Revista M&T - Manutenção & Tecnologia Nº
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Agosto
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www.sobratema.org.br
AGRICULTURA DE PRECISÃO TECNOLOGIA A SERVIÇO DA PRODUTIVIDADE
EQUIPAMENTOS DE CONCRETAGEM DE OLHO NA DEMANDA DAS CONCRETEIRAS nº 116 - Agosto - 2008
MÁQUINAS PARA HORMIGÓN CON LOS OJOS PUESTOS EN LAS EMPRESAS HORMIGONERAS
EDITORIAL
Aprendendo com a experiência alheia O intercâmbio de experiências entre profissionais do mesmo setor é muito salutar, mesmo quando atuam em diferentes segmentos industriais, pois proporciona uma nova visão sobre problemas muitas vezes comuns. Diretores e associados da Sobratema constataram essa verdade ao participar de uma mesa redonda sobre equipamentos para construção no 23º Congresso Brasileiro de Manutenção, realizado em setembro pela Abraman (Associação Brasileira de Manutenção), que reúne profissionais da área de gestão de ativos industriais. Em que pesem as diferenças entre os mundos da indústria e da construção – um voltado à manutenção de instalações fixas e outro à de equipamentos móveis – muitas experiências adotadas em chão de fábrica podem ser aproveitadas em canteiros de obras e vice-versa. Essa reflexão ganha um sentido especial nesta edição de M&T que, além de registrar a participação da Sobratema no evento, traz uma reportagem sobre agricultura de precisão e as ferramentas que estão aumentando a produtividade e lucratividade dos produtores agrícolas. Com o uso de mapas de produtividade, de monitoramento das máquinas via GPS (sistema de posicionamento global) e de instrumentos para aplicação de insumos a taxa variável, esses produtores já não vislumbram suas propriedades agrícolas como uma área única. Elas se subdividem em vários talhões, cada um com suas características de solo, topografia e iluminação, que recebem diferentes taxas de corretivos, fertilizantes e sementes, para a máxima produtividade em todos eles. Assim como na comparação com o mundo da manutenção industrial, a experiência dos produtores agrícolas pode contribuir com o avanço na gestão de equipamentos para construção, especialmente em projetos com grandes volumes de terraplenagem. Além desses assuntos, esta edição de M&T traz reportagens sobre a evolução dos sistemas hidráulicos em máquinas de movimentação de solos e sobre as tendências em equipamentos para concretagem, entre outras matérias.
Revista M&T - Manutençã o & Tecnologia
EXPEDIENTE
SUMÁRIO
Nº
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Ago sto
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www .sob rate ma.o rg.b r
TECNOL OGIA A
Capa: fotomontagem com fotografias de colheitadeira da Massey Ferguson e de trator da New Holland.
Comitê Executivo Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta Vice-Presidente: Eurimilson João Daniel Vice-Presidente: Ivan Montenegro de Menezes Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos Vice-Presidente: Jonny Altstadt Vice-Presidente: Mário Sussumo Hamaoka Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe Vice-Presidente: Paulo Oscar Auler Neto Vice-Presidente: Silvimar Fernandes Reis
Diretoria Técnica André G. Freire (Terex) - Augusto Paes de Azevedo (Caterpillar) - Benito Francisco Bottino (Odebrecht) - Carlos Arasanz (Eurobrás - ALEC) Cláudio Afonso Schmidt (Odebrecht) - Dionísio Covolo Jr (Metso) - Edson R. Del Moro (Yamana Mineração) - Eduardo M. Oliveira (Santiago & Cintra) - João Miguel Capussi (Scania) - Felipe Sica Soares Cavalieri (Brasil Máquinas de Construção - Hyundai) - Franz Treu (Atlas Copco) - Gilberto Leal Costa (Odebrecht) - Gino Raniero Cucchiari (New Holland) - João Lázaro (CCCC) - Ledio Augusto Vidotti (GTM Máquinas e Equipamentos) - Luis Afonso Pasquotto (Cummins) - Luiz Carlos Furtado (CR Almeida) - Luiz Gustavo Pereira (Tracbel - Volvo) - Marcos Bardella (Brasif - Case) - Mario Humberto Marques (AG) - Nathanael P. Ribeiro Jr (Multieixo - Randon) - Paulo Lancerotti (Sotreq - Caterpillar) - Permínio A. Maia de Amorim Neto (Getefer) - Ramon Nunes Vazquez (Mills) - Ricardo Pagliarini Zurita (Liebherr) - Rissaldo Laurenti Júnior (Carraro S.A.) - Roberto Mazzutti (Auxter - JCB) - Sérgio Barreto da Silva (Geral Damulakis Engenharia SA - GDK) - Valdemar Shinhiti Suguri (Komatsu) - Yoshio Kawakami (Volvo)
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Diretoria Executiva e Endereço para correspondência: Av. Francisco Matarazzo, 404 cj. 401 – Água Branca São Paulo (SP) – CEP 05001-000 Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192
nº 116 - Agosto
Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção
Revista M&T - Conselho Editorial Comitê Executivo: Cláudio Schmidt (presidente), Paulo Oscar Auler Neto, Silvimar F. Reis, Permínio A. M. de Amorim Neto e Norwil Veloso. Membros: Adriana Paesman, Agnaldo Lopes, Benito F. Bottino, César A. C. Schmidt, Eduardo M. Oliveira, Gino R. Cucchiari, Lédio Augusto Vidotti, Leonilson Rossi, Luiz C. de A. Furtado, Mário H. Marques e Pedro Luiz Giavina Bianchi. Diretor Executivo: Hugo José Ribas Branco Editor: Haroldo Aguiar Repórter: Rodrigo Conceição Santos Revisão Técnica: Norwil Veloso Traduções: Maria Del Carmen Galindez Publicidade: Sylvio Vazzoler, Roberto Prado e Giovana Marques Di Petta Produção Gráfica: DSGE A Revista M&T - Manutenção & Tecnologia é uma publicação dedicada à tecnologia, gerenciamento, manutenção e custos de equipamentos. As opiniões e comentários de seus colaboradores não refletem, necessariamente, as posições da diretoria da SOBRATEMA. Tiragem: 12.000 exemplares. Circulação: Brasil e América Latina. Periodicidade: mensal. Impressão: Parma Auditado por:
Filiado à:
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SERVIÇO DA
PRODUT IVIDADE
EQUIPAM ENTOS DE
DE OLHO
NA DEMA CONCRE NDA DAS TAGEM CONC RETEIRAS MÁQU INAS PARA HORM OJOS IGÓN PUEST
CON LOS
OS EN
LAS EMPRE SAS HORMI GONER AS
SISTEMA HIDRÁULICO A eletrônica substitui as mangueiras Sistema hidráulico Electrónicos reemplazan a las mangueras
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PERFURAÇÃO E EXPLOSÃO Como planejar um desmonte de rocha eficiente PERFORACIÓN Y VOLADURA Cómo planificar un arranque eficiente
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AGRICULTURA DE PRECISÃO Tecnologia a serviço da produtividade
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GEOTECNOLOGIA Ferramentas que ampliam a produtividade no campo Geotecnología Herramientas que incrementan la productividad del campo
EQUIPAMENTOS DE CONCRETAGEM De olho na demanda das concreteiras MÁQUINAS PARA HORMIGÓN Con los ojos puestos en las empresas hormigoneras
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MINERAÇÃO
COMPACTADORES Concorrente de peso no mercado de máquinas rodoviárias COMPACTADORES Competidor de peso en el mercado de máquinas viales
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LANÇAMENTO Haulotte reforça atuação no Brasil Lanzamiento Haulotte intensifica sus actividades en el Brasil
EVENTO
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Inovações para um setor em expansão MINERÍA Innovaciones para un sector en expansión
Diretor Regional Petrônio de Freitas Fenelon (MG) VPS Engenharia e Estudos Wilson de A. Meister (PR) Ivaí Engenharia de Obras S/A Jose Luis P. Vicentini (BA) Terrabrás Terraplanagem do Brasil S/A Laércio de F. Aguiar (PR) Construtora Queiroz Galvão S/A Antonio Almeida Pinto (CE) Construtora Queiroz Galvão S/A
AGRIC DE PRULTURA ECISÃ O
Indústrias e construtoras trocam experiências sobre manutenção EVENTO Fabricantes y constructoras comparten experiencias sobre mantenimiento
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PERFIL ANDRÉ FREIRE Arrumando a casa PERFIL Reorganización de la empresa
68 SEÇÕESSECCIONES NotasNotas...............................................................................................................06 Em FocoPrimer Plano................................................................................................58 ManutençãoMantenimiento.....................................................................................61 Tabela de CustosTabla de Costos............................................................................64 Espaço AbertoEspacio Abierto.................................................................................72
Qualidade e Confiabilidade
Com a evolução chegou-se à perfeição A mais alta tecnologia Komatsu e de toda a indústria foi combinada para criar e produzir as novas PC200-8 e PC200LC-8. Escavadeiras hidráulicas mais robustas, mais produtivas, mais eficientes e eficazes, com maior conforto e segurança para o operador. Com a qualidade e a confiabilidade que só a Komatsu tem!
Potência Bruta PC200-8 PC200LC-8
Peso
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155 155
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Komatsu Brasil International - KBI - Fone: 0800 10 0080 - Consulte nossos distribuidores e visite nosso site: www.komatsu.com.br
NOTAS
Scania fecha venda histórica para a Odebrecht Com a venda de 260 caminhões P420 para a Construtora Norberto Odebrecht, totalizando um negócio de R$ 125 milhões, a Scania anunciou o fechamento da maior transação em sua história no Brasil. Os veículos chegarão aos canteiros de obras da construtora ao longo de 2008, dentro de um sistema de planejamento de entrega, abrangendo 249 unidades com tração 8x4 e onze unidades do tipo 6x4. Os caminhões 8x4 serão distribuídos entre os grandes projetos de infraestrutura em execução pela Odebrecht, como a hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira (RO), e um lote do Rodo-
Nova fábrica da JCB já fornece para o Brasil
anel Mário Covas, em São Paulo, entre outros. Obras em implantação para a Companhia Vale do Rio Doce, como na Ferrovia Carajás e o projeto Onça Puma, também receberão lotes de veículos. As unidades do modelo 6x4, por sua vez, destinam-se a trabalhos em regiões cujo solo apresenta baixa capacidade de suporte e impõe a necessidade de transporte de cargas menores. Segundo Roberto Leoncini, diretor de vendas de veículos da Scania, todos os caminhões serão equipados com o sistema Íris de monitoramento da operação, adotado pela construtora como padrão no gerenciamento de sua frota. Com esse software, a Odebrecht acompanha em tempo real o desempenho de cada veículo – incluindo dados operacionais e sinais vitais dos equipamentos – monitorando sua produtividade e a eficiência da operação em todos os canteiros de obras no Brasil e exterior. Dos caminhões vendidos, 100 unidades serão equipadas com embreagem automatizada, fornecida como item opcional. Além desse componente, que proporciona economia de combustível e maior conforto ao motorista, com comprovados ganhos de produtividade, os caminhões 8x4 são fornecidos com freio auxiliar hidráulico (retarder) como item de série. O sistema amplia a capacidade de frenagem nas declividades e aumenta a segurança da operação, proporcionando ganhos no consumo de combustível e na manutenção do motor, freios e transmissão.
Após a inauguração da sua fábrica de Uttoxeter, na Inglaterra, a JCB concluiu a primeira etapa de transferência da produção para a nova unidade industrial, que ocupa uma área de 41.800 m2. Com essa instalação, que se inclui em seu programa de investimentos de 40 milhões de libras, a fabricante se prepara para ampliar a capacidade de produção de escavadeiras hidráulicas em 60% nos próximos anos. A JCB produz uma ampla linha de equipamentos para construção, entre páscarregadeiras, retroescavadeiras, minicarregadeiras, manipuladores telescópicos e escavadeiras hidráulicas, entre outras. Nessa última família de máquinas, que será o foco da nova unidade industrial, a empresa fabrica modelos sobre rodas e sobre esteiras, na faixa de 7 t a 46 t de peso operacional. Três deles são comercializados no Brasil – a JS 160, JS 200 e JS 330, que têm respectivamente 17 t, 20 t e 32 t de peso – e se incluem entre os modelos que começaram a ser produzidos em Uttoxeter.
Terex oferece kit para adaptar plataformas à NR-18 Primeira fabricante a oferecer plataformas aéreas de trabalho adequadas às mudanças na Norma Regulamentadora nº 18 (NR-18), que regula a segurança do trabalho em canteiros de obras e manutenção de instalações, a Terex Latin América está oferecendo aos clientes kits para adaptação nos equipamentos da linha Genie adquiridos antes da alteração na legislação. Entre os itens obrigatórios estão o alarme sonoro
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durante a subida e descida da plataforma, assim como o uso de dispositivo diferencial residual (DDR) e de um plano de manutenção preventiva em português. Em vigor desde julho de 2007, as mudanças na NR-18 estabelecem parâmetros para a segurança dos funcionários nos trabalhos em alturas, vetando o uso de equipamentos não projetados para essa finalidade. Ela torna obrigatório o uso de cinto de seguran-
ça, o treinamento do operador – incluindo aspectos de segurança e de inspeção do equipamento – e proíbe a elevação de cargas acima da capacidade especificada pelo fabricante do equipamento. No caso das plataformas adquiridas antes dessas mudanças, a adequação é de responsabilidade do proprietário, sob pena de o equipamento ter seu uso proibido por fiscais de segurança do trabalho.
NOTAS
Recorde em içamento de cargas Em agosto, a Petrobras concluiu a instalação da terceira e última torre da Unidade de Propeno da Refinaria de Paulínia (Replan), no interior de São Paulo, com um recorde para a engenharia brasileira. Com 937 t de peso e altura de 106 m, o equivalente a um prédio de 30 andares, trata-se da maior torre de processo da América Latina, cuja instalação representou o maior içamento de cargas já realizado no continente. A operação mobilizou um guindaste MSG80, da empresa Mammoet, com lança de 177 m de altura e capacidade para 2.600 t de carga nessa configuração. Considerado o maior guindaste do mundo, esse modelo conta com apenas duas unidades em operação no planeta, das quais uma foi utilizada no resgate do submarino nuclear russo Kurst, que afundou em 2001 com ogivas nucleares.
Por questões de segurança às atividades da refinaria, a torre foi montada horizontalmente, no chão, e verticalizada numa única operação, que mobilizou 50 profissionais da Petrobras e das empresas contratadas. O içamento foi coordenado por engenheiros da estatal e precedido por simulação feita em estação gráfica 3D (três dimensões) pela empresa UTC Engenharia, responsável pela operação. As outras duas torres da Unidade de Propeno da Replan têm 50,85 m e 52,90 m e, juntas, as três estruturas terão capacidade para a produção de 300.000 t/ano de polipropileno. Elas entram em operação em 2009, dentro do projeto da Petrobras de ampliar a oferta de matérias-primas para as indústrias petroquímicas.
Pressão de custos afeta fabricantes de equipamentos
Usina para asfalto frio com materiais reciclados
A indústria de bens de capital começa a sentir os efeitos da pressão de custo das matérias-primas, combustíveis e mãode-obra que, em conjunto, acumularam um aumento médio de 84,32% nos últimos seis anos (de 2003 a julho de 2008). O número faz parte de um estudo realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que no mesmo período registrou um aumento médio de 50,82% nos preços dos equipamentos pesados. Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, ressalta que esse cenário compromete a rentabilidade dos fabricantes e, somado à atual política cambial, contribui com o aumento das importações e a desindustrialização do País. “Entre janeiro e julho deste ano, os bens de capital tiveram um reajuste de 2,27%, índice inferior ao do aço e ferro, que foi de 26,57%, da mão-deobra, que subiu 6%, e dos combustíveis e derivados, com alta de 13,74%”, diz ele. No mesmo período, as importações de máquinas e equipamentos aumentaram 49,3% em relação ao registrado entre janeiro e julho de 2007, totalizando US$ 12,1 bilhões. Esse comportamento também se reflete na indústria de equipamentos para construção, que registra forte avanço dos produtos importados, especialmente da Ásia. Os fabricantes que destinam parte da produção às exportações já sentem os reflexos da relação cambial e da pressão de custos na competitividade no mercado externo. Para enfrentar esse cenário, eles procuram melhorar a produtividade e, em alguns casos, revêem o planejamento para atender exclusivamente o mercado interno.
A mexicana Concretos Reciclados S.A., especializada em obras de pavimentação com misturas mornas e frias, adquiriu uma usina de asfalto da Ciber Equipamentos Rodoviários, do Rio Grande do Sul, com o objetivo de ampliar a oferta de serviços com o aproveitamento de materiais reciclados. Com o equipamento, ela pretende incorporar à mistura asfáltica os materiais removidos durante a fresagem da capa, uma prática já realizada pela empresa com economia de combustível, menor custo operacional e ganhos ambientais. O engenheiro Arturo Valdez, da Concretos Reciclados, explica que os asfaltos mornos e frios são elaborados com aditivos especiais, que permitem sua aplicação em temperaturas mais baixas que as praticadas com as misturas a quente convencionais. “Isto viabiliza seu armazenamento e uso até seis meses após a produção, sem comprometimento à qualidade final do pavimento”, diz ele. A tecnologia, segundo o especialista, possibilita o fornecimento a locais distantes sem a mobilização da usina, o que resulta em ganhos de tempo e de custos. Por sua forma de atuação, a Concretos Reciclados foi agraciada numa premiação promovida pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Semarnat) e pela confederação patronal mexicana (Copermex). Vale ressaltar que o uso de materiais reciclados em obras de pavimentação é pouco usual, tanto no México como no Brasil e demais países da América Latina.
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Foto: Caterpillar
SISTEMA HIDRÁULICO
A ELETRÔNICA SUBSTITUI
AS MANGUEIRAS
Com o uso de dispositivos eletrônicos e o melhor controle da vazão de óleo, os circuitos hidráulicos dos equipamentos pesados evoluíram para consumir menos potência do motor e torná-lo mais econômico A maior rapidez nas respostas aos comandos do operador e a geração de uma força adequada à demanda de cada movimento da máquina, o que resulta em menor consumo de potência e economia de combustível, são algumas características que se consolidaram nas últimas gerações de equipamentos para construção. Para isto, seus circuitos hidráulicos passaram a incorporar dispositivos eletrônicos para o acionamento de válvulas, bombas e demais componentes do sistema, eliminando o uso de mangueiras e possíveis problemas de manutenção decorrentes de vazamentos. Essa união da hidráulica com a eletrônica resultou em equipamentos com movimentos mais rápidos e precisos – seja no giro de uma esca-
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vadeira, na elevação de uma caçamba ou no acionamento de uma lança – e permitiu criar modos de trabalho distintos para uma mesma máquina. Dessa forma, o operador pode selecionar diferentes parâmetros de desempenho, por meio de um painel instalado na cabine, priorizando a maior potência hidráulica ou o menor consumo de combustível. Mais que uma tendência, tais características já se firmaram como uma realidade nos novos equipamentos forade-estrada. A New Holland, por exemplo, aposta nos sistemas hidráulicos que operam sob demanda, aplicados nas suas escavadeiras da série B. A tecnologia consiste em gerar uma vazão de óleo adequada à necessidade de cada modo de trabalho,
que é determinado pelo operador no painel de comando. O sistema emprega duas bombas hidráulicas de fluxo variável com regulagem eletrônica de vazão, que retornam para a vazão zero quando os controles estão posicionados em ponto neutro. No caso da escavadeira E485B, de 52 t de peso operacional, o ajuste de vazão e pressão do sistema opera com um sensor de controle de rotação do motor, conforme explica João Luis Oliveira, gerente de marketing da New Holland. Segundo ele, essa configuração proporciona máximo aproveitamento da potência hidráulica instalada com baixo consumo de combustível e elevada pressão de trabalho: 34,3 MPa a uma vazão máxima de 30 l/min.
