Revista M&T - Ed. 118 - Outubro 2008

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Revista M&T - Manutenção & Tecnologia Nº

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www.sobratema.org.br

PÓRTICOS PROJETADOS PARA CARGAS PESADAS

GRÚAS DE PÓRTICO DISEÑADAS PARA CARGAS PESADAS

SIMULADORES DE OPERAÇÃO ESTUDO SOBRATEMA nº 118 - Outubro - 2008

MERCADO CRESCE 46%

PROYECCIÓN SOBRATEMA MERCADO ALCANZA UN CRECIMIENTO DEL 46 %

REPRODUZINDO O TRABALHO NO MUNDO VIRTUAL

SIMULADORES DE OPERACIÓN REPRODUCIENDO EL TRABAJO CON TÉCNICAS DE REALIDAD VIRTUAL



EDITORIAL

Evoluções ditadas pela segurança num mercado em expansão Segurança é coisa séria e exige muitos cuidados por parte das empresas em relação à integridade física dos funcionários e das demais pessoas. No setor de equipamentos para construção, o assunto merece especial atenção dos fabricantes e usuários finais, desde a concepção dos novos modelos até a sua operação em canteiros de obras. Esta edição de M&T trata do assunto ao mostrar como os requisitos de segurança estão contribuindo para a evolução dos equipamentos de movimentação de carga. Além disso, a nova geração de pórticos e pontes rolantes incorpora soluções para a maior rapidez na execução dos serviços e os conseqüentes ganhos de produtividade. Na reportagem sobre qualificação de pessoal, mostramos as ações com vista à redução dos índices de acidentes e à eficiência na operação de equipamentos. Com este foco, o uso de simuladores virtuais vem se revelando um importante aliado das empresas em atividades como a seleção e treinamento do pessoal. Ao reproduzir as operações em ambiente virtual, eles se habituam às ações necessárias e aos tempos de respostas das máquinas antes de partirem para as aulas com equipamentos reais. O resultado é a redução nos prazos dos cursos e no tempo de mobilização das máquinas com treinamento, o que também se reverte em economia de combustível e de custos. Esta edição da M&T traz ainda o resultado do “Estudo Sobratema sobre o Mercado de Equipamentos para Construção/2008”. Segundo esse estudo, o setor deverá encerrar o ano com um crescimento nas vendas de 46%, em comparação a 2007, movimentando cerca de R$ 21 bilhões em negócios. Após dois anos de crescimento intenso, ele aponta para um período de acomodação do mercado em 2009. Com a continuidade das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), de investimentos dos estados e de grandes projetos em mineração e petróleo, espera-se um impacto menor da crise financeira internacional no Brasil. O estudo da Sobratema projeta três possíveis cenários para 2009, sendo um pessimista (retração de 5%), um intermediário (retração de 1%) e outro otimista (crescimento de 5%). Qualquer um deles permitirá que a indústria nacional acompanhe a demanda do mercado. Nada mal para os fabricantes, que se viram diante do dilema de atender um consumo que cresceu de 34 mil máquinas, em 2007, para 50 mil, em 2008. Os usuários, que enfrentavam longos prazos de espera para a entrega de um novo pedido, também saem ganhando ao poder desfrutar de entregas imediatas.

Evoluciones guiadas por la seguridad en un mercado en expansión La seguridad es un tema serio y exige muchos cuidados por parte de las empresas con relación a la integridad física de los empleados y de las otras personas. En el sector de máquinas y equipos para la construcción, este campo merece especial atención de los fabricantes y usuarios finales, desde la concepción de nuevos modelos hasta su operación en las obras. Este número de M&T trata el tema al mostrar cómo los requisitos de seguridad están contribuyendo a la evolución de las máquinas para la manipulación de cargas. La nueva generación de grúas puente y pórtico incorpora soluciones que permiten ejecutar los trabajos con mayor rapidez y, consecuentemente, incrementar la productividad. En el reportaje sobre la calificación de personal, se muestran las acciones con miras a reducir los índices de accidentes y aumentar la eficiencia de las operaciones de los equipos. Centrados en este tema, abordamos el uso de simuladores de realidad virtual que se han revelado un importante aliado de las empresas para realizar actividades como la selección y capacitación de personal. Al reproducir las operaciones en un ambiente virtual, las personas se habitúan a manejar los controles de las máquinas y a sus tiempos de respuestas antes de operar las reales. El resultado es la reducción horaria de los cursos y del uso de máquinas para entrenamiento, lo que también redunda en ahorro de combustible y optimización de costos. En esta edición de la M&T publicamos, además, el resultado del “Estudio Sobratema sobre el Mercado de Máquinas y Equipos para la Construcción/2008”. Según datos del estudio, el sector cerrará el año con un crecimiento de las ventas del 46%, en comparación con 2007, un movimiento de aproximadamente 28 000 millones de reales en negocios. El estudio prevé que, después de dos años de rápida expansión, el mercado deberá registrar un reajuste en el 2009. Gracias a las obras del PAC (Programa de Aceleración del Crecimiento), a las inversiones gubernamentales y a los grandes proyectos mineros y petrolíferos, se espera que la crisis financiera internacional afecte en menor medida a Brasil. El estudio de Sobratema plantea tres posibles escenarios para el 2009: uno pesimista (retracción del 5%), un intermedio (retracción de 1%) y otro optimista (crecimiento del 5%). En cualquiera de ellos la industria nacional está en condiciones de cubrir la demanda del mercado. Nada mal para los fabricantes, que tuvieron que satisfacer una demanda que, al cierre del año, alcanzará la cifra de 50.000 máquinas, en comparación a las 34.000 del 2007. Los clientes, que se atienen a largos plazos de entrega para recibir sus pedidos, también se beneficiarán puesto que las entregas serán inmediatas.


Revista M&T - Manutenção & Tecnologia Nº

EXPEDIENTE

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SUMÁRIO

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PÓRTIC OS

PROJET ADOS PARA CARGAS PESADA GRÚA S S

DE PÓ RTICO

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Pórtico em operação na obra de expansão do Metrô de São Paulo - Linha 4 (Foto: CSM Kraupp). nº 118 - Outubro

Diretoria Executiva e Endereço para correspondência: Av. Francisco Matarazzo, 404 cj. 401 – Água Branca São Paulo (SP) – CEP 05001-000 Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192 Comitê Executivo Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta Vice-Presidente: Eurimilson João Daniel Vice-Presidente: Ivan Montenegro de Menezes Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos Vice-Presidente: Jonny Altstadt Vice-Presidente: Mário Sussumo Hamaoka Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe Vice-Presidente: Paulo Oscar Auler Neto Vice-Presidente: Silvimar Fernandes Reis

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Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção

46 %

Diretor Regional Petrônio de Freitas Fenelon (MG) VPS Engenharia e Estudos Wilson de A. Meister (PR) Ivaí Engenharia de Obras S/A Jose Luis P. Vicentini (BA) Terrabrás Terraplanagem do Brasil S/A Laércio de F. Aguiar (PR) Construtora Queiroz Galvão S/A Antonio Almeida Pinto (CE) Construtora Queiroz Galvão S/A

Revista M&T - Conselho Editorial Comitê Executivo: Cláudio Schmidt (presidente), Paulo Oscar Auler Neto, Silvimar F. Reis, Permínio A. M. de Amorim Neto e Norwil Veloso. Membros: Adriana Paesman, Agnaldo Lopes, Benito F. Bottino, César A. C. Schmidt, Eduardo M. Oliveira, Gino R. Cucchiari, Lédio Augusto Vidotti, Leonilson Rossi, Luiz C. de A. Furtado, Mário H. Marques e Pedro Luiz Giavina Bianchi. Diretor Executivo: Hugo José Ribas Branco Editor: Haroldo Aguiar Repórter: Rodrigo Conceição Santos Revisão Técnica: Norwil Veloso Assistente: Felipe Fernandes Traduções: Maria Del Carmen Galindez Publicidade: Sylvio Vazzoler, Roberto Prado e Giovana Marques Di Petta Produção Gráfica: DSGE A Revista M&T - Manutenção & Tecnologia é uma publicação dedicada à tecnologia, gerenciamento, manutenção e custos de equipamentos. As opiniões e comentários de seus colaboradores não refletem, necessariamente, as posições da diretoria da SOBRATEMA. Tiragem: 12.000 exemplares. Circulação: Brasil e América Latina. Periodicidade: mensal. Impressão: Parma Auditado por:

