Revista SOBED 09

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Nº 9 - Abr/Jun - 2010

Integração necessária Simpósio internacional no Ceará mostra o potencial brasileiro de troca científica entre regiões e mundialmente

DNA Ricardo Rangel de Paula Pessoa Especial Os 35 anos da SOBED



Sobed - No 9 - Abr/Jun - 2010

Índice

Nº 9

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12:36:

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Secretaria...........................................................................................................5 Diretoria e Comissões.....................................................................................8 Estaduais ...........................................................................................................9 Rede SOBED..................................................................................................10 SOBED Em Casa...........................................................................................11 Acontece .........................................................................................................12

DNA............................................................................................ 14 Gastronomia.............................................................................. 17 Especial....................................................................................... 20 Esporte........................................................................................ 24 Capa............................................................................................. 28 Médico S/A................................................................................ 37 Info............................................................................................... 40 Ética ............................................................................................ 43 Crônica . ..................................................................................... 44 Radar .......................................................................................... 47 AMB............................................................................................ 49

Confira a primeira matéria de uma série comemorativa aos 35 anos da SOBED, com a retrospectiva histórica da Sociedade. Pág. 20 3


Editorial

resultados inclusive da constante evolução tecnológica,

Dr. Carlos Alberto Cappellanes, presidente da SOBED Nacional, gestão 2008-2010

sem deixar o fator humano de lado. Dentre as novidades, desponta no cenário brasileiro o SpyGlass, mesmo sem previsão de chegada oficial ao País. O aparelho permite realizar procedimentos como colangioscopia ou pancreatoscopia com apenas um operador. Também chamaram atenção as próteses biliares desenvolvidas em parceria com uma empresa nacional, por oferecerem bons resultados e serem de fácil colocação. São situações antagônicas, mas que deixam clara a capacidade

Do micro ao macro Em 2010 a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) completa 35 anos de atividades. O aniversário será abordado nas páginas da Revista SOBED. A primeira

brasileira dentro do contexto endoscópico mundial.

Boa leitura! O Presidente

parte de nossa história é contada por nosso ex-presidente Glaciomar Machado. Ele narra as iniciativas que deram origem à instituição e os desafios enfrentados para reunir os interessados na especialidade. Agregar endoscopistas em torno da troca de experiências tem sido nossa motivação

expediente

para organizar encontros, como o 4º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva. Realizado entre os dias 3 e 4 de junho, em Fortaleza (CE), e organizado conjuntamente com Ricardo Rangel de Paula Pessoa, o evento reuniu aproximadamente 200

É uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) distribuída gratuitamente para médicos. O conteúdo dos artigos assinados é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião da SOBED. Tiragem de 3.000 exemplares.

participantes. E trouxe palestrantes de peso, de diversas regiões brasileiras, além de dois estrangeiros: o belga Pierre Deprez e o costa-riquenho Herbert Burgos. Essa edição do Simpósio teve como pano de fundo um debate sobre o fenômeno mundial da regionalização e da padronização de problemas em saúde; fatores que estimulam a descentralização científica. Mas para que isso aconteça de maneira efetiva, é necessário diálogo e integração entre os especialistas. Além disso, foram discutidas as possibilidades de aperfeiçoar procedimentos,

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Jornalista responsável: Roberto Souza (Mtb 11.408) Editor-chefe: Fábio Berklian | Editor: Faoze Chibli Reportagem: Thiago Bento | Rodrigo Moraes Amanda Campos | Marina Panham Fluxo de anúncios: Caroline Frigene | Projeto Gráfico: Ivan Lopes Diagramação:Leonardo Fial | Luiz Fernando Almeida | Felipe Santiago Foto da capa: Davi Farias Rua Cayowaá, 228 - Perdizes São Paulo -SP - CEP: 05018-000 Fones: (11) 3875-5627 / 3875-6296 e-mail: rspress@rspress.com.br site: www.rspress.com.br Anúncios: (11) 3875-6296 / 5627 rspress@rspress.com.br


Por dentro da Sobed

Secretaria

SOBED em festa A SOBED está prestes a comemorar 35 anos de existência. Sua história está baseada em conquistas e avanços na endoscopia brasileira. Como forma de celebrar esta importante data, será lançado, no dia 25 de julho, o Dia do Endoscopista, com uma série de ações em prol da espe-

o lançamento do logo de 35 anos

cialidade. Está no ar, desde março,

da Sociedade, que faz parte de uma

o Blog do Dia do Endoscopista,

grande campanha de valorização

um canal criado pela SOBED para

do especialista em endoscopia. Em

a integração entre os especialistas.

breve você saberá de tudo o que está

Outro fato que marca a ocasião é

sendo preparado. Fique atento.

Especialização em Endoscopia O Centro de Treinamento IPIRANGA / SOBED / OLYMPUS - CTPEA irá realizar este ano as seguintes atividades já definidas:

17 e 18/09: Oficina colocação e retirada de balão intra-gástrico

23 e 24/07: Oficina ligadura elástica

Coordenação Drs. Artur Adolfo Parada, Jimi Izaques Bifi Scarparo, Ricardo Anuar Dib e Thiago Festa Secchi.

06 e 07/08: III Curso continuado teórico prático de endoscopia digestiva - OLYMPUS/SOBED/IPIRANGA Módulo - ESTÔMAGO

Curso Teórico-Prático Eco-Endoscopia: durante 12 meses, com frequência mensal, às quintas, sextas e sábados de cada mês, com certificado no final do curso e apoio

da SOBED. Coordenação dos Drs. Jose Celso Ardengh e Ricardo Anuar Dib. (data de início a ser definida) Curso Teórico Prático Enteroscopia: durante 12 meses, com frequência mensal, às sextas e sábados, com certificado no final do curso e apoio da SOBED. Coordenação da Dra. Adriana Costa Genzini e Dr. Ricardo Anuar Dib. (data de início a ser definida)

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Secretaria Solicite seu diploma Como forma de valorizar os endoscopistas associados à entidade, a SOBED elaborou um diploma para seus titulares. Confeccionado em pergaminho, pode ser solicitado diretamente pelo site www.sobed.org.br. O custo para aquisição é de R$ 195,00, a ser pago via boleto bancário. Peça já o seu!

Revista Endoscopy Os interessados em assinar ou renovar suas assinaturas da Revista Endoscopy para o ano de 2010 devem acessar o site da SOBED, www.sobed.org.br, e clicar sobre o link “Revistas”. Depois, ao sele-

SOBED DIGITAL Confira as novidades do SOBED DIGITAL. Um programa de atualização médica a distância em que os eventos de maior destaque no cenário nacional são gravados e disponibilizados em CD e/ou DVD. Para adquirir, basta acessar o site www.sobed.org.br, preencher a ficha de compra e pagar o boleto bancário que é gerado em seguida. Confira ao lado a programação disponível.

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cionar a opção “Revista Endoscopy”, podem então efetuar a solicitação. Automaticamente, o sistema irá gerar um boleto bancário para o pagamento da assinatura. E, na sequência, a revista

Curso Internacional da SOBED 2.007 CD-1 1 – A flood of endoscopic innovations: hits or misses? Anthony Axon (Inglaterra) 2 – Endoscopic submucosal dissection for early gastric câncer. Technical aspects, feasibility and management of complications Ichiro Oda ( Japão) 3 – Endoscopic ressection for early gastric cancer. Results in Japan Ichiro Oda ( Japão) 4 – Endoscopic therapy of chronic pancreatitis and its complications Klaus Mönkemüller (Alemanha)

passa a ser enviada para o endereço cadastrado no site da Sociedade. Vale lembrar, também, que todos os assinantes da prestigiada revista internacional terão direito ao acesso online.

Curso Internacional da SOBED 2.007 CD-2 1 – Double Balloon enterocopy: the small bowel and beyond (ERCP, colonoscopy, post-surgical anatomy) Klaus Mönkemüller (Alemanha) 2 – Short segments of columnar metaplasia at GE junction René Lambert (França) 3- Cápsula endoscópica no SGIO Luiz Ernesto Caro (Argentina) 4 – Novas propostas para exames do cólon e reto, incluindo a cápsula colonoscópica. Haverá impacto no rastreamento? Artur Parada (Brasil) DVD – Curso ao vivo Opção 1 – 1h 04min 1 - Enteroscopia Adriana Vaz S. Ribeiro

2 - Balão Endoscópico Artur A. Parada DVD – Curso ao vivo Opção 2 – 1h 53min 1 - Dilatação Esofágica Cleber Vargas 2 - CA Esofágico Superficial Marcio M. Tolentino 3 - Controle de Varizes esofágicas Luiza Romanello 4 - Ultrassom Endoscópico Jose Celso Ardengh DVD – Curso ao vivo Opção 3 – 1h 40 min 1 - Megaesôfago Renato Luz Carvalho 2 - G.I.S.T José Celso Ardengh


Por dentro da Sobed

Anuidade 2010 Como benefício para você,

entanto, é importante atualizar mir os recibos das anuidades já

Associado, a SOBED está

seus dados cadastrais junto

pagas. O acesso é www.sobed.

enviando as anuidades por

à SOBED. Acesse o site para

org.br/área médica/seção

e-mail. Desta forma, será mais

atualizar seu cadastro e apro-

associados, no link “Anuidades

fácil efetuar o pagamento para

veite para verificar sua situação e Boletos”. Qualquer dúvida,

ter acesso aos serviços que a

financeira. Também por meio

entidade oferece. Para isso, no

de nosso site, é possível impri- contato@sobed.org.br

3 - Balão intragástrico José Celso Ardengh 4 - Controle de Varizes pós-ligadura Renato Carvalho Curso de Colonoscopia 2009 – DVD 1 e 2 Módulo I Modalidades de Cresimento da Neoplasia Intra-mucosa Classificação Morfológica das Lesões Neoplásicas Colônicas Classificação Histopatológica das Lesões Neoplásicas Módulo II O vídeo-endoscópio moderno Estratégia do Diagnóstico em Colonoscopia Módulo III O Tratamento Endoscópico das

Lesões Neoplásicas Resultado do Tratamento Endoscópico Modulo IV Colonoscopia e Prevenção do Câncer Exames de Vigilância Curso Interativo de Atualização em Endoscopia Digestiva 2009 Módulo I – Esôfago : Neoplasia Precoce Módulo II – Estômago: Neoplasia Precoce Módulo III – Vias Biliares e Pâncreas Módulo IV – Cólon: Neoplasia Precoce Módulo V – Controvérsias em Polipectomia Módulo VI – Hemorragia Digestiva Varicosa

entre em contato pelo e-mail

Selo de especialista Em reconheciSELO DE QUALIDADE DO ESPECIALISTA mento ao médico especialista em Endoscopia Digestiva ou em Endoscopia, assoSOCIEDADE BRASILEIRA DE ciado à SOBED, ENDOSCOPIA DIGESTIVA foi criado o Selo de Especialista e também o Selo para Certificação - utilizado para referendar os laudos emitidos na especialidade. Eles são emitidos aos associados da entidade quites com as anuidades e podem ser solicitados pelo site: www.sobed.org.br.

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Diretoria e Comissões Diretoria Nacional Presidente: Carlos Alberto Cappellanes Vice-Presidente: Carlos Alberto da Silva Barros Secretários: Ricardo Anuar Dib Fabio Segal Tesoureiros: Pablo Rodrigo de Siqueira e Ciro Garcia Montes

Comissões Estatutárias Comissões Eleitoral, de Estatutos, Regimentos e Regulamentos Presidente: Antonio Gentil Neto Herbeth José Toledo Silva Lívia Maria Cunha Leite Nilza Maria Lopes Marques Luz Saverio Tadeu de Noce Armellini Sergio Luiz Bizinelli Comissão de Admissão e Sindicância Presidente: Ricardo de Sordi Sobreira Antonio Henrique de Figueiredo Carlos Aristides Fleury Guedes Fabio Marioni Roberto Palmeira Tenório Comissão Científica e Editorial Presidente: Marcelo Averbach Adriana Vaz Safatle-Ribeiro Carlos Eugenio Gantois Flavio Hayato Egima Huang Ling Fang Kleber Bianchetti de Farias Marcos Bastos da Silva Ramiro Robson Fernandes Mascarenhas Walnei Fernandes Barbosa Comissão de Ética e Defesa Profissional Presidente: Vera Helena de Aguiar Freire de Mello Arnaldo Motta Filho Francisco José Medina Pereira Caldas Oswaldo Luiz Pavan Junior Plinio Conte de Faria Junior Paulo Afonso Leandro Comissão de Avaliação e Credenciamentos de Centros de Ensino e Treinamento Presidente: Paulo Roberto Alves Pinho Daniel Moribe Gildo Barreira Furtado Giovani Antonio Bemvenuti Walton Albuquerque

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Comissão de Título de Especialista e sua Atualização Presidente: Jairo Silva Alves Dalton Marque Chaves Geraldo Ferreira Lima Junior Gilberto Reynaldo Mansur Luiz Felipe de Paula Soares Luiza Maria Filomena Romanello Marco Aurélio D’Assunção Marcos Clarencio Batista Silva Vitor Nunes Arantes

Representantes nas Revistas – GED Arquivos Brasileiros de Gastroenterologia Representantes em Instituições

Comissões Não Estatutárias

Associação Médica Brasileira Maria das Graças Pimenta Sanna

Comissão de Acreditação de Serviços de Endoscopia Presidente: Eduardo Carlos Grecco José Renato Guterres Hauck Lincoln Eduardo Villela Vieira de Castro Ferreira Luiz Roberto do Nascimento Paulo Cury Renato Luz Carvalho Comissão de Relações Internacionais Presidente: Glaciomar Machado Arthur A. Parada Site Presidente: Flavio Braguim Horus Antony Brasil Jarbas Faraco M. Loureiro José Luiz Paccos Ricardo Leite Ganc Diretrizes e Protocolos Presidente: Edivaldo Fraga Moreira Carlos Eduardo Oliveira dos Santos Lix Alfredo Reis de Oliveira Luis Cláudio Miranda da Rocha Mara Lucia Lauria Souza Trabalhos Multicêntricos Paulo Alberto Falco Pires Correa Walnei Fernandes Barbosa Sobed - Revista Horus Antony Brasil Thiago Festa Secchi Sede Nacional Eli Kahan Foigel Rede Sobed/Sobed em Casa Horus Antony Brasil Thiago Festa Secchi

Conselho Federal de Medicina e Comissão Nacional de Residência Médica Flavio Hayato Ejima Agência Nacional de Vigilância Sanitária Vera Helena de Aguiar Freire de Mello

Núcleos Núcleo de Endoscopia Pediátrica Cristina Helena Targa Ferreira Eloá Marussi Morsoletto Machado Gustavo José Carneiro Leão Filho Manoel Ernesto Peçanha Gonçalves Maria das Graças Dias da Silva Paulo Fernando Souto Bittencourt Núcleo de Ultrassonografia Endoscópica José Celso Ardengh Kleber Bianchetti de Faria Lucio Giovanni Battista Rossini Marco Aurélio D’Assunção Simone Guaraldi da Silva Núcleo de Desenvolvimento do NOTES Ângelo Paulo Ferreira Jr. Kiyoshi Hashiba Pablo Rodrigo de Siqueira Paulo Sakai Núcleo de Estudos de Equipamentos e Acess. Endoscópicos e seu Processamento Alexandre Silluzio Ferreira Francisco José Medina Pereira Caldas Ligia Rocha de Luca Tadayoshi Akiba Vera Helena de Aguiar Freire de Mello Núcleo de Implantação das Unidades Estaduais Antonio Carlos Coelho Conrado João Carlos Andreoli Núcleo de Tabagismo Everton Ricardo de Abreu Netto


