Revista M&T - Ed. 113 - Maio 2008

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Revista M&T - Manutenção & Tecnologia

CHINA

O dragão mostra suas garras CHINA

Nº113

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Maio

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2008

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El dragón muestra sus garras

www.sobratema.org.br

MINERAÇÃO

Samarco redimensiona operação com britagem na cava

MINERía

samarco Optimiza la extracción para incrementar la producción

ROMPEDOR

nº 113 -Maio - 2008

Desmonte primário sem explosões MARTILLOS HIDRÁULICOS Desmonte primario sin voladura


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editorial

Os chineses estão chegando Desde a construção da Grande Muralha, única obra feita pelo homem que pode ser vista a olho nu a partir da Lua, a China não pára de surpreender o mundo. De Marco Polo aos tempos modernos, o país encanta o Ocidente pela força de sua cultura e pela sua capacidade de superação. Mas atualmente, o objeto de encantamento não são as especiarias, sedas e porcelanas. Tampouco são as quinquilharias “made in” China, de baixo valor agregado e produzidas com mão-de-obra barata, que conquistaram o comércio popular mundo afora. De importador de tecnologia, o país que mais cresce no mundo se prepara para competir em escala global com os principais fabricantes internacionais de equipamentos para construção. Esta edição de M&T traz uma reportagem sobre o assunto, mostrando como essa indústria encontrou terreno fértil para prosperar num país que se tornou um grande canteiro de obras. Os fabricantes internacionais ainda lideram o mercado local de equipamentos para construção, principalmente nas linhas com maior tecnologia incorporada, como escavadeiras hidráulicas, por exemplo. Mas as empresas chinesas estão ganhando competitividade e algumas de suas marcas já estão disponíveis para usuários europeus, norte-americanos e latino-americanos, incluindo o Brasil. As exportações das empresas chinesas ainda são tímidas, mas servem para exercitar os músculos para a competição que se aproxima. Afinal, como terceiro maior mercado de equipamentos para construção do mundo, o país tem uma demanda suficiente para consumir a produção dessas empresas e dos grandes fabricantes internacionais ali instalados. Somente no segmento de escavadeiras hidráulicas, por exemplo, o consumo anual é de cerca de 50.000 unidades, enquanto na área de guindastes o país demanda em torno de 17.500 unidades/ano. Essa tendência de internacionalização da indústria de equipamentos chinesa pode ser observada em todas as feiras internacionais do setor e vai se repetir na M&T Expo 2009, devido à forte procura dessas empresas por áreas de exposição. São mais opções para os usuários de equipamentos e motivos para que os fabricantes de outras nacionalidades prossigam na evolução tecnológica de seus produtos.

Los chinos están llegando Desde de la construcción de la Gran Muralla, única obra humana que puede ser divisada a simple vista desde la Luna, la China no ha dejado de sorprender al mundo. De Marco Polo a la actualidad, el país encanta al Occidente por la fuerza de su cultura y su capacidad de superación. Últimamente, los objetos que producen encantamiento no son las especies, las sedas ni las porcelanas. Tampoco son las baratijas made in China, de bajo valor agregado producidas por mano de obra barata, que conquistaron el comercio popular en todo el mundo. De importador de tecnología, el país de crecimiento más rápido de todo el mundo se prepara para competir a escala mundial con los principales fabricantes internacionales de maquinaria para la construcción. En este número de la revista M&T publicamos un reportaje sobre el tema, en el que se muestra que el sector encontró terreno fértil para prosperar en un país que se ha convertido en un gigantesco obrador. Los fabricantes internacionales todavía lideran el mercado local de máquinas y equipos para la construcción, principalmente en las líneas con más tecnología incorporada, tales como la de excavadoras hidráulicas, por ejemplo. Sin embargo, las empresas chinas están mejorando su competitividad y algunas de sus marcas ya están a disposición de los usuarios europeos, norteamericanos y latinoamericanos, incluidos los del Brasil. Las exportaciones de las empresas chinas todavía son relativamente bajas, pero sirven para que las empresas preparen sus músculos para la competencia que se avecina. Al fin y al cabo, como ocupa el tercer lugar entre los principales mercados mundiales de maquinaria para la construcción, la China tiene una demanda suficiente para consumir la producción de esas empresas y de los grandes fabricantes internacionales instalados allí. Solo en el segmento de excavadoras hidráulicas, por ejemplo, el consumo anual es de aproximadamente 50.000 unidades, mientras que en el de grúas, la demanda anual es del orden de 17.500 unidades. Esta tendencia de internacionalización del sector chino de maquinaria para la construcción puede ser observada en todas las ferias internacionales del ramo y se pondrá en evidencia en la M&T Expo 2009, debido a la intensa búsqueda de áreas de exposición por parte de esas empresas. Representan más opciones para los usuarios de máquinas y equipos, y un motivo para que los fabricantes de otras nacionalidades se centren en la evolución tecnológica de sus productos.


Revista M&T - Manutençã o & Tecnologia

expediente

sumário

Nº11 3 Maio - 20 08 www .sob rate ma.o rg.b r

O dragão

mostra

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CHINA

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Capa: Sistema de britagem móvel Lokotrack (Foto: Metso) MINER AÇÃO

SAMARC COM bRI O REdIME NSIONA tAgEM OpERAÇ ÃO

MINER NA CAvA íA

Comitê Executivo

Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta Vice-Presidente: Eurimilson João Daniel Vice-Presidente: Ivan Montenegro de Menezes Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos Vice-Presidente: Jonny Altstadt Vice-Presidente: Mário Sussumu Hamaoka Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe Vice-Presidente: Paulo Oscar Auler Neto Vice-Presidente: Silvimar Fernandes Reis

Diretoria Técnica

André G. Freire (Terex) - Augusto Paes de Azevedo (Caterpillar) - Benito Francisco Bottino (Odebrecht) - Carlos Arasanz (Eurobrás - ALEC) Cláudio Afonso Schmidt (Odebrecht) - Dionísio Covolo Jr (Metso) - Edson R. Del Moro (Yamana Mineração) - Eduardo M. Oliveira (Santiago & Cintra) - Emanuel P. Queiroz (Scania) - Felipe Sica Soares Cavalieri (Brasil Máquinas de Construção - Hyundai) - Franz Treu (Atlas Copco) - Gilberto Leal Costa (Odebrecht) - Gino Raniero Cucchiari (New Holland) - João Lázaro (CCCC) - Ledio Augusto Vidotti (GTM Máquinas e Equipamentos) - Luis Afonso Pasquotto (Cummins) - Luiz Carlos Furtado (CR Almeida) - Luiz Gustavo Pereira (Tracbel - Volvo) - Marcos Bardella (Brasif - Case) - Mario Humberto Marques (AG) - Nathanael P. Ribeiro Jr (Multieixo - Randon) - Paulo Lancerotti (Sotreq - Caterpillar) - Permínio A. Maia de Amorim Neto (Getefer) - Ramon Nunes Vazquez (Mills) - Ricardo Pagliarini Zurita (Liebherr) - Roberto Mazzutti (Auxter JCB) - Sérgio Barreto da Silva (Geral Damulakis Engenharia SA - GDK) - Valdemar Shinhiti Suguri (Komatsu) - Yoshio Kawakami (Volvo)

MINERAÇÃO

Revista M&T - Conselho Editorial

Comitê Executivo: Cláudio Schmidt (presidente), Paulo Oscar Auler Neto, Silvimar F. Reis, Permínio A. M. de Amorim Neto e Norwil Veloso. Membros: Adriana Paesman, Agnaldo Lopes, Benito F. Bottino, César A. C. Schmidt, Eduardo M. Oliveira, Gino R. Cucchiari, Lédio Augusto Vidotti, Leonilson Rossi, Luiz C. de A. Furtado, Mário H. Marques e Pedro Luiz Giavina Bianchi. Diretor Executivo: Hugo José Ribas Branco Editor: Haroldo Aguiar Repórter: Rodrigo Conceição Santos Revisão Técnica: Norwil Veloso Traduções: Maria Del Carmen Galindez Publicidade: Sylvio Vazzoler, Roberto Prado e Giovana Marques Di Petta Produção Gráfica: DSGE A Revista M&T - Manutenção & Tecnologia é uma publicação dedicada à tecnologia, gerenciamento, manutenção e custos de equipamentos. As opiniões e comentários de seus colaboradores não refletem, necessariamente, as posições da diretoria da SOBRATEMA. Tiragem: 12.000 exemplares. Circulação: Brasil e América Latina. Periodicidade: mensal. Impressão: Parma Auditado por:

Filiado à:

4 | Março 2008

desmo

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Otimizando a lavra para produzir mais MINERÍA Optimizar la extracción para incrementar la producción

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ROMPEDORES

Desmonte primário sem explosões MARTILLOS HIDRÁULICOS Desmonte primario sin voladura

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TRANSMISSÃO

Aproveitamento máximo da potência TRANSMISIÓN Aprovechamiento de la potencia al máximo

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CHINA

O dragão mostra suas garras CHINA El dragón muestra sus garras

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PNEUS

Como dimensionar e controlar seus custos NEUMÁTICOS Cómo conocer y controlar sus costos

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Diretor Regional

Petrônio de Freitas Fenelon (MG) VPS Engenharia e Estudos Wilson de A. Meister (PR) Ivaí Engenharia de Obras S/A Jose Luis P. Vicentini (BA) Terrabrás Terraplanagem do Brasil S/A Laércio de F. Aguiar (PR) Construtora Queiroz Galvão S/A Antonio Almeida Pinto (CE) Construtora Queiroz Galvão S/A

- 2008

Diretoria Executiva e Endereço para correspondência: Av. Francisco Matarazzo, 404 cj. 401 – Água Branca São Paulo (SP) – CEP 05001-000 Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192

nº 113 -Maio

Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção

SAMARC O OptI pARA INCREME MIzA lA ExtR NtAR lA pRO ACCIóN duCCIóN

GEOTECNOLOGIA - I

Precisão e economia no controle das máquinas GEOTECNOLOGÍA - I Precisión y economía en el control de la maquinaria

GEOTECNOLOGIA - II

Controle por GPS e laser em equipamentos de terraplenagem GEOTECNOLOGÍA - ii Control de maquinaria para movimiento de tierra mediante GPS y láser

52

GRUPOS GERADORES

Energia garantida no canteiro GRUPOS GENERADORES Energía garantizada en la obra

INTERNACIONAL

A indústria de equipamentos se encontra em Zaragoza INTERNACIONAL La industria de maquinaria se da cita en Zaragoza

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50

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PERFIL

A manutenção exige respostas rápidas QUIÉNES SOMOS El mantenimiento exige respuestas rápidas

68 SEÇÕES secciones Notas Notas ................................................................................................................ Manutenção Mantenimiento ...................................................................................... Tabela de Custos Tabla de Costos ............................................................................ Espaço Aberto Espacio Abierto .................................................................................

06 61 64 72


Qualidade e Confiabilidade

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Notas

Tracbel é heptacampeã na rede Volvo Pela sétima vez, das quais as seis últimas de forma consecutiva, a distribuidora de equipamentos Tracbel conquistou o Círculo de Excelência Volvo, premiação criada pela fabricante para distinguir o trabalho realizado por seus revendedores. Em sua oitava edição, o prêmio avaliou 19 distribuidores da Volvo Construction Equipment (VCE) que cobrem 15 países da América Latina. Após analisar quesitos como eficiência dos processos administrativos, desempenho em vendas e marketing, eficiência do departamento financeiro, qualidade de pós-venda e a satisfação dos clientes atendidos pela distribuidora, a fabricante elegeu mais uma vez a Tracbel para receber o Círculo de Excelência Volvo. “Essa conquista nos honra muito e reflete nossos esforços em todos os setores da empresa com vistas à qualidade no atendimento aos clien-

tes”, comemorou Luiz Gustavo Pereira, vice-presidente da empresa. A entrega do prêmio foi realizada no Panamá, durante a conferência de distribuidores da marca no continente. Maior dealer da Volvo na América Latina, a Tracbel atua em todo o Sudeste brasileiro, bem como nos estados do Amazonas, Pará, Amapá e Roraima. Além da sede, em Contagem (MG), ela dispõe de 19 unidades em sua área de atuação, entre filiais, escritórios comerciais e postos avançados de serviços, para atendimento a construtoras, mineradoras e clientes do setor agrícola. Em 2007, a empresa registrou um faturamento de R$ 450 milhões e, pelas projeções de Pereira, deve encerrar este ano com receitas de R$ 600 milhões. Além de distribuir os equipamentos de escavação, carga, transporte, terraplenagem e compactação da Volvo,

a empresa é dealer da Massey Ferguson (máquinas agrícolas), da Clark (empilhadeiras), Allison (transmissões automáticas), Michelin (pneus), Ponsse (equipamentos florestais) e Perlini (caminhões rígidos). “Atuamos com uma linha de produtos diversificada e complementar, o que nos permite oferecer soluções completas aos clientes”, conclui Pereira.

BNDES financia US$ 1,5 bilhão para obras em Angola Nos cinco primeiros meses do ano, as aprovações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento à exportação de equipamentos de construção para Angola atingiram a marca de US$1,5 bilhão, próxima ao limite dessa linha de crédito, cujo teto é US$ 1,75

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bilhão. Do total aprovado, metade do valor já foi contratado e US$ 300 milhões foram desembolsados. Os financiamentos destinam-se a construtoras brasileiras que estão executando 16 projetos de infra-estrutura para a reconstrução do país africano. Esse apoio contribui com a competitividade dessas empresas, mas para alguns especialistas ainda é tímido em comparação com a linha de crédito que a China mantém para suas companhias disputarem projetos de construção e fornecimento de máquinas em Angola. Em 2007, esses financiamentos chineses somaram US$ 4,5 bilhões e este ano podem chegar a US$ 9 bilhões. Mesmo assim, as construtoras e fabricantes de equipamentos brasileiros dispõem de vantagens competitivas na disputa por projetos de infra-estrutura em Angola. Além da questão da língua e das raízes históricas que ligam os dois países, as empreiteiras brasileiras foram pioneiras ao investir no projeto de reconstrução de Angola. Atualmente, o BNDES estuda a aprovação do primeiro financiamento para um projeto diretamente ao setor privado em Angola, no valor de US$ 70 milhões. Ele se destina à construção de uma usina de açúcar em implantação pelo grupo Odebrecht, em parceria com as empresas angolanas Damer e Sonangol.


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Notas

Montadoras avançam em projetos de veículos elétricos

Se uma máxima do setor versa que os desenvolvimentos da indústria automotiva levam alguns anos, às vezes até mesmo décadas, para incorporação aos equipamentos pesados de construção, na área de motorização elétrica a situação vem sendo bem diferente. Enquanto os fabricantes de equipamentos acenam com a possibilidade de disponibilizar carregadeiras e tratores de esteiras com acionamento elétrico, já a partir de 2009, conforme se observou nas ultimas edições das feiras Bauma e Conexpo, entre as montadoras de automóveis o horizonte é maior. Uma reportagem veiculada no jornal “Valor Econômico” aponta que a Toyota, Nissan e General Motors planejam lançar automóveis totalmente elétricos a partir de 2010. O problema é que elas ainda esbarram na questão da autonomia dos veículos e no tamanho/peso das baterias. A GM, inclusive, já estaria testando um modelo equipado com bateria de 300 V, instalado sob o banco traseiro, que alimenta dois motores elétricos ligados ao sistema de transmissão. Um dos principais projetos dessa montadora, entretanto, é o Volt, um veículo híbrido, que conta com motor elétrico e outro a combustão, cuja função é recarregar as baterias de íon-lítio. Cálculos da BMW, que planeja um automóvel híbrido para 2009, apontam que esse modelo reduz o consumo de combustível fóssil em 50%. Se esses projetos esbarram no problema da autonomia, o dado novo é que a Eletropaulo, distribuidora de energia de São Paulo, planeja montar uma rede de abastecimento desses veículos (recarga elétrica). O projeto está sendo desenvolvido em conjunto com a Universidade de Campinas (Unicamp) e a empresa planeja testar sua eficiência com veículos elétricos usados em serviços internos. A príncípio, eles terão baterias recarregáveis por meio de tomadas elétricas e com autonomia de cerca de 50 km, considerando uma velocidade média de deslocamento de 40 km/h.

ERRATA

Na reportagem “Fresadoras: projetadas para serviços pesados”, publicada na edição de março de M&T (número 112, página 22), a informação de que a fresadora Wirtgen W1900 foi recém lançada pela Ciber está incorreta, pois a mesma já vem sendo comercializada há algum tempo no mercado brasileiro. Na mesma reportagem, uma afirmação atribuída a Rafael Zuchetto, da Ciber, também está imprecisa. Referindo-se a uma fresadora de 1 m de largura com sistema frontal de descarga, publicamos que: “devido a sua escala de produção, o custo inviabiliza sua aquisição.” Na verdade, segundo a empresa, na classe de fresadoras de 1 m de largura, a descarga traseira possibilita uma relação custo/benefício vantajosa, uma vez que os volumes de material fresado são menores em comparação com os equipamentos de 2 m de largura e com descarga frontal. Na mesma edição, a nota “Compressor de ar vem com resfriador”, publicada na coluna Espaço Aberto (página 74), traz o endereço eletrônico da empresa fabricante grafado erroneamento. O endereço correto é: www.arbrasilcompressores.com.br.

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Renco inaugura filial em Goiânia

Um coquetel oferecido a cerca de 500 clientes, realizado em maio, marcou a inauguração da filial da distribuidora de equipamentos Renco em Goiânia (GO). Com 3.500 m² de área, a nova unidade tem o objetivo de reforçar o atendimento aos usuários de equipamentos para construção e mineração de Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso. Além de escritórios e a área de vendas, ela conta com estoque de peças e oficina para manutenção e assistência técnica aos clientes. Com sede em Camaçari (BA), a Renco atua na distribuição de equipamentos da coreana Doosan Infracore (escavadeiras hidráulicas e páscarregadeiras), da Rhino (rompedores hidráulicos), Stone Construction Equipment (rolos compactadores e demais equipamentos de compactação) e da Faresin Handlers (manipuladores telescópicos). Além dos estados do Centro-Oeste, sua área de atuação abrange todo o Norte e Nordeste do País, bem como o estado de Minas Gerais, onde ela também está instalando uma filial, em Betim.


