Revista M&T - Ed. 108 - Novembro 2007

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Revista M&T - Manutenção & Tecnologia

GESTÃO DA MANUTENÇÃO Quando centralizar ou descentralizar GESTION DE LA MANUTENCION Cuando centralizar o descentralizar

Nº108 - Novembro - 2007 - www.sobratema.org.br

GUINDASTES DE TORRE VERSATILIDADE NA MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS

GRÚAS TORRE VERSATILIDAD EN LA MANIPULACIÓN DE CARGAS

PERFURATRIZES nº 108 - Novembro - 2007

A ordem é deslocar menos as máquinas EQUIPOS DE PERFORACIÓN La orden es trasladar menos las máquinas


Qualidade e Confiabilidade

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EDITORIAL

O Brasil em seu lugar de destaque “País do futuro”, “líder da América Latina” e “mercado promissor” são algumas expressões com as quais o Brasil ficou conhecido internacionalmente e, de tão usadas, caíram no lugar-comum. Então veio o BRIC, sigla para designar o clube de países em desenvolvimento que, aos olhos do mundo, deveriam influir nos rumos da economia global num futuro não tão distante. E o “B”, de Brasil, estava lá, abrindo a lista composta ainda por Rússia, Índia e China. Nos últimos anos, entretanto, os baixos investimentos em infra-estrutura no País e o vertiginoso crescimento econômico dos parceiros de BRIC, sempre com índices de dois dígitos, alimentaram versões maliciosas, de que o clube perderia o B, devido à distância que se impunha entre a nossa realidade e a deles. Ao encerrar 2007 com um crescimento econômico próximo de 5%, superior às expectativas mais otimistas no início do ano, o Brasil dá mostras da sua pujança. Os números são inferiores aos da China, Índia e Rússia, mas a estabilidade econômica, o controle inflacionário, o tamanho do mercado brasileiro e sua estabilidade são fatores a se considerar. O setor de equipamentos para construção é um exemplo. Bastou o País retomar parte dos investimentos em infra-estrutura, para minimizar os gargalos na produção, que o consumo interno de máquinas encerrou 2006 com um aumento de 46% em unidades vendidas e está encerrando 2007 com uma expansão de mais 13%, movimentando R$ 19,2 bilhões em negócios. Esse número faz parte do estudo “Projeção da Demanda de Equipamentos no Mercado Brasileiro de Construção”, desenvolvido pela Sobratema, que avaliou 13 grandes categorias de máquinas mais usadas nos canteiros de obras. A pesquisa indica ainda uma tendência de continuidade no crescimento do setor, com uma média anual de 7,5% no período entre 2007 e 2012. Maliciosos de plantão podem dizer que são números da China. Mas são números do Brasil.

El Brasil en lugar destacado “País del futuro”, “líder de América Latina” y “mercado prometedor” son algunas de las expresiones por las que el Brasil se hizo conocer internacionalmente y, de tan manidas, cayeron en el lugar común. Entonces llegó BRIC, la sigla que designa al club de países en vías de desarrollo que, a los ojos del mundo, debería influenciar el rumbo de la economía mundial en un futuro no muy lejano. La “B”, de Brasil, estaba en su lugar, a la cabeza de la lista integrada también por Rusia, la India y la China. Durante los últimos años, sin embargo, la baja inversión brasileña en infraestructura y el vertiginoso crecimiento económico de los asociados del BRIC, a índices de dos cifras, alimentaron versiones maliciosas, de que el club perdería la B, debido a la distancia entre nuestra realidad y la de ellos. Al cierre del 2007, con un crecimiento económico de casi el 5%, superior a las expectativas más optimistas de principios del año, el Brasil muestra su pujanza. Las cifras son inferiores a las de la China, la India y Rusia, pero la estabilidad económica, el control de la inflación y el tamaño y estabilidad del mercado brasileño son factores a tener en cuenta. El sector de maquinaria para la construcción es un ejemplo. Fue suficiente que el Brasil retomara las grandes inversiones en infraestructura para eliminar los obstáculos al aumento de la producción, de modo que, al cierre del 2006, el consumo de máquinas había aumentado el 46% en vendas y ha aumentado 13% en 2007, con un volumen de negocios de 19.200 millones de reales. Esa cifra consta en el estudio “Proyección de la Demanda de Maquinaria del Mercado Brasileño de la Construcción” desarrollado por Sobratema, que se basó en un conjunto de los 13 tipos de máquinas más usados en los obradores. El estudio indica también una tendencia al crecimiento sostenido del sector, a un promedio anual del 7,5%, durante el período comprendido entre el 2007 y el 2012. Los maliciosos de guardia pueden decir que esos son números de la China. Pero son números del Brasil.


Revista M&T - Manutençã o & Tecnologia

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Capa: Foto da obra da segunda ponte sobre o rio Orinoco, na Venezuela

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Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção

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Diretoria Executiva e Endereço para correspondência: Av. Francisco Matarazzo, 404 – cj. 401 – Água Branca São Paulo (SP) – CEP 05001-000 Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192

Guindastes de Torre Grúas Torre Versatilidade na movimentação de cargas Versatilidad en la manipulación de cargas

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Comitê Executivo Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede Vice-Presidente: Benito Francisco Bottino Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta Vice-Presidente: Ivan Montenegro de Menezes Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos Vice-Presidente: Jonny Altstadt Vice-Presidente: Lédio Augusto Vidotti Vice-Presidente: Luiz Carlos de Andrade Furtado Vice-Presidente: Mário Sussumu Hamaoka Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe

Diretoria Técnica Augusto Paes de Azevedo (Caterpillar) - Carlos Arasanz Loeches (Eurobrás / ALEC) - César Schmidt (Liebherr) - Emanuel P. Queiroz (Scania) - Edson R. Del Moro (Engepar) - Eduardo M. Oliveira (Santiago e Cintra) Egberto Rosa Campos (Sersil) - Eurimilson João Daniel (Escad) - Franz Treu (Atlas Copco) - Gilberto Leal Costa - Gino Raniero Cucchiari (CNH) - João Lazaro Maldi Jr. (CCCC) - João Ney P. Colagrossi (Metso) - Luis Afonso Pasquotto (Cummins) - Luis Gustavo Pereira (Tracbel) - Marcos Bardella (Brasif) - Mario Humberto Marques (Andrade Gutierrez) - Nathanael P. Ribeiro Jr (Multieixo) - Nelson Costábile Barros (Constran) - Paulo Gama (Goodyear) - Paulo Lancerotti (Sotreq) - Permínio A. Maia de Amorim Neto (Getefer) - Ramon Nunes Vasquez (Mills) - Silvimar Fernandes Reis (Galvão Engenharia) - Valdemar Shinhiti Suguri (Komatsu) - Vicente Bernardes - Vicente Cracasso (Equisul) - Yoshio Kawakami (Volvo)

Gestão da Manutenção Gestión del Mantenimiento Quando centralizar ou descentralizar Cuándo centralizar o descentralizar

Perfuratrizes Equipos de Perforación A ordem é deslocar menos as máquinas La orden es trasladar menos las máquinas

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Frenos Tecnologias para a segurança na operação Tecnologías a servicio de la seguridad de la operación

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Controle de Emissões Control de Emisiones Em busca do combustível perfeito En busca del combustible perfecto

Lançamento

Filiado à:

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Manitowoc traz guindastes compactos para o Brasil Novedad Manitowoc comercializa grúas compactas en el Brasil

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Revista M&T - Conselho Editorial Comitê Executivo: Cláudio Schmidt (presidente), Paulo Oscar Auler Neto, Silvimar F. Reis, Permínio A. M. de Amorim Neto e Norwil Veloso. Membros: Adriana Paesman, Agnaldo Lopes, Benito F. Bottino, César A. C. Schmidt, Eduardo M. Oliveira, Gino R. Cucchiari, Lédio Augusto Vidotti, Leonilson Rossi, Luiz C. de A. Furtado, Mário H. Marques e Pedro Luiz Giavina Bianchi. Diretor Executivo: Hugo José Ribas Branco Editor: Haroldo Aguiar Revisão Técnica: Norwil Veloso Traduções: Maria Del Carmen Galindez Publicidade: Sylvio Vazzoler, Roberto Prado e Giovana Marques Di Petta Produção Gráfica: DSGE A Revista M&T - Manutenção & Tecnologia é uma publicação dedicada à tecnologia, gerenciamento, manutenção e custos de equipamentos. As opiniões e comentários de seus colaboradores não refletem, necessariamente, as posições da diretoria da SOBRATEMA. Tiragem: 12.000 exemplares. Circulação: Brasil e América Latina. Periodicidade: mensal. Impressão: Parma Auditado por:

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Freios

Diretor Regional Petrônio de Freitas Fenelon (MG) VPS Engenharia e Estudos Wilson de A. Meister (PR) Ivaí Engenharia de Obras S/A Jose Luis P. Vicentini (BA) Terrabrás Terraplanagem do Brasil S/A Laércio de F. Aguiar (PR) Construtora Queiroz Galvão S/A Antonio Almeida Pinto (CE) Construtora Queiroz Galvão S/A

CARG AS

Tecnologia Tecnología Bombeando concreto a 570 m de altura Bombeo de hormigón a 570 m de altura

Opinião do Usuário Opinión del Usuario Tecnologia coreana surpreende na Amazônia Tecnología coreana sorprende en la Amazonía

44 Mercado Mercado Bons ventos que vêm da China Buenos vientos soplan de la China

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Internacional Internacional Negócio da China Negocio rentable

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SEÇÕES SECCIONES Notas Notas ................................................................................................................ Tabela de Custos Tabla de Costos ............................................................................ Manutenção Mantenimiento ...................................................................................... Artigo Artículo.............................................................................................................. Espaço Aberto Espacio Abierto .................................................................................

05 38 39 42 58


NOTAS

Manutenção industrial movimenta R$ 90 bilhões Em 2007, o mercado de manutenção industrial brasileiro movimentou cerca de R$ 90 bilhões em negócios, registrando um crescimento de 25% em relação ao ano anterior. Essa é a constatação da pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Manutenção (Abraman), entidade que reúne empresas e profissionais especializados na conservação de instalações industriais, como usinas siderúrgicas, mineradoras, indústrias de papel e celulose e plantas de petróleo e petroquímica, entre outras atividades. Para José Eduardo Lobato de Campos, presidente da Abraman, a manutenção assume um papel cada vez mais importante na estratégia exportadora da indústria brasileira. “Nas empresas de capital intensivo, um pequeno percentual a mais de disponibilidade dos equipamentos contribui para sua maior produtividade e as grandes companhias já descobriram que é melhor investir em ações preditivas e preventivas do que se arriscar a paradas para manutenção corretiva”, diz ele. A pesquisa realizada pela associação constatou que, do total dos investimentos no setor, as empresas destinaram 30,5% dos recursos à aquisição de materiais, 32,3% aos gastos com pessoal próprio e 27,2% à contratação de serviços de terceiros. Ela também identificou que o índice nacional de disponibilidade operacional dos equipamentos ficou em 90,82%, compatível com os melhores padrões internacionais. “A partir de um certo patamar de disponibilidade, investir na sua obtenção representa um custo tão elevado que talvez não compense perseguir metas de 99%, por exemplo. Tudo se relaciona a uma questão de custo/benefício e cada empresa precisa fazer o seu cálculo”, pondera Lobato. Ele ressalta o trabalho desenvolvido pela associação na certificação dos profissionais da área, como mecânicos, caldeireiros, eletricistas e outros, em um total de mais de 10.000 certificados expedidos em 11 anos de atuação. Mais recentemente, a Abraman incorporou setores fora da tradicional indústria de base, como a área de hospitais, e, atualmente, prepara-se para coordenar um programa de gestão da manutenção em hipermercados e grandes empreendimentos comerciais. Ao divulgar sua pesquisa de mercado, a Abraman também lançou a 23a Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos para Manutenção (Expoman), que será realizada no segundo semestre de 2008, em Santos (SP).

Andrade Gutierrez aposta na diversificação A escolha de Otávio Marques de Azevedo para presidir o grupo Andrade Gutierrez, cargo que ele assumiu em novembro, foi recebida como uma preparação da companhia para uma maior diversificação dos negócios. A estratégia foi divulgada pelo seu antecessor, Sérgio Lins Andrade, um dos sócios da empresa, que deixou o posto para assumir a presidência do Conselho de Administração da holding. “Sua missão será a de olhar para a frente e identificar oportunidades em áreas que possam não ser grandes hoje, mas com forte potencial para o futuro”, disse Lins Andrade. Otávio Azevedo, ex-vice-presidente da Telebrás, foi contratado pela empresa em 1992, para coordenar seu ingresso no setor de telecomunicações. Sob seu comando, ela integrou o grupo ganhador de um dos lotes na privatização da Telebrás, que resultou na Telemar e, mais recentemente, na operadora de telefonia Oi. Em 2007, essa operação respondeu por cerca de 40% da receita total do grupo, estimada em R$ 7 bilhões. Entre os possíveis negócios na mira da Andrade Gutierrez, Azevedo cita a área de logística, concessões em saneamento, energia e aeroportos. Nesse último setor, a empresa já atua na operação do Aeroporto Internacional de Quito (Equador), que foi construído por ela.

ERRATA Na matéria “Operação inédita em içamento de cargas”, publicada na edição de setembro (M&T 106 – página 40), divulgamos que o Instituto Opus treinou os operadores de

guindastes envolvidos no içamento da estrutura T-28002, na refinaria Revap, da Petrobras. Na verdade, o Instituto Opus treinou os profissionais do Consórcio Propeno, compos-

to pela Construtora Norberto Odebrecht e pela UTC Engenharia, que é responsável pela obra e contratou esse serviço junto a empresas especializadas.


NOTAS

Metso transfere conhecimento para a universidade Uma parceria entre a Metso Minerals e a Universidade Federal do Pará (UFPA), firmada no início de 2007, está possibilitando a transferência de conhecimento tecnológico aos futuros engenheiros brasileiros. O convênio, firmado entre as áreas de Recursos Humanos e de Marketing da multinacional e a Coordenação do Curso de Engenharia de Minas da UFPA, envolve a realização de palestras aos estudantes e a seleção de alguns deles para estagiar na empresa. João Ney Colagrossi Filho, presidente da Metso Minerals para a América Latina, explica que a empresa adota a transferência de know-how para a universidade como uma política em todos os países nos quais mantém operações. “No caso do Brasil, acreditamos que essa iniciativa é uma forma de contribuir com o desenvolvimento humano de uma região estratégica para a companhia e importante para o nosso mercado”, diz ele. O programa começou com uma visita dos profissionais da empresa à universidade, para conhecer suas expectativas e o programa acadêmico. Em seguida, os coordenadores de cursos de engenharia da UFPA foram à fábrica da Metso Minerals, em Sorocaba (SP), e o intercâmbio resultou em cinco palestras realizadas na universidade, para alunos e visitantes, abrangendo as áreas de tecnologia de processos, britagem e peneiramento, materiais de desgaste e moagem, entre outros. Além disso, entre julho e agosto último, três estudantes da UFPA foram selecionados para estagiar na fábrica da empresa e, em fevereiro de 2008, outros quatro alunos terão a mesma oportunidade. Segundo Colagrossi Filho, os resultados obtidos estimulam a continuidade da parceria no próximo ano, com base em um planejamento que está sendo alinhavado entre a empresa e a UFPA.

Terex reestrutura operações na América Latina A partir de janeiro, a Terex Latin America passa a responder por todas as operações da Terex no continente. A empresa, que cuidava especificamente das linhas de plataformas aéreas de trabalho, de guindastes e equipamentos compactos, como retroescavadeiras e site dumpers, assume a responsabilidade pela venda, suporte de peças e de serviços dos equipamentos de construção pesada da marca, antes sob os cuidados da Terex Construction Americas. Com isso, ela incorpora ao seu portfólio as escavadeiras hidráulicas, páscarregadeiras, caminhões fora-de-estrada rígidos e articulados, manipuladores de materiais e outros equipamentos de grande porte da marca. Para André Freire, diretor geral da Terex Latin America, a medida ajuda a estabelecer um único ponto de contato com os revendedores e clientes da região, contribuindo para o melhor atendimento ao mercado latino-americano. A Terex Latin America opera com sede em São Paulo e escritórios na Flórida e Cidade do México. A reestruturação pode contribuir para a maior popularização de seus equipamentos pesados no Brasil, onde são pouco utilizados, ao contrário do que ocorre em outros países da América Latina.

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Obras de energia movimentam o setor em 2008 Grandes obras de energia devem movimentar o setor de construção pesada em 2008 não apenas em função da licitação da hidrelétrica Santo Antônio, realizado em dezembro, que encerrou um interminável impasse no setor. Com 3.150 MW instalados e investimentos de R$ 9,5 bilhões, a usina começa a ser construída no próximo ano como o maior projeto de hidrelétrica no País desde as grandes obras de Itaipu, Tucuruí e Xingu. Mas essa obra não será a única, já que, dentro da estratégia de aproveitamento do rio Madeira, o setor pode aguardar a licitação de mais 3.200 MW, relativos à usina de Jirau, além do mega-projeto da hidrelétrica de Belo Monte, também na Amazônia. O grupo Suez, que perdeu a concorrência da usina Santo Antônio para o consórcio formado por Furnas, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Cemig, deve rever sua estratégia para se manter como uma das maiores geradoras do País, com participação de 8% desse mercado. Para isso, ele já planeja antecipar em um ano a inauguração da hidrelétrica de Estreito (1.087 MW), na divisa entre Tocantins e Maranhão. As obras em Estreito devem acelerar para que ela entre em operação em 2011.



GUINDASTES DE TORRE

VERSATILIDADE NA MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS Indispensáveis em obras que demandam grande movimentação vertical de cargas, os equipamentos incorporam tecnologias para a maior segurança na operação Por Alberto Zambrana

Operar um equipamento a uma altura de até 100 m em relação ao solo não é tarefa para qualquer profissional. Além dos aspectos técnicos relacionados à operação propriamente dita, a destreza e atenção se incluem entre os quesitos necessários para se controlar um guindaste de torre, também popularizado no setor com a denominação de grua. Versáteis e fundamentais para o transporte vertical de cargas, esses equipamentos marcam presença em muitos canteiros de obras, executando desde a montagem eletromecânica numa hidrelétrica até a construção de uma ponte ou empreendimento imobiliário.

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MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

Existem basicamente três tipos de guindastes de torre: com lança horizontal, com lança móvel basculante ou automontáveis. Os equipamentos da primeira categoria trabalham fixados em um bloco de concreto, ancorado no solo, que atua como fundação para o guindaste, ou sobre trilhos. Os modelos dotados de lança móvel basculante, mais versáteis, se deslocam sobre trilhos e podem ser operados em locais confinados ou com a presença de interferências, como a existência de redes elétricas, por exemplo. O terceiro tipo possui lança retraída, que pode ser articulada à posição de operação, automaticamente, de acordo com a necessidade. Sua limitação é o alcance da lança, que geralmente não ultrapassa os 30 m de comprimento. Lançado este ano pela Potain, o guindaste MCT-78 chega ao mercado como uma das principais apostas da fabricante na linha dos equipamentos com lança horizontal. Construído com aço estrutural, ele utiliza uma estrutura “top less”, isto é, com a

Equipamentos incorporam maior velocidade de subida e descida

ausência de ponta de torre e tirantes. “Como ele não possui cabos para a sustentação da lança, não há a necessidade de grandes diferenças de altura na montagem de guindastes que precisem operar simultaneamente”, explica Paulo Carvalho, diretor da Locabens, a representante da Potain. Os movimentos do MCT -78 são comandados por inversor de freqüência, o que proporciona maior controle na operação e otimiza as velocidades de elevação, de giro e do carrinho da lança. “Ao contrário dos sistemas convencionais, em que há apenas duas ou três velocidades prédefinidas, esse sistema permite aplicar qualquer velocidade entre a carga mínima e a máxima”, diz Carvalho. O equipamento possui alcance de 52 m e suporta cargas de até 5 t. Sem a necessidade de ancoragem, ele atinge uma altura de 38 m. Itens de segurança Carvalho ressalta ainda a segurança da cabine panorâmica, modelo Vision, equipada com vidros convexos, que ampliam a visibilidade do operador, e temperados. Esse último detalhe é importante já que, em caso de quebra, o vidro fragmenta-se em pedaços pequenos e pouco cortantes. O guindaste conta com poltronas e controles ergonômicos e janelas frontais com limpadores de pára-brisa superior e inferior. Além disso, suas janelas possuem persianas retráteis, para proteção contra a incidência de luz solar. O modelo vem com aquecedor como item de série, mas o conforto de um arcondicionado, muito útil em países de clima quente como o Brasil, está disponível apenas como opcional. Seu painel de bordo traz indicações digitais e analógicas que proporcionam maior precisão e rapidez na leitura dos dados operacionais. Como opcional, o sistema de controle permite acoplar um horímetro com alerta incorporado, para programação das trocas de óleo dos componentes. Segundo Carvalho, todos os guindastes de torre da Po-

Modelo MCT: melhor visibilidade

GRÚAS TORRE Versatilidad en la manipulación de cargas Operar un equipo a una altura máxima de 100 metros con relación al suelo no es una tarea que pueda ejecutar cualquier profesional. Además de los aspectos técnicos relacionados con la operación propiamente dicha, la destreza y la atención deben figurar entre os requisitos necesarios para controlar una grúa torre. Versátiles y fundamentales en el transporte vertical de cargas, estos equipos están presentes en muchas obras, desde el montaje electromecánico en una central hidroeléctrica hasta la construcción de un puente o en un emprendimiento inmobiliario. En la actualidad existen básicamente tres tipos de grúas torre: con pluma horizontal, con pluma abatible o automon-

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GUINDASTES DE TORRE

que bloqueia o movimento da lança em caso de deformação da estrutura ou de excesso de carga. O item segurança também figura entre as principais preocupações da Liebherr, cujos guindastes de torre são fabricados de acordo com as normas européias DIN, FEM e EN. “Nossos equipamentos contam ainda com um sistema de proteção contra sobrecarga que não pode ser burlado com ‘jumps’ ou outras interferências”, afirma Luiz Meirelles, engenheiro de Vendas da empresa. Segundo ele, o sistema bloqueia operações como o arraste de carga quando se tenta içá-la fora do raio de alcance do equipamento.

Guindaste sobre trilhos: versatilidade

tain possuem duplo sistema de segurança, para que o dispositivo reserva entre em ação no caso de falha do principal. Entre os sistemas dotados de redundância, ele cita o limitador de momento e de carga máxima,

Funcionalidades O engenheiro aponta o modelo 132 EC-H 8 Litronic, com capacidade máxima de carga de 8 t, como um dos campeões de vendas da empresa. O equipamento possui um mecanismo de elevação de 45 kW de potência, de duas quedas, cujos movimentos também são acionados por inversor de freqüência. Ele é capaz de elevar uma caçamba com

tantes. Los equipos de la primera categoría trabajan con bloques de hormigón anclados al suelo que desempeñan el papel de cimiento de la grúa. Los modelos equipados con pluma móvil abatible, más versátiles, se desplazan sobre rieles y pueden ser operados en áreas con poco espacio o mucha interferencia, como, por ejemplo, la red eléctrica. El tercer tipo cuenta con una pluma replegada, que puede ser rebatida a la posición de operación automáticamente, según la necesidad. Su limitación es el largo de la pluma que, generalmente, no supera los 30 metros. La grúa MCT-78, lanzada este año por Potain, llega al mercado como una de las principales apuestas de la empresa en la gama de equipos con pluma horizontal. Construida con acero estructural, la grúa usa tipo de estructura llamada top less, esto significa que la torre no tiene punta ni tirantes. “Su diseño sin tirantes de sostén de pluma ni contrapluma no exige que se disponga de grandes diferencias de alturas al montar otras grúas que deban operar simultáneamente”, explica Paulo Carvalho, director de Locabens, representante de Potain en el Brasil.

Por dentro da Lei Cuidados na operação do equipamento O uso de guindastes de torre é regulamentado pelo item 18.14.24 da norma NR 18, de 17/010/2005, que especifica procedimentos relacionados à segurança, às responsabilidades e aos cuidados na operação desses equipamentos. Segundo a norma, a ponta da lança deve ficar a uma distância mínima de 3 m de qualquer obstáculo, a mesma a ser respeitada em relação ao cabo de aço de levantamento da carga. Em relação ao vento, ela classifica como operação normal os serviços realizados com ventos de até 42 km/h. Acima dessa faixa, a operação pode ocorrer de forma monitorada até velocidades de 72 km/h. Por esse motivo, os equipamentos precisam ser dotados de alarme para indicar quando a intensidade dos ventos ultrapassa os limites estabelecidos pela regulamentação. Quando os ventos atingem velocidade superior a 72 km/h, a norma proíbe qualquer operação com guindastes de torre nos canteiros de obras. Nessas condições, o equipamento deve ser colocado em posição de cata-vento, conforme explica Paulo Carvalho, diretor da Locabens, representante da marca Potain. “O operador libera manualmente ou eletronicamente

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o movimento de giro da lança para que o equipamento gire livremente de acordo com a direção do vento”, diz ele. A norma não impõe restrições para operações durante a chuva, mas determina que o guindaste de torre esteja corretamente aterrado. Nos casos de tempestades mais intensas, portanto, o bom senso deve prevalecer, pois apesar de a cabine do operador estar protegida contra descargas elétricas, recomenda-se a interrupção das operações. “Quem estiver no solo, próximo ao gancho, corre o risco de receber uma descarga elétrica”, alerta Carvalho. O operador do guindaste deve ser qualificado e treinado de acordo com as determinações do fabricante, assumindo ainda a responsabilidade pela verificação regular, com freqüência semanal, de itens relacionados à conformidade do equipamento (check-list). Do mesmo modo, a norma exige a qualificação do sinaleiro, que tem entre suas principais responsabilidades a amarração de cargas para içamento, a orientação do operador nos movimentos a serem executados, a observância às determinações do plano de cargas e orientação dos trajetos.


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GUINDASTES DE TORRE

3 m3 de concreto a uma velocidade 29 m/min e, com ela vazia, descer em velocidades de até 135 m/min. “Para se ter uma idéia desse desempenho, basta dizer que, para uma altura de 100 m, a elevação se dá em cerca de três minutos e meio e a descida, em apenas 45 segundos”, exemplifica Meirelles. O guindaste conta ainda com um mecanismo de giro patenteado que, além de compensar a força exercida pelo vento, corrige automaticamente o balanço da carga. Isso facilita o trabalho do operador e dispensa maior experiência por parte desse profissional, já que o equipamento realiza as compensações necessárias de forma a permitir o posicionamento das cargas de maneira mais rápida e fácil. O modelo 132 EC-H 8 Litronic atinge 72 m de altura de gancho

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e, em seu máximo alcance, tem capacidade para 1,85 t de carga. Como nos demais equipamentos da marca, seu painel de controle conta com um display que informa o operador sobre o peso da carga que está sendo içada e seu posicionamento, bem como a altura, raio e ângulo de giro da lança e a velocidade do vento. Meirelles também cita os guindastes com lança móvel, cujo destaque é o modelo 32TT, que pode operar com três alturas distintas (13,5 m, 18 m ou 23 m) e com sete diferentes comprimentos de lança, entre 18 m e 30 m. Essas possibilidades de variações, segundo ele, conferem ao equipamento uma elevada capacidade de adaptação a diferentes necessidades no canteiro. As alturas variáveis permitem que ele trabalhe em locais com altura

limitada ou em serviços que exijam a mobilização simultânea de dois ou mais guindastes para a cobertura da mesma área. “Além disso, as variações no comprimento da lança permitem aumentar a capacidade de içamento.” A versatilidade também é uma característica do guindaste de torre automontável HDT80, da Potain, que após seu transporte em carreta, exige pouco espaço para a telescopagem de suas partes e a instalação automática. Indicado para canteiros com pouco espaço, ele possui altura máxima de 34,2 m, lança horizontal de 53,7 m e suporta cargas entre 1,35 t (na ponta) e 6 t.

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GESTÃO DA MANUTENÇÃO

QUANDO CENTRALIZAR OU

Fotos: Marcelo Vigneron

DESCENTRALIZAR

Para adotar uma gestão descentralizada da manutenção, construtoras investem na centralização das informações e na uniformização dos procedimentos

Em 1944, quando avançava pelo norte da França no encalço das tropas alemãs, o general Patton foi severamente repreendido pelos seus superiores do exército norte-americano. A razão é que ele não sabia onde ficava o terminal ferroviário mais próximo das operações militares então em curso. Com isso, o abastecimento de combustível para seus veículos, que chegava ao front precariamente por rodovias, estava comprometido. Se transportássemos o militar para o setor de equipamentos de uma grande

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construtora brasileira, ele certamente não passaria por esse vexame, pois é improvável que profissionais da área desconheçam detalhes das operações da empresa, mesmo quando ela tem canteiros de obras espalhados por todo o Brasil e até no exterior. Construtoras como a Odebrecht, Camargo Corrêa e S.A. Paulista apostam na gestão descentralizada das operações e, para isso, criaram mecanismos e procedimentos para uniformizar as atividades, seja numa obra em Rondônia, no Rio Grande do Sul ou em Angola, por exemplo. Raul Barbosa Cancegliero, gerente de Equipamentos da Construtora Norberto Odebrecht, explica que a descentralização faz parte da cultura da empresa. “Consideramos esse modelo de gestão mais ágil e, para adotá-lo, uniformizamos as informações de todos os canteiros da empresa por meio de um banco de dados acessado via internet”, ele explica. A descentralização é

adotada em todas as áreas da empresa, inclusive na gestão de cada projeto. Na área de equipamentos, cada obra fica responsável pela manutenção das máquinas mobilizadas no local e pela sua entrega no mesmo estado de conservação que as recebeu, ao final do projeto, para uso em outra operação da empresa. Além da rapidez, o sistema reduz custos já que, em geral, os equipamentos com maior taxa de utilização podem sair diretamente de uma obra para a outra, sem a intermediação de um pátio central.