Por dentro da Sobed

Estaduais Alagoas Presidente: Nilza Marques Luz Vice-presidente: Henrique Malta 1º Secretário: Herberth Toledo 2º Secretário: Carlos Henrique de Barros Amaral 1º Tesoureiro: Laercio Ribeiro 2º Tesoureiro: José Wenceslau da Costa Neto Endereço: R. dos Coqueiros, 17 - Cind. Jardim do Horto CEP: 57052-156 - Gruta de Lourdes - Maceió - AL Fone: (81) 3241-7870 E-mail: nilza.mluz@superig.com.br

Mato Grosso Presidente: Ubirajarbas Miranda Vinagres Vice-presidente: Leo Gilson Perri 1º Secretário: José Sebasttião Metelo 2º Secretário: José Carlos Comar 1º Tesoureiro: Roberto Carlos Fraife Barreto 2º Tesoureiro: Elton Hugo Maia Teixeira Endereço: Pça. do Seminário, 141 – Centro – Gastrocentro – CEP: 78000-000 – Cuiabá - MT Fone: (65) 3321-5318 E-mail: qvinagre@terra.com.br

Amazonas Presidente: Lourenço Candido Neves Vice-presidente: Victor Mussa Dib 1º Secretário: Marcelo Tapajós Araujo 2º Secretário: Agostinho Paiva Masullo 1º Tesoureiro: Deborah Nadir Ferreira 2º Tesoureiro: Edilson Sarkis Gonçalves Endereço: Av. Djalma Batista, 1.661 - 2º andar - sls. 206/207 - Ed. Millenium Center -Torre Medical - CEP: 69050-010 - Manaus - AM Fone: (92) 3659-3762 / 3659-3082 E-mail: endoscopia@endoscopiaamazonas.com.br

Mato Grosso do Sul Presidente: Carlos Marcelo Dotti Silva 1º Secretário: Rogerio Nascimento Martins 1º Tesoureiro: Marcelo de Souza Curi Endereço: R. Alagoas, 700 – Jd. dos Estados – CEP: 79020-120 – Campo Grande - MS Fone: (67) 3327-0421 E-mail: cmdotti@hotmail.com

Bahia Presidente: Maria Cristina Barros Martins Vice-presidente: Livia Maria Cunha Leite 1º Secretário: Marcia Sacramento de Araujo Felipe 2º Secretário: Sylon Ribeiro de Britto Junior 1º Tesoureiro: Durval Gonçalves Rosa Neto 2º Tesoureiro: Luciana Rodrigues Leal da Silva Endereço: R. Atino Serbeto de Barros, 241 - CEP: 41825-010 Salvador - BA Fone: (71) 3350-6117 Site: www.sobedbahia.com.br E-mail: bcrismartins@terra.com.br Ceará Presidente: Ricardo Rangel de Paula Pessoa 1º Secretário: Francisco Paulo Ponte Prado Junior 1º Tesoureiro: Adriano Cesar Costa Cunha Endereço: R. Cel. Alves Teixeira, 1.578 - Joaquim Távora - CEP: 60130-001 - Fortaleza - CE Fone: (85) 3261-8085 E-mail: ricardsopessoa@veloxmail.com.br Distrito Federal Presidente: Aloisio Fernando Soares Vice-presidente: Sussumo Hirako 1º Secretário: Cícero Henriques Dantas Neto 2º Secretário: Francisco Machado da Silva 1º Tesoureiro: Calixto Abrão Neto 2º Tesoureiro: Marcio Velloso Fontes Endereço: SHLS 716, Bloco L – Centro Clínico Sul – Torre I – sls. 408/410 – CEP: 70390-700 – Brasília - DF Fone: (61) 3345-7225 E-mail: aloisio.fernando@gmail.com Espírito Santo Presidente: José Joaquim de Almeida Figueiredo Vice-presidente: Bruno de Souza Ribeiro 1º Secretário: Aureo Paulielo 2º Secretário: Aderbal Pagung 1º Tesoureiro: Esteban Sadovsky 2º Tesoureiro: Luis Fernando de Campos Endereço: R. Francisco Rubim, 395 – CEP: 29050-680 – Vitória - ES Fone: (27) 3324-1333 Site: www.sobedes.com.br E-mail: sobedestadual.es@gmail.com Goiás Presidente: José Cristiano Ferreira Resplande Vice-presidente: Marcus Vinicius Silva Ney 1º Secretário: Marcelo Barbosa Silva 2º Secretário: Fernando Henrique Porto 1º Tesoureiro: Vágner José Ferreira 2º Tesoureiro: Rennel Pires Endereço: Av. Mutirão, 2.653 – Setor Marista – CEP: 74115-914 – Goiânia - GO Fone: (62) 3251-7208 E-mail: sobedgoias@hotmail.com Maranhão Presidente: Djalma dos Santos Vice-presidente: Nailton J. F. Lyra 1º Secretário: Selma Santos Maluf 2º Secretário: Milko A. de Oliveira 1º Tesoureiro: Elian O. Barros 2º Tesoureiro: Joaquim C. Lobato Filho Endereço: R. Jornalista Miecio Jorge, 4 – Ed. Carrara – sls. 208/209 – CEP: 65075-440 – São Luis - MA Fone: (98) 3235-1575 E-mail: djsantos@wavemar.com.br

Minas Gerais Presidente: Luiz Claudio Miranda da Rocha Vice-presidente: Paulo Fernando Souto Bittencourt 1º Secretário: Atanagildo Cortes Junior 2º Secretário: Adriana Athayde Lima Stehling 1º Tesoureiro: José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho 2º Tesoureiro: Paulo Fernando Souto Bittencourt Endereço: Av. João Pinheiro, 161 – CEP: 30130-180 – Belo Horizonte - MG Fone: (31) 3247-1647 E-mail: diretoria@sobedmg.org.br Pará Presidente: Abel da Cruz Loureiro Vice-presidente: Edmundo Veloso de Lima Tesoureiro: Marcos Moreno Domingues 2º Tesoureiro: Laercio Sampaio da S. Junior 1º Secretário: Danieli do S. Brito Batista 2º Secretário: Ana Paula R. Guimarães Endereço: Tv. Dom Romualda de Seixas, 1.812 – CEP: 66055-200 Belém – Pará Fone: (91) 3241-4223 E-mail: cruzloureiro@hotmail.com Paraíba Presidente: Eduardo Henrique da Franca Pereira Vice-presidente: Fábio da Silva Delgado 1º Secretário: Carlos Antonio Melo Feitosa 2º Secretário: Pedro Duques de Amorim 1º Tesoureiro: Francisco Sales Pinto 2º Tesoureiro: Fabio Kennedy Almeida Trigueiro Endereço: Av. Coremas, 364 – CEP: 58013-430 – João Pessoa - PB Fone: (83) 3222-6769 E-mail: eduardofrancapb@ibest.com.br Paraná Presidente: Luis Fernando Tullio Vice-presidente: Sandra Teixeira 1º Secretário: Maria Cristina Sartor 2º Secretário: Flávio Heuta Ivano 1º Tesoureiro: Julio César Souza Lobo 2º Tesoureiro: Marlus Volney de Morais Endereço: R. Candido Xavier, 575 – CEP: 80240-280 – Curitiba - PR Fone: (41) 3342-3282 E-mail: sobed@onda.com.br Pernambuco Presidente: Josemberg Marins Campos Vice-presidente: Luis Fernando Lobato Evangelista 1º Secretário: Eduardo Carvalho Gonçalves de Azevedo 2º Secretário: Roberto Tenório 1º Tesoureiro: Mario Brito Ferreira Endereço: Av. Conselheiro Rosa e Silva, 2.063 – CEP: 52050-020 Recife - PE Fone: (81) 9973-8741 E-mail: berg@elogica.com.br Piauí Presidente: Wilson Ferreira Almino de Lima Vice-presidente: Carlos Dimas de Carvalho Sousa 1º Secretário: Conceição de Maria Sá e Rego Vasconcelos 2º Secretário: Ademar Neiva de Sousa Sobrinho 1º Tesoureiro: Antonio Moreira Mendes Filho 2º Tesoureiro: Teresinha Quirino V. de Assunção de Maia Endereço: R. Olavo Bilac, 2.490 – CEP: 64001-280 – Teresina - PI Fone: (86) 3221-4824 E-mail: wilsonalmino@uol.com.br

Rio de Janeiro Presidente: José Narciso de Carvalho Neto Vice-presidente: Edson Jurado da Silva 1º Secretário: Marta de Fátima S. Pereira 2º Secretário: Afonso Celso da Silva Paredes 1º Tesoureiro: Francisco José Medina de Pereira Caldas 2º Tesoureiro: José Carlos Cortes Barroso Endereço: R. da Lapa, 120 – sl. 309 – CEP: 20021-180 Rio de Janeiro - RJ Fone: (21) 2507-1243 / 3852-7711 Site: www.sobedrj.com.br Email: sobedrj@infolink.com.br Rio Grande do Norte Presidente: Licia Villas-Bôas Moura Vice-presidente: Conceição de Maria Lins da C. Marinho 1º Tesoureiro: Verônica de Souza Vale Endereço: R. Maria Auxiliadora, 807 – Tirol – CEP: 59014-500 Natal - RN Fone: (84) 3211-1313 E-mail: liciavbmoura@uol.com.br Rio Grande do Sul Presidente: Julio Carlos Pereira Lima Vice-presidente: Carlos Kupski 1º Secretário: Carlos Eduardo Oliveira dos Santos 1º Tesoureiro: Cesar Vivian Lopes Endereço: Av. Ipiranga, 5.311 – sl. 207 – CEP: 90610-001 Porto Alegre - RS Fone: (51) 3352-4951 E-mail: sobed_rs@terra.com.br Rondônia Presidente: Victor Hugo Pereira Marques Vice-presidente: Domingos Montaldi Lopes 1º Secretário: Adriana Silva Assis 2º Secretário: Marcelo Pereira da Silva 1º Tesoureiro: Ricardo Alves 2º Tesoureiro: Volmir Dionisio Rodigheri Endereço: Rua Campos Salles, 2245 - CEP: 76801-081 Porto Velho - RO Fone: (69)3221-5833 E-mail: igeron1@uol.com.br Santa Catarina Presidente: Silvana Dagostin Vice-presidente: Ligia Rocha de Luca 1º Secretário:Juliano Coelho Ludvig 2º Secretário: Osni Eduardo Camargo Regis 1º Tesoureiro: Cintia Zimmermann de Meireles 2º Tesoureiro: Eduardo Nobuyuki Usuy Jr. Endereço: Rodovia SC 401 – Km 04 3854 – CEP: 88032-005 Florianópolis - SC Fone: (48) 3231-0324 Site: www.sobedsc.com.br E-mail: sobedsc@acm.org.br São Paulo Presidente: José Celso Ardengh Vice-presidente: Adriana Vaz Safatle Ribeiro 1º Secretário: Luiza Maria Filomena Romanello 2º Secretário: Thelma Christina Nemoto 1º Tesoureiro: Thiago Festa Secchi 2º Tesoureiro: Lix Alfredo Reis de Oliveira Endereço: R. Itapeva, 202 – sl. 98 – CEP: 01332-000 São Paulo - SP Fone: (11) 3288-6883 Site: www.sobedsp.com.br E-mail: sobedsp@uol.com.br Sergipe Presidente: Jilvan Pinto de Monteiro Vice-presidente: Rogério dos Santos Rodrigues 1º Secretário: Simone Deda Lima Barreto 1º Tesoureiro: Miiraldo Nascimento da Silva Filho Endereço: R. Guilhermino Rezende, 426 – São José CEP: 49020-270 – Aracaju - SE E-mail: sobedse@yahoo.com Tocantins Presidente: Jorge Mattos Zeve Vice-presidente: Marcos Rossi 1º Secretário: Rone Antonio Alves de Abreu 2º Secretário: José Augusto Menezes Freitas de Campos 1º Tesoureiro: Maria Augusta de Oliveira Matos 2º Tesoureiro: Mery Tossa Nakamura Endereço: Quadra 401 Sul – cj, 01 – Lote 1 – Av. Teotonio Segurado – Espaço Médico Empresarial – CEP: 77061-002 – Palmas - TO Fone: (63) 3228-6011 E-mail: zeve@uol.com.br

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Rede Sobed

A

Rede SOBED é um serviço de educação continuada a distância, gratuito para os associados, de cursos ministrados pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED). O programa Rede SOBED permite ao associado assistir as aulas em tempo real e fazer perguntas aos palestrantes, responder enquetes e participar de votações eletrônicas. Tratase de um modelo virtual de educação continuada voltado aos especialistas e associados à entidade.

Como funciona?

Toda primeira quinta-feira do mês um novo módulo é apresentado. O usuário é notificado sobre a temática do novo programa. Cada módulo fica disponível por três meses a partir da data de sua transmissão. Para participar basta estar quites com a instituição, preencher a ficha de inscrição e possuir conexão com a Internet. A Rede SOBED tem mais de 650 cadastrados em seus diversos programas em mais de 240 cidades do Brasil. Os inscritos que assistirem às aulas recebem pontos no programa de creditação da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM). Novos cadastros são aceitos até 15h00 do dia da exibição inicial da aula. Após o horário, as senhas serão enviadas para acesso à aula via sistema on demand.

Cadastramento

Faça seu cadastro por meio do site www.sobed.org.br e receba sua senha eletrônica de acesso. Estão disponíveis na rede virtual programas de educação continuada ministrados em 2009 (os novos usuários cadastrados ainda podem acessá-los). Não perca essa chance de investir na sua atualização e aperfeiçoamento profissional com o apoio da SOBED. Os usuários cadastrados podem acessar a Rede SOBED pelo site da instituição. A Rede SOBED 2010 está disponível desde fevereiro.

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Por dentro da Sobed

Sobed em casa

O

programa SOBED em Casa permite aos associados e não-associados assistirem às principais apresentações do XXXV Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva (CBED) realizado em Salvador, entre os dias 24 a 28 de outubro de 2009. Para ter acesso ao SOBED em Casa é necessário preencher o formulário de inscrição disponível na seção “Espaço Científico” no site da SOBED. Após a confirmação do pagamento da taxa de adesão, o login e senha eletrônica de acesso são encaminhados ao e-mail cadastrado pelo usuário. Uma nova aula é publicada a cada mês no SOBED em Casa. O usuário recebe uma notificação quando um novo módulo estiver disponível e pode acessá-lo em qualquer hora e local. Para assistir basta acessar o site da SOBED, entrar na seção SOBED em Casa e clicar sobre o link correspondente à aula. Cada usuário terá seis meses para assistir à apresentação de cada módulo, contados a partir da data de sua publicação e um limite máximo de tempo de três vezes em relação à duração de cada módulo. Após estes prazos (o que ocorrer primeiro) a senha irá expirar. A adesão ao SOBED em Casa também possibilita o acúmulo de 10 pontos para a revalidação do título pelo programa de creditação da CNA/AMB (Comissão Nacional de Acreditação da Associação Médica Brasileira). Se você não é associado da SOBED aproveite esta oportunidade para se filiar e fazer a adesão ao SOBED em Casa pelo preço de associado.

Associado

Não-associado

Até 31/01

Após 01/02

Até 31/01

Após 01/02

R$ 155,00

R$ 205,00

R$ 455,00

R$ 505,00

Programa: - Rastreamento do Carcinoma Colorretal - ESD - Dissecção Dendoscópica da Submucosa: Como Eu Faço - Hemorragia Digestiva Baixa - Lesões Benignas das Vias Biliares - Neoplasia Precoce do Esôfago - Obesidade Mórbida - Hemorragia Digestiva Alta Não Varicosa - Hemorragia Digestiva de Etiologia Obscura (Hemorragia Média)

- Transição Esofagogástrica:Cardites - Colangiopancreatografia Endoscópica Terapêutica de Urgência: Quando Intervir e Tipo de Abordagem - Guidelines para EMR (Ressecção Endoscópica da Mucosa) e para ESD (Dissecção Endoscópica da Submucosa) - Lesões Subepitelais do Trato Digestório - Displasia no Esôfago de Barrett Obs. Não serão disponibilizadas as palestras em que os médicos não concordarem em ceder os direitos de imagem ou os slides.