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Notas

Dynapac lança nova linha de compactadores

Com ênfase na melhoria da operação e da manutenção, a Dynapac lançou no Brasil os rolos tandem vibratórios articulados CC424HF, CC524HF e CC624HF, que cobrem a faixa de 10 t a 13 t de peso operacional e são dotados de sistema de alta freqüência (HF). Indicados para a compactação de asfalto em obras rodoviárias, assim como a construção de pistas de aeroportos, a compactação de solos e de concreto rolado (CCR), os equipamentos chegam para substituir os modelos CC422, CC522 e CC622. Segundo a fabricante, eles foram projetados para proporcionar um acabamento superficial de alta qualidade, tanto na compactação de camadas finas como nas espessas. Isto porque contam com sistemas de partida “suave” e de parada, que evitam o arraste e a formação de fissuras nas camadas de asfalto. Na avaliação da Dynapac, esses siste-

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mas permitem que mesmo operadores sem habilidade possam iniciar ou parar a rolagem sem deixar marcas. Como medida de segurança, a máquina desliga o modo “suave” e pára imediatamente se a alavanca for acionada de modo rápido, sinalizando para a necessidade de uma parada de emergência. Equipados com motor Cummins QSB 4.5, adequado às normas internacionais de emissões (Tier III), eles contam com potência de 110 hp ou 125 hp, no caso do modelo menor, e de 125 hp ou 160 hp, nos demais modelos. Seu projeto levou em consideração a simplicidade na manutenção. Por esse motivo, os filtros se concentram em um só lado das máquinas para facilitar a substituição. As mangueiras hidráulicas podem ser substituídas em segmentos individuais, evitando a necessidade de ajuste no comprimento total. Entre outras características, os rolos são dotados de um sistema de bomba dupla, que elimina a necessidade da válvula de vibração, fator responsável pela sua maior eficiência e pela conseqüente facilidade de manutenção e menor consumo de combustível. Ambas as bombas – uma para cada cilindro compactador – podem, simplesmente, ser fechadas. As máquinas também podem ser equipadas com um cilindro de deslocamento lateral

como opcional. Dessa forma, o unidade traseira pode ser pilotada independentemente, de maneira que somente o cilindro frontal siga o meio-fio. Entre outras modificações, o tanque de óleo hidráulico foi instalado em uma posição mais alta, para reduzir o risco de formação de bolhas de ar, que criam cavitações na carcaça de metal, durante a partida após a troca de óleo. Esse posicionamento também facilita a verificação do nível de óleo. Os novos rolos são dotados de tanque de água central e permitem instalar tanque de água adicional, na frente e na traseira das máquinas, elevando sua capacidade para 1.400 litros de água. Dessa forma, elas ganham uma autonomia de trabalho de um dia sem o reabastecimento. Os novos rolos tandem da marca podem ser equipados com o sistema Analisador de Compactação, o software DCA-A desenvolvido pela empresa, que mostra ao operador a temperatura na frente e na traseira do equipamento, indicando o número de passadas realizadas em cada seção do asfalto. A fabricante também promete flexibilidade no fornecimento das máquinas, já que os usuários podem especificar características como potência do motor, posto de operação, ar condicionado e um kit opcional de iluminação Xenon, para operações durante a noite.


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mineração

Otimizando a

lavra

para produzir mais Projeto de expansão da Samarco, com a inauguração da terceira usina pelotizadora, envolveu uma revisão no processo de extração mineral, com a operação de novas categorias de equipamentos Por Rodrigo Conceição Santos

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O engenheiro José Raimundo Lopes, da gerência de mineração da Samarco, explica que a ampliação da lavra, para atender a demanda de produção da usina de beneficiamento, não se restringiu à mera aquisição de mais equipamentos. Ao redimensionar a frota, a empresa acabou revendo toda a operação e resolveu levar o britador mais próximo das frentes de mineração, conceito denominado de crusher-in-pit. Para isto, ela adquiriu dois conjuntos móveis de britagem e quatro escavadeiras de 180 t de peso operacional, que trabalham no desmonte de materiais e no carregamento dos britadores. Maior produtividade No processo anterior, a produção era feita por tratores de esteiras, e pás-carregadeiras realizavam o carregamento do material em correias transportadoras móveis, sobre rodas, que alimentavam um carregador de minério (shuttle). Em seguida, o material era classificado em peneiras e conduzido à usina de concentração de Germano pelo sistema fixo de transportadores de correias. Esse sistema respondia pela movimentação de 38 milhões t/ ano de minério e estéril, volume que deve aumentar para 58 milhões t/ano na nova fase de operação da Samarco. Com o britador operando na cava, o tra-

Foto: Metso

I

mpulsionada pela forte demanda mundial por minério de ferro, a mineradora Samarco concluiu um ambicioso programa de expansão da produção, em abril último, ao inaugurar a sua terceira usina de pelotização junto ao terminal portuário de Ponta de Ubu (ES). Com a nova unidade, que amplia sua capacidade instalada em 54%, a empresa passa a produzir 21,6 milhões de t/ano de minério de ferro em pelotas e abocanha um quinto do mercado mundial desse tipo de produto, o de maior valor agregado nesse segmento (veja quadro na página 14). Na esteira desse projeto de US$ 1,2 bilhão, que corresponde ao investimento feito pela Vale e pela BHP Billiton, as duas acionistas da empresa, um intrincado programa de expansão foi implementado de forma integrada. Para que a empresa passasse a produzir pelotas e minérios finos, como sinter feed e pellet feed, a Samarco precisou ampliar as operações de lavra na mina de Mariana, além de duplicar a usina de beneficiamento de Germano, ambas localizadas em Minas Gerais, para produzir 23,5 milhões t/ano de minério concentrado, que gera aqueles produtos finais. Além disso, ela construiu uma segunda linha de mineroduto, com quase 400 km de extensão, ligando as instalações de mineração a Ponta de Ubu.


manutenção tecnologia

MINERÍA Optimizar la extracción para incrementar la producción El mes de abril próximo pasado, con la inauguración de su tercera planta de producción de bolas, ubicada al lado del complejo portuario de Ponta de Ubu, Estado de Espírito Santo, la empresa minera Samarco ha dado por finalizado un ambicioso programa de aumento de la producción impulsado por la fuerte demanda mundial de mineral de hierro. Con la entrada en funcionamiento de la nueva unidad, que aumenta su capacidad nominal de producción en un 54%, Samarco ha pasado a producir 21,6 millones de toneladas por año de mineral de hierro en bolas, cifra que corresponde a un quinto del mercado mundial de este tipo de producto, que es el de valor agregado más alto del segmento. Como parte de este proyecto de 1.200 millones de dólares, monto que corresponde a la inversión de la compañía Vale y de la empresa BHP Billiton, las dos accionistas de Samarco, se ha implementado, de forma integrada, un intrincado programa de expansión. Para empezar a producir bolas y finos de mineral, como sinter feed y pellet feed, Samarco tuvo que ampliar las operaciones de extracción en la mina de Mariana, además de duplicar la capacidad de la planta de beneficio de minerales de Germano, ambas ubicadas en el estado de Minas Gerais, para producir 23,5 millones t/ año de mineral concentrado, que es la materia prima de aquellos productos finales. Por otro lado, ha construido también una segunda línea de mineroducto, de casi 400 km de longitud, que conecta las instalaciones de mineraje con la planta de Ponta de Ubu. El Ing. José Raimundo Lopes, de la gerencia de mineraje de Samarco, explica que la ampliación de las labores de extracción, para satisfacer la demanda de la planta de beneficio, no se ha limitado a la mera adquisición de más maquinaria. Al redimensionar la flota, la empresa revisó toda la operación y resolvió instalar la estación de trituración

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tor e a carregadeira saem de cena e dão lugar a escavadeiras com caçamba de 10 m³, que escavam in-situ e carregam o minério diretamente no conjunto móvel Lokotrack, fornecido pela Metso. Após a fragmentação, o material é classificado por um alimentador vibratório com peneira dotada de malha de 150 mm (passante), mesma dimensão de corte adotada anteriormente. O material retido segue para um conjunto móvel menor, o Lokolink, equipado com shuttle com braço de 35 m e com um britador de menor porte. Sua produção se soma à do equipamento maior, ingressando no sistema fixo de transportadores de correias, que

envia o material para beneficiamento na usina. “A diferença entre os dois processos é que, com o britador móvel, todo o material é aproveitado. Como ele opera no mesmo ritmo da lavra, obtemos mais rapidez no processo”, diz Lopes. Ele explica que, no sistema de produção anterior, à medida que a lavra avançava as carregadeiras precisavam realizar ciclos cada vez mais longos, para transportar o minério até a correia transportadora, o que reduzia a produtividade da operação. Atualmente, a Samarco está iniciando o novo regime de produção e opera com dois sistemas móveis de britagem Lokotrack/Lokolink, cada

Mineradora está entre as 10 maiores exportadoras brasileiras O projeto de ampliação da Samarco consolida sua posição entre as 10 maiores exportadoras brasileiras. Com os novos volumes de produção, a empresa passa a deter 20,6% de todo o mercado transoceânico de minério de ferro em pelotas, com um crescimento de quase 25%. De acordo com o presidente da mineradora, José Tadeu de Moraes, a expansão ocorre no momento correto. “O mercado continua aquecido e a ampliação ficou pronta em tempo de atender nossos clientes”, diz ele. Toda a produção da empresa é direcionada para a exportação. O Oriente Médio e África respondem por 23% das vendas, seguidos pelo Japão, Malásia, Indonésia e Taiwan, que consomem 22% da produção da empresa. A China, individualmente, é responsável por 21% das exportações da Samarco, seguida pela Europa, com 20%. Os países da América fecham o balanço, com 14%. O fechamento de contratos de longo prazo com clientes tradicionais e a conquista de seis novos clientes, vindos do Oriente Médio, Ásia e América Central, deram lastro aos investimentos programados pela mineradora. A diversificação de clientes também reduziu o risco de problemas decorrentes de uma desaceleração na economia chinesa, que consome um quinto da produção da empresa. A terceira usina de pelotização também contribui para a economia brasileira de outras formas: sua obra gerou cerca de 12 mil empregos e os impostos arrecadados somaram R$ 275 milhões para a União e outros R$ 150 milhões para os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Além disso, das compras realizadas pela empresa, R$ 306 milhões foram investidos no Espírito Santo, sede da usina, por meio de aquisições junto a forneToda a produção da empresa se cedores locais. destina às exportações

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Fotos: Samarco

mineração

Usina da Ponta de Ubu, no Espírito Santo

más cerca de los frentes de extracción, aplicando un concepto llamado crusherin-pit (trituradora en el rajo). En consecuencia, compró dos plantas móviles de trituración y cuatro excavadoras de 180 t de peso en orden de trabajo, que se usan para el desmonte de los materiales y la carga de las trituradoras. Anteriormente, el proceso de extracción estaba a cargo de tractores topadores, y palas cargadoras ponían el material sobre cintas transportadoras móviles, montadas sobre ruedas, que alimentaban un transportador de mineral (shuttle). Luego, el material era clasificado en harneros y acarreado a la planta de concentración de Germano a través del sistema estacionario de cintas transportadoras. Tal sistema era responsable del movimiento de 38 millones t/año de mineral de hierro y estériles, volumen que debe aumentar a 58 millones t/año en esta nueva fase de operaciones de Samarco. Con la trituradora instalada en el frente de extracción, el tractor y la pala cargadora dan lugar a excavadoras con cucharones de 10 m³, que excavan y cargan el mineral directamente en la planta de trituración móvil Lokotrack, suministrada por la empresa Metso.


manutenção tecnologia �1�0�0 �9�5

um com capacidade para 800 m³/h – o equivalente a cerca de 2.000 t/h de minério de ferro. Os equipamentos trabalham na mina de Alegria, em Mariana (MG), e realizam os primeiros estágios de fragmentação. Em seguida, um transportador de correias conduz o minério até a usina de beneficiamento de Germano, localizada a 5 km de distância, onde ele passa por novas etapas de britagem e é encaminhado para moagem e para o processo de concentração, por sistema de ciclonagem e flotação. Menos equipamentos Embora a mineradora planeje um aumento de produção e tenha investido na modernização da frota, o sistema de britagem na cava reduziu a quantidade de equipamentos em operação na frente de lavra. O número de pás-carregadeiras diminuiu de seis para quatro, padronizadas para operar com caçamba de 9,5 m³. “Também mantivemos duas com caçamba de 17 m³”, diz Lopes. A empresa diminuiu o parque de tratores de esteiras, todos do modelo D11R, de sete para cinco unidades. “Em contrapartida, adquirimos quatro escavadeiras e os dois conjuntos móveis de britagem.”

A empresa também retirou de �7�5 circulação quatro caminhões forade-estrada com capacidade para 90 t e introduziu oito unidades de 150 t. Essas aquisições, no entanto, �2�5 destinam-se a atender à expansão da �5 o produção. Lopes observa que, se britador não fosse deslocado para as �0 frentes de operação, seriam necessários mais caminhões para o transporte de minério. Na medida em que aumenta o número de caminhões circulando na mina, aumenta também a necessidade de manutenção das pistas de acesso e de novas estradas para circulação. Em função dessa demanda, a empresa adquiriu duas motoniveladoras 16M, da Caterpillar, dotadas de lâmina de 4,7 m³ e motor de 213 hp de potência, que se somaram a outras duas unidades integrantes da sua frota de equipamentos de terraplanagem. O projeto de expansão demandou ainda a aquisição de cinco correias transportadoras móveis, fornecidas pela Sandvik, além de outras 13 unidades que a empresa já tinha em operação. Elas vão trabalhar em conjunto com os britadores móveis, os quais exigem um lance a cada 125 m de distância entre a carga e a escavadeira. No processo convencional, a distância deve ser de 95 m. O novo regime de produção ainda se encontra em fase de ajustes e está sob observação da engenharia da Samarco. “Não adotamos os conjuntos móveis de britagem em toda a operação porque o seu resultado econômico e técnico depende da experiência adquirida e é isso que estamos buscando neste primeiro momento”, diz Lopes. “Na verdade, acrescentamos esse processo ao nos�1�0�0 so sistema convencional de correias, de modo que não diminuímos o par�9�5 que instalado.” �7�5

Renovação da frota Além de reformular a operação, a Samarco aproveitou o momento �2�5 para renovar a frota, substituindo todos os equipamentos com média �5 �0

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Haver

Screening Group Tecnologia global em soluções completas para classificação, separação e ser viços para mineração.


mineração

de 40.000 horas trabalhadas. “Trocamos os cinco tratores de esteiras e as seis carregadeiras por unidades novas”, diz Lopes. Como as máquinas estavam disponibilizadas na empresa em regime de leasing – mesmo sistema adotado nos novos investimentos – elas retornaram para o fornecedor, que as vendeu para um grupo australiano. “Conseguimos uma boa negociação, pois embora elas estivessem com muitas horas trabalhadas, passaram por revisões e manutenções regularmente e se encontravam em bom estado de con-

Projeto de expansão consumiu investimento de US$ 1,2 bilhão

servação”, afirma Adriano Vilaça, consultor de vendas de mineração da Sotreq em Contagem (MG). Os novos equipamentos de escavação, carga, transporte e terraplenagem adquiridos pela mineradora

Komatsu amplia atuação no setor Fornecedora de equipamentos para a Vale há longa data, a Komatsu ampliou a sua participação na mineração brasileira ao começar a participar de concorrências para atendimento ao grupo Votorantim. Desde meados de 2007, a empresa ganhou contratos para fornecimento de máquinas fora-de-estrada para minas de níquel, de agregados e de calcário da companhia, mostrando que a estratégia segue o caminho certo. “Na área de metais, estamos entregando para a mina de Niquelândia (GO) um trator de esteiras com lâmina de 9 m³ e 39 t de peso operacional, além de três escavadeiras de 45 t”, diz Sérgio Roney, engenheiro de vendas da Komatsu Brasil International (KBI). Ele explica que esses equipamentos, fornecidos originalmente com caçamba de 2,8 m³, foram entregues com caçamba de 3,7 m³ para otimizar sua produção, tendo em vista a densidade do minério de níquel. A empresa também está fornecendo uma escavadeira de 60 t para a divisão de cimento do grupo, programada para operar na mina de calcário da fábrica de Xambioá (TO). “Para esta mesma mina, estamos entregando mais um trator de esteiras com lâmina de 3,8 m³ e uma carregadeira de 18 t de peso operacional, dotada de caçamba de 3,1 m³ para operação com rocha.” Segundo ele, as grandes oportunidades de negócios com equipamentos estão nas minas de calcário, que operam a plena capacidade para atender a demanda aquecida do mercado brasileiro por cimento. “Para se ter uma idéia, algumas fábricas da Votorantim não têm mais estoque de cimento; ele já sai dos pallets direto para as carretas”, diz o especialista da KBI. “Por isso, a companhia está reativando fornos antigos nas minas menores, para conseguir aumentar provisoriamente a produção.” A fabricante também começou a fornecer equipamentos para as centrais de concreto do grupo Votorantim, a divisão Engemix. “Nesse mercado, a demanda também é grande, pois já vendemos cinco carregadeiras de rodas, todas com caçamba de 2,1 m³, e temos informações de que a companhia comprará mais 11 equipamentos Escavadeira PC600, da Komatsu desse tipo”, ele conclui.

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também foram fornecidos pela Sotreq numa modalidade de contrato que a distribuidora da Caterpillar denomina de by the hour. Por meio desse contrato, com duração de sete anos, a Samarco paga o equipamento pelas horas trabalhadas, ficando responsável pelo operador, consumo de combustível, pneus, lubrificantes, material rodante e ferramentas de penetração do solo. “Além disso, o cliente fica responsável por disponibilizar oficinas devidamente equipadas para desenvolvermos nossas atividades de suporte aos equipamentos”, afirma José Lucena, supervisor de manutenção de contrato da Sotreq para a Samarco. Ele explica que nesse sistema, sua empresa assume toda a manutenção dos equipamentos e o suporte de peças sobressalentes, disponibilizando mão-de-obra e supervisão mecânica devidamente qualificadas durante 24 horas por dia e 365 dias por ano. Questionado sobre a dificuldade em adquirir equipamentos num momento em que a indústria trabalha com longos prazos para atendimento aos pedidos, Raimundo Lopes, da Samarco, ressalta que o planejamento realizado pela empresa evitou esse contratempo. “Desde 2004, quando iniciamos o planejamento para essa expansão, estudamos os equipamentos necessários, entramos em contato com os fornecedores e, com base na sua produção, nos ciclos da mina, no material a ser extraído e nas quantidades movimentadas, programamos os pedidos com bastante antecedência”, diz ele.

