Revista M&T - Manutenção & Tecnologia Nº112
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Abril
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2008
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www.sobratema.org.br
pneus
De olho nos custos e na produtividade
neumáticos
Controlando los costos y mejorando la productividad
rodoanel
Obra mobiliza 1.500 equipamentos pesados RODOANEL
nº 112 -Abril - 2008
Obra pone en marcha 1.500 máquinas pesadas
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editorial
Transformações ditadas pela eficiência A melhoria da produtividade e a redução de custos são componentes cada vez mais determinantes para a sobrevivência de qualquer empresa e, de tão óbvia, essa afirmação já se transformou em lugar comum no mundo empresarial. Mas como é preciso aprofundar-se especificamente em cada assunto, esta edição traz informações que vão ajudá-lo ainda mais, pois apresenta tecnologias que refletem os resultados da busca incessante por estes valores fundamentais da economia moderna. Esta edição de M&T apresenta exemplos concretos que atestam o poder transformador dessa busca. No setor de máquinas para obras rodoviárias, por exemplo, em menos de uma década, as preocupações com a produtividade resultaram no desenvolvimento de fresadoras de menor potência, capazes de realizar serviços de fresagem que até então só eram possíveis com modelos de grande porte. Nesse mesmo período, a pressão por redução de custos em obras de reabilitação de pavimentos impulsionou a tecnologia de reciclagem de asfalto no Brasil, com o uso de um novo tipo de equipamento: as recicladoras/estabilizadoras. Para um segmento praticamente inexistente há uma década, a reciclagem de asfalto representa hoje aproximadamente 1,2 milhão de m³ de pavimentos reciclados, gerando uma economia de até 50% no serviço de restauração das pistas. Outra reportagem mostra como a industrialização dos canteiros de obras criou condições para a popularização dos manipuladores telescópicos, os telehandlers, úteis na movimentação de materiais e em diversos serviços de apoio. A melhoria da produtividade e a redução de custos permeiam toda esta edição de M&T, que traz ainda uma reportagem sobre como otimizar o uso de pneus em aplicações fora-de-estrada. São assuntos que freqüentam o cotidiano dos profissionais de equipamentos e sua análise está em consonância com o nosso objetivo de contribuir permanentemente com os debates e a difusão de conhecimentos no setor. Boa leitura.
Transformaciones inducidas por la eficiencia El aumento de la productividad y la reducción de costos son componentes cada vez más determinantes para la supervivencia de cualquier empresa y, por ser tan obvia, esta afirmación ya se ha transformado en un tópico en el mundo empresarial. Pero como es necesario profundizar específicamente en cada tema, esta edición pone a su disposición información que le ayudará a conocer más acerca de ellos, pues presenta las tecnologías que propician los mejores resultados relacionados con la búsqueda permanente de estos dos valores fundamentales de la economía moderna. Este número de la M&T ofrece ejemplos concretos que comprueban el poder transformador de esta búsqueda. En el sector de máquinas para obras viales, por ejemplo, en menos de una década, la preocupación por la productividad generó el desarrollo de fresadoras de potencia más baja, con capacidad para realizar labores de fresado que hasta ese momento solo eran posibles con modelos de gran tamaño. En ese mismo periodo, la presión por bajar los costos en las obras de rehabilitación de pavimentos dio impulso a la tecnología de reciclado de asfalto en el Brasil, donde se empezó a usar un nuevo tipo de máquinas: las recicladoras/estabilizadoras. Un sector que prácticamente no existía hace una década, el reciclado de asfalto representa hoy aproximadamente 1,2 millones de m³ de pavimento reciclado, y genera un ahorro de hasta el 50 % en las obras de recuperación de calzadas. Otro reportaje muestra la forma en que la industrialización de los obradores dio lugar a la popularización de los manipuladores telescópicos (telehandlers), útiles para acarrear materiales y en varios servicios de apoyo. El aumento de la productividad y la reducción de los costos están presentes en todo este número de la M&T, que también presenta un reportaje sobre el modo de optimizar el uso de neumáticos en aplicaciones fuera de carretera. Son temas presentes en el día a día de los profesionales de maquinaria y están de acuerdo con nuestro objetivo de contribuir permanentemente al debate y la difusión de conocimientos en el ramo. Buena lectura.
Revista M&T - Manutençã o & Tecnologia
expediente
Nº11 2 Abri l - 2 008 - ww w.so brat ema .org .br
sumário
pneus
Capa: Pneus em aplicação fora-de-estrada (Foto: Continental) neu
De ol ho no s cu prod stos e na utivida de
mát Controla icos ndo los costos y mejoran
do la producti
vidad
nº 112 -Abril - 2008
Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção
Revista M&T - Conselho Editorial
Filiado à:
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FRESADORAS
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Projetadas para serviços pesados FRESADORAS Diseñadas para trabajos pesados
RECICLADORAS
Equipamentos aproveitam o material removido RECICLADORAS Equipos aprovechan el material removido
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MANIPULADORES TELESCÓPICOS A industrialização chega aos canteiros MANIPULADORES TELESCÓPICOS La industrialización llega a las obras
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Diretor Regional
Comitê Executivo: Cláudio Schmidt (presidente), Paulo Oscar Auler Neto, Silvimar F. Reis, Permínio A. M. de Amorim Neto e Norwil Veloso. Membros: Adriana Paesman, Agnaldo Lopes, Benito F. Bottino, César A. C. Schmidt, Eduardo M. Oliveira, Gino R. Cucchiari, Lédio Augusto Vidotti, Leonilson Rossi, Luiz C. de A. Furtado, Mário H. Marques e Pedro Luiz Giavina Bianchi. Diretor Executivo: Hugo José Ribas Branco Editor: Haroldo Aguiar Repórter: Rodrigo Conceição Santos Revisão Técnica: Norwil Veloso Traduções: Maria Del Carmen Galindez Publicidade: Sylvio Vazzoler, Roberto Prado e Giovana Marques Di Petta Produção Gráfica: DSGE A Revista M&T - Manutenção & Tecnologia é uma publicação dedicada à tecnologia, gerenciamento, manutenção e custos de equipamentos. As opiniões e comentários de seus colaboradores não refletem, necessariamente, as posições da diretoria da SOBRATEMA. Tiragem: 12.000 exemplares. Circulação: Brasil e América Latina. Periodicidade: mensal. Impressão: Parma Auditado por:
OANEL
RODOANEL MÁRIO COVAS
Diretoria Técnica
Petrônio de Freitas Fenelon (MG) VPS Engenharia e Estudos Wilson de A. Meister (PR) Ivaí Engenharia de Obras S/A Jose Luis P. Vicentini (BA) Terrabrás Terraplanagem do Brasil S/A Laércio de F. Aguiar (PR) Construtora Queiroz Galvão S/A Antonio Almeida Pinto (CE) Construtora Queiroz Galvão S/A
0 máq uina
Obra mobiliza 1.500 equipamentos pesados RODOANEL MÁRIO COVAS Obra pone en marcha 1500 máquinas pesadas
Comitê Executivo
André G. Freire (Terex) - Augusto Paes de Azevedo (Caterpillar) - Benito Francisco Bottino (Odebrecht) - Carlos Arasanz (Eurobrás - ALEC) Cláudio Afonso Schmidt (Odebrecht) - Dionísio Covolo Jr (Metso) - Edson R. Del Moro (Yamana Mineração) - Eduardo M. Oliveira (Santiago & Cintra) - Emanuel P. Queiroz (Scania) - Felipe Sica Soares Cavalieri (Brasil Máquinas de Construção - Hyundai) - Franz Treu (Atlas Copco) - Gilberto Leal Costa (Odebrecht) - Gino Raniero Cucchiari (New Holland) - João Lázaro (CCCC) - Ledio Augusto Vidotti (GTM Máquinas e Equipamentos) - Luis Afonso Pasquotto (Cummins) - Luiz Carlos Furtado (CR Almeida) - Luiz Gustavo Pereira (Tracbel - Volvo) - Marcos Bardella (Brasif - Case) - Mario Humberto Marques (AG) - Nathanael P. Ribeiro Jr (Multieixo - Randon) - Paulo Lancerotti (Sotreq - Caterpillar) - Permínio A. Maia de Amorim Neto (Getefer) - Ramon Nunes Vazquez (Mills) - Ricardo Pagliarini Zurita (Liebherr) - Roberto Mazzutti (Auxter JCB) - Sérgio Barreto da Silva (Geral Damulakis Engenharia SA - GDK) - Valdemar Shinhiti Suguri (Komatsu) - Yoshio Kawakami (Volvo)
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Diretoria Executiva e Endereço para correspondência: Av. Francisco Matarazzo, 404 cj. 401 – Água Branca São Paulo (SP) – CEP 05001-000 Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192 Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta Vice-Presidente: Eurimilson João Daniel Vice-Presidente: Ivan Montenegro de Menezes Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos Vice-Presidente: Jonny Altstadt Vice-Presidente: Mário Sussumu Hamaoka Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe Vice-Presidente: Paulo Oscar Auler Neto Vice-Presidente: Silvimar Fernandes Reis
Obra pone
PNEUS
De olho nos custos e na produtividade NEUMÁTICOS Controlando los costos y mejorando la productividad
LEGISLAÇÃO
Cuidados no transporte rodoviário de cargas LEGISLACIÓN Cuidados en el transporte carretero de cargas
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LANÇAMENTO
Volvo estréia no mercado de máquinas rodoviárias NOVEDADES Volvo debuta en el mercado de máquinas viales
GEOTECNOLOGIA
GPS já faz topografia em obras e minas GEOTECNOLOGÍA El GPS en la topografía de obras y minas
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OPERAÇÃO DE GUINDASTE
Como preparar as bases para içamentos seguros OPERACIÓN DE GRÚAS Cómo preparar la base para levantamientos seguros
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SEÇÕES secciones Notas Notas ................................................................................................................ Manutenção Mantenimiento ...................................................................................... Tabela de Custos Tabla de Costos ............................................................................ Espaço Aberto Espacio Abierto .................................................................................
