NOVEMBRO DE 2019 CARTA DE CONJUNTURA
2
INVESTIMENTOS AGUARDAM SINAIS POSITIVOS DO CENÁRIO POLÍTICO BRASILEIRO
INDÚSTRIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
3
PRODUÇÃO DE MÁQUINAS PARA CONSTRUÇÃO DEVE REGISTRAR 3° ANO DE CRESCIMENTO
CONSTRUÇÃO
4
SEGMENTO DE OBRAS PESADAS VIVE A EXPECTATIVA DE REVERTER O DESEMPENHO NEGATIVO
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
5
PRODUÇÃO DE ASFALTO ESPERA RECUPERAR AS QUEDAS
MINERAÇÃO
6
A INDÚSTRIA DE CONCRETO E PRODUTOS DE FIBROCIMENTO CRESCE DE FORMA SATISFATÓRIA
AGRICULTURA
7
PRODUÇÃO E EXPORTAÇÕES DA AGROINDÚSTRIA SEGUEM EM QUEDA ATÉ O 3° TRIMESTRE
SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA
8
SETOR ELÉTRICO SEGUE EM RECUPERAÇÃO, MAS TELECOM E TRANSPORTES TÊM EVOLUÇÃO NEGATIVA EM 2019
CRÉDITO
9
APESAR DO DECLÍNIO DO CRÉDITO, MELHORAM AS OPÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO
PERSPECTIVAS 10 2020 Realização:
CRESCIMENTO ECONÔMICO DE 2% COM INFLAÇÃO DENTRO DA META Produção:
CARTA DE CONJUNTURA CRESCIMENTO REDUZIDO
Este ano, o PIB brasileiro deve apresentar um crescimento inferior a 1%, confirmando a tendência positiva observada desde meados do ano passado, mas ficando abaixo da média de expansão econômica de 2017 e 2018. O que pesou favoravelmente para esse resultado foi a recuperação das vendas no comércio e no setor de serviços privados não financeiros, setores de atividade onde se realiza o consumo.
FALTA DE INVESTIMENTO
Negativamente, a pressão veio do investimento e das exportações. O setor imobiliário, a despeito de ter projetos para uma expansão rápida, sofreu com a restrição de crédito no âmbito do FGTS. Os setores de infraestrutura, por sua vez, ainda aguardam definições de médio e longo prazo essenciais para a entrada de novos projetos. As exportações de bens da agroindústria caíram mais de 18% em razão, em parte, da crise naArgentina.
DESEMPREGO
As pressões sobre os preços dos serviços e os aumentos dos bens industriais observadas no início de 2019 ficaram mais brandas e a taxa de inflação voltou ao patamar inferior a 4,0% ao ano. A situação do desemprego do país, contudo, continua crítica: nas famílias que estão entre os 20% mais pobres da população brasileira, a taxa de desemprego ultrapassa 25%. Entre os jovens com idade entre 19 e 20 anos, o desemprego é superior a 20%. São condições sociais que geram pressão no ambiente político.
REFORMA AVANÇA
No plano político, a votação da reforma previdenciária sinalizou avanços. Muito embora a reforma não tenha efeito fiscal e curto e médio prazo, ela é fundamental para garantir a estabilidade no longo prazo das contas do governo federal. Como dito na edição anterior do Boletim de Mercado da Sobratema, a condição obtida até o momento sinaliza um horizonte de menor necessidade de financiamento do setor público nos próximos dez anos, o que antecipa a possibilidade de uma taxa de juros sistematicamente menor no futuro. Isso favorece o investimento, ao reduzir o custo do capital e ao estimular aplicações financeiras em papéis destinados ao crédito de longo prazo.
GÁS NATURAL
Aagenda econômica do governo vinha avançando positivamente no primeiro semestre de 2019, com o início da discussão interna sobre temas estratégicos para aumentar a competitividade da economia brasileira. Houve a reformulação da política do preço do gás natural. Também avançaram algumas ideias para reformular o financiamento de longo prazo. Em particular, foi encaminhada medida provisória com a criação de uma nova categoria de saque do FGTS que desvincula o saque da dispensa sem justa causa. Além de elevar a capacidade de acumulação de fundos do FGTS, a medida constitui um desestimulo ao rompimento do contrato de trabalho.
FGTS
A reforma tributária, por outro lado, saiu de cena em razão de indefinições dentro do próprio governo federal. As propostas que estão em tramitação no congresso nacional ensejam conflitos distributivos elevados, indicando que a aprovação de uma ou de outra traria enormes transferências de renda na sociedade. No caso da PEC 45, por exemplo, a introdução de um IVA sobre todos os bens e serviços elevaria sobremaneira a carga tributária da construção civil, com impactos negativos sobre os investimentos. Também ficariam mais caros serviços essenciais de saúde e educação, cuja elevação de carga pressionaria de forma intensa a classe média, com desdobramentos políticos que podem ser severos. Assim, a restruturação fiscal do país vai ficando uma vez mais para frente.
DESONERAÇÃO DA FOLHA
Nesse contexto, crescimento da economia em 2020 pode ser um pouco melhor que o deste ano, mas ainda não a estabilidade política e a segurança jurídica e institucional que os investidores externos demandam para voltar a investir no Brasil volumes maiores de capital. Espera-se um crescimento de 2,0% com inflação reduzida, em torno de 3,6%. Nesse contexto, a construção civil pode crescer entre 2,5% e 3,0% no próximo ano se não houver restrição crédito.
2
Gráfico 1 Produção de máquinas e equipamentos para a construção e mineração, índice base 2012 = 100
120,0
INDÚSTRIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
90,0
Produção 60,0
30,0
-
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: IBGE. (*) projeção.
Gráfico 2 Emprego na indústria de máquinas e equipamentos para a construção e mineração, em pessoas 16.000
Emprego
12.000
8.000
4.000
-
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: Ministério do Trabalho. (*) projeção.
Gráfico 3 Exportações de máquinas e equipamentos para a construção e mineração, em US$ milhões 5.000
Após registrar expansão de 14,2% do número médio de empregados com carteira assinada em 2018, o emprego na indústria de máquinas e equipamentos para a construção apresenta evolução mais modesta até setembro de 2019. No primeiro trimestre do ano, o crescimento acumulado do número médio de empregados no setor foi de 10,3%, declinando para 8,1% no acumulado até junho e para 5,9% até setembro. O segmento de tratores (não agrícolas) continua sendo o destaque do ano, com crescimento do emprego de 7,1% entre janeiro e setembro, enquanto que o emprego no segmento de máquinas e equipamentos para terraplenagem, pavimentação e construção, teve alta de 4,7% no mesmo período. Exportações A evolução das exportações do setor segue negativa em 2019, contrastando com o desempenho positivo dos últimos três anos. No acumulado entre janeiro e setembro, as vendas externas declinaram 22,1% frente ao mesmo período de 2018, projetando um volume de exportações inferior a US$ 3,5 bilhões este ano. As exportações de tratores registraram o declínio mais expressivo, de 52,4%, no mesmo período, enquanto que as exportações do segmento de máquinas de terraplanagem e perfuração tiveram retração de 6,7%.
4.000
3.000
2.000
1.000
0
A produção da indústria de máquinas e equipamentos para a construção civil e mineração, que abrange também a produção de tratores de esteira e retroescavadeiras, segue em expansão no terceiro trimestre do ano, com crescimento de 11,9% no acumulado até agosto frente ao mesmo período de 2018. Vale destacar o desempenho positivo da produção desses equipamentos em 2017 e 2018, com alta de 8,7% e 23,9%, respectivamente, após o declínio de 50,5% registrado entre 2014 e 2016. Apesar do desempenho positivo em 2019, essa indústria ainda está operando em um nível 24,8% inferior ao de 2014, ano de produção recorde.
2012
2013
Fonte: MDIC. (*) projeção.
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
3
Gráfico 4 Emprego na construção, incorporações e edificação, médias anuais, em pessoas
CONSTRUÇÃO
1.400.000
Edificações
1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000 0
2012
2013
2014
2015
Fonte: Ministério do Trabalho. (*) projeção.
2016
2017
2018
2019*
Gráfico 5 Emprego na construção, obras de infraestrutura, médias anuais, em pessoas 700.000 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 0
2012
2013
2014
2015
Fonte: Ministério do Trabalho. (*) projeção.
2016
2017
2018
2019*
Gráfico 6 Emprego na construção, serviços de apoio à construção, médias anuais, em pessoas
160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000
2012
2013
2014
2015
Fonte: Ministério do Trabalho. (*) projeção.
