conexão, (juntamente com a HDMI), é a única capaz de suportar imagens em alta definição, ou seja, 1920x1080p. Assim, esta é a melhor conexão para ligar o seu monitor de vídeo. Mas atenção! Verifique primeiro se o seu equipamento suporta este tipo de imagem, pois mesmo nos modernos vi-
Essa é uma conexão ainda pouco disponível em equipamentos médicos. A grande vantagem é existir apenas um cabo por onde transitam sinais de áudio e vídeo digital inclusive com suporte a Surround® e Dolby®. Outra enorme vantagem é a imensa velocidade e capacidade de transmissão podendo suportar definições que ainda nem estão em uso comercial como 2048 x 1536p com dual link. Se você tem um equipamento de HDTV, gravador de Blu-Ray® essa é a conexão certa! Especificamente para a área de videoendoscopia não há vantagem em usar o padrão HDMI, pois não é necessário a transmissão de som e o padrão DVI suporta alta definição de imagem. Alem disto os cabos HDMI ainda estão caros. Só vemos vantagem quando é necessário trabalhar com imagens em alta definição e o equipamento não dispõe de interface DVI.
Para saber mais: Aquisição e processamento de imagens endoscópicas, Brasil HA in, Colonoscopia Averbach M. Correa P., 2009, Ed. Santos
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XXXV CBED
Congresso em Salvador é sucesso XXXV CBED surpreende organizadores, atrai 25% de público a mais que o esperado e faz da cidade de Salvador cenário para as principais novidades da especialidade
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Sobed - No 7 - Out/Dez - 2009
S
alvador, BA, recebeu de 24 a 28 de outubro, o XXXV Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva (CBED) e a fama de boa anfitriã da cidade parece ter colaborado para os resultados positivos do encontro. Pela primeira vez, aproximadamente dois mil especialistas participaram das mesas-redondas, debates e aulas organizadas pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED). O número indica aumento de 50% quando comparado ao público dos anos anteriores. Segundo o presidente da instituição, Carlos Cappellanes, um mês antes do encerramento das inscrições a expectativa era aumentar em 25% o número de congressistas. “Fomos surpreendidos positivamente com o número de participantes. A
sensação é de dever cumprido”, disse na ocasião. Na opinião da endoscopista Eduarda Nassar, de Campo Grande, MS, isso acontece, pois encontros como esse são tão importantes quanto cursos de curta duração devido a troca de experiência entre os profissionais e a quantidade de informações oferecidas. Os bons resultados do encontro já podiam ser conferidos em 24 de outubro durante o pré-congresso, com os cursos: interativo de atualização em endoscopia digestiva, “teste seu conhecimento” e Hands-on. O primeiro deles, coordenado pelo endoscopista baiano Paulo Paternostro, trouxe seis módulos: “esôfago: neoplasia precoce”, “estômago: neoplasia precoce”, “vias biliares e pâncreas: neoplasias”, “cólon: neoplasia precoce”, “controvérsias em polipectomia”
e “hemorragia digestiva varicosa”. “Esses cursos nos possibilitam saber quase que instantaneamente o que nossos colegas têm desenvolvido”, comenta Paternostro. Para saber sobre o conhecimento dos profissionais, perguntas eram apresentadas antes e depois das palestras para despertar a atenção do espectador, segundo o palestrante português Manuel Liberato. “Começar a discussão com questionamentos é uma maneira muito inteligente de conversar sobre um assunto”, afirmou. Para ele, a proposta é desafiadora, pois é preciso elaborar questões claras e falar de maneira clara para que a platéia não perca o interesse. Durante “teste seu conhecimento”, os profissionais também precisaram responder a indagações, dessa vez sobre endoscopia digestiva alta, colonoscopia,
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XXXV CBED enteroscopia, urgências, mucosectomia, CPER, ANVISA e reprocessamento. Organizado em sete estações de trabalho, o Hands-on reuniu especialistas para treinamentos práticos. Entre os apresentadores do curso estava o membro da Sobed, Horus Antony Brasil, com “Gastrostomia Endoscópica suas aplicações práticas, riscos de procedimentos, Kit e indicações”. Na opinião de Brasil, este é um momento importante para a atualização dos profissionais. “Neste curso eles podem interagir e aprender com as experiências dos outros”, comentou. As vantagens desse diálogo in loco são tão importantes que houve até quem viesse de longe exclusivamente para esse pré-congresso, como a cirurgiã do aparelho digestivo, Daniele Bouhid Bertoloni, de Fernandópolis, interior de São Paulo. “É importante o contato em assuntos que não estamos tão familiarizados”, explicou. Durante o segundo dia pré-congresso, 25 de outubro, foi transmitido o III Curso Internacional Interativo ao vivo da SOBED: Endoscopia Digestiva Diagnóstica e Terapêutica com a apresentação de quatro módulos. Na sala D do Centro de Convenções da Bahia, os participantes assistiam por um telão a procedimentos realizados nas instalações do hospital Professor Roberto Santos. Dentre os especialistas convidados estavam os japoneses Hironori Yamamoto e Shinji Tanaka, o gastroenterologista norte-americano Patrick Okolo e os franceses Thierry Ponchon e Marc Giovannini. Entre os poucos minutos entre uma demonstração e outra, os profissionais trocavam experiências nos corredores do departamento de endoscopia do hospital.
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Segundo Okolo, a possibilidade de aprender e ensinar ao mesmo tempo é um dos melhores diferenciais do curso. “Essa interação é muito importante, pois antes a única maneira de adquirir conhecimento era pela leitura. Não era possível questionar o autor”, comentou. Outra vantagem do encontro, segundo o gastroenterologista, é estar ao lado de nomes que ele leu durante a faculdade. “A sensação é incrível”, afirmou. Ainda de acordo com Okolo, o encontro de gerações demonstra a evolução por qual a especialidade passou nos últimos anos. Teoria reforçada pelo endoscopista Shinji Tanaka, entusiasmado em acompanhar as novidades “mais de perto”. Para Thierry Ponchon o III Curso pode
ser resumido em dois conceitos indispensáveis para o sucesso de encontros deste porte: amizade e alta qualificação científica. O especialista francês conta que muitos dos profissionais que estavam no hospital e no Centro de Convenções trabalharam ou já estudaram juntos. “Isso facilita o processo”, conclui. Um empecilho, no entanto, é que muitos europeus ainda desconhecem a realidade da endoscopia digestiva no Brasil. “Ainda há quem os relacione com futebol, carnaval e praia, mas creio que hoje estamos redescobrindo o País”, acredita Ponchon. “Anualmente recebemos estudantes brasileiros, isso aproximou os médicos dos dois locais criando, inclusive, empenhos comuns”. Na opinião de Marc Giovannini,
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essa troca de conhecimento mantém todos atualizados e permite oferecer futuramente aos pacientes procedimentos menos invasivos, menos complicados e que exigem menor tempo de internação.
Em busca de conhecimento
A abertura oficial do congresso aconteceu na noite de 25 de outubro, e a movimentação na manhã seguinte dos participantes no hall do Centro de Convenções e a organização de filas para assistir às oficinas de aprendizagem na manhã seguinte, aumentavam a expectativa de sucesso do encontro. Segundo o presidente do XXXV CBED, Ramiro Mascarenhas, o número de salas deverá aumentar nos próximos
encontros. “Esse tipo de palestra causa grande impacto na atividade clínica e a troca de experiências é muito interessante”, afirmou. Dentre os temas apresentados durante o primeiro dia das oficinas estão “dilatações do trato gastrointestinal”, “polipectomia do cólon”, “gastrostomia endoscópica”, “papilotomia e colocação de prótese: quando e como”, técnicas para otimização da colonoscopia” e “hemostasia em cólon”. Além de “hemorragia digestiva alta varicosa” e “cromoscopia habitual”. Outros destaques do dia foram as mesasredondas, as conferências e a sessão de Temas Livres, essa última com novidades. Pela primeira vez no Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva os autores
dos trabalhos vencedores foram premiados com viagens. O melhor colocado do Tema Livre ganhou uma passagem para a Digestive Disease Week (DDW) 2010, que será realizado em Nova Orleans, EUA. Enquanto o ganhador do Vídeolivre irá, por conta da SOBED, para a Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD) 2010, em Florianópolis, SC, o do melhor Pôster participa do Simpósio Internacional de Endoscopia 2010, em Fortaleza, CE. (Veja Box) Também durante o primeiro dia de congresso foi realizado o OMED Endoscopy Diretors’ Workshop, da Organisation Mondiale d’Esndocopie Digestive. Debatendo alguns temas dedicados à “Segurança e qualidade em endoscopia”, as palestras
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XXXV CBED Premiados Primeiro Lugar Tema Livre:
Primeiro Lugar Vídeo:
Primeiro Lugar Pôster:
AO-04 Estudo Prospectivo e Randomizado so-
V-33 Uso Precoce de Poliflex Stent para Cura de
P-098 Estenose Por Doença de Crohn Mimetiza
bre Magnificação de Microlesões Colorretais:
Fístula Gástrica após Bypass Gástrico.