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Acontece Boletim da Comissão Nacional de Acreditação (CNA) Uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFN) determinou que os títulos de especialista emitidos a partir de janeiro de 2006 têm validade de cinco anos. É necessária sua revalidação por meio de atividades acadêmicas de atualização e reciclagem, como participação em congressos, cursos presenciais e à distância, trabalhos científicos, publicações, etc. Os especialistas devem se cadastrar no site www.cna-cap. org.br e acumular 100 pontos em cinco anos, sendo que há um limite máximo de 40 pontos por ano. As atividades que concentram o maior número de pontos são os congressos nacionais da especialidade, seguidos pelos congressos estaduais e cursos credenciados junto a CNA (quadro 1= tabela da pontuação). Os coordenadores de cursos cadastram no mesmo site (www.cna-cap.org.br) seus eventos, e estes são pontuados de acordo com a carga horária, recebendo 0,5 ponto por hora, com limite máximo de 10 pontos por curso. Conclamamos todos os especialistas da SOBED a cadastrar o maior número possível de cursos junto à CNA em todas as regiões do País, uma vez que há um número mínimo de pontos que a SOBED tem que oferecer, por região, tanto de cursos presenciais quanto à distância. Fica o importante ALERTA aos especialistas que conquistaram o título em 2006: eles terão que acumular os 100 pontos até 2011 e, portanto, não devem deixar para a última hora, devido ao limite máximo de 40 pontos por ano. A profusão de vários cursos em todo o território nacional contribuirá para a consolidação da SOBED enquanto especialidade médica fortemente inserida na medicina interna e cirurgia. Para saber a sua pontuação, faça o seu cadastro na CNA. Renato Baracat

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Eventos Atividades

Pontos

Congresso Nacional da Especialidade

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Congresso da Especialidade no Exterior

5

Congresso/Jornada Regional Estadual da Especialidade

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Congresso Relacionado à Especialidade com apoio da Sociedade Nacional da Especialidade

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Outras Jornadas, Cursos e Simpósios

0,5 ponto/hora (mín. 2hs/máx. 10hs.)

Programa de Educação à Distância por Ciclo

0,5 ponto/hora (mín. 1h/máx. 10hs.)

Atividades Científicas Atividades

Pontos

Artigo Publicado em Revista Médica

5

Capítulo em Livro Nacional ou Internacional

5

Edição Completa de Livro Nacional ou Internacional

10

Conferência em Evento Nacional apoiado pela Sociedade de Especialidade

5

Conferência em Evento Internacional

5

Conferência em Evento Regional ou Estadual

2

Apresentação de Tema Livre ou Pôster em Congresso, ou Jornada da Especialidade

2 (máx. 10)

Atividades Acadêmicas Atividades

Pontos

Participação em Banca Examinadora (Mestrado, Doutorado, Livre Docência, Concurso, etc.)

5

Mestrado na Especialidade

15

Doutorado ou Livre Docência na Especialidade

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Coordenação de Programa de Residência Médica

5 por ano


Por dentro da Sobed

Agende-se Equador debate especialidade O próximo Gastro Guayaquil, que apresenta o XXXII Congresso Panamericano de Enfermedades Digestivas e o XIX Congresso Panamericano de Endoscopía Digestiva, será realizado na cidade de Guayaquil, de 30 de setembro a 4 de outubro de 2010. O encontro pretende reunir os melhores professores e cientistas da gastroenterologia de toda a América, Europa e Ásia. A expectativa é que o congresso interamericano estimule o intercâmbio de conhecimentos sobre as realidades patológicas da especialidade, por meio de sessões plenárias,

simpósios, mesas redondas e workshops; além da transmissão via satélite do Curso Internacional de Endoscopia Terapêutica, que será realizado em Boston (EUA).

Serviço XXXII Congreso Panamericano de Enfermedades Digestivas XIX Congreso Panamericano de Endoscopía Digestiva Data: 30/09 a 4/10/2010 Local: Centro de Convenciones Simón Bolívar - Guayaquil – Equador


DNA

Outros prismas Sob a ótica do gastroenterologista Ricardo Rangel de Paula Pessoa, especialistas brasileiros e estrangeiros se reuniram em solo cearense para discutir técnicas e observar os materiais de ponta utilizados em procedimentos endoscópicos, na quarta edição do Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva Thiago Bento e Amanda Campos Fotos: Davi Farias

Ricardo Pessoa

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A última vez que o gastroenterologista Ricardo Rangel de Paula Pessoa participou de um congresso da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) na cearense Fortaleza, ainda estudava medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC), onde se graduou em 1995. Atual chefe do serviço de residência em Endoscopia do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), Pessoa pode participar novamente de um encontro da entidade. Mas agora como um dos organizadores de uma conferência que, pela primeira vez, sai de São Paulo: o 4º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva, realizado nos dias 3 e 4 de junho, no Hotel Vila Galé, Praia do Futuro.

Nas duas salas que funcionaram simultaneamente durante o congresso, aproximadamente 200 participantes acompanharam o programa científico ministrado por 62 palestrantes, dois deles estrangeiros: Hebert Burgos e Pierre Deprez, da Costa Rica e Bélgica, respectivamente. Após a apresentação de temas como diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais e métodos de hemostasias na endoscopia terapêutica, os palestrantes aprofundaram os assuntos em discussões com os congressistas em mesas-redondas. “O objetivo foi a troca de experiências em todos os momentos”, explica. Além disso, Pessoa conta sobre os 30 congressistas que continuaram reunidos no dia 5, sábado, para aulas sobre emergências clínicas, sedação,


Sobed - No 9 - Abr/Jun - 2010

ressuscitação e aplicação da técnica, no Curso de Emergências em Endoscopia Digestiva. Segundo Pessoa, os módulos foram divididos em aulas teóricas e práticas, acompanhadas por outros especialistas. Com o estímulo da conferência na capital cearense, Pessoa acredita que o Estado expandirá o fluxo de congressos científicos até 2011, quando Fortaleza deve inaugurar um novo centro de convenções. Além de seguir o roteiro das discussões tecnológicas e científicas da endoscopia mundial, ele aproveitou a ocasião para dar início ao intercâmbio de residentes de Fortaleza e Bruxelas. Um simpósio internacional no Ceará melhora a visibilidade científica do Nordeste? Os eventos vêm se expandindo para outras regiões do País, não mais somente a Sudeste. O objetivo é melhorar a troca de experiências. Por ser a primeira vez que o simpósio internacional sai de São Paulo, estamos entusiasmados com os futuros investimentos que trará para a especialidade no Ceará. Até o ano que vem, por exemplo, inauguraremos um centro de convenções para receber outras conferências, como o Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva, que em 2009 foi realizado na Bahia. Como foi organizar um dos mais importantes encontros da especialidade no Brasil?

A primeira vez que estive à frente de um simpósio e, ainda assim, foi uma experiência tranquila. Tive o apoio do doutor Cappellanes, presidente da SOBED nacional, para organizar as atividades científicas e de especialistas do Brasil inteiro. Sei o quanto é difícil conciliar o tempo fora dos consultórios e participar de dois dias de congresso. Pensamos nessa questão ao definir as datas. Qual a importância de um congresso internacional fora do eixo Rio-São Paulo? Com o encontro no Nordeste, incentivamos principalmente os residentes a conhecerem melhor o dia a dia da especialidade pelo Brasil. Se o Simpósio acontecesse apenas no Sudeste ou no Sul, a maioria dos estudantes do Norte e Nordeste não poderia participar, seja pelas obrigações universitárias ou condições financeiras. Além disso, a SOBED acaba estimulando atividades científicas menores.

“Se o Simpósio acontecesse apenas no Sudeste ou no Sul do País, a maioria dos estudantes do Norte ou Nordeste não poderia participar”

A programação foi colocada em prática de que forma? Duas salas funcionaram simultaneamente durante todo o dia, na quinta e sexta-feira. Ali, os congressistas acompanharam as palestras e, após a apresentação dos temas, discutiram os assuntos em mesas-redondas. Além disso, no sábado, 30 profissionais participaram do Curso de Emergências em Endoscopia

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DNA

“Discutimos assuntos paralelamente ao Simpósio, e surgiu a ideia de incentivarmos o intercâmbio entre residentes de Fortaleza e Bruxelas”

Digestiva. Foram ministradas aulas teóricas na parte da manhã e, à tarde, os procedimentos práticos, com a orientação de especialistas. O Simpósio recebeu apoio de órgãos do Estado? Como é encontro pequeno se comparado a outros da SOBED, não fomos atrás de apoio formal político. A logística de simpósio não é tão grande quanto a de um congresso para mais de quatro mil pessoas, como é o caso da Semana Brasileira do Aparelho Digestivo. Mais ou menos 200 congressistas assistiram às palestras de aproximadamente

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60 brasileiros e dois médicos internacionais, Hebert Burgos, da Costa Rica, e Pierre Deprez, da Bélgica. Algum desses investimentos na residência médica o levou a optar pela especialização em gastroenterologia? Na verdade, por ser área em desenvolvimento na época em que me formei, 1995, optei pela especialidade. Além disso, meu tio fez especialização em gastroenterologia e segui seus passos. Apesar de ter me formado na Universidade Federal do Ceará, fiz a residência no Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo, em clínica médica, e me especializei em endoscopia digestiva no Hospital Geral de Fortaleza, dois anos depois. Prestei a prova de título em endoscopia e, um ano mais tarde, a de gastro.


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a p o s

É

Gastronomia

Vulgarizada pela nobreza europeia enquanto era o prato principal dos camponeses na Idade Média, a sopa atravessou séculos e ganhou toque de originalidade em diversas regiões do mundo Amanda Campos

S

e dermos uma volta pelos países e procurarmos um ponto de partida para retratar a gastronomia mundial, chegaremos ao consenso de que é pela sopa que se deve começar. De acordo com o livro “História da Alimentação”, de Jean Louis Flandrin, Luciano Vieira Machado e Massimo Montanari, os caldos, divididos entre doces e ácidos, foram os primeiros alimentos feitos pelo homem antes mesmo da descoberta do fogo, que aconteceu no final do período quaternário, há aproximadamente 1,6 milhão de anos. Misturas com água quente, vegetais, verduras, carnes e cereais são cozidas até formarem um caldo enriquecido com vitaminas e nutrientes. As sopas mais sofisticadas, também servidas frias, são conhecidas pelos detalhes dos ingredientes. Os gazpachos da Espanha, por exemplo, levam suco de limão, e a panzanella italiana, noz-moscada.

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Gastronomia Na Inglaterra, um dos pratos mais comuns é o oxtail, sopa feita com pedaços de rabo do boi. Para os vietnamitas, o caldo aromatizado com hortelã e tamarindo com pedaços de peixe, o famoso canh chua, é registro gastronômico histórico. Na cultura francesa, a receita do guisado bouillabaisse, preparado com frutos do mar, vegetais e ervas aromáticas, é um dos mais procurados em cidades turísticas como Marselha. Na Europa, o consumo virou, inclusive, tema de festa na portuguesa Alenquer, que realiza anualmente o Festival das Sopas e Merendas. Além do cardápio variado e música típica, os turistas recebem merenda e petisco, como acontecia antigamente entre os trabalhadores rurais da região.

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“Na casa dos nobres, enriquecia-se o prato com carnes e especiarias, como mel e açúcar” Em solo brasileiro, a degustação do caldo foi introduzida pelos portugueses no período colonial. O primeiro prato chegou ao País com o gosto doce do vinho tinto, açúcar, canela e pão torrado, conhecido como “sopa do cavalo cansado”. Com o tempo, outras culturas somaram-se à brasileira e, a exemplo da canja de galinha, originária do kanji, da Índia, sofreram adequações, como o preparo desse

caldo com a ave macuco, originária do Brasil, e não a galinha. Elaborada com vegetais frescos em seu estado natural e plantas ácidas, como urtigas, a sopa mais próxima do que conhecemos hoje foi colocada à mesa por Roma. Pastores, que a tinham como prato principal e cotidiano à alimentação, utilizavam verduras, legumes, frutas e queijo como acompanhamentos. Na Idade Média, o prato compunha a alimentação mais importante dos camponeses europeus. Com ovos, favas, abóbora, ervilha, couve, rabanete, entre outras hortaliças, a sopa era “auxiliar” do pão, principal alimento da época. Na casa dos nobres, enriqueciase o prato com carnes e especiarias, como mel e açúcar. Também era costume colorir as sopas com açafrão e leite de amêndoas. Apesar da fácil digestão e enriquecimento nutricional, a junção dos alimentos à água quente, acompanhados por torradas e queijo ralado, pode elevar as calorias e diminuir o valor nutritivo do prato. “Dependendo dos componentes, extrapolamos o valor calórico e a sopa perde a função saudável”, explica a nutricionista e mestra em ciências pela Universidade Fe-


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Caldo de carne deral de São Paulo, (Unifesp/EPM), Camila Leonel Mendes de Abreu. O organismo humano também funciona de modo diferente conforme as estações do ano. No verão o apetite diminui e se opta pelos alimentos refrescantes; no inverno, a ordem é contrária. “A substituição das frutas no inverno por comidas mais calóricas e quentes deve ser feita com cuidado”, adverte Camila. A mistura cultural gastronômica supriu as necessidades tropicais brasileiras e, com ela, trouxe variação no cardápio, como os caldos frios servidos no verão. “A sopa cremosa se tornou popular, principalmente a de tomate, pois o caldo fica mais grosso e frio na época de calor”. Além do frio, outro fator a ser ponderado é o consumo de sopas prontas, comercializadas em supermercados, por causa da grande quantidade de sódio. Atualmente, o setor, que vê a concor-

rência crescer aproximadamente 30% ao ano, tem faturamento total de R$ 300 milhões anuais, segundo dados da companhia norte-americana AC Nielsen. Dietas à base dos caldos também podem ser prejudiciais à saúde. De acordo com a nutricionista, as pessoas têm dificuldade em seguir a dieta porque não ficam saciadas sem a mastigação. “Os alimentos já amolecidos dão a sensação de que não se ingeriu a quantidade correta de nutrientes”. Para perder peso e manter a qualidade da alimentação, Camila sugere o preparo da sopa com ingredientes de grupos variados, como cereais e proteínas. Verduras e legumes podem ser colocados no prato em grande quantidade, pois não têm muita caloria. Os acompanhamentos do prato, como azeite de oliva, pão, torrada ou queijo ralado, porém, devem ser evitados.

O químico alemão Julius Liebig produziu, em 1857, um extrato de carne concentrado que, mais tarde, deu origem ao caldo sintético das sopas industrializadas. Em 1882, na Suíça, Julius Maggi passou a fabricar o mesmo tipo de concentrado, dessa vez, porém, com o caldo de galinha. E em 1889 ficou pronta a primeira sopa desidratada, feita pelo alemão Carl Heinrich Knorr. Chamada de erbswurst, a substância era empacotada com ervilhas, na forma de salame. Em 1912, Knorr fabricou ainda o primeiro caldo de carne em cubos.

