Revista M&T - Manutenção & Tecnologia N º 1 1 7 - S e t e m b r o - 2 0 0 8 - w w w. s o b r a t e m a . o r g. b r
SOBRATEMA
nº 117 - Setembro - 2008
EDITORIAL
Vinte anos de contínua evolução Uma nova mentalidade começa a se difundir nos canteiros de obras, com impacto no perfil do parque de equipamentos das construtoras brasileiras. Com a valorização da mão-deobra e a rápida industrialização dos processos de produção, elas descobriram que os equipamentos compactos, como as minicarregadeiras e miniescavadeiras, podem se converter em importantes aliados na busca de maior produtividade e eficiência no serviço. Versáteis, as minis se convertem em diferentes máquinas, com a rápida troca de seu implemento, desde uma pequena autobetoneira ou empilhadeira, até uma valetadeira ou varredeira. Além disso, como são compactas, elas operam em áreas com pouco espaço e substituem com vantagens os equipamentos convencionais de maior porte até então usados em serviços de apoio no canteiro. Esta edição de M&T traz uma reportagem sobre o assunto, mostrando como tais características contribuíram para o aumento na demanda por essa família de equipamentos. A revista traz ainda uma reportagem sobre os cuidados com o material rodante, além de uma matéria sobre a contribuição das concessionárias privadas de rodovias para a evolução dos equipamentos de pavimentação. Em busca de maior durabilidade para o pavimento e de melhor rentabilidade em suas operações, elas popularizaram o uso de asfaltos modificados por polímeros – incluindo nessa categoria o asfalto borracha – o que demandou adaptações nas usinas de asfalto, nas vibroacabadoras e demais máquinas usadas na recuperação das pistas. As mudanças ocorridas no setor de equipamentos nas últimas duas décadas, aliás, marcam outra reportagem desta edição, dedicada aos 20 anos de fundação da Sobratema. Resgatando a história do setor e da associação nesse período, constatamos que os princípios que nortearam sua fundação continuam mais válidos do que nunca nesses tempos de rápida evolução tecnológica: o intercâmbio de conhecimento entre os profissionais do setor. Esta M&T foi concebida como uma edição comemorativa dos 20 anos de Sobratema, de forma que o presente seja para você, leitor. Portanto, nossos votos de uma boa leitura.
Veinte años de progreso continuo Una nueva mentalidad empieza ganar terreno en las obras y ejerce un importante impacto sobre el perfil del parque de máquinas de las empresas constructoras brasileñas. En virtud de la valorización de la mano de obra y de la rápida industrialización de los procesos de producción, las empresas han descubierto que las máquinas compactas, tales como los minicargadores y las miniexcavadoras, pueden transformarse en grandes aliadas del aumento de la productividad y la eficiencia de los servicios. Versátiles, las minimáquinas asumen diferentes papeles con solo cambiar rápidamente los implementos, desde una motohormigonera o carretilla elevadora de pequeño tamaño, hasta una zanjadora o barredora. Además, como son compactas, pueden trabajar en lugares con poco espacio y reemplazan, con ventajas, a los equipos convencionales de mayor envergadura usados hasta ahora en los servicios de apoyo de los obradores. Este número de M&T incluye un reportaje sobre el tema, que muestra el modo en que estas características han contribuido a aumentar la demanda de esta familia de máquinas. Presenta también un artículo sobre la atención que debe darse al tren de rodaje, además de un análisis de la contribución de las concesionarias privadas de autopistas al desarrollo de los equipos para pavimentación. A los fines de aumentar la durabilidad de los pavimentos y la rentabilidad de sus operaciones, han incrementado el uso de asfaltos modificados con polímeros – incluido en esta categoría el asfalto caucho –, que exigieron la adaptación de las plantas de asfalto, las acabadoras vibratorias y en otros tipos de máquinas usadas en la recuperación de las calzadas. Los cambios verificados en el sector de equipos durante las dos últimas décadas, en efecto, dan pie a otro reportaje de este número, dedicado a los 20 años de la fundación de Sobratema. Al rescatar la historia del sector y de la asociación a lo largo de este período, vemos que los principios que guiaron su fundación están más vigentes que nunca en este momento de rápido desarrollo tecnológico: el intercambio de conocimientos entre los profesionales del ramo. Este número de la M&T fue concebido como una edición conmemorativa de los 20 años de Sobratema, de modo que el regalo es para usted, lector. Les deseamos una agradable lectura.
Revista M&T Manutenç ão & Tecnologia
EXPEDIENTE
SUMÁRIO
Nº 1 17
Petrônio de Freitas Fenelon (MG) VPS Engenharia e Estudos Wilson de A. Meister (PR) Ivaí Engenharia de Obras S/A Jose Luis P. Vicentini (BA) Terrabrás Terraplanagem do Brasil S/A Laércio de F. Aguiar (PR) Construtora Queiroz Galvão S/A Antonio Almeida Pinto (CE) Construtora Queiroz Galvão S/A
Filiado à:
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A contribuição da Sobratema para a evolução do setor ESPECIAL 20 AÑOS La contribución Sobratema al desarrollo del sector
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MÁQUINAS RODOVIÁRIAS O asfalto não é o único modificado MÁQUINAS VIALES No se modifica solo el asfalto
32 MATERIAL RODANTE Como dimensionar e cuidar das esteiras TREN DE RODAJE Cómo dimensionar y cuidar las orugas
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EQUIPAMENTOS COMPACTOS As minis conquistam o mercado MAQUINARIA COMPACTA Las minimáquinas conquistan el mercado
46 EMPRESA I A cartada da BMC EMPRESA I La jugada de BMC
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EMPRESA II Cinqüentona com fôlego de adolescente EMPRESA II Cinqüentona com fôlego de adolescente
58 CAMINHÕES Os planos da Iveco para o segmento fora-de-estrada CAMIONES Los planes de Iveco para el segmento fuera de carretera
Revista M&T - Conselho Editorial Comitê Executivo: Cláudio Schmidt (presidente), Paulo Oscar Auler Neto, Silvimar F. Reis, Permínio A. M. de Amorim Neto e Norwil Veloso. Membros: Adriana Paesman, Agnaldo Lopes, Benito F. Bottino, César A. C. Schmidt, Eduardo M. Oliveira, Gino R. Cucchiari, Lédio Augusto Vidotti, Leonilson Rossi, Luiz C. de A. Furtado, Mário H. Marques e Pedro Luiz Giavina Bianchi. Diretor Executivo: Hugo José Ribas Branco Editor: Haroldo Aguiar Repórter: Rodrigo Conceição Santos Revisão Técnica: Norwil Veloso Assistente: Felipe Fernandes Traduções: Maria Del Carmen Galindez Publicidade: Sylvio Vazzoler, Roberto Prado e Giovana Marques Di Petta Produção Gráfica: DSGE A Revista M&T - Manutenção & Tecnologia é uma publicação dedicada à tecnologia, gerenciamento, manutenção e custos de equipamentos. As opiniões e comentários de seus colaboradores não refletem, necessariamente, as posições da diretoria da SOBRATEMA. Tiragem: 12.000 exemplares. Circulação: Brasil e América Latina. Periodicidade: mensal. Impressão: Parma Auditado por:
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Diretor Regional
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Diretoria Técnica
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ESPECIAL 20 ANOS
Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta Vice-Presidente: Eurimilson João Daniel Vice-Presidente: Ivan Montenegro de Menezes Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos Vice-Presidente: Jonny Altstadt Vice-Presidente: Mário Sussumo Hamaoka Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe Vice-Presidente: Paulo Oscar Auler Neto Vice-Presidente: Silvimar Fernandes Reis André G. Freire (Terex) - Augusto Paes de Azevedo (Caterpillar) - Benito Francisco Bottino (Odebrecht) - Carlos Arasanz (Eurobrás - ALEC) Cláudio Afonso Schmidt (Odebrecht) - Dionísio Covolo Jr (Metso) - Edson R. Del Moro (Yamana Mineração) - Eduardo M. Oliveira (Santiago & Cintra) - João Miguel Capussi (Scania) - Felipe Sica Soares Cavalieri (Brasil Máquinas de Construção - Hyundai) - Franz Treu (Atlas Copco) - Gilberto Leal Costa (Odebrecht) - Gino Raniero Cucchiari (New Holland) - João Lázaro (CCCC) - Ledio Augusto Vidotti (GTM Máquinas e Equipamentos) - Luis Afonso Pasquotto (Cummins) - Luiz Carlos Furtado (CR Almeida) - Luiz Gustavo Pereira (Tracbel - Volvo) - Marcos Bardella (Brasif - Case) - Mario Humberto Marques (AG) - Nathanael P. Ribeiro Jr (Multieixo - Randon) - Paulo Lancerotti (Sotreq - Caterpillar) - Permínio A. Maia de Amorim Neto (Getefer) - Ramon Nunes Vazquez (Mills) - Ricardo Pagliarini Zurita (Liebherr) - Rissaldo Laurenti Júnior (Carraro S.A.) - Roberto Mazzutti (Auxter - JCB) - Sérgio Barreto da Silva (Geral Damulakis Engenharia SA - GDK) - Valdemar Shinhiti Suguri (Komatsu) - Yoshio Kawakami (Volvo)
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Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção
Comitê Executivo
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SOBRAT EMA
Arte produzida pela Diagrama Estúdio.
Diretoria Executiva e Endereço para correspondência: Av. Francisco Matarazzo, 404 cj. 401 – Água Branca São Paulo (SP) – CEP 05001-000 Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192
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MERCADO O elo fraco da cadeia produtiva MERCADO El eslabón débil de la cadena productiva
66 INTERNACIONAL A Sobratema vai à Rússia INTERNACIONAL Sobratema va a Rusia
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PERFIL - AFONSO MAMEDE Movidos pela necessidade PERFIL - AFONSO MAMEDE Movidos por la necesidad
70 SEÇÕESSECCIONES NotasNotas................................................................................................................06 ManutençãoMantenimiento.....................................................................................63 Espaço AbertoEspacio Abierto.................................................................................74
NOTAS
Acordo adia o fornecimento de diesel com menos enxofre A obrigatoriedade de uso de diesel S-50 (combustível com um nível máximo de enxofre de 50 partículas por milhão – ppm) por toda a frota brasileira, a partir de 2009, acabou ficando restrita apenas aos ônibus urbanos em circulação nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro. A decisão, que contraria a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para ingresso à nova etapa do programa de controle de emissões por veículos a diesel (Proconve 7 ou P-7), a partir do próximo ano, foi tomada após extensas negociações no âmbito do Ministério Público Federal. Diante da impossibilidade de abastecer todo o País dentro das novas especificações para o diesel, a Petrobras negociou novas datas com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), fabricantes e demais players. Apenas as frotas de ônibus
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urbanos de São Paulo e do Rio de Janeiro serão abastecidas pelo diesel S-50 a partir de 2009, com o fornecimento de um combustível de no máximo 1.800 ppm de enxofre para os demais veículos. Atualmente, é permitido seu uso com taxas de até 2.000 ppm. O acordo empurra a obrigatoriedade do uso do diesel S-50 para 2011, e mesmo assim apenas em Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e nas regiões metropolitanas de São Paulo, da Baixada Santista, Campinas, São José dos Campos e Rio de Janeiro. Dessa forma, somente em janeiro de 2014 será totalmente substituída a oferta de combustível com 1.800 ppm de enxofre por um com 50 ppm. Essa medida, indispensável para que os motores possam atender índices mais restritivos de emissão de poluentes, está mobilizando investimentos da Petrobras na modernização de suas refinarias, de forma a obter um diesel mais limpo.
Israel Celli assume vice-presidência da Case na Europa
O brasileiro Israel Celli, que há vários anos trabalha no exterior, ocupando altos cargos executivos em empresas fabricantes de equipamentos, assumiu a vice-presidência de vendas e marketing da Case Construction Equipment na Europa. “Pessoalmente, estou feliz em tê-lo em nossa equipe novamente, pois sua experiência neste mercado nos ajudará a melhorar o apoio aos serviços, tanto os prestados aos clientes quando os de suporte aos distribuidores”, declarou Jim MacCullough, presidente executivo da empresa, para o qual ele irá se reportar. Celli já integrou o quadro de executivos da Case anteriormente, onde trabalhou como responsável pelos mercados latino-americano e caribenho durante cinco. Em seguida, ele se transferiu para a JLG, na qual chegou ao posto de executivo de vendas internacionais, marketing e assistência ao cliente. A carreira de Israel Celli registra passagem também pela IBM Corporation, onde trabalhou durante 20 anos em diferentes funções, e pela Clark Equipment.
NOTAS
Copex comemora 18 anos Especializada na venda de equipamentos e acessórios hidráulicos para mineração e construção civil, a Copex completa 18 anos de existência com uma ampla linha de produtos voltados às áreas de escavação e movimentação de solos, concretagem e asfalto. A empresa distribui ferramentas para perfuração, desmonte de rocha e demolições, como rompedores e tesouras hidráulicas, além de comercializar autobetoneiras, bombas de argamassa e de concreto, torres de iluminação, minicarregadeiras, fresadoras, escarificadoras e vários tipos de acessórios. Antonio Grisci, diretor da empresa, atribui o sucesso dessa trajetória à sólida parceria com os fornecedores, em geral marcas líderes em seus segmentos, e ao trabalho de acompanhamento e assistência técnica oferecido aos clientes. Entre as marcas distribuídas pela Copex estão a Indeco, Fiori, Simex, PW Hidro, Romanelli e VTN. Com três unidades, localizadas em Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Guarulhos (SP), ela atende grandes mineradoras, como a Vale do Rio Dose, bem como pedreiras e construtoras do porte da Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Toniolo, Busnello e outras.
Ciber inaugura instalações Ao completar 50 anos de atuação, a Ciber Equipamentos Rodoviários investiu na ampliação e reestruturação de algumas áreas em sua fábrica de Porto Alegre (RS). Além de inaugurar um novo centro de treinamento, com 255 m² de área, dotado de salas com bancadas que simulam a operação e manutenção dos seus equipamentos, a empresa instalou uma área externa para testes e demonstrações de operação de suas usinas de asfalto, rolos compactadores, vibroacabadoras e fresadoras. Segundo Walter Rauen, diretor presidente da Ciber, as novas instalações dobram a capacidade instalada para treinamentos na empresa, que até setembro
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registrou a passagem de 306 profissionais em seus cursos este ano. “Já recebemos clientes da Argélia, com aulas ministradas em francês, bem como profissionais de vários países da América Latina, onde nossos equipamentos têm grande participação de mercado”, diz ele. As mudanças na fábrica incluíram a adoção de novas ferramentas de gestão da produção, assim como a adoção de um novo layout na linha de montagem, para que as áreas de pré-armazenamento independentes possam suprir a produção de forma contínua. De acordo com Rauen, tais modificações devem contribuir com um aumento de 25% na produtividade.
Petrobras começa a produzir biodiesel em Candeias A estatal entregou o seu primeiro lote de produção comercial com um carregamento que saiu da usina de Candeias, na Bahia, totalizando 44.780 litros de biodiesel. A entrega fazia parte da produção vendida pela empresa nos leilões realizados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), no qual foram comercializados um total de 8 milhões de litros de biodiesel. Com uma capacidade instalada para 57 milhões de litros por ano, a usina de Candeias é equipada com sistemas de instrumentação e de controle automatizados, além de contar com equipamentos para o processamento de óleos vegetais brutos. A Petrobras ainda conta com duas outras usinas de biodiesel, das quais uma localizada no município de Quixadá (CE) e outra em Montes Claros (MG). Esta última, em fase final de construção, foi projetada para ampliar a capacidade total de produção de biodiesel da Petrobras em 17 milhões de litros por ano.
NOTAS
Distribuidor JCB amplia sede em Araçatuba
Com investimentos de R$ 700 mil, a distribuidora Auxter concluiu a ampliação e reforma de sua sede, em Araçatuba (SP), e reinaugurou a unidade para atendimento aos clientes. A empresa aumentou a oficina mecânica, o depósito de peças e a área de pós-vendas, além de criar uma área de lazer dedicada exclusivamente ao relacionamento com os clientes, dotada de churrasqueira e forno a lenha, entre outras melhorias. “Também instalamos pisos impermeáveis de alta resistência e uma cabine fechada, com ar condicionado, para os
serviços de montagem de motores e de componentes hidráulicos”, explica Célio Neto, diretor proprietário da Auxter. “Esse investimento propicia que tenhamos lojas proporcionais à qualidade do atendimento regional que nos posicionou na vice-liderança do mercado de retoescavadeiras no Estado de São Paulo”. Segundo ele, 25% dos negócios feitos pela JCB no Brasil são oriundos da sua distribuição, que deverá expandir em 2010 com a abertura de três filiais, localizadas em Santos, Campinas e na região do Grande ABC.
Devido ao fato de a Sobratema estar atualizando e reestruturando a “Tabela de Custo Horário de Equipamentos”, que é oferecida aos associados e demais profissionais do setor, esta edição de M&T deixa de publicá-la para, nos próximos meses, voltar a trazer informações atuais sobre custo de equipamentos.
Scania oferece posto avançado de serviço para a Vale Para reduzir custos de deslocamento nos serviços de manutenção e aumentar a disponibilidade das frotas de caminhões que rodam nas minas da Com-
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panhia Vale do Rio Doce, a Scania implantou postos avançados de serviço em três operações da mineradora: a mina de Pico, localizada em Itabirito (MG), a de Capitão do Mato e a de Tamanduá, ambas na cidade de Nova Lima (MG). Cada um desses postos foi dimensionado para atender uma média de 14 veículos/dia, realizando manutenções preventivas e intervenções rotineiras, como a troca de pneus, de lâmpadas, reparos em embreagem e manutenção de caçambas. “Os serviços mais complexos, como a manutenção de motor, transmissão e outros, ficam sob responsabilidade das oficinas centrais das concessionárias da Scania, que dispõem de estruturas mais adequadas para essa tarefa”, afirma Antonio Barros, gerente executivo de desenvolvimento e gestão com a rede de concessionárias da Scania. Como o contrato entre a montadora e
a Vale se baseia na disponibilidade da equipe, independentemente da realização do serviço, o pagamento não se dá pela quantidade de ordens de serviços, como seria de se imaginar. “Combinamos a quantidade de mecânicos e as horas de trabalho e o pagamento é feito mensalmente.” Barros explica que esse sistema estabelece a responsabilidade da montadora de manter nesses postos de serviços uma equipe capacitada para os serviços, bem como o ferramental necessário e pessoal administrativo para o controle das manutenções diárias. Além desses postos avançados, a Vale possui outros postos de serviços da Scania para atendimento aos 700 caminhões da marca que estão distribuídos em suas minas. Esses veículos, usados no transporte de minério, operam em configurações com tração 10x4, 8x4 e 6x4.