Komatsu: www.komatsu.com.br Samarco: www.samarco.com.br Sotreq: www.sotreq.com.br



Desmonte primário

sem explosões

Foto: Macberth

Rompedores

Quando a operação é cercada de restrições ao uso de explosivos, a mobilização de rompedores hidráulicos pode tornar viável o serviço. Tudo depende de uma análise da relação custo/benefício

O

que fazer quando o desenvolvimento urbano chega próximo à mineradora e, devido à presença de habitações na vizinhança, a empresa encontra limitações para o desmonte de rocha por processo de perfuração e explosão? Esse problema, muito comum em pedreiras e obras realizadas em ambiente urbano, pode ser solucionado com o uso de rompedores hidráulicos. Devido à pouca severidade da legislação brasileira, entretanto, essa prática ainda é pouco comum no País e se limita a raras experiências realizadas nos últimos anos. “Ainda estamos engatinhando nessa área, talvez por culpa dos pró-

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prios fabricantes do setor, que não divulgam essa aplicação, mas o fato é que o uso de rompedores em desmonte primário torna-se viável somente em situações onde o sistema convencional atinge um custo muito elevado”, diz José Alberto Moreira, diretor geral da Machbert, distribuidora dos martelos hidráulicos da marca Montabert. Como exemplo, ele cita as restrições impostas pelo governo italiano à venda de explosivos, dentro de seu programa de combate à máfia. “Durante a construção do TGV, o

sistema de trens rápidos que interliga o país à União Européia, nossos equipamentos foram aplicados com sucesso na execução dos túneis construídos na região dos Alpes.” Antonio Carlos Grisci, diretor geral da Copex, que distribui os equipamentos da marca Indeco, confirma a pouca experiência brasileira


manutenção tecnologia

nessa área em comparação com o mercado italiano. “Temos experiências pontuais e pouco significativas, mas devemos atribuir isto também à geologia brasileira, pois nossas rochas são muito duras.” Segundo os especialistas, o uso de rompedores é mais competitivo no desmonte primário de rochas com até 120 MPa (megaPascal) de resistência à compressão, como calcários, por exemplo. Nas formações de granito e basalto, rochas mais duras, seu desempenho é inferior. Lavra viabilizada O fato é que o uso de rompedores em desmonte primário fica viável quando as restrições à explosão – por questões de ruído, vibração e outros transtornos à vizinhança – tornam o sistema convencional muito oneroso. “Há situações em que seu uso é a única alternativa para

a continuidade de uma operação”, complementa Conrado Augusto Ferreira Lopes, gerente de negócios da área de construção e demolição da Atlas Copco. Nessa categoria se inclui uma fábrica de cimento, cuja mina de calcário fica localizada dentro de João Pessoa (PB). Impedida de programar explosões em sua mina, a empresa remodelou a operação e está realizando o desmonte primário com dois rompedores de 5.800 kg, acoplados a escavadeiras hidráulicas Liebherr da classe de 65 t de peso operacional. O equipamento escolhido foi o HB 5800 Dust, da Atlas Copco, que gera uma energia de impacto de 10.961 J (joules) a uma freqüência de 460 golpes por minuto. “Após os ajustes operacionais, cada um deles está produzindo 180 t/h de material desmontado e, juntos, eles geram cerca de 50 mil t/ mês de minério”, diz Conrado.

MARTILLOS HIDRÁULICOS Desmonte primario sin voladura ¿Qué hacer cuando el desarrollo urbano llega a las cercanías del frente de extracción y, debido a la existencia de viviendas en las vecindades, la empresa no puede hacer el desmonte de roca por medio de perforación y voladura? Este problema, muy común en canteras y obras ubicadas en un entorno urbano, puede resolverse con el uso de martillos hidráulicos. No obstante, debido a que la legislación brasileña al respecto es poco rigurosa a este respecto, esta solución se aplica muy pocas veces en el Brasil y se limita a algunos experimentos realizados durante los últimos años. “Tenemos muy poca experiencia en esta área, tal vez por culpa de los fabricantes de este tipo de máquinas, que no divulgan esta aplicación. Pero la verdad es que el uso de martillos hidráulicos en el desmonte pri-


Esse volume corresponde à metade da produção da mina, já que a cimenteira realiza parte da lavra com um minerador de superfície Wirtgen 2200SM, que remove os afloramentos de calcário usando um sistema semelhante ao de uma fresadora. Devido à limitação desse equipamento em operar próximo às encostas de bancadas e em pistas com irregularidades, os rompedores complementam a produção. Segundo Marcos Schmidt, assistente de produto da Atlas Copco, o desmonte com rompedores se realiza em bancadas de 1 m de altura até o limite imposto pela extensão do braço das escavadeiras. “Os rompedores operam em rocha de calcário com grau de dureza razoavelmente elevado e um nível de fissuração entre médio e baixo.” Além disso, ele ressalta que o sistema permite trabalhar em regime contínuo, eliminando as paradas para evacuação da área e a remoção dos equipamentos antes das detonações. Custo da operação Pelos cálculos da mineradora, o uso desse sistema implica um custo de US$ 1,50 por tonelada desmontada, considerando investimentos em rompedor e escavadeira de grande porte, manutenção, consumo de combustível, amortização e desgaste de ferramentas. O valor corresponde ao dobro do que seria gasto com o sistema convencional, incluindo perfuratriz, explosivos e detonadores, mas essa alternativa estava descartada no caso em questão, cuja única opção seria a paralisação das operações. “Além disso, esse sistema apresenta vantagens adicionais, pois elimina a geração de matacões e evita o desmonte secundário, produzindo um material com melhor granulometria”, pondera Conrado. Isto se reverte em redução de custos e melhoria na britagem, além da maior eficiência no transporte, devido à boa fragmentação do material desmontado. Segundo ele, as ponteiras usadas atingem uma durabilidade

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média de 600 h e os custos de manutenção têm sido baixos. “Devido à severidade da operação, os intervalos entre manutenção diminuem cerca de 20%, mas as intervenções se limitam a kits de reparos em vedações e buchas.” José Roosevelt de Oliveira Paixão, diretor da Mater Ambiental e Consultoria, confirma a durabilidade dos rompedores quando aplicados em serviços de desmonte primário. “Nas operações em calcário, as ponteiras atingem uma vida útil superior a 400 h e os cuidados se limitam à verificação periódica dos tirantes e buchas, e à lubrificação com graxa de molibdênio, mas nosso rompedor é dotado de sistema de autolubrificação”, diz ele. Sua empresa é especializada em serviços para mineração, incluindo operações de desmonte, e utiliza um rompedor de 3.150 kg, acoplado a uma escavadeira Liebherr da classe de 33 t de peso operacional. A experiência da empresa em desmonte primário com rompedores data de 2003, quando ela adquiriu um modelo BR 3890, da Sandvik, que atinge 6.600 J de energia de impacto. Com isso, ele consegue realizar o desmonte de uma rocha de calcário a taxas superiores a 150 t/h de operação, em bancadas de até 3 m de altura, com um custo de produção semelhante ao da cimenteira paraibana. “Já trabalhamos em cimenteiras, em obras de rodovias e até mesmo na abertura de estradas de acesso na mina de Capão Xavier, da Minerações Brasileiras Reunidas (MBR).” Qualidade na produção Na avaliação de José Roosevelt, o uso de rompedor no desmonte primário desgasta menos a máquina portadora que no secundário. “O equipamento já foi desenvolvido para suportar trabalhos severos e a questão é que, no desmonte primário, a escavadeira não precisa realizar muitos movimentos.” Ele ressalta ainda a importância de contar com um operador qualificado para o serviço.

Foto: Atlas Copco

Rompedores

mario solo es factible económicamente en los casos en que el sistema convencional se torna demasiado caro”, dice José Alberto Moreira, director general de la empresa Machbert, distribuidora de los martillos hidráulicos Montabert. A modo de ejemplo, cita las limitaciones impuestas por el gobierno italiano a la venta de explosivos, en el marco del programa de combate a la mafia. “Durante la construcción del TGV, sistema de trenes rápidos que interconecta el país con la Unión Europea, nuestras máquinas fueron usadas con éxito en la excavación de los túneles de la región de los Alpes.” Antonio Carlos Grisci, director general de la empresa Copex, que distribuye máquinas Indeco, confirma la escasa experiencia brasileña en este campo, en comparación con el mercado italiano. “Son experiencias puntuales y poco representativas, pero también debemos atribuir su escasez a la geología del Brasil, puesto que nuestras rocas son muy duras.” Según la opinión de los especialistas, el uso de martillos hidráulicos es más competitivo en el desmonte primario de rocas con resistencia máxima a la compresión de 120 megapascales (MPa) como, por ejemplo, rocas calcáreas. En bloques de granito o basalto, rocas más duras, su desempeño puede no ser tan bueno. La realidad es que el uso de martillos hidráulicos en el desmonte primario es factible cuando las limitaciones a la voladura — en función del ruido, las vibraciones u otros trastornos causados a la vecindad


manutenção tecnologia

Dureza da rocha influi na competitividade do uso dos rompedores

A qualidade do desmonte é outro fator ressaltado pelo especialista, devido ao fato de a operação gerar rochas na granulometria necessária às etapas seguintes de produção. Como exemplo, ele cita um contrato atendido na mina de calcário da Belocal, em São José da Boa Vista (MG), quando a empresa ainda pertencia ao grupo Cimento Itaú. “O desmonte se destinava à produção de cal, cuja usina de beneficiamento não pode ser alimentada com finos; com o uso de rompedores, eliminamos a geração desses finos, que chegavam a representar cerca de 30% do volume total desmontado pelo sistema convencional.” José Alberto Moreira, da Machbert, confirma a maior qualidade granulométrica obtida com o uso de rompedores em desmonte primário. “Em algumas aplicações, como a extração de calcário para a

— encarecen en demasía el sistema convencional. “En algunos casos es la única alternativa para continuar las operaciones”, añade Conrado Augusto Ferreira, gerente de negocios del área de construcción y demolición de Atlas Copco. En esta categoría se incluye una fábrica de cemento, cuya cantera de cal se encuentra en el radio urbano de João Pessoa (Paraíba). La empresa, prohibida de usar explosivos en la cantera, ha reformulado sus operaciones y está haciendo el desmonte primario con dos martillos hidráulicos de 5.800 kg, acoplados a excavadoras Liebherr de la categoría de 65 t de peso en orden de trabajo. La empresa optó por el modelo HB 5800 Dust, de Atlas Copco, que genera una potencia de impacto de 10.961 joules (J) a una frecuencia de 460 golpes por minuto. “Una vez que hicimos los ajustes operativos, cada uno de ellos produce 180 t/h de material desmontado y, juntos, generan aproximadamente 50.000 t/mes de cal”, dice Ferreira.


produção de cimento, a geração de finos pelas explosões é indesejável e os rompedores produzem materiais na granulometria necessária.” No caso das obras de túneis para o sistema TGV, na Itália, ele cita que o uso de rompedores Montabert reduziu o custo do desmonte de rochas em 30%, considerando as pesadas restrições do governo italiano ao uso de explosivos. No caso do modelo V65, o maior da linha de rompedores da marca, o executivo afirma que é possível atingir uma produção em desmonte primário de 40 t/h, no caso de uma rocha de basalto, a 165 t/h, em calcário metamórfico, e até mesmo 220 t/h, em bancadas de calcário sedentário. O equipamento tem 5.655 kg e atinge 12.000 J de energia, operando em regime de golpes variáveis, com freqüência de 380 a 950 batidas por minuto. No Brasil, ele cita o uso de um modelo V55, de 2.800 kg e 8.000 J de energia de impacto, que foi acoplado a uma escavadeira Liebherr de 40 t para otimizar uma operação de lavra no interior de Minas Gerais. “Devido a restrições às explosões, eles precisavam realizar o serviço de forma controlada e optaram por praticar uma malha de perfuração mais aberta, gerando matacões maiores, de até 3 m³.” Nesse caso, o equipamento foi usado em desmonte secundário, mas tornou viável uma operação cercada de restrições. Operações severas O uso de rompedores em desmonte secundário, aliás, já se tornou uma prática consagrada e, segundo José Alberto, reduz o custo da operação em até 30%, quando comparado com os sistemas convencionais. Ele cita ainda o uso do V55 no rebaixamento da calha do rio Tietê, na região metropolitana de São Paulo, onde também foi acoplado a uma escavadeira Liebherr de 40 t. “Nesse caso, o volume de produção não era o mais importante e sim a solução para uma limitação ao uso de explosivos.” Ali-

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Foto: Sandvik

Rompedores

Sistema elimina o desmonte secundário e produz material de melhor granulometria

ás, o executivo ressalta que esse tipo de aplicação não se destina a grandes volumes de produção, como a mineração de ferro, e cada caso deve ser estudado individualmente. Antonio Grisci, da Copex, integra o coro dos demais especialistas quanto à necessidade de maior divulgação do uso de rompedores em desmonte primário. “No Brasil, temos poucas aplicações desse tipo, mas nossos equipamentos são muito usados na

Itália em minas de calcário e de mármore.”. Atualmente, um rompedor Indeco HP5000, de 3.000 kg e 7.880 J de energia de impacto, vem sendo mobilizado na obra do mineroduto da MMX para a abertura de valas em terreno rochoso. Acoplado a uma escavadeira de 30 t, ele está possibilitando um avanço de 150 m³ por turno de 8 h, o que dá uma produção de 10 m³/h, segundo afirma Grisci. Outros mo-

Sistema construtivo melhora a relação peso/potência Segundo Sérgio Canto, diretor da Pró Eletro, que distribui os rompedores hidráulicos da marca Italdem, o uso desses equipamentos em desmonte primário exige o emprego de modelos acima de 3.000 kg. “Por esse motivo, apesar da nossa linha contar com 28 modelos, os mais indicados para essa aplicação são os rompedores GK de 3.200, 3.500, 3.800 e 4.500 kg”, diz ele Segundo o executivo, os equipamentos da marca estão sendo usados pelas construtoras Triunfo e Construcap, em trechos urbanos da duplicação da rodovia BR-101, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, para a execução de cortes em rocha. “Uma locadora de Minas Gerais também opera um modelo de 2.800 kg, acoplado a uma escavadeira de 30 t, para serviços em mineração de ferro.” Ele ressalta ainda a série N de rompedores Italdem, recém lançada, cujo sistema construtivo permite atingir maior potência de golpes mesmo em modelos de menor peso. “Isto se deve ao projeto de sua carcaça, que conta com os quatro lados dobrados e não soldados, como nos modelos convencionais, proporcionando maior resistência e robustez ao conjunto.” Dessa forma, um modelo de 3.055 kg, por exemplo, atinge 10.090 J de energia de impacto a uma freqüência de golpes entre 320 e 540 batidas. O equipamento em questão é indicado para máquinas portadoras de 33 t a 45 t de peso operacional.


manutenção tecnologia

Rompedor Hidráulico

Para isto, os rompedores foram equipados com sistemas de blindagem e de resfriamento e alguns deles operam continuamente há cerca de sete anos. “O desgaste das ponteiras é determinado pela abrasividade do material trabalhado e as manutenções se restringem à troca de buchas e de tirantes que se desgastam, mas tudo dentro de parâmetros economicamente viáveis”, ele conclui.

Atlas Copco: www.atlascopco.com.br Copex: www.copex.com.br Machbert: www.machbert.com.br Pró Eletro: www.perfproeletro.com.br Sandvik: www.sandvik.com

Foto: Copex

delos da marca já foram usados em aplicações semelhantes nas obras do minerodouto da Samarco e do gasoduto Vitória-Itabuna. Quando o assunto é a severidade da operação, o executivo ressalta a robustez dos equipamentos da marca, que são do tipo inteligente e variam automaticamente a potência dos golpes e sua freqüência, de acordo com a dureza do material a ser desmontado. “Na Cosipa, temos mais de 20 equipamentos em operação e expostos a condições adversas, como a limpeza de altos-fornos e de carros torpedo, onde enfrentam temperaturas de até 600 ºC”, diz Grisci.