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Especial

Primeiros passos de uma história Evolução tecnológica e científica impulsionou a criação de uma sociedade brasileira voltada à endoscopia, em consonância com movimento mundial Rodrigo Moraes e Thiago Bento

A

década de 1960 testemunhou uma série de revoluções, manifestações culturais, políticas e econômicas. Todas muito importantes para o desenvolvimento do que a sociedade mundial, Brasil incluído, viveria na atualidade. No embalo efervescente e promissor, o panorama da endoscopia digestiva também se revolucionou. Nesse período as fibras óticas foram incorporadas aos aparelhos, suscitando aumento de publicações científicas, congressos, simpósios, cursos e atividades sociais. Crescia também o número de gastroenterologistas que adotaram novos equipamentos, como as gastrocâmeras japonesas, introduzidas no Brasil

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por Akira Nakadaira e José Martins Job. E também as gastrocâmeras associadas aos gastrocópios – possibilitando a documentação fotográfica dos achados do endoscopista – trazidas por Glaciomar Machado, presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) entre 1982 e 1984. Com o constante aprimoramento da aparelhagem, sofisticando os procedimentos endoscópicos, e a incorporação de novas técnicas e número cada vez maior de especialistas capacitados, surgiu a necessidade de uma organização associativa para representar a especialidade. “Rapidamente, sociedades de endoscopia digestiva começaram a proliferar nos quatro cantos do mundo”, comenta Machado. O ex-presi-


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Akira Nakadaira

José Martins Job

Glaciomar Machado

dente participou, com José de Souza Meirelles Filho e José Figueiredo Penteado, do Colóquio Gastrocâmera, coordenado por Job durante o 23º Congresso Brasileiro de Gastroenterologia, realizado em Araxá (MG), no agora distante ano de 1970. Pela primeira vez, a endoscopia era incluída na programação científica. “Depois do congresso, Job e eu passamos a nos corresponder sobre a criação de uma maneira de congregar os interessados em endoscopia digestiva”, lembra Glaciomar Machado. Mas as ideias realmente se fortaleceram durante o 24º Congresso Brasileiro de Gastroenterologia, realizado em 1972, em Brasília (DF). Lá, aproximadamente 300 especialistas assinaram uma lista

pedindo a criação de uma seção de endoscopia, junto à Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), segundo o ex-presidente. Dentre os signatários estavam nomes como o de Akira Nakadaira, Luiz Felipe de Paula Soares, Fernando Cordeiro, Dulmar Garcia de Carvalho, Celso Afonso de Oliveira, Edson Jurado, Isaac Goldenzon Filho, Cleber Vargas, Olival Leitão, Burech Abramovitch, Sérgio Ramos, Luiz Carlos Monteiro, Schlioma Zaterka, Jerônimo Martins de Andrade, Luiz João Abrahão, Angelita Habr-Gama, J.J. Gama Rodrigues, Shinishi Ishioka, entre outros especialistas de renome. De acordo com Glaciomar Machado, a iniciativa foi influenciada por

gastroenterologistas consagrados, que sugeriram essa opção para solucionar o problema de congregação dos interessados em endoscopia digestiva. O ex-presidente da SOBED comenta que a FBG encaminhou o pedido para análise de uma comissão. A solicitação, no entanto, foi indeferida. “A negativa foi decepcionante, mas, por outro lado, também serviu como ponto de partida para a fundação da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva”, recorda. Ainda segundo Machado, outro impulso para reunir os profissionais veio do crescente número de médicos realizando a endoscopia, de interessados na nova “pretensa” especialidade, além de sociedades em diversos países. Um ano depois do encontro em Brasília, Macha-

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Especial

A criação da SOBED se materializou com a aprovação de seu primeiro estatuto, em 1976

do teve o “privilégio”, como afirma, de organizar o Seminário (atualmente denominado Congresso) Brasileiro de Endoscopia Digestiva. “Foi a concretização de nossos ideais”, orgulha-se, comentando que na época conseguiu patrocínio da representante da Olympus no Brasil e apoio da Sociedade de Gastroenterologia do Rio de Janeiro, por meio de Flávio San Juan e Sérgio Ramos, respectivamente presidente e secretário. A resposta dos endoscopistas e simpatizantes da especialidade foi a presença de aproximadamente 250 participantes de todo o País. Em 1974, foi realizado, em Porto Alegre (RS), o II Seminário, organizado por José Martins Job. Em 1975, Luiz Felipe de Paula Soares e Olival Leitão foram os responsáveis pelo III Seminário, em Curitiba (PR). “Foi quando se materializou a criação da SOBED, com a aprovação de seu primeiro estatuto e posse da primeira diretoria, em Salvador, em 1976”, conta.

Presidência Glaciomar Machado presidiu a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, com Angelita Habr-Gama na vice-presidência, Luiz Arthur G. Juruena de Mattos como secretário e Alexandre Abrão Netto como tesoureiro. “Tive a honra de suceder José

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Martins Job, Akira Nakadaira e José de Souza Meirelles Filho”, afirma Machado. Durante seu mandato, em 1983, a SOBED filiou-se à Associação Médica Brasileira (AMB). Nesse período houve a primeira prova para obtenção do título de especialista em Endoscopia Digestiva, reconhecido pela AMB. A comissão era presidida por José de Paula Lopes Pontes, e integrada por Ismael Maguilnik, Kiyoshi Hashiba e Glaciomar Machado. Foi divulgada a lista dos especialistas em endoscopia digestiva para todos os hospitais brasileiros e todos os planos de saúde, com o objetivo de concientizá-los a credenciar apenas aqueles que possuíssem o titulo de especialista. “Criamos a primeira tabela de honorários para os procedimentos endoscópicos”, explica. Ainda durante os anos de 1982 a 1984, foram modificados os estatutos iniciais da Sociedade. “Eram insuficientes”, sentencia Machado. Para isso, era necessária a presença de 2/3 dos sócios em assembleia geral, o que ocorreu em Campinas, em 1983, durante o VI Seminário (Congresso) Brasileiro, presidido por Flávio Quillici. “Editamos o primeiro livro de Endoscopia Digestiva da SOBED, idealizado por José Meirelles”, conta.



Esportes

Bola da vez O futebol é paixão nacional desde o século XIX, período em que os primeiros clubes foram fundados na África do Sul Marina Panham e Rodrigo Moraes

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P

rovavelmente, enquanto você lê esta reportagem, atletas de 32 nações disputam a 19ª edição da Copa do Mundo de Futebol, enquanto torcedores do mundo todo se voltam pela primeira vez para observar o extremo sul do continente africano. Nesta edição, a África do Sul é o país anfitrião da Copa, que acontece de 11 de junho a 11 de julho. Buscando priorizar o turismo, a África do Sul aproveitou o torneio para fazer melhorias na infraestrutura do país, renovando estradas, aeroportos e serviços básicos. Cinco novos estádios de futebol foram construídos, pois durante o apartheid (ver box) era permitida apenas a edificação de cam-

pos esportivos para críquete e rúgbi – esportes populares entre sul-africanos brancos. Os outros cinco estádios existentes foram reformados. O coordenador do Núcleo de Estudos em Negócios do Esporte da Escola de Propaganda e Marketing (ESPM), Claudinei Santos, afirma que o impacto socioeconômico na África do Sul será identificado somente quando o mundial acabar. “A Copa do Mundo é exposição global do país sede, e a qualidade da organização – serviços e infraestrutura – do evento determinará se o impacto será positivo ou negativo.” Segundo o cônsul-geral da África do Sul no Brasil, Yusuf Omar, para abrigar a competição foram investidos aproximadamente US$ 2,24 bilhões.


Sobed - No 9 - Abr/Jun - 2010 Estádio Soccer City, em Johannesburgo

mediaclubsouthafrica

Nação africana

O país africano, que recebe eventos desportivos internacionais há cerca de 15 anos (Copa do Mundo de Rúgbi1995 e Copa do Mundo de Críquete2003), investiu US$ 1,28 bilhão em transporte para apoiar a infraestrutura, e o restante na construção ou reforma dos dez estádios para a Copa. Aproximadamente 67 mil empregos diretos e outros 400 mil indiretos foram criados por causa da disputa. Estima-se que a Copa contribua com US$ 4 bilhões para a economia e gere US$ 616 milhões ao Produto Interno Bruto (PIB), ainda de acordo com Omar. Para ele, a Copa do Mundo é mais do que infraestrutura para o futebol. “São programas para a juventude e desenvolvimento de base.”

A temporada na sede da Copa do Mundo pode ser emocionante aventura para os turistas torcedores. A vasta área de 1.223.410 quilômetros quadrados – cinco vezes maior do que a GrãBretanha – impressiona, mas não é sua principal característica, tendo em vista o relevo geográfico, ecossistema surpreendente e, sobretudo, a cultura africana. Museus de Johannesburgo, areia dourada das praias de Durban, vinhedos de Tulbagh, complexos de entretenimento da Cidade do Cabo e safáris em reservas particulares, como a Kruger National Park, integram o imperdível roteiro turístico sul-africano. Predominantemente marcado pela cadeia montanhosa, o país possui picos que excedem três mil metros de altura, provocando, juntamente às correntes oceânicas, variações climáticas. No ecossistema, é possível encontrar paisagem mediterrânea em zonas costeiras, florestas tropicais ao longo dos rios, savanas no altiplano e estepe mediterrânea na região de Kalahari. Com aproximadamente 47 milhões de habitantes das mais diversas origens, culturas e crenças, a África do Sul fala 11 dialetos, oficialmente reconhecidos,

a maioria deles naturais do país, como o isisZulu e o isiXhosa. O inglês é falado em comércios, bancos, departamentos de Estado, e o afrikaans, derivado do holandês, também é bastante utilizado pelos sul-africanos.

Cidades Cada cidade da África do Sul é caracterizada por uma atividade. Cidade do Cabo é a capital legislativa, Pretória a capital executiva, Bloemfontein a capital judiciária e Johannesburgo a capital comercial. Apesar de ser a única cidade com dois estádios para a realização dos jogos, Johannesburgo não é a capital oficial da África do Sul. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a capital é Pretória. A África do Sul possui diversas semelhanças com o Brasil. Yusuf Omar às vezes precisa se lembrar que está de fato em terras tupiniquins, pois muitas coisas recordam o país sul-africano. “Além dos dois países serem abençoados com abundância de recursos naturais, compartilham muitas semelhanças culturais”. O cônsul-geral cita ainda o contínuo crescimento econômico dos dois países em função da disciplina fiscal e políticas macroeconômicas estabele-

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Esportes

Curiosidades Vuvuzelas As tradicionais e barulhentas cornetas, de um metro de comprimento, utilizadas por torcedores nos jogos de grandes equipes do futebol sul-africano, estão cada vez mais populares no país. Bafana Bafana É assim que a Seleção da África do Sul é chamada pelos seus torcedores. O grito passou a ser usado nas vitórias da Seleção durante a Copa das Nações Africanas, em 1996, também realizada no país. No dialeto IsiZulu, significa ‘os rapazes, os rapazes’. ‘Invictus’ O filme “Invictus”, lançado em 2009, retratou parte da história do ex-presidente e figura mais conhecida da África do Sul, Nelson Mandela, preso político e principal defensor do fim do regime de apartheid no país. O filme relembra o momento, citado neste texto, em que Mandela utiliza a seleção de rúgbi, símbolo da cultura branca no país, para aproximar a população.

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Vista aérea da Cidade do Cabo, onde se vê o estádio Green Point

cidas. “Ambas as economias iniciaram programas de infraestrutura e material agressivo de desenvolvimento, que se tornarão catalisadores fundamentais subjacentes à criação de empregos e crescimento sustentável.” Ocupando a 29º posição no ranking das economias mundiais – igualando-se à Argentina – a África do Sul é a maior participante econômica do continente africano. Segundo Yusuf Omar, como nenhuma outra instituição sul-africana, o esporte é capaz de curar feridas antigas. Quando a seleção sul-africana de rúgbi, chamada de “Springboks”, ganhou o torneio mundial em 1995, Nelson Mandela vestiu a camisa número seis, do capitão da equipe, François Piennar – africano branco – e os dois se abraçaram, em gesto espontâneo de reconciliação racial. Para Omar, o abraço foi momento úni-

co. “Os 400 anos de luta racial de repente pareciam tão mesquinhos”, enaltece o cônsul. O título foi extremamente importante para a nação sul-africana, pois aconteceu pouco tempo depois do fim do apartheid e unificou o país.

Viagem com saúde Alguns cuidados com a saúde devem ser considerados antes do embarque para a África do Sul. Por ser um país no qual os principais riscos são as doenças transmitidas por picadas de insetos, os visitantes devem evitar contato com carne malpassada e animais mortos. “Todos os viajantes devem tomar as precauções apropriadas contra picadas de mosquitos (uso de mosquiteiros e repelentes)”, segundo nota divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a OMS, as autorida-


Sobed - No 9 - Abr/Jun - 2010

des sul-africanas notificaram 172 casos de febre do vale do Rift e 15 óbitos este ano. O vírus pode apresentar sintomas moderados, como gripe e rigidez na nuca, ou então mais graves - alucinações, tonturas e até coma. A OMS afirma que mesmo assim não é o caso de evitar viagens para o país sede da Copa do Mundo. Uma vacina contra a febre do vale do Rift foi desenvolvida, mas não licenciada. Portanto, ainda não está comercialmente disponível. Além dessas enfermidades, os visitantes também devem se prevenir contra meningite meningocócica A, poliomielite e febre tifoide. Para saber mais, confira no www.viagemcomsaude.com. br informações importantes para quem pretende viajar com saúde e segurança.

Nação Arco-Íris Oficializada em 1948, a política de segregação racial, denominada apartheid, determinava que a minoria branca detinha todo o poder político e econômico, e era a única com direito a voto na África do Sul, enquanto a maioria negra era obrigada a obedecer rigorosamente à legislação separatista. Em oposição à política racial, o Congresso Nacional Africano (CNA) lançou a desobediência civil em 1950. Dez anos depois, a polícia sul-africana matou 67 manifestantes negros. O Massacre de Sharpeville, como ficou conhecido, ganhou tanta repercussão que gerou protestos em diversos países. Como punição, o CNA foi declarado ilegal e seu líder, Nelson

Mandela, foi preso em 1962, condenado à prisão perpétua. Em 1990, Mandela foi libertado e o CNA recuperou sua legalidade. Em 1994, Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul, finalizando o período de segregação racial vivido no país. A transição do apartheid para a democracia foi difícil, mas bem negociada e conduzida. Na nova presidência, a nova Constituição foi implantada, com o intuito de oferecer soluções para pobreza, desigualdades e injustiças às quais o povo sulafricano era submetido. Atualmente, a África do Sul é referida como “nação arco-íris”, nome dado por Desmond Tutu - primeiro sul-africano negro a ser eleito e ordenado arcebispo anglicano da Cidade do Cabo – para descrever a nação sul-africana pós-apartheid e Prêmio Nobel da Paz.