Filiado à:

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SIMULA DORES REPRO DE DUZIN DO O

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TRABA LHO

ÃO SIMULADO NO MUNDO VIRTUA L EL TRABAJO RES DE CON TÉCNICAS OPER ACIÓN DE REALIDAD

REPRODU CIENDO

VIRTUAL

PÓRTICOS E PONTES ROLANTES Projetados para cargas pesadas GRÚAS PUENTE Y DE PÓRTICO Diseñadas para cargas pesadas

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SIMULADORES DE OPERAÇÃO Reproduzindo o trabalho no mundo virtual SIMULADORES DE OPERACIÓN Reproduciendo el trabajo con técnicas de realidad virtual

18 MERCADO Setor encerra o ano com crescimento de 46% MERCADO Al cierre del año, el sector alcanza un crecimiento del 46 %

Diretoria Técnica André G. Freire (Terex) - Augusto Paes de Azevedo (Caterpillar) - Benito Francisco Bottino (Odebrecht) - Carlos Arasanz (Eurobrás - ALEC) Cláudio Afonso Schmidt (Odebrecht) - Dionísio Covolo Jr (Metso) - Edson R. Del Moro (Yamana Mineração) - Eduardo M. Oliveira (Santiago & Cintra) - João Miguel Capussi (Scania) - Felipe Sica Soares Cavalieri (Brasil Máquinas de Construção - Hyundai) - Franz Treu (Atlas Copco) - Gilberto Leal Costa (Odebrecht) - Gino Raniero Cucchiari (New Holland) - João Lázaro (CCCC) - Ledio Augusto Vidotti (GTM Máquinas e Equipamentos) - Luis Afonso Pasquotto (Cummins) - Luiz Carlos Furtado (CR Almeida) - Luiz Gustavo Pereira (Tracbel - Volvo) - Marcos Bardella (Brasif - Case) - Mario Humberto Marques (AG) - Nathanael P. Ribeiro Jr (Multieixo - Randon) - Paulo Lancerotti (Sotreq - Caterpillar) - Permínio A. Maia de Amorim Neto (Getefer) - Ramon Nunes Vazquez (Mills) - Ricardo Pagliarini Zurita (Liebherr) - Rissaldo Laurenti Júnior (Carraro S.A.) - Roberto Mazzutti (Auxter - JCB) - Sérgio Barreto da Silva (Geral Damulakis Engenharia SA - GDK) - Valdemar Shinhiti Suguri (Komatsu) - Yoshio Kawakami (Volvo)

ESTUDO SOBRAT EMA

MERCA DO CRESC

E 46% PROYECCIÓ ALCANZA N SOBR UN CRECIMIE ATEM A NTO DEL

MERCADO

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GERENCIAMENTO DE FROTAS Como maximizar os recursos disponíveis ADMINISTRACIÓN DE FLOTAS Cómo aprovechar al máximo los recursos disponibles

32 COMPACTADORES I Pequenos, mas eficientes COMPACTADORES I Pequeños, y eficientes

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COMPACTADORES II Novo competidor no mercado COMPACTADORES II Nuevo competidor en el mercado

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PAVIMENTAÇÃO Ciber lança usina compacta PAVIMENTACIÓN Ciber lanza una planta de asfalto compacta

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INTERNACIONAL Sobratema debate os rumos do setor na Europa INTERNACIONAL Sobratema debate en Europa el rumbo del sector

PERFIL

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Receita de eficiência PERFIL Receta de eficiencia

52 SEÇÕESSECCIONES NotasNotas................................................................................................................06 ManutençãoMantenimiento.....................................................................................47



NOTAS

Banco financia a compra de pneus Os pneus para caminhões rodoviários da marca alemã Continental já podem ser adquiridos pelo programa de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A linha de crédito está disponível em toda a rede de distribuidoras da marca, com pagamento em 36 parcelas e taxa de juros de 1,18% ao mês (novembro de 2008), por meio do cartão BNDES. Ela cobre a aquisição dos pneus fabricados pela empresa no Brasil, que atendem basicamente o setor de transporte rodoviário – modelos 295/80R22.5 e 275/80R22.5.

BNDES aumenta desembolsos para infra-estrutura No período de 12 meses encerrado em outubro último, os projetos de infra-estrutura financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) totalizaram R$ 35 bilhões em desembolsos, com crescimento de 47% em relação ao período anterior. Os principais setores contemplados foram os de transporte e energia, nos quais a instituição participa com financiamento a projetos como as ferrovias Norte-Sul e Transnordestina e as hidrelétricas do rio Madeira. No acumulado do ano de 2008, os desembolsos do banco para infraestrutura somaram R$ 28,3 bilhões, com crescimento de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior. O setor industrial foi contemplado com R$ 28,9 bilhões, o que representou um aumento de 39% nos desembolsos em comparação com 2007.

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Sistema monitora peneiras em tempo real Uma parceira entre a Metso Minerals e a empresa de automação do grupo, a Metso Automation, resultou no desenvolvimento de uma nova tecnologia que está sendo oferecida pela companhia no mercado. O sistema SSP (Screen Security Package) foi apresentado pela Metso Minerals como uma solução para o monitoramento de peneiras vibratórias em tempo real, possibilitando o acompanhamento de seus parâmetros operacionais e antecipando eventuais falhas. “Ele atinge um nível de precisão que nos permite avaliar essas instalações dentro de um novo patamar de confiabilidade”, diz Ron Kuehl, executivo da companhia na América do Norte para a área de equipamentos vibratórios e de mineração. Segundo ele, o SSP pode monitorar simultaneamente os mancais do equipamento, assim como a temperatura do óleo, velocidade de operação, aceleração, órbitas, vibração da estrutura e freqüências dinâmicas naturais. Além de acompanhar a operação em diferentes pontos da peneira, ele emite alarmes quando a máquina ultrapassa parâmetros pré-estabelecidos, informando o operador e/ou gestor da planta por email, sirene ou luzes. “Dessa

forma, o usuário identifica desgastes e se antecipar a falhas, aumentando a disponibilidade do equipamento e o tempo entre paradas para manutenção.” A tecnologia opera interligada a controladores lógicos programáveis (CLP) ou a sistemas de automação do controle de usinas. De acordo com o executivo, o SSP pode comparar os ângulos e valores de aceleração do equipamento vibratório em diferentes pontos. “Diante de uma anomalia, ele dispara um alarme que alerta o operador para a necessidade de ajustes”, conclui Kuehl.

Terex Financial nomeia diretor para a América Latina e Caribe O administrador de empresas Guilherme Santos assumiu o cargo de diretor da Terex Financial Services na América Latina e Caribe com o objetivo de oferecer suporte financeiro às operações da empresa no continente. Formado pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Santos ingressa na companhia em pleno processo de reestruturação da Terex Latin America, que envolve a criação de divisões para as diferentes linhas de produtos da marca: equipamentos para construção, para mineração, obras rodoviárias, guindastes e plataformas elevatórias. O executivo será res-

ponsável pelas atividades da empresa no continente, incluindo o Caribe e México. Entre seus principais desafios se inclui o apoio ao cumprimento das metas de crescimento do grupo, que elegeu os países emergentes como prioritários para a expansão dos negócios – entre eles o Brasil e a América Latina. Vale ressaltar que o cumprimento de tal meta deverá transcorrer durante o desenvolvimento da crise financeira internacional. Guilherme Santos tem mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro, com passagem por empresas como a Oracle, Citibank, America Latina Logística (ALL) e TAM.