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Notas
Fabricantes avançam em testes com biodiesel A Valtra, fabricante de equipamentos agrícolas do grupo AGCO, informou que seu programa para adaptação dos produtos ao uso de 100% de biodiesel se encontra em estágio adiantado. Atualmente, as máquinas produzidas pela empresa já são certificadas para operar com mistura de 20% de biodiesel no combustível (mistura B20), enquanto a determinação legal é de 5% (mistura B5).
Com mais de 4,5 mil horas de testes em dois tratores agrícolas da marca, a empresa constatou que o uso da mistura B100 resulta no aumento de 1 litro por hora de operação do equipamento, mas reduz a emissão de dióxido de carbono em 46%. A meta da empresa é de concluir os testes ainda este ano, de forma a ajustar alguns problemas e tornar viável a venda de equipamentos com a garantia de uso de combustível B100 ainda em 2009. Vale ressaltar que a Valtra é a vice-líder em venda de tratores agrícolas no País, tendo comercializado mais de 8.500 unidades em 2007. No caso da Mercedes-Benz, que testou seus caminhões e ônibus com misturas B5, B20 e B100, a melhor resultado para a empresa, até o momento, tem sido a segunda alternativa. Segundo Gilberto Leal, gerente de desenvolvimento de produto da fabricante alemã, a adição de 20% de biodiesel ao combustível usado revela ser a melhor solução em termos de custo/benefício. “Ela reduz a potência em 3% e o torque em 1%, contribuindo com um aumento no consumo de até 2%; mas os ganhos na redução de emissões compensam esse resultado”, diz ele.
Vipal anuncia fábrica no México Até o meio do próximo ano, a Borrachas Vipal pretende inaugurar sua primeira fábrica no exterior. Em abril, a fabricante de produtos para reformas e reparos de pneus e de câmaras de ar anunciou investimentos de US$ 40 milhões na instalação de uma unidade industrial no México, com capacidade para 14,4 mil t/ano. Com a nova instalação, destinada a atender clientes locais, dos Estados Unidos e América Central, a empresa pretende ampliar a participação do mercado externo dos atuais 11% de seu faturamento para 20%, no prazo de dois anos. Segundo avaliações da empresa, com a unidade local seus produtos sofrerão uma redução significativa nos custos de transporte em comparação com as exportações
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a partir do Brasil, ganhando maior competitividade nos mercados centro e norte-americano. Além disso, os estoques do centro de distribuição mexicano poderão diminuir para menos da metade dos atuais 60 dias, melhorando o custo da operação. Atualmente, a Vipal opera a plena capacidade com suas três fábricas localizadas em Nova Prata (RS), que somam um volume total de produção de 144 mil t/ano. Em julho, ela inaugura uma unidade em Feira de Santana (BA), preparada para produzir 72 mil t/ano e, somando a planta mexicana, no período de um ano a fabricante terá ampliado sua capacidade produtiva em 60%, atingindo a marca de 230 mil t/ano de produtos para reformas de pneus.
Sandvik reforça a equipe
Com a contratação do engenheiro Glauco Teixeira, a Sandvik Mining and Construction reforça sua atuação na América Latina. Formado em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos, com MBA em Administração Estratégica pela UNICENP, Teixeira assume o cargo de vice-presidente regional do segmento de construção da empresa, tendo como base a unidade de Santiago do Chile. Teixeira possui longa experiência na área de equipamentos para construção, tendo trabalhado 17 anos na Volvo Construction, onde foi responsável pelas áreas de engenharia de produtos, processos de produção, vendas e negócios, tanto no Brasil quanto no México.
Notas
Bomag lança rolo para aterro sanitário
Num evento organizado para os clientes e distribuidores de toda a Europa, realizado em Praga, capital da República Checa, a Bomag apresentou ao mercado a sua nova linha de rolos compactadores BC 472, indicada para serviços de compactação de lixo em aterros sanitários. Os equipamentos se situam na categoria de 21 t a 25 t, sendo recomendados para operações de porte médio, que produzem uma média de 300 t/dia de lixo compactado. Equipado com motor hidrostático nas quatro rodas, o BC 472RS pode operar com caçamba para movimentação de materiais e, apesar de suas dimensões compactas, atinge um nível de pressão por centímetro quadrado similar aos modelos maiores, acima de 56 ton, segundo Gerd Michel, gerente de produtos da Bomag. A empresa, pertencente ao grupo Fayat, produz equipamentos para compactação de solos, asfalto e lixos, além de uma ampla linha de máquinas para obras rodoviárias, contando com mais de 500 distribuidores em 120 países. Recentemente, o Brasil passou a integrar essa lista com a nomeação da Brasif como dealer máster da marca para todo o território nacional.
ERRATA
Na reportagem “Comboios de lubrificação: aliados da produtividade”, publicada na edição de março da revistas M&T (número 111, página 54), o endereço eletrônico da empresa Bozza foi grafado erroneamente. O endereço correto é: www.bozza.com.
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Venda de máquinas agrícolas dispara
O mercado de máquinas agrícolas manteve sua rota de crescimento acelerado no primeiro trimestre deste ano, segundo o último levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). De janeiro a março, as indústrias do setor produziram 19 mil equipamentos, volume 56,2% superior ao do primeiro trimestre de 2007, e as vendas internas no mesmo período avançaram 54,6%, totalizando 11,1 mil unidades comercializadas. As exportações aumentaram em 40,3% no mesmo período, somando 6,8 mil unidades destinadas ao mercado externo. Em volume financeiro, o crescimento das vendas com as exportações foi de 23,5%, totalizando US$ 700 milhões. A Anfavea projeta para este ano uma produção de cerca de 70 mil equipamentos agrícolas no Brasil, o que significa um desempenho superior ao de 2004, o melhor da década, com 66,9 mil unidades produzidas. O aumento da renda no campo, motivado pela soma de safra recorde com a disparada dos preços das commodities agrícolas, ajuda a justificar o otimismo da indústria.
Ciber reúne executivos mundiais no Brasil Em abril, a cidade de Porto Alegre (RS) serviu de sede para o encontro anual dos executivos mundiais do grupo alemão Wirtgen. Durante um fim de semana, cerca de 100 executivos da empresa participaram do Marketing Meeting, cuja realização se alterna anualmente entre três dos cinco continentes onde a empresa mantém operações. Isso significa que o evento ocorre a cada três anos no Brasil, onde a companhia detém o controle da Ciber Equi-
pamentos Rodoviários. Nesse encontro, falado em três idiomas – inglês, espanhol e português – os executivos discutem as tendências de mercado e sintonizam a estratégia de empresa em termos de marketing, desenvolvimento de produtos e outros assuntos. Com 50 subssidiárias no mundo, o grupo Wirtgen detém marcas como a Hamm (rolos compactadores) e Vögele (pavimentadoras), entre outras, além da própria Ciber (usinas de asfalto).
Qualidade e Confiabilidade
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RODOANEL MÁRIO COVAS
equipamentos
pesados Para entregar o trecho sul do Rodoanel de São Paulo em menos de 24 meses, as construtoras responsáveis pelos cinco lotes da obra trabalham em ritmo acelerado com o objetivo de concluir os serviços de terraplenagem ainda este ano Por Haroldo Aguiar
U
m quadro de avisos instalado na entrada do canteiro de obras informa os funcionários e visitantes que “faltam 680 dias para o término do projeto”. Nesse período, equivalente a menos de dois anos, a empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), ligada ao governo do Estado de São Paulo, pretende concluir e inaugurar uma das principais obras de infra-estrutura rodoviária em implantação no País: o trecho sul do Rodoanel Mário Covas. Para atender a esse cronograma apertado, as 10 empreiteiras contratadas para a execução do projeto, que se divide em cinco lotes, mobilizam um volume de recursos formidável, totalizando cerca de 7.000 operários e 1.500 equipamentos pesados para os serviços de movimentação de solos, compactação, terraplenagem e construção de obras-de-arte especiais. “O prazo é um componente inegociável nesse empreendimento e, para garantir seu cumprimento, acompanhamos diariamente o avanço físico das obras”, afirma o engenheiro Pedro da Silva, gerente de obras da Dersa. Com 61,4 km de extensão, entre o entroncamento com a rodovia Régis Bittencourt (BR-116) e a cidade de Mauá, na região do ABC Paulista, o trecho sul do Rodoanel deveria ser implantado no prazo de 48 meses. No início da gestão José Serra, entretanto, o governo de São Paulo paralisou o projeto para rever os contratos assinados com as construtoras e, ao retomar sua execução, manteve os prazos acordados inicialmente. Conclusão: as empreiteiras contratadas passaram a trabalhar com um horizonte de 35 meses para a conclusão da obra.