2016
2017
2018
Obras de infraestrutura Em linha com o fraco desempenho de 2018, quando o emprego em obras de infraestrutura com carteira assinada declinou 1,1%, a evolução deste ano segue negativa, ainda que a retração tenha passado de -1,8% no acumulado até junho para -1,0% até setembro. Os destaques negativos continuam sendo os segmentos de construção de rodovias e ferrovias e de obras de arte, com queda de 5,5% e 6,3%, respectivamente, no emprego formal até setembro. Caso esse desempenho de 2019 se consolide, este seria sexto ano consecutivo de retração do emprego total da infraestrutura, com queda acumulada de 27,9% desde 2013, ano recorde de produção. Serviços de apoio à construção O resultado das empresas da construção que prestam serviços de base, tais como aluguel de máquinas e equipamentos, demolição e preparação de canteiros, perfurações e sondagens e obras de terraplenagem, está em larga medida associado ao desempenho dos setores de edificações e de obras de infraestrutura. Apesar desses últimos ainda mostrarem trajetória negativa, o emprego no conjunto de segmentos de serviços de apoio à construção segue em expansão, com alta de 2,9% no acumulado até setembro de 2019 em relação ao mesmo período de 2018, com crescimento do emprego em todos os segmentos, exceto naquele ligado a obras de terraplenagem (0,5%).
180.000
0
O desempenho do segmento de incorporação e construção de edifícios tem se mostrado relativamente fraco em 2019, com o emprego com carteira assinada no setor recuando 0,4% no acumulado entre janeiro e setembro, taxa idêntica à registrada até junho. No mesmo período, a indicação em relação ao número de pessoas empregadas é de estabilidade para o segmento de construção de edifícios, enquanto que o segmento de incorporação ainda acumula queda de 2,2% no emprego. Vale notar que desde 2013, ano recorde de produção, o setor, no seu conjunto, acumula retração de 35,3% no emprego.
2019*
4
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Gráfico 7 Produção de materiais de construção, índice base 2012=100 120,0
100,0
Produção
80,0
60,0
40,0
20,0
-
2012
2013
Fonte: IBGE. (*) projeção.
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Gráfico 8 Vendas de materiais de construção, índice base 2012=100
A evolução da produção física de materiais de construção vem desacelerando ao longo de 2019, com expansão de 1,8% no acumulado entre janeiro e agosto, após registrar crescimento de 3,2% no acumulado nos cinco primeiros meses do ano. Como resultado, o nível de produção médio em 2019 ainda se encontra 27,7% abaixo do nível registrado ao longo de 2013, ano em que a produção desses bens atingiu o seu maior patamar histórico. Comércio Varejista Com variação de 3,6% no acumulado entre janeiro e agosto, o comércio varejista de materiais de construção deve registrar o terceiro ano consecutivo de expansão. Com crescimento acumulado nos últimos 12 meses até agosto de 2,9%, no entanto, o desempenho em 2019 não deve superar o de 2018, que teve alta de 3,5%, o que garantiu ao comércio de materiais o melhor resultado entre os segmentos da cadeia produtiva da construção. Apesar da recuperação registrada desde 2017, as vendas desses produtos ainda seguem abaixo do nível de 2014.
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
-
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: IBGE. (*) projeção.
Asfalto A indicação é de que produção nacional de asfalto, segundo dados da ANP , deve ter mais um ano de retração. Com queda acumulada de 13,3% entre janeiro e agosto deste ano na comparação com o mesmo período de 2018, este seria o terceiro resultado anual negativo consecutivo, após o declínio de 9,1% em 2017 e de 2,8% em 2018. Caso a produção de 2019 decline na magnitude vista até agosto, a retração acumulada desde 2014, ano de patamar recorde de produção, chegaria a 49,3%.
Gráfico 9 Produção de asfalto, total do ano, em m³ 3.500.000 3.000.000 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000 -
2012
2013
Fonte: ANP. (*) projeção.
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
5
MINERAÇÃO
Gráfico 10 Emprego na indústria de extração de areia, pedra e argila, em pessoas 80.000 70.000 60.000
Indústria extrativa
50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 -
2012
2013
2014
2015
2016
Fonte: Ministério do Trabalho. (*) projeção.
2017
2018
2019*
Gráfico 11 Produção de produtos de minerais não-metálicos, índice base 2012 = 100
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
-
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: IBGE. (*) projeção.
Gráfico 12 Produção de produtos de minerais não-metálicos, por segmento, variação acumulada no ano*, 2019 8,0%
7,0%
6,0% 3,6%
4,0% 1,5%
2,0% 0,0% -2,0% -4,0%
-5,1%
-6,0% -8,0% -10,0%
-8,2% Vidro
Cimento
Fonte: IBGE.(*) até agosto.