PÓRTICOS E PONTES ROLANTES

PROJETADOS PARA CARGAS

PESADAS Com a incorporação de novas tecnologias, os pórticos e pontes rolantes ganham maior segurança e rapidez na movimentação de cargas nos canteiros de obras

Por: Rodrigo Conceição Santos

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N

em só de escavadeiras, tratores, caminhões e demais máquinas de movimentação de solos se compõe uma frota de equipamentos para a execução de grandes projetos de infra-estrutura. Os canteiros de obra também demandam – direta ou indiretamente – o uso de equipamentos de movimentação de cargas pesadas, entre outras famílias de máquinas. Os pórticos, por exemplo, podem ser mobilizados em pátios de fabricação de vigas pré-moldadas ou no seu manuseio, otimizando a construção de viadutos e a montagem de estruturas de concreto. A construção da linha 4 do Metrô de São Paulo é um exemplo dessas aplicações ao utilizar pórticos na logística de acesso às obras dos túneis, como a movimentação de materiais e a retirada de terra proveniente das escavações subterrâneas. A fabricante

Foto: TGM

MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

de peças de concreto pré-moldado Munte representa outro caso. Com uma produção mensal de cerca de 6.500 m3, a empresa conta com 21 pontes rolantes para a movimentação das peças que confecciona em suas duas unidades industriais localizadas no estado de São Paulo. “Temos pórticos com capacidade de carga de 10 t e pontes rolantes de 10 t, 15 t e 20 t”, diz Laércio Souza Gil, gerente de operações da empresa. Na fábrica de Itapevi, na Grande São Paulo, onde a empresa conta com três galpões com 8 m de pédireito, as pontes rolantes são operadas em distâncias máximas de 300 m (o comprimento do maior galpão). Nessas instalações, ela produz peças de até 33 t e o que poderia parecer uma incoerência – a movimentação de cargas acima da capacidade das pontes rolantes – revela-se, na verdade, uma peculiar solução adotada

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PÓRTICOS E PONTES ROLANTES

Pontes Rolantes contam com alimentação elétrica e batentes no fim do trilho, para a proteção dos componentes pela Munte. “Para movimentar as peças maiores, mobilizamos duas pontes rolantes em conjunto”, afirma Gil.

Cuidados na operação Ele explica que as peças de concreto maiores são içadas por quatro pontos – dois deles para cada equipamento – como forma de evitar que elas sofram trincas ou rachaduras durante a locomoção. “Com essa técnica, respeitamos os níveis de angulação estabelecidos para a sua pega sem deixar de içar a carga necessária”. A operação é realizada somente em um dos galpões, onde a Munte produz as peças maiores. É lá que trabalham os mais experientes operadores de ponte rolante da empresa. “Como a translação só pode ser realizada quando os dois equipamentos estiverem alinhados, precisamos contar com profissionais capacitados.” Além da operação, esses profissionais são treinados para realizar as inspeções diárias nos equipamentos,

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avaliando o desgaste das lonas de freio e o ajuste do cabo de elevação. Mensalmente, porém, técnicos especializados fazem uma vistoria mais detalhada dos cabos, com a medição de sua espessura e a verificação de rupturas nos fios. Para isto, a Munte conta com uma equipe própria para as manutenções das pontes rolantes, como as trocas de freios e de redutores, as limpezas, as verificações do nível de óleo e dos carvões de barramento, entre outras tarefas. “Estamos nos especializando em serviços mais específicos, como os reparos nas rodas dos pórticos”, complementa Nelson Francisco Lopes, encarregado de manutenção da empresa. Durante a realização desta reportagem, a M&T constatou a expertise da Munte na recuperação das rodas de um pórtico de 10 t de capacidade. Segundo Lopes, a peça em questão é confeccionada em ferro maciço, contando com 700 mm de diâmetro, cujo reparo foi feito por meio de solda e

GRÚAS PUENTE Y DE PÓRTICO Diseñadas para cargas pesadas La flota de máquinas para la ejecución de grandes proyectos de infraestructura no está compuesta solo de excavadoras, tractores topadores, camiones y otros tipos de maquinaria de movimiento de tierra. Las obras también exigen – directa o indirectamente – el uso de equipos de movimiento de cargas pesadas, entre las otras familias de máquinas movilizadas. La construcción de la línea 4 del metro de São Paulo es un ejemplo del uso de grúas de pórtico en la logística de acceso a las obras de los túneles, tal como el movimiento de materiales y la retirada de la tierra proveniente de la excavación subterránea. El fabricante de piezas de hormigón premoldeado Munte representa otro caso. Con una producción mensual de aproximadamente de 6.500 m3, la empresa cuenta con 21 grúas puentes para la manipulación de las piezas que fabrica en sus dos plantas fabriles ubicadas en el



PÓRTICOS E PONTES ROLANTES

Recuperação das peças internamente reduz os custos de manutenção da Munte usinagem. “Sua troca exigiria um investimento alto e tornaria inviável para a empresa o custo de operação do equipamento.”

Itens de segurança Diferentemente das pontes rolantes, que movimentam cargas no interior dos galpões, os pórticos se destinam às operações nos pátios externos. Nessas áreas, eles manuseiam peças menores, como escadas e fachadas de concreto pré-fabricado. “Ambos são operados de forma semelhante, mas a movimentação dos pórticos exige maior cuidado, pois eles se deslocam sobre trilhos instalados no piso e a presença de qualquer obstáculo nesse trajeto pode resultar em acidente”, diz Lopes. “Nas pontes rolantes, evidentemente, esse risco não existe já que seus trilhos ficam ancorados no teto.” Tanto as pontes rolantes como os pórticos são acionados por corrente elétrica, sistema que Lopes identifica como mais prático para as manutenções. “Além disso, os motores elétricos proporcionam respostas mais rápidas e podemos controlar melhor os demais sistemas do equipamento, como os freios, por exemplo.” Ele salienta que

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toda a alimentação é feita por barramento blindado, de acordo com as especificações de segurança da norma

Segurança na alimentação elétrica De acordo com Christiano Raboch, supervisor de vendas da CSM Kraupp, a alimentação de energia dos equipamentos de movimentação de cargas deve ser trifásica, com tensão de 220 V, 380 V ou 440 V. No caso das pontes rolantes, ele recomenda o uso de barramento blindado e, nos pórticos, a alimentação pode ser feita por enrolador de cabo ou por barramento blindado, como faz a Munte. Nas talhas e carros-guinchos, ela costuma empregar cabo festoon (cortinado) ou esteiras porta-cabos. Na opinião de Juan Patrick de Oliveira, gerente da TGM Menegotti, apesar de demandar maior investimento inicial, o uso de barramento blindado resulta em melhor relação custo/benefício devido à maior segurança para os operadores.

estado de São Paulo. “Tenemos grúas de pórtico con capacidad de carga de 10 t y grúas puentes de 10, 15 y 20 t”, dice Laércio Souza Gil, gerente de operaciones de la empresa. En la planta de Itapevi (gran São Paulo), compuesta por tres naves de 8 m de altura, las grúas puente se operan a distancia máxima de 300 m (el largo del mayor galpón). En estas instalaciones se producen piezas de hasta 33 t y, lo que podría parecer una incoherencia – la manipulación de cargas superiores a la capacidad de las grúas puente – es en realidad una solución curiosa adoptada por Munte. “Para mover las piezas más grandes, movilizamos dos grúas puentes en conjunto”, dice Gil, que explica que las grandes piezas de hormigón se levantan fijadas en cuatro puntos – dos para cada equipo – de modo de evitar que se agrieten o resquebrajen durante el movimiento de traslación. “Con esta técnica, respetamos el ángulo de fijación establecido sin dejar de levantar la carga necesaria.” La operación se lleva a cabo en solo una de las naves, en la que Munte produce las piezas más grandes. Es allí que trabajan los más experimentados operadores de grúas puentes de la empresa. “Como el movimiento de traslación solo se puede realizar cuando los dos equipos están alineados, los profesionales capacitados son indispensables.” Además de la operación, estos profesionales están capacitados para llevar a cabo las inspecciones diarias de los equipos, evaluar el desgaste de las lonas de freno y el ajuste del cable de elevación. No obstante, una vez por mes, técnicos especialistas se encargan del estudio detallado de los cables, con la medición del espesor y la verificación de hilos cortados. Por consiguiente, Munte cuenta con un equipo propio para servicios de mantenimiento de las grúas puentes, tales como el cambio de frenos y reductores, la limpieza, el control del nivel del aceite y los carbones de conexión, entre otras tareas. “Estamos especializándonos en servicios más específicos, tales como la reparación de las ruedas de las grúas de pórtico”, agrega Nelson Francisco Lopes, encargado del mantenimiento de la empresa.