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Capa Evento da SOBED oferece retrato da endoscopia no Brasil e no mundo; o fortalecimento regional e a padronização dos problemas de saúde estimulam descentralização científica Faoze Chibli Fotos: Davi Farias

Regionalismo

universal

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oão Barbosa Pires de Paula Pessoa é o primeiro a chegar e último a sair, literalmente. Em plena atividade médica aos 81 anos de idade, foi professor de alguns dos presentes. Quando se formou em medicina, não havia endoscopia na sua região, considerando-se que a especialidade era incipiente no País, e mesmo mundialmente. Gastroenterologista e hepatologista, Barbosa assiste a tudo concentrado. E confessa: “Eu não sei como nós conseguíamos fazer naquela época, é um verdadeiro milagre. Eu vibro muito quando vejo os meus alunos”. Pioneiro da integração hoje visível, o cearense de Sobral trazia médicos das capitais fluminense e paulista, para ensinar gastroenterologia em Fortaleza (CE). Mas hoje a cidade é a quarta maior do Brasil, precedida por Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. A Contagem da População 2007, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou população de 2.431.415 fortalezenses. A mudança do perfil nacional é um fenômeno em curso. Apresenta-se como tendência a descentralização do eixo Sul e Sudeste em áreas estratégicas, inclusive a científica. O 4º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva realizado pela SOBED entre 3 e 4 de junho de 2010 está inserido nesse contexto de mudança. Entre os especialistas presentes, um deles veio ao Brasil pela primeira vez. Pierre Deprez, endoscopista de Bruxelas e presidente da Sociedade Belga de Endoscopia Gastrointestinal, foi convidado a falar sobre “Vias Biliares e Pâncreas – CPER”, especialmente pseudocisto pancreático. Após ter assistido ao primeiro período de palestras, ele ressaltou: “Acho que vocês têm endoscopistas muito experientes na SOBED e no Brasil”. Ele reconhece que a tecnologia por aqui é mais limitada. Algumas

Sobed - No 9 - Abr/Jun - 2010 técnicas com vantagens científicas comprovadas, usadas comumente na Europa, são de acesso restrito no Brasil. E a aparelhagem tradicional, norteamericana, é mais cara. Por outro lado, as políticas públicas também estão em discussão no Velho Mundo, considerando-se o custo crescente da tecnologia, especialmente quando se analisa a endoscopia. Nesse sentido, o Brasil também pode contribuir no cenário global: “Ouvi muito sobre equipamentos customizados [self-made, em uma tradução não literal]”. Mas a Europa também poderia tirar proveito das “soluções criativas” brasileiras? “Sim, é claro. Se os estudos apropriados forem conduzidos aqui. Há algumas companhias inovadoras, pelo fato de o Brasil ser um país em desenvolvimento, e elas podem trazer novos equipamentos ao mercado”. Ele afirma que já existem ideias de especialistas brasileiros sendo levadas à Europa. Além disso, a concentração de pacientes em grandes hospitais pode ser um catalisador para estudos. Por causa dessa amostragem maior, eles podem ser desenvolvidos mais rapidamente. “Então, esse é um bom ponto para se ter um grande centro sobre câncer”, opina Deprez. O clínico, gastroenterologista, hepatologista e presidente da Sociedade Cearense de Gastroenterologia Sérgio Pessoa, corrobora essa opinião. Mas ele observa que a desorganização de protocolos e de prontuários gera “dificuldade tremenda na coleta de dados”. Isso por causa da informatização dos hospitais ainda ser incipiente. “O trabalho todo tem que ser feito de forma manual”. Tanto é que se forem utilizadas estatísticas, raramente se usa as nacionais. “Trabalhamos com dados norte-americanos ou europeus. Apesar de termos muitas vezes um volume muito maior do que o deles”. 29


Capa Integração Mas para a América Latina, o Brasil já é capaz de gerar informação clínica de alto valor. Essa é a visão de Herbert Burgos, especialista em gastroenterologia, com ênfase em endoscopia digestiva e câncer gástrico. Costa-riquenho de San José, é diretor do Centro de Treinamento da Organização Mundial de Gastroenterologia [World Gastroenterology Organisation]. Para ele, o estágio atual da especialidade e da ciência médica como um todo reflete um processo social. O Sul ainda utiliza as informações do Norte e, para integrar o conhecimento, é necessária uma grande dose de padronização. “É uma questão de tempo, a característica das pesquisas é sempre somatória”. Burgos considera a comunicação como o aspecto mais importante para o desenvolvimento regional. Pois gera melhor aproveitamento da informação, de recursos e detecta a necessidade de cada grupo. “O que devemos fazer é incremen-

João Barbosa Pires de Paula Pessoa, pioneiro da integração científica entre Sudeste e Nordeste

Pierre Deprez: com estudos necessários, Brasil pode oferecer soluções inovadoras à Europa

tar os canais entre o Brasil e a América Latina, e países de língua hispânica. Para essa informação criar os vínculos necessários a um crescimento simétrico”. Pela quinta vez no País (sempre no Rio de Janeiro e em São Paulo), esta

é a primeira do especialista na região Nordeste. “Os cursos [universitários] no Brasil têm um altíssimo valor educativo e uma informação clínica muito relevante. E as conferências falam muito sobre as estatísticas nacionais, algo que não

Painel científico

Confira algumas das informações discutidas por especialistas durante o simpósio.

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Marcos Clarencio da Silva (BA), no painel Métodos de Hemostasias na Endoscopia Terapêutica, falou sobre “Risco de ressangramento”. Na hemorragia digestiva, o endoscopista tem função primordial em reduzir esse risco. Surgem mais estudos, mesmo assim “faltam trabalhos consistentes na área de hemorragia digestiva baixa”.

Beatriz Monica Sugai (SP) discorreu sobre “Pancreatite aguda biliar – Quando indicar CPER”. Ela lembrou formas não invasivas de detecção dos cálculos biliares, e alertou para se levar em consideração as causas, “que podem ser cálculos biliares (45%), abuso de álcool (35%) e outras (medicamentosas, doenças auto-imunes, parasitas na via biliar, Krohn)”.

Flavio Hayato Ejima (DF) informou que o cateterismo com fio guia, ao contrário do que se pensava, resulta em mais complicações. Ejima lembrou ainda: “A boa técnica evita procedimentos desnecessários”. Se houver dúvida, encaminhar o paciente para novos procedimentos.

Ricardo Pessoa (CE) falou sobre “métodos mecânicos”, no Módulo Endoscopia – Aspectos gerais, Métodos de Hemostasias na Endoscopia Terapêutica. Ele detalhou técnicas de profilaxia e aconselhou: “O Balão de Sengstaken-Blackemore, muito utilizado no passado, não deve ser esqueci-

do. Ainda hoje, especialmente em um País como o nosso, que não tem acesso a endoscopistas com rapidez, ele deve ser usado algumas vezes e pode ser salvador”. Walnei Fernandes Barbosa (SP), no “Módulo Endoscopia – Aspectos Gerais”, falou sobre “Avaliação clínica na Endoscopia Terapêutica”. Estudo de um grupo no HC avaliou risco de sangramento em pacientes com doenças diversas: “Percebemos no trabalho nuances que não estão ainda descritas com precisão, e os exames tradicionais estão se mostrando ineficazes em determinados casos, com a necessidade de outros ”


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Admar Borges da Costa Junior defende o papel dos médicos na conscientização de gestores públicos

O costa-riquenho Herbert Burgos: “Devemos incrementar os canais de comunicação”

Algumas doenças se manifestam com maior incidência e de forma mais simétrica no mundo. O motivo é a predominância de parâmetros ocidentais, com maus hábitos alimentares, fumo e estresse

se encontra em outros cursos e é muito valioso”. Ele destaca que as apresentações trazem sempre o state of the art, o ponto máximo de conhecimento em cada área. “Esse tipo de atividade onde se discutem temas e se trata de forma sistemática das enfermidades, é muito intenso, elevado e didático”. Nesse sentido, ele comenta que o convite de profissionais de outros países latino-americanos para futuros eventos seria muito proveitoso. “Toda a América Latina tem de se integrar em algum momento. Mas isso também tem a ver com as prioridades”. O médico exemplifica: “No Brasil, provavelmente é o câncer de colo, no Peru, de pâncreas, no Chile e na Costa Rica, gástrico, na Argentina, colo”. Mas Burgos acredita que pouco a pouco estamos nos integrando em uma só massa crítica. Mas há outro fator de união que não pode ser comemorado.

Sérgio Pessoa aponta as dificuldades nacionais para consolidar dados de pesquisas

Formação Natural de Uberlândia (MG), Bruno Chaves Salomão se formou em sua cidade, obteve a especialização em endoscopia na cidade de São Paulo (SP), no Hospital Sírio Libanês, e agora, concluída a residência médica, trabalha em Brasília. “A especialidade é nova e a residência mais ainda. Antigamente, o pessoal fazia estágios”, narra. Para ele, a vantagem de eventos como o Simpósio em Fortaleza é a possibilidade de reciclagem, de forma condensada: “Na endoscopia, a cada mês existe uma novidade, e sem dúvida isso está ligado ao desenvolvimento tecnológico”. Já Gardênia Costa, fortalezense que faz residência na Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, aproveitou também para visitar a família. Ela se especializa em endoscopia digestiva e considera: “A importância de vir para o Simpósio é ter ideia do que está se passando no mundo da endoscopia”. Na opinião dela, trata-se de uma chance para pensar em qual subárea se especializar, além do aspecto de atualização.

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Capa Os problemas nacionais de saúde também estão passando por certa padronização. Costumes estão em mudança e se ocidentalizam: maus hábitos alimentares, fumo, estresse. Isso faz com que algumas enfermidades se manifestem mais, e de forma mais simétrica. “Isso é grave e está nos afetando”. Burgos informa que o câncer de colo e o de mama se agravam em todos os países, com o aumento da obesidade. Há, porém, variáveis mais específicas.

sociados à carga genética. “Há famílias inteiras que têm esse tipo de câncer”, lamenta. O fenômeno também se dá por zonas geográficas, em regiões com características vulcânicas. O excesso de consumo de sal é outro fator. Entretanto, para estabelecer causalidade, é preciso um estudo retrospectivo. Por se tratarem de pesquisas caras e longas, estabelecer essa relação é difícil. Mesmo no Japão, onde o problema também é grave. As estatísticas no mundo estão declinando um pouco, mas mantêm um número absoluto Regionalismos A Costa Rica, por exemplo, ocupa o muito grande e crescente, pois a popuprimeiro lugar no mundo em mortali- lação cresce. No caso do Brasil, Burgos dade por câncer gástrico (oitava causa global de morte). Não se sabe exataDois auditórios trouxeram simultaneamente mente o porquê, mas tem-se o dado painéis e debates sobre as mais variadas questões da atualidade na endoscopia de que 60% dos problemas estão as-

Novos e velhos fatores Tecnologia em constante evolução traz possibilidades de aperfeiçoar procedimentos; mas fator humano é primordial, como mostram estudos

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O

4º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva trouxe um panorama do desenvolvimento tecnológico e de procedimentos na área. A grande novidade no cenário nacional é o SpyGlass. Ângelo Paulo Ferrari Junior, gastroenterologista de São Paulo (SP), que falou sobre táticas para redução de complicações no Módulos Vias Biliares e Pâncreas – CPER, apresentou o aparelho (um cateter dentro do qual se introduz fibra ótica). O dispositivo permite realizar colangioscopia ou pancreatoscopia com apenas um operador. “A imagem ainda precisa ser melhorada. Mas além de permitir visão direta, permite biópsia sob visão direta e litotrep-

sia intra-corpórea”. Ferrari esmiuçou o funcionamento do SpyGlass por meio de um vídeo inglês. João Carlos Andreoli (SP), especialista autor de Terapêutica Endoscópica, também falou sobre o aparelho. “Esperamos realmente que entre no nosso País nos serviços especiais, e possamos dar um avanço na terapêutica das vias biliares e pancreáticas”. Ao falar sobre procedimentos avançados com o SpyGlass, Andreoli ressaltou a necessidade de treinamento profissional específico. “Não é método para ser feito em qualquer consultório ou hospital. Geralmente podem ser centros universitários”. Ele observou, ainda, que há um aumento no tempo de procedimento. Sem previsão de entrada no Brasil, o SpyGlass pode trazer continuidade para


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quem estuda as patologias bilio-pancreáticas, na opinião de Andreoli – com avanço diagnóstico e, principalmente, terapêutico. “Essa tecnologia nunca foi desenvolvida no Brasil por ser um procedimento muito difícil, e pelo custo também”. Por outro lado, há soluções nacionais bem sucedidas. Wagner Colaiacovo, endoscopista no estado de São Paulo, relatou durante sua apresentação que existem próteses biliares desenvolvidas com empresa nacional, com bons resultados e de fácil colocação.

Métodos José Luiz Paccos, endoscopista cirurgião do aparelho digestivo, de São Paulo (SP), que falou no módulo sobre pólipos, com o subtema “Melhorando a acu-

avalia que um dos maiores problemas é o tamanho, a variedade dos grupos sociais e origens étnicas. Isso dificulta a consolidação da informação. “O esforço a ser feito é de cada um. Devemos estimular a investigação em outras áreas, para começar a resolver os problemas locais”. Um dos exemplos dessa situação em solo nacional é o das varizes esofagianas, uma das causas de hemorragia digestiva. Conforme explica Admar Borges da Costa Junior, médico com área de maior experiência em endoscopia digestiva, as causas desse sangramento podem ser medicamentos sem prescrição médica, como antiinflamatórios ou analgésicos. Outras causas frequentes são a cirrose, o vírus da hepatite, ou esquistossomose. Essa última é de alta incidência na região de Recife e em todo o estado de Pernambuco.

Chefe do serviço de endoscopia e de residência médica do Hospital da Restauração, Borges foi chamado a palestrar no Simpósio por causa desse know how específico. E Recife é referência no trato do problema. O hospital onde Borges trabalha é o maior do estado e credenciado como Centro de Treinamento da SOBED. Atividades didáticas são desenvolvidas em acordo com a Sociedade. “Nós treinamos muita gente e lá temos os maiores volumes de hemorragias digestivas do mundo” – outro fenômeno em conexão com a esquistossomose. Sérgio Pessoa, por sua vez, fala sobre o tratamento não endoscópico da hemorragia digestiva por varizes, e sobre o papel do clínico. Primeiro a entrar em contato com um paciente nessas condições, sua atuação é fundamental para melhorar a chance de resposta ao tratamento endoscópico. Pessoa abre sua

rácia”, afirmou que novos métodos são importantes, além de muito cuidado. No caso da colonoscopia, pequenas lesões praticamente ocultas podem ser responsáveis pelo aparecimento de câncer em um curto período. No mesmo sentido, o médico especializado em endoscopia digestiva diagnóstica e terapêutica, Walton Albuquerque, de Belo Horizonte (MG), participante do “Módulo Colonoscopia”, informou que o principal indicador de qualidade nos exames é o tempo desprendido, de acordo com pesquisas. Kleber Bianchetti de Faria, endoscopista digestivo mineiro, citou estudo de 2005, com 12 colonoscopistas. Os mais experientes dedicavam mais tempo ao exame e obtinham resultados superiores. A diferença no diagnóstico chegou a 85%,

e uma detecção apurada evita complicações futuras. Para incentivar essa atitude, o médico citou a ideia do pagamento por performance mínima, com exclusão por performance inadequada. E enfatizou que a retirada do aparelho deve ser considerada um momento ainda propício ao detalhamento. Faria citou estudo divulgado pela revista Gastrointestinal Endoscopy, no qual se cravou o tempo de retirada do colonoscópio. Os profissionais eram avisados de que estavam sendo filmados e que iriam ser assistidos por colegas. Conclusão: aumentou o número de pequenos focos de adenoma encontrados nos exames. “O ser humano é igual em toda parte do mundo. Se há fiscalização, vigilância, a performance melhora”, arrematou Bianchetti.