Artefatos de concreto e fibrocimento
Produtos cerâmicos
Depois dos quatro anos consecutivos de queda, em linha com a retração observada na construção civil, o emprego no segmento de extração de areia, pedra e argila segue estável em 2019. No acumulado entre janeiro e setembro, o emprego com carteira assinada do setor teve alta de 0,1% frente ao mesmo período de 2018, quando o emprego declinou 2,5% em relação ao ano de 2017. Por outro lado, a renda desse segmento do setor mineral, a qual é apurada pelo volume de CFEM arrecadada pelo governo federal, avançou 36,1% em termos nominais até fins de outubro de 2019 em relação a igual período de 2018. Produtos minerais não-metálicos A fabricação de produtos minerais não metálicos – que abrange as indústrias de vidro, cimento, artefatos de concreto e fibrocimento, produtos cerâmicos e aparelhamento de pedras – avançou 2,0% no acumulado entre janeiro e agosto em relação ao mesmo período do ano passado, desempenho ainda superior ao de 2018 (0,4%). Apesar dessa evolução recente, o declínio da produção dessas indústrias desde 2013, ano recorde de atividades, é ainda de 20,2%. No contexto dessa recuperação, o emprego nessas indústrias teve queda de apenas 0,7% nos nove primeiros meses de 2019 frente ao mesmo período de 2018, inferior à registrada no ano passado (-2,2%). Segmentos industriais Considerando os cinco segmentos da indústria de produtos minerais não metálicos, dois deles seguem com resultado negativo no acumulado no ano até agosto: o de vidro (-8,2%) e o de aparelhamento de pedras (-5,1%). A produção da indústria de cimento, de produtos cerâmicos e a fabricação e artefatos de concreto e fibrocimento, seguem em expansão no acumulado no mesmo período, com crescimento de 1,5%, 3,6% e 7,0%, respectivamente. Desde 2013, os destaques negativos em termos acumulados foram a produção de cimento, com queda de 26,6%, e a de artefatos de concreto e fibrocimento, com declínio de 32,0%.
Aparelhamento de pedras
6
AGRICULTURA
Gráfico 13 Área lavoura plantada, variação entre as safras de 2019 e 2018, (%) 12,0%
9,4%
9,0%
Área de lavoura e produção agrícola
6,0% 3,3%
3,0% 0,0%
2,3%
0,4%
-1,6%
-3,0%
-3,9% -6,0% -6,6% -9,0%
Fonte: IBGE.
Gráfico 14 Produção de bens agroindustriais**, índice base 2012 = 100
A área plantada na safra de 2019 deve avançar modestamente, passando de 78,837 milhões de hectares em 2018 para 79,119 milhões de hectares. Espera-se uma redução das áreas plantadas de canade-açúcar e de laranja, -6,6% e -3,9%, respectivamente, e um aumento da área de cereais, leguminosas e oleaginosas (3,3%), com destaque para soja (2,3%) e milho da 2ª Safra (9,4%). Com relação à produção, a expectativa é de uma safra recorde de 240,7 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, superando em 6,3% a safra anterior, sendo o destaque positivo a produção de milho – 2ª Safra (alta de 33,3%) e o negativo, a soja (-4,3%). Agroindústria
140,0
O segmento industrial de produtos da agroindústria – que inclui as indústrias de óleos vegetais, a fabricação e refino de açúcar e a produção de celulose e biocombustíveis – continua com evolução negativa em 2019, após a expansão observada no ano passado (8,3%), com retração acumulada de 2,5% entre janeiro e agosto em relação ao mesmo período de 2018. Os destaques negativos são a fabricação de celulose e outras pastas para fabricação de papel (queda de 7,7%), fabricação e refino de açúcar (-3,4%) e fabricação de biocombustíveis (-1,7%).
120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 -
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Fonte: IBGE. (*) projeção. (**) Inclui a fabricação de óleos vegetais, o refino de açúcar e a produção de celulose e biocombustíveis.
2019*
Gráfico 15 Exportações da agroindústria**, em US$ milhões
As exportações da agroindústria devem apresentar um desempenho negativo em 2019, contrastando com três anos consecutivos de crescimento, particularmente 2017 e 2018, quando essas exportações avançaram 17,4% e 11,8%, respectivamente. Entre janeiro e setembro deste ano, as exportações totais de açúcar, álcool, papel, celulose, soja (inclusive óleo) e suco de laranja, recuaram 18,6% frente ao mesmo período de2018, totalizando US$ 49,5 bilhões. As vendas de todos os grupos de produtos declinaram-na mesma comparação: açúcar e álcool, -20,6%; complexo soja, com -22,0%; suco de laranja, com -15,9%; e, com a queda mais modesta, o segmento de papel e celulose, 2,5%.