NOTAS
Caçamba britadora reduz custos de demolições Indicadas para a reciclagem de materiais, as caçambas trituradoras da italiana MB Meccanica Braganzese revelam-se importantes aliadas em serviços de demolições, escavações, recuperação ambiental e construção civil em geral. Usadas como implemento de escavadeiras hidráulicas, elas britam materiais como rocha, fragmentos de concreto e outros, permitindo seu reaproveitamento no próprio canteiro. Mesmo que eles não sejam reutilizados em aterros, sua redução granulométrica possibilita um melhor aproveitamento da capacidade de transporte dos caminhões, com a conseqüente redução nos custos com seu deslocamento até o bota-fora. Na Itália, o equipamento é utilizado largamente, como atesta o empresário Conrrado Besenval, proprietário da empreiteira que leva seu sobrenome, especializada em serviços de demolições e obras civis. A empresa adquiriu uma caçamba modelo BF90.3, com capacidade para 0,75 m3, e não pára de contabilizar ga-
nhos. “Além de economizarmos no transporte do material demolido, também reduzimos custos com o consumo de brita”, diz ele. Entre outras vantagens, o empresário afirma que a caçamba pode ser montada e desmontada rapidamente, além de oferecer respostas imediatas aos comandos e de demandar poucos cuidados com manutenção, basicamente relacionados a lubrificações nos prazos indicados pelo fabricante. “Como sua instalação não requer adaptações e se resume apenas às ligações hidráulicas, não precisamos mobilizar um equipamento especificamente para esse serviço; já a ferramenta pode ser transportada como uma caçamba, o que dispensa licenças especiais.” O modelo BF90.3, adquirido pelo empresário, pesa 3.500 kg e é indicado para máquinas portadoras de 20 t a 28 t de peso operacional. Ele produz um material na faixa granulométrica 60 a 80 mm e, equipado com separador magnético, remove as bar-
ras de ferro misturadas ao material a ser triturado. Outra vantagem, segundo Besenval, é que a caçamba realiza a britagem através de mandíbulas construídas em peça única – para evitar a ocorrência de fissuras devido à agressividade da operação – e não por meio de dentes, que poderiam ocasionar acidentes, como danos ao pavimento na hora de recolher o material ou até mesmo o travamento das partes internas.
Pneus radiais: tecnologia para consertos em áreas não reparáveis Uma tecnologia que permite reconstruir a carcaça de pneus radiais danificados, mesmo em áreas as quais os consertos eram vetados pelos fabricantes, como os flancos, está sendo apresentado pela Recapagem Alterosa como uma solução para a redução de custos das construtoras, mineradoras e demais empresas que operam com frotas de equipamentos sobre pneus. Segundo a empresa, que presta serviços de reparos e recauchutagem em Minas Gerais e no Pará, o sistema pode ser aplicado em pneus de caminhões e nos modelos de grande diâmetro, usados por equipamentos fora-de-estrada. Trata-se da tecnologia italiana Tap Rap, da qual a recauchutadora obteve homologação, que reproduz a estrutura original do pneumático. No reparo dos flanco, por exemplo, o sistema se baseia na supressão de todos os cabos de aço radiais danificados na zona flexível, de acordo com especificações pré-estabelecidas. Dessa forma, a tecnologia evita a aplicação de manchões reforçados sobre a cinta de aço
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flexionada, o que criaria áreas de aquecimento o e comprometeria a vida útil do pneu. Apesar de ser possível obter uma vedação hermética com reparos reforçados convencionais, o engenheiro Sérgio Ferrara, da RFP Tap Rap, explica que esses manchões são concebidos para flexionar numa única direção. “Como os flancos estão sujeitos a esforços em três direções, a tecnologia convencional cria um ponto rígido nesse local e qualquer resistência à deformação resulta em geração de calor e em menor durabilidade dos pneus”, diz ele. Com esse sistema, que exige a adoção de procedimentos, ferramentas e materiais homologados, Ferrara afirma que é possível recuperar vários tipos de danos com até 25% de largura, inclusive nos ombros e flancos do pneu. “Aplicamos uma fina camada de borracha com os cabos de aço, nas dimensões exatas para o reparo, sem sua sobreposição na estrutura existente.” Além da redução de custo, com o aproveitamento de um ativo danificado, o engenheiro ressalta os ganhos
ambientias decorrentes da recuperação de um pneu que seria descartado.
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A CONTRIBUIÇÃO DA SOBRATEMA PARA A
EVOLUÇÃO DO SETOR Os princípios de intercâmbio e de difusão do conhecimento, que nortearam a fundação da associação em um ambiente fechado às novas tecnologias, continuam válidos nos tempos atuais, marcados pela integração e globalização
Os anos 80 do século passado ficaram conhecidos como a década perdida em função da estagnação econômica que imperou no País durante aquele período. Em 1988, a luta contra a escalada inflacionária expunha a impotência do primeiro governo civil depois de mais de 20 anos de regime militar. Após três
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planos econômicos frustrados (Cruzado, Cruzado II e Bresser) e à decretação de uma moratória, que colocou o País à margem do comércio internacional, o Brasil caminhava para mais uma medida controversa, o Plano Verão, que acabaria por desestruturar a economia, acelerando o processo de hiperinflação.
Em um mercado fechado às importações e às inovações tecnológicas, os profissionais de equipamentos das construtoras se deparavam com problemas similares, geralmente relacionados a dificuldades com peças de reposição. A título de comparação, basta lembrar que nessa mesma épo-
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
ca, enquanto Bill Gates revolucionava a informática ao antever que o computador pessoal seria algo acessível a todo consumidor – e que ele demandaria seu sistema operacional MS Windows – no Brasil imperavam os computadores gigantescos e ineficientes, obviamente protegidos de concorrência por uma lei de reserva de mercado. Esse cenário negativo certamente não inspiraria iniciativas empreendedoras, mas não foi o que aconteceu naqueles últimos meses de 1988. Para trocar experiências, um grupo de profissionais de grandes construtoras marcou um encontro naquele conturbado setembro de 1988. Em clima de happy hour, eles se reuniram numa lanchonete localizada na Praça Panamericana, uma espécie de fronteira entre os sofisticados bairros residenciais da Zona Oeste de São Paulo e a intensa movimentação da Marginal do rio Pinheiros. Ao se encontrarem naquele dia, os executivos do setor quebraram vários tabus numa só tacada: colocaram de lado as desconfianças comuns entre concorrentes, trocaram informações sobre gestão de frotas e criaram uma associação.
Barreiras iniciais A criação de uma associação de profissionais de equipamentos do setor de construção, algo que ninguém imaginava ao chegar àquele encontro, mostrou-se a melhor iniciativa para enfrentar os tempos difíceis que se aproximavam. A troca de informações coincidia com o esgotaDas primeiras reuniões para a criação da Sobratema (abaixo) floreceram ações como a M&T Expo (acima, a abertura da edição 1997 da feira, com a presença de autoridades)
ESPECIAL 20 AÑOS La contribución Sobratema al desarrollo del sector El período comprendido entre 1980 y 1990 recibió el nombre de “década perdida” debido al estancamiento económico que experimentó Brasil a lo largo de esos años. En 1988, el combate al crecimiento desenfrenado de la inflación ponía en evidencia la impotencia del primer gobierno civil después de más de 20 años de régimen militar. Luego de tres planes económicos fallidos (Cruzado, Cruzado II y Bresser) y la determinación de una cesación de pagos que puso al país al margen del comercio internacional, Brasil se dirigía hacia otra medida controvertida, el Plan Verano, que, en última instancia, alteró la economía y aceleró el proceso de hiperinflación. En un mercado cerrado a las importaciones y a las innovaciones tecnológicas, los profesionales dedicados a la maquinaria para la construcción enfrentaban problemas similares, relacionados, por lo general, con las dificultades para encontrar repuestos. Solo a modo de ejemplo, se puede mencionar que durante ese período, mientras Bill Gates estaba revolucionando la informática al predecir que la computadora personal podría estar al alcance de todos los consumidores – que demandarían su sistema operativo MS Windows –, en el Brasil solo había computadoras enormes e ineficientes, obviamente protegidas de la competencia por una ley de reserva el mercado. Esta situación negativa no inspiraba, ciertamente, iniciativas emprendedoras, pero, contra la corriente, fue lo que sucedió en los últimos meses de 1988. En septiembre de 1988, un grupo de profesionales de las principales empresas constructoras concertó una reunión para intercambiar experiencias. En clima de happy hour, se reunieron en una cafetería situada en la Plaza Panamericana, una especie de límite entre los barrios residenciales de la Zona Oeste de São Paulo y la intensa circulación de la costanera del río Pinheiros. Aquel día, al reunirse, los ejecutivos del sector
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ESPECIAL 20 ANOS mento do ciclo das “grandes obras” e a conseqüente reestruturação do setor de manutenção das empreiteiras, que passavam a vislumbrar a gestão das frotas como um fator estratégico para o sucesso dos negócios. Todas as conversas, obviamente, eram pautadas pelo protocolo técnico dos engenheiros mecânicos e pela diplomacia de quem sabia que era necessário romper fronteiras com tato. O movimento não poderia mais parar e, com ele, foi criada a Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema). Nascida para promover o intercâmbio de conhecimentos em tecnologia de equipamentos, manutenção e gestão, 20 anos depois a associação ainda mantém muito do espírito que norteou os profissionais presentes àquele happy hour do final da década perdida. “Um ano antes desse fato, eu e Nelson Costábile Barros fomos convidados a montar uma associação de manutenção voltada ao setor industrial”, recorda Jader Fraga dos Santos, primeiro presidente da Sobratema, ao citar outro integrante daquele grupo pioneiro. A organização durou apenas um ano, período no qual foram impressas duas edições de uma revista especializada. Embora curta, a experiência mostrou-se proveitosa. “Percebemos que precisávamos organizar algo focado na área de equipamentos forade-estrada e com uma administração
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Intercâmbio de conhecimento entre os profissionais do setor motivou a criação da entidade mais eficiente, razão pela qual procu- rompieron varios tabúes de una sola vez: ramos reunir o máximo possível de dejaron de lado las desconfianzas comuprofissionais do setor naquele encon- nes entre competidores, intercambiaron tro”, explica Santos. información sobre gestión de parques de Mário Sussumo Hamaoka, um dos máquina y crearon una asociación. especialistas presentes à primeira reuLa creación de una asociación de nião e um dos fundadores da Sobrate- profesionales de maquinara para la ma, explica o ineditismo do encontro: construcción, algo que nadie imagina“quando os dois sugeriram criar uma ba al llegar a la reunión, probó ser la associação, todos ficaram desconfia- mejor iniciativa para hacer frente a los dos, pois não havia o clima de relacio- difíciles tiempos que se avecinaban. El namento comum hoje em dia entre as intercambio de información coincidía empreiteiras e seus profissionais”. Os con el agotamiento del ciclo de “grandes contatos ocorriam de forma pontual, obras” y la consiguiente reestructuraem geral com vistas a alguma concor- ción del sector de mantenimiento de los rência, mas nada que envolvesse uma fabricantes de maquinaria, que empeintegração no âmbito de associação de zaban a considerar la gestión de flotas profissionais. “Apesar de todas as bar- como un factor estratégico para el éxito reiras, aceitamos o desafio e a Sobrate- de los negocios. Todas las conversaciones, por supuesto, fueron guiadas por el protocolo técnico de los ingenieros mecánicos y la diplomacia de quien sabía que era necesario romper las fronteras con tacto. El movimiento no podía parar y, como consecuencia, se creó la Asociación Brasileña de Tecnología para Equipos y Mantenimiento (Sobratema). Fundada para promover el intercambio de conocimientos sobre tecnología de maquinaria, mantenimiento y gestión la asociación, 20 años después, todavía conserva mucho del espíritu que orientaba a los profesionales que participaron en aquel happy hour a finales de la década perdida.
ESPECIAL 20 ANOS ma surgiu”, completa Hamaoka.
Isolamento tecnológico As dificuldades típicas dos períodos de pioneirismo também pautam os depoimentos de Gilberto Leal Costa, que enfrentava um problema adicional: ele trabalhava no Rio de Janeiro e precisava vencer a distância até São Paulo – considerando não apenas o vôo da Ponte Aérea, mas também o trânsito das duas capitais – o que tornava os encontros inesquecíveis. “As discussões aconteciam em torno de um cenário tecnológico muito distante da modernidade então vivenciada nos países desenvolvidos, que já contavam com equipamentos dotados de eletrônica embarcada, uma ferramenta com a qual se pode adotar o que eu denomino de manutenção autode-
nunciante.” Esse isolamento tecnológico, aliás, exigiu que as empreiteiras se reinventassem. “O fato de o mercado ser fechado às importações atrasou muito o desenvolvimento do País em diversos setores e nós não fomos exceção”, argumenta Hamaoka, que então ocupava o cargo de diretor de equipamentos da Construtora Camargo Corrêa. A título de exemplo, ele lembra que a empresa precisou construir uma torre de radiocomunicação para estabelecer comunicação entre uma unidade localizada em Guarulhos e a sede, no bairro da Vila Olímpia, em São Paulo. Quem atualmente convive com as facilidades proporcionadas pela internet por banda larga pode achar a iniciativa inusitada. Mas existem muitos
exemplos desse tipo numa época em que o mercado não dispunha de uma indústria de peças de reposição consolidada e os usuários precisavam realizar todos os consertos internamente, do motor à transmissão de determinada máquina. “A contagem de estoque era toda feita manualmente e, devido ao processo acelerado de inflação, o custo horário de cada equipamento tinha que ser medido separadamente”, complementa Hamaoka.
Evolução no enfoque Com um cenário tão reativo, não é de se espantar que o enfoque do setor, no final da década de 1980, fosse voltado exclusivamente para a manutenção corretiva e, muitas vezes, com ações ditadas pela experiência de erros já cometidos. Leal tem na me-
REVISTA M&T Canal de comunicação ininterrupto Uma das primeiras ações da recém-fundada associação foi criar de um canal de comunicação com os associados e demais profissionais do setor. Dessa forma, em janeiro de 1989 saiu a primeiro exemplar da revista M&T (Manutenção & Tecnologia), com a edição técnica de Jader Santos, então presidente da entidade, e a participação de todos os criadores da Sobratema em seu conselho editorial. A revista, segundo Santos, nasceu a partir de reuniões organizadas com especialistas do setor, inicialmente sem as formalidades de um evento convencional, mas que acabaram se convertendo em simpósios regulares. Ao lançar uma publicação impressa, a entidade se propunha a disseminar aquelas informações para um número maior de associados. O propósito pode ser constatado na primeira edição da revista. “Com a Manutenção & Tecnologia, pretendemos descongelar os conhecimentos residentes nas empresas, ampliar o envolvimento do militante na área e incitar todos a começar um novo relacionamento no campo da manutenção”, dizia o editorial, que ainda trazia uma crítica ao então recém-lançado Plano Verão.
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Carlos Fugazzola Pimenta lembra o momento de lançamento da revista e o espírito que então mobilizava aqueles profissionais. “Quando olho para trás, sinto orgulho do fato de a M&T não ter ficado um só número sem circular desde a sua concepção”, diz ele e complementa: “desde o início da entidade, ela se mantém entre os principais meios de comunicação da Sobratema com os seus associados e com o mercado de equipamentos para construção e mineração.” Para isto, o rigor técnico dos artigos e reportagens vem sendo uma constante desde as primeiras edições da revista, que sempre trouxe informações relacionadas a tecnologias e gestão de equipamentos, assim como estudos de casos, matérias sobre manutenção e entrevistas com executivos do setor. A partir de 2007, a M&T passou a circular mensalmente e teve sua tiragem ampliada para 12.000 exemplares, com distribuição nos demais países da América do Sul e auditoria do IVC (Instituto Verificador de Circulação). Por meio de um conselho editorial, integrado por profissionais do mercado, e de um revisor técnico que garante a correção das informações veiculadas, ela se consolidou entre as principais publicações técnica do setor.
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mória um caso que exemplifica bem o momento então vivido: “numa das discussões, alguém expôs que tinha ligado um dinamômetro a um motor e que o aparelho de medição explodiu devido ao excesso de carga programada”. As dificuldades, no entanto, deram aos engenheiros mecânicos uma experiência única. Em um ambiente de limitações, impostas pela proibição às importações, pelo uso de ferramentas rudimentares e pela falta de intercâmbio, o espírito empreendedor dos profissionais floresceu. Afonso Mamede, atual presidente da Sobratema, resume os desafios superados nessa trajetória numa frase: “a necessidade faz o homem”. Ele ressalta que a evolução dos equipamentos, nos últimos 20 anos, impulsionou o desenvolvimento dos profissionais do setor para uma visão mais voltada à gestão da frota e menos focada “em consertar” os equipamentos. “Há dez
Visitantes da M&T Expo observam demonstração de equipamento anos, operávamos com caminhões dotados de caçamba de 12 m³, que consumiam 19 l/h de diesel, e hoje eles transportam 22 m³ a um consumo de 10 l/h”. Mamede ressalta que os novos modelos de equipamentos têm um custo de aquisição maior que os de outrora, mas também proporcionam ganhos de produtividade mais elevados. “Equipamento caro é equipamento parado
e que não atende à necessidade de produção no canteiro.” Nessa ótica, o custo assume papel preponderante na análise da manutenção e de seu impacto na gestão da frota.
Novos programas Criada por profissionais de equipamentos das construtoras, a Sobratema começou a receber a adesão de executivos das empresas fabricantes.
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Usuários e fabricantes: debates para aprimorar o relacionamento e a cadeia de suprimento no setor de equipamentos O reforço ocorreu nos anos 90, durante o governo de Fernando Collor de Mello, que iniciou um processo de abertura de mercado e culminou com o impeachment do presidente, em 1992, por denúncias de corrupção. “A única coisa boa que o Collor fez para o País foi a abertura do mercado às importações”, avalia Carlos Fugazzola Pimenta, um dos integrantes do grupo fundador da Sobratema. Pimenta ressalta que, em um cenário cada vez mais aberto e acessível às novas tecnologias, os fabricantes contribuíram para uma difusão mais rápida dos conhecimentos. “Com isso, a missão da entidade foi reforçada.” Ele enfatiza o papel desempenhado pela revista M&T, que desde então se tornou um dos principais canais de comunicação com os associados, ao qual se somariam outros programas da entidade, como os seminários, as missões técnicas e a feira M&T Expo. Os ares de abertura incentivaram a entidade a ampliar seu universo. Parte desse trabalho aconteceu, de acordo com Jader dos Santos, com a criação de uma base de dados com cerca de 2.500 contatos de construtoras, fabricantes e fornecedores de componentes. A lista, segundo ele, incluía desde indústrias de pneus e peças hidráulicas, até fornecedores de mangueiras e de fluídos, entre outros, que foram convidados a conhecer a Sobratema. “O contato com esses fornecedores foi essencial para o aprimoramento na gestão da manutenção,
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pois quando as construtoras terceirizavam determinado serviço, baseavam-se principalmente no relacionamento com o fornecedor”, ele explica.
A chegada dos fabricantes Nesse cenário, o especialista ressalta o impacto do intercâmbio promovido entre usuários de equipamentos e fornecedores de peças. “Quando trouxemos novas empresas para um ciclo de debates, a qualidade dos produtos até então fornecidos começou a ser questionada e isso impulsionou uma melhoria nessa indústria.” Aliás, os seminários promovidos pela Sobratema, cuja primeira edição ocorreu nas instalações da extinta distribuidora Lion, em São Paulo, evoluíram e ganharam a atual roupagem de workshop. Com três edições realizadas a cada ano, eles atraem a participação de toda a comunidade de equipamentos. Com isto, o círculo se fechou. A entidade passou a reunir usuários de equipamentos, de um lado, juntamente com fabricantes e seus distribuidores, de outro lado, assim como os fornecedores de peças e componentes. “As associações internacionais não entendem como conseguimos isso”, complementa Leal. Na sua avaliação, esse mix de profissionais reunidos na Sobratema constitui um dos fatores de seu sucesso. O ingresso de associados ligados à indústria contribuiu para o surgimento e consolidação de outro programa
da entidade: a M&T Expo, cuja edição inaugural aconteceu em setembro de 1995, com a denominação de “1ª Mostra de Manutenção, Equipamentos & Tecnologia Aplicada”. O evento foi realizado no Pavilhão de Exposições da Bienal, em São Paulo, e já na primeira edição reunia cerca de 70 expositores (veja quadro na página 24).
Internacionalização A cada edição, a M&T Expo cresceu até se tornar um marco no setor e referência internacional entre as demais feiras de equipamentos para construção (veja quadro na página 24). Dessa forma, a internacionalização da entidade surgiu não apenas como decorrência das ações tomadas, mas também em função de uma
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M&T EXPO A maior feira do setor no continente Quinta maior feira de equipamentos para construção e mineração do mundo, a M&T Expo nasceu em 1995, juntamente com a reestruturação da economia brasileira no período pós-hiperinflação. “Vivíamos o período de estabilização do Plano Real e estávamos no início do governo de Fernando Henrique Cardoso, que começava a reestruturar a infra-estrutura com as privatizações e a desregulamentação do setor”, recorda Carlos Fugazzola Pimenta. Em sua primeira edição, realizada no Pavilhão de Exposições da Bienal, em São Paulo, o evento reuniu cerca de 70 expositores, que ocuparam uma área de 7.300 m² e atraíram a visita de 7.500 profissionais do setor. Jader Fraga dos Santos destaca que a M&T Expo soube aproveitar aquele momento positivo para obter projeção nacional e internacional em um cenário no qual começavam surgir novos projetos de infra-estrutura. A feira estreitou o relacionamento entre os associados e gerou negócios
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da ordem de R$ 3 milhões durante sua realização. “Esse valor pode parecer irrisório diante das cifras atuais, mas naquele cenário de retração nos investimentos em infra-estrutura e diante da sobrevalorização do real em relação ao dólar, podemos considerar que o evento foi um sucesso”, ele pondera. Diante desse sucesso, o evento ficou grande demais para a Bienal do Ibirapuera já em sua segunda edição. Transformada em feira bianual, a M&T Expo de 1997 realizou-se no Centro de Exposições Expo Center Norte, apoiada por diversas entidades ligadas ao governo e ao setor, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e o Instituto de Engenharia (IEE), entre outros. O número de expositores saltou para 120, que dividiram a atenção de 20 mil visitantes. Resultado: R$ 300 milhões em negócios, o que correspondia a 100 ve-
zes o valor gerado na primeira edição. Marcada pela estabilidade econômica, a feira foi saudada pelo então presidente da entidade, Carlos Pimenta, no editorial da revista M&T. “Com um amplo programa de privatizações e concessões já em andamento, o Estado mostra maturidade política e vai aos poucos mudando a sua cultura, deixando a execução das obras para se dedicar ao planejamento...”, afirmava. “É, portanto, dentro deste cenário que também estamos acompanhando o crescimento da nossa entidade, a Sobratema, e vamos continuar a busca de nossos objetivos para difundir novas tecnologias e o conhecimento aplicados à construção e aos equipamentos”. O sucesso do evento não poderia ter outro resultado senão a ampliação das edições seguintes, que passaram a ser realizadas no Centro de Exposições Imigrantes, onde a feira permanece até os dias atuais. A M&T Expo 2006, por exemplo, reuniu 286 expositores e recebeu mais de 34.000 visitantes em uma área de 85.000 m2, totalizando R$ 700 milhões em negócios realizados durante o evento. Tais números consolidaram o evento como a maior feira de equipamentos para construção e mineração da América Latina e garantiram sua inserção no calendário internacional. Para isto, ela se tornou trienal, alinhando-se às grandes feiras como Bauma (Alemanha) e Conexpo (Estados Unidos). “Estamos trabalhando para superar essa marca na M&T Expo 2009, aumentando a visitação e mantendo a mesma qualidade do público, composto basicamente por profissionais de equipamentos ávidos por inovações tecnológicas e por soluções para suas demandas diárias no canteiro de obras”, conclui Afonso Mamede, presidente da Sobratema.
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nova exigência: num mundo globalizado, a necessidade de intercâmbio e de troca de experiências já não se limita às fronteiras nacionais. Segundo Jonny Altstadt, vicepresidente da Sobratema, responsável pela área internacional, esse relacionamento com entidades do exterior iniciou na década de 1990. “Naquela época, fiz uma viagem para a Itália, França, Espan ais fóruns sobre equipamentos fora-deestrada realizados mundo afora. Para ele, esse trabalho ajudou a colocar o Brasil numa posição privilegiada nos debates que resultarão em normatizações futuras no setor de equipamentos, como o controle de emissões e de ruídos, o uso de biodiesel e outras. Aliás, na condição de entidade-irmã, a Sobratema participa anualmente do congresso da CECE (Committee for European Construction Equipment), que reúne as associações nacionais de fabricantes dos países europeus. Além do Brasil, participam do evento as associações de fabricantes norteamericana (AEM), japonesa (JCMA) e sul-coreana (Kocema). Dessa forma, além de acompanhar as projeções de mercado e expectativas de crescimento em âmbito global, a Sobratema tem acesso às discussões técnicas que nortearão o futuro do setor. “Existe uma comunhão tec-
Missões técnicas: o intercâmbio de conhecimento ultrapassa as fronteiras nológica entre essas entidades, pois poníveis no mercado externo resultou elas fazem representações diante das no programa Missões Técnicas, pelo autoridades de seus países, indicando qual a Sobratema organiza delegações como está o nível de desenvolvimento de profissionais brasileiros com destida indústria e de seus produtos para a no a feiras e eventos no exterior. Altstadt recorda que esse programa aplicação das normas.” Com isto, ele explica que é possível prever as regu- iniciou de forma tímida, há mais de lamentações futuras, cuja aplicação uma década, reunindo “um punhado está condicionada a elas serem tecno- de curiosos” interessados nas inovalogicamente factíveis e a sua adoção ções presentes nas feiras internacionum determinado grupo de países de nais, e atualmente figura entre os maiores do gênero entre as associaforma igualitária. Não por acaso, essa atuação da So- ções. “Na última edição da Bauma, em bratema granjeou um sólido relacio- 2007, levamos mais de 600 brasileiros namento com organizadores de feiras e fomos responsáveis pela terceira do exterior, incluindo as maiores do maior delegação internacional premundo, como Bauma (Alemanha) e sente à feira.” Além do contato com Conexpo (Estados Unidos). A soma as inovações tecnológicas de todo o desse conhecimento com a necessida- mundo, o programa Missões Técnicas de dos associados de informações so- proporciona aos seus integrantes uma bre tecnologias e oportunidades dis- oportunidade de negócios no exte-
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Novas necessidades No âmbito interno, a necessidade de treinamento de operadores e de
profissionais de manutenção, diante da rápida evolução tecnológica dos equipamentos, acabou norteando a criação de um programa voltado para esse propósito: surge o Instituto Opus, que após sete anos de atividade totaliza mais de 80.000 horas de cursos ministrados (veja quadro abaixo). Para Gilberto Leal, essa ne-
cessidade decorre do grande conteúdo eletrônico que os equipamentos passaram a incorporar nas últimas décadas. “Com isto, ficou mais fácil treinar um engenheiro elétrico para ser um bom engenheiro mecânico do que o contrário”, ele brinca. A criação do Instituto Opus coincidiu com a expansão na demanda
INSTITUTO OPUS Ênfase na formação e qualificação profissional As missões técnica que a Sobratema organizou para o exterior não se limitaram a proporcionar novos conhecimentos a seus integrantes e acabaram rendendo frutos inesperados. Exemplo disso ocorreu numa viagem a Otawa, no Canadá, quando membros da associação visitaram uma escola criada para a formação de operadores de equipamentos pesados de construção. Com base nessa experiência, nasceu o Instituto Opus, voltado à formação, qualificação e certificação de operadores de equipamentos e técnicos de manutenção. No lançamento do programa, o então presidente da associação, Afonso Mamede, traduziu o objetivo daquela empreitada pioneira. “O espírito de disseminação do conhecimento técnico que inspirou a fundação da Sobratema, com lisura nas ações e profissionalismo nos negócios, agora será replicado ao Instituto Opus”, disse ele. Em fevereiro de 2001, o Instituto for-
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mou a primeira turma de alunos, com a certificação de operadores de guindastes, e desde então somou mais de 80.000 horas de cursos ministrados. Nesse período, a entidade formou 2.230 profissionais a atendeu 153 empresas em diferentes demandas de formação, qualificação e certificação de seus funcionários. Wilson de Mello Júnior, diretor do Instituto Opus, ressalta as ações realizadas nesse período, como o treinamento ministrado aos soldados do Exército Brasileiro, para a operação de equipamentos em obras de cooperação com o governo federal e na missão de paz que o País coordena no Haiti. Os cursos de operador/navegador de perfuratriz direcional (HDD) desenvolvidos pelo instituto também se tornaram uma exigência da Comgás para a certificação de empresas contratadas para serviços em sua rede. Entre os principais cursos ministrados nesse período, Mello Júnior
destaca o de rigger, de supervisor de rigger, operador de guindaste, operador de guindauto, homem de área, o de operador de guindaste off-shore e o de operador polivalente (escavadeira/ carregadeira/trator de esteiras/motoniveladora). “Em 2009, implantaremos o uso de simuladores nos treinamentos e vamos ampliar o portfólio de cursos para a área de operação de equipamentos da linha amarela, como tratores de esteira, rolos compactadores, escavadeiras, motoniveladoras e páscarregadeiras”, ele conclui.
ESPECIAL 20 ANOS por profissionais especializados, seja por uma exigência dos contratantes ou devido à retomada de um grande volume de projetos de infra-estrutura, que abriram novas vagas no setor. “Não existe programa sem cliente e esse é o segredo da longevidade das nossas ações, que sempre se pautam nas necessidades do setor”, explica Afonso Mamede. Entre os novos desafios, Mamede destaca a necessidade do mercado por informações mais consolidadas, diante do volume de possibilidades que os profissionais passaram a dispor para a aquisição de equipamentos e os serviços de manutenção.
FESTA SOBRATEMA A confraternização do setor As festas de fim de ano da Sobratema são famosas entre os profissionais do setor desde a primeira edição, realizada em um clube de Alphaville, na Grande São Paulo, ainda na década passada. “Depois dessa primeira comemoração de fim de ano, os associados cobraram que continuássemos e assim o fizemos”, diz Jonny Altstadt, vice-presidente da associação. Para ele, o que impulsiona a Sobratema é o clima de fraternidade entre os associados e seu compromisso com o setor, algo que se traduz no ânimo presente em todas as festas. “A cada ano aumentamos o número de convidados e em 2008 devemos receber cerca de 600 pessoas, num evento no qual não apenas vamos rever amigos e celebrar a passagem de ano, mas também iremos comemorar os 20 anos da Sobratema.”
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Evolução do setor: da época do "conserto" para uma postura voltada à gestão, com foco na produtividade Nesse cenário, a Sobratema começou a editar o “Anuário Brasileiro de Equipamentos para Construção”, consolidando numa única edição as características técnicas das máquinas comercializadas no Brasil. Em sua segunda edição, válida para o período 2008/2009, o anuário trás as especificações de 16 famílias de equipamentos, listando todos os modelos vendidos no País, sejam eles de fabricação local ou importados. O objetivo, nesse caso, é oferecer parâmetros para que os usuários possam conhecer suas características de desempenho, manutenção e outros aspectos que norteiam a escolha de escavadeiras hidráulicas, carregadeiras, retroescavadeiras, motoniveladoras, tratores de esteiras, miniescavadeiras, minicarregadeiras, rolos compactadores e caminhões (6x4, 8x4, 10x4, articulados e forade-estrada).
Impacto da informação Juntamente com o anuário, lançado em 2007, a associação coordenou o estudo “Projeção da Demanda de Equipamentos no Mercado Brasileiro de Construção”, que será atualizado anualmente com uma análise do crescimento do setor e do consumo de diferentes famílias de máquinas usadas em canteiros de obras. Com esse trabalho inédito, que envolve a participação de grandes construtoras, mineradoras, fabricantes e consultores externos, a Sobratema identificou tendências e constatou que o consumo de equipamentos para construção
no País crescerá 46% em 2007, um dado então desconhecido. Pelo ineditismo da informação e seu impacto na economia do País, o estudo atraiu o interesse da sociedade e ganhou destaque em jornais de circulação nacional, assim como na imprensa especializada do Brasil e do exterior. “Quando divulgamos esses dados em eventos no exterior, o mercado internacional pôde ter uma visão da dimensão do setor de equipamentos no Brasil e das nossas perspectivas de crescimento”, complementa Altstadt. Dentro de sua proposta de promover a valorização dos profissionais do setor por meio do conhecimento, a associação se lançou à edição de livros técnicos, cujo primeiro foi a obra “Excelência Operacional: o Desafio da Melhoria Contínua”, escrita por Ivan Montenegro, da Companhia Vale do Rio Doce. Ao atingir 20 anos de existência, a entidade permanece fiel aos propósitos que nortearam sua criação e, certamente, continuará desenvolvendo novas ferramentas para contribuir com o trabalho dos profissionais do setor. Afinal, se o intercâmbio de informações era fundamental em um ambiente fechado como a década de 1980, ele torna-se ainda mais importante no cenário de integração da economia globalizada.
Sobratema: www.sobratema.org.br
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LINHA DO TEMPO • 1988 País vive efeitos de três planos econômicos frustrados e de uma decretação de moratória. Fundação da Sobratema.
• 1989 Entre fevereiro de 1989 e março de 1990, a inflação atinge a marca de 2.751%. Primeira edição da revista M&T. Criação de um programa para atrair associados. Primeiro seminário, nas instalações da extinta distribuidora Lion (SP).
• 1990 Início do governo Fernando Collor de Melo e da abertura do mercado.
• 1992 Impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. Primeiro Concurso Sobratema de Monografias Técnicas.
• 1993 Primeira festa dos associados da Sobratema. Criação do programa Quality, para a qualificação de fornecedores.
• 1994 Edição do Plano Real e início do processo de estabilização econômica.
• 1995 Início do governo Fernando Henrique Cardoso. Início das concessões privadas retoma investimento em obras de rodovias. Primeira missão técnica, com destino a Bauma, na Alemanha. Primeira edição da M&T Expo.
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• 1999 Num período marcado pela escassez de grandes obras, a construção do Gasoduto Bolívia-Brasil e do Rodoanel de São Paulo figuram entre os principais projetos em execução no País. A M&T Expo passa a ser realizada em espaço maior, no Centro de Exposições Imigrantes (SP).
• 2001 Atentado terrorista às torres gêmeas de Nova Iorque (EUA). Criação do Instituto Opus, para treinamento de operadores.
• 2005 Estimuladas pelo governo federal, grandes construtoras ampliam carteira de obras no exterior, especialmente na América do Sul. Sobratema desenvolve tabela para cálculo de custo horário de equipamentos.
• 2006 Luiz Inácio Lula da Silva é reeleito para o segundo mandato de presidente da República A M&T Expo se consolida como maior feira de equipamentos para construção da América Latina.
• 2007 Governo lança o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e retoma o ciclo das grandes obras com projetos como as hidrelétricas do Rio Madeira, a Ferrovia Norte-Sul e outros. A revista M&T torna-se mensal. Organização do primeiro pavilhão de expositores brasileiros no exterior (Bauma 2007). Lançamento do “Anuário de Equipamentos para Construção”. Lançamento do estudo “Projeção da Demanda de Equipamentos no Mercado Brasileiro de Construção”.
MÁQUINAS RODOVIÁRIAS
O ASFALTO NÃO É O ÚNICO MODIFICADO Para trabalhar com asfalto borracha e misturas modificadas por polímeros, as concessionárias de rodovias e seus fornecedores desenvolvem adaptações nos equipamentos para pavimentação Por Rodrigo Conceição Santos
Para atender as exigências de qualidade do poder concedente, as concessionárias de rodovias não param de desenvolver novas tecnologias de pavimentação e de recuperação de pistas, com o objetivo de aumentar a eficiência e lucratividade da operação. Nesse cenário, o uso de massas asfálticas modificadas por polímeros, incluindo o asfalto-borracha – que emprega pneus descartados na sua produção –, já se tornou uma realidade nas estradas brasileiras. Um exemplo é a rodovia dos Imigrantes, que liga a Grande São Paulo à Baixada Santista, onde o uso de asfalto borracha ocorre de forma intensiva. Segundo estimativas de Agnaldo Sérgio Agostinho, gerente técnico-comercial da Greca Asfaltos, o emprego de resíduos de pneus picados na produção do asfalto resulta num capeamento com durabilidade até 50% maior que os executados com o tradicional concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ).
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A concessionária Ecovias, responsável pela administração do sistema viário Anchieta/Imigrantes, confirma os ganhos proporcionados pela tecnologia. Tanto que a empresa adotou essa solução no recapeamento de 146 km dos 191 km realizados recentemente em suas rodovias, além de empregá-la no trecho do Planalto Paulista da nova pista da Imigrantes – no trecho de serra, implantado basicamente por meio de túneis e sobre viadutos, predomina a tecnologia de pavimento de concreto rígido. Para isto, a concessionária analisou não apenas a viabilidade técnico-econômica da solução, mas também as adequações necessárias nos equipamentos usados nas obras, que ocorreram basicamente na usina de asfalto. Luiz de Santana Júnior, engenheiro responsável por essa unidade estacionária, que tem capacidade para 110 t/h, explica que ela foi adquirida em 2006, para a produção de asfalto borracha. Entretanto, para
solucionar os problemas de desempenho registrados durante as operações, a empresa despendeu mais de um ano com alterações mecânicas no equipamento. “Uma delas foi o aumento do diâmetro das tubulações de passagem, que devem ser de no mínimo 3", enquanto a nossa usina tinha tubulações de 2,25". Adaptações na usina Segundo ele, a produção desse tipo de asfalto exige um cuidado especial com a segregação dos materiais, já que ele conta com resíduos de borracha de pneu moídos, que devem ser misturados de forma homogênea com o ligante. A usina precisa ser dotada de tubulações que facilitem a passagem da mistura asfáltica, ou seja, quanto menos curvas houver no caminho, melhor será o escoamento desse material. “Nossa usina contava com mais de 12 curvas nas tubulações e isso tornava inviável a produção de asfalto com borracha”.
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
MÁQUINAS VIALES
Foto: Intervias
No se modifica solo el asfalto
Como o produto se caracteriza pela elevada viscosidade, a usina apresentou outros problemas mecânicos que comprometiam seu desempenho. “O sistema de bombeamento não atendia à demanda da produção e, conseqüentemente, forçava o motor, que acabava trabalhando numa amperagem alta”, diz Júnior. O resultado disso era a freqüente queda de energia. “A solução foi instalar um redutor mecânico entre a bomba e o motor, além de estabelecermos uma faixa de viscosidade de 1.500 cP para o asfalto borracha, com uma margem de tolerância de 200 cP para mais ou para menos.” A Ecovias montou um laboratório de análises para certificar que todo o material gerado estivesse dentro da faixa de viscosidade definida. A empresa também instalou eixos agitadores nos tanques de armazenamento de asfalto, em mais um esforço para evitar a segregação da mistura. “Além disso, investimos
Para cumplir con los requisitos de calidad del poder otorgante, las concesionarias de autopistas desarrollan sin cesar nuevas tecnologías para la pavimentación y la rehabilitación de calzadas, con el objetivo de incrementar la eficiencia y la rentabilidad de la operación. En este contexto, el uso de morteros asfálticos modificados con polímeros, incluido el asfalto caucho – que usa neumáticos desechados en su producción – ya es una realidad en las carreteras brasileñas. A modo de ejemplo, se puede citar la autopista Imigrantes, que une el Gran São Paulo a Santos, en la que el uso de caucho asfáltico es intenso. Según cálculos de Agnaldo Sérgio Agustín, gerente técnico y comercial de Greca Asfaltos, el uso de residuos de neumáticos triturados en la producción de asfalto se traduce en una capa asfáltica cuya durabilidad es hasta un 50 % más alta que la de las ejecutadas con las mezclas bituminosas en caliente tradicionales (CBUQ). La concesionaria Ecovias, responsable de la administración del sistema de autopistas Anchieta/Imigrantes, confirma los beneficios que ofrece esta tecnología. Tanto es así, que la empresa ha adoptado esta solución para el acondicionamiento de 146 km de los 191 km mejorados recientemente, además de usarla en el tramo Planalto Paulista de la nueva calzada de la autopista Imigrantes; en el tramo de montaña, construido principalmente a través de túneles y viaductos, la tecnología de pavimento de hormigón duro es predominante. Para aplicar esta tecnología, la empresa analizó no solo la viabilidad técnica y económica de la solución, sino también los ajustes necesarios a la maquinaria utilizada en la obra, que se hicieron principalmente en la planta de asfalto. Luiz Santana Junior, ingeniero responsable de esa unidad estacionaria de capacidad para 110 t/h, explica que fue adquirida en el 2006 para la producción de asfalto caucho. Sin embargo, para resolver los problemas de desempeño registrados durante las operaciones, la empresa pasó más de un año haciendo cambios mecánicos en la máquina. “Uno de ellos fue el aumento del diámetro de la tubería de circulación, que debe ser de por lo menos 3”, mientras que en nuestra planta había tuberías de 2,25”.”
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num sistema mais sofisticado de isolamento térmico dos tanques, pois nesse tipo de mistura trabalhamos com os agregados numa temperatura mais elevada, na faixa de 175ºC, em média.”. Na produção de CBUQ, os agregados são aquecidos a uma média de 140ºC. Na opinião de Agnaldo Agostinho, da Greca Asfalto, os investimentos da Ecovias nas modificações da usina foram compensados pela maior durabilidade dos pavimentos revestidos com asfalto borracha “Tudo isso sem contar o benefício ambiental, pois para cada quilômetro de pavimentação, consumimos 350 pneus descartados, que ficariam poluindo o meio ambiente.” Segundo a empresa, que desenvolve o asfalto borracha da marca Ecoflex e atendeu a concessionária em seu projeto, a tecnologia elimina o uso de 15% de cimento asfáltico de petróleo (CAP), que é um recurso natural não-renovável.
Usina de asfalto da Ecovias: um ano de ajustes Pista mais resistente Outra tecnologia muito usada pelas concessionárias privadas é o SMA (Stone Mastic Asphalt), um asfalto modificado que conta com brita de granulometria descontínua e confere ao pavimento maior resistência a deformações. Um entusiasta do SMA
Guindaste facilita a inspeção de estruturas Além dos cuidados com a qualidade do pavimento, outras atividades de manutenção da rodovia, menos visíveis aos olhos dos motoristas, mobilizam equipamentos especiais e uma logística cuidadosa para a execução dos serviços. Nessa categoria se enquadra a inspeção estrutural de pontes e viadutos, que demanda dispositivos para a segurança dos profissionais envolvidos. Para atender esse mercado, a Madal Palfinger trouxe para o Brasil o guindaste PA 1900, produzido pela
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matriz austríaca, que possibilita o acesso dos funcionários à parte inferior do tabuleiro de pontes e viadutos. Com isso, eles podem realizar as inspeções necessárias com segurança. “Enquanto um guindaste comum trabalha com a lança acima da linha do solo, este equipamento conta com um braço horizontal e que se movimenta para baixo, permitindo que a inspeção seja feita a partir de um ponto de vista ao qual o funcionário não teria acesso normalmente”, diz José Luiz Fillipi, gerente de produtos da empresa. O equipamento tem uma lança com alcance de 11 m na horizontal e é dotada de um cesto de 1 m de comprimento por 0,8 m de largura, com capacidade para 280 kg, destinado ao transporte dos inspetores. Ele é montado em caminhão rodoviário com chassi de dois eixos e os movimentos da lança podem ser comandados por controle remoto, pelo próprio operador que está no cesto.
é Fernando Henrique Arantes, coordenador de obras e conservação da Intervias, concessionária com operações no interior de São Paulo, pertencente ao grupo espanhol OHL. “Como ele tem alto teor de CAP, a mistura fica mais impermeável que o concreto asfáltico usinado a quente (CAUQ)”, diz Arantes. Como resultado, o capeamento fica mais resistente e protege melhor as camadas inferiores, aumentando a vida útil da pista de 10 para 15 anos, quando comparado com o CAUQ. Segundo ele, entre 2007 e 2008, a Intervias aplicou 9.500 m³ de capa asfáltica do tipo SMA, o que representa 375.000 m² de pavimentação. Esse volume corresponde a 20% do total de reabilitações realizadas pela concessionária no período e os resultados obtidos a estimulam a prosseguir com o uso dessa tecnologia em determinados projetos de recuperação de pavimento. O SMA pode ser acrescido de asNo armazenamento, estratégias contra a segregação da mistura
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...para o melhor escoamento...
...de misturas mais viscosas
falto modificado por polímero ou até mesmo por asfalto borracha, o que exige mudanças na alimentação da usina, com a adição de cal hidratada, de fíller calcário e fibras. “A cal hidratada melhora a adesividade, enquanto a fibra evita o escorrimento do CAP e o fíller calcário corrige a granulometria na peneira, que deve ser de 0,075 mm.” De acordo com o especialista, a tecnologia se caracteriza pelo alto custo por metro cúbico produzido. Mesmo assim, ela mostra-se vantajosa devido à maior durabilidade do pavimento e ao fato de demandar a aplicação de camadas menores, de até 3 cm de espessura, enquanto o CBUQ é usualmente aplicado em camadas de 5 cm. “Apesar de trabalharmos com camadas de menor espessura, o serviço pode ser executado com vibroacabadoras convencionais, embora seja recomendável a mobilização de equipamentos de maior desempenho, com potência acima de 180 hp.”
Reabilitação leve Em obras de recuperações de menor porte, o uso de asfalto modificado pode se mostrar inviável devido ao seu maior custo de produção. Além disso, em projetos desse tipo a rapidez na execução do serviço também figura como um fator determinante, para minimizar os transtornos ao tráfego em serviços leves de conservação. Nessas condições, a tecnologia de micropavimento a frio mostra-se praticamente imbatível e é adotada pela maioria das concessionárias privadas. Esse tipo de recuperação é indicado quando a capa asfáltica excedeu sua vida útil e os agregados começam a se desprender, gerando buracos na pista. Sua vantagem, segundo os especialistas, consiste na rapidez da aplicação e adensamento, de modo que a pista reabilitada pode ser liberada para o tráfego poucas horas após a execução do serviço. Segundo Pedro da Cunha Pedrosa, diretor da Promáquinas, que comercializa equipamentos da Consmaq no Brasil, essa rapidez se deve ao menor tempo de ruptura, que varia de 3 a 5 minutos, obtido com melhorias nas reações químicas entre os componentes da mistura. “O micropavimento nada mais é do que uma evolução da lama asfáltica com a adição de polímeros SBS (copolímero em bloco de estireno-butadieno-estireno) e SBR (copolímero de butadieno-estireno), que conferem maior poder ligante.” Além disso, o material é produzido com brita, enquanto a lama asfáltica utiliza areia, que
desgasta mais rapidamente com o tráfego de veículos pesados. José Carlos Romanelli, diretor comercial da Romanelli, lista outra vantagem ao observar que a tecnologia mobiliza somente um equipamento em todo o processo de aplicação do micropavimento, desde o carregamento, até a mistura e o lançamento do material. “Isso, obviamente, torna o processo mais econômico.” Ele explica que, após a aplicação da brita e a emulsão de polímeros, todos os componentes são misturados e lançados em uma mesa (semelhante à das vibroacabadoras), para sua aplicação no pavimento em espessuras de 0,7 cm a 1,5 cm, dependendo do agregado utilizado. “Essa espessura fina é outra vantagem, pois não cria desnível com o pavimento.” O especialista recomenda a execução do serviço em duas camadas de espessura menor, para o seu melhor acabamento. Com isso, o micropavimento também pode ser usado em situações nas quais a camada de CBUQ ou de asfalto modificado venha a ultrapassar a altura do meiofio, o que provocaria enchentes durante os períodos de chuvas. “Outra vantagem dessa solução é a sua capacidade drenante, diminuindo o efeito spray que ocorre quando os veículos passam sobre um pavimento recémaplicado”, conclui Romanelli.
Foto: Intervias
Usina foi modificada...
Aplicação de SMA: pista com maior vida útil
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Ecovias: www.ecovias.com.br Greca Asfaltos: www.grecaasfaltos.com.br Intervias: www.intervias.com.br Madal Palfinger: www.madalpalfinger.com Romanelli: www.romanelli.com.br
MATERIAL RODANTE
COMO DIMENSIONAR E
CUIDAR DAS ESTEIRAS Não se deixe enganar pela aparência rude: o material rodante demanda cuidados que, se observados, resultam em ganhos de produtividade e de custos com o equipamento
Foto: Caterpillar
Por Alberto Zambrana
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
TREN DE RODAJE
de um sistema interno de lubrificação, que forma uma película protetora nos pontos de contato entre pinos e buchas, reduzindo o atrito entre suas faces metálicas e o conseqüente desgaste. Isto as torna mais silenciosas e confere melhor desempenho ao conjunto, em terrenos úmidos ou secos, mesmo com velocidades variadas. O custo de manutenção e de aquisição dessas esteiras é mais alto, mas elas atingem maior durabilidade. As engraxadas, como o nome diz, são lubrificadas internamente com uma graxa à base de bissulfeto de molibdênio. Elas são mais indicadas para máquinas que se deslocam pouco, como as escavadeiras hidráulicas, e têm custos de aquisição e de manutenção intermediários entre os modelos com lubrificação permanente e os vedados ou secos. Estes, por sua vez, não possuem lubrificação nas áreas entre os pinos e buchas, que ficam protegidas por arruelas de vedação destinadas a evitar a entrada de água, poeira, areia, lama e outros agentes externos. São recomendados para solos Foto: Volvo
Construído em aço forjado, o material rodante transmite a imagem de alta resistência e durabilidade. Talvez esse seja o motivo pelo qual este componente fique constantemente relegado a segundo plano nas manutenções de equipamentos fora-de-estrada. Tal procedimento, entretanto, pode custar caro para a empresa. Afinal, o material rodante chega a representar de 30% a 40% do valor das máquinas que se deslocam sobre esteiras e, segundo especialistas do setor, sua participação nos custos de manutenção varia de 25% a 30%. Tais números atestam a importância dos cuidados com esse componente, que começam na escolha da esteira mais adequada para cada aplicação e prosseguem com o controle de desgaste de suas peças, para se evitar paradas imprevistas. Cuidados na operação também contribuem para a maior vida útil do material rodante. São três os tipos de esteiras existentes: as com lubrificação permanente, as engraxadas e as vedadas ou secas. As primeiras são dotadas
Escolha das sapatas varia de acordo com o tipo de terreno
Cómo dimensionar y cuidar las orugas Construido de acero forjado, el tren de rodaje transmite una imagen de alta resistencia y durabilidad. Quizás este es el motivo por el cual este componente es siempre dejado en segundo plano durante los servicios de mantenimiento de la maquinaria fuera de carretera. Este procedimiento, sin embargo, puede resultar costoso para la empresa. Después de todo, el tren de rodaje puede representar del 30 al 40 % del valor de las máquinas montadas sobre orugas y, según especialistas del sector, su participación en los costos de mantenimiento varía del 25 al 30 %. Estas cifras muestran la importancia de cuidar este componente, que comienza por selección de la oruga que mejor se adapta a cada aplicación y continúa con el control del desgaste de sus partes, a fin de evitar tiempo de inactividad inesperado. Tomar ciertos cuidados durante la operación también contribuye a prolongar la vida útil del tren de rodaje. Hay tres tipos de orugas disponibles: con lubricación permanente, engrasada y sellada o seca. La primera tiene un sistema interno de lubricación, que forma una película protectora en los puntos de contacto entre pasadores y bujes, a fin de reducir la fricción entre sus superficies metálicas y el consiguiente desgaste. Esto la hace más silenciosa mejora el desempeño del conjunto. El costo de mantenimiento y de adquisición de este tipo de oruga es más alto, pero es el de mayor durabilidad. La oruga engrasada, como su nombre lo indica, es lubricada en su parte interna con grasa. Es más adecuada para máquinas que se trasladan poco, tales como excavadoras hidráulicas. Su costo de adquisición y mantenimiento es intermedio entre el de los modelos con lubricación permanente y sellado o seco. Estos últimos, por su parte, no tienen lubricación en los áreas entre los pasadores y los bujes, las cuales están protegidas por arandelas de sellado para impedir la entrada de agua, polvo, arena, barro y otros agentes externos. Son recomendados para trabajar sobre suelos con menos humedad y en máquinas que se mueven mucho o lo hacen a velocidades más altas, tales como tractores topadores, por ejemplo. Con respecto al mantenimiento de las
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MATERIAL RODANTE
menos úmidos e máquinas que se movimentam muito ou em velocidades maiores, como os tratores de esteiras, por exemplo. Cuidados simples
Quando o assunto é a manutenção de esteiras, o primeiro cuidado a ser observado, segundo os especialistas, são as recomendações prescritas nos manuais dos equipamentos. Isto porque seus fabricantes fornecem tabelas com os desgastes máximos permitidos para cada componente, expressos em porcentagem. “Se uma medição apontar que ele está no limite de desgaste, deve-se proceder a sua troca ou reparo, a fim de não comprometer o rendimento da máquina ou, no pior dos casos, ocasionar a sua indisponibilidade”, afirma Nezon Rogério Matos, gerente administrativo da fabricante de materiais rodantes Minusa. De acordo com José Aparecido Tenório, gerente de qualidade da fabricante Italtractor Landroni, a vida útil de um material rodante está condicionada a três categorias de variáveis: as controláveis, as parcialmente controláveis e as não-controláveis. Manter a correta tensão da esteira, usar sapatas adequadas ao tipo de terreno onde se desenvolve a operação e preservar o bom alinhamento da máquina figuram entre os cuidados relacionados à primeira categoria de variáveis. Seguindo estes e outros procedimentos, fáceis de cumprir, o usuário evitará dores de cabeça e
custos inesperados. As variáveis parcialmente controláveis estão relacionadas aos maus hábitos na operação do equipamento. O mais comum deles, de acordo com Tenório, é deslocar a máquina em velocidades acima das especificadas pelos fabricantes, em geral com o propósito de atender às exigências de produtividade. “O desgaste de uma esteira não se relaciona somente às horas trabalhadas, mas também à velocidade de deslocamento e às distâncias percorri-
orugas, lo primero que se debe hacer, según los especialistas, es tener en cuenta las recomendaciones descritas en los manuales de las máquinas. Esto se debe a que los fabricantes proporcionan tablas del desgaste máximo permitido para cada uno de los componentes, expresado en porcentaje. “Si una medición señala que el componente se encuentra en el límite de desgaste, se debe reemplazarlo o repararlo, a fin de no comprometer el rendimiento de la máquina o, en el peor de los casos, dejarla inactiva”, afirma Nezon Rogério Matos, gerente administrativo de la empresa fabricante de trenes de rodaje Minusa.
Passo a passo no ajuste da tensão O correto ajuste da tensão da esteira é fundamental para seu perfeito funcionamento e a prevenção de danos. Tensões acima do recomendado provocam o aquecimento das esteiras e exigem maior força de tração nos deslocamentos, provocando mais atrito entre as peças e seu conseqüente desgaste. Conjuntos frouxos, por sua vez, estão sujeitos a impactos entre os componentes, que em vez de deslizarem se chocam uns contra os outros. Além disso, esteiras com folga excessiva tendem a descarrilar nas curvas, provocando desgaste nos roletes, no flange da roda-guia e nos dentes da roda motriz. “Esse ajuste deve ser feito sempre no local de operação, respeitando as condições do terreno”, alerta Carlos Eduardo
Mendonça, supervisor de serviços da Komatsu. Para assegurar que a esteira esteja com a tensão correta, o usuário deve seguir os procedimentos abaixo: • Movimente a máquina alguns metros para a frente e para trás, em terreno plano; • Deixe o equipamento parar sem o uso de freios e verifique a flecha (curvatura) apresentada pela esteira; • Se o valor obtido for superior ou inferior ao especificado pelo fabricante, é preciso fazer o ajuste; • Nesse caso, solte os parafusos e porcas que prendem a roda-guia; • Acione o pistão hidráulico até a flecha da esteira atingir a tensão recomendada; • Fixe os parafusos e porcas da rodaguia e proceda a nova medição.
das”, diz ele. Outro erro comum é imprimir uma arrancada brusca ao equipamento, iniciando seu movimento com forte aceleração. Também devem ser evitadas práticas como a contra-rotação (bloquear uma esteira enquanto a outra se movimenta em marcha à ré) ou a concentração de mais carga em um dos lados do equipamento, o que provoca um desgaste desigual das esteiras e de seus componentes em cada lado do carro. Recomenda-se também que as manobras sempre sejam feitas para o mesmo lado.
Foto: Marcelo Vigneron
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Variáveis do solo
As variáveis não-controláveis, por sua vez, costumam se relacionar ao tipo de terreno em que a operação se desenvolve. Dessa forma, a abrasividade típica dos solos arenosos, cuja ação se potencializa com a umidade, ocasiona o desgaste de pinos,
Excesso de resíduos pode ocasionar o travamento dos roletes
s Rompedores hidráulicos
s Perfuratrizes hidráulicas
s Caçambas britadoras
s Recicladoras móveis
s Fresas
s Tesouras para demolição/sucata
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s Outros acessórios de escavadeiras.
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Gabarito
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Foto: Caterpillar
MATERIAL RODANTE
presentam riscos à integridade da esteira e de seus componentes. Segundo os especialistas, os roletes estão sujeitos a maior desgaste nos trabalhos de terraplanagem, enquanto as sapatas deformam mais rapidamente nos serviços em pedreiras. Há de se considerar ainda que, como os tratores se movimentam muito durante as operações, diferentemente das escavadeiras e guindastes – que trabalham praticamente parados – seu material rodante apresenta desgaste mais acelerado. Exceto nos casos de operações em aterros sanitários, as sapatas e roletes atingem uma vida útil média de 3.000 horas, nos tratores, e de 5.000 horas, nas escavadeiras. Escolha da sapata
Acompanhamento de desgaste das peças: medida preventiva
elos, buchas e sapatas, enquanto os impactos decorrentes de operações em terrenos rochosos podem resultar em trincas nesses componentes. “Para esse tipo de operação, é recomendável o uso de sapatas reforçadas com uma camada de aço mais espessa”, aconselha Tenório. Nos aterros sanitários, a presença de material orgânico aumenta a possibilidade de oxidação das peças e, em determinados tipos de serviços, o acúmulo de resíduos no interior da esteira – como pedras, cascalho, lama, vegetação etc. – pode causar o travamento dos roletes. Por esse motivo, Nezon Matos, da Minusa, recomenda uma inspeção do material rodante ao final de cada turno de trabalho, com a sua lavagem para a remoção de detritos. Operações em aclives, declives e superfícies irregulares também re-
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O uso adequado da esteira é condição básica para o prolongamento de sua vida útil. Entre outras recomendações dos especialistas, as sapatas devem estar mais apertadas que o padrão de fábrica, nas operações em rocha, e um pouco mais folgadas nos serviços em solos de baixa sustentação, como áreas alagadas. Por isso, o usuário deve conhecer com antecedência as características da praça de trabalho, para a adequação do material rodante. Além disso, é fundamental usar a sapata com largura ideal para cada tipo de terreno (veja quadro abaixo). Carlos Eduardo Mendonça, supervisor de serviços da Komatsu, lembra da importância de se utilizar o número correto de garras nas sapatas, de acordo com o tipo de operação. As sapatas com garras simples – ou única – são indicadas para uso em tratores e operações que exigem mais deslocamentos das máquinas. “A garra simples é maior e, por isso, penetra melhor no solo, deixando a base da sapata apenas apoiada na superfície do terreno; com isso, há uma distribuição mais homogênea do peso do equipamento sobre a esteira”, ele explica. As sapatas com garra tripla são indicadas para situações que exi-
gem menor esforço de tração. Além disso, elas facilitam a execução de curvas e reduzem o impacto sobre o pavimento. Uma solução intermediária são as sapatas com garras duplas, indicadas para uso em situações que a tração e a facilidade de manobras são fatores importantes para a produtividade. Nos trabalhos em áreas pantanosas ou em terrenos de baixa sustentação, o ideal é usar garra triangular, fixada à sapata por meio de parafusos. Alinhamentos
O carro da esteira, também conhecido como truck ou armação dos roletes, deve estar sempre bem alinhado para evitar desgastes nos flanges dos roletes ou na crista da roda-guia. Manter a máquina estável durante a operação é recomendação fácil de cumprir em terrenos
Cálculo para a largura da sapata Para a correta seleção da largura da sapata (Li) de acordo com o tipo de terreno, aplique a fórmula abaixo: P Li = _______________________ 2 x ISP x (B = 0.33 x h) Sendo que: P = massa do equipamento (kg) B = distância entre os eixos centrais da roda dentada e da rodaguia (mm) h = altura da esteira (mm) ISP = pressão específica de solo recomendada (kg/mm²) – tabela abaixo TABELA PARA CLASSIFICAÇÃO DE SOLO POR PRESSÃO DE CONTATO (ISP) Pressão Classificação das condições recomendada do solo (kg/mm²) Solo de superfície e macio hidratado Areia grossa e solo semipesado Solo pesado e rocha leve Rocha pesada Fonte: Italtractor Landroni.
0,1 – 0,3 0,3 – 0,5 0,5 – 1,0 1,0 – 2,0
MATERIAL RODANTE
planos. O mesmo, porém, não se aplica nos trabalhos em aclive e declive. No primeiro caso, o peso da máquina se concentra na parte de trás, causando maior desgaste nos roletes traseiros e na parte dianteira das buchas. Nos declives, o peso se desloca para a frente do equipamento, causando maior desgaste nos roletes dianteiros. Das duas situações, os terrenos em declividade figuram como menos prejudiciais ao material rodante. Por esse motivo, os especialistas consideram ideal uma operação que se desenvolve na descida, na qual a subida fica reservada apenas para o retorno da máquina. “Nem sempre isto é possível, principalmente diante das exigências de produtividade no serviço, mas essa é a garantia de maior vida útil dos componentes”, argumenta Tenório, da Italtractor Landroni.
Também são prejudiciais as operações em que a máquina se posiciona inclinada para qualquer um dos lados. Nesses casos, o equilíbrio do equipamento é deslocado para a parte inferior, causando o desgaste irregular nas laterais dos elos, nos flanges dos roletes, nas rodas-guias, nas pontas das buchas e nas pontas das sapatas que estão no lado inferior. O uso de ferramentas acopladas à máquina requer atenção especial e estas não devem ter peso superior ao do implemento original, sob pena de se ocasionar um desgaste acelerado do material rodante. Ferramentas de impacto devem ser usadas com critério, pois sua operação pode resultar em rupturas dos elos. Medidas preventivas
A prevenção, baseada em inspe-
Nova esteira reduz o tempo de manutenção A Komatsu lançou o sistema Plus, considerado um novo conceito em material rodante. A novidade, segundo a empresa, está na adoção da bucha auto-rotativa e do elo paralelo, ou seja, de um mesmo elo para os lados direito e esquerdo da esteira. Ao contrário dos modelos convencionais, que
esteiras convencionais, o paralelo é 5 mm mais alto. Esse acréscimo, associado à maior dureza superficial e maior profundidade de têmpera do material, proporciona uma elevação de até 45% na vida útil da esteira, de acordo com o executivo. O sistema Plus também dispensa o famoso giro
demandam a desmontagem de toda a esteira para uma manutenção, o sistema possibilita a desmontagem apenas do trecho em que é preciso realizar o reparo. “Isso representa uma redução de até 4 h no tempo de manutenção”, afirma Agnaldo Lopes, gerente geral de vendas e marketing da Komatsu. Em relação aos elos adotados nas
do par pino/bucha, pois utiliza buchas auto-rotativas, que giram automaticamente à medida que a máquina trabalha e proporcionam um desgaste uniforme em toda a peça. A nova esteira, que é vendida como opcional, pode ser usada em qualquer modelo de trator da Komatsu, bastando apenas a troca do segmento da roda motriz.
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ções regulares dos componentes do material rodante, constitui a política mais racional e eficiente para se prolongar a vida útil das máquinas sobre esteiras. Por esse motivo, Tenório recomenda a manutenção de um histórico de cada equipamento, com o registro das datas de troca do material rodante, o acompanhamento dos desgastes verificados e o tipo de atividade que a máquina realizou nesses períodos. Dependendo do local da operação ou do tipo de material movimentando, é aconselhável a medição mensal ou quinzenal dos passos das esteiras e das correntes, comparando os valores obtidos com os estabelecidos pelo manual do fabricante. A cada 500 horas trabalhadas, o usuário deve conferir os desgastes de pinos e buchas (exceto nas esteiras lubrificadas), da face externa da bucha, do dente da roda motriz, das alturas do elo e da garra da sapata e da pista da roda-guia. O ideal, segundo Tenório, é trocar os componentes quando o desgaste estiver na faixa de 85% do máximo permitido. “Além dos 100%, o risco de prejuízo é enorme”, pois a re-
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Material rodante representa 30% do custo de manutenção dos equipamentos
sistência estrutural do componente poderá estar comprometida. Em se tratando de esteiras com lubrificação permanente, é importante verificar se há o aquecimento dos pinos, geralmente ocasionado por problemas na vedação ou por vazamento de lubrificante. A verificação é feita manualmente e, se 10% dos pinos apresentarem aquecimento, a substituição da vedação será imprescindível. Para as esteiras engraxadas, recomenda-se a vistoria da corrente, dos retentores e o giro do par pino/ bucha em períodos entre 5.000 e 6.000 horas trabalhadas. Nas esteiras secas, é importante verificar a sinuosidade da corrente em intervalos de 500 horas trabalhadas. Para isso, é preciso medir o passo da esteira, que é a distância exata entre cinco pinos. O valor obtido deve estar em conformidade com o
manual do equipamento. O material rodante é produzido de acordo com critérios de tratamentos térmicos específicos para cada aplicação. Por esse motivo, os fabricantes não recomendam a recuperação de seus componentes com solda, um procedimento que pode resultar em desgaste irregular das peças. Tenório, da Italtractor Landroni, explica que a solda tem dureza superior à do material original da peça e, em contato com esta, causará seu inevitável desgaste. “A única situação em que a recuperação vale a pena é quando o equipamentos está fora de produção pelo fabricante”, ele conclui.
Italtractor Landroni: www.group-itm.com Komatsu: www.komatsu.com.br Minusa: www.minusa.com.br
Foto: Volvo
EQUIPAMENTOS COMPACTOS
AS MINIS CONQUISTAM O MERCADO Compactas, fáceis de manobrar e dotadas de grande variedade de implementos, as minicarregadeiras e miniescavadeiras avançam no mercado devido a sua versatilidade e aos ganhos de produtividade que oferecem
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Ideais para aplicação em obras urbanas, que se caracterizam pela demanda por equipamentos compactos, as minicarregadeiras e miniescavadeiras conquistaram um espaço definitivo na frota das construtoras brasileiras. Além de trabalharem em áreas confinadas e de difícil acesso, essas máquinas se destacam pela versatilidade e encontram aplicação em vários tipos de projetos, desde obras de edificações, de saneamento e ga-
sodutos, até projetos viários, aeroportuários, limpeza de pátios industriais e serviços de apoio em mineradoras, entre outros. Sua versatilidade também se deve à grande variedade de implementos disponível para esses equipamentos, que passam a operar como verdadeiras máquinas porta-ferramenta em vez de ficarem dedicadas exclusivamente aos serviços de escavação ou carregamento. Acompanhando
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
uma tendência mundial, a demanda pelas minis vem crescendo rapidamente no Brasil e nos demais países do continente. “Apenas em 2007, comercializamos cerca de 450 unidades desses equipamentos na América Latina”, revela João Luís Oliveira, gerente de marketing de produto da New Holland. A flexibilidade desses equipamentos já foi testada e aprovada pelo empresário Sérgio Mendes, proprietário da Seamar Escavações, de Belo Horizonte (MG). Há menos de um ano, ele adquiriu uma miniescavadeira E50, da New Holland, que já realizou com êxito a limpeza de uma área ao lado de um prédio em construção na capital mineira. “Havíamos tentado realizar a mesma tarefa com uma retroescavadeira, mas o equipamento tombou. A eficiência e rapidez com que esse equipamento executou o serviço comprovam sua vocação para esse tipo de aplicação”, diz ele.
Foto: New Holland
Apelo da produtividade Além das características de versatilidade, um fator de ordem econômica vem contribuindo para o aquecimento nas vendas desses equipamentos: o custo da mão-de-obra. Com a industrialização dos canteiros, eles se tornam cada vez mais necessários, mas sua demanda cresce na
Variedade de implementos confere versatilidade às minis
mesma proporção que a valorização da mão-de-obra. Nos Estados Unidos e Europa, por exemplo, onde há escassez de profissionais no setor de construção civil, as miniescavadeiras e minicarregadeiras encontram larga aplicação, diferentemente do Brasil, onde o setor ainda desempenha um importante papel na geração de empregos. Mas o cenário está mudando e, em busca de maior produtividade, os empresários do setor começam a descobrir as vantagens dos equipamentos compactos. Numa obra de reabilitação de pavimento, por exemplo, uma minicarregadeira equipada com vassouras pode substituir uma dezena de operários com ganhos de produtividade na limpeza da superfície após a fresagem, para a posterior aplicação da nova capa asfáltica. Nesse mesmo tipo de tarefa, elas podem ser mobilizadas para a limpeza de pátios de siderúrgicas e de usinas de pelotização, recolhendo os materiais que caem dos transportadores de correias. Um exemplo dessa nova realidade vem da Universidade Federal de Viçosa (MG), reconhecida pelos seus cursos de agronomia, zootecnia e engenharia florestal, entre outros. Para realizar diversas tarefas em seu campus, composto por prédios, estufas com plantações, currais para abrigo
MAQUINARIA COMPACTA Las minimáquinas conquistan el mercado Ideales para uso en obras urbanas, que se caracterizan por la demanda de maquinaria compacta, las minicargadoras y las miniexcavadoras han conquistado definitivamente un espacio en el parque de las empresas constructoras del Brasil. Además de trabajar en espacios reducidos y de difícil acceso, estas máquinas se distinguen por la versatilidad y pueden ser usadas en diversos tipos de proyectos, de obras edilicias, alcantarillado y tendido de tuberías, a proyectos de construcción de carreteras y aeropuertos, limpieza de playas industriales y servicios de apoyo en labores mineras, entre otros. Su versatilidad se debe también a la gran variedad de implementos de que disponen, que les permiten funcionar como verdaderos portaherramientas, en lugar de limitarse exclusivamente a los trabajos de excavación o de carga. Siguiendo una tendencia mundial, la demanda de minimáquinas ha experimentado un rápido crecimiento no solo en el Brasil, sino también en los otros países del continente. “Solo en el 2007, vendimos en América Latina unas 450 unidades de estas máquinas”, revela João Luis Oliveira, gerente de marketing de productos de New Holland. Además de su versatilidad, un factor de orden económico contribuye a la reactivación de las ventas de estas máquinas: el costo de la mano de obra. Con la industrialización de los obradores, su necesidad aumenta, pero su demanda crece en la misma proporción que el costo de la mano de obra. En los Estados Unidos y Europa, por ejemplo, donde hay una escasez de profesionales en el sector de la construcción, las minicargadoras y las miniexcavadoras son ampliamente usadas, a diferencia de Brasil, en donde el sector sigue desempeñando un papel importante en la generación de puestos de trabajo. Sin embargo, la situación está cambiando y, en la búsqueda de mayor productividad, los empresarios del sector empiezan a descubrir las ventajas de las máquinas compactas. En una obra de rehabilitación de pavimento, por ejemplo, una minicargadora equipada con cepillos puede reemplazar a una decena de trabajadores y aumentar la productividad de la limpieza de la superficie después del fresado, para la posterior aplicación de la nueva capa de asfalto. En ese mismo tipo de tarea, pueden ser movilizadas para la limpieza de playas de plantas siderúrgicas y de peletización, en la recogida de los materiales que caen de las cintas transportadoras.
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EQUIPAMENTOS COMPACTOS
de animais, áreas para experimentos e até uma indústria de laticínios, a universidade adquiriu uma minicarregadeira L175, da New Holland. “Com apenas essa máquina e um operador, atendemos a uma série de demandas, tais como a limpeza de currais, das camas de galinhas e das vias internas”, afirma Luis Antonio Gomes, chefe do setor de terraplanagem da universidade. Além disso, ele ressalta que o equipamento já foi usado na implantação de fibras óticas e, com uma betoneira acoplada, executou diversos outros serviços de recuperação no campus. Ele comenta ainda que, como bom acadêmico, pesquisou muito no mercado antes de adquirir a minicarregadeira. Um dos avalistas foi a própria prefeitura de Viçosa, que possui dois equipamentos para os serviços no município. Pequenas e produtivas Com a demanda por máquinas compactas aquecida, a New Holland concentra suas apostas no mercado brasileiro na minicarregadeira L175, que segundo a fabricante constitui o modelo cujas vendas mais crescem na categoria em todo o mundo. Seu diferencial, de acordo com a empresa, é o exclusivo sistema Super Boom, que confere maior capacida-
de de carga e estabilidade ao equipamento João Luís Oliveira diz que o pino de articulação da caçamba atinge altura máxima de 3.040 mm e um alcance frontal de 740 mm. “Essa característica proporciona altura e distância de trabalho maiores que qualquer outra máquina de sua categoria e, graças a sua excelente estabilidade, o operador pode mover cargas bem maiores, incrementando a produção do seu trabalho”, diz ele. Entre outras características, o executivo destaca que a transmissão opcional de duplo estágio proporciona velocidades de deslocamento superiores a 17 km/h, conferindo maior produtividade ao equipamento. Seu trem de força simplificado utiliza bombas hidráulicas em linha, contribuindo para uma operação suave e silenciosa. Equipada com motor turboalimentado de 60 hp de potência bruta, a L175 tem 2.826 kg de peso operacional e atinge uma força de desagregação de 1.956 kg (na caçamba). Além desse implemento, a minicarregadeira conta com grande variedade de ferramentas opcionais, como martelo hidráulico, fresadora, garfo, vassoura, perfuratriz, lâmina, braço retro e outras. Na Caterpillar, o carro-chefe nessa
linha de equipamentos é o modelo 226B2, dotado de um motor de quatro cilindros e de controle duplo de aceleração, que pode ser acionado com as mãos ou por meio de pedais. “Esse equipamento é ideal para operações que exijam velocidades constantes, como a abertura de valetas, serviços de compactação com rolo e nivelamento com lâmina”, explica Rodrigo Gusso, consultor sênior de produtos de construção. A minicarregadeira possui sistema antiestolagem, que confere máxima potência às rodas e evita que o motor apague em operações de grande esforço, como a subida de rampas, por exemplo. Além disso, o especialista diz que sua cabine foi desenhada de forma a permitir ampla visão lateral e frontal. “Essa última característica é fundamental nas operações com martelo e perfuratriz, que exigem grande precisão”, argumenta Gusso. Ele ressalta ainda a facilidade de acesso à cabine, graças a sua porta mais larga e aos degraus revestidos com piso antiderrapante, e aos componentes internos para manutenção, que ficam disponíveis para reparos com a abertura do capô traseiro. Variedade de implementos Única multinacional do setor a disFoto: Caterpillar
Controle duplo de aceleração: para trabalhos que exigem velocidade constante
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putar esse mercado com equipamentos fabricados no Brasil, a Volvo dispõe de uma linha de minicarregadeiras de 610 kg a 1.160 kg de capacidade de carga nominal, composta pelos modelos MC60B, MC70B, MC80B, MC90B e MC110B. Eles operam com motor de 16 válvulas, que atende às normas européia e norteamericana de controle de emissão de poluentes. “Embora o mercado brasileiro ainda não tenha atingido esse nível de exigência, estamos nos antecipando, pois dessa forma o equipamento dispensa o uso de catalisador para trabalhos em locais confinados”, pondera Masashi Fujiama, gerente de vendas da fabricante. O controle dos equipamentos é feito por meio de joysticks e incorpora a tecnologia de fluxo compartilhado, que permite a execução de diversas funções simultaneamente, como a movimentação do braço, da lança, da caçamba e o giro da máquina. “Essa característica pode fazer a diferença em operações que exigem precisão dos movimentos, como obras próximas a redes de gás, água, esgoto ou energia elétrica.”
Foto: Doosan
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Sistema evita queda de carga da caçamba
EQUIPAMENTOS COMPACTOS
Silva, gerente da distribuidora. Com o uso de ferramentas opcionais, ele diz que o equipamento pode se transformar em empilhadeira, por meio da troca da caçamba por um garfo, ou motoniveladora, com a instalação de uma lâmina. Além disso, ela pode operar com rompedor hidráulico, com perfuratriz, vassouras e outros implementos. “Elas são acopladas por meio de um sistema de engate manual, uma operação simples e rápida que não consome mais de cinco segundos.” Compactas, mas potentes João Luís Oliveira, da New Holland, explica que a mobilização de miniescavadeiras em serviços de menor porte, em lugar das tradicionais escavadeiras hidráulicas maiores, resulta em ganhos de produtividade e de custos operacionais. Para isto, elas contam com raio de giro menor, para operação em áreas com espaço reduzido, e ganharam maior capacidade para as tarefas de escavação e carregamento. É o caso, por exemplo, do modelo E50, de 4.660 kg de peso operacional, que a empresa desenvolveu a Foto: New Holland
O especialista destaca ainda o sistema de nivelamento automático da caçamba, que impede a queda da carga durante o transporte. No caso de o equipamento apresentar irregularidades durante a operação, o motor pára automaticamente em 15 segundos. “Esse dispositivo é útil em situações nas quais o nível de ruído possa impedir que o operador escute o alarme sonoro.” Como ferramentas opcionais, as minicarregadeiras da Volvo podem ser dotadas de perfuratriz, braço retro, vassoura, garra, rebaixador de troncos, fresadora de asfalto e de concreto, garfo portapallet, lâmina frontal, rompedor hidráulico, rolo compactador, rastelo mecânico, preparador de solo e valetadeira, entre outros. No caso da Renco, que distribui as minicarregadeiras da sul-coreana Doosan, o destaque fica para o modelo 440 Plus. Equipada com motor Cummins, de quatro cilindros, ela é controlada por dois joysticks e incorpora o sistema self leveling device, que impede a queda da carga da caçamba. “Sua altura reduzida, de 1,96 m, a torna ideal para operações subterrâneas”, diz Danilo Jones da
Miniescavadeira: potência de equipamento maior, mas com pequeno raio de giro
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partir da tecnologia da japonesa Kobelco, uma das marcas pertencentes à CNH. “Esse equipamento é ideal para operações em espaços extremamente restritos, como o interior de galpões ou a abertura de vala junto a uma parede, substituindo com vantagem uma escavadeira da classe de 20 t.” O diferencial da miniescavadeira, segundo ele, é seu sistema hidráulico, dotado de bombas de fluxo variável controladas eletronicamente, que contribui para o maior desempenho e produtividade do equipamento. Além disso, as máquinas dispõem da função “power boost”, que maximiza a força de escavação quando necessário, com um simples toque num botão. “Nas nossas escavadeiras, essa funcionalidade pode ser acionada por tempo ilimitado, uma exclusividade que as máquinas oferecem para não interromper a operação”, afirma Oliveira. Sobre qualquer terreno O sistema de transmissão da E50 é hidrostático, com duas bombas de pistões axiais, o que permite desenvolver duas velocidades de deslocamento selecionadas pelo operador:
Foto: Volvo
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Equipamentos operam em áreas de difícil acesso
alta, para uma locomoção rápida, ou baixa, quando as circunstâncias impõem a necessidade de elevada força de tração. Além de ser equipada com caçamba padrão, a miniescavadeira pode operar com martelo hidráulico, como opcional, e sua esteira de borracha possibilita a mobilização em vários tipos de terrenos, incluindo pisos de concreto. Assim como na linha de minicarregadeiras, as miniescavadeiras da Volvo também são dotadas de motores adequados às normas internacionais de controle de emissão. Composta pelos modelos EC27C, EC35C, EC55B Pro e EW55B, a família se caracteriza por contar com regulagem da altura e inclinação da lâmina independente, o que não interfere na velocidade da esteira e confere maior produtividade aos equipamentos. Como ferramentas opcionais, as miniescavadeiras po-
dem ser equipadas com perfuratriz, garras e rompedor hidráulico, entre outros implementos. Danilo Jones, da Renco, ressalta que a miniescavadeira Solar 035, da Doosan, é fornecida com lâmina dozer frontal como item de série, o que facilita a movimentação do material escavado. Com 3.240 kg de peso, ela conta com motor diesel de quatro cilindros, da Yanmar, possui comandos por meio de dois joysticks e kit de quatro funções para uso de implementos hidráulicos. Além disso, sua lança incorpora o sistema Swing, que permite a articulação de 50º para a direita e de 90º para a esquerda.
Caterpillar: www.cat.com.br New Holland: www.newholland.com.br Renco: www.renco.com.br Volvo: www.volvoce.com
EMPRESA
A CARTADA DA
BMC Surpreendida pela demanda, a distribuidora da Hyundai amplia a linha de equipamentos importados para o Brasil, agrega ao seu portfólio alguns modelos de fabricantes chineses e anuncia a intenção da sulcoreana de instalar uma fábrica no País
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MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
A
Brasil Máquinas de Construção (BMC), distribuidora máster da Hyundai Heavy Industries no Brasil, anunciou a intenção da empresa sul-coreana de instalar uma fábrica de equipamentos para construção no País. Segundo a dealer, os estudos serão finalizados em 2009, antecipando as projeções da empresa, que planejava aportar no Brasil em 2012. O anuncio é um reflexo do bom desempenho da marca no Brasil, que já figura como o maior mercado para seus equipamentos fora da Coréia do Sul. A BMC estima que encerrará 2008 com a marca de 2.000 unidades vendidas num único ano, entre escavadeiras hidráulicas, pás-carregadeiras, empilhadeiras, minicarregadeiras, miniescavadeiras e demais equipamentos da Hyundai. A expertise adquirida no suporte aos clientes e no controle de qualidade das máquinas sul-coreanas começa a ser reproduzida pela BMC na representação de outras marcas de equipamentos: as chinesas Zoomlion, XCMG e Shantui. “Temos uma equipe de engenheiros qualificados para monitorar a qualidade dos equipamentos que importamos, avaliando desde a linha de montagem na fábrica até o carregamento no porto”, diz Felipe Cavalieri, diretor geral da distribuidora. Para isto, a empresa montou um sistema de pós-vendas, com o objetivo de atender os clientes com assistência técnica e estoque de peças de reposição para todos os equipamentos que comercializa. “Temos dois centros de distribuição, dos quais um em Vitória (ES), para atendimento a todo o País, e outro em São Paulo, destinado aos clientes das regiões Sul e Sudeste.” Segundo Cavalieri, isso garante que qualquer peça seja entregue em até 72 horas. Com essa estrutura, a BMC espera fechar 2008 com um volume de aproximadamente 3.000 equipamentos vendidos, sendo mil dos
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fabricantes chineses e o restante da Hyundai. “Nosso carro-chefe são as escavadeiras, oferecidas aos clientes numa grande variedade de modelos de diferentes portes.” Segundo Cavalieri, as escavadeiras hidráulicas da marca sul-coreana já detêm uma participação de 22% do mercado brasileiro e, em alguns Estados, chegam a deter cerca de 40% de market share. Novos modelos O desempenho em venda das escavadeiras Hyundai motivou a BMC a ampliar a quantidade de modelos oferecidos, que já cobrem a faixa de 14 a 50 t de peso operacional. A mais recente novidade da empresa nessa área é a R800 LC7A, um equipamento de grande porte destinado a serviços pesados ou em mineração, que começou a chegar ao Brasil há poucos meses. Com 84 t de peso operacional, a R800 é equipada com motor de 400 hp de potência, adequado às nor-
mas internacionais de emissão de poluentes (Tier III/Stage IIIA). “Ela dispõe de vários modos de operação que podem ser pré-selecionados pelo operador, assim como um sistema de otimização de potência, assistido por computador, que proporciona o autodiagnóstico de falhas com a exibição dos dados no painel de instrumentos da máquina”, afirma o executivo. “Todas as escavadeiras da Hyundai, inclusive as da classe de 20 t, que são as mais vendidas, são dotadas de sistema regenerativo de fluído hidráulico”, diz Samuel Panucci, diretor de pós-vendas da BMC. Segundo ele, essa tecnologia possibilita um aproveitamento mais racional do fluxo hidráulico em cada movimento da máquina, como o levantamento do braço, o giro e outros. Como o óleo não precisa retornar totalmente para o cilindro hidráulico antes de ser enviado para o próximo comando, a escavadeira ganha rapidez na exe-
Escavadeira de grande porte e miniescavadeira sobre rodas figuram entre as novidades da BMC
EMPRESA La jugada de BMC La empresa Brasil Máquinas de Construção (BMC), principal distribuidor de Hyundai Heavy Industries en el Brasil, anunció la intención de la empresa surcoreana de instalar en el Brasil una fábrica de máquinas para la construcción. El anuncio es un reflejo de los buenos resultados que la marca obtuvo en Brasil, país que ya se clasifica como el mercado más grande para sus productos fuera de Corea del Sur. BMC estima que, al cierre del 2008, alcanzará la marca de 2.000 unidades vendidas en un solo año, entre excavadoras hidráulicas, palas cargadoras, carretillas elevadoras, minicargadores, miniexcavadoras y otras máquinas Hyundai. La experiencia adquirida en el servicio a los clientes y en el control de calidad de la maquinaria de Corea del Sur comienza a ser aplicada por BMC en la representación de otras fábricas: las empresas chinas Zoomlion, XCMG y Shantui. “Contamos con un equipo de ingenieros calificados para supervisar la calidad de la maquinaria que importamos, que evalúa desde la línea de montaje en la planta hasta la carga en el puerto”, dice Felipe Cavalieri, director general de la empresa distribuidora. Por otro lado, la empresa ha establecido un sistema de atención postventa, con el fin de prestar servicios de asistencia técnica y mantener un inventario de repuestos de todos los modelos
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Distribuidora amplia a linha com novas marcas e modelos
que vende. “Tenemos dos centros de distribución, uno de ellos en Victoria (estado de Espírito Santo), para el servicio a todo el país, y otro en São Paulo, destinado a los clientes de las regiones sur y sudeste.” Según Cavalieri, de esta forma se garantiza que todos los repuestos se entreguen dentro de un plazo máximo de 72 horas. Con esta estructura, BMC espera vender, al cierre del 2008, aproximadamente 3.000 máquinas, mil de las cuales de fabricación china y las otras, de Hyundai. “Nuestro producto insignia es la excavadora, que ofrecemos a los clientes en una variedad de modelos y tamaños diferentes.” Según Cavalieri, las excavadoras hidráulicas de la marca surcoreana ya han conquistado una participación del 22 % del mercado brasileño y, en algunos estados, llegan a una cuota de mercado de aproximadamente el 40 %.
cução dos movimentos e torna-se mais produtiva. A BMC comercializa ainda a colheitadeira florestal R210 LC-7 e as empilhadeiras da Hyundai, assim como uma família de pás-carregadeiras, com as quais já abocanhou 7% do mercado brasileiro e que poderá ser uma das primeiras linhas de equipamentos fabricadas pela empresa no Brasil, juntamente com as escavadeiras. A empresa disponibiliza carregadeiras com caçambas de 1,7 m³ a 5,1 m³ de capacidade, dotadas de controles por joysticks e de cabine com ar condicionado. Cavalieri ressalta ainda as miniescavadeiras de pneus da série 7 da marca sul-coreana, que a BMC também traz para o Brasil.”Ela possui tração nas quatro rodas, motor de 57 hp e é indicada para operações em áreas urbanas, já que tem inclinação de até 70% e sua lança admite posicionamento lateral em até 130º”, diz o executivo.
Equipamentos chineses Cavalieri ressalta que a experiência adquirida no suporte às vendas dos equipamentos sul-coreanos está sendo aproveitada na importação de outras linhas de máquinas, fornecidas por fabricantes chineses, “desde que não sejam fabricadas pela Hyundai”. Dessa forma, a empresa pode oferecer garantia de disponibilidade aos clientes, já que acompanha os equipamentos desde a linha de montagem na fábrica até os processos de exportação e embarque na China e sua chegada no Brasil. Um desses equipamentos é o trator de esteiras da série Bulldozer, fabricado pela Shantui.“Trouxemos três modelos dessa linha, que cobrem a faixa de 17 t a 37 t de peso operacional.” O maior deles, equipado com motor de 320 hp, atinge elevado torque também em função de seu sistema de turbocompressor, que permite executar trabalhos em altitudes acima de 3.600 m sem perda de produtividade. Na linha da XCMG, a distribuidora começou a importar o compactador vibratório XA120, de 12 t de peso operacional, e a motoniveladora RG180, da faixa de 190 hp de potência. “Essa última tem ríper traseiro com cinco dentes e atinge uma profundidade máxima de 350 mm, com largura máxima de 2.085 mm e 350
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neiro de 2009. “Vamos disponibilizar a linha completa de guindastes da marca, composta por modelos de 25 t a 240 t e, para isto, estamos traçando novas perspectivas de vendas devido ao momento econômico atual, que exige cautela redobrada”, afirma Oliveira. A empresa deverá importar os modelos de maior porte somente sob encomenda.
Autobomba da Zoomlion: foco nas concreteiras
mm de elevação acima do solo.” De acordo com ele, essa motoniveladora vem com escarifador de 11 dentes e com 280 mm de profundidade, além de trabalhar com largura de até 1.325 mm. “Também estamos trazendo os guindastes da XCMG, com a venda de quatro unidades de 70 t de capacidade de carga para a Megatran, um grande locador do estado do Mato Grosso”, diz Paulo Oliveira, gerente comercial da BMC. Segundo ele, a importação desses equipamentos acabou de ser negociada com a fabricante chinesa e as primeiras unidades chegam em ja-
Felipe Cavalieri
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Distribuidor Hyundai inaugura unidade em São Paulo A KGC, que distribui os equipamentos da Hyundai no estado de São Paulo, inaugurou uma nova unidade em outubro, para reforçar o atendimento aos clientes. Localizada junto à rodovia Castelo Branco (SP-280), em Barueri, na Grande São Paulo, ela conta com um prédio de quase 4.000 m² e abriga um estoque de 2.000 itens de peças, totalizando ativos de aproximadamente US$ 3 milhões. A nova unidade abriga ainda um auditório para o treinamento de operadores de equipamentos e de técnicos de manutenção. Além de suprir a demanda dos clientes por peças de reposição, ela será dedicada aos serviços de assistência técnica e de atendimento pós-venda, para os equipamentos da Hyundai e das demais marcas chinesas distribuídas pela BMC e representadas em São Paulo pela KGC: XCMG, Zoomlion e Shantui
Linha para concreto A Zoomlion também terá alguns de seus equipamentos comercializados no Brasil pela BMC e o primeiro deles é uma bomba de concreto que pode ser adquirida com trailer ou com autolança. “Ela é montadas sobre o caminhão Ford 317 e a autolança tem capacidade de 95 m³, enquanto a montada com trailer lança até 85 m³ de concreto”, diz Oliveira. Segundo ele, a primeira unidade importada está operando desde agosto deste ano e outras três máquinas já foram vendidas e deverão chegar até o mês de novembro. “Além disso, outras dez unidades estão a caminho, sendo que algumas delas já foram comercializadas”, informa Oliveira. No próximo ano, outras unidades serão comercializadas com o foco voltado às locadoras e usinas de concreto, que são os principais usuários aos quais se destinam esses equipamentos. “Ainda não fechamos a nossa meta de vendas para 2009, pois estamos terminando o mapeamento desse mercado com os volumes comercializados este ano por todos os fabricantes”, diz ele. A estimativa da BMC, no entanto, é que o mercado brasileiro encerre 2008 com um consumo de cerca de 170 unidades de bombas de concreto.
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CINQÜENTONA COM FÔLEGO DE ADOLESCENTE EMPRESA Cincuentona con pinta de adolescente
Ao completar 50 anos de atuação no Brasil, a Dynapac anuncia recorde de produção e a ampliação da linha de rolos compactadores fabricados na unidade de Sorocaba (SP)
A
lheia à crise econômica mundial, a Dynapac comemorou 50 anos de operações no País com recorde de produção e planos de expansão. Até o final do ano, o complexo industrial da empresa, localizado em Sorocaba (SP), deverá fabricar 640 unidades, com um aumento de 30% em relação ao registrado em 2007, o que a estimula a projetar uma ampliação das atividades. Pertencente à divisão Road Construction da Atlas Copco – aliás, ela responde por 90% dos negócios dessa divisão – a Dynapac produz no Brasil basicamente as linhas de rolos vibratórios e compactadores de pneus. Os demais modelos de sua família de máquinas rodoviárias são importados de outros países. Segundo Paulo de Almeida Barros, presidente da Dynapac do Brasil, no-
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vos modelos deverão se incorporar a essa linha e os primeiros serão os rolos compactadores tandem, que em 2010 começarão a ser produzidos em Sorocaba. “Atualmente, operamos com apenas um turno de trabalho e isso nos permite fabricar até 1.000 unidades/ ano”, diz ele. “Com essa mesma infraestrutura, porém, suportamos a produção de novas máquinas, pois se for preciso, abrimos um segundo turnos e dobramos a capacidade instalada.”
Ajena a la crisis económica mundial, Dynapac celebra sus 50 años de operaciones en el Brasil con el registro de marcas récord de producción y planes de expansión. Al cierre del año, el complejo industrial de la empresa, situado en Sorocaba (São Paulo), habrá producido 640 unidades, cifra que representa un aumento del 30 % en relación con la registrada en el 2007, lo que la ha estimulado a elaborar un programa de expansión de sus actividades. Dynapac, que pertenece a la división Road Construction de Atlas Copco – de hecho, es responsable del 90% del volumen de negocios de esta división – fabrica en el Brasil, básicamente, las líneas de rodillos vibratorios y compactadores sobre ruedas. Los otros modelos de la familia de máquinas para la construcción de carreteras se importan de otros países. Según Paulo de Almeida Barros, presidente de Dynapac do Brasil, se deben incorporar nuevos modelos a esta línea y los primeros serán los rodillos de compactación con tambores en tándem, que se empezarán a fabricar en Sorocaba en el 2010. “Actualmente, la planta funciona con un solo turno de trabajo y nos permite producir hasta 1.000 unidades por año”, dice Barros. “Con la misma infraestructura, sin embargo, podremos fabricar nuevos modelos, puesto que, si fuera necesario, pondremos a trabajar un nuevo turno y duplicaremos la capacidad de producción.” Claes Ahrengart e Paulo Almeida: novos produtos
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Fábrica de Sorocaba: capacidade para 1.000 unidades/ano
O executivo ressalta que os novos modelos serão produzidos dentro dos mesmos conceitos já adotados pela companhia, com um índice de nacionalização dos componentes de 60% a 70% e com o apoio da estrutura global de compras do grupo Atlas Copco, que analisa as melhores condições de aquisição para o suprimento integrado de suas 78 fábricas espalhadas pelo mundo. “Entre 2007 e o primeiro semestre deste ano, por exemplo, alguns fornecedores brasileiros não conseguiram atender toda a nossa demanda e a alternativa foi importar mais componentes da Ásia, onde encontramos custos muito competitivos.”