PÓRTICOS E PONTES ROLANTES regulamentadora número 10 (NR-10). Os comandos das pontes rolantes utilizadas pela Munte possuem duas velocidades, sendo que a primeira é única para a translação e a segunda também é pré-definida para o transporte longitudinal. “Elas são dotadas de limitador de elevação, de modo que, quando a peça chega próxima do tambor de rolamento, o sistema paralisa a ação imediatamente”, diz Lopes. Os equipamentos contam ainda com batentes instalados no fim do trilho, para proteção nos movimentos de translação, que conferem maior segurança à operação e reduzem os índices de manutenção. “Se a peça levantada atingir o sistema da ponte rolante, pode danificar toda a caixa de transmissão e isso resultará num custo elevado, pois a recuperação des-

a ser usado e outras características.” A experiência nesse tipo de serviço permite que Oliveira antecipe alguns cuidados no projeto dos equipamentos. No caso das pontes rolantes, por exemplo, que se deslocam sobre trilhos fixados no piso, recomenda-se a adoção de dispositivos para a prevenção de acidentes, como alarmes sonoros durante sua movimentação. “Entre outros itens de segurança, elas podem adotar células de carga, que paralisam a operação quando se excede a capacidade especificada para o equipamento.” Muitas vezes, os fabricantes trabalham em projetos cujos dados fornecidos pelo usuário precisam ser aprofundados. Nesses casos, a engenharia da empresa entra em campo para diagnosticar as características da operação e de-

Operação por botoeira ou na cabine: condicionada ao projeto ou às características do trabalho sa peça exige a contratação de empresas especializadas”, pondera Lopes.

Equipamentos sob medida Aliás, as características da operação, como a configuração do local, o tipo de carga a ser movimentada e a rotina de trabalho, figuram como dados fundamentais no desenvolvimento dos equipamentos. Juan Patrick de Oliveira, gerente da TGM Menegotti, que fabrica equipamentos de concretagem e de movimentação de cargas, explica que os pórticos e pontes rolantes são produzidos quase sob medida para as necessidades de cada usuário. “Trabalhamos com as informações dos engenheiros calculistas e de outros especialistas contratados pelo cliente, que nos ajudam a determinar o dispositivo de movimentação

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senvolver o produto. A altura máxima de carga, por exemplo, precisa respeitar um limite de espaço por onde passará a base de rolamento da ponte. O volume da maior peça a ser movimentada também deve ser considerado, determinando a altura e a capacidade de carga do equipamento. “As informações são coletadas até formarmos um quadro com a configuração ideal, considerando inclusive o peso do equipamento”, complementa Oliveira. Para Luigi Perrone, executivo da Demag Cranes, que também atua na produção de equipamentos de movimentação de cargas, a participação do fabricante desde o início do processo ajuda a especificar um equipamento mais adequado à operação, com melhor layout de distribuição. Christiano Raboch, supervisor de vendas

Pórtico na instalação do Metrô paulistano: acesso às obras subterrâneas


Referência em sistema de acionamento Um exemplo da evolução das pontes rolantes nos últimos tempos é o equipamento instalado na usina siderúrgica da Usiminas, em Ipatinga (MG), considerado um dos mais modernos do País. Dotado de dois ganchos de elevação, sendo que o maior pode operar com até 260 t de carga e o menor com 40 t, ele atinge um vão de 16,8 m e se desloca a uma velocidade média de 8 m/min. Sua velocidade de translação, entretanto, pode chegar a 100 m/min. O equipamento, que entrou em operação em 2001, é acionado por inversores de freqüência com tecnologia totalmente digital, fornecidos pela WEG, que são interligados em rede de comunicação Profibus DP, com controlador lógico programável

da CSM Kraupp, outra indústria do setor, ressalta os ganhos proporcionados por esse esforço conjunto. “Os usuários dispõem de equipamentos cada vez mais sofisticados e a escolha do melhor depende de muitas variáveis, como seu custo/benefício, o tipo de carga a ser manuseada, as características da operação e o espaço disponível, entre outros parâmetros.”

Tecnologias de ponta Entre as aplicações específicas para esses equipamentos, Raboch destaca sua mobilização em obras subterrâneas, como a implantação da linha 4 do Metrô de São Paulo. Para realizar o acesso à escavação dos túneis, o projeto contemplou a execução de poços ao longo de todo o trajeto da linha, onde pórticos foram instalados para a movimentação de materiais, de equipamentos e a retirada de solos. “É comum eles atingirem uma altura útil de elevação acima de 40 m e velocidades bem superiores às convencionais”, afirma. Em termos de operação, Raboch destaca que o equipamento pode ser acionado por botoeira, por controle

(CLP). Segundo a WEG, responsável também pelo sistema de alimentação da ponte rolante em média tensão, o uso desses inversores de freqüência encontrou resistência inicial por parte dos engenheiros da Usiminas, mas o arrojo do projeto superou as dificuldades. Foto: WEG

Foto:CSM Kraupp

MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

remoto ou a partir de uma cabine junto ao pórtico. “Todos proporcionam o mesmo nível de segurança para o operador e a escolha do tipo de tecnologia depende de parâmetros de projeto e da aplicação do equipamento em campo”, diz ele. A velocidade de operação também é variável. Oliveira, da TGM, explica que as normas estabelecem um limite de 28 a 30 m/min, mas isso depende da extensão do deslocamento. Vale ressaltar que esse controle de velocidade é realizado pelo inversor de freqüência, de forma a otimizar a produção dos equipamentos. No caso dos equipamentos desenvolvidos pela CSM Kraupp, Raboch afirma que os inversores permitem uma variação de 20 níveis de velocidade, proporcionando maior precisão nas paradas e no encaixe de peças, o que também se reflete em ganhos de segurança. “Os sistemas de velocidade podem ser simples e variáveis em todos os movimentos e apresentar dupla velocidade na elevação, tudo definido de acordo com a aplicação e a necessidade do cliente.” Outras inovações ficam a cargo

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dos porta-cabos para pontes rolantes, tecnologia que também pode conferir maior velocidade à instalação do equipamento no canteiro de obras. Além de reduzir o tempo de montagem de uma ponte rolante entre 20% e 30%, esse recurso possibilita um ganho de espaço de 10% a 15% na área ocupada pelo equipamento. Segundo Oliveira, da TGM, este ganho se deve ao fato de a fiação elétrica ficar melhor distribuída numa esteira porta-cabos.

Testados ao extremo Como executam serviços que exigem máximo cuidado com a segurança, os pórticos e pontes rolantes são projetados dentro de rigorosos

conceitos de prevenção de acidentes. Os cuidados começam na etapa de projeto e, para assegurar a veracidade dos dados fornecidos pelos usuários, os fabricantes costumam conferir no campo essas informações, como o caminho de deslocamento e a real dimensão do pé-direito. Na fase de comissionamento, os pórticos e pontes rolantes costumam ser submetidos a verdadeiros testes de estresse para confirmar se suportam a capacidade de carga para a qual foram dimensionados. Segundo os especialistas, outro fator de segurança se relaciona aos sistemas de emergência, que, diante de um problema, priorizam a parada do equipamento sem realizar a descida da carga. Nesse

Modernização otimiza desempenho de ponte rolante Contratada para a reforma de uma ponte rolante da Voith Paper, a Yaskawa Elétrico instalou um sistema de sincronismo entre os dois carros guinchos do equipamento com o objetivo de ampliar a precisão e segurança da operação. Instalada na unidade industrial do bairro do Jaraguá, em São Paulo, a ponte tem capacidade para 35 t e é usada na montagem de equipamentos pesados para fábricas de papel e celulose. Segundo José Luiz Rubinato, diretor geral da Yaskawa, o serviço envolveu várias modificações na ponte rolante, desde o projeto elétrico e o desenvolvimento de um software de controle, até o fornecimento de painéis elétricos adequados à necessidade do usuário. “Nesse sentido, fizemos uma análise criteriosa para que todas as rotinas de controle fossem baseadas nos padrões de operação do cliente”, diz ele. Para isso, a empresa especificou o emprego de inversores de freqüência de uso geral que, por empregarem controle vetorial de fluxo, apresentam versatilidade e durabilidade sob severas condições de operação. “O objetivo era priorizar o desempenho e a economia na manutenção.” Além disso, o