Síndrome da Artéria Mesentérica Superior: Diag-
Cromoscopia Virtual Versus Índigo-Carmin no
Autores: Josemberg Marins Campos; Luis
nóstico Diferencial Por Enteroscopia de Balão
Diagnóstico Diferencial de Lesões Neoplásicas e
Fernando Lobato Evangelista; Luciana Teixeira
Único.
não-Neoplásicas.
de Siqueira; João Paulo Martins; Diego Awruch;
Autores: Milena Santana Girão; Adriana Vaz Safa-
Autores: Carlos Eduardo Oliveira dos Santos;
Manoel Galvão Neto; Álvaro Antônio Bandeira
tle-Ribeiro; Felipe Frota Macatrão Costa; Eduardo
Daniele Malaman.
Ferraz; Edmundo Machado Ferraz.
Guimarães Hourneaux de Moura; Paulo Sakai.
Cinco melhores temas livres 1.º Estudo Prospectivo e Randomizado sobre Magnificação de Microlesões Colorretais: Cromoscopia Virtual Versus Índigo-Carmin no Diagnóstico Diferencial de Lesões Neoplásicas e Não-Neoplásicas. Carlos Eduardo Oliveira dos Santos;Daniele Malaman. 2º Sangramento Gastrointestinal Obscuro: Importância da Enteroscopia. Adriana Vaz Safatle-Ribeiro; Fábio Shiguehissa; Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura; Paulo Sakai. 3º Mucosectomia com Alça Monofilamentar no Tratamento do Câncer Precoce de Esôfago. Dalton Marques; Gustavo Melo Benevides; João Paulo Aguiar Ribeiro; Eduardo Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura; Edson Ide; Sérgio Eiji Matuguma; Elisa Ryoka baba; Marcos Eduardo Lera dos Santos; Paulo Sakai. 4º Tumores Císticos Mucinosos: Estudo Comparativo entre Ultrassom Abdominal (US), Tomografia Computadorizada helicoidal (TC), Ressonância Magnética (RM) e Ecoendoscopia para o Diagnóstico Diferencial. Matheus Degiovani; José Celso Ardengh; José Flávio Coelho; Djalma Coelho; Ricardo Anuar Dib; Jerusa dos Santos Reis; Hélcio Pedrosa Brito. Artur A. Parada. 5 º Tratamento Endoscópico da Ascite Pancreática. Matheus Degiovani; Djalma Coelho; José Flávio Coelho; José Celso Ardengh; José Eduardo Manso; Artur A. Parada; José Marcus E. Eulálio; Antônio A. Peixoto.