70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Exportações
2019*
Fonte: MDIC. (*) projeção. (**) Inclui as exportações de açúcar, álcool, papel, celulose, soja (inclusive óleo) e suco de laranja
7
SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA
Gráfico 16 Consumo de energia elétrica, em TWh 400,0 350,0 300,0
Energia elétrica
250,0 200,0 150,0 100,0 50,0 0,0
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: ANEEL. (*) projeção.
Gráfico 17 Volume de serviços de transportes, índice base 2012 = 100 120,0
O consumo de energia elétrica cresceu 1,1% no acumulado entre janeiro e julho de 2019 frente ao mesmo período do ano passado, de acordo com a ANEEL. Caso essa tendência se mantenha, o consumo anual deve ficar em 316,1 TWH, superando o patamar dos anos 2017 e 2018. O faturamento do setor elétrico segue com alta expressiva, de 12,5% no acumulado também até julho, em termos nominais, reflexo da alta de 11,1% da tarifa média no mesmo período. Com isso, espera-se que faturamento do setor chegue a R$ 230,7 bilhões ao final de 2019, dos quais cerca de R$ 64,2 bilhões na forma de encargos e tributos, ficando R$ 166,6 bilhões com as empresas. Transportes
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
2012
2013
Fonte: IBGE. (*) projeção.
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Gráfico 18 Volume de serviços de telecomunicações, índice base 2012 = 100
De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, a queda do volume de serviços do setor de transportes vem se acelerando ao longo do ano, com a retração chegando a 3,3% no acumulado até agosto frente aos primeiros oito meses de 2018. Vale notar que no ano passado, o volume de serviços prestados por esse segmento teve expansão de 1,2%, resultado influenciado pela paralisação dos caminhoneiros ocorrida em maio daquele ano, o que ajudou a reduzir a base de comparação de 2019. O faturamento nominal do setor, por outro lado, registra alta de 3,7% no acumulado até agosto. Telecomunicações O volume de serviços do setor de telecomunicações segue em retração em 2019, acumulando queda de 0,7% entre janeiro e agosto, em relação ao mesmo período de 2018, segundo o IBGE. Apesar de negativo, esse resultado ainda supera o do fechamento de 2018 (-2,6%). Com respeito ao faturamento nominal do setor, este declinou 0,2% no mesmo período, abaixo da retração do volume, o que indica modesta recuperação de preços, dado que em 2018 a queda do faturamento, de -2,9%, superou à do volume.
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
2012
2013
Fonte: IBGE. (*) projeção.
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
8
Gráfico 19 Financiamento habitacional em R$ bilhão de 2017**
CRÉDITO
200
150
Imobiliário 100
50
0
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: ABECIP e Caixa Econômica Federal. (*) projeção. (**) SBPE e FGTS, média dos últimos 30 meses.
Gráfico 20 Valor dos projetos na área de infraestrutura em consulta no BNDES, R$ bilhões** 300,000
250,000
200,000
150,000
100,000
50,000
0,000
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: BNDES. (*) projeção. (**) Valores correntes, média dos últimos 36 meses.
Gráfico 21 Créditos concedidos do FGTS para o financiamento da infraestrutura urbana, em R$ bilhões** 25,000
A tendência retração do volume de consultas de empréstimos ao BNDES de empresas da área de infraestrutura se manteve nos primeiro nove meses de 2019, com queda de 12,4% no valor médio das consultas na comparação com o mesmo período do ano passado. Vale lembrar que, tendo o valor consolidado de 2016 como referência, o montante dos projetos de infraestrutura em consulta no banco ao longo dos 36 meses anteriores somava R$ 217,134 em valores correntes, declinando para R$ 155,986 bilhões em 2017 e, posteriormente, para R$ 119,587 bilhões no fechamento de 2018. Este ano o valor está em R$ 105,302. FGTS infraestrutura urbana Os valores de créditos concedidos do FGTS para o financiamento da infraestrutura urbana nos últimos 36 meses somaram uma carteira de R$ 18,446 bilhões em setembro de 2019. Esse valor foi 13,4% inferior ao verificado em 2018, indicando tendência de queda. A retração se deveu ao desempenho ruim tanto dos empréstimos para saneamento quanto para os empréstimos para mobilidade urbana. Com essa redução, os desembolsos para esses setores tendem continuar caindo no final de 2019 e início de 2020.