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Capa O imprevisto em foco Instruir os endoscopistas sobre como prevenir e agir frente a uma situação emergencial: esse foi o enfoque do Curso de Emergências em Endoscopia Digestiva, ministrado no dia 5 de junho por Samir Lisak, anestesiologista do Hospital Sírio Libanês e médico do Grupo de Resgate de Atendimento de Urgência (GRAU-Resgate 193), do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo; e Leonardo Vanzatto, do serviço médico de anestesia do Hospital Sírio Libanês e instrutor do Centro de Treinamento em Vias Aéreas da Santa Casa. Ambos trabalham com o serviço de endoscopia como anestesistas. Segundo Vanzatto, as complicações são raras, por isso muitos endoscopistas, mesmo com vasta experiência, não vivenciaram alguns dos problemas debatidos. O intuito da dupla é fazer com que o especialista reconheça e saiba evitar essas situações. Em segundo lugar, que tenham uma conduta para agir na emergência, tirar o paciente da complicação e não se comprometer. “O foco é qualidade do atendimento e segurança do procedimento”, afirma Samir Lisak. A intenção é conseguir realizar exames e encaminhar o paciente à recuperação, “de preferência melhor do que ele chegou”. Muitas informações novas foram trazidas pelos especialistas, pois as

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leis mudam e as portarias do Conselho Federal de Medicina também. “O que é correto e o que diz a lei não é necessariamente o que as pessoas vivenciam pelo Brasil, e isso causa polêmica”. Já Leonardo faz um alerta: “O médico, pela correria, pelo excesso de trabalho, às vezes acaba não documentando no prontuário o que aconteceu”. Mesmo que tenha dado tudo certo, o paciente pode vir com uma queixa, por exemplo, de que se acidentou com o carro por ter recebido uma dose excessiva de anestésico. Por isso é fundamental documentar todos os procedimentos. Também foi reforçada no curso a questão de alergias e doenças prévias, que podem ser descobertas no contato clínico com o paciente. “A maioria dos médicos tem uma rotina muito corrida, ele faz ‘cinquenta’ exames, então não quer perder cinco minutos conversando”, dispara Lisak. Isso é um erro, pois pode-se evitar problemas sérios com esse investimento de tempo. “A medicina é dinâmica, novas drogas, novos dispositivos para qualidade e segurança”, por isso uma das funções do curso é ajudar nessa adaptação e listar as opções. Mas sem “receita de bolo” em relação às doses de novas drogas. Pois cada paciente deve ser avaliado pelo médico e o profissional tem de fazer sua própria programação.

Questões genéticas, geográficas, políticas e econômicas interferem na intensidade dos problemas de saúde em certas regiões aula com um trabalho canadense que questiona de forma bem humorada o que é melhor na hemorragia por varizes: usar medicação, fazer tratamento endoscópico ou dormir um pouco mais. “Eu não tenho opinião formada, porque isso varia muito de acordo com o serviço. Para o endoscopista ‘dormir um pouco mais’, ele tem que estar inserido em um serviço capaz de dar toda essa abordagem inicial correta”. Ou seja, algo que nem sempre é realidade nos nossos serviços. Em um hospital como o que Sérgio Pessoa atua, por exemplo, a emergência não tem essas condições. Então o endoscopista deve intervir mais precocemente. Na manipulação do doente privado em hospitais particulares, há condição de estabilizar o paciente com as drogas disponíveis. “Agora, no serviço público, muitas vezes você atende em uma cadeira, uma maca, no corredor. As condições de estabilização são muito ruins”. Além disso, há poucos centros formados e completos para atendimento da hemorragia digestiva. “Isso é um problema, as pessoas não estão treinadas e a maioria dos serviços de atendimento de emergência não tem as pessoas e os equipamentos”.


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Controle na endoscopia Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária suscita reflexão sobre antigas questões da área médica

V

era Helena de Aguiar Freire de Mello, presidente da Comissão de Defesa e Ética Profissional da SOBED, alertou para que todos tenham cuidado com pré-requisitos básicos. A esfera municipal é a que os profissionais precisam conhecer mais. Em uma fiscalização, deve-se questionar o que diz a lei. “Eles estão procurando o que querem”, alertou. O esclarecimento do paciente é outro ponto fundamental. Nem o consentimento nem o esclarecimento foram incluídos no Código de Ética Médica para a proteção do médico. “Esse é o grande equívoco”. São ferramentas para o paciente decidir. “Quanto mais complexo e de maior risco for o ato médico, tanto mais completo, específico e individualizado deve ser os esclarecimentos”. Vera reconheceu que é difícil saber o limite entre esclarecer e ensinar medicina para o paciente. Por isso o especialista deve estar em consonância com informações da mídia, inclusive. E os protocolos ajudam nesse sentido, pois é grande a dependência do médico em relação à sua

Vera Helena de Aguiar Freire de Mello, presidente da Comissão de Defesa e Ética Profissional da SOBED

equipe. Esclarecimentos e alta médica são funções do médico, e de nenhum outro profissional da saúde: “É preciso assumir completamente essa responsabilidade”. Já a liberação do paciente pode ser feita por um profissional treinado. Se a ética médica é uma questão tão antiga, por que tem gerado tanta preocupação? “Por causa do Código de Defesa do Consumidor”. Mas existe algo de bom para o médico no Código, segundo Vera. O parágrafo 4º do artigo 14 fala sobre informações inadequadas e insuficientes. Isso significa ser subjetivo o julgamento desses aspectos. “O Conselho Federal de Medicina fez uma coisa importante, mas com vinte anos de atraso: o novo Código de Ética Médica, que entrou em vigor em abril desse ano, diz que ‘a natureza personalíssima da atuação profissional do médico não caracteriza relação de consumo’”. É uma forma de distanciar o Código de Defesa do Consumidor do médico. Segundo Vera, foi melhorada a redação de artigo que fala sobre causar dano ao paciente por imperícia, negligência ou imprudência. Nesse caso, a culpa do médico tem que ser provada

pelo paciente. Vera esclareceu que os advogados apregoam a manutenção de registros escritos do esclarecimento e do consentimento do paciente, porque essa é a única prova material. “De outra forma é palavra contra palavra”. No caso da endoscopia, é muito importante que o acompanhante seja informado e que ele assine essa informação. Porque o paciente fica inimputável caso exista alguma ocorrência – como um acidente de automóvel – e o médico seja responsabilizado. Flavio Hayato Ejima, gastroenterologista de Brasília (DF), detalhou que a necessidade de um profissional da enfermagem dependerá do serviço de endoscopia realizado. Ele informou sobre a necessidade de uma sala de recepção com tamanhos mínimos definidos, quantidade e tipo das cadeiras. É proibida a recuperação de pacientes fora da sala de recuperação. E há outras exigências, como: exaustão de ar; arquivamento de exames e registro de procedimentos; numero determinado de acessórios em função da quantidade de procedimentos; e caixas distintas para carregar materiais dentro e fora do hospital.

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Capa Infectologia urgente

Eveline Girão, especialista cearense da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital da Unimed, falou sobre essa área de alto risco. Desde 1985, com a morte de Tancredo Neves, surgiu uma portaria com força de lei, determinando que todos os hospitais devem ter esse setor. As atribuições são avaliar, dirimir riscos e diminuir os casos de infecções em procedimentos e cirurgias. Eveline falou sobre a endoscopia e comentou que hoje se questiona muito como os aparelhos são esterilizados e desinfetados. “Há vinte anos se usava água e sabão. Isso transmite várias bactérias e vírus”. Há mais de dez anos existe uma normatização de como esses aparelhos têm de ser esterilizados. Para a especialista, as clínicas é que são o grande problema. Elas não costumam ter um infectologista e não existe um órgão específico para fiscalizá-las. “Se ele tem infecção, não vai relatar para a Vigilância. Então, esses dados são subnotificados. Não se sabe hoje qual é a taxa de transmissão”. Em uma infecção de hepatite, por exemplo, não há como saber se ocorreu durante endoscopia. Trabalhos de 2006 mostram que nos EUA houve surtos de mais de 60 casos de transmissão de hepatites (inclusive B e C) em clínicas de endoscopia. “Mas aqui existem muito mais casos, só que nós não sabemos”. As instâncias fiscalizadoras não conseguem monitorar todas as clínicas. “As leis não são cumpridas e nem fiscalizadas”.

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De fato, o Hospital da Restauração, onde trabalha o recifense Admar Borges, é um dos poucos centros no País a dispor de atendimento 24 horas em endoscopia digestiva, com plantão presencial. O hospital mantém comunicação e recebe médicos brasileiros e estrangeiros para ministrar palestras. Em contrapartida, os especialistas pernambucanos treinam médicos jovens, com programas para receber aspirantes inclusive de outros estados. Como no caso da Costa Rica, a intensidade do problema em Pernambuco tem a ver com questões genéticas e geográficas. Admar Borges explica que a esquistossomose veio da África para o Brasil e se instalou sobretudo nas áreas mais tropicais. O parasita se adaptou muito bem. Hoje, a maior incidência em nível mundial ocorre no Egito e em países da África tropical. O controle da patologia depende muito das questões sanitárias e sociais. Trata-se de uma doença que acomete as classes menos favorecidas, porque a propagação se dá na ausência de condições sanitárias adequadas e hábitos de higiene básicos. O médico de Recife avalia, ainda, que as doenças são muito regionalizadas no Brasil: “Por exemplo, o câncer de esôfago é muito mais frequente no Rio Grande do Sul, por conta do chimarrão, então eles têm muita experiência sobre isso lá”. Por isso o médico tem papel fundamental para conscientizar os gestores públicos. A aplicação de recursos financeiros na parte “cuidativa” é sempre mais dispendiosa do que na parte preventiva. “Isso é um problema brasileiro e de outros países em desenvolvimento”, pondera.

Nesse sentido, Borges destaca o papel da organização para superar desafios: “O Brasil é um país continental e a SOBED é uma sociedade nacional. Tenho observado que a diretoria se preocupa com uma atuação não só no eixo Rio-São Paulo”. Ele considera que a vinda desse Simpósio para Fortaleza beneficia muito os médicos do Nordeste e do Norte também, pela facilidade de deslocamento. “Essa orientação é muito positiva, e os eventos, como vem sendo, devem ser regionalizados”. E o eixo Rio-São Paulo também é favorecido por essa situação. O Nordeste se firma como presença de destaque na medicina brasileira. Especialistas de projeção nacional e internacional são professores e palestrantes. “Isso é muito bom, porque o equilíbrio entre as regiões é um desejo não só econômico, mas científico”. Além da troca científica, há que se considerar a possibilidade de lazer e a menor dificuldade de transporte em uma cidade de tamanho médio, como Fortaleza. Assim, é natural que a cidade queira receber a XI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo em 2012. Sérgio Pessoa faz uma retrospectiva: “A última vez que Fortaleza teve um congresso brasileiro de gastroenterologia foi em 1964, ano em que eu nasci”. Ele argumenta que todas as “Semanas” foram ou serão realizadas no Centro, Sudeste e Sul. E enfatiza que a cidade tem infraestrutura necessária, com aeroportos, hotelaria, público e um centro de convenções com data prevista de conclusão para este ano. Colaborou a Redação


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Médico S/A

Impressão que fica A volta do cliente para a próxima consulta não depende apenas da técnica aplicada no procedimento médico. Investir na humanização profissional e na infraestrutura da unidade garante fidelidade e satisfação dos pacientes Amanda Campos e Marina Panham

O

ditado popular “a primeira impressão é a que fica” se aplica perfeitamente ao atendimento dos clientes em consultórios médicos particulares. Além de observar detalhes como higiene e organização do espaço, os pacientes analisam desde o tempo de espera agendado até os laços criados no momento da consulta. “Sem treinamento, atendentes prestam mais atenção ao computador do que ao próprio cliente”, explica o gestor de qualidade Ronaldo Damaceno.

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Médico S/A Promessas não cumpridas, serviço ineficiente, informações contraditórias ou erradas fornecidas por atendentes e médicos, atrasos e longas esperas, entre outras reivindicações, são os principais problemas apontados pelos clientes da área da saúde. Afinal, de que adianta a ciência ter muito a oferecer se os profissionais apresentarem apenas a técnica científica? Na pesquisa “Qualidade no atendimento a clientes praticado nos consultórios médicos privados de Bauru: uma abordagem teórico-prática”,

Passo-a-passo Dez regras simples possibilitam a gestão de qualidade, segundo Ronaldo Damaceno. 1 - Satisfação total do cliente Por ser a pessoa mais importante do consultório, o cliente é prioridade e termômetro da qualidade na gestão. É preciso prever suas necessidades e superá-las. 2 - Gerência participativa Para ter a participação efetiva de todos os colaboradores, deve-se manter a equipe informada sempre. Só assim a qualidade será fortalecida e aproveitada. 3 - Desenvolvimento de RH Acreditar, ter espírito de colaboração e iniciativa. O setor deve conhecer as atividades desenvolvidas, metas da empresa e se aperfeiçoar técnica e culturalmente. 4 – Propósitos constantes Procurar ideias coesas para executar o projeto. Esse propósito deve, inclusive, fazer parte do planejamento estratégico.

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orientada em 2008 pelo professor e coordenador do curso de Administração das Faculdades Integradas de Bauru (FIB), Carlos Henrique Carobino, foram ouvidas 150 pessoas atendidas com frequência em consultórios de médicos particulares. Elas falaram sobre os pontos positivos e negativos no atendimento e estrutura das unidades. Entre as questões a serem melhoradas estão pontualidade médica (reclamação de 129 pessoas), entretenimento na sala de espera (83 reclamações), e locais que

5 - Aperfeiçoamento contínuo O sucesso depende da equipe. Os funcionários devem deixar para trás o individualismo ou paternalismo na busca por superar as expectativas dos clientes. 6 - Gerência de processos Eventuais barreiras entre as áreas da empresa devem ser quebradas com o objetivo de promover a integração. 7 – Delegação Poder e responsabilidade devem ser transferidos às pessoas para eliminar futuras burocracias aos clientes. 8 - Disseminar a informação Divulgar o objetivo da empresa, missão, grandes propósitos e planos. 9 - Garantia de qualidade Procedimentos corporativos devem ser escritos e deixados em locais de fácil acesso, permitindo a consulta dos colaboradores. Somente assim a empresa alcançará o “zero defeito”. 10 - Não aceitar erros Os erros devem ser medidos e analisados, assim como o planejamento e as ações, com abertura às sugestões da equipe. Eles também devem ser prevenidos e estudados.

facilitam o acesso às unidades, como o estacionamento (ponto negativo para 99 clientes). A recepção foi apontada como insatisfatória por 65 pessoas e o atendimento das secretárias foi considerado ruim por 68 pacientes. A aparência física interna das unidades foi elogiada por 115 pessoas, o atendimento médico por 142, e a confiança no profissional foi ponto positivo para 144 entrevistados. Em busca de conforto, alívio e cura dos males, o paciente carece de atenção, e geralmente o atendente, cartão de visita dos consultórios, não está capacitado para lidar com emoções e situações adversas. “Ao invés de agir acalmando o cliente alterado, por exemplo, recepcionistas sem treinamento adequado se alteram tanto ou até mais do que o cliente”, destaca o gestor de qualidade. Além dos requisitos que antecedem a consulta, o pós-atendimento compõe o atendimento médico ideal. Para conquistar a fidelidade do paciente, a consulta deve ser humanizada, fator que estimula o conceito de qualidade para os clientes, de acordo com o gestor. “O médico pode ter excelente técnica, mas se deixar a desejar no contato com o paciente, perde”. Considerando que os problemas de saúde são o único motivo que leva indivíduos ao consultório, é imprescindível que a recepcionista ou secretária entendam a importância e o cuidado ao receber o cliente. Se as tarefas forem bem gerenciadas e distribuídas gradualmente para todos os colaboradores do consultório, o sucesso profissional do médico e o crescimento empresarial


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da unidade estarão garantidos. “São os clientes que determinam o sucesso ou fracasso de qualquer empreendimento comercial”, diz Damaceno. Atualmente, no exercício da profissão, o médico se depara com pacientes exigentes, aumento dos custos da prática profissional e redução dos honorários, que exigem suporte dos colaboradores e boa gestão na qualidade do atendimento. Segundo a obra do consultor em estudos estatísticos e autor de títulos como “Palestras e conferências em estatística matemática”, o norte-americano William Edwards Deming, a melhoria de um serviço tem de ser propósito constante. Meta que inclui, entre outros fatores, prevenir atrasos e erros humanos frequentes. Invertamos os papéis. Se o médico fosse o paciente, como gostaria de ser tratado? Qualquer pessoa responderia que gostaria de receber, além do diagnóstico, respeito, discrição e atenção. Segundo o artigo 1º do Código de

Invertamos os papéis. Se o médico fosse o paciente, como gostaria de ser tratado? Ética Médica, a medicina é profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade, e deve ser exercida sem discriminação de qualquer natureza. “Foi assegurada ao paciente total autonomia da vontade, inclusive para a escolha do tratamento”, explica o advogado da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), José Luiz Barbosa Pimenta Junior. Em vigor desde 12 de abril, após 20 anos de vigência do Código anterior, o novo Código contém normas que devem ser seguidas pelos médicos no exercício da profissão, em atividades relati-

vas ao ensino, pesquisa e administração de serviços da saúde. Emissão de laudos com letra ilegível - sem identificação do número de registro no Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição – e oposição à realização de trabalho conjunto com outro médico – a segunda opinião solicitada pelo paciente – serão vetadas, de acordo com as cláusulas da nova legislação médica. Preocupado com a mecanização do atendimento público da área médica, o Ministério da Saúde desenvolveu a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão no Sistema Único de Saúde (Humaniza SUS). Desde 2003, o programa de humanização qualifica as práticas de atenção e gestão da saúde pública nacional e incentiva trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários. “Primar pelo respeito e autonomia do paciente é fundamental para a relação sadia entre o profissional e o cliente”, afirma Barbosa Pimenta.