Três melhores vídeos 1º Uso Precoce de Poliflex Stent para Cura de Fístula Gástrica após Bypass Gástrico. Josemberg Marins Campos; Luis Fernando Lobato Evangelista; Luciana Teixeira de Siqueira; João Paulo Martins; Diego Awruch; Manoel Galvão Neto; Álvaro Antônio Bandeira Ferraz; Edmundo Machado Ferraz. 2º Ecoendoscopia na Lesão Gigante Mediastinal: Relato de um Falso Landmark Subcarinal. MARCO Antonio Ribeiro Camunha; Lucio Giovanni Battista Rossini; Osvaldo Massatoshi Araki; Fernanda Prata Martins. 3º Necrose Esofageana Aguda: Relato de Caso. Joana Albrecht Bonomo; Ana Luiza Araujo Oliveira; Ana Carolina Maron Ayres; Carlos augusto Mello; Leonardo J. Lafayette Souza; Rafael Diniz Godinho; Rosana Ciuffo; Mauro Guimarães. Os outros 02 Vídeos selecionados para a Sessão Especial que não receberam notas foram: V-30 Obliteração de Pseudoaneurisma de Artéria Esplência Guiada por Ecoendoscopia. Felipe Frota Macatrão-Costa; Dalton Marques Chaves; Gustavo Oliveira Cruz; Gustavo Melo Benevides; Sérgio Eiji matuguma; Edson Ide; Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura; Marcos Eduardo Lera dos Santos; Paulo Sakai. V-39 Recanalização Endoscópica do Hepatocolédoco após Ligadura Completa Secundária a Colecistectomia – uma nova técnica. Ricardo Sato Uemura; Everson Luis de Almeida Artifon; Ricardo Sato Uemura; Dayse Aparício; Carlos Kiyoshi; Furuya Júnior; Renato Baracat; Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura; Paulo Sakai.
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foram presididas pelo especialista britânico Bjorn Rembacken, e uma das discussões que chamou a atenção do público foi “Garantia de Qualidade” do também inglês Irving Waxman. Segundo Rembacken, debater esse tema é muito importante atualmente. “Almocei em uma rede internacional de fast-food, onde o hambúrguer tem o mesmo sabor do que o servido em meu país”, comentou. “Será que a endoscopia praticada em Salvador é a mesma de outros lugares do mundo?”, quis saber o especialista. A comparação acontece, segundo ele, pois essa padronização também é garantia de qualidade. Para Waxman, no sistema de saúde os endoscopistas são os que mais necessi-
tam de um programa de garantia de qualidade. “Isso torna o trabalho muito mais seguro”, disse. “Além de reduzir o tempo de espera do paciente e oferecer procedimentos de melhor qualidade.” Além das palestras, os participantes foram atraídos pela Prova de Título de Especialista da SOBED e pelos encontros paralelos VI Hepgastro e IV Fórum de estudos estratégicos em endoscopia digestiva. Mesas-redondas, conferências e oficinas de aprendizagem também ocuparam a agenda dos participantes do XXXV CBED durante o segundo dia do encontro. Um dos destaques foi a mesa-redonda interativa “Hemorragia digestiva alta varicosa: abordagem endoscópica”, presidida pelo
cearense Ricardo Rangel de Paula Pessoa e moderada por seu conterrâneo Juarez Alves Sampaio que apresentou a última palestra antes da discussão; “Abordagem Endoscópica no Ressangramento Esôfago-Gástrico Precoce”. De acordo com Sampaio, antes de começar o tratamento o endoscopista deve saber com que tipo de paciente está lidando para definir quais serão os seus limites. “Devemos nos lembrar que não somos Deus e que cuidamos das consequências e não das causas”, comentou. Para exemplificar o caso, ele comparou o sangramento com uma represa cheia de água por causa da chuva e que está vazando; “é aí que atuamos, cuidamos desse escoamento”.
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Ética
Acompanhante em procedimentos endoscópicos Embora importante na condução segura do paciente na volta para casa, cabe ao médico decidir se acompanhante deve ou não assistir o procedimento.