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sistema de comando desses dispositivos permitiu o uso de apenas dois fios na transmissão dos sinais necessários para o controle dos inversores, o que resultou em um painel de montagem mais simples e de fácil manutenção. O diretor da Yaskawa destaca que o projeto da ponte contemplou o uso de um dispositivo de controle de movimentos que maximiza o desempenho dos inversores de freqüência e é capaz de desempenhar o papel de um CLP (controlador lógico programável) no comando de todas as tarefas. “Esse conjunto de soluções propiciou uma série de melhorias, como a maior rapidez e precisão dos movimentos, principalmente aqueles relacionados ao sincronismo entre as elevações principais, as elevações auxiliares e a direção dos carros.” Entre outros benefícios, Rubinato ressalta ainda a redução no balanço da peça (carga) durante os movimentos com a direção do carro, o que facilita o transporte de cargas em velocidades mais altas. Os serviços de manutenção também foram otimizados na medida em que o novo sistema permite rastrear falhas de aplicação por meio de um dispositivo de interface homem/máquina.

Foto:CSM Kraupp

PÓRTICOS E PONTES ROLANTES

Equipamentos podem operar com 20 níveis de velocidade campo, o avanço se deve principalmente ao aperfeiçoamento dos novos modelos de inversores de freqüência. Segundo Luigi Perrone, executivo da Demag Cranes, a empresa adota um procedimento próprio na especificação dos equipamentos, no qual considera os períodos de operação com segurança (SWP) e suas respectivas revisões gerais (GO). Ele ressalta que essa rotina proporciona informações atualizadas sobre o tempo remanescente de trabalho do equipamento, detectando antecipadamente os riscos de acidente por fadiga dos materiais. “Com isto, podemos planejar as medidas preventivas em tempo hábil.” Ele chama a atenção para os riscos à operação gerados pelo inevitável desgaste e fadiga dos materiais usados nos equipamentos. “As inspeções cuidadosas podem evitar isso e um profissional dedicado à gestão de equipamentos de movimentação de cargas deve ter conhecimento correto desses dados.” Para isto, o executivo recomenda que o usuário mantenha um histórico da operação, acompanhando as cargas às quais o equipamento foi submetido e quanto trabalho ele ainda pode suportar. Obviamente, o respeito às normas de segurança é condição "sine qua non" para a operação de pórticos e pontes rolante, assim como a verificação anual do estado de conservação das correntes e cabos de aço. CSM Kraupp: www.csmkraupp.ind.br Munte: www.munte.com.br TGM Menegotti: www.tgm.ind.br WEG: www.weg.net/br Yaskawa: www.yaskawa.com.br Demag Cranes: www.demagcranes.com.br



SIMULADORES DE OPERAÇÃO

REPRODUZINDO O TRABALHO NO

MUNDO VIRTUAL Simuladores virtuais proporcionam ganhos de segurança e de custo no treinamento de operadores de equipamentos

18 | Outubro | 2008

Uma pesquisa divulgada pelo site Cranes Accidents, que se dedica exclusivamente ao levantamento de sinistros em operações com guindastes, contabilizou a ocorrência de 341 acidentes com esse tipo de equipamento no mercado norte-americano, entre janeiro e outubro de 2008, que resultaram na morte de 166 pessoas. Segundo um relatório da Occupational Safety and Health Administration (OSHA), agência ligada ao governo dos Estados Unidos, cerca de 94% dos acidentes envolvendo a operação de equipamentos forade-estrada no país são ocasionados por falhas humanas. Esses dados revelam que o despreparo da mão-de-obra constitui um dos principais problemas na operação de máquinas em canteiros de obras, até mesmo em países desenvolvidos. No Brasil, onde não existem números consolidados como os do mercado norte-americano, a baixa qualificação dos operadores é quantificada pelas construtoras com perdas humanas, prejuízos financeiros e redução na produtividade. Para solucionar o problema, as empresas investem em treinamento e começam a lançar mão de novas tecnologias para otimizar os processos de recrutamento, formação e qualificação dos profissionais.


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

racional da Suzano Papel e Celulose na filial da Bahia. Máquinas livres para produzir O trabalho foi realizado em parceria com a unidade baiana do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), que disponibilizou simuladores da canadense Silong. “Trata-se de um software que roda em desktop e permite que o aluno, por meio de joysticks, simule a operação da máquina de acordo com as orientações do instrutor, que utiliza as mesmas ferramentas e projeta a imagem no data show”, explica Jair Santiago Coelho, gerente da área de tecnologia de equipamentos móveis/

Foto: Marcelo Vigneron

Entre elas se inclui o uso de simulador de operação que, ao reproduzir o ambiente de trabalho no mundo virtual, melhora a segurança na qualificação dos funcionários, assim como os custos e prazos do treinamento. A Suzano Papel e Celulose atesta os benefícios proporcionados por essa tecnologia, com a qual já formou 162 operadores de equipamentos de colheita florestal – os harvesters e forwarders – desde janeiro de 2007. “Usamos os simuladores na seleção dos candidatos e, posteriormente, na capacitação dos funcionários contratados”, diz Lindemberg Rodrigues Perpétuo, supervisor de desenvolvimento ope-

SIMULADORES DE OPERACIÓN Reproduciendo el trabajo con técnicas de realidad virtual Un estudio divulgado en el sitio Internet de Crane Accidents, que se dedica exclusivamente al registro de accidentes durante los trabajos con grúas, contabilizó 341 accidentes con ese tipo de máquina en el mercado norteamericano, entre enero y octubre del 2008, que causaron la muerte de 166 personas. Un informe de Occupational Safety and Health Administration (OSHA), una agencia vinculada al gobierno de los Estados Unidos, revela que aproximadamente el 94% de los accidentes relacionados con la operación de máquinas fuera de carretera del país se debió a fallas humanas. Esos datos indican que la falta de formación de la mano de obra es uno de los principales problemas de la operación de máquinas en las obras, incluso en los países desarrollados. En Brasil, donde no se dispone de datos consolidados como los del mercado norteamericano, la escasa calificación de los operadores es cuantificada por las empresas constructoras como pérdidas humanas, pérdidas financieras y reducción de productividad. Para solucionar el problema, las empresas invierten en capacitación y formación, y comienzan a emplear nuevas tecnologías con el objetivo de optimizar los procesos de selección, formación y calificación de los profesionales. Entre ellas destaca el uso de simuladores de operación, basados en técnicas de Realidad Virtual, que mejoran la seguridad del proceso de formación de los empleados, así como también los costos y plazos. La empresa Suzano Papel e Celulose confirma los beneficios proporcionados por la tecnología, con la cual ha capacitado a 162 operadores de máquinas forestales para las operaciones con máquinas de tala, transporte y carga –harvesters y forwarders– desde enero del 2007. “Usamos los simuladores para seleccionar a los candidatos y, posteriormente, para capacitar a los

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No simulador, aprendiz se habitua aos comandos e tempos de resposta das máquinas

Foto: STC

industriais do Senai da Bahia. Segundo ele, a operação virtual reproduz os sons emitidos pelo equipamento real e, ao exigir as mesmas ações que se fariam necessárias na cabine do equipamento, familiariza o aprendiz com a operação no campo. “Também usamos o simulador da canadense Orix, que reproduz fielmente a cabine da máquina”, completa Perpétuo. Essa solução vem sendo aplicada pelo Senai/BA, que já conta com duas unidades para treinamento de operadores de harvesters e forwarders. “O funcionamento é semelhante ao do sistema em desktop, com a diferença de os alunos mesclarem as horas operadas no simulador e no equipamento real, de forma a adquirirem total noção espacial antes de iniciarem o treinamento no campo.” Com o emprego dessas tecnologias, a Suzano Papel e Celulose diminuiu o tempo de utilização dos equipamentos reais na formação dos operadores de cinco para três meses. Perpétuo ressalta os ganhos obtidos com a maior disponibilidade das máquinas para produção. Sem o uso de simuladores, o especialista explica que elas seriam paralisadas para suporte às aulas conceituais, como a

