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2.1. Riscos

Assunto: AMARRAÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA TRANSPORTE

1. INTRODUÇÃO

As máquinas são definidas como cargas indivisíveis, ou seja, que não podem ser divididas em partes para fins de transporte. O transporte desse tipo de carga normalmente requer condições especiais referentes a percursos, horários, velocidade, sinalização, escolta e outras medidas necessárias.

A amarração de máquinas é fundamental para garantir a segurança do transporte do equipamento. Se a carga não estiver bem amarrada, o risco de danos à carga e/ou acidentes envolvendo o veículo transportador ou outros veículos que estiverem trafegando pela rodovia, têm grande chance de ocorrer e precisam ser evitados.

Para que a amarração seja feita adequadamente, é necessário que os envolvidos tenham o treinamento adequado dos procedimentos operacionais e das técnicas de inspeção e validação dos acessórios de amarração.

É comum se ver nas estradas caminhões transportando cargas pesadas com cintas e cabos afrouxados. Numa frenagem, a carga solta corre o risco de se movimentar em direção à cabina, podendo causar danos significativos a ela e a seus ocupantes.

Se os pontos de fixação não tiverem resistência suficiente, poderão se romper ou entortar, causando também movimentação da carga. A mudança na distribuição de peso poderá levar à queda da carga ou ao tombamento do veículo.

Para podermos compreender por que ocorrem acidentes, é preciso antes entender quais são as forças que atuam sobre a carga, a distribuição do peso, a estrutura do veículo de transporte, os acessórios utilizados e os pontos de conexão na carroceria do veículo. Ao arrancar, frear ou fazer curvas, serão criadas cargas dinâmicas que atuam nas pessoas, no veículo e na carga. Conhecendo esses esforços, poderemos executar uma amarração segura e evitar perdas, que podem ser:

 Materiais, tais como equipamentos, cargas, edificações, instalações, redes urbanas, etc.  Indiretas, como atraso nas entregas, lucros cessantes, processos jurídicos, etc.  Humanas, representadas por mortes, mutilações, invalidez, ferimentos de maior ou menor gravidade.  Legais, representadas por ressarcimentos, indenizações e outros.

Assunto: AMARRAÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA TRANSPORTE

2. AMARRAÇÃO

Hoje em dia é comum se ver cabos de aço, cordas, correntes e, mais recentemente, cintas de amarração para fixar cargas em veículos. Mas não basta dispor de acessórios de qualidade se estes não estiverem em boas condições e não forem utilizados corretamente.

A norma ABNT NBR-15883 estabelece os conceitos, planejamento e forma de cálculo para execução de uma amarração que permita evitar o desprendimento ou movimentação da carga durante o transporte, que poderá causar danos à carga e a seus ocupantes, acidentes com outros veículos ou tombamento do veículo transportador. O resultado de sua aplicação serão condições mais seguras de tráfego nas pistas.

Essa norma é complementada pela Resolução 552 do CONTRAN, modificada pela Resolução 676, que fixa os requisitos mínimos de segurança para o transporte em veículos de carga.

Segundo a mesma, todas as cargas transportadas devem estar adequadamente amarradas, ancoradas e travadas na superfície de carregamento do veículo, de modo a impedir movimentos relativos em situações como manobras bruscas, solavancos, curvas, frenagens ou desacelerações repentinas. Para tanto, devem ser utilizados dispositivos de amarração como cintas têxteis, correntes ou cabos de aço, com resistência à ruptura de pelo menos duas vezes o peso da carga, bem como dispositivos adicionais como barras de contenção, trilhos, malhas, redes, calços, mantas de atrito, separadores, bloqueadores, protetores, etc.

Os veículos do tipo prancha ou carroceria aberta que transportem equipamentos, máquinas, veículos ou qualquer outro tipo de carga fracionada deverão amarrar cada unidade com os acessórios indicados, ancorados nos pontos de amarração da estrutura metálica, em pelo menos quatro pontos, que receberão os terminais dos acessórios de amarração (ganchos, manilhas e outros). A resistência desses pontos deverá ser compatível com os esforços máximos atingidos durante o transporte. O fator de segurança deverá ser, no mínimo, 2.

Recomenda-se que as empresas que executem amarrações de carga com frequência tenham essas normas e resoluções em seus acervos, para consulta quando necessário.

2.1. Riscos

Os principais riscos associados à amarração malfeita da carga se referem ao veículo, à própria carga, ao entorno e às pessoas envolvidas, e envolvem:

 Possibilidade de danos pessoais graves ou fatais devido ao tombamento ou deslizamento da carga, queda por falta de força de tensão devido a equipamento defeituoso, ruptura ou defeito nos meios de tensão.  Lançamento ou deslocamento da carga em estradas ou vias, podendo atingir edificações, outros veículos e estruturas como túneis, pontes, etc. devido a deficiências na amarração ou uso de sistemas de fixação inadequados ou defeituosos, ou que não permitam movimentar as cintas adequadamente.  Tombamento e/ou capotagem do veículo em curvas ou manobras bruscas.  Deslocamento da carga tornando a distribuição de peso desigual, podendo causar acidente.  Possibilidade de projeção da carga sobre a cabina do veículo.

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