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Foto: Marcelo Vigneron
Obra mobiliza 1.500
manutenção tecnologia
Silva considera plenamente factível o cumprimento desse prazo, já que 92% das desapropriações previstas para a execução da obra foram concluídas. “Apenas um pequeno percentual das desapropriações está em Juízo e as áreas liberadas permitem que as construtoras ataquem o projeto como um todo.” Segundo ele, o empreendimento envolveu a remoção de 1.300 famílias instaladas em suas áreas de domínio, das quais 1.200 foram reassentadas em unidades habitacionais da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo). Avanço das obras Como um complicador à questão dos prazos, o engenheiro Augusto Cézar Souza do Amaral, gerente de projeto da construtora Camargo Corrêa, ressalta QUEM É QUEM NO PROJETO Projeto: Sondotécnica/Themag (trecho 1); Maubertec/Ductor (trecho 2) e Engevix/Planservi (trecho 3). Construção: Andrade Gutierrez/Galvão Engenharia (lote 1); Odebrecht/Constran (lote 2); Queiroz Galvão/C.R. Almeida (lote 3); Camargo Corrêa/Serveng (lote 4) e OAS/Mendes Júnior (lote 5). Gerenciamento: Vetec, Ductor e Prodec. Gerenciamento ambiental: FESPSP. Supervisão de obras: Enger/Planservi/EPT/TCRE (lote 1); Lenc/ Engevix/Esteio/LRB (lote 2); Concremat/Logos/Pluri/Geosonda (lote 3); EAF-Harza/Falcão Bauer/Sondotécnica/Geribello (lote 4) e Figueiredo Ferraz/Maubertec/Coplaenge/Encibra (lote 5). Supervisão ambiental: Prime/Ambiente Brasil (lote 1); UMAH/ Trends (lote 2); Geotec/C3 (lote 3); JGP/JHE (lote 4) e Etel/P. Tran (lote 5)
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RODOANEL MÁRIO COVAS
a dificuldade imposta pelo clima da região, marcado pela alta incidência pluviométrica. “Isso requer um planejamento cuidadoso e, quando as chuvas impedem os serviços de terraplenagem, procuramos avançar em outras frentes, como a execução das obras-de-arte especiais”, diz ele. Sua empresa, em consórcio com a construtora Serveng, responde pela obra no lote 4, na região de Parelheiros, extremo sul da capital paulista. Assim como nos demais lotes, Augusto Cézar trabalha com a progra-
O revestimento de cerca de 60% das duas pistas do trecho sul será com pavimento flexível e o restante terá acabamento em concreto rígido. Segundo Silva, a escolha se baseia em critério geológico. “O pavimento rígido é inegavelmente superior e, apesar de seu custo inicial mais elevado, atinge uma vida útil acima de 25 anos; mas evitamos usá-lo em aterros com mais de 20 m de altura, pois qualquer deformação na base pode comprometer o pavimento e o concreto não aceita consertos.”
Para mobilizar os equipamentos, construtoras recorrem a todos os recursos disponíveis no mercado
mação de encerrar a terraplenagem até o final deste ano. O objetivo é reservar o período de estiagem de 2009 para os serviços de pavimentação e, em 2010, concluir o projeto com a instalação de sinalizações horizontais e verticais, bem como dos demais elementos de segurança. Atualmente, a obra conta com cerca de 40% dos trabalhos executados nos cinco lotes, incluindo a terraplenagem e construção de 114 obras-de-arte especiais, entre pontes, viadutos, passagens inferiores e superiores.
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Estratégias de mobilização Para cumprir o cronograma das obras no lote 4, o consórcio Camargo Corrêa/Serveng está mobilizando 1.400 operários, em dois turnos de trabalho, e cerca de 340 equipamentos pesados. Essa frota corresponde às máquinas usadas basicamente em tarefas de escavação, carga, transporte e compactação, como 36 escavadeiras de 20 a 30 t de peso operacional, 42 rolos compactadores, 27 tratores de esteiras, 15 motoniveladoras e mais de 200 caminhões traçados, em sua maioria
RODOANEL MÁRIO COVAS
Obra pone en marcha 1500 máquinas pesadas Un tablero de avisos fijado a la entrada del obrador informa a empleados y visitantes de que “faltan 680 días para terminar el proyecto”. En este plazo, de menos de dos años, la empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), vinculada al gobierno del estado de São Paulo, tiene planes de terminar e inaugurar una de las principales obras de infraestructura vial, actualmente en construcción, del Brasil: el tramo Sur del sistema de circunvalación Rodoanel Mário Covas. Para cumplir con el cronograma establecido, las diez empresas contratistas que ejecutan el proyecto, que se divide en cinco lotes, han puesto en movimiento un volumen de recursos extraordinario, con un total de aproximadamente 7.000 operarios y 1.500 máquinas pesadas para ejecutar los servicios de movimiento de tierra, compactación, terraplenado y construcción de obras de arte especiales. “El plazo es un componente no negociable de este emprendimiento y, para garantizar su cumplimiento, acompañamos diariamente el avance físico de las obras”, afirma el Ing. Pedro da Silva, gerente de obras de Dersa. El tramo sur del sistema de circunvalación tiene 61,4 km de de longitud, entre el entroncamiento con la autopista Régis Bittencourt y la ciudad de Mauá, en la región metropolitana ABC Paulista, y debería ser construido en un plazo de 48 meses. A comienzos de la administración del gobernador José Serra, sin embargo, el gobierno del estado paralizó el proyecto para revisar los contratos celebrados con las empresas constructoras y, al reiniciar la ejecución, se mantuvieron los plazos convenidos inicialmente. Conclusión: los contratistas pasaron a trabajar con un plazo de 35 meses para terminar la obra. Un problema que afecta la velocidad de la obra, dice el Ing. Augusto
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Projeto vai aliviar o trânsito de São Paulo Com um investimento total de R$ 3,6 bilhões, incluindo os R$ 2,5 bilhões gastos nas obras civis e os custos com desapropriações, reassentamentos e projetos de compensação ambiental, o trecho sul do Rodoanel Mário Covas terá 61,4 km de extensão, desde o município de Mauá, na região do ABC Paulista, até a extremidade do trecho oeste, já em operação. Nesse trajeto, ele vai atravessar trechos das represas Billings e Guarapiranga, responsáveis pelo abastecimento de parte da população da Grande São Paulo, e as rodovias Anchieta e Imigrantes, que dão acesso ao porto de Santos. Quando o Rodoanel entrar em operação, no primeiro semestre de 2010, estima-se uma redução de 37% a 43% no tráfego de caminhões em alguns dos mais congestionados corredores viários de São Paulo, como a marginal do rio Pinheiros e a avenida dos Bandeirantes. Esse alívio para o conturbado trânsito da cidade se deverá ao fato de que muitas rotas de transporte de cargas pesadas, que ligam o porto de Santos ao interior do estado e ao sul do Brasil, serão desviadas para o Rodoanel. Para cumprir esse papel, ele foi projetado para ser uma rodovia de classe 0, com rampas máximas de 4% e duas pistas dotadas de três ou quatro faixas de rolamento, de acordo com o volume de tráfego previsto em cada local. “Atualmente, o Rodoanel registra o acesso diário de cerca de 40 mil veículos e, com o trecho novo, seu tráfego vai aumentar para 60 mil veículos/dia”, avalia Pedro da Silva, gerente de obras da empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa). O trecho sul terá 114 obras-de-arte especiais, entre pontes, viadutos, passagens superiores e inferiores. A obra foi dividida em cinco lotes, cada um deles sob responsabilidade de duas construtoras, e atualmente se encontra com cerca de 40% dos serviços executados.
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6x4, equipados com caçamba basculante de 16 m³. “Cerca de um terço desses equipamentos pertence ao consórcio e o restante está sendo mobilizado por meio de locação ou de empresas subcontratadas”, explica o engenheiro Augusto Cézar. Tais recursos serão aplicados em um trecho de 17,8 km – a extensão do lote 4 – onde está previsto um volume de 6 milhões m³ de terraplenagem. O engenheiro ressalta que os prazos para a execução do serviço, associados ao perfil dos equipamentos usados – dos quais muitos exigem longo período de espera para a entrega pelos fabricantes – demandam criatividade na mobilização da frota. “Com o aquecimento do mercado, ninguém tem essas máquinas em prateleira e nas quantidades necessárias para uma obra desse porte.” Pedro da Silva, da Dersa, confirma as dificuldades enfrentadas pelas construtoras nessa área. “Nos cinco lotes serão usados mais de 1.000 caminhões basculantes e elas estão lançando mão de todos os recursos disponíveis no mercado, desde a mobilização de frota própria até a locação e a contratação de serviços de carreto; nesse cenário, todo dia chegam caminhões novos nos canteiros.”
NÚMEROS DA OBRA Investimento total: R$ 3,6 bilhões Extensão: 61,4 km (incluindo 4,4 km de ligação à avenida Papa João XXIII, em Mauá) Volume de tráfego previsto: 60 mil veículos/dia (incluindo trechos sul e oeste) Volume de terraplenagem: 60 milhões m³ Obras-de-arte especiais: 114 Faixa de domínio: média de 130 m de largura Perfil das pistas: 2 pistas com 3 ou 4 faixas de rolamento de 3,6 m cada uma, mais acostamentos e canteiro central de 11 m Quantidade de operários: 7.000 empregos diretos
Cézar Souza do Amaral, gerente de proyecto de la constructora Camargo Corrêa, es el clima de la región, con un alto índice pluviométrico. “Esto nos exige una planificación cuidadosa y, cuando la lluvia nos impide hacer el movimiento de tierra, tratamos de avanzar en otros frentes, tales como en la ejecución de las obras de arte especiales.”. La empresa en que trabaja, en consorcio con la constructora Serveng, es responsable de la obra del lote 4, en la región de Parelheiros, extremo sur de la capital del estado de São Paulo. Al igual que en los otros lotes, el Ing. Souza tiene programado terminar el terraplenado hasta fines de este año. El objetivo es reservar el período de sequía del 2009 para las labores de pavimentación y, en el 2010, terminar el proyecto con la instalación de la señalización horizontal y vertical, y de los demás elementos de seguridad. A la fecha, ya se ha ejecutado aproximadamente el 40% de la obra en los cinco lotes, incluido el movimiento de tierra y la construcción de 114 obras de arte especiales, entre puentes, viaductos y cruces a desnivel. Destaca que el plazo para la ejecución de la obra, asociado al perfil de la maquinaria usada — parte de la cual exige un largo período de espera de la entrega por parte de los fabricantes — requiere creatividad en el momento de montar la flota. “Con la reactivación del mercado, nadie tiene estas máquinas en existencia en la cantidad necesaria para una obra de tal envergadura.” El Ing. Pedro da Silva, de Dersa, confirma las dificultades enfrentadas por las contratistas en esta área. “En los cinco lotes, se usarán más de mil camiones volquetes. Las empresas están acudiendo a todos los recursos disponibles, del uso de la flota propia al arrendamiento y a la subcontratación de los servicios de acarreo; en consecuencia, todos los días llegan camiones nuevos a los obradores.”
RODOANEL MÁRIO COVAS
Paulo”, complementa Augusto Cézar, da Camargo Corrêa.
Obra de remoção de solo mole
Carência de pessoal Nos 12,4 km de extensão do lote 1, onde a terraplenagem vai movimentar cerca de 5,5 milhões m³ de materiais, o perfil da frota mobilizada é semelhante. Segundo o consórcio formado pelas construtoras Andrade Gutierrez e Galvão Engenharia, responsável por esse lote, a quantidade de equipamentos usados abrange 32 escavadeiras da classe de 20 t, 20 tratores de esteiras, 10 motoniveladoras, 14 rolos compactadores, 160 caminhões basculantes 6x4 e 90 veículos de apoio. “Cerca de 80% dos equipamentos serão próprios e 20% serão de terceiros”, informa o consórcio. Localizado em Mauá, na extremidade entre os trechos sul e leste, a ser construído futuramente (veja boxe na página 18), o lote 1 inclui uma ligação de padrão rodoviário de 4,4 km, até a avenida Papa João XXIII, que será duplicada para receber o tráfego proveniente do Rodoanel. “Nesse lote, as transposições de fundos de vales serão realizadas por viadutos, em vez do tradicional sistema de terraplenagem por corte/aterro”, diz Pedro da Silva. Responsável pela implantação de seis pontes e 14 viadutos nesse trecho, o consórcio Andrade Gutierrez/Galvão Engenharia já mobiliza equipes em dois turnos de trabalho para a construção de
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tais estruturas. No pico das obras, que deverá ser atingido no próximo ano, as duas empreiteiras vão gerar 1.200 empregos diretos apenas nesse lote. “Procuramos empregar o máximo possível de mão-de-obra da região, mas a carência de profissionais experientes, principalmente nas funções de mecânico e de operador de equipamentos, nos impede de ultrapassar a média de 30% de contratações locais no lote 4, mesmo em se tratando de uma obra na Grande São
Cuidados ambientais Como boa parte do empreendimento cruza áreas de nascentes, junto às represas Billings e Guarapiranga e próximas da Serra do Mar, outra dificuldade imposta pelo clima local é a neblina, que invariavelmente começa a se formar no meio da tarde. Nesse cenário, onde a terraplenagem ocorre em regiões alagadas ou de solo mole, os cuidados com o meio ambiente se somam à preocupação com a produtividade da obra. “O grande diferencial desse projeto é a questão ambiental, componente sem o qual ele se tornaria inviável”, pondera Pedro da Silva, da Dersa. Segundo ele, o empreendimento envolve a remoção de 6 milhões m³ de solo mole e, em alguns pontos, o terreno vem sendo tratado com aplicação de geogrelha ou de estaca-raiz. “Cada caso é analisado individualmente, pois enfrentamos diferentes tipos de situações, desde as áreas de nascentes até os brejos formados pelo acúmulo de resíduos industriais ou de esgoto domiciliar.” De acordo com o engenheiro Augusto Cézar, do consórcio Camargo Corrêa/Serveng, antes do início das obras as empresas contratadas precisam aprovar junto à Dersa um Plano
Empreendimento é cercado de cuidados ambientais
RODOANEL MÁRIO COVAS
Cravação de estacas para a obra da ponte sobre a represa Billings
Ambiental de Construção (PAC), detalhando todas as ações previstas. “Temos que dizer como ela será executada, quais os recursos usados, o tempo de trabalho, onde os materiais removidos serão depositados e quais as ações para mitigar eventuais impactos ao meio ambiente”, diz ele. “O PAC prevê que, para cada frente de produção, haja um planejamento com foco nas medidas de controle de erosão e assoreamento de materiais”, complementa o engenheiro José Salim, do consórcio Andrade Gutierrez/Galvão Engenharia. Ele explica que o PAC deve antecipar até mesmo a necessidade de algum caminho de serviço fora da faixa de domínio do empreendimento. Para evitar o assoreamento de materiais movimentados para fora dessa área – ou para os rios e nascentes – as construtoras implantam sistemas de drenagem provisória, compostos basicamente por diques ou gabiões, antes de iniciar a limpeza do terreno. O desafio das pontes Os maiores cuidados ambientais, entretanto, concentram-se na implantação das pontes sobre as duas repre-
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Dersa inicia projeto do trecho leste Ainda no primeiro semestre de 2008, o governo de São Paulo pretende licitar o projeto executivo do trecho leste do Rodoanel Mário Covas, que dará continuidade ao tramo atualmente em construção, até a rodovia Presidente Dutra. “Os estudos de impacto ambiental (EIA/Rima) estão avançados, pois todo o aprendizado que acumulamos na implantação do primeiro trecho está sendo usado agora”, afirma José Fernando Bruno, responsável pela área de gestão ambiental da Dersa. Segundo ele, o grande avanço nessa obra foi a adoção do conceito de “Avaliação Ambiental Estratégica”, que estabelece as premissas básicas para todo o empreendimento e permite detalhar o projeto ambiental de cada trecho isoladamente, antes da sua construção. “O traçado das pistas já foi definido de forma a desviar das formações de matas nativas e passar apenas pelas suas bordas.”
sas. A maior delas, com 1.740 m de extensão, vai passar sobre a Billings num ponto com alta concentração de resíduos industriais no fundo da represa. Esses poluentes, depositados ao longo do tempo, encontram-se inertes em seu estado atual, mas qualquer movimentação nas águas da represa poderá provocar sua suspensão e danos ao meio ambiente. Por esse motivo, a fundação da ponte precisa ser construída cuidadosamente, de forma a se evitar a suspensão desses sólidos. Projetada com vãos de 100 m – uma medida para diminuir a necessidade de obras subaquáticas – ela se apóia sobre estacas de concreto pré-moldado de 0,80 cm de diâmetro e comprimento entre 40 e 50 m. A obra está sendo realizada no lote 3, sob responsabilidade do consórcio formado pela Queiroz Galvão e C.R. Almeida, com o uso de um guindaste sobre flutuante e equipado com martelo hidráulico, para a cravação das estacas. O engenheiro Pedro da Silva, da Dersa, explica que cada bloco de fundação será suportado por 40 estacas, totalizando a realização de 800 cravações. “Todo o serviço é executado com barreiras flutuantes e contamos com sondas de monitoramento que emitem alarmes diante de qualquer problema.” O consórcio Camargo Corrêa/Serveng, responsável pelo lote 4, também está construindo uma ponte em sistema semelhante sobre um braço da represa Billings. Com 650 m de extensão e vãos de 100 m, ela possui 12 pilares cujos blocos de fundação se apóiam sobre uma média de 31 estacas prémoldadas de 25 m de comprimento. “O guindaste deixa a estaca abaixar cuidadosamente apenas com seu peso próprio e, quando ela atinge o leito da represa, o operador aciona o martelo hidráulico”, explica Augusto Cézar. Para obter maior produtividade nessa operação, que está sendo realizada com um guindaste Manitowoc 4.500, de 150 t de capacidade, ele explica que a empresa desenvolveu um gabarito fixado junto à embarcação. Com isso, torna-se possível cravar seis estacas numa única operação, sem a
RODOANEL MÁRIO COVAS
necessidade de deslocar a balsa. O sistema está sendo adotado apenas na fundação dos pilares centrais. Nos encontros da ponte, a estrutura se apóia sobre fundações a ar comprimido. Penalidades no pagamento As construtoras têm motivos de sobra para tamanho cuidado. O Projeto Básico Ambiental da obra, que norteia a preparação do PAC (Plano Ambiental de Construção) por parte de cada consórcio construtor, é acompanhado diariamente em todos os lotes. As empresas contratadas pela Dersa para a supervisão ambiental mobilizam biólogos, veterinários, engenheiros civis e florestais, totalizando cerca de 10 profissionais em cada lote. Eles inspecionam a atuação das construtoras e, diante de qualquer “não-conformidade” encontrada, o pagamento relativo às medições é retido até sua correção. Na área de equipamentos, os cuidados se concentram na correta destinação final de óleos lubrificantes, filtros, baterias e demais componentes, bem como em evitar a contaminação de solos e águas durante as manutenções. “Atualmente, contamos com uma oficina terceirizada para a manutenção dos nossos equipamentos, mas a partir do próximo semestre teremos uma estrutura pró-
Obra de viatudo no lote 4
pria, que no pico das obras deverá mobilizar cerca de 50 profissionais”, informa o engenheiro José Salim, do consórcio Andrade Gutierrez/ Galvão Engenharia. Segundo José Fernando Bruno, responsável pela área de gestão ambiental da Dersa, a obra se desenvolve dentro de dois conceitos básicos: o mínimo impacto social e ao meio ambiente, principalmente nas áreas de nascente e nas represas. “A questão social foi pensada na fase de projeto e de definição do
Cuidados ambientais se estendem aos procedimentos de manutenção
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traçado das pistas, evitando que elas dividam um bairro ao meio e contendo a ocupação irregular no seu entorno.” Ele avalia que essa última intenção será atingida pelo fato de o Rodoanel dispor de acessos apenas nos entroncamentos com rodovias. Entre as ações para minimizar o impacto da obra nas comunidades vizinhas, Bruno cita o abatimento de poeira com caminhões-pipa e o convênio firmado com as prefeituras, para a recomposição de vias públicas usadas como caminhos de serviço. Ele explica que a obra conta com 27 bota-foras licenciados, de forma a evitar a movimentação de materiais em distâncias acima de 4 km. Com 26 programas, que totalizam mais de uma centena de ações para mitigar impactos ou preservar o meio ambiente, a questão ambiental ampliou o custo da obra em cerca de 25%. “Levamos muitos anos discutindo o projeto do Rodoanel, mas o aprendizado durante esse processo foi exemplar”, ele conclui.
Consórcio Andrade Gutierez / Galvão: (11) 4544-1220 Consócio Camargo Corrêa / Serveng: (11) 3883-8500 Dersa: www.dersa.sp.gov.br
FRESADORAS
Projetadas para serviços
pesados
Com a evolução tecnológica, modelos de menor porte já realizam a fresagem a frio de pavimento em profundidades antes possíveis apenas com equipamentos maiores Aumentar a eficiência nas obras de recuperação de rodovias, com fresadoras que atingem maior profundidade de corte e dispõem de recursos eletrônicos para o seu nivelamento automático durante a operação, é a proposta dos fabricantes desse tipo de equipamento com os novos modelos que começam a introduzir no Brasil. Atentos ao grande volume de contratos que em breve movimentará o mercado, por conta dos 2.600 km de estradas federais concedidas pelo governo em 2007, eles apostam que a produtividade, qualidade e redução
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de custos vão nortear as concessionárias e suas empreiteiras na escolha dos equipamentos a serem mobilizados em seus projetos. Nesse cenário, fresadoras com capacidade para cortes de 30 cm de espessura já se tornam comuns no parque de equipamentos das empreiteiras especializadas em obras rodoviárias. Os modelos que atingem profundidades de até 10 cm ficam cada vez mais reservados exclusivamente para serviços em vias urbanas. Mesmo assim, ao contrário dos usuários norte-americanos, que
FRESADORAS Diseñadas para trabajos pesados Mejorar la eficiencia en las obras de rehabilitación de carreteras, con fresadoras que permitan alcanzar una profundidad de corte superior y que estén equipadas con sistemas electrónicos de nivelación automática, es lo que ofrecen los fabricantes de este tipo de maquinaria con los nuevos modelos que empiezan a llegar a Brasil. Atentos a la gran cantidad de obras que tendrán que ejecutarse debido a los 2.600 km
manutenção tecnologia
preferem máquinas acima de 2 m de largura de operação, para serviços com elevado volume de produção, no Brasil os modelos mais comercializados se situam na faixa de 1 m a 2 m de largura de corte. “Esses equipamentos evoluíram muito nos últimos cinco anos e os serviços antes destinados apenas a máquinas de grande porte são realizados atualmente por modelos de menor potência e com elevada eficiência”, afirma Ismael Mendes Alvim, diretor de reciclagem e fresagem da Pavisan Engenharia de Pavimento, empresa especializada em obras de recuperação rodoviária. Devido a esse avanço tecnológico, ele avalia que a maior demanda no mercado brasileiro se concentra nos modelos de 1 m de largura de operação, que representam cerca de 80% do parque de fresadoras em operação no País.
de carreteras federales concesionadas por el gobierno en 2007, opinan que la productividad, la calidad y la reducción de costos serán los factores que las empresas concesionarias y sus contratistas de obras tendrán en cuenta al elegir la maquinaria para realizar los proyectos. En este contexto, las fresadoras que remuevan el pavimento hasta una profundidad de 30 cm ya son comunes en los parques de maquinaria de las empresas contratistas especializadas en obras de autopistas y carreteras. Por otro lado, los modelos capaces de fresar hasta 10 cm de profundidad son cada vez más usados en las vías urbanas. Al contrario de los usuarios norteamericanos, que prefieren máquinas con más de 2 m de ancho de trabajo para las aplicaciones con alto volumen de producción de material, en Brasil los modelos más comercializados ofrecen un ancho de trabajo que varía entre 1,0 y 2,0 m. “Estos equipos han evolucionado mucho en los últimos cinco años y los trabajos, que antes se ejecutaban apenas con máquinas de gran tamaño, ahora se hacen con modelos de menor potencia pero más eficientes”, afirma Ismael Mendes Alvim, director de reciclado y fresado de Pavisan Engenharia de Pavimento, una empresa especializada en obras de mantenimiento vial. Gracias a este avance tecnológico, Alvim dice que la demanda en el mercado brasileño se centra fundamentalmente en los modelos de 1 m de ancho, que representan aproximadamente el 80% del parque de fresadoras en operación en el país. Para dar respuesta a esa demanda, Terex Roadbuilding se prepara para lanzar en el segundo semestre de este año el modelo PR260, que fabricará en su planta de Rio Grande do Sul con el objeto de atender a los clientes mundiales. En Brasil, ya se encuentran en operación dos prototipos que destacan por el sistema de descarga frontal, que aumenta la productividad porque el camión no tiene que moverse marcha atrás durante el fresado.
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FRESADORAS
Mais compactos, novos modelos têm maior capacidade de fresagem
Dentes aparafusados Atenta a essa demanda, a Terex Roadbuilding se prepara para lançar no segundo semestre deste ano o modelo PR260. “Trata-se de um equipamento adequado às necessidades do mercado latino-americano, pois ele opera na faixa de 1 m de largura de trabalho e incorpora características das fresadoras maiores, atingindo 30 cm de profundidade de corte em pavimentos de concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ)”, afirma Gilvan Medeiros Pereira, diretor de vendas e marketing da empresa para a América Latina e África do Sul. Segundo ele, o modelo será produzido na fábrica da Terex do Rio Grande do Sul para atendimento aos clientes mundiais. Dois protótipos já se encontram em operação no Brasil e o executivo ressalta seu sistema de descarga frontal, que confere maior produtividade ao serviço pelo fato de o caminhão a ser carregado não transitar em marcha à ré durante a operação. “Como o equipamento é compacto e possui correia transportadora dobrável, ele pode ser transportado pelas rodovias sem a necessidade de licença especial”. A PR260
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tem peso bruto de 16,7 t e vem equipada com motor Cummins de 260 hp de potência, uma evolução entre as fresadoras da classe de 1 m de largura da marca que, de acordo com Gilvan, contam com motorização de até 200 hp. O conjunto de corte da máquina, desenvolvido em parceria com a Kenametal, uma empresa nacional especializada na fabricação desse tipo de componente para fresadoras de asfalto e recicladoras, conta com um sistema de troca rápida dos bits. Isso porque eles são aparafusados ao tambor e não soldados, como nos equipamentos mais antigos. “Dessa forma, basta remover um parafuso para efetuar sua troca, o que mantém o ângulo original da ferramenta de corte e permite que a substituição seja feita em menos de cinco minutos”, complementa Gilvan. Nivelamento automático Um dos destaques na PR260, de acordo com o executivo, é seu sistema de nivelamento automático. “Ele acompanha as variações topográficas da pista, por meio de um sistema de arames, e vai corrigindo a profundi-
dade de corte de acordo com essas mudanças.” A tecnologia emprega sensor eletrônico ou sônico, que não necessita de contato com o solo para a correção de nível. “O nivelamento automático possibilita a execução de cortes precisos, na profundidade e inclinação em que foram estabelecidos no projeto.” Para Ismael Alvim, da Pavisan, o sistema “é útil especialmente em serviços de fresagem fina, nos quais se usa maior densidade de ferramentas de corte.” Com isso, ele explica que a tecnologia possibilita uma fresagem mais uniforme. Gilvan salienta que no nivelamento manual, o operador estabelece determinada profundidade de corte e a máquina segue esse parâmetro durante toda a operação, independentemente das variações topográficas. “Com isso, o equipamento pode cortar mais ou menos que o necessário, o que resulta em desperdício de material, perda de produtividade ou imperfeições na fresagem.” Além da PR260, a Terex comercializa outros quatro modelos de fresadoras na América Latina, todas acima de 2 m de largura de operação e equipadas com motores entre 600 hp a 1.050 hp de potência. “A maior delas pode cortar até 4,2 m de largura e possibilita operações do tipo full lane, na qual se realiza a fresagem de meia pista de uma única vez.” Tecnologia de corte O sistema automático de nivelamento também está presente na fresadora Wirtgen W1900, recémlançada pela Ciber. Equipada com motor de 435 hp, ela realiza fresagens a frio em larguras de até 2 m e também atinge profundidade máxima de 30 cm, além de contar com descarga frontal, outra tendência seguida pelos modelos mais recentes. Rafael Zuchetto, coordenador de engenharia de aplicação da empresa, explica que esse sistema se destina à maior produtividade na operação e conta com duas peças. “Dessa forma, a correia alimentadora, que pode ser
manutenção tecnologia
dobrada hidraulicamente, recolhe o material granulado na câmara de fresagem e o conduz até um ponto de entrega, de onde a correia de descarga giratória o levará para o carregamento do caminhão.” Como a correia de descarga da W1900 realiza movimentos de 45o para os dois lados, Zuchetto ressalta que ela permite carregar caminhões lateralmente à pista de fresagem. “Isto reduz o ciclo de transporte e aumenta a produtividade da operação”, ele ressalta. Entre outras características, ela vem equipada com um sistema pneumático para facilitar a troca dos dentes de corte. Trata-se de um dispositivo de encaixe que permite substituir os bits por meio de um parafuso e de pressão de ar. “A ferramenta de corte é o principal componente desse tipo de equipamento e a rapidez na sua troca também é fundamental para a produtividade do serviço.” Ele ressalta que as fresadoras da empresa são equipadas com um gabarito indicando o momento de troca das ferramentas de corte, de acordo com sua espessura e localização, que no caso da W1900, por exemplo, soma 168 dentes. “É importante inspecionar essas ferramentas diaria-
mente, de modo a identificar desgastes naturais e realizar sua troca, para evitar que isso comprometa a eficiência da fresagem.” As tecnologias incorporadas aos componentes de corte dos equipamentos da marca não param por aí. Na W1900, o acionamento mecânico do rolo de fresagem aproveita a potência do motor, o que, segundo Zuchetto, amplia a eficiência do corte. Como opcional, ela também conta com sistema de compressão próximo ao rolo de corte, de forma que a fresagem não gere o desprendimento de grandes pedaços de asfalto. “Além disso, esse modelo possui um raio de giro pequeno, graças ao posicionamento dos quatro trens de esteira, que são dotados de placas de poliuretano.” Mercado em alta Além desse equipamento, a Ciber comercializa no País o modelo W1000L, que atinge até 1 m de largura de operação e 10 cm de profundidade de corte. “Esses dois modelos atendem a todas as necessidades do mercado brasileiro de fresagem, pois enquanto a maior se destina aos trabalhos em rodovias, a menor atende plenamente os serviços em vias
Equipamentos incorporam recursos de nivelamento automático
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FRESADORAS
Descarga frontal: uma tendência nos novos modelos
urbanas”, diz Zuchetto. Ele explica que esse último modelo conta com descarga traseira, embora a empresa disponha de uma fresadora da classe de 1 m de largura de operação com sistema frontal. “Entretanto, devido a sua escala de produção, o custo inviabiliza sua aquisição.” Diferentemente de outros segmentos de máquinas para construção civil, o especialista avalia que o mercado brasileiro de fresadoras ainda não ingressou num ciclo de crescimento. Em seus cálculos, ele se baseia no volume de vendas desse tipo de equipamentos, que se manteve estável em 2006 e 2007. “Para este ano, esperamos um aumento de 20%, mesmo considerando que no primeiro trimestre as vendas se man-
tiveram no mesmo patamar registrado nesse período em 2007.” Mesmo assim, ele deposita suas apostas no segundo semestre do ano, quando esse segmento torna-se tradicionalmente mais aquecido. Além disso, nos próximos meses deverão ser licitadas as obras nas estradas federais concedidas em 2007 ao setor privado, com o conseqüente aumento na demanda por fresadoras e demais máquinas rodoviárias. A chegada da Bomag A norte-americana Bomag também tem expectativas positivas em relação ao mercado brasileiro. Tanto que a empresa acaba de estabelecer um plano de atuação no País, nomeando a Brasif como distribuidora
máster em todo o território nacional para sua linha de equipamentos rodoviários. No segmento de fresadoras, o foco da fabricante está voltado para o modelo BF1300\30, com 1,30 m de largura de operação. “Seu diferencial é a capacidade de corte, que chega a profundidades de 30 cm em pavimentos de CBUQ e de 20 cm nos de concreto sem armação, algo incomum em equipamentos desse porte”, diz Rubens Brito, gerente de produtos da Brasif responsável pela linha Bomag. Além do ganho de produtividade, Brito cita outra vantagem proporcionada pelo sistema de descarga frontal dessa fresadora: como o caminhão não precisa trafegar em marcha à ré durante a operação de carregamento, seu conjunto de embreagem é menos solicitado e os custos de manutenção do veículo diminuem. A BF1300\30 pode ser equipada com sistema de nivelamento a laser ou eletrônico, à escolha do usuário, e dispõe de gerenciamento eletrônico da manutenção, por meio de um sistema de autodiagnóstico que pode ser acessado por um computador portátil. Segundo Brito, o equipamento foi projetado para atingir máxima autonomia durante a operação. Além disso, a fresadora dispõe de um sistema pneumático que confere autonomia nas limpezas com ar comprimido no campo, como radiador, filtros e outros. As ferramentas de corte também podem ser trocadas in loco e com rapidez, uma vez
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Ferramenta de corte permitem trocas mais rápidas dos bits
que não são soldadas ou fixadas por parafusos. “Elas são encaixadas por pressão pneumática”, diz Brito. Ele explica que os bits são dispostos de modo que um proteja o outro. Dessa forma, se um quebrar durante a operação, os demais sofrerão desgaste regular até a troca do componente danificado. Principais evoluções A Dynapac, por sua vez, oferece aos clientes brasileiros uma ampla linha de fresadoras, com equipamentos na faixa de 35 cm a 2,10 m de largura de operação. A menor da linha tem 4,25 t de peso operacional e motorização de 60 hp, atingindo uma profundidade de corte de 10 cm. “O mercado de pavimentação cresceu nos últimos três anos, mas observamos uma demanda maior pelo modelo PL 1000, lançado durante a M&T Expo 2006, que possui 12 t de peso operacional e trabalha na faixa de 1 m de largura”, diz Luis Lemos, gerente de vendas da empresa. Ele também vislumbra um mercado promissor para os modelos na faixa de 35 cm e 50 cm de largura de operação, mais indicados para obras urbanas. “Eles conferem alta rentabilidade ao serviço, pois evitam o desperdício de
material durante a fresagem”. Segundo Lemos, a eletrônica embarcada figura entre os itens mais significativos de evolução tecnológica incorporada pelas atuais fresadoras. “Nos nossos modelos, ela controla a tração e o sistema de nivelamento, que permite ao equipamento compensar automaticamente as irregularidades topográficas do asfalto e cumprir os parâmetros de trabalho pré-determinados no projeto.” Além disso, o executivo ressalta o progresso no desenvolvimento de novas geometrias de bits e no sistema construtivo dos rolos de fresagem. Tais inovações, segundo ele, proporcionam melhor desempenho e estabilidade aos equipamentos durante a operação, diminuindo o desgaste das ferramentas de corte e a incidência de quebras das mesmas. “Os bits também foram programados para possibilitar sua troca rapidamente e o sistema de corte evoluiu ao ponto de operar mesmo com materiais não fresáveis, como rochas e bueiros”, ele complementa.
Bomag/Brasif: www.brasifmaq.com.br Ciber: www.ciber.com.br Dynapac: www.dynapac.com.br Pavisan: www.pavisan.com.br Terex: www.terexrb.com.br
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RECICLADORAS
Equipamentos aproveitam o material removido
S
e o mercado de fresadoras se caracteriza pela evolução tecnológica dos equipamentos nos últimos anos, em outro segmento de máquinas rodoviárias o salto foi ainda maior: são as recicladoras/ estabilizadoras, que praticamente surgiram nesse mesmo período para atender novas soluções em recuperação de pavimento. Segundo Ismael Mendes Alvim, diretor de reciclagem e fresagem da Pavisan Engenharia de Pavimento, construtora especializada nesse tipo de obra, a reciclagem era inexistente no Brasil há uma década e atualmente contabiliza mais de 1,2 milhão de m3 de pavimento reciclado. “Como o sistema aproveita o asfalto e parte da base da pista a ser restaurada, há uma economia de custos e menor impacto ambiental devido ao fato de não haver importação de materiais e o uso de bota-foras”, diz ele. O executivo explica que as novas tecnologias de reciclagem de asfalto e estabilização/homogeneização de
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solos in situ atendem à mudança no perfil das cargas rodoviárias, que resultou na aplicação de maiores esforços sobre o pavimento. “Com o uso desses equipamentos, que incorporam aditivos ao material removido, obtemos uma pista com maior capacidade estrutural e adequada à carga dos veículos mais pesados que hoje transitam pelo País.” A técnica de estabilização de solos emprega equipamentos dotados de tambor misturador e sistema para controle de adição de água, que promovem a correta homogeneização do material na própria pista e numa única passada. “Eles executam a estabilização com solo-cimento, solo-brita e outros; com isso, qualquer tipo de mistura que antes era realizada apenas na usina já pode ser feita na obra.” O resultado, segundo o executivo, é a economia obtida com o menor número de máquinas mobilizadas no canteiro e menos volume de material movimentado. “Nos últimos dois
RECICLADORAS Equipos aprovechan el material removido Si bien el mercado de fresadoras se ha caracterizado por la evolución tecnológica de los equipos en los últimos años, en el de las recicladoras/estabilizadoras, máquinas que prácticamente surgieron en la misma época para ofrecer nuevas soluciones en recuperación de pavimento, el salto ha sido aún más marcado. Ismael Mendes Alvim, director de reciclaje y fresado de Pavisan Engenharia de Pavimento, empresa constructora especializada en este tipo de obra, dice que en Brasil, hasta hace una década, no se hacía reciclaje, mientras que hoy ya se han reciclado más de 1,2 millón de m 3 de pavimento. “Como el sistema aprovecha el asfalto y parte del firme de la calzada a ser restaurada, se logra minimizar los costos y el impacto ambiental, ya que no requiere la importación de materiales ni el uso de vaciaderos”, explica.