Britador Hidráulico

Equipamentos operam na abertura de valas em terreno rochoso

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Aproveitamento

Foto: Komatsu

transmissão

máximo da potência

Custo de aquisição, baixa manutenção e respostas mais rápidas aos comandos do operador, sem a perda de potência na mudança de velocidades, são as justificativas adotadas na disputa entre o sistema hidrostático e o powershift

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O

operador aperta um botão para selecionar a faixa de velocidade de deslocamento que o equipamento deverá desenvolver e tudo se resolve automaticamente. Sem a necessidade de troca de marcha, o sistema se ajusta imediatamente para oferecer a tração necessária diante da carga transportada, a rotação do motor e outras variáveis. Essa tecnologia, já disponível nos canteiros de obras,

é apenas um exemplo de como os fabricantes de equipamentos para construção vêm desenvolvendo soluções voltadas para a maior produtividade em serviços de movimentação de solos e terraplenagem. No caso do sistema de transmissão das máquinas, o conjunto de componentes que transfere a potência do motor para os eixos e rodas com a ampliação de seu torque, as inovações têm o objetivo de reduzir o



transmissão

tempo de ciclo da operação. Afinal, equipamentos com respostas mais rápidas aos comandos são mais produtivos e econômicos, o que resulta num menor custo de operação. Se a troca de marchas manual, com embreagem e transmissão mecânica, faz parte de um passado distante na área de equipamentos pesados, as diferentes soluções adotadas nos sistemas de transmissão revelam a aposta tecnológica de cada fabricante. Além do tradicional sistema powershift, que conta com conversor de torque acoplado ao motor diesel, a transmissão hidrostática torna-se cada vez mais comum em diversas linhas de equipamentos. Em ambos os casos, o denominador comum é a automação do processo em lugar do sistema mecânico de transferência de força, o que evita a perda de potência na passagem de um estágio de velocidade para outro. Nos sistemas convencionais, essa perda chegava a 20%. Máxima potência Alguns especialistas consideram a transmissão hidrostática como a melhor solução na busca de maior rendimento nas máquinas de movimentação de solos, como tratores de esteiras e pás-carregadeiras. Sérgio Sassaki, engenheiro de vendas e

aplicação de produto da Liebherr, explica que o sistema se baseia em um circuito hidráulico fechado, com bomba de pistões axiais de fluxo variável e reversível. Dessa forma, o sistema recalca o fluído até o motor hidráulico, para o acionamento, e depois o retorna para a bomba. “Sua vantagem é que não há bloco de válvulas de controle entre a bomba e o motor hidráulico, fazendo com que a vazão da bomba e do motor seja totalmente controlada”, diz ele. Além disso, como a vazão é contínua, Sassaki explica que é possível realizar reversão sem escalonamento de velocidade. “A solução também permite o controle automático de potência e de velocidade do equipamento, com conversor de torque, além da frenagem hidrostática, que é regenerativa.” Nas pás-carregadeiras, por exemplo, o acionamento hidrostático permite a total desvinculação entre a força hidráulica e a de tração do equipamento, provendo máxima potência no implemento mesmo com o motor em baixa rotação. “Caso seja necessária maior força para o ataque a uma pilha de materiais, não é preciso acelerar o motor diesel; basta reduzir a força de tração para que essa potência seja utilizada no circuito hidráulico”, diz Sassaki. O resulMotor

Ilustrações: Liebherr e Komatsu

Eixo dianteiro

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Sistema hidráulico reduz o peso das carregadeiras

Transmissão

Eixo traseiro

TRANSMISIÓN Aprovechamiento de la potencia al máximo El operador aprieta un botón para seleccionar el rango de velocidad de desplazamiento al que andará la máquina, y el resto se resuelve de forma automática. Sin necesidad de cambiar las marchas, el sistema se ajusta de inmediato para ofrecer la tracción necesaria en función de la carga transportada, las revoluciones del motor y otras variables. Esta tecnología ya está disponible en los obradores y es solo un ejemplo del modo en que las fábricas de maquinaria para la construcción están desarrollando soluciones para aumentar la productividad de los trabajos de movimiento de tierra y nivelación. Con respecto al sistema de transmisión de las máquinas, el conjunto de componentes que transfiere la potencia del motor a los ejes y a las ruedas aumentando el par de torsión, las innovaciones tienen por objeto reducir la duración del ciclo de operación. A fin de cuentas, las máquinas que responden de forma más rápida a los mandos son más productivas y económicas, lo que redunda en un costo de operación menor. Si el cambio manual de marchas, con embrague y transmisión mecánica, ya es cosa del pasado distante en el sector de la maquinaria pesada, las diferentes soluciones adoptadas para el sistema de transmisión revelan las opciones tecnológicas de cada empresa fabricante. Además del tradicional sistema powershift, que cuenta con un convertidor de par acoplado al motor diesel, la transmisión hidrostática es cada vez más común en muchas familias de máquinas. Los dos sistemas tienen en común la automatización del proceso en vez del sistema mecánico de transferencia de potencia, lo que evita la pérdida de potencia al cambiar la marcha. En los sistemas convencionales, tal pérdida llegaba al 20%. Algunos especialistas consideran que la transmisión hidrostática es la mejor solución para aumentar el rendimiento de las máquinas de movimiento de tierra, como tractores topadores y palas


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Ilustrações: Sauer-Danfoss

transmissão

tado, segundo ele, se traduz em economia no consumo de combustível e menor desgaste de componentes. Nos tratores de esteiras, que trabalham empurrando o material com a lâmina, o sistema hidrostático permite regular a potência disponível de acordo com a velocidade possível para cada situação. À medida que a carga vai sendo aliviada, a potência se reverte em velocidade de deslocamento e vice-versa. “Com isso, a produtividade do equipamento é sempre a máxima permitida, independentemente da ação do operador.”

Foto: ZF

Segurança adicional Além da Liebherr, que usa a transmissão hidrostática em toda a sua linha de equipamentos, desde as pás-carregadeiras e tratores, até os guindastes e autobetoneiras, outros fabricantes começam a adotá-la. A Komatsu, por exemplo, já disponibiliza essa tecnologia nas pás-carregadeiras WA200 e WA320, de 11 t e 14 t, respectivamente, bem como no recém lançado trator de esteiras D51EX. “Inclusive, ele é o único em sua faixa disponível no Bra-

Transmissão Ergopower, da ZF

28 | Maio | 2008

sil com esse tipo de transmissão”, diz Paulo Jauhar, gerente regional da fabricante. Ele também enfatiza as mesmas vantagens da transmissão hidrostática e salienta que a mudança de marchas é substituída pela seleção de faixas de velocidade. “Nossa tecnologia é dotada de uma placa interna com pistões, que são inclinados para determinar a velocidade do equipamento.” Jauhar explica que a potência do motor é transmitida hidraulicamente para uma caixa de transferência, que a envia mecanicamente para os diferenciais, de onde segue para as rodas. “Aliás,

cargadoras. El Ing. Sérgio Sassaki, del departamento de ventas y aplicaciones de productos de Liebherr, explica que el sistema está basado en un circuito hidráulico cerrado, con una bomba de pistones axiales de flujo variable y reversible. “La ventaja es que no hay un bloque de válvulas de control entre la bomba y el motor hidráulico, de modo que se controla por completo el caudal de la bomba y del motor”, dice. En las palas cargadoras, por ejemplo, el accionamiento hidrostático permite que la potencia hidráulica se desvincule por completo de la tracción de la máquina, y que se suministre la máxima potencia al implemento incluso con el motor en ralentí. “En los casos es que se necesita más fuerza de penetración en una pila de materiales, no es necesario acelerar el motor diesel; es suficiente con reducir la fuerza de tracción para que la potencia sea usada por el circuito hidráulico”, afirma Sassaki. El resultado, según dice, es el ahorro de combustible y la reducción del desgaste de los componentes.

Vantagens das engrenagens planetárias Evitar que o equipamento acuse uma perda de potência no instante em que se realiza a troca de marchas é o “pulo do gato” para a sua maior produtividade, como classifica Carlos Augusto Serra Roma, gerente nacional de vendas da Allison Transmission. Nesse sentido, o tipo de engrenagem que faz o acionamento das marchas é o que diferencia a eficiência nessa operação. “O uso da embreagem causa redução de potência nesse intervalo curto de tempo devido ao seu acionamento ser por conjuntos de engrenagens helicoidais, enquanto os sistemas totalmente automáticos usam engrenagens planetárias”, diz ele. Antonio Datti, da Sauer Danfoss, explica que o sistema helicoidal tem o mesmo princípio de funcionamento da catraca de bicicleta com marchas, na qual existe uma engrenagem de alta rotação que transfere torque por meio de engrenagens menores. “No sistema planetário, ao invés de se ter uma engrenagem maior e outra menor, um sistema compacto é acionado por um pistão para entrar em alta rotação”, diz ele. “O sistema conta com um pinhão central (o pinhão solar) acionando três ou quatro engrenagens planetárias que, por sua vez, geram o torque necessário de acordo com a combinação de velocidade acionada.” Roma corrobora que nos sistemas com engrenagens planetárias todas as marchas já ficam engatadas esperando a aplicação do pacote de embreagem que as aciona. “Já nas caixas com engrenagens helicoidais é preciso fazer combinações, deslocando uma engrenagem para a outra, por meio de uma luva, um processo que é 17% mais lento do que o realizado pelas engrenagens planetárias, de acordo com um levantamento feito pela Allison”, diz ele.


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de deslocamento e de controle da vazão de descarga da bomba hidráulica e do motor fazem com que a velocidade máxima do equipamento fique automaticamente restrita a 42 km/h. “Isso também aumenta a segurança e evita avarias nos componentes do trem de força e dos freios.” Cuidados com contaminação Para a Sauer Danfoss, que produz componentes para hidráulica móbil, a tecnologia hidrostática reduz o peso e o tamanho dos sistemas de transmissão, quando comparada às demais soluções existentes no mercado. Dirnei Antonio Datti, gerente geral da empresa, diz que a sua aplicação ainda não foi mais difundida no mercado brasileiro porque depende de um aprendizado mais profundo dessa tecnologia por parte dos fabricantes de equipamentos. “É preciso que eles aprendam a dimensionar perfeitamente um circuito hidráulico para lidar com esse conceito.” Datti salienta ainda que a transmissão hidrostática requer um cuidado especial com relação à contaminação do sistema, algo no qual os usuários de equipamentos com transmissão mecânica estão pouco habituados.

“Como o circuito hidráulico é fechado, qualquer impureza que venha a ingressar no sistema acaba circulando entre o motor e a bomba hidráulica com muita facilidade, comprometendo todo o conjunto.” Ele afirma que equipamentos dotados dessa tecnologia devem ser submetidos à diálise do fluído hidráulico com maior regularidade, além de usarem mangueiras e filtros confiáveis. “Normalmente, esse sistema opera por sucção e sem bypass ao filtro de óleo. Quando este fica saturado, há um aquecimento no circuito hidráulico e deve-se proceder à limpeza ou troca do filtro.” Por esse motivo, Datti ressalta que máquinas dotadas de transmissão hidrostática implicam maior custo de manutenção, pois demandam profissionais especializados. Custo do sistema A Volvo Construction Equipment (VCE) também adota a transmissão hidrostática em sua linha de minicarregadeiras e de pás-carregadeiras com até 8 t de peso operacional. “A grande vantagem desse sistema é o baixo consumo de combustível e a suavidade nos movimentos, além

Foto: Volvo

esse é o principio da transmissão hidrostática: energia mecânica transformada em hidráulica e novamente em mecânica.” Dessa forma, ele explica que o operador pode se concentrar apenas na movimentação de materiais e as trocas de marchas são substituídas por um simples apertar de botões, que determina a faixa de velocidade a ser desenvolvida pelo equipamento. “Nas carregadeiras, temos quatro estágios de velocidades à frente e à ré: o primeiro (de 4 a 13 km/h) e o segundo (13 km/h) se destinam a uma escavação mais agressiva, pois utilizam toda a potência prevista para a máquina.” Já o terceiro (18 km/h) e o quarto (38 km/h) estágios, segundo ele, são indicados para uso durante o deslocamento da máquina, possibilitando atingir velocidades dificilmente alcançadas com a transmissão mecânica. Segundo Jauhar, as velocidades estipuladas para cada um dos níveis da transmissão hidrostática, no caso dos equipamentos da Komatsu, proporcionam maior segurança nas descidas em rampas íngremes. Ele explica que, em descidas com inclinação acima de 6º, sensores de velocidade

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Foto: Volvo

transmissão

do menor índice de ruído durante a operação”, diz Walter Victorino Júnior, responsável pela linha road machine da fabricante. Com mais de 200 mil sistemas de transmissão vendidos para a indústria de equipamentos de construção ao redor do mundo, a ZF fornece a tecnologia hidrostática para empresas como a Terex, Liebherr, JCB e Hyundai, entre outras. Antonio Carlos Garcia, diretor da divisão de sistemas de eixos e transmissões fora-de-estrada da empresa, diverge dos demais especialistas quando o assunto é a popularização do sistema hidrostático. “O que limita seu uso é o custo de aquisição, em média 30% maior do que o da transmissão powershift, pois ele necessita de um equipamento adicional, que é o motor hidrostático”, diz ele.

Apesar de também acreditar no avanço da tecnologia hidrostática em equipamentos de construção, Garcia explica que as transmissões powershift automáticas e semi-automáticas ainda representam cerca de 80% das vendas da ZF nessa linha de produtos. “Mesmo assim, oferecemos as duas soluções para motores que vão de 90 hp a 320 hp, destinados a equipamentos de 9 t a 35 t de peso operacional.” Powershift automática A mesma justificativa, relacionada com o custo mais elevado, é dada pela Allison Transmission para não trabalhar com transmissão hidrostática. “Não temos essa solução e não estamos investindo no seu desenvolvimento, pois acreditamos muito mais no sistema powershift totalmente automático”, diz Carlos Augusto

Benefícios da transmissão hidrostática • A vazão da bomba hidráulica varia de zero ao máximo de forma contínua e, por isso, a velocidade também varia continuamente, adequando a potência fornecida à demandada, em qualquer rotação do motor diesel; • As frenagens ocorrem sem impacto, eliminando o desgaste de componentes mecânicos como pastilhas e lonas de freios; • Maior flexibilidade no posicionamento dos componentes conforme a real necessidade do equipamento. Com isso, o motor diesel e as bombas podem ser instalados na traseira da pá-carregadeira e o sistema de arrefecimento pode ficar atrás da cabine, minimizando o uso de contrapeso, o que significa menos peso morto e economia no consumo de combustível; • O sistema controla a potência fornecida em tempo real e permanece com a tração acoplada integralmente, sem a existência de ponto morto, proporcionando maior segurança operacional; • A força destinada ao implemento é desvinculada da direcionada à tração do equipamento, evitando a aceleração do motor mesmo durante operações severas. Fonte: Liebherr

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Serra Roma, gerente nacional de vendas da empresa. Segundo o especialista, além do custo de aquisição da transmissão powershift ser menor, quando comparada à tecnologia hidrostática, ela requer pouca manutenção, limitada apenas às trocas de óleo e de filtro nos períodos recomendados pelos fabricantes. “A ausência de manutenção é o nosso principal argumento de vendas, pois é possível garantir uma vida útil média de 25 mil horas para o sistema”. Roma salienta que o uso de fluído sintético pode reduzir ainda mais a preocupação com manutenção nas transmissões powershift, permitindo que a troca seja feita a cada 6.000 horas, enquanto que, com o óleo mineral, esse intervalo é de 600 horas. Júnior, da VCE, confirma a comparação feita pelo executivo da Allison em termos de manutenção. “A transmissão hidrostática é eficiente, mas exige um cuidado maior quando comparada com a powershift, pois qualquer contaminação no circuito hidráulico implica alto custo de manutenção”, diz ele. A montadora oferece tecnologia powershift com engrenagens planetárias – totalmente automática – em seus caminhões articulados e avalia que se trata de uma solução compacta para aplicação nesse tipo de equipamento. Já Garcia, da ZF, pondera que as manutenções corretiva e preventiva não são um fator decisivo na escolha da transmissão hidrostática ou da powershift automática, pois ambas necessitam de pouca intervenção. “Ainda mais se o sistema contar com acompanhamento eletrônico por meio de softwares de diagnóstico e com comando variável de velocidade, que estão sendo adotados como tendência pela indústria de equipamentos”, ele conclui.

Allison Transmission: www.allisontransmission.com Liebherr: www.liebherr.com/lh/en Komatsu: www.komatsu.com.br Sauer Danfoss: www.sauer-danfoss.com Volvo: www.volvoce.com ZF: www.zf.com.br



CHINA

O dragão mostra suas garras

A China já não se contenta em ser apenas o terceiro maior mercado de equipamentos para construção do mundo. De importador de máquinas e tecnologias, ela se prepara para competir em escala global com tradicionais fabricantes do setor

A

Por Haroldo Aguiar

China não pára de surpreender o mundo em função da pujança de seu mercado, que cresce a um ritmo desenfreado aos olhos dos ocidentais. Sob qualquer aspecto que se observa o país, a primeira impressão é de admiração, sentimento semelhante ao do turista que visita pela primeira vez a Cidade Proibida ou a Grande Muralha, dois dos principais cartões postais chineses. Esse sentimento marca a reportagem publicada pela revista “The Eco-

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Estádio Olímpico de Beijing em fase de construção (abaixo) e às vésperas de sediar os jogos (acima)

nomist”, em fevereiro último, sobre os projetos de infra-estrutura em implantação no país. Com uma ponta de inveja, a publicação britânica, uma das mais respeitadas do mundo, constata que o aeroporto recém inaugurado na capital Beijing, ao custo de US$ 3,8 bilhões, é maior que o de Londres e conta com um terminal de passageiros de 3 km de comprimento. O empreendimento, em formato de dragão, um símbolo nacional, integra o rol de mais de 1.000 pro-

CHINA El dragón muestra sus garras China no deja de sorprender al mundo por la pujaza de su mercado, que crece a un ritmo frenético ante los ojos de los occidentales. Bajo cualquier aspecto que se observe al país, la primera impresión es de admiración, un sentimiento semejante al que experimenta el turista que visita por primera vez la Ciudad Prohibida o la Gran Muralla, unas de sus principales atracciones. En los últimos quince años, el país ha



CHINA

Ponte de Donghai, de 32 km de extensão

jetos de infra-estrutura implantados pelo governo chinês para sediar os Jogos Olímpicos deste ano. Mas o ritmo frenético nos canteiros de obras do país não se deve apenas ao esmero na organização das Olimpíadas de 2008. Os investimentos em infra-estrutura atendem à demanda de expansão da economia chinesa e também funcionam como sua molapropulsora. Grandes obras Nos últimos 15 anos, o país cresceu continuamente a taxas próximas de 9% ao ano e, em 2007, atingiu uma expansão de 11,4%. Com isso, a China encerrou 2007 com um produto interno bruto (PIB) de US$ 3,5 trilhões e se consolidou como quarta maior economia do planeta, superada apenas pelos Estados Unidos, Japão e Alemanha. Nesse período, os investimentos em infra-estrutura aumentaram na mesma proporção, ditados pelos planos qüinqüenais do governo. Desde meados da década de 1990, o país construiu 53.600 km de autoestradas, estabelecendo uma malha viária que só perde, em extensão e eficiência, para o sistema de rodovias interestaduais dos Estados Unidos. Há duas décadas, a rede metroviá-