Uniformização Para adotar esse modelo, o setor de equipamentos da construtora, também conhecido como Odeq (Odebrecht Equipamentos), estabelece os procedimentos para a uniformização das atividades de manutenção em cada canteiro, criando um padrão a ser replicado independentemente do lo-


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

cal da obra. A equipe do Odeq, que fica sediada em Guarulhos (SP), onde a empresa mantém uma oficina, atua na gestão das informações contidas no banco de dados e na sua análise crítica. Esse modelo de atuação ajuda a dirimir “pequenos litígios” que possam surgir entre a obra que desmobilizou o equipamento e a que o está recebendo. Se esta última alega que a máquina não se encontra em bom estado de conservação, enquanto a outra diz ter realizado todas as manutenções corretamente, quem dá a palavra final é o setor de equipamentos. Para isso, ele se baseia nas informações armazenadas no banco de dados e, se necessário, desloca um profissional até o local para inspecionar a máquina. Cancegliero afirma que o modelo descentralizado permite operar de forma mais enxuta. “Em nosso pátio, só executamos a manutenção de equipamentos especiais e cujas intervenções não ocorrem nas obras em que prestam serviços.” É o caso de guindastes e perfuratrizes, que pela especificidade envolvida em suas manutenções, recebem um tratamento centralizado. A centralização das informações sobre a frota, embora com a manutenção descentralizada, tende a receber aperfeiçoamentos, conforme explica o executivo da Odebrecht. Isso porque o banco de dados armazena, no servidor da corporação, os registros de manutenção e as informações geradas nos computadores de bordo dos equipamentos. Essa última categoria de informações é mais detalhada no caso das máquinas basculantes, mas o sistema deve ser ampliado para toda a frota.

Impacto dos atrasos A mesma dinâmica de cada obra funcionar como se fosse uma operação independente também pauta o trabalho da S.A. Paulista. “Os canteiros têm suas equipes próprias e o número de equipamentos necessários para seu trabalho, questões que são definidas no começo da obra”, diz Jaymeson Vilar de Freitas, supervisor de Engenharia Mecânica da construtora. “Por esse motivo, devemos ter um cuidado especial com atrasos nos contratos, que podem comprometer a avaliação de custos se os equipamentos forem mobilizados e ficarem paralisados”, ele complementa.

O especialista lembra que os responsáveis pelos contratos precisam ficar atentos à sazonalidade dos projetos, geralmente pautados pelos períodos pré e pós-eleitoral, no caso das obras governamentais, para a execução de serviços que impliquem parada prolongada dos equipamentos. “Nos momentos de ociosidade maior, deve-se proceder à manutenção preditiva.” Freitas destaca que, exatamente por ser descentralizada, a manutenção deve deixar cada equipamento pronto para seu uso imediato em qualquer outra obra. As equipes locais, aliás, podem dispor de profissionais mais especializados se existirem equipamentos com maior complexidade mobilizados em regiões de difícil acesso. “Toda máquina tem seu histórico e pode-se fazer uma triagem completa de cada uma delas, inclusive programando paradas racionais de acordo com as potenciais ociosidades.” A definição desse nível de especialização, entretanto, deve pautarse numa relação custo/benefício, desde que a escala na demanda pelos serviços justifique a alocação dos recursos necessários (técnicos especializados, ferramentas especiais etc.).

Vantagens do modelo A descentralização é um instrumento que minimiza as paradas na obra, de acordo com Freitas, que já viveu a experiência de operar com uma oficina central e obras em diversos locais. “Mesmo testando intensamente os equipamentos que sofreram manutenção numa oficina central, quando eles chegam ao canteiro é possível que aconteça algum tipo de problema. Se a oficina está na obra, o atendimento torna-se mais eficiente.” Outro fator que torna a descentralização vantajosa é a possível necessidade de oferecer suporte de manutenção aos parceiros. “Já vivenciamos a experiência de ter que intervir em equipamentos de terceiros mobilizados em nossas obras. Por isso, é importante ter uma equipe de profissionais especializados em cada canteiro”, diz Freitas. Ele recorda que uma das obras da S.A. Paulista, em Rondônia, mobilizava 80 equipamentos próprios e o mesmo número de máquinas de propriedade de terceiros. E a construtora disponibilizou sua estrutura de manutenção aos parceiros para evitar

GESTIÓN DEL MANTENIMIENTO Cuándo centralizar o descentralizar En 1944, cuando avanzaba por el norte de Francia persiguiendo a tropas alemanas, el general Patton fue severamente reprendido por sus superiores del ejército estadounidense. ¿El motivo?, no sabia dónde estaba la estación de ferrocarriles más próxima de las operaciones militares que se desarrollaban en aquel momento. Por ese motivo, el abastecimiento de combustible de sus vehículos, que llegaban al frente de batalla por rutas precarias, se vio comprometido. Si transfiriéramos al militar al sector de equipos de una gran constructora del Brasil, seguramente no tendría que pasar por una situación tan difícil pues, actualmente, es improbable que los profesionales del área desconozcan algún detalle de las operaciones, aun cuando la empresa esté ejecutando una gran cantidad de obras dentro y fuera del país. Algunas constructoras optan por la gestión descentralizada de las operaciones y, por ese motivo, han establecidos mecanismos y procedimentos a fin de uniformar las actividades, no importa si la obra es en Rondônia, en Rio Grande do Sul o en Angola, por ejemplo. En Odebrecht, cada obra es responsable del mantenimiento de la maquinaria que usa y de su devolución en el mismo estado que las recibió cuando ésta termina, para que pueda ser usada en otros proyectos de la empresa. El sistema, aparte de ágil, contribuye a la reducción de los

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Foto: Camargo Corrêa

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paradas desnecessárias. Para ele, apenas os equipamentos que exigem manutenção altamente especializada fogem à regra da descentralização. Nesse rol se incluem os grandes guindastes, que geralmente são revisados pelos fabricantes, e as intervenções de alta complexidade, como os reparos no sistema de injeção eletrônica de um trator de esteiras, por exemplo. “Manter profissionais alocados para isso não compensaria em função da especialização e do reduzido número de máquinas mobilizadas em comparação com o restante da frota”, explica Freitas.

Obras itinerantes A construtora Camargo Corrêa também teve sua fase de oficina centralizada de manutenção, mas adotou o processo descentralizado, conforme explica o supervisor de equipamentos João Lázaro Maldi Júnior. “A gestão da frota continua centralizada, mas as reformas geralmente são feitas pelos distribuidores dos fabricantes.” A fiscalização do processo e a aprovação dos orçamentos são conduzidas de forma centralizada. A adoção de um software de gerenciamento de recursos corporativos (sistema

ERP) pela empresa facilita bastante o processo, permitindo o acesso ao histórico dos equipamentos. Segundo João Lázaro, o aperfeiçoamento desse sistema está focado na melhoria da informação, com a incorporação de mais dados relativos à operação e manutenção desses ativos. Um exemplo é a instalação de hardware que permita o registro de pesagem dos caminhões, indicando que a carga está apta para o transporte e, simultaneamente, criando um histórico para avaliações. João Lázaro ressalta que a descentralização deve ser observada com mais cuidado nas obras itinerantes, como as de implantação de gasodutos, nas quais a oficina não pode acompanhar a movimentação dos equipamentos. “Numa hidrelétrica, apesar do grande número de máquinas envolvidas, muitas delas de alta complexidade, há um controle maior pelo fato de a obra ser estática.” A solução da Camargo Corrêa para manter a eficiência das operações em obras itinerantes foi a criação de oficinas especiais, montadas sobre caminhões traçados, que têm maior mobilidade para acompanhar os deslocamentos das máquinas.

costos, ya que, por lo general, los equipos con elevados índice de uso salen directamente de una obra a otra, sin pasar por los talleres centrales. Para adoptar este modelo, el sector de equipos de la constructora estableció los procedimentos para estandarizar las actividades de mantenimiento en cada obra, a través de un patrón que es reproducido independientemente de su ubicación. El modelo ayuda a dirimir “pequeñas disputas” que puedan surgir entre la obra que terminó de usar el equipo y la que lo está recibiendo. Si la obra que recibe la máquina dice que ésta no se encuentra en buen estado de conservación, y la obra que la desocupó, por el contrario, alega que realizó todos los mantenimientos correspondientes, quien da el veredicto final es el sector de equipos. La dinámica de que cada obra funcionando como si fuera una operación independiente también pauta el trabajo de la S.A. Paulista. “Las obras cuentan con sus propios equipos. Antes de empezar los trabajos en cualquier obra la empresa define el número de equipos necesarios para ejecutarlo”, explica Jaymeson Vilar de Freitas, supervisor del área de ingeniería mecánica de la constructora. “Por ese motivo, debemos tener mucho cuidado con los plazos del contrato, ya que si los equipos están disponibles en una obra y no se los usa comprometer terriblemente nuestros costos”, añade.



GESTÃO DA MANUTENÇÃO

Centralização Com sutis diferenças, a operação da GDK tem similaridade com as ações adotadas nas outras construtoras. Sérgio Barreto da Silva, diretor de Equipamentos, destaca que a empresa segue uma política de manutenção centralizada em duas oficinas

distintas. “Nossa unidade de Salvador atende as regiões Norte e Nordeste, enquanto a de São Paulo fica responsável pelas máquinas mobilizadas nas regiões Sul e Sudeste”, diz ele. Salvador concentra a maior operação de manutenção da GDK, numa área de 22.000 m² e com a presença

Fiscalização atuante na desmobilização Da mesma forma que partem da unidade central, os equipamentos da GDK devem voltar ao pátio de origem na fase de desmobilização. Imediatamente após a chegada, eles passam por uma inspeção criteriosa, de acordo com o diretor de Equipamentos, Sérgio Barreto da Silva. A avaliação servirá para a abertura das ordens de serviços para recuperação das máquinas e para a cobrança dos custos junto a seu último usuário. “Por questões de segurança, a verificação dos equipamentos pesados e de transporte é feita pelas concessionárias autorizadas”, informa. As técnicas de inspeção, aliás, foram aperfeiçoadas ao longo do tempo e representam uma prioridade para a empresa. “Com elas podemos realizar diagnósticos precisos, contribuindo para a redução de custos e o aumento da disponibilidade mecânica da frota.” Sérgio acredita que esse tipo de gestão facilita o planejamento das manutenções. A área de Engenharia de Serviços, por meio de sua seção de ferramentas e soluções, desenvolve melhorias nas áreas técnicas de reparos e os testes de desempenho das máquinas, além de fornecer solu-

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ções específicas para as obras. A empresa também adota a manutenção pró-ativa, realizando a análise do óleo lubrificante das máquinas para prevenir falhas e a análise técnica de pressões. O gerenciamento de desgaste do material rodante (GMR) também é adotado. Como a construtora usa frota própria na maioria das operações, suas mobilizações são mais rápidas, tarefa para a qual ela dispõe de pranchas e cavalos mecânicos usados nos transportes. As locações ficam concentradas nos equipamentos de pequeno porte e de transporte de pessoal. Na Camargo Corrêa, por sua vez, a desmobilização é controlada em cada obra para evitar o envio desnecessário dos equipamentos até uma oficina central. Mesmo porque a empresa não dispõe de uma unidade para esse fim. O que existe é um depósito central em Guarulhos (SP), onde são alocados, quando necessários, os equipamentos em desmobilização. Na Odebrecht, a Odeq também assume função similar, mas a presença de máquinas em seu pátio está cada vez mais rara nesse momento de expansão na carteira de contratos da construtora.

de 120 colaboradores. De acordo com a empresa, o controle das manutenções preventivas é baseado nos manuais dos fabricantes, incorporando melhorias baseadas na experiência da empresa. “Nosso objetivo é otimizar o desempenho dos equipamentos e isso é conseguido em função da expertise adquirida com as particularidades das aplicações”, argumenta Sérgio. A informatização dos dados de manutenção também é recorrente na GDK. A coordenação desse trabalho é feita pelos controladores de manutenção que, em sintonia com os encarregados de mecânica, programam a parada dos equipamentos para a execução das intervenções preventivas e preditivas. A base de dados permite também o acompanhamento da apropriação dos equipamentos. As obras alimentam o sistema centralizado, facilitando o trabalho das unidades centrais, que funcionam como locadoras, tanto para os clientes internos (as obras) como para os externos (subcontratados e locadoras). “A operação e a manutenção preventiva ficam geralmente, sob responsabilidade do usuário final”, detalha Sérgio. “Periodicamente, enviamos representantes para inspecionar as obras e, nos casos de alocações de grandes frotas, mantemos um preposto técnico durante todo o período de contrato”, ele finaliza.

Construtora Camargo Corrêa: www.cccc.camargocorrea.com.br Construtora Norberto Odebrecht: www.odebrecht.com.br GDK: www.gdksa.com.br S.A. Paulista: www.sapaulista.com.br



PERFURATRIZES

A ORDEM É

DESLOCAR MENOS AS MÁQUINAS Sistemas de movimentação do mastro conferem maior flexibilidade à operação dos equipamentos e reduzem o tempo perdido com deslocamentos entre furos

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Quem passa pelo Rodoanel Mário Covas, em São Paulo, não consegue deixar de observar uma estrutura gigantesca, de 55 m de altura, construída para a contenção de solos no emboque de um túnel, localizado entre as rodovias Régis Bittencourt e Raposo Tavares. Considerada uma das maiores do gênero no mundo, a contenção frontal do Emboque Vista Alegre, como é denominado o local, empregou dois métodos construtivos – a cortina atirantada e o solo grampeado – que exigiram a mobilização de equipamentos específicos para sua execução.

Segundo Márcio dos Santos, diretor da Fundsolo, que realizou o serviço para a empreiteira OAS, responsável por aquele trecho da obra, as contenções foram executadas de cima para baixo. “Em cada etapa formava-se um platô, no qual as perfuratrizes e os equipamentos de escavação eram colocados para operar”, diz ele. A estrutura tem 15 níveis de tirantes, instalados em espaçamento de 1,75 m, dimensionados para suportar uma pressão de 70 toneladas força (tf) sobre a área. Para isso, a empresa realizou mais de 17.000 m de perfuração e Santos


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

EQUIPOS DE PERFORACIÓN

ressalta que o projeto não se limitou apenas à contenção frontal. “Outros 2.500 m de cortina atirantada, com resistência para 35 tf, foram construídos lateralmente.” Realizada em 2002, a obra continua atualizada e servindo de exemplo em projetos que combinam a boa engenharia com o correto uso dos equipamentos (veja boxe na página 22). Especializada em serviços de fundação e geotecnia, com um portfólio que inclui a duplicação da BR-101, no Rio Grande do Sul, e a construção dos metrôs de Salvador, Fortaleza e São Paulo (Linha 4 – Amarela), a Fundsolo é um exemplo da expansão vivida por esse segmento. “No ano passado, crescemos 160%, aumentamos nosso quadro de funcionários de 90 para 200 colaboradores e importamos equipamentos para atender a forte demanda do mercado”, afirma o executivo. A empresa comprou duas perfuratrizes hidráulicas da italiana CMV, que já estrearam na obra da BR-101. Máquinas flexíveis Márcio dos Santos ressalta que a operação de perfuratrizes em obras de contenção de solos exige um planejamento cuidadoso. Os deslocamentos das máquinas entre um furo e outro consomem metade do tempo gasto em todo o serviço e uma operação em rocha, onde a perfuração pode avançar a uma média de 1 m/ min, demanda o dobro do tempo de uma obra convencional. “Além disso, esses projetos exigem a execução de furos em diversas posições e ângu-

los, o que representa mais um item de impacto na produtividade”, complementa Orlando Beck, representante da CMV no Brasil. A solução para o problema, segundo ele, passa pela tecnologia de equipamentos. “Máquinas dotadas de maior cinematismo proporcionam um ganho de produtividade de até 50% em comparação aos modelos convencionais.” Beck se refere à nova geração de perfuratrizes, cujo mastro de perfuração realiza movimentos rápidos e precisos, por meio de acionamento hidráulico, para seu posicionamento em diferentes ângulos e posições. Ele explica que os serviços de contenção em obras de túneis são mais críticos devido à necessidade de executar furos em diversos ângulos. “O mastro de perfuração precisa realizar o maior número possível de movimentos para proporcionar ganhos de produtividade à máquina. Essa flexibilidade permite que os deslocamentos sejam menos constantes à medida que os ângulos mudam.” Os ganhos podem ser conferidos nas operações da Fundsolo, que adquiriu as perfuratrizes hidráulicas MK 900M e MK1500M da CVM. Os equipamentos são autopropelidos e contam com lança de 10 m de comprimento. “Eles têm o dobro do alcance das máquinas nacionais disponíveis em nossa frota”, afirma Santos. Essa característica possibilita menos troca de hastes, causando menor desgaste das ferramentas e maior estabilidade do furo. “A influência sobre a produtividade é significativa,

