Grandes
Construcoes construção, infraestrutura, concessões e sustentabilidade
Nº 2 - Fevereiro/2010 - www.grandesconstrucoes.com.br
Força nas turbinas
Usina Hidrelétrica de Estreito, entre Maranhão e Tocantins, inicia fase de finalizações entrevista Ministro dos Esportes Orlando Silva declara guerra à burocracia
cidade administrativa Engenharia brasileira realiza novo sonho de Niemeyer
Editorial
Há um abismo entre o crescimento econômico e o desenvolvimento social Quinto maior país do mundo, com mais de 8,5 milhões de km 2, o Brasil é tão grande que é praticamente inevitável a existência, em seu território, de realidades muito diferentes. Mas muitas vezes, essas realidades são tão contraditórias que parece haver pelo menos dois países bem diferentes em um só. Uma dessas contradições, que divide o País ao meio, rasgando uma vala profunda entre crescimento econômico e desenvolvimento social, é a política de distribuição do saneamento básico. Em algumas regiões, no Nordeste e no Norte, principalmente, a situação é comparável à de alguns países mais pobres da África. Já em boa parte do Sudeste, os números são próximos aos dos países desenvolvidos. Nesta edição damos destaque a este assunto, em entrevista com o presidente da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), Ives Besse. Ele denuncia a morte de 210 crianças brasileiras, todos os meses, vítimas de doenças transmitidas pela água contaminada ou pelo contato com esgoto sem tratamento. Um quadro dramático que pode se agravar, por falta de vontade pública dos governantes. De acordo com o Banco Mundial, em 2025, dois terços dos habitantes da terra viverão nas cidades. O aumento populacional e a concentração urbana trazem necessariamente demandas crescentes dos serviços de água e esgoto. Para suportar esse aumento, as cidades terão que realizar, no mesmo ritmo, investimentos na expansão das redes de saneamento básico. No en-
tanto, as várias políticas e os programas do governo brasileiro para o setor, nos últimos anos, não têm se mostrado eficazes, e os números denunciam isso. Os serviços de infraestrutura são, reconhecidamente, peça indispensável para a melhoria da qualidade de vida da população mais carente que vive nos centros urbanos. E o governo brasileiro deve buscar as formas mais adequadas para ofertar esse serviço. Qualquer programa de ação, para trazer resultados reais, deve ter como diretrizes fundamentais a adoção do controle social na prestação de serviços, a criação de estruturas administrativas mais flexíveis, o estímulo a programa de conservação da água, de qualidade e produtividade na prestação dos serviços. Deve ainda estimular as parcerias entre setor público e privado, melhorando a eficiência na oferta dos serviços e integrando as ações das diversas instâncias de governo – federal, estaduais e municipais. As diferenças existentes indicam que há um longo caminho a ser percorrido. Mas esse caminho é necessário para um país comprometido com a elaboração de um projeto estratégico de Nação, com a afirmação de sua identidade, com a universalização das conquistas sociais e com a erradicação plena da pobreza.
Mário Humberto Marques Presidente da Sobratema
Março 2010 / 3
Índice Editorial_________________________________________ 3 Há um abismo entre o crescimento econômico e o desenvolvimento social
Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção Diretoria Executiva e Endereço para correspondência:
Av. Francisco Matarazzo, 404, cj. 401 – Água Branca São Paulo (SP) – CEP 05001-000 Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192
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Presidente: Mário Humberto Marques Vice-Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta Vice-Presidente: Eurimilson João Daniel Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos Vice-Presidente: Juan Manuel Altstadt Vice-Presidente: Mário Sussumu Hamaoka Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe Vice-Presidente: Paulo Oscar Auler Neto Vice-Presidente: Silvimar Fernandes Reis
Diretor Executivo Paulo Lancerotti
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André G. Freire (Terex) - Augusto Paes de Azevedo (Caterpillar) - Benito Francisco Bottino (Odebrecht) - Cláudio Afonso Schmidt (Odebrecht) - Edson R. Del Moro (Yamana Mineração) - Eduardo M. Oliveira (Santiago & Cintra) - Felipe Sica Soares Cavalieri (BMC - Brasil Máquinas de Construção) - Gilberto Leal Costa (Odebrecht) - Gino Ranieri Cucchiari (CNH) - João Lázaro Maldi Jr. (Camargo Corrêa) - João Miguel Capussi (Scania) José Germano Silveira (Sotreq) - Lédio Augusto Vidotti (GTM Máquinas e Equipamentos) - Luis Afonso Pasquotto (Cummins) - Luiz Carlos de Andrade Furtado (CR Almeida) - Luiz Gustavo Rocha de Magalhães Pereira (Tracbel) - Nathanael P. Ribeiro Jr. (Auxter) - Ramon Nunes Vasquez (Mills) - Ricardo Pagliarini Zurita (Liebherr) - Roberto Mazzutti (BMC - Brasil Máquinas de Construção) - Sérgio Barreto da Silva (GDK) - Valdemar Suguri (Komatsu) - Yoshio Kawakami (Volvo)
Jogo Rápido______________________________________ 6 Entrevista________________________________________ 16 Falta de saneamento mata 210 crianças por mês no Brasil
BAUMA 2010 _____________________________________ 22 Vitrine mundial da indústria da construção e mineração
Energia __________________________________________ 28 Hidrelétrica de Estreito conclui grandes estruturas e inicia fase de montagem
Construção Industrial_______________________________ 38 Alta tecnologia integra complexo siderúrgico da VSB em Jeceaba
Mineração________________________________________ 44 Onça Puma prepara o salto em 2011
Canal do Panamá__________________________________ 48 Iniciadas as obras para a construção do terceiro conjunto de eclusas
Máquinas e Equipamentos__________________________ 52 Case New Holland inaugura fábrica de R$ 1 bi em Sorocaba
Sustentabilidade__________________________________ 56 Reciclagem na construção civil
Habitação Popular_________________________________ 58 Tecnologia para vencer o desafio do déficit habitacional no Brasil
Agenda__________________________________________ 64
Diretoria Regional
Américo Rene Gianetti (MG) Construtora Barbosa Mello José Demes Diógenes (CE / PI / RN) EIT – Empresa Industrial Técnica S/A José Luiz P. Vicentini (BA / SE) Terrabrás Terraplenagens do Brasil S/A Laércio de Figueiredo Aguiar (PE / PB / AL) Construtora Queiróz Galvão S/A Rui Toniolo (RS / SC) Toniolo, Busnello S/A Wilson de Andrade Meister (PR) Ivaí Engenharia de Obras S/A Ariel Fonseca Rego (RJ / ES)
Grandes
Construcoes Diretor Executivo: Hugo Ribas Editor: Paulo Espírito Santo Publicidade: Carlos Giovanetti (gerente comercial), Maria de Lourdes e José Roberto R. Santos Produção Gráfica & Internet Diagrama Marketing Editorial
Produtor: Miguel de Oliveira Projeto Gráfico: Anete Garcia Neves Diagramação: Aline Poletto, Felipe Escosteguy, Rodrigo Clemente Internet: Adriano Kasai Revisão: Luci Kasai
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“Grandes Construções” é uma publicação mensal, de circulação nacional, sobre obras de Infraestrutura (Transporte, Energia, Saneamento, Habitação Social, Rodovias e Ferrovias); Construção Industrial (Petróleo, Papel e Celulose, Indústria Automobilística, Mineração e Siderurgia); Telecomunicações; Tecnologia da Informação; Construção Imobiliária (Sistemas Construtivos, Programas de Habitação Popular); Reciclagem de Materiais e Sustentabilidade, entre outros. Tiragem: 13.500 exemplares
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Capa: Fábrica da CHN Foto: Jomar Bragança/Divulgação CNH
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Espaço Sobratema A Sobratema é uma entidade voltada aos usuários de equipamentos que atuam nos segmentos de construção e mineração e sua missão é democratizar o conhecimento sobre tecnologia para equipamentos e manutenção entre seus associados, através de programas que incentivem a troca de experiências e promovam o setor. Conheça os programas da Sobratema: M&T Expo A maior feira do setor de equipamentos para Construção e Mineração da América Latina. Revista M&T Publicação técnica direcionada a executivos responsáveis pela gestão e manutenção de frotas para construção, mineração, siderurgia, papel e celulose. Workshop O 1º encontro de 2010 será sobre Financiamentos & Seguros. Será realizado dia 24 de março. Mais informações: www.acquacon.com.br/ workshopsobratema Instituto OPUS Programa dedicado à formação, atualização e licenciamento de operadores e supervisores de equipamentos. Relações Internacionais A Sobratema organiza Missões Técnicas para os profissionais da construção e mineração, com visitas aos eventos mundiais mais importantes. Tabela Custo-Horário O associado Sobratema tem a sua disposição recursos para cálculos de custo/horário de diversos equipamentos em diferentes aplicações. Estudo de mercado Análises do comportamento dos mercados brasileiro e mundial de equipamentos para a construção pesada. Anuário de Equipamentos Anuário brasileiro de equipamentos para construção, com especificação técnica das máquinas para as diversas aplicações. Para associar-se acesse WWW.sobratema.org.br
Randon fornecerá 213 retroescavadeiras ao governo gaúcho A Randon S.A. Implementos e Participações, de Caxias do Sul (RS), por meio de sua unidade de negócios Randon Veículos, venceu a licitação do governo do Rio Grande do Sul para o fornecimento de 213 retroescavadeiras marca modelo RK 406B Tração 4x2 e motor aspirado de 82 HP, a serem repassadas pela Secretaria de Obras Públicas para os 213 municípios gaúchos contemplados no Programa de Reabilitação de Cenário de Desastres. A formalização do contrato aconteceu em 14 de janeiro. A produção das retroescavadeiras está gerando ou conservando diversos empregos em empresas do Rio Grande do Sul, visto que tanto a Randon como a maioria dos fornecedores, estão sediados no estado. Os equipamentos, que totalizam um montante superior a R$ 30 milhões,
R$ 92 bilhões para energia até 2013 Nos próximos quatro anos, os projetos de energia elétrica receberão investimentos do BNDES da ordem de R$ 92 bilhões. O volume de recursos corresponde a 33,6% dos R$ 274 bilhões estimados para projetos de infraestrutura, de 2010 a 2013. As hidrelétricas de grande porte vão www.grandesconstrucoes.com.br
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deverão ser entregues nos primeiros meses de 2010. Criada em 1974, a Randon Veículos, que já detém a liderança brasileira em caminhões fora de estrada com uma participação de 90% no segmento de até 30 toneladas, está presente no mercado nacional de retroescavadeiras desde 2002 registrando em 2009 um aumento de 17% nas unidades vendidas em relação ao ano anterior. Para 2010 projeta-se um crescimento de 15% nas vendas da marca neste segmento. Além da sede em Caxias do Sul (RS), a empresa tem unidades industriais focadas na fabricação de implementos para o transporte de cargas em Guarulhos (SP) e na Província de Santa Fé, na Argentina. Por meio da controlada Fras-le, também tem fábrica na China e nos Estados Unidos.
liderar a captação de recursos. As usinas de Jirau e Santo Antonio, no Rio Madeira, em Rondônia, cujas obras, orçadas em R$ 23 bilhões, já foram iniciadas, terão R$ 20 bilhões despendidos no período. Já Belo Monte, cuja concessão para construção será leiloada em abril, deverá receber investimentos de R$ 8 bilhões.
Jogo Rápido
Angra 3 vai demandar R$ 5 bi em equipamentos Cerca de R$ 5 bilhões, equivalentes a cerca de 70% do total do orçamento, de R$ 7,3 bilhões, necessários para a conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3, serão gastos na contratação de empresas brasileiras de engenharia, fabricação e montagem de equipamentos. A estimativa é da Eletronuclear, que prevê a entrada em operação da usina em 2015. Desde que foram paralisadas em 1986, as obras já receberam investimentos de R$ 1,5 bilhão.
O Programa Nuclear Brasileiro prevê a construção de mais duas usinas no Nordeste, cuja localização está em estudo desde 2009. Técnicos da Eletronuclear estimam que, se quiserem disputar mercado e participar das licitações para atender à demanda que será gerada pelo programa, as empresas brasileiras terão de se mobilizar em parcerias e consórcios. Isoladamente elas não teriam capacidade, hoje, para atender sequer às necessidades da usina de Angra 3. Eles estimam que a
22 milhões de euros para reformar Paulo Afonso A Alstom e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) assinaram contrato de 22 milhões para a reforma das unidades geradoras das hidrelétricas de Paulo Afonso I (180 MW) e Paulo Afonso II (443 MW), na Bahia. A previsão de conclusão das obras é o final de 2012, quando Paulo Afonso I passará a gerar cerca de 11% a mais de energia e Paulo Afonso II, mais 19%. A fabricante, será responsável pela desmontagem, projeto, fabricação, adequação dos componentes, montagem, supervisão e seguro dos equipamentos, além de desenvolver estudos para manter a eficácia das máquinas. A empresa reformará três unidades
geradoras em Paulo Afonso I, que entraram em operação em 1955. Na usina de Paulo Afonso II, serão reformadas seis unidades sendo que a primeira delas entrou em funcionamento em 1961. De acordo com a Alstom, os componentes serão feitos na fábrica de Taubaté, no interior de São Paulo.
Repar modernizada
R$ 274 bi para infra
Foram inauguradas, no dia 12 de março, as obras de modernização da refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR). As obras exigiram investimentos de US$5,4 bilhões.
Um estudo do BNDES revelou que os projetos de infraestrutura no Brasil receberão investimentos de R$ 274 bilhões entre 2010 e 2013. O aumento é de 37,3% em comparação ao período 2005/2008.
forte pressão de demanda, criada pelo programa, deverá impactar diretamente também os setores de consultoria e construção pesada.
Belo Monte tem primeiro consórcio candidato à concessão A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, cujo leilão está previsto para ocorrer em abril, teve seu primeiro consórcio confirmado. Ele é formado pela Vale, Andrade Gutierrez Participações, Neoenergia Investimentos e Votorantim Energia. As quatro empresas assinaram memorando de entendimento, comprometendo-se a desenvolver estudos para “determinar a atratividade do empreendimento, avaliar as condições de participação no processo e, após estas etapas, formalizar instrumentos jurídicos que permitam sua entrada conjunta no leilão”. A usina será construída no Rio Xingu, no Pará, e a terá capacidade de geração de 11,2 mil MW médios de energia. Deverão ser criados cerca de 18 mil empregos diretos. Belo Monte tem custo estimado em R$ 30 bilhões .
Energia e telecom no topo
US$ 481 mi para Metrô-SP
Ainda de acordo com o estudo do BNDES, os setores de energia e telecomunicações lideram as previsões de investimentos até 2013, com R$ 92 bilhões e R$ 67 bilhões.
O BID aprovou empréstimo de US$ 481 milhões para o estado de São Paulo, para obras de expansão e modernização da Linha 5 do metrô paulista. Março 2010 / 7
Jogo Rápido
Os chineses estão chegando O local ainda não foi definido, mas a empresa chinesa Sany Heavy Industry já dá como certa a instalação, no estado de São Paulo, de uma unidade para a fabricação de máquinas para construção civil. O empreendimento deverá exigir investimentos da ordem de US$ 100 milhões nos próximos
cinco anos. A planta paulista produzirá maquinário para o mercado brasileiro e latino-americano e deverá empregar, de forma direta, mil pessoas. De acordo com o CEO da Sany Heavy Industry, Xiang Wenbo o investimento de US$ 100 milhões poderão ser duplicado. “Estamos começando um investimento em São Paulo que deve chegar a US$ 200 milhões”. Ele não revelou, no entanto, quando as obras da nova fábrica serão iniciadas. Alegou que isso vai depender da escolha do terreno, das licenças ambientais e outras formalidades. Para a produção inicial das máquinas será usado um kit de montagem importado da China. Porém, daqui a três anos, a previsão da empresa é de que a fabricação chegue a utilizar 60% do conteúdo nacional. Isso permitiria a aquisição das máquinas por meio de financiamento especial pelo sistema Finame/BNDES. A expectativa do grupo chinês é de faturar US$ 500 milhões em cinco anos no fornecimento de produtos para o mercado brasileiro e latino-americano. A Sany é a primeira grande empresa a desembarcar no estado após a criação, em dezembro de 2008, do Investe São Paulo, a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade.
Odebrecht investirá US$ 607 milhões em hidrelétrica no Peru A Odebrecht e o governo peruano assinaram o contrato de concessão da hidrelétrica Chaglla (360 MW), na província de Huánuco. Segundo o Ministério de Energia e Minas peruano, a empresa Generación Huallaga, do grupo Odebrecht, vai investir US$ 607,7 milhões no empreendimento, que tem previsão de iniciar operação comercial a partir de julho de 2016. Na avaliação do governo do Peru, a hidrelétrica permitirá o desenvolvimento de atividades produtivas na região central do país.
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Abertas licitações para construção da ZPE de Suape Vão começar as obras da primeira Zona de Processamento de Exportações (ZPE) do Brasil. No final de janeiro, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, assinou o decreto que dá início à licitação necessária para a contratação das empresas que vão trabalhar na drenagem, pavimentação e no acesso rodoviário ao terreno que irá sediar a ZPE/Suape. As obras de infraestrutura estão orçadas em R$ 3,75 milhões. Com a criação da ZPE/ Suape, Pernambuco passa a ser o primeiro estado do País com um complexo industrial onde as empresas operam com suspensão de impostos e liberdade cambial para exportações. A ZPE/Suape ocupará uma área de 198,84 hectares, às margens da BR-101, na altura do km 98 e a 8 km do porto de Suape. As indústrias que lá se instalarem serão beneficiadas com desoneração tributária na aquisição de insumos e bens de capital, no mercado interno ou via importação, com suspensão de exigibilidade de diversos tributos.
Jogo Rápido
Angra dos Reis aguarda licitação para projetos de saneamento O município fluminense de Angra dos Reis, atingido no final do ano por fortes chuvas com deslizamentos de terra, que provocaram a morte de mais de 50 pessoas, aguarda a fase final de licitação para a realização do maior projeto de saneamento da cidade. As obras atingirão todos os morros do centro do município, incluindo o Carioca, onde mais de 20 pessoas morreram na virada do ano. O projeto beneficia 45 mil pessoas da área central do município. Será feita a coleta do esgoto, com separação total dos resíduos da água pluvial, prevendo-se o lançamento na estação de tratamento que será construída ao lado da rodoviária. As obras têm prazo de conclusão previsto para 24 meses e deverão ser iniciadas em abril. O valor do empreendimento atinge cerca de R$ 19,8 milhões, com financiamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para pagamento em 20 anos.
O prefeito de Angra, Tuca Jordão, assinou com a Eletronuclear convênio pelo qual a estatal repassará R$ 31,7 milhões à prefeitura para obras e aparelhamento do Hospital da Japuíba. O convênio está inserido nos R$ 317 milhões que a Eletronuclear repassará ao município como contrapartida à construção da Usina Nuclear Angra 3. O hospital terá 169 leitos, sendo 18 para tratamento intensivo, e irá atender à população de Angra e das cidades que integram o Consórcio Intermunicipal de Saúde, que são Mangaratiba, Paraty e Rio Claro. O hospital deverá ser entregue à população em dezembro deste ano.
Mais luz com menor consumo A Atlas Copco está oferecendo ao mercado mais uma solução para os setores de locação, construção, mineração e eventos. Trata-se da torre de iluminação da Atlas Copco, modelo QLT4, que tem a proposta de fornecer aos usuários o máximo de eficiência energética com o menor consumo de combustível do mercado – cerca de 20% a 30% a menos em relação aos modelos convencionais existentes. Esse ganho se deve à tecnologia do alternador PMG, gerador de ímãs permanentes, com 75% a menos de volume e 15% a 20% mais eficiente quando comparado com as tecnologias tradicionais. Com isso o equipamento necessita de um motor diesel menor, de 2 cilindros, reduzindo o consumo de combustível e, consequentemente, tornando o equipamento mais compacto com menor peso, o que facilita o manuseio no local de trabalho e reduz os custo com transporte. A torre de iluminação possui um tanque de combustível com capacidade de 113 litros de óleo diesel, o que confere uma excelente autonomia de 85 horas de trabalho para o equipamento. Além de suas diversas características técnicas, que proporcionam melhor desempenho com constante economia, alta confiabilidade, grande durabilidade e menor nível de ruído, as torres de iluminação possuem a mesma rede de assistência técnica dos compressores de ar, com atendimento em todo o território nacional.
10 / Grandes Construções
Volvo CE e JCB em parceria A Volvo Construction Equipment e a JCB firmaram um acordo de trabalho no qual vão cooperar no desenvolvimento e na fabricação de minicarregareiras e carregadeiras compactas de esteira. As máquinas serão comercializadas com as respectivas marcas e por meio das duas redes de distribuidores globais. “Os clientes da Volvo vão se beneficiar de uma gama mais ampla de modelos que manterão seu alto nível e funcionalidade”, declara Olof Persson, presidente da Volvo Construction Equipment. “Este acordo nos permitirá unir esforços nesta área de produtos-chave, permitindo que as duas marcas sejam mais competitivas”, completa John Patterson, vice-presidente da JCB. A previsão é iniciar a produção na unidade fabril da JCB em Savannah, Geórgia (EUA), ainda no final deste ano. A Volvo CE posteriormente irá transferir os modelos de minicarregadeira de sua fábrica em Pederneiras no Brasil.