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Info

Bits, bytes e outros bichos... Dr. Horus Antony Brasil*

C

aro leitor, você já pensou em ter computador com um Petabyte de HD? Não sabe a diferença entre Megabytes e megabits? Jamais ouviu falar em números binários? Pensa que um nibble pode ser uma raça estranha de cachorros? Relaxe, a maioria dos iniciantes nos sombrios mistérios da informática também se encontra na mesma situação!

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A grande verdade é que as pessoas não sabem dimensionar o tamanho de um arquivo e não têm ideia das unidades ou valores de referência usados para medi-los. Com isso, às vezes temos situações engraçadas, como aquele “filminho” do fim de semana, que atulha a nossa caixa postal, mandado por um desavisado, que filmou 30 minutos, em HD, o seu pimpolho fazendo gracinhas... Aquelas fotos que não cabem no


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box 1 nosso pendrive ou o último capítulo da novela gravado que não cabe mais no nosso HD. Para piorar a situação, o próprio Windows às vezes confunde o usuário e mostra todos os arquivos em Kb, obrigando-nos a convertê-los em Mb ou Gb. Calma! Veremos isso já. Muito bem, tudo começou há muito tempo, com a invenção da linguagem de programação. Os computadores “entendem” impulsos elétricos, positivos ou negativos, representados por 1 ou 0, respectivamente. A cada impulso elétrico damos o nome de bit (BInary digiT). Um conjunto de 8 bits reunidos como uma única unidade forma um byte. Ou seja, a menor coisa que um computador entende é 1byte (formado por 8 bits). Uma letra tem 1 byte. Nos computadores, representar 256 números binários é suficiente para lidarmos a contento com eles. Por isso, os bytes possuem 8 bits. É só fazer os cálculos: como um bit representa dois tipos de valores (1 ou 0), e um byte representa 8 bits, basta fazer 2 (do bit) elevado a 8 (do byte), que é igual a 256. Os bytes representam todas as letras (maiúsculas e minúsculas), sinais de pontuação, acentos, caracteres especiais e até informações que

não vemos, mas que servem para comandar o computador e que podem, inclusive, ser enviados pelo teclado ou por outro dispositivo de entrada de dados e instruções. Faça esse experimento: abra um novo arquivo no Bloco de Notas e insira a frase “Four score and seven years ago”. Salve o arquivo no disco, com o nome de getty.txt. Utilize então o Explorer e veja o tamanho do arquivo. Você descobrirá que o arquivo ocupa espaço de 30 bytes no disco: 1 byte para cada caractere. Se você adicionar outra palavra ao final da sentença e salvar novamente, o tamanho do arquivo subirá para o número referente de bytes. Cada caractere consome um byte. Voltemos ao nosso problema com as unidades: se você deseja armazenar um pouquinho de líquido, vai preferir uma jarra de 1 litro, certo? Se for armazenar muito líquido, vai preferir um tambor de 100 l (ou um hectolitro-hl). Mas se vai armazenar um montão de líquido é melhor usar um tonel de 1000 l (1 kl- quilolitro). A mesma coisa com a nossa informação. A partir daí, foram criados vários termos para facilitar a compreensão humana da capacidade de armazenamento, processamento e manipula-

1 byte = 8 bits 1 kilobyte (KB ou Kbytes) = 1024 bytes 1 megabyte (MB ou Mbytes) = 1024 kilobytes (KB) 1 gigabyte (GB ou Gbytes) = 1024 megabytes (MB) 1 terabyte (TB ou Tbytes) = 1024 gigabytes (GB) 1 petabyte (PB ou Pbytes) = 1024 terabytes (TB) 1 exabyte (EB ou Ebytes) = 1024 petabytes (PB) 1 zettabyte (ou Zbytes) = 1024 exabytes (EB) 1 yottabyte (ou Ybytes) = 1024 zettabytes (ZB) 1 Iunibyte (Ubytes) 1024 (YB)

ção de dados nos computadores. No que se refere aos bits e bytes, as medidas são as indicadas no box 1. Antigamente (eu me lembro!), existiam os disquetes flexíveis ou flopy-disc de 360 KB, logo substituídos pelos incríveis disquetes rígidos de 1024KB (ou 1,4 MB). Mas não durou muito, vieram os CDs, com estonteantes 650 MB de capacidade. Agora era o paraíso... Mas qual, logo apareceram os DVDs, com capacidade na casa dos Gigabytes: 4,7 GB ou 4700 MB. Um prodígio...! Ainda não: hoje estamos na era do Blu-Ray, que pode ter, dependendo do tipo, de 25 a 100 Gigabytes! Quando termina? Nunca. O homem, na sua incrível busca pela melhoria, não para jamais. Assim como não para de crescer a capacidade de processamento, os periféricos, enfim, tudo.

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Info

box 3 Perceba, pelo conteúdo do Box 1, que kilo corresponde a aproximadamente mil; mega, cerca de um milhão; giga, um bilhão, e assim por diante. Quando alguém diz: “Este computador tem um disco rígido de 2 giga”, está querendo dizer é que o disco rígido pode armazenar 2 gigabytes, aproximadamente 2 bilhões de bytes, ou exatamente 2.147.483.648 bytes. Como seria possível você precisar de 2 gigabytes de espaço? Se você considerar que um CD armazena 650 megabytes, perceberá que o equivalente a apenas três CDs de dados ocuparia o disco rígido inteiro. Bases de dados de terabyte são comuns nos dias de hoje e, provavelmente, já deve haver algumas bases de petabyte sendo utilizadas pelo Pentágono, nos EUA. Como deve ter notado - assunto tratado em artigos anteriores -, as unidades não são em sistema decimal; assim, 1 Giga não tem 1000 MB, e sim

box 2 1 kilobit (Kb ou Kbit) = 1024 bits 1 megabit (Mb ou Mbit) = 1024 Kilobits 1 gigabit (Gb ou Gbit) = 1024 Megabits 1 terabit (Ou Tbit) = 1024 Megabits

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1024 MB. Isso por causa do sistema de base dois, de que já falamos. Não importa, pode aproximar para 1000. A indústria também o fez, e é comum encontrarmos HD de 250 MB, quando sabemos que não é bem assim. Vamos falar agora de transmissão de dados: Para transmissão de dados entre computadores, geralmente são usadas medições relacionadas a bits e não a bytes. (ver box 2) E assim por diante. Quando a medição é baseada em bytes, a letra ‘b’ da sigla é maiúscula (GB). Quando a medição é feita em bits, o ‘b’ da sigla é minúsculo (Gb). A utilização de medições em bits, portanto, é comum para indicar o volume de dados em transmissões. Geralmente, indica-se a quantidade de bits transmitidos por segundo. Assim, quando queremos dizer que um determinado dispositivo é capaz de enviar, por exemplo, 54 megabits por segundo, é utilizada a expressão 54 Mbps (54 Megabits per second - 54 megabits por segundo). (veja box 3) Eis um truque para checar se a sua conexão está mesmo com aqueles Megas prometidos: supondo que tenha uma conexão que promete velocidade de 4 MB, faça o seguinte. Baixe um arquivo bem grande e verifique a taxa de transferência que aparece no Box

1 Kbps = 1 kilobit por segundo 1 Mbps = 1 megabit por segundo 1 Gbps = 1 gigabit por segundo

de downloads com dizeres do tipo: Transferindo arquivo xxx Kbps. Pegue este número xxx e o multiplique por 8 (1Byte = 8bits). Se, no caso do nosso exemplo, a taxa for de 500 Kbps, multiplique por 8 e terá 40000 Kbps, ou 4 MB. Mas aceite algo perto disso, pois as conexões e velocidades variam muito. Uma curiosidade: a uma metade de um byte dá-se o nome de nibble ou semioctecto, pois um byte também se chama um octeto. Para que serve isso? Não sei, talvez para deixar os outros com cara de bobos ao saber de tal novidade. Exceto se você trabalhar no Vale do Silício ou for aluno do MIT...

Fontes consultadas: http://www.infowester.com/bit.php http://pt.wikipedia http://informatica.hsw.uol.com.br/ bits-bytes.htm Fórum do Clube do Hardware

*Dr. Horus Antony Brasil é médico endoscopista associado à SOBED.


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Ética e Defesa Profissional

Resolução sobre utilização do Glutaraldeído

O

Resolução SESDEC, nº. 911, de 19 de novembro de 2009. Terça, 01 de dezembro de 2009 17:01 Publicada no DOE nº. 214 de 25/11/2009. Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro.

Relembrando conceitos: Acessório de uso endoscópico: produto ou artigo médico, semicrítico ou crítico, independente de equipamento, utilizado com funções específicas de auxílio a diagnóstico e/ou terapêutica. Produto ou artigo crítico: produto ou artigo utilizado em procedimentos invasivos, com penetração de pele íntegra ou não, mucosa, espaços ou cavidades estéreis, tecidos subepteliais ou sistema vascular. Pelo grande risco de infecção precisam ser esterilizados. Produto ou artigo semicrítico: produtos ou artigos que entram em contato com mucosas. Requerem desinfecção de alto nível ou esterilização para ter garantida a qualidade do seu múltiplo uso.

Ato do Secretário Resolução SESDEC nº. 911/2009 ALTERA PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 2º, DA RESOLUÇÃO SESDEC Nº 500, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2008, PUBLICADA NO DOE Nº. 215, DE 14 DE NOVEMBRO DE 2008. O SECRETÁRIO DE ESTADO DE SAÚDE E DEFESA CIVIL, no uso de suas atribuições legais e considerando: Resolução RE ANVISA nº 2605, de 11 de agosto de 2006, que estabelece a lista de produtos médicos enquadrados como sendo de uso único proibidos de serem reprocessados; Resolução RE ANVISA nº 2606, de 11 de agosto de 2006, que dispõe sobre as diretrizes para elaboração, validação e implantação de protocolos de reprocessamentos de produtos médicos e dá outras providências; Nota Técnica ANVISA nº 2/2007 – Ocorrências de casos de infecções por MCR (Mycobacterium de Crescimento Rápido) pós videocirurgia; Nota Técnica ANVISA nº 5/2008 – Ocorrências de casos de infecções por MCR (Mycobacterium de Crescimento Rápido) pós videocirurgia;

Estado do Rio de Janeiro foi o único dos Estados que manteve a proibição do uso do saneante Glutaraldeído a 2% até 11/2009. A partir da Resolução SESDEC, de nº. 911 de 19/11/2009, abaixo transcrita, o produto teve seu uso liberado, também naquele Estado, para produtos médicos semicríticos, caso dos endoscópios que acessam o organismo por vias exclusivamente naturais. É importante ressaltar que seu uso continua proibido para produtos médicos críticos, como pinças de biópsias e demais acessórios críticos de uso endoscópico ou não.

Nota Técnica ANVISA nº 08/08/2008 – Ocorrências de casos de infecções por MCR (Mycobacterium de Crescimento Rápido) pós videocirurgia; Que não houve notificação de casos novos no Estado do Rio de Janeiro, após abril 2008; Que não houve notificação de casos relacionados a procedimentos semicríticos no Estado do Rio de Janeiro ao longo do período de 2006 a 2008; As dificuldades técnicas na substituição dos produtos saneantes à base de GLUTARALDEIDO 2%, como desinfetante de médio e alto nível e esterilizante por outros métodos, em especial no tocante ao processamento de fibroendoscópios; O disposto na Resolução SESDEC nº 431 de 29 de agosto de 2008. R E S O L V E: Art.1º - Alterar o Parágrafo Único do Artigo 2º da Resolução SESDEC nº 500 de 13/11/2008, passando a vigorar com a seguinte redação: “Art. 2º. (...) Parágrafo Único - No caso de artigos de uso semicrítico, conforme classificação de Spalding, fica permitido o método de desinfecção de alto nível/ esterilização com uso de saneantes à base de Glutaraldeído a 2%.” Art.2º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. *Sérgio Cortês é Secretário de Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro

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Crônica

História de um verdadeiro pai Iderval Reginaldo Tenório Ilustração: Felipe Santiago

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o início de minha vida profissional, fui plantonista de um sério pronto atendimento. Nesses plantões eram lotados dois médicos, e os atendimentos eram para pacientes emergenciais. Os casos mais graves eram transferidos e recebidos com todo o prazer pelos plantonistas da unidade hospitalar, que davam suporte ao pronto atendimento. Discutia-se, naquela época, como nos dias atuais, o que é atendimento de urgência, o que deve o médico atender, até que ponto é ético o médico dizer “este caso não é emergência e não deve ser atendido nesta casa, e sim por outra unidade”. Unidade que nesse complexo existia e muitas vezes com especialistas.

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Era domingo, 3h30 da manhã, chovia. A cidade estava deserta, não me recordo o motivo, a pediatria se encontrava desativada. Os pacientes eram atendidos alternadamente. Até meia-noite era intenso o movimento, depois caía consideravelmente. Chegou um senhor de uns 40 anos de idade. Trazia embalado nos braços, envolta em um grosso lençol, uma criança de quatro ou cinco anos. Foi à recepção, e disse que o filho estava com febre e dor na garganta. A recepcionista explicou que não se tratava de emergência, e deveria procurar o outro serviço logo o dia clareasse. Humildemente o senhor sentou-se em uma cadeira, defronte à televisão, que passava a noite ligada. Pensou, refletiu, voltou à recepcionista, tentou explicar e, sem sucesso, solicitou a ela que lhe mos-


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trasse quem eram os médicos. Queria falar e pedir “pelo amor de Deus” para atenderem o filho. O médico da vez respondeu que aquele caso não configurava emergência, e poderia muito bem esperar até o amanhecer. Pensou: “Amigdalite às 3h30 da manhã é brincadeira. Por que não levou o garoto, durante o dia, ao ambulatório apropriado?”. E resmungou para si: “Amigdalite às 3h30 é demais”. Ao ver a cena e sentir naquele pai um semblante de diminuição, inferioridade e desvalorização como cidadão, chamei o colega e solicitei a ele que atendesse a criança. Ele foi irredutível. Não pensei duas vezes: mandei fazer a ficha, solicitei que colocasse o pai e o filho no consultório, chamei o colega e, frente a frente, iniciei a consulta. Não consulta médico-clínica, mas consulta

médico-social. O pai revelou que morava na periferia, saía de casa às 6h. O transporte era uma casinha adaptada sobre a carroceria de um caminhão. Não tinha alimentação e nem garantia de emprego, e era o último a chegar em casa no subúrbio ferroviário, depois de uma peregrinação por toda a cidade, por causa do despejo dos seus pares, que moravam em pontos diversos. Naquele dia havia deixado a fábrica às 22h, rodara por mais de 150 quilômetros e, ao chegar em casa, sem almoço e sem jantar, sem banho e possuído pelo cansaço, foi avisado pela esposa que o menino estava com febre, e esperava o pai para levá-lo ao médico. Matou a sede, encostou a mochila e a marmita, embalou a criança e, debaixo de chuva, andou a pé três mil metros.