La orden es trasladar menos las máquinas Los que pasan por la autopista de circunvalación Mário Covas, en São Paulo, no pueden evitar ver una estructura gigantesca, de 55 m de altura, construida para la contención de suelos a la boca del túnel ubicado entre las carreteras Régis Bittencourt y Raposo Tavares. Para construir el muro de contención frontal Vista Alegre, considerado uno de los más grandes de este tipo del mundo, se aplicaron dos métodos constructivos, pantalla con tirantes y suelo reforzado con pilotes anclados, que demandaron el uso de equipos específicos de alta tecnología. La empresa Fundsolo perforó en total más de 17.000 metros y Márcio dos Santos, su director, aclara que el proyecto no se limitó apenas a la contención frontal. “Tuvimos que construir más 2.500 m de pantallas laterales atirantadas proyectadas para resistir 35 tf .” La obra, realizada en el 2002, continúa siendo una novedad y un ejemplo de proyecto que combina la buena ingeniería con el correcto uso de equipos. Santos destaca que la operación de equipos de perforación en obras de contención de suelos exige una planificación cuidadosa. Los traslados de los equipos entre una perforación y otra consumen la mitad del total de tiempo empleado para todo el trabajo, y una operación en roca, donde la maquinaria de perforación puede avanzar a un promedio de 1 m/min, demanda el doble del tiempo de una obra convencional. “Además, esos proyectos exigen que se perfore en diversas posiciones y ángulos, lo que representa otro factor de impacto en la productividad”, dice Orlando Beck, representante de CMV en el Brasil. Beck opina que la solución del problema incluye equipos de avanzada tecnología. “Con máquinas con mayor cinematismo se logra un aumento de productividad de un 50%, como máximo, en comparación con los modelos convencionales.” Beck se refiere a la nueva generación de equipos de perforación, con brazos de perforación que realizan movimientos rápidos y precisos gracias al accionamiento hidráulico, y que trabajan a diferentes ángulos y posiciones.

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PERFURATRIZES pois reduzimos pela metade as paradas para troca de hastes.” Ganhos de segurança A tecnologia italiana também está presente nas perfuratrizes hidráulicas comercializadas pela Solodrill, empresa nacional com investimentos da européia Collidrill. Dois modelos de equipamentos, o SD8 e o SD12, são a aposta da empresa para o mercado brasileiro. Elas têm capacidade para realizar furos de 3” a 14” de diâmetro para a execução de estacas raiz, tirantes, jet grouting e demais serviços de geotecnia.

No caso da perfuratriz de maior porte, a SD12, que tem 11,5 t de peso, o torque na cabeça de rotação chega a 1.160 kgf e a força de extração máxima (pull down/pull up) é de 6.000 kgf. Lutero Harz, gerente Industrial da Solodrill, ressalta a flexibilidade dos equipamentos, cujo mastro realiza giros de até 90º para a esquerda e direita, além executar inclinações em vários ângulos para frente e para trás. Isso é possível graças à utilização de engrenagens dos mastros, substituindo os tradicionais pistões usados nas perfuratrizes convencionais. “O

O mundo ideal da perfuração Mobilizar perfuratrizes em obras de contenção de solos localizadas em ambiente urbano não é uma tarefa para principiantes. Os desafios enfrentados na construção do Rodoanel Mário Covas, vivenciados pela Fundsolo, podem se repetir com maior ou menor grau de intensidade em outros projetos. Nesse tipo de serviço, o procedimento começa com a instalação do tirante. Eles são infiltrados em furos cujo diâmetro geralmente mede 4”. “No Rodoanel, os tirantes formavam oito cordoalhas de 12,7 mm de diâmetro cada, feitas em aço e concreto projetado”, explica Márcio dos Santos, diretor da empresa. O solo grampeado, aplicado nas estabilizações acima da cortina atirantada, compreendeu um volume de 1.000 m2 de contenção de talude, de forma a criar um reforço para este último. De acordo com Santos, o que define se a contenção do talude será feita por solo grampeado ou por cortina atirantada é o esforço sobre o maciço. Em qualquer caso, a operação de perfuratrizes é indispensável na execução do processo. Vencida a primeira etapa, a obra continua com a escavação manual, feita pelos operários. Nessa tarefa, eles utilizam andaimes ou plataformas elevatórias, com o objetivo de remover seletivamente os materiais deixados após a escavação mecânica.

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“Só então temos a primeira camada de proteção, executada com concreto projetado em espessuras entre 3 cm e 5 cm, de forma a criar a primeira estabilidade da contenção”, diz Santos. A camada inicial permite que as perfurações e injeções com caldas de cimento nos chumbadores sejam feitas com volumes e pressões controladas. “Não se deve esquecer a drenagem de contato após esse procedimento.” Considerada uma das fases mais importantes do processo construtivo, a projeção de concreto deve ser feita com bombas apropriadas, cuja capacidade varia de 6 a 10 m3/h. A perfuração é a etapa subseqüente e também uma das mais importantes. Os furos são geralmente feitos com diâmetro médio de 4” e comprimentos variáveis entre 15 e 20 m, por meio de perfuratrizes hidráulicas ou pneumáticas. “As hidráulicas são mais compactas e atingem maior velocidade de perfuração”, pondera o executivo da Fundsolo. “Por outro lado, as pneumáticas apresentam maior flexibilidade na movimentação do mastro, diminuindo o tempo de deslocamento do conjunto entre um furo e outro.” O mundo ideal da perfuração, portanto, seria unir a melhor cinemática possível dos equipamentos pneumáticos à velocidade de operação dos modelos hidráulicos, o que a indústria está providenciando a toque de caixa.

ganho não se limita à flexibilidade, pois aumentamos a segurança na operação com essa mudança”, ele afirma. De acordo com o executivo, os pistões quebram com muita facilidade, situação que pode ocasionar riscos no canteiro. “Numa perfuração com o pistão em ângulo de 90º, por exemplo, o operador está exatamente embaixo do mastro fiscalizando o furo e pode ser atingido por essa peça em caso de quebra.” Uma unidade das novas perfuratrizes já foi comercializada e a Solodrill tem mais quatro pedidos para entrega em 2008. Segundo Harz, a empresa mantém parceria com as italianas Mori Srl e Collidrill. “Estamos apostando em produtos com maior tecnologia incorporada porque o mercado está mais exigente. Antes, o usuário centrava sua atenção nas funcionalidades dos equipamentos e hoje observamos uma preocupação maior com a qualidade e produtividade que a máquina agrega à obra.” Tecnologia brasileira Marcos Cló, diretor Comercial da CZM, que produz perfuratrizes sobre escavadeiras, sobre chassi próprio ou de


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caminhão, ressalta a engenharia aplicada no desenvolvimento das máquinas que a empresa fabrica. “Isso permite que nossos modelos sejam competitivos em mercados de ponta como os Estados Unidos, Reino Unido e Ásia”, ele afirma. Como exemplo, ele cita o sistema de torque Bottom Drive CFA, desenvolvido pela empresa e patenteado internacionalmente, que a CZM instala nos equipamentos para execução de estaca hélice contínua. Ele se baseia no reposicionamento do cabeçote de perfuração, que fica instalado no pé da torre, proporcionando maior torque à transmissão. Segundo Cló, o sistema melhora a estabilidade da máquina e a segurança da operação, reduz o peso da torre de perfuração e a máquina fica até 30% menor em relação aos modelos da mesma capacidade. Atualmente, a empresa desenvolve uma perfuratriz sobre guindaste, para serviços de hélice contínua, com capacidade para 45 m de profundidade e 1,2 m de

diâmetro de furo. Para ampliar sua participação no mercado norte-americano, ela está projetando dois modelos dotados de haste Kelly e de concepção completamente diferente das atuais. “Isso permitirá perfurações em rochas muito duras, a uma velocidade elevada e com baixo desgaste dos componentes.” A empresa espera encerrar o ano entregando 62 unidades de equipamentos para obras de fundações e contenção de solos. O faturamento, segundo o diretor Comercial, dobrou em relação a 2006, com a entrega de máquinas avaliadas entre R$ 60 mil e R$ 2 milhões. “Nossa estimativa é de manter um crescimento de 50% em 2008, pois o mercado certamente vai continuar aquecido”, conclui Marcos Cló.

CZM: www.czm.com.br Fundsolo: www.fundsolo.com.br Obeck: (11) 5049-2224 Solodrill: www.solodrill.com.br


Foto: Volvo

FREIOS

TECNOLOGIAS

PARA A SEGURANÇA NA OPERAÇÃO Para proporcionar maior confiabilidade e potência à frenagem, equipamentos incorporam novas tecnologias e já se discute o uso de sistema ABS em aplicações específicas

3magine um equipamento com algumas dezenas de toneladas de peso próprio, deslocando-se a uma velocidade contínua e com mais algumas toneladas de carga, que em determinado momento precisa frear. Se esse equipamento passa por tal situação milhares de vezes durante uma jornada de trabalho, como é o caso dos tratores agrícolas, dos caminhões fora-de-estrada e

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pás-carregadeiras, não é difícil imaginar a importância do sistema de freios para o seu desempenho. Nesses casos, confiabilidade e potência de frenagem são requisitos fundamentais para a segurança, produtividade e durabilidade da máquina, itens que acabam impactando o custo da operação. Por esse motivo, os equipamentos fora-de-estrada não param de incorporar inovações em seus sistemas de freio e os mecanismos pneumáticos cedem cada vez mais espaço para os acionados hidraulicamente. “A tendência é de substituição dos freios pneumáticos, que atualmente estão presentes apenas em motoniveladoras, tratores e carregadeiras mais antigas”, afirma Marcos Lacerda, supervisor da área de Transmissão e Hidráulica da Sotreq, distribuidora dos equipamentos Caterpillar.

Lacerda explica que não é a potência de frenagem que impulsiona a substituição gradual dos freios pneumáticos. “Quando novos, os dois sistemas apresentam a mesma potência. A principal diferença está na durabilidade e, conseqüentemente, nos custos de manutenção”, ele afirma. Vantagens do hidráulico Os freios hidráulicos também são mais seguros, já que o funcionamento dos sistemas pneumáticos depende do compressor, que abastece o reservatório de ar. Se o mecanismo tiver algum tipo de problema, a frenagem fica dependente de sobras de ar no sistema e a resposta aos comandos do operador torna-se mais lenta. “Os hidráulicos estão livres desse problema, pois o coração do sistema é a bomba hidráuli-


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ca, que alimenta os acumuladores de nitrogênio, responsáveis por transferir a potência ao mecanismo de frenagem em caso de ineficiência do sistema”, complementa Lacerda. O sistema hidráulico não tem sua ação limitada às rodas e a frenagem pode atuar no diferencial dos equipamentos. Quando o sistema está localizado no diferencial, ele é considerado automático e dispensa regulagens. Os freios hidráulicos também apresentam menor desgaste por uma razão muito simples: todos os seus mecanismos, como discos, por exemplo, funcionam por meio do acionamento de pistões para a transferência de potência. “Eles são lubrificados praticamente o tempo todo, o que influi decisivamente na redução do aquecimento e no aumento do tempo de manutenção. Um trator, por exemplo, pode ficar até 20 mil horas sem a necessidade de intervenção nos sistemas de freios, dependendo do tipo de operação que ele executa, das condições de terreno e de outras variáveis”, argumenta o especialista. Outra diferença a se considerar, segundo ele, é quanto aos freios a disco e a tambor. Os primeiros são mais simples e usam pastilhas para a frenagem das rodas, o que requer maior atenção com a manutenção desses componentes. Como a frenagem resulta do atrito aplicado aos discos, esse sistema requer dispositivos de resfriamento para atenuar o calor produzido. Freios a tambor: mais difíceis de reparar

Os freios a tambor têm mais componentes que o sistema a disco e isso os torna mais difíceis de reparar. Paradoxalmente, são mais baratos e incorporam facilmente um mecanismo de freio de estacionamento. Ao invés das duas pastilhas comuns nos freios a disco, eles contam com duas sapatas, mecanismos de regulagem e de freio de estacionamento, além de molas. A manutenção mais recorrente, nesse tipo de sistema, é a troca do revestimento das sapatas. Limitações da legislação O avanço dos mecanismos de frenagem usados em equipamentos forade-estrada no Brasil pode esbarrar em limitações impostas pela legislação, conforme explica Adriano Henrique Nogueira, gerente de Atendimento ao Cliente da Wabco. “Não temos leis específicas para o uso de freios a ar em tratores. Ao contrário do que ocorre na Europa, mais da metade dos componentes adicionais que conferem maior potência de frenagem aos tratores e treminhões para transporte de cana-de-açucar não é adotada pelos fabricantes brasileiros devido a esse problema”, ele afirma. Entre outros produtos, a Wabco fabrica freios para tratores agrícolas que, no Brasil, adotam a tecnologia pneumática, também usada em reboques, semi-reboques, bitrens e treminhões. Pela falta de regras para o uso de freio a ar em tratores no País, Nogueira res-

FRENOS Tecnologías a servicio de la seguridad de la operación Imagínese un equipo de algunas decenas de toneladas de peso propio moviéndose a una velocidad constante con algunas toneladas extras de carga que, en un determinado momento, tiene que frenar. Si el equipo pasa por esa situación miles de veces durante una jornada de trabajo, como ocurre, por ejemplo, con los tractores agrícolas, los camiones fuera de carretera y las palas cargadoras, no es difícil comprender la importancia del sistema de frenos en su desempeño. En estos casos, la confiabilidad y la potencia de frenado son requisitos fundamentales para la productividad y la vida útil de la máquina, representan puntos críticos que impactan negativamente en el costo de la operación. Por ese motivo, los equipos fuera de carretera han ido incorporado importantes innovaciones en sus sistemas de frenos y los mecanismos neumáticos ceden, cada vez más, su lugar a los accionados hidráulicamente. “La tendencia del mercado es sustituir los actuales frenos neumáticos de los modelos más antiguos de motoniveladoras, tractores y cargadoras”, afirma Marcos Lacerda, supervisor del sector de Transmisión e Hidráulica de Sotreq, distribuidora de equipos Caterpillar. Lacerda explica que no es por causa de la potencia de frenado que se están sustituyendo gradualmente los frenos neumáticos. “Cuando están nuevos, los dos sistemas transmiten la misma potencia. La principal diferencia está en la durabilidad y, consecuentemente, en los costos de mantenimiento”, afirma. Los frenos hidráulicos también son más seguros. El funcionamiento de los sistemas neumáticos depende del compresor, que abastece el depósito de aire, y si el mecanismo tiene algún tipo de problema, el frenado dependerá de los restos de aire que quede en el sistema y la respuesta a los mandos del operador se tornará más lenta. “Los hidráulicos no presentan estos problemas debido a que el corazón del sistema es la a bomba hidráulica que alimenta los acumuladores de nitrógeno, que transfiere potencia al mecanismo de frenado en caso que el sistema prioritario falle”, añade Lacerda.

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FREIOS salta que o mercado acaba preferindo soluções baseadas no menor custo. “Infelizmente, esse é o motivo pelo qual fornecemos apenas compressores de ar, válvulas reguladoras de pressão, válvulas freio de mão e válvulas freio de reboque”, diz ele. O especialista explica que quando o trator é usado em canteiros de construção, por exemplo, os freios usados são os do próprio equipamento, baseados em tecnologia hidráulica. Apesar de simples, os freios pneumáticos usados em equipamentos agrícolas exigem uma manutenção cuidadosa. “Eles têm quatro componentes básicos e o mais importante é o compressor, cuja a manutenção é simples, mas se não for feita corretamente, prejudica todo o sistema.” Fonte: Wabco Segundo ele, os tubos de admissão do compressor devem ter diâmetros acima de 15 mm, de forma a permitir a sucção de ar, mas essa recomendação nem sempre é respeitada nas operações sucroalcooleiras. Esse procedimento acaba resultando no ingresso de óleo lubrificante no sistema, que afeta negativamente o seu funcionamento.

PROJETO DE FREIO PNEUMÁTICO EM APLICAÇÃO AGRÍCOLA

Tendências Se a tendência na indústria de equipamentos pesados é incorporar tecnologias que surgiram com os automóveis de passeio e depois se popularizaram entre veículos maiores, como caminhões rodoviários, não fica difícil prever que o futuro nesse setor aponta para o uso de freios ABS. O sistema já vem sendo empregado em implementos rodoviários e também pode se adequar para aplicações fora-de-estrada, em especial nos caminhões 8x4 ou 10x4 usados em mineração e obras de infra-estrutura. Quem defende a tese é David Ewel, diretor de Engenharia da Mico Incorporated, fabricante norte-americana de componentes para a indústria automotiva. Em artigo publicado recentemente na publicação International Vehicle Technology (IVT), ele alega que o maior desempenho dos caminhões, com conseqüente economia no custo operacional, poderia compensar o investimento na tecnologia. Vale ressaltar que entre os automóveis de

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passeio, o freio ABS tornou-se economicamente viável a partir da sua adoção em escala. Boris Sanchez, gerente de Produto da Volvo Construction Equipment para a linha de pás-carregadeiras e caminhões articulados, destaca que os fabricantes de equipamentos fora-de-estrada tradicionalmente absorvem as tecnologias desenvolvidas pela indústria automotiva. “Mas o uso de freio ABS em nosso setor deve ser avaliado com cuidado, pois estamos falando de diferentes aplicações”, diz ele. Para Sanchez, qualquer discussão sobre o assunto deve considerar que os caminhões rodoviários são projetados para transportar o maior volume de carga útil em vias pavimentadas, onde podem desenvolver velocidade superior aos equipamentos fora-de-estrada. “Isso explica por que as normas nesse segmento exigem sistemas de segurança antitombamento e impulsionam o desenvolvimento de metodologias de frenagem mais complexas.” Ele ressalta que os caminhões off-road também priorizam a carga útil, mas trafegam em terrenos irregulares e velocidades inferiores, motivo pelo qual demandam, em determinadas aplicações, os sistemas de freio auxiliar e retarder, para maior potência de frenagem nas descidas com a caçamba carregada. Nesse caso, os dispositivos antitravamento seriam dispensáveis para os fora-de-estrada, mas não para os caminhões rodoviários, que ganham cada vez mais terreno em canteiros de obras e frentes de mineração. Mudança de hábito Para ele, o importante é que os equipamentos pesados incorporem sistemas para facilitar o monitoramento do desgaste dos freios. Outra diferenciação que já existe e deve ser reforçada é a capacidade de frenagem mesmo em caso de falha. “Isso é possível com os sistemas independentes. Com os recursos


MANUTENÇÃO&TECNOLOGIA

eletrônicos disponíveis, o que observamos atualmente é a necessidade de treinamento dos operadores para o uso correto da tecnologia”, afirma Sanchez. Sua observação pode ser ilustrada com a própria tecnologia ABS, criada para proporcionar maior segurança às frenagens devido ao seu sistema antitravamento. Apesar dos ganhos de segurança, ela sofreu du-

ras críticas em função do desconhecimento dos usuários quanto a sua correta utilização. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, pelo Insurance Institute for Highway Safety (IIHS) indicaram que não havia diferença, em casos de acidentes fatais, no uso ou não de freios ABS. Isso porque, ao invés de pisar no pedal e segurá-lo, os usuários bom-

beavam os freios e depois o liberavam quando sentiam a pulsação do sistema. Como a tecnologia permite mudar a trajetória do sistema, muitos motoristas resolviam sair da estrada, o que levava a situações de risco e até mesmo a acidentes fatais. Ewel, no artigo já citado, destaca que um dos segmentos que pode ser favorecido por essa questão cultural é o de veículos militares, pois a esmagadora maioria de seus motoristas – na faixa dos 20 anos de idade – aprendeu a dirigir em automóveis com freios ABS e, portanto, não incorre nesse tipo de falha. Quanto à viabilidade da tecnologia em máquinas fora-de-estrada, só o tempo poderá responder.

Sotreq: www.sotreq.com.br Volvo: www.volvo.com/constructionequipment/brazil/br-pt Wabco: www.wabco-auto.com


CONTROLE DE EMISSÕES

EM BUSCA DO COMBUSTÍVEL PERFEITO

As pressões da sociedade para a menor emissão de poluentes que provocam o aquecimento global, como o dióxido de carbono (CO2), o óxido de nitrogênio (NOx) e materiais particulados (PM), finalmente chegaram ao setor de equipamentos fora-de-estrada no Brasil. Se o assunto já resultou em normas para os veículos automotores no País, o mesmo não acontece na operação de máquinas agrícolas, de construção e mineração, segmento que conta com regulamentações em estágios avançados nos Estados Unidos e Europa, com as normas EPA/Tier e EU Stage, respectivamente. No que depender dos especialistas, entretanto, a situação vai mudar a partir de 2011, quando deve entrar em vigor a norma brasileira para controle de emissões. Essa é a expectativa do grupo CE305: 102.03, criado no âmbito da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que está produzindo o texto da regulamentação. Ela vai limitar os níveis de emissões ao mesmo patamar do Tier II/Stage II, mas passa a vigorar no ano em que Estados Unidos e Europa ingressam nas fases Tier IV e Stage IIIb, respectivamente. Enquanto aguardam a normatização no setor, especialistas discutem alternativas para a menor emissão de poluentes em equipamentos pesados. O assunto foi tema do painel de debates do Comitê de Máquinas Agrícolas e de Construção da SAE (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), realizado durante o Congresso SAE Brasil 2007, em novembro último.

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Foto: Murilo Braz

Enquanto aguarda a norma brasileira para redução de emissões em equipamentos fora-de-estrada, setor estuda o uso de etanol e clama por menos enxofre no diesel

Num País em que a extensa lavoura de cana-de-açúcar desponta como alternativa para uma nova matriz energética, o uso de etanol surge como uma solução óbvia. Segundo José Henrique Senna, presidente do Congresso SAE Brasil 2007, o uso desse combustível em equipamentos pesados já se encontra em desenvolvimento, impulsionado pelo sucesso da sua aplicação em motores de automóveis, bem como dos testes em veículos mais pesados, como ônibus urbanos. “Em Estocolmo, na Suécia, já existem 400 ônibus rodando com o combustível.” Ele explica que os conhe-

Vicente Pimenta


CONTROL DE EMISIONES En busca del combustible perfecto

Las presiones de la sociedad para que se reduzcan las emisiones de gases contaminantes al medioambiente que provocan el calentamiento global finalmente han llegado al sector de equipos fuera de carretera en el Brasil. Si, por un lado, la preocupación ya ha generado una serie de importantes normas para los vehículos automotores del país, por el otro, no sucede lo mismo en lo que respecta a la operación de máquinas agrícolas y de construcción y minería, aunque en los Estados Unidos y Europa este segmento ya cuenta con regulaciones en estadios avanzados, las normas EPA/Tier y EU Stage, respectivamente. Sin embargo, los especialistas afir-

man que la situación va a cambiar a partir del 2011, cuando entrará en vigor la normativa brasileña para el control de emisiones de gases. Mientas tanto, los profesionales del sector discuten alternativas para reducir la emisión de gases contaminantes de los equipos pesados. En un país en el que grandes emprendimientos relacionados con la caña de azúcar se presentan como una alternativa para la nueva matriz energética, el uso de etanol aparece como la solución obvia. Si el uso de etanol en motores de máquinas pesadas aún está en fase experimental, cuando se trata de automóviles, autobuses y camiones, el Brasil se prepara para ingresar en la sexta etapa de la normativa de emisiones. Conocida como Proconve 6 o P6, la norma se aplicará a partir del 2009 y posibilitará que se reduzca la emisión de contaminantes a los mismos niveles de la Euro III, actualmente en vigor en Europa.

Foto: Murilo Braz

MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

José Henrique Senna


CONTROLE DE EMISSÕES cimentos adquiridos nessa experiência serão transferidos para o Brasil, onde o primeiro teste com ônibus movidos a etanol começa em dezembro, na cidade de São Paulo. O que a indústria está desenvolvendo para os ônibus urbanos também poderá ser aplicado posteriormente em caminhões e até mesmo em equipamentos off-road, desde que sejam adotadas as devidas alterações na motorização. É o que diz o co-chairman do Comitê de Máquinas Agrícolas e de Construção da SAE Brasil, Vicente Pimenta, também gerente de Projetos Especiais da Delphi. “Atualmente, o etanol é incompatível com os motores de equipamentos pesados disponíveis no mercado, mas algumas pesquisas podem mudar esse cenário.” Ele explica que a Delphi segue duas linhas de pesquisa nessa área: “ou se desenvolvem motores específicos para etanol ou se adapta a motorização dos equipamentos fora-de-estrada para uma mistura do diesel com esse combustível.”

Nesse último caso, os estudos da empresa mostram que a mistura ideal deve ser composta por cerca de 70% a 80% de etanol e o restante de diesel. “O combustível precisa reagir à faísca para produzir uma boa combustão, o que exige a presença de um percentual de diesel”, justifica Pimenta. Se o uso de etanol nos motores de equipamentos pesados ainda se resume a experiências em fase inicial, quando o assunto recai para os automóveis, ônibus e caminhões, o País se prepara para ingressar na sexta fase da norma de emissões. O Proconve 6 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) ou P6, como ela é conhecida, passa a valer a partir de 2009 com a redução de poluentes aos mesmos níveis da Euro III, atualmente em vigor na Europa. Para os setores de construção, agricultura e mineração, que empregam caminhões rodoviários no transporte de cargas, a nova etapa da norma representa um impacto em suas operações.

Para os especialistas, dificilmente o Proconve 6 poderá ser implantado em todo o território nacional nos prazos previstos sem que a Petrobras conclua seus investimentos na modernização do parque de refino. Isso porque as refinarias brasileiras produzem diesel com teores de enxofre de 500 partículas por milhão (ppm), nas capitais, e de 2.000 ppm, nas cidades do interior – índice bem acima dos padrões internacionais, de 50 ppm, que permitem atender as exigências de emissões mais rigorosas. Vicente Pimenta explica que a Petrobras está investindo no atendimento a essa demanda, mas planeja reduzir a proporção de enxofre no combustível a 50 ppm apenas nos perímetros urbanos, abastecendo o interior do País com diesel de 500 ppm. “Essa taxa que a estatal quer aplicar para as cidades do interior é incompatível com os motores que serão utilizados para atender às normas de emissão do P6”, ele finaliza.

SAE Brasil: www.saebrasil.org.br

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LANÇAMENTO

MANITOWOC TRAZ

GUINDASTES COMPACTOS PARA O BRASIL Montados em chassi de caminhão 6x4, os guindastes da National Crane chegam para disputar os mercados de locação e de içamento de pequenas e médias cargas Os guindastes compactos da National Crane, tradicionais no mercado norteamericano, começaram a chegar ao Brasil a partir de dezembro, quando a empresa anunciou a venda dos dois primeiros equipamentos da marca no País. A iniciativa se alinha à estratégia da Manitowoc, proprietária da National Crane, que pretende ampliar a presença no Brasil e demais países da América Latina de seus modelos compact truck, indicados para o içamento de pequenas e médias cargas. A fabricante estréia no País com o modelo 1400A, um guindaste telescópico montado sobre chassi de caminhão 6x4, com capacidade para 30 t de carga. As duas primeiras unidades foram adquiridas pelas locadoras Guindastec e Cunzolo, que estão investindo na ampliação de suas respectivas frotas para atender à forte demanda por serviços

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de içamento. “Devido à sua flexibilidade para atender diferentes obras, esse equipamento é ideal para o setor de locação”, diz Chris Brathauar, diretor de Marketing da Manitowoc. Segundo ele, a transação se revestiu de pioneirismo por ser a primeira montagem dos guindastes da empresa na América Latina. Se a demanda justificar, a unidade de Barueri, na Grande São Paulo, pode ficar responsável pelo serviço no continente, mas Brathauar diz que nenhuma decisão foi tomada em relação ao assunto. Independente do fato de os equipamentos virem prontos ou não dos Estados Unidos, ele explica que o prazo médio para atendimento aos pedidos será de dois a três meses, período necessário para as adaptações no chassi dos caminhões e a montagem do guindaste.

Outra novidade é o fato de os equipamentos serem montados sobre caminhões da Volvo, já que a empresa costuma usar somente os da marca Volkswagen, conforme explica Kyle Nape, vice-presidente da Manitowoc para a América do Sul. Ele ressalta que outras montadoras estão sendo contatadas, como a Mercedes Benz e a Scania, para proporcionar mais opções de chassis para os usuários. “Não importa a marca e sim que os caminhões atendam as especificações da National Crane, como ter um motor com potência acima de 300 hp e ser flexível para pequenas alterações no chassi”, diz Nape. No caso dos primeiros modelos brasileiros, os chassis usados são de um caminhão Volkswagen Worker e de um Volvo VM 310, ambos com tração 6x4. Dotados de sistema de proteção contra


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

sobrecarga, os guindastes 1400A podem contar com quatro ou cinco lanças, atingindo distâncias de içamento de 30,5 m ou 38,74 m de alcance máximo, respectivamente. Para o levantamento de 15 t, por exemplo, seu gráfico de cargas indica uma capacidade de até 29 m de raio. Os guindastes da série 1400A incorporam um sistema de autolubrificação dos cilindros da patola que, segundo o fabricante, reduz as vibrações durante a extensão da lança e proporciona uma operação mais suave. Eles também possuem rotação contínua de 360º, permitindo realizar o giro livre durante a rotação. A velocidade do giro pode ser ajustada pelo operador com o acionamento de um botão. Para proporcionar menores custos de manutenção ao equipamento, o número de peças e partes internas de sua lança foi reduzido. Além disso, os componentes de telescopagem – como rolamentos e cabos internos – podem ser acessados facilmente pela lateral da lança para lubrificação. Com uma participação de quase 40% dos guindastes compactos comercializados nos Estados Unidos, segundo Chris Brathauar, a National Crane pretende conquistar uma posição semelhante no mercado brasileiro, diante da forte demanda por equipamentos que facilitem a execução das obras com maior produtividade.