Jogo Rápido
Siderúrgica do Pecém: terraplanagem avança Prosseguem, no município cearense de São Gonçalo do Amarante, as obras de terraplanagem do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, iniciadas no dia 16 de dezembro. Nesta primeira fase das obras, deverão ser movimentados um total, 7 milhões de m3 de terraplanagem. As atividades estão a cargo da carioca Craft Engenharia. Serão criados mais de 15 mil empregos diretos durante a construção e durante a fase de operação serão mais 4 mil postos formais. O governo estadual pretende implantar um Centro de Treinamento Técnico Corporativo (CTTC), que ficará localizado em um terreno de 15 hectares, próximo à área da siderúrgica, na Zona de Processamento de Exportações (ZPE). O centro irá preparar mão de obra para a siderúrgica, a
refinaria e demais projetos do estado. A expectativa da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), resultado da associação da Vale com a chinesa, donas do empreendimento, é que o complexo entre em operação em 2013, com produção estimada em 3 milhões t de placas de aço por ano, sendo ampliada para 6 milhões de t por ano em uma segunda fase. O empreendimento ocupará uma área de mil hectares e exigirá investimentos da ordem de R$ 15 bilhões, durante as duas fases de implantação. Com a implantação da siderúrgica e da refinaria, vamos buscar atrair uma laminadora, uma indústria automotiva, um polo petroquímico e deslanchar para o mundo”, projeta o governador do Ceará, Cid Gomes.
Volvo Construction aumenta vendas no Brasil em 17% A Volvo Construction Equipment Latin America manteve sua tendência de crescimento, registrando um aumento de 17% no volume de vendas no Brasil. “Apesar da crise mundial, que teve repercussão no País, consideramos que 2009 foi um excelente ano”, declara Yoshio Kawakami, presidente da Volvo Construction Equipment Latin America. A companhia comercializou 1.814 unidades no mercado doméstico ano passado, ante as 1.554 máquinas vendidas no exercício anterior. O aumento nas vendas ocorreu em virtude da expansão da linha de produtos e de uma estratégia de comercialização previamente definida, que antecipou o ingresso no Brasil de equipamentos compactos da marca. “Sabíamos que aumentar a oferta de equipamentos de construção no mercado brasileiro e diversificar a linha com máquinas menores eram ações que poderiam contribuir decisivamente para manter e até
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melhorar nossos resultados, mesmo num período de instabilidade”, lembra o presidente. Os segmentos de construção e de extração foram os principais compradores de máquinas da marca ao longo do ano passado, representando quase 60% dos negócios. Foram também os que mais tiveram crescimento para o setor de equipamentos de construção de uma maneira geral. O Brasil é o principal mercado da Volvo CE LA no continente e, no ano passado, teve sua participação aumentada ainda mais. Do total de 2.460 equipamentos de construção vendidos na América Latina 73% ficou no Brasil. “É um recorde histórico”, destaca o presidente. As vendas nos demais países latino-americanos caíram 61%, passando de 1.662 unidades em 2008 para 646 máquinas no ano passado.
MAIS ENERGIA NAS OBRAS DO PROJETO JURUTI Para impor ritmo a um dos apêndices da obra de um dos mais ambiciosos empreendimentos já vistos no setor de Mineração no Brasil – o Projeto Juriti –, a Solaris forneceu à Alcoa em caráter de locação, duas centrais geradoras a diesel com potências de 4,35 MVA e 7,25 MVA. Compostas de grupos geradores com potências entre 360 KVA e 2.500 KVA, essas centrais foram responsáveis por todo o fornecimento de energia nas duas principais áreas do projeto. Contando com o fornecimento de mão de obra especializada para operação das usinas em regime 24 horas, 7 mil metros de cabos, tanques de combustível e transformadores, a Solaris pôde atender toda demanda de energia existente na construção do porto que será responsável pelo escoamento da bauxita e seu beneficiamento. Um dos registros divulgados pelo empreendimento aponta que os funcionários em atividade na instalação da Mina de Juruti, em todas as frentes de obra, alcançaram a marca expressiva de 20 milhões de
homens-horas trabalhadas sem incidentes com afastamento, refletindo o sucesso absoluto da política de gestão de segurança do empreendimento, alcançando resultados que superam parâmetros em segurança nacional e internacional. Nos quatro anos de desenvolvimento do projeto, estão estimados investimentos de US$ 350 milhões. Com uma reserva de cerca de 700 milhões t de minério, o empreendimento totalizou um investimento de R$ 3 bilhões, com recursos distribuídos entre as obras de implantação e ações socioeconômicas e ambientais. O projeto começa a operar com capacidade de produção anual de 2,6 milhões t de bauxita, minério que dá origem ao alumínio. A bauxita é uma mistura mineral (óxido e hidróxidos de alumínio) indispensável para a produção do alumínio. Esse projeto contribuirá para consolidar a posição do Brasil como líder latinoamericano no cenário mundial de produtores de bauxita, representando mais de 5% da produção global, que é de 141 milhões t.
TT Grupos geradores da Solaris, em atividade no Projeto Juriti
R$ 10 milhões para Samuel A Eletronorte anunciou que vai investir este ano cerca de R$ 10 milhões na Usina Hidrelétrica Samuel. O orçamento será destinado principalmente à modernização dos equipamentos e aumentada a capacidade da usina. Samuel tem potência instalada de 216 MW e é considerada um marco na história do estado de Rondônia. Sua construção possibilitou que uma antiga colônia de pescadores desse lugar ao município de Candeias do Jamari. A hidrelétrica foi concebida inicialmente para suprir as cidades rondonienses de Guajará-Mirim, Ariquemes, Ji-Paraná, Pimenta Bueno, Vilhena, Abunã e a capital, Porto Velho.
Está no Brasil a segunda maior draga-escavadeira do mundo O Brasil acaba de receber a segunda maior draga de escavadeira do mundo. O equipamento modelo dipper está atracado no porto do Itaqui, no Maranhão, e vai permitir que o local volte a receber navios de grande porte - com capacidade acima de 75 mil t. A draga foi trazida em regime de locação da Holanda pelo consórcio Camargo Corrêa-Serveng, responsável pela dragagem de aprofundamento do canal de navegação do porto. Batizada de No Woman, No Cry, ela tem potência instalada para escavação de 2.735 HP, casco com 65 m de comprimento, 19 m de largura e 4 m de altura. A estimativa é retirar 1,8 milhão/m3 de areia do mar, o que vai elevar de 11 para 15 m a profundidade dos berços 101 e 102 do porto do Itaqui. www.grandesconstrucoes.com.br
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Fotos: arquivos Trata Brasil
entrevista
SS O contato com o esgoto e o consumo da água sem tratamento são maiores nos estados das regiões Norte e Nordeste e no Rio Grande do Sul
Falta de saneamento
mata 210 crianças por mês no Brasil A cada dia, morrem no Brasil sete crianças, vítimas de doenças provocadas pela falta de saneamento básico. “É como se caísse um Boeing carregado com 210 crianças brasileiras, todos os meses.” A denúncia é feita pelo presidente da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), Ives Besse, que atribui esse quadro dramático à ineficiência de empresas estaduais e municipais, na formulação e execução de projetos capazes de universalizar os benefícios do saneamento. Besse afirma que não faltam recursos para financiar os programas, mas competência e vontade política, o que faz com que os investimentos em programas para a
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redução do déficit aconteçam em um ritmo muito lento. De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas e pela ONG Trata Brasil, divulgada em novembro de 2008, de 1992 a 2006, a taxa de redução anual do déficit de rede geral de esgoto no Brasil era de 1,31% – menos de 1/3 do ritmo observado no mesmo período, na redução da pobreza no País (4,2%). Nesse passo, seriam necessários cerca de 120 anos para levar rede de esgoto a 100% dos lares brasileiros. Besse admite que, com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, houve uma melhora significativa nesse ritmo. “Antes do programa, a média de recursos inves-
tidos a cada ano era de R$ 2 bilhões. Com o PAC, a média anual de investimentos passou para R$ 4,5 bilhões.” A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2008, em cerca de 150 mil domicílios em todo o País, confirmou essa análise. De acordo com a pesquisa, os recursos do PAC possibilitaram a aceleração da queda do déficit para 5,02%. “Porém, mesmo considerando essa pequena melhoria, serão necessários 63 anos para zerar o déficit de saneamento no País”, calcula o engenheiro civil que também é presidente da concessionária CAB Ambiental. Segundo o Programa das Nações
apenas 29% tem esses rejeitos tratados. Todo o resto é descartado in natura, na natureza, poluindo rios, lagoas, lençóis freáticos, a água que consumimos, o mar etc. Isso é uma catástrofe. A falta de saneamento é a principal causa de doenças e mortes entre crianças no Brasil.
Crédito: divulgação Abcon
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil ocupa a 67ª posição no ranking de acesso ao saneamento, em uma lista de 177 países pesquisados em todo o mundo, em 2008. No ranking da mortalidade infantil, que é um dos principais efeitos colaterais da falta de políticas públicas para o setor, o País figura na 104ª posição. Nessa entrevista, Ives Besse defende uma maior participação das empresas privadas na busca de soluções para o problema, mediante concessões e PPPs. SS Ives Besse, presidente da Abcom e do CAB Ambiental Hoje, essa participação é de apenas 10%. “Existem leis e regras claras que permitem que o "É bom salientar que setor privado participe deste processo, cooperando na solução desses probleesse atendimento à mas. Só falta vontade política e instrudemanda por saneamentos de financiamento mais adequados”, assegura o presidente da Abcon. mento é precário não
Revista Grandes Construções – Qual o tamanho do déficit do saneamento no Brasil? Quantos lares brasileiros ainda não têm acesso à rede de esgotos e água tratada? Ives Besse – A Abcon vem reunindo dados há algum tempo e, de acordo com esses dados, 95% da população brasileira é atendida com rede de água potável. Isso não quer dizer que haja sempre água na rede. Mas a rede existe, está lá. Estamos falando da população urbana, já que o serviço para a população rural envolve aspectos totalmente diferentes, que exigem soluções específicas para cada situação, para cada região. O problema mais grave, no entanto, está no esgotamento sanitário. Hoje, no Brasil, apenas 52% da população urbana possui em sua casa rede coletora de esgoto, e
só no que diz respeito à quantidade, como também à qualidade" Fotos: arquivos Trata Brasil
Sobram recursos, falta competência
SS Comunidade de São Sebastião, em Porto Velho, Rondônia: só 3% da população tem rede de esgoto em casa e 50% não conta com abastecimento de água
GC – Qual é o índice de mortalidade infantil, como consequência da falta de saneamento? Ives Besse – Sete crianças morrem todos os dias, no Brasil, por falta de saneamento básico. Isso equivale a 210 mortes por mês. É um Boing que se espatifa, cheio de crianças brasileiras, todos os meses. A diferença é que no saneamento essas crianças não morrem imediatamente, e sim ao longo do tempo, de doenças transmitidas hidricamente, como diarreia, leptospirose, infecções etc. É bom salientar que esse atendimento à demanda por saneamento é precário não só no que diz respeito à quantidade, como também à qualidade. Infelizmente, os operadores que prestam serviços de água e esgoto no Brasil são totalmente ineficientes. GC – Como é possível medir a competência nesse tipo de serviço? Ives Besse – Através do índice de perda, por exemplo, que é a diferença entre o que é produzido em termos de água potável, e o que se distribui, entregar e faturar para a população. No Brasil, o índice de perda é de 45%. É muita água potável que se perde no meio do caminho, entre a produção e as torneiras dos consumidores. GC – Qual o volume de recursos necessários para zerar o déficit do saneamento e em quanto tempo? Ives Besse – O volume de investimen-
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entrevista AP
tos necessários para universalizar os benefícios do saneamento no Brasil é da ordem de R$ 270 bilhões. Considerando o ritmo atual de investimentos, da ordem de R$ 4,5 bilhões por ano – número que foi inchado nos últimos três anos, por causa dos investimentos realizados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal – nós vamos levar 62 anos para zerar o déficit de saneamento no País.
70º Macapá
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GC – É possível desenhar um mapa da exclusão do saneamento no País? Em que regiões o problema é mais acentuado? Ives Besse – Podemos afirmar que o problema é menos grave nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. O resto do País está em situação muito ruim. E por incrível que pareça, isso inclui o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, ao lado dos estados do Norte e Nordeste. Isso demonstra que a falta de saneamento não é uma consequência direta da condição socio econômica da população, mas sim da falta de políticas públicas adequadas e vontade política para resolver o problema. GC – A falta de recursos não é um fator preponderante para o colapso do saneamento no Brasil? Ives Besse – Exatamente. Hoje estão sobrando recursos. GC – Efetivamente, quanto foi investido pelo governo em obras de saneamento, dentro do PAC? O que isso representa, em termos percentuais, em relação ao total de desembolso previsto? Ives Besse – O PAC disponibilizou R$ 40 bilhões, desde o início do programa, para serem gastos em saneamento, o que daria uma média de R$ 10 bilhões por ano. No entanto, em três anos de programa, o governo só conseguiu apli-
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76º Porto Velho MG ES
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PR 7º Maringá RS
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GC – Antes do PAC, qual era a média de recursos investidos a cada ano? Ives Besse – Era de R$ 2 bilhões ao ano, o que significa dizer que nós levaríamos mais de 120 anos para sair dessa situação catastrófica.
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2º Uberlândia 75º Cariacica
72º São João de Merit 77º Nova Iguaçu 78º Duque de Caxias 79º São Gonçalo 6º Niterói 1º Franca 3º Sorocaba 4º Santos 5º Jundiaí 8º Santo André 9º Mogi das Cruzes 10º Piracicaba
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SS Ranking do saneamento: em azul, as 10 melhores e em vermelho, as 10 piores cidades do Brasil
car entre 15% e 20% do total disponibilizado. Ou seja, tem recursos, mas o setor não consegue usá-los. GC – Por que isso acontece? Ives Besse – Como eu disse antes, principalmente por falta de vontade política dos governos estaduais e municipais. Para entender isso é preciso saber como funciona o sistema de saneamento no Brasil. O governo federal tem a função de definir as diretrizes gerais, as grandes linhas para o setor e de alocar os recursos necessários. Os governos estaduais e municipais são responsáveis por operacionalizar o saneamento. Os governos estaduais, por uma herança do passado, quando o extinto Plano Nacional de Saneamento (Planasa) criou as companhias estaduais. E as instâncias municipais, porque são as titulares do serviço. Cerca de 70% das populações urbanas são atendidas por companhias estaduais, 20% por empresas municipais. GC – Qual é hoje a participação da iniciativa privada no setor? Ives Besse – O setor privado entra com uma fatia pequena, de 10%. GC – Por que essa participação é tão tímida? Ives Besse – Em parte porque este é
um modelo mais recente, mais novo. Advém dessas novas políticas públicas que estão sendo implementadas. Mas o fato é que hoje estados e municípios são os grandes responsáveis por levar soluções ao saneamento e, portanto, pela situação atual de colapso. Eu diria até que hoje o governo federal tem feito sua parte, inclusive criando um novo marco regulatório para o setor. GC – O senhor está se referindo à Lei Geral do Saneamento, de dezembro de 2007? Esse marco regulatório é capaz de estimular a participação da iniciativa privada no setor? Ives Besse – Na verdade o marco regulatório é mais do que a lei de 2007. Imagine que o governo federal elaborou, em 1970, o primeiro grande plano de longo prazo para o País, que foi o Planasa. Antes dele não havia nada. Em 1985, 15 anos depois, o modelo do Planasa faliu. Só que nós levamos mais de 20 anos para construir um novo modelo, que inclui a Lei de Concessões para o setor e as Participações Público-Privadas (PPPs), entre outras novidades. Até então, o setor privado não estava envolvido. Hoje, existem regras e leis claras para o setor privado participar deste processo. Existe um arcabouço jurídico,
leis e normas claras, para o setor privado colaborar na busca de solução para os problemas. Nós temos, por exemplo, a Lei dos Consórcios Públicos, que regularizou a relação entre os entes federativos. É fundamental haver uma relação sólida entre esses entes para podermos resolver os problemas, que demandam tempo e um volume de investimentos muito grande. E temos, finalmente, a Lei Geral do Saneamento, que redefiniu as grandes linhas para o setor. Por esta lei, fica clara a nova diretriz do governo federal que, para solucionar os problemas do setor de saneamento, é necessário planejar e regular. A grande dificuldade hoje é aplicar esse marco regulatório. GC – Além de vontade política, em sua opinião, falta competência técnica das empresas estaduais e municipais para a elaboração e desenvolvimento de projetos de saneamento? Ives Besse – Esse é outro problema. Uma minoria tem competência técnica. Eu conto nos dedos: é a Sabesp, de São Paulo; a Copasa, de Minas Gerais; e a Sanepar, do Paraná. Essas três companhias são as que, em minha opinião, arrecadam mais do que gastam e, portanto, têm mais capacidade de investir. São autossustentáveis. As demais gastam mais do que arrecadam e não conseguem nem se sustentar sozinhas, muito menos investir em projetos e programas eficazes. GC – Esse desequilíbrio econômico tem alguma relação com a política tarifária praticada por essas empresas? Ives Besse – Não tem nenhuma relação. Eu diria que a tarifa praticada no Brasil é perfeitamente adequada para que as empresas possam operar e investir. O problema é que, como existe uma grande ineficiência das empresas, essa tarifa é inteiramente consumida e não sobra nada para investir. Essas empresas possuem estruturas administrativas pesadas, como resultado de uma herança maldita, de anos e anos de uso político. Vejamos, por exemplo, a Cedae,
do Rio de Janeiro, uma grande empresa, mas que tem sido sucateada anos após anos, pela própria corporação ou pelo uso político da sua estrutura. Ela não conseguiu sair desse círculo vicioso. A Sabesp também já foi assim. Durante o período do Planasa, ela se estruturou a partir de um modelo de gestão que tinha dinheiro público à vontade. Com o fim desse modelo, a Sabesp quase faliu. Mas houve a iniciativa do governo de recuperá-la. E ela não apenas se recuperou como também entendeu que o setor privado é um parceiro importante para ajudá-la a fazer frente aos problemas do saneamento. Hoje a Sabesp estabelece parcerias bem-sucedidas com a iniciativa privada, por entender que esse é um instrumento moderno da gestão pública. Graças a isso, a Sabesp é uma das empresas mais eficientes do setor, não só no Brasil como na América do Sul. GC – O que se pode fazer para reverter esse cenário da incompetência nas empresas municipais e estaduais? Ives Besse – Já se tentou muita coisa. Alguns governos estaduais até tentaram privatizar essas empresas, entre os anos de 1998 e 2002, a exemplo do que foi feito com a energia elétrica e as telecomunicações. Mas o saneamento tem um agravante: ele não depende só das empresas estaduais, e sim de uma interação entre elas e as várias concessionárias municipais. Na época em que se tentou o caminho das privatizações, não se conseguiu um acordo político para que se estabelecesse uma nova relação entre empresas privadas e municípios. Hoje há uma nova tentativa, proposta pelo FGTS, que prevê não mais a venda do controle total das empresas à iniciativa privada, mas de até 49%. O controle acionário ficaria com o próprio FGTS, através do seu fundo de investimentos, que estabeleceria com o parceiro privado um contrato de gestão eficiente. Nesse modelo, o FGTS, como sócio majoritário, financiaria os investimentos. Essa proposta foi lançada no ano passado, mas ninguém aderiu a ela, já que a adesão é voluntá-
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entrevista ria. Falta vontade política. Hoje se usa o saneamento para fazer política, quando o certo seriam usar a política para fazer saneamento. E enquanto isso não mudar, esse cenário dramático vai persistir. GC – Em sua opinião, qual o modelo mais eficiente para aumentar a participação da iniciativa privada? Seria através das PPPs? Ives Besse – Todos os modelos contemplados pela nova legislação, seja através de uma concessão plena, seja uma concessão patrocinada, ou concessão administrativa, através de PPPs, são viáveis. O que falta é o cumprimento da lei que determinou que tem que planejar, regular e regularizar o passado, estabelecendo, entre os entes públicos e privados, uma relação adequada e correta. Essa lei definiu um prazo até 2010 para que isso seja feito nas várias instâncias de governo. E agora? Alguém cumpriu essa lei? Quantos municípios fizeram o plano municipal de saneamento com o respectivo estudo econômico e financeiro, necessário para a definição de tarifas, de forma a se adequar ao novo modelo? Ninguém sabe. Poucos fizeram. Na verdade, o próprio governo federal, que definiu a lei, não fiscaliza seu cumprimento. O Congresso, que aprovou a lei, e que, portanto, teria a obrigação de pressionar para que ela fosse cumprida, também não faz nada. GC – E não existe nenhuma pressão por parte da sociedade, para o cumprimento da legislação? Ives Besse – Pelo contrário, a pressão que existe é para que o prazo de adequação seja adia-
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do para 2012. Eu sou contra. O que deveria ser feito era um termo de ajuste de conduta para os municípios que não conseguiram se adaptar à legislação. Eles definiriam quanto tempo precisariam para a adequação e, pontualmente, deveria se verificar se esses compromissos estão sendo cumpridos. GC – A Abcon tem feito gestões junto aos entes governamentais para que haja mais controle sobre a aplicação da legislação em vigor? Ives Besse – Sim, mas com poucos resultados. Existe, de fato, uma visão política distorcida com relação ao saneamento. Os representantes do governo acham que fazer saneamento é somente fazer obra. A obra é consequência do serviço prestado. Hoje se coloca a obra na frente e o serviço vem depois. Como consequência, o que temos é um monte de obras que nem funcionam, porque não há serviço. Um bom exemplo disso é o plano de despoluição da baía de Guanabara. Investiuse bilhões de dólares, recursos do Bird, do BID, Eximbank, de todo mundo. Só fizeram obras. E cadê os resultados? O problema é que falta gestão e entendimento real do que é a prestação do serviço. E o grande responsável por essa situação é o Ministério das Cidades, não tenho dúvidas disso. GC – Quais são os mecanismos de financiamento disponíveis para viabilizar a participação da iniciativa privada em projetos de saneamento? Ives Besse – Esse é outro problema. Nós temos reclamado muito que os agentes financeiros – BNDES e Caixa Econômi-
SS Poluição no RioTietê, resultado do descarte de esgoto sem tratamento
TT Crianças com graves problemas de saúde, principais vítimas da falta de saneamento básico
TT Poluição na Baía de Guanabara: muito dinheiro e nenhum planejamento
ca Federal – não têm financiado corretamente o setor. Quando o ente privado entra em um projeto, através de um contrato de concessão, ele assume uma série de responsabilidades fixadas em contrato. Tem plano, estudo de viabilidade, estudo econômicofinanceiro, prazos, regulação etc. Diferentemente da concessionária pública, que não tem nada disso. Mesmo assim, o ente privado cumpre esses compromissos, que são fiscalizados e regulados. Só que quando este ente privado vai acessar os recursos, ele cai numa modalidade chamada financiamento corporativo. Nessa modalidade, o agente financeiro exige garantias que acabam inviabilizando a participação privada. Na construção de uma estação de tratamento de água, por exemplo, o investidor privado não pode dar a própria estação como garantia, pois se trata de um bem público. Assim, o empresário tem que dar os seus bens e as ações da sua empresa como garantia. Isso não funciona. Imagine o volume de investimentos em jogo. Um exemplo: a CAB Ambiental pegou recentemente essa PPP da Sabesp, envolvendo um volume de investimentos de R$ 300 milhões. Como a empresa pode dar garantias nesse valor? É inviável! Se for participar de outro contrato ela terá que dar R$ 600 milhões de garantia? Se eu tenho que dar de garantias equivalentes ao volume de recursos que eu preciso, então eu não necessito do financiamento. GC – Como funciona em outros países? Ives Besse – Se eu estou pedindo um financiamento de projeto eu dou como garantia os recebíveis do projeto. No Brasil eles querem, além dos recebíveis, o
contrato, as ações da empresa privada e também garantias do controlador desta empresa. Assim não dá! Eles fazem isso porque estão acostumados a financiar as empresas públicas ineficientes, que não garantem o cumprimento do que foi contratado. Trata-se do vício da cultura da ineficiência. Nós temos que romper com esta cultura. É difícil, mas estamos trabalhando muito e já houve melhorias. Tanto a Caixa quanto o BNDES evoluíram muito. Estamos começando hoje a avançar na cultura do financiamento privado de projetos. Isso já é um bom começo. Mas ainda há muito que fazer. Veja o exemplo do Rio Grande do Sul, onde a situação do saneamento é calamitosa. Somente 16% da população gaúcha tem tratamento de esgoto. E lá é praticada uma das tarifas médias mais altas do Brasil. Para piorar, os deputados gaúchos estão querendo aprovar uma lei inconstitucional que proíbe, no estado, a participação da iniciativa privada no serviço público de água e esgoto. Hoje não existe nenhum operador privado no Rio Grande do Sul. Portanto, a situação que lá se encontra é fruto da atuação exclusiva das empresas públicas. A saída para essa situação é acionar a sociedade civil. É ela que tem que se organizar para cobrar os seus direitos. Por isso que nós temos trabalhado muito em parceria com entidades como a ONG Trata Brasil, a CNI, atuando como canal de denúncia e de informação, junto ao Poder Judiciário, Tribunais de Contas, Ministério Público e mesmo junto aos meios de comunicação, para que eles sejam os instrumentos de cobrança que a sociedade precisa para resolver esse grave problema.
