4 minute read

4.1. Meios de fixação da carga

Next Article
2.1. Riscos

2.1. Riscos

Assunto: AMARRAÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA TRANSPORTE

4. COMO FAZER A AMARRAÇÃO

A situação de maior risco no transporte de cargas é a de frenagem brusca. O objetivo da amarração é impedir que a carga se desloque em situações como essa, evitando acidentes e garantindo a integridade da carga e a segurança das pessoas envolvidas.

Em situações de maior responsabilidade é fundamental atender às diretrizes da norma NBR-15883 Parte 1 (cálculo de tensões).

O posicionamento e a distância entre os elementos de fixação devem ser definidos antes do tensionamento dos conjuntos de amarração.

Antes de executar a amarração, é necessário tomar alguns cuidados gerais, tais como:

 Certificar-se de que não há nenhuma peça solta.  Usar equipamento de proteção individual (EPI).  Certificar-se que o engate do veículo está funcionando perfeitamente.  Avaliar o peso e as dimensões do produto antes de carregar.  Nunca alterar as características originais dos acessórios de amarração.

Em seguida, deve-se levantar as forças decorrentes de freadas, arrancadas, aclives, declives e lombadas. O conhecimento das forças de atrito entre as cargas e o veículo é importante para se estabelecer o valor da força restritiva. É preciso levar em conta, em alguns casos, a influência do vento e da inclinação da pista. Em qualquer situação, não se deve exceder as cargas de trabalho dos elementos utilizados.

Além de reduzir a possibilidade de avarias, a correta distribuição da carga no veículo evita a sobrecarga dos eixos, o desgaste prematuro dos pneus, freios, molas, amortecedores e outros componentes e assegura maior estabilidade e aderência, além de reduzir o consumo de combustível.

A altura máxima é regulamentada. Caso fique acima vos valores indicados, deve-se executar uma verificação do trajeto e entrar em contato com as concessionárias de redes aéreas, para que acompanhem a movimentação do equipamento.

Finalmente, deve-se dar especial atenção aos pontos sensíveis, como hastes de pistões hidráulicos, mangueiras, fiação elétrica e outros, buscando-se sempre evitar danos aos componentes e/ou superfícies.

4.1. Meios de fixação da carga

Conforme Resolução 552 do Contran, cargas indivisíveis requerem no mínimo quatro pontos de amarração e utilização de cintas têxteis, cabos de aço, correntes ou a combinação desses itens.

Existem basicamente dois métodos de fixação da carga no veículo: amarração por atrito e amarração direta.

Assunto: AMARRAÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA TRANSPORTE

Figura 10 – Tipos de amarração

Na amarração por atrito, a carga é pressionada contra o veículo através dos conjuntos de amarração, aumentando o atrito e permitindo manter a carga na posição mesmo durante uma frenagem brusca.

Na amarração direta, a carga é fixada diretamente entre os pontos de ancoragem (na carga e no veículo), sem aumento do atrito. A carga é presa pelos pontos de ancoragem, que combatem os esforços de deslocamento horizontal e/ou diagonal.

É possível utilizar ambos os sistemas em conjunto.

Um fator importante a considerar é o ângulo de amarração α, diretamente relacionado com a eficácia da amarração. O ideal é ter um ângulo de 90º, que não oferece redução da capacidade do acessório utilizado.

ângulo de amarração

3 0 1 5

4 5 Ângu lo de amarração

6 0 7 5 9 0

100

80

60

40

a c i i ê n c E f i

0

20

Figura 11 – Influência do ângulo na eficiência de amarração

Deve-se buscar sempre manter o centro de gravidade o mais baixo possível. Contudo, as características da carga definem essa posição e permitem muito pouca variação.

Quando forem usadas correntes, deve ser feita uma amarração em “X” na frente e na traseira da máquina, que pode ser presa no pino de reboque.

Assunto: AMARRAÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA TRANSPORTE

Figura 12 – Amarração em “X” na traseira Para maior proteção do motorista, recomenda-se usar 3 tensores puxando a carga para trás e 2 puxando a carga para a frente.

Figura 13 – Amarração com correntes e tensionadores (v. também fig.8)

Alguns equipamentos possuem orientações nos manuais referentes à posição adequada e aos dispositivos necessários para garantir a fixação correta. Os equipamentos normalmente possuem também uma indicação clara dos pontos de amarração e içamento.

Se houver necessidade, podem ser soldados vergalhões em pontos da estrutura da máquina e no piso da carreta. Esta é uma simples recomendação para avaliação, uma vez que não há nenhuma regulamentação a respeito. É importante lembrar que há procedimentos a serem tomados para executar soldas na máquina, para evitar danos aos componentes eletroeletrônicos.

Após o início do transporte, recomenda-se inspecionar periodicamente a fixação da carga, para evitar sua movimentação caso ocorra algum afrouxamento. Sugerimos executar uma primeira inspeção uma hora após o início da movimentação, fazendo-se os reapertos necessários. A partir dessa inspeção inicial, sugerimos uma nova verificação a cada três horas. É importante lembrar, contudo, que cada carga tem suas características específicas, que poderão demandar inspeções mais frequentes. Assim, o motorista deve estar sempre atento ao posicionamento da carga e a eventuais anormalidades que, se constatadas, deverão implicar a parada imediata do veículo e a correção da amarração antes que a situação se agrave.

This article is from: