Revista M&T - Manutenção & Tecnologia
TI
A manutenção controlada em tempo real TI Control del mantenimiento en tiempo real
Nº107 - Outubro - 2007 - www.sobratema.org.br
TREINAMENTO
O DESAFIO DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
CAPACITACIÓN
EL DESAFÍO DE LA CUALIFICACIÓN PROFESIONAL
nº 107 - Outubro - 2007
TERCEIRIZAÇÃO
Quando optar pela solução caseira ou externa TERCERIZACIÓN
Cuándo optar por una solución in situ o externa
Anúncio
editorial
Ser humano, o principal ativo da empresa Numa área essencialmente técnica como a de gestão e manutenção de equipamentos, cuidar da frota, dos estoques de peças sobressalentes e acompanhar as evoluções tecnológicas do setor certamente não representam problemas para profissionais atentos e dedicados. Administrar pessoas, entretanto, pode se revelar o “calcanhar-de-aquiles” dessa atividade, como é na maioria das demais profissões e ambientes de trabalho. No setor de construção em geral, e no de equipamentos em especial, a capacitação da mão-de-obra se revela como um dos principais desafios a ser enfrentado em um País com índices educacionais tão precários. Se a evolução tecnológica das máquinas contribuiu com ganhos de produtividade nos canteiros de obras, ela também passou a exigir maior especialização por parte de operadores, mecânicos e demais profissionais. O cenário torna-se ainda mais complexo ao se considerar as peculiaridades da construção,
nômade por natureza, o que dificulta a retenção de talentos ao término de cada projeto. Após anos de retração das atividades, que resultou no enxugamento do pessoal em campo, as empresas do setor precisam atualizar suas equipes de operadores, mecânicos e médias chefias, para atender os investimentos em infra-estrutura e até mesmo para fazer frente ao envelhecimento dos atuais quadros. O assunto é objeto de destaque nessa edição de M&T, que traz uma reportagem e um artigo sobre os benefícios da capacitação profissional e como montar um programa de treinamento do pessoal. Mineradoras e empresas de colheita florestal podem contribuir com o setor, devido às similaridades envolvidas, apesar de se beneficiarem da perenidade em suas operações. O que importa é despertar para o problema, já que antes da máquina – ou melhor, dentro dela – há o homem, principal ativo de qualquer empresa e peça-chave na busca pela eficiência e produtividade nos canteiros de obras.
Ser humano, el principal activo de la empresa En un área esencialmente técnica como la de gestión y mantenimiento de equipos, verificar la flota y el nivel de existencia de repuestos, y absorber la evolución tecnológica que se produce permanentemente en este campo, indudablemente, no representa ningún problema para los profesionales atentos y dedicados. Sin embargo, administrar personas puede ser el “talón de Aquiles” de esta actividad, como ocurre en la mayoría de las profesiones y de los ambientes laborales. En el sector de la construcción en general, y en el de maquinaria en especial, la capacitación de la mano de obra se presenta como uno de los principales desafíos que hay que enfrentar en un país con un bajo nivel de educación formal. Si, por un lado, el desarrollo tecnológico de las máquinas ha contribuido a un aumento significativo de la productividad en las obras, por otro, también ha elevado las exigencias de especialización y formación de operadores, mecánicos y otros profesionales. El panorama se complica aún más cuando se consideran las peculiaridades que presenta la construcción, una actividad nómada por naturaleza, lo que dificulta la retención de talentos al terminar un proyecto. Después de años de retracción de las actividades, que llevó aparejada una disminución del personal que trabajaba en campo, las empresas del sector tienen que actualizar los conocimientos de sus equipos de operadores y mecánicos, y del personal que ocupa cargos de jefes, supervisores y otros, para atender los requerimientos de las inversiones en obras de infraestructura y, además, para hacer frente al envejecimiento de los actuales planteles. Es el tema dominante de esta edición de M&T, que incluye un reportaje y un artículo sobre los beneficios de la capacitación profesional y cómo poner en marcha un programa de capacitación. Empresas mineras y forestales pueden contribuir con su profundo conocimiento y experiencia en este asunto dadas las similitudes que existen entre las actividades, aunque sus operaciones se caracterizan por ser perennes. Lo más importante es tomar conciencia del problema, ya que antes que la máquina – mejor dicho, dentro de ella – está el hombre, principal activo de cualquier empresa y elemento clave en la búsqueda de eficiencia y productividad en las obras.
sumário
Revista M&T - Manutençã o & Tecnologia
expediente
Nº10
Capa: Foto da Volvo Construction Equipment
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4 | Outubro 2007
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CUALIFIC ACIÓN PROFESI ONAL
- 2007
Filiado à:
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CITACI ÓN
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una soluc ión
ERIZ
ACIÓ in situ o exte N rna
Mano de Obra O desafio da qualificação profissional El desafío de la cualificación profesional
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Terceirização da Manutenção
Tercerización del Mantenimiento Quando optar pela solução caseira ou externa Cuándo optar por una solución in situ o externa
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Geotecnia
Geotecnia Uma obra 30 graus abaixo de zero Una obra a 30 grados por debajo de cero
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Tecnologia da Informação
Tecnología de la Información Controlando a manutenção em tempo real Control del mantenimiento en tiempo real
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Treinamento de Operadores
Capacitación de Operadores Como identificar e desenvolver competências Cómo identificar y desarrollar competencias
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Revista M&T - Conselho Editorial
Comitê Executivo: Cláudio Schmidt (presidente), Paulo Oscar Auler Neto, Silvimar F. Reis, Permínio A. M. de Amorim Neto e Norwil Veloso. Membros: Adriana Paesman, Agnaldo Lopes, Benito F. Bottino, César A. C. Schmidt, Eduardo M. Oliveira, Gino R. Cucchiari, Lédio Augusto Vidotti, Leonilson Rossi, Luiz C. de A. Furtado, Mário H. Marques e Pedro Luiz Giavina Bianchi. Diretor Executivo: Hugo José Ribas Branco Editor: Haroldo Aguiar Revisão Técnica: Norwil Veloso Traduções: Maria Del Carmen Galindez Publicidade: Sylvio Vazzoler, Roberto Prado e Giovana Marques Di Petta Produção Gráfica: DSGE A Revista M&T - Manutenção & Tecnologia é uma publicação dedicada à tecnologia, gerenciamento, manutenção e custos de equipamentos. As opiniões e comentários de seus colaboradores não refletem, necessariamente, as posições da diretoria da SOBRATEMA. Tiragem: 12.000 exemplares. Circulação: Brasil e América Latina. Periodicidade: mensal. Impressão: Parma Auditado por:
rg.b
Mão-de-Obra
Diretor Regional
Petrônio de Freitas Fenelon (MG) VPS Engenharia e Estudos Wilson de A. Meister (PR) Ivaí Engenharia de Obras S/A Jose Luis P. Vicentini (BA) Terrabrás Terraplanagem do Brasil S/A Laércio de F. Aguiar (PR) Construtora Queiroz Galvão S/A Antonio Almeida Pinto (CE) Construtora Queiroz Galvão S/A
- ww w
Cuándo
Comitê Executivo
Diretoria Técnica
- 20 07
nº 107 - Outubro
Diretoria Executiva e Endereço para correspondência: Av. Francisco Matarazzo, 404 – cj. 401 – Água Branca São Paulo (SP) – CEP 05001-000 Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192
Augusto Paes de Azevedo (Caterpillar) - Carlos Arasanz Loeches (Eurobrás / ALEC) - César Schmidt (Liebherr) - Emanuel P. Queiroz (Scania) - Edson R. Del Moro (Engepar) - Eduardo M. Oliveira (Santiago e Cintra) Egberto Rosa Campos (Sersil) - Eurimilson João Daniel (Escad) - Franz Treu (Atlas Copco) - Gilberto Leal Costa - Gino Raniero Cucchiari (CNH) - João Lazaro Maldi Jr. (CCCC) - João Ney P. Colagrossi (Metso) - Luis Afonso Pasquotto (Cummins) - Luis Gustavo Pereira (Tracbel) - Marcos Bardella (Brasif) - Mario Humberto Marques (Andrade Gutierrez) - Nathanael P. Ribeiro Jr (Multieixo) - Nelson Costábile Barros (Constran) - Paulo Gama (Goodyear) - Paulo Lancerotti (Sotreq) - Permínio A. Maia de Amorim Neto (Getefer) - Ramon Nunes Vasquez (Mills) - Silvimar Fernandes Reis (Galvão Engenharia) - Valdemar Shinhiti Suguri (Komatsu) - Vicente Bernardes - Vicente Cracasso (Equisul) - Yoshio Kawakami (Volvo)
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QUALI FICAÇ ÃO PR OFISS EL DESA IONAL FÍO DE LA
Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção
Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede Vice-Presidente: Benito Francisco Bottino Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta Vice-Presidente: Ivan Montenegro de Menezes Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos Vice-Presidente: Jonny Altstadt Vice-Presidente: Lédio Augusto Vidotti Vice-Presidente: Luiz Carlos de Andrade Furtado Vice-Presidente: Mário Sussumu Hamaoka Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe
7 - O utu
TREIN AMEN TO CAPA
O DESAF IO DA
Mineração
Minería Soluções para a maior produtividade na mina Soluciones que mejoran la productividad de las minas
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Internacional
Internacional Sobratema apresenta mercado brasileiro à europa Sobratema presenta el mercado brasileño
60 SEÇÕES secciones Notas Notas ................................................................................................................ Em Foco Primer Plano................................................................................................. Manutenção Mantenimiento...................................................................................... Tabela de Custos Tabla de Costos ............................................................................ Espaço Aberto Espacio Abierto .................................................................................
06 28 55 58 64
Notas
Ciber amplia negócios na África Com a venda de sete usinas de asfalto para construtoras da Argélia, a Ciber Equipamentos Rodoviários ampliou sua presença na África, continente que já responde por cerca de 15% das exportações da empresa. As usinas fornecidas são do tipo contrafluxo, modelo UACF 17-P Advanced, com capacidade para 120 t/h e que permitem o uso de até quatro tipos de agregados na produção de misturas asfálticas, conforme explica Walter Rauen, presidente da Ciber. Rauen diz que as usinas vão trabalhar em obras rodoviárias na ligação entre as regiões Leste e Oeste do país, bem como em melhorias nas conexões entre o Norte e o Sul e em projetos de construção e duplicação das principais estradas argelinas, assim como dos acessos às cidades em seu entorno. “O governo local tem um projeto muito agressivo para o desenvolvimento da malha rodoviária argelina, o que motivou os investimentos dos empreiteiros do país”, ele afirma.
Como pertence ao grupo Wirtgen, a empresa pode operar na Argélia com o apoio da distribuidora TPS, integrante da rede mundial de dealers da matriz alemã. Além disso, a equipe técnica da Ciber foi treinada para atender os clientes no idioma mais falado no país, o francês. “Eles também consideraram outros fatores na hora da aquisição, como a elevada mobilidade das usinas, o que reduz custos e prazos na execução das obras, bem como seu baixo custo de aquisição, de manutenção e operação.” Segundo Rauen, os equipamentos também foram escolhidos pelos argelinos por incorporarem tecnologia européia, tradicionalmente preferida naquele mercado devido ao seu alto nível de qualidade. Outro fator decisivo ocorreu em 2006, quando dois grupos de empre-
sários argelinos visitaram as instalações da Ciber, em Porto Alegre (RS), constatando in loco sua estrutura para a produção dos equipamentos e a assistência técnica aos clientes. Considerando o sucesso dessa iniciativa, a fabricante pode se preparar para novos negócios no continente, dessa vez na África do Sul. Em outubro, ela recebeu a visita de uma delegação de dez empresários sul-africanos do setor de construção, com o objetivo de conhecer sua unidade industrial, a linha de produtos e obras nas quais eles estão sendo utilizados. Atualmente, as exportações da Ciber para a África englobam os mercados da Argélia, Angola, República de Camarões, Líbia e Tanzânia.
Petrobras pesquisa etanol de bagaço de cana A Petrobras deu um passo importante para a produção de bioetanol, fabricado a partir de resíduos agroindustriais, ao anunciar que já dispõe de uma tecnologia para esse propósito em teste-piloto. A solução, desenvolvida numa parceria entre o Centro de Pesquisas da estatal (Cenpes) e a empresa Albrecht, juntamente com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e outras instituições de ensino superior, baseia-se no uso de enzimas para o processamento da matéria-prima e sua transformação em etanol. Também conhecido como etanol de lignocelulose ou a segunda geração de biocombustíveis, o bioetanol pode utilizar qualquer tipo de resí-
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duo vegetal na sua fabricação. Entretanto, a pesquisadora Lídia Santa Anna, coordenadora do projeto, explica que a estatal optou pelo uso de bagaço da cana-de-açúcar devido à grande presença dessa cultura na matriz agrícola do Brasil. “Nossa usina experimental já é capaz de produzir 220 l/t de bagaço, mas estamos trabalhando na otimização do processo para atingir a marca de 280 t/l”, diz ela. A escolha do bagaço de cana também se deva à intenção de aumentar a produção de etanol sem expansões da área plantada, apenas com o aproveitamento de rejeitos do processo empregado tradicionalmente
no País. O processo desenvolvido se encontra com pedido de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e a Petrobras planeja construir uma usina, até 2010, para a produção de bioetanol em escala semi-industrial.
Qualidade e Confiabilidade
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Notas
Case paga a reforma da máquina
No ano em que comemora o cinqüentenário de sua primeira retroescavadeira, a Case resolveu promover uma competição entre os fiéis clientes da marca. A empresa lançou um concurso para encontrar a retro Case 580 mais antiga do Brasil e o vencedor foi José Francisco Vitali, de Santo André (SP), proprietário de um modelo 580 CK, adquirido em 1968. Como prêmio, ele ganhou uma reforma da máquina, realizada na oficina da Brasif, a concessionária de São Paulo. “O serviço foi quase artesanal, mas valeu a pena, pois recuperamos uma relíquia”, afirma Cleivson Moura Vieira, diretor de Peças e Serviços da Case. Segundo Vitali, a reforma veio em boa hora, já que o equipamento se encontrava parado e em avançado estado de deterioração, após décadas de trabalho contínuo. De acordo com o fabricante, o concurso para encontrar a retro Case 580 mais antiga do País recebeu inscrições de todas as regiões brasileiras, entre elas outro modelo CK adquirido em 1968. O desempate foi pelo número de série dos equipamentos, comprovando que a máquina de Vitali ganhava no quesito antiguidade.
8 | Outubro | 2007
Em 1957, com o lançamento do modelo 320, a Case apresentou a primeira retroescavadeira do mundo produzida em fábrica, já que o equipamento era oferecido como uma adaptação sobre tratores de rodas. Desde então, ela se firmou como líder nesse segmento de máquinas, com mais de meio milhão de unidades produzidas e um parque de cerca de 30 mil unidades atualmente em operação no mundo, segundo levantamentos da empresa. O diretor Comercial da Case, Roque Reis, ressalta que desde a chegada das primeiras retros ao Brasil, em 1968, ela se firmou como líder do segmento também no mercado brasileiro, onde as retroescavadeiras respondem pelo maior volume de negócios com equipamentos de construção. “Nos últimos dez anos, registramos uma participação média de 40% nas vendas anuais desse tipo de máquina”, ele afirma. As comemorações do cinqüentenário também foram marcadas pelo lançamento da série M de retros da marca, composta pelos modelos 580M, 580M Performance, 580M Turbo e 580 SuperM.
Poclain abre filial no Brasil
A Poclain Hydraulics, líder mundial em sistemas de transmissão hidrostática para equipamentos de construção, mineração e agricultura, acaba de inaugurar uma filial no Brasil, localizada em São Paulo, para suporte ao atendimento aos clientes. Segundo Alain Girard, que assume a direção da nova subsidiária, a empresa mantém a Jotaflex como sua distribuidora, com a qual marca presença no País há mais de 15 anos. “A parceria continua e deve ser ampliada, pois essa iniciativa representa uma aproximação com o mercado brasileiro e também tem o foco direcionado ao atendimento à América Latina”, diz ele. A empresa produz motores, bombas e válvulas usados em escavadeiras hidráulicas, rolos compactadores, perfuratrizes, plataformas elevatórias, colhedoras de grãos, transportadores, moinhos e caminhões, entre outros tipos de equipamentos. Este ano, ela criou uma divisão para o desenvolvimento de válvulas de freios e lançou uma bomba hidráulica de alta pressão, disponível em modelos de 55 a 250 cm3. “Nossa proposta é a de oferecer a experiência da companhia a clientes que desejam desenvolver soluções em transmissão hidrostática para suas aplicações”, afirma Girard. Segundo ele, os componentes desenvolvidos pela empresa permitem obter potências de 24 a 320 hp e velocidades de até 500 rpm. Com quatro fábricas localizadas nos Estados Unidos e Europa, a Poclain Hydraulics opera mundialmente com 17 filiais e com uma rede de 100 distribuidores. A subsidiária brasileira representa a primeira incursão da empresa na América Latina.
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Foto: Volvo
MÃO-DE-OBRA
O desafio da
qualificação profissional Para especialistas, programas de qualificação de operadores e mecânicos devem começar pela correta seleção do pessoal e contemplar um plano de continuidade. Seguindo essa cartilha, os ganhos de produtividade são certos Por Haroldo Aguiar
10 | Outubro | 2007
Operar equipamentos pesados no canteiro de obras torna-se uma tarefa cada vez mais confortável e segura. Os avanços tecnológicos incorporados pelas novas gerações de máquinas facilitam sua operação, conferindo ganhos de produtividade e elevada precisão à execução dos serviços. Mas também exigem maior especialização por parte de operadores e do pessoal da oficina mecânica. Dominar conceitos mais complexos passa a ser condição necessária para um profissional que, ao controlar
determinada máquina, precisa interagir com um painel de comandos, acompanhando várias informações, em vez de meramente acionar alavancas e pedais. A qualificação de operadores e mecânicos surge como uma solução para o problema, já adotada em diversos segmentos da indústria como resposta aos baixos índices educacionais do País. Mas no setor de construção ela adquire maior grau de complexidade, devido à natureza nômade da atividade. Isso porque as grandes obras
manutenção tecnologia
bratema, ressalta que o treinamento de operadores e de mecânicos resulta em ganhos de custo e de produtividade nas operações, mas não deve se constituir na única preocupação dos profissionais do setor. “O problema pode estar em níveis hierárquicos acima, como no caso de chefes e encarregados que não conseguem acompanhar a evolução tecnológica dos equipamentos”, diz ele. A opinião é compartilhada por Roberto Mingroni, gerente de Marketing e Desenvolvimento Organizacional da Método Engenharia, pioneira na alfabetização e treinamento de operários na construção civil e que atualmente desenvolve um programa de formação de novos executivos. “Os profissionais chegam com boa formação, com MBA, mas a universidade não os ensina a liderar”, ele pondera. O assunto desperta a atenção de executivos do setor e foi tema de um workshop promovido pela Sobratema, em novembro (veja quadro na página 14).
Pessoal precisa ser motivado para querer aprender
geralmente mobilizam o pessoal local e, com os baixos investimentos em infra-estrutura realizados nos últimos anos, quando um novo projeto retorna à região, encontra profissionais já desatualizados para a operação de equipamentos modernos. Afonso Mamede, presidente da So-
Importância da comunicação Para Darci Vargas Menezes, diretora da Neolabor, especializada em gestão e educação corporativa, qualquer projeto de qualificação profissional deve começar com a quebra de alguns paradigmas. “O primeiro deles é se referir ao trabalhador como mão-de-obra, o que gera sua alienação e descomprometimento com as metas da empresa.” Selecionar corretamente – identificando os pré-requisitos necessários ao candidato para o bom exercício da profissão – e responder aos seus esforços de crescimento com um plano de carreira, são algumas premissas para o sucesso nessa área. Mas a especialista direciona seu foco na sensibilização do pessoal. “Em primeiro lugar, eles precisam querer aprender, precisam ser motivados.” Como exemplo, Darci cita um programa desenvolvido para a construtora Emparsanco, voltado ao treinamento de operadores polivalentes, que resultou em maior produtividade
El desafío de la cualificación profesional Trabajar con equipos pesados en obras se ha convertido en una tarea cada vez más cómoda y segura. Los avances tecnológicos aplicados a las nuevas generaciones de máquinas facilitan su operación y permiten obtener ganancias de productividad y aumentar la precisión en la ejecución de los trabajos. Pero también exigen una mayor especialización por parte de los operadores y del personal de los talleres mecánicos. Dominar los conceptos más complejos ha pasado a ser una condición indispensable para el profesional que, al manejar determinada máquina, tiene saber controlar un tablero de mandos sofisticado al mismo tiempo que analiza diversas informaciones, en lugar de tan solo accionar palancas y pedales. La capacitación de operadores y mecánicos destaca como una solución al problema, ya usada en diversos segmentos de la industria como respuesta a los bajos niveles educacionales del Brasil. Pero, el sector de la construcción presenta un grado de complejidad mayor debido a la naturaleza nómada de la actividad. Esto ocurre porque las empresas a cargo de grandes obras generalmente emplean personal local y, a raíz de las escasas inversiones en infraestructura que se han venido realizando a lo largo de los últimos anos, cuando ejecutan un nuevo proyecto en la misma región los profesionales ya están desactualizados para trabajar con equipos más modernos. Darci Vargas Menezes, directora de Neolabor, empresa especializada en gestión y educación corporativa, opina que cualquier proyecto de cualificación profesional debe contemplar la superación de algunos paradigmas. “El primero es referirse al trabajador como mano de obra, lo que deriva en alienación y falta de compromiso con las metas de la empresa.” Seleccionar correctamente – identificando los prerrequisitos necesarios del candidato para el buen ejercicio de la profesión – y responder a sus expectativas de desarrollo con un plan de carrera, son algunas de las premisas para tener éxito en esta área. La especialista dirige su atención particularmente a la sensibilización del personal. “En primer lugar, las personas tienen que querer aprender, necesitan ser motivadas.”
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e disponibilidade dos equipamentos. A adoção de um programa desse tipo, no qual o operador fica responsável por pequenas intervenções na máquina, pode encontrar resistências baseadas na Legislação Trabalhista. Alguns magistrados, entretanto, já se posicionaram em relação ao assunto, considerando que cuidar do equipamento também se inclui entre as atribuições do operador. Na opinião de Dionísio João Parisi, da Coordenação de Qualificação e Aperfeiçoamento Profissional do SENAI/ PR (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), o treinamento deve ser precedido por um estreitamento na comunicação com o funcionário, inclusive em relação aos seus índices de desempenho. “Muitas vezes, eles chegam à sala de aula sem saber até mesmo o porquê”, afirma o especialista.
Foto: Marcelo Vigneron
Cuidados no treinamento Parisi ilustra seu raciocínio com uma reportagem veiculada na revista “Exame”, que se apóia numa pesquisa para mostrar a diferença de visão entre empresários e a população em geral. Questionados sobre qual o principal papel da empresa, o primeiro grupo de pesquisados avalia que sua missão é a de trazer lucro para os acionistas (82% das respostas), enquanto a geração de empregos aparece em quinto lugar na lista de importância (34%). Para a po-
pulação, entretanto, a geração de empregos ocupa o topo das preocupações (93%) e a lucratividade vem em último lugar (10%). “Se o funcionário não sabe qual a sua função na empresa e o que ela espera dele, não há treinamento que resolva o problema.” Na hora de montar um programa de qualificação profissional, especialistas do setor ressaltam a importância de alguns procedimentos muitas vezes menosprezados. “Promover treinamentos isolados, sem planejamento e uma linha de continuidade, sem didática e sem identificação dos pré-requisitos necessários aos participantes pode resultar em baixa motivação do pessoal no futuro”, alerta Parisi. Da mesma forma, ele considera infrutíferas iniciativas voltadas a treinar operadores para um amplo leque de equipamentos. “O ideal é montar programas direcionados para grupos de máquinas cuja operação seja mais ou menos similar.” Darci Menezes aponta ainda outros cuidados relacionados à didática. “Quando se monta um projeto voltado à qualificação de adultos, o método deve ser diferente do usado no ensino escolar; precisamos partir das experiências desse público, da parte para o todo, do prático para o teórico”, ela afirma. Segundo Parisi, pesquisas comprovam que a retenção do aprendizado tende a ser baixa nos treinamentos ministrados
Foto: Senai
MÃO-DE-OBRA
Operadores devem possuir pré-requisitos básicos para a função
12 | Outubro | 2007
Simuladores economizam o treinamento em até 44%
apenas em salas de aulas (5%), atingindo índices de 50% nas dinâmicas de grupos e de 75% nos cursos práticos. Simuladores Ele ressalta ainda as vantagens do uso de simuladores de realidade virtual no treinamento dos operadores. “Empregálos de forma isolada, sem treinamento prático, não surte resultado, mas essa tecnologia proporciona economia de combustível e permite levar o treinando para um teste na máquina apenas quando ele atinge um estágio mais avançado de destreza na operação.” A opinião é compartilhada por Luiz Otávio Bernardes, sócio diretor da STC, que desenvolve simuladores para operação de aeronaves civis e militares, equipamentos de construção, mineração e transporte. “Os custos de treinamento diminuem em 44%, no caso das escavadeiras e pás-carregadeiras, e em 62%, nos caminhões”, diz ele. O resultado não se deve apenas à economia de combustível, mas também à redução de horas paradas da máquina e à menor incidência de quebras decorrentes de falhas dos aprendizes. A empresa desenvolve simuladores
manutenção tecnologia
completos, incluindo cabines que reproduzem os movimentos das máquinas, e softwares de simulação para uso em computadores pessoais (PCs), indicados para o que Bernardes denomina de Treinamento Baseado em Computador (CBT). “Além de possibilitar a qualificação do pessoal, esse sistema também se presta a testes de avaliação e à seleção de candidatos, pois demanda baixo investimento e é um ativo que fica sempre disponível para os treinamentos.” Outra ferramenta desenvolvida pela STC é o WBT (Treinamento Baseado em Rede), no qual o software roda simultaneamente em PCs previamente determinados, via rede, intranet ou internet, proporcionando o gerenciamento do aprendizado. Para os que resistem em avançar na implantação de um programa voltado à qualificação do pessoal, seja pela prioridade dada à produção, seja pela alta rotatividade da mão-de-obra no setor, Roberto Mingroni, da Método Enge-
nharia, tem dados reveladores. “Antes de iniciarmos esse programa com os operários, as perdas médias em serviços de corte e dobra de aço eram de 10% e elas foram reduzidas para cerca de 1,5%”, diz ele. Na área de equipamentos para construção, não existem dados consolidados sobre os benefícios proporcionados pelo treinamento de operadores e mecânicos. Entretanto, várias empresas que seguiram esse caminho atestam ganhos de produtividade, de qualidade do serviço e de disponibilidade das máquinas, além do maior tempo médio entre falhas (MTBF) e do menor tempo médio entre manutenções (MTBM).
Método Engenharia: www.metodo.com.br Neolabor: www.neolaborconsultoria.com.br Senai: www.senai.br STC: www.stcsimulador.com.br
Fotos: Marcelo Vigneron
MÃO-DE-OBRA
Empresas trocam experiências em qualificação do pessoal Cerca de 180 profissionais do setor de equipamentos para construção, mineração, agricultura e manejo florestal, representando empresas usuárias, fabricantes e distribuidores, reuniram-se em São Paulo, no mês de novembro, para debater a necessidade de qualificação profissional de operadores e mecânicos, bem como as dificuldades na implantação de programas desse tipo no campo. Promovido pela sobratema, o evento atraiu ainda especialistas em treinamento e contou com o patrocínio da Caterpillar, Ciber, Komatsu, Sandvik, Scania e Volvo. Além de acompanharem as experiências de várias empresas do setor, os participantes puderam travar contato com as tecnologias disponíveis nessa área, incluindo os simuladores de realidade virtual.
14 | Outubro | 2007
2 Pontos
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TERCEIRIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO
Quando optar pela solução Fotos: Marcelo Vigneron
caseira ou externa
Para os usuários, a estrutura interna ainda é a mais ágil na solução de problemas rotineiros e a terceirização se aplica a serviços cuja demanda não justifica investimento em ferramentas e pessoal especializado
16 | Outubro | 2007
Manter uma estrutura própria para a manutenção dos equipamentos usados pela empresa representa um custo elevado em termos de gestão de pessoal, dos ativos fixos empenhados nas máquinas operatrizes e nos estoques de peças necessárias. Mas ainda constitui uma prática indispensável para empresas que investem na conservação da frota como item para a maior eficiência e produtividade das operações. Na era da terceirização, em que é possível encontrar bons fornecedores externos para qualquer tipo de serviço, construtoras, mineradoras e usinas de açúcar e álcool ainda optam pela solução “caseira” na maioria das intervenções realizadas no parque de equipamentos. A rapidez na solução dos problemas e os custos associados a uma máquina parada e fora de produção – algo recorrente quando é preciso programar o atendimento do fornecedor externo – são as justificativas mais comuns para essa preferência. Nesse cenário, a terceirização acaba se concentrando em serviços cuja baixa demanda não justifica investimentos em ferramental e em profissionais especializados. A construtora S.A. Paulista, por exemplo, mobiliza uma estrutura interna composta por 185 pessoas para a manutenção de um parque de aproximadamente 700 equipamentos pesados. Essa equipe atua desde a aquisição das peças e as intervenções na frota, até os serviços mais específicos, como a montagem de usinas de britagem ou de concreto. “Só não fazemos a manutenção de material rodante, de componentes hidráulicos e de motores”, diz Jaymerson Vilar de Freitas, supervisor de Engenharia Mecânica da construtora. Segundo ele, a empresa encaminha uma média de dois motores por mês para retífica, o que torna a terceirização praticamente inevitável nessa área. Afinal, para adotar uma solução caseira seriam necessários investimentos na faixa de R$ 1 milhão em máquinas e ferramentas, sem considerar a manutenção de mão-de-obra especializada, enquanto a retífica de um motor à diesel de caminhão custa em torno R$ 8 mil. “Manter pessoal qualificado para a montagem de motor ou a reforma de cilindros hidráulicos, por exemplo, representa um desperdício para a solução de problemas pouco recorrentes”, diz Freitas. Além disso, ele ressalta que os componentes hidráulicos necessitam de cromeação, um processo que exige profissionais qualificados e maquinário muito específico.
manutenção tecnologia
Terceirização reduz custos com etoques
Tempo de máquina parada Os profissionais liderados por Freitas também atuam na manutenção dos equipamentos locados pela empresa para minimizar o tempo de máquina parada e os conseqüentes prejuízos em sua produtividade. “Depois, descontamos o serviço no contrato com as rentals.” Segundo ele, essa prática está sendo adotada na obra da hidrelétrica Rondon II, localizada na cidade de Pimenta Bueno (RO), onde a construtora mobiliza sete escavadeiras próprias e oito locadas, além de 42 caminhões de sua frota e outros 60 alugados. “Nas máquinas lo-
cadas, nossa equipe faz as manutenções preventivas e as intervenções corretivas mais simples, como consertos de vazamentos e de problemas elétricos.” Outra prática que o especialista classifica como terceirização da manutenção envolve os contratos à base de troca com distribuidores e fabricantes de equipamentos. Ele reconhece que esse procedimento implica um custo maior em cada serviço solicitado, mas tem uma justificativa convincente. “Ganhamos no tempo de conserto e na disponibilidade do equipamento, pois um cilindro hidráulico entregue à base de troca pode ser montado imediatamente, enquanto sua reforma exigiria a parada da máquina por três a quatro dias.” Para ele, os programas de manutenção preventiva oferecidos pelos dealers e fabricantes são atrativos quando o usuário opera com um parque de equipamentos pequeno ou espalhado por regiões distantes. “Dessa forma, ele pode usufruir da
disponibilidade oferecida pelo fabricante e da sua estrutura de apoio em áreas longínquas.” No caso da S.A. Paulista, que atualmente concentra a sua frota nos estados de São Paulo, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia e Ceará, ele considera mais compensador uma estrutura interna de manutenção para atendimento a cada canteiro de obras.
Atendimento 24 horas A Usina Santa Cruz, uma das maiores empresas sucroalcooleiras do País, com uma produção de 3,4 milhões t/ano de cana moída, também aposta na manutenção interna como melhor alternativa para a conservação de sua frota. A empresa, cuja lavoura e usina ficam localizadas em Américo Brasiliense (SP), mobiliza 170 funcionários para atendimento a um parque de aproximadamente 1.000 equipamentos. “Eles operam em regime de 24 horas de trabalho, o que exige que a manutenção esteja próxima e seja ágil”, diz Francisco
TERCEIRIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO
Cuándo optar por una solución in situ o externa
Retífica de motor: o campeão em terceirização
Antonio Cabeça, coordenador de Manutenção e Colheita da empresa. Ele explica que o trabalho na lavoura é muito agressivo e os equipamentos sofrem desgaste excessivo, principalmente os caminhões rodoviários usados no transporte da colheita. “Alguns deles chegam a rodar 4.000 h/ano, o dobro do que fazem os caminhões em lavouras no exterior.” Por esse motivo, Cabeça ressalta a inviabilidade de se terceirizar intervenções nos chassis, freios, sistemas de transmissão e outros componentes com alto índice de manutenção. “Devido às condições das pistas nas quais esses caminhões trafegam, em geral carregados de cana-de-açúcar, as avarias ocorrem constantemente.” Em sua opinião, a terceirização da manutenção se justifica somente para serviços específicos, nos quais não é viável manter uma estrutura interna. Exemplo disso é a retífica de motores, algo que a empresa solicita duas ou três vezes por mês. “O serviço sairia mais barato se fosse feito internamente, mas os custos com essa estrutura não compensariam a economia gerada.” A empresa também terceiriza reparos em pneus e outros serviços muito específicos. No caso das colhedoras de cana, fornecidas pela Case e pela New Holland, a manutenção também é terceirizada com os fabricantes e a empresa se encarrega apenas das ações preventivas. “A agressividade a
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que esses equipamentos ficam expostos é tamanha que eles trabalham sete meses por ano e nos outros cinco ficam parados para manutenção”, afirma Cabeça. A empresa também opera com seis motoniveladoras modelo 140H, usadas para acabamento na lavoura, construção de terraços, execução de curvas de nível e conservação das estradas de acesso. “Para esses equipamentos, também recorremos a fornecedores externos em alguns serviços de caldeiraria, solda e reparos de bombas ou cilindros hidráulicos.” O mesmo se aplica aos cerca de 70 tratores agrícolas operados pela empresa, principalmente quando a entressafra é curta e a equipe de manutenção interna fica sobrecarregada.