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Fotos: Divulgação
BAUMA 2010
SS A foto aérea dá uma idéia do que foi a Bauma em 2007, que contou com a participação de 12 empresas brasileiras
vitrine mundial
da indústria da construção e mineração Feira terá 3.200 expositores de 60 países, em área total de 5.382.131 m² Pelo menos uma vez a cada três anos, o mundo para conhecer as novidades em equipamentos, veículos especiais e tecnologia para construção pesada e mineração. Isso vai acontecer outra vez, de 19 a 25 de abril, durante a Bauma 2010, a ser realizada em Munique, na Alemanha. Tratase da 29ª edição da maior feira internacional do setor, que este ano reserva para os visitantes mais de meio milhão de metros quadrados (5.382.131 m²) de espaço
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para exposições, tornandose, de longe, a maior e mais impressionante vitrine de produtos e serviços para os setores. Para este ano são esperados cerca de 3.200 expositores de quase 60 países. Os produtos expostos serão direcionados a quatro categorias principais: canteiros de obras, produção de materiais de construção, fornecedores de componentes e de serviços e, por fim, mineração, obtenção e processamento de matérias-primas.
O evento é uma iniciativa da MMI (Messe München International) em parceria com a VDMA (Conselho da Associação dos Fabricantes de Máquinas, Equipamentos e Materiais de Construção da Alemanha) e CECE (Comitê Europeu de Equipamento de Construção). No Brasil, a Bauma é promovida pela Sobratema, que organiza uma missão técnica, integrada por empresários e técnicos do setor. A entidade espera a participação de 14 expositores
brasileiros. Na última edição, em 2007, participaram da feira 12 empresas brasileiras. Este ano, uma novidade: os organizadores da Bauma vão premiar as inovações tecnológicas apresentadas na exposição com o “Prêmio Bauma de Inovação”. Um júri internacional decidirá a respeito dos finalistas e dos vencedores. Os prêmios serão entregues numa cerimônia na Residência Real de Munique, na véspera da abertura da Bauma. Veja a seguir o que 12 dos maiores players do mercado internacional de máquinas e equipamentos para a construção pesada reservam para apresentar aos visitantes da feira deste ano.
Atlas Copco evidencia produtividade sustentável
Em uma área de exposição ao ar livre, com cerca de 1.400 m2, a Atlas Copco irá apresentar aos visitantes da Bauma 2010 uma grande gama de produtos e serviços tendo como tema comum o conceito de produtividade sustentável. “Na Atlas Copco, temos sempre o objetivo de desenvolver produtos que melhorem a produtividade de nossos clientes. No entanto, a sustentabilidade está mais do que nunca em evidência e é isso que pretendemos demonstrar aos nossos visitantes na Bauma”, afirma Henk Brouwer, presidente da Atlas Copco Construction Tools Division. Um dos destaques da marca será o novo martelo hidráulico, equipado com PowerAdapt, um sistema que desliga automaticamente a máquina quando a pressão do óleo se torna demasiado elevada. Isso é particularmente útil quando o martelo está sendo usado em equipamentos de transporte diferente, porque martelos hidráulicos podem tornar-se sobrecarregados hidraulicamente, se a pressão do óleo no equipamento transportador não
for definido corretamente. Como esses martelos estão sujeitos a condições de grande dificuldade, o sistema traz maior estabilidade e resistência.
Bobcat lança novas miniescavadeiras
A Bobcat acrescentou três novos modelos de miniescavadeiras à sua Série M – E42, E45 e E50 – e fará o lançamento oficial durante a Bauma 2010. A E42 tem peso operacional de 4 t e é alimentada por um motor de 41,8 cv. A E45 funciona com o mesmo motor, mas tem peso operacional de 4,6 t. E a E50, com peso de 4,9 t, dispõe de balanço da cauda mínimo e usa um motor de 48,8 cv. As duas últimas oferecem profundidades de escavação de 3,3 e 3,5, respectivamente. Os novos modelos apresentam novos padrões de desempenho e produção e foram desenvolvidos de forma a oferecer maior resistência em máquinas mais leves. De acordo com o fabricante, o avançado sistema hidráulico fornece mais energia utilizável, conforto na operação, funcionamento consistente, suave e silencioso.
A gigante de 70 t da Case
SS Martelos hidráulicos em destaque no estande da Atlas Copco
TT A CX700B ME, de 70 toneladas, uma das estrelas do estande da Case
Os visitantes do estande da Case Construction Equipment na feira Bauma podem esperar, este ano, uma das mostras mais dinâmicas da história recente. A empresa preparou uma exposição com grande variedade de equipamentos que darão uma ideia da sua extensa gama de máquinas e serviços. A estrela da feira deste ano será uma CX700B ME de 70 t, com equipamento de escavação massiva, fabricada pela CSX – Case Special Excavators, divisão Belga da Case. Um novo braço, de 2,9 m de comprimento, dimensionado para aplicações intensivas,
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BAUMA 2010 como em pedreiras e escavações, oferece um alcance máximo de 11, 6 m e uma profundidade de escavação máxima de 7 m. Um balancin mais curto e uma força de escavação 19% maior (281 kN em condições normais de funcionamento e 307 kN no modo Power Boost), fazem da CX700B ME a máquina ideal para trabalhos pesados. Além da CX700B ME, a Case apresentará 22 equipamentos em cinco linhas diferentes. São eles: Empilhadeiras – Lançadas no ano passado, os modelos 586G e 588G têm peso operacional de 6.000 kg a 7.500 kg e alcançam altura de 4,57 ou 6,71 m. As novas máquinas são indicadas para todo tipo de terreno, em especial os irregulares e Pátios em que se necessita maior velocidade de deslocamento. Motoniveladoras – A linha de motoniveladoras é composta pelos modelos 845, 865 e 885. As motoniveladoras Case série 800 vêm equipadas com motor turboalimentado de alto desempenho. O modelo 845 possui motor emissionado de 140 HP líquidos, com certificação TIER I. Os modelos 865 e 885, com motores de 155 HP líquidos, possuem motor opcional de 170 HP e 200 HP, respectivamente, e, ainda, a opção de motor emissionado com certificação TIER II. Escavadeiras – Com seis modelos, que vão de 12 t a 35 t, a linha de escavadeiras da Case está completa e pronta para atender a variadas aplicações, de pequenas obras de tubulação à mineração pesada. Os modelos disponíveis são: CX130B, CX160B, CX210B, CX220B, CX240B e CX350B. As máquinas importadas de 12 t a 24 t possuem 4 cilindros; e a de 35 t, 6 cilindros. A CX220B é fabricada no Brasil. Pás carregadeiras – A Case oferece seis modelos de pás carregadeiras, para atender clientes de variados segmentos. A mais nova é a 921E, lançada no final do ano 24 / Grandes Construções
passado, importada dos Estados Unidos. O modelo veio completar a série E, composta dos modelos 721E e 821E, fabricados no Brasil. Na série D, a Case tem os modelos 521D e 621D, com potência de 110 HP e 132 HP e peso operacional de 9.800 kg e 11.785 kg, respectivamente. No mercado há 25 anos, a pá carregadeira mais vendida pela Case é a W20E, equipada com motor de 142 HP e peso operacional de 10.089 kg. Retroescavadeira – A Case é líder de mercado nesse segmento, com média de 40% de market share nos últimos dez anos. A marca lançou, em 2009, a retroescavadeira 580M com o exclusivo sistema Pro Control, que traz mais precisão, controle e velocidade nas operações. Skid Case – Vindos dos Estados Unidos, os modelos 410, 420, 430 e 465 têm potência que varia de 57 HP a 83 HP, e a maior capacidade nominal de carga, de 681 kg a 1.362 kg. Dependendo da aplicação, a Skid substitui o trabalho manual de até 15 pessoas.
Ciber investe em relacionamento
A Ciber, subsidiária na América Latina do Grupo Wirtgen, e líder latino-americana na produção e comercialização de toda a linha de produtos da marca, utilizados em pavimentação, construção, reciclagem e manutenção de rodovias, vai aproveitar a Bauma 2010 para intensificar o relacionamento com os clientes e organizará um grupo de empresários brasileiros para conhecer a feira e verificar de perto as novidades do setor. A Ciber fornece linha completa de usinas, vibroacabadoras, rolos compactadores e fresadoras de asfalto, com tecnologia agregada resultante da política de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que leva em conta também o design, que torna seus equipamentos cada vez mais compactos, funcionais e sustentáveis.
WW Rolo compactador da Hamm, empresa do Grupo Wirtgen
Formado pela Wirtgen, Vögele, Hamm e Kleemann, além da Ciber, o Grupo Wirtgen vai apresentar na feira as novidades em pavimentação, compactação e mineração, em um estande de 9.080 m2.
Pneus especiais da Continental
WW Ciber: linha completa de usinas, vibrocabadoras, rolos compactadores e fresadoras de asfalto
A Continental está oferecendo seus pneus para máquinas pesadas de movimentação de terras, sob a marca de Simex. A ampla base de pneus Simex SE65 é especialmente adequada para utilização com pás carregadeiras e tratores que são usados nas mais duras condições em pedreiras ou na mineração. Esses pneus têm um rastro muito profundo. O perfil quase plano garante a boa distribuição da carga. A mistura de borracha utilizada é amplamente resistente a cortes e abrasão.
Novidades Hamm em rolos compactadores
WW Liebherr dará destaque a máquinas para demolição e construção de túneis
WW Nova escavadeira sobre rodas WE 150, da New Holland
A Hamm AG, empresa do Grupo Wirtgen, que desenvolve mais de 90 modelos para compactação, levará para o estande 18 novos rolos compactadores. Destaque para o novo compactador sobre pneus GRW 280, cujo peso pode variar entre 10 t e 28 t, e se destaca por oferecer mais visibilidade, manobrabilidade e conforto ao operador. Essas são as principais características da nova cabine de controle. Mesmo antes do lançamento, a série de rolos compactadores já conquistou o prêmio iF 2010 em design de produto. As outras inovações são os rolos compactadores da série HD+, que conquistaram o mesmo prêmio. Os destaques desta linha são os compactadores tandem articulados
HD+90 (peso de operação em aproximadamente 9 t) e HD+110 (peso de operação em aproximadamente 11 t), que também seguem a tendência por rolos mais compactos. Esses modelos também possuem uma nova cabine que proporciona visibilidade integral. De qualquer posição o operador visualiza os tambores e o espargidor de água. A direção é articulada e gera distribuição do peso mais efetiva, comparada a outrosrolostandem,resultando em maior estabilidade e mais qualidade na operação, especialmente em curvas. Possui um novo tanque de água que permite operar sem paradas. Na série CompactLine formada por rolos compactadores tandem compactos de pesos entre 1,4 t a 4,2 t que podem ser utilizados em diversos tipos de aplicação, a Hamm garante condições excelentes de visibilidade devido à parte dianteira da carroceria embutida e a altura reduzida do veículo. Os motores dessa linha são silenciosos e o sistema de iluminação integrado do painel de controle e da máquina permite uma operação mais segura e facilita trabalhos noturnos.
Liebherr: soluções para construção de túneis e demolição
O Grupo Liebherr estará exibindo mais de 60 produtos para a área de construção, em um dos maiores estandes da feira, com cerca de 13.500 m2. A lista de exposições inclui 11 guindastes móveis, seis gruas e escavadeiras hidráulicas, três grandes unidades de perfuração rotativa, nove guindastes de torre, sete escavadeiras sobre esteiras e o mesmo número de pás carregadeiras, além de tratores, carregadores, manipuladores telescópicos, uma beto-
neira, duas plantas de mistura de concreto e um caminhão de mineração de grande porte. A empresa estará apresentando também máquinas especiais para demolição, de manutenção para túneis e construção de gasodutos. Um dos destaques é a nova R 924 Compact, para a construção de túneis, que alcança até 2,5 m. Sua força de escavação máxima é de 135 kN e tem uma força de desagregação máxima de 85 kN. Projetada para uso em operações de extração, a escavadeira sobre esteiras R 954 C SHD – outro destaque da Liebherr – atinge uma força de escavação de até 435 kN/44,3 t e força de arranque de até 355 kN/36,2 t. Sua pá é resistente ao desgaste e tem uma capacidade de 3,5 m³. Seu formato assegura boa penetração no material e um elevado nível de enchimento.
New Holland lança a Série WE
A New Holland fará o lançamento de três modelos da sua nova gama de escavadoras sobre rodas WE150, WE170 e WE190. Os novos modelos cobrem os segmentos que, quando somados, representam 75% do mercado europeu, com peso operacional de 15 t a 20,4 t. Os modelos mais compactos são adequados para a infraestrutura residencial e indústrias em canteiros urbanos, em atividades que muitas vezes exigem a capacidade de trabalhar em espaços apertados. Segundo o fabricante, tanto a WE150 quanto a WE170 possuem uma nova articulação tripla, com o cilindro posicionado na frente das máquinas, e o menor raio de giro na sua categoria. O WE190 é projetado para ser um grande trunfo em canteiros urbanos e rodoviários, tornando-se um adequado compleMarço 2010 / 25
BAUMA 2010 mento para as escavadeiras sobre esteiras, principalmente em situações que exigem uma maior mobilidade.
Equipamentos para abertura de túneis e galerias Sandvik
Sandvik Mining and Construction apresentará seu novo triturador de impacto QI 240, desenvolvido com foco no esmagamento de reciclagem na construção. Devido a seu design compacto, o modelo também é adequado para uso em pequenas minas e pedreiras, onde há pouco espaço para manobrar, mas onde a qualidade dos produtos de primeira classe e de alto rendimento são obrigatórios. O QI 240 é o primeiro de uma nova série de britadeiras móveis que a Sandvik estará lançando nos próximos meses. Outra novidade a ser apresentada é o MT520, para abertura de túneis, projetado para condições de trabalho mais severas. O fabricante garante aumento da produtividade e segurança, devido à facilidade dos módulos intercambiáveis, que seriam ainda a base para uma boa relação custo-benefício da máquina. Um sistema de extração de poeira integrado cuida do ambiente de trabalho saudável. A Sandvik fará ainda o lançamento oficial da nova linha compacta de martelos rompedores, que se caracteriza, segundo o fabricante, por uma grande potência em relação ao seu tamanho. A linha tem aplicação preferencial nas atividades de demolições e reciclagem. Os novos modelos podem ser facilmente instalados em uma grande variedade de miniescavadeiras, minicarregadeiras e outras máquinas compactas.
SH apresenta sistema Lumiform
Líder em fornecimento de formas, andaimes e escoramentos metálicos no Brasil, a SH levará para seu estande os produtos direcionados a quatro categorias
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principais: canteiros de obras, produção de materiais de construção, fornecedores de componentes e de serviços e, por fim, mineração, obtenção e processamento de matérias-primas. Entre os produtos apresentados estará o sistema Lumiform SH, de formas para concreto. Ele é composto por painéis fabricados com perfis especiais de alumínio e forrados com placas de alumínio. Além de duráveis e leves, os painéis não possuem rebites, emendas ou marcas na face que faz contato com o concreto, o que garante um acabamento perfeito. Os painéis apresentam furações apenas nas laterais, onde é encaixado o espaçador que, além de espaçar as formas, suporta as cargas atuantes do empuxo. Pode ser aplicado nos mais variados tipos de projetos, como construção de casas, sobrados e edifícios, com qualidade e ganhos de até 85% na produtividade. Entre as principais vantagens do sistema estão: montagem manual sem necessidade de mão de obra especializada; vãos para janelas e portas já definidos nas formas; painéis com menos de 18kg/m2; lajes e paredes concretadas numa única etapa; formas leves e de fácil manuseio.
Linha de pavimentação, terraplanagem e guindastes Terex
A Terex planeja exibir mais de 50 máquinas na feira de Munique, buscando consolidar suas linhas de pavimentação, terraplanagem e guindastes. Os visitantes do estande da empresa assistirão ao lançamento de novos produtos, melhorias significativas nos equipamentos de linha e demonstrações ao vivo dessas novidades. “A Bauma 2010 representa o primeiro grande show para a nossa indústria, nesta nova década. Estamos muito animados com as perspectivas de investimentos em infraestrutura em várias regiões, nos próximos 10 anos, e esperamos que os produtos
WW Nova linha de miniescavadeiras da Volvo
WW Vibroacabadora d asfalto Super 700, da Vögele
WW Pá carregadeira TL310 da Terex, em exposição na Bauma
WW Caminhão fora de estrada 770 da Caterpillar
Terex tenham uma participação importante nesse futuro”, disse Ron DeFeo, presidente e CEO da Terex. Entre os equipamentos novos ou com up grade, a Terex estará exibindo as plataformas aéreas Genie GTH-4018 SR rotativas telescópicas; a nova pá carregadeira TL310; o caminhão articulado TA400; o basculante TA3.5SH; a escavadeiras TW110; e os novos guindastes AC 100/4 L e AC 1000.
Vögele mostra a vibroacabadora Super 700
A Vögele, uma das líderes mundiais no mercado de vibroacabadoras de asfalto, vai mostrar a compacta Super 700 para pavimentação asfáltica, que permite aplicação em obras de médio e pequeno portes, como estradas, ciclovias e até projetos de paisagismo. A Super 700 atende até 3,2 m de largura de pavimentação e seu motor tem 45 kW de potência. A mesa pavimentadora extensível AB 200V (projetada especialmente para uso com a super 700) possui largura básica de 1,1 m, e sistema hidráulico para extensão de até 2 m de largura; com ajuda das extensões mecânicas ela pode alcançar a largura de 3,2 m. Além disso, a AB 200V possui um sistema especial de estreitamento, podendo reduzir de forma gradual a largura, de 1,1 m a 0,5 m, sem modificações. A AB 200V agrega o know how Vögele do sistema de aquecimento elétrico da mesa, que garante distribuição homogênea do calor sobre a chapa alisadora da mesa, assim como para as extensões, promovendo con-
dições ideais para pavimentação de uma camada com textura uniforme.
Volvo: máquinas e soluções completas
A Volvo Construction Equipment vai levar para a feira uma série de novas máquinas, produtos e serviços desenvolvidos dentro do conceito Total Solutions. Os principais focos desse conceito são efisciência de combustível, com a tecnologia OptiShift, e fornecimento de soluções totais para os clientes. Além de uma gama abrangente de serviços, concebidos para assegurar a cada máquina uma vida longa e produtiva, o novo conceito estará representado por mais de 60 máquinas a serem expostas no estande. Os destaques serão as carregadeiras de rodas L150F e L180F; a pá carregadeira L220F, robusta, dimensionada para as tarefas mais pesadas, nas mais difíceis condições, mas, apesar do seu tamanho e peso, de operação fácil e suave; as novas escavadeiras compactas da Linha C, na faixa entre 1,5 t e 2 t; duas pás carregadeiras compactas – L20F e L25F; e dois novos compactadores de solo monocilíndricos. Entre as novidades apresentadas estará o sistema de telemática Caretrack, que permite aos proprietários de máquinas mobilizar toda a gama de benefícios disponíveis com monitoramento remoto. A empresa ocupará uma área de exposição coberta de 2.454 m2 e uma zona de demonstração de 7.410 m², ao ar livre. Grande parte da área coberta será destinada ao crescente portfólio da companhia de ofertas de serviço, entre eles contratos de supor-
te, serviços de análise, acessórios, engates rápidos etc. “A presença da Volvo na Bauma demonstra o nosso compromisso com a inovação na oferta de máquinas e pósvenda, a nossa capacidade de oferecer soluções para os clientes durante todo o ciclo de propriedade e nossa determinação em manter a líder em tecnologia eficiente de combustível”, diz Olof Persson, diretor-executivo de Equipamento da Volvo CE.
CAT leva 60 produtos de todas as linhas
A Caterpillar anunciou que vai exibir cerca de 60 produtos na Bauma 2010, abrangendo desde o miniescavadeira hidráulica 301.6C até a nova pá carregadeira sobre rodas Cat 993K. Na lista das novidades estão o manipulador L M325D, a pavimentadora de asfalto AP555E, as retroescavadeiras 434E e 432E e a pá carregadeira 988H. Os visitantes do estande da CAT também poderão ver de perto o telescópico TH417, projetado para aplicações difíceis, com capacidade de carga 4 mil kg e 17 m de altura de elevação, além de pulverizadores hidráulicos de concreto da série P200. Um dos destaques será o caminhão fora de estrada 770, desenvolvido especificamente para aplicações em construção, mineração e pedreiras. O 770 otimiza as demandas por custos mais baixos por tonelada, assegurando, segundo o fabricante, operação confiável e durável. Sua estrutura robusta e os procedimentos de manutenção fáceis garantem longevidade com baixos custos de operação.
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Foto: Divulgação OAS
Energia
Hidrelétrica de Estreito conclui grandes estruturas e inicia fase de montagem SS Finalização das obras do vertedouro, na hidrelétrica de Estreito, no Rio Tocantins
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D
e acordo com um levantamento feito pela empresa de consultoria KPMG, em janeiro de 2010, o consumo de energia elétrica no Brasil crescerá a uma taxa média anual entre 4% e 4,5% até 2020. Para fazer frente a esses níveis de consumo, os investimentos no setor devem ser da ordem de US$ 10 bilhões por ano, permitindo ao País alcançar uma capacidade de geração de energia de 152 GW (gigawatts) em uma década. Para suprir tal necessidade, importantes obras no setor de Energia Elétrica já estão em andamento pelo PAC, do governo federal, por todo o País. São usinas hidrelétricas de grandes capacidades, usinas térmicas, eólicas e também nucleares. Uma das maiores obras é a Usina Hidrelétrica de Estreito, situada na divisa do Maranhão com Tocantins. Iniciada em fevereiro de 2007, o empreendimento está em fase adiantada de construção, com mais de 70% das obras civis executadas. Emprega atualmente cerca de 9 mil homens, 80% destes da região, e a previsão é de que a primeira unidade, dos oito grupos turbo geradores de energia, comece a operar ainda no final deste ano. O projeto está a cargo do Consórcio Estreiro Energia (Ceste) – formado pelas empresas Tractebel Energia, subsidiária do Grupo Suez, que possui 40,07% de participação; Vale do Rio Doce (30%), Alcoa (25,49%) e Camargo Corrêa (4,44%) – detentor da concessão para uso de bem público para a construção e operação da UHE Estreito. Com uma capacidade de geração de energia de 1.087 MW,
suficiente para abastecer uma cidade de 4 milhões de habitantes, a UHE demandará investimentos na ordem de R$ 3,6 bilhões. Durante toda a fase de implantação, o consórcio estima a geração de cerca de 10 mil empregos diretos e 25 mil indiretos, totalizando 35 mil postos de trabalho. Atualmente, 80% dos trabalhadores são dos estados do Maranhão e Tocantins. Para o presidente do consórcio, José Renato Pontes, a UHE Estreito é uma construção estratégica para todas as empresas que participam da obra, com importância ímpar na garantia de energia para todo o País, pela rede de transmissão.
Marco: o desvio do rio Tocantins
A Usina de Estreito está localizada ao norte do Tocantins e sudoeste do Maranhão. O canteiro de obras tem 1,3 mil hectares, e o ponto mais baixo chega a 56 m de profundidade. O barramento fica entre os municípios de Palmeiras do Tocantins e Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), e, para isso, foi necessário o desvio do rio Tocantins, concluído no final de setembro de 2009, antes do período das chuvas, o que se tornou o marco da construção da usina. “Este foi, sem dúvida, um dos maiores desafios do projeto. Caso essa etapa não fosse concluída durante a janela hidrológica, o consórcio poderia ter problemas por causa do regime de chuvas e até mesmo perder um ano de geração”, diz José Renato Ponte. Na margem esquerda do rio, já se observa o Vertedouro, que possui 14 vãos, e cujas obras civis foram
Números do empreendimento Distância da foz
855 km
Início das obras
15 de fevereiro de 2007
Custo do empreendimento
cerca de R$ 3,6 bilhões
Potência instalada da usina (capacidade nominal instalada) Energia assegurada
1.087 MW 641,08 MW médios
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Energia concluídas no tempo recorde de 10 meses. O rio foi desviado por seis vãos rebaixados e foram utilizados 442 mil m³ de concreto. Como a usina irá operar a fio d’água, o regime de vazões do rio não será afetado, no entanto. A Casa de Força, onde se dará a geração de energia elétrica, e a tomada d’água, que começaram a ser erguidas na margem direita após o desvio do rio, irá abrigar oito turbinas tipo Kaplan com rotor de 9,5 m e cinco pás, cada uma com 138 kW. A potência total instalada é de 1.087 MW. O fornecimento das turbinas, bem como de um conjunto de soluções tecnológicas na área de geração de energia, está a cargo do Consórcio Fornecedor (Ceme), liderado pela Voith Hydro. De acordo com Luiz Gabelini, diretor do Consórcio, Ceme, fazem parte do escopo do contrato o fornecimento de reguladores de velocidade, transformadores elevadores e disjuntor de máquina, entre outros equipamentos de última geração. Ele revela que estas são as maiores turbinas tipo Kaplan já fabricadas no Brasil. Integrante do consórcio Ceste, a Alstom está concentrando em sua fábrica de Taubaté (SP) a produção de seis geradores de 136 MW cada um, para atender ao projeto. O valor do contrato é de € 92 milhões e envolve ainda o fornecimento de barramentos, equipamentos hidromecânicos e supervisão para a usina. O duto de sucção, por onde a água volta ao rio após passar pela turbina, é composto por cinco anéis de aço de 11 m de diâmetro médio, totalizando 8 m de altura e 62 t.
Geradores
Oito turbinas hidráulicas Kaplan Potência nominal 135,87 MW Potência total 1.087 MW Queda de referência 18,94m Rotação síncrona 69,23 rpm Diâmetro do rotor 9,5 m Rendimento máximo 98,0% Fator de potência 0,90 Tensão nominal 13,8 kV
Reservatório
Área total do reservatório 555 km² Extensão do reservatório 290 km Capacidade do reservatório 5.400 x 10 m³ N.A.de montante 156 m N.A. de jusante 134 m Áreas inundadas 440 km² Barragem de enrocamento com núcleo de argila, com 480 m de comprimento e altura máxima de 60 m.
Sistema extravasor
Vazão do projeto Comprimento total da soleira Número de vãos
Comportas
Largura das comportas Altura das comportas
Tomada de água
Comportas Largura das comportas Altura das comportas Início de enchimento do reservatório Operação da primeira unidade geradora Volume de terra a ser movimentado
vertedouro de superfície
64.990 m³/s 402,50 m 16
tipo segmento
20 m 21 m
tipo gravidade
tipo ensecadeira 7,70 m 16,30 m segundo semestre de 2010 final de 2010 9,5 milhões m³ de terra e 3,8 milhões de m³ de rochas
Principais equipamentos de grande porte
(03) gruas Morrow – (02) com capacidade de 630 ton.m e (01) de 550 ton.m (02) mastro de lançamento de concreto Schwing com capacidade de 28 m cada (11) caminhões Dumper Cret com capacidade para 6 m³ CIBI e DM (04) silos de transferência com capacidade para 8 m³ Libormix (08) bombas de alta pressão com duas espingardas com capacidade de 9.000 psi Singular 20 caçambas de concreto
Cronograma de entrega de equipamentos
Fornecimento acumulado de turbinas Fornecimento acumulado de geradores Fornecimento acumulado de hidromecânicos
70% 50% 90%
WW Construção da casa de força, que irá abrigar oito turbinas
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Energia A gigantesca estrutura de 358 m de comprimento por 78 metros de altura consumiu 278 mil m³ de concreto. Estima-se que até o final do empreendimento sejam consumidos 917 mil m³ de concreto, o suficiente para construir 11 estádios do Maracanã. Se calcular a quantidade de aço consumido nas estruturas metálicas, o número também impressiona: 48.823 t. No alto da Casa de Força está montada a ponte rolante com capacidade de levantamento de 350 t. Trata-se de um guincho sobre rodas que se movimenta sobre trilhos ferroviários. Duas pontes rolantes trabalham em paralelo para a montagem dos equipamentos maiores ,como a turbina e o gerador.
Barragem
Diversas técnicas novas de construção civil estão sendo utilizadas no empreendimento. Para a construção da barragem, por exemplo, os engenheiros erguerão um muro com a ajuda de um aparelho chamado hidrofresa, que vai permitir sua vedação. A hidrofresa é um equipamento de acionamento hidráulico que opera com o princípio da circulação reversa. Nesse sistema, o avanço da escavação ocorre por meio de rodas e correntes de corte que trabalham em alta rotação, desagregando o substrato terroso ou rochoso. “Esta-
UHE ESTREITO: PRINCIPAIS FORNECEDORES EMPRESAS Leme Engenharia Ltda.
CTR – Consórcio Rio Tocantins (Construtora OAS /Coesa)
PARTICIPAÇÃO Engenharia do Contratante Topografia Gerenciamento Fiscalização Empreiteira Principal Construção de Obras Civis – Fase 2 Terraplanagem Fundações Estruturas Metálicas Formas e escoramentos
Votorantim
Cimento
Gerdau
Aço Estrutural
CEME – Consórcio Eletromecânico Projeto,fornecimentoemontagemeletroEstreito (Voith/Siemens – Alstom) mecânicadeTurbinas/Geradores/Transformadores Consórcio Intertechne/CNEC
Projeto Básico e Executivo Civil
InstalaçãodoSistemadeTransmissãoRestrito Cabos elétricos Isoladores PCE – Projetos e consultoria de PlanejamentodaIntegraçãoeGerenciamento Engenharia Ltda de Interfaces Produçãoefornecimentodeagregados Fiapa Mineração e Incorporações (brita/areia artificial) Techdam Tecnologia para Barragens ServiçodeControleTecnológicoLaboratorial Ltda de Concreto Elaboraçãodeprojetosconstrutivoseexecução Aliança deobrasdeacessosrodoviáriosvicinais (Trecho A) Instalações provisórias CNEC Consultoria Ambiental Consórcio Isolux Corsan S.A. e Siemens Ltda
Construtivo
Softwaredegerenciamentodaimplantação
Novatecna SA
ExecuçãodacortinadeJetGrouting
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mos fazendo essa usina num maciço de arenito que é muito frágil. É uma base de terra assentada sobre uma camada muito grande de aluvião e a forma de vedar isso é construir um muro que vai desde o topo da barragem até a rocha, embaixo do aluvião”, explicou José Renato Ponte. A construção da barragem da UHE Estreito sobre o leito do rio, que terá 480 m de comprimento e 60 m de altura, também já foi iniciada. Nela serão empregados cerca de 2,2 milhões m³ de argila compactados. O reservatório acumulará um volume da ordem de 5.400 x 10 mil m³, com a ocupação de uma área de 555 km², sendo cerca de 290 km de extensão ao longo do rio e
área de terras efetivamente inundadas de 440 km². Os 12 municípios diretamente atingidos pelo lago serão: Estreito e Carolina (MA), e Aguiarnópolis, Babaçulândia, Barra do Ouro, Darcinópolis, Filadélfia, Goiatins, Itapiratins, Palmeirante, Palmeiras do Tocantins e Tupiratins (TO). Paralelamente aos trabalhos realizados no canteiro, ocorre a realocação da infraestrutura na área do futuro reservatório da usina, que engloba a construção e o alteamento de pontes, relocação de linhas de transmissão, construção de estradas e atracadouros, entre outras obras. A previsão é de que o enchimento do reservatório seja iniciado no segundo semestre de 2010.
SS Plano geral das obras, orçadas em R$ 3,6 bilhões
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Energia
Localização da UHE Estreito O eixo do barramento da UHE Estreito está situado cerca de quatro quilômetros das sedes dos municípios de Estreito, no Maranhão (margem direita), e Aguiarnópolis, no Tocantins (margem esquerda). O acesso terrestre à região do empreendimento, a partir das principais capitais das regiões Sudeste e Centro-Oeste, se dá pela rodovia BR 010/226 (Belém-Brasília), que passa pelo município de Estreito (MA) e segue em direção à cidade de Belém (PA). A partir do município de Estreito, em direção ao reservatório, o acesso é feito pela BR 010/230 (Rodovia Transamazônica), chegando à cidade de Carolina (MA), situada aproximadamente no ponto médio do reservatório. O aeroporto mais próximo com voos regulares está localizado na cidade de Imperatriz (MA), distante aproximadamente 130 km de Estreito.
Desafios na execução da cortina de jet grouting concluídos em meados de novembro de 2009, sendo vencidos diversos desafios durante a obra:
Primeiro desafio: pedregulhos, seixos e blocos
A Novatecna S/A foi a empresa escolhida pelo Consórcio Ceste para encarar o desafio da execução de 600 m de cortinas (montante e jusante) de jet grouting para a construção da UHE Estreito, em três etapas, realizadas de acordo com o período de estiagem do rio Tocantins, divididas nos anos de 2007, 2008 e 2009. Para enfrentar empreendimento de tal porte, a Novatecna destacou equipes e equipamentos especializados, sendo que três desses equipamentos foram proje-
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tados e construídos especialmente para atender à obra. As cortinas são formadas por colunas de jet grouting justapostas dentro do solo sedimentar arenoso, altamente permeável da fundação das ensecadeiras de montante e jusante, visando a uma redução sensível de sua permeabilidade, para permitir o esgotamento seguro e controlado da área ensecada e a remoção parcial do solo sedimentar necessária para a execução da barragem de terra a seco. Os serviços das cortinas foram
As ensecadeiras de montante e jusante da UHE Estreito estão apoiadas em solo de origem sedimentar, constituído de areia limpa, com granulação muito heterogênea, variando desde areia fina até areia muito grossa. Destaca-se ainda que entremeando a espessa camada arenosa ocorrem também camadas irregulares de pedregulho, seixo e bloco de dimensão decimétrica, ou até métrica de arenito na região mais próxima ao contato com maciço rochoso, bastante irregular, de arenito.
Segundo desafio: a profundidade e espessura das camadas
A espessura desse sedimento variou até 40 m. A lâmina d’água do rio Tocantins em época de estiagem chega a 20 m, valor este que corresponde à altura de aterro de
“A UHE Estreito é uma obra estruturante, geradora de riquezas e empregos e garantidora da saúde do sistema energético brasileiro a partir dos megawatts gerados”, declarou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, durante visita ao canteiro de obras no final de fevereiro último.
Gelo no concreto
Um equipamento que chama a atenção no canteiro de obras. Trata-se de uma fábrica de escamas de gelo, instalada pela Recom. Segundo o engenheiro Douglas Emerson Moser, da empresa Techdam, de controle tecnológico de concreto e solo, o gelo é empregado na composição da massa do concreto, em substituição de uma parte da água de mistura, para evitar a formação de fissuras, durante o pro-
ponta argiloso, lançado na água, para formação da plataforma de trabalho, o que resultou em perfuração total de até 60 m.
Terceiro desafio: equipamentos
Houve a necessidade de dispor de equipamentos perfo-injetores de mastro longo e de grande torque, com cabeçote passante, para enfrentar as perfurações tão profundas em sedimento incoerente e espesso. Foram desenvolvidos em paralelo diversos acessórios fundamentais à obra e soluções de engenharia para o bom andamento do serviço e uma avaliação segura da qualidade das cortinas em construção. Como exemplo, pode-se citar: determinação de verticalidade de cada furo de coluna executada dentro de hastes especiais, bem como um programa especialmente desenvolvido pela empresa para visualização em 3D dos blocos de colunas formadas, entre outros.
Quarto desafio: o volume do empreendimento
As cortinas de montante e jusante totalizam cerca de 600 m de extensão e são formadas, em geral, por três filas de
cesso de retração térmica. A adição do gelo tem como objetivo principal a redução das tensões térmicas, pela diminuição do calor de hidratação nas primeiras horas. Esse procedimento, além de evitar fissuras, mantém por mais tempo a flexibilidade e gera uma melhor evolução da resistência à compressão. A temperatura inicial de lançamento é definida pelos técnicos e deve ser controlada durante toda a concretagem. O concreto resfriado é mais utilizado em estruturas de grandes dimensões, ou seja, barragens, alguns tipos de fundações, bases para máquinas e blocos com alto consumo de cimento. No canteiro de obras de Estreito foram instaladas duas unidades de produção de gelo, totalizando uma produção diária de 360 t.
colunas de jet grouting, que penetram no arenito e engastam, no topo, no aterro lançado. Para vencer esse desafio (2.200 colunas com mais de 26.000 t de cimento) o Consórcio Projetista (Intertechne e CNEC) viabilizou a execução dessas cortinas em três etapas de estiagem do rio. A construção foi iniciada em 2007, continuou em 2008 e foi finalizada em novembro de 2009, antes do prazo previsto, sendo o desvio do rio executado em setembro de 2009, pelo vertedouro.
Meta: superação
Este trabalho, na visão da Novatecna, líder de mercado nessa tecnologia, representa um novo marco de inovação tecnológica para o uso do jet grouting neste tipo de obra no Brasil e no exterior. Estes desafios foram sendo enfrentados com o apoio e estímulo de toda a equipe técnica envolvida na obra. Atualmente a área ensecada se encontra esgotada, com um desempenho das cortinas de jet grouting acima da expectativa do projeto e da obra, com desnível de água superior a 25 m, entre o montante e a região ensecada e esgotada.