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Fotos: New Holland
Controle de vazão Nessa linha de escavadeiras, a empresa redesenhou a válvula de controle do sistema hidráulico, dispondo um segundo carretel dedicado à operação do braço. Dessa forma, o movimento do braço para fora é realizado pelo fluxo das duas bombas, enquanto sua movimentação para dentro utiliza essa dupla vazão associada à recirculação do óleo não utilizado (sistema Conflux), fazendo com que esse fluído seja desviado da ilha de retorno para o tanque hidráulico. “Quando unimos essa configuração de sistema hidráulico com um motor diesel comandado eletronicamente e capaz de gerenciar a necessidade de rotação de acordo com a demanda da operação, obtemos maior potência para o equipamento com baixo consumo de combustível”, pondera Oliveira. Ele explica que a tecnologia exige uma comunicação entre o circuito hidráulico e o motor, por meio de sensores instalados nos dois subconjuntos da máquina. A Sauer Danfoss, empresa especializada em soluções para hidráulica móbil, trabalha com aplicações eletrônicas que vão além da economia quando o assunto é a otimização dos sistemas hidráulicos de equipamentos pesados. Exemplo disso é seu controlador eletrônico Plus+1, cujo foco também está voltado à segurança na operação dos equipamentos. “No caso dos guindastes, por exemplo, o sistema é programado de acor-
do com a capacidade de içamento da máquina, interligando matematicamente um sensor na lança e outro no circuito hidráulico para que o primeiro acione a parada desse sistema no caso de se exceder a altura ou a capacidade de carga especificadas pelo fabricante do equipamento”, explica Mauro da Fonseca Cufner, supervisor de operações da empresa. Essa tecnologia também é conhecida como load sensing (sensível à carga) e está presente em diversos equipamentos de escavação e carregamento de diferentes marcas, para o controle de vazão e atendimento à demanda de potência hidráulica de cada aplicação. A Liebherr, por exemplo, utiliza o sistema em suas linhas de pás-carregadeiras e escavadeiras de menor porte. “Essa tecnologia exige um fluxo alto de óleo e, por isso, só a utilizamos nos equipamentos menores”, diz Sérgio Kioshi Sassaki, engenheiro de vendas e aplicação de produtos da fabricante. Registro de ocorrências Nos equipamentos de maior porte, Sassaki explica que o controle fica a cargo do sistema Litronic, uma combinação de diversas soluções que incluem um circuito de alta potência hidráulica, sensores de monitoramento, sistemas de compensação de fluxo e de pressão, entre outras. O uso de sensores em bombas e motores hidráulicos também se destina à detecção de partículas em níveis que possam comprometer o circuito. New Holland combina o gerenciamento eletrônico do circuito hidráulico e do motor diesel
SISTEMA HIDRÁULICO Electrónicos reemplazan a las mangueras Respuestas más rápidas a los mandos del operador y generación de la fuerza adecuada a la demanda de cada movimiento de la máquina, que reducen el consumo de potencia y ahorran combustible, son algunas de las características que se consolidaron en las nuevas generaciones de máquinas para la construcción. Los circuitos hidráulicos incorporaron dispositivos electrónicos que accionan válvulas, bombas y otros componentes del sistema, eliminando el uso de mangueras y los potenciales problemas de mantenimiento causados por pérdidas. Esta unión de la hidráulica con la electrónica produjo máquinas con movimientos más rápidos y precisos — tanto en el giro de una excavadora y la elevación de un cucharón como en el accionamiento de una pluma — y permitió la configuración de distintos modos de trabajo en una misma máquina. De modo que el operador puede seleccionar diferentes parámetros de desempeño en la consola instalada en de la cabina, dando prioridad a la potencia hidráulica o al ahorro de combustible. Más que una tendencia, estas características se han consolidado como una realidad en los nuevos equipos de obra. La empresa New Holland, por ejemplo, apuesta por los sistemas hidráulicos que operan en función de la demanda, instalados en sus excavadoras de la serie B. La tecnología consiste en generar un flujo de aceite adecuado a la necesidad de cada modo de trabajo determinado por el operador en la consola de mandos. El sistema usa dos bombas hidráulicas de caudal variable regulado electrónicamente, de forma que el flujo vuelve a cero cuando los mandos están en punto muerto. “Cuando combinamos esta configuración de sistema hidráulico con un motor diesel de mando electrónico capaz de administrar las revoluciones necesarias de acuerdo con la demanda de la operación, obtenemos más potencia con menos consumo de combustible”, afirma João Luis Oliveira, gerente de marketing de New Holland.
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Foto: Volvo
SISTEMA HIDRÁULICO
“Qualquer irregularidade acusada pelos sensores dispara alarmes sonoros e visuais no painel da máquina para alertar o operador.” Depois do alarme, a ocorrência fica armazenada na máquina, com registro do tempo e acesso restrito ao gestor da frota, por meio de uma chave eletrônica. Sassaki diz que o sistema tem dois níveis de memória: o primeiro fica disponível para o usuário e o segundo somente para os supervisores da Liebherr. “Dessa forma, dispomos de um histórico eletrônico sobre toda a vida do equipamento, o que nos subsidia em futuras manutenções.” Além de registrar todas as ocorrências no sistema hidráulico, os sensores são responsáveis pelos acionamentos de válvulas, bombas e demais componentes, eliminando o uso de mangueiras. “O comando eletrônico é muito mais rápido do que o por via hidráulica, sem con-
tar que ele elimina as manutenções provocadas por vazamentos”, pondera Sassaki. Dessa forma, ele vislumbra uma tendência para o uso desse tipo de controle, como já acontece nas escavadeiras de grande porte da Liebherr.
Sistema de centro fechado Atualmente, os fabricantes especificam o uso de sistema hidráulico de centro fechado como uma solução para o menor custo de operação dos equipamentos. Os sistemas de centro aberto operam com bomba hidráulica para o recalque do fluído a partir de um reservatório, que passa por um grupo de válvulas de controle até chegar a um atuador, geralmente um cilindro hidráulico. Marcos Antônio Carlutto, gerente de serviços e treinamento da Komatsu, explica que, quando o equipamento está parado, a alavanca do circuito aberto fica em ponto neutro e o óleo existente na Diagrama do Sistema Litronic, da Liebherr bomba escoa para o grupo de válvulas, retornando para o tanque de armazenamento. “Esse movimento consome energia adicional do motor diesel”, diz ele. Já nos sistemas de centro fechado, Carlutto ressalta que a válvula de controle fica
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fechada quando o equipamento está parado e, por esse motivo, o óleo não retorna da bomba quando a alavanca está em ponto neutro. “Como a bomba pára e o fluxo é interrompido, há uma economia no consumo de energia do motor, o que resulta em menor consumo de combustível.” Segundo ele, essa tecnologia é utilizada em equipamentos mais complexos e geralmente conta com o sistema load sensing. Carlutto explica ainda que a potência da bomba hidráulica é o produto da pressão pela vazão, dividido por um fator de correção. “O que precisamos lembrar é que, durante o bombeamento, ela está consumindo energia do motor, de modo que, quanto maior for a vazão de fluído, maior será a quantidade de energia exigida do motor diesel.” Desse modo, ele pondera que bombas de pistão axial de deslocamento variável permitem melhor controle da vazão para a oferta de elevada força hidráulica. “Atualmente, esse controle é feito eletronicamente, pois sempre buscamos o melhor ponto de rendimento da vazão, de forma a eliminar desperdício independentemente da vontade do operador.” Ele afirma que o uso dessas tecnologias permitiu dotar os equipamentos da Komatsu de módulos de trabalho que as fazem atingir sempre o seu máximo rendimento nas mais diversas condições de operação. A escavadeira PC 200, por exemplo, da classe de 20 t de peso, conta com dispositivos de controle eletrônico para o motor diesel e para o sistema hidráulico, que opera com uma vazão máxima de duas vezes 219 l/ min. “Como os dois sistemas de controle se comunicam, essa integração permite a busca do melhor ponto na operação do motor e do circuito hidráulico”, conclui Carlutto.
Komatsu: www.komatsu.com.br Liebherr: www.liebherr.com.br New Holland: www.newholland.com.br Sauer Danfoss: www.sauer-danfoss.com
Foto: Rodrigo Conceição
PERFURAÇÃO E EXPLOSÃO
COMO PLANEJAR UM DESMONTE DE ROCHA EFICIENTE Do cálculo da razão de carga à correta seleção do martelo que equipa a carreta de perfuração, o planejamento deve se pautar na segurança e nos ganhos de custo e produtividade em toda a operação Reportagem: Rodrigo Conceição Santos
O desmonte de rochas por sistema de perfuração e explosão requer muito planejamento e rigor técnico nos dimensionamentos, pois a eficiência na fragmentação do material se traduz em menor custo operacional e maior produtividade na britagem. Tais cuidados envolvem várias etapas de cálculo, que começam com a medição da dureza do maciço rochoso e terminam com o preenchimento dos furos com as quantidades corre-
tas de explosivos. Nesse intervalo, a operação das carretas de perfuração constitui uma etapa fundamental para o bom andamento dos serviços, já que irregularidades e desvios nos furos podem comprometer a produtividade e a segurança do serviço. Leonardo Motta Silva, engenheiro de minas da Pedreira Embu, explica que o primeiro passo consiste em determinar a razão de carga, para se especificar a geometria da detona-
PERFORACIÓN Y VOLADURA Cómo planificar un arranque eficiente Las labores de arranque por perforación y voladura requieren una cuidadosa planificación y gran rigor técnico en el dimensionamiento, puesto que la eficacia en la fragmentación del mineral y el desmonte tiene como resultado la disminución del costo de operación y el aumento de la productividad en la trituración. Estos cuidados implican va-
PERFURAÇÃO E EXPLOSÃO Foto: Sandvik
rias etapas de cálculos, que comienzan con la medición de la dureza del macizo rocoso y terminan con la carga de los taladros con la cantidad correcta de explosivo. En el medio, la operación de las perforadoras autopropulsadas constituye una etapa fundamental para el éxito de las labores, puesto que taladros irregulares o con desviaciones pueden afectar negativamente la productividad y la seguridad del servicio.
Novos modelos atingem maior velocidade de deslocamento, para a execução de furos em malhas estagiadas
ção, o denominado “plano de fogo”. “Toda porção de rocha a ser desmontada tem um volume que precisa ser medido para se determinar a quantidade ideal de explosivos”, diz ele. Essa relação varia em função do tipo de rocha, da altura da bancada, da ocorrência de fraturas no maciço e de outras variáveis. No caso da unidade da Embu localizada no bairro de Perus, em São Paulo, Silva explica que a razão de carga é de 1 kg de explosivo para cada metro cúbico de rocha a ser desmontado, já que ela produz brita a partir de um granito de elevada dureza. Além dessa unidade, a empresa opera pedreiras nos muni-
cípios de Mogi das Cruzes e Embu, ambos na Região Metropolitana de São Paulo, todas localizadas em áreas densamente habitadas. Por esse motivo, o dimensionamento da malha de furos é realizado cuidadosamente, para evitar o lançamento de rochas a grande distância durante as explosões e preservar a segurança das populações vizinhas. Malha de furos “Para se chegar à razão de carga, é preciso distribuir a energia do explosivo por todo o volume a ser desmontado e isso se faz com o dimensionamento dos furos com diâmetro e espaçamento corretos”,
Variáveis para o cálculo da malha De acordo com os especialistas ouvidos pela M&T, não há uma fórmula única para dimensionamento do plano de fogo. Para a fabricante de explosivos Orica, entretanto, ele deve se pautar na busca de maior produtividade e redução de custos em todas as etapas da operação. “Isso inclui os equipamentos de perfuração e suas variáveis operacionais, como o diâmetro do furo, a altura da bancada e inclinação de suas faces, assim como a análise do explosivo utilizado, do tamanho e abertura do britador primário, das escavadeiras usadas na
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separação das rochas para desmonte secundário e, principalmente, da geologia do maciço rochoso”, diz Rodrigo Hayashida, diretor da Orica. Segundo ele, a partir desses dados a empresa tem condições de projetar a malha de furos com vistas à maior eficiência no desmonte, produzindo um material cuja granulometria demande baixo índice de desmonte secundário. Além disso, Hayashida destaca que a qualidade da detonação também se reflete em maior produtividade nas etapas seguintes de carregamento, transporte e britagem.
Leonardo Motta Silva, ingeniero de minas de la gravera Pedreira Embu, explica que el primer paso consiste es determinar el factor de carga para especificar el diseño de la detonación, lo que se denomina “plan de voladura”. “Cada trozo de roca a arrancar tiene un volumen que es necesario medir para poder determinar la cantidad ideal de taladros y explosivo.” Este factor varía en función del tipo de roca, la altura del banco, la existencia de fracturas en el macizo y de otros parámetros. “Para alcanzar el factor de carga, es necesario distribuir la energía del explosivo por todo el volumen a arrancar, lo que se logra dimensionando los taladros con el diámetro y espaciamiento correctos”, explica Silva. Antes de la perforación, es necesario también definir la distribución geométrica a adoptar. “La malla cuadrada, con taladros en fila, optimiza el servicio y facilita la operación de las perforadoras autopropulsadas más antiguas, debido a que pueden perforar un taladro, hacer marcha atrás para perforar otro y así sucesivamente, sin necesidad de maniobras más complicadas”, dice Silva. Este tipo de malla de perforación, sin embargo, disminuye la eficiencia de la voladura, según las explicaciones del especialista. “La malla escalonada, con taladros alternados en diagonal, distribuye mejor la fuerza de la explosión y disminuye la necesidad de arranque secundario, lo que disminuye los costos de operación e incrementa la eficiencia de todo el proceso.” Para responder a las necesidades de las empresas que ejecutan mallas de perforación escalonadas, los fabricantes de perforadoras autopropulsadas han desarrollado equipos que hacen los taladros con pocas maniobras.
PERFURAÇÃO E EXPLOSÃO
explica o especialista. Antes da perfuração, ainda é preciso escolher a distribuição geométrica a ser adotada. “A malha quadrada, com furos enfileirados, otimiza o trabalho e facilita a operação das carretas de perfuração mais antigas, uma vez que elas podem realizar um furo, andar em marcha à ré para executar outro e assim por diante, sem a necessidade de manobras mais elaboradas”, diz Silva. Esse tipo de malha de fogo, porém, resulta em menor eficiência na explosão, conforme explica o especialista. “A malha estagiada, com furos alternados na diagonal, distribui melhor a força da explosão e diminui a necessidade de desmonte secundário, o que representa menores custos operacionais e maior eficiência em todo o processo.” Na Embu, aliás,
o desmonte secundário é realizado apenas com rompedores hidráulicos, eliminando o uso de fogacho (perfuração e explosão secundários). Para atender a necessidade de empresas que praticam malha de fogo estagiada, os fabricantes de carretas de perfuração desenvolveram equipamentos capazes de realizar os furos com menos manobras. A Sandvik, por exemplo, disponibiliza duas séries de máquinas para perfurações de 3" e 5", cuja haste realiza inclinação de até 90º durante a operação. “Elas possuem acionamento hidráulico e cabine fechada, atendendo às normas internacionais mais exigentes em termos de ruído”, diz Victor Becattini, gerente de mineração de superfície da fabricante. Segundo ele, no interior da cabine o operador não fica exposto a ruídos acima de 82 dB.
Tipos de martelos As carretas produzidas pela Sandvik são equipadas com coletores de pó e sistemas de injeção de água, como itens opcionais, sendo que este último pode ser usado para diminuir a incidência de poeira ou para selar as paredes de rochas fraturadas. “Além disso, elas podem ser dotadas de martelos de topo, de fundo ou rotativos”, salienta Becattini. Ele explica que a empresa auxilia os clientes no tipo de sistema a ser adotado, já que cada um deles se destina a diferentes aplicações. “É preciso fazer uma avaliação caso a caso, apesar de nos basearmos numa regra geral que pressupõe que o martelo rotativo é o mais indicado para rochas menos duras e com diâmetros acima de 6,5", enquanto o martelo de fundo se destina a materiais mais
Modelo potente para grandes mineradoras
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onde o controle de custos é rigoroso”, salienta Uzeda. O desempenho do equipamento de perfuração impacta todas as etapas posteriores da operação e até mesmo a qualidade granulométrica do minério produzido. “Se o material for mais pulverizado, por exemplo, o espaçamento entre os furos deve ser menor e isso influência na operação da carreta de perfuração.” As máquinas da linha Pit Viper, segundo Uzeda, são até 20% mais ágeis que as demais do mesmo porte nos deslocamentos entre furos, atingindo uma velocidade máxima de 1,77 km/h. “Isso nos possibilitou ganhar todas as concorrências para perfuratrizes acima de 8" este ano.” O equipamento pode ser dotado de coletores de pó como item opcional, apesar de esse componente não ser recomendado para uso em minas de ferro e de cobre, devido à natureza dos finos gerados na perfuração. “Nesses casos, o coletor de pó deixa de ser eficiente, pois a sua dimensão é muito grande, de forma que as cortinas não conseguem bloquear a poeira
gerada.” Apesar dessa restrição, Uzeda salienta que a geração de poeira não prejudica o operador, que trabalha no interior de uma cabine fechada e com ar-condicionado, conduzindo o equipamento por meio de um joystick e um computador com tela LCD. Foto: Atlas Copco
Diferentemente dos equipamentos usados em pedreiras e obras de infraestrutura, as carretas de perfuração mobilizadas em mineradoras de grande porte são mais robustas e realizam furos de diâmetros maiores. Para atender esse mercado, a Atlas Copco oferece a linha Pit Viper, cujo maior modelo atinge 56,7 t de potência e realiza furos de até 16", a uma profundidade máxima de 41 m. “Temos sete unidades dessas máquinas vendidas no Brasil, das quais cinco em minas de cobre da Companhia Vale do Rio Doce, incluindo a de Sossego, no Pará”, diz Raul Uzeda, gerente de negócios da fabricante. Segundo ele, esses equipamentos podem ser adquiridos com motor elétrico ou a diesel, apesar de todas as unidades comercializadas no País serem dessa última versão. Eles chegam a custar até US$ 4 milhões e, como não são produtos de prateleira, têm um prazo médio de entrega de 18 meses. “Trata-se de uma carreta voltada para operações especiais em mineradoras com grandes volumes de produção,
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Carreta pneumática: para perfurações em áreas de risco
duros, condição na qual consegue realizar furos de grande diâmetro com menos desvios.” Nas pedreiras e demais operações que utilizam furos de menor diâmetro – até 5" – o ideal é optar por carretas equipadas com martelo de topo, conforme explica Leonardo Silva, da Embu. “Corremos menos risco de desvios por realizarmos furos de no máximo 3,5" e com profundidade sempre inferior a 20 m." A empresa adota quatro famílias de diâmetros para os furos, mas todas se situam entre 3" e 3,5". Ela trabalha com o conceito de desmonte não agressivo, de modo que o afastamento entre a face da bancada e a primeira linha de furos é sempre medido com sobra, a título de segurança, para se evitar o lançamento de rochas a grande distância nas detonações. “A distância entre as fileiras de furos seguintes são sempre
80% menores que entre a primeira linha e a face da bancada, pois esse risco diminui devido ao abafamento causado pelo volume de rocha que está na frente.” Pneumática cabinada Para executar os furos de acordo com sua filosofia de desmonte não agressivo, a Embu utiliza carretas de perfuração hidráulicas e pneumáticas. “A diferença é que as hidráulicas são três vezes mais produtivas que as pneumáticas”, diz Silva. Por outro lado, ele salienta que essas últimas chegam a custar quatro vezes menos e acabam sendo destinadas pela empresa para trabalhos mais agressivos, que envolvem a subida de barrancos ou operações em bancada com desnível acentuado na face, onde os riscos de acidente e de danos à máquina são maiores. De acordo com os especialistas,
esse tipo de carreta é conhecido por não ser equipado com cabine fechada, expondo o operador a ruídos e poeira. Mas a Wolf Metalúrgica está rompendo com esse estereótipo ao lançar a MW-5000C, uma versão da tradicional MW-5000, porém cabinada. “Investimos nesse desenvolvimento para atender a demanda nacional, pois a maioria dos equipamentos usados em pedreiras ainda é pneumática”, diz Tiago Wolf, diretor comercial da empresa. Segundo ele, das cerca de 3.000 carretas de perfuração em operação no Brasil, em torno de 60% são pneumáticas. A máquina é equipada com martelo de 5.700 kg, que pode ser de topo, para furos de até 4", ou de fundo, que realiza furos de até 5,5" (veja mais detalhes na página 52). “Ela vem com coletor de pó e seu custo não é muito superior ao dos equipamentos pneumáticos tradicionais, sem cabine”, complementa Tiago. Segundo ele, a MW-5000C já foi comercializada para algumas mineradoras, inclusive empresas pertencentes à Companhia Vale do Rio Doce, que a partir de 2009 não permitirá mais a operação de carretas de perfuração sem cabine fechada em suas unidades.
Atlas Copco: www.atlascopco.com.br Orica: www.oricaminingservices.com Pedreira Embu: www.embusa.com.br Sandvik: www.sandvik.com.br Wolf Metalúrgica: www.wolf.com.br
Foto: AGCO
AGRICULTURA DE PRECISÃO
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MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
TECNOLOGIA A SERVIÇO DA
PRODUTIVIDADE Com o uso de máquinas monitoradas via GPS, equipadas com direcionamento por barra de luzes, piloto automático e com dispositivos para aplicação de insumos a taxas variáveis, a lavoura já não é tratada como uma área única. Tudo para a redução de custos e máxima produtividade em cada talhão da propriedade Uma revolução silenciosa está acontecendo no campo, voltada à melhoria da produtividade e da lucratividade dos produtores agrícolas. Com a mecanização da agricultura, a produção atingiu níveis jamais imaginados nos tempos do arado e da colheita manual, mas os profissionais e empresários do setor começaram a se deparar com um problema antes irrelevante: a propriedade rural passou a ser tratada como uma área única, que apresenta um rendimento médio e exige a aplicação de corretivos, fertilizantes e sementes a taxas médias em toda a sua extensão. A agricultura de precisão surge para corrigir essa distorção, empregando recursos de tecnologia da informação (TI) para analisar a propriedade rural em talhões menores, cada um com suas características próprias. “Não existe terreno homogêneo em termos de atributos do solo, pois nos deparamos com áreas com maior ou menor fertilidade, que exigem diferentes taxas de corretivos, de fertilizantes e de sementes”, explica Gregory Riordan, especialista em agricultura de precisão da fabricante de equipamentos AGCO, que detém as marcas Massey Ferguson e Valtra, entre outras. As alterações topográficas também se incluem entre os itens responsáveis por essa variabilidade, assim como as mudanças na taxa de lumi-
nosidade entre uma porção e outra do terreno. Pelos cálculos de Riordan, a soma desses componentes pode resultar numa variação de até 50% na produtividade entre diferentes talhões. Para analisar tal variabilidade, os equipamentos agrícolas incorporaram sensores de rendimento, que medem o volume colhido, a umidade e a existência de pragas e ervas daninhas na produção final, entre outros dados. Com o monitoramento das máquinas por sistema de posicionamento global (GPS), as informações levantadas podem ser atribuídas corretamente a cada talhão ao qual pertencem, permitindo a elaboração de um “mapa de produtividade”. “Com base nesse mapa, os produtores agrícolas têm uma fotografia da produtividade em cada área e podem tomar as medidas necessárias para melhorar a próxima safra”, afirma Eduardo César Nunes, gerente de marketing da fabricante de equipamentos New Holland. Dispositivos de precisão Nesse ponto entra outro aspecto da agricultura de precisão, com o uso de máquinas equipadas com barra de luzes, para o seu melhor direcionamento, e com dispositivos que realizam a aplicação de insumos a taxas variáveis. Segundo Riordan, da AGCO, o uso de barra de luzes em lugar dos tradicionais marcado-
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Fotos: Santiago & Cintra
AGRICULTURA DE PRECISÃO
Dispositivos aplicam os insumos nas quantidades necessárias em cada ponto da lavoura
res de espuma já se consolida como uma forte tendência nas lavouras de grãos e de cana-de-açúcar, possibilitando uma precisão inferior a 5 cm no direcionamento das máquinas durante a preparação do solo, a aplicação de insumos e a colheita. Em conjunto com o uso de piloto automático e de monitoramento por GPS, o usuário obtém ganhos em duas frentes: o correto paralelismo nas etapas iniciais de plantio, que resulta em maior aproveitamento do terreno para a produção, e o não pisoteamento das linhas plantadas durante a colheita, evitando perdas de produção. “Os usuários já perceberam esse benefício quando constatamos que o mercado consome uma média de 4 a 5 mil unidades de barras de luzes”, diz o especialista. O uso de dispositivos para aplicação de insumos a taxas variáveis
também vem crescendo no mesmo ritmo, impulsionado pelo bom momento vivido pela agricultura brasileira. “Como os produtores estão capitalizados, eles podem investir nessa tecnologia voltada à redução de custos com insumos e combustíveis, itens que registraram forte elevação de preços nos últimos tempos”, avalia Riordan. Ele explica que tais dispositivos são comandados por controles eletrônicos, que acionam a abertura e fechamento de válvulas para a aplicação de calcário, fertilizantes ou sementes, de acordo com as especificações ditadas pelo mapa de produtividade, instalado no computador de bordo da máquina. O sistema funciona de forma simples. No caso de uma plantadeira, por exemplo, que aplica simultaneamente o adubo e as sementes, ele age sobre a velocidade de operação de um motor
Comandados por piloto automático, equipamentos preparam o solo com perfeito paralelismo
Fotos: Santiago & Cintra
AGRICULTURA DE PRECISÃO
Como se processa a coleta de dados no talhão • O grão é colhido e, a caminho da graneleira, passa por sensor de umidade, no elevador de grãos; • Com o deslocamento da colheitadeira, sensores nas rodas calculam a área percorrida e, no elevador de grãos, indicam o volume colhido; • Na transferência dos grãos para o graneleiro, um sensor de fluxo
hidráulico que aciona um eixo, sob o qual se encontra um prato metálico para espalhar os insumos. “Controlando a velocidade do motor, o dispositivo altera a taxa de aplicação.” Apesar da simplicidade no funcionamento, tal dispositivo contribui com reduções médias de 15% nos custos de produção agrícola. Custo da tecnologia Apesar dos ganhos proporcionados pela agricultura de precisão e da sua rápida popularização no campo, essas tecnologias ainda são usadas no País em menor escala que na Argentina, a título de comparação com outro grande produtor agrícola. “Enquanto no Brasil esses sistemas saem como item de série apenas nas nossas colheitadeiras de maior porte, com ca-
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calcula o volume total colhido; • Antenas GPS fazem a comunicação com satélites e permitem identificar o desempenho de produção associado a qualquer coordenada; • Um monitor na cabine mostra, em tempo real, o volume colhido, sua taxa de umidade e o mapa de fertilidade do solo naquele ponto.
pacidade acima de 40 ou 50 t/h, na Argentina eles estão presentes em mais de 60% das máquinas comercializadas”, afirma Riordan. Tal situação se deve a questões culturais, mas o custo da tecnologia também contribui. Segundo especialistas, um sistema de barra de luzes pode custar entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, enquanto o preço de um piloto automático para máquinas agrícolas varia de R$ 50 mil a R$ 100 mil, dependendo do nível de precisão. A esses custos se soma a montagem de uma estrutura de TI para registro e acompanhamento dos dados, assim como a contratação de profissionais especializados nessa área, algo escasso no Brasil. Nesse cenário, os engenheiros agrônomos já incorporaram os conhecimentos em TI como algo
Sistemas evitam o pisoteamento e perdas de produção
indispensável ao exercício da sua profissão. Para Eduardo Nunes, da New Holland, outro problema a se analisar é a integração dos sistemas, já que não basta instalar tais dispositivos e sair operando o equipamento. “A situação torna-se mais grave no caso dos modelos antigos, que não foram projetados para receber esses recursos e sequer são dotados de computador de bordo”, ele afirma. Nas novas linhas de máquinas agrícolas, entretanto, Nunes ressalta que a adoção da tecnologia dispensa adaptações, pois seu chicote contempla cabeamento para a transmissão dos dados e basta instalar a antena para operar por monitoramento via GPS. “A instalação desses sistemas requer cuidados, pois se não houver interface entre eles, a máquina pode parar e comprometer toda a produção.” A solução passa pela adoção de protocolos de comunicação comuns entre os diferentes fabricantes, iniciativa que vem sendo implementada com a edição da norma brasileira ISOBUS. Nunes ressalta ainda a ausência de um suporte maior dos fabricantes aos usuários, além da escassez de mão-de-obra especializada nessas tecnologias de ponta. “O cliente quer soluções de um fornecedor único e esse papel deve ser desempenhado pelo fabricante do equipamento”, ele pondera. Isto porque, na sua opinião, a popularização de novas tecnologias só ocorre quando estas são oferecidas como item original do equipamento.
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Ganhos com paralelismo Como exemplo, o executivo cita a nova geração de colheitadeiras de grãos CR 9060, da New Holland, que incorpora sistemas de monitoramento via GPS, sensores de rendimento e outros recursos. O problema é que essas tecnologias são fornecidas como itens de série da máquina apenas na Argentina, enquanto no Brasil elas estão disponíveis como opcional. Enquanto os fabricantes se debruçam sobre a interoperabilidade dos diferentes sistemas aplicados – algo somente possível com a conclusão de todos os capítulos da norma ISOBUS – os usuários avançam na adoção da tecnologia por meios próprios. Após constatar ganhos com os sistemas de direcionamento por barra de luzes, eles partem para o uso intensivo de máquinas com dispositivos para aplicação de insumos a taxas variáveis e coman-
dadas por piloto automático. Na linha de frente das inovações estão as grandes agroindústrias voltadas ao mercado de exportação, como produtores de grãos e usinas sucroalcooleiras. Segundo dados da Santiago & Cintra, que comercializa no Brasil os sistemas adotados em agricultura de precisão – do monitoramento via GPS às barras de luzes e ao piloto automático – o uso dessa última tecnologia resulta em ganhos consideráveis no preparo do solo, mantendo o correto paralelismo na aplicação dos
insumos durante o plantio. Isto se traduz em maior aproveitamento do terreno para a produção, sem contar que o sistema permite a operação da máquina no período noturno – já que a função do operador se resume a supervisionar o trabalho e a reposicionar o equipamentos para novas passadas – e evita o pisoteamento da lavoura durante a colheita.
AGCO: www.agco.com.br New Holland: www.newholland.com.br Santiago & Cintra: www.santiagoecintra.com.br
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GEOTECNOLOGIA
FERRAMENTAS QUE AMPLIAM A
PRODUTIVIDADE NO CAMPO Por Franco Brazílio Ramos (*)
Em poucas palavras, podemos definir geotecnologia como a aplicação do posicionamento de precisão às ciências da terra. Nos meios produtivos, a aplicação dessa ciência se refere ao uso de informações, associada a referenciais geográficos, com o objetivo de melhoria de resultados. É com esse objetivo principal que o mercado agrícola brasileiro investe cada vez mais nas técnicas de topografia, de geoprocessamento e sensoriamento remoto para aumento da produtividade no campo. Os grandes produtores agrícolas perceberam que não podem depender daquela máxima de que “nesta terra, em se plantando tudo dá”. Atualmente, a agricultura brasileira atinge níveis de produtividade invejados mundo afora, pois os principais atores do mercado aprenderam a associar a vocação agrícola do País – devida a sua vasta área para plantio, solo fértil e clima
ameno – com a ciência da terra ou geociência. Áreas de cultivo planejadas, mapeadas e georreferenciadas, onde máquinas de grande porte operam com sistemas de posicionamento global (GPS), pilotos automáticos e sistemas de guia por barra de luzes, já são uma realidade. Essas máquinas agrícolas são aplicadas no preparo do solo, pulverização, plantio, colheita e, com o uso de controladores de dosagem, atingem maior eficiência na aplicação de fertilizantes e de calcário. Tudo isto sem contar as colheitadeiras equipadas com monitores de produtividade. Eficiência em todas as etapas Tais dispositivos reduzem o desperdício de insumos nas fases iniciais e intermediárias do cultivo, aumentam a produtividade das culturas e diminuem as perdas nas fases finais da produção agrícola. A aplicação
GEOTECNOLOGÍA Herramientas que incrementan la productividad del campo En pocas palabras, podemos definir geotecnología como la aplicación del posicionamiento de precisión a las ciencias de la tierra. En los medios productivos, la aplicación de esta ciencia se refiere al uso de información asociada a referentes geográficos, a fin de mejorar los resultados. Con este objetivo en mente, el mercado agrícola brasileiro invierte cada vez más en técnicas topográficas, de geoprocesamiento y teledetección para aumentar la productividad del campo. Áreas cultivadas planificadas, mapeadas y georreferenciadas, en las que las máquinas de gran envergadura operan con sistemas de posicionamiento global (GPS), pilotos automáticos y sistemas de guía por barra de luces, ya son una realidad concreta. Estas máquinas agrícolas se usan en la preparación del suelo, la pulverización, la siembra, la cosecha y, con el uso de controladores de dosificación, logran ser más eficientes en la aplicación de fertilizantes y de cal. Si mencionar las cosechadoras equipadas con monitores de productividad.
Com o uso de piloto automático e guia por barra de luzes, colheitadeira não pisoteia a lavoura, evitando perdas de produção
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MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Falha de paralelismo: perda de produção dessas geotecnologias resulta em benefícios agronômicos e ganhos econômicos na agricultura mecanizada. Os benefícios da agricultura de precisão começam no preparo do solo, quando todas as áreas são igualmente tratadas de forma a se evitar falhas e sobreposições, por meio de uma cobertura homogênea do terreno. Posteriormente, o plantio com geometria compatível à do preparo do solo (subsolagem), realizado exatamente no local onde foi aplicado o fertilizante, resulta em ganhos agronômicos. O aproveitamento da fertilização é tamanho que alguns produtores contabilizam uma otimização dessa etapa com o aproveitamento do fertilizante residual da safra anterior. Esses são os ganhos agronômicos, que resultam em qualidade e produtividade. A eles se somam os ganhos econômicos. Máquinas equipadas com pilotos automáticos e controladores de dosagem a taxas variáveis podem trabalhar dia e noite, enquanto o trabalho feito por operadores manuais só pode ser feito durante o dia, com iluminação natural.
Com uma movimentação mais constante, precisa e ininterrupta, essas máquinas agrícolas reduzem o consumo de combustível e atingem maior rendimento operacional. Além de a operação manual resultar em perdas, há de se considerar que ela está mais sujeita a erros humanos, por imperícia ou fadiga do operador. Operações com o piloto automático estão menos sujeitas a tais erros, pois o operador limita-se a supervisionar o funcionamento ao longo da linha e a reposicionar a máquina para iniciar a passada seguinte. Ganhos reais Os benefícios proporcionados pela agricultura mecanizada de precisão são claros ao se observar os ganhos obtidos no cultivo de cana-de-açúcar no interior de São Paulo. A partir de dados levantados junto a quatro usinas sucroalcooleiras da região, que investiram nessas novas tecnologias, constatamos uma redução média de 15,9% no consumo geral de óleo diesel e de 15,2% no consumo por área produtiva (litro por hectare plantado). Esses produtores paulistas constataram ainda um aumento de 4,5% na execução de sulcos por hectare, com incremento de 20% nas horas trabalhadas. Além desses ganhos operacionais, eles apontaram que
Piloto automático: elimina falhas humanas e permite operações à noite as perdas nas colheitas diminuíram 14%. Esses resultados posicionam a agricultura de precisão como um grande diferencial para o produtor que busca ferramentas que possam aumentar sua competitividade. Na plantação de cenoura, por exemplo, estudos recentes concluíram que falhas de paralelismo no plantio ocasionam perdas de até 2,7%. Numa propriedade consultada, essa falha se traduziu numa perda equivalente ao produzido em 24 hectares ao final de um ano, totalizando um prejuízo anual de R$ 600 mil. O controle geométrico da agricultura reduz o pisoteamento e, conseqüentemente, esse tipo de perdas de produção. (*) Franco Brazílio Ramos é engenheiro civil e gerente de produto da área Machine Control da empresa Santiago & Cintra. Colaboraram na redação deste artigo os profissionais Marcelo Arruda e Rodrigo Tamani, que também trabalham na Santiago & Cintra.
EQUIPAMENTOS DE CONCRETAGEM
DE OLHO NA DEMANDA
DAS CONCRETEIRAS Expansão no parque instalado de concreteiras e das construtoras ocupa a produção dos fabricantes e motiva a vinda de novos competidores do exterior
U
m estudo realizado pela Liebherr avalia que o mercado brasileiro deverá consumir cerca de 1.100 caminhões-betoneira em 2008, com um crescimento de 37,5% em relação às 800 unidades comercializadas no ano anterior. A demanda vem sendo impulsionada principalmente pelos fornecedores de concreto dosado em central, que totalizam uma frota de aproximadamente 4.500 autobetoneiras em operação no País e estão ampliando esse parque para atender a expansão nos setores de construção imobiliária, industrial e de infra-estrutura. Ricardo Zurita, gerente da Liebherr, ressalta que, apesar de operarem com uma frota com idade média avançada,
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as concreteiras não estão adquirindo os equipamentos apenas para substituição do parque instalado, mas também para sua expansão de capacidade. “Para dar conta do volume de pedidos, elas redimensionam a frota e transferem as unidades antigas para cidades de menor porte, reservando as autobetoneiras mais modernas para os mercados que exigem alto desempenho, como as grandes capitais, onde os caminhões enfrentam um trânsito mais pesado e maior distância para a entrega do concreto”, diz ele. Nesse cenário, Zurita acredita que o mercado permanecerá aquecido nos próximos anos, em ritmo contínuo de crescimento. Como exemplo,
MÁQUINAS PARA HORMIGÓN Con los ojos puestos en las empresas hormigoneras Un estudio realizado por Liebherr calcula que el mercado brasileiro debe consumir, en el 2008, aproximadamente 1.100 motohormigoneras, cifra que representa un aumento del 37,5% en comparación con las 800 unidades comercializadas el año pasado. La demanda se ha incrementado, principalmente, en función de los proveedores de hormigón dosificado en planta, que, en conjunto, disponen de aproximadamente 4.500 motohormigoneras en operación en todo el Brasil y están ampliando la flota para
EQUIPAMENTOS DE CONCRETAGEM investiram em equipamentos, embora suas aquisições tenham aumentado muito com o início de inúmeros projetos de infra-estrutura, mas as concreteiras não seguiram esse ritmo e já estão mudando de postura para atender à demanda de qualidade de seus clientes”, pondera o executivo. Renovação da frota Pelas suas estimativas, essas empresas operam um Liebherr aposta em materiais mais resistentes ao desgaste parque de centrais dosadoele cita contratos fechados recente- ras com média de vida superior a 20 mente com três dos maiores grupo de anos, além de uma frota de autobeconcreteiras do País: a Cimpor, Hol- toneiras com idade em torno de oito cim e Cauê. Apenas os dois últimos anos e de autobombas com mais de vão adquirir mais de 200 autobeto- 15 anos de existência. “Com a proneiras. “Depois de crescer mais de fissionalização do mercado imobili50% em 2007, vamos encerrar este ário e de construção industrial, elas ano com uma expansão de cerca de terão que investir em equipamentos 35% e a produção da nossa fábrica, mais modernos para a sua maior proem Guaratinguetá (SP), está total- dutividade e a confiabilidade de seus mente tomada.” produtos.” Por conta disso, a empreA opinião é compartilhada por Ri- sa registra o mesmo ritmo de crescicardo Lessa, gerente comercial e de mento apresentado pela Liebherr e, marketing da Schwing Stteter, que, como ela, também está ampliando além de autobetoneiras, produz bom- sua unidade industrial, localizada em bas estacionárias, autobombas e cen- Mairiporã (SP). trais dosadoras de concreto, entre Entre os destaques da Schwing outros equipamentos para o setor. Stteter para esse mercado, Lessa res“As grandes construtoras sempre salta a maior autobomba para lan-
responder al crecimiento de los sectores de la construcción residencia, industrial y de infraestructura. Ricardo Zurita, gerente de Liebherr, destaca que, a pesar de que la flota en general tiene una respetable antigüedad, las empresas hormigoneras no están adquiriendo nuevos equipos solo para renovar el parque existente, sino también para ampliar su capacidad. “Para satisfacer el volumen de pedidos, están redimensionando la flota, transfiriendo las unidades con más antigüedad a ciudades más pequeñas y reservando las motohormigoneras más modernas para los mercados que exigen alto desempeño, tales como las grandes capitales, en las que los camiones enfrentan tránsito más pesado y deben recorrer distancias más largas para hacer la entrega del hormigón”, dice. Dada esta situación, considera que el mercado permanecerá reactivado durante los próximos años, con un ritmo de crecimiento continuo. A modo de ejemplo, cita los contratos celebrados recientemente con tres de los principales grupos hormigoneros del Brasil: Cimpor, Holcim y Cauê. Solo los dos últimos comprarán más de 200 motohormigoneras. “Crecimos más del 50% en el 2007 y llegaremos al cierre de este año con un crecimiento de aproximadamente el 35%: toda la producción de nuestra planta de Guaratinguetá (São Paulo) está comprometida.”