N
o caso específico de procedimentos endoscópicos digestivos, que são realizados na sua imensa maioria sob sedação, o grande, necessário e importante papel exercido pelo acompanhante é o de conduzir em segurança o paciente de volta para seu local de origem, habitualmente sua residência, e estar esclarecido sobre quais atitudes tomar no caso de uma eventual intercorrência após a alta médica. Não há nenhuma norma legal que obrigue o acompanhante a assistir a qualquer ato médico, o que implicaria em desrespeito a seus direitos; não há norma legal que obrigue o paciente legalmente capaz a abrir mão da sua privacidade, em qualquer ato médico, em favor do seu acompanhante;
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da mesma forma, não há norma legal que obrigue o médico permitir a presença do acompanhante em salas de procedimentos médicos. As eventuais exceções, por liberalidade ou mesmo por necessidade, apenas confirmam a regra geral. Como prevê o Código de Ética Médica, ao médico é dado o direito de recusar atendimento a paciente quando o mesmo não for de caráter de urgência ou emergência ou ainda quando não houver outro profissional disponível. Por que então seria obrigado a aceitar o acompanhante na sala de procedimentos endoscópicos? Seria lícito, lógico e prudente um acompanhante, ou vários, serem observadores em salas de centro cirúrgico por mais simples que o ato médico possa parecer? Há mui-
tas implicações a serem consideradas no complexo sistema de atendimento à saúde. Ao médico cabe decidir a pertinência da solicitação e esclarecer previamente sua postura. Ao paciente, e também ao acompanhante, cabe o direito de aceitar ou não tão logo os esclarecimentos tenham sido prestados. Salvo melhor juízo, esse é nosso parecer.
* Vera H. A. F. Mello Presidente da Comissão de Ética da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva - SOBED
A agência oficial da IX SBAD 2010, responsável pela venda de passagens aéreas e hotéis é a Açoriana Turismo. Açoriana Turismo (48) 3251.3939 www.acoriana.com.br
AMB
Clima, Poluição e Medicina
E
m setembro de 2009, a Associação Médica Brasileira (AMB) participou de um encontro, organizado pela Associação Médica Mundial (WMA em inglês), para sugerir estratégias adaptativas que possam diminuir os impactos à saúde causados pelo aquecimento global. A reunião ocorreu em Copenhague (Dinamarca) motivada pela Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), que acontece em dezembro. O planeta já apresenta vários sinais e sintomas de doença. Febre Progressiva, pelo
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aquecimento da Terra; dependência física de petróleo; obesidade, por consumirmos energia em excesso; dispneia pela contaminação da atmosfera por poluentes; obstrução arterial difusa, por congestionamentos intermináveis; insuficiência renal, por não conseguirmos eliminar adequadamente os nossos resíduos; diabetes, caracterizado pela incapacidade de aproveitar plenamente as fontes energéticas que dispomos. Exames mais detalhados revelariam tremores de terra ocasionais, edema pela elevação dos mares e chuvas torrenciais, alopécia por desmatamento, obstipação pelo despejo de esgoto nos rios e, por que não confessar, flatulência, eliminada de tempos em tempos, indiscreta e despudoradamente, sob a forma de tornados e tufões. Acrescenta-se a tudo confusão mental, que nos impede de avaliar adequadamente a gravidade da situação. Finalmente, temos que admitir impotência ante a este estado de coisas. É imperativo que os profissionais da saúde tenham uma atitude mais ativa, auxiliando na elaboração de ações voltadas à sustentabilidade, que deveriam obedecer aos seguintes parâmetros: esclarecimento aos pacientes, exemplos, parcerias, limites, ética e coragem. Os pacientes devem ser informados que medidas voltadas para adoção de práticas com menor demanda energética promovem benefícios imediatos e significativos à saúde daqueles que as adotam. Atividades como caminhar e andar de bicicleta dimi-
Agende-se
nuem o risco de doenças cardiovasculares. Ao reduzir o consumo de energia dentro de casa e incentivar o hábito nos locais de trabalho, os médicos exercem liderança pelo exemplo. É possível agir como parceiros da sociedade civil propondo ações de mitigação das emissões de poluentes e adaptação ante aos impactos ambientais. Os médicos devem promover o conceito de limites responsáveis do uso de energia, expor claramente as questões de ética
ambiental e mostrar que as alterações da atmosfera afligem com maior intensidade os segmentos menos favorecidos da sociedade. Finalmente, há que se robustecer a coragem para enfrentar o futuro debate no campo das ideias e da litigância com importantes setores da economia e da política. A respeitabilidade nos confere obrigação para agirmos. Caso não iniciemos o processo agora poderemos, mais tarde, sermos culpados do pecado da omissão.