Foto: Senai/BA

SIMULADORES DE OPERAÇÃO

Padrão aeronáutico: sistema reproduz a cabine do equipamento e as condições de operação

20 | Outubro | 2008

contratados”, dice Lindemberg Rodrigues Perpétuo, supervisor de desarrollo de operaciones de Suzano Papel e Celulose de la sucursal del estado de Bahia. El trabajo fue realizado en conjunto con la unidad de Bahia del Servicio Nacional de Aprendizaje Industrial (Senai), que cedió los simuladores de la empresa canadiense Silong. “Es un software que se descarga en un desktop y permite que el alumno, con joysticks, simule operaciones de la máquina siguiendo las orientaciones del instructor”, explica Jair Santiago Coelho, gerente del sector de tecnología de máquinas y equipos móviles/industriales del Senai de Bahia. Y añade que, al exigir que se hagan las mismas operaciones que se harían dentro de la cabina de una máquina, el aprendiz se familiariza con el trabajo en campo. Gracias al uso de esa tecnología, Suzano Papel e Celulose ha disminuido el tiempo de uso de las máquinas reales para la capacitación de operadores de cinco a tres meses. Perpétuo destaca las ganancias obtenidas gracias a la mayor disponibilidad de las máquinas para la producción. Sin los simuladores, habría que parar las máquinas para dar apoyo a las clases conceptuales, como la identificación de las funciones en el tablero de operación y el manejo de las palancas. Con la tecnología digital, los empleados aprenden una parte del programa en las clases, sin interferir en la producción.



SIMULADORES DE OPERAÇÃO

identificação das funções no painel de operação e o manejo do joystick. Com o apoio da tecnologia digital, esse aprendizado é antecipado em sala de aula, sem comprometimento da produção.

tempo ideal de operação nas mesmas condições. Quem já brincou de Fórmula 1 em videogame sabe que ganhar um jogo no mundo virtual não habilita ninguém a pilotar um bólido a 300

Identificando as falhas Além da seleção e qualificação dos funcionários, a Suzano emprega os simuladores nos treinamentos ministrados anualmente aos operadores. “O sistema emite relatórios e gráficos sobre os movimentos realizados, como a pontaria da lança e a pega da árvore, com os quais podemos identificar e corrigir as falhas de operação.” Perpétuo explica que tudo é pré-dimensionado pelos instrutores, de modo que o sistema registra o desempenho do aluno na colheita de 100 árvores e o compara com o

Sistema avalia o aprendiz automaticamente O uso de simuladores na qualificação de operadores de equipamento não elimina a necessidade de aulas práticas e teóricas, mas otimiza o processo ao reduzir os custos e o prazo do treinamento. Pelos cálculos de Luiz Otávio Bernardes, diretor técnico e comercial da STC Simuladores, a economia chega a 44%, em um curso para operação de escavadeira, e a 62%, na formação de um operador de caminhão fora-de-estrada. “Para se ter uma idéia dos ganhos, basta observar que uma falha na operação de equipamentos com câmbio manual, algo comum num processo de aprendizado, resulta no aumento de 12% a 14% no consumo de combustível”, diz ele. Oriunda do setor aeronáutico, onde desenvolveu simuladores de operação de aeronaves para empresas como a Air Canada, Embraer e a Força Aérea Brasileira (FAB), a STC vislumbrou uma oportunidade nos mercados de equipamentos para construção e mineração. “Para isso, apoiamos o desenvolvimento dos sistemas em parâmetros de operação comuns aos diversos modelos, criando equações

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matemáticas que nos permitem simular o funcionamento de diferentes máquinas, como escavadeiras, caminhões e outros.” Dessa forma, a empresa afirma dispor de tecnologia para simular a operação de todos os equipamentos de terraplenagem e movimentação de solos. Um exemplo é o sistema fornecido para a mineradora Catoca, em Angola, que é uma réplica da cabine dos caminhões fora-de-estrada e reproduz as condições de operação na mina, como aclives, declives etc. Além dessa solução, mais complexa, a empresa desenvolve softwares para aplicação em desktop, tecnologia que Bernardes denomina de Treinamento Baseado em Computador (CTB). “Ele se destina a testes de seleção ou a uma etapa de treinamento inicial, na qual o aprendiz conhece os tempos de resposta e de frenagem do equipamento em simulador antes de partir para as aulas práticas.” Segundo o executivo, o próprio sistema avalia o aluno, que será aprovado apenas mediante um aproveitamento superior a 70% nos testes.

km/h numa pista de competição. Também não significa que o candidato a piloto atingirá a mesma velocidade com sucesso no mundo real. A resposta para a primeira questão, segundo os especialistas, é que os simuladores identificam a habilidade do aprendiz, mas sua formação plena exige o aprimoramento de outros requisitos, como inteligência, responsabilidade, atenção, capacidade de concentração, de cálculo e planejamento. Por esse motivo, os processos de seleção e qualificação também devem contemplar outros tipos de testes e treinamentos no campo. Quanto à segunda questão, Perpétuo concorda que o aprendiz sofrerá uma redução no desempenho ao passar da operação virtual para a real, mas ressalta que o importante é identificar os erros e corrigí-los. “Se no simulador ele produz 10 m³/h, no equipamento tenderá a atingir uma média de 7 ou 8 m³/h, mas como foi treinado para realizar os movimentos corretamente, com a experiência esse profissional tenderá a aumentar sua produtividade”, ele avalia. A média de produtividade dos operadores formados pela Suzano em 2007 – ano no qual ela qualificou 162 profissionais com o uso de simuladores – ficou entre 8,71 e 14,5 m³/h. Pelas avaliações da empresa, o que influenciou a obtenção de índices melhores ou piores foi a disponibilidade mecânica dos equipamentos usados nos treinamentos no campo. “Isso mostra que, além do emprego de simuladores, é preciso investir nas máquinas destinadas à capacitação dos operadores”, diz Perpétuo. Economia de combustível Para Jair Coelho, do Senai/BA, os simuladores aumentam em 35% a produtividade na formação dos operadores de equipamentos. “Isso


Seja mais eficiente

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SIMULADORES DE OPERAÇÃO

fluência da eletrônica embarcada nos modelos atuais.” O Senai/BA conta com 17 instrutores, dos quais dois foram treinados na Finlândia. “Temos profissionais formados como mestres, engenheiros, técnicos e todos participam dos programas de atualização oferecidos por fabricantes de equipamentos como a Caterpillar, a Volvo e outros”, ressalta Coelho.

Instituto Opus prepara cursos com simuladores

Usina virtual O uso de simuladores na qualificação dos profissionais não se limita apenas aos equipamentos de terraplenagem ou de colheita florestal. A tecnologia já vem sendo empregada em diversas famílias de máquinas e quem dá o exemplo é a Ciber, que aderiu ao método para treinar os clientes na operação de suas vibroacabadoras e usinas de asfalto. Com isso, a empresa estima uma redução de 30% no tempo destinado aos treinamentos no campo. Na avaliação de Lídio Coutinho, coordenador de assistência técnica da Ciber, as economias são mais palpáveis no caso das usinas de asfalto. “Além de entender todas as etapas do processo, o usuário precisa coFoto: Ciber

acontece porque eles aprendem antecipadamente todas as etapas da operação e os recursos oferecidos pela máquina.” Por esse motivo, a instituição criou cursos para a operação de diversos tipos de equipamentos usados em canteiros de obras, colheita florestal e indústrias. Segundo uma pesquisa realizada pela imprensa baiana, 94% dos alunos formados por esse método estão empregados. Apesar desse sucesso na formação de pessoas físicas, os principais clientes da instituição continuam sendo as empresas. “Seu convencimento se dá quando apresentamos as vantagens obtidas com o uso dos simuladores, como a redução de até 70% no consumo de combustível durante os treinamentos.” Segundo Coelho, todos os aprendizes são formados dentro do conceito de operador/mantenedor, de forma que eles saibam identificar os problemas e realizem pequenas tarefas preventivas, como trocas de fusível e análise de viscosidade do óleo. “Além disso, os cursos dão ênfase aos recursos hidráulicos e elétricos dos equipamentos para que o operador tenha noção da in-