Pavimento rígido avança no Brasil
Foto: Ciber
Na opinião de Walter Rauen, diretor-presidente da Ciber Equipamentos Rodoviários, a popularização do pavimento rígido está contribuindo para o desenvolvimento de novas tecnologias para a execução desse tipo de obra no Brasil. “Nos últimos anos,
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praticamente dobramos a venda de máquinas para pavimentação com concreto”, diz ele. Nessa área, a empresa comercializa pavimentadoras e texturizadoras da linha Wirtgen, além de usinas de mistura a frio e centrais para produção de concreto compactado a rolo (CCR). No Brasil, Rauen ressalta a participação dos equipamentos da marca na construção da rodovia dos Imigrantes, em São Paulo, e, mais recentemente, na obra da BR-101 Nordeste. “Devido a sua maior vida útil, o pavimento com concreto rígido está se popularizando
também nos demais países da América do Sul e já contamos com três equipamentos operando em obras de rodovias em execução por construtoras brasileiras na Bolívia.” Entre as inovações incorporadas nas pavimentadoras da sua linha, ele cita o dispositivo de inserção automática de barras de ligação e transferência, assim como o sistema de fôrmas deslizantes, que proporciona melhor acabamento à pista. “As máquinas modernas trabalham bem até mesmo com um concreto com baixo fato água/cimento.”
EQUIPAMENTOS DE CONCRETAGEM çamento de concreto da sua linha, a P2023 S36X, com mastro de distribuição de 36 m e alcance a locais de difícil acesso. Além disso, a empresa está introduzindo no Brasil a geração de autobetoneiras comercializada nos Estados Unidos e a bomba estacionária de pequeno porte SP 305, para obras menores. A Liebherr, por sua vez, vislumbra a tendência de uso de materiais mais resistentes ao desgaste na produção dos balões e demais componentes internos da autobetoneira, como haletas e outros. “Isto amplia o tempo entre manutenções dos equipamentos, que precisam ser reformados no meio de sua vida útil, quando atingem entre cinco e seis anos de operação”, afirma Zurita. Com o ritmo
ágil e fácil de operar, ele se converte numa central de concreto móvel junto à própria obra, mesmo em locais confinados e de difícil acesso”, diz Antonio Carlos Grisci, diretor geral da empresa Grisci ressalta que essas autobetoneiras não concorrem com os equipamentos de maior porte, instalados sobre chassi de caminhão, já que sua função é a de flexibilizar a produção. “Elas permitem fazer o traço que o usuário quer, no volume que ele quer e quando ele quer, sendo uma solução para projetos cujo transporte possa impactar o custo do concreto.” Entre outras vantagens, ele cita que o equipamento possui transmissão hidrostática, tração 4x4, direção nas quatro rodas e realiza os três serviços
Autobetoneira na obra do museu: ênfase na homogeneidade...
de produção das concreteiras, ele ressalta o ganho obtido ao se evitar a parada do equipamento por cerca de cinco dias, sem contar o aumento na sua vida útil. O ganho de produtividade também se deve à mudança que a fabricante realizou na geometria da boca de alimentação, que segundo ele proporciona maior velocidade de carregamento na central. Produção sob medida A Copex, que distribui com exclusividade no Brasil as autobetoneiras compactas da italiana Fiori, também tem o foco voltado para as concreteiras, embora vislumbre mercado para o equipamento também entre construtoras de obras pesadas e locadoras. “Como se trata de um equipamento
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Projetado pelo premiado arquiteto português Álvaro Siza, o prédio foi concebido para ter acabamento em concreto branco aparente, o que impôs um desafio à parte durante sua construção. Eles começaram com a correta especificação do traço em laboratório, seguida pela definição correta dos agregados a serem usados, aditivo e fator água/cimento, de forma a se obter um concreto homogêneo em termos de acabamento, cor e inexistência de marcas entre uma concretagem e outra. Todo o processo, que foi certificado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), culminou com a operação da autobetoneira para a produção de cerca de 6.000 m3 de concreto branco durante os
...para a qualidade das estruturas de concreto branco aparente
necessários na concretagem: o carregamento, produção e transporte do material. Apesar de o equipamento ser compacto e destinado a obras com menor volume de concreto, Grisci ressalta sua alta produtividade, motivo pelo qual ele está presente em projetos de rodovias, ferrovias e gasodutos em implantação por construtoras como a Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e outras. O destaque, entretanto, fica para a construção do Museu Iberê Camargo, em Porto Alegre (RS), onde a Camargo Corrêa mobilizou uma autobetoneira modelo DB 250S, com balão de 2,5 m3 e capacidade para a produção de 7,5 m3/h, para a execução de todas as estruturas e fechamentos da edificação.
24 meses de obra. “O volume, nesse caso, não foi o fator preponderante, mas sim a confiabilidade de um equipamento que mantivesse a homogeneidade da mistura, já que qualquer falha poderia comprometer o resultado de toda a obra”, pondera Grisci. Carreta para pré-moldados Na área de pré-moldados, o destaque fica para a proposta da empresa alemã Langendorf, que começou a comercializar no Brasil uma carreta específica para o transporte de vigas, placas e demais estruturas de concreto armado. Ela conta com 1.530 mm de largura de carga e 9.500 mm de comprimento de carga, podendo ser dotada de suspensão com amortecimento hidráulico ou pneumático.
EQUIPAMENTOS DE CONCRETAGEM
Entre os novos competidores estão as chinesas Sany...
Por meio de um sistema de armazenamento das estruturas em pallets e trilhos, seu carregamento pode ser facilitado com a simples movimentação da base para o interior da carreta. Em seguida, braços de acionamento hidráulico ou mecânico fazem o travamento da carga para o transporte. De acordo com a Langendorf, que produz uma ampla linha de implementos rodoviários, como caçamba para caminhão basculante e carreta para transporte de equipamentos pesados, esse produto é indicado para construtoras e empresas de concreto pré-fabricado, entre outros usuários. A fabricante também pretende oferecer no mercado sua carreta especial para transporte de vidros usados em acabamento de edifícios, sistema conhecido como pele de vidro. Segundo seu levantamento, no Brasil esse material precisa ser cortado para deslocamento até o canteiro de obras, devido à inexistência de uma carreta nas dimensões necessária e que ofereça segurança ao transporte, o que afeta a qualidade do acabamento. Tecnologia chinesa Com o mercado aquecido, novos competidores começam a se estabelecer no Brasil para disputar uma parcela dos negócios. A chinesa Sany, por exemplo, que iniciou a venda de seus equipamentos de terraplenagem e de
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...e Zoomlion, que já tem unidades vendidas no País
movimentação de solos no País por meio de uma parceria com a empresa Manuel Ratão, a sua distribuidora, também planeja ingressar no setor de equipamentos para concretagem. Segundo maior fabricante de equipamentos para construção de seu país, com uma linha que supre todas as necessidades de aplicação em canteiros de obras, a Sany ainda não desenvolveu uma distribuidora no Brasil para sua família de bom-
bas estacionárias e autobombas de concreto. A Manuel Ratão responde apenas pela linha de terraplenagem – segmento no qual está importando 36 escavadeiras ainda este ano, além de seis motoniveladoras que já chegaram ao País – e, até o momento, a fabricante vem tocando essa área sem parcerias. Mais adiantada está a Zoomlion, outra grande fabricante chinesa de equipamentos para construção, cuja linha de bombas para lançamento de concreto já está sendo oferecida aos usuários brasileiros pela BMC (Brasil Máquinas de Construção), a distribuidora máster da marca no País.
Segundo Paulo César de Oliveira, gerente comercial da dealer, o objetivo é ocupar o espaço criado pela pressão da demanda e a dificuldade dos fornecedores já estabelecidos em atender os clientes. “Para isto, trouxemos técnicos da China, treinamos nosso pessoal, formamos um estoque de peças e montamos a rede de distribuidores nacional para suporte aos clientes, que é a mesma da linha Hyundai.” A BMC está comercializando bombas estacionárias, autobombas e bombaslança da Zoomlion, na faixa de 40 a 120 m3/h de capacidade de lançamento de concreto, de acordo com diferentes especificações de traço, alcance e altura de bombeamento e granulometria dos agregados. Oliveira ressalta a facilidade de manutenção dos equipamentos, que contam com componentes de padrão mundial e conhecidos no Brasil, como motor Volvo Penta, por exemplo. “Já temos uma unidade em operação pela construtora WTorre e pretendemos importar uma média de 20 equipamentos a cada 15 dias”, ele conclui.
BMC: www.bmc-online.com.br Ciber: www.ciber.com.br Copex: www.copex.com.br Langendorf: www.langendorf.de Liebherr: www.liebherr.com.br Sany: www.sany.com Schwing Stteter: www.schwingstetter.com.br
MINERAÇÃO
INOVAÇÕES PARA UM
SETOR EM EXPANSÃO EXPANSÃO Para atender a demanda das mineradoras brasileiras, que deverão investir US$ 48 bilhões nos próximos quatro anos, fabricantes apresentam suas inovações em equipamentos e produtos
N
os próximos quatro anos, o Brasil receberá US$ 48 bilhões em investimentos em novos projetos de mineração ou na ampliação dos existentes. A avaliação é do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que praticamente dobrou suas projeções em relação ao ano anterior. Em 2007, o Ibram previa que as mineradoras brasileiras investiriam US$ 25 bilhões no período entre 2008 e 2012. Essa expansão se deve à forte demanda internacional por commodities minerais e a sua conseqüente valorização. O minério de ferro continua liderando o ranking de investimentos no setor, mas não é o único. Projetos para a produção de outras substâncias ganham relevância na mineração brasileira, como o níquel, ouro, bauxita, agregados para a construção civil e calcário para a produção de cimento, entre outros. Segundo um relatório do banco Merrill Lynch, a produção brasileira de minério de ferro deverá praticamente dobrar nos próximos sete anos, saltando dos 376,3 milhões t previstos em 2008 para 734,2 milhões t, em 2015 (veja qua-
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dro abaixo). A Companhia Vale do Rio Doce continua merecendo destaque nesse segmento como maior exportadora transoceânica de minério de ferro do planeta, mas sua participação deverá diminuir de 82,4% para cerca de 65% do total produzido no País. Isto se deve ao ingresso de novos competidores no mercado de minério de ferro, com destaque para a Companhia Siderúrgica Nacional PREVISÃO DE PRODUÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO (Em milhões de toneladas)
Empresa Anglo CSN MMX Rio Tinto Samarco (*) Usiminas Vale Outros
2008 4,3 30,5 5,0 1,8 15,5 5,2 310 3,0
(*) Empresa pertencente ao grupo Vale Fonte: Merrill Lynch
2010 14,5 50,0 10,9 1,8 24,0 8,8 346,5 3,0
2012 41,1 80,0 24,5 1,8 24,0 9,0 386,5 3,0
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
(CSN), a MMX e Anglo American, entre outros. Com a expansão da mina Casa de Pedra, em Minas Gerais, a CSN se prepara para assumir o posto de segunda maior produtora de minério de ferro do Brasil. Já a multinacional Anglo American expandiu sua atuação no setor com a aquisição dos ativos da MMX no Amapá e no sistema Minas-Rio. Em seu estudo, a Merrill Lynch listou 13 projetos de grande porte, muitos deles integrados no que se refere à operação da mina, construção de um sistema de transporte até o porto, de usina de pelotização e de terminal para o embarque do produto final. Um dos destaques é o projeto Serra Azul, da Vale, orçado em US$ 10 bilhões, para a produção de 40 milhões t a partir de 2012, chegando a uma produção de 90 milhões t de minério de ferro em 2015. Com tantos investimentos, especialistas alertam para a possibilidade de atrasos nos cronogramas diante da dificuldade das empresas em contratar mão-de-obra especializada e adquirir os equipa-
mentos necessários aos novos empreendimentos. Vale ressaltar que esse estudo não inclui os investimentos de US$ 1,8 bilhão anunciados recentemente pela ArcelorMittal no Brasil. Após adquirir reservas de minério de ferro em Minas Gerais, a maior siderúrgica do mundo anunciou que planeja ampliar a produção no País para 16,8 milhões t, garantindo o suprimento de suas usinas. O projeto envolve ainda a construção de um terminal portuário em Mangaratiba (RJ), para a exportação de parte do minério produzido. Diante deste cenário, a feira de equipamentos para mineração Equipo Mining realizou-se em clima de otimismo entre 19 e 22 de agosto último. Para atender as necessidades das mineradoras em termos de produtividade e menores custos operacionais, os fabricantes apresentaram inovações em suas respectivas linhas de produtos. Veja, a seguir, os principais lançamentos realizados durante o evento:
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MINERAÇÃO
NOVO BRITADOR ECONOMIZA ENERGIA Com a promessa de maior desempenho e redução de consumo de energia elétrica nas instalações de britagem contínuas, a Metso Minerals lançou o britador cônico HP4, de 23.672 kg de peso operacional. Segundo a empresa, trata-se do primeiro modelo de uma linha projetada para proporcionar baixo custo operacional com a combinação de alta capacidade de fragmentação e menor taxa de carga circulante. O equipamento conta com novo dispositivo anti-rotação (anti-spin) e, entre outras inovações, dispensa o uso de material de encosto (resina) na fixação do revestimento. Acionado por motor de 315 kW, ele tem abertura de alimentação variável, em função do tipo do revestimento. Além disso, a Metso aprimorou o design do sistema de alívio, para proteção ao britador em operação.
www.metsominerals.com.br
CASE COMPLETA A LINHA DE CARREGADEIRAS A pá-carregadeira 921E, com 23 t de peso operacional e caçambas de 3,7 m³ de capacidade, chegou para completar a série E da Case, que já oferece os modelos 721E e 821E. Segundo a empresa, é um equipamento projetado para oferecer elevada produtividade com baixo consumo de combustível. “Com seu motor de 320 hp, a 921E é muito potente e indicada para trabalhos mais pesados, especialmente em mineração”, diz o gerente de marketing de produto da fabricante, Edmar de Paula. Ele ressalta que seu motor, adequado às normas internacionais de controle de emissões (Tier III), é totalmente eletrônico e opera com três curvas de potência (máxima, padrão e econômica), possibilitando a seleção de quatro modos de operação. “A escolha correta dos modos de operação faz com que o motor tenha maior vida útil e
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consuma menos combustível, proporcionando sempre a potência adequada para cada aplicação.” A Case também disponibiliza para o mercado a escavadeira hidráulica CX330, de 35 t de peso. Voltado para a área de mineração e demais usuários que necessitam de grande produtividade na movimentação materiais, o novo equipamento tem um motor de 271 hp de potência líquida e opera com caçambas de 0,86 a 2,24 m³ de capacidade.
www.casece.com.br
TEREX INGRESSA NO MERCADO DE BRITAGEM A Terex Latin America estreou no mercado brasileiro de britagem com as suas linhas de conjuntos móveis Pegson e Powerscreen, que proporcionam mobilidade e menores custos de transporte na operação de fragmentação de minérios e brita. A empresa firmou uma parceria com a fabricante de britadores Simplex Equipamentos, que passa a responder pela distribuição de seus produtos no Brasil, e comemorou a venda de seis britadores durante o evento. Instalado sobre esteiras, o equipamento é indicado para britagem em mineradoras, pedreiras e construção pesada, possibilitando rapidez e menores custos na sua mobilização. Como ele caminha junto com a frente de lavra, também diminui os custos com transporte de materiais e com a construção de estrutura para sua instalação fixa. Entre outras vantagens do equipamento, a Terex ressalta que ele pode ser operado por um único profissional. “Na Europa e América do Norte, o uso das plantas móveis já é uma realidade devido à grande preocupação com o meio ambiente e a rapidez de reorganização das áreas usadas”, diz o gerente de desenvolvimento da Terex Pegson e Powerscreen na América Latina, José Brum. Durante o evento, a empresa demonstrou a unidade de britagem secundária Pegson 1000SR, dotada de britador cônico, peneira inclinada vibratória de dois decks, tremonha de alimentação, correia de alimentação com detector de metais, e sprays de supressão de pó. Equipado com motor diesel Caterpillar C9, de 345 hp
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
de potência, ele pode ser operado por controle remoto. A Terex também apresentou a unidade de classificação sobre esteiras da Powerscreen, modelo Chieftain 1400, composta por grelha, transportador de alimentação, peneira de dois decks, três transportadores de produto e unidade motriz a diesel.
www.terexla.com
SANDVIK EXPANDE NEGÓCIOS NO BRASIL A perfuratriz 1190E, equipada com martelo rotativo, foi apresentada pela Sandvik como uma alternativa para a realização de furos de 9" a 15" de diâmetro. Indicada para serviços de perfuração nas operações de desmonte de rocha em grandes mineradoras, ela opera sobre esteiras e atinge 90.000 libras de pulldown. Conta com motor elétrico de 1.000 hp e cabine fechada, que oferece amplo conforto ao operador, preservando-o de ruídos e da poeira gerada durante a perfuração.
(PBT) de 3.500 kg, ele pode levar até seis ocupantes com amplo espaço interno, sendo indicado para serviços de apoio em terrenos acidentados. “Pela sua robustez e baixo custo operacional, ele encontra aplicação no transporte de funcionários e serviços de apoio em áreas de difícil acesso, como o interior de minas e canteiros de grandes obras”, diz Flávio Crosa, diretor de vendas e marketing da Agrale. Dotado de estrutura robusta e tração 4x4, ele se destaca por sua suspensão reforçada, pela maior altura em relação ao solo e os destacados ângulos de ataque e de saída. Tais características, segundo o executivo, aumentam a estabilidade e desempenho do utilitário em terrenos irregulares, inclusive em minas subterrâneas. A linha Agrale Marruá é produzida na unidade da montadora, em Caxias do Sul (RS), e conta com 100% de componentes nacionais, fornecidos por fabricantes de padrão de qualidade mundial como MWM, Eaton, Dana, Bosch e Luk, entre outros.
www.agralemarrua.com.br
LIEBHERR APRESENTA ESCAVADEIRA DE 57 T A empresa anunciou investimentos de R$ 100 milhões na instalação de uma fábrica em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), que vai absorver o atual escritório localizado na capital mineira e a linha de produção de Sertãozinho (SP). A nova unidade vai produzir componentes para suas linhas de transportadores de correias, peneiras e britadores. Recentemente, a companhia consolidou todas as marcas de suas famílias de equipamentos sob a marca Sandvik, reunindo sob o mesmo guarda-chuva os tradicionais equipamentos Tamrock, Toro, Eimco, Voest-Alpine, Rammer, Mission e Roxon, entre outros.
