Revista M&T - Manutenção & Tecnologia Nº102 - Maio - 2007 - www.sobratema.org.br
CAÇAMBAS BASCULANTES Máxima produtividade no transporte de materiais CAJAS VOLCADORAS Máxima productividad en el transporte de material
GASODUTO URUCU-MANAUS LOGÍSTICA VENCE A FLORESTA
GASODUTO URUCU-MANAUS nº102 - Maio - 2007
LOGÍSTICA VENCE LA SELVA
EDITORIAL
Criatividade e logística numa obra sui generis Gerenciar um parque de equipamentos, com enfoque no melhor resultado para a empresa em termos de custos e produtividade, requer conhecimentos administrativos, técnicos e atenção aos aspectos logísticos. Essa máxima não chega a ser uma novidade para os profissionais do setor que, a partir das suas rotinas diárias, trabalham para obter máximo resultado com os recursos disponíveis. Algumas vezes, entretanto, determinados projetos de engenharia surpreendem o pessoal de equipamentos pelo nível de desafio imposto, seja na logística de suprimentos, no suporte necessário ao canteiro ou nas adversidades criadas pela região. Esse é o caso da obra do gasoduto Urucu-Manaus, que está sendo construído em plena Floresta Amazônica para abastecer as usinas termelétricas do Norte do País com gás natural. Se a implantação de um gasoduto já demanda uma logística apurada,
devido às características intrínsecas a esse tipo de projeto, os problemas para seu suprimento no meio da floresta tropical superam as expectativas dos mais experientes profissionais do setor. Essa edição de M&T traz uma reportagem sobre como a engenharia brasileira está enfrentando mais esse desafio. Mais do que a criatividade demonstrada pelas construtoras envolvidas no projeto, com a adaptação de caminhões sobre esteiras e de escavadeiras flutuantes, para viabilizar a obra nas regiões alagadas da Amazônia, a lição desse projeto se concentra no cuidadoso planejamento logístico para seu suprimento. O assunto, aliás, prossegue na reportagem sobre mobilização e desmobilização de equipamentos, também presente nessa edição, e demonstra que, cada vez mais, a eficaz gestão da frota representa o diferencial competitivo de qualquer empresa usuária de máquinas pesadas, seja ela uma construtora, uma mineradora ou locadora.
Creatividad y logística en una obra sui generis La gestión de un parque de maquinaria centrada en la obtención del mejor resultado para la empresa, en lo que concierne a costos y productividad, requiere conocimientos técnicos, administrativos y atención a los aspectos logísticos. Esta afirmación no es ninguna novedad para los profesionales del ramo que, desde las playas de máquinas y los talleres mecánicos de sus empresas, se empeñan diariamente para obtener el máximo resultado con los recursos disponibles. A veces, sin embargo, determinados proyectos de ingeniería sorprenden al personal encargado de los equipos por la magnitud del desafío que representan, ya sea con respecto a la logística de suministro, al respaldo necesario en el obrador o a las adversidades impuestas por las condiciones de la región. Es el caso, justamente, de la obra del gasoducto Urucu-Manaus, que se está construyendo en plena selva amazónica para abastecer de gas natural a las centrales termoeléctricas del norte del Brasil. Si, usualmente, el tendido de un gasoducto ya implica una logís-
tica compleja, debido a las características intrínsecas de ese tipo de proyecto, los problemas de suministro en medio de la selva tropical van mucho más allá de lo esperado por los más experimentados profesionales del ramo. En este número de la revista M&T publicamos un reportaje sobre la forma en que la ingeniería brasileña está enfrentando este nuevo desafío. Más que la creatividad demostrada por las empresas constructoras que participan en el proyecto, al adaptar orugas a los camiones y flotadores a las excavadoras, para hacer factible esta obra en las zonas anegadas de la Amazonia, la lección que deja este proyecto es la cuidadosa planificación logística del abastecimiento. En efecto, el tema se trata en el reportaje sobre la gestión administrativa de equipos, también publicado en este número. De esta forma queda demostrado que, cada vez más, la gestión eficaz de la flota constituye una gran ventaja competitiva para cualquier empresa, ya sea constructora, minera o arrendadora, que use maquinaria pesada.
EXPEDIENTE
SUMÁRIO Capa: obra do gasoduto Urucu-Manaus, na Floresta Amazônica
Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção Diretoria Executiva e Endereço para correspondência: Av. Francisco Matarazzo, 404 – cj. 401 – Água Branca São Paulo (SP) – CEP 05001-000 Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192 Comitê Executivo Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede Vice-Presidente: Benito Francisco Bottino Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta Vice-Presidente: Ivan Montenegro de Menezes Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos Vice-Presidente: Jonny Altstadt Vice-Presidente: Lédio Augusto Vidotti Vice-Presidente: Luiz Carlos de Andrade Furtado Vice-Presidente: Mário Sussumu Hamaoka Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe
Diretoria Técnica Augusto Paes de Azevedo (Caterpillar) - Carlos Arasanz Loeches (Eurobrás / ALEC) - César Schmidt (Liebherr) Christopher Ian Podgorski (Scania) - Edson R. Del Moro (Engepar) - Eduardo M. Oliveira (Santiago e Cintra) Egberto Rosa Campos (Sersil) - Eurimilson João Daniel (Escad) - Franz Treu (Atlas Copco) - Gilberto Leal Costa - Gino Raniero Cucchiari (CNH) - João Lazaro Maldi Jr. (CCCC) - João Ney P. Colagrossi (Metso) - Luis Afonso Pasquotto (Cummins) - Luis Gustavo Pereira (Tracbel) - Marcos Bardella (Brasif) - Mario Humberto Marques (Andrade Gutierrez) - Nathanael P. Ribeiro Jr (Shark) - Nelson Costábile Barros (Constran) - Paulo Gama (Goodyear) - Paulo Lancerotti (Sotreq) - Permínio A. Maia de Amorim Neto (Getefer) - Ramon Nunes Vasquez (Mills) - Silvimar Fernandes Reis (Galvão Engenharia) - Valdemar Shinhiti Suguri (Komatsu) - Vicente Bernardes - Vicente Cracasso (Equisul) - Yoshio Kawakami (Volvo)
Diretor Regional Petrônio de Freitas Fenelon (MG) VPS Engenharia e Estudos Wilson de A. Meister (PR) Ivaí Engenharia de Obras S/A Jose Luis P. Vicentini (BA) Terrabrás Terraplanagem do Brasil S/A Laércio de F. Aguiar (PR) Construtora Queiroz Galvão S/A Antonio Almeida Pinto (CE) Construtora Queiroz Galvão S/A
Gasoduto Urucu-Manaus Gasoducto Urucu-Manaus Logística vence a floresta Logística vence la selva Adaptação em equipamentos e sua logística de mobilização permitem construir 670 km de gasoduto em plena Floresta Amazônica Adaptación de equipos y la logística de su desplazamiento permiten construir 670 km de gasoducto en medio de la selva Amazónica
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Caçambas Basculantes Cajas Volcadoras Máxima produtividade no transporte de materiais Máxima productividad en el transporte de material Novos projetos e desenvolvimento de materiais de proteção reduzem o transporte de “carga morta” em caçambas basculantes Nuevos proyectos y desarrollo de sistemas de protección minimizan el transporte de “cargas muertas” en las cajas volcadoras
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Revista M&T - Conselho Editorial Presidente: Cláudio Schmidt Membros: Adriana Paesman, Agnaldo Lopes, Benito F. Bottino, César A. C. Schmidt, Eduardo M. Oliveira, Gino R. Cucchiari, Lédio Augusto Vidotti, Leonilson Rossi, Luiz C. de A. Furtado, Mário H. Marques, Paulo O. Auler Neto, Permínio A. M. de Amorim Neto, Pedro Luiz Giavina Bianchi, Silvimar F. Reis. Gerente Geral: Hugo José Ribas Branco Produção Gráfica: DSGE Editor: Haroldo Aguiar Revisão Técnica: Norwil Veloso Traduções: Maria Del Carmen Galindez Publicidade: Sylvio Vazzoler, Roberto Prado e Giovana Marques Di Petta A Revista M&T - Manutenção & Tecnologia é uma publicação dedicada à tecnologia, gerenciamento, manutenção e custos de equipamentos. As opiniões e comentários de seus colaboradores não refletem, necessariamente, as posições da diretoria da SOBRATEMA. Tiragem: 12.000 exemplares. Circulação: Brasil e América Latina. Periodicidade: mensal. Impressão: Parma Auditado por:
Filiado à:
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Mob / Desmob Mob / Desmob Quando o ideal é fazer o mínimo Cuando lo ideal es moverse lo mínimo posible Prazos, logística e custo de transporte determinam as estratégias dos usuários de equipamentos na mobilização e desmobilização da frota Plazos, logística y costos de transporte determinan las estrategias de los usuarios de equipos en la gestión de flotas
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MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Ponte Estaiada PUENTE ATIRANTADO Novo cartão postal de São Paulo Nueva tarjeta postal de São Paulo Com dois tabuleiros ancorados num único mastro, por meio de 72 pares de estais, obra da ponte sobre o rio Pinheiros produz mínimo impacto no conturbado trânsito da região Obra del puente sobre el río Pinheiros, con dos tableros anclados en un único pilón por medio de 72 pares de tirantes, provoca impacto mínimo en el caótico tránsito de la zona
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Instalações Elétricas
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Instalaciones Eléctricas O que muda com a NR-10 Cambios con la vigencia de la norma NR-10 Nova versão da norma, que regulamenta a segurança dos trabalhadores nos serviços em redes elétricas, impõe severas penas às empresas que negligenciarem o assunto Nueva versión de la norma, que regula la seguridad en instalaciones y servicios con electricidad, impone severas sanciones a las empresas en caso de incumplimiento
Perfil Quiénes Somos José Gregório da Mata José Gregório da Mata “Boa manutenção começa na operação” “Un buen mantenimiento empieza en la operación”
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SEÇÕES SECCIONES
06 Notas Notas ....................................................................................................................................... 28 Em Foco Primer Plano ............................................................................................................................. 40 Tabela de Custos Tabla de Costos ................................................................................................................ 41 Manutenção Mantenimiento ...................................................................................................................... 48 Espaço AbertoEspacio Abierto ....................................................................................................................
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NOTAS
Ford customiza caminhões direto da fábrica Baseada numa pesquisa, indicando que 63% dos usuários de caminhões realizam alguma mudança em sua configuração para operações específicas, a Ford Caminhões inaugurou o primeiro centro de modificação de veículos do Brasil a funcionar dentro da própria montadora. Batizado de Mod Center, ele ocupa uma área de 6.240 m², na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), e está operando sob responsabilidade da Randon Implementos. O centro tem capacidade para realizar 300 modificações/mês. A vantagem, segundo Flávio Padovan, diretor de Operações da montadora para a América do Sul, é a rapidez na execução do serviço, já que a produção de um veículo especial demandava até três meses. “Reduzimos a movimentação dos caminhões e os custos logísticos por meio de uma planta integrada à fábrica, mas sem interferências na linha de montagem.” Inicialmente, o Mod Center vai realizar 20 tipos de modificações, como a instalação de terceiro eixo, alterações na distância entreeixos, no diferencial e tomada de força, entre outras opções. Mas a montadora acena com a possibilidade de ampliação desse “cardápio”, de acordo com a demanda Mod Center: rapidez nas modificações dos veículos do mercado.
Ferrovia desativada vira correia transportadora A operadora ferroviária MRS Logística prepara-se para iniciar a construção de uma correia transportadora cruzando a Serra do Mar, entre a região do ABC Paulista e Cubatão, na Baixada Santista. Orçado em R$ 200 milhões, o projeto já recebeu a licença prévia do Conselho do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Consema) e será instalado na faixa de domínio da linha de trem funicular (tracionada por cabos), desativada desde 1976. A correia vai se destinar ao transporte de minério de ferro até a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), desafogando o tráfego de outra linha de trem que desce a Serra do Mar, acionada por sistema de cremalheira. Ela terá 20 km de extensão e precisa vencer um desnível de 800 m. Por questões ambientais, a correia será totalmente vedada e sua capacidade deve ser superior a 8 milhões t/ano de minério de ferro. A MRS está formatando seu project finance, que contempla o possível ingresso de sócios ou de empresas dispostas a arcar com seus custos e operação, além de negociar a aquisição de equipamentos e serviços para instalação do sistema. Ele vai operar em dois sentidos, pois também deverá subir a serra para transporte de esLinha instalada vence desnível de 800 m cória e outros produtos.
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Anglo American inicia obras em Barro Alto A mineradora Anglo American iniciou, em junho, as obras para implantação do projeto Barro Alto, que vai consumir US$ 1,2 bilhão para a produção de 36 mil t/ano de níquel contido em ferro-níquel. Localizada em Goiás, a planta entra em operação em 2010 e sua instalação encontra-se em fase de terraplenagem e montagem de uma subestação de 500 KVA, para atender o canteiro de obras. Parte dos equipamentos a serem usados na mina já foi adquirida e outros estão em fase de licitação.
Competição premia inventos ambientalmente corretos Um prêmio de US$ 100 mil está sendo oferecido pela Farnell Newark, multinacional que atua na distribuição de componentes eletrônicos e sistemas de automação, para projetos de engenharia que resultem em eficiência energética ou reduzam a emissão de poluentes na atmosfera. A empresa patrocina a competição internacional “Edge Live” – Electronic Design for the Global Environment (Projeto Eletrônico para o Meio Ambiente Global), destinada a engenheiros e acadêmicos que desenvolvam inventos nessa área. Para isto, o projeto deve contemplar o uso de algum componente eletrônico e o vencedor ganhará um prêmio de US$ 50 mil. Os outros US$ 50 mil serão aplicados no suporte ao desenvolvimento do produto até a fase de protótipo, incluindo estudos de mercado, assessoria jurídica e sua divulgação pelos canais de vendas da empresa. As inscrições estão abertas até 31 de outubro de 2007 e o vencedor será anunciado em janeiro próximo. Maiores informações estão disponíveis no site: www.live-edge.com.
Qualidade e Confiabilidade
A QUALIDADE E DURABILIDADE DA KOMATSU COM A MAIS MODERNA TECNOLOGIA DE MONITORAMENTO DE EQUIPAMENTOS VIA SATÉLITE.
A inovação e alta tecnologia da Komatsu já permitem que seus equipamentos possam vir equipados com o KOMTRAX instalado de fábrica. Esse sistema de monitoramento via satélite proporciona ao usuário acesso remoto a várias informações do equipamento como: localização, horas trabalhadas (produtividade), nível de combustível, temperaturas, pressões, “cerca eletrônica”, datas das próximas manutenções preventivas, diagnósticos, relatórios mensais ou anuais, tudo acessado pela internet.
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GASODUTO URUCU-MANAUS
LOGÍSTICA VENCE A FLORESTA Por Rodrigo Conceição Santos
Adaptação em equipamentos e sua logística de mobilização permitem construir 670 km de gasoduto, em plena Floresta Amazônica, driblando as adversidades da região com mínimo impacto ao meio ambiente Todas as adversidades encontradas por um profissional de construção numa obra de gasoduto, que demanda muita logística para avançar por regiões desabitadas e longínquas, mostram-se pequenas diante do desafio de implantar a linha de dutos Urucu-Manaus. Uma visita aos canteiros de obras desse projeto revela a capacidade de inovação e de planejamento da engenharia brasileira. Afinal, para cortar 670 km de Floresta Amazônica, as construtoras envolvidas na sua instalação precisam enfrentar toda sorte de dificuldades no suprimento de materiais e de equipamentos necessários à obra. O gasoduto Urucu-Manaus está sendo implantado pela Petrobras, que contratou os consórcios OAS/ Etesco, Camargo Corrêa/Skanska e Andrade Gu-
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MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
tierrez/Carioca Engenharia para a construção e montagem de seus três lotes (veja box na página 10). A logística da obra apóia-se sobre 31 canteiros espalhados ao longo do seu trajeto, cuja instalação demandou a abertura de clareiras em plena floresta. Esses canteiros abrigam alojamentos, escritórios, pátios de máquinas e oficinas de manutenção, mas o deslocamento de todos os materiais e equipamentos até as frentes de obras, assim como o transporte dos funcionários, realiza-se apenas por balsas, conforme explica Clorivaldo Binoto, diretor de Obras da Andrade Gutierrez. “Nosso trecho é o mais complicado, pois nessa época do ano, com a cheia dos rios, totalizamos mais de 100 km de extensão do trecho em áreas alagadas”, diz ele se referindo ao lote de 196 km sob responsabilidade do Consórcio Amazonas Gás (Consag), composto por sua empresa e pela Carioca Engenharia. Dificuldades de acesso Se o período de chuva impede a construção do gasoduto devido à cheia dos rios e à formação de muitos igarapés, na estiagem torna-se quase impossível chegar a diversas frentes de trabalho com os materiais e equipamentos necessários, já que as águas baixam e o acesso por balsas fica inviável. “Por isso, o planejamento logístico e as grandes mobilizações devem ser tocados em sintonia com o clima da região”, diz Roberto Padula, engenheiro de produção do Consag. Ele explica que o consórcio aproveita a época das cheias para transportar até o local da obra os dutos e equipamentos mais pesados, como escavadeiras hidráulicas, side booms e tratores de esteiras. Dessa forma, os tubos são enfileirados e soldados ao longo do trajeto do gasoduto, ora boiando so-
Solo úmido: revestimento de concreto evita deslocamento dos dutos
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GASODUTO URUCU-MANAUS
Projeto economiza divisas e reduz emissões de CO2 Projetado para abastecer a capital do Amazonas com o gás natural da província petrolífera de Urucu, o gasoduto Urucu-Manaus vai possibilitar a substituição do uso de diesel nas termelétricas da região. Atualmente, todo o Norte do País permanece isolado do sistema elétrico interligado brasileiro, devido à barreira criada pela floresta tropical para a instalação de linhas de transmissão, e seu abastecimento de energia se faz por meio de usinas térmicas a diesel. Pelos cálculos da Petrobras, que está investindo R$ 2,4 bilhões no projeto, o gasoduto vai gerar uma economia anual de R$ 1,2 bilhão com essa substituição. Os ganhos reverterão para todos os consumidores do País, que subsidiam a onerosa geração termelétrica a diesel da região por meio da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), integrante da conta de energia cobrada de cada cidadão. Além desse benefício, ele representará um ganho ambiental, já que o uso de gás natural elimina a emissão de gases poluentes, em especial o dióxido de carbono (CO2), contribuindo para a redução do efeito estufa no planeta.
bre balsas e ora assentados no fundo dos inúmeros igarapés, onde permanecem até o período de estiagem para seu lançamento em valas. Por esse motivo, os tubos de aço já saem do canteiro soldados em duas peças (double joint), formando uma tubulação de 24 m e, em diversos casos chegam à obra revestidos com concreto, para evitar seu deslocamento por pressão negativa do solo, composto por argila e areia muito encharcadas. O serviço também envolve a mobilização de guindastes, não apenas para a movimentação dos dutos, mas também para a logística de transporte dos equipamentos sobre balsas. Equipamentos especiais Segundo Binoto, da Andrade Gutierrez, mesmo no período de chuvas a empresa está conseguindo executar o projeto dentro do cronograma estabelecido devido à mobilização de equipamentos especiais. É o caso de uma perfuratriz direcional (HDD – Horizontal Direcional Drilling) fornecida pela alemã Herrenknecht (veja box na página 14) para a instalação de dutos sob o leito de rios, lagos e igarapés por método não-destrutivo (MND).
Soldagem: cuidados com a umidade da região
A principal travessia, entretanto, vem sendo realizada pela própria Petrobras, para o lançamento da linha de tubos pelos rios Negro, Solimões e em áreas alagadas do seu entorno. O serviço utiliza um equipamento da própria estatal, a Balsa Guindaste Lançamento 1 (BGL-1), muito empregada na instalação de tubulações na Bacia de Macaé (RJ), para escoar a produção das plataformas de petróleo. Com 121,92 m de comprimento e 30 m de largura, a balsa conta com um guindaste principal de 1.000 t de capacidade (Clyde) e se movimenta como uma “aranha”, usando pontos de ancoragem e cabos de aço durante o arraste flutuante da tubulação. Antes do seu embarque na BGL-1, os dutos são revestidos com concreto
FICHA TÉCNICA Custo da obra: R$ 2,4 bilhões Extensão: 670 km Capacidade: 4,7 milhões m³/dia Objetivo: geração termelétrica Contratante: Petrobras Construção: Consórcios OAS/ Etesco (Lote 1 – Urucu/Coari); Camargo Corrêa/Skanska (Lote 2 – Coari/Anamã); Andrade Gutierrez/ Carioca Engenharia (Lote 3 – Anamã/Manaus) Canteiros de obras: 31 clareiras na floresta Para transitar pelo solo da região, caminhões recebem esteiras em lugar de pneus
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GASODUTO URUCU-MANAUS
Logística vence la selva
Guindaste MD300, da Madal: apoio na mobilização dos equipamentos
– para seu assentamento no leito do rio – e com uma camada anticorrosiva à base de polietileno. Sua montagem é realizada no convés da balsa. Segundo a Petrobras, nas partes do leito onde a vazante é mais forte e naquelas que durante a seca se transformam em praias, a tubulação ficará enterrada. Mas numa obra peculiar como a do gasoduto Urucu-Manaus, que atravessa tantas regiões alagadas, esse não é o único equipamento operando sobre as águas. Além de muitas escavadeiras e side booms trabalharem sobre balsas em diversos trechos do projeto, para o enfileiramento e montagem dos dutos, o Consag adquiriu duas escavadeiras equipadas com esteiras flutuantes, fornecidas pela norte-americana Kory. “Elas não operam em rios e lagos, mas suportam bem o servi-
ço em igarapés e regiões com solo encharcado”, diz Luiz Carlos Kraemer Filho, gerente de Manutenção do Consag. Obra no atoleiro O termo “solo encharcado” traduz com precisão o tipo de terreno enfrentado pelo consórcio na obra
Máquinas operam sobre lama movediça
Todas las adversidades enfrentadas por un profesional en la construcción de una obra de gasoducto, que demanda mucha logística para avanzar por regiones deshabitadas y longincuas, parecen pequeñas frente al desafío de la construcción del gasoducto Urucu-Manaus. Una visita a los obradores y campamentos móviles de estos proyectos revela la capacidad de innovación y de planificación de la ingeniería brasileña. Al fin y al cabo, para atravesar 670 km de selva Amazónica, las empre sas constructoras que participan en el tendido enfrentan un sinfín de dificultades para garantizar la provisión tanto de materiales como de equipos necesarios para la obra. Petrobras está implementando el gasoducto Urucu-Manaus y contrató los consorcios OAS/Etesco, Camargo Corrêa/Skanska y Andrade Gutierrez/Carioca Engenharia para la construcción y el montaje de los tres lotes. La logística de la obra se apoya en 31 obradores y campamentos distribuidos a lo largo de su trayecto, cuja instalación requirió la apertura de claros dentro de la selva. Los alojamientos, oficinas, patios de máquinas y talleres de mantenimiento están en los obradores y campamentos, pero el desplazamiento de todos los materiales y equipos hasta los frentes de obras, así como el transporte de los empleados, se realiza apenas en barcas, como explica
GASODUTO URUCU-MANAUS
Perfuratriz instala 200 m/dia de tubos de aço
Para a instalação dos dutos sob o leito de rios, lagos e igarapés por sistema não-destrutivo (MND), o Consórcio Amazonas Gás (Consag) adquiriu uma perfuratriz tipo HDD (Horizontal Direcional Drilling) da alemã Herrenknecht. Segundo o gerente de Operações de Furos Direcionais do Consag, Maximiliano Castilho, ela tem potência de 250 t e capacidade para instalar tubos de aço
com até 20” de diâmetro, produzindo 200 m/dia de furos. O equipamento opera com jatos de bentonita para a contenção das paredes do furo e conta com um sistema de eletrônica embarcada para seu controle, instalado em cabine externa. Até o fechamento dessa edição de M&T, ele estava executando a perfuração sob o lago Anamã, na 24ª clareira da obra, para a posterior instalação dos tubos. Essa travessia tem 1,3 km de extensão e passa 90 m abaixo do leito do lago. “Teremos travessias maiores, como uma sob o rio Solimões, na região de Coari (AM), com 1,7 km de extensão e 90 m de profundidade”, afirma Castilho. O especialista avalia que cada perfuração desse porte demanda cerca de 30 dias de serviço, além de outros 15 dias para a mobilização da HDD.
do gasoduto. Composto por argila e areia de baixa granulometria, durante as cheias ele se converte numa lama movediça, na qual mesmo equipamentos sobre esteiras podem atolar ou operar com menor produtividade. Sob tais condições, os cuidados com o material rodante, como sua limpeza
e tensionamento regular, tornam-se uma preocupação constante. Para enfrentar essa situação, os engenheiros envolvidos no projeto lançam mão de adaptações nos equipamentos usados com uma criatividade que surpreende até mesmo os mais experientes profissionais do
HDD em operação na travessia sob o lago Anamã
Escavadeiras Doosan fornecidas para a obra
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Clorivaldo Binoto, director de Obras de la empresa Andrade Gutierrez. “Nuestro tramo es el más complicado. Aún así, en esa época del año, con el desbordamiento de los ríos, llegamos a hacer más de 100 km en zonas inundadas”, dice refiriéndose al lote de 196 km bajo la responsabilidad del Consorcio Amazonas Gás (Consag), formado por su empresa y la Carioca Engenharia. Si la época de lluvias impide la construcción del gasoducto debido al desbordamiento de los ríos y la formación de muchos tributarios, en la estación seca es casi imposible llegar a las diversas frentes de trabajos con los materiales y equipos necesarios, ya que con las aguas bajas no podemos usar las barcas. “Por eso, la planificación logística y los grandes desplazamientos de la maquinaria deben hacerse de acuerdo al clima de la zona”, dice Roberto Padula, ingeniero de producción del Consag. Padula explica que el consorcio aprovecha la estación húmeda para transportar hasta el emplazamiento de la obra los tubos y los equipos más pesados, como excavadoras hidráulicas, tractor de pluma lateral sobre orugas. De este modo, se realiza el acopio y el desfile de los tubos a lo largo del trazado del gasoducto y se los suelda, a veces sobre balsas otras veces en el fondo de un sinnúmero de tributarios, donde permanecen hasta la estación seca cuando se los entierra en el fondo de zanjas. Para enfrentar esa situación, los ingenieros que trabajan en el proyecto tuvieron que adaptar los equipos con una creatividad que sorprendió aun a los profesionales más experimentados del sector. Un ejemplo son las orugas instaladas en los ejes trasero y delantero de los camiones 4x4 y de los vehículos de apoyo, como camionetas, usados en la obra. El personal de la empresa constructora Andrade Gutierrez vio ese tipo de adaptación cuando visitó un área de producción de arroz, una solución que vino al dedillo para la obra.
MANUTENÇÃO&TECNOLOGIA
A escavadeira vira side boom Imagine um equipamento que possa operar como escavadeira ou side boom com uma simples troca de lança. Esse equipamento existe e tem nome: chama-se GAT (Guindaste Assentador de Tubos). Desenvolvido pela GTM, ele segue um conceito simples. Em vez do trator de esteiras usado na criação do side boom, a empresa partiu de uma escavadeira hidráulica, à qual incorporou uma lança de guindaste para içamento de tubos. Segundo Lédio Vidotti, diretor da empresa, dois equipamentos – um de 20 t e outro de 30 t – já operam na obra do gasoduto Campinas-Rio. “A grande diferença entre nosso produto e um side boom convencional é a versatilidade, pois ele continua sendo uma escavadeira; já com o uso de um trator o caminho é sem volta”, diz ele. Além da rapidez na substituição da lan-
ça, que pode ser realizada em poucas horas, ele cita outras vantagens do GAT. “Ele conta com cabine fechada, sistema de controle operacional de cargas e realiza giros de 360º no içamento dos tubos.” Nas escavadeiras de 20 t, o comprimento de lança chega a 7.500 mm, enquanto nas de 30 t é de 9.000 mm, atingindo uma capacidade de carga de 16 t e 32 t, respectivamente, a 3 m de raio. Montado sobre escavadeira, equipamento faz giro de 360º
setor. É o caso dos caminhões 4x4 e veículos de apoio (picapes) usados na obra, que estão recebendo esteiras nos eixos traseiro e dianteiro. Em visita a uma produtora de arroz, o pessoal da construtora Andrade Gutierrez viu esse tipo de adaptação e a estratégia mostrou-se ideal para a necessidade da obra. Segundo Kraemer Filho, a eficiência da troca de pneus por material rodante já foi comprovada no eixo traseiro dos caminhões e a adaptação no eixo dianteiro ainda se encontra em fase de testes. “Antes de validarmos essa operação, no entanto, aguardamos que a montadora aprove a garantia mecânica do sistema na mesma proporção oferecida para os modelos sobre pneus.” Ele diz que toda a frota de caminhões Atego 1725, fornecida pela Mercedes-Benz, está recebendo essa adaptação, incluindo sete modelos
GASODUTO URUCU-MANAUS
Caçamba processadora facilita recomposição das valas
Adaptações permitem o transporte de dutos
para uso como guindauto (de 6,2 t de capacidade), dois caminhõestanque para abastecimento da obra (cada um com reservatórios de 10.000 l) e dois modelos para apoio mecânico. Até mesmo as picapes de apoio usadas na obra, como as 55 unidades fornecidas pela Land Rover e Mitsubishi, ganharam esteiras no eixo traseiro em lugar de pneus. O mesmo foi feito com os caminhõesbaú desenvolvidos pela Rossetti para o transporte de pessoal. “Esses equipamentos já continham particularidades que os tornam ideais para nossa obra, como assentos para 30 pessoas e sistema de coleta seletiva de lixo; com a instalação das esteiras, eles ficam ainda mais adequados a nossa necessidade”, diz Kraemer Filho. Frota adaptada As preocupações ambientais, aliás,
vão além da coleta seletiva de lixo e contemplam várias estratégias para o mínimo impacto ao solo, águas, fauna e flora. Procedimentos para a lubrificação dos equipamentos e o correto descarte de óleos, filtros, baterias e demais componentes são seguidos à risca, dentro de uma filosofia já adotada por empresas de ponta em seus departamentos de manutenção. Em relação às adaptações em equipamentos, as novidades não se resumem apenas aos veículos sobre esteiras e às escavadeiras flutuantes. Para transportar os tubos sobre terrenos úmidos e de baixa capacidade de suporte, o consórcio construtor usa um dispositivo que mais se parece com um esqui para neve do que com um equipamento de construção. Desenvolvido por uma metalúrgica de Manaus, ele se apóia sobre pranchas e é tracionado por tratores de esteira.
Um modelo especial de caçamba, dotado de sistema para processar o material escavado, é a aposta da Getefer para otimizar o preenchimento das valas em obras de dutos. Segundo José Luiz Iecco Trottenberg, sócio gerente da empresa, ela opera com despejo de fundo e é equipada com cilindros e discos com dentes para separação ou corte de diferentes tipos de materiais, como solos contaminados, entulhos e restos de madeira. “Com essa caçamba, o material removido pode ser aproveitado na recomposição da vala e, ao mudar o espaçamento entre seus discos, é possível ajustar a granulometria desejada”, diz ele. Produzidas pela finlandesa Allu, as caçambas já são utilizadas em obras de dutos na Argentina, Bolívia, Chile e Venezuela. Mas a Getefer, que distribui os produtos da marca no País, aposta no potencial do mercado brasileiro. “Elas também podem ser usadas em remediação de solos contaminados com a adição de aglutinantes e outros produtos”, afirma Permínio Alves Maia de Amorim Neto, também sócio gerente da empresa. Entre suas vantagens, ele cita a alta produtividade, baixo custo operacional e rapidez na troca do implemento, que é compatível com todas as linhas de retroescavadeiras, escavadeiras hidráulicas (de 8 t a 40 t) e pás-carregadeiras (de 5 t a 26 t) disponíveis no Brasil. Caçamba processadora: ideal para remediação de solos
ANÚNCIO
GASODUTO URUCU-MANAUS No caso de alguns equipamentos sobre rodas, o uso de modelos especiais de pneus e seu revestimento com um sistema metálico conferem maior capacidade de deslocamento. A frota mobilizada pelo Consag totaliza mais de 250 máquinas pesadas, com destaque para as 80 escavadeiras hidráulicas, 42 side booms, 37 tratores de esteira, 60 moto-soldadoras e 55 picapes.
No caso das escavadeiras, os equipamentos são predominantemente da linha Caterpillar, além de 10 unidades fornecidas pela Doosan, em modelos de 8 t a 22 t de peso operacional. Devido às condições do terreno, Kraemer Filho ressalta que a configuração da frota sobre esteiras deve ser avaliada criteriosamente, de forma que seu material rodante exerça mínima pressão sobre o solo.
LOGÍSTICA DA OBRA EXIGIU ADAPTAÇÕES EM EQUIPAMENTOS
No transporte de pessoal, uma logística à parte A construção do gasoduto UrucuManaus está mobilizando cerca de 6.000 trabalhadores e a logística para hospedagem e movimentação de todo esse pessoal pela Floresta Amazônica representa um capítulo à parte. Para o transporte de engenheiros, gerentes de contratos e profissionais graduados, a Petrobras disponibiliza dois aviões com 16 assentos cada, que mantêm linhas diárias de ida e volta em todo o percurso da obra. “A maior parte do pessoal viaja de lancha até as frentes de trabalho”, explica Clorivaldo Binoto, diretor de Obras da Andrade Gutierrez. Segundo ele, o Consórcio Amazonas Gás (Consag) opera entre as clareiras 17 e 24. Até julho, seus funcionários ficaram alojados em Coari, a mais de 200
km de Manaus, e a partir de então foram transferidos para a clareira 17, de onde o acesso a barco para a obra é mais fácil. Entre eles estão os engenheiros Marcos Barsante e Renner da Costa Marques, que revelam o nível de envolvimento da equipe com o projeto. “Ficaremos 21 dias alojados e teremos nove de folga; tudo para facilitar a abertura de valas e o lançamento dos dutos a partir do nosso ponto zero”, dizem eles. O ponto zero, no caso, é a clareira 17. Além desse alojamento, Binoto explica que o consórcio conta com 10 hotéis flutuantes espalhados estrategicamente pelos rios e igarapés ao longo da obra. “Eles têm capacidade para 73 pessoas cada um e são montados sobre balsas de 60 m de comprimento por 15 m de largura”, conclui o diretor.
Andrade Gutierrez: www.agsa.com.br Consag: (97) 3561-2755 / 2431 Getefer: www.getefer.com.br GTM: www.gtm.ind.br Herrenknecht: www.asserc.com.br Petrobras: www.petrobras.com.br
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renco soosan
CAÇAMBAS BASCULANTES
MÁXIMA PRODUTIVIDADE NO TRANSPORTE DE MATERIAIS Novos projetos e desenvolvimento de materiais de proteção reduzem o transporte de “carga morta” e ampliam a vida útil das caçambas basculantes
A
cabou o tempo das caçambas inflexíveis. E igualmente está decretado o fim de estratégias onerosas para se evitar o acúmulo da “carga morta” no transporte de materiais aderentes. Casos como os de empresas que mantinham uma retroescavadeira apenas para limpar as caçambas de seus caminhões, de forma a manter sua capacidade de transporte, estão riscados do mapa. Pelo menos essa é a proposta dos fabricantes desse tipo de equipamento e de seus parceiros, os fornecedores de materiais de desgaste e proteção, como resinas e aços especiais. A Rossetti, por exemplo, acaba de fechar um contrato com a Quicksilver,
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maior fabricante norte-americano de revestimento antiaderente para caçambas de caminhões, e seus produtos já podem sair de fábrica com a camada protetora instalada. Além do custo do serviço estar incluso na aquisição da caçamba, que é passível de financiamento, a parceria possibilita maior rapidez na instalação do revestimento, conforme explica Daniel Rossetti, gerente de Marketing da empresa. “Ao invés de dias, como é comum nos sistemas tradicionais, nosso parceiro consegue aplicar a resina em cinco horas”, ele afirma. A tecnologia chega para facilitar o
despejo de materiais altamente aderentes à chapa de aço, como argila úmida, por exemplo. Daniel vislumbra sua aplicação também em mineradoras de níquel, bauxita e fosfato – materiais que também apresentam alta aderência – onde a dificuldade no basculamento dos caminhões pode comprometer a produtividade da mina. O problema afeta até mesmo as caçambas do tipo meia-cana, cujo design arredondado foi projetado para minimizar esses efeitos indesejáveis. Segundo o executivo, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) vai receber um caminhão de teste para avaliar o novo produto e algumas construto-
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
ras estão aplicando o revestimento em caçambas standard, para uso em terraplenagem. No caso de uma mineradora de níquel, ele diz que o sistema antiaderente será adotado para ampliar a vida útil das caçambas, expostas a um desgaste excessivo devido ao fato de o minério vir acompanhado por rochas. Caçamba meia-cana Daniel ressalta os ganhos obtidos com a caçamba meia-cana, cujo formato arredondado da caixa de carga (sem cantos vivos) facilita o escoamento do material transportado. Construída em modelos de 12 m3 a 20 m3 de capacidade, com chapa de aço de alta resistência ao impacto e abrasão, ela não tem longarinas nem travessas e chega a ser 32% mais leve que os modelos convencionais, proporcionando maior capacidade de transporte e redução no custo operacional dos caminhões. “Como ela não tem quadro superior, seu centro
de carga é mais baixo, conferindo elevada estabilidade ao veículo carregado e articulação extralarga”, diz ele. Para operações de alto impacto, como o transporte de rochas e minério obtidos em primeira explosão, Daniel recomenda a caçamba tipo HeavyDuty, produzida com chapa especial e dotada de revestimento com granalha de aço jateado. A mais recente inovação da empresa, entretanto, é o modelo meia-cana bilateral, que permite bascular a carga lateralmente para os dois lados sem a necessidade de o motorista manobrar o caminhão. Segundo o executivo, o equipamento encontra-se em teste na mineradora de ferro MBR, que acusou ganho no tempo de ciclo de transporte até a planta de britagem. Segundo Luiz Carlos Nespolo, da assessoria técnica de vendas da Facchini, há cinco anos a empresa disponibiliza aos clientes caçambas com basculamen-
Maior vida útil e capacidade de carga para seu caminhão A chapa anti-desgaste HARDOX tem uma exclusiva combinação de alta resistência à abrasão, ao impacto e à deformação, fornecendo aos seus clientes um caminhão mais leve, com maior capacidade de carga e maior vida útil. Prazo de fabricação mais curto HARDOX apresenta ótimas características de fabricação o que permite uma redução no tempo de produção das caçambas. Suporte técnico Nossa equipe tecnica com sua experiência, conhecimento e competência está sempre à disposição para ajudá-lo no desenvolvimento de seu projeto. Os clientes agradecem HARDOX é a chapa anti-desgaste mais conhecida e utilizada no mundo. Exija HARDOX e certifique-se dos benefícios que ela pode proporcionar a sua empresa.
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Máxima productividad en el transporte de material Se acabó el tiempo de las cajas inflexibles. También se llegó al el fin de estrategias onerosas para evitar la acumulación de “carga muerta” al transportar materiales adherentes. Casos como los de empresas que disponen de retroexcavadoras apenas para limpiar las cajas de los camiones, a fin de mantener su capacidad de transporte, van quedando en el olvido. Por lo menos esta es la propuesta de los fabricantes de cajas volcadoras y los proveedores de materiales resistentes al desgaste, como resinas y aceros especiales. La empresa Rossetti, por ejemplo, acaba de firmar un contrato con Quicksilver, el más importante fabricante norteamericano de revestimiento antiadherente para cajas de camiones, y
CAÇAMBAS BASCULANTES to trilateral. O equipamento destinase a aplicações muito específicas e foi desenhado para operações urbanas, onde a falta de espaço para manobras cria dificuldades extras. “Em função de seu design quadrado, ele poderia reter muito material, o que não acontece ao bascular lateralmente”, diz ele. Aços diferenciados A Pastre, por sua vez, aposta no uso de materiais especiais para a diferenciação de suas caçambas. O diretor Industrial Lauro Pastre Júnior afirma que até mesmo os modelos convencionais da marca são fabricados com aço Domex Wear, cuja resistência mecânica e ao desgaste chega a ser 200% maior que a dos aços estruturais nacionais, segundo ele. “Com o uso de produtos de maior qualidade, reduzimos o peso das caçambas e isso se reverte em ganhos na capacidade de carga.” De acordo com Lauro, as caçambas
meia-cana da empresa incorporam o aço Hardox 450, de alta dureza – até 475 HB (brinel). “O aumento na capacidade de transporte, devido à redução no peso das caçambas proporcionado por esse material, chega à faixa de 2,5%.” No rol de qualidades do Hardox 450 ele cita ainda a facilidade de soldagem e de conformação. “Na Europa, já existem casos de caçambas fabricadas com aços de 500 HB de dureza, mas ao ultrapassar esse limite os fabricantes precisam adotar cuidados especiais”, adverte Lauro. Entre os pontos passíveis de atenção, segundo ele, estão o processo de soldagem e o pré-aquecimento. “Começamos a usar o Hardox em agosto de 2006 e os resultados estão sendo surpreendentes.” Além do mercado de construção, que responde por 75% das suas vendas, a Pastre atua nos setores de mineração e agrícola. Para o transporte de areia e brita, por exemplo, seus
Chapa antidesgaste amplia a vida útil caçambas. Boragini explica que a linha é ampla e envolve materiais de 400 HB a 600 HB (brinel) de dureza. “O ganho de vida útil para a caçamba é inegável, mas varia de acordo com o tipo de chapa utilizada e as características físico-químicas da carga transportada.” Mesmo considerando as variáveis envolvidas, ele afirma que a durabilidade de revestimentos com Hardox chega a 22.000 h, mesmo em aplicações mais severas. O especialista não descarta as vantagens dos revestimentos plásticos, que reduzem o peso da caçamba e proporcionam maior capacidade de transporte, além de facilitar o escoamento da carga. Mas ele tem suas ressalvas: “Para determinadas aplicações, a chapa de aço é imbatível, pois duvido que a durabilidade das resinas seja a mesma dos nossos produtos em situações de Revestimento com Hardox: vida útil chega a 22.000 h elevado desgaste.”
Segundo Marcelo Boragini, gerente Comercial da SSAB Brasil, fabricante do aço temperado de baixa liga Hardox, o produto é indicado para situações de extremo desgaste, proporcionando maior vida útil aos sistemas que reveste. “Temos muitas aplicações em caçambas rodoviárias e o mercado de caminhões fora-de-estrada começa a ser desenvolvido”, diz ele. Subsidiária da sueca SSAB, que detém cerca de 30% do mercado mundial desse tipo de chapa de aço, a empresa fornece diretamente para os fabricantes de
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Caçamba bilateral: bascula para os dois lados
sus productos ya salen de fábrica con el revestimiento protector instalado. La tecnología más avanzada ha llegado para facilitar la descarga de materiales que se adhieren fácilmente a la chapa de acero, como por ejemplo arcilla húmeda, mineral de níquel, bauxita y fosfato, y que al volcarlos compromete la productividad de la operación. Este problema afecta inclusive a las cajas de sección poligonal, cuyo diseño fue elaborado especialmente con el objetivo de minimizar este tipo de efecto indeseable. Cuando la principal preocupación es la productividad del transporte de materiales, reducir el volumen de “carga muerta” en cada viaje se ha transformado en una cuestión importante en los sectores de la construcción y la minería. “En el estado de Pará, Brasil, donde la humedad relativa del aire llega a ser del 30%, una caja de 25 m 3 de capacidad, cargada con 40 t de material, en los trabajos de movimiento de tierra acaba reteniendo el 25%, o más, del material como consecuencia de su humedad”, explica Celso Lopes, director ejecutivo de Casquel, empresa especializada en revestimientos antiadherentes. Si la caja está revestida con resina plástica antiadherente, el índice de retención de material disminuye aproximadamente el 98%. “En la mina de hierro de Paragominas, de la Compañía Vale do Rio Doce (CVRD), se usa este sistema para revestir las cajas de los camiones también por motivos de seguridad, pues evita los vuelcos al bascular la caja.”
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
modelos contam com cantos inferiores arredondados, facilitando o escoamento dos materiais. Já as caçambas agrícolas empregam chapas de aço mais finas e atingem maior capacidade volumétrica, devido ao baixo peso específico do material transportado. Aliados da vida útil Quando o assunto é a produtividade no transporte de materiais, reduzir o índice de “carga morta” em cada viagem constitui uma preocupação à parte em aplicações de construção e mineração. “No Pará, onde a umidade relativa do ar chega a 30%, uma caçamba de 25 m3 que leva 40 t de carga em serviços de terraplenagem acaba retendo até 25% ou mais desse material devido a sua umidade”, diz Celso Lopes, diretor executivo da Casquel, empresa especializada em revestimentos antiaderentes. Ao revestir a caçamba com resina plástica antiaderente, ele afirma que o índice de retenção desse material diminui em até 98%. “Na mina de ferro de Paragominas, da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), o sistema foi adotado na frota de caminhões também por questão de segurança, para evitar problemas de tombamento na hora de bascular a caçamba.” Lopes cita a aplicação dessa resina também em mineração de fosfato, outro material com características semelhantes. “No caso da mineração de ferro, há um problema adicional à aderência, que é a abrasividade do material; por esse motivo, para atingir 7.000 h de trabalho, mesmo uma caçamba meia-cana precisa receber um revestimento extra de aço nas chapas laterais e de fundo”, Pastre: aços especiais reduzem peso da caçamba e ampliam capacidade
Resina plástica antiaderente: reduz...
...a "carga morta" em até 98%
diz o executivo. E ele complementa apontando a vantagem da proteção à base de resina: “acontece que o revestimento plástico pesa oito vezes menos que a chapa de aço e atinge 80% da sua durabilidade.” O aumento na durabilidade da caçamba, aliás, é um dos argumentos usados por Lopes. Para um caminhão rodoviário exposto a severa aplicação em mineração, ele estima que sua vida útil situa-se entre 20.000 h e 24.000 h trabalhadas, período superior à durabilidade de sua caçamba, mesmo com reforços em aço. “O limi-
te é a espessura da chapa de fundo, que inviabiliza seu uso ao atingir 5 mm, geralmente na faixa de 15.000 h de operação; já o revestimento com resina plástica atinge 13.000 h de vida útil e pode ser substituído, com a vantagem de se reaproveitar a caçamba na hora de trocar o caminhão”, ele conclui.
Casquel: www.casquel.com.br Facchini: www.facchini.com.br Pastre: www.pastre.com.br Rossetti: www.rossetti.com.br SSAB: www.ssab.com.br
MOB / DESMOB
Cuando lo ideal es moverse lo mínimo posible
QUANDO O É FAZER O
IDEAL
MÍNIMO
Questões de prazo, logística e custo de transporte determinam as estratégias adotadas pelos usuários de equipamentos na mobilização e desmobilização da frota O que parece simples – ter máquinas sempre disponíveis para atender um novo contrato – exige muito planejamento por parte de construtoras e locadoras que atuam em todo o território nacional. Mobilizar equipamentos para um novo canteiro de obras e programar o caminho inverso, a desmobilização, requer uma cuidadosa análise de custos, principalmente em função das distâncias envolvidas para seu transporte entre as várias regiões do País. Por esse motivo, especialistas do setor apontam que o ideal é transportar o mínimo possível. Esse é o caso da Estacon Engenharia, que a partir da sede, em Belém (PA), coordena uma frota de mais de 400 equipamentos para atuação em todo o Brasil. “O custo de logística é muito alto”, diz Gilberto de Castro Bitar, diretor de Apoio Operacional da empreiteira, ao justificar a estratégia adotada nas operações de Mob/Desmob, como são
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chamadas as mobilizações e desmobilizações de um canteiro. “Procuramos fazer toda a manutenção preventiva e corretiva na própria obra e só deslocamos as máquinas para nossa oficina central quando existe frete disponível”, ele afirma. Segundo Bitar, em diversos casos os equipamentos ficam parados na obra até que sejam designados para um novo contrato na mesma região, evitando longos remanejamentos. “Muitas vezes, compensa pagar o aluguel de um pátio no local em vez de desmobilizar a frota para a nossa central de equipamentos”, diz. Vantagens da locação O planejamento também deve contemplar uma variável muito comum no setor: as possíveis paralisações da obra. “Atualmente, estamos realizando um projeto de pavimentação, no Sul do Pará, onde a incidência de chuva no inverno impede a execu-
Lo que parece sencillo – tener máquinas siempre disponibles para trabajar en un nuevo contrato – exige una planificación exhaustiva por parte de las empresas constructoras y arrendadoras que actúan en todo el Brasil. Trasladar los equipos a un nuevo obrador y programar el camino inverso, la retirada, requiere un análisis de costos cuidadoso, principalmente debido a las grandes distancias que hay entre las distintas regiones del País. Por ese motivo, especialistas del sector destacan que lo ideal es moverse lo mínimo posible. Ese es el caso de la empresa Estacon Engenharia, que a partir de su sede ubicada en Belém, estado de Pará, coordina una flota de más de 400 equipos que trabaja en todo el Brasil. “Los costos de logística son muy elevados”, dice Gilberto de Castro Bitar, director de Apoyo Operacional de la empresa contratista, al hablar sobre las estrategias empleadas en las operaciones de traslado y retirada de equipos de un obrador. “Tratamos de hacer todo el mantenimiento preventivo y correctivo en la obra y solo trasladamos las máquinas a nuestro taller central cuando hay disponible algún medio de transporte”, explica. Bitar informa también que, en diversos casos, los equipos permanecen en los obradores hasta que se los designe para trabajar en un nuevo contrato en la misma región, lo que evita hacer largos y costosos desplazamientos. “A menudo, compensa pagar el alquiler de un patio en lugar de transferir la flota a nuestra central de equipos”, finaliza.
MOB / DESMOB ção do serviço durante essa época do ano.” Nesse caso, o executivo explica que os equipamentos chegam a ficar parados até cinco meses no canteiro, para evitar custos de mobilização e desmobilização. A manutenção da frota continua sendo feita no canteiro, mesmo com a construção paralisada, e a experiência levou a Estacon a adotar uma nova política para uso dos equipamentos. “Agora vamos estudar mais atentamente o clima de cada região. No Sul do Pará, por exemplo, a idéia é alugar as máquinas na época de estiagem e devolvê-las no período de chuvas, eliminando ociosidades e custos de mob/desmob”, explica Bitar. A construtora ARG, de Minas Gerais, também se depara com situações onde a locação mostra-se mais atrativa que o uso de frota própria, principalmente em mobilizações imediatas ou por curto período de tempo. “Nesses casos, se temos a máquina no Norte do País e precisamos dela no Rio Grande do Sul, o melhor é alugar”, diz o engenheiro Nathaniel Ribeiro Neves Neto. Custo de transporte Quando se trata de mobilizar equipamentos pesados, porém, outro tipo de locação merece a atenção das
empreiteiras: o de carretas para seu transporte. E dessa necessidade nem mesmo as rentals escapam. A Escad, por exemplo, que opera com um parque de 250 máquinas para locação, estipulou as condições para uso de carretas próprias e quais delas empregar no transporte de determinado tipo de equipamento. “Se a distância de ida for superior a 300 km, contratamos uma transportadora”, diz Eurimilson João Daniel, diretor de Planejamento da locadora. Ele explica que, ao deslocar equipamentos por longas distâncias com carreta própria, a empresa assimila custos logísticos de ida e de volta, o que é um desperdício. “Como não somos transportadores, a legislação não nos permite trazer carga de terceiros e, ao contratar uma empresa desse setor, arcamos apenas com a despesa de ida.” Mesmo quando a mobilização é feita na Grande São Paulo, principal área de atuação da Escad, ele adota políticas para o melhor aproveitamento do transporte. “Temos que empregar o recurso mais adequado para cada equipamento, senão seria como contratar uma van para levar apenas uma pessoa ou usar um carro de passeio para levar seis pessoas.” Um exemplo é o deslocamento
Custo do frete é uma das variáveis analisadas na operação
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Manutenção no próprio canteiro reduz custos de mob/desmob
de uma escavadeira hidráulica, que exige uma carreta tipo prancha com 3 m de largura, enquanto um caminhão trucado de 10 t basta para o transporte de uma retroescavadeira. Questão do prazo Daniel também pondera que a urgência do equipamento deve ser considerada. Segundo ele, usar as carretas da própria empresa significa ser mais ágil, pois a locação de um equipamento consome até um dia de negociação e pode resultar numa mobilização imediata. “Esse é mais um motivo para só usarmos nossas carretas em transporte de curta distância, já que nas regiões metropolitanas atrasos de um dia são inadmissíveis.” Numa obra cuja mobilização exige três ou quatro dias de transporte, ele avalia que um dia a mais não impacta tanto no
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
b
andamento do projeto. Assim como a Escad, a construtora ARG não abre mão de trabalhar com carretas próprias, responsáveis por cerca de 30% das operações de mob/desmob. “A grande dificuldade é quando a decisão pelo início da obra se arrasta e acaba sendo definida de imediato. Aí a mobilização passa a ser urgente e, por esse motivo, temos que ter carretas no pátio”, explica Neto. Mão-de-obra local Segundo Edson Del Moro, diretor de contratos da locadora Engepar, a interrupção no ciclo de grandes obras no País provocou uma escassez de mão-de-obra especializada, como operadores de equipamentos e mecânicos. “Esse problema torna-se mais sensível em regiões remotas e muitas vezes precisamos mobilizar profissionais de São Paulo para obras em outros estados.” Nesse caso, ele ressalta
que o custo de mão-de-obra acaba aumentando devido a despesas de moradia e de transportes regulares para visitas do funcionário à família. Del Moro explica que a empresa procura contratar mão-de-obra local e investir no seu treinamento. “Há alguns anos, tínhamos margem para manter profissionais em espera até começar outra obra na região, mas com a escassez de projetos de infraestrutura, essa ociosidade já não é mais permitida e, muitas vezes, contratar pessoal vira uma prioridade a cada obra que começa.” A locadora Entersa também privilegia a contratação de profissionais locais, mas não se arrisca a seguir essa política em relação à mão-de-obra especializada. “Sempre enviamos alguns encarregados e mecânicos para atender contratos em regiões distantes”, diz Múcio Pereira de Mattos, diretor superintende da empresa. Esse atendimen-
Frota de equipamentos da Engepar
to exige a mobilização de ferramental apropriado e, no caso de obras de longa duração, até mesmo de um contêiner com maquinário para a oficina. “Os custos com o pessoal aumentam, pois além dos deslocamentos desse funcionário para visitas à família, precisamos arcar com horas-extras de outro mecânico para cobrir seu posto”.
ARG: (31) 2103-7000 Engepar: www.engepareng.com.br Entersa: (11) 3812.5855 Escad: www.escad.com.br Estacon: www.estacon.com.br
EM FOCO
AUTOMAÇÃO AMPLIA SEGURANÇA DOS GUINDASTES A preocupação com a segurança em içamento de cargas, tanto na área petroleira como na de construção, mineração e movimentação portuária, não pára de impulsionar a evolução tecnológica das ferramentas de controle dos guindastes. Um exemplo desse avanço são os sistemas de células de carga do tipo Indicador de Momento de Carga – LMI (Load Moment Indicator), que alertam o operador quando o equipamento se aproxima de uma sobrecarga e bloqueiam seus movimentos se a advertência não for respeitada. Instalado em qualquer tipo de guindaste, o sistema registra em sua memória a tabela de carga do fabricante e atua interligado a um microprocessador e diversos sensores. Além de controlar o limite de carga, ele pode indicar a capacidade estrutural do guindaste para cada manobra, ângulo de operação, comprimento da lança, guincho em uso, raio e altura da cabeça da lança. Alguns modelos possuem caixa preta (datalogger) e software para o registro detalhado de todas as operações, bem como a função de autodiagnóstico e comandos em várias opções de idiomas, inclusive o português, entre outras funcionalidades. “Os benefícios obtidos com o uso do indicador de momento de carga são tanto humanos quanto econômicos, pois além de evitar acidentes, ele possibilita maior rendimento da operação e ganhos de produtividade”, afirma Enzo Bisignano Castillo, gerente de Vendas da canadense Rayco-Wylie Systems, que desenvolve esse tipo de solução. Mesmo em países que não desfrutam dos benefícios de segurança proporcionados pelo sistema, seja
LMI: segurança na reforma de guindastes antigos
por dispor de uma frota de guindastes antigos ou pela ausência de uma legislação sobre o assunto, Castillo diz que o cenário pode mudar. “Guindastes de qualquer tipo podem ser reformados e atualizados tecnologicamente com a instalação de LMI para se manter ao nível de máquinas novas e que já saem de fábrica com essa ferramenta como item de série.” Rayco-Wylie Systems: www.raycotech.com
ESTRATÉGIA ITALIANA PARA O MERCADO BRASILEIRO DE MÁQUINAS Os fabricantes de equipamentos para construção da região de Molise, no Sul da Itália, estão dispostos a competir no mercado brasileiro com maior afinco. Com o apoio da Câmara de Comércio dessa região, do Instituto Italiano para Comércio Exterior (ICE) e do consulado do país em São Paulo, eles montaram um escritório na capital paulista para divulgação e suporte técnico aos seus produtos (Desk Molise). A iniciativa é comandada pela CMV, que há cerca de 10 anos fornece seus equipamentos para obras de fundações no Brasil, mas
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conta com o envolvimento de outras empresas da região, tradicional pólo metal-mecânico da Itália. Segundo Giuseppe Senatore, diretor da CMV, o objetivo é encerrar 2007 com cerca de 5 milhões de euros em vendas no País, onde a empresa já soma um parque instalado de cerca de 40 perfuratrizes hidráulicas. “Estamos preparando a instalação de uma oficina para a assistência técnica aos clientes e o estoque de peças”, diz ele. O empresário Orlando Beck, da Obeck, que representa a marca no Brasil, ressalta que seus
equipamentos se caracterizam pelo uso de componentes disponíveis no mercado nacional. “Como eles seguem a filosofia italiana em máquinas para fundações, destacam-se por serem mais leves e versáteis, possibilitando realizar vários serviços com o mesmo modelo, como estacas escavadas, hélice contínua e parede diafragma”, complementa Michele Cordia, diretor da empresa Costa Fortuna, especializada em engenharia de fundações. Desk Molise: (11) 2148 7273
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
ATLAS COPCO INVESTE EM REFORMA DE EQUIPAMENTOS Com investimentos de R$ 2 milhões, a Atlas Copco inaugurou, no final de maio, um novo centro de serviços para sua linha de equipamentos de construção e mineração (divisão CMT – Construction and Mining Technique). Localizado em Belo Horizonte (MG), ele ocupa uma área de 3.500 m2 destinada a reparos e testes nos produtos da empresa, além de possibilitar a manutenção em subconjuntos como motores, bombas, sistemas de transmissão e automação. O objetivo é ampliar a participação dos serviços nos negócios da empresa e fidelizar os clientes com a maior capacidade de atendimento, conforme explica Franz Treu, diretor da divisão CMT. “Com esse centro de pós-vendas, podemos agir de forma mais rápida e eficiente no suporte aos usuários dos nossos equipamentos”. Segundo ele, a planta permite realizar reformas completas em até cinco máquinas pesadas simultaneamente, sejam elas sobre esteiras ou pneus. Dos serviços prestados, o executivo avalia que 70% se referem aos clientes de mineração e 30% aos de construção civil, motivo pelo qual a unidade foi instalada em Belo Horizonte. Além de apresentar forte participação dessas duas atividades econômicas, a capital mineira se destaca pela facilidade logística no atendimento às demais regiões do País e pela concentração de fornecedores qualificados. Treu ressalta que a nova unidade também vai se destinar ao treinamento dos profissionais da empresa e dos clien-
Franz Treu e Bjorn Rosengreng, presidente mundial da Atlas Copco CMT (destaque), na inauguração da nova unidade
tes. “Um usuário bem treinado é um cliente mais satisfeito, pois está apto a aproveitar ao máximo os recursos dos nossos equipamentos e aumentar sua produtividade”, diz ele. A opinião é compartilhada por Celso Mazzari, diretor da Metal Ar, que atua em serviços de perfuração e desmonte para mineração. “Além de a Atlas Copco oferecer atendimento em todo o País, seus equipamentos atingem alto nível de qualidade e atendem as demandas das nossas operações”, diz ele. Atlas Copco: www.atlascopco.com.br
EM FOCO
RETROS DA CASE
AOS 50 ANOS, NOS, GANHAM FLEXIBILIDADE PARA DIFERENTES APLICAÇÕES
F
lexibilizar o uso do equipamento para diferentes aplicações, que exigem men menor custo operacional ou maior desempenho no carregamento, é a proposta da Case com o lançamento da série M da sua linha de retroescavadeiras 580. Elas chegam ao mercado no ano em que a empresa comemora o cinqüentenário da primeira retro produzida em fábrica, sem ser uma solução adaptativa sobre um trator agrícola. Segundo Roque Reis, diretor Comercial da empresa, as novas retros estão sendo produzidas em quatro configurações – 580M, 580M Performance, 580M Turbo e 580 SuperM – que oferecem potência líquida entre 75 hp e 85 hp, com torque de até 313 Nm (veja quadro abaixo). “Elas atendem as mais diferentes necessidades dos usuários dentro da melhor relação custo/benefício; no caso do modelo top de linha, por exemplo, atingem elevada
força de tração e desag desagregação, vencendo rampas carregadas sem a necess necessidade de freqüentes trocas de marcha”, diz ele. Os equipamentos pod podem ser dotados de cabine fechada – item stand standard nos modelos M Turbo maior cone SuperM – proporcionando pr operador. “Acreditamos que forto ao op segmento vai migrar para esse se o uso desse tipo de cabine, pois está comprovado que ela proporciona até 20% a mais de produtividade, a um custo adicional de 8% na aquisição da máquina”, pondera Reis. pon inovações da série, Entre outras out compacto e balanele aponta o perfil mais m cujo ângulo negativo do ceado dos equipamentos, cu braço traseiro possibilita maior estabilidade às operações. O acesso à manutenção também foi facilitado com ções o posicionamento de alguns sistemas da máquina para otimizar a troca de óleos, filtros e correias, entre outros componentes. De acordo com Roque Reis, desde que as primeiras retroescavadeiras da marca chegaram ao Brasil, em 1969, elas lideram as vendas nesse segmento e, nos últimos 10 anos, detêm participação média de 40% do mercado. “Com a série M, nos preparamos para manter nossa marca na dianteira desse setor, que é o responsável pelo maior volume de negócios na área de equipamentos para construção.” Para se ter uma idéia dos números, em 2006 o País consumiu 2.400 unidades de retros – 961 delas da Case – com um crescimento de 61,6% em relação a 1995. Em 2007, a empresa estima uma demanda de 2.900 equipamentos e uma participação de 38% nas vendas. Case: www.casece.com.br
Características da série M MODELO
580M STANDARD
580M PERFORMANCE
580M TURBO
580 SUPERM
Potência Líquida do Motor
75 hp
78 hp
85 hp
85 hp
Torque Líquido
288 Nm
287 Nm
313 Nm
313 Nm
Características
Cabine aberta ou fechada; tração 4x4 ou 4x2; braço extensível.
Cabine aberta ou fechada; tração 4x4 ou Cabine fechada; tração 4x4; braço 4x2; braço extensível. extensível.
Aplicações
Baixo custo de operação: locadores e prefeituras.
Maior desempenho no carregamento.
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Carregamento e deslocamentos com cargas ou em aclive acentuado.
Cabine fechada; tração 4x4; braço extensível; maior força hidráulica, de elevação e desagregação. Maior força de desagregação; assentamentos de manilhas, pilhas de cimento.
PONTE ESTAIADA
Foto: Mills
Nueva tarjeta postal de São Paulo
NOVO CARTÃO
POSTAL DE SÃO PAULO
Com dois tabuleiros ancorados num único mastro, por meio de 72 pares de estais, a obra da ponte sobre o rio Pinheiros produz mínimo impacto no conturbado trânsito da região
Foto: Marcelo Vigneron
por Haroldo Aguiar
Norberto Duran, da Emurb
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Havia um rio no meio do caminho e muito caos no trânsito da região. Para quem conhece o conturbado trânsito de São Paulo, a frase acima nada tem de poética – apesar da referência ao célebre verso de Carlos Drummond de Andrade. Ela traduz a desordenada ocupação urbana ao longo da Marginal do rio Pinheiros, na zona Oeste da capital paulista, que há anos impunha a necessidade de uma ponte para a travessia entre as duas margens desse rio, entre os bairros da Vila Olímpia e Morumbi. A ponte em questão, integrante do complexo viário Real Parque – que se iniciou com a implantação da avenida Jornalista Roberto Marinho – começa a tornar-se realidade e promete se transformar no novo cartão postal da cidade. Isto porque ela é susten-
Había un río en medio del camino y mucho caos en el tránsito de la zona. Para quienes conocen el tránsito caótico de la ciudad de São Paulo, la frase anterior no es nada poética – a pesar de la referencia al célebre verso de Carlos Drummond de Andrade. Ella traduce un proceso de ocupación urbana desordenada a lo largo de la avenida de circunvalación Marginal do rio Pinheiros, en la zona Oeste, que desde hace ya bastantes años planteó la necesidad de construir un puente que uniera sus márgenes, entre los barrios Vila Olímpia y Morumbi. El puente en cuestión, que forma parte del complejo vial Real Parque – iniciado con la construcción de la avenida Jornalista Roberto Marinho –, empieza a hacerse realidad y promete transformarse en la nueva tarjeta postal de la ciudad por estar sostenido por tirantes apoyados sobre un único pilón en forma de X de 138 m de altura. “Se trata de un proyecto de puente atirantado único en América Latina, pues cuenta con apenas un pilón para el anclaje de los dos tableros sobrepuestos y en curva”, afirma Norberto Duran, gerente de Obras de Emurb (Empresa Municipal de Urbanización), que está a cargo de la contratación del proyecto. La opción por un puente atirantado, además de ser estéticamente la mejor solución, posibilita cubrir el tramo central de 290 m de luz sobre el río Pinheiros, así como sus área adyacentes repletas de obstáculos, como los dos carriles de la vía Marginal, vías de tren, canalizaciones de aguas, central de bombeo del río, estaciones transformadoras y líneas de transmisión de energía eléctrica, con un impacto ambiental mínimo.
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Ponte estaiada vai desafogar o caótico trânsito da região
tada por estais, que se apóiam sobre um único mastro em forma de X, com 138 m de altura. “Trata-se de um projeto único de ponte estaiada na América Latina, pois ela conta com apenas um mastro para o suporte de dois tabuleiros sobrepostos e em curva”, afirma Norberto Duran, gerente de Obras da Emurb – Empresa Municipal de Urbanização, a responsável pela contratação do projeto. Além de proporcionar melhor aspecto estético, a opção por uma ponte estaiada possibilitou vencer com mínimo impacto os 290 m de vão sobre o rio Pinheiros, bem como suas áreas de entorno repletas de interferências, como as duas pistas da via Marginal, uma ferrovia, uma adutora de água, uma estação para bombeamento do rio, subestação de energia e linhas de transmissão. Os dois tabuleiros, cada um com 16 m de largura e três faixas de rolamento, são construídos em concreto armado
e protendido, sobre laje de 48 cm de espessura e com longarinas laterais para ancoramento dos estais. Eles ficam separados por um gabarito de 6 m de altura, possibilitando o acesso às pistas da via Marginal em dois sentidos (ida e volta). O sistema estaiado abrange apenas 580 m de tabuleiros (os 290 m de travessia sobre o rio em cada pista), empregando 36 pares de estais em cada lado do mastro, espaçados em distâncias de 6,5 m – no sentido da avenida Jornalista Roberto Marinho – e de 7 m – no sentido do rio Pinheiros (veja quadro na página 34). Avanços controlados A construção desse trecho está sendo realizada por sistema de balanços sucessivos, com o uso de treliças para o lançamento de cada segmento de aduelas em concreto pré-moldado. “Esse é o principal desafio da obra, pois os avanços são alternados em
cada um dos quatro lados dos dois tabuleiros, e programados de acordo com a concretagem do mastro de sustentação”, explica Duran. Afinal, a execução dessa estrutura em X precisa avançar para a instalação dos estais que vão sustentar as aduelas lançadas e, ao final de cada etapa, todo o projeto deve ser recalculado para análise da estabilidade da estrutura. “O comportamento de toda a ponte foi testado em túnel de vento e a reação das forças atuantes sobre ela vem sendo monitorada regularmente durante a obra por meio de instrumentos como clinômetros, acelerômetros e outros”, diz o engenheiro. O mastro de ancoragem, também construído com concreto armado e protendido, apóia-se sobre quatro blocos de fundação, cada um deles sustentado por 28 estacas de grande diâmetro, além de reforços com estaca raiz. O trecho não estaiado dos tabuleiros (convencional), que soma mais 2.060 m de extensão, será realizado com vigas e placas de concreto pré-moldado até o engaste nas alças de acesso, de forma a minimizar a necessidade de cimbramento para sua execução e o conseqüente impacto sobre o conturbado trânsito da região. Para isso, a obra conta com um pátio para a produção de pré-moldados no próprio canteiro. Segundo Duran, a execução da torre de sustentação constitui o ponto nevrálgico da obra, pois além de definir o ritmo de construção dos tabuleiros, ela fica rente a uma linha de trem e a uma das pistas da Marginal
PONTE ESTAIADA
Sistema de fôrmas agiliza a concretagem Responsável pelo fornecimento das fôrmas e escoramentos para a obra da ponte Jornalista Roberto Marinho, a Mills precisou desenvolver soluções técnicas específicas sobre seu tradicional sistema de fôrmas trepantes, com o objetivo de proporcionar maior produtividade às concretagens e alto índice de reaproveitamento dos materiais. “Como o mastro de sustentação é em formato de X e possui seção variável, cada lançamento de concreto é diferente do anterior, pois a estrutura a ser executada ora está em ângulo negativo, ora em ângulo positivo e outras vezes em posição vertical”, explica Ricardo de Araújo Gusmão, gerente de Contratos da divisão Construção da empresa. Para facilitar a movimentação das fôrmas trepantes, ele explica que a empresa projetou uma mísula espe-
cial, acionada por pinhão e cremalheira e dotada de tensores (sistema hidráulico) para liberação dos seus escoramentos. “Com a ancoragem resolvida para a instalação e remoção das fôrmas, conseguimos reduzir o ciclo de concretagem, previsto inicialmente entre seis e sete dias, para a média de quatro dias”, diz Gusmão. Cada avanço envolve a execução de 3 m de estrutura vertical. Como a seção da estrutura diminui a cada avanço, o diagrama de uso das fôrmas proposto pela empresa possibilitou um aproveitamento de sete vezes para as chapas (fôrmas de alumínio Aluma), e em alguns casos até mais. Tudo com a redução de seus espaçadores de madeira e até mesmo com o corte de uma das três chapas usadas em cada face concretada, à medida que a seção se estreitava ainda mais. “O serviço vem sendo reali-
Pinheiros. “Para isso, adotamos sistemas de cimbramento reforçados com telas que suportam a queda de muitas toneladas.” A concretagem dessa estrutura, aliás, representa um capítulo à parte nessa obra, dada a estratégia
adotada para sua segurança e produtividade (veja box acima). Para sua construção, a OAS, contratada para a execução do serviço, mobiliza dois guindastes tipo torre, usados na fixação das ferragens, no lançamen-
zado no próprio local de concretagem, antes do avanço para a próxima etapa, o que também contribui para a maior produtividade.” Quando a fôrma já não atinge as dimensões necessárias para a próxima concretagem, Gusmão explica que outra peça está montada no solo e pronta para ser içada pelo guindaste. Segundo ele, até os 12 m de altura, a estrutura foi concretada com fôrmas convencionais (modelo SL2000), usando estruturas de aço e chapas de compensado. A partir desse ponto entraram as fôrmas trepantes Aluma, de alumínio.
Mísula desenvolvida pela Mills: rapidez nos avanços
FICHA TÉCNICA Valor da obra: R$ 233 milhões (*) Vias elevadas: 2.400 m (580 m estaiados, sobre o rio Pinheiros) Mastro central: 138 m de altura; Quantidade de estais: 144 unidades (de 10 a 25 cordoalhas); Volume de concreto: 58.700 m3; Volume de aço: 7.360 t (estruturas e estais) Número de funcionários: 415. (*) Investimento total no Complexo Real Parque, incluindo alças de acesso à Marginal Pinheiros e avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini.
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ZERO11
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Foto: Marcelo Vigneron
PONTE ESTAIADA to de concreto, na movimentação das fôrmas e na instalação dos estais. Todo o concreto usado nessa estrutura, com 40 MPa (Mega Pascal) de resistência e baixo fator água/cimento, chega ao canteiro em caminhões-betoneira. “Para cada avanço de 3 m de altura dessa torre, consumimos sete caminhões de 6 m³”, conclui Duran. Segundo ele, a obra tem previsão de entrega para o primeiro trimestre de 2008.
Emurb: portal.prefeitura.sp.gov.br/empresas_autarquias/emurb Mills: www.mills.com.br OAS: www.oas.com.br
QUEM É QUEM NA OBRA
Tabuleiros: construção em balanços sucessivos
Contratante: Emurb – Empresa Municipal de Urbanização; Projeto arquitetônico: Escritório João Valente; Projeto básico: Enescil Engenharia de Projetos; Projeto estrutural: Antraning Muradian Ltda.; Construção: OAS; Concreto: Engemix; Fôrmas e Escoramentos: Mills; Estais e protensão: Protende; Locação de guindastes torre e elevador de obra: Pingon e Locbens; Controle tecnológico: Falcão Bauer e Ductor; Instrumentação e monitoramento das estruturas: LSE – Laboratório de Sistemas Estruturais; Ensaios em túnel de vento: LAC – Laboratório de Aerodinâmica das Construções (UFRG).
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
O QUE MUDA COM A NR-10 Por Nádia Fisher
Nova versão da norma NR-10, que regulamenta a segurança dos trabalhadores nos serviços em redes elétricas, impõe severas penas às empresas que negligenciarem o assunto No País onde determinadas leis não “pegam”, a boa-nova é que os instrumentos criados para regulamentar o exercício de algumas profissões estão vigorando para valer. É o caso da norma NR-10, que cuida da saúde e segurança dos trabalhadores envolvidos em serviços de instalação elétrica, cuja última revisão se encontra em vigor desde dezembro de 2004. Para isso, ela estabelece requisitos mínimos, medidas de controle e ações preventivas para eletricistas, engenheiros eletricistas e demais profissionais responsáveis por essa atividade em canteiros de obras, manutenção industrial ou predial. Com a NR-10, certas atividades envolvendo instalações elétricas não podem, sob o ponto de vista da segurança, ser desenvolvidas por outros profissionais ou de forma isolada. Somente funcionários habilitados e autorizados para a tarefa podem realizar serviços na rede elétrica, mesmo que a intervenção se faça necessária
para um remanejamento em instalações hidráulicas ou cabos de telefonia, por exemplo. Segundo o engenheiro elétrico Paulo Eduardo Matoso Barreto, da Barreto Engenharia, as obrigatoriedades estabelecidas pela última revisão da NR-10 já deveriam ter sido implantadas há muito tempo. Entre outras exigências, ela determina a manutenção regular dos esquemas unifilares e do prontuário das instalações elétricas. A norma estabelece procedimentos e instruções para a realização do serviço, que só pode ser feito por funcionários treinados e habilitados, em linhas energizadas ou não. Novas exigências “À exceção da necessidade de treinamento mínimo de 40 horas para todos os funcionários e da exigência de uma autorização prévia para a realização do serviço, os demais itens já constavam do texto anterior”, afirma Barreto. Na sua avaliação, o maior
impulso ao seu cumprimento veio com o rigor da fiscalização e com a privatização das empresas de energia e de telefonia. “Verificou-se um aumento nos índices de acidentes em rede elétrica devido à grande terceirização nesses setores, o que provocou a contratação de pessoal não habilitado.” Com a revisão da norma, estabeleceram-se mais claramente conceitos como zonas de risco acentuado, zonas de risco controlado e as livres de risco, além dos requisitos mínimos de segurança para cada uma delas. Na nova versão da NR-10, fica estabelecido que a cada dois anos – ou em situações especiais – todos os trabalhadores envolvidos em serviços de instalações elétricas, sejam eles da própria empresa ou terceirizados, devem participar de um treinamento sobre segurança no trabalho. Esse curso, cuja duração mínima deve ser de 40 horas, tem seu conteúdo programático definido pela própria norma, englobando aspectos sobre eletricidade, primeiros socorros e proteção contra incêndio, entre outros itens. A norma também determina o perfil dos profissionais qualificados para ministrar esses cursos, no caso engenheiros eletricistas especializados em segurança no trabalho. Depois de concluída a etapa de treinamento, todo trabalhador envolvido nessa área deverá possuir uma autorização para a realização do serviço, fornecida pela própria empresa. Essa autorização deve constar do seu crachá de identificação e estar documentada no departamento de Recursos Humanos da empresa. Barreto explica que a empresa deve determinar o nível de autorização para cada funcionário, de acordo com sua qualificação. “Para se ter idéia, há profissionais habilitados a realizar serviços em redes de alta tensão e outros autorizados apenas à instalação de tomadas”, diz ele. Além disso, a empresa é obrigada a manter um prontuário das instalações elétricas, constituído basicamente pela documentação técnica da rede e por procedimentos de segurança
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Serviços em rede elétrica: só para pessoal autorizado
no trabalho. Isto significa que, se o funcionário não estiver habilitado e devidamente autorizado a executar determinado serviço na rede de energia, ainda que seja “aparentemente simples”, ele não poderá realizá-lo. Responsabilidade solidária A nova versão da NR-10 introduz a necessidade de medidas por parte das empresas contratantes, que devem ser tomadas ou iniciadas de forma imediata. Isto porque as responsabi-
lidades não estão mais centradas somente no trabalhador. Ela especifica que toda a estrutura administrativa da empresa (diretoria, suprimentos, recursos humanos etc.) é responsável de forma solidária, direta ou indiretamente, pelas ações executadas por um funcionário em instalações elétricas sob sua gestão. As penalidades diante de um eventual acidente envolvem as esferas civil, criminal, trabalhista e profissional (CREA). Se algum departamento da empresa negligenciar a contratação do profissional, também responderá em processo civil e criminal. Além dessas penalidades, se nada for feito por parte da companhia, a obra poderá ser embargada, com a interdição do empreendimento e multa.
Barreto Engenharia: www.barreto.eng.br
Cambios con la vigencia de la norma NR-10 En un país donde ciertas leyes sencillamente no son “aceptadas”, la buena noticia es que los instrumentos creados para regular el ejercicio de algunas profesiones entraron en vigor y se aplican de forma efectiva. Este es el caso de la norma NR-10, relacionada con la salud y la seguridad laboral de las personas que trabajan en instalaciones eléctricas, cuya última revisión se encuentra en vigor desde diciembre del 2004.Para tanto, establece requisitos mínimos, medidas de control y de prevención para electricistas, ingenieros eléctricistas y otros profesionales responsables de esa actividad en obras civiles, mantenimiento industrial o de edificaciones, etc.
2º WORKSHOP SOBRATEMA 2007
“ELETRÔNICA E PRODUTIVIDADE” INSCRIÇÕES ABERTAS! LAT. S 23° 36.176 LON. W 046° 39.542
TEMA: “A ELETRÔNICA A SERVIÇO DA PRODUTIVIDADE” Data: Quinta-feira, 12 de julho de 2007 Local: Centro Brasileiro Britânico, Rua Ferreira de Araújo, 741 . São Paulo . SP O objetivo do Workshop é mostrar aos usuários como podemos utilizar a eletrônica embarcada e os sistemas de monitoramento via rádio, GPRS e satélite para melhorar a operação dos equipamentos, reduzindo quebras e aumentando a produtividade.
Programação 13h00 Welcome coffee / Visitação aos Estandes 13h45 Abertura 14h00 - 15h00 Palestra: “A Evolução da Eletrônica na Gestão Remota da Frota” Luso M. Ventura - NETZ / SAE 15h00 - 15h20 Case 1: Construção Afonso Celso Legaspe Mamede - CNO 15h20 - 15h40 Case 2: Mineração Flavio Coimbra - CVRD 15h40 - 16h10 Coffee Break / Visitação aos Estandes
16h10 - 16h30 Case 3: Áçucar e Álcool Francisco Antonio Cabeça - USINA SANTA CRUZ 16h30 - 16h50 Case 4: Florestal Bruno Hostalácio - SYNDEO 16h50 - 17h10 Case 5: Agricultura Gregory B. P. Riordan - AGCO 17h10 - 17h30 Case 6: Locação Rodrigo Pautilho - SOTREQ RENTAL 17h30 - 18h30 Debate Mediador: Benito Bottino - CNO 18h30 Coquetel / Visitação aos Estandes
Mais informações e inscrições on-line, acesse:
www.acquacon.com.br/workshopsobratema VALORES PARA INSCRIÇÃO CATEGORIA
ATÉ 09/07/2007
Programa Ferramenta
Gratuito
Associados SOBRATEMA
Gratuito
Não Associados
R$65,00
Patrocínio:
Realização: Filie-se à SOBRATEMA e conheça os benefícios do associado. Acesse: www.sobratema.org.br ou pelo telefone 11 3662-4159 com Helder.
Organização: ®
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TABELA DE CUSTOS
CUSTO HORÁRIO DE EQUIPAMENTOS COSTO POR HORA DE EQUIPOS Equipamento
Propriedade
Manutenção
Mat. Rodante
Comb./ Lubr.
Total
Caminhão basculante fora de estrada 30 t
R$ 39,89
R$ 23,95
R$ 11,19
R$ 22,23
R$ 97,26
Caminhão basculante rodoviário 6x4 (26 a 30 t)
R$ 20,48
R$ 14,40
R$ 6,79
R$ 7,67
R$ 49,33
Caminhão comboio misto 4x2
R$ 17,44
R$ 11,92
R$ 3,24
R$ 5,21
R$ 37,82
Caminhão guindauto 4x2
R$ 18,67
R$ 12,80
R$ 3,24
R$ 5,21
R$ 39,92
Caminhão irrigadeira 6x4
R$ 21,56
R$ 13,60
R$ 6,79
R$ 3,99
R$ 45,94
Carregadeira de pneus (1,5 a 2,0 m³)
R$ 29,40
R$ 15,40
R$ 3,13
R$ 13,03
R$ 60,97
Compactador de pneus para asfalto
R$ 40,00
R$ 12,98
R$ 3,72
R$ 15,33
R$ 72,03
Compactador vibratório liso / pé de carneiro (10 t)
R$ 41,60
R$ 13,35
R$ 0,55
R$ 23,00
R$ 78,49
Compactador vibratório liso / pé de carneiro (7 t)
R$ 28,80
R$ 10,35
R$ 0,31
R$ 23,00
R$ 62,46
Compressor de ar portátil (250 pcm)
R$ 7,68
R$ 6,96
R$ 0,04
R$ 21,77
R$ 36,45
Compressor de ar portátil (750 pcm)
R$ 15,87
R$ 13,55
R$ 0,11
R$ 52,43
R$ 81,95
Escavadeira hidráulica (15 a 17 t)
R$ 41,50
R$ 26,75
R$ 1,61
R$ 13,80
R$ 83,65
Escavadeira hidráulica (20 a 22 t)
R$ 44,20
R$ 27,67
R$ 2,17
R$ 32,19
R$ 106,23
Escavadeira hidráulica (30 a 34 t)
R$ 81,25
R$ 50,07
R$ 4,01
R$ 45,99
R$ 181,32
Motoniveladora (140 a 180 hp)
R$ 49,98
R$ 29,40
R$ 3,74
R$ 26,06
R$ 109,18
Motoniveladora (190 a 210 hp)
R$ 49,00
R$ 29,00
R$ 3,49
R$ 30,66
R$ 112,15
Retroescavadeira
R$ 22,31
R$ 12,46
R$ 1,73
R$ 12,26
R$ 48,77
Trator agrícola
R$ 14,80
R$ 7,35
R$ 1,30
R$ 15,33
R$ 38,78
Trator de esteiras (100 a 120 hp)
R$ 57,09
R$ 29,55
R$ 2,87
R$ 19,93
R$ 109,44
Trator de esteiras (160 a 180 hp)
R$ 56,00
R$ 29,13
R$ 6,18
R$ 32,19
R$ 123,50
Os valores acima, sugeridos como padrão pela Sobratema, correspondem à experiência prática de vários profissionais associados, mas não devem ser tomados como única possibilidade de combinação, uma vez que todos os fatores podem ser influenciados pela marca escolhida, local de utilização, condições do terreno ou jazida, ano de fabricação, necessidade do mercado e oportunidades de execução dos serviços. Maiores informações no site: www.sobratema.org.br.
40 | Maio| 2007
MANUTENÇÃO
SISTEMA HIDRÁULICO:
Fotos: Caterpillar
SIMPLES DE CUIDAR, MAS TÃO NEGLIGENCIADO EM CAMPO
S
e o sistema hidráulico da máquina requer tão poucos cuidados para sua manutenção rotineira, em geral envolvendo procedimentos simples e de fácil execução, por que ele apresenta tantos problemas que, em geral, comprometem sua vida útil ou até mesmo o desempenho da máquina? Pressões pela demanda de produção, desinformação e falta de atenção por parte de alguns funcionários figuram entre os principais responsáveis por falhas em atividades como as trocas de óleo e de filtro, a
Manutenção dos componentes: somente em local isento de poeira
inspeção de vazamentos no circuito hidráulico e o controle de contaminações no sistema. Como o sistema opera em circuito fechado, lubrificando os componentes internos e atuando como vetor para a transmissão de força hidráulica, ele fica imune a contaminações nocivas a sua vida útil, desde que as trocas de óleo sejam realizadas dentro das especificações dos fabricantes (prazos de troca e tipos de fluídos). Nesse cenário, o ingresso de partículas no interior do sistema ocorre, em praticamente todos os casos, por falhas durante as manutenções preventivas realizadas no campo (veja quadro na página 42). Ao trocar um filtro ou mangueira com vazamento ou completar o nível de óleo no reservatório da máquina, o funcionário pode introduzir contaminações no circuito hidráulico por não observar mínimos cuidados relacionados à limpeza. Operar o equipamento com filtro de óleo hidráulico saturado também pode comprometer o sistema. Isto porque a maioria das máquinas conta com um dispositivo que realiza um bypass ao filtro quando este atinge seu nível de saturação. Nesse caso, operando com alto índice de contaminação do fluído, a máquina pode perder
sua potência hidráulica em questão de horas ou até mesmo de minutos. Como conseqüência, todo o sistema deverá ser desmontado e enviado para reforma em empresas especializadas – o que se traduz numa inesperada manutenção corretiva, despesas desnecessárias e impacto na produtividade da obra. Alguns equipamentos simplesmente “param” quando o filtro fica saturado e outros contam com dispositivo de alarme no painel ou exigem uma inspeção constante desse componente. Mas o certo é que o filtro hidráulico deve ser substituído de acordo com a indicação de cada fabricante. Empresas que adotam uma política de manutenção pró-ativa, com sistemas de análise de óleo, costumam se antecipar ao problema identificando a presença de metais no fluído (desgaste dos componentes), de forma a antecipar o reparo dessas peças e proceder à refiltragem
MANUTENÇÃO do óleo, em geral em equipamento externo (diálise), ou à sua troca. Além da presença de sólidos, outros tipos de contaminantes podem comprometer a eficiência do sistema hidráulico, como água ou ar (veja quadro abaixo). O nível de temperatura no circuito também é um indicativo da sua saúde. Qualquer elevação acima dos patamares definidos no projeto do equipamento – em geral na faixa de 70ºC a 90ºC – indica sobrecarga do sistema, seja devido a uma operação severa à qual a máquina esteja sendo submetida ou porque o fluído atingiu elevado nível de contaminação. Outro motivo pode ser a
Cuidados contra a contaminação por sólidos • Limpe o bocal do reservatório na hora de trocar ou completar o nível de óleo; • Use sempre o mesmo recipiente para armazenar um tipo de óleo ou limpe-o antes de usá-lo para outro fluído; • Não armazene o óleo por longos períodos no recipiente, que pode contaminá-lo com ferrugem; • Nunca transporte o recipiente de óleo aberto nas lubrificações em campo; • Troque o filtro de óleo nos prazos indicados pelo fabricante ou quando este atingir seu limite de saturação; • Troque o óleo nos prazos indicados pelo fabricante ou proceda à sua refiltragem, quando recomendado; • Nunca realize reparos nos componentes do sistema (bombas e motores) em campo, mas apenas em ambiente fechado e protegido contra poeira; • Ao abrir o sistema para reparos (troca de mangueiras ou bombas), mantenha o circuito vedado e protegido contra o ingresso de contaminantes; • Quando a paralisação for mais longa, feche todos os orifícios com bujões ou fita adesiva; • Ao instalar uma nova mangueira, limpe seu bocal e o interior da tubulação, aplicando o correto torque para sua vedação.
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Remoção do motor hidráulico: cuidado para não introduzir contaminação no circuito
obstrução da colméia do radiador de óleo por falta de limpeza, piorando sua refrigeração, ou até mesmo uma mangueira retorcida ou formando um ângulo que “estrangule” a passagem do óleo hidráulico. Segundo empresas especializadas em reparos de componentes de sistemas hidráulicos, quase a totalidade dos problemas encontrados resulta da contaminação do óleo nas manutenções em campo, devido à falta de cuidado com procedimentos simples. Os níveis de partículas sólidas admissíveis
no sistema são regulados pela norma ISO 4406, que indica a quantidade máxima permitida de contaminantes em ppm (partículas por milhão) e diâmetro na faixa de micron (milésima parte de um milímetro). Mas suas indicações servem de base para fabricantes, engenheiros e os responsáveis pela gestão de frotas da empresa; porque no campo, basta seguir procedimentos dos mais elementares. Fluid Power: www.fluidpower.com.br
Como evitar outros tipos de contaminações Embora a presença de sólidos no fluído hidráulico represente quase a totalidade dos problemas ocasionados no sistema, outros tipos de contaminações podem ocorrer e merecem cuidados na manutenção das máquinas: Tipo de contaminação
Característica
Prevenção
Gasosa
A variação de volume do óleo no reservatório, devido às mudanças de pressão no circuito, possibilita o ingresso de ar, que pode trazer impurezas indesejáveis.
Verifique se o filtro de ar do respiro do sistema atende as especificações do fabricante e se precisa de manutenção ou troca. Além disso, cuidado com o armazenamento do reservatório de óleo (veja abaixo).
Líquida
O ingresso de água no sistema reduz a eficiência da lubrificação e, por efeito hidrólise, forma borras que entopem válvulas de comando, além de corroer as superfícies metálicas.
A estocagem do óleo deve ser em local seco e coberto, com o reservatório (tambor) deitado, de forma que o fluído em seu interior cubra suas duas tampas (para evitar ingresso de água ou ar).