NOVEDAD Manitowoc comercializa grúas compactas en el Brasil Las grúas compactas de National Crane, tradicionales en el mercado norteamericano, han comenzado a llegar al Brasil a partir de diciembre, después que la empresa anunció la venta de los dos primeros equipos de la marca en el país. La iniciativa responde a la estrategia de Manitowoc, propietaria de National Crane, de aumentar la comercialización, tanto en el Brasil como en los otros países de América Latina, de sus modelos de grúas compactas, indicadas para el levantamiento de cargas pequeñas y medianas. El fabricante debuta en el país con el modelo 1400A, una grúa telescópica montada sobre chasis de camión 6x4, con capacidad para 30 t de carga. Las dos primeras unidades fueron adquiridas por las arrendadoras de maquinaria Guindastec y Cunzolo, que están invirtiendo en la ampliación de sus respectivas flotas para atender la demanda creciente de trabajos de levantamiento.

Manitowoc: www.manitowoc.com

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TECNOLOGIA

BOMBEANDO CONCRETO A 570 M DE ALTURA Construção do Burj Dubai, o maior edifício do mundo, empregou um complexo sistema de bombeamento de alta vazão Um complexo sistema, composto por redes de dutos e por uma estação de bombeamento de elevada vazão, ajudou os engenheiros responsáveis pela obra do Burj Dubai, o edifício mais alto do mundo, em construção na cidade de Dubai (Emirados Árabes), a superar o desafio de bombear concreto a altitudes superiores a 500 m. Por questões de projeto, as estruturas e lajes do prédio deveriam ser construídas em concreto de alta resistência à compressão, com um traço desenvolvido especialmente para o seu escoamento no interior das linhas de tubos de aço montadas verticalmente. Contratada para fornecer os equipamentos necessários, a Putzmeister propôs o uso da bomba BSA 14000, que tem capacidade para lançar concreto até 570 m de altitude, a uma vazão de 30 m3/h. Para confirmar a eficiência do sistema, a empresa realizou testes em campo, com a montagem das tubulações de entrega no solo, para simular as pressões internas à linha e seu impacto na qualidade da operação, bem como os possíveis desgastes nos tubos, a segregação do concreto e outras variáveis. Os ensaios contribuíram para o desenvolvimento do traço do material, com o uso de aditivos e o controle do diâmetro dos seus agregados graúdos, que precisavam diminuir à medida que a concretagem avançasse para

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TECNOLOGÍA Bombeo de hormigón a 570 m de altura Un complejo sistema compuesto por redes de tuberías y una planta de bombeo de gran caudal, ayudó a los ingenieros responsables de la obra del Burj Dubai – edificio más alto del mundo, que está siendo construido en la ciudad de Dubai (Emiratos Árabes Unidos) – a superar el desafío de bombear hormigón a una altura de más de 500 metros. Por cuestiones de proyecto, la estructura y las losas del edificio debían ser construidas con hormigón de alta resistencia a la compresión, con una composición especialmente desarrollada para su transporte por el interior de las


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

níveis mais altos. Para executar o serviço até 452 m de altura, por exemplo, a brita utilizada na mistura não poderia ter mais de 14 mm de diâmetro. Nessas condições, com tubulações de 50 cm de diâmetro, o sistema trabalhou a uma pressão média de 150 bar. A estação de bombeamento, composta por três bombas BSA 14000, foi instalada a 70 m de distância do centro do edifício. Devido à elevada pressão hidráulica envolvida, que atingiu picos de 400 bar, e à grande demanda de produção prevista, a estação contou com o reforço de um motor diesel de 470 kW de potência. Ela forneceu o material para as concretagens executadas até 570 m e, por razões estáticas, acima dessa altitude optou-se pelo uso de estruturas metálicas. Fixação da rede

A partir da estação de bombeamento, linhas de dutos metálicos conduziam o concreto bombeado até os mastros de distribuição instalados na outra extremidade. Esse sistema, segundo estimativas da Putzmeister, possibilitou o lançamento de cerca de 135.000 m3 de concreto, além de outros 45.000 m3 usados nas fundações da torre central do edifício e em suas três asas, cujo bombeamento mobilizou equipamentos montados sobre chassi de caminhão (autobombas). Para suportar os desgastes durante a operação, os dutos foram dimen-

líneas de tubos de acero montadas verticalmente. Contratada para suministrar la maquinaria necesaria, Putzmeister propuso el uso de bombas BSA 14000, que tienen capacidad para lanzar hormigón a hasta 570 m de altura, con un caudal de 30 m 3/h. Para confirmar la eficacia del sistema, la empresa sometió las bombas a pruebas en campo, con el montaje de la tubería en el suelo, para simular las presiones en el interior de la línea y su impacto en la calidad de la operación, así como el desgaste potencial de los tubos, la segregación del hormigón y otras variables. Las pruebas contribuyeron al desarrollo de la composición del material, como la determinación de los aditivos y el control del diámetro de los áridos gruesos, que necesitaban ser menores a medida que la colada avanzase a niveles cada vez más altos. La planta de bombeo, compuesta por tres bombas, fue instalada a 70 m de distancia del centro del edificio, con la misión de lanzar casi 135.000 m 3 de hormigón. Desde la planta de bombeo, líneas de tubos metálicos conducían el hormigón bombeado hasta las plumas de distribución instaladas en el otro extremo. Diseñado para ser el edificio más alto del mundo, el Burj Dubai asumió ese puesto con la colada de la losa del 141º piso, momento en que alcanzó 512 metros de altura. La altura total del edificio, sin embargo, es un secreto de los emprendedores que forma parte de su estrategia de marketing, pero debe ser de aproximadamente 800 metros.


TECNOLOGIA

para o controle do tempo de cura. Válvulas de escape

Mais de

e

Arranha-céu pode atingir 800 m de altura Projetado para ser o maior edifício do mundo, o Burj Dubai assumiu esse posto antes mesmo de ser inaugurado. Em setembro último, quando as construtoras responsáveis pela obra concretaram a laje do 141º andar, ele atingiu a marca de 512 m de altura, ultrapassando em 4 m o arranha-céu Taipei 101, localizado em Taiwan. A altura total do prédio, entretanto, é mantida em sigilo pelos empreendedores, como parte de sua estratégia de marketing, e deverá se situar em aproximadamente 800 m. A intenção dos projetistas foi a de idealizar um arranha-céu que se mantivesse no posto de edifício mais alto do mundo pelo maior tempo possível. Projetado em três asas, com uma torre central interligando todas elas, o edifício conta com fundações dimensionadas para permitir a construção de mais andares no futuro. Apenas na torre central, a fundação ocupa uma área de 7.000 m2 e se apóia sobre 200 estacas de concreto, com 1,5 m de diâmetro, escavadas em profundidade de até 50 m.

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sionados com paredes de 11 mm. A montagem vertical das linhas avançava de acordo com o cronograma da obra, com um cuidadoso sistema de fixação dos tubos a cada 3 m. Apesar de possibilitar a fixação das linhas, de forma a evitar seu rompimento em função das cargas envolvidas na operação, ela deveria ser suficientemente flexível para permitir a movimentação vertical da tubulação, devido às pulsações durante o bombeamento. Caso contrário, a rede também poderia romper. O sistema de fixação empregou macacos hidráulicos, para movimentação dos tubos, e suportes soldados em placas de aço chumbadas nas estruturas do prédio. Dessa forma, os tubos de 3 m de comprimento eram instalados em orifícios previamente executados nas lajes e ficavam livres para a movimentação vertical necessária durante o bombeamento. Os pesos envolvidos nas linhas em operação, segundo cálculos da Putzmeister, chegaram a atingir 50 t. Se a altitude e os volumes envolvidos já representavam um desafio a ser enfrentado, os problemas adquiriram contornos ainda maiores diante do clima local, que registra temperaturas de até 50ºC durante o dia. Por esse motivo, adotou-se a técnica de concretagem com gelo

Situações imprevistas também precisavam ser contempladas no planejamento, como falhas na operação das bombas, atrasos de entrega do concreto e outras variáveis. Por esse motivo, as linhas de tubos foram equipadas com um sistema de válvulas para sua descarga. Como o concreto começa a adensar após 2 horas da aplicação, nos bombeamentos em grandes altitudes, o sistema ajudou a evitar entupimentos na rede e o comprometimento de todas as linhas. O sistema de válvulas, batizado pela empresa com o nome de “Espada de Ferro”, foi dimensionado para entrar em ação se a rede de dutos não registrasse um pulso de bombeamento a cada 90 minutos. Nessas situações extremas, um corte na linha isolava o trecho com concreto parado em seu interior, de forma a evitar que o endurecimento desse material pudesse comprometer toda a rede. A obra do edifício Burj Dubai começou em agosto de 2004, com a terraplenagem do terreno, e os serviços de concretagem iniciaram em 2005. Atualmente, ele se encontra em fase final de construção e tem previsão de inauguração em 2008. O empreendimento está sendo levantado pelo consórcio composto pela coreana Samsung, a belga BeSix e a Arabtec, dos Emirados Árabes. O gerenciamento do projeto pertence à Turner Construction, dos Estados Unidos, e o serviço de concretagem ficou sob responsabilidade da Unimix. Pela sua altura – e também pelo caráter multinacional da obra – ele pode representar a figura da “Torre de Babel” às avessas, onde a engenharia humana atingiu alturas nunca antes imaginadas.

Putzmeister: www.putzmeister.com



TABELA DE CUSTOS

CUSTO HORÁRIO DE EQUIPAMENTOS COSTO POR HORA DE EQUIPOS Equipamento

Mat. Propriedade Manutenção Rodante

Comb./ Lubr.

Total

Caminhão basculante articulado 6x6

R$ 64,46

R$ 47,42

R$ 11,19

R$ 30,66

R$ 153,72

Caminhão basculante fora de estrada 30 t

R$ 39,89

R$ 23,95

R$ 11,19

R$ 22,23

R$ 97,26

Caminhão basculante rodoviário 6x4 (26 a 30 t)

R$ 20,48

R$ 14,40

R$ 6,79

R$ 7,67

R$ 49,33

Caminhão basculante rodoviário 6x4 (36 a 40 t)

R$ 30,94

R$ 23,21

R$ 7,04

R$ 15,33

R$ 76,52

Caminhão comboio misto 4x2

R$ 17,44

R$ 11,92

R$ 3,24

R$ 5,21

R$ 37,82

Caminhão guindauto 4x2

R$ 18,67

R$ 12,80

R$ 3,24

R$ 5,21

R$ 39,92

Carregadeira de pneus (1,5 a 2,0 m³)

R$ 29,40

R$ 15,40

R$ 3,13

R$ 13,03

R$ 60,97

Carregadeira de pneus (2,5 a 3,5 m³)

R$ 44,20

R$ 22,73

R$ 10,49

R$ 18,40

R$ 95,82

Compactador de pneus para asfalto

R$ 40,00

R$ 12,98

R$ 3,72

R$ 15,33

R$ 72,03

Compactador vibratório liso / pé de carneiro (10 t)

R$ 41,60

R$ 13,35

R$ 0,55

R$ 23,00

R$ 78,49

Compactador vibratório liso / pé de carneiro (7 t)

R$ 28,80

R$ 10,35

R$ 0,31

R$ 23,00

R$ 62,46

Escavadeira hidráulica (15 a 17 t)

R$ 41,50

R$ 26,75

R$ 1,61

R$ 13,80

R$ 83,65

Escavadeira hidráulica (20 a 22 t)

R$ 44,20

R$ 27,67

R$ 2,17

R$ 32,19

R$ 106,23

Escavadeira hidráulica (30 a 34 t)

R$ 81,25

R$ 50,07

R$ 4,01

R$ 45,99

R$ 181,32

Motoniveladora (140 a 180 hp)

R$ 49,98

R$ 29,40

R$ 3,74

R$ 26,06

R$ 109,18

Motoniveladora (190 a 210 hp)

R$ 49,00

R$ 29,00

R$ 3,49

R$ 30,66

R$ 112,15

Retroescavadeira

R$ 22,31

R$ 12,46

R$ 1,73

R$ 12,26

R$ 48,77

Trator de esteiras (100 a 120 hp)

R$ 57,09

R$ 29,55

R$ 2,87

R$ 19,93

R$ 109,44

Trator de esteiras (160 a 180 hp)

R$ 56,00

R$ 29,13

R$ 6,18

R$ 32,19

R$ 123,50

Trator de esteiras (300 a 350 hp)

R$ 138,13

R$ 71,07

R$ 19,60

R$ 56,72

R$ 285,52

Os valores acima, sugeridos como padrão pela Sobratema, correspondem à experiência prática de vários profissionais associados, mas não devem ser tomados como única possibilidade de combinação, uma vez que todos os fatores podem ser influenciados pela marca escolhida, local de utilização, condições do terreno ou jazida, ano de fabricação, necessidade do mercado e oportunidades de execução dos serviços. Valores referentes a preço FOB em São Paulo (SP). Maiores informações no site: www.sobratema.org.br.

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Fotos: Marcelo Vigneron

MANUTENÇÃO

PASSO A PASSO NAS

RECUPERAÇÕES COM SOLDA Além de representar uma operação de baixo custo, a prática de soldagem para recuperação de peças amplia a vida útil dos componentes, quando feita a tempo, e reduz as paradas do equipamento. Simples de executar, ela ajuda a diminuir gastos com a substituição de peças e, por conseqüência, reduz os estoques da empresa. Esse tipo de manutenção é recomendado nos casos de desgaste por abrasão, fricção e compressão, ou na recuperação de trincas. A primeira categoria de danos ocorre com maior freqüência em sapatas de esteiras, revestimentos de caçambas, roscas transportadoras, ferramentas de penetração do solo (FPS), chutes de transferência e calhas transportadoras, carcaças e rotores de bombas. Eixos, mancais, luvas e engrenagens são mais suscetíveis a desgastes por fricção e os danos por compressão ocorrem geralmente em rodas motrizes e rodas-guia. Já as trincas podem surgir em praticamente todas as peças e pelos mais variados motivos. Identificar o tipo de material e o tipo de desgaste é fundamental para a qualidade da recuperação, pois esse cuidado inicial ajuda a escolher o material mais adequado para a aplicação da solda, que deve apresentar uma resistência superior à do material empregado originalmente na peça. Esse procedimento, apesar de ser simples, pode elevar a vida útil do componente em até três vezes.

Nos casos de desgaste por abrasão, o processo começa com a remoção de cerca de 2 mm do material por meio de lixadeira ou eletrodo de grafite ou de chanfro. Na seqüência, é feita a aplicação do revestimento, que pode empregar eletrodo de carboneto de cromo, para peças de baixo custo e elevada vida útil, ou eletrodo de carboneto de tungstênio, nos componentes de alto custo e menor longevidade. Sobreposição de soldas Quando os danos na peça são mais extensos, como desgastes superiores a 6 mm, recomenda-se sua reconstrução com o uso de ligas de aço carbono ou de aço manganês. O revestimento deve ser efetuado em dois passes, no máximo, e em nenhuma hipótese se deve aplicar uma camada sobre outra já existente. Em qualquer recuperação com solda, o revestimento anterior deve ser previamente removido com eletrodo de grafite ou chanfro, pois a sobreposição poderá causar o destacamento das camadas. Se o desgaste é ocasionado por compressão, recomenda-se a aplicação de solda com ligas de aço carbono, aço inox ou aço manganês. A vantagem no uso desse último é que o material depositado endurece com o passar do tempo, com a peça trabalhando, o que aumenta sua resistência à compressão.