A Liebherr Brasil apresentou a escavadeira hidráulica R954C Litronic, da faixa de 49 a 57 t de peso operacional, fabricada no País para atendimento às mineradoras e demais aplicações pesadas. Equipada com motor de 325 hp, ligado a três bombas hidráulicas, ela dispõe de eleva-
www.miningandconstruction.sandvik.com
VERSATILIDADE NO TRANSPORTE DE PESSOAL O veículo utilitário Agrale Marruá AM150, versão cabine dupla, tem capacidade para transportar 1.000 kg de carga, incluindo passageiros, equipamentos e materiais. Com 5.206 mm de comprimento e peso bruto total
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MINERAÇÃO
da capacidade para o manuseio de minérios, atingindo entre 269 e 313 kN de força de desagregação, dependendo do tipo de braço e de implemento usado. Adequada às normas internacionais de controle de emissões (Tier III), ela opera com caçambas de 1,2 a 3.0 m³ e, segundo a Liebherr, sua estrutura em aço de alta resistência possibilita uma longa vida útil, mesmo com seu uso em aplicações severas. Vale destacar que a linha de escavadeiras da empresa, que no Brasil disponibiliza modelos de 17 a 655 t de peso e potências entre 86 kW e 2.240 kW, respectivamente, pode ser adequada a diferentes tipos de exigências do cliente, conforme explica a companhia. Dessa forma, a R954C pode ser customizada para atender necessidades específicas em termos de tipo de braço, contrapeso, material rodante e outras variáveis.
ao mercado nas versões cavalo-mecânico, plataforma, basculante e para aplicação em multicomposições, como bitrem, rodotrem e treminhão.
www.mercedes-benz.com.br
NEW HOLLAND LANÇA ESCAVADEIRA DE 52 T Uma escavadeira de 52 t de peso operacional, a E485B, foi lançada pela New Holland como a maior de sua linha no Brasil, para atendimento a serviços pesados em mineração e construção. Assim como as demais máquinas da série B – como a E385B, de 38 t – ela foi desenvolvida com base na tecnologia da japonesa Kobelco, pertencente ao grupo CNH, conforme explica o diretor de marketing da New Holland, Carlo Sighicelli.
www.liebherr.com.br
NOVO 8X4 DA MERCEDES O extrapesado Actros 4144 8x4 é a nova aposta da Mercedes-Benz para a disputa do mercado de caminhões basculantes para aplicação fora-de-estrada. Recém lançado no Brasil, ele tem um peso bruto total (PBT) de 48 t e atinge uma capacidade máxima de tração (CMT) de 123 t. Essa configuração, segundo a montadora, permite a utilização de caçambas de até 20 m³. Equipado com suspensão reforçada e molas para 54 t, ele suporta aplicações severas como transporte de minérios e serviços de terraplenagem. O caminhão 8x4 é dotado de um motor eletrônico OM 501 LA Turbocooler, de 6 cilindros em V, que provê 435 hp de potência (a 1.800 rpm) e torque de 214 mkgf (a 1.080 rpm). “Ele atende com folga às demandas da mineração e construção civil pesada, que necessitam de caminhões capazes de enfrentar terrenos íngremes com subidas, desenvolvendo uma boa velocidade operacional”, avalia a Mercedes. Entre outras novidades, o 8x4 conta com 16 marchas e sistema semi-automatizado de troca de marchas, além de sistema antibloqueio das rodas (freios ABS) e freio auxiliar hidráulico (retarder). O modelo está sendo oferecido
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O executivo ressalta o projeto do sistema hidráulico da escavadeira, dotado de duas bombas em linha, que produzem um fluxo de 370 l/min. “Isto se traduz em elevada potência hidráulica e tempos de ciclo extremamente rápidos para um equipamento de sua dimensão.” Além disso, ele ressalta que as perdas de carga hidráulica foram reduzidas graças ao superdimensionamento dos diâmetros das mangueiras e conexões. Aliando o sistema hidráulico à sua capacidade de caçamba – 3,2 m³ – a E485B proporciona alta produtividade com baixo consumo de combustível, afirma Sighicelli. “Nossa escavadeira está entre os melhores produtos mundiais em termos de forças de desagregação, de levantamento e torque de giro.” No Brasil, a E485B será ofertada em duas versões, com braço standard ou tipo Mass Excavator, para aplicações ainda mais severas. Em ambos os casos, o motor será um modelo Hino japonês com injeção Common Rail, de seis cilindros, potência de 326 hp (a 1.800 rpm) e torque máximo de 1.400 Nm (a 1.400 rpm). Ela dispõe de quatro modos de trabalho, que podem ser selecionados pelo operador para obter melhor desempenho com baixo consumo de combustível em diferentes aplicações. Segundo Sighicelli, a escavadeira também se destaca
MINERAÇÃO
pelo chassi reforçado e projetado em X, com chapas de aço soldadas e superdimensionadas, que distribui melhor as tensões de torção e fornece resistência durante as aplicações severas. Além disso, a distribuição do peso, assegurada pelos nove roletes inferiores do material rodante, proporciona equilíbrio e aumenta sua produtividade.
www.newholland.com.br
TRATOR COM TRANSMISSÃO HIDROSTÁTICA Outro destaque da New Holland foi o trator de esteiras D150B, com 156 hp de potência e lâmina com capacidade para até 4,10 m³ de material. Segundo a empresa, trata-se do primeiro trator hidrostático da marca e o maior do Brasil com esse tipo de transmissão. Esse projeto, de acordo com a fabricante, permite o ajuste automático da potência e da velocidade, mantendo a direção em terrenos inclinados e com a carga na lateral da lâmina. Entre outras características, o D150B possui uma cabine que pode ser totalmente basculada para o lado esquerdo, possibilitando acesso a todos os componentes do trem de força. Além disso, ele conta com esteira mais longa e uma ampla opção de lâminas. Nesse quesito, aliás, o trator é bastante versátil e pode ser ofertado com diferentes tipos: a reta (HS), em semi-U (HSU) ou PAT (ou de 6 movimentos).
www.newholland.com.br
serto. Estabelecida no Panamá, a empresa é especializada em negócios corporativos, oferecendo produtos provenientes de várias partes do mundo. Ainda este ano, ela deverá lançar no mercado pneus para aplicação fora-de-estrada no tamanho 46/90-57, de 76 lonas, com capacidade de carga para 63.500 kg e aplicação em caminhões tipo Caterpillar 793 e similares. A Pethra também prevê, para o final de 2008, a comercialização de pneus radiais nos tamanhos 27.00R49, 33.00R51, 36.00R51, 40.00R57 e 45/65R45, além do diagonal 55-80-57. Há dois anos, ela firmou uma parceria com o grupo panamenho Haohua South (Guilin) Rubber Co., na qual se tornou distribuidora exclusiva para toda a América do Sul dos pneus de grande diâmetro da marca Evergreen.
www.pethracorpo.com
MONITORANDO O PNEU EM TEMPO REAL A Pethra Corp. se prepara para oferecer no Brasil e demais países da América do Sul seu sistema de monitoramento de pneus fora-de-estrada OMS (OTR Monitor System) que, segundo a empresa, ajuda a aumentar a vida útil deste insumo, reduzindo os custos operacionais nas minas e canteiros de obras. Isto porque ele permite acompanhar, em tempo real, as informações relativas aos pneumáticos, como temperatura, pressão e velocidade de deslocamento. Particularmente indicado para pneus de grande diâmetro, o sistema evita que danos menores – como vazamentos, subpressão ou pequenos cortes – possam evoluir e resultar em problemas maiores e mais onerosos no con-
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FORD APRESENTA 6X4 COM MOTOR ELETRÔNICO
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Com um crescimento de quase 68% na venda de caminhões traçados, que totalizou 1.411 unidades comercializadas no primeiro semestre de 2008, a Ford aposta no modelo Cargo 6332e 6x4 para disputar o mercado de extrapesados basculantes para aplicação fora-de-estrada. Lançado recentemente, ele possui capacidade máxima de tração (CMT) de 63 t e peso bruto total (PBT) técnico de 30,5 t, transportando até 22,4 t de carga útil. Indicado para o transporte de materiais em mineradoras, construção pesada e usinas sucroalcooleiras, ele é equipado com um motor Cummins ISC, de gerenciamento eletrônico, que oferece 320 hp de potência máxima e torque máximo de 131,3 mkgf. Segundo a montadora, seu sistema de freios de estacionamento utiliza o novo dispositivo de câmara de ar tipo pistão para oferecer maior eficiência e vida útil ao conjunto. “A Ford possui grande tradição nos setores de mineração e de construção pesada e, com o Cargo 6332e, manteve as características de robustez e de elevada capacidade de carga que esses mercados solicitam”, afirma a montadora. Entre os itens de conforto, indispensáveis para a produtividade do motorista, o caminhão conta com bancos com suspensão a ar e cabine dotada de ar condicionado ou climatizador.
www.fordcaminhoes.com.br
O AVANÇO DA HYUNDAI EM MINAS A distribuidora CHB, que representa a Hyundai em Minas Gerais, compareceu ao evento com 12 equipamentos da marca, entre escavadeiras, pás-carregadeiras e empilhadeiras, entre outras. Um dos destaques foi a R-800 LC-7A, de 80 t de peso operacional, a primeira
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escavadeira de grande porte da marca a chegar à América do Sul. Devido a seu tamanho e potência hidráulica, o equipamento está sendo oferecido como uma solução para serviços pesados em mineração e obras de infraestrutura. Contudo, o que a empresa fez questão de anunciar aos visitantes é a construção de sua nova sede em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). Estabelecida há 23 anos no mercado, a empresa deu um grande passo em novembro de 2006, quando se uniu à BMC (Brasil Máquinas de Construção), representante máster da Hyundai Heavy Industries no País, para representação da marca em Minas Gerais. As novas instalações, com 13.000 m² de área, foram planejadas justamente para atender o aumento na demanda por conta dos produtos Hyundai.
www.chbequipamentos.com.br
BRITADOR MÓVEL REAPROVEITA ENTULHOS DA OBRA Um equipamento compacto, de fácil operação e manutenção, foi apresentado pela Machbert como solução para a redução de custos com a britagem junto à área de lavra ou de demolição das estruturas de concreto. O britador móvel Powercrusher, da austríaca Hartl, é distribuído pela empresa no Brasil em versões de mandíbulas ou de impacto. Segundo José Alberto Moreira, diretor geral da empresa, o modelo PC 1055J, o menor da linha de mandíbulas, está em operação no Rio de Janeiro proporcionando ganhos de custo e de produtividade ao reciclar materiais de construção demolidos e reaproveitados na própria obra. O equipamento opera com uma boca de alimentação de 1.000x550 mm, atingindo uma de produção de 250 t/h. “Ele tem capacidade para receber materiais até 25% maiores que os de mesmo porte”, diz Moreira. Além desse equipamento, a Machbert apresentou as
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caçambas britadoras e outros acessórios distribuídos com exclusividade no Brasil, como os rompedores de impacto variável V1800 e V2500, lançados recentemente em âmbito mundial pela francesa Montabert, e a linha de ferramentas hidráulicas da marca Hycon.
www.machbert.com.br
LOCAÇÃO REDUZ CUSTOS COM PLATAFORMAS Pioneira no mercado de locação de plataformas aéreas de trabalho, onde atua desde 1997, quando estabeleceu uma associação com a fabricante JLG, a Solaris ampliou seu foco de atuação e incorporou as linhas de manipuladores telescópicos para a elevação de cargas, de geradores de energia e equipamentos de movimentação de solos. Segundo o diretor comercial, Paulo Esteves, a empresa dispõe de uma frota de mais de 1.500 equipamentos para locação e investe continuamente na renovação desse parque, para a oferta de máquinas com elevada disponibilidade aos clientes. Na área de mineração, ele diz que as plataformas aéreas encontram larga aplicação nas paradas de manutenção, assim como nos serviços de construção civil em geral e reparos em equipamentos móveis de grande porte. “Elas são muito flexíveis e contribuem para o aumento da produtividade e segurança nos trabalhos em alturas elevadas”, afirma Esteves e complementa: “com a locação desse equipamento, as mineradoras não precisam investir na aquisição de ativos e reduzem seus custos, além do ganho que obtêm em rapidez na execução do serviço.” Com uma participação de cerca de 30% nesse mercado,
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
segundo as avaliações do executivo, a Solaris concentra os negócios no setor de mineração nas praças estratégicas de Minas Gerais e Pará. O grupo argentino Sullair, que controla a empresa, espera encerrar 2008 com um faturamento de US$ 250 milhões, superando a receita de US$ 200 milhões do ano passado. A participação do Brasil no resultado deve ampliar de 30% para 35% e, nos próximos três anos, o País receberá o aporte de US$ 120 milhões em investimento, sendo metade para a ampliação da frota de plataformas aéreas.
www.solarisbrasil.com.br
TECNOLOGIA COREANA PARA SERVIÇOS PESADOS As escavadeiras hidráulicas da sul-coreana Doosan foram o destaque no estande da Renco, que distribui os equipamentos da marca nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste (exceto o Mato Grosso do Sul) e em Minas Gerais. Para a área de mineração, o especialista Hélio Ribeiro, gerente da empresa, ressalta a robustez do modelo S340 LC-V, de 34 t, que é indicado para aplicações severas. Segundo ele, o equipamento vem com braço e lança
reforçados e carro longo, que confere maior estabilidade e melhor desempenho em serviços pesados. Com uma força de desagregação de 24.500 kgf (na caçamba) e altura máxima de carregamento de 7.270 mm, a escavadeira conta ainda com duplo sistema de filtragem de combustível, pré-purificador ciclônico e motor de 247 hp. “Ela consegue combinar alta eficiência e baixo consumo de
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combustível”, diz Ribeiro. O executivo cita ainda o conforto e espaço interno da cabine, equipada com ar condicionado e dotada de ampla visão frontal e traseira. Além das escavadeiras da Doosan, a empresa distribui miniescavadeiras, minicarregadeiras e pás-carregadeiras da marca, estas últimas disponíveis em modelos de até 2,5 m³ de capacidade de caçamba.
www.renco.com.br
FERRAMENTAS PARA OPERAÇÕES DE IMPACTO E ABRASÃO Para proporcionar maior resistência ao impacto e abrasão a suas ferramentas de penetração do solo (FPS), a Metalúrgica Ecoplan desenvolve as peças com ligas especiais à base de cromo, níquel, molibdênio e manganês, que são submetidas a um cuidadoso processo de tratamento térmico. Com isto, elas atingem resistência à tração de 160 kgf/mm², limite de escoamento de 130 kg/ mm² e dureza de 400 a 450 HB (brinell), segundo dados da empresa. Com 21 anos de atuação no mercado, a Ecoplan produz ferramentas para uso em escavadeiras, carregadeiras, tratores de esteiras, retroescavadeiras e motoniveladoras de diversas marcas e modelos. Entre os destaques estão os modelos desenvolvidos sob medida para proporcionar maior desempenho em aplicações específicas. Nessa linha se incluem as pontas mais longas e pontiagudas para escavadeiras, projetadas para proporcionar à caçamba maior força de penetração e de desagregação do material. Com isto, a FPS aumenta a eficiência do carregamento e reduz o esforço solicitado do sistema hidráulico da máquina, contribuindo com a economia de combustível e menor custo de manutenção da máquina. Outro destaque da empresa são as pontas resistentes à abrasão, indicadas para uso em pás-carregadeiras, que são reforçadas na área de encaixe e na parte sujeita a maior desgaste por arrasto da caçamba no solo. Além desses modelos, ela desenvolve uma linha completa de FPS, incluindo cantos, suportes, dentes e lâminas, entre outras.
duz uma ampla linha de ferramentas de penetração do solo (FPS), de placas de desgaste, chapas revestidas SHP, blanks em aços especiais, além de caçambas e serviços de caldeiraria sob projeto. “Depois dessa parceria, passamos a oferecer soluções completas nessa área”, enfatiza Scarioli.
www.escosoldering.com.br
PROSOLO OTIMIZA ABATIMENTO DE POEIRA O conjunto móvel Prosolo, produzido pela Gascom, substitui o uso de caminhões-pipa com vantagens nos serviços de abatimento de poeira em pistas de acesso e praças de operações de mineradoras, obras de infraestrutura, aterros sanitários e construções em geral. Ele possibilita o tratamento de solos e irrigação, por aspersão de jatos d’água reguláveis, em terrenos planos ou encostas.
www.metalurgicaecoplan.com.br
ESCO SOLDERING APRESENTA BORDAS CURVAS As bordas curvas foram o destaque na linha de peças de desgaste apresentada pela Esco Soldering. “Oferecemos uma família de CDB (curved double bevel) para todas as marcas e modelos de equipamentos, nas medidas de 5/8" e 3/4", que são desenvolvidas para atender a todas as necessidades operacionais dos clientes”, afirma Romeu Scarioli, diretor da empresa. Criada há pouco mais de um ano, por meio de uma joint-venture entre a brasileira Soldering e a multinacional norte-americana Esco Corporation, a empresa pro-
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Segundo a empresa, o conjunto opera com sistema de água pressurizada por bomba, com válvula dosadora e aspersores superiores traseiros de comandos independentes. A bomba d’água, com transmissão direta e engrenada, é acionada pelo câmbio do veículo, sem o uso de correias, correntes, motores ou sistemas hidráulicos. Ele possui ainda “engate-fácil-automático”, que permite ao motorista a mudança de marchas em qualquer situação operacional ou condição de terreno, sem interrupção da aspersão e mantendo o veículo em condições ideais de funcionamento.
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Build on Growth
25 – 28 November 2008
International Trade Fair for Construction Machinery, Building Material Machines, Construction Vehicles and Equipment Shanghai New International Expo Centre
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Welcome to bauma China 2008. The leading exhibition for building machinery in Asia. bauma China offers: • over 1,200 exhibitors from 30 countries • national pavilions from Finland, Germany, Great Britain, Italy, Korea, Spain and the U.S. • 200,000 square meters exhibition space in 6 halls and on open-air exhibition grounds
bauma China expects: • 100,000 visitors from 120 countries
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MINERAÇÃO
LIUGONG DESEMBARCA NO BRASIL Os equipamentos da LiuGong, uma das maiores fabricantes chinesas de pás-carregadeiras, escavadeiras, rolos compactadores e motoniveladoras, entre outras máquinas pesadas, foram apresentados em primeira mão no Brasil pela BH Máquinas, de Minas Gerais, que assumiu a distribuição da marca. Segundo Eurico de Oliveira, consultor da empresa, o “carro-chefe” da linha é a pácarregadeira 100% mecânica, seguida pelas escavadeiras e rolos compactadores. “Em menos de quatro meses, vendemos 75 máquinas e esperamos fechar o ano com 200 unidades comercializadas”, diz ele. A carregadeira modelo 835, por exemplo, conta com motor Cummins 6BT5.9 de 123 hp de potência e peso operacional de 10.900 kg, operando com caçamba de 1,7
constantes de manutenção possam comprometer a produtividade da operação. Por isso, destinam-se ao revestimento de britadores, moinhos, silos, chutes e demais partes de transportadores de correias, peneiras e misturadores. Para obter tal desempenho, a empresa desenvolve as chapas de desgaste a partir de ligas especiais e após um cuidadoso processo de tratamento térmico. Elas podem ser cortadas por processo oxicorte ou plasma, dependendo da tolerância e da espessura solicitada pelo cliente. A TBM também apresentou as chapas com pino-solda, que recebem pinos fixados por meio de um processo de fusão entre o parafuso e a placa, auxiliados por rosca de cerâmica. Os pinos ou parafusos são presos por uma pistola automática e, segundo a empresa, isto confere maior resistência à fixação, evitando a queda dos parafusos e danos ao britador.
www.tbm.com.br
NOVA CAÇAMBA REDUZ CICLO DA DESCARGA
m³. “Trata-se de um equipamento robusto, de elevado desempenho, baixo consumo de combustível e cujo projeto utiliza componentes disponíveis no mercado brasileiro”, afirma Oliveira. Mesmo assim, ele ressalta que a empresa se preparou para atender o mercado com estoque de peças e suporte em serviços. Entre outras características, o equipamento dispõe de um capô que bascula e possibilita o acesso ao motor e demais subconjuntos. Sua cabine, dotada de ar condicionado, com visão panorâmica e direção hidráulica ajustável, é protegida contra tombamentos ou a queda de rochas (proteção ROPS/FOPS).
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CHAPAS DE DESGASTE: MENOS PARADAS NA BRITAGEM A mineira TBM consolida-se no mercado brasileiro de chapas de desgaste com as ligas XS 400 e XS 500, que proporcionam alta resistência ao desgaste. Tratam-se de chapas de elevada dureza, indicadas para aplicações em áreas expostas a grande abrasividade ou onde paradas
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A Randon, tradicional fabricante de implementos rodoviários, reforçou sua participação nos setores de mineração e construção pesada com o lançamento da caçamba Minerale, indicada para uso em caminhões basculantes. Produzida em modelos de 14 m³ a 22 m³ de capacidade, ela se destina a veículos com tração 6x4, 8x4 ou 10x4 aplicados em transporte de materiais em operações fora-de-estrada. Confeccionada em aço estrutural de alta resistência, que confere leveza e durabilidade ao implemento, ela já passou por testes em uma mina da Companhia Vale do Rio Doce, segundo a Randon. O modelo para uso em caminhão 8x4, com capacidade para 18 m³ e carga de até 40 t, tem tara de 5.450 kg e largura de 2,6 m. Seu ângulo de basculamento é de 55º e a operação de descarga pode ser executada num tempo de ciclo de 29 s. Entre os diferenciais da nova caçamba, a empresa des-
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taca itens voltados à maior robustez, como o assoalho em formato semi-elíptico, que facilita o escoamento dos materiais e aumentar a resistência a impactos. Ela conta ainda com emendas no piso próximas às laterais da caixa de descarga – região menos exposta a desgaste no descarregamento – e os mancais de giro da caixa de carga e das articulações da tampa têm buchas autolubrificantes. A segurança fica por conta de um estabilizador que auxilia no alinhamento da caixa de carga com o sobrechassi durante o basculamento. Como opcional, possui inclinômetro que interrompe o basculamento se o ângulo de inclinação lateral exceder valores pré-estabelecidos para a sua segurança. O kit hidráulico, destinado a aumentar a vazão de óleo no basculamento e retorno, proporciona ganhos de produtividade ao reduzir o tempo de ciclo das operações.
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ROSSETTI FECHA CICLO DA MEIA-CANA A Rossetti Equipamentos Rodoviários, uma das maiores fabricantes de caçambas basculantes do país, informou que não vai mais produzir suas tradicionais caçambas meia-cana. “O modelo cônico, uma evolução da meia-cana, foi aprovado nos testes e começa a ser produzido em 2009, quando vamos substituir toda a linha de montagem”, afirma Daniel Rossetti, gerente de marketing da empresa. Segundo ele, o design cônico, adaptável ao chassi de qualquer caminhão, permite um escoamento mais rápido e seguro dos materiais, diminuindo a probabilidade de aderência da carga transportada. Isso proporciona ciclos mais rápidos e aumento na segurança da operação, conforme destaca o executivo. A caçamba é fabricada em material de alta resistência à abrasão e ao impacto, com dureza de 450 HB, o que resultou num peso de 5,7 t,
com redução de 700 kg em relação a outros modelos da mesma capacidade. O basculamento emprega sistema hidráulico com um cilindro telescópio de quatro estágios, fixado por munhões superiores e inferiores com buchas autolubrificantes, o que proporciona melhor desempenho ao dar maior resistência aos movimentos laterais. “Sua construção robusta viabiliza uma operação segura e rápida, reduzindo em até 30 s o tempo de ciclo operacional”, conclui Rossetti.
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CAÇAMBAS COM AÇO ESPECIAL A Thorco, que atua há 34 anos no mercado brasileiro, apresentou sua linha de caçambas reforçada com aço Hardox, o mais resistente do mercado, para aplicação em pás-carregadeiras de grande porte usadas em mineração. “Trata-se de uma solução para a movimentação de materiais altamente abrasivos em mineração e serviços de construção pesada”, afirma Thomas Harling Pereira, diretor comercial da empresa. Ele destaca que a empresa desenvolve uma ampla variedade caçambas para serviços com rochas, materiais leves, além de acessórios para tratores e demais implementos, como garfos, garras hidráulicas e sistemas de engate rápido.
www.thorco.com.br
REDUTOR PARA QUALQUER POSIÇÃO DE MONTAGEM A SEW-Eurodrive apresentou a nova linha de redutores industriais da série X, que oferece graduações finas de torque, de 58 até 175 kNm. “Devido ao seu grande número de acessórios pré-definidos, essa linha oferece alto nível de flexibilidade para aplicações específicas e com um mínimo de componentes”, explica Sérgio Araújo, gerente regional de vendas e serviços da empresa. Ele destaca ainda que a ampla
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faixa de reduções para redutores de engrenagens helicoidais e cônicas (6-400) disponíveis atesta a abrangência da série X. Como possuem carcaças adequadas a múltiplas posições de trabalho, podem ser aplicados em diferentes posições de montagem ou disposições dos eixos. Isto resulta em um número menor de tipos de redutores, facilitando projetos de instalações fixas e dos fabricantes de equipamentos. Araújo ressalta ainda que a série X é composta por redutores inteligentes e abrangentes, com tamanhos variados e grande número de acessórios modulares, tais como adaptadores de motor, contra-recuos, sistemas de vedação, bombas de eixo e flanges de montagem, entre outros.
www.sew-eurodrive.com.br
CARRETA PNEUMÁTICA GANHA CABINE FECHADA A MW-5000C foi lançada pela Wolf Metalúrgica como uma alternativa para empresas que procuram uma carreta de perfuração de acionamento pneumático, porém dotada de todo o conforto e proteção oferecidos por um equipamento com cabine fechada. “Trata-se de um desenvolvimento pioneiro, já que a maioria dos equipamentos de perfuração em funcionamento no Brasil e na América Latina é pneumática e o mercado não dispunha de um modelo cabinado”,
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explica Tiago Wolf, diretor comercial da empresa. A carreta possui cabine com ar condicionado, que preserva o operador de ruídos e poeira, além de contar com coletor de pó, trocador e engraxador de haste e martelo de superfície. Como acessório, ela pode ser equipada com inclinômetro digital, horímetro e sistema de
MINERÍA Innovaciones para un sector en expansión Durante los próximos cuatro años, el Brasil recibirá inversiones por un monto de 48.000 millones de dólares para poner en marcha nuevos proyectos mineros o ampliar los proyectos en curso. Esta cifra ha sido calculada por Instituto Brasileño de Minería (Ibram) que, en relación a sus proyecciones del año pasado, prácticamente ha duplicado la cifra. En el 2007, el Ibram preveía que las empresas mineras brasileñas invertirían 25.000 millones de dólares en el período comprendido entre el 2008 y el 2012. La expansión se debe a la fuerte demanda internacional de commodities minerales y la consecuente suba de los precios. El mineral de hierro continúa a la cabeza de las inversiones del sector, pero no es el único líder. Adquieren importancia en la minería brasileña algunos proyectos de producción de otras sustancias, tales como níquel, oro, bauxita, áridos para la construcción civil y calcáreo para la producción de cemento, por ejemplo. De acuerdo con un informe del banco Merrill Lynch, la producción brasileña de mineral de hierro debe prácticamente duplicarse durante los próximos siete años, saltando de las 376,3 millones de toneladas previstas para el 2008 a 734,2 millones de toneladas en el 2015. La Companhia Vale do Rio Doce continúa destacándose en este segmento como la principal exportadora transoceánica de mineral de hierro del mundo, pero su participación debe caer del 82,4 % a aproximadamente el 65 % del total producido en el Brasil. El motivo es la entrada de nuevos competidores al mercado de mineral de hierro, entre los que se destacan la Com-
injeção de água. Segundo Thiago Wolf, o equipamento tem a mesma capacidade do modelo MW-5000, uma carreta pneumática sem cabine com mais de 2.000 unidades comercializadas. Ele realiza furos de até 4” com martelo de superfície, atingindo uma profundidade máxima de 30 m.
www.wolf.com.br panhia Siderúrgica Nacional (CSN), MMX y Anglo American, entre otros. Con la ampliación de la mina Casa de Pedra, en Minas Gerais, la CSN se prepara para asumir el segundo lugar entre los productores brasileños de mineral de hierro. Por su parte, la empresa multinacional Anglo American se incorporó al sector al adquirir los activos de MMX de Amapá y del sistema Minas-Río. En el estudio, Merrill Lynch incluyó 13 proyectos de gran envergadura, muchos de los cuales integrados con respecto a las operaciones en la mina y la construcción de un sistema de transporte hasta el puerto, de una planta de producción de bolas y de una terminal de embarque del producto final. Merece mención el proyecto Serra Azul, de la empresa Vale do Rio Doce, cuyo presupuesto asciende a 10.000 millones de dólares, que producirá 40 millones de toneladas a partir del 2012 y llegará a una producción de 90 millones de toneladas de mineral de hierro en el 2015. Con tantas inversiones, los especialistas advierten sobre la posibilidad de atrasos de los cronogramas en función de las dificultades que encontrarán las empresas para contratar mano de obra especializada y adquirir la maquinaria necesaria para los nuevos emprendimientos. En esta coyuntura, la feria de maquinaria para la minería Equipo Mining se llevó a cabo, entre el 19 y el 22 de agosto pasado, en un clima de optimismo. Para satisfacer las necesidades de las empresas mineras en lo concerniente a mayor productividad y costos de operación más bajos, los fabricantes exhibieron innovaciones en sus líneas de productos. Este número presenta los principales equipos lanzados en la feria.
COMPACTADORES
CONCORRENTE DE PESO NO MERCADO DE MÁQUINAS RODOVIÁRIAS Bomag amplia a linha de produtos no Brasil, incluindo seus compactadores de grande porte com tambor poligonal, e planeja uma fábrica para atendimento ao mercado local Oito meses após desembarcar no Brasil, por meio de um acordo com a Brasif para a distribuição de seus equipamentos em todo o território nacional, a Bomag tem motivos de sobra para comemorar os resultados dessa investida. De janeiro a agosto de 2008, a dealer contabilizou 155 unidades comercializadas, entre vendas e locações, e além da linha de compactadores vibratórios, iniciou a distribuição de fresadoras, pavimentadoras de asfalto e demais máquinas rodoviárias da marca alemã. O desempenho surpreendeu a direção da fabricante, que já estuda a instalação de uma fábrica para atendimento ao mercado local e demais países da América Latina. A notícia foi divulgada por Jean-Claude Fayat, diretor geral do grupo que leva seu sobrenome e controla a
Bomag, que visitou o Brasil, em agosto, para apresentar seus planos a clientes e parceiros. A intenção do empresário é aproveitar as oportunidades geradas pelas inúmeras obras de rodovias e hidrelétricas em execução no País, que estão demandando equipamentos de maior porte e conteúdo tecnológico, para introduzir no mercado toda a linha de produtos da marca. Um dos destaques da empresa é a linha de rolos compactadores com tambor poligonal, indicada para serviços pesados. Um modelo de 26 t de peso operacional já foi comercializado para a obra da hidrelétrica de Simplício, em execução pelas construtoras Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. O equipamento é
um dos maiores já mobilizados no País, embora a fabricante disponha de um rolo poligonal de 36 t, considerado o mais potente do mundo e indicado também para obras de enrocamento, que compacta uma camada de até 3 m de espessura de cascalho siltoso em duas passadas do tambor. “Temos demanda imediata para seis equipamentos desse porte, que podem ser mobilizados por meio de aquisição ou locação”, afirma Jorge Mansur Filho, gerente de equipamentos da Andrade Gutierrez. Uma dessas unidades, segundo o executivo, seria destinada à obra do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que a Petrobras está implantando em Itaboraí (RJ), onde a terraplenagem vai movimentar 53 milhões de m³ de materiais.
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Para grandes obras Sérgio Borges Martins, diretor da Brasif, ressalta a economia que o equipamento proporciona ao reduzir o número de passadas para se atingir a pressão de compactação necessária. “No caso do modelo BW 226 DI, de 26 t de peso, a produção chega a 890 m³/h em solos argilosos.” Nessas condições, ele afirma que o rolo compacta camadas de até 80 cm a uma velocidade de 3 km/h, vencendo rampas de 45%. Tal desempenho, segundo Martins, se deve ao seu sistema de tambor poligonal, composto por três segmentos em formato octogonal, adjacentes e dispostos em posição alternada. Ao contrário do tambor cilíndrico, que transmite a força de compactação sempre na mesma direção, o sistema poligonal alterna o direcionamento desses esforços durante a operação de rolagem e propicia maior eficiência ao adensamento (veja ilustração na página 56). Além disso,
COMPACTADORES Competidor de peso en el mercado de máquinas viales Transcurridos ocho meses desde su desembarque en el Brasil, por medio de un acuerdo con Brasif para la distribución de sus máquinas en todo el país, Bomag tiene sobrados motivos para celebrar los resultados obtenidos. De enero a agosto del 2008, la distribuidora vendió o arrendó 155 unidades y, además de la línea de compactadores vibratorios, comenzó distribuir fresadoras, pavimentadoras de asfalto y otras máquinas viales producidas por la empresa alemana. El desempeño tomó por sorpresa a la dirección del fabricante, que ya está estudiando la instalación de una fábrica para abastecer el mercado brasileño y de los otros países de América Latina. Bomag se propone aprovechar las oportunidades generadas por el gran número
de obras de autopistas y centrales hidroeléctricas en construcción en Brasil, que demandan máquinas de mayor envergadura y con más avances tecnológicos, para introducir al mercado toda su línea de productos. Entre los productos más destacados se encuentra el rodillo compactador con tambor poligonal, indicado para servicios pesados. Un modelo de 26 t de peso en orden de trabajo fue comercializado para la obra de la hidroeléctrica de Simplício, en construcción entre los estados de Río de Janeiro y Minas Gerais. La máquina es una de las más grandes en operación en el Brasil, aunque el fabricante también ofrece un rodillo autopropulsado poligonal de 36 t, considerado el más potente del mundo y que se usa, por ejemplo, en la construcción de terraplenes para compactar capas de hasta 3 m de altura de guijarros sedimentarios en dos pasadas del tambor.
COMPACTADORES ele exerce um efeito autolimpante, dispensando o uso de raspadores no equipamento. Tanto o BW 226 DI quanto o modelo BW 236 DI, de 36 t, estão sendo distribuídos no País pela Brasif, que vislumbra uma demanda para essas máquinas em obras de grande porte. Para isto, ela se apóia no desempenho apresentado pelos equipamentos em aplicações severas, como a construção de uma rodovia no deserto da Arábia Saudita e o aterro de uma nova área urbana da cidade do Cairo, no Egito, em pleno Saara (veja quadro abaixo). O modelo maior foi lançado mundialmente pela Bomag durante a feira de Bauma, na Alemanha, em junho de 2007. A Brasif também aposta nos rolos
Distribuição de esforços comparação entre rolo poligonal e cilíndrico
Fonte: Bomag
tamping de 22 t, com versões de 29 t e 35 t, para adensamento de resíduos e solos. Eles são dotados de tração hidrostática e, segundo a distribuidora, realizam a compactação e substituem com eficiência o uso do par formado por tratores de esteiras e rolos de menor capacidade. Pelas suas avaliações,
Testado e aprovado nas areias do Saara Para ilustrar a capacidade de seus compactadores vibratórios de tambor poligonal, a Bomag se apóia em um caso no qual os equipamentos foram submetidos a severas condições de operação: o aterro de uma nova área habitacional na cidade de Cairo, projetada para abrigar uma população de 250 mil pessoas. Localizado 15 km ao norte da capital egípcia, o projeto demanda aterros de 10 a 40 m de profundidade e, apenas em um dos lotes em construção, deverá movimentar 3,5 milhões m³ de materiais. Segundo um documento divulgado pela Bomag, esse aterro está sendo executado com areia do deserto (classificação AASHO de 95% do Proctor modificado para as zonas de subaterro e de 98% para as camadas mais altas), impondo um desafio à operação de compactação. A empreiteira responsável por esse lote mobilizou compactadores vibratórios de um cilindro, com 12 t de peso, para os quais as autoridades egípcias especificam camadas de compactação de 25 ou 50 cm de espessura. Para obter maior produtividade e cumprir os prazos contratuais, a construtora submeteu a testes um
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compactador vibratório com tambor poligonal de 25 t, modelo BW 225, que excedeu as especificações de projeto. Segundo o documento, com uma média de oito a 12 passadas, o equipamento atingiu uma compactação acima de 98% do Proctor, a 100 cm de profundidade, e superior a 98% nas camadas abaixo de 150 cm. A Bomag não detalha se o compactador chegou a ser usado efetivamente pela construtora egípcia nesse projeto, mas, segundo seus cálculos, o desempenho do equipamento permite ampliar a produção diária de 3.000 para 8.000 m³, em comparação com os rolos vibratórios de um cilindro.
a Bomag detém cerca de um quarto do mercado mundial de compactadores, em grande parte devido à popularidade do modelo BW 212, com um cilindro e disponível nas versões pé-de-carneiro ou com tambor liso, que compacta uma camada de até 35 cm de argila em faixas de 2,13 m de largura.
Economia na restauração de vias Outro equipamento da marca que está chegando para disputar o mercado é a estabilizadora/recicladora de solos MPH 122. Indicada para o reforço de solos com cimento, cal, cinzas e demais aditivos, ela encontra aplicação em projetos de restauração pesada de rodovias. Isto porque o equipamento conta com um rotor que remove a capa asfáltica e até mesmo a base do pavimento, promovendo sua reciclagem e aplicando esse material rejuvenescido no local em que será usado. “Com isso, a construtora elimina custos ambientais e de transporte de materiais”, pondera Gustavo Fagundes, diretor da Brasif. A MPH 122 possui tração nas quatro rodas que, somada à articulação do chassi, permite operar com raio de giro pequeno e vencer rampas íngremes. Ela remove os materiais em faixas de 2,33 m, mas pode ser equipada com rotores mais largos e, entre outros itens opcionais, com sistema de adição de betume, conforme explica Fagundes. Além desses equipamentos, a marca alemã também disputa o mercado brasileiro com fresadoras de 1.000 e 1.300 mm de largura de corte, com vibroacabadoras sobre esteiras e sobre rodas, compactadores de pneus, rolos tandem e combinados de menor porte (2,2 a 3,2 t de peso). “Sempre estabelecemos nossas estratégias com foco no longo prazo e a vinda da empresa para o Brasil se inclui nesse modo de operação”, disse Jean-Claude Fayat, diretor geral do grupo, em entrevista veiculada na imprensa.