Claes Ahrengart, presidente mundial da divisão de máquinas rodoviárias da Atlas Copco/Dynapac, explica que a garantia de disponibilidade de peças no País decorre de alianças estratégicas com fornecedores de presença global. Afinal, na cadeia de suprimento da companhia figuram players como a Cummins, Bosh Rexroth e Sauer-Danfoss, entre outros, que atendem sua demanda de componentes em todos os países onde ela atua e com custos muito semelhantes. Cenário otimista A decisão de investir na produção de novos equipamentos no Brasil foi tomada antes de os mercados interna-
Equipamentos fabricados no Brasil A Dynapac fabrica, em sua unidade industrial de Sorocaba (SP), três modelos de rolos vibratórios para solos, além de um rolo tamping para solos, e de três tipos de compactadores de pneus. Essa última linha, aliás, é uma exclusividade da subsidiária brasileira, que responde pelo atendimento aos demais países do mundo. Equipados com motor Cummins de 100 hp de potência, eles são produzidos numa versão com nove pneus e 14 t de peso, em outra com sete pneus e 21 t, que atinge 1.820 mm de largura de rolagem, e em um modelo de 27 t e nove pneus, para larguras de rolagem de até 2.350 mm. Na linha de rolos vibratórios, a empresa fabrica o CA150, de 7 t de peso operacional, disponibilizado em quatro versões para solos e uma para asfalto, que são equipados por motor Cummins de 80 hp adequado às normas internacionais de controle de emissão. Nessa mesma linha, inclui-se ainda o compactador vibratório para solos CA250, com 12 t de peso operacional, dotado de módulo dianteiro com 11 t. Ele é produzido nas versões com cilindro liso ou pé-de-carneiro. Por último estão os rolos tamping CT300, com 21 t e quatro cilindros compactadores, que são equipados com motor de 260 hp e podem contar, como item opcional, com lâminas de espalhaCompactador de pneus: exclusividade da mento e tilting. fábrica brasileira
cionais se depararem com o atual cenário de crise econômica que, aliás, até o momento não impactou os negócios da empresa. “Ocorreu justamente o contrário, pois em setembro nos posicionamos pela primeira vez como o País mais lucrativo para a Dynapac”, comemora Barros. Obviamente, ele ressalta que essa situação atípica resultou da diminuição no consumo em outros mercados, enquanto o Brasil manteve o mesmo ritmo de demanda. “Em condições normais, sempre nos posicionamos entre o quinto e o oitavo maior mercado para a companhia.” Devido aos bons resultados obtidos e às previsões de continuidade dos projetos de infra-estrutura lançados pelo governo, o executivo se mantém otimista em relação ao desempenho futuro da empresa. “Nos últimos quatro anos, crescemos a um ritmo de 25% a 30% em cada período, algo maior do que prevíamos, e mesmo que a crise econômica internacional imponha uma queda de 20% nos pedidos em 2009, ainda estaremos acima do patamar de 2007, o que já é muito satisfatório.” Na avaliação de Barros, como os equipamentos da empresa se destinam a grandes obras, os projetos do governo federal representam grandes oportunidades de negócios. “O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) não deverá parar e o divisor de águas nesse setor será o comportamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que responde por 80% dos financiamentos em infra-estrutura.” Situação diferente é vivenciada por outros mercados, como atesta Claes Ahrengart. “Na Europa e nos Estados Unidos, a economia está desacelerando drasticamente e o primeiro segmento a sofrer é o de equipamentos para construção, principalmente porque as locadoras começaram a prorrogar investimentos em expansão e modernização da frota”, ele conclui.
Dynapac: www.dynapac.com.br
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CAMINHÕES
OS PLANOS DA IVECO PARA O SEGMENTO
FORA-DE-ESTRADA De olho na demanda de construtoras, mineradoras e usinas sucroalcooleiras, a fabricante inicia a produção de caminhões 6x4 no Brasil e não descarta o lançamento de um modelo 8x4 Depois do bom desempenho registrado em 2007, quando atingiu uma participação de 4,9% no mercado brasileiro de caminhões, a Iveco se prepara para disputar o segmento de veículos fora-de-estrada, que vem acusando regularmente os maiores índices de crescimentos nessa indústria. Atenta à demanda de construtoras, mineradoras, usinas de açúcar e álcool e empresas de reflorestamento, ela quer conquistar uma fatia do mercado offroad, composto por modelos com tração 6x4 e potência acima de 340 hp. Para isto, a montadora de caminhões pertencente ao grupo Fiat acaba de anunciar o lançamento de três modelos 6x4 da linha Trakker, indicados para aplicação fora-de-estrada, que passam a ser fabricado no Brasil. “Com esses caminhões, queremos conquistar uma participação de 15% a 20% nessa categoria, que registra um volume anual de vendas de 3.500 unidades”, diz Renato Mastrobuono, diretor de desenvolvimento de produtos da companhia. A iniciativa faz parte de uma estratégia da empresa, baseada no lançamento de dois novos modelos a cada ano, com o propósito de se posicionar entre as principais montadoras de veículos pesados da América Latina. Em 2008, a Iveco pretende encerrar o ano com uma participação de 8% no mercado brasileiro, incluindo os segmentos de caminhões fora-de-estrada e de transporte rodoviário. Antes desse lançamento, os modelos Trakker comercializados no País eram importados.
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CAMIONES Los planes de Iveco para el segmento fuera de carretera Después de los buenos resultados registrados en el 2007, cuando alcanzó una participación del 4,9 % del mercado brasileño de camiones, Iveco se está preparando para competir en el segmento de vehículos fuera de carretera, que ha presentado regularmente las tasas de crecimiento más altas de este ramo de actividad. Atento a la demanda de las empresas constructoras y mineras, las plantas de azúcar y alcohol y las empresas de reforestación, quiere conquistar una parte del mercado de los todo terreno, compuesto por modelos de tracción 6x4 y potencia de más de 340 hp. Para lograrlo, el ensamblador de camiones perteneciente al grupo Fiat acaba de anunciar el lanzamiento de tres modelos 6x4 de la línea Trakker, adecuados para aplicaciones fuera de carre-
tera, que ahora empiezan fabricarse en Brasil. “Con estos camiones, queremos conquistar una participación del 15% al 20% en esta categoría que registra un volumen de ventas anual de 3.500 unidades”, dice Renato Mastrobuono, director de desarrollo de productos de la empresa. Antes de este lanzamiento, los modelos Trakker vendidos en Brasil eran importados. Los camiones estarán disponibles en las versiones: cabeza tractora con motor de 420 hp, y chasis rígido con motor de 380 hp o 430 hp. “Los modelos 6x4 satisfacen aproximadamente el 65 % de la demanda de camiones extrapesados para aplicaciones fuera de carretera y, en las configuraciones que estamos ofreciendo, pueden ser usados como volquetes y como trenes de carretera para el transporte de madera y caña de azúcar, por ejemplo”, dice Luciano Cafure, gerente de la plataforma de vehículos pesados de Iveco.
CAMINHÕES
Eles serão disponibilizados nas versões cavalo-mecânico, com motor de 420 hp, e com chassi rígido, com motorização de 380 hp ou 430 hp. “Os modelos 6x4 suprem cerca de 65% da demanda de caminhões extrapesados para aplicação fora-de-estrada e, nas configurações que estamos oferecendo, eles podem ser usados como basculante, bi-trem, tri-trem florestal e rodotrem canavieiro”, afirma Luciano Cafure, gerente da plataforma veículos pesados da Iveco. Ênfase no atendimento Segundo Renato Mastrobuono, os novos caminhões serão equipados com sistema de injeção direta de combustível comandado eletronicamente e atenderão à norma de controle de emissão Euro III, contando ainda com certificação para abastecimento com 5% de biodiesel (B5). As primeiras entregas dos novos modelos estão programadas para janeiro de 2009, com um índice de nacionalização de 70% das peças e conjuntos, incluindo chassi, motor e transmissão, entre outros componentes. Marco Mazzu, presidente da Iveco no Brasil, ressalta que, para atender o mercado brasileiro, a companhia está investindo na instalação de uma unidade industrial em Sete Lagoas (MG) e no su-
porte à distribuição e pós-vendas. “Planejamos abrir 16 concessionárias em 2009, que se somarão a nossa rede de 70 distribuidoras já instaladas em diversos pontos do País.” A meta é chegar a 2010 com 100 concessionárias. O executivo também salienta que o novo centro de distribuição de peças da Iveco, em Sorocaba (SP), localizado ao lado da co-irmã CNH, terá sua capacidade ampliada em até quatro vezes. O objetivo é conferir maior rapidez aos serviços de assistência técnica, por meio de um estoque de peças compatível com a participação de mercado almejada pela empresa. “Estamos lançando um sistema de entrega de peças do tipo delivery para garantir que qualquer pedido seja atendido em até 24 horas”, complementa Maurício Gouveia, diretor de pós-venda da companhia. Principais mercados A expectativa da montadora é de comercializar cerca de 700 unidades/ano dos novos modelos, dos quais metade deverão se destinar ao mercado sucroalcooleiro. “Esse setor vem crescendo 9% ao ano e é um grande usuário de caminhões 6x4 em operações off-road, contando com 187 usinas instaladas somente no estado de São Paulo”, avalia Mazzu. Ele ressalta que esses caminhões já operam em lavouras de cana-deaçúcar venezuelanas, bem como em mineradoras do Chile e do Peru e em construções civis na Colômbia. Pelas projeções da empresa, os setores de construção e mineração deverão representar cerca de 40% das vendas. “Mas o consumo pode ser ainda maior, pois a expansão desses setores aumentou em 35% o consumo de caminhões nos canteiros de obras e frentes de lavra”, pondera Cafure. A montadora, aliás, não descarta a possibilidade de lançar um modelo 8x4 em 2009, para atender à
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FICHA TÉCNICA PBT Técnico: 41 t CMT: 132 t (extensível até 176 t) Potência máxima: 380 cv ou 420 cv Torque máximo: 1.800 Nm ou 1.900 Nm Caixa de câmbio: 16 marchas à frente e 2 à ré Freio de serviço: Pneumático, do tipo S-Cam Tanque de combustível: 285 litros Largura total: 2.590 mm Comprimento total (versão plataforma): 9.405 mm Comprimento total (cavalo-mecânico): 7.820 mm
demanda por caminhões maiores em mineradoras e obras pesadas. Com peso bruto total (PBT) técnico de 41 t, o Trakker tem uma capacidade máxima de tração (CMT) de 132 t, na versão cavalo-mecânico, que pode ser estendida para 176 t. “Ao contrário dos modelos convencionais, adaptados a partir de caminhões desenvolvidos para operações rodoviárias, ele já foi concebido para trabalhos pesados”, diz Mastrobuono. Entre os itens de robustez, ele explica que o chassi conta com longarinas de aço especial, com 10 mm de espessura e perfil mais alto, o que o torna mais rígido do que as versões 6x4 estradeiras. Os eixos traseiros são de ferro fundido, com redução nos cubos de roda, e o pára-choque dianteiro emprega aço tripartido, mais resistente e ideal para as severas condições de operação fora-de-estrada. Além disso, a suspensão da cabine é de quatro pontos, com molas helicoidais, de forma a proporcionar máximo conforto ao motorista e durabilidade ao veículo. Dotado de freio a ar nas seis rodas, do tipo S-Cam, o caminhão está sendo lançado em duas configurações de entreeixos para os modelos de chassi rígido: com distância de 3.500 mm ou de 4.500 mm.
Iveco: www.iveco.com.br
MANUTENÇÃO
PROLONGANDO A VIDA ÚTIL DO TURBO
Para atender à demanda de torque e de potência dos equipamentos fora-de-estrada, seus motores não raramente operam com sistemas de turboalimentação interligados. Diferentemente dos motores aspirados, que desperdiçam a energia dos gases gerados na combustão e os enviam para a atmosfera, os motores turbinados reaproveitam esses gases e os transformam em força motriz, o que resulta em ganho de torque e de potência. Entretanto, alguns cuidados se fazem necessários, seja na manutenção
preventiva ou na operação do equipamento, para a maior vida útil e eficiência desses sistemas. O primeiro deles, de acordo com especialistas, é evitar a circulação de lubrificantes contaminados. Isso porque o óleo do motor também lubrifica o conjunto turboalimentador. O sistema tem uma carcaça central, na qual ficam alojados o eixo, rotor, turbina e os mancais radiais. Nesta parte ocorre a lubrificação, fazendo com que o eixo trabalhe coberto por uma película protetora de óleo. O óleo entra sob pressão por um
canal e, além de lubrificar os componentes do sistema, atua no resfriamento do conjunto, que trabalha sob altas temperaturas. Como o eixo é metálico e fica exposto à passagem do óleo, a presença de qualquer partícula indesejável nesse fluído provocará o desgaste prematuro da peça. Dessa forma, o rotor ficará desprotegido e o sistema estará sujeito a danos. Para saber se o eixo do rotor está sofrendo a agressão de óleo contaminado, basta uma simples inspeção visual. Se forem observados riscos em sua superfície, significa que o fluído
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MANUTENÇÃO
Carcaça Compressor
Mancais Radiais Eixo Rotor Turbina
saída de gases
Rotor Compressor entrada de ar
Carcaça Turbina
Carcaça Central
saída de óleo
Cuidados na instalação A severidade à qual o sistema de turboalimentação trabalha é alta, pois o rotor gira a taxas entre 150 mil e 260 mil rotações por minuto (rpm), dependendo da potência estabelecida para o conjunto. Com isso, os componentes do sistema ficam expostos a temperaturas igualmente elevadas, que podem chegar a 1.000ºC. É possível deduzir, portanto, que as peças de ferro fundido que compõem a carcaça do turbo sofram desgastes irreversíveis com o passar das horas trabalhadas. Esse é um dos principais motivos para que os profissionais de equipamentos não recuperem turbos em oficinas da empresa. O recomendável é que o componente seja substituído por um novo ou por um remanufaturado pelo próprio fabricante. Mesmo se o usuário escolher um novo turboalimentador para a troca do componente danificado, alguns cuidados serão necessários na instalação. Um exemplo típico de instalação incorreta se dá durante a fixação das juntas de saída e de entrada do lubrificante, que jamais devem ser feitas com cola ou com silicone, uma prática comumente adotada em oficinas não especializadas. Os especialistas desaconselham esse procedimento porque, no momento do aperto dos
TurboTurbo em corte em Garrett corte entrada de óleo
está conduzindo partículas responsáveis pelo desgaste da peça. A correção, nesses casos, passa pela troca de lubrificante e de filtro de óleo nos períodos recomendados pelos fabricantes. O profissional também pode se antecipar às falhas, adotando uma política de manutenção pró-ativa por meio de análise do lubrificante.
entrada de gases
parafusos de fixação do flexível (tubulação), o excesso de cola escorrerá para dentro do canal de lubrificação, contaminando o óleo lubrificante. Outros cuidados devem ser observados em relação à integridade do flexível, evitando que ele sofra furos ou fique sujeito a obstrução por borras geradas pelo óleo contaminado. Vale observar que danos nessa peça podem resultar em problemas irreparáveis no eixo do rotor, que necessita de lubrificação constante. Por esse motivo, o recomendável é que o flexível seja substituído por um novo em todas as trocas de lubrificante e de filtro de óleo. Contaminação pelo ar Especialistas alertam ainda para os cuidados com contaminações pelo ar. Um pedaço de estopa esquecido entre o filtro de ar e o turboalimentador durante um serviço de manutenção, por exemplo, pode resultar no rápido desgaste das peças desse componente, como o rotor e suas palhetas. A sucção de impurezas está diretamente relacionada a problemas na tubulação de ar e constitui um dos principais responsáveis por danos no sistema. Se uma mangueira estiver furada, por exemplo, partículas con-
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taminantes – visíveis ou não ao olho humano – entrarão no sistema enquanto o equipamento estiver com o motor desligado. Com a nova partida do motor, o turbo acabará aspirando esses corpos estranhos para dentro do sistema, com o conseqüente desgaste do rotor e das demais peças. Problemas causados por falta de manutenção nas tubulações do sistema turboalimentador são tão recorrentes quanto os defeitos provenien-
CUIDADOS QUE PRESERVAM O SISTEMA 1 - Avalie diariamente se a pressão do óleo está dentro da faixa recomendada pelo fabricante; 2 - Verifique se não há obstrução ou perfuração no flexível de entrada e de saída de óleo; 3 - Observe atentamente se as tubulações de entrada de ar não estão danificadas; 4 - Não utilize nenhum tipo de cola nas juntas de entrada e de saída de óleo, pois esta poderá causar obstrução no canal de lubrificação do sistema; 5 - Caso o motor tenha sido submetido a uma retífica, faça uma limpeza rigorosa para eliminar eventuais resíduos de limalha nas galerias de óleo.
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
EVITE A ENTRADA DE CONTAMINANTES NO SISTEMA POR: • Falta de troca de filtro de ar; • Filtro danificado por limpeza com ar comprimido; • Ausência de filtro de ar; • Ressecamento das mangueiras com desplacamentos internos ou mesmo rasgos.