Simulador de vibroacabadora e, ao fundo, o sistema que reproduz o painel de uma usina de asfalto

24 | Outubro | 2008

O Instituto Opus, especializado na formação e atualização de operadores de equipamentos para construção, está preparando novidades para o seu calendário de cursos de 2009. Segundo Wilson de Mello Júnior, diretor da instituição, a intenção é adquirir licenças para o uso de simuladores de operação em seus cursos de treinamento. “Estamos selecionando os sistemas e as primeiras famílias de equipamentos contempladas com essa metodologia deverão ser as escavadeiras hidráulicas, páscarregadeiras, guindastes móveis e de torre”, diz ele. Criado pela Sobratema para promover a qualificação da mão-de-obra no setor, o Opus planeja ampliar o portfólio de cursos oferecidos, englobando a operação de equipamentos de terraplenagem, de movimentação de cargas e de perfuração não-destrutiva, entre outros. Na seleção dos simuladores a serem usados, Mello Júnior destaca a ênfase à ergonomia e à reprodução do ambiente da cabine das máquinas, de forma que os alunos possam vivenciar situações próximas de uma operação real. A instituição também quer adotar sistemas que rodem em notebooks, para a oferta de cursos in company. Mello Júnior ressalta que essa tecnologia ajuda a avaliar os reflexos e a sensibilidade motora do aprendiz antes de se identificar suas demais habilidades e de treiná-lo com um equipamento no campo. “O treinamento com simuladores deve ser acompanhado de aulas teóricas e práticas, totalizando uma carga máxima de 40 horas de curso”, diz ele. “Mesmo com a sua utilização, devemos ter em mente que o mais importante durante o treinamento do operador é identificar as suas características, por meio de exame psicotécnico adequado, e verificar se elas atendem os requisitos necessários ao trabalho.”


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

nhecer inúmeras variáveis que determinam mudanças na operação do equipamento e isto despende muito tempo de treinamento.” Como exemplo, ele explica que a massa asfáltica pode ter mais ou menos umidade, exigindo que a usina trabalhe de formas diferentes. “Enquanto no asfalto convencional operamos com uma temperatura máxima de 177 ºC, no asfalto modificado com borracha ela chega a 200 ºC e somente essa mudança demanda ajustes no sistema de secagem da usina”. Por meio de simuladores, é possível prever essas mudanças e evitar a aprendizagem pelo método de tentativas e erros, que implica altos custos de treinamento. De acordo com Coutinho, a tecnologia também contempla a manutenção dos equipamentos. “Ela reproduz com fidelidade a bancada de operação,

local de onde o usuário controla todos os acionamentos da usina e, dessa forma, podemos simular as situações de falha e as correções necessárias.” Exemplo disso é a válvula de acionamento do motor hidráulico do tamper, que pode acusar um problema e demandar uma solução – com a diferença de que esse componente não se encontra instalado na outra ponta. Ele também exemplifica a simulação da pesagem, uma das etapas fundamentais na operação do equipamento. “Com essa tecnologia, reproduzimos todo o sistema de pesagem da usina e o aprendiz só não terá a correia transportadora, mas vai visualizar o acionamento do motor e outros componentes para verificar se o sensor de peso está funcionando corretamente.” Dessa forma, é possível simular uma falha na calibração

da balança para que o aluno faça as medições necessárias e descubra a natureza da avaria. No caso das vibroacabadoras, o simulador é composto por uma estação de trabalho dotada de um assento para o operador-aprendiz e de um painel com display, no qual ele visualiza os comandos e o comportamento da máquina. Dessa forma, o aluno realiza as ações necessárias à operação, por meio de joystick, e acompanha seu desempenho como se estivesse na cabine de um equipamento real.

Ciber: www.ciber.com.br Senai/BA: www.senai.fieb.org.br STC Sistemas e Tecnologia: www.stcsimulador.com.br Suzano Papel e Celulose: www.suzano.com.br Instituto Opus: www.sobratema.org.br


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MERCADO

SETOR ENCERRA O ANO COM

CRESCIMENTO DE 46% Pesquisa da Sobratema constata que as vendas quase dobraram em algumas linhas de equipamentos e que os efeitos da crise internacional ajudam a acomodar um mercado que já não conseguia atender toda a demanda Por: Haroldo Aguiar

Na média, o consumo de muitos modelos usados em canteiros de obras aumentou mais de 50%. O que puxou o índice de crescimento do setor para baixo desse patamar foi o desempenho de alguns tipos de equipamentos que apresentaram menor crescimento nas vendas, como compressores, motoniveladoras e pás-carregadeiras (veja quadro ao lado). Os números fazem parte de uma pesquisa realizada pela Sobratema e ajudam a entender a situação enfrentada pelo setor nesse período, como o avanço dos modelos importados no mercado e os longos

prazos para a entrega de um novo pedido de equipamento. Com a venda de mais de 50.000 unidades/ano, o mercado brasileiro de equipamentos já representa 13% do PIB da construção, movimentando cerca de R$ 21 bilhões em negócios. “Esses dados contrariam positivamente as tendências apresentadas em 2007, de modo que em 2009 o mercado deve registrar uma acomodação após dois anos de expansão vertiginosa”, afirma Afonso Mamede, presidente da Sobratema. Em 2007, o setor registrou um crescimento de

Foto: Marcelo Vigneron

O ano de 2008 deve ficar registrado na história da indústria de equipamentos para construção como um período a ser lembrado por muito tempo. Impulsionado pela expansão dos investimentos em infra-estrutura e em projetos de mineração, o setor cresceu 46%. Em algumas famílias de equipamentos, o aumento nas vendas chegou a 77% (no caso dos caminhões-betoneira) e até mesmo 83% (rolos compactadores).

28 | Outubro | 2008


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

44%, índice próximo do deste ano. Segundo Mamede, a pesquisa de 2008 foi consolidada em setembro, antes do impacto da crise financeira internacional na economia brasileira, mas o novo cenário não altera as projeções até o final do ano, que se baseiam nos pedidos das construtoras para os fabricantes. “Trabalhamos com planejamento e programação de entregas a longo prazo, pois independentemente dessas questões, as obras contratadas seguem o cronograma normal, como é o caso da construção das usinas do rio Madeira, da expansão do Metrô de São Paulo e de diversas outras.” Acomodação do mercado Os efeitos da crise ficam para 2009, mas não chegam a assustar os executivos do setor. Mesmo diante do fato de que as filas de espera para receber alguns equipamentos novos já acabaram e é possível adquirí-los para pron-

COMPORTAMENTO DO MERCADO EQUIPAMENTOS

EM 2008 (*)

VENDAS

EVOLUÇÃO

Escavadadeiras

4.500

57%

(%) (**)

Minicarregadeiras

1.030

58%

Motoniveladoras

1.200

20%

Pás-carregadeiras

3.160

15%

Retroescavadeiras

5.320

56%

Tratores de esteira

700

59%

Caminhões fora-de-estrada

140

47%

Caminhões-betoneira

5.950

77%

Rolos compactadores

880

83%

Guindastes de torre

150

58%

Guindastes móveis

360

45%

Plataformas aéreas

2.150

78%

Compressores

1.420

18%

Caminhões rodoviários

20.072

40%

Tratores de rodas

3.389

42%

TOTAL

50.411

46%

(*) Unidades vendidas no Brasil, considerando a produção local e importações. (**) Crescimento em relação a 2007.

ta entrega. “Como partimos de um patamar alto, após dois anos de crescimento elevado, uma pequena redução no crescimento contribui para a acomodação do mercado, já que começávamos a nos deparar com limitações humanas e materiais no atendimento a todos os projetos”, afirma Silvimar Fernandes Reis, diretor de suprimentos da Galvão Engenharia. A opinião é compartilhada por Eurimilson João Daniel, diretor da locadora de equipamentos Escad. “Não devemos nos precipitar nas avaliações, pois o setor funciona dentro de regimes próprios de sazonalidade e só poderemos ter uma visão mais detalhada do mercado a partir do segundo trimestre de 2009.” Ele baseia seu raciocínio no fato de que o setor registra uma natural redução das atividades nos períodos de chuva, com a retomada dos projetos após o terceiro ou quarto mês de cada ano.