* Paulo Saldiva, médico, chefe do Serviço de Patologia do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do Instituto Nacional de Análise Integrada do Risco Ambiental do Conselho Nacional de Pesquisas * José Luiz Gomes do Amaral, médico, professor titular da disciplina de anestesiologia da Unifesp e presidente da Associação Médica Brasileira
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Radar Tempero indiano contra o câncer Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Cork Center Research Center (Irlanda) revelou que um componente químico presente no tempero indiano curry pode contribuir na elaboração de novos tratamentos para a cura do câncer de esôfago. A curcumina, componente químico testado para tratar artrite e demência, começou a matar células cancerosas em um breve período de 24 horas. O diretor
da organização britânica Cancer Research UK, Lesley Walker, declarou que “a incidência de câncer do esôfago aumentou em mais de 50% desde os anos 70 e isto estaria ligado ao aumento da taxa de obesidade, consumo de álcool e doença do refluxo”. Segundo Walker “descobrir formas de evitar o desenvolvimento desse tipo de câncer é importante".
A dieta da longevidade
Síndrome Metabólica
Endocrinologia da Estética
A revista científica "Journal of the American Medical Association" publicou estudo de pesquisadores espanhois sobre os benefícios da Dieta Mediterrânea para a saúde do homem. Composta por frutas, cereais, peixes, vinho e azeite de oliva, além de evitar doenças cardíacas e câncer, a dieta auxilia na prevenção da depressão. A equipe das universidades de Las Palmas e Navarra monitorou 10.094 adultos saudáveis durante quatro anos. O estudo constatou que pessoas adeptas a este tipo de alimentação têm 30% menos chances de desenvolver quadros de depressão. Durante a pesquisa foram identificados 480 novos casos de depressão, 156 nos homens e 324 nas mulheres. De acordo com o pesquisador Miguel MartinezGonzalez, da Universidade de Navarra, os resultados terão de ser confirmados em estudos mais longos e com mais participantes, mas o atual estudo encontrou uma forte associação inversa entre a dieta mediterrânea e depressão.
Pesquisa realizada pelo Kaiser Permanente (EUA) revelou que mulheres com filhos possuem maior probabilidade de desenvolver Síndrome Metabólica. No início, as 1.451 participantes de 18 a 30 anos não eram mães, após serem monitoradas por duas décadas, das 359 mulheres que engravidaram, 259 apresentaram a síndrome. Após ajustes estatísticos foi descoberto que uma gravidez saudável aumenta em 30% o risco de obter a Síndrome Metabólica, duas ou mais gestações elevam em 60%. O risco dobrou em mulheres que tiveram diabetes gestacional. De acordo com os pesquisadores, as alterações metabólicas da gravidez acontecem devido ao acúmulo de gordura visceral. A Síndrome Metabólica é um conjunto de fatores de risco que desenvolve doenças cardiovasculares, vasculares e diabetes. Associada à obesidade, surge em consequência da falta de alimentação adequada e de exercícios físicos.
Evidências científicas em aspectos estéticos de transtornos endócrinos e metabólicos foi o tema principal do 1º Simpósio de Endocrinologia da Estética que reuniu endocrinologistas, dermatologistas e cirurgiões plásticos no dia 7 de novembro, na Academia Nacional de Medicina (ANM), no Rio de Janeiro. O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dr. Ricardo Meirelles, feliz em ver a Endocrinologia a frente, parabenizou o idealizador do evento, Dr. Luiz César Povoa, presidente da Comissão de História da Endocrinologia da SBEM, pela iniciativa. Com o apoio da SBEM e ABESO, o encontro organizado abordou assuntos como: Impacto Estético de Terapias Hormonais, Benefícios da Terapia de Reposição Hormonal na Menopausa (TRHM) para a estética feminina, Testosterona: Indicações e Abusos, entre outros.
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Cerveja é benéfica para o metabolismo Estudo apresentado no Chile pelo Instituto de Ciências da Faculdade de Medicina Clínica Alemã-Universidade do Desenvolvimento revela que a cerveja diminui o estresse e melhora a eficiência do metabolismo diante de dietas ricas em gorduras. Pesquisadores afirmam que o consumo responsável é de duas latas ou 0,7 litro por dia. Para avaliar os efeitos da cerveja, pesquisadores deram a um grupo de ratos de laboratório dez gotas diárias de cerveja durante três meses, enquanto outro grupo teve sua dieta mantida normalmente. Após o período, os ratos passaram por um estresse controlado. O grupo que consumiu a quantidade “responsável” de cerveja apresentou menores níveis de excitação emocional que o grupo que não havia consumido.