Pegou o trem suburbano, que se conectava com o último ônibus e, depois de rodar 30 quilômetros, atingiu o fim de linha, um turístico logradouro, desceu a pé um íngreme enladeirado, longo e deserto percurso da grande praça ao longínquo serviço de urgência. Na solidão do caminho, na escuridão da noite, sob o frio da úmida e torrencial chuva, arriscando as duas vidas, mergulhou na realidade. Na cabeça, um turbilhão de pensamentos, todos de baixa estima: pobre, não bonito, suburbano, pertencente a uma categoria sem valor, afrodescendente, cansado, naquele dia sem se alimentar, foi tomado pelo desânimo. Porém, tinha um filho, possuía um rei, possuía uma das razões que justificavam viver, que justificavam todo e qualquer sacrifício.

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Crônica

Aliás, levar o seu filho a um médico não era sacrifício, mas um prazer. Pensava no trabalho, na família, no seu pai. Via e sentia, naquela hora, naquele momento, como era difícil a vida, como era dura, como era insignificante diante do mundo. Ainda bem que existia o médico, este sim “me compreende, este sim é homem de coração bom, este sim atende a toda hora, atende em todos os momentos”. Nos momentos de necessidades e sempre alegre, sempre rindo, “ainda bem que existe o médico”. Neste mundo só o médico, somente o médico era verdadeiramente humano. Mas quem era ele para ser atendido, receber a atenção daquela espécie de homem, homem estudado e importante?! Inclusive ser um simples operário era condição suficiente para não ser atendido. Ainda assim, o médico atendia. Atendia porque era humano, era bom, era gente. Além de médico, era gente. E assim veio pensando em todo o longo e difícil trajeto. Imaginava encontrar um amigo, um amigo que o escutasse, que oferecesse atenção, que desse socorro. Ainda bem que existe o médico... Disse também que saiu pre-

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“O depoimento era mais um desabafo, um desabafo social, desabafo com ele mesmo, desabafo, quem sabe, com DEUS...?”

ocupado como fazer para voltar, com que carro, com que dinheiro para ir ao trabalho no outro dia... Sem dormir, sem comer, sem condições de faltar. E se fosse demitido? Porém, nada disso era mais importante do que aquele filho, nada tinha mais importância do que a saúde do seu filho. O colega, frente a frente, escutava silenciosamente. O depoimento era mais um desabafo, um desabafo social, desabafo com ele mesmo, desabafo, quem sabe, com DEUS...? O colega escutava calado, silencioso, olhar perdido. O colega estava em outro mundo, bem distante, não sei onde. Em um lugar longínquo, e cabisbaixo. Repentinamente, os olhos marejados, voz trêmula, rompeu o silêncio, abraçou o guerreiro pai e balbuciou: “Pai, ah, se todos os pais fossem assim! Como seria diferente...”. Pegou as rédeas do atendimento, arranjou energia não se sabe onde, atendeu, conversou, riu, ofereceu o seu lanche noturno e o café da manhã

para aquele pai exemplar. Alimentou a criança, pediu-me que passasse o plantão pela manhã. Com a criança medicada, a bolsa cheia de amostras e muita disposição, foi conhecer, na periferia, onde morava um homem, onde morava um cidadão, onde morava um verdadeiro pai. E saíram os três na mesma condução. Ainda hoje, nos encontros da vida, escuto do nobre e gentil colega: “Meu amigo, muito obrigado. A medicina não é só conhecimento técnico, mas muito mais. A medicina é o social, o humanismo, a ética, o altruísmo, a essência da cidadania, uma das representantes fiéis de Deus. Ser médico, enfim, é ser um misto de tudo quanto é bom. Ser médico é ser provedor e acolhedor, compreender os encontros e os desencontros do homem. Ser médico é apenas ser médico. Apenas..!” * Iderval Reginaldo Tenório é médico cirurgião e endoscopista em Salvador


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Radar Uva contra a gastrite Uma das principais causas determinantes para o diagnóstico da gastrite, a bactéria Helicobacter pylori pode ter o desenvolvimento inibido com extrato de uva e seus compostos, sugere estudo da Universidade norte-americana de Clemson. Avaliados os efeitos antibacterianos de extratos de diversos tipos da fruta, como o resveratrol, ácido elágico e miricetina, os resultados indicam que o extrato da pele da uva muscadina tem o maior efeito contra a bactéria, seguida de seu extrato total e das sementes. De acordo com os autores, a terapia com antibióticos é eficaz para alívio inicial, mas com o tempo a bactéria cria resistência ao medicamento.

Recadastramento médico até novembro No dia 11 de novembro, o Conselho Regional de Medicina (CRM) de todo o País encerrará o prazo para que médicos atualizem os dados profissionais. A prorrogação inicialmente terminaria em 11 de maio - visa contemplar a alta demanda pelo recadastramento e beneficiar a implementação do certificado digital, o chamado CRM Digital, proposto para janeiro de 2011. Para mais informações, acesse https://recadastramento.cfm.org.br

OMS critica verba para saúde Despesas do brasileiro com medicamentos, tratamentos e planos de saúde aproximam-se dos R$ 120 bilhões, número considerado catastrófico, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os brasileiros precisam investir mais no setor do que na educação e cultura, por exemplo. Segundo a doutora em Saúde Pública e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Lígia Bahia, o Brasil precisaria de medidas relacionadas à melhoria do Sistema Único de Saúde, como a regulamentação da Emenda 29 com mais recursos para a saúde.

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Radar Dia Mundial da Saúde Digestiva, com corrida pela gastroenterologia Em celebração ao Dia Mundial da Saúde Digestiva, comemorado a 29 de maio, a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) realizou, no dia 30 de maio, a Corrida Corpore FBG Viva Saudável, em frente ao Jockey Club de São Paulo. Com o tema “Doença Inflamatória Intestinal”, a FBG, em acordo com a Corpore Brasil, desenvolveu percursos de 25 km, 12,5 km e 4 km.

Kits genéticos ainda não são comercializados Os testes genéticos personalizados Insight Saliva Collection somente serão vendidos em farmácias norteamericanas após aprovação da Food and Drug Administration (FDA). Os kits, que deveriam estar nas prateleiras de farmácias e drogarias desde maio, permitem descobrir, a partir de amostra de saliva, quais doenças os filhos poderão ter futuramente. Com instruções simples, os usuários recolhem a amostra e enviam o material para análise laboratorial. Além da disposição genética, casais que planejam ter filhos descobrem se são portadores de 23 variações genéticas, entre elas doenças cardiovasculares e a Doença de Alzheimer.

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Projeto Jovem Gastro atinge marca de 300 inscritos Com o objetivo de promover a consciência associativa do jovem residente, o Projeto Jovem Gastro, da Federação Brasileira de Gastroenterologia, atingiu a marca de 300 inscritos, distribuídos em todas as federadas estaduais da entidade. Estimulando a participação por meio de atividades de educação continuada, os associados têm, entre outros benefícios, esclarecimentos

sobre o mercado de trabalho e maior integração entre os núcleos formadores. Além de se tornar isento da anuidade da FBG durante o período da residência, o residente participa do Prêmio Jovem Gastro, que dará aos autores da melhor pesquisa sobre a gastroenterologia na saúde pública o prêmio de R$ 5 mil. Inscreva-se pelo site www.jovemgastro.com.br.

Bahia receberá encontro latino-americano de endoscopia Dos dias 25 a 28 de agosto, em Salvador, endoscopistas e gastroenterologistas da América Latina discutirão, entre outros temas, “esôfago de Barrett” e “procedimento cirúrgico geral”, no IX Congresso Latino-americano de Cirurgia Endoscópica e X Congresso

Brasileiro de Videocirurgia. Os encontros serão organizados pela Asociación Latinoamericana de Cirugía Endoscópica (ALACE), em parceria com a Sociedade Brasileira de Videocirurgia (SOBRACIL). Inscrições pelo site www.alacesobracil2010.com.


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AMB

Falsa polêmica

A

aprovação da regulamentação da profissão médica na Câmara dos Deputados, acompanhando decisão anterior do Senado, constitui passo fundamental para a qualificação da assistência à saúde de milhões de brasileiros. Longe de interpor-se nas atribuições das profissões regulamentadas, o Projeto de Lei 7703/2006 define o escopo da Medicina, garante a transparência quanto às responsabilidades dos diferentes profissionais e harmoniza o trabalho em equipe. Apesar disso, há quem levante contradições imaginárias. Por desatenção ou flagrante má-intenção, há quem diga que o PL 7703/2006 interfere nas atividades de cirurgiões-dentistas, de médicos veterinários e de outros profissionais de saúde. Alegar que a regulamentação da medicina limite a Odontologia é inverdade explícita. Visto que no artigo 4º, parágrafo 6º, do projeto aprovado lê-se com todas as letras: “O dispos-

aos que lhes dão ouvidos que a regulamentação da Medicina colocaria os demais profissionais de saúde em posição subalterna. Não existe qualquer referência no texto da lei que permita tal interpretação. As profissões não são mais ou menos importantes, porém há competências e especificidades que têm de ser respeitadas. Desse modo, garante-se a eficiência e a segurança no atendimento. Finalmente, argumenta-se que o PL 7703/2006 alijaria outros profissionais do sistema de saúde. O exemplo mais comum desse raciocínio equivocado é supor que apenas o médico pudesse realizar exames laboratoriais, como é o caso do Papanicolau. Se isso ocorresse, milhares de pessoas beneficiadas por estes procedimentos ficariam desassistidas. A lei não diz isso. Ela não impede que outros profissionais participem da realização de exames, mas reafirma que o diagnóstico é responsabilidade exclusiva do médico. Isto posto, cabe-nos aos médicos esclarecer a sociedade sobre o real conteúdo do Projeto de Lei, rebater falsos argumentos e aguardar a manifestação definitiva do Senado e da Presidência da República.

to neste artigo não se aplica ao exercício da Odontologia, no âmbito de sua área de atuação”. É também óbvio que o projeto em questão aplica-se à medicina humana e não à veterinária. Da mesma forma, em relação aos demais, expressa o parágrafo 7º do artigo 4º: “são resguardadas as competências das profissões de assistente social, biólogo, biomédico, enfermeiro, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, profissional de educação física, psicólogo, terapeuta ocupacional e técnico e tecnólogo de radiologia”. Não há, portanto, qualquer razão para interpretar o PL 7703/2006 como restritivo. Alguns atribuem à proposta de regulamentação da profissão médica características que ela não tem. Tentam transformar em polêmica um assunto já cristalizado, pois o PL não ofende ou sobrepõe-se às demais profissões da saúde. Buscando cooptar adeptos, * José Luiz Gomes do Amaral, médico, professor falsas lideranças desta ou daquela ca- titular da disciplina de anestesiologia da Unifesp tegoria profissional tentam impingir e presidente da Associação Médica Brasileira

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Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva Departamento de Endoscopia da Associação Médica Brasileira Filiada à Organização Mundial de Endoscopia Digestiva Filiada à Sociedade Interamericana de Endoscopia Digestiva Carlos Alberto Cappellanes – Presidente Carlos Alberto Silva Barros – Vice-Presidente Pablo Rodrigo de Siqueira – 1º Tesoureiro Ciro Garcia Montes – 2º Tesoureiro Ricardo Anuar Dib – 1º Secretário Fabio Segal – 2º Secretário

Anuidade 2010 Prezado(a) Sobediano(a), Gostaríamos de informá-lo que a anuidade da SOBED para o ano de 2010 já está disponível no site www.sobed.org.br - área médica, Anuidade 2010. Para gerar o boleto é necessário ter login (e-mail) e senha. O boleto deverá ser quitado até o dia 30/07/2010. Caso você já tenha efetuado o pagamento de sua anuidade, poderá acessar o sistema para gerar o recibo da mesma. Aproveitamos para informar que, de acordo com nosso estatuto, os associados com mais de 70 anos estão isentos da taxa da anuidade, de acordo com o artigo 22. Recadastramento: Solicitamos que acessem o site www.sobed.org.br para atualizar seus dados cadastrais e que os mantenham sempre atualizados. Lembramos da importancia do seu e-mail pois, com ele, podemos enviar os informativos SOBED ONLINE e todas as atualizações. Atenciosamente, Diretoria Executiva SOBED 2008-2010

Rua Peixoto Gomide, 515 – conj. 44 – 01409-001 São Paulo, SP – Brasil – Fone/Fax: (11) 3148-8200 ou 3148-8201 www.sobed.org.br – e-mail: contato@sobed.org.br

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Tome nota A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) passou a adotar as regras do novo acordo ortográfico na Revista SOBED Nova regra Alfabeto passa a ter 26 letras Trema é eliminado

Antes Alfabeto de 23 letras, mais as chamadas especiais K,W, Y Conseqüência, lingüiça

Agora K, W, Y são integradas Consequência, linguiça

Obs: O trema permanece em nomes estrangeiros e derivados: mülleriano, Müller.

Não se acentuam os ditongos abertos –ei e –oi nas palavras paroxítonas

Platéia, idéia, paranóico

Plateia, ideia, paranoico

Baiúca, feiúra, saiínha

Baiuca, feiura, saiinha

Apazigúe, argúi, obliqúe

Apazigue, argui, oblique

Enjôo, vôo, perdôo

Enjoo, voo, perdoo

Crêem, dêem, lêem, vêem

Creem, deem, leem, veem

Pára (verbo), pêlo (subst.)

Para (verbo), pelo (subst.)

Não se acentuam o –i e –u tônicos das palavras paroxítonas quando precedidas de ditongo Não se acentua o –u tônico nas formas verbais rizotônicas (acento na raiz) quando precedido de –g ou –q e seguido de –e ou –i Não se acentua o hiato -oo Não se acentua o hiato –ee dos verbos crer, dar, ler e ver e seus derivados Cai o acento diferencial

Obs: Permanece nos homógrafos pode/ pôde; e também em pôr/ por

Não se emprega o hífen nos compostos terminados em vogal, nos quais o segundo elemento começa com r ou s, consoantes que,

auto-sugestão, contra-senso,

autossugestão, contrassenso,

extra-seco, infra-som, supra-renal

extrasseco, infrassom, suprarrenal

nesse caso, devem ser duplicadas Obs: Permanece nos compostos com prefixos super, hiper, inter, que combinam com elementos que comecem por r: super-realista, hiper-requisitado, inter-regional

Não se emprega o hífen nos compostos em que o prefixo termina

Auto-ajuda, infra-estrutura,

Autoajuda, infraestrutura,

em vogal e o segundo elemento

semi-árido, auto-escola

semiárido, autoescola

Antiimperialista, microondas

Anti-imperialista, micro-ondas

começa por vogal diferente Ganham hífen os compostos em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com mesma letra Obs: No caso do prefixo co- não se usa hífen: cooperação

Não se emprega o hífen em compostos em que se perdeu, em

Manda-chuva, pára-quedas

Mandachuva, paraquedas

certa medida, a noção de composição Obs: Permanece nas palavras compostas que não contêm um elemento de ligação, mantendo acento próprio, e também naqueles que designam espécies botânicas e zoológicas: médico-cirugião, ano-luz, guarda-chuva, erva-doce, bem-te-vi

Não se emprega o hífen nas locuções de qualquer tipo.

Pão-de-mel, cor-de-vinho

Pão de mel, cor de vinho

Obs: São exceções algumas locuções já consagradas pelo uso: cor-de-rosa, pé-de-meia

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