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Energia
Brasil utiliza mais energia limpa O Brasil figura entre os países que contam com uma Renovável Energia Não Não Renovável Energia Renovável das matrizes energéticas mais limpas do planeta. MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA Energia Energia Renovável De acordo com estudos realizados pela empresa 45,3% 54,7% 45,3% 54,7% de Pesquisa Energética (EPE), 45,3% das necesEnergia Hidráulica Petróleo e e Energia Hidráulica Petróleo sidades energéticas do País são supridas por fontes e Eletricidade 13,8% Derivados 36,7% e Eletricidade 13,8% Derivados 36,7% renováveis. A energia hidrelétrica, por exemplo, reLenhaLenha e Carvão Gás Natural 10,3% e Carvão Gás Natural 10,3% sponde por quase 14% da demanda. Os restantes Vegetal 13,8% Vegetal 13,8% 54,7% são gerados por fontes não renováveis. Produtos da da Carvão Mineral e e Produtos Carvão Mineral Se for considerado apenas o consumo de energia Cana-de-açúcar 13,8% Derivados 6,2%6,2% Cana-de-açúcar 13,8% Derivados elétrica, a situação do Brasil é ainda mais privileOutras Urânio e e Outras Urânio 13,8% Derivados 1,5%1,5% Renováveis 13,8% giada, com a participação de 85,4% de energia Energia Renovável Derivados Energia Não Renovável Renováveis renovável, sendo a maior parte – cerca de 80% – 45,3% 54,7% estruturada sobre a geração hidrelétrica (ver gráfiEnergia Hidráulica Petróleo e cos ao lado). e Eletricidade 13,8% Derivados 36,7% Energia Renovável EnergiaEnergia Não Renovável Energia Renovável Não Renovável Gás Natural 10,3% Em consequência da grande utilização de recursos Lenha e Carvão Vegetal 13,8% 85,4% 14,6% renováveis na geração de energia elétrica, o setor Produtos da Carvão Mineral e Derivados 6,2% é responsável por apenas 1,4% das emissões de Cana-de-açúcar 13,8% Hidráulica 80,% Gás Natural 6,6% Urânio e Hidráulica 80,% Gás Natural 6,6% gases do efeito estufa, enquanto 54% das emissões Outras Renováveis 13,8% Derivados 1,5% Derivados de desses gases são causadas por desmatamento. Derivados de Biomassa 5,3% Petróleo 3,3% Biomassa 5,3% De acordo com o ranking de emissão no setor de Petróleo 3,3% Nuclear 3,1% Eólica 0,1% energia do World Resources Institute (WRI), de Nuclear 3,1% Eólica 0,1% Carvão e Washington, o Brasil ocupa a 18a posição, com 17 DerivadosCarvão 1,6% e vezes menos emissão que os Estados Unidos, 11 Derivados 1,6% vezes menos que a União Europeia e 15 vezes menos que a China.
85,4%
Energia Renovável
85,4%
14,6%
Energia Não Renovável
14,6%
Barreiras socio ambientais Em 2007, quando a usina começou a ser construída, Estreito contava com 15 mil habitantes. Hoje, somam-se mais de 45 mil. A cidade teve o hospital ampliado, ganhou Corpo de Bombeiros, escolas, delegacias e batalhão da polícia militar. São 39 programas socioambientais empreendidos, que beneficiam a população e geram desenvolvimento nos 12 municípios impactados. Mas, assim como a maioria das hidrelétricas já concluídas ou em construção, a usina de Estreito também enfrenta, desde sua implantação, contratempos com ações socio ambientais. Liminares determinaram a suspensão das obras por alguns períodos, até todas elas serem cassadas, com compensações ambientais. Já a compensação financeira pela utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica aos estados e municípios que terão área alagada pela formação do reservatório da UHE Estreito é de cerca 36 / Grandes Construções
Hidráulica 80,%
Gás Natural 6,6%
Biomassa 5,3%
Derivados de Petróleo 3,3% Nuclear 3,1%
Eólicamilhões 0,1% de R$ 20 anuais. Carvão e A construção da hidrelétrica tamDerivados 1,6% bém exigiu o deslocamento das pessoas localizadas nas proximidades do rio. Ao todo, 3 mil famílias foram impactadas pelo projeto, e o consórcio está concluindo as indenizações, além da aquisição de propriedades e remanejamento da população atingida. No final de janeiro deste ano, uma reunião no Projeto de Assentamento Formosa (PA Formosa) definiu a opção dos nove assentados do Incra pelo reassentamento em outra localidade como mitigação pelo impacto causado pela formação do lago da UHE de Estreito. O procurador da República Álvaro Manzano, que acompanha o processo de Estreito desde as primeiras audiências, explicou que a carta de crédito exime o consórcio responsável pela obra de responsabilidades futuras quanto à estabilidade econômica dos assentados, que, após receberem a car-
ta de crédito, deixam de ter qualquer vínculo com o Incra ou com o empreendedor. O valor oferecido, segundo os assentados, é de R$ 42 mil. De acordo com informações passadas pelo consórcio, o processo de licenciamento ambiental da Usina de Estreito previa benefícios às famílias residentes na área do reservatório e de seu entorno, como a indenização, exclusiva a proprietários de imóveis rurais e urbanos, e a carta de crédito; o reassentamento e o lote urbano aos proprietários e não proprietários residentes. Com a construção, o número da arrecadação de governos municipais, estaduais e federais foi aumentado. Os recursos gerados com impostos sobre os investimentos em obras civis e montagem/fornecimento de equipamentos durante a construção da barragem totalizam cerca de R$ 329 milhões. Após a construção, estão previstos mais R$ 170 milhões.
construção industrial vsb
Alta tecnologia integra complexo siderúrgico da VSB em Jeceaba
A
implantação do complexo siderúrgico da Valloreuc & Sumitomo Tubos do Brasil (VSB) pode ser considerado uma verdadeira revolução na pequena Jeceaba, um município da Região Metropolitana de Belo Horizonte, que até 2008 contava com 6.047 habitantes, com a maioria, ou 53,66%, na zona rural. Com um conjunto de investimentos de cerca de US$ 1,6 bilhão, a nova usina, que produzirá tubos de aço sem costura, está gerando 7.000 empregos em sua implantação, mas a expectativa, com a finalização do novo empreendimento, que está prevista para o segundo semestre deste ano, é que a cidade ganhe mais 1.500 postos de trabalho diretos e mais um número ainda não previsto de empregos indiretos. Os investimentos são fruto de uma joint venture formada entre o grupo francês Vallourec e o japonês Sumitomo Metals, parceiros há mais de 30 anos. Jeceaba, que fica a cerca de 130 km da capital, foi concebida como um distrito industrial. Com a implantação da usina siderúrgica, o objetivo
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é formar uma rede de fornecedores de médio e pequeno portes, facilitando a exportação dos produtos do complexo até o Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro. O diretor-presidente da VSB, Otávio Sanabio, destaca a utilização, pela empresa, do que há de mais avançado em tecnologia com a construção de uma aciaria com capacidade para produzir 1 milhão de toneladas de aço bruto por ano. Desse total, 700 mil toneladas serão utilizadas para a fabricação de 600 mil toneladas de tubo de aço sem costura com conexão Premium, que significará um produto com alto valor agregado. Esta quantidade, segundo ele, será dividida igualmente entre a japonesa Sumitomo e a francesa Vallourec. As 100 mil toneladas restantes são de sucatas que são recicladas, retornando ao forno elétrico. Outras 300 mil toneladas de aço bruto serão transformadas em barras lingotadas para o Grupo Vallourec. Na indústria petrolífera, os tubos de aço sem
costura são indicados para a extração de petróleo e revestimento de poços em ambientes críticos, pela sua característica de maior resistência a altas temperaturas e pressões extremas. Na indústria automotiva, os tubos automotivos sem costura garantem maior segurança, resistência e durabilidade aos veículos leves, pesados, máquinas agrícolas e industriais, motocicletas e vagões ferroviários. Eles são utilizados na produção de rolamentos, suspensão, transmissão, colunas e barras de direção, caixa de câmbio, sistemas de injeção e direção hidráulica, além de barras de impacto e estabilizadoras. O executivo da VSB afirma que a nova usina atenderá os mercados em expansão de óleo e gás da América do Norte, Oriente Médio e África. Com isso, a VSB busca a internacionalização das bases de produção das suas empresas.
Alta produtividade, baixo consumo
Atualmente, as obras de terraplenagem se encontram em fase de acabamentos finais. A drenagem superficial, macrodrenagem, microdrenagem e canal reservatório estão com 95% de avanço físico. Em fase final de execução encontra-se, também, a proteção vegetal (90%), enquanto que as grandes escavações em rocha e os arremates (pequenas escavações), bem como as obras do canal reservatório, já foram concluídos. Também ficaram prontas as fundações profundas (estaqueamento) dos altos-fornos e foram iniciadas as montagens das estruturas metálicas da aciaria e a montagem eletromecânica do setor de laminação. No complexo siderúrgico em construção, o destaque, segundo Sanabio, é
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construção industrial vsb
para a aciaria. Ela será a primeira do mundo a empregar tubos estruturais circulares em suas estruturas, e a primeira do país a utilizar o sistema Consteel. Trata-se de um conjunto de equipamentos para aumentar a produtividade e reduzir o consumo de energia elétrica. “Essa estrutura oferece benefícios para o meio ambiente, como a redução na emissão de ruídos e, para os operários, que passam a trabalhar com mais segurança”, garante o diretor-presidente. Além disso, o equipamento realiza o carregamento contínuo do material no forno, tecnologia que agiliza a produção do aço (ver boxe). Outra novidade está na laminação, que tem como diferencial ser a primeira do Brasil a ser construída com tubos estruturais quadrados. “Uma das soluções construtivas modernas, utilizada na obra é a laje da laminação que ficará no nível +6m, elevação que facilita a operação e manutenção da Usina”, observa Sanabio. Para as obras civis estão previstos 125 mil m3 de concreto, o que garante que a obra da VSB será uma das maiores em execução no país. As pontes rolantes da laminação já chegaram à usina da VSB. As maiores vigas (cada ponte é composta por duas vigas) possuem 47 metros de comprimento, 3 metros de altura e pesam, juntas, aproximadamente 200 toneladas. TT Magnatur? Emperferchic temped quate quatett
Para a execução das obras, a VSB tem como parceiros a Mascarenhas
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Barbosa Roscoe S/A Construções responsável pela concretagem para a execução das obras da laminação; a Construtora Gerais, que executa as obras da sala elétrica principal e da sala de comando principal e o Consórcio Construtor Jeceaba, integrado pelas empresas U&M e Barbosa Mello, para os serviços de terraplanagem e drenagem. O complexo de Jeceaba conta também com a Precon, responsável pela execução dos pré-fabricados de concreto da sala elétrica principal e da sala de comando principal; da Construtora Odebrecht, que executa os dois poços de Carepa da laminação e as estações de tratamento de água (ETEs); e a Tomé Engenharia, responsável pela montagem mecânica da laminação. Todas essas empresas têm inúmeros desafios para a execução das obras no complexo. A obra de terraplenagem para a implantação da Usina, por exemplo, apresenta cortes com grandes extensões e alturas que, em geral, foram escavados em solo residual de gnaisse e matabásicas (diques básicos) oriundos do substrato rochoso desenvolvido através do metamorfismo e deformações tectônicas no estado dúctil e rúptil. Ocorrem, portanto, corpos metabásicos parcialmente e totalmente incorporados pelo gnaisse que podem ser observados e individualizados nas porções expostas pelos cortes. Os gnaisses também apresentam variações composicionais, estruturais e texturais. Em alguns trechos do empreendi-
Aaciariamaismoderna da América Latina Duas empresas são responsáveis pelo fornecimento dos equipamentos principais da aciaria da usina de Jeceaba: a Tenova e Concast. A Tenova, empresa Italiana detentora de alta tecnologia, fornecerá o forno elétrico a arco (FEA), equipamento responsável pela transformação do aço sólido em líquido (fusão) com todo o sistema de despoeiramento da aciaria e um sistema de carregamento contínuo de material no forno. Esse equipamento de carregamento é chamado de Consteel e utiliza tecnologia inédita na América Latina. “Esta aquisição mostra que estamos montando uma das usinas mais modernas do mundo”, afirma Luís Gustavo Mello, coordenador do projeto da aciaria da VSB. O Consteel® propicia a redução de ruídos, otimiza o consumo de energia elétrica e assegura um controle maior sobre o processo de fusão. “Com isso, preservamos recursos naturais, minimizamos os impactos ambientais e garantimos maior segurança aos nossos funcionários”, assegura Mello. A Concast cuidará da metalurgia secundária, etapa em que são definidas as características especiais do aço líquido que será solidificado na Máquina de Lingotamento Contínuo e que mais tarde será transformado em tubos no laminador. A produção da VSB será focada em produtos de alta qualidade e especificidade (OCTG ou mercado de óleo e gás), e a metalurgia secundária é um processo fundamental. O aço precisa atender a todos os detalhes solicitados pelos clientes e com a mais alta qualidade. Após a metalurgia secundária, o aço será solidificado na Máquina de Lingotamento Contínuo (MLC) de cinco veios, que dará o formato final à barra antes de essa ser levada para o laminador. O projeto da MLC é coordenado pelo engenheiro Fernando Rabelo. Desde a assinatura dos contratos, as empresas já começaram a trabalhar no desenvolvimento dos pedidos da VSB.
construção industrial vsb mento, foram desenvolvidos projetos específicos para contenção de blocos de rocha, através do processo de grampeamento isolado e/ou com utilização de telas e concreto projetado. Também foram desenvolvidos projetos de contenção de solo em áreas específicas onde existem paleotalvegues com presença de argila cinza aluvionar. O executivo da VSB explica que, por causa dessas características do terreno, as fundações profundas foram executadas em estacas de tubos metálicos produzidas pela Tubos Soldados Atlântico (TSA). A previsão é que a obra utilize, aproximadamente, 200 mil m3 de concreto e consuma, aproximadamente, 24 mil toneladas na construção dos galpões da Laminação, Ajustagem, Tempera e OCTG. No prédio da Aciaria serão aplicadas 10.600 toneladas e no Galpão do Alto-Forno 660. “Na execução do projeto, destacamos soluções pouco utilizadas, como as paredes diafragma do Poço de Carepa, e a execução de algumas regiões da plataforma com pré-moldado para agilizar o processo executivo. Entretanto, são soluções já conhecidas há bastante tempo pela engenharia civil. Outro diferencial da obra é o laminador de tubos Premium Quality Finishing (PQF), assim como o sistema de estocagem de tubos automatizado através de cassetes”. Para o seu funcionamento, o com-
plexo siderúrgico contará com uma linha de transmissão de energia, que o abastecerá. A linha terá aproximadamente 16 quilômetros de extensão, com tensão de 345 kV.
Reduzindo impactos socioambientais
Para a implantação do complexo, a VSB conta, atualmente, com 7 mil empregados prestadores de serviço. Desse total, 50% são moradores da região de influência direta e indireta onde o distrito industrial será instalado. “Para a operação da usina, quase 400 empregados já são treinados na Usina da V&M do Brasil (VMB), em Belo Horizonte. Assim, quando iniciar a produção de tubos da VSB, prevista para segundo semestre de 2010, essas pessoas estarão aptas para o trabalho na nova planta. O projeto conta com uma área total de 12 milhões e 500 mil metros quadrados, sendo 5 milhões reservados para a área do Centro de Referência em Revegetação da Mata Atlântica. Desse total, 2 milhões e 500 mil metros quadrados será destinados à área construída do projeto. A VSB, segundo seu diretor-presidente, está desenvolvendo na região programas socioambientais para minimizar os impactos da implantação do complexo. Dentre eles, está o Programa de Educação Ambiental Vislumbrar – O Meio
VSB em números* Investimento US$ 1,6 bilhão Empregos diretos 1.500 Área do empreendimento 2.500.000 m² Produção de aço bruto 1.000.000 t/ano Produção de tubos 600.000 t/ano Área do Centro de Referência em Revegetação da Mata Atlântica: 6.000.000 m²
STATUS DA CHEGADA DE EQUIPAMENTOS NAS OBRAS: Pontes Rolantes da Laminação Equipamento elétrico e automação Sistema de transporte de tubos da Laminação Sistema de Peneiramento da Aciaria Alto-forno Laminador PQF Forno de Reaquecimento Forno Elétrico e Despoeiramento Transformadores Forno Rotativo
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a primeira parte já chegou e a outra parte, juntamente com as pontes da Aciaria, está em processo de envio para a obra; em processo de envio para a obra; em processo de envio para a obra; início previsto para dezembro de 2009. em processo de envio para a obra; em processo de envio para a obra; em processo de envio para a obra; em processo de envio para a obra; Materiais na obra; Em processo de envio para obra.
Ambiente Sob um Novo Olhar. Seu foco é promover a educação ambiental e discussões relacionadas com mudanças de clima, principalmente em relação à preservação dos biomas, como a mata atlântica, e aos recursos hídricos nas comunidades de Jeceaba, Entre Rios de Minas, São Brás do Suaçuí e dos distritos de Alto Maranhão e Pequeri, em Congonhas. As atividades ocorrem nas escolas e nos canteiros de obras da VSB, assim como na sede do Vislumbrar, inaugurada em julho do ano passado. A equipe do Vislumbrar iniciou, no dia 15 de setembro, os Diálogos de Meio Ambiente com os empregados e prestadores de serviços da VSB, que trabalham em Jeceaba, dentro da Campanha de Resíduos Sólidos. Os encontros visam conscientizar sobre os problemas ambientais ocasionados pela má disposição dos resíduos sólidos, como não praticar a coleta seletiva ou jogar lixo no chão. Houve a apresentação da política dos 3 Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) - com ênfase para a prática da redução - e dos benefícios da coleta, que são pontos importantes para manter uma gestão eficaz desses materiais.
Movimento Sustentável
A Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil (VSB) desenvolve estratégias para a valorização do meio ambiente e da cultura regional, tendo a sustentabilidade e responsabilidade social os pilares da sua atu-
ação nas comunidades locais. Parte dessa estratégia é o Movimento Tempo Sustentável. Formado por uma cadeia de programas, projetos e ações socioculturais, o Movimento busca envolver as comunidades em atividades educativas por meio da integração de espaços e parceiros, através do teatro, da dança ou da música, de forma a compartilhar ideias, aprendizados e informações que possam contribuir para desenvolvimento pessoal e coletivo. Essa ação busca envolver as comunidades em atividades educativas por meio da integração de espaços e parceiros. O objetivo da empresa é desenvolver estratégias para a valorização do meio ambiente e da cultura regional, tendo como pilares a sustentabilidade e a responsabilidade social. Dentre os projetos que integram o Movimento Tempo Sustentável estão as peças “De Olho no Clima” e “Lunática”; o Caminhão Mambembe Fiorini, que contempla 13 comunidades escolares públicas, estaduais e municipais, com um animado pacote cultural
de atividades gratuitas; e o Projeto Raízes, que tem como objetivo a identificação, capacitação e articulação de empreendedores do setor cultural do interior do estado, contribuindo para fortalecer a atuação de grupos, entidades e pessoas. O diretor-presidente da Otávio Sanabio também destaca o trabalho que será realizado no Centro de Referência em Revegetação da Mata Atlântica da VSB, que terá área verde reflorestada de 6 milhões de metros quadrados. Na primeira etapa, a prioridade é tratar dos recursos hídricos, córregos e nascentes. O terreno que será reflorestado já está preparado e recebe o plantio das mudas. Somente para o projeto, foram selecionadas mais de 300 espécies arbóreas da mata atlântica. Inicialmente, a revegetação abrange mais de um milhão de metros quadrados de mata ciliar, que envolve quatro córregos e aproximadamente 15 nascentes. O próximo passo é reflorestar as demais outras áreas e conectá-las.
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MINERAÇÃO
Onça Puma prepara o
salto em 2011
complexo de us$ 2,3 bilhões tem obras retomadas pela vale e pode ser concluído no segundo semestre deste ano
SS As obras civis, executadas pela Norberto Odebrecht, já foram concluídas
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Depois de ter anunciado, em abril de 2009, a decisão de “desacelerar” o projeto Onça Puma, adiando sua inauguração em pelo menos um ano, alegando ajustar a produção de níquel à demanda do mercado e ao cenário recessivo global, a Companhia Vale do Rio Doce voltou atrás na decisão e já fala em retomar o empreendimento com força total. Em seu orçamento para investimentos em 2010, a empresa informa que deverá investir R$ 969 milhões nas obras civis e montagens eletromecânicas, de forma a concluir os trabalhos em 2010 e tornar o complexo operacional já em 2011. Atualmente, as obras encontram-se com mais de 60% de avanço físico. A enorme estrutura da planta de extração de beneficiamento do minério já alterou o cenário da região. Trata- se de um dos maiores e mais importantes empreendimentos na área de mineração e metalurgia no Brasil, com orçamento de
nada menos que US$ 2,3 bilhões. Localizado entre as serras do Onça e do Puma, que se estendem pelos municípios paraenses de Ourilândia do Norte, São Félix do Xingu e Parauapebas, no sudeste do Pará, o megaprojeto tem como objetivo a extração e o beneficiamento de níquel laterítico. As metas da Vale não são nada modestas. Com Onça Puma, a empresa pretende tornar-se, num horizonte bem próximo, a maior produtora de níquel do mundo, colocando o Brasil entre os maiores players no fornecimento desta commodity estratégica. Os números do projeto permitem sonhar alto. A reserva de minério que alimentará a planta piro-metalúrgica é de aproximadamente 100 milhões t de minério saprolítico, com teor médio de níquel de 1,72%. A capacidade nominal de produção de níquel contido em ferroníquel, seu produto final, é de 58 mil t métricas/ ano. O tempo de vida da mina é calculado em 40 anos. A produção final da mina será de 2,54
Mtpa, partindo de 1,5 Mtpa no primeiro ano de operação, alcançando a capacidade nominal após 24 meses de operação. A mina será a céu aberto, com lavra em flanco e bancos de 3 m de altura. A usina de beneficiamento da Unidade Operacional Onça Puma fará uso da tecnologia RKEF – Rotary Kiln Electric Furnace (calcinador rotativo e forno elétrico). No processo piro-metalúrgico será utilizada uma combinação homogênea de diferentes classes de minérios, a fim de garantir uma relação otimizada dos teores de magnésio e sílica contidos. Depois de britado, o minério passa por um processo de secagem e despoeiramento para, finalmente, sofrer redução e fusão em fornos de calcinação e elétricos, com saída do ferro-níquel como produto final.
O escoamento da produção será feito, primeiramente, por via rodoviária, partindo de Ourilândia pela PA-279 e depois pelas PA-150 e PA-275 até Parauapebas. Deste ponto, o minério seguirá pela Estrada de Ferro Carajás até o porto de São Luís. De lá o produto será embarcado, dentro de contêineres, seguindo de navio com destino aos clientes. Serão utilizados 83 equipamentos de carga, transporte e apoio para a mina, que já foram adquiridos.
Grande demanda por equipamentos e serviços
As obras foram iniciadas em 2006 com previsão de término para o primeiro trimestre de 2009, até sofrer os efeitos da crise mundial da economia. A expectativa é de que as atividades para a construção do
complexo gerem cerca de 4.500 empregos diretos, chegando a 8.000, no pico das obras, das diversas empresas prestadoras de serviços. A Vale não informa quando isso deverá acontecer, alegando haver pendências no licenciamento ambiental para o prosseguimento das obras. Para os serviços de Engenharia, Suprimentos e Gerenciamento de Construção, na modalidade EPCM, foi contratada a Progen, que constituiu joint venture com
SS Comunidade de São Félix do Xingu: impactos sociais do projeto tanto podem ser positivos quanto negativos
MINERAÇÃO
SS Pescadores ribeirinhos temem contaminação dos rios da região
a empresa canadense Hatch, especializada em detalhamento de engenharia, e de processos, tecnologias, consultoria empresarial e serviços de gerenciamento de projeto e construção para os setores de Mineração e Metais. Para a Montagem Eletromecânica foi contratada a MIP Engenharia. O escopo do contrato inclui a montagem mecânica de transportadores; da estrutura metálica; caldeiraria; tubulação; cabos e aterramentos e de equipamentos de instrumentação. A Construtora Norberto Ode-
brecht ficou responsável pela execução dos serviços de terraplanagem e as obras civis destinadas à implantação da futura usina de processamento de níquel. Para a terraplanagem, a Odebrecht subcontratou a Fidens, que executou ainda escavação, carga e transporte de material, além de compactação de aterro e obras-de-arte civil. As estruturas de concreto para os principais equipamentos estão prontas, com destaque para as fundações que receberão os fornos elétricos, as estruturas para os fornos calcinadores e fornos secadores, fundações da britagem primária, as vigas de rolamento para as empilhadeiras e para a retomadora de minério. Já foram executados cerca de 60 mil m³ de concreto, do total previsto de 80 mil m³. Também estão prontas as torres metálicas para suporte da linha de alta tensão, bem como a estrutura metálica da área de redução e fusão; das fundações da empilhadeira; das retomadoras de minério e as obras das barragens de captação de água para usina e a de retenção de finos. Foram iniciadas as montagens do steel deck, a fixação dos trilhos e seu alinhamento topográfico. A região onde será instalada a subestação já está pronta e os transformadores já estão no canteiro, prontos para instalação.
Os custos socio ambientais
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra Xinguara – PA (CPT-PA), uma das organizações apoiadas pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos, o Projeto Onça Puma atinge diretamente 3 mil famílias, de dois assentamentos do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra). São os assentamentos de Campos Altos, situado no município de Ourilândia, e de Tucumã, localizado entre Ourilândia, Tucumã e São Félix. As comunidades hospedeiras dos dois municípios, no entanto, possuem uma população de aproximadamente 15 mil habitantes. A CPT vem atuando diretamente na organização das famílias da área rural afetada pelo projeto, denunciando supostas agressões ao meio ambiente, causadas pela implantação do complexo e exigindo indenizações para os agricultores eventualmente prejudicados por ele. De acordo com o relatório da organização, muitos assentados foram pressionados a vender suas benfeitorias para a mineradora. A CPT faz a defesa jurídica desses agricultores por meio de uma ação civil pública. Entre os danos ambientais relatados pela Pastoral da Terra estão a poluição de grotas, a intoxicação de animais e a extinção de igarapés, resultado da construção de barragens e diques e desvios de cursos d´água.
TT Cerca de 60 mil m3 de concreto, de um total de 80 mil m3 previstos no projeto, já foram executados
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Ainda de acordo com a CPT, as consequências do empreendimento são a desestabilização da organização social e do sistema produtivo dos assentamentos. Os camponeses que continuaram nos assentamentos seriam, segundo a entidade, afetados pela poluição ambiental e sonora, além dos danos às suas propriedades. Outra denúncia feita pela Pastoral da Terra é a de inchaço demográfico na re-
gião, com aumento da violência urbana, do consumo de álcool e drogas e a prostituição. A entidade afirma que, nos últimos cinco anos, a região teve um boom migratório, com a chegada de milhares de pessoas atraídas pela perspectiva de empregos e melhores condições de vida, que poderiam ser proporcionadas pela Onça Puma. A maioria dessas pessoas, no entanto, não conseguiu emprego e continuam vagando. A situação se agravou com
TT As estruturas metálicas das instalações foram as primeiras a ficar prontas
a crise financeira mundial, que afetou as contratações e a conclusão do projeto. A Vale do Rio Doce foi procurada pela reportagem de Grandes Construções, para comentar essas afirmações e falar sobre o andamento das obras, mas preferiu não se pronunciar. Por meio da sua assessoria de Imprensa, a mineradora admitiu apenas que o projeto Onça Puma ainda tem “algumas pendências ambientais” que não foram resolvidas.
Canal do Panamá
SS Iniciadas em agosto de 2009, as obras de ampliação do canal estão orçadas em cerca de US$ 5,2 bilhões
Iniciadas as obras para a construção do terceiro conjunto de eclusas Desde agosto do ano passado, o Grupo Unidos pelo Canal (GUPC) está executando uma das principais obras de ampliação do Canal do Panamá, considerada uma das maiores obras de engenharia deste século. Formado pelas empresas Sacyr Vallehermoso (Espanha), Impregilo (Itália), Jan de Nul (Bélgica) e a Construtora Urbana do Panamá, o GUPC foi o único que venceu a licita-
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ção para o projeto de desenho e para a construção do terceiro jogo de eclusas do canal. Com essas obras, o Canal, que atualmente tem 80 km de comprimento e um tráfego de cerca de 13 mil embarcações por ano, passará por sua maior modernização e terá uma capacidade de trânsito de 19.600 navios e uma capacidade de carga de 600 milhões t – estimativa para o ano de 2025.
Um canal para a paz e para a guerra
SS O Canal do Panamá tem hoje 80 km de comprimento e um tráfego de 3 mil embarcações/ano
SS Sem a ampliação o canal permite a passagem de, no máximo, navios Panamax, com 32 m de largura e 294 m de comprimento
Segundo Rolando Aguirre, engenheiro mecânico do departamento de engenharia e administração de programas da Autoridade do Canal do Panamá (ACP), atualmente o GUPC está fazendo um trabalho para o plano de gestão ambiental exigido. “O projeto de ampliação anda em bom ritmo, tanto para as eclusas do Atlântico quanto para as do Pacífico”, observa. O engenheiro do consórcio GUPC, Antonio Betti, complementa que a ampliação permitirá aumentar a capacidade do canal, mantendo a rota marítima através do Panamá e captando a crescente demanda do tráfego. “As câmaras das novas eclusas serão de 427 m de comprimento por 55 m de lar-
gura e 18,3 m de profundidade”, afirma. Com essas dimensões, o Canal passará a ter capacidade para os navios Post Panamax, que têm 49 m de largura e 365 m de comprimento. Sem a ampliação, o Canal tinha capacidade somente para os navios Panamax, com até 32 m de largura e 294 m de comprimento. No decorrer deste ano, a ampliação passará pela última etapa dos trabalhos de escavação e, em seguida, terão início as obras de construção de concreto e aço, com seus edifícios e equipamentos. Também terão início as escavações do chamado PAC4 – as etapas do projeto são denominadas de PAC. “Concluiremos, também, alguns
Inaugurado em 10 de outubro de 1913, após dez anos de obras e da escavação de um volume de material quase quatro vezes maior do que o previsto inicialmente, o Canal do Panamá entrou em operação Oficial em 15 de agosto de 1914, constituindo-se, na época, em uma maravilha tecnológica. A complexa série de eclusas permitia até mesmo a passagem dos maiores navios de sua época. Além da sua importância logística, reduzindo os custos de transporte de mercadorias, o canal foi um triunfo estratégico e militar importantíssimo para os Estados Unidos, e revolucionou os padrões de transporte marítimo. Os Estados Unidos usaram o canal durante a Primeira Guerra Mundial para revitalizar sua frota devastada no Pacífico. Alguns dos maiores navios que o país teve de enviar pelo canal foram porta-aviões, em particular o USS Essex. Estes eram tão largos que, apesar de as eclusas poderem contê-los, os postes de luz que ladeiam o canal tiveram de ser removidos para que pudessem passar. Atualmente, os maiores navios que podem atravessar o canal são conhecidos como Panamax. A estrutura conta com dois grupos de eclusas no lado do Pacífico e um no do Atlântico. Neste último, as portas maciças de aço das eclusas triplas de Gatún têm 21 m de altura e pesam 745 t cada uma, mas são tão bem contrabalançadas que um motor de 30 kW é suficiente para abri-las e fechá-las. O lago Gatún, que fica a 26 m acima do nível do mar, é alimentado pelo rio Chagres, onde foi construída uma barragem para a formação do lago. Do lago Gatún, o canal passa pela falha de Gaillard e desce em direção ao Pacífico, primeiramente através de um conjunto de eclusas em Pedro Miguel, no lago Miraflores, a 16,5 m acima do nível do mar, e depois, através de um conjunto duplo de eclusas em Miraflores. Todas as eclusas do canal são duplas, de modo que os barcos possam passar nas duas direções. Os navios são dirigidos ao interior das eclusas por pequenos aparelhos ferroviários. O lado do Pacífico é 24 centímetros mais alto do que o lado do Atlântico, e tem marés muito mais altas. Diversas ilhas situam-se no lago Gatún, incluindo a ilha Barro Colorado, um santuário mundial de vida selvagem.
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Canal do Panamá
TT Obras da terraplanagem preliminar estão bem adiantadas
desenhos de engenharia, incluindo a concepção das eclusas, portas, válvulas, utilitários, entre outros. O consórcio já começou a terraplanagem preliminar prevista no plano de trabalho para a Autoridade do Canal do Panamá. Um lote de equipamentos já está no Panamá”, afirma o engenheiro mecânico da ACP. Dentre os projetos já executados no Canal do Panamá, os primeiros, PAC1 e PAC2, foram realizados pelas empresas dos consórcios Cusa e Cilsa. As obras do chamado PAC3 estão sob a responsabilidade da empresa Meco, e o PAC 4, concedido recentemente, está sendo realizado pela empresa FCC. Além disso, está sendo executada a dragagem da entrada do Pacífico pela empresa de dragagem Dredging Internacional e a dragagem da entrada do Atlântico, pela empresa de dragagem Jun de Nul. “A Divisão de Dragagem da Autoridade do Canal do Panamá executou as obras de dragagem para o alargamento e aprofun-
damento do Lago Gatun. Logo a ACP terá um contrato para a parte norte do lago”, observa Rolando Aguirre. Já o contrato da empresa GUPC está avançando e seguindo as obrigatoriedades exigidas pelo Plano de Gestão Ambiental da ACP. Essa fase está sendo executada em conformidade com as exigências das agências multilaterais de financiamento do programa de resgate da vida selvagem e de reflorestamento das áreas que integram o terceiro conjunto de eclusas em ambos os oceanos Atlântico e Pacífico. Segundo o engenheiro do consórcio GUPC, os maiores desafios têm sido para alcançar os objetivos do projeto requerido pela ACP. Para isso, segundo Betti, foi criado um time integrado de engenheiros e construtores de nível internacional, especialistas em desenho e construção dos maiores projetos de transporte do mundo. Uma das inovações do projeto, segundo ele, foi a utilização de 16 comportas rodantes de 2 mil t de peso cada uma, tecno-
logia que é utilizada em sistemas semelhantes de eclusas. “Implementamos um processo integrado de design builder capaz de desenvolver um projeto e um plano de construção para otimizar as escavações, com a utilização de materiais locais, definindo métodos de construção que levem em conta critérios geotécnicos, estruturais, sísmicos e hidráulicos, e que produzam um resultado eficiente e durável, tanto nas eclusas do Atlântico quanto nas do Pacífico”, observa Betti. Outro desafio destacado pelo engenheiro foi o desenvolvimento de um plano de construção rigoroso, adaptado às condições climáticas para minimizar o impacto dos efeitos meteorológicos. Com as obras de ampliação, que têm um custo de US$ 5,2 bilhões, o Canal do Panamá deve gerar, até a finalização dos trabalhos, previstos para 2014, mais de 40 mil empregos diretos e indiretos. A expectativa do governo do Panamá é que entre 2014 e 2015, o Canal contribua com 2% do PIB anual do país.
QUEM É QUEM NO CANAL DO PANAMÁ Contrato Companhia Grupo Unidos pelo Canal (GUPC)
Vencedor da licitação para a construção do conjunto de eclusas
Administrador do programa CH2M Hill Assessoria financeira Mizuho Corporate Bank Estudos dos impactos ambientais
URS Holdings, Fundação da Universidade do Panamá, Fundação UNACHI e Entrix
Assessoria jurídica internacional Mayer, Brown, Rowe & Maw Assessoria legal financiera Shearman & Sterling Primeiro contrato de escavação seca Construtora Urbana Segundo contrato de escavação seca Consórcio CILSA-Minera María Terceiro contrato de escavação seca Construtora MECO Quarto contrato de escavação seca FCC-ICA-Meco Dragagem do Pacífico Dredging International Dragagem do Atlântico Jan De Nul Contrato para provas de qualidade Laboratórios Contecon Urbar Panamá do novo jogo de eclusas
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MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
Case New Holland inaugura fábrica de R$ 1 bi em Sorocaba
“A
ntes que me perguntem, eu quero esclarecer uma dúvida que sei que está na cabeça de todos: o que levou o Grupo Fiat a investir cerca de R$ 1 bilhão em um complexo industrial no Brasil bem no meio de uma grave crise econômica mundial? Deu a louca nos italianos? Não, nós não estamos loucos. Esse investimento é fruto de um planejamento de longo prazo e resultado do reconhecimento de que o Brasil e a América Latina têm uma forte vocação para a produção de commodities – commodities agrícolas, especialmente, que é a grande riqueza deste continente, mas também minerais e industriais. Antes de começar a crise, em 2008, o Grupo Fiat tinha identificado que a América Latina tinha grandes oportunidades, pela demanda sempre crescente, que tem o resto do mundo, por essas commodities. Além disso, o governo brasileiro está fazendo o que há muito tempo não se fazia, que é investir em infraestrutura do País. Me refiro a estradas, centrais hidrelétricas, habitação, saneamento básico etc. E, tanto em uma área quanto na outra, as nossas máquinas estão envolvidas diretamente. Essa, portanto, é a grande aposta do Grupo Fiat no Brasil.” Foi com essa explicação, ao mesmo tempo bem-humorada e objetiva, que Valentino Rizzioli, presidente da Case New Holland (CNH) para a América Latina e vice-presidente executivo do Grupo Fiat, sintetizou, para dezenas de jornalistas de todo o Brasil e de vários países latino-americanos, os motivos que levaram o grupo a instalar, no município de Sorocaba (SP), a 90 km da capital paulista, seu mais novo e moderno complexo industrial. O encontro aconteceu durante entrevista coletiva realizada na própria fábrica, no dia 25 de fevereiro. Cinco dias depois, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, inaugurava oficialmente as novas instalações. Trata-se do maior investimento da indústria de máquinas, realizado num único momento, já feito na história do País. O investimento foi planejado em 2007, e as obras foram iniciadas em meados de 2008, durando um ano e meio. O complexo, que faz parte do plano de investimentos do Grupo Fiat para o período 2007-2011, é formado por uma fábrica da Case e um moderno Centro de Distribuição e Logística de Peças da CNH.
XX Nova fábrica da CNH em Sorocaba: limpeza e organização de um centro cirúrgico, com capacidade para produzir 8 mil unidades por ano
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Marรงo 2010 / 53
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS O investimento foi financiado pelo BNDES e foi contemplado com recursos do programa Pró-Veículos, do governo do estado de São Paulo, que oferece à companhia um incentivo fiscal por meio de ressarcimento de crédito do ICMS. São 160 mil m2 de área total, sendo 104 mil m2 de área para a fábrica e 56 mil m2 para o CD. A abertura do complexo industrial irá gerar 2 mil empregos diretos e até 4 mil indiretos na região, numa perspectiva de até dois anos, quando a fábrica deverá atingir a sua capacidade plena de produção. Hoje, 800 empregados já trabalham no local. Com essa fábrica, o Grupo Fiat aumenta significativamente sua operação no estado de São Paulo. O objetivo da companhia é fazer da fábrica um centro de referência na fabricação de máquinas agrícolas, exportando para toda a América Latina e mais 50 países nos outros continentes, onde a empresa atua. Também produzirá peças e componentes para máquinas para construção, montadas nas demais unidades da empresa no Brasil – Curitiba (PR), Piracicaba (SP) e Contagem (MG). Essa “vocação” será mantida até que a unidade de Contagem atinja o limite da sua capacidade instalada. Assim que isso acontecer, a fábrica de Sorocaba passará a produzir pelo menos duas novas linhas de máquinas para o setor da construção. “Sorocaba vai produzir máquinas agrícolas e de construção, que fazem parte da plataforma mundial das duas marcas. Com ela, vamos aumentar nossa produção, atendendo melhor aos dois mercados”, informou Rizzioli. A capacidade de produção do site será de 8 mil unidades por ano. “O que vamos produzir em Sorocaba nós não produzimos em nenhuma outra fábrica da empresa no Brasil. Não vamos transferir nenhuma linha que temos em nossas unidades para a nova. Nosso plano é expandir a produção, não deslocar”, afirmou Sérgio Ferreira, diretor-geral da Case Agrícola para América Latina. Roque Reis, diretor Comercial da Case Construction Equipment, acredita que a nova fábrica terá papel primordial no atendimento à demanda crescente do mercado de construção. Ele aposta na recuperação, em 2010, da queda que o setor sofreu com a crise internacional e prevê crescimento 54 / Grandes Construções
SS Fachada principal da fábrica, Centro de Distribuição e prensa e dobradeira com controle numérico
contínuo nos próximos anos. O diretor anunciou a intenção da Case de ampliar a linha de produtos na área de construção, trazendo para o Brasil, até o final do ano, escavadeira de 47 t. “A ideia é entrarmos pesado no segmento de máquinas pesadas, principalmente, para as grandes obras de infraestrutura que estão sendo realizadas.” Com essa estratégia, a intenção da marca, segundo Reis, é alcançar o market share de 23%, tendo o competidor mais próximo uma participação de 24%. A nova unidade fabril tem equipamentos de última geração, como máquinas de corte a laser de chapas de aço de até 25 mm, com alimentador automático; prensas ou dobradeiras com controle numérico; estações robotizadas de solda pulsativa, importadas dos Estados Unidos; transportadores aéreos para peças e componentes; além dos mais modernos sistemas de pintura – eletroforética por imersão e acrílica de baixa temperatura. “Teremos a fabricação sequenciada e em fluxo contínuo, o que permite produzir melhor e mais rápido, favorecendo o aumento de competitividade e a comercialização de produtos de alta tecnologia para os mercados interno e externo”, acrescenta Rizzioli.
Sustentabilidade ambiental
Tanto a fábrica quanto o CD foram construídos dentro de modernos conceitos de Green Building, que identificam a construção e o empreendimento como ambientalmente responsáveis. Todo o material utilizado na construção teve sua origem certificada, para provar que não foi produzido de forma predatória à natureza. Para alcançar a certificação Green Building, estão sendo cumpridos todos os
pré-requisitos estabelecidos pelo USGBC (United States Green Building Council), que passam pelo uso de materiais de construção certificados, uso de energia solar para aquecimento da água do chuveiro dos vestiários, sensores de luminosidade para reduzir o consumo de energia elétrica e reutilização de água, entre outros. Telhas translúcidas permitem o máximo de aproveitamento da luz natural. Três unidades de tratamentos de efluentes e resíduos – biológicos, industrial e de pintura – permitem a reutilização
de quase 100% da água consumida no complexo. A capacidade instalada de tratamento de água é de 600 m3 por dia. A estrutura conta ainda com seis poços artesianos, de onde são extraídos 32 m3 / hora, o que garante autossuficiência para a fábrica, sem necessidade de contar com o abastecimento pela rede pública. Toda a água da chuva também é captada em reservatórios de 600 mil litros e usada no sistema de combate a incêndio, nos vasos sanitários e na jardinagem. Para fazer o controle de contaminação no subsolo, a unidade conta com 26 poços profundos, especialmente para fazer a análise de subsolo e garantir que não estejam acontecendo vazamentos e que os processos sejam 100% seguros. A eficiência energética do complexo é 35% maior, em comparação a outros empreendimentos com características semelhantes.
Excelência logística
O CD conta com o que existe de mais eficiente em termos de logística e distribuição, baseado no conceito de World Class Logistics (Classe Mundial em Logística). A estrutura foi planejada para alcançar a maior rapidez operacional em toda a cadeia logística, desde o fornecedor até o cliente final, em mais de 500 pontos da América Latina. O conceito World Class Logistics tem entre seus principais pilares a segurança de trabalho, a excelência no serviço ao cliente, a melhoria contínua, o controle de qualidade e a organização das áreas de trabalhos. Para que esses objetivos fossem alcançados, uma série de investimentos e pesquisas foram feitos espelhando-se nos principais CDs da Europa e dos Estados Unidos. “Dentro do con-
Os números da Fiat em 2009 DESCRIÇÃO
UNID
Receita mundial do Grupo Fiat
€ 50 bilhões
Resultado operacional
€ 1,1 bilhão
Empregados
185 mil
Fábricas
178
Receita do Grupo Fiat no Brasil
R$ 30 bilhões
Empregados
38 mil
Empresas
16
Fábricas
16
Centros de Pesquisas de Desevolvimento
8
ceito World Class Logistics, nós trabalharemos com a ferramenta Work Place Organization (Organização das Áreas de Trabalho), em que aplicaremos todos os conceitos lean de eliminação de perdas, ou seja, eliminação de tarefas que não agregam valor ao processo. Com isso, acreditamos obter ganhos expressivos em produtividade”, afirma Frederic Wendling, diretor de Operações de Peças. A capacidade de estocagem é de 180 mil locações, com possibilidade de expansão para 250 mil. São peças e componentes das quatro marcas da CNH – New Holland Agriculture, Case IH, New Holland Construction e Case Construction Equipment –, além de peças Iveco, fabricante de veículos pesados do Grupo Fiat. O CD de Sorocaba segue a tendência mundial de automação inteligente. Softwares de ponta foram implantados. Um deles consiste em um novo sistema de entrada de pedidos, planejamento e compra de peças. Esse sistema integra todos os depósitos de peças da CNH no mundo, o
que garante maior agilidade na disponibilização de peças para os clientes finais. Em termos de equipamentos, o principal investimento foi em máquinas denominadas vertical shuttle, também conhecidas como carrosséis, que garantem a separação das peças com velocidade muito superior à média obtida em CDs comuns. Também houve investimento em tecnologia de radiofrequência e etiquetas de código de barras, por exemplo. Para que essa eficiência dos processos internos chegue ao consumidor final, foram firmados novos contratos para os serviços de transportes das peças. Por exemplo: um novo sistema de roteirização de entregas foi implantado, identificando os eventuais problemas e corrigindo-os. A combinação desses fatores vai garantir um ganho substancial na entrega das peças aos clientes finais. O Centro de Distribuição e Logística de Peças de Sorocaba conta com 360 empregados, com previsão de ampliar esse quadro para 450, até 2012.
Março 2010 / 55
Reciclagem
na construção civil
Fotos: Divulgação
SUSTENTABILIDADE
SS Reciclador de concreto da Liebherr: redução de custos de produção e dos impactos ambientais
O
setor da Construção Civil tem demonstrado uma crescente preocupação com a geração e destinação dos resíduos que produz. Promover a reciclagem de parte desse material passou a ser um forte desafio, exigindo soluções criativas e viáveis financeiramente. Implementar programas de redução de resíduos exige ainda uma mudança de cultura, já que é uma preocupação relativamente recente. Nesse contexto, a indústria tem feito sua parte, oferecendo soluções ao mercado? Guilherme Zurita, gerente Comercial da Divisão de Concreto da Liebherr, acredita que sim. Ele reconhece que a reciclagem e o reúso dos resíduos da construção, notadamente do concreto, é uma tendência irreversível em todo o mundo, que tende a crescer no Brasil. “Constatamos que os nossos clientes têm problemas com os resíduos do concreto. E nós, enquanto fabricantes de equipamentos que produzem concreto, conhecemos bem os problemas e assumimos nossa
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responsabilidade na geração de soluções. Ele explica que, na prática, os maiores problemas estão relacionados aos resíduos que voltam dentro do caminhão betoneira das concreteiras. “No passado, se jogava esse resíduo em qualquer lugar. O concreto era descartado em uma vala em qualquer ponto da cidade. A betoneira era lavada na obra e aquela água era descartada sem qualquer tratamento. Hoje, com a crescente preocupação com a preservação do meio ambiente, não se pode mais fazer isso. E o resultado é que todo esse resíduo do concreto está voltando para a concreteira, gerando um grande problema para essas empresas”, conta Zurita. O problema se estende à água usada na fabricação do concreto e na limpeza dos equipamentos. “Para limpar os equipamentos da fábrica ou os caminhões betoneiras que voltam de uma obra com resíduo de concreto é preciso muita água. Após a lavagem, essa água fica carregada de resíduos finos. O que fazer com ela? Para evitar o descarte irresponsável, as
concreteiras tentam, cada uma ao seu modo, tratar seus rejeitos. A forma mais utilizada são os tanques de decantação, que exigem grandes espaços na planta de fabricação do concreto, resultando em elevados custos. Há ainda quem opte por descartar esses resíduos em aterros sanitários, o que não pode ser considerada uma solução eficaz e de longo prazo. A nossa proposta é reutilizá-la, dentro de um circuito fechado, na fabricação do concreto, de forma a não poluir o meio ambiente”, conclui Zurita. Para o gerente da Liebherr, reaproveitar os resíduos, além de evitar a poluição ambiental, pode resultar em redução de custos na fabricação do concreto, que se tornam atrativos interessantes para as concreteiras. “O cliente deixa de perder dinheiro guardando resíduos em sua planta, usando esse espaço para área para manobra ou fluxo de caminhões, por exemplo. Além disso, ele economiza nos custos do transporte para o descarte desse material, que passa a ser reaproveitado.
A concreteira pode refaturar o material que já foi faturado. Se o resíduo volta dentro do balão da betoneira, em princípio ele é um concreto que já foi pago. Se o cliente reutiliza esse material, ele está gerando recursos”, calcula.
Soluções Liebherr
A Liebherr oferece ao mercado brasileiro duas opções em equipamentos de reciclagem. Uma delas é o LRS, do tipo parafuso, caracterizado por sua construção compacta. Trata-se de uma máquina dotada de um casco e um “parafuso”, no seu interior, que separa os sólidos grossos dos sólidos finos, que ficam no líquido. Essa aplicação é mais utilizada para o concreto e é a mais standard. O LRS 608 tem capacidade é 17 m3 por hora, enquanto o LRS 708 tem capacidade para 22 m3 por hora. Outra opção é o LRT, cujo casco não é um cilindro, mas um tambor. Esse reciclador é mais usado para argamassa ou para grandes quantidades de caminhões, superiores a 20 caminhões na planta dos equipamentos anteriores: 20 m3 por hora. “Como ele tem uma cuba mais volumosa, ele demora um pouco mais para levar os sólidos para cima e diminui um pouco seu output”, explica Zurita. Como o LRS é fabricado na unidade de Guaratinguetá (SP), seu custo de aquisição é menor que o do LRT, que é importado. Além disso, o cliente pode optar pelo financiamento via Finame/BNDES, com condições muito mais atraentes. Além de vender os equipamentos, a Liebherr oferece aos clientes a sua instalação, o treinamento da mão de obra e o monitoramente permanente, voltando à planta em períodos regulares, para ver se tudo funciona bem. “Cada instalação tem suas características próprias. O que nós gostamos de fazer é analisar a planta do cliente e oferecer a solução de acordo com aquele layout, analisando a proposta junto com o cliente", diz Zurita. Ele assegura que o processo de reutilização e reciclagem é vantajoso financeiramente para a empresa, sem falar nos ganhos para a sua imagem, já que ela passa a ser reconhecida pela sociedade como
uma empresa ambientalmente responsável. “Tomando por base um reciclador da Liebherr, por exemplo, se o cliente tem uma taxa de retorno de concreto de 2,5% a 3%, ele amortiza todo o investimento das instalações de reciclagem entre 24 e 30 meses”, calcula. Mas os índices vão variar de acordo com a empresa, com volume do material reutilizado etc. O segredo é que o que volta para a planta seja igual ao que sai dela. Quanto maior o retorno do concreto, mais rápido se consegue amortizar os investimentos com os sistemas de reciclagem”, afirma Guilherme Zurita.
Reciclando o material de demolição
Na outa ponta do processo está a reutilização do material decorrente da demolição e reaproveitamento do material decorrente dessas operações. Atenta a essa demanda, a Divisão de Desmontes Técnicos da Craft Engenharia, com larga experiência no desenvolvimento de técnicas e equipamentos para demolições especializadas, está investindo em maquinário e equipamentos de última geração, dedicados à destinação de resíduos de acordo com as normas do Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Exemplo disso é o reciclador móvel de resíduos, que processa concreto armado ou rocha no próprio canteiro de obra. O equipamento tem capacidade para processar 200 t de concreto armado/hora, transformando-as em agregado reciclado no próprio canteiro de obra. O reciclador trabalha em conjunto com um crusher hidráulico, máquina que demole o concreto e corta as ferragens simultaneamente. O resultado é um material com características assemelhantes às da brita, que pode ser reutilizado na própria obra para aterros, reforço de subleito e construção de sub-base de pavimentação, por exemplo. A economia para o construtor vai mais além, uma vez que se elimina o custo de transporte do entulho para as áreas de descarte. Outra vantagem do equipamento é a sua agilidade, já que não exige nenhum tipo de montagem especial, podendo ser movido, colocado ou retirado do canteiro de obra em qualquer
SS Sistema de demolição e reciclagem da Craft
momento, oferecendo portanto o benefício de ser utilizado em obras das mais diversas dimensões.
Três “Rs”
A Craft Engenharia oferece ao mercado serviço completo de descarte de resíduos, de acordo com as disposições do Conama e conforme a teoria dos três “Rs”: Reciclar, Reutilizar e Reduzir. Assim, todo o material é separado e o que é passível de reciclagem, tal como ferro, vidro, cobre, alumínio e outros, encaminhado para esta finalidade. Madeira, portas, janelas e o que mais for possível ser reaproveitado é vendido para posterior reutilização. Todos esses procedimentos significam redução do desperdício. “Um dos maiores problemas que era o descarte do concreto, hoje está solucionado através da utilização de nossos recicladores”, comenta o engenheiro Carlos Henrique Navaes, gerente de Divisão de Desmontes Técnicos da Craft Engenharia. A Craft também conta com um reciclador estacionário, criado por seus próprios técnicos. Todos esses serviços, combinados, proporcionam às construtoras maior agilidade. Um exemplo é a recuperação e entrega, ao estado do Rio de Janeiro, de um trecho de 37 m da Linha Vermelha – elevado que liga as zonas norte e sul da cidade – destruído por um incêndio, adiantando em 15 dias em relação ao prazo exigido em contrato. Março 2010 / 57
HABITAÇÃO popular
Tecnologia para vencer
o desafio do déficit habitacional no Brasil 58 / Grandes Construções
WW Sistema Lumiform, da SH: formas em alumínios para paredes em concreto, moldadas in loco
D
e acordo com o Ministério das Cidades (MCidades), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE) de 2007, cerca de 25 milhões de brasileiros vivem hoje em condições de extrema pobreza, sem um teto ou em moradias inadequadas, em locais de risco, sem saneamento básico, energia elétrica ou água encanada. Se for considerada uma estrutura familiar média com quatro integrantes, isso significa dizer que o déficit habitacional brasileiro é de 6,273 milhões de domicílios. A falta de moradias aflige principalmente as famílias que recebem até três salários mínimos. Mais de 90% dos núcleos familiares que demandam moradia fazem parte desse grupo, um padrão que se repete em todas as regiões do País. Na tentativa de diminuir esse déficit, o governo federal lançou, em março deste ano, o Plano Nacional de Habitação, batizado politicamente de “Minha casa, minha vida”. O programa conta com recursos da ordem de R$ 34 bilhões e tem como principal meta a construção de 1 milhão de novas moradias até 2010. Para as famílias que recebem até três salários mínimos por mês, está prevista a construção de 400 mil unidades. Para aquelas cuja renda é de três a quatro salários mínimos, serão construídas 200 mil moradias e, para as que ganham entre quatro e cinco salários mínimos, 100 mil. O mesmo número está previsto para as que recebem de cinco a seis salários mínimos. Já para as famílias com renda entre seis e dez salários mínimos, o objetivo é construir 200 mil unidades. A Região Sudeste deverá ser a mais beneficiada, com a construção de 36,4% das unidades. Em seguida, vêm Nordeste (34,3%), Sul (12%), Norte
(10,3%) e Centro-Oeste (7%). O programa despertou o interesse de várias construtoras no País, muitas das quais, até então, sem atuação significativa no mercado imobiliário. O grande desafio que elas estão tendo de enfrentar é o desenvolvimento de alternativas tecnológicas integrando conceitos de desempenho, baixo custo, rapidez na execução dos projetos, qualidade e conforto da habitação, alinhadas aos princípios de sustentabilidade, priorizando aquelas com o menor impacto ambiental possível. Algumas soluções estão sendo trazidas de fora, por empresas com experiência em projetos de habitação de caráter social. É o caso da Homex, uma das maiores construtoras de casas populares do México, que está erguendo 700 unidades residenciais em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Este é o primeiro investimento da empresa no Brasil voltado para famílias com renda mensal entre seis e dez salários mínimos. As habitações custarão a partir de R$ 80 mil e poderão ser financiados pela Caixa Econômica Federal. O déficit habitacional do México é de 6,5 milhões de casas, mas somente em 2008 foram construídas 680 mil moradias contra 120 mil no Brasil. A meta dos mexicanos é ainda mais ambiciosa do que a brasileira: construir 1 milhão de casas ao ano. O método de construção consiste em erguer paredes de concreto utilizando formas metálicas. A construtora já fechou parceria com a Engemix e a Votoraço para viabilizar o projeto. Na primeira fase de investimento, a construtora deve entregar 300 casas até agosto de 2010. Serão moradias térreas de dois dormitórios ou sobrados de três quartos. Na segunda etapa, mais 400 unidades, devem ser finalizadas até dezembro, entre edifícios e novas casas.
Março 2010 / 59
HABITAÇÃO popular Alternativa da SH
Também inspirada no modelo mexicano, a SH, uma das maiores empresas no Brasil em fornecimento de formas, andaimes e escoramentos metálicos, acaba de lançar o Lumiform SH. Trata-se de formas em alumínio para paredes em concreto moldadas in loco, sistema que substitui os tradicionais blocos de alvenaria e elimina as etapas de chapisco e reboco. De acordo com o diretor de desenvolvimento da SH, Michael Rock, o custo de execução de uma casa com o Lumiform SH deve ficar abaixo do sistema convencional. “A principal vantagem está num ganho de produtividade em torno de 85%. Um jogo de formas pode executar até 250 casas por ano, se bem manuseado”, afirma Rock. O investimento para o desenvolvimento do novo produto foi de R$ 1 milhão, e o objetivo é vender quatro jogos de formas por mês. Leve e de fácil manuseio, as formas Lumiform SH podem ser aplicadas nos mais variados tipos de projetos, como construção de casas, sobrados e edifícios. Segundo o diretor comercial da SH, Wolney Amaral, existem hoje mais de 50 construtoras interessadas nos sistema de parede de concreto. “Já temos conversas bem adiantadas, não só para projetos de casas populares,
mas também para a classe média”, conta Wolney.
Passo a passo
O Lumiform SH é formado por painéis fabricados com perfis especiais de alumínio, forrados com chapas também de alumínio. Os painéis são montados manualmente (cada metro quadrado pesa menos de 18 kg), sem necessidade de mão de obra especializada, já com os vãos para as janelas e portas, e todas as instalações elétricas e hidráulicas embutidas. Após a montagem, as formas são preenchidas com concreto e em 12 horas são retiradas e liberadas para a instalação de esquadrias, pintura, telhado e demais acabamentos. Em projetos como sobrados ou prédios, a laje pode ser concretada juntamente com as paredes, numa única etapa. Além de duráveis e leves, os painéis não possuem rebites, emendas ou marcas na face que faz contato com o concreto, o que garante um acabamento perfeito. O sistema suporta o uso de qualquer tipo de concreto, como o convencional, leve ou auto adensável e não possui restrição quanto ao uso de vibrador. O desmoldante recomendado para as formas deve ser à base de água e parafina líquida. O sistema Lumiform SH está disponível apenas para venda, po-
TT Após a montagem, as formas são preenchidas com concreto e as paredes ficam prontas em 12 horas
60 / Grandes Construções
dendo ser financiado pelo Finame/ BNDES em até 120 meses e a juros de 4,5% aa em média, dependo da instituição financeira do cliente. Os valores e as condições variam de acordo com o volume e prazo, e podem ser obtidos diretamente com a empresa.
Oeste Fôrmas
A Oeste Fôrmas para Concreto também oferece ao mercado sua alternativa em formas de alumínio para habitação de interesse social, capaz de diminuir em 20% os custos para a construção de paredes de concreto, em relação ao sistema convencional. Os painéis das formas que compõem o Sistema Oeste são soldados à estrutura por meio de solda MIG e ajustados uns aos outros por meio de pinos e cunhas de engate rápido em aço carbono ou clipes. As explicações para as vantagens econômicas proporcionadas pelo equipamento é o seu peso de 18 kg/m², considerado leve, e o simples sistema de encaixe que trazem um aumento de produtividade de 0,2 hora x homem/m² no tempo de ciclo de montagem e desmontagem das formas. Como consequência, não exige mão de obra especializada. Os painéis têm vida útil de 1.000 utilizações comprovadas e suporta pressões de concreto de até 60 kN/m². O diretor-presidente da Oeste Formas, engenheiro Roberto Felício, afirma que, com o sistema, é possível concretar as paredes de uma casa de 35 m² – o tamanho das moradias básicas do programa “Minha Casa, Minha Vida” – em apenas um dia, já com todas as instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias embutidas. O sistema Oeste está sendo usado pela Rodobens para a construção de 1.198 casas com áreas entre 41m2 e 51 m2, em São Carlos, município a 230 km de São Paulo (SP). A empresa já construiu 220 casas e começa outras 220 para outros programas financiados pela Caixa.
SS Proposta de casa popular, desenvolvida pela Holcim e UFRJ, dentro dos conceitos de construção sustentável
F
“Minha Casa Holcim”
ruto de uma parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Holcim – uma das mais importantes cimenteiras mundiais e quinta maior do Brasil – acaba de lançar o projeto “Minha Casa Holcim”, desenvolvido sob as diretrizes da construção sustentável. Trata-se de um modelo inovador de habitação popular que concilia custo acessível para público de baixa renda e otimização do consumo de recursos naturais. “Geralmente, são as casas de alto padrão que incorporam a sustentabilidade, sempre aliada à tecnologia de ponta”, constata Leonardo Francisco Giglio, supervisor de Desenvolvimento de Canais e Marketing da Holcim. Outro elemento inovador é a forma de comercialização: na própria loja de material de construção será possível adquirir o projeto, contratar a mão de obra e adquirir o material de construção. A estimativa é de que a Minha Casa Holcim possa ser construída com cerca de R$ 45 mil, sendo o custo do material em torno de R$ 27 mil e o de construção na ordem de R$ 18 mil. A Holcim espera, em 2010, firmar parceria com bancos para facili-
tar o acesso a crédito ao consumidor da “Minha Casa Holcim”. A ideia partiu de uma adaptação da “Casa 1.0”, criada em 2002 pela universidade em parceria com a Associação Brasileira de Cimento Portland. O novo modelo de habitação tem cinco sugestões de plantas simples, mas com ideias que permitem a economia de energia e água, conforto térmico e reciclagem. O projeto também prevê a geração de menos resíduos durante a obra.