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ria chinesa se resumia a três linhas em operação nas cidades de Beijing e Tianjing. Atualmente, obras de metrôs e de modernas ferrovias para o transporte de passageiros são implantadas em 15 metrópoles do país, totalizando 1.500 km de linhas. Essa conta não inclui a construção do sistema de trem-bala entre Beijing e Xangai, com 1.300 km de extensão, orçada em US$ 30 bilhões. Tampouco contempla o sistema de transporte

crecido sin interrupción a tasas próximas al 9% anual y, en el 2007, alcanzó una expansión del 11,4%. Como resultado, China terminó el 2007 con un producto interno bruto (PIB) de 3,5 billones de dólares y se consolidó como la cuarta economía del mundo, solo por detrás de Estados Unidos, Japón y Alemania. En ese período, las inversiones en infraestructura aumentaron en la misma proporción, gracias a los planes quinquenales del gobierno. Desde mediados de la década de 1990, el país construyó 53.600 km de carreteras, creando una red vial que solo es superada, en extensión y eficiencia, por el sistema de carreteras interestatales de los Estados Unidos. Hace dos décadas, la red de metro china se resumía a tres líneas en operación en las ciudades de Pekín y Tianjing. Actualmente, se están realizando obras de ampliación y modernización de las redes de metro y ferrocarril para el transporte de pasajeros en quince metrópolis del país, para alcanzar un total de 1.500 km de líneas tendidas. Esta cifra no incluye la construcción de la línea de tren de alta velocidad entre Pekín y Shangai, de 1.300 km de extensión, presupuestada en 30.000 millones de dólares. China, que cuenta con 78.000 km de vías férreas, tiene planes de llegar a 120.000 km hasta el 2015, a fin de reducir sus costos de logística. Según afirman

Trens rápidos e confortáveis: realidade em várias metrópoles chinesas





CHINA

rápido de passageiros entre a capital do país e Tianjing, com 113 km de trilhos, em fase de conclusão. Servido por 78.000 km de ferrovias, o país planeja ampliar essa malha para 120.000 km, até 2015, de forma a reduzir seus custos com logística. Segundo os especialistas, será o maior projeto de expansão ferroviária do mundo desde o século XIX. Tudo na China surpreende pelas dimensões. É o caso da ponte Hangzhou, recém inaugurada entre Xangai e Ningbo, os dois maiores portos do país. Com 36 km de comprimento, trata-se da maior ponte marítima do mundo e equivale, em extensão, ao túnel sob o Canal da Mancha, que liga a França à Inglaterra. O detalhe é que ela bate o recorde de outra estrutura existente no país, a ponte de Donghai, com 32 km de extensão, que foi inaugurada há menos de três anos. Tecnologia importada Nesse cenário, a indústria de equipamentos para construção encontra terreno fértil para prosperar. Terceiro maior mercado de máquinas para obras civis, superado apenas pelos Estados Unidos e União Européia, o país possui cerca de 2.000 fabricantes do setor, incluindo fornecedores de peças e sistemas, segundo uma reportagem veiculada pela ChiCon

News, publicação chinesa especializada nessa área. A partir de meados da década de 1990, grandes fabricantes internacionais começaram a se estabelecer no país em regime de joint-venture com empresas locais e, com seus padrões de qualidade, despertaram um novo patamar de exigência por parte dos clientes e conquistaram o mercado. A lista de multinacionais com operações no país, seja por meio de joint-ventures ou com investimentos próprios, inclui as japonesas Komatsu, Kobelco e Hitachi, as coreanas Doosan e Hyundai, as norte-americanas Caterpillar, Terex e Manitowoc e as européias Liebherr, JCB e Volvo, entre outras No segmento de escavadeiras hidráulicas, por exemplo, os fabricantes japoneses detêm cerda de 50% do mercado local, seguidos pelos coreanos, com 30%. O dado é significativo ao se considerar que a China é o maior consumidor mundial de escavadeiras, com uma demanda anual de cerca de 50.000 unidades, segundo levantamento da câmara de comércio de máquinas do país, a CCCME. Para atender o mercado, uma das líderes nesse segmento de equipamentos, a Komatsu, está investindo na construção de novas fábricas, com o objetivo de duplicar sua capa-

Fábrica da SDLG: marcas chinesas ganham competividade

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Fábrica da Caterpillar: multinacionais lideram segmentos importantes do mercado

los especialistas, será el proyecto de expansión ferroviaria más grande del mundo desde el siglo XIX. En este contexto, la industria de maquinaria para la construcción encuentra un terreno fértil para prosperar. En el país, que es el tercer mercado de máquinas para obras civiles más importante del mundo, superado apenas por los Estados Unidos y la Unión Europea, hay aproximadamente dos mil fabricantes del ramo, incluyendo proveedores de componentes, repuestos y sistemas. A partir de mediados de la década de 1990, los grandes fabricantes internacionales se establecieron en el país en régimen de joint-venture con empresas locales y, con sus estándares de calidad, no solo crearon un nuevo nivel de exigencia de parte de los clientes, sino que también conquistaron el mercado. La lista de empresas multinacionales que tienen operaciones en la China incluye las japonesas Komatsu, Kobelco e Hitachi, las coreanas Doosan e Hyundai, las norteamericanas Caterpillar, Terex y Manitowoc, y las europeas Liebherr, JCB y Volvo, entre otras.


manutenção tecnologia

Fabricantes chineses desembarcam no Brasil Operando no Brasil desde 2006, a SDLG (Shandong Lingong Construction Machinery) já conta com equipamentos de sua marca em operação na Vale, grupo Votorantim e na concreteira Copasul, do Rio Grande do Sul, entre outros clientes. “Somos um dos maiores fabricantes de páscarregadeiras da China, além de produzirmos várias outras linhas de equipamentos para construção”, diz Renato Baldacci, diretor comercial da empresa. Segundo ele, a empresa projeta um faturamento de US$ 1,2 bilhão para este ano, dos quais 90% serão obtidos com as vendas no mercado interno chinês. Seus equipamentos são comercializados no Brasil com a marca Combat, incluindo carregadeiras de 1,6 t a 7 t de capacidade de carga, equipadas com caçamba de 0,95 m³ a 4,2 m³, respectivamente. Ela também traz para o País um modelo de rolo vibratório de 18 t de peso, bombas de concreto estacionárias, escavadeiras hidráulicas e retroescavadeiras. Entre outros fabricantes chineses com operação no Brasil, o destaque fica com a XCMG e Zoomlion, cujos guindastes móveis já integram frotas de diversas empresas de locação e içamento de cargas. Mais recentemente, a LiuGong começou a disputar o mercado de pás-carregadeiras, além da chegada da Jonyang, especializada em escavadeiras de alto desempenho, inclusive com certificação para fornecimento ao Exército Vermelho.


china OS 10 MAIORES FABRICANTES CHINESES DE EQUIPAMENTOS PARA CONSTRUÇÃO Vendas Vendas Empresa Principais produtos em 2006 (*)

XCMG Sany First Tractor Changlin Zoomlion LiuGong Foton Lovol Shangong Doosan China Xiagong

Guindastes, carregadeiras, compactadores, motoniveladoras etc. Perfuratrizes, guindastes, equipamentos de concretagem. Compactadores, tratores, motores diesel. Escavadeiras, carregadeiras, compactadores, motoniveladoras. Guindastes, máquinas rodoviárias e de concretagem. Escavadeiras, carregadeiras, compactadores etc. Escavadeiras, equipamentos de concretagem etc. Escavadeiras, carregadeiras, tratores. Escavadeiras, máquinas e ferramentas. Escavadeiras, carregadeiras, compactadores.

2,192 952 1,283 913 895 1,037 1,098 892 585 631

em 2007 (*)

4,050 1,625 1,500 1,288 1,250 1,175 1,163 1,125 750 638

(*) Faturamento em bilhões de dólares Fonte: ChiCon News

cidade instalada. A empresa planeja produzir 19.000 escavadeiras/ano a partir de 2009. Entre os fabricantes exclusivamente chineses, a importação de componentes e tecnologias para os equipamentos de suas mar-

cas consome entre 30% e 70% dos lucros, segundo avaliações da indústria local. Os principais itens que integram essa lista são os sistemas hidráulicos, transmissão, componentes eletrônicos e motores. Marcas locais Mas os fabricantes do país preparam sua resposta. Por meio de acordos de aquisição de tecnologia e investimentos em pesquisa, algumas marcas chinesas se consolidam no mercado local e ganham competitividade (veja quadro acima). Muitas dessas empresas já exportam seus equipamentos e algumas delas já desembarcaram até mesmo no Brasil, como a XCMG, Zoomlion, LiuGong, SDLG e Jonyang, entre outras (veja box na página 41). No segmento de escavadeiras hidráulicas, equipamentos de alta

tecnologia embarcada e maior valor agregado, a aposta dos fabricantes se concentra nos modelos de médio e pequeno porte, a exemplo dos investimentos feitos pela Foton Lovol, que em 2007 vendeu mais de 1.200 unidades. Na área de rolos compactadores, os modelos estáticos produzidos pelos players chineses mostram-se competitivos no mercado local, mas quando o projeto demanda equipamentos vibratórios, com maior conteúdo tecnológico e mais pesados, a vantagem recai para marcas como a Tianjing Dynapac e Wuxi Ingersoll-Rand, recém incorporada pela Volvo. Os fabricantes chineses lideram o mercado local de pás-carregadeiras, com destaque para a Xiagong, LiuGong e Dragon, e de guindastes móveis. Nessa área, o país também se destaca como maior consumidor mundial, com uma demanda anual de 17.500 unidades. Cerca de 80% desse mercado corresponde a equipamentos de pequena e média capacidade (de 8 t a 130 t), em geral montados sobre chassi de caminhão. Os principais fabricantes de guindastes chineses são a XCMG e Zoomlion, que já disputam o mercado internacional, seguidos pela Terex Changjiang e Shandong Tai’an.

CCCME: www.cccme.org.cn/en/index.asp ChiCon News: www.heavenstone.org SDLG: www.sdlg.com.br The Economist: www.economist.com



PNEUS

Como dimensionar e controlar

seus custos Dando continuidade à reportagem publicada na edição anterior de M&T, este artigo analisa os principais fatores de redução da vida útil dos pneus e apresenta as sistemáticas para seu dimensionamento e para o controle dos custos operacionais em aplicações fora-de-estrada Por Norwil Veloso

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esquisa efetuada por um fabricante de equipamentos pesados indicou que os gastos com pneus representam aproximadamente 28% do custo operacional total de máquinas que se deslocam sobre rodas. Numa amostra de 275 equipamentos, constatou-se que as despesas anuais com esse item representavam cerca de 54% do total das despesas de manutenção. Assim, torna-se extremamente importante atuar sobre os custos referentes aos pneus, tendo em vista seu peso no custo total. O custo operacional dos pneus será função, basicamente, da sua vida útil, ou seja, do tempo de duração do pneumático novo, da quantidade de recuperações possíveis e da vida útil obtida após cada uma delas. Assim, o importante é atuar sobre cada um dos fatores que reduzem a vida útil, uma vez que os custos de aquisição e de recondicionamento são, teoricamente, sempre os mesmos para cada tipo e tamanho de pneu. Analisemos,

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portanto, os principais fatores que interferem sobre a vida útil. Pressão Além de não permitir o assentamento perfeito da banda de rodagem sobre o solo, a baixa pressão induz um trabalho excessivo em toda a estrutura do pneu e provoca o aumento de temperatura em seu interior. Da mesma forma, o excesso de pressão faz com que somente o centro da banda de rodagem assente sobre o solo, aumentando a carga e o desgaste nessa região. Não se deve confundir, contudo, o excesso de pressão com o aumento de pressão durante o trabalho. Esse aumento é normal e previsto pelo fabricante, não devendo exceder 20% da pressão de calibração a frio. Em percursos longos, acima de 5 km, recomenda-se uma redução da carga, acompanhada de um ligeiro aumento de pressão. O uso de pressão 20% abaixo da re-


machbert


PNEUS Foto: Continental

NEUMÁTICOS Cómo conocer y controlar sus costos

Recomenda-se que as rampas não excedam 8%

comendada causa uma redução da ordem de 15% no rendimento do pneu, e um excesso de 20% resulta numa redução de 10%. Assim, o controle de pressão é uma ferramenta básica. Esse controle deve ser feito sempre no início do turno, quando os pneus estão frios, e algumas vezes durante o dia. Sobrecarga Os pneus são projetados para trabalhar com cargas até os valores máximos especificados. É importante assegurar uma distribuição uniforme da carga no veículo, para que um dos pneus do eixo não sofra sobrecarga. Uma sobrecarga de 20% causa uma redução de 30% na vida útil dos pneus, que será maior nas situações em que eles operam com carga abaixo do máximo permitido. Assim, operações contínuas com 90% da capacidade nominal resultam num aumento de 25% a 30% na vida útil dos pneus em relação ao desempenho obtido com trabalhos na capacidade máxima. Velocidade O dimensionamento dos pneus é função da carga e da velocidade, expressa por meio da fórmula TKPH (tonelada x quilômetro/hora), apresentada no final deste artigo. Todos os pneus possuem um limite de velocidade especificado pelo

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fabricante. Se excedida, essa velocidade se transformará em um fator de geração de calor no seu interior, acima dos níveis críticos previstos, reduzindo a vida útil devido aos danos causados. Alinhamento O alinhamento compreende a cambagem, cáster e convergência. Qualquer deficiência de alinhamento causa desgaste irregular na banda de rodagem, devido ao seu assentamento irregular sobre o solo, que reduz significativamente a vida útil do pneu. Em alguns casos, esse processo pode ser acelerado ainda mais devido ao arrasto do pneu decorrente do desalinhamento. Pista As condições da pista constituem outro fator importante. Estradas bem projetadas, sem irregularidades e submetidas a manutenções freqüentes, são um importante fator de aumento da vida dos pneus. No projeto, deve-se dar especial atenção às rampas, que não devem exceder 8%, para que a resistência oferecida não supere valores críticos. Cada 1% de inclinação representa 1% de sobrecarga. Os raios de curva também devem ser devidamente calculados, para que o pneu não seja submetido a esforços laterais em curvas fechadas. Os raios recomendados pelos fabricantes são:

Un estudio realizado por un fabricante de maquinaria pesada reveló que los neumáticos representan aproximadamente el 28% del costo de operación total de los equipos sobre ruedas. En una muestra de 275 equipos, se constató que los gastos anuales en neumáticos representaban un 54% del total de los gastos de mantenimiento. El costo de operación de los neumáticos se calcula en función, básicamente, de su vida útil – la duración de un neumático nuevo –, de la cantidad de recuperaciones que admite y de la vida útil de cada una de ellas. Lo más importante es identificar y controlar cada uno de los factores que afectan la vida útil, ya que los costos de adquisición y reacondicionamiento son, teóricamente, siempre los mismos para cada tipo y tamaño de neumático. Es fundamental conocer la cantidad de horas trabajadas para comparar la vida útil real con la estimada, y calcular el costo horario. El sistema de acompañamiento es bastante sencillo, siempre que el usuario registre la cantidad de horas o de kilómetros que trabaja el equipo. Se crea una planilla en la que se anotan la fecha de colocación del neumático, el tipo de máquina o equipo y su posición y kilometraje en esa fecha (o lo que marca el contador de horas). Cuando se cambian o se rotan los neumáticos se debe realizar un nuevo registro para que posteriormente se pueda calcular la cantidad de horas trabajadas en ese intervalo. Este procedimiento se repite siempre que se coloca un neumático hasta el momento en que se lo saca para reacondicionarlo. La vida útil será la suma de las horas trabajadas en cada posición. Después de colocar un neumático reacondicionado se debe reiniciar el registro. Al final, es posible comparar la vida útil con la expectativa de vida del neumático reacondicionado y el costo de operación correspondiente.


Velocidade (km/h) 8 10 13 16 21 26 31

Raio (m) 14 18 31 50 85 120 165

Pedras, obstáculos, ondulações e poças d’água na pista geram sobrecarga e aumentam o risco de cortes e choques, além de exigir velocidade mais baixa, prejudicando a produtividade. A água, em determinadas condições, pode aumentar a possibilidade de patinação, que acelera o desgaste dos pneus, e de derrapagens, com riscos para a segurança. Controle de horas O controle das horas trabalha-

das é fundamental para a comparação com as vidas úteis estimadas e para o cálculo do custo horário. Trata-se de um sistema de acompanhamento bastante simples, desde que o usuário tenha o controle das horas ou quilômetros trabalhados pelo equipamento. Assim, basta registrar numa planilha a data de colocação do pneu, o equipamento no qual ele foi colocado, sua posição e a quilometragem do equipamento naquela data (ou a marcação de seu horímetro). Quando o pneu for retirado ou tiver a posição trocada, deve-se fazer um novo registro, obtendo-se, por subtração, as horas trabalhadas nesse intervalo. O processo deverá ser repetido na nova colocação e assim por diante, até a retirada para recondicionamento. A vida útil será então obtida pela soma das horas em cada posição.