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MANUTENÇÃO Na recuperação de eixos e mancais, que ficam mais sujeitos a desgaste por fricção, o emprego do processo de metalização, feito com ligas de aço inox, bronze ou níquel, é o mais aconselhável. Como esse processo pode ser realizado a baixas temperaturas – de 250 oC, no máximo – não há risco de deformação da peça ou de alteração de sua estrutura metalúrgica, evitando o surgimento de trincas durante sua utilização futura. Pré-aquecimento Em todos os casos, a operação de soldagem deve ser antecedida pelo pré-aquecimento do componente a ser recuperado. A temperatura é selecionada principalmente em função da quantidade de carbono na peça. Para aços com médio teor de carbono (entre 0,30% e 0,45%) o pré-aquecimento deve ser efetuado a 150 oC. Em aços com alto teor, acima de 0,45%, a temperatura recomendada é de 300 oC e nas peças com índice de carbono abaixo de 0, 30%, o préaquecimento é dispensável. O pré-aquecimento ideal é feito em forno ou por resistência elétrica, que proporcionam aquecimento uniforme e controle preciso da temperatura aplicada. Na prática, entretanto, o maçarico chuveiro é o mais utilizado. Nesse caso, recomenda-se usar uma chama levemente carburante e aquecer, preferencialmente, a peça toda. Na impossibilidade de seguir essa última orientação, o profissional deve aquecer uma área mínima de 200 mm em torno do local da solda. O tempo de aquecimento é diretamente proporcional à espessura da peça e o controle da temperatura deve

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Deposição de solda não deve ser feita sobre o revestimento antigo

ser executado por lápis térmico ou pirômetro digital. Durante a soldagem, é recomendável que se mantenha a temperatura de pré-aquecimento e, após essa operação, a peça recuperada deverá ser submetida a um pós-aquecimento entre 50 oC e 100 oC acima da temperatura de pré-aquecimento, para alívio das tensões. Esse processo pode ser feito com o próprio maçarico chuveiro e o importante é evitar que a peça fique exposta a correntes de ar, para que seu resfriamento seja lento e gradual. Manutenção de trincas A recuperação de trincas merece atenção especial. Excetuando-se as fissuras maiores, muitas delas são imperceptíveis a olho nu, exigindo a realização de ensaios com o uso de líquido penetrante para sua identificação. No caso das trincas maiores, a área afetada deve ser “chanfrada” com o uso de eletrodo de grafite ou de chanfro. Essa operação deixa uma camada de carbono na superfície, que deve ser eliminada com a aplicação de esmeril, para a remoção de pelo menos 1 mm de espessura. Um novo teste com líquido pe-

netrante deve ser realizado para se certificar se a fissura foi eliminada por completo. Em caso negativo, aplica-se novamente o procedimento anterior. Se o ensaio constatar que a trinca foi recuperada, a área “chanfrada” deverá ser preenchida com eletrodo AWS E 7018, nas peças com baixo teor de carbono. Para aços com médios e altos teores de carbono, recomenda-se o uso dos eletrodos AWS E 309 ou AWS 312. As peças em ferro fundido devem ser recuperadas com eletrodo à base de níquel. Quando combinado com o carbono da peça, durante a fusão, o níquel forma um depósito macio e dotado de boas propriedades mecânicas. A soldagem deve ser executada com cordões curtos e alternados, para se evitar o aquecimento localizado da peça. Ao final da aplicação de cada cordão, a área recuperada deverá ser submetida a impactos fortes, com martelo de bola, para aliviar a tensão gerada e evitar o posterior surgimento de trincas.

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ARTIGO

VANTAGENS DOS ASSENTADORES DE TUBOS DIANTE DOS

TRATORES MODIFICADOS Por Augusto Azevedo (*)

Há muitas vantagens na compra e operação dos assentadores de tubos, que são projetados especificamente para esse trabalho, quando comparados com o uso dos tratores de esteiras convertidos para tal aplicação. Essas vantagens fazem uma grande diferença na capacidade e no desempenho das máquinas, que acabam se refletindo no lucro da empresa usuária. Os assentadores de tubos fabricados com essa finalidade específica são projetados para exercer baixa pressão sobre o solo e oferecer maior estabilidade lateral. Seu material rodante é mais longo e largo que o de tratores de tamanho similar, o que melhora a flutuação, distribui melhor o peso nominal e minimiza as inclinações laterais. O trator é projetado com uma bitola mais estreita – que deve ser medida desde o centro da armação dos roletes, de um lado, até o centro da armação dos roletes do outro lado – mais adequada às aplicações com lâmina. Já os assentadores de tubos têm uma bitola mais larga, que resulta em maior estabilidade lateral. O sistema hidráulico de tração, com dois motores hidráulicos acionados independentemente, também figura entre os itens que diferenciam o assentador de tubos da Caterpillar. O sistema, do tipo hidrostático e com circuito fechado, para evitar contaminação acidental e manter as condições ideais de trabalho, é operado por piloto. Os tratores convertidos em assentadores de tubos possuem diferentes compartimentos para o operador, o que dificulta a sua adaptação entre uma máquina e outra, ao contrário da situação en-

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contrada nos assentadores de tubos originais de fábrica. O item segurança é um dos valores essenciais para a Caterpillar, motivo pelo qual seus assentadores de tubos são equipados com estrutura de proteção contra capotamento (ROPS). Ela é dimensionada para o peso bruto da máquina, enquanto em equipamentos convertidos, a adição de contrapesos, lança e guinchos podem ultrapassar a capacidade de segurança das estruturas ROPS adaptadas. Vale ressaltar ainda que os assentadores de tubos contam com um trem de força desenvolvido para essa finalidade, diferentemente dos tratores convertidos, cuja relação peso/potência não foi projetada para suportar as cargas adicionais dos tubos nas aplicações de assentamento.

Os assentadores de tubos têm a armação dos roletes mais longa do que a dos tratores de esteiras padrão, para a melhor estabilidade da máquina e o suporte às cargas nas aplicações de assentamento de tubos.


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

Um trator de esteiras padrão tem a armação dos roletes mais curta, que não oferece a inclinação necessária para frente e para trás, acarretando uma durabilidade inferior à das máquinas construídas especialmente para essa aplicação. Além disso, os componentes da estrutura dos tratores, tais como carcaça e chassi, eixo de articulação e barra de suspensão rígida, não são

projetados para as extremas forças laterais a que são submetidos nas aplicações de assentamento de tubos. Portanto, não são tão confiáveis quanto os de um equipamento projetado especialmente para assentar tubos. Os assentadores de tubos são intencionalmente construídos com componentes pesados, dedicados para suportar as cargas laterais da operação. Outro motivo para optar pelo assentador de tubos é que, mesmo depois de configurar o trator de esteiras, o usuário permanecerá com um equipamento velho, que já foi submetido a rigorosas aplicações com lâmina. Resultados de leilões de máquinas usadas, realizados recentemente, confirmam que assentadores de tubos projetados especificamente para essa aplicação atingem um preço de revenda mais alto do que os tratores convertidos. Finalmente, ao comprar no mercado um kit de conversão de tratores, o usuário fica limitado a uma única fonte de peças e componentes para o equipamento. Os assentadores de tubos da Caterpillar são equipados com peças de qualidade garantida pela empresa. Isso significa que o usuário conta com disponibilidade de peças originais e suporte ao produto em qualquer lugar do mundo. (*) AUGUSTO AZEVEDO É GERENTE COMERCIAL DA CATERPILLAR BRASIL

ARTÍCULO Ventajas de los tiendetubos frente a los tractores modificados Las ventajas de comprar y operar equipos tiendetubos, diseñados específicamente para el tendido de tuberías, son muchas si se los compara a los tractores sobre orugas adaptados para este fin. Estas ventajas representan una gran diferencia con respecto a la capacidad y el desempeño de las máquinas, lo que repercute positivamente en las ganancias de la empresa usuaria. Estos equipos están especialmente diseñados para ejercer poca presión sobre

el suelo y ofrecer una gran estabilidad lateral. Sus zapatas son más anchas que las un tractor sobre orugas, que por ser de menor calibre son ideales para trabajar con hojas o láminas. Además, los componentes de la estructura de los tractores, como, por ejemplo, la carcasa, el chasis, el eje de articulación y la barra de suspensión rígida, no han sido diseñados para resistir las grandes fuerzas laterales a que son sometidos en los trabajos de tendido de tubos.

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OPINIÃO DO USUÁRIO

TECNOLOGIA COREANA

SURPREENDE NA AMAZÔNIA Frota de 12 escavadeiras R210 LC-7, da Hyundai, atua em todas as etapas da construção do gasoduto Urucu-Manaus, da abertura de faixas à escavação das valas, ao desfile dos tubos e assentamento dos tramos Construir um gasoduto no meio da Floresta Amazônica, enfrentando temperaturas próximas a 40ºC e todas as adversidades impostas pela distância dos grandes centros urbanos e pelo solo da região, requer uma apurada logística de equipamentos. Esse desafio está sendo enfrentado por 12 escavadeiras da Hyundai na instalação de um trecho de 270 km do gasoduto Urucu-Manaus, uma das principais obras em execução pela Petrobras na área de energia. Segundo Newton Cavalieri, diretor da Enejota Cavalieri Engenharia, que alugou os equipamentos para a obra, eles vêm superando todas as

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expectativas na execução do serviço. “As máquinas fazem a abertura da faixa, escavam a vala, desfilam os tubos no local e assentam os tramos soldados no interior das valas, operação normalmente realizada por tratores de esteira adaptados com lança”, ele explica. As escavadeiras em operação são do modelo R210 LC-7, com 21,9 t de peso operacional, que atuam a mais de 500 km de Manaus, num dos pontos mais distantes da obra. Cavalieri explica que elas trabalham na subligação até a base de Coari, cujo terminal fica localizado à direita do rio Solimões, um trecho

OPINIÓN DEL USUARIO Tecnología coreana sorprende en la Amazonía Construir un gasoducto en el corazón de la selva amazónica enfrentando todo tipo de adversidades, como climáticas, con temperaturas próximas a los 40 ºC, grandes distancia a centros urbanos y suelos anegados, exige que se disponga de una estructura logística de equipos ejemplar. Este es el desafío que enfrentan doce excavadoras Hyundai para construir un tramo de 270 km del gasoducto Urucu-Manaus, una de las principales obras en ejecución de Petro-



OPINIÃO DO USUÁRIO

de topografia extremamente acidentada e com mais de 70 travessias de cursos d’água. “Em vários pontos, o terreno apresenta-se tão alagado que, além da escavação das valas, torna-se necessário o revestimento dos dutos com jaqueta de concreto, para que ele não flutue; além disso, cada rio tem o seu próprio vale e isso aumenta as dificuldades impostas pelo local.” Cuidados na operação Como a R210 exerce baixa pressão de contato no solo para uma escavadeira de seu porte (0,4 kg/ cm2), é possível realizar o serviço mesmo em terrenos com baixa capa-

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cidade de suporte. Afinal, além de abrir valas e montar as tubulações, o equipamento também restabelece as condições de acesso ao tráfego no local onde a faixa de dutos está sendo implantada. Os cuidados com o meio ambiente envolvem um rigoroso controle de vazamento de óleos e demais fluídos cujo gotejamento possa contaminar o solo da floresta ou os cursos d’água. Por esse motivo, durante as manutenções e lubrificações das máquinas, o solo é devidamente protegido por uma espécie de manta plástica. Para manter um ambiente de trabalho seguro e confortável, Cavalieri ressalta ainda que as operações são realizadas com a cabine fechada e a uma temperatura de 21ºC, já que as escavadeiras contam com ar condicionado como item de série. Com isso, seus operadores não sofrem com o severo clima da região, que atinge médias diárias de 38°C e umidade relativa do ar acima de 95%. As máquinas começaram a tra-

bras en el área de energía. Newton Cavalieri, director de la empresa Enejota Cavalieri Engenharia, que arrendó los equipos para la obra, dice que la maquinaria ha superado ampliamente todas las expectativas durante la ejecución del trabajo. “Los equipos realizan el zanjeo, la excavación, el tendido de los tubos y el emplazamiento de los tramos soldados en el interior de las zanjas, trabajos normalmente realizados por tractores sobre orugas adaptados con un brazo”, explica. Las excavadoras que están trabajando a más de 500 km de Manaus, uno de los puntos más distantes de la obra, son modelo R210 LC-7 y de 21,9 t de peso operativo. Cavalieri añade que en varios lugares, el suelo está tan anegado que además de excavar las zanjas es necesario realizar un encamisado de hormigón para que no floten los caños. Como la R210 ejerce poca presión de contacto sobre el suelo, tan solo una 0,4 kg/cm2 considerando el gran tamaño de la excavadora, es posible realizar el trabajo aun en suelos encharcados.



OPINIÃO DO USUÁRIO

balhar com o horímetro zerado no mês de maio, época em que os rios estavam cheios devido ao elevado volume de chuvas, e atualmente já somam cerca de 1.000 horas trabalhadas. Estima-se que em meados de março de 2008, quando os rios estiverem novamente cheios, seja feita a retirada dos equipamentos, pois o acesso a algumas frentes só é possível por meio de balsas nessa época do ano. Esse cuidado precisou ser observado também na entrega técnica feita pela Delta Máquinas, a distribuidora da Hyundai no estado do Pará. As escavadeiras chegaram por balsas ao canteiro do trecho de Coari, atravessando os rios Amazonas e Solimões, e de lá seguiram até o campo de Urucu pelo mesmo meio de transporte. Essa logística consumiu 20 dias, incluindo o transporte por carreta do porto de Vitória (ES) até a cidade de Belém (PA). Suprimento estratégico Para proporcionar um suporte adequado de manutenção às escava-

deiras, a Delta montou um estoque de peças “Nível 1” em Coari, em parceria com a Enejota, composto por itens de maior giro, como filtros, lubrificantes, ferramentas de penetração do solo (FPS) e demais componentes. Além disso, ela instalou uma filial em Manaus, de onde seus técnicos podem acessar a obra no prazo de dois dias, por meio de balsas, ou de uma hora, por meio de aviões. A distribuidora também dispõe de algumas lanchas (voadeiras)

Hyundai reestrutura operações no Brasil Dentro da sua estratégia de reestruturação das operações, a Hyundai nomeou a Brasil Máquinas de Construção Indústria e Comércio como distribuidora máster da marca em todo o País. Com isso, a empresa fica responsável pela importação dos equipamentos da fabricante coreana e pelo suporte aos revendedores regionais em termos de peças, pós-venda e treinamento. Para isso, a empresa recebeu investimentos da ordem de US$ 30 milhões e assume uma operação que representa cerca de 20% do mercado de escavadeiras hidráulicas no Brasil. A estimativa é de Felipe Cavalieri, diretor geral da Brasil Máquinas, que espera ampliar essa participação no mercado em 2008, com a venda 1.000 unidades. “Vamos nos apoiar num tripé composto pela credibilidade do produto, pelo aumento da rede de dealers, composta atualmente por 13 revendas em todo o País, e por um serviço de pós-venda eficiente”, diz ele. Em setembro, a empresa inaugurou um Centro de Distribuição em São Paulo, com capacidade para atender 80% dos pedidos de peças num prazo de 24 horas. “Nosso estoque tem uma média de 2.000 itens, o que representa mais de US$ 1 milhão em peças”, afirma Felipe. A Delta Máquinas, que há um ano atua como revendedora Hyundai no Pará, confirma a expectativa de crescimento. Nesse período, a empresa vendeu 30 equipamentos e, segundo Ulysses Lauro Mendes Vieira Junior, gerente de PósVendas, o desempenho deve melhorar no próximo ano, especialmente na área de mineração. “Vamos abrir uma filial em Carajás, onde fechamos um contrato de manutenção que abrange cerca de 50 equipamentos em operação na mina de ferro”, diz ele.