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anos, esse segmento cresceu 500% e só nossa empresa executou 500 mil m3 de homogeneização de solos.” Com um faturamento de R$ 16 milhões em 2007 e uma frota composta por 19 recicladoras, 15 fresadoras e sete caminhões distribuidores de cimento, a Pavisan também atua em serviços de fresagem, de reciclagem com adição de cimento e, em menor escala, com o uso de espuma de asfalto. Sua recicladora de maior porte é a WR2000, que atinge 2 m de largura de operação e até 500 mm de profundidade de corte, removendo o revestimento asfáltico e parte da base da pista. De acordo com a fabricante do equipamento, a Ciber, esse modelo conta com unidade de pulverização modular e encontra aplicações em diversos tipos de serviços, como reciclagem a frio, estabilização de solos e pulverização das camadas de asfalto, entre outros. Segundo Rodrigo Magalhães de
Vasconcelos Barros, diretor superintendente da Copavel, a reciclagem de pavimento possibilita uma redução de 20% a 50% no custo da obra, dependendo do estado de conservação da pista, da espessura a ser removida e de outras variáveis. “Na média, é possível estimar uma economia de 30% devido ao aproveitamento de materiais cujo destino seria um bota-fora”, ele afirma. Sua empresa atua na área de consultoria e projeto para reciclagens com espuma de asfalto e restaurações convencionais com fresagem. O executivo explica que, antes da construtora iniciar a obra, sua empresa faz uma avaliação em laboratório do pavimento a ser restaurado, definindo dosagens e especificando a espuma de asfalto a ser reproduzida no campo. Além disso, a Copavel presta serviço de controle tecnológico para construtoras e concessionárias de rodovias. Como exemplo, Barros cita o acom-
No tambor, bicos injetam água e fazem a homogeneização do material
panhamento realizado na restauração da rodovia Anhangüera e na SP-352, da concessionária Intervias. “Como a reciclagem com espuma de asfalto resulta numa estrutura mais resistente que um pavimento convencional e com redução de custo, esse negócio já representa cerca de 30% dos nossos contratos”, ele conclui. Copavel: www.copavel.com.br Pavisan: www.pavisan.com.br
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MANIPULADORES TELESCÓPICOS
A industrialização
chega aos canteiros Versatilidade dos manipuladores telescópicos, que contribuem para a maior produtividade no canteiro, impulsiona a rápida popularização desse tipo de equipamento Rodrigo Conceição Santos
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ma tendência irreversível nos canteiros de obras está popularizando uma categoria de equipamentos praticamente inexistente há alguns anos. Com a industrialização da construção civil, a obra de uma edificação assemelha-se cada vez mais a um processo de montagem, marcado pelo uso intensivo de paredes drywall, vigas, lajes e fachadas prémoldadas que se sobrepõem. Nesse cenário, no qual a busca da produtividade impulsiona o surgimento de novas tecnologias, materiais como tijolos e blocos chegam ao canteiro em pallets e demandam uma solução igualmente produtiva para o seu transporte até o local onde deverão ser montados. Essa necessidade cria as condições para o rápido desenvolvimento do mercado de manipuladores telescópicos ou telehandlers, como esses equipamentos são conhecidos no exterior. Um levantamento junto aos principais fabricantes desse tipo de equipamento constata que a produção mundial de manipuladores já se situa na faixa de 45.000 unidades/ano, volume igual ao de famílias tradicionalmente usadas em construção pesada, como as máquinas para obras rodoviárias, por exemplo. A Europa ainda figura como principal mercado para os
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telehandlers, com cerca de 60% do consumo global, seguida pelos Estados Unidos, com 35% da demanda mundial. No Brasil, onde a demanda por esses equipamentos ensaia seus primeiros passos, as perspectivas também são promissoras. Segundo Paulo Oliveira, gerente de marketing da fabricante JCB, o consumo anual de manipuladores no País ainda é irrisório em comparação com as nações industrializadas, na faixa de uma centena de unidades, mas a demanda tende a crescer em torno de 100% ao ano. Para os que apontam um excesso de otimismo nessas projeções, os especialistas ressaltam os ganhos de produtividade e de segurança que os equipamentos proporcionam à movimentação de cargas. Além de transportar os materiais no canteiro, desde o ponto de descarga até as áreas de armazenamento, eles levam as pilhas de tijolos e as estruturas pré-moldadas aos locais onde serão realmente usados. Como permitem a fixação de vários tipos de implementos na ponta da lança telescópica, de garfos portapallets a caçambas para o transporte de concreto, terra e outros materiais, eles se caracterizam pela ampla possibilidade de aplicações durante a obra.
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MANIPULADORES TELESCÓPICOS
Foto: Terex
La industrialización llega a las obras
Una tendencia irreversible en los obradores está popularizando una clase de máquinas prácticamente inexistente pocos años atrás. Debido a la industrialización de la construcción civil, la obra de un edificio se parece cada vez más a un proceso de montaje, caracterizado por el uso intensivo de paredes de cartón-yeso (drywall), y vigas, losas y fachadas premoldeadas que se superponen. En esta situación, en la que la búsqueda de productividad impulsa el surgimiento de nuevas técnicas, los materiales tales como ladrillos o bloques de cemento llegan al obrador en palletes y exigen una solución igualmente productiva para el acarreo hasta el lugar en que serán usados. Esta necesidad ha dado lugar al rápido desarrollo del mercado de manipuladores telescópicos o telehandlers, como se llaman estas máquinas en inglés. Una encuesta realizada entre los principales fabricantes de este tipo de máquinas constató que la producción mundial de manipuladores ya se encuentra en el orden de las 45.000 unidades/año, cifra similar a las de familias de máquinas usadas tradicionalmente en la construcción pesada, tales como las máquinas viales, por ejemplo. Europa continúa siendo el principal mercado de los manipuladores telescópicos, con aproximadamente el 60% del consumo mundial, seguida por los Estados Unidos, con el 35% de la demanda mundial. En el Brasil, donde la demanda de este tipo de máquinas está dando sus primeros pasos, las perspectivas son prometedoras. De acuerdo con Paulo Oliveira, gerente de marketing de la empresa JCB, el consumo anual de manipuladores en el Brasil todavía es insignificante en comparación con el de los países industrializados, y se encuentra en el orden de las cien unidades, pero la demanda tiende duplicarse de año a año. Frente a los que consideran que hay un exceso de optimismo
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proporcionem maior produtividade ao serviço. Apesar de sua origem norte-americana, a Terex Latin America aposta no conceito europeu para o desenvolvimento do mercado brasileiro de manipuladores, onde comercializa modelos importados da Itália. “São equipamentos mais compactos e confortáveis, com melhor solução de projeto e que possibilitam o uso de uma ampla variedade de acessórios; além disso, eles são oferecidos aos clientes na mesma faixa de preço dos modelos norte-americanos”, justifica Gustavo Faria, diretor de vendas da empresa para a América Latina e África do Sul. A empresa já comercializou no País modelos com até 18 m de altura de lança e 5 t de capacidade de carga, lembrando que o limite
en estas proyecciones, los especialistas destacan el aumento de la productividad y de la seguridad que este tipo de máquinas aporta al movimiento de cargas. Además del acarreo de materiales en el obrador, desde el punto de descarga a las áreas de almacenamiento, también llevan las pilas de ladrillos y las estructuras premoldeadas a los lugares en que serán realmente usados. Como es posible acoplar diversos tipos de implementos en la punta de la pluma telescópica, de horquillas porta palletes a cucharones para el acarreo de hormigón, tierra y otros materiales, estas máquinas se caracterizan por las amplias posibilidades de aplicación a lo largo de la obra. Si la versatilidad contribuye al desarrollo del mercado de manipuladores telescópicos, su consolidación todavía Foto: JLG
Tecnologia européia Se a versatilidade contribui para o desenvolvimento do mercado de manipuladores telescópicos, sua consolidação ainda esbarra em divergências conceituais entre fabricantes norte-americanos e europeus. Enquanto a indústria dos Estados Unidos aposta em equipamentos mais robustos e pesados, com cabines abertas e baixo índice de tecnologia incorporada, os consumidores europeus preferem algo diametralmente oposto. Como muitos telehandlers comercializados no Velho Mundo se destinam a pequenas empresas familiares e lavouras, onde serão operados pelos seus proprietários, o mercado demanda equipamentos com cabine fechada, ar-condicionado e recursos eletrônicos que
Estabilidade no transporte: sistema evita a queda da carga
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para a elevação de materiais se relaciona a um diagrama de altura da sua lança, fornecido pelos fabricantes do equipamento. Dessa forma, à medida que sua lança vai sendo estendida, a capacidade de carga do equipamento diminui. Segundo Faria, a empresa produz um modelo de 25 m de altura de trabalho, ainda não comercializado no País. “Ele está disponível para os clientes brasileiros e conta com mesa giratória de 360o, além de um sistema de patolamento nas quatro rodas, de sensor de nível e computador de bordo que checa a posição da lança e a carga levantada.” No caso dos modelos com até 18 m de altura de trabalho, a Terex
oferece equipamentos com patola nas rodas dianteiras e motor diesel (Tier III), com opção de sistema de turboalimentação. Segundo o executivo, esse sistema permite que ele trabalhe em regiões de altitude elevada sem a perda de eficiência provocada pela menor taxa de oxigênio presente no ar. “Precisamos desmistificar a questão de que os equipamentos com patola frontal só operam se estiverem parados. Mesmo com suas patolas recolhidas, eles são estáveis e se deslocam normalmente com cargas.” Aposta nas locadoras Para Faria, a evolução desse mercado no Brasil passa pelo desenvol-
está obstaculizada por las divergencias conceptuales entre los fabricantes de los EE. UU. y los de Europa. Mientras la industria estadounidense apuesta por máquinas más robustas y pesadas, con cabinas abiertas y bajo índice de tecnología incorporada, los consumidores europeos prefieren exactamente lo contrario. Como muchos de los manipuladores telescópicos comercializados en Europa están destinados a pequeñas empresas familiares y pequeñas propiedades rurales donde serán manejados por sus propios dueños, el mercado demanda máquinas con cabina cerrada y aire acondicionado, además de recursos electrónicos que aumenten la productividad del servicio.
Se as oportunidades de expansão no segmento de manipuladores telescópicos se concentram nas locadoras, segundo avaliação dos próprios fabricantes dos equipamentos, uma consulta às principais rentals brasileiras pode oferecer uma visão das reais possibilidades desse mercado no País. No caso da Solaris, que conta com a maior frota de telehandlers do Brasil para locação, totalizando cerca de 130 unidades, a avaliação é de que há espaço para crescimento. Segundo Paulo Esteves, diretor comercial da empresa, esse parque representa apenas 15% do total de ativos da Solaris, que conta com plataformas aéreas de trabalho e grupos geradores, em um total de 1.500 equipamentos. Ele afirma que a empresa planeja ampliar a participação dos telehandlers no total de seus ativos para cerca de 30% a 35%, nos próximos investimentos em ampliação da frota. “Em 2006, montamos um plano de negócio que vislumbra atingir essa proporção até 2011.” O executivo explica que essa proporção foi determinada em função de comparações com locadoras norte-americanas especializadas em equipamentos de movimentação de pessoal e de cargas. Na sua avaliação, a expansão na demanda dos telehandlers, que está aumentando mas ainda fica abaixo do aquecido mercado de plataformas de trabalho, virá à medida que os clientes perceberem os ganhos de produtividade e de segurança que esses equipamentos proporcionam. Ramon Vazquez, diretor da Mills Rental, que também atua nesse segmento, defende o mesmo ponto de vista. “Se compararmos nossa realidade com a dos Estados Unidos, perceberemos o quanto o nosso mercado é incipiente.” Segundo ele, em 2006 os Estados Unidos tinham uma frota de
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Foto: Mills Rental
Locadoras vislumbram oportunidades
cerca de 50 mil manipuladores telescópicos em operação, que geraram uma receita de locação na faixa de US$ 1 bilhão. Nesse mesmo ano, Vazquez contabiliza uma receita de locação do Brasil de US$ 2,6 milhões, para uma frota de aproximadamente 100 equipamentos então oferecidos pelas rentals. A empresa também está investindo na ampliação da sua frota, com o objetivo de chegar a 2012 com um parque de 1.500 equipamentos para locação. As plataformas aéreas continuarão como carro-chefe, mas a tendência é de maior demanda pelos telehandlers. “Apostamos na popularização desses equipamentos em função de alguns fatores, como a industrialização das obras prediais, o grande volume de projetos em refinarias, siderúrgicas e demais setores industriais e a fidelização das construtoras que já consagraram o uso dos manipuladores como uma rotina em seus canteiros de obra.”