Projeto popular, mas com estilo
A ideia foi criar um projeto funcional onde o consumidor poderá construir sua casa já prevendo uma futura expansão. O valor estimado para a venda do projeto fechado, incluindo material e mão de obra, foi calculado em menos de R$ 1000,00 o m², o que pode variar de acordo com a região e com a customização na parte do acabamento. Com relação aos itens de sustentabilidade, há a inclusão de locais para dispor de lixo reciclável e óleo de cozinha usado, mais entradas de luz (melhor iluminação natural), ventilação circular (aberturas mais altas), conforto térmico e acústico, tecnolo-
gia de energia a gás ou elétrica (eficiência energética), com opção de captação de luz solar e gestão e economia de água (sistema de captação de água da chuva e reúso). Os clientes da região sudeste também receberão mudas de Canudo de Pita para plantar no terreno, como forma de equilibrar a emissão de CO2 da obra. Para a distribuição das plantas, foi firmada parceria com empresas da região. Também foi realizado o planejamento sustentável do projeto e da obra, a gestão de resíduos da edificação (prevê-se a geração de apenas 7% do resíduo normal) e o uso racional dos materiais de produtos e técnicas ambientalmente amigáveis, por exemplo, madeira certificada, telhas de fibra e betume, será usada pouca tinta, por isso trabalha-se com mais revestimentos, quantidade de blocos de concreto contados, etc. Todos os materiais estão discriminados em uma planilha, com o intuito de evitar desperdícios. Para a execução, não há necessidade de “canteiro de obras”, pois os materiais chegam em container. A obra é rápida e leva cerca de 60 dias, podendo variar de acordo com as condições climáticas do local. Março 2010 / 61
artigo
Planejamento de empreendimentos:
uma questão mais ampla
*Maurício Martins Lopes, PMP
N
o final do ano de 2009 o
crescimento sustentável da construção, uma
que o planejamento ocorre em todas essas
8º Construbusiness, impor-
nos chama atenção: planejamento. Não que
fases. Desta forma, o planejamento permite
tante evento realizado pela
o planejamento não seja necessário, muito
a realização plena de cada fase, propician-
FIESP que atraiu mais de
pelo contrário, mas por ser tão importante,
do que as entregas geradas em cada uma
700 empresários e líderes da cadeia pro-
já deveria ser tratado como uma premissa
delas alimentem as fases subsequentes,
dutiva da construção, além de jornalistas e
básica para a execução dos empreendimen-
evitando os famigerados desencontros de
ministros do governo federal e secretários
tos, sejam eles de qualquer natureza.
informação e de ações.
do governo estadual de São Paulo, abor-
O planejamento deve ser encarado como
O planejamento ainda é visto por muitas
dou os desafios da indústria da construção
fundamental no sucesso de um empreendi-
pessoas como apenas um cronograma com
e o crescimento sustentável no Brasil.
mento, porém não pode ser visto de forma
as datas e durações dos serviços, o famoso
Ao final do dia, após as palestras e os
isolada e, sim, como um dos processos den-
gráfico de barras apresentado ao longo do
respectivos debates, os participantes do
tro do próprio gerenciamento de empreen-
tempo. Não, mil vezes não. O planejamen-
evento aprovaram a carta aberta “A Indús-
dimentos. Ainda como processos, dentro do
to, como processo do gerenciamento de
tria da Construção e o Brasil. Uma Agenda
gerenciamento de empreendimentos, têm-
empreendimentos, vai mais além, por sua
para o Crescimento Sustentável”. Dentre
-se o início, a execução, o monitoramento
abrangência em outras áreas de conheci-
outras ações detectadas para impulsionar o
e controle e o encerramento. Portanto, o
mento. Vejamos a seguir algumas delas.
62 / Grandes Construções
gerenciamento de empreendimentos com a
Planejamento do escopo do empreen-
sua metodologia é a disciplina que propor-
dimento – é que define o que será efeti-
cionará um planejamento alinhado aos ob-
vamente executado para cumprir todos os
jetivos previamente estabelecidos, e o mais
requisitos do empreendimento. Uma defi-
importante, o substancial aumento da pos-
nição clara, abrangente e suficientemente
sibilidade de sucesso do empreendimento.
detalhada do escopo minimizará a ocor-
O planejamento tem duas característi-
rência dos temidos aditivos contratuais de
cas básicas. A primeira é a de permitir que
custos e de prazos. As diversas ferramen-
seja executado tão somente o que deve
tas, como por exemplo a EAP – estrutura
ser feito no empreendimento, nem mais,
analítica do projeto, devem ser utilizadas
nem menos. A segunda, que não é tão me-
para o planejamento de todos os empre-
nos importante, é a de garantir e guiar a
endimentos.
forma como o controle deve ser realizado.
Planejamento do prazo do empreendi-
Todo empreendimento tem seu ciclo de
mento – a partir de um planejamento do
vida, composto por fases, desde o seu início
escopo bem definido, pode-se efetuar o
até a sua entrega final. As fases do ciclo de
cronograma do empreendimento. Neste
vida de um empreendimento de construção
momento os cronogramas de barras ou de
são basicamente o estudo de viabilidade, os
marcos devem ser elaborados e, com certe-
projetos (ante projeto, projeto básico e pro-
za, vão refletir com maior precisão os pra-
jeto executivo), contratações e aquisições,
zos previstos do empreendimento.
construção e montagem, comissionamento
Planejamento do custo do empreen-
e o start up. O que deve ser observado é
dimento – trata-se de um dos itens mais
importantes, pois define o quanto deve
esta e para as gerações futuras. Vale mencio-
custar o empreendimento. Um orçamento
nar o planejamento para os Jogos Olímpicos
bem detalhado e amarrado com o escopo,
de 2012 em Londres. O tempo utilizado para
prevendo eventuais contingências e utili-
o planejamento do evento foi de dois anos. Os
zando a engenharia de valor, com certeza
críticos foram implacáveis à época, alegando
propiciará uma garantia de que os custos
demora no início da execução das obras, po-
do empreendimento atingirão o objetivo
rém o resultado é o fato de as obras estarem
inicial.
em estágio avançado, a ponto de se ter as
Planejamento dos stakeholders do em-
arenas e estádios concluídos e prontos para
preendimento – não menos importante
testes já em 2011, ou seja, um ano antes do
que os demais, esse planejamento tem na
início efetivo dos jogos.
identificação de quem são os stakeholders do empreendimento e como eles podem
diversos planejamentos não bastam. Existe
influir, positiva ou negativamente, no cur-
ainda um problema sério e difícil de ser con-
so do empreendimento.
tornado: o aspecto comportamental.
Planejamento é a solução para os problemas no futuro Atualmente no Brasil vivemos um mo-
São necessários ainda outros plane-
A realização do planejamento esbarra em
mento de crescimento econômico retum-
jamentos, tais como o planejamento do
uma característica principal que age como
bante, somado aos dois grandes eventos
custo, da qualidade, das aquisições, dos
uma barreira, por muitas vezes e em muitas
que teremos no país nos próximos anos:
recursos humanos, da comunicação, dos
empresas, de forma intransponível. Trata-se
a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos do
riscos, da segurança e meio ambiente e fi-
da falta de uma cultura de planejamento.
Rio de Janeiro em 2016. Na construção, já
nanceiro do empreendimento. Todos esses
A cultura das pessoas, das empresas, e
planos reunidos geram o Plano do Projeto,
em uma extensão maior do próprio país,
que é o documento que norteará a execu-
não é a de planejar. Esse imediatismo é
ção e o controle do empreendimento.
causado pela ansiedade em que as coisas
podemos sentir a falta de muitos materiais, equipamentos e principalmente mão de obra qualificada para atender a todas essas demandas. Todos esses insumos não estarão
Como se pode observar, atualmente já
aconteçam custe o que custar. A competên-
se dispõe de material e conhecimento su-
cia das pessoas por vezes é medida pela
ficiente, em termos de gerenciamento de
capacidade de fazer acontecer e não de
empreendimentos, para estender aquela
planejar e posteriormente executar o pla-
antiga tônica que pregava que para ge-
nejado. Isso faz parte de nossa cultura e
renciar bem um empreendimento bastava
é difícil mudar, mas não impossível. Como
atentar somente ao tripé prazo, custo e
mudar então? Além de inserir mais forte-
qualidade. O certo é que esse planejamen-
mente a disciplina de gerenciamento de
to ampliado permitirá que tenhamos em-
empreendimentos nos cursos de gradua-
no porte e também em empreendimentos
preendimentos realizados em prazos mais
ção, devem ser explorados, divulgados, vei-
da iniciativa pública ou privada.
curtos, custos menores e ainda dentro dos
culados ao máximo os casos de sucesso de
Também haverá grande influência quanto
padrões de qualidade esperados
empreendimentos que utilizaram o plane-
à sustentabilidade, já que um planejamento
jamento plenamente e obtiveram sucesso.
efetivo de nossas construções permitirá uma
Cabe a nós, formadores de opiniões, ser-
utilização mais consciente dos nossos recur-
mos persistentes e disseminarmos a necessi-
sos naturais e com menos agressão ao meio
A experiência ao longo dos anos nos
dade do gerenciamento de empreendimentos,
ambiente. E, talvez, dentre todos os objetivos,
mostra que somente as técnicas citadas nos
e consequentemente o planejamento, para
este é o mais nobre e vital para o ser humano.
Falta da cultura de planejamento
disponíveis de uma hora para outra e, sendo assim, a grande ferramenta, e a menos custosa para fazer frente a essa questão, é a utilização do planejamento. Com um planejamento sério, detalhado e abrangente, a utilização dos recursos será otimizada, seja em empreendimentos de grande ou peque-
*Maurício Martins Lopes é formado em Engenharia Civil pelo IEEP em 1985, com MBA em Administração de Projetos pela FIA/FEA/USP e Bentley College – MA/EUA em 2001/2002. É diretor da M2L Project Management, especializada em implantação e consultoria de Gerenciamento de Empreendimentos, com mais de 16 anos de experiência e com foco maior na área de Engenharia e Construção.
Março 2010 / 63
AGENDA 2010
Avanços tecnológicos na
construção
metálica São Paulo sediará o Construmetal 2010 – Congresso LatinoAmericano da Construção Metálica, maior evento da construção metálica da América Latina. O congresso acontecerá de 31 de agosto a 2 de setembro, no Frei Caneca Shopping & Convention Center, na capital paulista. Organizado pela ABCEM – Associação Brasileira da Construção Metálica, o Construmetal conta com o apoio da AARS – Associação do Aço do Rio Grande do Sul; do CBCA – Centro Brasileiro da Construção do Aço, do Instituto Aço Brasil (antigo IBS); do ILAFA – Instituto Latinoamericano del Fierro y el Acero; do AISC – American Institute of Steel Construction; e do INDA – Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço. Importante fórum para a divulgação e promoção dos principais avanços tecnológicos e das inovações da indústria da construção metálica, o Construmetal tem em sua programação deste ano conferências com especialistas nacionais e internacionais, palestras técnicas e exposição de produtos e soluções de empresas ligadas à construção em aço. Profissionais renomados, líderes do setor e formadores de opinião estão convidados e discutirão os principais temas relacionados com o desenvolvimento do setor durante o congresso. Na oportunidade, também se-
64 / Grandes Construções
rão divulgados os ganhadores do Prêmio ABCEM 2010. As inscrições já estão abertas e podem concorrer todos os projetos cujas obras tenham sido executadas a partir de 2008, nas quais elementos e componentes de aço sejam predominantes, incluindo as estruturas aço-concreto. A estimativa de público para os três dias de evento é de três mil pessoas, entre arquitetos, engenheiros, construtores, projetistas, fabricantes e produtores de elementos construtivos e componentes. Também deverão estar presente profissionais e prestadores de serviço do segmento, investidores e formadores de opinião do universo da construção metálica, estudantes universitários dos cursos de Engenharia, Arquitetura e afins, além de participantes internacionais. Entre as empresas que já confirmaram presença estão: Gerdau Açominas, Metasa, Brafer, Mangels, Metalúrgica Manzato, Arcelor Mittal/Perfilor, Medabil, TK Brasil, Usiminas, V&M do Brasil, CSN, Ciser, Icec Indústria da Construção, Super-Par e Hard Comércio de Parafusos e Resinas. info Site: www.construmetal.com.br / www.abcem.org.br E-mail: imprensa_construmetal@ ibradep.com.br Tel.: (11) 2601-7369.
BRASIL Abril Feicon Batimat. – 18ª Feira Internacional da Indústria da Construção. De 6 a 10 de abril, no Pavilhão de Exposições do Anhembi em São Paulo (SP). O evento reunirá engenheiros, arquitetos e construtores, entre outros profissionais, para o lançamento de produtos de vários setores da construção e apresentação de tendências e soluções voltadas a esse mercado. Organização e promoção: Reed Exhibitions/Alcântara Machado. info Tel.: (11) 3060-5000 E-mail: info@reedalcantara.com.br Site: www.feicon.com.br
Conferência Internacional sobre Saúde, Segurança e Meio Ambiente na Exploração de Petróleo e Produção de Gás (SPE). De 12 a 14 de abril, no Rio de Janeiro (RJ). Promoção: Society of Petroleum Engineers (SPE) e Petrobras. Informações por correio: 222 Palisades Creek Dr., Richardson, TX 75080 E.U.A. info Fax: +1 972 852 9292 E-mail: registration@spe.org Site: www.spe.org/events/hse
Congresso Brasileiro do Aço – (21ª edição e Expo Aço 2010). De 14 a 16 de abril, no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP). Organização: Instituto Aço Brasil. info Tel.: (21) 2524-6917 Fax : (21) 2262-2234 E-mail: eventos@acobrasil.org.br Site: www.acobrasil.org.br/congresso2010
Ambiental Expo – 2ª Feira Internacional de Equipamentos e Soluções para o Meio Ambiente – De 27 a 29 de abril, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo (SP). Organização e promoção: Reed Exhibitions/Alcântara Machado, em parceria com a ABDIB – Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base. info Tel.: (11) 3060-5000 / 3060-4943 Fax: (11) 3060-5001 E-mail: info@reedalcantara.com.br Site: www.ambientalexpo.com.br
Julho IV Congresso Brasileiro de MND – Métodos não Destrutivos e II NO – Dig – Edição Latino-Americana – De 20 a 21 de julho, no Centro Fecomércio de Eventos, em São Paulo (SP). O encontro irá mostrar que graças à tecnologia não destrutiva é possível realizar obras no subsolo, como instalação, manutenção e reparação de cabos de telefonia, eletricidade, água e gás, por meio de perfuração subterrânea, sem a necessidade de abertura de valas e buracos em vias públicas. Promoção da Associação Brasileira de Tecnologia Não Destrutiva (Abratt) e International Society for Trenchless Technology (ISTT). Apoio: Sobratema, Associação Brasileira de Tubos Poliolefínicos e Sistemas (ABPE) e Associação dos Engenheiros da Sabesp (Aesabesp). info Secretaria Executiva da Acqua Consultoria Tel./Fax: (11) 3871-3626 E-mail: mnd2010@acquacon.com.br Site: www.acquacon.com.br/mnd2010
7ª Feiccad 2010 – Feira do Imóvel, Construção Civil, Condomínios, Arquitetura e Decoração – De 22 a 25 de julho, no Maxi Shopping Jundiaí Piso G3, em Jundiaí (SP). info Tel.: (11) 4526-2637 Sites: www.feiccad.com.br www.adelsoneventos.com.br
Solutec 2010 – Feira Nacional de Soluções Tecnológicas – De 24 a 27 de março, no Riocentro, Rio de Janeiro (RJ). A feira tem o objetivo de promover a interação, a troca de experiência e a transferência de tecnologia nos setores de Energia Solar, Meio Ambiente, Geração de Fontes Alternativas, Nanotecnologia, Tecnologia da Informação e Indústria Automobilística, entre outras. Promoção: Diretriz Feiras e Eventos Ltda. info Tel.: (41) 3075-1100 E-mails: cvendas@diretriz.com.br diretriz@diretriz.com.br Site: www.feirasolutec.com.br
Agosto Expo Construir Bahia 2010 – Feira Internacional da Construção – De 17 a 21 de agosto, no Centro de Convenções de Salvador (BA). A Expo Construir Bahia conta com uma série
de eventos paralelos. São espaços exclusivos para produtos e serviços para o setor da construção e também fóruns que reúnem grandes nomes do setor em palestras e debates. Promoção e organização: Fagga Eventos. Realização: Sinduscon-BA. info Tel.: (21) 3035-3100 Site: www.feiraconstruir.com.br/ba
Concreteshow 2010 – De 25 a 27 de agosto, no Transamérica Expo Center. Ponto de encontro internacional dos principais players da cadeia da construção civil sul-americana. O evento apresenta inovações e tendências mundiais em sistemas e métodos construtivos à base de concreto, trazendo soluções e aumentando a produtividade, qualidade e velocidade na execução da obra. O evento é focado exclusivamente na utilização e na promoção da cadeia do concreto. Realização: Sienna Interlink. info Tel.: (11) 4689-1935/Fax: (11) 4689-1926
SETEMBRO Rio Oil & Gás – Conferência e Exposição – De 13 a 16 de setembro, no Centro de Convenções do Riocentro, Rio de Janeiro (RJ). Principal evento de Petróleo e Gás da América Latina, a Rio Oil & Gas Expo and Conference é realizada a cada dois anos. Desde sua primeira edição, em 1982, a feira e conferência vêm colaborando na consolidação do Rio de Janeiro como “capital do petróleo”, já que o estado concentra 80% de todo o óleo produzido no País, além de 50% da produção de gás. A exposição é uma importante vitrine para as empresas nacionais e estrangeiras apresentarem seus produtos e serviços. A conferência dá a oportunidade de discussão sobre os principais temas relativos às inovações tecnológicas. Promoção: Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP). info Tel.: (21) 2112-9000 E-mails: congressos@ibp.org.br riooil2010@ibp.org.br eventos@ibp.org.br patrocinios@ibp.org.br press@ibp.org.br Site: www.ibp.org.br
Expo Construir Minas 2010 – Feira Internacional da Construção – De 13 a 17 de setembro de 2010, em Belo Horizonte (MG). Promoção e organização: Fagga Eventos. Realização: Câmara da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. info Tel.: (21) 3035-3100 Site: www.feiraconstruir.com.br/mg
Ficons – VII Feira Internacional de Materiais, Equipamentos e Serviços da Construção – De 14 a 18 de setembro, no Centro de Convenções de Pernambuco. Realização: Sinduscon-PE. info Tel.: (81) 3423-1300 E-mail: ficons@assessor.com.br Site: www.ficons.com.br
Março 2010 / 65
AGENDA 2010
INTERNACIONAL Março Fecons 2010 – Feria Internacional de la Construccion. De 30 de março a 3 de abril, em Havana, Cuba. Promovido pelo Ministério da Construção da República de Cuba e pela União Nacional de Arquitetos e Engenheiros da Construção de Cuba (Unaicc). Tema central: “Por uma elevada qualidade e desempenho das construções”. Paralelamente acontece a VIII Conferência Científico-Técnica da Construção, que terá como objetivos principais impulsionar o desenvolvimento científico-técnico, estimular o trabalho dos pesquisadores e especialistas da construção e propiciar o confronto de critérios e intercâmbio de experiências sobre os problemas mais relevantes da construção em Cuba.
Agosto 11ª ConferÊncia Internacional sobre Pavimentos de Asfalto. De 1 a 6 de agosto, em Nagoya, Japão. Tema: “Desenvolvimento global sustentável”. Promoção: Japan Road Association ( JRA) e International Society for Asphalt Pavements (ISAP).
info Site: http://fecons.netcons.com.cu
info Japan Road Association ISAP NAGOYA 2010 Local Committee Secretariat 3-3-1 Kasumigaseki Chiyoda-ku Tokyo 100-8955, Japan Fax.: +81 3 3581 2232 E-mail: info@isap-nagoya2010.jp; Site: www.isap-nagoya2010.jp
Abril
Outubro
Bauma 2010. De 19 a 25 de abril, em Munique, na Alemanha.
83ª WEFTEC 2010. Feira e conferência mundial sobre a qualidade da água. De 2 a 6 de outubro, no Ernest N. Morial Convention Center, em Nova Orleans, Louisiana, U.S.A. O evento será uma oportunidade de apresentação ao mercado do que há de mais moderno em tecnologia para saneamento e investigação da qualidade da água.
Uma das mais importantes feiras do mundo em equipamentos para a construção civil e mineração, a Bauma 2010 vai premiar as melhores inovações tecnológicas. O evento, que ocorre a cada três anos, é uma iniciativa da MMI (Messe München International) em parceria com a VDMA (Conselho da Associação dos Fabricantes de Máquinas, Equipamentos e Materiais de Construção da Alemanha) e CECE (Comitê Europeu de Equipamento de Construção). info Site: www.bauma-innovation-award.com
17º Congresso Argentino de Saneamento e Meio Ambiente. De 21 a 23 de abril, em Buenos Aires, Argentina. info Site: www.aidisar.org.ar
Junho Aquatech China 2010/ World Expo. De 2 a 4 de junho, em Shangai, China. Terceira edição da maior feira de tecnologia da água na China, realizada simultaneamente com a Expo Mundial. Apresenta as melhores oportunidades para se entrar no mercado chinês ou para expandir negócios na China. Promoção e Organização: Amsterdam RAI em parceria com o Ministério Chinês da Habitação e Desenvolvimento Urbano e Rural. Info Tel.: +86 21 62 70 67 17 Fax.: +86 21 62 70 67 20 E-mail : info@aquatechchina.com Site: http://china.aquatechtrade.com
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Info Tel.: +44 1206 796351 E-mail: sales@portland-services.com Site: www.weftec.org
Novembro XXXII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental. De 7 a 11 de novembro, em Punta Cana, República Dominicana. Promoção: Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental. Info Tel.: (11) 3812-4080 Fax: (11) 3814-2441 E-mail: aidis@aidis.org.br Site: www.aidis.org.br/htm/esp_htm/xxxii_congresso.html
Bauma China 2010. De 23 a 29 de novembro, em Shangai, China. No total, 1.608 expositores de 30 países participaram da última versão do evento, em 2008, apresentando ampla gama de máquinas e materiais para construção e mineração, em 210.000 m2 de área de exposição. A Bauma China é a principal porta de entrada para um dos mercados mais fortes e mais interessantes dessa indústria, no momento. info Messe München GmbH Bauma China Exhibition Management Messegelaende 81823, Munique, Alemanha Tel.: (+49 89) 949 2025 / Fax: (+49 89) 949 2025 9 Site: http://www.bauma-china.com