Solução caseira: nos serviços mais recorrentes
Aunque mantener una estructura propia para realizar el mantenimiento de los equipos de una empresa representa un costo elevado, en lo que concierne a la gestión de personal y activos fijos materiales, como máquinas herramientas e inventario de repuestos necesarios, todavía es una práctica indispensable para empresas que invierten en la conservación de la flota como garantía de eficiencia y productividad de las operaciones. En la era de la tercerización, en la que es posible encontrar buenos proveedores externos, que suministran cualquier tipo de servicio, las empresas constructoras y mineras, y las plantas productoras de azúcar y alcohol todavía optan por la solución “casera” en la mayoría de los trabajos relacionados al parque de equipos. La rapidez en la solución de los problemas y los costos que implican tener una máquina improductiva – algo habitual cuando es necesario programar la atención del proveedor externo – son las justificaciones más frecuentes que dan las empresas para explicar la preferencia. Ante esta situación, la tercerización termina por centrarse en aquellos servicios cuya baja demanda no justifica económicamente realizar inversiones en herramental y profesionales especializados. La empresa constructora S.A. Paulista, por ejemplo, posee una estructura interna compuesta por 185 personas para el mantenimiento de un parque de aproximadamente 700 equipos pesados. Este equipo de profesionales se ocupa desde la adquisición de repuestos y arreglos de la flota, hasta de trabajos más específicos, como el montaje de plantas de trituración de áridos o de hormigón. “Lo único que no hacemos es el mantenimiento de trenes de rodaje, sistemas hidráulicos y motores”, dice Jaymerson Vilar de Freitas, supervisor de Ingeniería Mecánica de la empresa. S.A. Paulista: www.sapaulista.com.br Usina Santa Cruz: www.usinasantacruz.com.br
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Centralização x Descentralização
Estratégias para otimizar a manutenção
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Manutenção
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GEOTECNIA
Uma obra 30 graus
abaixo de zero
Tecnologia de congelamento foi a alternativa encontrada para o tratamento de um solo extremamente mole em obra industrial
Furos para circulação do nitrogênio líquido
20 | Outubro | 2007
Diante de um solo composto por argila orgânica extremamente mole, com classificação de nível de rompimento a zero golpe, a indústria química Rhodia se defrontava com um desafio na obra de ampliação de sua unidade de Santo André, na região do ABC Paulista. Para instalar uma nova linha de produção, a empresa precisava escavar e concretar um poço de 16 m de profundidade por 9 m de diâmetro, destinado a abrigar prensas de alta precisão. O problema é que as características geotécnicas do terreno tornavam a escavação inviável, além de o solo local não atender as exigências de compactação e de segurança do processo produtivo em questão. Após várias tentativas frustradas de tratamento do solo, a empresa contratou um consórcio composto pela Este Engenharia e parceiros, que propôs a técnica de congelamento (criogenia), adotada como alternativa para a execução da obra.
O método consiste na injeção de nitrogênio líquido em solos saturados para congelamento da sua água intersticial. Isso porque o nitrogênio, em forma líquida, atinge temperaturas de até 196ºC negativos e se mostra um agente eficaz para esse propósito. “Trata-se de uma técnica muito difundida em países europeus, mas não tínhamos conhecimento da sua aplicação em regiões tropicais, como é o caso do Brasil, o que tornou a operação inusitada”, afirma João Duarte Guimarães Filho, diretor-presidente da Este Engenharia. Usando perfuratrizes rotativas Wirth B1, a empresa executou 80 furos de 16 m de profundidade, em duas fileiras distribuídas no entorno de toda a área do poço. Em cada um deles foram instalados tubos de cobre para a circulação de nitrogênio, num processo controlado e que contou com o acompanhamento de consultor internacional e de profissionais da alemã Linde, empresa
manutenção tecnologia
do setor de gases industriais e fornecedora do produto para congelamento. “A primeira fileira recebia o nitrogênio líquido e a segunda o repelia para a atmosfera, já em estado gasoso”, diz João Duarte. Adaptações necessárias Ele explica que todo o processo foi controlado para manter a temperatura do solo em 30ºC negativos, embora fosse possível operar na faixa de 15ºC a 20ºC negativos. “Como se tratava da primeira obra desse tipo realizada em solos tropicais, preferimos pecar pelo excesso.” Com o solo congelado, duas miniescavadeiras iniciaram a escavação da área, das quais uma foi equipada com rompedor hidráulico, para desmonte do material, e a outra com caçamba, para seu carregamento. Fornecidos pela locadora Escad, os dois equipamentos sofreram adaptações para suportar a operação no gelo. “Quando iniciamos o desmonte, a ponteira usada no rompedor hidráulico quebrou em três dias de serviço, algo que nunca havia acontecido em outras obras”, diz Jurandir Daniel dos Anjos, encarregado de manutenção da Escad. Para suportar as condições de trabalho, ele explica que as ponteiras foram adaptadas com lâminas de tratores e de retroescavadeiras. “Cortávamos
o dispositivo ao meio e soldávamos as lâminas na ponta para conferir maior poder de corte.” Mesmo com a adaptação, Jurandir lembra que foram consumidas sete ponteiras durante os 30 dias de trabalho. Segundo João Duarte, da Este Engenharia, esse índice de quebra era previsível devido à consistência adquirida pelo solo que, após o congelamento, tornou-se uma rocha extremamente dura. Jurandir explica ainda que a seleção dos equipamentos pautou-se pela limitação de espaço no galpão onde a obra deveria ser executada. “Devido ao seu pé-direito, não foi possível mobilizar equipamentos de maior porte, motivo pelo qual usamos as miniescavadeiras.” Enquanto uma delas realizava o desmonte do solo congelado com rompedor, a outra atuava no carregamento do material até a caçamba de uma escavadeira de 21 t de peso operacional, posicionada de forma a carregar os caminhões basculantes incumbidos do transporte até o bota-fora. Cuidados no descongelamento Na etapa final de escavação, quando o poço se aproximou dos 16 m de profundidade, a logística de movimentação das máquinas tornouse ainda mais complexa diante das limitações de espaço e da instabili-
Tipo de solo e baixo pé-direito exigiram uma complexa logística de equipamentos
Una obra a 30 grados por debajo de cero Debido al suelo compuesto de arcilla orgánica, extremamente blando, con clasificación de nivel de ruptura a cero golpes, la industria química Rhodia tuvo que hacer frente a un gran desafío en la obra de ampliación de su planta de Santo André, situada en la región metropolitana de São Paulo. Para instalar una nueva línea de producción, era necesario que se excavara y hormigonara un pozo de 16 m de profundidad por 9 m de diámetro, destinado a alojar prensas de gran precisión. El problema fue que debido a las características geotécnicas del terreno no era posible hacer la excavación, además de esto, el suelo del terreno no cumplía con las exigencias de compactación y seguridad definidas para ese tipo de proceso productivo. Después de diversos intentos frustrados de tratamiento de suelo, la empresa contrató un consorcio de empresas especializadas encabezado por Este Engenharia, que propuso la técnica de congelamiento (criogenia) como una alternativa de ejecución de la obra. El método consiste en inyectar nitrógeno líquido en suelos saturados con el objetivo de congelar el agua intersticial. El nitrógeno líquido alcanza temperaturas próximas a los 196ºC negativos y ha probado ser un agente eficaz para ese propósito. “Se trata de una técnica muy difundida en países europeos, pero no sabíamos si era posible usarla en regiones tropicales, como el Brasil, por ejemplo. Esta fue la primera vez que se la empleó en el país”, afirma João Duarte Guimarães Filho, director presidente de Este Engenharia. Usando perforadoras rotativas Wirth B1, la empresa abrió 80 agujeros de 16 m de profundidad, en dos hileras distribuidas alrededor de toda el área del pozo, donde se instalaron tubos de cobre para que circulara el nitrógeno. Una vez que el suelo se congeló, dos miniexcavadoras iniciaron la excavación del área. Una de ellas fue equipada con un martillo hidráulico para hacer el desmonte del material y la otra con un cucharón para cargar el material.
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GEOTECNIA
Técnicas para tratamento de solo mole Quando a obra de fundação realiza-se em terreno com solo mole, cujos volumes envolvidos tornam sua substituição economicamente inviável, o uso de geodreno constitui um dos métodos mais utilizados. Segundo João Duarte Guimarães Filho, diretor-presidente da Este Engenharia, o geodreno desenvolvido pela empresa promove o adensamento de até 90% do solo mole primário no período de três meses, quando aplicado em espaçamentos entre 1,3 e 1,8 m. “Isso permite um ganho de prazo nesse tipo de serviço”, diz ele. Com aproximadamente 5 milhões de metros já aplicados, o geodreno da empresa conta com um núcleo maleável, fabricado em polietileno e envolvido por filtro permeável de manta de polipropileno. Indicado para a estabilização de solos moles compressíveis, acelerando seu recalque e drenando a umidade, ele é utilizado em obras de rodovias, ferrovias, aeroportos, diques, construções industriais e portuárias. Sua instalação deve ser precedida pela aplicação de manta geotêxtil e colchão drenante de areia, de forma a permitir o acesso de perfuratrizes para a cravação das hastes. Outra técnica desenvolvida pela
Este para tratamento de solos argilosos é a coluna de brita. Denominada de Vibropac, a tecnologia consiste na perfuração de minipoços, com o uso de trado ômega, para a introdução da brita. Nesse caso, João Duarte explica que o trado deve ser acoplado a escavadeiras da classe de 30 t e com torque de giro de 10 toneladas por metro, que é a potência necessária para sua movimentação. “As máquinas precisam de um cilindro hidráulico com capacidade de 20 t de força para cima e para baixo, além de um contrapeso para que não sofram o impulso reverso do processo de vibração”, diz ele. Após a remoção do trado, uma agulha vibratória é utilizada para aumentar o diâmetro do furo e preenchê-lo com a brita, que pode contar ainda com a adição de 3% a 4% de cimento. Segundo o executivo, essa idéia partiu da sugestão de um engenheiro da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) e se aplicou perfeitamente ao Vibropac por conceder maior resistência às colunas de brita. “Estamos usando essa técnica na construção do complexo viário Jacu-Pêssego, que vai interligar a zona Leste de São Paulo à região do ABC Paulista.”
Aplicação de geodreno na duplicação de BR-101 (NE)
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dade do solo. Nessa etapa, uma das miniescavadeiras ficava posicionada sobre uma plataforma, no interior do poço, para recolher o material produzido pela outra e, em sistema de cascata, transferí-lo para a caçamba da escavadeira maior. “Com isso, a outra miniescavadeira atuava alternadamente com o martelo hidráulico e a caçamba”, explica Jurandir. Se uma substância líquida aumenta de volume quando congelada, com o solo mole seria previsível o mesmo comportamento. Por isso, os especialistas envolvidos no projeto temiam a reação desse material durante seu descongelamento. “Era natural prever uma contração do solo e o poço poderia ceder”, diz João Duarte. Para evitar esse problema, construiu-se uma parede de contenção em aço de alta resistência e concreto projetado em todo o entorno do poço simultaneamente à escavação. Outra preocupação se relacionava à cura do concreto, que poderia ser retardada em ambiente com baixas temperaturas, uma situação contornada com o uso de aditivos especiais. O presidente da Este Engenharia ressalta ainda a preocupação dos especialistas com a contração do solo durante seu descongelamento, cuja intensidade poderia fazer o próprio muro de contenção ceder. “Então, executamos injeções de bentonita para preencher os espaços vazios.” Mesmo assim, ele diz que foram injetadas doses menores de bentonita que o previsto, pois o formato circular do poço criou um novo estado de equilíbrio no entorno do terreno e o solo se estabilizou naturalmente. Além de a obra representar uma novidade para a engenharia brasileira, João Duarte ressalta que ela foi uma das maiores do gênero em todo o mundo, movimentando um volume de cerca de 700 m³ de solo congelado.
Escad: www.escad.com.br Este Engenharia: www.este.com.br
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Controlando a manutenção
em tempo real Com a gestão da manutenção integrada à dos demais departamentos, empresas reduzem estoques de peças e projetam um acompanhamento ainda mais ágil, com o uso de PDAs no campo por: Rodrigo Conceição Santos
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Concebidos para integrar todas as informações de uma empresa, os sistemas de gestão empresarial (ERP, das iniciais em inglês) nem sempre atenderam a todos os departamentos da companhia e, por conseqüência, ao propósito que norteou sua criação. Era o caso da área de manutenção de equipamentos de construtoras e mineradoras, onde a gestão das paradas das máquinas e das intervenções realizadas não ocorria de forma integrada com os demais setores da empresa, como a área financeira ou de contas a pagar. Mas esse desalinhamento parece estar chegando ao fim com exemplos como o da Camargo Corrêa Cimentos (CCC) e da Galvão Engenharia, que promoveram mudanças nas suas respectivas áreas de tecnologia da informação (TI) e integraram a manutenção ao sistema ERP. Em comum, elas buscam maior rapidez nas manutenções preventivas e corretivas com redução no volume de estoque físico. Além disso, a integração pode agregar novidades. Nessa linha se inclui o uso de dispositivos móveis,
os chamados PDAs (assistentes digitais pessoais), para acompanhamento da manutenção em tempo real. Com um PDA em mãos, por exemplo, o profissional pode registrar no campo o momento em que abastece o equipamento com combustível ou lubrificante e os dados são automaticamente enviados para o centro de informações da empresa, conhecido como data center. Com a unificação dos dados, é possível prever a próxima parada para abastecimento da máquina em questão e acompanhar em tempo real os estoques de combustíveis e lubrificantes, realizando a baixa dos itens consumidos e provisionando os volumes necessários no futuro. Esse cenário está sendo criado na CCC, que estuda o uso de PDAs no projeto de integração do departamento de manutenção ao sistema ERP em uso, fornecido pela alemã SAP. “Os desenvolvimentos para sua adoção começam no primeiro trimestre de 2008”, explica Marcelo Terrafino, diretor de TI da cimenteira. Como em qualquer outro projeto,
manutenção&tecnologia
a análise do retorno sobre os investimentos faz parte desse estudo. O executivo garante que há ganhos. “Principalmente quando se avalia que as equipes de manutenção e de produção podem acessar as informações básicas dos equipamentos em tempo real e se antecipar aos problemas”, diz Terrafino. É o caso do tempo de lubrificação, por exemplo, no qual o próprio operador acompanha os prazos e programa as paradas do equipamento sem comprometer sua produtividade. Rapidez na informação
Foto: Volvo
Uma das questões analisadas pela equipe de TI da cimenteira é a transmissão das informações colhidas no campo. “Elas devem seguir para a base de dados do nosso sistema de gestão e isso precisa ser uniformizado, atendendo aos padrões da empresa”, ele explica. Além desse alinhamento, a rede de transmissão em si precisa ser escolhida. Se a CCC optar pelo envio de dados em tempo real, terá que trafegar suas informações por uma rede sem fio, como a oferecida pelas operadoras de telecomunicações. Mas o sistema também pode ser do tipo off-line, outra alternativa em estudo. Nesse caso, o profissional de campo colhe os dados do parque de equipamentos e faz o download das informações quando tem acesso a algum tipo de computador fixo, geralmente uma vez por dia. Vantagens da integração: ERP da empresa fica ligado ao gerenciamento remoto de frota
Em qualquer um dos casos, os ganhos são claros. “Problemas recorrentes e que não eram identificados como tal podem começar a ser percebidos e corrigidos com maior rapidez”, complementa Terrafino. “Atualmente, perdemos um pouco de tempo na manutenção, pois quando a informação chega para ser processada, ela já está velha. Vencer esse gap entre a coleta de dados e sua interpretação significa reduzir custos, pois isso diminui a paralisação das máquinas e evita falhas no dimensionamento do parque numa determinada operação.” Se tudo ocorrer como o esperado, o estudo sobre o uso dos PDAs será finalizado no primeiro semestre de 2008, com sua adoção no semestre seguinte. Ele deverá ser integrado ao software de gestão da empresa, o SAP 5.0. Essa versão, segundo Terrafino, incorpora a funcionalidade de ter todos os pedidos de compras de peças atualizados, acompanhando as manutenções corretivas e preventivas realizadas nos equipamentos. O caso da CCC não é isolado para a SAP e a empresa espera crescer com a adoção dos módulos de gestão da frota e de sua manutenção. De acordo com o gerente de Desenvolvimento de Negócios para Mineração e Construção, Daniel Bio, o aquecimento do setor nos últimos dois anos tem impulsionado a adoção da plataforma. “Os departamentos de compra e financeiro das construtoras
Control del mantenimiento en tiempo real Concebidos para integrar toda la información de una empresa, los sistemas de planificación de recursos de la empresa (ERP, sigla en inglés) no siempre han atendido las necesidades de todos los departamentos y, en consecuencia, al propósito que había guiado su creación. Como era el caso del departamento de mantenimiento de equipos de las empresas de construcción y minería, donde la gestión de las paradas y de los servicios no se hacía de forma integrada con los demás sectores de la empresa, como el departamento financiero o de cuentas a pagar, por ejemplo. Pero este problema podría esta llegando a su fin, como lo demuestran las empresas Camargo Corrêa Cimentos (CCC) y Galvão Engenharia que realizaron cambios en sus respectivas áreas de tecnología de la información (TI) e integraron la gestión del mantenimiento al sistema ERP. El objetivo común es mejorar la eficacia del mantenimiento preventivo y correctivo y disminuir la cantidad de repuestos en inventario. La integración es el punto de partida para generar innovaciones. En esta línea se incluye el uso de dispositivos móviles, como las computadoras de bolsillos PDA, para controlar los servicios de mantenimiento en tiempo real. Con un PDA en manos, por ejemplo, el personal puede registrar en campo el momento en que recarga combustible o lubricante al equipo y enviar automáticamente los datos al centro de información de la empresa, conocido como data center. Una vez unificados los datos es posible programar la próxima parada para recarga de la máquina, controlar en tiempo real el combustible y lubricantes, actualizar el
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Foto: Caterpillar
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Informações em tempo real permitem redução de estoques
já utilizam essa tecnologia há tempos. O módulo de manutenção, porém, começou a ser adotado nos últimos anos”, diz ele. Esse módulo é capaz de gerar relatórios sobre toda a frota, monitorando sua produtividade e as paradas preventivas e corretivas, com acompanhamentos em tempo real ou em períodos estipulados pela gerência de equipamentos. “É possível gerar relatórios individuais para cada equipamento, cada canteiro de obras, cidade, estado ou País”, afirma Bio. “Ele também identifica os equipamentos que demandam mais gastos com manutenção e até mesmo os componentes com maior índice de troca.” Segundo o executivo, o uso de PDAs no campo também permite integrar o sistema de gestão da empresa ao ge-
inventario y estimar los volúmenes que se usarán. Para automatizar los sistemas de control, CCC estudia el uso de PDA en el proyecto de integración del departamento de mantenimiento al sistema ERP en uso. De acuerdo con los especialistas, la principal integración es la relacionada a la optimización de las compras de repuestos y otros componentes usados en el mantenimiento de los equipos. Al fin y al cabo, proporciona una reducción significativa tanto de los costos de mantenimiento como de los plazos de ejecución de los servicios. Para los profesionales de mantenimiento, sin embargo, uno de los beneficios más importantes que brinda el uso de esta tecnología es la posibilidad de sustituir los servicios correctivos por paradas preventivas y, de esta forma, reducir el número de paradas no programadas.
Vantagens de um sistema integrado Wilson de Godói, vice-presidente de Sistemas e Recursos da Totvs, a desenvolvedora de softwares que detém a marca Microsiga, explica nesta entrevista como o setor de tecnologia da informação (TI) se prepara para atender construtoras e demais usuários de equipamentos com sistemas adequados a suas necessidades específicas: M&T: O que as companhias de TI oferecem para empresas que precisam coordenar a operação e manutenção de grandes frotas de equipamentos off-road? Godói: O mercado tem soluções focadas apenas no controle da frota ou na manutenção, como as ações preditivas e corretivas. Quando se fala em manutenção de máquinas e frotas há muita coisa similar, com pequenas diferenças, mas o ideal é que o sistema seja integrado ao ERP da empresa. M&T: De que forma as construtoras avançam na adoção de ERP para gerenciar suas operações? Godói: Elas estão incorporando os recursos de TI de forma muito proativa. Um exemplo é a gestão de projetos, na qual as empresas já adotam essas tecnologias para a alocação de
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recursos, a especificação dos materiais a serem usados e até mesmo os softwares para a gestão da manutenção dos equipamentos. M&T: Quais os ganhos obtidos com a informatização do processo? Godói: Em um ambiente integrado, quando se abre uma ordem de serviço para a manutenção de determinado equipamento, isso dispara uma série de rotinas realizadas automaticamente, como o orçamento das peças necessárias, sua aquisição ou baixa no estoque e a quantidade de ocorrências do mesmo tipo registradas naquela máquina e nas demais. Isso ocorre em tempo real e permite à empresa a tomada de decisões voltadas para a maior rapidez na manutenção e os ganhos de custos.
M&T: Fale sobre o uso de dispositivos móveis e seus benefícios para o setor. Godói: Tanto na gestão de projetos quanto na manutenção dos equipamentos, é possível utilizar soluções móveis que não funcionam somente com PDAs. Pode-se adotar o telefone celular, inclusive em rotinas de manutenção, como o despacho de ordens de serviço por uma mensagem curta de texto. Atualmente, as construtoras usam os dispositivos móveis mais para realizar apontamentos do que para coletar informações de manutenção em campo. Há, inclusive, o uso específico para o apontamento de horímetro das máquinas, solução muito adotada pelas locadoras devido ao perfil de sua operação.
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renciamento remoto de equipamentos oferecido por fabricantes do setor, como a Volvo e Caterpillar. “Os dados gerados pelo módulo Product Link, da Caterpillar, podem ser enviados diretamente para o data center da empresa, produzindo relatórios que analisam o motivo do problema e, por exemplo, se ele resultou de falha na operação.” Compras otimizadas Integrar a gestão da manutenção à estrutura de TI da companhia também era uma meta perseguida pela Galvão Engenharia desde 2004. “Analisamos vários módulos disponíveis no mercado, mas nenhum atendia nossa necessidade em termos de rapidez e redução nos custos de manutenção dos equipamentos”, explica Márcio Nasser Aragone, coordenador de TI da empresa. Somente em 2007, a Microsiga apresentou uma solução adequada à necessidade da construtora e ela foi adotada de imediato. Para possibilitar o controle da manutenção, o sistema é alimentado
Uso de PDAs: tendência nos canteiros de obras
com dados dos horímetros e odômetros dos equipamentos. “Com as informações colocadas, ele oferece relatórios sobre quilometragem, consumo de combustível e horas trabalhadas das máquinas”, diz Aragone. “A medição por consumo de combustível é outra informação importante por estar alinhada à nossa filosofia de manutenção baseada na severidade (SBM)”, ele complementa. De acordo com o especialista, a principal vantagem com o uso do módulo de manutenção tem sido a integração aos demais departamentos da empresa. Isso porque as informações coletadas contribuem para otimizar as compras de componentes e demais itens usados na manutenção dos equipamentos. “Dessa forma, conseguimos uma significativa redução de custos.” Para os profissionais de manutenção, entretanto, um dos ganhos mais relevantes obtidos com essa tecnologia é a possibilidade de evitar as ações corretivas, substituindo-as por intervenções preventivas e, dessa for-
ma, reduzindo as paradas não programadas. Na opinião de Aragone, o volume de dados armazenado – e seu cruzamento – ajuda a reduzir a margem de imprevisibilidade, algo comum à manutenção corretiva. E isso é fundamental para uma empresa que precisa administrar uma frota com mais de 500 equipamentos de grande porte. “Mesmo quando acontece uma ação corretiva, o sistema nos ajuda a ser mais eficientes”, diz o executivo. Como exemplo, ele explica que ao atender uma ordem de serviço, o mecânico pode checar, em tempo real, se a peça existe no estoque da empresa ou em quanto tempo ela estará disponível no canteiro. “Desse modo, podemos trabalhar de forma planejada, com um estoque mínimo e voltado apenas aos itens de maior giro.” Aragone também aposta no melhor relacionamento com os fornecedores, ao integrar o banco de dados da construtora com o dos principais fabricantes e distribuidores com os quais a construtora trabalha. “Eles podem manter um estoque para atender nossa demanda de forma mais racional.” Atualmente, o caminho inverso já acontece: a Galvão Engenharia tem acesso, em qualquer horário, ao estoque de alguns fornecedores, como a Mercedes-Benz e as distribuidoras Marcosa e Sotreq. “Obras distantes poderiam ser bastante favorecidas com essa troca de informações de mão-dupla”, ele conclui.
Camargo Corrêa Cimentos: www.camargocorrea.com.br Galvão Engenharia: www.galvao.com SAP: www.sap.com Totvs: www.totvs.com.br
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EM FOCO
Pneus testados Nos próximos meses, o Centro de Experiências Michelin de Almeria (Cema), localizado na província do mesmo nome, no Sul da Espanha, começa a testar os primeiros pneus de mineração e terraplenagem a serem produzidos pela empresa no Brasil. Com investimentos de US$ 200 milhões, a Michelin está concluindo a construção de uma nova unidade fabril em Campo Grande, no Rio de Janeiro (RJ), ao lado de uma fábrica já existente e cuja produção se destina ao fornecimento para ônibus e caminhões. Com capacidade para a produção de 40 mil t/ano de pneus de grande diâmetro, a nova fábrica tem inauguração prevista para janeiro de 2008 e vai atender o mercado local e demais países da América do Sul e América do Norte. “Investimento em infra-estrutura é uma questão de sobrevivência para as nações em desenvolvimento e de competitividade econômica para os países mais desenvolvidos.
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ao limite
Por isso, a criação dessa unidade é estratégica para a companhia”, destaca Feliciano Almeida, diretor de Marketing e Vendas para Pneus de Mineração e Terraplenagem da Michelin na América do Sul. Almeida explica que esse segmento gera uma receita bruta de US$ 6 bilhões por ano em todo o mundo, motivo pelo qual a empresa investe na nova unidade fabril. Ela vai produzir modelos de 25" a 49", criando cerca de 400 empregos diretos e 2.000 indiretos. Além de ampliar a produção, a fabricante também enfoca o desenvolvimento de novas tecnologias de pneumáticos para aplicação fora-deestrada, com investimentos de 4% do seu faturamento em P&D – incluindo os modelos para automóveis, caminhões rodoviários e outros. Para isso, o Centro de Tecnologias da empresa conta com três pólos para pesquisas, ensaios e desenvolvimentos, localizados em Ladoux (França), Laurens (Estados Unidos) e Almeria
(Espanha). Esse último, criado em 1973, figura como um dos mais importantes do mundo para testes de pneus aplicados em construção e é o único mantido por um fabricante do setor. Em seus 4.500 hectares de área, o Cema, como ele é conhecido, dispõe de 37 pistas onde 250 veículos rodam anualmente mais de 14 milhões de quilômetros para testar os produtos sob severas condições de trabalho. Durante os ensaios de rodagem, vários componentes do produto são analisados e medidos, como a banda, carcaça, flancos, zonas baixas e outras. “Um problema com o pneu pode representar equipamento parado e prejuízo para o usuário, motivo pelo qual investimos nessa área”, enfatiza Almeida. Ele explica que no Cema são testados novos compostos, designs e formas construtivas de pneus, para proporcionar ao usuário final melhor aderência, tração, conforto, resistência ao desgaste e a possíveis danos durante a rodagem.
manutenção tecnologia
Caterpillar aposenta
alavancas nas motoniveladoras
Operar motoniveladoras tornouse uma tarefa mais simples e confortável com o lançamento da série M desses equipamentos, realizada pela Caterpillar, que substitui o uso de 15 alavancas e do volante por um par de joysticks. “Esse sistema reduz a movimentação de braços e mãos dos operadores em até 78%, evitando sua fadiga e direcionando-o para sua real função, que é a de conduzir o equipamento”, diz Natal Garcia, presidente da Caterpillar do Brasil. A nova linha chega para substituir as motoniveladoras da série H e está disponível em sete modelos, dos quais
Dos sete modelos, quatro serão fabricados no Brasil
quatro serão fabrica- Modelos produzidos no Brasil dos na unidade de PiPeso Potência Comprimento Modelo Motor operacional racicaba (SP): a 120M, (hp) da lâmina (m) 12M, 140M e 160 M 120M C6.6 14.093 kg 138 3,66 (veja quadro ao lado). 12M C6.6 14.552 kg 158 3,66 Já os modelos 14M, 140M C7.2 15.130 kg 183 3,66 16M e 24M virão dos 160M C9 15.093 kg 213 4,27 Estados Unidos. Todos eles são equipados chas também se tornou mais suave, com motor de tecnologia ACERT, adequado às exigências bem como as mudanças de direção de emissões internacionais (Tier 3/ à frente e à ré, com a incorporação Stage IIIa). Segundo o fabricante, do sistema de controle eletrônico da essa motorização também confere um pressão na embreagem. As motoniveladoras também conganho de produção entre 15% e 30% às novas máquinas, devido à maior tam com bombas dedicadas aos lados transmissão de potência por cilindra- direito e esquerdo. Isso, de acordo com Garcia, proporciona o controda instalada. Além das mudanças na cabine, de le independente do fluxo hidráulico forma a proporcionar maior visibi- em cada motor das rodas dianteiras lidade, Garcia enfatiza as inovações e aumenta o torque em até 52%, em no trem de força. Isso porque as mo- relação aos equipamentos da série toniveladoras são dotadas de eixo anterior. Com a fabricação de quatro traseiro modular aparafusado, o que modelos dos sete recém-lançados, a reduz as manutenções ao permitir unidade brasileira assume a responque o eixo e os alojamentos do tan- sabilidade pelo atendimento aos merdem articulem para baixo, durante a cados da América Latina, América execução do serviço. A troca de mar- do Norte, Europa e Austrália.
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EM FOCO
JCB lança escavadeira hidráulica Baixo consumo de combustível com elevada capacidade de produção são as promessas da JCB com o lançamento da JS 200 LC, uma escavadeira hidráulica de 21 t de peso operacional e 1,14 m 3 de capacidade de carga, que atinge até 6 m de profundidade de escavação. “Ela introduz um novo conceito de aproveitamento do sistema hidráulico, permitindo maior velocidade nas operações de escavação”, afirma Paulo Oliveira, gerente de Marketing da JCB Brasil Equipada com motor de 172 hp (2.000 rpm), adequado às normas internacionais de emissões (Tier III), Características da JS 200 LC Potência líquida do motor Peso operacional Força de escavação Velocidade de giro Profundidade máxima de escavação Altura máxima de corte Altura máxima de carregamento
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ela conta com cabine fechada e dotada de ar condicionado e proteção contra tombamentos e quedas de pedras (ROPS/FOPS). Gilberto Rigoto, gerente geral da empresa, classifica a JS 200 entre as mais econômicas em sua categoria. “Por esse motivo, ela é ideal para locadoras, serviços de infra-estrutura, saneamento básico, construção rodoviária, obras urbanas, empresas agrícola e extração de cerâmica e brita”, diz ele. As primeiras unidades do equipamento foram vendidas para uma construtora de São Paulo e, segundo Rigoto, a expectativa é de conquistar uma participação de 10% a 15% do seu segmento de mercado. A meta é ambiciosa, conside172 hp rando que as escava21,2 t 11.560 kgf deiras da classe de 20 t respondem pelo maior 12.9 rpm volume de negócios na 6.020 m área de equipamentos 9.200 mm pesados, mas plena6.530 mm mente factível. “Temos
uma rede de distribuidores capilarizada e eficiente para garantir a presença dessa máquina em todo o País, além de oferecer suporte aos clientes em peças e serviços”, complementa o executivo. Com esse lançamento, a JCB amplia sua linha de equipamentos no Brasil, composta por três modelos de retroescavadeiras, duas empilhadeiras, um manipulador telescópico e a recém-lançada pá-carregadeira 426 ZX. No exterior, entretanto, a linha é mais ampla e engloba mais de 290 modelos de equipamentos, incluindo escavadeiras de 1 t a 46 t e carregadeiras de 0,75 a 2,68 m 3 de capacidade de caçamba. Terceira maior fabricante de equipamentos do mundo, a empresa, de origem britânica, atua no Brasil desde 1995 e, em 2001, inaugurou sua fábrica de Sorocaba (SP). A unidade responde pela produção de alguns equipamentos da marca, mas num primeiro estágio, a escavadeira JS 200 será importada da Inglaterra.
EM FOCO
Metso investe em serviços
Usina de britagem e equipamentos sofisticados (abaixo) permitem realizar vários ensaios
Ao inaugurar seu Centro de Tecnologia de Processos (CTP), a Metso Minerals avança no setor de serviços com a proposta de atender os clientes em projetos de dimensionamento, otimização e expansão de usinas de beneficiamento mineral. Instalado numa área de 500 m2, na unidade da empresa em Sorocaba (SP), o CTP mobilizou investimentos de R$ 1 milhão na aquisição de novos equipamentos para ensaios minerais e metalúrgicos, além de uma usina de britagem para testes-piloto. O projeto é uma parceria com o instituto australiano JKTech Pty, especializado em caracterização de minérios e na área de testes de quebra, conforme explica João Ney Colagrossi Filho, presidente da Metso Minerals na América do Sul. “Com isso, nosso foco extrapola o mero fornecimento de equipamentos e peças, englobando soluções completas para o melhor desempenho em processos de beneficiamento mineral”, diz ele. O objetivo, segundo o executivo, é melhorar a produtividade de mineradoras e produtoras de agregados com redução no custo por tonelada produzida, menor impacto ambiental e otimização na manutenção dos equipamentos. Para isso, o CTP está apto a realizar ensaios, simulações e pesquisas, tanto no dimensionamento e caracterização de novos empreendimentos (projetos greenfield) como no atendimento a usinas já em operação. A lista de serviços inclui ainda a otimização de desmonte de rochas, o treinamento de operadores e engenheiros, o desenvolvimento e integração de processos. Para isso, o centro conta com planta de britagem, conjuntos de peneiras, moinhos de bolas, células de flotação, dispositivos para teste de vedação de rolos e analisador de partículas sólidas em lubrificantes e graxas, entre ou-
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manutenção tecnologia
tros equipamentos. A unidade dispõe também de um banco de dados, com acesso ao laboratório da parceira JKTech e aos resultados de testes realizados na América do Sul e demais países do mundo. Além disso, Colagrossi diz que a empresa está firmando convênios com universidades e centros de pesquisas brasileiros e internacionais, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Queensland, na Austrália. Antes mesmo da inauguração desse centro, a Metso já havia conquistado 13 clientes para a área de serviço com base nos resultados obtidos em alguns projetos na América do Sul. “Um exemplo foi a mina de Antamina, no Peru, onde melhoramos a produtividade dos equipamentos em 30% e o cliente teve um retorno sobre seus investimentos em poucas se-
manas”, atesta Colagrossi. Segundo o executivo, os serviços oferecidos pela empresa não se limitam apenas às instalações dotadas de equipamentos da Metso. “Essa área atua de maneira independente da fábrica, com o objetivo exclusivo de proporcionar melhoria ao processo do cliente.” Além disso, ele afirma que os contratos podem ser firmados com base nos resultados obtidos, de forma que os clientes paguem pelo serviço de acordo com o seu aumento da produtividade. “O nosso objetivo é transferir tecnologia nas áreas de desmonte, britagem, moagem autógena e semi-autógena, flotação e moagem convencional, fina e ultrafina”, diz Colagrossi. A meta da empresa, atualmente, é a de firmar o primeiro contrato com um produtor de agregados, uma vez que todos os clientes conquistados até o momento são da área de mineração. “Com o boom que o mercado de construção está vivendo, não há duvidas de que esse setor vai começar a bater recordes históricos de produção e a melhoria do processo produtivo certamente entrará na sua pauta de discussões”, diz ele. Entre os clientes atendidos pelo CTP estão a chilena Codelco, a brasileira Vale e a peruana Xstrata.
Laboratório tem acesso aos testes realizados em todo o mundo
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Foto: Caterpillar
Treinamento de operadores
Como identificar e desenvolver
competências Por Dionisio João Parise (*)
A mecanização da colheita florestal no Brasil teve início na década de 1970, quando várias empresas de papel e celulose passaram a utilizar motosserras profissionais, tratores agrícolas equipados com guinchos e pinças hidráulicas traseiras miniskidders, além da popularização de tratores desenvolvidos especificamente para o arraste de madeira skidders e das gruas hidráulicas para o carregamento de caminhões. Na década de 1980, chegaram ao País os feller-buncher de tesouras e de sabre, geralmente montados em triciclos. Como esses equipamentos proporcionam um pré-empilhamento das árvores, os tratores de arraste ski-
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dders ou miniskidders tiveram um incremento em sua utilização e produtividade, combinada com o uso das grades desgalhadoras. Durante a década de 1990 ocorreram os maiores avanços tecnológicos em equipamentos utilizados na mecanização da colheita florestal. Com a liberação das importações, em 1993, os fabricantes nacionais e internacionais disponibilizaram no mercado brasileiro máquinas dotadas de alta tecnologia, produzidas nos países escandinavos (Suécia e Finlândia) e na América do Norte (Estados Unidos e Canadá). Entre elas estavam os fellerbunchers de discos, delimbers, slachers, harvesters de pneus e máquinas-base
de esteiras com cabeçotes processadores, além de skidders, forwarders, gruas florestais operadas por joysticks e garras montadas em escavadeiras. Esse fato marcou uma vertiginosa transformação no processo de mecanização da colheita florestal no Brasil. A velocidade de transição entre o uso de equipamentos com poucos recursos para os de alta tecnologia, assim como as diferenças entre o avanço da tecnologia empregada e o conhecimento dos operadores, gerou um gap tecnológico nesse processo. As máquinas de alta tecnologia e elevada produtividade impulsionaram a competitividade e, em decorrência dessa mudança, impuseram uma
manutenção tecnologia
nova realidade na estruturação do processo, não apenas em termos de novas características para a atividade, mas principalmente em relação às competências que seus operadores devem possuir. Os desafios impostos pela mecanização da colheita florestal no Brasil são muitos, mas a carência de profissionais qualificados para a operação desses equipamentos apresenta-se como um dos maiores dentre os demais. As empresas do setor enfrentam dificuldades na identificação de pessoas com potencial para serem capacitadas a exercer essa ocupação. Muitas vezes, despendem tempo e vultosos recursos financeiros na preparação de pretensos bons operadores que, na realidade, são desprovidos de tal potencial, resultando em baixa produtividade dos equipamentos, indisponibilidade mecânica e operacional, altos custos de operação e manutenção. Tudo isso sem contar os riscos de acidentes de trabalho, a utilização não racional dos equipamentos e os possíveis impactos ambientais decorrentes de falhas na operação, entre outros danos. Desta maneira, como requisito indispensável, impõe-se ao profissional responsável pela seleção dos futuros operadores um pleno domínio de conhecimentos. Ele precisa dispor de um “feeling” que lhe confira capacidade de percepção para, no decorrer do processo seletivo, identificar nos candidatos o imprescindível potencial que os credencie ao curso de capacitação no qual aprenderão a atividade, de operador das máquinas utilizadas na colheita florestal. Competência e conhecimento O conceito geral de competência profissional é a mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao desempenho de atividades ou funções típicas, segundo padrões de qualidade e produtividade requeridos pela natureza do trabalho. O conhecimento está relacionado à informação – saber o quê, saber o porquê – à habilidade – saber como,
capacidade técnica – e à atitude – determinação, identidade, querer fazer. O operador competente é o que produz segundo os padrões de qualidade, produtividade e eficiência operacional e mecânica. Com isso, podemos relacionar a qualidade com o conhecimento do profissional, a produtividade com sua habilidade e a eficiência operacional e mecânica com sua atitude. Com a definição de competência, busca-se entender o que faz um operador ser melhor que outro. Uma análise atenta demonstra que ele será mais ou menos competente no desenvolvimento de sua atividade de acordo com: • a capacidade de realizar movimentos simultâneos; • a capacidade de ação e reação rápidas; • a capacidade de não perder tempo ou realizar operações desnecessárias; • o respeito aos limites da máquina; As capacidades que o operador deve possuir para ser competente ao realizar movimentos simultâneos, agindo e reagindo rapidamente, com respeito aos limites da máquina, são: • coordenação motora; • raciocínio de forma rápida e lógica; • capacidade de planejamento; • capacidade de concentração; Atitude e decisão. A preparação de operadores competentes constitui o grande desafio das empresas florestais, na medida em que o processo de aprendizagem, segundo A. Bobeda, “é um fenômeno extremamente complexo e que envolve aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais.” Segundo o especialista, a aprendizagem resulta do desenvolvimento de conhecimentos e de aptidões, bem como da transferência destes para novas situações. O conhecimento é composto de know-how e habilidades. O know-how se relaciona ao conhecimento explícito – formalizado e especializado – baseado em experiências práticas e que podem ser compartilhadas. Já as
Cómo identificar y desarrollar competencias En la década de 1970, el Brasil incorpora la mecanización en la cosecha forestal cuando varias empresas de papel y celulosa comienzan a utilizar motosierras profesionales y tractores agrícolas equipados con grúas y garras hidráulicas traseras conocidos como mini-skidders, y popularizan el uso de los tractores desarrollados específicamente para el arrastre de madera (skidders) y de las grúas hidráulicas para la carga en camiones. Durante la década de 1990, surgen los más importantes avances tecnológicos en el sector de equipos que favorecen la cosecha forestal mecanizada. En 1993, debido a la eliminación de gravámenes y restricciones a las importaciones, los fabricantes nacionales e internacionales ofrecen al mercado brasileño máquinas de alta tecnología, producidas en los países Escandinavos y en América del Norte. Entre ellas puede mencionarse la taladora de discos o feller-bunchers, desramadoras, descortezadoras, taladoras de ruedas y máquinas base sobre orugas con cabezales procesadores, aparte de tractores forestales, transportadoras, grúas forestales controladas por palancas de mando y garras acopladas a excavadoras. Este hecho inicia una vertiginosa transformación en el proceso de mecanización de la cosecha forestal en el Brasil. La rápida transición de uso de
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Treinamento de operadores
habilidades se situam no campo do conhecimento tácito, adquirido pela prática, adaptável, que depende de habilidades pessoais, aptidão profissional, conhecimento privado, e é freqüentemente transmitido no relacionamento mestre/aprendiz. A aptidão é a potencialidade ou predisposição da pessoa em aprender determinada habilidade ou comportamento. Ela é inata e pode ser definida por meio de características como a predisposição natural para determinado trabalho ou tarefa; por sua manifestação sem a necessidade de exercício, treinamento ou aprendizado. A aptidão pode ser avaliada por meio de comparações, oferecendo um prognóstico futuro do potencial de desenvolvimento do profissional testado. Devidamente exercitada através da prática, ela se transforma em capacidade. Dessa maneira, a realização de uma atividade é o resultado do processo de aprendizagem, que é a interação entre o conhecimento explícito e o tácito. O diferencial de competência entre os operadores está no conhecimento tácito – do latim tacitus, quando o conhecimento não pode ser exteriorizado por palavras. Todos podem tentar, mas o diferencial é interno. No conhecimento explícito – do latim explicitus, quando o conhecimento está declarado, explicado.
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Todos podem tentar e o resultado será, na média, eficaz. No esquema da página 38, é possível verificar que o conhecimento tácito está relacionado à habilidade e aptidão, que por sua vez dependem de requisitos pessoais especiais, também denominados de requisitos de acesso num processo de seleção profissional. Caso prático O desafio dos profissionais do setor consiste em identificar quais são os requisitos pessoais especiais que determinam o potencial de uma pessoa se tornar um operador de equipamentos competente. Em busca dessa resposta, realizou-se um estudo de caso, para subsidiar as empresas do setor no recrutamento e seleção de candidatos aptos a serem treinados para a operação harvesters e forwarders. O estudo de caso se realizou entre dezembro 2002 e setembro 2003, no Espírito Santo, adotando como prérequisito a escolaridade dos candidatos. Testes de Português e de Matemática foram aplicados aos 2.134 candidatos que se apresentaram, dos quais 200 foram selecionados para a fase seguinte. Nessa etapa, eles se submeteram a um teste de habilidade com o uso do simulador de realidade virtual, que resultou na seleção de 100 pessoas. Na fase seguinte, eles
equipos con pocos recursos a equipos de alta tecnología, así como las diferencias entre el avance de las tecnologías empleadas y el conocimiento de los operadores, abre una brecha tecnológica considerable. Las máquinas de alta tecnología y elevada productividad fortalecen la competitividad y, como consecuencia, estos cambios imponen una nueva realidad, resultado de la reestructuración del proceso, no tanto en términos de las nuevas características de la actividad, sino principalmente con relación a las competencias que sus operadores deben poseer. Los desafíos impuestos por la mecanización de la cosecha forestal en el Brasil son muchos, pero la carencia de profesionales cualificados para el manejo de estos equipos está reconocida como uno de los más importantes. Las empresas del sector enfrentan dificultades para identificar personas con potencial para recibir capacitación y desempeñar la función de operador. Muchas veces, se invierte un tiempo valioso y recursos financieros cuantiosos preparando supuestos buenos operadores que, en realidad, no tienen potencial para el aprendizaje, lo que redunda en una baja productividad de los equipos, baja disponibilidad mecánica y operativa, altos costos de operación y mantenimiento, sin mencionar los riesgos de accidentes laborales, el uso no racional de los equipos y los posibles impactos medioambientales generados por operaciones mal realizadas, entre otros daños. De esta forma, el requisito indispensable que se exige al profesional responsable de la selección de futuros operadores es que tenga dominio total de conocimientos. Debe tener la sensibilidad suficiente, derivada de una capacidad de percepción aguda, para identificar, en el transcurso del proceso selectivo, a los aspirantes con el imprescindible potencial que los habilite a participar en programas de capacitación para aprender todo lo que necesitan saber para ejercer la actividad de operador de máquinas forestales.
Treinamento de operadores realizaram testes psicométricos para identificação dos requisitos pessoais especiais, que resultou na escolha de 40 encaminhados para a realização de exames médicos. No final do processo, 32 candidatos foram selecionados para iniciar o programa de treinamento e nenhum deles possuía experiência na operação de equipamentos. O programa de treinamento foi composto por módulos de nivelamento, técnico, operação em simuladores de realidade virtual, cursos de 100 horas – tanto para a operação de harvester como de forwarder – e prática profissional de 500 horas – também para os dois tipos de equipamentos. O acompanhamento e a coleta de dados sobre a produtividade e qualidade técnica dos candidatos foram realizados mensalmente, durante a prática operacional de 500 horas, que teve duração de seis meses. Requisitos de acesso Um workshop dirigido, com a participação de especialistas em colheita florestal e de um psicólogo, definiu, como referência para análise, um conjunto de requisitos pessoais especiais (requisitos de acesso) em que se avaliaram habilidades manipulativas, aptidões gerais e específicas. A identificação dos requisitos foi realizada por um psicólogo, com testes normalmente utilizados nos processos de
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seleção de pessoal. A seguir, é apresentado o conjunto dos requisitos pessoais especiais e seus respectivos conceitos: • Psicomotricidade: evidencia a relação entre os processos cerebrais e afetivos com o ato motor; desenvolvimento de atividades que exijam coordenação motora fina, com rapidez e qualidade; movimento de braços, mãos, dedos, pés e pernas, muitas vezes juntos. • Memória visual: capacidade de recordar com precisão de experiên-
cias visuais anteriores. • Relação Espacial: capacidade de compreender as formas no espaço e as relações entre objetos planos e sólidos – para visualizar objetos em duas e três dimensões –; percepção de profundidade, isto é, de distância entre objetos posicionados em diferentes planos. • Atenção: capacidade de manter a concentração no trabalho durante um período de tempo, para desenvolver tarefas de forma sistemática, sem dificuldades de retenção; pode-se observar a fadiga, a resistência à monotonia e a velocidade perceptiva. • Memória auditiva: capacidade de reter informações auditivas e recordar delas, reconhecendo e reproduzindo estímulos sonoros anteriores apresentados; habilidade para notar, comparar e diferenciar sons distintos; habilidade para perceber sons importantes. • Inteligência não-verbal: capacidade de equacionar soluções difíceis, mantendo elevado nível de solução de problemas freqüentes e genéricos que sejam diferentes dos relacionados a sua habilidade técnica. • Cálculos básicos: capacidade de executar cálculos matemáticos básicos,
manutenção&tecnologia
sem o auxílio de instrumentos. • Inteligência geral: capacidade de processar informações; uso adequado de sistemas associativos, tanto para a formação de novos conceitos quanto para a elaboração de processos ou a resolução de problemas. Resultados e conclusões Inicialmente, a análise dos resultados foi realizada com a classificação dos 26 alunos que concluíram o treinamento, utilizando o critério da média dos valores obtidos pelos candidatos nos quesitos produtividade e qualidade técnica. Na seqüência, com a utilização de estatística descritiva, de análise de correlações, de análise de regressão linear múltipla e análise de agrupamento, verificou-se qual a influência dos valores obtidos nos testes de requisitos de acesso, da idade de cada aluno e do desempenho no simulados na sua classificação. A seguir, são apresentados os resultados e conclusões mais significativas. • A psicomotricidade apresenta correlações em ordem de importância com a qualidade, desempenho no simulador, inteligência geral e produção. O aumento da psicomotricidade significa maior qualidade e habilidade no simulador, maior inteligência geral e aumento de produção. • O simulador de realidade virtual apresenta correlações em ordem de importância com a classificação, psicomotricidade e inteligência ge-
Glossário CABEÇOTE PROCESSADOR – Equipamento que realiza o corte, desgalhamento, descascamento e traçamento de árvores. CLAMBUNK-SKIDDER – Destina-se ao arraste de feixes de toras compridas ou árvores inteiras, da área de corte até o local de processamento. Seu carregamento é realizado por uma grua e o arraste do feixe é feito como nos demais skidders. DELIMBER – Equipamento que realiza o desgalhamento de árvores derrubadas. FELLER-BUNCHER – Também conhecido como trator florestal cortador-acumulador, consiste de um trator de pneus ou esteiras com cabeçote, que realiza o corte e o empilhamento de árvores. FORWARDER – Projetado para uso no sistema de toras curtas, executa a extração da madeira da área de corte para a margem da estrada ou o pátio intermediário. Possui um chassi articulado e com tração, em capacidades de carga de 10 a 19 t, além de uma grua para carga e descarga. GRUA FLORESTAL – Equipamento composto de uma grua com garra, montada sobre uma máquina-base, em geral adaptada de tratores agrícolas ou equipamentos de esteiras. Sua função é realizar a carga e descarga de toras. HARVESTER – Executa simultaneamente as operações de derrubada, desgalhamento, traçamento, descas-
camento e empilhamento da madeira. É composta por uma máquina-base de pneus ou esteiras, uma lança e cabeçote. MINISKIDDER – Trata-se de um skidder de menores dimensões e capacidades. SKIDDER – Projetado para trabalhar nos sistemas de toras compridas, executa o arraste de feixes de toras ou árvores da área de corte até a margem da estrada ou pátio intermediário. É composto por uma máquina-base de pneus ou esteiras, adaptada com garra ou guincho. SLINGSHOT – Equipamento que reúne as características do feller-buncher e do harvester. Realiza o corte de cada árvore, acumulando-as em seu cabeçote até formar um feixe. As árvores são processadas simultaneamente, isto é, desgalhadas, traçadas e dispostas juntamente. SKYLINE/CABO AÉREO – Trata-se do sistema de cabos e roldanas usado para transportar toras da área de corte até os pátios intermediários. Geralmente é utilizado em áreas com declividades acentuadas. SLACHER – Equipamento composto de uma grua com garra e um traçador mecânico equipado com um sistema de corte. Realiza o traçamento de toras e o carregamento. TRATOR AUTOCARREGÁVEL – Máquina adaptada de um trator agrícola, equipada com carreta e grua hidráulica, usada no baldeio de toras.
Treinamento de operadores
ral. O aumento da habilidade com o simulador significa melhor classificação, maior psicomotricidade e inteligência geral. • A memória visual e a relação espacial apresentam correlação com a produção. • A atenção apresenta correlação com a qualidade. • Os itens do conjunto de requisitos pessoais especiais mais expressivos para o quesito produção são a psicomotricidade, relação espacial e memória visual. • Os itens do conjunto de requisitos pessoais especiais mais expressivos para o quesito qualidade são a psicomotricidade e atenção. • Os itens do conjunto de requisitos pessoais especiais mais expressivos para o quesito “média” são a atenção, psicomotricidade, relação espacial e memória visual. • O requisito pessoal especial mais expressivo para a ocupação de operador é a psicomotricidade. As pessoas que apresentaram maior grau de aptidão para a ocupação, de acordo com o conjunto de referência dos requisitos pessoais especiais, foram as que exibiram maior potencial para desempenhar com competência
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a função de operador de máquinas de colheita florestal. A idade se impôs como um fator importante no processo de treinamento. O grupo com menor média de idade apresentou melhores resultados na classificação. Constatou-se ainda que existe relação entre os grupos de operadores com maior grau de habilidade manipulativa, demonstrado no teste em simulador de realidade virtual, e os que desempenham a função com maior competência no atual estágio da mecanização. Tais resultados permitem avaliar que os itens do conjunto de requisitos pessoais especiais determinantes no perfil de um operador de máquinas de colheita florestal, no atual estágio tecnológico, são a psicomotricidade, atenção, relação espacial e memória visual. A mecanização florestal é imprescindível para a obtenção de ganhos de competitividade e melhores condições de trabalho para os operadores. Desta maneira, o entendimento de suas competências e do processo de aprendizagem desse profissional, que envolve os conhecimentos tácito e explícito, para identificar o po-
tencial de futuros operadores, tornase algo fundamental. Os questionamentos de referência sobre o assunto, representados no fluxo ao lado, são: • O que determina se um operador é competente? • Quais são os itens que fazem a diferença na operação de um equipamento florestal? • O que o operador necessita ter? • Quais são os requisitos pessoais especiais ou requisitos de acesso? Quando se responde a esses questionamentos, o resultado aparece com altas taxas de produtividade, maiores índices de disponibilidade mecânica e operacional, custos operacionais e de manutenção competitivos e operações ambientalmente corretas. O estudo de caso mostra que profissionais dotados de potencial, identificados pelos requisitos pessoais especiais, podem fazer a diferença entre uma operação de equipamentos mais ou menos competente. O simulador de realidade virtual é uma importante ferramenta para a formação de operadores competentes, pois desenvolve sua habilidade, que está diretamente relacionada ao conhecimento tácito. Ele também desenvolve o conhecimento explícito, que auxilia no desenvolvimento do conhecimento tácito. É importante, porém, que os fabricantes de simuladores desenvolvam exercícios específicos para este fim. A pesquisa e o estudo sobre o conhecimento tácito dos operadores e seus requisitos pessoais especiais (requisitos de acesso) devem continuar, pois este estudo, em razão da população amostrada, se limita a ser um instigador do tema. (*) Dionisio João Parise é engenheiro mecânico, mestre em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com experiência de 20 anos na mecanização da colheita florestal. Atualmente, trabalha na Coordenação de Qualificação e Aperfeiçoamento Profissional do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), regional Paraná.
MINERAÇÃO
Soluções para a
maior produtividade na mina
Expansão do setor impulsiona a indústria de equipamentos a desenvolver tecnologias voltadas à maior eficiência e economia nos processos de lavra, beneficiamento e pesquisa mineral
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manutenção tecnologia
Soluciones que mejoran la productividad de las minas
Para atender à forte demanda mundial, as mineradoras instaladas no Brasil vão investir US$ 28 bilhões em projetos de expansão, nos próximos quatro anos, segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). A expectativa para este ano é de que o valor da produção mineral do País cresça 6% em comparação com 2006, atingindo um total de R$ 36,2 bilhões – excluindo-se os segmentos de petróleo e gás. “Nunca se viu um crescimento desse porte e de maneira sustentável, por um período tão longo”, comemora Paulo Camilo Penna, presidente do Ibram. A âncora dessa expansão está apoiada no aquecimento da economia global, em especial de países emergentes como a China e Índia, ávidas por commodities minerais. Mas mesmo no mercado brasileiro, os investimentos em infra-estrutura, habitação popular e o crescimento do mercado imobiliário devem contribuir para o avanço da mineração de agregados. Em 2006, a produção de brita, areia e cimento aumentou 8% em relação ao ano anterior e a tendência deve se manter em 2007. Esse cenário de otimismo marcou o 12º Congresso Brasileiro de Mineração, realizado em Belo Horizonte (MG), onde profissionais do setor se reuniram para debater o futuro da mineração no País. Paralelamente ao evento, a feira Exposibram apresentou aos visitantes o que a indústria de equipamentos está desenvolvendo para proporcionar maior produtividade e disponibilidade aos processos de lavra, beneficiamento e pesquisa mineral. Veja, a seguir, os principais lançamentos apresentados no evento:
Para atender la gran demanda mundial, las empresas mineras que operan en el Brasil van a invertir 28.000 millones de dólares en proyectos de expansión durante los próximos cuatro años, según un sondeo realizado por el Instituto Brasileño de Minería (Ibram). La previsión para este año es que el valor de la producción mineral del país crezca un 6%, en comparación al 2006, al totalizar 36.000 millones de reales, sin considerar el sector de petróleo y gas natural. “Nunca se ha registrado un crecimiento de esta magnitud, de forma sostenible y durante un período tan largo de tiempo”, destaca entusiasmado Paulo Camilo Penna, presidente del Ibram. El ritmo de la expansión está directamente relacionado con la reactivación de la economía global, en especial de los países emergentes, como China e India, ávidos de materias primas minerales. Incluso en el mercado brasileño, las inversiones en infraestructura y viviendas populares, y el crecimiento del mercado inmobiliario deben contribuir al avance de la explotación minera de áridos. En el 2006, la producción de grava, arena y cemento aumentó el 8%, en relación al año anterior, y la tendencia predominante es que se mantenga estable en el 2007. Fue en ese clima de optimismo que se realizó, en Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, el 12º Congreso Brasileño de Minería, en donde profesionales del sector se reunieron a fin de debatir el futuro de la minería en el Brasil. Paralelo al evento, tuvo lugar la feria Exposibram que presentó a los visitantes los nuevos avances técnicos que la industria de equipos ha desarrollado para mejorar la productividad y eficiencia de los procesos de extracción, tratamiento e investigación mineral.
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MINERAÇÃO
New Holland: As três versões da escavadeira hidráulica de grande porte E385, indicadas para uso em mineração, foram o destaque da New Holland durante o evento. A E385BEH, um dos mais recentes lançamentos da marca, possui braço mais curto e caçamba de maior capacidade, para aplicação em trabalhos pesados e que
demandam grandes volumes de produção. Composto por duas bombas de pistões axiais de fluxo variável, que conferem alto rendimento à máquina, o sistema hidráulico inteligente SHS (Smart Hydraulic System) mantém comunicação contínua com o computador de bordo AI (Artificial Intelligence). Essa combinação tecnológica é considerada pela fabricante como um grande avanço em favor da maior eficiência nas operações severas. A E385BEH, por exemplo, eleva 8,8 t em seu alcance máximo. www.newholland.com.br
Metso Minerals: Ocupando um lugar de destaque no mercado brasileiro de bombas de polpa, a Metso Minerals concentra seus esforços na comercialização dos modelos Orion e das bombas verticais. Entre as novidades, exclusivas da marca, estão o sistema duplo de Ajuste, que corrige folgas entre o rotor e a carcaça da bomba, e o projeto “Back Pull Out”, responsável pela maior facilidade nas manutenções. Todos os modelos permitem intercâmbio entre as carcaças metálicas e revestidas em borracha. A empresa também aposta nos conjuntos móveis de britagem Lokotrack, montados em chassi sobre esteira, disponíveis para diversas demandas de produção. São equipamentos autopropelidos por motores à diesel – ou acionamento elétrico como
opcional – que vencem rampas de até 20% e podem se movimentar sobre terrenos íngremes. Sua característica que mais de sobressai, entretanto, é a alta manobrabilidade e mobilidade. www.metsominerals.com.br
Liebherr: A pá-carregadeira L580 2Plus2, comercializada há sete anos, não pára de incorporar melhorias, conforme explica o gerente da empresa, João Bosco da Silva Bastos. “A maioria das empresas se norteia pelo peso da carregadeira, mas a variável correta seria a carga de tombamento, pois é ela que define a capacidade da caçamba”, diz ele. Segundo Bastos, a carga nominal não deve ultrapassar 50% da carga de tombamento do equipamento quando articulado. Isso corresponde a um fator de segurança de 2,0.
manutenção tecnologia
são de fundir todas as suas marcas de produtos sob o “guarda-chuva” da Sandvik. A estratégia, segundo o diretor-presidente Christian Bittner, é consolidar a imagem de uma companhia que, em menos de dez anos, transformou-se de um provedor de ferramentas de perfuração em fabricante global de equipamentos e soluções para mineração e construção. “Alcançamos isso por meio da aquisição de importantes marcas, como a Tamrock, Toro, EIMCO, Voest-Alpine, Bergtechnik, Driltech, Rammer, Mission e Roxon, entre outras”, diz ele. www.sandvik.com
Caso contrário, pode-se encurtar a vida útil do equipamento. As características da L580 2Plus2 são: carga de tombamento de 18 t, capacidade da caçamba de 5 m3, peso operacional de 24,5 t e potência do motor de 272 hp. www.liebherr.com/lh/pt
Volvo: Um contrato assinado com a mineradora Vale, para o fornecimento de 104 caminhões, marcou o pioneirismo da empresa no lançamento do primeiro modelo rodoviário com tração 10x4 do Brasil. Os novos caminhões FM 480 10x4 da Volvo têm capacidade de carga de 50 t (líquida) e são equipados com motor de 13 l, com 480 hp de potência e 2.400 Nm de torque. Foram desenvolvidos a pedido da mineradora, incorporando itens como suspensão regulada eletronicamente, freio auxiliar Retarder incorporado como item de série, câmbio com carcaça reforçada e dotado de sistema de resfriamento (cooling), suspensão a ar com controle de nível eletrônico e direção eletrohidráulica, entre outras características.
Ciber Equipamentos Rodoviários: A empresa apresentou na Exposibram a linha de mineradoras de superfície SM, da Wirtgen, que possibilita a remoção de afloramentos minerais e a deposição do material diretamente sobre a caçamba dos caminhões. Disponíveis em cinco modelos, os equipamentos operam pelo mesmo conceito das fresadoras de asfalto, conferindo ganhos ecológicos ao processo, uma vez que
eliminam o uso de explosivos. Também produzem já na granulometria necessária, otimizando os custos com britagem. São indicados para a extração de minério de ferro, calcário, bauxita, carvão e sal, entre outras substâncias com até 80 MPa (815 kg/cm2) de resistência, operando em larguras que variam de 2,2 a 4,2 m. www.ciber.com.br
Rossetti: Com o foco voltado ao mercado de mineração, a empresa lançou a caçamba cônica para uso em caminhões extrapesados. De acordo com o gerente de Engenharia de Vendas e Marketing da empresa, Daniel Rossetti, o novo design facilita o escoamento do material e confere maior produtividade à operação, evitando o transporte de “carga morta”. Adaptável para qualquer modelo de caminhão, o novo produto começa a ser comercializado em 2008. Rossetti destaca ainda que a caçamba cônica é fabricada com aço de elevada resistência, atingindo peso de 5,7 toneladas, com uma re-
www.volvo.com/trucks/brazil-market/ pt-br
Sandvik: Os clientes da empresa começam a perceber uma mudança no seu posicionamento, com a deci-
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gamento da sua vida útil. Dentre as vantagens, estão os suprimentos de óleos hidráulicos e lubrificantes por impulsão a baixa pressão, o que elimina o uso de propulsoras pneumáticas, bombas e motores hidráulicos. Segundo o fabricante, o Prolub proporciona vazões três vezes superiores, na média, em comparação com os comboios pneumáticos convencionais. www.gascom.com.br
dução de 700 kg e maior capacidade de transporte em relação aos modelos da mesma faixa. O número de cilindros hidráulicos diminuiu de cinco para quatro, com maior rapidez no tempo de basculamento, e sua fixação em munhões proporcionou maior resistência durante os movimentos laterais. www.rossetti.com.br
Scania: Pioneira no fornecimento de caminhões rodoviários 8x4 para serviços fora-deestrada, a Scania se superou mais uma vez ao apresentar o R 470 10x4, um modelo basculante indicado para aplicações severas em minas e canteiros
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de obras. Com 50 t de capacidade de carga líquida, ele oferece melhor relação custo/benefício no transporte de materiais ao proporcionar tempos de ciclo rápidos com baixo investimento inicial e pequeno custo operacional, quando comparado aos tradicionais caminhões off-road. O novo modelo conta com freio auxiliar Retarder incorporado como item de série, câmbio semi-automatizado para a troca de marchas sem interferência do operador, freio ABS e um exclusivo sistema de travamento de suspensão durante o basculamento, que confere maior segurança à operação. www.scania.com.br
Gascom: O carro-chefe da empresa é o comboio de lubrificação pressurizado Prolub, que proporciona maior produtividade e disponibilidade aos equipamentos em operação no campo. Isso porque as manutenções corretivas ou preventivas dessas máquinas, com sua lubrificação regular, representa um fator fundamental para o prolon-
Copex: Focada na venda de equipamentos e ferramentas para perfuração e desmonte de rochas e concreto, bem como a logística de movimentação de materiais e de attachments hidráulicos, a Copex destaca, em sua vasta linha de produtos, as escarificadoras hidráulicas da marca Simex. Indicadas para uso em escavadeiras, elas estão disponíveis em seis tamanhos e, segundo a empresa, proporcionam altas taxas de produção com baixos índices de manutenção e desgaste. Possuem bits de fácil substituição e motor hidráulico interno com pistão e direção direta, para sua máxima eficiência. www.copex.com.br
TBM: A mineira TBM Indústria e Comércio fechou parceria com a espanhola Metalogenia para a venda no Brasil dos adaptadores e pontas para uso em mineração das linhas Fixmet e Kingmet. “Será uma linha complementar, já que trabalhamos com laminados e a Metalogenia, com fundidos”, explica a vice-presidente da empresa, Cláudia Sabino Procópio. A TBM, especializada na linha de produtos antidesgaste, foca sua atuação no aço de elevada dureza XS400, seu mais recente lançamento nessa área. Com uma resistência de 450 a 500 HB, ele é recomendado para uso em bordas para motoniveladoras, carregadeiras, tratores e escavadeiras de grande porte. “Em testes realizados com solos altamente abrasivos, ele atinge uma vida
manutenção tecnologia
útil similar a de produtos como o UsiAR e Hardox, apresentando melhor relação custo/benefício”, diz Cláudia. www.tbm.com.br
Michelin: Com o lançamento do MEMS (Michelin Earthmover Management System), a empresa passa a oferecer uma solução integrada para monitoramento de pneus forade-estrada em operações de mineração e canteiros de obras. O sistema permite medir, em tempo real, a pressão e temperatura dos pneus por meio de sensores, monitorando os dados a partir da sala de controle/despacho da mina. Com isso, é possível evitar superaquecimentos e danos que resultem em elevados custos de manutenção. Um caminhão que cumpriu ciclos de maior velocidade e está com os pneus quentes, por exemplo, pode ser encaminhado para um ciclo mais lento, preservando seu pneumático sem comprometimento à produtividade. A fabricante também apresentou uma aplicação de seu pneuconceito, o Tweel, para uso em pás-carregadeiras. Constituído de uma banda de rodagem em borracha ligada à roda, por meio de raios flexíveis, ele dispensa o enchimento de ar e substitui, em um só produto, a tradicional montagem pneu/
roda. Com isso, esse novo modelo dispensa os serviços de montagem e é imune a furos, além de conferir elevada capacidade de suporte e estabilidade ao equipamento. www.michelin.com.br
Britanite: Um sistema de detonação eletrônico, autoprogramável e de elevada precisão, batizado de HotShot, foi o destaque da empresa para desmontes por explosão. “Ele possibilita máximo aproveitamento de energia do explosivo, resultando numa melhor fragmentação da rocha e em conseqüentes ganhos nas etapas de carregamento, transporte e britagem do material desmontado”, explica Paulo Sampaio, gerente de Operações Industriais da Britanite. No primeiro semestre deste ano, a Britanite colocou à prova a eficiência de seus serviços e realizou o desmonte de 2 milhões t de minério de cobre da mina de Sossego, o maior já realizado na América do Sul. Agora, segundo a empresa, o nível de qualidade dos serviços prestados será ainda maior. A Britanite também lançou uma nova unidade móvel de bombeamento (UMB), com capacidade para 1 t de explosivos, desenvolvida para atender às necessidades em serviços de desmonte subterrâneo, onde o terreno exige veículos pre-
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parados para operar em condições extremas, como pouca aderência e grande inclinação. Com dimensões reduzidas, sobre chassi do utilitário Ford F-4000, ele recebeu uma série de adaptações, como eixo de tração dianteira, transformando o veículo num 4x4; e um conjunto de pneus borrachudos, para aumentar sua aderência e auxiliar na tração. O novo equipamento incorpora uma linha de unidades móveis de bombeamento tipo Repump, de 1 a 12 t, e do tipo 3T, de 6 a 18 t. www.britanite.com.br
ITT Flygt: A nova série 2600 da ITT Flygt é considerada pela empresa uma inovação entre as bombas de drenagem. Seu diferencial é a durabilidade proporcionada pelo sistema hidráulico, com menor número de componentes, além dos novos materiais empregados e do design ergonômico. “Ela resiste três vezes mais que o modelo anterior, no qual já oferecíamos a melhor relação de custo de operação. Além disso, ela possui menos peças e é mais resistente ao desgaste, proporcionando economia de manutenção”, diz Alexandre Godoy, da ITT. www.flygt.com.br
Graneísa: Com soluções para movimentação e processamento de granéis sólidos, a Graneísa Equipamentos atua nos mercados de mineração, siderurgia, metalurgia, papel e celulose, cimento, agroindústria e fertilizantes com três linhas de produtos. Um deles é o transportador de correia, com análise de chutes. Entre os diferenciais estão suas estruturas de sustentação tubulares, mais resistentes e mais leves, desenvolvidas em conjunto com a V&M (Vallourec&Mannesmann). Outro equipamento de destaque é o alimentador vibratório eletromecânico sub-ressonante. Ele trabalha abaixo da ressonância, o que proporciona altas capacidades com baixo consumo de potência
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e elevada vida útil. A empresa também produz peneira vibratória de movimento linear, com excitadores compactos importados da Alemanha, de alta tecnologia e de fácil manutenção. www.graneisa.com.br
Ecoplan: A nova linha de ferramentas de penetração do solo (FPS) da empresa incorpora modelos para uso em carregadeiras, escavadeiras e motoniveladoras de grande porte, acima da faixa de 50 t, indicadas para serviços de mineração. Até antes desse lançamento, suas FPS atendiam apenas máquinas de até 30 t. Entre as recentes novidades da empresa estão o canto de lâmina reforçado para trator D10, a ponta para carregadeira 994 e a lâmina com perfil curvo para motoniveladora 24H. O gerente de vendas Roberto Cardia destaca ainda uma nova liga de aço desenvolvida, a Ecoplan Ti-
tanium, que atinge dureza de 500 a 530 HB e opera com baixos índices de desgaste, mesmo no manuseio de materiais abrasivos. www.metalurgicaecoplan.com.br
Randon Veículos: O aquecimento dos setores de mineração e construção pesada transformou o caminhão fora-de-estrada RK 430B no mais novo carro-chefe da linha de equipamentos da empresa. Desenvolvido há mais de 30 anos, ele não pára de incorporar inovações para se manter adequado às exigências de desempenho e produtividade. Com 27,5 t de capacidade de carga, ele possui motor de 311 hp, chassi em aço estrutural de alta resistência e pode ser equipado com transmissão mecânica ou automática. Possibilita diversas opções de caçamba e efetua o basculamento em 8 segundos. www.randon-veiculos.com.br
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Esco Soldering: A joint-venture entre a mineira Soldering, uma das líderes nacionais na fabricação de produtos antidesgaste, e a norte-americana Esco Corporation, fabricante mundial de produtos e componentes metálicos também resistentes ao desgaste, já resultou em novas soluções para o mercado brasileiro. Entre elas está a báscula para caminhões fora-de-estrada 793. Com capacidade para 160 m 3 e carga de até 252 t, ela tem uma altura de carregamento de 5,8 metros e atinge basculamento de 1,8 m, em ângulo de 47º a 50º. Mais leve que as similares, a báscula tem 29,5 t de peso e sua construção possibilita menor retenção de material, além da maior resistência ao desgaste. www.escosoldering.com.br
Rasper: Com uma linha completa de produtos para pontos de transferência, a empresa apresenta seu Sistema de Abatimento de Pó projetado para proporcionar economia no consumo de água. Indicado para britagens e correias transportadoras, ele controla a emissão de poeira por bicos spray acionados por bombas, sem o emprego de compressor. Com isso, o sistema também economiza energia e dispensa o uso de produtos químicos, como tensoativos ou detergentes. Outros produtos da Rasper são os
raspadores de correia, vedações laterais, mesas de impacto, mesas de vedação, vibradores e canhões de ar para escoamento de material. www.rasper.com.br
Atlas Copco: O caminhão rebaixado Minetruck MT2000, indicado para transporte em minas subterrâneas, foi atualizado pela empresa e agora está disponível no modelo MT2010. Equipado com motor Cummins QSL9, ele foi projetado para operar com elevado nível de confiabilidade, alta disponibilidade e fácil manutenção. Muitas das mudanças são similares às incorporadas nas carregadeiras Scooptram ST1030. Os dois equipamentos contam com o mesmo painel de instrumentos, dotado de módulo DCU (Data Collection Unit) integrado, além de um sistema de advertência e visor para os códigos de falhas do motor, entre outras funcionalidades. A Atlas Copco também lançou o Rocket Boomer S1D como o sucessor do Rocket Boomer 281, que desde o início dos anos 1990 tem sido um dos jumbos de perfuração mais populares da empresa. Ele incorpora uma perfuratriz mais rápida, a COP 2238, dotada de 22 kW de potência de impacto. A empresa também destacou que o HB 10000 substitui o maior martelo hidráulico do mundo produzido em série,
o HB 7000. Com 10 t de peso de trabalho e um rendimento de exploração até 50% superior, segundo a fabricante, ele viabiliza o uso de martelos hidráulicos como máquinas de produção rentáveis na exploração direta, transformandose em alternativa ao processo de perfuração e detonação. www.atlascopco.com.br/brus
Goodyear: Única empresa com fabricação de pneus radiais e diagonais de grande diâmetro no Brasil, a Goodyear intensificou as vendas dos modelos fora-de-estrada com o aquecimento da produção e exportação mineral e agrícola, conforme explica o diretor de Marketing de Produtos, Rubens Campos. Segundo ele, o modelo 23,5R25/6H é indicado para uso em mineração subterrânea, pois conta com carcaça reforçada e 25% a mais de profundidade de banda (mm) em relação aos pneus standard. Já o 14.00-24, de 32PR, é destinado para a movimentação de contêineres e tem capacidade de carga de 12,8 t. www.goodyear.com.br
Comercial Rodrigues: A distribuidora da fabricante de pneus Solideal anunciou recentemente a parceria com a italiana “Maitech – All Steel Radial”. Como o próprio nome já diz, a multinacional produz somente pneus radiais em
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Bucyrus International: Com a compra da DBT, a Bucyrus, uma das líderes mundiais no mercado de escavadeiras para mineração, agora também toma a dianteira na comercialização de equipamentos para minas subterrâneas. A empresa, atuando há 127 anos no mercado, projeta, fabrica e presta serviços de manutenção para equipamentos pesados. Suas draglines alcançam profundidades de 95 m e têm capacidade de até 168 m2, proporcionando baixos custos de remoção de material, segundo a fabricante, e atingindo uma vida útil média de quase 40 anos. www.bucyrus.com.br
aço. As medidas já disponíveis vão de 15.5-25 a 29.5-25, nos modelos UM3 (E3/L3), UM5 (E5L5) e HSS (guindaste torre). Segundo o diretor-comercial da empresa, Jorge Rodrigues, os modelos UM4 (E4/L4) e UM5S (E5S/L5S) serão os próximos a chegar ao mercado brasileiro. Em relação à marca Solideal, a Comercial Rodrigues comercializa pneus industriais pneumáticos e maciços, esteiras e sapatas de borracha, além de pneus para equipamentos de construção. www.solideal.com.br
Machbert: A empresa, distribuidora exclusiva dos rompedores hidráulicos da francesa Montabert no Brasil, apresentou três modelos de processadores móveis para aplicação em diferentes materiais, como concreto, minérios e escória: o Powercrusher PC 1055J, 1265J e 1380J. Os equipamentos se destacam pela flexibilidade da boca de alimentação, que varia de
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1.000x550 mm a 1.300x800mm, e sua alta produtividade, atingindo até 350 t/h. Estão disponíveis em modelos de 33,5 t até 49 t de peso. A Machbert também chamou a atenção para o engate rápido hidráulico para escavadeiras e acessórios da marca Gheith. www.machbert.com.br
Tecno Moageira: Com o novo nome fantasia – TMSA – a Tecno Moageira quer reforçar sua imagem junto aos clientes dos setores de mineração, indústria pesada e portuário. Os equipamentos destinados à área agrícola devem representar, no próximo ano-safra (2007/2008), quase 70% de suas vendas totais. Em sua nova estruturação, a TMSA opera com três marcas: a tradicional Tecno Moageira (equipamentos portuários), a Technograin (agronegócio) e a linha Bulktech (indústria pesada). De acordo com o diretor comercial, Paulo Lambert, os principais produtos continuam sendo os transportadores em geral (de correia, correntes, elevadores etc.) e os carregadores de navios. www.tecnomoageira.com.br
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vão ocupar, a concessionária de caminhões Minas Máquinas se concentra na comercialização dos modelos de tração 8x4 da Mercedes-Benz, também com elevada demanda no setor de mineração. Ela destacou ainda o caminhão Axor 4144, um modelo 6x4 basculante indicado para serviços fora-deestrada. Nessa versão, segundo a empresa, o veículo conta com eixos traseiros motrizes HD7 e HL7, dotados de bloqueio longitudinal e transversal e capacidade de 16 t cada um, formando um conjunto robusto e de longa vida útil. Vem equipado com tomada de força para acionamento de báscula e seu motor Mercedes-Benz OM-457 LA possui gerenciamento eletrônico de combustível, o que propicia maior desempenho, baixo consumo de combustível e atende à legislação Proconve P-5 (Euro III). www.minasmaquinas.com.br
Altona: Atuando no segmento de sobressalentes para bombas de polpa, a Altona produz peças de alta resistência à abrasão, elevada performance e bom custo-benefício em função de sua longevidade, conforme explica Carlos Eduardo Silveira, analista de Marketing da empresa. Suas peças são destinadas ao bombeamento de lama em serviços de mineração, situação na qual precisam suportar muito desgaste. “Por isso, nossas peças, disponíveis em modelos de 10 kg a 10 t, são confeccionadas em ligas especiais de alto cromo”, diz ele.
tion Equipment em Minas Gerais, estava o maior equipamento em exposição da Exposibram. A escavadeira EC700, que acabou virando atração, chamou a atenção não só dos visitantes brasileiros como também de delegações comerciais da Índia, Inglaterra e Austrália, além de executivos de grandes mineradoras, segundo o vice-presidente da empresa, Luiz Gustavo Pereira. Além disso, a dealer focou sua presença no evento com as novas minicarregadeiras da Volvo e os caminhões articulados da série E recém-lançados.
www.altona.com.br
www.tracbel.com.br
Tracbel: No estande da Tracbel, distribuidora da Volvo Construc-
Mercedes-Benz: Sem temer o espaço que os novos modelos 10x4
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Pró-Eletro: Distribuidor exclusivo da companhia italiana Hydra s.r.1 no Brasil, a Pró-Eletro Equipamentos de Perfuração trouxe para o País o lançamento mundial da marca, a perfuratriz JOD, inteiramente hidráulica e comandada por controle remoto. O equipamento executa perfurações em rochas nos diâmetros de 51 mm a 102 mm, em t38, r38 e t45. Equipada com o martelo hidráulico PWHP-500, efetua perfurações horizontais, verticais e transversais. www.perfproeletro.com.br
Flexco: A norte-americana Flexo destacou na Exposibram os limpadores que trabalham com emendas mecânicas e grampos especiais de baixo perfil para raspadores de correias transportadoras. A companhia iniciou suas atividades com a venda de grampos para emenda mecânica de correias transportadoras e, na década de 1970, comprou a australiana Belle/Bane, incorporando a linha de transportadores da empresa. Atualmente, figura como maior
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fabricante mundial de acessórios para correias transportadoras. www.flexco.com
SSAB: A chapa antidesgaste Hardox foi o destaque da SSAB Swedish Steel Ltda., subsidiária da multinacional sueca. O produto apresenta alta resistência ao desgaste, sendo indicado para uso em caçambas de pás-carregadeiras e de caminhões fora-de-estrada, bem como no revestimento de britadores e calhas de sistemas de transporte. As fábricas localizadas na Suécia, totalmente integradas, estão entre as mais avançadas do mundo no desenvolvimento e produção de aço estrutural de alta resistência e antidesgaste. www.ssab.com.br
Verdés: Os moinhos pendulares da Verdés são apropriados para a moagem de uma ampla variedade de minerais não-ferrosos e outras substâncias com dureza de até 5 na escala Mohs, como argila, bauxita, brita, bentonita, calcários calcítico e dolomítico, rocha fosfática, coque de petróleo, carvão mineral e vegetal, entre outros. Geram partículas entre 30 e 250 micra e, na moagem de minerais com umi-
dade entre 2% e 13%, possibilitam a secagem simultânea do material processado. www.verdes.com.br
HBL: Um dos sucessos da Haver&Boecker Latino-america (HBL) é o Hydro-Clean, um sistema de limpeza de alta pressão, adequado à mineração em geral, com capacidade de aproximadamente 200
t/h de material de saída. A taxa de alimentação de material é ajustável ao nível de contaminação e, com um consumo de apenas 0,12 a 0,2 m 3 de água, ele permite limpar 1 t de terra ou argila contaminada, com um gasto de apenas 0,3 a 0,5 kW/h de energia. O design modular possibilita uma adaptação flexível às configurações existentes, além de uma rápida instalação. www.haverbrasil.com.br
PTI: O acoplamento elástico Ecotork, apresentado pela empresa, se destaca por apresentar torção flexível, permitindo a absorção de choques e vibrações provenientes das máquinas acionadas e acionadoras. Com isso, ele pode compensar desalinhamentos angulares, radiais e axiais. Pelo fato de não necessitar de lubrificação, é considerado “ecologicamente correto”. Foi desenvolvido com o objetivo de obter o menor número de componentes diferentes para a composição das três formas construtivas, o que permite uma redução de custos relacionados a estoques de fabricação ou manutenção. www.pticorp.com.br
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Foto: Metso
MANUTENÇÃO
ALIMENTADORES DA BRITAGEM Expostos a severas condições de trabalho, os sistemas de alimentação dos britadores merecem um planejamento cuidadoso da manutenção, sob pena de toda a produção de brita ou de outro tipo de minério ficar comprometida por falhas no abastecimento da usina. Empregados para gerar um fluxo de materiais em qualquer estágio de britagem, assim como na retomada de minério em pilhas pulmão ou no carregamento de correias transportadoras, os alimentadores enfrentam a situação mais adversa quando atuam na primeira etapa de redução granulométrica (britagem primária). Afinal, são eles que ficam na linha de frente e protegem o britador do impacto provocado pela descarga de materiais. Além do choque decorrente da queda de materiais, que na britagem primária se constituiu de grandes fragmentos de rocha, alguns
alimentadores operam sob vibração, o que ocasiona o acelerado desgaste de seus componentes. Existem vários tipos de alimentadores, como os de sapatas, de correia ou de gaveta, mas os modelos vibratórios são os mais utilizados e, segundo estimativas dos especialistas, estão presentes em mais de 90% das instalações de britagem do País. Para esses equipamentos, recomendam-se cuidados na inspeção regular de alguns de seus componentes e no tensionamento das correias (veja quadro na página 57). O dimensionamento do alimentador também deve ser compatível com a largura do britador, algo nem sempre observado em algumas pedreiras. Um descuido nessa área pode fazer com que o britador trabalhe abaixo da capacidade projetada ou, pior ainda, que sua mandíbula não desgaste
Foto: Marcelo Vigneron
Como otimizar sua vida útil
Lubrificação dos mancais
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manutenção var ainda o respiro do sistema. Isso porque a movimentação das engrenagens produz gases, criando uma pressão nos retentores e provocando o vazamento do lubrificante, que deve ser sanado. Se o equipamento não contar com esse respiro, é necessário providenciá-lo, de preferência afastado do tanque de óleo. Como os alimentadores trabalham em ambientes agressivos, o sistema também pode entupir com o passar do tempo, exigindo reparos ou até mesmo sua troca. Ainda considerando os efeitos da vibração, é recomendável uma inspeção regular das correias do alimentador. Os eixos cardan de conexão aos motores ou situados entre mecanismos são dotados de correias que fazem dois tipos de movimentos: um linear e outro giratório. Essa movimentação diferente pode fazer com que uma correia fique mais frouxa do que a outra e, conseqüentemente, ocorra uma tensão não uniforme no sistema. Nesse caso, é preciso verificar se elas apresentam folga ou desgaste excessivo e trocá-las, se necessário. Se o desgaste estiver na polia, o alimentador poderá operar na velocidade de ressonância da sua estrutura, com danos graves ao equipamento. Todos os alimentadores vibratórios incorporam gráficos de movimento
que medem sua amplitude e inclinação nas extremidades de alimentação, na descarga do sistema, no inicio da operação e, posteriormente, a cada mês (para efeitos comparativos). Esses gráficos, quando mostram os lados direito e esquerdo da mesma forma, indicam regularidade de vibração do corpo do equipamento. Se estiverem diferentes, é sinal que um reparo precisa ser feito imediatamente. Há modelos que fornecem essa informação em cartões magnéticos ou até mesmo impressos. Os mais avançados já incorporam medição eletrônica com auxílio de acelerômetros. Também é preciso verificar com freqüência o aperto dos parafusos, seguindo o torque recomendado pelo fabricante. Em equipamentos vibratórios, os parafusos usados devem ser de alta resistência, de classe 8.8 ou superior, para suportar a ação do trabalho. Para suportar o impacto sofrido durante as descargas, o alimentador precisa contar com sistemas de amortecimento robustos. Por isso, muitos usuários costumam ancorá-lo com correntes de aço ou sobras de pneus. Outra estratégia, adotada durante a operação, consiste em manter uma carga circulante de material na hora da descarga, para assimilar parte desse
ALIMENTADORES ALIMENTADORES VIBRATÓRIOS VIBRATÓRIOS MVMV E AV E AV Correias: cuidados com o alinhamento
de maneira uniforme, o que aumentará os custos de manutenção. Quando se trata de lubrificação, os cuidados a serem adotados com os alimentadores vibratórios são similares aos com qualquer outro tipo de equipamento. Vale ressaltar, porém, que os modelos mais novos, dotados de sistemas vibratórios diretos, possuem ligação ao motor por eixo cardan e contrapeso, motivo pelo qual são lubrificados com graxa. Nos modelos mais antigos, que usam óleo lubrificante, deve-se obser-
Tipos de acionamentos
Acionamento Direto
Acionamento Acionamento direto direto 56 | Outubro | 2007
Acionamento com polia e correias
Acionamento Acionamento com com polia polia e correias e correias
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PARA QUE SERVE CADA TIPO DE ALIMENTADOR MODELOS
APLICAÇÕES
VIBRATÓRIO
Circuitos que demandam dosagens precisas a taxas médias e altas de alimentação.
DE SAPATAS
VANTAGENS
Alimentação primária; retomada de grandes volumes e serviços pesados.
DE GAVETA
Dosagem e alimentação de correias transportadoras.
DE CORREIA
Retomada de materiais finos e/ou úmidos sob silos e pilhas
• Ótimo controle da alimentação; •Alta capacidade e pequenas dimensões; •Baixo ruído operacional. • Alta segurança no funcionamento e bom controle da alimentação; • Separação prévia dos finos; •Baixo custo de aquisição e manutenção. •Bom controle da alimentação; • Baixo custo de aquisição; • Pequena potência instalada. • Baixo custo de aquisição; • Ótimo controle de fluxo; •Manuseia materiais argilosos com alto teor de umidade.
impacto e poupar o alimentador. Recomenda-se ainda a constante limpeza de suas molas, já que o acúmulo de material entre as espiras reduz sua capacidade de amortecimento e pode provocar a quebra do componente. Qualquer troca de molas deve ser realizada aos pares (direita e esquerda), observandose o nivelamento do sistema. Vale ressaltar que, para enfrentar severas condições de trabalho, o alimentador vibratório é dotado de chapas de desgaste localizadas na parte inferior da tremonha, onde o material circula provocando atrito. Na maioria das vezes, essas chapas são fabricadas em aço estrutural e fixadas por parafusos. Quando esses parafusos começam a aparecer, é sinal que a chapa está desgastada e precisa ser trocada. Se ela for de po-
lietileno ou de borracha, o desgaste da sua espessura é que vai nortear a troca do material de resistência. Essa inspeção é realizada visualmente e pode ser acompanhada sem dificuldade pela equipe de manutenção do britador. Mesmo nos circuitos de britagem de pequeno e médio portes, a agressão provocada pela queda de materiais pode ocasionar trincas na estrutura do alimentador. Por isso, recomendam-se inspeções mensais na sua estrutura, com o imediato conserto de fissura e rachaduras. Se a trinca for pequena, a correção é simples e pode ser realizada rapidamente numa parada programada. Basta executar um furo de 5 mm a 6 mm na sua extremidade e recuperála pelo método “bacalhau” (colocando uma chapa sobre a trinca).
DESVANTAGENS
•Limitação no tamanho máximo do material; •Capacidade cai em função da quantidade de material argiloso e com umidade.
• Alta potência instalada; • Não pode ser usado para elevar o material; • Comprimento limitado; • Capacidade cai em função da quantidade de material argiloso e com umidade.
• Rápido desgaste do revestimento; • Elevado custo de manutenção; •Tamanho máximo do material limitado a 6”. • Limitação no tamanho máximo do material; • Desgaste elevado das correias. DICAS PARA PRESERVAR O ALIMENTADOR VIBRATÓRIO • Verifique semanalmente o desgaste dos revestimentos e, em caso positivo, troque essas chapas de aço; • Em caso de folga nos eixos cardan de conexão com motores e/ ou situados entre mecanismos, realize a troca do componente; • Tanto a falta como o excesso de lubrificação aquecem os rolamentos e ocasionam seu travamento. Portanto, siga o manual do fabricante para sua lubrificação; • Não deixe acumular graxa nas proteções dos contrapesos; • Inspecione o nivelamento e a limpeza das molas. O acúmulo de material entre suas espiras pode ocasionar a quebra do componente; • Verifique se o acionamento por correias apresenta folga, rotação, desgaste ou se encontra em processo de quebra. Ao trocar as correias, substitua todo o conjunto para manter a tensão uniforme no sistema; • Acompanhe a temperatura dos mancais por meio de sensores instalados no componente, pois sua elevação pode significar danos nos rolamentos.
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tabela de custos
CUSTO HORÁRIO DE EQUIPAMENTOS COSTO POR HORA DE EQUIPOS Propriedade
Manutenção
Mat. Rodante
Comb./ Lubr.
Caminhão basculante articulado 6x6
R$ 64,46
R$ 47,42
R$ 11,19
R$ 30,66
R$ 153,72
Caminhão basculante fora de estrada 30 t
R$ 39,89
R$ 23,95
R$ 11,19
R$ 22,23
R$ 97,26
Caminhão basculante rodoviário 6x4 (26 a 30 t)
R$ 20,48
R$ 14,40
R$ 6,79
R$ 7,67
R$ 49,33
Caminhão basculante rodoviário 6x4 (36 a 40 t)
R$ 30,94
R$ 23,21
R$ 7,04
R$ 15,33
R$ 76,52
Caminhão comboio misto 4x2
R$ 17,44
R$ 11,92
R$ 3,24
R$ 5,21
R$ 37,82
Caminhão guindauto 4x2
R$ 18,67
R$ 12,80
R$ 3,24
R$ 5,21
R$ 39,92
Carregadeira de pneus (1,5 a 2,0 m³)
R$ 29,40
R$ 15,40
R$ 3,13
R$ 13,03
R$ 60,97
Carregadeira de pneus (2,5 a 3,5 m³)
R$ 44,20
R$ 22,73
R$ 10,49
R$ 18,40
R$ 95,82
Compressor de ar portátil (250 pcm)
R$ 7,68
R$ 6,96
R$ 0,04
R$ 21,77
R$ 36,45
Compressor de ar portátil (750 pcm)
R$ 15,87
R$ 13,55
R$ 0,11
R$ 52,43
R$ 81,95
Escavadeira hidráulica (15 a 17 t)
R$ 41,50
R$ 26,75
R$ 1,61
R$ 13,80
R$ 83,65
Escavadeira hidráulica (20 a 22 t)
R$ 44,20
R$ 27,67
R$ 2,17
R$ 32,19
R$ 106,23
Escavadeira hidráulica (30 a 34 t)
R$ 81,25
R$ 50,07
R$ 4,01
R$ 45,99
R$ 181,32
Motoniveladora (140 a 180 hp)
R$ 49,98
R$ 29,40
R$ 3,74
R$ 26,06
R$ 109,18
Motoniveladora (190 a 210 hp)
R$ 49,00
R$ 29,00
R$ 3,49
R$ 30,66
R$ 112,15
Retroescavadeira
R$ 22,31
R$ 12,46
R$ 1,73
R$ 12,26
R$ 48,77
Trator agrícola
R$ 14,80
R$ 7,35
R$ 1,30
R$ 15,33
R$ 38,78
Trator de esteiras (100 a 120 hp)
R$ 57,09
R$ 29,55
R$ 2,87
R$ 19,93
R$ 109,44
Trator de esteiras (160 a 180 hp)
R$ 56,00
R$ 29,13
R$ 6,18
R$ 32,19
R$ 123,50
Trator de esteiras (300 a 350 hp)
R$ 138,13
R$ 71,07
R$ 19,60
R$ 56,72
R$ 285,52
Equipamento
Total
Os valores acima, sugeridos como padrão pela Sobratema, correspondem à experiência prática de vários profissionais associados, mas não devem ser tomados como única possibilidade de combinação, uma vez que todos os fatores podem ser influenciados pela marca escolhida, local de utilização, condições do terreno ou jazida, ano de fabricação, necessidade do mercado e oportunidades de execução dos serviços. Valores referentes a preço FOB em São Paulo (SP). Maiores informações no site: www.sobratema.org.br.
58 | Outubro | 2007
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“Vamos ao “World of Concrete” para conhecer as últimas novidades em equipamentos pesados. Essas máquinas nos ajudam a aumentar os lucros permitindo que sejamos mais versáteis e eficientes. Quando eu preciso de equipamentos, essas são as pessoas que eu falo.” Gerry McGlinchey Lagan Contruction San Juan, Puerto Rico
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INTERNACIONAL
Sobratema apresenta mercado brasileiro à Europa
Durante encontro do Comitê Europeu de Equipamentos para Construção (CECE), a entidade apresenta dados inéditos sobre o tamanho desse mercado no Brasil
60 | Setembro | 2007
O
estudo desenvolvido pela Sobratema, com o objetivo de quantificar o tamanho do mercado brasileiro de equipamentos para construção e projetar seu crescimento até 2012, foi divulgado em primeira mão no exterior em Bruxelas, na Bélgica. A apresentação foi realizada pelo vice-presidente da associação, Jonny Altstadt, durante o encontro anual do Comitê Europeu de Equipamentos para Construção (CECE), que reúne as associações nacionais de fabricantes do setor no Velho Mundo. Realizado em outubro último, o evento ocorre anualmente, dentro da programação do CECE, para promover o intercâmbio de informações entre as associações européias de fabricantes de equipamentos para construção. Como “entidade irmã”
da instituição, assim como a norteamericana AEM (Association of Equipment Manufacturers) e a japonesa CEMA (Construction Equipment Manufacturers Association), a Sobratema participa desses encontros representando o Brasil. Altstadt explica que nesses encontros, líderes da indústria européia debatem os rumos do setor, analisando as tendências mundiais e as expectativas de demanda por equipamentos de construção. Eles também discutem questões relacionadas à segurança, controle de emissões, ruídos e vibrações nas máquinas pesadas, com o objetivo de contribuir com a Comunidade Européia nas regulamentações relacionadas a tais assuntos. Considerando a representatividade do CECE, que reúne 12 associações
internacional nacionais de fabricantes, englobando indústrias que somam cerca de 26 bilhões de euros em negócios e têm participação de 30% na produção global do setor, é possível ter uma idéia da importância do evento. No caso das emissões de poluentes, por exemplo, os executivos se debruçam sobre os próximos estágios da regulamentação internacional, o Stage IIIb e o Stage IV, que entram em vigor na Europa a partir de 2011 e 2014, respectivamente. Isso porque nessas etapas, a redução de emissões de óxido de nitrogênio (NOx) e de material particulado (PM) será ainda mais drástica, exigindo mudanças nos motores e nos sistemas de pós-tratamento das máquinas, com impacto na competitividade dos fabricantes. Em sua apresentação sobre o Brasil, o vice-presidente da Sobratema detalhou dados sobre a economia do País, as previsões de crescimento e
de investimentos em infra-estrutura. Além disso, ele relatou o vertiginoso ciclo de expansão do setor de equipamentos para construção, que este ano cresceu 46% em vendas, comparado a 2006, totalizando R$ 19,2 bilhões em negócios. Os números impressionaram a platéia de executivos, principalmente em função da estabilidade que permite prever um aumento de mais 13% nesse mercado em 2008,
movimentando mais de 60.000 equipamentos vendidos. Altstadt também apresentou a Sobratema e os programas desenvolvidos pela associação para atendimento aos usuários e fabricantes de equipamentos, como os seminários, as missões técnicas a eventos no exterior e a M&T Expo, maior feira de máquinas para construção e mineração da América Latina.
Jonny Altstadt e o presidente do CECE, Henri Marchetta
espaço aberto
Revestimento cerâmico suporta operações severas
Os revestimentos cerâmicos antiabrasivos da NTK são indicados para aplicação em equipamentos de mineração ou nos utilizados em serviços agressivos em geral, como a proteção de calhas, silos, funis de alimentação, transportadores, tubulações, tanques e correias. Dotados de alto teor de alumina (Al2O3), eles suportam com eficiência a abrasão provocada por materiais como coque, vidro, carvão, minérios em geral, areia, bauxita, escória, grãos, cimento e demais substâncias agressivas. Segundo a fabricante, que desenvolve os produtos em placas, pastilhas hexagonais e tijolos, os revestimentos cerâmicos atingem desempenho superior em relação aos convencionais à base de ferro-fundido, aço, borracha e resinas sintéticas. Além disso, apresentam baixo coeficiente de dilatação, elevada resistência à ação de água e ácidos e sua superfície lisa melhora o escoamento dos sistemas revestidos, evitando obstruções e o comprometimento à carga circulante. Somando-se ao baixo peso específico dos revestimentos cerâmicos (densidade de 3,5 g/cm2), o resultado é uma redução nos custos de manutenção, com menos paradas para trocas e maior disponibilidade dos equipamentos, segundo informa a empresa. Ela também produz cabos e velas de ignição para a indústria automootiva, ferramentas de corte para usinagem e esferas cerâmicas para moinhos. “A demanda por revestimentos cerâmicos está aquecida, principalmente por parte do setor de mineração, motivo pelo qual ampliamos recentemente a capacidade de nossa fábrica de Mogi das Cruzes (SP)”, diz Gilberto Maeda, gerente de Vendas da NTK. . www.ngkntk.com.br
64 | Outubro | 2007
Escarificadora elimina explosivos em obras urbanas Uma escarificadora hidráulica Simex TF 1000, fornecida pela Copex, está contribuindo com a produtividade da construtora Queiroz Galvão na execução de uma das principais obras de saneamento da Paraíba, voltada à instalação de redes de esgoto e de ligações domiciliares em várias cidades do Estado, incluindo a capital João Pessoa (Consórcio Sanear). Para construir as redes previstas no projeto, a empreiteira precisa abrir valas e canais que, em determinadas regiões, demandariam o uso de explosivos, com impactos ambientais e restrições a sua implantação nas áreas de maior adensamento populacional. Com o uso da escarificadora, acoplada a uma escavadeira hidráulica, o serviço transcorre sem impedimentos sócio-ambientais, já que o equipamento permite a abertura de valas sem explosões. Além disso, ele gera um material desmontado de baixa granulometria, permitindo seu reaproveitamento na cobertura dos canais e menores custos de operação. Disponível em modelos de 1.520 a 2.050 kg de peso, as escarificadoras em questão são indicadas para uso em escavadeiras de médio e grande porte, na faixa de 18 a 30 t de peso. Segundo a Copex, elas atingem uma força de corte entre 28 e 42 kN, com uma velocidade de escarificação de 2,7 a 4 m/s. Mas para isso, precisam ser acopladas a
máquinas portadoras com fluxo hidráulico entre 140 e 220 l/min. Fácil de montar, o equipamento permite a rápida substituição de seus bits de corte – 72 ao todo – e produz baixo nível de vibrações e ruídos. Além disso, ele possibilita bom acabamento das valas e pode ser usado em diversas aplicações, como obras de túneis, demolições controladas e desmonte subaquático, entre outras. . www.copex.com.br
Solução flexível para monitoramento sismográfico Criada este ano, no centro incubador de empresas Cietec, de São Paulo, a Berrocal Vasconcelos nasce como a pimeira companhia privada do Brasil especializada em sismologia. “Existem boas universidades e institutos dedicados a essa atividade, mas como se prevê o início de grandes obras de hidrelétricas, o mercado vai demandar muitos serviços geofísicos que exigem a compra de equipamentos; como somos uma empresa privada, temos mais flexibilidade e podemos alugar os instrumentos, desonerando o cliente dessa preocupação”, diz Afonso Vasconcelos, diretor da empresa. A Berrocal Vasconcelos dedica-se ao monitoramento sismográfico de reservatórios e em águas profundas, à avaliação
de riscos sísmicos em grandes obras, controle de vibração durante detonações, levantamento geofísico e estudos geotectônicos, entre outras atividades. Para isso, ela reúne em sua equipe profissionais com mais de 40 anos de experiência no atendimento a clientes como a Eletronuclear, Petrobras, Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), Chesf e Copel, entre outros. Afonso ressalta que a empresa também atua no desenvolvimento de softwares para processamento e modelagem numérica de dados geofísicos, oferecendo consultoria para a resolução de problemas geofísicos de alta complexidade, incluindo o uso de Inteligência Artificial. . www.berrocalvasconcelos.com.br
espaço aberto
Novas tecnologias avançam em obras rodoviárias Seguindo uma prática já adotada em países industrializados, novas tecnologias de pavimentação rodoviária começam a se popularizar no Brasil, como a estabilização e homogeneização de solos in situ. A tendência se deve à escassez de recursos naturais e aos impactos ambientais decorrentes do uso de jazidas próximas às áreas da construção, conforme explica Ismael Alvim, diretor da divisão de Reciclagem e Fresagem da Pavisan, construtora especializada nesse tipo de obra. Ele ressalta ainda outros fatores responsáveis pelo avanço das novas soluções construtivas, como a mudança no perfil das cargas rodoviárias, que resultou em maior solicitação à estrutura dos pavimentos e na necessidade de ajustes na especificação de suas fundações, para atendimento à atual realidade de tráfego. “Entre 2005 e 2007, a demanda por serviços de estabilização de solos cresceu mais de 200%”, afirma Alvim. O executivo ressalta que, a exemplo do que já ocorre mundialmente, essa tecnologia torna-se cada vez mais competitiva em relação aos métodos convencionais, possibilitando a esta-
66 | Outubro | 2007
bilização de pavimentos com produtividade e maior eficiência. Ela consiste no uso de qualquer tipo de aglutinante (hidráulico, químico ou enzimático) para melhorar a capacidade de suporte e a densidade do solo na execução de subleitos. Os agentes aglutinantes mais usados para esse propósito são água, cal, cimento portland, emulsão asfáltica, cinza volante, estabilizadores químicos ou adição de agregados. O processo se realiza de forma mecanizada, com equipamentos dotados de tambor estabilizador e sistema para controle da adição de água. O executivo explica que os recicladores/estabilizadores usados promovem a correta homogeneização do material na própria pista e numa única passada. “Isso se traduz em redução no número de máquinas mobilizadas na obra, menos transporte de materiais e maior produtividade na execução do serviço.” Entre outras vantagens, ele cita ainda a menor interferência no tráfego durante a obra e o aproveitamento de materiais que não poderiam ser utilizados com as técnicas tradicionais. Para realizar esse tipo de serviço,
a Pavisan dispõe de uma frota composta por estabilizadores Wirtgen WR 2500 e WR 2500S, recuperadoras Caterpillar RM 500 e RM 350B, e uma Terex 425, além de estabilizadores rebocáveis e um equipamento Raco 250, da Hamm. “Este ano, investimos na ampliação do nosso parque de máquinas, incluindo a aquisição de mais um caminhão distribuidor de cimento e cal, pois acreditamos que a demanda por esse tipo de serviço deve continuar em expansão”, diz Alvim. Com 40 anos de atuação no setor de pavimentação, completados este ano, a Pavisan também atua em obras de infra-estrutura em geral (ferrovias, aeroportos, saneamento, barragens etc.) e dispõe de know how para outras tecnologias de reabilitação de rodovias, como a fresagem e reciclagem de pavimentos. Para isso, ela possui quatro fresadoras Wirtgen e equipamentos para reciclagem profunda ou FDR (Full Depth Reclamation), que removem a capa asfáltica e parte da base para sua homogeneização e reaproveitamento in loco na restauração do pavimento. . www.pavisan.com.br