Bomag: www.bomag.com Brasif: www.brasifmaquinas.com.br
EM FOCO
SÃO PAULO GANHA CENTRO PARA FORMAÇÃO DE MOTORISTAS As transportadoras rodoviárias, construtoras e demais empresas que operam com frotas de caminhões poderão contar, a partir do segundo semestre de 2009, com um centro para capacitação de motoristas em São Paulo. A catarinense Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte (Fabet), que figura como uma referência nessa área, anunciou a instalação de uma unidade em Mairinque, cuja primeira etapa vai ocupar 3.400 m² de área construída. “Nesse espaço, teremos estrutura suficiente para treinar até 350 motoristas simultaneamente”, afirma Osni Roman, superintendente da Fabet. Segundo ele, o novo centro será dotado de 12 salas de aula, de laboratórios de informática, mecânica, rastreamento via satélite, trem de força e borracharia, além de contar com pista para treinamentos práticos e avaliações, biblioteca e auditório para 550 pessoas. Criada em 1997, a Fabet já opera um centro de capacitação desse tipo, em Concórdia (SC), onde ministra cursos técnicos de nível médio, de nível superior e até mesmo de pós-graduação. Osni Roman explica que a fundação também opera o Caminhão Esco-
la, oferecendo cursos práticos de nível básico e avançado para motoristas de veículos pesados. No primeiro caso, destinado a pessoas sem nenhuma experiência nessa área, ele tem uma carga de 330 horas e, ao final do curso, o aluno deve conduzir um caminhão durante uma semana com a supervisão de um instrutor. “Em 10 anos, formamos mais de 10 mil profissionais em diferentes modalidades, desde os cursos in company, até aqueles solicitados por empresas interessadas na qualificação de seus motoristas e para profissionais que procuram nossos cursos com o objetivo de ingressar nessa área.” Essa credibilidade da Fabet angariou o apoio de diversas empresas ao projeto de seu novo centro de formação. A Scania, por exemplo, doou 15 caminhões para os treinamentos práticos e a Randon cedeu dois implementos rodoviários para o mesmo propósito. Empresas que operam com frotas de caminhões contribuíram financeiramente. Foi o caso da fabricante de bebidas Ambev, que doou R$ 600 mil para o projeto, além da construtora Odebrecht e das empresas de logística Gafor e Coopercarga, que contribuí-
Em evento realizado na Scania, Osni Roman (púlpito) recebe doações de empresas do setor
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ram com R$ 300 mil cada uma. O foco de atuação da Fabet é voltado para as transportadoras rodoviárias, que somam cerca de 130 mil empresas e uma frota em torno de 2,1 milhões de caminhões, mas ela também desenvolve cursos para operações fora-de-estrada. Nessa área, a fundação já montou projetos de capacitação de pessoal para a construtora Odebrecht, inclusive em obras no exterior, e para a formação de operadores de trens, para a ALL (América Latina Logística). “Com a sofisticação tecnológica dos caminhões, os profissionais que os conduzem precisam adquirir uma qualificação cada vez maior para o domínio de recursos como o câmbio automatizado e o rastreamento por GPS”, afirma Roman. De acordo com suas avaliações, o Brasil tem uma carência de cerca de 90 mil motoristas qualificados na área de transporte de cargas. Com o treinamento do pessoal, Roman calcula que as transportadoras consigam economizar o consumo de combustível em até 15%, aumentando a vida útil dos pneus em 10%. Tudo isto sem contar a redução de acidentes, que pode chegar a 47%.
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
GENERAL KOMATSU
PORQUE O EXÉRCITO CONSTRÓI A engenharia militar, que responde por importantes projetos de infra-estrutura em execução atualmente no País, está sob novo comando. Em agosto, o general Ítalo Fortes Avena assumiu o cargo antes ocupado pelo general Marius Teixeira Neto na chefia do Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército brasileiro, órgão ao qual se reporta a Diretoria de Obras de Cooperação (DOC). Com uma estrutura composta por 11 batalhões de engenharia e uma companhia de engenharia, totalizando um efetivo de cerca de 7.000 soldados, o DOC executa atualmente obras de rodovias, aeroportos, terminais portuários, pequenas barragens e canais de irrigação. “Atuamos nesses projetos dentro do conceito de manter a tropa treinada, pois em engenharia só se aprende fazendo”, diz o general Paulo Kazunori Komatsu, que dirigia o DOC e, na mudança de comando, assumiu a vice-chefia do DEC. Em agosto, Komatsu esteve no Instituto de Engenharia, em São Paulo, para apresentar aos empresários do setor a atuação do Exército nessa área. Na ocasião, ele explicou
General Marius transmite a chefia do DEC ao general Avena, em evento presidido pelo comandante do Exército, general Enzo Peri (centro)
que o objetivo não é competir com a iniciativa privada, mas somar esforços para o desenvolvimento do País. “Com nossa capilaridade, vamos a locais que não são atrativos para as empresas, atendendo ao chamado do governo em projetos de segurança e/ou integração nacional.” Como exemplo, o general cita a construção de uma ponte de concreto na divisa entre o Brasil e a Guiana. Entre outros projetos, o Exército responde atualmente pela duplicação de três lotes da BR-101 Nordeste e pela reconstrução das rodovias Porto Velho/Manaus e Cuiabá/Santarém, além de executar dois canais de aproximação no projeto de transposição do Rio São Francisco. “Nesse empreendimento, orçado em R$ 4,5 bilhões, fazemos 7.800 m de canais que representam um custo de apenas R$ 106 milhões”, diz ele ao enfatizar o uso da engenharia militar como instrumento de adestramento da tropa. Para implementar tais projetos, o Exército pesquisa novas tecnologias, como o uso de pavimento rígido na duplicação da BR-101 Nordeste e o desenvolvimento de agregado artificial de argila calcinada para obras na região Amazônica, pobre em brita. Além disso, Komatsu ressalta o papel desempenhado na geração de empregos e treinamento do pessoal, formando operadores de equipamentos, mecânicos e profissionais de construção, a maioria das vezes em regiões carentes. “Ao fim do serviço militar, entregamos para a iniciativa privada profissionais treinados e conscientes de seu dever cívico”, ele conclui.
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LANÇAMENTO
HAULOTTE REFORÇA
ATUAÇÃO NO BRASIL Empresa apresenta nova família de manipuladores telescópicos e traz as maiores plataformas elevatórias de sua linha para o mercado nacional Em evento promovido para a imprensa e clientes, no mês de agosto, a Haulotte comemorou os resultados obtidos no mercado brasileiro com o lançamento de um novo equipamento para elevação de cargas. O manipulador telescópico HTL 4017, que tem capacidade para carregar até 4 t e atinge uma altura máxima de elevação de 17 m, foi apresentado pela empresa como uma solução para a movimentação de materiais em canteiros com terrenos acidentados e de difíceis condições de tráfego. Equipado com bloqueio automático da oscilação de alcance traseiro e com sistema corretor lateral, o manipulador atinge elevada estabilidade em solos acidentados, conforme explica Wendell Finotti, diretor geral da Haulotte no Brasil. “Essa característica, somada ao fato de ele ser dotado de direção e de sistema de tração em cada uma das rodas e dos eixos oscilantes, o torna ideal para operação em qualquer tipo de terreno”, diz o executivo. Esse manipulador telescópico acaba de ser lançado em âmbito mundial pela empresa, que importou as 10 primeiras unidades para atendimento aos clientes do Brasil. Segundo Finotti, metade
Plataforma elevatória: empresa aposta nos maiores modelos da linha
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desse lote já foi comercializada, incluindo modelos com alcance de 17 m e de 14 m de altura. Entre os primeiros usuários brasileiros do HTL 4017 está a locadora WRental, de Porto Alegre (RS), que opera com uma frota de 120 equipamentos para elevação de cargas e pessoas. “Pretendemos adquirir mais 30 unidades este ano e as condições de negociação oferecidas pela Haulotte são muito atrativas”, afirma André Amaral, diretor da locadora. Finotti ressalta a competitividade do manipulador telescópico também em função da sua versatilidade no canteiro de obras. Ele explica que, além do transporte e elevação de cargas, o equipamento pode se destinar a diversas outras funções no canteiro com a aquisição de acessórios como caçambas, martelos hidráulicos, vassouras e outros. “Seu sistema hidráulico proporciona força e suavidade aos movimentos, permitindo realizar a escavação e elevação da lança simultaneamente.” Para atender o mercado de plataformas aéreas, impulsionado pelas recentes mudanças na Norma Regulamentadora nº 18 (NR-18), que rege a segurança do trabalho na construção civil, a empresa aposta nos modelos HA41PX e H43TPX, os maiores de sua linha. Eles alcançam 41 m e 43 m de altura de trabalho, respectivamente, e segundo Finotti, atendem as exigências
da NR-18 e das demais normas internacionais para trabalhos em alturas elevadas, como a CE, EM 280, ANSI, CSA e AS. Ele explica que os equipamentos são dotados de dispositivo de controle de carga, que admite a inclinação de até 4º em qualquer posição, e de sistema de compensação hidráulica da cesta, recursos responsáveis pela sua estabilidade em qualquer posição de ataque. “Apesar de terem sido lançadas no Brasil recentemente, já temos 20 plataformas de 41 m e 43 m em operação no País”, conclui Finotti.
Lanzamiento Haulotte intensifica sus actividades en el Brasil
En agosto, en un evento al que concurrieron la prensa y los clientes, la empresa Haulotte festejó, con el lanzamiento de una nueva máquina de elevación de carga, los resultados obtenidos en el mercado brasileño. El manipulador telescópico HTL 4017, que tiene capacidad para cargar hasta 4 t y alcanza una altura máxima de elevación de 17 m, fue presentado por la empresa como una solución para el movimiento de materiales en obras con malas condiciones de circulación.
Haulotte: www.haulotte.com.br
MANUTENÇÃO
CUIDADOS NOS REPAROS
DE PNEUS Estima-se que os pneus figurem entre os três itens mais pesados no custo de operação de equipamentos fora-de-estrada, perdendo apenas para a mão-de-obra e para o combustível. Por esse motivo, os cuidados na sua conservação ajudam a maximizar o aproveitamento da carcaça em futuras vidas, reduzindo o custo deste insumo. Os cuidados começam no armazenamento. No caso de pneus usados anteriormente, deve-se remover todos os resíduos remanescentes – como lama, calcário, minério, óleos e graxas – antes de armazená-los. Quando estiverem totalmente limpos, abrigue-os em local fechado, sem exposição à luz solar ou calor excessivo, que provocam sua degradação ao longo do tempo. Além disso, recomenda-se seu empilhamento em colunas de no má-
ximo 1,80 m de altura, pois o peso excessivo sobre o primeiro pneu pode provocar deformações em seu talão e dificultar futuras montagens. Nas armazenagens sobre estrados, deve-se atentar para que a distância entre os pneus e o piso seja superior a 10 cm, de forma que a empilhadeira possa encaixar o garfo e manuseá-lo com facilidade. Avaliação dos danos Quando se fala em pneus para aplicação fora-de-estrada – OTR,, da sigla g off the road – é preciso ciso considerar que ele opera sob severas veras condições, com cargas elevadas, das, pistas irregulares e com alto to índice de atrito. Nessas situações, uações, ele fica sujeito a aquecimento ecimento durante a operação, ão, que deve ser controlado olado por meio de variáveis veis
como a velocidade de deslocamento e a carga transportada (veja quadro na página 62). O controle de pressão também evita seu aquecimento – além de outros danos relacionados a desgastes irregulares e perfurações – motivo pelo qual deve ser feito no início de cada dia de trabalho, sempre com o pneu frio. Durante a calibragem, também devem ser verificadas as válvulas, extensões e tampas do bocal de enchimento, assim como a possível
Foto: Pneubom
Além dos cuidados na operação, os pneus devem se submeter a procedimentos rigorosos no momento dos reparos
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MANUTENÇÃO
VERIFIQUE REGULARMENTE NOS PNEUS:
Cuidados no armazenamento: só em local fechado, sem iluminação ou formação de pilhas
ocorrência de vazamentos. Ao se constatar vazamento na válvula, esta deverá ser ajustada ou trocada. Se ele ocorrer nas extensões, deve-se trocar os anéis de vedação. Como esses pneus operam em ambiente agressivo, qualquer avaria nas lonas ou no aço da carcaça pode ser fatal para a sua vida útil, de modo que é preciso consertá-lo Para usufruir da máxima durabilidade de um pneu, sua temperatura na base dos talões não pode ultrapassar 80ºC, pois acima disso inicia-se um processo de degradação térmica do material, com a conseqüente redução de sua vida útil. A solução para o problema passa pelo respeito às especificações do fabricante em termos de velocidade e carga máximas toleradas. Se o equipamento é usado sazonalmente, durante o período que estiver parado deixe-o sobre cavaletes e com a pressão de seus pneus reduzida a 10 psi (0,7 kg/cm2). Além disso, cubra os pneus com lona escura para protegê-los das intempéries e da luz.
quando o problema for identificado, mesmo que ele não represente um risco grave ou ocasione vazamentos. Isso porque a umidade e resíduos penetram nesses pequenos cortes e contaminam toda a área em torno da avaria. Esse cuidado deve ser ainda maior em pneus radiais, pois a umidade provoca a oxidação do aço, reduzindo a vida útil do pneu. Antes de iniciar o conserto de uma perfuração ou corte, deve-se avaliar sua extensão e profundidade. Geralmente, nas avarias que atingiram mais de 50% da capacidade da lona, é preciso colocar um reforço interno (manchão). Nos cortes superficiais, que comprometem menos de 25% da lona, o problema pode ser resolvido com a limpeza da área e seu preenchimento com borracha, seguido por vulcanização.
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➧ A ocorrência de furos, deformações ou desgastes irregulares na banda de rodagem; ➧ A existência de cortes, rachaduras, quebras por impactos ou contaminações nas laterais; ➧ O tempo que ele rodou vazio ou com baixa pressão antes de inflá-lo e, se necessário, encha-o pausadamente.
Consertos, só a quente Algumas ações são particulares para os pneus forade-estrada quando o assunto é manutenção. E uma delas é a realização de conserto a quente, uma vez que o método a frio utilizado em automóveis – com a aplicação de um “plug” de borracha na área interna, seguida por um cimento vulcanizante – não é recomendado nesse caso. O método a quente, onde a vulcanização se dá por aumento de temperatura e pressão, consiste na aplicação do manchão sobre a área danificada dos pneus. Esse conserto também deve ser precedido por uma análise da extensão do furo e do cálculo de lona que será necessária para o manchão. Em seguida, deve-se preencher a cavidade externa do furo com borracha REPAROS COM MANCHÃO e nivelar sua superfície para, na seqüência, prensar ou vulcanizar a parte interna. A avaliação da extensão do corte depende da experiência do recuperador. No caso dos pneus de caminhões, entretanto, é possível estabelecer que avarias com mais de 25 cm são irrecuperáveis, pois esses equipamentos submetem os pneumáticos a condições mais severas de operação em termos de carga e velocidade de deslocamento. Os manchões utilizados no conserto a quente possuem lonas ou cabos capazes de substituir os originais da carcaça danificada.
MANUTENÇÃO
COMO MONTAR E DESMONTAR OS PNEUS MONTAGEM: ➧ Antes da montagem, verifique se não há impurezas dentro do pneu; ➧ Inspecione o estado de conservação dos componentes da roda; ➧ Limpe completamente a roda; ➧ Use somente anel de vedação novo a cada montagem; ➧ Lubrifique as partes da roda e o talão do pneu antes da montagem; ➧ Coloque o flange traseiro sobre a base do aro, certificandose que o ressalto-guia se ajusta perfeitamente ao encaixe da base do aro; ➧ Empurre o pneu sobre a base do aro, coloque o flange dianteiro do aro na posição e confirme se o ressalto-guia está alinhado com o encaixe da base do aro; ➧ Coloque o anel cônico do talão em posição sobre a base do aro e force-o para dentro o máximo possível. ➧ Coloque o flange dianteiro em posição, verificando se o ressalto-guia está alinhado com o encaixe da base do aro; ➧ Coloque o anel de segurança na canaleta da base do aro e ve-
rifique se o ressalto-guia se encaixa nas fendas do anel cônico do talão e da base do aro; ➧ Certifique-se de que todas as fendas e ressaltos estejam perfeitamente alinhados; ➧ Lubrifique o anel e a área adjacente com uma solução de sabão vegetal, para que este não seja lançado para fora quando o anel cônico do talão for ajustado em sua posição. DESMONTAGEM: ➧ Esvazie totalmente o pneu antes de desmontar; ➧ Separe os talões dos flanges; ➧ Nos pneus com câmara, empurre o anel cônico até obter espaço suficiente para remover o anel de vedação; ➧ Remova o anel de segurança; ➧ Remova o anel de vedação; ➧ Remova o anel cônico do talão; ➧ Remova o flange da base do aro; ➧ Desloque o talão do flange traseiro e retire o pneu da base do aro.
Mas eles não duram para sempre e, por esse motivo, precisam ser substituídos periodicamente, independente da sua aparência. Além disso, no caso de um pneu que já tenha manchão e necessite de um novo reparo, é preciso trocar também o antigo, pois sua exposição à pressão de trabalho pode ter diminuído as propriedades de vedação. Todo conserto de pneu OTR deve ser efetuado quando este estiver na temperatura ambiente. Principalmente nos casos de vulcanização, nos quais a aparelho de reparo não pode ultrapassar os 150ºC, independentemente do tempo em que o pneu ficará submetido à máquina. De acordo com os especialistas, esse tempo depende da espessura do pneu, de forma que é preciso avaliar a indicação do fabricante.
Industrial Pneubom: www.pneubom.ind.br Regigant: www.regigant.com.br Associação Latino Americana de Pneus e Aros: www.alapa.com.br
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TABELA DE CUSTOS
MANUTENÇÃO
MAT. RODANTE
COMB./LUBR.
TOTAL
Caminhão basculante articulado 6x6
R$ 64,46
R$ 47,42
R$ 11,19
R$ 30,66
R$ 153,72
Caminhão basculante fora de estrada 30 t
R$ 39,89
R$ 23,95
R$ 11,19
R$ 22,23
R$ 97,26
Caminhão basculante rodoviário 6x4 (26 a 30 t)
R$ 20,48
R$ 14,40
R$ 6,79
R$ 7,67
R$ 49,33
Caminhão basculante rodoviário 6x4 (36 a 40 t)
R$ 30,94
R$ 23,21
R$ 7,04
R$ 15,33
R$ 76,52
Caminhão comboio misto 4x2
R$ 17,44
R$ 11,92
R$ 3,24
R$ 5,21
R$ 37,82
Caminhão guindauto 4x2
R$ 18,67
R$ 12,80
R$ 3,24
R$ 5,21
R$ 39,92
Carregadeira de pneus (1,5 a 2,0 m³)
R$ 29,40
R$ 15,40
R$ 3,13
R$ 13,03
R$ 60,97
Carregadeira de pneus (2,5 a 3,5 m³)
R$ 44,20
R$ 22,73
R$ 10,49
R$ 18,40
R$ 95,82
Compressor de ar portátil (250 pcm)
R$ 7,68
R$ 6,96
R$ 0,04
R$ 21,77
R$ 36,45
Compressor de ar portátil (750 pcm)
R$ 15,87
R$ 13,55
R$ 0,11
R$ 52,43
R$ 81,95
Escavadeira hidráulica (15 a 17 t)
R$ 41,50
R$ 26,75
R$ 1,61
R$ 13,80
R$ 83,65
Escavadeira hidráulica (20 a 22 t)
R$ 44,20
R$ 27,67
R$ 2,17
R$ 32,19
R$ 106,23
Escavadeira hidráulica (30 a 34 t)
R$ 81,25
R$ 50,07
R$ 4,01
R$ 45,99
R$ 181,32
Motoniveladora (140 a 180 hp)
R$ 49,98
R$ 29,40
R$ 3,74
R$ 26,06
R$ 109,18
Motoniveladora (190 a 210 hp)
R$ 49,00
R$ 29,00
R$ 3,49
R$ 30,66
R$ 112,15
Retroescavadeira
R$ 22,31
R$ 12,46
R$ 1,73
R$ 12,26
R$ 48,77
Trator agrícola
R$ 14,80
R$ 7,35
R$ 1,30
R$ 15,33
R$ 38,78
Trator de esteiras (100 a 120 hp)
R$ 57,09
R$ 29,55
R$ 2,87
R$ 19,93
R$ 109,44
Trator de esteiras (160 a 180 hp)
R$ 56,00
R$ 29,13
R$ 6,18
R$ 32,19
R$ 123,50
Trator de esteiras (300 a 350 hp)
R$ 138,13
R$ 71,07
R$ 19,60
R$ 56,72
R$ 285,52
EQUIPAMENTO
PROPRIEDADE
CUSTO HORÁRIO DE EQUIPAMENTOS COSTO POR HORA DE EQUIPOS
Os valores acima, sugeridos como padrão pela Sobratema, correspondem à experiência prática de vários profissionais associados, mas não devem ser tomados como única possibilidade de combinação, uma vez que todos os fatores podem ser influenciados pela marca escolhida, local de utilização, condições do terreno ou jazida, ano de fabricação, necessidade do mercado e oportunidades de execução dos serviços. Valores referentes a preço FOB em São Paulo (SP). Maiores informações no site: www.sobratema.org.br.