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para deslocamentos entre Coari e as sete clareiras de apoio no meio da selva, para atendimento às necessidades locais. Ulysses Lauro Mendes Vieira Junior, gerente de Pós-Vendas da Delta, explica que a elevada umidade relativa do ar na Amazônia agride os circuitos elétricos dos equipamentos, exigindo maior cuidado nas manutenções. “A água é uma ótima condutora de eletricidade e, quando seca, provoca a oxidação desses componentes e pode causar curto circuito”, diz ele. Por esse motivo, as escavadeiras são dotadas de sistemas de blindagem que vêm se mostrando eficientes no bloqueio à entrada de umidade nas partes vitais de seus circuitos elétricos. Além de manter técnicos treinados para acompanhar as operações dos equipamentos, Ulysses faz visitas mensais à obra e monitora o desgaste dos principais componentes, como materiais rodantes e revestimentos de caçamba, entre outros. As inspeções sistemáticas são feitas pelos próprios operadores, por equipes de abastecimento e técnicos alocados no canteiro, que seguem o plano de manutenção de acordo com a quantidade de horas trabalhadas pelas escavadeiras. Além disso, a Enejota man-

Enejota Cavalieri Engenharia: (11) 3021-4714 Hyundai: http://english.hhi.co.kr



INTERNACIONAL

NEGÓCIO DA CHINA Participação da Sobratema na nona edição da feira de equipamentos para construção Bices, na China, resulta na negociação de mais de 2.700 m2 de área para a M&T Expo 2009 Maior mercado do mundo e uma das responsáveis pelo vertiginoso ciclo de crescimento da economia global nos últimos anos, a China também se destaca quando o assunto é a indústria de máquinas para construção. Quem visitou a nona edição da Bices (Beijing International Construction Machinery Exhibition), realizada em outubro, na capital do país, não pôde deixar de constatar os avanços registrados pelos fabricantes chineses de equipamentos para construção. Ocupando uma área de 110.000 m2, que abrigou 758 expositores – dos quais 60% deles locais – o evento já se consolidou entre as principais feiras do setor no calendário internacional. Afinal, ele serve de vitrine para a prospecção de negócios no país que mais investe em obras pesadas no mundo e com uma invejável demanda por equipamentos para construção. Representando o Brasil, a Sobratema marcou presença na feira com um estande de 24 m2, localizado no hall principal do pavilhão de exposições. Com isso, a associação desenvolveu um trabalho de mão dupla, apresentando aos empresários chineses e demais visitantes do evento as oportunidades oferecidas pelo mercado brasileiro. Em seu estande, a entidade divulgou a M&T Expo 2009, principal feira de equipamentos para construção e mineração da América Latina, e entabulou reuniões com fabricantes e associações parceiras internacionais. O resultado não poderia ser melhor, já que essa atuação culminou com a negociação de mais de 2.700 m2 de área para exposição na M&T Expo 2009. Os números se referem a espaços para pavilhões chineses organizados por associações de fabricantes e de comércio exterior, como os contratos com as entidades CNCMC/CCPIT/CCMC e

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INTERNACIONAL Negocio rentable La China, el mercado más grande del mundo y uno de los países responsables del vertiginoso ciclo de crecimiento de la economía global durante los últimos anos, también destaca cuando el asunto es la industria de máquinas para la construcción. Los que visitaron la novena edición de la feria Bices (Beijing International Construction Machinery Exhibition), realizada en la capital del país, pudieron comprobar los avances logrados por las fábricas chinas de equipos para la construcción. Representando al Brasil, Sobratema sentó presencia en la feria con un stand de 24 m2, donde presentó a los empresarios chinos las oportunidades que ofrece el mercado brasileño. La participación dio como resultado la negociación de más de 2.700 m2 de superficie para participar en la feria M&T Expo 2009. El área se destinará al montaje de pabellones chinos organizados por las asociaciones de fabricantes y de comercio exterior, y de un stand de 500 m2 adquirido por la empresa LiuGong Machinery, que fabrica palas cargadoras, excavadoras hidráulicas, motoniveladoras, retroexcavadoras y otros equipos.



INTERNACIONAL

CMICEX/CMIC. Eles também incluem o estande de 500 m2 adquirido pela empresa LiuGong Machinery. Segundo maior fabricante mundial de pás-carregadeiras, com uma produção anual de mais 20 mil unidades, a empresa também desenvolve escavadeiras hidráulicas, motoniveladoras, retroescavadeiras, rolos compactadores e vibro-acabadoras, entre outros tipos de equipamentos. A participação da Sobratema na feira envolveu ainda a organização

de uma delegação de empresários brasileiros, dentro do programa “Missões Técnicas” desenvolvido pela entidade, e a apresentação de números do mercado brasileiro e dos investimentos previstos em infra-estrutura no País, em um seminário paralelo ao evento. Além disso, a associação ocupou um lugar de destaque na cerimônia de abertura da feira e representou o Brasil no jantar de boas-vindas, que contou com a presença do ministro chinês da Indústria e Comércio, de representantes das entidades parceiras internacionais e executivos dos principais fabricantes de equipamentos para construção instalados na China.

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MERCADO

BONS VENTOS QUE

VÊM DA CHINA Retração no mercado norte-americano de equipamentos para construção figura como exceção num setor com fortes índices de crescimento global. E está sendo compensado pelo aumento nas vendas em outras regiões do mundo Um vertiginoso ritmo de crescimento está sendo projetado pela indústria de equipamentos para construção em todo o mundo, por conta dos investimentos em infraestrutura previstos nos principais mercados do planeta, e esse ritmo deve se manter pelos próximos anos. Quem compareceu à conferência anual da AEM (Association of Equipment Manufacturers), que reúne os fabricantes norte-americanos, pôde constatar um clima de otimismo entre muitos dos participantes do evento. No encontro, realizada em novembro último, no Arizona (EUA), esse otimismo não imperou entre os anfitriões, que certamente não têm muitos motivos para comemorar, mas transpareceu entre os repre-

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sentantes de associações de fabricantes de outras regiões do mundo, que apresentaram as projeções para seus respectivos mercados. A China continua sendo a mola propulsora dessa expansão do setor, mas não é a única. A forte demanda por equipamentos de construção em mercados como a Índia, Rússia, Europa, Ásia e América Latina compensa a retração ocorrida nos Estados Unidos e até mesmo supera o desempenho global, em termos de vendas de máquinas. Segundo um estudo apresentado por Kiyoshi Mizuhara, executivo da Komatsu e membro da associação japonesa de fabricantes de equipamentos (Cema), a China encerra 2007 com um crescimento de 40% no consumo de máquinas,

MERCADO Buenos vientos soplan de la China La industria de maquinaria para la construcción está proyectando un vertiginoso ritmo mundial de crecimiento, en virtud de la inversión en infraestructura prevista en los principales mercados del mundo. La China continúa siendo el motor propulsor de la expansión, pero no es el único. La sólida demanda de maquinaria de mercados tales como la India, Rusia, Europa, Asia y América Latina compensa la retracción verificada en los Estados Unidos e, incluso, es superior al crecimiento global de las ventas de máquinas. Al cierre del 2007, el consumo de máquinas de la China muestra un crecimiento del 40% en comparación con el año pasado, le siguen los otros países asiáticos (aumento del 28%) y de Europa (14%). La India registró un aumento del 35%, y, hasta fines de la década debe mantenerse entre el 9 y el 14%. En Australia, el aumento de la demanda es liderado por proyectos mineros y en Europa el crecimiento de las ventas es impulsado por sólidas inversiones en los países de Europa Oriental, tales como a Rusia, las antiguas repúblicas soviéticas, la República Checa y otros.


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MERCADO

em relação ao ano anterior, seguida pelos demais países da Ásia (aumento de 28%) e Europa (14%). O levantamento, que se baseia numa cesta com sete tipos de equipamentos pesados (escavadeiras sobre esteiras e sobre rodas, páscarregadeiras, tratores de esteiras, motoniveladoras, caminhões articulados e fora-de-estrada), aponta uma retração de 15% no mercado norte-americano, mas constata que as vendas globais cresceram e ultrapassaram a faixa de 300.000 unidades (para os sete tipos de equipamentos analisados). Com um parque de 160.000 equipamentos (considerando uma cesta mais ampla, que inclui guindastes, compressores, rolos compactadores etc.), a Índia registrou um aumento de 35% no consumo e deve prosseguir ao longo dessa década com demandas anuais entre 14% e 9%. Os números foram apresentados por K.M. Ho, diretor da Doosan e representante da associação de fabri-

cantes da Coréia do Sul (Kocema). Segundo ele, o governo indiano projeta investimentos de US$ 456 bilhões nos próximos cinco anos em projetos de rodovias, aeroportos, transporte urbano e irrigação, entre outros. A venda de retroescavadeiras ainda impera no país dos marajás (15.000 unidades/ano), mas o consumo de escavadeiras aumenta em ritmo vertiginoso. Na Austrália, a demanda é puxada por projetos de mineração e, na Europa, o crescimento nas vendas vem sendo impulsionado por fortes investimentos nos países do Leste, como a Rússia, as antigas repúblicas soviéticas, a República Tcheca, Polônia e outros. Segundo Ralf Wezel, membro do Comitê Europeu de Equipamentos para Construção (CECE), esses países são os responsáveis pelo aumento nas vendas anuais de máquinas de movimentação de solos no continente, que saltou de menos de 120.000 unidades, em 2003, para 176.000 unidades,

este ano, e com uma expectativa de demanda por mais de 200.000 unidades, em 2008. Representando o Brasil, o engenheiro Paulo Oscar Auler Neto, superintendente de Equipamentos da Construtora Norberto Odebrecht, apresentou os números da economia brasileira e os investimentos previstos em infra-estrutura, incluindo os projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Ele também expôs a visão da Odebrecht sobre o mercado global de construção pesada e o estudo desenvolvido pela Sobratema, que aponta um crescimento de 13% nas vendas de equipamentos para construção no País em 2007 (US$ 9,85 bilhões em negócios), bem como uma expansão média anual de 7,5% nos próximos cinco anos, após ter registrado um crescimento de 46% em 2006. Os números são tão fabulosos quanto os da China, que nas palavras da senhora Yao Wenping, vice-presidente da Câmara Chinesa de Comércio Exterior de Equipamentos e Produtos Eletrônicos (CCCME), “já está pronta para se consolidar como terceiro maior mercado mundial de equipamentos para construção”. E mostram que, ao retomar os investimentos em infra-estrutura, o Brasil continua merecendo fincar seu “B” no BRIC (Brasil/Rússia/Índia/China), o clube de países em desenvolvimento que, aos olhos do mundo, vão ditar o futuro da economia global.

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Empilhadeira com baixo custo de manutenção Indicadas para operação em pisos irregulares, as empilhadeiras ECB 1600 foram desenvolvidas para substituir os equipamentos movidos por GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) em serviços de movimentação de materiais. Fabricadas pela Skam, elas operam com uma bateria elétrica de 48 V, 575 Ah e têm dimensões compactas (1.020 mm x 615 mm x 450 mm). Segundo o fabricante, esse sistema possibilita alto rendimento e autonomia, com baixo custo de manutenção. A empilhadeiras têm capacidade para 1,5 t e 2 t de carga, dispondo ainda de aceleração eletrônica, motor do tipo Sepex e freio hidráulico/eletrônico, que proporciona maior segurança à operação. Suas características estruturais também favorecem operações com contêineres. O equipamento dispõe de garfos de 950 mm e 1.150 mm, que permitem abertura de 750 mm e raio de giro de 1.613 mm. Além disso, suas rodas com borracha “superelástica” possibilitam tração com diferencial mecânico. ✎ www.scan.com.br

Condutor elétrico sem fio facilita instalações Mini-Way é o condutor elétrico sem fio desenvolvido pela Comsystel que reduz perdas de energia e confere maior economia ao consumo e à manutenção da rede elétrica. Indicado para instalações com grande quantidade de pontos de pequena potência (luz e força), em supermercados, shoppings, indústrias, oficinas, centros de distribuição e escritórios, ele consiste num trilho sem fio (barramento). A economia no consumo ocorre devido à grande capacidade da corrente elétrica no Mini-Way, proporcionada pelos condutores internos em cobre (50 e 80 A), que reduzem a queda média de tensão e conseqüentes perdas de energia. Além disso, a redução significativa da queda de tensão evita problemas como o mau funcionamento ou até a danificação de equipamentos que, por conseqüência, reduzem a produção e geram custos adicionais com manutenção. Embora o Mini-Way tenha um custo inicial superior ao do sistema tradicional com fios, proporciona ganhos com a manutenção. Outro ganho econômico é com o reaproveitamento total do material utilizado no sistema, em caso de mudança de endereço ou de layout, já que as barras podem ser trocadas de lugar com a simples retirada e reinstalação de parafusos. O sistema permite a instalação de uma grande quantidade de pontos de energia simultaneamente, que podem ser conectados e desconectados às barras em fração de segundos, mecanicamente, sem a necessidade de ligação de fios e de mão-de-obra especializada. ✎ www.mrosler.com.br/comsystel/index.html

Sistema amplia segurança na frenagem de implementos A Haldex apresenta seu sistema de freios TRS, dotado de dispositivo de estabilidade e função ABS, para uso em implementos rodoviários com suspensão pneumática. Com isso, o sistema amplia a segurança na frenagem, pois além da função antibloqueio (ABS), ele controla a estabilidade da carreta, usando a frenagem para corrigir situações de tombamento, seja em terrenos com forte declive ou em curvas acentuadas. O sistema pode ser usado em carretas novas ou usadas e encontra larga aplicação nos Estados Unidos e Europa. “Resolvemos trazê-lo para o Brasil porque percebemos uma mudança nesse mercado em relação ao uso de dispositivos de segurança, apesar da falta de legislação específica”, diz João Henrique Botelho, diretor-presidente da Haldex do Brasil. A empresa produz uma ampla variedade de sistemas de freios, inclusive do tipo ABS, com destaque para o freio a disco ModulX, recémlançado. Também indicado para uso em implementos rodoviários, ele se caracteriza por sua construção compacta e fácil instalação, uma vez que é o único produto do mercado que pode ser montado em qualquer lado do eixo, devido ao uso de quatro pinos deslizantes. Segundo o fabricante, o freio a disco ModulX possibilita maior paralelismo ao sistema, diminuindo a vibração, aumentando a resistência à corrosão e garantindo a baixa histerese, ou seja, a menor folga no trabalho completo de frenagem. O sistema está disponível em três versões, para aplicação em diferentes diâmetros da rodas. ✎ www.haldex.com.br

58 | Novembro | 2007




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