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Radar Nutrologia e Obesidade na APM Com o intuito de promover debate sobre os novos tratamentos para obesidade, o Departamento de Nutrologia da Associação Paulista de Medicina (APM), realizou no dia 19 de novembro o encontro "Nutrologia e Obesidade". Os principais tratamentos abordados foram os novos produtos dietoterápicos que proporcionam a maior queima de
calorias (gordura); e a prescrição de medicamentos antiobesidade de acordo com as resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), que proíbe a indicação simultânea de drogas moderadoras de apetite com outros que tenham a finalidade de emagrecimento.
Vídeocirurgia no SUS de Cuiabá
Transplante de intestino no Brasil
As cirurgias de aparelho digestivo de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) de Cuiabá poderão contar com o recurso da vídeocirurgia. A inovação é fruto de um convênio entre a Secretaria de Saúde de Cuiabá (SMS) e o Programa de Residência do Hospital Santa Helena. De acordo com o médico Cervantes Caporossi, "quando o procedimento é feito por vídeocirurgia, quase não há cicatriz, além disso, o paciente recebe alta no mesmo dia e sua recuperação é mais rápida". Caporossi acredita que o convênio foi o primeiro passo para a ampliação dos serviços oferecidos aos pacientes do SUS e que o número de vídeocirurgias, que inicialmente será realizado uma vez a cada semana, deve aumentar com o passar do tempo.
A realização de transplantes de intestino, em centros especializados, foi autorizada pelo Ministério da Saúde, sob financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS). O procedimento é autorizado nos Estados Unidos desde 2000 e até então nem os hospitais privados do Brasil podiam fazer esse tipo de transplante, devido a complexidade e o alto custo. O Hospital das Clínicas, de São Paulo, será o responsável pela implantação em caráter experimental do projeto-piloto, a previsão é de que pacientes comecem a ser operados no primeiro semestre do ano que vem.
Endocrinologia e Metabologia no Norte-Nordeste
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O I Congresso Norte-Nordeste de Endocrinologia e Metabologia foi realizado de 9 a 11 de outubro no Rio Grande do Norte. Organizado pela SBEM Regional Rio Grande do Norte e apoiado por todas as diretorias das Sociedades Brasileiras de Endocrinologia e Metabologia regionais do Norte e do Nordeste. O evento, que visa retomar o projeto da Jornada Norte Nordeste de Endocrinologia e Metabologia, tem como mentores os doutores Professor Thomaz Cruz (BA) e Professor Alcides Temporal (PE).
Dia Mundial do Diabetes Em comemoração ao Dia Mundial do Diabetes - 14 de novembro - a fachada do Hospital Unimed JP, da Paraíba, foi iluminada com a cor azul. A campanha realizada em vários países visa chamar a atenção da sociedade para os problemas causados pelo diabetes. A cor azul é uma referência ao símbolo da Organização das Nações Unidas
(ONU) que em 2006 afirmou que a diabetes é uma doença que ameaça a saúde mundial. No ano passado, mais de 500 instituições espalhadas em vários países do mundo, aderiram à campanha e iluminaram de azul as fachadas de seus prédios. O Hospital Unimed JP recebeu a iluminação especial pelo terceiro ano consecutivo.