Foto: Bridgestone Firestone

manutenção tecnologia

O controle da pressão deve ser feito regularmente

Após a instalação do pneu recondicionado, o controle será feito da mesma forma, comparando-se, no final, a vida útil com a expectativa de vida do pneu recondicionado e o custo operacional correspondente. O custo operacional do pneu durante a vida útil será, portanto:


PNEUS

ciente de 0,9 para o cálculo do TKPH. Se a quantidade de ciclos for medida real de campo, não é necessário usar esse fator. A velocidade média diária (VM) será, portanto, de 347 km/dia / 22,5 h/dia = 15,42 km/h. Cálculo da carga As cargas por pneu serão obtidas multiplicando o peso pela percentagem de carga no eixo, dividindo o resultado pela quantidade de pneus de cada eixo. Os resultados serão: Controle de horas trabalhadas ajuda a acompanhar os custos com pneus

Custo do pneu novo + Custo recondicionamento 1 + ..... + Custo recondicionamento n Horas totais trabalhadas desde a 1ª colocação (novo) até a remoção para sucateamento

Recomendamos que o usuário mantenha um controle separado das horas trabalhadas totais em cada intervalo, para facilitar a visão do histórico de vida do pneu novo e recondicionado. Esse procedimento também ajuda a analisar o custo em cada fase e possibilita o tratamento estatístico dessas informações. Especificação do veículo

Peso vazio (kg) 26.800 Peso carregado (kg) 58.000 Peso no eixo dianteiro (%) – vazio 49 Peso no eixo traseiro (%) – vazio 51 Peso no eixo dianteiro (%) – carregado 33 Peso no eixo traseiro (%) – carregado 67 18.00 - 25 Medida dos pneus Características do percurso

Tempo de carga Ida (carregado): Tramo 1 Tramo 2 Tramo 3 Tempo total de ida (min) Retorno (vazio): Tramo 1 Tramo 2 Tempo total de retorno (min) Tempo total de ciclo - TC (min/h) Distância total - DT (km)

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4,0 min 450 m 370 m 300 m 2,7 520 m 670 m 1,3 8,0/0,133 2,31

Critérios para a escolha A escolha do pneu depende, numa primeira análise, da especificação do tipo a ser utilizado e da medida correspondente, assunto que foi objeto da reportagem publicada na edição anterior de M&T. A definição final sobre o pneu a ser utilizado depende do cálculo do TKPH , que corresponde ao produto da carga média sobre o pneu pela respectiva velocidade média diária. Para melhor compreensão, apresentamos um exemplo de dimensionamento, baseado em dados reais. Nesse caso, o serviço executado corresponde ao transporte de cascalho da jazida até a central de concreto, utilizando-se caminhões fora-de-estrada. As características desses veículos e do percurso realizado estão especificadas nos quadros ao lado. Portanto, vamos aos cálculos. Cálculo da velocidade média O período de trabalho (PT) é de 20 h, em dois turnos de 10 h. Há um intervalo para almoço de 0,5 h e um intervalo de 1,5 h entre os turnos. O tempo total (T) será de 22,5 h. Teremos, portanto, PT / TC = 20 / 0,133 = 150 ciclos/dia (CD), correspondentes a CD x DT = 150 x 2,31 = 347 km/dia. Como esse cálculo é aproximado, deve-se usar um coefi-

Carga por pneu (kg)

Dianteiro

Traseiro

Vazio Carregado Total (CP)

6.566 9.570 16.136

3.417 9.715 13.132

A carga média por pneu (CM), em toneladas, será de (CP / 1000) / 2, ou seja: Eixo dianteiro: (16.136/1.000) / 2 = 8,1 t Eixo traseiro: (13.132/1.000) / 2 = 6,6 t

O TKPH será, portanto, VM x CM x 0,9, ou seja: Eixo dianteiro: 15,42 km/h x 8,1 t x 0,9 = 113 Eixo traseiro: 15,42 km/h x 6,6 t x 0,9 = 92

Entrando com esse valor nas tabelas dos fabricantes, teremos, para um pneu 18.00 – 25 / 32 PR, um TKPH de 131. A capacidade de carga especificada para esse pneu é de 8.530 kg para uma pressão de 80 psi, e sua velocidade máxima de trabalho é de 50 km/h, superior à VM calculada. Em outras palavras, haverá uma sobrecarga temporária de 14% nos pneus traseiros [(9.715 – 8.530) / 8.530] e de 12% nos dianteiros [(9570 – 8530) / 8530] durante o percurso carregado. Essa sobrecarga está abaixo do limite de 15% tolerado pela Associação Latino-Americana de Pneus e Aros (Alapa), o que permitirá a utilização do pneu com um adicional de pressão de: 80 psi x 1,14 = 92 psi (no eixo traseiro) e de 80 psi x 1,12 = 90 psi (no eixo dianteiro). (*) Norwil Veloso é engenheiro mecânico, tendo ocupado cargos de gerência de equipamentos em algumas das principais construtoras do país. Atualmente, é consultor técnico da revista M&T e membro de seu conselho editorial, entre outras atividades de consultoria que presta no mercado.



geotecnologia

Precisão e economia no controle das máquinas

Por Franco Brazílio Ramos (*)

N

a edição anterior da revista M&T, esta coluna tratou da evolução da topografia com o uso de sistemas de posicionamento global em conjunto com a tecnologia Real Time Kinematics (o GPS RTK), mencionando que tal solução “leva o posicionamento preciso para dentro das máquinas pesadas”. Nesta edição, vamos mostrar como os sinais de satélites GPS evitam atrasos no serviço, com o uso do posicionamento preciso e a comunicação desse dado no exato momento em que ele é necessário. Cada vez mais, as novas tecnologias permitem a troca de informações precisas a longas distâncias. Em topografia, a tecnologia RTK aposentou a dupla formada pelo “topógrafo na estação total” e o “ajudante com o prisma”. O topógrafo carrega o GPS RTK sobre um bastão, até o ponto a ser locado, ponto este

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que é um dado gravado no equipamento. O topógrafo carrega consigo o projeto e conta com todas as posições da obra disponíveis em um desenho CAD. Com isso, seu posicionamento, e de todos os pontos de interesse, é mostrado em tempo real na tela gráfica do coletor de dados. Em equipamentos de terraplenagem, o GPS RTK funciona de for-

ma semelhante. A diferença é que os sinais GPS são captados por uma antena instalada num mastro de aço soldado à lâmina da máquina. Dessa forma, tal como o topógrafo marca um ponto com a extremidade do seu bastão, a máquina torna-se capaz de marcar um ponto preciso do projeto com a ponta de sua lâmina – como uma estaca, por exemplo. Essa capacidade de marcar pontos com a lâmina vai além de seu uso como ferramenta de topografia. A máquina recebe os dados de posicionamento da sua lâmina em relação ao projeto, a uma taxa de cinco vezes por segundo, e avisa como o operador deve movimentar o material, se ele precisa cortar ou aterrar e qual o ângulo de inclinação da lâmina, entre outras informações. Certas categorias de equipamento fazem também o


manutenção tecnologia

Sistema controla o posicionamento da lâmina

GEOTECNOLOGÍA Precisión y economía en el control de la maquinaria En el número anterior de la revista M&T, se trató, en esta columna, la evolución de la topografía promovida por el uso de sistemas de posicionamiento global conjuntamente con la tecnología de cinemática en tiempo real (GPS RTK). Los adelantos tecnológicos permiten, cada vez más, intercambiar de forma precisa información a larga distancia. En las maquinarias de movimiento de tierra, el GPS RTK funciona de forma similar a como lo hace en el proceso de relevamiento topográfico. La diferencia radica en que la antena que recibe las señales del GPS está instalada en un mástil de acero soldado a la hoja de la máquina. De forma que, al igual que el topógrafo marca un punto con la punta de su baliza, la máquina es capaz de marcar con precisión un punto del proyecto con la extremidad de la hoja. Luego, recibe los datos de su localización en relación con los planos del proyecto e indica al operador la tarea a realizar: si necesita excavar o rellenar y el ángulo de inclinación de la hoja, entre otros datos. Las máquinas de ciertas clases también cuentan con mando automático del sistema hidráulico, que mueve la hoja y ejecuta el proyecto a medida que el operador dirige la máquina.

controle hidráulico automaticamente, movendo a lâmina e executando o projeto à medida que o operador apenas dirige o equipamento. Agora, vamos analisar os benefícios da tecnologia na operação de uma escavadeira hidráulica. Nesse caso, como é que o operador sabe onde deve escavar? E como ele é avisado para parar o serviço? Nos métodos convencionais de terraplenagem, tudo deve passar pelo engenheiro, pelo encarregado e por outros profissionais. Há sempre alguém, do lado de fora da máquina, dando orientações ao operador, que podem pecar pela imprecisão, como um recado que passa por três ou quatro indivíduos – cada qual com sua interpretação própria. Nesse caso, quem dita o compasso do trabalho é um greidista. A velocidade e a precisão do trabalho são limitadas por esse profissional, que trabalha esticando linhas, cravando bandeirolas, carregando cruzetas, contando passos, olhando a trena. Com os dados de posicionamento da máquina fornecidos a uma taxa de cinco vezes por segundo, por um sistema eletrônico de controle, a velocidade do trabalho passa a ser definida pela capacidade do equipamento, seja ele um trator, uma motoniveladora ou uma escavadeira hidráulica. A produtividade e a qualidade conferidas pelos sistemas de controle de máquina, ou “machine control”, resultam em redução de custos com depreciação, com manutenção, consumo de combustíveis, desgaste de pneus e material rodante. Essa tecnologia tem se convertido numa das grandes vedetes nas feiras internacionais de equipamentos, presente nos estandes de praticamente todos os grandes fabricantes do setor – como Caterpillar, John Deere, Komatsu, New Holland e Volvo – tal como foi possível observar na última edição da Conexpo, em Las Vegas. (*) Franco Brazílio Ramos é engenheiro civil e gerente de produto da área Machine Control da empresa Santiago & Cintra.

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geotecnologia

Controle por GPS e laser

em equipamentos de terraplenagem

GEOTECNOLOGÍA Control de maquinaria para movimiento de

Fotos: Caterpillar

tierra mediante GPS y láser

Por Augusto Azevedo (*)

A

tecnologia está ajudando a revolucionar a forma com que os usuários de equipamentos movimentam terra com novas soluções para o controle de máquinas de terraplenagem. Sistemas que propiciam maior precisão, alta produtividade, baixo custo operacional e elevada rentabilidade figuram na linha de frente dessas inovações. O sistema AccuGrade, por exemplo, desenvolvido pela Caterpillar, pode melhorar em até 50% a produtividade e a precisão dos equipamentos usados em serviços de nivelamento, quando comparado aos métodos convencionais. Utilizado principalmente para o acabamento final, ele é de fácil entendimento. Com um mínimo de treinamento, mesmo operadores inexperientes podem tirar o máximo rendimento

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de máquinas dotadas dessa tecnologia. O AccuGrade é uma ferramenta de terraplenagem de alta tecnologia, que permite aos operadores nivelar e conformar a superfície do terreno com ótima precisão, sem o uso das estacas tradicionais e/ou dos “greidistas” – como são chamados os profissionais que conferem o “greide” do terreno. Usando avançada tecnologia a laser, como componentes montados na máquina e um emissor laser instalado numa base fixa, ele fornece informações precisas no painel localizado na cabine do equipamento, para conseguir um posicionamento exato da lâmina. Como resultado, os operadores podem melhorar sua eficiência e obter mais rapidamente o nivelamento com um número de passes menor, nunca antes obtidos. O sistema é projetado para uma vas-

La tecnología está ayudando a revolucionar la forma de trabajo, aportando nuevas soluciones para el control de máquinas para el movimiento de tierra. Entre las innovaciones, merecen ser destacados los sistemas que aumentan la precisión, la productividad, el ahorro de costos de operación y la rentabilidad. Por ejemplo, el sistema AccuGrade, desarrollado por Caterpillar, puede mejorar hasta en un 50% la productividad y la precisión de la maquinaria usada en trabajos de nivelación de terrenos, en comparación con los métodos convencionales. El sistema es fácil de entender y, con una capacitación mínima, incluso operadores sin experiencia pueden obtener el máximo rendimiento de las máquinas que lo llevan instalado. El AccuGrade es una herramienta de movimiento de tierra que permite que los operadores nivelen y den forma a la superficie del terreno con mayor exactitud, sin necesidad de usar las estacas tradicionales ni los controladores de cotas. Empleando tecnología de medición por láser, muestra, en la pantalla ubicada en la cabina de la máquina, la información precisa para que el operador posicione la hoja con exactitud. Como resultado, aumenta la eficiencia del operador, que logra hacer la nivelación con menos pasadas.


manutenção tecnologia

Traditional Grading Nivelamento tradicional

Nivelamento controle a laser Grading with com AccuGrade Laser

ta gama de aplicações em trabalhos de movimentação de terra que exijam tolerâncias apertadas e alta produção. De fato, o controle de nivelamento a laser é tão preciso que, em muitos casos, constitui um requisito especificado em projeto ou pelas empreiteiras em geral. Testado no campo, o sistema à base de laser duplo é versátil e ideal para o nivelamento fino de áreas com superfície plana, com planos de inclinação simples ou duplos, tais como obras industriais, comerciais e residenciais. Quando a área de construção envolve contornos, em vez de um ou dois planos de inclinação, o sistema baseado em tecnologia GPS é a melhor solução para o controle dos equipamentos de terraplenagem. O AccuGrade 3D utiliza a tecnologia GPS para comparar a posição da lâmina com um plano tridimensional computadorizado, sinalizando para o operador ou para o sistema hidráulico o momento certo de subir ou descer a lâmina, de forma a se atingir as exigências do projeto. Soluções de tecnologia GPS transmitem um mapa da área (projeto) para a cabine do equipamento, pos-

sibilitando melhoria na operação. Os dados digitais transmitidos para a cabine orientam o operador sobre as características do projeto e, ao acionarem automaticamente os controles da lâmina, ajudam-no a chegar mais rapidamente às cotas de projeto. O resultado é a maior precisão e produtividade no serviço, com redução no custo operacional e maior rentabilidade. Projetos 3D complexos, tais como campos de golfe e estradas com superelevação, podem ser criados pelos engenheiros em seus escritórios e transferidos para o sistema de controle dos equipamentos por meio de um cartão de memória. O Controle e Orientação da Máquina (MC&G) amplia drasticamente sua produtividade e certamente vai se tornar padrão na indústria de equipamentos para construção. A tecnologia desenvolvida pela Caterpillar consiste de uma ARO (AccuGrade Ready Option), projetada para cada tipo de máquina e instalada em fábrica. Ela inclui chicotes, componentes eletrônicos, módulos de força e suportes de montagem, constituindo um sistema integrado e dimensionado

para possibilitar desempenho máximo na interface entre a máquina e os kits eletrônicos. Os clientes que optarem por adquirir máquinas com sistema ARO, que incorpora um investimento adicional ao equipamento, poderão adicionar futuramente a base de laser, GPS e outras tecnologias de transmissão de dados, quando necessárias. As construtoras dizem que está ficando cada vez mais difícil encontrar operadores especializados. Com o suporte do AccuGrade, um profissional semi-especializado pode se tornar um bom operador. Além disso, o sistema reduz o tempo e os custos de levantamento topográfico, aumentando a segurança nos canteiros de obras. (*) Augusto Azevedo é gerente de contas corporativas da Caterpillar


Grupos geradores

Energia

garantida no canteiro

Especialistas mostram como obter confiabilidade no abastecimento dos canteiros de obras com energia elétrica e alertam para os cuidados na escolha do melhor tipo de grupo gerador para cada aplicação

P

lanejar uma obra de infra-estrutura exige muito cuidado com relação ao abastecimento de energia elétrica do canteiro. No meio da floresta ou em regiões distantes dos grandes centros urbanos, por exemplo, a ausência de redes públicas torna indispensável o uso de grupos geradores para o atendimento dessa necessidade. Mas o emprego desses equipamentos pode se tor-

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nar necessário mesmo numa grande capital brasileira, seja por precaução contra eventuais quedas no fornecimento de energia, seja para reduzir os custos com esse insumo nos horários de pico ou pela impossibilidade da concessionária local abastecer o canteiro com toda a carga necessária para sua operação. O fato é que, independentemente da sua localização, um canteiro

de obras pode demandar mais carga elétrica do que uma instalação industrial de médio ou grande porte. Afinal, além da eletricidade necessária nos escritórios e alojamentos, esse insumo também é usado no acionamento de máquinas de grande porte, em geral estacionárias, como motores elétricos, guindastes de torre, usinas de britagem e centrais de concreto, entre outras. “O


primeiro passo na instalação de um canteiro é estudar a carga total da obra e montar um projeto”, afirma Gilmar Roberto Gonçalves, gerente de elétrica da Construtora Norberto Odebrecht. Ele explica que esse projeto deve ser submetido à distribuidora de energia da região, que vai analisar seu impacto na rede pública local e a possibilidade de atender total ou parcialmente a demanda elétrica do canteiro. Mesmo se a resposta da concessionária de serviços públicos for positiva, a prudência recomenda que a construtora planeje o uso de grupos geradores, seja para garantir a continuidade das operações nos momentos de queda de abastecimento, ou para reduzir custos com eletricidade nos horários de pico (entre 17h30 e 20h30), quando o preço do kWh fornecido pelas empresas de energia chega a dobrar.

Gonçalves ressalta que esse projeto exige o detalhamento da operação de todos os equipamentos movidos a eletricidade e dos pontos de energia necessários em alojamentos, escritórios, oficinas e demais instalações. “Em seguida, é preciso considerar que nem toda a demanda de carga acontecerá simultaneamente”. Ele cita que os alojamentos consomem mais energia no período noturno e que mesmo os equipamentos apresentam variações de demanda durante a operação. “Numa central de britagem, por exemplo, enquanto a etapa primária está sendo realizada, os demais estágios poderão permanecer parados, esperando que o material seja processado naquela fase inicial; dessa forma, se o consumo total da usina for de 500 mil kVA, sua demanda real a cada momento talvez não passe de metade desse valor.”

Foto: CNO

manutenção tecnologia

Instalação em paralelo: maior garantia no abastecimento

Regime de operação Feito esse estudo minucioso, o próximo passo do dimensionamento elétrico envolve a definição do regime de operação dos grupos geradores. Essa escolha é determinada pela


Grupos geradores

Grupos GeNEradores

Foto: Sotreq

Energía garantizada en la obra

Estudo de carga prevê a demanda em todos os pontos do canteiro, que nunca é simultânea

localização do canteiro, que pode dispor de redes públicas para seu abastecimento total ou parcial, ou ficar em regiões onde a autogeração de eletricidade é a única alternativa. Nesse último caso, os especialistas recomendam o uso de grupos geradores dos tipos contínuo ou prime power. “No Brasil, o mais utilizado nessas situações é o prime power, que trabalha continuamente durante 24 horas por dia e sete dias por semana, mas com limitação de carga”, diz Gustavo Sepulveda, gerente de mercado da Sotreq, distribuidora da Caterpillar. Segundo ele, esse tipo de equipamento é recomendado para operações que necessitam de fornecimento com carga variável, como no exemplo anterior da usina de britagem. “Por isso, ele trabalha com apenas 80% do seu fator de carga nominal”, complementa o especialista. Gonçalves, da Odebrecht, também prefere o uso de modelos prime power nas operações contínuas e variáveis. Ele salienta que os 20% de carga nominal restantes desses equipamentos ficam para situações de emergência, como picos de consumo

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não previstos. Entretanto, quando a demanda de carga do empreendimento é contínua e invariável, o uso desse tipo de equipamento não constitui a melhor alternativa. Nesses casos, o melhor é optar por grupos geradores do tipo contínuo power ou base de carga. “Esses equipamentos são programados para trabalhar todos os dias do ano com fator de 100% da sua carga nominal especificada”, diz Flávio Mello, gerente de vendas e marketing da área comercial da Cummins Power Generation, a divisão de geração de energia da Cummins. Segundo ele, a robustez é essencial nessa linha de grupos geradores, que são dotados dos motores da linha B da Cummins, desenhados para aplicações estacionárias e com gerenciamento eletrônico das funções de manutenção preventiva. “No Brasil, fabricamos motores de 4 a 14 litros, para atender grupos geradores de 50 kVA a 500 kVA de potência nominal”. A empresa também fornece motores para maiores demandas de geração de energia, como os de 78 litros, que equipam geradores de até 3 mil kVA, mas esses modelos são importados.