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EVENTO
INDÚSTRIAS E CONSTRUTORAS TROCAM
EXPERIÊNCIAS SOBRE MANUTENÇÃO O 23º Congresso Brasileiro de Manutenção, promovido pela Abraman, contou com um painel exclusivo sobre o setor de construção pesada, com a participação da Sobratema Entre os dias 1 e 5 de setembro, cerca de 4,5 mil profissionais de manutenção industrial passaram pela cidade de Santos (SP) para debater as novas tecnologias e tendências no setor. Organizados pela Associação Brasileira de Manutenção (Abraman), o 23º Congresso Brasileiro de Manutenção e a Expoman 2008, feira de produtos, materiais e equipamentos para o setor, atraíram profissionais dos mais diversos segmentos industriais, como petróleo e petroquímica, siderurgia, papel e celulose, mineração, setor automotivo, metroferroviário e outros. A novidade, este ano, é que o evento contou com um painel exclusivo sobre manutenção de equipamentos para construção, coordenado pelo presidente da Sobratema, Afonso Celso Mamede. “Esse intercâmbio é salutar e a experiência da manutenção de chão de fábrica já proporcionou o desenvolvimento de várias técnicas adotadas em canteiros de obras”, diz Mamede. Entre as práticas comuns aos dois setores, ele cita o uso da tecnologia da informação (TI) para monitoramento re-
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moto dos equipamentos e as análises termográficas, de óleos e vibrações. O evento contou com diversos painéis e apresentações técnicas sobre temas como manutenção portuária, em siderúrgicas e produção de petróleo, assim como logística, meio ambiente e terceirização de serviços, entre outros assuntos. A manutenção de classe global também mereceu uma palestra à parte e permeou os debates na mesa-redonda da área de construção pesada. “Esse conceito está baseado na integração de todas as etapas da manutenção, tornando-a uma atividade relacionada à operação e uma ação interdepartamental”, explica Norwil Veloso, consultor da Sobratema. O diretor de suprimentos da Galvão Engenharia, Silvimar Fernadez Reis, também vice-presidente da Sobratema, ressalta que a manutenção de classe mundial implica uma gestão cuidadosa dos custos dos equipamentos com vistas à maior competitividade da construtora. “Tomando uma escavadeira de 20 t como exemplo, 30% do custo total dessa má-
quina corresponde a peças e 29% ao seu custo de propriedade.” Para reduzir o custo de propriedade das máquinas, ele aposta em ações voltadas à sustentabilidade ambiental da operação. “Vale a pena investir em equipamentos que operam com queima mais eficiente de combustível e poluem menos, pois apesar de terem um valor de aquisição mais alto, eles são mais produtivos e existem empresas dispostas a arcar com esse custo, inclusive contratantes de obras, para negociá-lo no mercado de crédito de carbono”, diz ele. Mundos distintos Segundo levantamentos da Abraman, a manutenção industrial movimenta anualmente cerca de US$ 25 bilhões em aquisições de produtos e serviços no Brasil, respondendo por 4,1% do produto interno bruto (PIB) do País. Em alguns segmentos, como o de mineração, os mundos da indústria (voltado à gestão de instalações fixas) e da construção (focado na manutenção de máquinas móveis) encontram um ponto em comum.
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Essa experiência é vivenciada pela empresa francesa Assetsman, especializada em gestão de ativos industriais e com uma carteira de clientes que inclui empresas como a Companhia Vale do Rio Doce, Alumar e Votorantim Cimentos. “Nesse último caso, por exemplo, fizemos um trabalho centrado na confiabilidade das instalações fixas e dos equipamentos de mineração em 18 unidades da empresa”, diz David José de Souza, diretor comercial da Assetsman no Brasil. Na mina de Morro Agudo, ele explica que um estudo do ciclo de vida dos equipamentos ajudou a empresa a definir o melhor momento para a substituição dos caminhões fora-deestrada. “Seu planejamento indicava que a troca deveria ocorrer a cada 20 anos e descobrimos que, com a redução desse prazo para 12 anos, haveria um ganho de custo de US$ 600 mil para cada equipamento da frota, que é composta por 20 caminhões”, diz ele. As empresas francesas, a exemplo da Assetsman, marcaram presença na Expoman 2008 por meio de um pavilhão internacional, que reuniu 13 companhias interessadas em desenvolver parcerias e intercâmbio no mercado brasileiro de manutenção industrial. Em um coquetel oferecido durante o evento, essas empresas receberam a visita do chefe da Missão Econômica da França em São Paulo, Dominique Mauppin, e do representante daquele país no Brasil, Jean-Marc Gravier.
Profissionais de construção debatem a manutenção de equipamentos em canteiros de obras
EVENTO Fabricantes y constructoras comparten experiencias sobre mantenimiento Del 1º al 5 de septiembre, aproximadamente 4.500 profesionales de mantenimiento industrial se reunieron en la ciudad de Santos (São Paulo) para debatir los adelantos tecnológicos y las tendencias del sector. Organizados por la Asociación Brasileña de Mantenimiento (Abraman), el XXIII congreso Brasileño de Mantenimiento y la Expoman 2008, feria de productos, materiales y maquinaria para el sector, congregaron a profesionales de los más diversos ramos industriales, tales como petróleo y petroquímica, siderurgia, papel y celulosa, minería, automotriz y metro ferroviario. Este año la novedad fue la mesa exclusiva sobre mantenimiento de maquinaria para la construcción, coordinada por Afonso Celso Mamede, presidente de Sobratema. “Este intercambio es muy saludable y la experiencia práctica del mantenimiento en la planta ya ha propiciado el desarrollo de varias técnicas adoptadas en los obradores”, dice Mamede.
Abraman: www.abraman.org.br Assetsman: www.assetsman.com Sobratema: www.sobratema.org.br
67
PERFIL
ANDRÉ FREIRE
ARRUMANDO A CASA Diante dos planos de crescimento da Terex, que planeja expandir os negócios globais com base na demanda dos mercados emergentes, entre eles o Brasil, André Freire assumiu o comando da empresa na América Latina com a missão de unificar e consolidar as operações do grupo no continente. Desde maio, ele responde pela presidência da Terex Latin America, incluindo as divisões de plataformas elevatórias, guindastes, equipamentos para construção, para mineração e obras rodoviárias. “Estamos montando uma equipe para tocar cada uma dessas linhas, mas todas sob o mesmo guarda-chuva da Terex”, diz o executivo. Terceiro maior fabricante de equipamentos para construção do mundo, o grupo planeja chegar a 2012 com um faturamento global de US$ 12 bilhões, dos quais 30% deverão ser gerados nos mercados emergentes. Na entrevista a seguir, Freire fala do desafio de estruturar as operações da empresa no continente e dos planos para a instalação de uma fábrica no Brasil.
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M&T – Qual o objetivo das mudanças implantadas pela Terex em sua estrutura operacional? Freire – Em janeiro, o grupo nomeou um presidente para os mercados emergentes e estabeleceu a meta de que eles venham a representar em torno de 30% das nossas receitas em 2012, previstas para cerca de US$ 12 bilhões. Na verdade, estamos falando dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e do Oriente Médio, que responderão por 18% dos mais de US$ 10 bilhões de faturamento obtidos em 2008. Essa meta colocou o Brasil e a América Latina entre as prioridades da empresa, o que exige uma reorganização das nossas operações. Atualmente, nossos negócios na região movimentam cerca de US$ 400 milhões e, em dois anos, pretendemos dobrar as vendas no Brasil, que representa entre 50% e 60% dos negócios no continente. M&T – Em que consiste a reestruturação da Terex Latin America? Freire – Estruturamos as operações em cinco divisões, que correspondem aos negócios g de plataformas elevatórias, guindastes, guin i d equipamentos para construção, trução o para mineração e obras rodoviárias, e cada uma delas vai contar com diretor geral e uma equipe para o um di atendimento aos clientes e distribuiatend dores. Além disso, com a estrutura disdores ponível em nosso centro de distribuiponív ção, estamos montando uma equipe para o suporte conjunto a todas essas operações, como as áreas de finanças, opera marketing e outras. Nesse ponto, pomarke demos aproveitar muito da estrutura demo na fábrica de máquinas já instalada ins rodoviárias, da divisão Roadbuilding, rodov localizada no Rio Grande do Sul. locali M&T – A linha de equipamentos Genie ainda é o carro chefe da empresa presa? Freire – O negócio na área de plataformas elevatórias e manipuladores teforma lescópicos ainda figura entre os prinlescóp cipais da empresa, mas não é o único
e as demais linhas registraram forte crescimento nos últimos tempos. As vendas de plataformas cresceram muito com as recentes mudanças na norma regulamentadora nº 18 (NR-18) e a conscientização dos usuários quanto à segurança no canteiro de obras. Mas observamos o apelo que esses produtos têm também em função da industrialização dos processos de construção, já que eles contribuem com a mecanização e redução dos custos de mão-deobra. M&T – Na área de guindastes, como a empresa pretende melhorar os prazos de entrega para os clientes? Freire – Depois de estruturar nossa rede de distribuidores, composta pela Brasif e Paraná Equipamentos, conseguimos obter um percentual da produção da fábrica para atendimento exclusivo à nossa região. Como a demanda mundial por guindastes móveis continua aquecida, a fila de espera ainda é longa e temos pedidos para até dois anos de prazo de entrega. Mas estamos trabalhando para aumentar o percentual de produção destinado à América Latina, pois com a aquisição da Demag, herdamos uma marca com forte presença na região, principalmente no Brasil. M&T – Qual o foco da empresa nessa área de equipamentos? Freire – Oferecemos uma linha completa de guindastes móveis, com modelos sobre esteiras, os do tipo todoterreno (AT) ou para içamento de cargas em áreas confinadas e terrenos difíceis (RT). No caso dos AT, nosso foco está voltado para os modelos de maior porte, na faixa de 200 t de capacidade, já que não estamos interessados em disputar o mercado de guindastes rodoviários (TC). Além disso, temos a linha de guindaste de torre, composta pelos modelos para obras urbanas da italiana Comedil e pelos de maior porte da alemã Peiner. No caso dessa última, já comercializamos uma
PERFIL
Reorganización de la empresa En función de los planes de crecimiento de Terex, que espera llevar a cabo una ampliación de sus negocios mundiales basada en la demanda de los mercados emergentes, entre los cuales se encuentra el Brasil, André Freire se hizo cargo de la dirección de la empresa en América Latina con la misión de unificar y consolidar las operaciones del grupo en esta región. En mayo, asumió la presidencia de Terex Latin America, que abarca las divisiones de plataformas de trabajo aéreo, grúas, y maquinaria para la construcción, la minería y obras viales.
unidade sobre trilhos para uma obra de hidrelétrica no Brasil. M&T – Apesar da menor escala nas vendas, esses equipamentos possuem maior valor agregado... Freire – Sem dúvida, eles têm um valor de aquisição mais alto, mas nosso principal produto nessa área são os equipamentos porta-contêiner, principalmente após a recente aquisição da Fantuzzi, um dos maiores fabricantes mundiais de reach-stackers, inclusive com operações na América Latina. A área de manipuladores de contêineres é a que apresenta o maior volume de vendas para a empresa, impulsionada pela demanda de movimentação de cargas nos terminais marítimos e portos-secos do Brasil e demais países do continente. M&T – Fale sobre os planos da em-
“Estamos montando un equipo para hacerse cargo de cada una de estas líneas, pero todas están cubiertas por el mismo paraguas de Terex”, declaró el nuevo presidente. El grupo Terex, que ocupa el tercer lugar entre los fabricantes de maquinaria para la construcción, tienen planes de llegar al 2012 con una facturación mundial de 12.000 millones de dólares, el 30 % de los cuales deber ser generado en los mercados emergentes. En la entrevista que concedió a la revista, Freire habla del desafío que significa estructurar las operaciones de la empresa en el continente y sobre los planes de instalar una fábrica en el Brasil.
presa para a área de equipamentos para mineração. Freire – Nessa área, atuamos com escavadeiras e caminhões de grande porte, inclusive com unidades em operação no Brasil, além de equipamentos de perfuração e de uma família completa para britagem, peneiramento
conjuntos móveis da Terex Pegson e Powerscreen no Brasil. M&T – O fato de o parceiro também fabricar britadores não cria uma contradição? Freire – Como nossas linhas são complementares e a Simplex possui forte conhecimento desse mercado, além de uma estrutura industrial e de suporte aos clientes, temos grandes expectativas em relação a esse negócio. Os britadores sobre esteiras são muito usados nos países industrializados, tanto por mineradoras quanto por construtoras, pois apresentam baixo custo de mobilização, podem ser operados por uma pessoa e iniciam o trabalho em menos de 30 minutos, eliminando a necessidade de instalação elétrica e de obras civis para sua instalação. Por
...a única forma de disputar este mercado (equipamentos para construção) é com a instalação de uma fábrica no Brasil...e essa decisão já foi tomada pelo grupo" e processamento mineral. Para isto, temos uma parceria com a Sotreq para a venda e assistência técnica aos equipamentos de grande porte. Além disso, acabamos de fechar um acordo com a Simplex, que fabrica peneiras e britadores, para a distribuição dos
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
esse motivo, eles têm grande potencial de mercado e a prova disso é que, no lançamento do produto, computamos a venda de seis unidades no Brasil. M&T – O que a empresa planeja para realmente ingressar no mercado brasileiro de máquinas para construção? Freire – Realmente, nossa participação nessa área é pequena, apesar de termos equipamentos como escavadeiras, carregadeiras e retroescavadeiras em operação no Chile, Panamá, México e outros países da América Latina. Após estudar esse mercado atentamente, constatamos que a única forma de disputá-lo é com a instalação de uma fábrica no Brasil, que pode ser por meio de uma aquisição, com a expansão da nossa unidade industrial da divisão Roadbuilding ou com a montagem de uma instalação nova. As alternativas estão em análise, assim como o tipo de equipamentos a ser produzido e os investimentos necessários, mas a
decisão de montar uma fábrica no País já foi tomada. M&T – A empresa não está perdendo oportunidades ao deixar de importar os equipamentos para desenvolver um projeto que se estende há dois anos? Freire – Realmente, a atual relação
cambial e a demanda do mercado tornam a importação atrativa, mas nossos projetos são de longo prazo. Nessa área, precisamos dispor de uma estrutura de distribuição consolidada para a assistência aos clientes em peças e serviços. E isto só é possível se o fabricante puder apoiar o distribuidor.
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Rapidez nas demolições secundárias Os pulverizadores hidráulicos distribuídos pela Pró Eletro são projetados para proporcionar versatilidade e rapidez em serviços de demolição secundária de paredes, lajes, pavimentos e estruturas verticais de concreto armado de média altura.
Apesar de compactos e leves, sua mandíbula permite a fragmentação dos materiais para a separação da ferragem e do concreto. Além disso, suas lâminas de cisalhamento, hastes de ferro e de reforço são posicionadas de forma a não entrar em contato com o material, evitando o desgaste prematuro do acessório. Estão disponíveis nas versões fixa ou rotativa, que realiza giro de 360º e facilita ainda mais o serviço de demolição. Nesse último caso, eles são oferecidos em modelos com peso entre 2.000 kg e 3.800 kg, que podem ser usados como implemento em máquinas portadoras de 21/28 t a 35/60 t de peso operacional. O maior modelo da linha, o RV 38, opera com uma pressão máxima de 300 bar e vazão de 180 a 200 l/min de óleo, produzindo uma força de trabalho central de 250 t e de 190 t na extremidade. www.perfproeletro.com.br
Acabadora para cantos de pisos A Petrotec lançou a acabadora de concreto PT 24 como uma alternativa para o acabamento de bordas e cantos de pisos de alta resistência nos quais outros equipamentos do gênero não conseguem chegar. Isto porque a proteção independente rotativa das lâminas facilita a operação em torno de colunas e bordas de paredes, eliminando algumas manobras cansativas na operação manual
de forma a proporcionar maior produtividade e qualidade ao serviço. Devido a suas dimensões reduzidas, ela pode ser usada em áreas confinadas, além de contar com alça de aço e cabo dobrável, que possibilitam sua acomodação em espaços pequenos durante o transporte. São equipadas com motor Honda e versão de quatro tempos a gasolina. Além das acabadoras de concreto, a empresa produz uma linha de equipamentos para obras de pisos industriais, incluindo alisadoras de superfície (simples e dupla), compactadores de percussão, cortadoras de piso e asfalto, rodo de corte, régua e placa vibratória, disco de flotação e lâminas para alisadoras, entre outros. www.petrotec.ind.br
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Equipamento reduz custos na britagem O conjunto de britagem móvel 1000SR da linha Terex Pegson, que a Simplex começou a distribuir no Brasil, desloca-se sobre esteiras com sapatas de 400 mm de largura, que vencem inclinações de 30º e conferem ao equipamento uma velocidade de até 1,3 km/h. Com isto, ele pode se locomover até a frente de desmonte, eliminando gastos com o transporte do material, com a montagem de rede elétrica e bases de concreto para a instalação fixa, o que reduz seus custos de mobilização em mineradoras e canteiros de obras. Acionado por um motor de 350 hp, ele possui calha de alimentação de até 4,4 m³, sistema de detecção de metais, peneira inclinada vibratória de dois decks e sprays para supressão de pó. Indicado para britagem secundária, o equipamento opera com britador giratório dotado de ajuste hidráulico, liberação automática da sobrecarga e desbloqueio hidráulico, que pode ser disponibilizado em versões de 63 mm a 160 mm de abertura máxima de alimentação, de acordo com o tipo de material a ser fragmentado. www.simplex.ind.br
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Sistema traciona eixo dianteiro dos caminhões AddDrive é a tecnologia desenvolvida pela Poclain Hydraulics para prover tração no eixo dianteiro de caminhões rodoviários quando precisam enfrentar rampas acentuadas ou trafegar por brejos e solos com baixa capacidade de suporte. O sistema funciona sob demanda, enviando tração para as rodas dianteiras a partir do momento em que a velocidade de deslocamento cai abaixo de 30 km/h. Para isto, ele emprega um motor hidráulico instalado em cada roda, que ficam acoplados a uma bomba hidráulica na saída do motor do caminhão ou da caixa de câmbio, provendo até 420 bar de pressão. O controle é realizado por uma unidade eletrônica (ECU), que identifica a queda na velocidade e aciona o sistema. Segundo a empresa, a tecnologia já é usada em caminhões MAN, na Europa, para aplicações fora-de-estrada em construção civil, mineração e agroindústria. Agora, ele está sendo oferecido no Brasil para projetos conjuntos com montadoras ou mesmo para atendimento a usuários finais. De acordo com a Poclain, o sistema apresenta vantagens em relação a um 4x4 mecânico, como redução
no centro de gravidade do veículo e no seu peso (até 400 kg), além de proporcionar menor raio de curvatura e economia de até 10% no consumo de combustível. Além disso, o motor do eixo dianteiro possibilita o uso do sistema em variadas aplicações fora-de-estrada, como caminhão basculante ou autobetoneira, com tração 4x2, 6x4, 8x4, cavalo mecânico e outros. www.poclain-hydraulics.com