Agende-se
Agenda SOBED
Confira, na relação abaixo, os principais eventos nacionais e internacionais ligados à gastroenterologia e à endoscopia digestiva a serem realizados nos próximos meses:
I Congresso Internacional De Cardiologia, Metabolismo E Trombose (ICMTC)
Digestive Disease Week 2010
Data: 20 a 23 de janeiro de 2010 Local: São Paulo – SP
Data: 1 a 5 de maio de 2010 Local: New Orleans – EUA Site: www.ddw.org
2010 Gastrointestinal Cancers Symposium
XIX Semana do Fígado do Rio de Janeiro
Data: 22 a 24 de Janeiro de 2010 Local: Orlando, FL Site: www.gicasymposium.org/gicasymposium
Data: 20 a 22 de maio de 2010 Local: Rio de Janeiro – RJ
12th World Congress of Endoscopic Surgery & SAGES Data: 14 a 17 de abril de 2010 Local: Landover - EUA Site: www.12thworldcongress.org
√ Oficinas SOBED Ligadura 9 e 10 de abril de 2010 - Hospital Ipiranga
Dilatação 23 e 24 de julho de 2010 - Santa Casa de Misericórida de São Paulo
Gastronomia 17 e 18 de setembro de 2010 - Escola Paulista de Medicina A SOBED dará continuidade ao “Projeto Oficinas” que destina-se aos colegas endoscopistas com pouca experiência ou que realizam com pouca frequência procedimentos terapêuticos. Este ano serão realizados os seguintes módulos: Ligadura elástica e escleroterapia - Hospital Ipiranga, Gastrostomia endoscópica - Escola Paulista de Medicina, e o de Dilatações - Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Cada módulo é dividido em dois dias: começando na sexta-feira com aulas teóricas e exames práticos em bonecos (hands-on), e no sábado o exame terapêutico em paciente com a supervisão de preceptores. Serão apenas 10 vagas, restritas aos associados Titulares e/ou com Área de Atuação, quites com a entidade. As inscrições poderão ser feitas pelo site da SOBED.
√ Cursos Educação Continuada em Endoscopia Digestiva
19 e 20 de março de 2010 14 e 15 de maio de 2010 06 e 07 de agosto de 2010 01 e 02 de outubro de 2010 Este ano o Curso Continuado Hospital Ipiranga - SOBED, será realizado em 04 módulos: I -Esôfago, II - Estômago, III -Intestino delgado e grosso, IV - Vias biliares, Cápsula e Eco endoscopia. Porém a programação do curso será um pouco diferente, com o intuito de proporcionar aos participantes um formato mais dinâmico. Assim, realizaremos concomitantemente as aulas teóricas com os procedimentos “ao vivo” sôbre os temas a serem abordados e isto fará com que o participante, após reciclar a parte teórica e os temas mais atuais, poderá assistir e discutir o procedimento “ao vivo” em questão. O curso será realizado em dois dias, sempre ás sexta-feiras e aos sábados, com vagas limitadas, e as inscrições poderão ser feitas pelo site da SOBED.
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Calendário JANEIRO
D 3 10 17 24 31
S 4 11 18 25
T
Q
5 12 19 26
6 13 20 27
FEVEREIRO
Q
S
S
7 14 21 28
1 8 15 22 29
2 9 16 23 30
1 - Confraternização Universal
D 7 14 21 28
S
T
Q
Q
S
S
1 8 15 22
2 9 16 23
3 10 17 24
4 11 18 25
5 12 19 26
6 13 20 27
Q
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S
S
7 14 21 28
1 8 15 22 29
2 9 16 23 30
3 10 17 24
16 - Carnaval
ABRIL
MARÇO
D
S
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7 14 21 28
1 8 15 22 29
2 9 16 23 30
3 10 17 24 31
4 11 18 25
5 12 19 26
6 13 20 27
D 4 11 18 25
S 5 12 19 26
T 6 13 20 27
2 - Sexta-feira da Paixão 21 - Tiradentes
MAIO
D 2 9 16 23 30
S 3 10 17 24 31
T 4 11 18 25
Q 5 12 19 26
JUNHO
Q 6 13 20 27
S
S
7 14 21 28
1 8 15 22 29
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6 13 20 27 3 - Corpus Christi
1 - Dia do Trabalho
Feriados nacionais
D
Eventos (ver página 49)
S
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7 14 21 28
1 8 15 22 29
2 9 16 23 30
3 10 17 24
4 11 18 25
5 12 19 26
2009 foi um ano de muitos bons resultados e n贸s da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) esperamos que 2010 seja ainda melhor, repleto de conquistas, sucesso e que todos seus projetos se tornem realidade. Assim, a SOBED deseja a todos que o Natal e o Ano Novo sejam o come莽o de um caminho rumo ao crescimento, baseado no amor, na paz, solidariedade e companheirismo.
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