Trabalhando sob severas condições, sistema exige cuidados com lubrificação
tes de contaminação no lubrificante. Como são confeccionadas em borracha, essas mangueiras são flexíveis e dobram facilmente, o que pode “estrangular” a passagem de ar para o rotor, inutilizando o turbo. Por esse motivo, o usuário deve ficar atento ao estado das tubulações, além de realizar a limpeza e troca do filtro de ar nos prazos recomendados pelos fabricantes, como forma de preservar o motor e o turboalimentador da ação de partículas que contaminam o ar. Partida a frio Com essas recomendações, fica
DEFICIÊNCIAS NA LUBRIFICAÇÃO PREJUDICAM O TURBO Para a boa lubrificação do sistema, um dos itens responsáveis pela sua maior vida útil, é preciso controlar regularmente: • O nível correto de óleo do cárter; • A ocorrência de vazamento de óleo nas conexões do turboalimentador ou agregados; • A ocorrência de obstrução nas tubulações ou canais de lubrificação; • A elevação excessiva da temperatura na saída dos gases; • O uso de óleo lubrificante especificado pelos fabricantes; • O uso de lubrificante livre de contaminações, como água, combustível ou solvente.
claro que o motor turbinado precisa ser devidamente alimentado com gás, ar e óleo lubrificante. No caso deste último, o tempo de abastecimento também é determinante para a vida útil dos componentes, motivo pelo qual não se recomenda que um equipamento comece a operar logo após a partida do motor. Estima-se que o tempo gasto pelo lubrificante, para circular pelo motor, passar pelo turbo e retornar ao cárter, seja de aproximadamente 40 segundos. Dessa forma, se a máquina for ligada e induzida a movimentos imediatamente, o turbo vai operar durante alguns segundos sem lubrificação. No caso de equipamentos pesados de construção, que operam por dezenas de milhares de horas ao longo de sua vida útil, pequenos problemas como este podem adquirir contornos maiores. Evitar esse tipo de problema, no entanto, é algo relativamente simples: basta conscientizar os operadores quanto à necessidade de se aguardar alguns segundos, após o acionamento do motor, para partir com o equipamento. q p
Em operação, o turbo atinge temperaturas de 1.000 oC
Garret: www.garret.com.br
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MERCADO
O ELO FRACO
DA CADEIA PRODUTIVA Aumento da demanda de equipamentos para construção pode ser atendido com expansões dos fabricantes, mas esbarra na desestruturação da cadeia de suprimento, o denominado supply chain
Com a expansão vertiginosa da indústria brasileira de equipamentos para construção, que deve encerrar 2008 com um crescimento de 46% nas vendas, mesmo percentual registrado no ano anterior, o desabastecimento no setor não deve ser encarado apenas como uma dificuldade dos fabricantes em atender a demanda do mercado. Em que pese o fato de tais fabricantes estarem no limite de sua capacidade instalada, o alongamento nos prazos de entrega dos novos pedidos também deve ser atribuído aos demais elos da cadeia produtiva, incluindo os fornecedores de peças e de demais insumos. Com equipamentos parados na linha de produção por falta de pneus, de motor ou até mesmo de peças forjadas, a saída das montadoras foi apelar para a importação. Apesar da possível mudança nesse cenário, diante da crise econômica mundial e de seu impacto nas atividades produtivas no Brasil, o assunto foi tema de um painel de debates no 17º Congresso SAE Brasil, realizado em São Paulo, pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE). “Com base no nosso parque instalado, poderíamos ser uma fonte de produção de equipamentos para muitos países, mas isso não ocorre devido à baixa competitividade da cadeia de suprimentos do setor”, diz Vicente Pimenta, diretor do comitê de máquinas agrícolas e de construção do Congresso SAE Brasil. Para Eurimilson João Daniel, diretor comercial da Escad Rental e vice-presi-
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dente da Sobratema, esse descasamento entre fabricantes e seus fornecedores de suprimentos pode ser solucionado com a adoção de modernas práticas de supply chain. “O setor cresceu acima do esperado e isto explica a dificuldade dos fornecedores em atender a demanda, mas a situação pode ser resolvida com planejamento, com intercâmbio de informações e confiança mútua.” Ele sabe o que diz, já que sua empresa atua na locação de equipamentos e, para planejar as expansões futuras, precisa estar sempre atenta à tendência de demanda de seus clientes, em geral grandes construtoras. Carlos Alberto Coso, gerente de compras globais da Caterpillar Brasil, compartilha da mesma opinião. Ele ressalta que o consumo brasileiro de equipamentos para construção cresce a taxas comparáveis às da China, o que exige da indústria local o mesmo nível de investimentos dos players orientais,
MERCADO El eslabón débil de la cadena productiva Con la rápida expansión de la industria brasileña de máquinas para la construcción, cuyas ventas, al cierre del 2008, presentarán un crecimiento del 40 %, en comparación con el aumento del 46 % del 2007, el desabastecimiento del sector no debe ser considerado solo una dificultad de los fabricantes para satisfacer la demanda del mercado. A pesar del hecho de que los fabricantes trabajan al límite de su capacidad, la prolongación de los plazos de entrega de los nuevos pedidos debe ser atribuida también a los otros eslabones de la cadena productiva, incluidos los proveedores de partes y otros insumos. Con máquinas paradas en la línea de producción por falta de neumáticos, motores o, incluso, de partes forjadas, la solución encontrada por los fabricantes fue la importación. A pesar de que es posible que esta situación cambie en función de la crisis económica mundial y de su impacto sobre las actividades productivas del Brasil, este tema fue objeto de una mesa redonda del 17° Congreso SAE Brasil, organizado en São Paulo por la Sociedad de Ingenieros para la Movilidad (SAE). “Tomando como base nuestro parque instalado, podríamos ser una fuente de producción de maquinaria para muchos países, pero no lo logramos debido a la baja competitividad de la cadena de suministro del sector”, dice Vicente Pimienta, director de la comisión de maquinaria agrícola y para la construcción del Congreso SAE Brasil.
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
sob pena de o mercado brasileiro de equipamentos ser tomado por produtos importados. Com a estabilização econômica dos países latino-americanos, o executivo vislumbra um cenário favorável para investimentos no Brasil, o que já foi observado por diversos fabricantes que anunciaram expansões na produção ao longo do último ano. “Mas ainda há espaço para crescimento, pois apesar de o consumo de equipamentos na América Latina ter crescido de 10 mil para 50 mil unidades/ano nos últimos cinco anos, o continente ainda responde por apenas 5% do volume total vendido em todo o mundo”, diz ele. Coso confirma as dificuldades enfrentadas pelos fabricantes de equipamentos no suprimento de suas linhas de montagem, apontando um déficit não apenas no fornecimento de componentes vitais, como sistemas hidráulicos e eletroeletrônicos, mas também no de peças
forjadas e fundidos. “Se nossa demanda tivesse sido atendida pelos fornecedores locais, o crescimento nas vendas poderia ser maior que os 46% previstos para este ano”, ele pondera. Pressionados, os fornecedores de insumos para as montadoras apontam fatores macroeconômicos responsáveis pela baixa competitividade dessa indústria, como a carga tributária, a relação cambial e outros, embora alguns gargalos possam ser resolvidos com modernas práticas de supply chain. É o que faz Devanir Brichesi, presidente da Associação Brasileira de Fundição (Abifa), ao apontar que as empresas do setor exportaram 21% dos 3,2 milhões t produzidos em 2007, diante da falta de demanda dos clientes locais. “Por outro lado, com o real valorizado em relação ao dólar, encontrávamos dificuldade para concorrer com os produtos importados, que chegavam ao País a preços mais baixos do que os fabricados local-
mente”, diz ele. Brichesi defende um fortalecimento da indústria brasileira de fundição, com base em políticas que criem condições iguais de concorrência entre os produtos nacionais e importados. “Além disso, as montadoras poderiam melhorar a relação de confiabilidade com os fornecedores por meio de planos estratégicos mais claros.” Segundo ele, o setor está investindo mais de U$ 900 milhões este ano e deve crescer o equivalente a mais de três vezes o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Para Daniel, da Escad, esse índice ainda é pequeno quando comparado ao da indústria de equipamentos para construção, que registra um crescimento 10 vezes maior que o do PIB.
SAE Brasil: http://saebrasil.org.br
INTERNACIONAL
A SOBRATEMA VAI À RÚSSIA Associação divulga M&T Expo 2009 e mercado brasileiro em evento realizado em Moscou Para um dos principais mercados emergentes do planeta, com um grandioso programa de investimentos em infra-estrutura em implantação, bem que a Rússia merecia uma feira de equipamentos para construção de nível internacional. Essa foi a proposta da Conexpo Rússia, que se realizou em setembro, em uma área de 34 mil m2 de um centro de exposições de Moscou. Produzido pela AEM (Association of Equipment Manufacturers), dos Estados Unidos, com o apoio da AEB (Association of European Business), o evento reuniu 230 expositores que apresentaram a última palavra em tecnologia para canteiros de obras. Atraídos por um mercado que deverá receber investimentos públicos de US$ 570 milhões em projetos de transportes, nos próximos sete, diversos fabricantes internacionais marcaram presença na feira, como a Astec, Caterpillar, Hitachi, JCB, JLG, Komatsu, Manitowoc, New Holland, Terex e Volvo, entre outras. Eles também foram atraídos pelo rápido crescimento do setor de locação de máquinas para construção na Rússia, que desde 2006 dobrou de tamanho e já movimenta 500 milhões de euros em negócios. Ao lado das construtoras, as locadoras figuram entre os principais usuários desses equipamentos no país. Ocupando um estande de 9 m2, a Sobratema também esteve presente na Conexpo Rússia, onde estabeleceu contato com entidades parceiras internacionais, além de expositores e visitantes da feira. Nesse espaço, a associação recebeu consultas sobre a M&T Expo 2009 e sobre oportunidades de negócios no mercado brasileiro de equipamentos para construção.
Conexpo Russia: www.conexporussia.com Sobratema: www.sobratema.org.br
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INTERNACIONAL Sobratema va a Rusia En calidad de uno de los principales mercados emergentes del mundo, con un grandioso programa de inversión en infraestructuras en marcha, Rusia merecía una feria de maquinaria de la construcción de nivel internacional. La respuesta fue Conexpo Rusia, que tuvo lugar en septiembre en un centro de exposiciones de Moscú. Organizado por la Asociación de Fabricantes de Máquinas (AEM - Association of Equipment Manufacturers), la muestra congregó a 230 expositores que presentaron lo más avanzado en tecnología para obras. Sobratema se hizo presente e en la Conexpo Rusia, en la que estableció contacto con organizaciones internacionales asociadas, así como con los expositores y los visitantes de la feria.
PERFIL
AFONSO MAMEDE
MOVIDOS PELA NECESSIDADE Na opinião de Afonso Mamede, diretor de equipamentos da Construtora Norberto Odebrecht e presidente da Sobratema, todas as ações da associação devem se pautar nos princípios que nortearam sua criação e que a mantêm atuante, ou seja, o intercâmbio de conhecimento e de experiências entre os profissionais do setor. “Ela nasceu dessa necessidade e só se mantém porque essa necessidade permanece”, diz ele. Nesta edição, na qual comemoramos os 20 anos de Sobratema, a M&T traz uma entrevista com Mamede, um dos integrantes do grupo responsável pela criação da entidade. Na conversa a seguir, ele detalha sua visão de como a associação deve continuar contribuindo com a evolução do setor: M&T – Para uma associação criada com o objetivo de promover o conhecimento e o intercâmbio de experiências, podemos dizer que essa função esteja esvaziada num mundo globalizado e onde as informações estão disponíveis para todos? Mamede – Claro que não. As condições mudaram desde 1988, quando o mercado brasileiro era fechado às importações e às inovações tecnológicas do setor. Atualmente, vivemos
70 7 0 | Ag Ago A Agosto ESPECIAl E ES ESP go g SP S oPst sto s ECI E EC to C CI oI|A2008 2 l 20 20 ANOS AN NO NOS OS O S | 200 2008 2 20 00 0 0 08 8
um cenário de completa integração, de internet, de telefonia celular, mas o volume de dados disponibilizado na era da informação é muito grande. Esses dados precisam ser consolidados, interpretados e, para isto, dispomos de uma equipe que realiza esse trabalho para os associados. Em nossos programas, como os workshops, as missões técnicas e a M&T Expo, por exemplo, os associados e demais profissionais do setor têm a oportunidade de trocar experiências e de se relacionar de uma forma muito intensa, que não se encontra num site na internet ou em qualquer outro meio. M&T – A Sobratema pode ser classificada como uma experiência única no mundo pelo fato de reunir, na mesma associação, os fabricantes e os usuários de equipamentos? Mamede – Não me arriscaria a fazer esse tipo de afirmação, pois podemos incorrer em erro. Vale ressaltar que a associação não surgiu da intenção de unir nada e sim da necessidade dos profissionais do setor em termos de
atualização técnico-gerencial, de aprimoramento da sua formação e de intercâmbio com os demais membros dessa comunidade. Ela nasceu da necessidade e só se mantém porque essa necessidade permanece. O mesmo vale para os nossos programas, incluindo a revista M&T, o Instituto Opus, o Anuário de Equipamentos, o Estudo de Mercado e os demais programas já citados, que só existem porque há uma demanda da nossa comunidade, seja por informação, pela qualificação profissional ou outra necessidade. M&T – Isto traduz a fórmula para o sucesso da Sobratema e de seus programas nas últimas duas décadas? Mamede – Não há segredo, pois tudo o que conquistamos e realizamos foi fruto de muito trabalho, de foco e dedicação. Obviamente, procuramos sempre atender às demandas da comunidade de equipamentos, procuramos sempre fazer algo mais, pois se você não cresce, você já está fadado a diminuir. Também devemos ter consciência de que, nos últimos anos, fomos beneficiados pela expansão dos investimentos em infra-estrutura e pelo forte crescimento do setor de equipamentos. Isto se refletiu em nossas atividades.
PERFIL M&T – Mas algumas ações da associação, como o estudo de mercado lançado em 2007, que tabula o consumo de equipamentos no País, contribuíram para ampliar a visibilidade da Sobratema nesse cenário em expansão... Mamede – Como se tratava de um dado inexistente, que consolidamos ao interpretar esse mercado e pesquisar o consumo de equipamentos para construção, a informação despertou o interesse da sociedade e atraiu os meios de comunicação. Pelo ineditismo do dado e pelo seu impacto, acabamos nos transformando em referência para a imprensa e até mesmo para associações no exterior, às quais apresentamos o resultado do estudo. Acreditamos que essa também seja a nossa função. Aliás, na área internacional, trabalhamos há anos divulgando o Brasil junto às entidades do exterior, participando de fóruns e contribuindo em debates que vão nortear o futuro do
setor de equipamentos, como o controle de emissões e outros. M&T – Não há uma contradição ou choque de interesses ao se promover intercâmbio entre profissionais de diferentes empresas, que concorrem entre si? Mamede – O intercâmbio ocorre no âmbito do conhecimento profissional, como em qualquer outra atividade, e não no das informações estratégicas de cada empresa. Obviamente, cada um sabe até que ponto pode apresentar sua experiência, sem comprometimento à competitividade da companhia, e aos demais cabe a tarefa de interpretar, de ver o que pode ser aproveitado para a sua realidade. Independentemente do porte da empresa na qual você trabalha, dos recursos dos quais dispõe, esse intercâmbio sempre resulta numa nova visão e na evolução profissional.
Movidos por la necesidad Según la opinión de Afonso Mamede, director de equipos de la Constructora Norberto Odebrecht y presidente de Sobratema, todas las acciones de la asociación deben regirse por los principios que guiaron su creación y la mantienen activa, es decir, el intercambio de conocimientos y experiencias entre los profesionales del ramo. “Nació de la necesidad de ese intercambio y se mantiene solo porque esa necesidad no ha desaparecido”, dice. En este número, con el cual celebramos 20 años de Sobratema, M&T publica una entrevista a Mamede, uno de los miembros del grupo responsable de la creación de la entidad. En la entrevista publicada a continuación, da detalles de visión sobre la forma en que asociación debe seguir contribuyendo al desarrollo del sector: M&T – Es una asociación creada con el objetivo de fomentar el conocimiento y el intercambio de experiencias, ¿podríamos decir que,
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en un mundo globalizado en el que la información está al alcance de todos, esta función ha perdido sentido? Mamede – Absolutamente no. Las condiciones han cambiado desde 1988, cuando el mercado brasileño estaba cerrado a las importaciones y a las innovaciones tecnológicas en el sector. Hoy en día, vivimos una época de plena integración, internet, telefonía celular, pero el volumen de datos disponibles en la era de la información es inmenso. Los datos deben ser consolidados, interpretados, de modo que tenemos un equipo que realiza este trabajo para los asociados. En nuestros programas, tales como talleres, misiones técnicas y M&T Expo, los miembros de la asociación y los otros profesionales del ramo tienen la oportunidad de intercambiar experiencias y relacionarse de forma muy estrecha, que no se encuentra en un sitio de Internet ni en cualquier otro medio.
Duas décadas divulgando a evolução da tecnologia em equipamentos
QUEM VISITA A M&T EXPO LÊ A M&T, UMA REVISTA QUE ATINGE PROFISSIONAIS COM ALTO PODER DE DECISÃO NO MERCADO DE EQUIPAMENTOS PARA CONSTRUÇÃO E MINERAÇÃO
LEIA NA PRÓXIMA EDIÇÃO (N° 118)
PÓRTICOS E PONTES ROLANTES
TREINAMENTO
Como especificar e dimensionar a instalação
Benefícios com o uso de simuladores de operação
COMPACTADORES Tecnologias para obras de menor porte
MERCADO Projeção da demanda de equipamentos no Brasil
TRANSMISSÃO Cuidados com a manutenção do sistema
E mais: Reportagens com usuários de máquinas pesadas, entrevistas, custo horário de equipamentos e demais informações úteis para os profissionais de equipamentos e manutenção.
PROGRAME SEU ANÚNCIO www.sobratema.org.br – Fone: 11 3662-4159
ESPAÇO ABERTO
Lanterna para obras subterrâneas A lanterna Alfa LDT.B, que substitui o antigo modelo de lanterna Alfa Ecology Basic, já está sendo distribuída no Bra-
sil pela Pró Eletro. Fabricada pela Adara, empresa especializada em lanternas para uso em minas e obras subterrâneas, ela possui bateria de Lítio-Íon com autonomia de até 10 horas e vida útil de 500 ciclos de carga e recarga. Segundo a distribuidora, trata-se da menor, mais resistente e leve lanterna para uso em escavações subterrâneas, resistindo às operações severas em minas, obras de hidrelétricas e metrôs. www.perfproeletro.com.br
Skam demonstra empilhadeiras contra explosão A fabricante Skam demonstrou a sua empilhadeira elétrica pantográfica modelo EPP-Ex durante o I Seminário Regional sobre Atmosferas Expolosivas, que aconteceu no dia 16 de novembro, em Salvador (BA). O equipamento se destina ao manuseio de cargas inflamáveis ou para uso em áreas com armazenamento de produtos com essa característica e que apresentem riscos de explosão, como combustíveis, lubrificantes e outros. Para evitar a incidência de faíscas no contato da empilhadeira com os porta-paletes, o modelo é dotado de chassi revestido com bronze e latão
em todas as partes inferiores. “O sistema pantográfico do equipamento permite a realização de manobras em situações críticas de trabalho, como plataformas, mezaninos e demais locais de difícil acesso”, diz Luiz Gallo, gerente nacional da Skam. “Dispomos de outros modelos de empilhadeiras, guinchos e transpaleteiras e demais máquinas para operação em ambientes de risco de fogo, todos com painel de controle de carga, com peso máximo de 1,6 t e concebidos especialmente para solucionar problemas de movimentação e armazenagem internos”, finaliza. www.skam.com.br
Metso apresenta novo moinho vertical O novo equipamento, da série Vertimill, tem potência de 3.000 hp e foi lançado como uma evolução do modelo de 1.500 hp, p, qque era o maior proempresa canadenduzido pela em antes da sua aquise Lachine an Metso. O VTM-3000 sição pela Me aplicado em diversas pode ser aplic demandas de fragmentação e segmentos de mercado, mas apelo nas operações tem forte apel de moagem secundária de grande capacidade e que geram um material com até 6.000 micra de espessura.
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“O equipamento pode executar a mesma moagem realizada pelos moinhos de bola, com uma economia entre 30% e 50% no consumo de energia elétrica”, afirma Jonathan Allen, gerente da linha de moinhos verticais da Metso Minerals. Segundo ele, o equipamento ajuda a suprir a demanda por moinhos de grande porte, reduzindo os atrasos nas entregas dessas máquinas. “Nossa capacidade de produção permitirá a entrega do VTM-3000 no mesmo prazo dos moinhos de menor porte”, ele finaliza. www.metsominerals.com.br
Genie lança plataforma aérea indoor O Super-Straddle pesa 274 kg e é um acessório que permite operar uma plataforma aérea de trabalho Genie sobre obstáculos que normalmente impediriam seu posicionamento, como as poltronas fixas de uma sala de teatro ou de um centro de convenções. Dessa forma, ele possibilita a mobilização do equipamento em ambientes internos e de difícil acesso. O funcionamento é simples, como informa a Terex, que fabrica os equipamentos da linha Genie. “Os estrados contam com seis níveis de ajuste e se nivelam no solo por meio das sapatas, enquanto os indicadores luminosos do painel de controle do equipamento informam ao operador se a montagem do acessório sobre a plataforma foi feita corretamente e se, assim, ele está pronto para operar”. O Super-Straddle é compatível com os modelos de plataformas aéreas de trabalho da família Super-Series, como o AWP-20S, 25S, 30S, 36S e 40S. De acordo com a fabricante, o sistema está sendo lançado em todos os mercados do mundo onde a Genie atua. www.terexla.com