Planificar una obra de infraestructura exige mucho cuidado en lo que respecta al suministro de energía eléctrica. En medio de la selva o en regiones distantes de los grandes centros urbanos, por ejemplo, la falta de redes públicas de distribución hace indispensable el uso de grupos generadores para suplir la falta de abastecimiento. Pero puede que sea necesario usarlos también en una gran ciudad brasileña, sea para enfrentar eventuales cortes en el suministro de energía, sea para bajar los costos de ese insumo en los horarios de punta, o porque la concesionaria local no puede suministrar toda energía que la obra necesita. A menudo, una obra, independientemente de su ubicación, consume más energía eléctrica que una instalación industrial de mediana o gran envergadura. A fin de cuentas, la energía eléctrica es necesaria no sólo para las oficinas o los alojamientos de la obra, sino también para accionar grandes máquinas, en general estacionarias, como motores eléctricos, grúas torre y plantas de trituración o de elaboración de hormigón, entre otras. “Lo primero que se debe hacer cuando se va a empezar una obra es calcular la energía que consumirá y elaborar un proyecto”, afirma Gilmar Roberto Gonçalves, gerente del sector técnico eléctrico de la empresa Construtora Norberto Odebrecht. Y añade que hay presentarlo a la empresa distribuidora de energía de la región, que analizará su impacto en la red pública local y si puede atender total o parcialmente la demanda de energía eléctrica de la obra. Pero, aunque la respuesta de la concesionaria de servicios públicos sea positiva, la prudencia recomienda que la empresa constructora prevea el uso de grupos generadores, sea para garantizar la continuidad de los trabajos en los momentos en que hay cortes o interrupciones de abastecimiento, o para reducir los gastos de electricidad en los horarios de punta (entre 17:30 y 20:30 h), cuando el precio del kWh que suministran las empresas de energía llega a ser el doble.



Foto: CNO

Grupos geradores

Uso de grupos geradores reduz o custo de energia pela metade nos horários de pico

Energia em stand by Além desses modelos de equipamentos, o especialista cita ainda o grupo gerador stand by como uma solução para obras civis. Esse tipo é mais utilizado em canteiros localizados em centros urbanos, onde a operação pode contar com fornecimento por parte da concessionária de energia elétrica. “Eles são programados para trabalhar no máxi-

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mo 200 horas por ano, pois só são acionados esporadicamente, no caso de falta de eletricidade ou nos horários de pico, quando o custo do kWh consumido passa de cerca de R$ 0,30 para mais de R$ 0,60”, pondera Mello, da Cummins. Ele afirma que o funcionamento esporádico do modelo stand by não o exime de ser um equipamento robusFoto: Sotreq

Devido a suas características, os grupos geradores do tipo contínuo power são pouco usuais em construção civil, conforme explica Sepulveda, da Sotreq. “Esses equipamentos encontram maior aplicação em usinas de co-geração de energia ou de biogás, que necessitam de carga contínua e sem variação”, diz ele. “Nos canteiros de obras, a carga geralmente é variável e, por isso, outros tipos de grupos geradores são mais recomendáveis”, complementa.

Em projetos que demandam autogeração, sistema prime power é o mais indicado

to e confiável. “No Brasil, cerca de 80% dos grupos geradores vendidos são para operações em regime stand by e nossa linha incorpora soluções para o melhor desempenho desses equipamentos, como base de sustentação, controle de temperatura e gerenciamento remoto das funções de operação e manutenção”, afirma o executivo da Cummins. Gilmar Gonçalves, da Odebrecht, salienta que o uso de equipamentos que trabalham em regime contínuo (prime power) não é indicado para situações de emergência, pois implica maior custo operacional. Nesse caso, segundo ele, os modelos stand by atendem a demanda com um fator até 10% acima da carga nominal requerida. Isso resulta em maior desgaste do equipamento, o que é compensado pela economia obtida com sua menor utilização. “Por isso, eles não podem trabalhar durante muito tempo continuamente, mas considerando a baixa ocorrência de quedas de energia nos centros urbanos, dificilmente esses equipamentos irão operar mais de 200 horas por ano.” Cuidados na manutenção Se a operação dos grupos geradores tipo stand by se caracteriza por ser menos custosa, já que eles operam em menor quantidade de tempo e isso resulta em baixo consumo de combustível e menor desgaste dos componentes, sua manutenção deve ser cuidadosa. “Eles exigem uma atenção especial com relação às manutenções preventivas, inclusive com a adoção de programas de análise de óleo e de combustível”, alerta Gustavo Sepulveda, da Sotreq. Ele explica que os óleos lubrificantes e combustíveis perdem suas propriedades físico-químicas com o passar do tempo e, como os modelos stand by podem ficar um longo período sem entrar em operação, essa degradação acaba comprometendo o funcionamento dos grupos geradores quando estes tiverem que trabalhar. Uma forma de manter os equipamentos em bom estado de conser-


vação é ligá-los semanalmente para testes. “Sem um programa de manutenção preventiva, as chances de defeitos nos grupos geradores stand by aumentam significativamente”. Nos outros modelos de grupos geradores, como o prime power e contínuo power, as manutenções são planejadas e executadas durante paradas programadas, a cada 250 horas ou seis meses de operação, em média, conforme explicam os especialistas. “Como em qualquer outro equipamento acionado por motor diesel, os geradores requerem a troca regular dos filtros de ar, de óleo e de combustível, entre outros procedimentos preventivos”, diz Sepulveda. Equipamentos em paralelo Mesmo quando submetidos a um programa de manutenção eficaz, os equipamentos podem quebrar e exigir uma parada não programada. No caso dos grupos geradores, entretanto, esse tipo de ocorrência pode significar a queda no abastecimento de energia e a paralisação de toda a operação. Para evitar esse tipo de problema, os profissionais do setor recomendam a instalação dos equipamentos em paralelo. “Se o canteiro necessita de uma carga de 500 kVA, é melhor usar cinco grupos geradores de 100 kVA do que um só com toda a potência necessária, pois caso um deles falhe, ainda teremos quatro quintos da capacidade de fornecimento”, sintetiza Gonçalves, da Odebrecht. Para estabelecer uma arquitetu-

Foto: Cummins

manutenção tecnologia

Cuidados com manutenção variam de acordo com o tipo de gerador

ra de rede em paralelo, a primeira providência é a sincronização dos equipamentos, que devem operar na mesma faixa de freqüência – padronizada em 60 Hz no Brasil. Gonçalves explica que o princípio do paralelismo se baseia na criação de uma central de energia, por meio de um painel de distribuição no qual todos os equipamentos ficam ligados e sincronizados, para atendimento às necessidades de carga em cada ponto do canteiro. Como esses painéis são fornecidos pelos próprios fabricantes de grupo gerador, ele ressalta que a escolha de equipamentos da mesma marca contribui para a sua sincronização no momento da instalação. A Caterpillar, por exemplo, afirma que os seus grupos geradores estão configurados com regulador eletrônico de velocidade e, por esse motivo, são aptos a operar paralelamente. “O sincronismo exige atenção a três pontos: uma tensão equilibrada entre as fontes de geração de energia, ângulo de fase semelhante entre

todos os equipamentos e a freqüência programada igualmente para todos eles”, diz Sepulveda. A Cummins, por sua vez, conta com um sistema de sincronismo chamado Power Command Control que permite, segundo a empresa, o paralelismo entre os grupos geradores com maior rapidez, além de possibilitar o gerenciamento remoto da instalação elétrica por banda larga, satélite ou rede de telefonia celular, com interface por meio de um software de controle. “Com essa tecnologia, é possível visualizar o status das chaves de transferência de cada grupo gerador em paralelo e o nível de carga total do conjunto, além de receber e-mails com informações pré-estabelecidas sobre as condições de alarme do conjunto”, finaliza Flávio Mello.

Construtora Norberto Odebrecht: www.odebrecht.com Cummins Power Generation: www.cumminspower.com.br Sotreq: www.sotreq.com.br

gama


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Fotos: Marcelo Vigneron

MANUTENÇÃO

Reforma postergada

Reparos realizados no momento certo e a adoção de medidas preventivas evitam a parada antecipada de motores diesel

C

om as modernas práticas de gestão de equipamentos, a ocorrência de motores fundidos tornou-se uma exceção nas empresas que operam com veículos acionados a diesel. O avanço na qualidade dos lubrificantes e os recursos da eletrônica embarcada, que permitem a coleta de informações precisas sobre o funcionamento do motor, contribuíram para essa situação, mas as intervenções corretivas ainda podem ocorrer. A adoção de alguns procedimentos, no entanto, evita esse acontecimento e aumenta os prazos préestabelecidos para a reforma dos motores diesel. A ocorrência de trincas no cabeçote figura entre os principais vilões nessa área. Ela permite a passagem de água de arrefecimento para a câmara de combustão, provocando o calço hidráulico no pistão. Nesse caso, o reparo pode ser feito com a refundição da peça, que consiste no processo de elevar a temperatura do cabeçote até o ponto de fusão e aplicar sobre ele um material de mesma liga, recompondo essa parte do motor. De acordo com os especialistas, essa é a melhor prática, apesar de mais custosa. Outro procedimento seria a costura a frio, que não é recomendada. Muito comum em alguns países, como os Estados Unidos, a costura a frio consiste no uso de

um parafuso especial para unir duas chapas sobre o cabeçote. Ao ser apertado até o torque correto, o parafuso se rompe e adere aos dois lados da trinca. Mas como a temperatura da câmara de combustão é elevada, o cabeçote sofre dilatação e tal situação pode levar ao desprendimento dos parafusos da costura. Uma vez soltos, eles podem cair dentro do cabeçote e entrar em choque com o pistão. Esse tipo de reparo, portanto, pode conduzir a um problema ainda maior, exigindo o desmonte completo do motor. O superaquecimento constitui outro problema freqüente em motores que não são operados corretamente. Nem sempre, contudo, a gravidade desse tipo de problema irá exigir uma retífica. A avaliação dos componentes pode indicar que a extensão dos danos é pequena e se resume a juntas queimadas, que devem ser substituídas imediatamente. Em casos mais graves, pode ocorrer o engripamento do pistão, com conseqüências bem mais sérias. Nos motores mais antigos, a hélice é aparafusada à polia e roda na mesma rotação do motor. Nos equipamentos fora-de-estrada modernos, o sistema de arrefecimento conta com uma hélice multiviscosa que merece atenção especial: quando o motor atinge a temperatura ideal, ela gira numa

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Manutenção

Na dúvida, consulte o Conarem Consultar o Conselho Nacional de Retífica de Motores (Conarem) é um procedimento seguro para garantir um bom recondicionamento do motor. Um sistema nacional de credenciamento foi organizado pela instituição e cadastrou as empresas que atendem a norma NBR-13032. O credenciamento é voluntário e cada retífica credenciada passa por uma auditoria independente, que avalia passo-a-passo todas as etapas seguidas pela empresa na execução do serviço, desde o recebimento de um motor, sua limpeza química, análise e inspeção metrológica, até os serviços de usinagem, ajustes finos, montagem e ensaio final. Com essa avaliação, o Conarem constituiu uma rede de retíficas credenciadas que opera desde o ano 2000 atendendo clientes em todo o Brasil.

rotação de projeto e, quando o motor opera em baixas temperaturas, a rotação dessa hélice é reduzida. O uso de uma água de maior qualidade evita esse descompasso, que é difícil de ser detectado. O superaquecimento também pode ser provocado por deficiência de lubrificação, por vazamentos ou pela falta de estanqueidade do sistema de arrefecimento. Esse último tipo de problema pode ocorrer por detalhes como danos na tampa do radiador, que deixam escapar pressão de ar e água. Cada uma dessas causas provoca danos em locais diferentes do motor, o que facilita sua identificação.

O serviço de retífica (ao lado) deve ser acompanhado de uma rigorosa medição dos componentes (acima)

ta romper a resistência e o resultado é superaquecimento e até o engripamento dos pistões. Em situações como essa, a primeira providência deve ser a retirada do cabeçote para a verificação de seu estado. Se houver a queima das juntas,

Cuidados na operação Operar o equipamento com excesso de carga também pode resultar em problemas no motor. Os recursos de eletrônica embarcada, que englobam mecanismos como o controle de carga, ajudam a evitar ocorrências como o engripamento dos pistões. As máquinas mais antigas, no entanto, continuam susceptíveis aos problemas decorrentes de má operação. Um exemplo clássico é do trator usado em operações acima de sua capacidade em encostas de barranco. O operador força o equipamento contra a parede, o motor trabalha abaixo de sua rotação, o sistema de injeção ten-

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Dicas para elevar a vida útil dos motores • Troque o óleo e o filtro nos intervalos de tempo determinados pelos fabricantes; • Inspecione regularmente os componentes do sistema de arrefecimento; • Inspecione e troque o filtro de ar nos prazos determinados pelo fabricante; • Trabalhe dentro da faixa de potência especificada pelo fabricante; • Faça a revisão dos bicos injetores nos períodos determinados pelo fabricante.


manutenção tecnologia

Polimento pode substituir a usinagem

elas precisam ser trocadas. Os especialistas explicam que trincas e empenamentos precisam ser analisados de acordo com cada caso e não existe uma intervenção padrão. O conserto depende da extensão e gravidade das avarias. Se os danos não estiverem limitados ao cabeçote, será preciso desmontar todo o motor e analisar cada componente. O uso de óleos lubrificantes e de filtros de má qualidade também integra a lista de procedimentos que podem levar ao recondicionamento antecipado do motor. No caso dos lubrificantes, o usuário deve seguir

A análise dimensional acurada dos componentes do motor, como o virabrequim, por exemplo, pode indicar que eles ainda estão dentro do limite de tolerância determinado pelo fabricante. Com isso, ao invés do recondicionamento por meio de retífica, com a utilização de componentes sobre-medida, essas peças podem ser polidas com lixa abrasiva ou feltro, sempre dentro das especificações dimensionais divulgadas nos catálogos dos fabricantes. Nesse caso, as análises de conicidade e de ovalização, feitas após o polimento, são obrigatórias para peças em formato cilíndrico. O detalhamento inclui, por exemplo, a medição em vários pontos de componentes como a camisa do pistão. Há também peças cuja troca é sempre prevista, como buchas e anéis de segmento, que sofrem elevado desgaste. a especificação de viscosidade para cada motor, de acordo com o padrão SAE, assim como a classificação API, que indica a aditivação do óleo. Filtros obstruídos farão com que o óleo circule pelo motor através de by-pass, espalhando contaminantes em seu interior que poderão causar o entupimento de passagens de lubrificação. A lubrificação de equipamentos na frente de trabalho, com o uso

de comboios, requer um cuidado especial, principalmente em relação à qualificação dos profissionais envolvidos. O recomendável é que um técnico experiente participe da equipe, coordenando os demais e evitando falhas simples, porém recorrentes, como a contaminação do óleo nas correções de nível ou a instalação de filtro errado ou sem a devida vedação em sua carcaça protetora. Segundo os especialistas, cerca de 90% dos problemas relacionados à lubrificação acontecem devido a esse tipo de falha ou por empenamento da carcaça do filtro. Para se ter uma idéia, um filtro nesse estado pode comprometer o funcionamento do motor em poucas horas de uso. A inspeção de itens como radiador, polias, mangueiras, tampa de radiador e hélice também evita intervenções desnecessárias. Se o radiador estiver com água limpa e aditivada, por exemplo, evitam-se incrustações de ferrugem e de barro na parte interna do motor, responsáveis pelo surgimento de cavitação nas camisas. A manutenção correta da válvula da tampa de abastecimento assegura que a pressão adequada seja mantida. Além da inspeção desses periféricos, recomenda-se ainda a análise do estado de conservação das mangueiras e sua substituição quando necessário.

Recon Retífica de Motores: reconmotores@uol.com.br


TABELAS DE CUSTO

Custo horário de equipamentos COSTO POR HORA DE EQUIPOS Equipamento

Propriedade Manutenção

Mat. Rodante

Comb./ Lubr.

Total

Caminhão basculante articulado 6x6

R$ 64,46

R$ 47,42

R$ 11,19

R$ 30,66

R$ 153,72

Caminhão basculante fora de estrada 30 t

R$ 39,89

R$ 23,95

R$ 11,19

R$ 22,23

R$ 97,26

Caminhão basculante rodoviário 6x4 (26 a 30 t)

R$ 20,48

R$ 14,40

R$ 6,79

R$ 7,67

R$ 49,33

Caminhão basculante rodoviário 6x4 (36 a 40 t)

R$ 30,94

R$ 23,21

R$ 7,04

R$ 15,33

R$ 76,52

Caminhão comboio misto 4x2

R$ 17,44

R$ 11,92

R$ 3,24

R$ 5,21

R$ 37,82

Caminhão guindauto 4x2

R$ 18,67

R$ 12,80

R$ 3,24

R$ 5,21

R$ 39,92

Caminhão irrigadeira 6x4

R$ 21,56

R$ 13,60

R$ 6,79

R$ 3,99

R$ 45,94

Carregadeira de pneus (1,5 a 2,0 m³)

R$ 29,40

R$ 15,40

R$ 3,13

R$ 13,03

R$ 60,97

Carregadeira de pneus (2,5 a 3,5 m³)

R$ 44,20

R$ 22,73

R$ 10,49

R$ 18,40

R$ 95,82

Compactador de pneus para asfalto

R$ 40,00

R$ 12,98

R$ 3,72

R$ 15,33

R$ 72,03

Compactador vibratório liso / pé de carneiro (10 t)

R$ 41,60

R$ 13,35

R$ 0,55

R$ 23,00

R$ 78,49

Escavadeira hidráulica (20 a 22 t)

R$ 44,20

R$ 27,67

R$ 2,17

R$ 32,19

R$ 106,23

Escavadeira hidráulica (30 a 34 t)

R$ 81,25

R$ 50,07

R$ 4,01

R$ 45,99

R$ 181,32

Motoniveladora (140 a 180 hp)

R$ 49,98

R$ 29,40

R$ 3,74

R$ 26,06

R$ 109,18

Motoniveladora (190 a 210 hp)

R$ 49,00

R$ 29,00

R$ 3,49

R$ 30,66

R$ 112,15

Retroescavadeira

R$ 22,31

R$ 12,46

R$ 1,73

R$ 12,26

R$ 48,77

Trator agrícola

R$ 14,80

R$ 7,35

R$ 1,30

R$ 15,33

R$ 38,78

Trator de esteiras (100 a 120 hp)

R$ 57,09

R$ 29,55

R$ 2,87

R$ 19,93

R$ 109,44

Trator de esteiras (160 a 180 hp)

R$ 56,00

R$ 29,13

R$ 6,18

R$ 32,19

R$ 123,50

Trator de esteiras (300 a 350 hp)

R$ 138,13

R$ 71,07

R$ 19,60

R$ 56,72

R$ 285,52

Os valores acima, sugeridos como padrão pela Sobratema, correspondem à experiência prática de vários profissionais associados, mas não devem ser tomados como única possibilidade de combinação, uma vez que todos os fatores podem ser influenciados pela marca escolhida, local de utilização, condições do terreno ou jazida, ano de fabricação, necessidade do mercado e oportunidades de execução dos serviços. Valores referentes a preço FOB em São Paulo (SP). Maiores informações no site: www.sobratema.org.br.