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mentos.” Com isso, os manipuladores tornam-se mais produtivos e ficam menos expostos a riscos de acidentes ou tombamento de carga. Ênfase na dirigibilidade A JCB, que se posiciona como pioneira no segmento de manipuladores telescópicos, também vem incorporando inovações tecnológicas aos seus equipamentos ao longo dos últimos anos. Segundo Paulo Oliveira, gerente de marketing da empresa, ela produz 35 modelos na faixa de 4 m a 16,7 m de altura de lança, com capacidades de carga entre 2 t e 4,5 t, respectivamente.
“O mais comercializado no Brasil é o modelo Loadall 535-125, com alcance de 12,3 m e capacidade de 3,5 t.” Ele salienta que esse equipamento vem com motor de 4 cilindros e 85 hp de potência. “Comercializado na faixa de preço de US$ 130 mil, o Loadall 535-125 conta com direção nas quatro rodas e atinge maior força de elevação de carga, graças ao ângulo da sua lança posicionado mais rente ao chassi”, diz Oliveira. Além da boa dirigibilidade, ele ressalta que o equipamento dispõe de um sistema de absorção de choque que reduz o balanço da carga durante Foto: JCB
vimento de dois tipos de clientes: as locadoras e os usuários finais. “Por meio dos nossos parceiros, dispomos atualmente de uma frota de 40 unidades para locação”, diz ele, apontando ainda a venda de outros 20 equipamentos diretamente para consumidores finais. Ao contrário da Terex, os demais fabricantes de telehandlers apostam basicamente nas locadoras e em máquinas que seguem a vertente tecnológica norte-americana. Hamilton Bogado, gerente geral da JLG no Brasil, ressalta ainda a versatilidade dos equipamentos em função dos acessórios disponíveis, como guincho, extensão para a lança (jib), caçamba para concreto e outros materiais, betoneira e garfo porta-pallets. Segundo ele, a empresa dispõe de modelos com até 16 m de altura de lança, mas a maior demanda se concentra nas máquinas de 13 m de alcance e 3,5 t de capacidade de carga. “Fizemos um estudo de mercado e identificamos que o uso dos manipuladores telescópicos ocorre com maior intensidade em obras de prédios com até quatro andares ou 12 m de altura.” Os manipuladores da marca são equipados com o sistema AccuPlace, desenvolvido pela empresa, que segundo Bogado estabelece o paralelismo entre a carga que está sendo elevada e a superfície na qual ela será depositada. “Quando o equipamento levanta uma pilha de materiais até um determinado andar em construção, há a tendência de sua lança se distanciar do edifício para fazer o ângulo de compensação do braço, o que interfere na produtividade do serviço e na altura alcançada.” Com o sistema AccuPlace, ele diz que esse problema é eliminado. De acordo com o executivo, os equipamentos da JLG também incorporam uma tecnologia de controle de deslocamento. “Ela minimiza o balanço da carga durante o transporte, por meio de um sistema de nitrogênio instalado no conjunto hidráulico da máquina, que amortece seus movi-
Equipamentos operam com vários acessórios
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os deslocamentos, evitando tombamentos e perdas de material no transporte. De acordo com sua avaliação, a JCB detém cerca de 30% do mercado mundial de manipuladores telescópicos, segmento no qual atua há mais de três décadas. “No Brasil, nosso primeiro negócio nessa área data de 1997, quando atendemos um pedido da construtora Norberto Odebrecht”, diz Oliveira. Novo competidor Com três modelos lançados no final de 2007, a New Holland figura como o mais novo competidor no segmento de manipuladores telescópicos. Nicola D’Arpino, gerente de marketing da empresa para essa linha de produtos na América Latina, explica que “a cultura de uso desses equipamentos no Brasil está muito ligada ao mercado de construção civil, enquanto em outros países latino-americanos eles encontram aplicação também na indústria e mineração.” Como exemplo, D’Arpino cita o Chile, onde os telehandlers são largamente utilizados em serviços de apoio em minas subterrâneas. Os três modelos lançados pela fabricante se situam na faixa de 12,7 m a 15 m de altura de
Os planos do grupo Alamo para o Brasil Com a aquisição da área de escavadeiras hidráulicas da Gradall, em 2007, o grupo norte-americano Alamo incorporou novos equipamentos à sua tradicional linha de máquinas para obras de estradas. Uma das novidades, que a empresa já está oferecendo no Brasil, é a escavadeira com braço telescópico, disponível em modelos de 6 m a 15,5 m de altura de trabalho, que atingem capacidades de carga de 3.570 kg a 5.635 kg, respectivamente. “Um dos diferenciais desses equipamentos é seu braço giratório de até 220o ou 360o contínuos, que possibilita seu uso em aplicações nas quais a eficiência e a produtividade da máquina ficariam comprometidas, como a escavação das paredes de um túnel, por exemplo”, diz Guilherme Pecora, diretor comercial do grupo Alamo para a América Latina. Segundo ele, a empresa pretende comercializar 15 unidades desse tipo de equipamento no País em 2008, com ênfase nos mercados industrial e de construção civil. “Entre os nossos principais clientes, estão locadoras como a Guindastec e siderúrgicas como a Cosipa, CST e Usiminas.”
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Foto: New Holland
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Mercado ainda muito concentrado na construção civil
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adequados às normas internacionais de emissões (Tier III), que atingem potências brutas entre 95 hp e 120 hp. Além disso, eles contam com transmissão Powershift e quatro velocidades de deslocamento. “Seu sistema hidráulico tem duas
Tração em todas as rodas Após inaugurar uma fábrica no norte da Espanha, em abril de 2007, exclusivamente para a produção de manipuladores telescópicos, a Haulotte anunciou este ano o lançamento de dois modelos, tanto no Brasil como nos demais mercados globais, que começam a sair da unidade espanhola. Ambos têm capacidade para 4 t de carga, sendo que o menor deles conta com lança
Locadoras ampliam a frota para atender à demanda crescente Foto: Solaris
trabalho, com capacidades de carga de 3 t a 4 t, respectivamente. O chassi e os braços dos manipuladores foram desenvolvidos pela New Holland, com ênfase no equilíbrio e estabilidade operacional. “Com isso, conseguimos proporcionar um centro de gravidade melhor para os equipamentos e centralizar todos os seus comandos numa única alavanca, facilitando o trabalho do operador.” Eles também contam com um único botão para a regulagem da angulação do braço e podem operar com três modos de direção, para atender diferentes necessidades no campo. “Um modo permite a dirigibilidade apenas nas rodas dianteiras, para as operações em altas velocidades, enquanto outro faz a direção atuar nas quatro rodas, permitindo manobras com raio de giro curto, e um terceiro modo realiza a direção lateral, para que o equipamento se movimente como um caranguejo e possa trabalhar rente a uma parede ou prédio”, explica D’Arpino. Os manipuladores telescópicos da marca são equipados com motores
bombas de engrenagens de alta capacidade, que proporcionam um fluxo total de 120 litros por minuto e, dessa forma, permitem que o equipamento realize até três movimentos simultâneos sem perda de produtividade”. Segundo o especialista, a empresa ingressou nesse segmento no Brasil com a importação de 40 unidades, das quais duas já estão operando. Sua expectativa é de vender pelo menos 30 unidades em 2008 e ele não exclui a possibilidade de trazer mais um lote de equipamentos, para atendimento a outros países da América Latina. “Tudo vai depender da demanda do mercado.”
de 14 m e o outro alcança 17 m de altura de trabalho. O diretor geral da Haulotte no Brasil, Wendell Finotti, ressalta que os equipamentos foram desenvolvidos para operar em terrenos acidentados e de difíceis condições de tráfego, por onde devem transportar cargas com eficiência e estabilidade. “Como essa situação de trabalho exige muito do sistema de propulsão dos manipuladores, eles foram dotados de direção e sistema de tração em cada uma das rodas e dos eixos oscilantes”, diz ele. Devido a sua robustez e versatilidade, Finotti vislumbra outras aplicações para os telehandlers, além do mero transporte de materiais paletizados e estruturas pré-moldadas, como a movimentação de solos, britas e a elevação de pessoal nos trabalhos realizados em altura elevada. Nesse sentido, eles podem ser
aplicados em indústrias, mineradoras e empresas agrícolas, embora o setor de construção civil ainda figure como seu principal mercado. “Nessa área, a popularização dessas máquinas ainda está condicionada à modernização dos processos construtivos, a exemplo dos Estados Unidos e Europa, onde eles normalmente operam em conjunto com as plataformas aéreas de trabalho, como uma resposta às exigências de produtividade, de segurança e ao alto custo da mão-de-obra”, conclui o executivo.
Alamo Group: www.alamo-group.com Haulotte: www.haulotte.com.br JCB: www.jcb.com JLG: www.jlg.com Mills Rental: www.mills.com.br New Holland: www.newholland.com.br Solaris: www.solarisbrasil.com.br Terex Latin America: www.terexla.com
Foto: Haullote
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Maioria das aplicações são em edifícios baixos
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