20,000
15,000
10,000
5,000
0,000
Os números do financiamento habitacional ainda são negativos em 2019. O número global de unidades financiadas caiu 5,5% nos primeiros nove meses do ano e o valor financiado foi reduzido em 3,8% em termos nominais. Isso resultou de uma queda forte na concessão de crédito do FGTS, cuja retração foi de 12,1% no número de unidades e de 20,1% no valor financiado. No âmbito do SBPE, o número de unidades financiadas cresceu, seguindo a tendência de aumento dos depósitos nas cadernetas de poupança. Em termos de valores de financiamento, projeta-se que as carteiras do SBPE e do FGTS de crédito concedido nos últimos 36 meses somaram R$ 345,8 bilhões em setembro de 2019, valor 0,4% maior que o de dezembro de 2018. BNDES
2012
2013
2014
2015
2016
Fonte: Caixa Econômica Federal. (*) projeção. (**) Valores correntes, média dos últimos 36 meses.
2017
2018
2019*
9
PERSPECTIVAS 2020
Gráfico 22 Crescimento, inflação e câmbio 4,0%
3,7%
3,5%
3,6%
4,000
4,144
3,654
3,0%
Macroeconomia
2,0%
2,0%
1,1% 1,0%
0,9%
-
0,0%
Crescimento econômico
Inflação
2018
Câmbio
2019
2020
Fonte: Ex Ante Consultoria Econômica.
Gráfico 23 Nível de atividades nos serviços de infraestrutura, taxa de crescimento (%) 2,0%
Desde a publicação do último boletim, o cenário macroeconômico para 2019 foi atualizado, com a revisão da taxa de crescimento prevista para 2019, a qual passou de 1,6% para 0,9%, ainda abaixo, portanto, da taxa observada nos dois últimos anos, de 1,1% de expansão do PIB. Essa revisão se deveu ao fraco desempenho do emprego e ao ritmo mais lento de crescimento da renda das famílias. Também houve redução da formação bruta de capital. Em termos de inflação, contudo, espera-se que o custo de vida tenha um crescimento menor que 3,5% em 2019. Isso permitirá a manutenção dos juros reais, que devem se manter em torno de 1,5% a 2,0% ao ano. O câmbio deve permanecer flutuando no patamar em torno de R $ 4,00 por US$ até o final de 2019.
1,0%
Investimentos em obras
0,0%
Em termos de investimentos em novas moradias, espera-se redução 14% em 2019 com relação a 2018. Essa retração é resultado do volume menor de contrações realizadas em 2017 e 2018 e que estarão em fase de edificação no próximo ano. Mas também pesa a retenção de crédito no âmbito do FGTS observada em 2019. Os investimentos em infraestrutura também devem cair, mas num ritmo menor: 12,5% em 2019 com relação a 2018. Isso se deve à profunda retração das intenções de investimento observadas nos últimos anos causada pelas incertezas relativas ao cenário político e institucional do país. A área de infraestrutura urbana também observará queda de investimentos superior a 13%.
-1,0%
-2,0%
-3,0%
-4,0%
Energia elétrica
Transportes 2018
Telecomunicações 2019
Fonte: Ex Ante Consultoria Econômica.
Gráfico 24 Investimentos em construção, por segmento, em R$ bilhões 180,000
Perspectivas 2020
160,000 140,000 120,000 100,000 80,000 60,000 40,000 20,000 -
Habitação
Infraestrutura urbana 2018
Fonte: Ex Ante Consultoria Econômica.
2019
Energia, telecom e transportes
Para 2020, o cenário macroeconômico já indica um crescimento mais forte, de 2,0%, puxado pelo consumo. Essa taxa é maior que a observada nos últimos anos, mas ainda revela a necessidade de ajustes. O cenário externo mais conturbado pelas condições políticas e econômicas nos Estados Unidos, União Europeia e na Argentina limitam a expansão do PIB brasileiro. Em termos de inflação, espera-se que o custo de vida tenha aumento de 3,6% em 2020. Isso permitirá a manutenção dos juros reais em torno de 1,0% a 1,5% ao ano. O câmbio deve fechar o ano de 2020 em R$ 4,144 por US$.
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