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internacional

A indústria de equipamentos

se encontra em Zaragoza Ocupando uma área de 153.715 m2, mais de 2.000 expositores atraem cerca de 100.000 visitantes à feira SMOPYC 2008

C

erca de 100.000 profissionais da área de equipamentos compareceram à cidade de Zaragoza, na Espanha, para acompanhar o 14º Salão Internacional de Máquinas para Obras Públicas, Construção e Mineração (SMOPYC 2008), realizada no final de abril. Organizado pela ANMOPYC, a associação espanhola de fabricantes de equipamentos para construção e mineração, o evento ocupou 153.715 m2 de área de exposição, que abrigou 2.014 expositores dos cinco continentes, consolidando-se no calendário internacional de feiras do setor. Durante os cinco dias de evento, os visitantes de 44 países puderam acompanhar as inovações tecnológicas em equipamentos para movimentação de solos, compactação, concretagem, veículos de transporte, máquinas de perfuração, de elevação e componentes para a indústria de máquinas para construção. Praticamente todos os grandes fabricantes internacionais do setor marcaram presença na SMOPYC 2008, além da forte participação de tradicionais marcas espanholas, que se destacam nas áreas de equipamentos para concretagem, mini-dumpers, guindastes torre, andaimes e ferramentas, entre outras linhas. Dentro de seu programa de intercâmbio com associações internacionais de fabricantes de equipamentos e de apoio às feiras do setor, a Sobratema participou da SMOPYC 2008 com um estande de 12 m2. Na ocasião, a entidade divulgou a M&T Expo 2009 aos expositores e visitantes do evento, que se mostram interessados em participar da próxima edição da feira.

INTERNACIONAL La industria de maquinaria se da cita en Zaragoza Más de 100.000 profesionales del área de maquinaria concurrieron a la ciudad de Zaragoza, España, para visitar el 14º Salón Internacional de Maquinaria para Obras Públicas, Construcción y Minería (SMOPYC 2008), realizado en abril. Organizado por la ANMOPYC, Asociación Española de Fabricantes Exportadores de Maquinaria para Construcción, Obras Públicas y Minería, el evento ocupó una superficie total de 400.000 metros cuadrados y contó con la participación de 2.014 expositores de los cinco continentes, consolidándose en el calendario internacional de ferias del sector como una de las más importantes del mundo. Sobratema también participó en el evento promocionando la M&T Expo 2009 entre sus expositores y visitantes.



PERFIL

José Eduardo Lobato de Campos

A manutenção exige

respostas rápidas

Fotos: Abraman

Num cenário em que as empresas investem cada vez mais na produtividade e na expansão da produção, para atendimento à forte demanda dos mercados consumidores, a manutenção das instalações industriais adquire um papel estratégico para o desempenho corporativo. Mesmo assim, uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Manutenção (Abraman) contatou que a maioria dos profissionais do setor ocupa cargos de gerência em suas respectivas empresas (52%), quando há mais de 10 anos eles se situavam hierarquicamente em nível de diretoria e superintendência (85%).

Para José Eduardo Lobato de Campos, presidente da Abraman, essa mudança de perfil não representa uma perda de status para a atividade. “A manutenção exige respostas rápidas e os problemas são cada vez mais solucionados no campo”, diz ele. Às vésperas do 23º Congresso Brasileiro de Manutenção/ Expoman, que vai reunir em Santos (SP) os profissionais do setor ligados a vários segmentos industriais, em setembro próximo, Lobato concedeu esta entrevista à revista M&T.

empresas que figuram como referência internacional e outras que ainda estão exclusivamente na era das corretivas, que esperam algo quebrar para paralisar a produção e consertar. Em geral, os exportadores de commodities, assim como os que operam com grandes volumes de produção ou com produtos de alto valor agregado, fazem parte daquele primeiro grupo. Para eles, uma parada não programada significa um custo incalculável com contratos não atendidos, clientes insatisfeitos e penalizações.

M&T – Como está o setor de manutenção industrial no Brasil e quanto esse mercado movimenta em investimentos? Lobato – Numa economia competitiva, na qual as grandes empresas brasileiras se posicionam como players globais, a manutenção das fábricas adquire um papel estratégico para a sua eficiência. Com isso, os investimentos em manutenção industrial cresceram cerca de 83,5% desde 2001, com taxas de expansão na faixa de 16% a 25% a cada dois anos. Com isso, nosso mercado movimenta atualmente em torno de R$ 90,3 bilhões em aquisição de serviços, peças e pessoal, contra investimentos médios de R$ 49,2 bilhões no início da década.

M&T – Como as empresas podem evitar esse tipo de problema? Lobato – Investindo na gestão e inteligência desse processo, com o monitoramento dos equipamentos para programar as manutenções no momento imediatamente anterior ao que ele deverá entrar em colapso. É o que chamamos de manutenção preditiva. Por meio de análise termográfica, de vibração e outros procedimentos, podemos acompanhar o comportamento dos equipamentos e ver quando eles atingem um desvio acentuado. Além disso, os equipamentos contam com vários sistemas de alarme que permitem esse acompanhamento. Em média, as empresas brasileiras investem cerca de 4% do seu faturamento em manutenção.

M&T – Esses índices estão compatíveis com os praticados em países com indústrias altamente competitivas? Lobato – Obviamente, como em qualquer setor, temos

68 | Maio | 2008

M&T – Esse índice é suficiente? Lobato – Particularmente, eu defendo uma análise baseada nos investimentos sobre o valor do ativo industrial. Em termos mundiais, as empresas de primeira linha investem anualmente cerca de 2% sobre o valor de seus ativos em manutenção da planta. Em alguns casos, o índice pode ser um pouco maior, mas quando ele chega a 5%



PERFIL

"A relação custo x confiabilidade deve ser analisada pela ótica do risco que a empresa está disposta a correr e pelo valor que ela pode gastar." ou mais, significa que a instalação está tão defasada que sua operação tornase onerosa. No Brasil, temos empresas que praticam a manutenção com esse nível de eficiência internacional, com destaque aos setores de petróleo e petroquímica, papel e celulose, siderurgia e mineração, que evoluiu muito desde a privatização da Vale.

M&T – Quais são as principais tendências em manutenção industrial atualmente? Lobato – A principal delas é uma presença mais próxima da produção. As duas áreas precisam caminhar juntas e o intervalo de tempo entre a detecção de um problema e sua solução deve ser cada vez menor. Por esse motivo, a manutenção deve ser exercida no campo e as decisões saem cada vez mais da esfera gerencial para serem tomadas pelo funcionário de chão-de-fábrica. Também existem softwares que permitem conceber uma instalação analisando todo o seu ciclo de vida, o desgaste de seus equipamentos mediante os volumes de produção estimados, para estabelecer um índice de confiabilidade definido em projeto. M&T – Qual o percentual praticado atualmente por empresas de primeira linha em termos de manutenções preditivas, preventivas e corretivas? Lobato – Posso falar em termos de Petrobras, onde eu trabalho, cujas metas são de operar com 35% de ações preditivas, 55% de preventivas e 10% de corretivas. Devido à natureza da nossa atividade, que impõe elevado desgaste aos equipamentos de uma refinaria, é praticamente impossível eliminar as corretivas, mas elas são realizadas dentro de paradas programadas, juntamente com as preventivas. Nesse momento, aproveitamos para uma

70 | Maio | 2008

manutenção com modernização das instalações, o chamado revamp. Com as novas tecnologias de materiais, conseguimos dobrar o intervalo entre paradas nos últimos tempos, que saltou de dois a três anos para cerca de quatro anos.

M&T – Entre os diferentes índices de eficiência da manutenção, quais são os mais valorizados atualmente no setor? Lobato – As questões ligadas à segurança e ao meio-ambiente adquiriram um peso preponderante. Mas temos os indicadores tradicionais, como freqüência de falhas, tempo médio entre falhas, disponibilidade do equipamento e outros. O custo continua sendo um item importante, mas não o mais relevante. Sua análise deve ser levada em conta diante da confiabi-

lidade esperada. Obviamente, obter uma instalação com 100% de confiabilidade é algo quase impossível, ou requer um custo para sua implementação que torna o projeto inviável economicamente. Portanto, a relação custo x confiabilidade deve ser analisada pela ótica do risco que a empresa está disposta a correr pelo valor que ela pode gastar.

El mantenimiento exige respuestas rápidas En el contexto actual, en que las empresas invierten cada vez más en la productividad y la expansión de la producción, para responder a la fuerte demanda de los mercados consumidores, el mantenimiento de las instalaciones industriales juega un papel estratégico para el desempeño corporativo. Aun así, una encuesta realizada por la Asociación Brasileña de Mantenimiento (Abraman) apunta que la mayoría de los profesionales del sector ocupa cargos de gerencia en sus respectivas empresas (52%), cuando hace más de diez años ocupaba puestos de niveles jerárquicos superiores (85%). Para José Eduardo Lobato Campos, presidente de Abraman, el nuevo nivel jerárquico no significa que la actividad ha perdido status. “El mantenimiento exige respuestas rápidas y los problemas

se solucionan cada vez más en el campo”, subraya. M&T – ¿Cómo está el sector de mantenimiento industrial en el Brasil y a cuánto ascienden las inversiones de ese mercado? Lobato – En una economía competitiva, en la que grandes empresas brasileñas se han establecido como actores internacionales, el mantenimiento de las fábricas juega un papel estratégico para mejorar su eficiencia. Por eso, las inversiones en mantenimiento industrial han aumentado aproximadamente el 83,5% desde el 2001. Actualmente, nuestro mercado mueve unos 90.300 millones de reales en concepto de gastos con servicios, componentes, repuestos y personal, frente a una inversión promedio de 49.200 millones de reales a principios de la década.


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Caçamba britadora reduz custos no canteiro Indicadas para serviços de demolição, fragmentação de rochas e de entulhos gerados em construção civil, de remediação de solos e reciclagem de materiais, as caçambas britadoras da empresa italiana Meccanica Breganzese (MB) são projetadas para operar como implemento de escavadeiras hidráulicas. Dessa forma, elas possibilitam o reaproveitamento do material fragmentado na própria obra, reduzindo custos com seu transporte para bota-fora e com o consumo de novos materiais para os aterros. As caçambas são produzidas em quatro modelos, para acoplamento em escavadeiras de 8 t, 14 t, 20 t e 28 t de peso operacional. O maior modelo da linha, o BF 120.4, pesa 4,9 t e opera com um volume de 1 m³ de carga, gerando um material final na faixa granulométrica entre 20 mm e 120 mm. O diâmetro do material fragmentado é definido pela regulagem na saída da caçamba britadora e determina sua produção. No caso da caçamba BF 120.4, por

exemplo, o volume de produção varia de 25 m³/h, quando o material é triturado em diâmetros de 20 mm, a 50 m³/h, para fragmentações na faixa de 120 mm. Segundo a empresa, o equipamento vem sendo usado por clientes na Itália em substituição ao uso de britadores, até mesmo para operações com rocha, como pedreiras, por exemplo. Ele pode ser equipado com sistema eletromagnético, para a separação de pedaços de ferro e, devido a sua robustez, atinge uma elevada vida útil. Como a caçamba britadora opera acoplada a uma escavadeira, o ganho de produtividade também ocorre devido à otimização do ciclo operacional. Afinal, com esse equipamento, o operador pode recolher diretamente a pilha de materiais demolidos e realizar sua fragmentação sobre a caçamba do caminhão, já procedendo ao seu carregamento, ou sobre a peneira, para classificação e reaproveitamento do material. . www.mbcrusher.com

Komatsu lança maior caminhão de sua linha Imagine um caminhão fora-de-estrada com 7,37 m de altura por 9,6 m de largura e 15,6 m de comprimento. Esse colosso, cujos pneus têm quase 4 m de diâmetro, existe e foi apresentado pela Komatsu como o maior modelo em sua linha de caminhões rígidos off-roads. Equipado com motor elétrico de 3.500 hp de potência (a 1.900 rpm), o modelo 960E-1 foi desenvolvido como uma resposta à demanda do setor de mineração por veículos com maior capacidade de transporte. O caminhão tem um peso bruto nominal de 576 toneladas métricas e atinge uma capacidade de carga de 327 toneladas métricas, o que representa um aumento de 12% sobre seu antecessor, o modelo 930E-4, que transporta até 292 toneladas métricas. Desenvolvido pela Komatsu America, o veículo atinge uma velocidade máxima de 64,4 km/h e apresenta um raio de giro de 16 m. Segundo a fabricante, antes de seu lançamento o caminhão 960E-1 foi submetido a mais de 250.000 horas de testes em minas da América do Norte, Chile e Austrália, que atestaram seu desempenho e elevada robustez. O veículo é equipa-

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do com o sistema VHMS (Vehicle Health Monitoring System), que permite o monitoramento remoto das suas funções vitais (pressão, temperatura, rotação etc.) e possibilita melhoria na manutenção. Ele será produzido na fábrica da Komatsu de Illinois, nos Estados Unidos, para fornecimento a todas as mineradoras do mundo. . www.komatsu.com


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Especializada no desenvolvimento de componentes eletrônicos (placas e módulos), a Control Soluções Eletrônicas atua no recondicionamento dos sistemas de eletrônica embarcada em equipamentos de construção, mineração e agricultura. Ela desenvolve projetos de circuitos digitais e analógicos, placas para substituição em sistemas danificados e também oferece adaptações a projetos eletrônicos de equipamentos importados. Segundo a empresa, suas instalações estão preparadas para a remanufatura de itens como painéis de instrumentos, seletoras de marchas, EGS, painéis indicadores, controladoras eletrônicas e relés, aplicados em escavadeiras hidráulicas, empilhadeiras, tratores agrícolas, carretas de perfuração e motoniveladoras, entre outras linhas de equipamentos. Com isso, ela garante aos clientes uma economia de até 70% em relação às peças importadas. A empresa acumula experiência nessa área em equipamentos das marcas Case, Caterpillar, Fiatallis, Hyster, New Holland, Tamrock, Valtra e Volvo. . Control: (51) 3365-0070

Cunha hidráulica para demolições controladas As cunhas hidráulicas da série QL, comercializadas pela Pró Eletro, são indicadas para serviços de demolições e desmontes controlados, de forma a evitar vibrações, ondas de choque, ruído, poeira e demais transtornos provocados por equipamentos de percussão. Segundo a distribuidora, constitui uma alternativa de baixo custo e segura para a quebra de rochas ou estruturas de concreto, pois evita o uso de explosivos. Isto também se reverte em maior produtividade, evitando as paradas para remoção de equipamentos nas detonações. A linha é composta por diversos modelos, de diferentes capacidades. O QL-44, por exemplo, realiza furos de

44 mm a 50 mm de diâmetro, em profundidades de até 650 mm. Além do sistema hidráulico de acionamento, ele conta com a cunha propriamente, que atua diretamente na execução do furo/quebra. Dotado de um cilindro de 700 mm de comprimento e 29 kg, o modelo QL-44 atinge uma força teórica de impulsão de 600 ton e uma força de impulsão efetiva de 410 ton. . www.perfproeletro.com.br

Carregadeiras da LiuGong desembarcam no Brasil A linha de equipamentos para construção da chinesa LiuGong já está disponível no mercado brasileiro por meio da distribuidora Soma, localizada em São Paulo. As primeiras máquinas importadas para atendimento aos clientes do País são as pás-carregadeiras, segmento no qual a empresa foi pioneira na China, que depois serão seguidas pelas escavadeiras hidráulicas, motoniveladoras e rolos compactadores. Sua família de carregadeiras de rodas conta com 17 modelos de 5.000 kg a 28.500 kg de peso operacional, para operações com caçambas de 0,78 m³ a 4,5 m³ de capacidade, respectivamente. Na linha de escavadeiras hidráulicas, a empresa produz oito modelos de 19,8 t a 23,8 t de peso operacional. A LiuGong também fabrica rolos compactadores de pneus, rolos vibratórios tipo tandem e de um cilindro, em modelos de até 12.000 kg de peso. Seus compactadores estáticos cobrem a faixa de 21.300 a 24.000 kg de peso. As projeções da empresa são de importar para o Brasil toda a sua linha de produtos, a partir de 2009, que inclui retroescavadeiras, minicarregadeiras, tratores de esteiras e vibro-acabadoras, entre outras famílias de equipamentos. . www.somatratores.com.br

Perfuratriz compacta para longas travessias Projetada para ser um equipamento compacto, a perfuratriz direcional horizontal (HDD) Navigator D36x50 Série II, da Vermeer, realiza travessias não-destrutivas em diâmetros médios e longas distâncias. Com um torque de 6.779 Nm

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e uma força de puxamento de 16.300 kg (pullback), ela possibilita a instalação de dutos para a construção de redes de telecomunicações, gás, energia, água e esgoto, sem a abertura de valas. . www.vermeerbrasil.com.br


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