Promoção:
Apoio: Apoio Institucional:
Patrocínio Diamante: (*)
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PERFIL
JOSÉ GREGÓRIO DA MATA
“BOA MANUTENÇÃO COMEÇA NA OPERAÇÃO” Responsável por 10% da produção mundial de ouro, a AngloGold Ashanti figura entre as três maiores mineradoras desse metal em âmbito global e está investindo cerca de US$ 10 milhões, apenas no Brasil, para modernizar seu parque de equipamentos. Segundo José Gregório da Mata, diretor de Produção para a América do Sul, os recursos se destinam à reforma de alguns equipamentos e à aquisição de outros, tanto nas frentes de lavra quanto nas plantas de beneficiamento, com o objetivo de ampliar os índices de disponibilidade da frota e reduzir os custos operacionais. A mineradora sul-africana foi criada em 2004 pela sua principal acionista, a Anglo American, que atua no Brasil há mais de 30 anos. Suas atividades na América do Sul dividem-se em três frentes: por meio da
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AngloGold, ela opera minas de ouro em Minas Gerais e, em associação com a canadense Kinross, controla a Mineração Serra Grande, em Goiás, além de deter ações da Cerro Vanguardia, na província argentina de Santa Cruz. As três operações respondem por uma produção anual de 17 t de ouro, dos quais 12 t obtidas apenas no Brasil. Formado em Engenharia de Minas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 29 anos de experiência no setor, José Gregório acumula os cargos de presidente da Mineração Serra Grande e de diretor da Cerro Vanguardia. Ele explica que, devido ao perfil das operações brasileiras, os principais equipamentos usados no País são específicos para mineração subterrânea. Ao todo, a empresa mobiliza cerca de 35 jumbos de perfuração eletrohidráulicos, 30 carre-
“Un buen mantenimiento empieza en la operación” AngloGold Ashanti, responsable del 10% de la producción mundial de oro y que figura entre las tres compañías mineras más importantes del ámbito mundial de este metal, está invirtiendo aproximadamente 10 millones de dólares, tan solo en el Brasil, para modernizar su parque de equipos. José Gregório da Mata, director de Producción para América del Sur, dice que los recursos se destinan a la reforma de algunos equipos y a la adquisición de otros, tanto para los frentes de extracción como para las plantas de tratamiento, con el objetivo de mejorar los índices de disponibilidad de la flota y de minimizar los costos de operación. La empresa sudafricana fue creada en el 2004 por Anglo American, su principal accionista, que trabaja en el Brasil desde hacer más de 30 años. Sus actividades en América del Sur se dividen en tres frentes: por intermedio de AngloGold, explota minas de oro en Minas Gerais; en asociación con la empresa canadiense Kinross, controla la Mineração
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
gadeiras do tipo LHD e 30 caminhões elétricos rebaixados nas minas brasileiras. Veja, a seguir, suas opiniões: M&T – Quais os investimentos em andamento pela empresa? José Gregório – Esse ano a AngloGold Ashanti está investindo US$ 16 milhões na mina de Lamego, em Sabará, e US$ 13,3 milhões na unidade de Córrego do Sítio, em Santa Bárbara. Ambas as operações são subterrâneas e se localizam em Minas Gerais. Além disso, acabamos de investir US$ 200 milhões na expansão da mina de Cuiabá, também em Sabará, dos quais cerca de 10% foram aplicados em equipamentos de lavra. M&T – Essa característica das minas determina o uso de equipamentos muito específicos, não é mesmo? José Gregório – Exatamente, pois
nossa frota é composta basicamente por equipamentos próprios para mineração subterrânea, como jumbos de perfuração eletrohidráulicos, carregadeiras LHDs e caminhões rebaixados. Mas na Argentina também mobilizamos uma frota típica de mina a céu aberto e, independente do tipo de operação, usamos outros equipamentos em tarefas auxiliares, tais como tratores de esteiras e motoniveladoras. M&T – Qual o critério adotado pela mineradora para a seleção dos equipamentos? José Gregório – O primeiro deles é a sua adequação ao tipo de serviço determinado pelo planejamento da mina. Por exemplo, os equipamentos usados numa lavra subterrânea por método “cut and fill”, no qual os rejeitos da planta de beneficiamento retornam para preencher as galerias mineradas, devem ser diferentes dos
Serra Grande, en el estado de Goiás, y, además, posee acciones de la compañía minera Cerro Vanguardia, ubicada en la provincia argentina de Santa Cruz. Las tres explotaciones responden por una producción anual de 17 toneladas de oro, 12 de las cuales extraídas en el Brasil. José Gregório, ingeniero en minas graduado en la Universidad Federal de Minas Gerais (UFMG) y con 29 años de experiencia en el sector, y que ocupa simultáneamente los cargos de presidente de Mineração Serra Grande y de director de Cerro Vanguardia, explica que, debido a las características de las operaciones brasileñas, los principales equipos usados en el País son los diseñados especialmente para uso en minería subterránea. La empresa cuenta en las minas brasileñas con un total de 35 jumbos electrohidraulicos, equipos de perforación subterránea, 30 cargadoras tipo LHD y 30 camiones eléctricos de bajo perfil.
PERFIL empregados em operações do tipo “sub-level stope”. Outro fator importante é a capacidade do equipamento em relação à demanda de produção e também devemos considerar, como em todo negócio, os custos de capital e os custos operacionais envolvidos. M&T – Fale sobre a idade média da frota e o regime de trabalho ao qual ela é submetida. José Gregório – Nossas minas operam 24 horas por dia, durante 360 dias por ano, e podemos afirmar que numa lavra subterrânea os equipamentos trabalham em condições mais severas que numa mina a céu aberto. Na Argentina, por exemplo, os caminhões fora-de-estrada que operam a céu aberto atingem 55.000 h de vida útil, contra uma durabilidade máxi-
um equipamento é definida por meio de uma análise financeira, levando-se em conta a estimativa de sua vida útil restante, bem como o custo de capital, custo operacional e avaliação de performance da máquina nova em relação à usada. Essa equação também considera a possibilidade de reforma, que está sendo contemplada nos US$ 10 milhões de investimentos previstos esse ano para a modernização da nossa frota de equipamentos. M&T – A empresa adota a terceirização de lavra ou locação de equipamentos específicos? José Gregório – Atualmente terceirizamos apenas a lavra a céu aberto da mina de Córrego do Sítio, já que sua escala de produção e o tamanho da reserva não justificam investimen-
Como conhecemos nossas necessidades melhor que ninguém, realizamos a maior parte das manutenções internamente” José Gregório da Mata
ma de 35.000 h dos veículos das minas subterrâneas brasileiras. Por esse motivo, a disponibilidade mecânica da frota varia muito, chegando a mais de 90%, no caso de um equipamento novo, ou caindo para a faixa de 70%, para um caminhão rebaixado com cerca de quatro anos de vida útil. M&T – A partir desse ponto a AngloGold já planeja sua substituição? José Gregório – A hora de trocar
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tos na frota. Além disso, também contratamos serviços específicos, como a construção da barragem de rejeitos da mina na Argentina, que está sob responsabilidade de uma empresa terceirizada. M&T – Como a empresa trata a questão da manutenção com vistas ao menor custo operacional dos equipamentos? José Gregório – Esta realmente é uma questão crucial, pois um dos
principais itens do custo operacional em atividades de lavra ou de desenvolvimento de mina está relacionado à manutenção dos equipamentos. A alta do aço e de outros metais impulsionou o aumento de preço das peças sobressalentes e o mesmo aconteceu com os pneus. Muita gente ainda acha que uma boa manutenção está relacionada apenas à oficina. Isso não é verdade. O baixo custo de manutenção começa na boa operação do equipamento e prossegue com um planejamento criterioso das ações preventivas. Seguindo esse raciocínio, as máquinas dificilmente param para manutenção corretiva e atingem maior disponibilidade. M&T – Essa é a filosofia adotada pela empresa na manutenção dos equipamentos? José Gregório – Exatamente. Todas as nossas empresas trabalham com um planejamento de manutenção, incluindo as ações preventivas e corretivas. No âmbito da manutenção preditiva, atuamos na análise de óleos dos motores, dos sistemas de transmissão e de outros subconjuntos. Para isso, cada mineradora do grupo conta com uma gerência de manutenção e uma oficina central para as intervenções maiores. Além disso, nas minas subterrâneas também temos oficinas instaladas no subsolo para as ações preventivas, como trocas de óleo e de filtros. M&T – A AngloGold terceiriza serviços na área de manutenção dos equipamentos? José Gregório – Como nós conhecemos nossas necessidades melhor do que ninguém e dispomos de estrutura própria, preferimos realizar a maior parte dos serviços internamente em cada mina. Por isso, terceirizamos junto aos fabricantes apenas as reformas de equipamentos ou reparos de subconjuntos maiores, tais como motores e sistemas de transmissão. Além disso, também usamos o suporte dos dealers no caso dos equipamentos novos ou que se encontram sob garantia.
A REVISTA M&T ATINGE 12 MIL PROFISSIONAIS DA CONSTRUÇÃO E MINERAÇÃO. QUEM GARANTE É O IVC
Leia na próxima edição Obra rodoviária Logí Logística e equipamentos usados pelo Exército na duplicação da BR-101 (NE) Pavimentação Tendências tecnológicas em fresadoras, compactadores, acabadoras e usinas de asfalto Demolição de estruturas O que os fabricante oferecem para a otimização do serviço Caminhões rodoviários Ret Retomada das obras impulsiona dema demanda pelos modelos pesados
Motores diesel Como atender as próximas etapas do controle de emissões Tribologia Efeitos da contaminação por água ou partículas sólidas no óleo lubrificante E mais: Recuperação de pneus, reportagens com usuários de equipamentos, entrevistas, artigos, custo horário de equipamentos e demais informações úteis para o profissional de manutenção.
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Mineradora de superfície usa conceito de fresadora
O equipamento parece uma fresadora de asfalto, mas na verdade trata-se de uma mineradora de superfície. Produzido pela alemã Wirtgen, ele opera dentro de conceitos semelhantes ao de seu primo usado em obras rodoviárias, removendo camadas de afloramento de minério com até 80 MPa (equivalente a 815 kg/cm²) de resistência à compressão. A mineradora de superfície está sendo oferecida pela Ciber, subsidiária brasileira da fabricante alemã, em cinco modelos (2200 SM, 2500 SM, 3700 SM, 4200 SM e SF 2600), que operam em largura de corte de 2,2 m a 4,2 m. Segundo a empresa, a máquina é indicada para operações de bauxita, calcário, carvão,
gesso e até mesmo minério de ferro. A fabricante de cimento Cimpor já utiliza um modelo 2200 SM em sua mina de calcário de João Pessoa (PB), que extrai 400 t/h de minério, o equivalente a 70% da produção da planta. Segundo o fabricante, a vantagem do equipamento é que ele reduz impacto ambiental ao eliminar explosões e realizar uma lavra linear, sem a formação de bancadas. Devido a essa última característica, também diminui custos com pneus e combustível no transporte do minério até a planta de beneficiamento, já que produz uma superfície plana e sem obstáculos. Ciber: www.ciber.com.br
Soldering se une à norte-americana Esco A Soldering, que atua na produção de materiais antidesgaste para mineração, construção, siderurgia, indústrias de cimento e açúcar e álcool, entre outros setores, acaba de formalizar uma joint-venture com a norte-americana Esco, uma das líderes mundiais nesse segmento. Com a formação da Esco Soldering, a fabricante internacional poderá usar o conhecimento do mercado local e a força de vendas de sua parceira para ingressar no disputado mercado brasileiro. Já a Soldering incorpora ao seu portfólio toda a linha de produtos da Esco, incluindo seu expertise em pesquisa e engenharia de desenvolvimento. A empresa produz chapas de desgaste para mineração (moinhos, silos, britadores etc.), ferramentas de penetração do solo (FPS) para equipamentos pesados (como placas e bordas de caçambas), além de implementos especiais e aços de alta resistência ao desgaste e abrasão. “Essa joint-venture consagra a união de excelências entre duas empresas que se complementam”, afirma Romeu Scarioli Júnior (primeiro à esquerda na foto), presidente da nova companhia. Esco Soldering: www.escosoldering.com.br
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Equipamento blindado opera em ambientes de risco Dotados de blindagem no motor, no painel de comando e bateria, os equipamentos da linha EX desenvolvidos pela Skam, que atua no segmento de movimentação e armazenagem de materiais, são indicados para operar em áreas de risco, sujeitas a incêndio ou explosão devido à presença de produtos inflamáveis (gases, óleos, combustíveis, álcool, produtos químicos etc.). A linha é composta por empilhadeiras, guinchos e transpaleteiras fabricadas sob encomenda.
Segundo Maks Behar, presidente da empresa, os equipamentos têm certificação do Inmetro e encontram aplicação nos setores de petróleo, química e petroquímica, além de outros tipos de empresa que lidam diariamente com produtos de alto risco, como acetona, amônia, benzeno, butano, nafta, vapores solventes de laca ou gases decorrentes de reparos. Podem ser usados na transferência desses materiais para tanques ou barris. Skam: www.skam.com.br