MERCADO As projeções dos profissionais do setor se apóiam na continuidade das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mesmo porque os investimentos públicos em infra-estrutura devem integrar a cartilha de ações do governo federal no combate à crise. É o caso de Mário Humberto Marques, diretor de equipamentos da Construtora Andrade Gutierrez, que planeja investir entre R$ 60 milhões e R$ 100 milhões em programas de renovação da frota de equipamentos da empresa. Os números não incluem projetos em execução pela empreiteira no exterior. Mesmo assim, Mário Humberto ressalta que já é possível adquirir para pronta entrega até mesmo alguns modelos de guindaste, equipamento que chegou a registrar filas de espera de até dois anos. “Antes, com a valorização do dólar em relação ao real, a pressão da

demanda impulsionava as importações, o que representa um risco para a indústria brasileira; agora, a concorrência vai continuar, mas dentro de condições cambiais mais justas”, ele afirma. Projeções para o futuro Para o economista Rubens Sawaya, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o importante é que o mercado brasileiro de equipamentos para construção adquiriu maturidade. “Até 2002, seu comportamento era inconstante, registrando altos e baixos de um ano para outro e sem qualquer correlação com outros indicadores importantes, como o crescimento da economia, o PIB da construção e outros”, diz ele. “A partir de então, ele começou a sentir os reflexos da estabilização, do crescimento econômico, e as empresas voltaram a investir.” Em um cenário marcado pela estabilidade político-econômica, pela dispo-

MERCADO Al cierre del año, el sector alcanza un crecimiento del 46 % El 2008 va a quedar registrado en la historia de la industria de máquinas para la construcción como un período que merece ser recordado durante mucho tiempo. Impulsado por la expansión de la inversión en infraestructura y en proyectos mineros, el sector creció el 46 %. En algunas familias de máquinas, el aumento de las ventas llegó al 77 %, como en el caso de los camiones hormigonera, e, incluso, al 83 %, como en el caso de los rodillos compactadores. En promedio, la demanda de muchos de los modelos usados en las obras ha aumentado en más del 50 %. Lo que empujó la tasa de crecimiento del sector hacia debajo de este nivel fue el desempeño de algunos tipos de máquinas cuyas ventas crecieron menos, tales como compresores, motoniveladoras y palas cargadoras. Las cifras forman parte de una encuesta realizada por Sobratema y ayudan a comprender la si-

Sobratema lança Anuário de Equipamentos em evento concorrido Para apresentar o estudo sobre o mercado brasileiro de equipamentos para construção ao setor e à sociedade em geral, a Sobratema promoveu um evento, em São Paulo, seguido por coquetel. O evento atraiu cerca de 250 profissionais da comunidade de equipamentos, entre executivos de construtoras, de locadoras, fabricantes, distribuidores, fornecedores de peças e serviços, além de jornalistas que participaram de uma coletiva de imprensa realizada no local. Durante o encontro, no qual a associação apresentou o desempenho do mercado e as projeções para os

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próximos anos, também foi lançada a edição 2008/2009 do “Anuário Brasileiro de Equipamentos para Construção”, produzido pela equipe da revista M&T. Com 322 páginas, ele foi ampliado e traz as especificações técnicas de 16 famílias de equipamentos, totalizando 308 modelos comercializados no Brasil. Na edição anterior, eram nove famílias e 141 modelos de máquinas para construção. Esse crescimento resultou da inclusão de novas linhas de equipamentos e da ampliação da faixa operacional dos modelos listados. Com isto, o anuário 2008/2009 oferece informações sobre miniescavadei-

ras, minicarregadeiras, escavadeiras hidráulicas, pás-carregadeiras, motoniveladoras, tratores de esteiras, retroescavadeiras, diferentes tipos de rolos compactadores e caminhões usados em canteiros de obras (fora-de-estrada, articulado, 6x4, 8x4 e 10x4). “Com essa iniciativa, não pretendemos concorrer com os catálogos de produtos dos fabricantes, mas criar uma ferramenta para que os usuários possam realizar uma consulta rápida numa única fonte, na qual os dados estejam compilados e consolidados dentro de unidades de medidas comuns”, sintetiza Afonso Mamede, presidente da Sobratema.


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Rolos compactadores: consumo cresceu 83% nibilidade de crédito e a retomada de grandes projetos de infra-estrutura, as construtoras passaram a planejar os investimentos na frota de forma mais racional e não com base no pêndulo dos períodos eleitorais. Na opinião de Sawaya, que participou do estudo realizado pela Sobratema, o comportamento futuro do setor diante da crise econômica dependerá de diversos fatores, como a reação do mercado chinês, as ações tomadas pelo governo brasileiro e pelos bancos centrais dos países industrializados, entre outros.

Por esse motivo, Sawaya projeta três possíveis cenários futuros para o setor, numa avaliação que integra o estudo da Sobratema: um pessimista, um otimista e um intermediário entre os dois anteriores. O que vai determinar a concretização de um deles, segundo sua análise, serão os reflexos dos fatores citados acima sobre o mercado de construção e os preços internacionais das commodities (minérios, grãos, petróleo etc.). “Na média, é possível projetar uma estagnação no próximo ano, para que as vendas no setor voltem a crescer a partir de 2010, mas dentro de patamares de um dígito”, diz ele. Como economia não é uma ciência exata, o jeito é esperar para conferir.

Sobratema: www.sobratema.org.br

tuación que enfrentó el sector durante este período, tal como el avance de los modelos importados en el mercado y las largas demoras para la entrega de un nuevo pedido de máquinas. Con la venta de más de 50.000 unidades por año, el mercado brasileño de equipos, que ya constituye el 13 % del PIB de la construcción, representa un movimiento de aproximadamente 28.000 millones de reales en negocios. “Estos datos desmienten las tendencias observadas en el 2007, de modo que, en el 2009, el mercado debe registrar un reajuste después de dos años de rápida expansión”, dice Alfonso Mamede, presidente de Sobratema. En el 2007, el sector registró un crecimiento del 44 %, índice parecido al de este año. Según la opinión de Mamede, se consolidaron los datos de la encuesta del 2008 en septiembre, antes del impacto de la crisis financiera sobre la economía mundial, pero el nuevo escenario no cambia las proyecciones hasta el final del año, que toman como base los pedidos de las empresas constructoras a los fabricantes.


GERENCIAMENTO DE FROTAS

OS RECURSOS DISPONÍVEIS

Foto: Marcelo Vigneron

COMO MAXIMIZAR Da correta seleção dos equipamentos às melhores práticas de mobilização da frota e de manutenção desses ativos, a gestão do parque de máquinas requer conhecimento das operações e foco na lucratividade

O

perar com um parque de equipamentos diversificado, sejam eles próprios ou de terceiros, requer muito planejamento e esforço administrativo. No caso de construtoras e locadoras, que gerem uma frota de grandes proporções, espalhada por dezenas e até uma centena de contratos, o desafio reside em manter um fluxo de informações que possibilite altas taxas de uso e de disponibilidade desses ativos nos diversos canteiros. Para proporcionar máximo retorno aos investimentos da empresa, o responsável pela área precisa viabilizar sempre a maior utilização possível

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para os equipamentos. Para isto, ele precisa seguir uma extensa cartilha de atividades, que começa com o correto dimensionamento da frota, passando pela adoção das melhores práticas na sua mobilização e desmobilização entre os diferentes canteiros e por programas de manutenção. O assunto é complexo e foi tema de um workshop promovido pela Sobratema, em São Paulo (veja quadro na página 36). “Essa atividade exige a tomada de decisões estratégicas, táticas e operacionais, que devem estar em sintonia com os objetivos e metas da empresa”, ensina Mário Humberto Marques, dire-

tor de equipamentos da Construtora Andrade Gutierrez. Na primeira categoria, sempre relacionada a ações de longo prazo, ele lista a capacidade de investimento da empresa, seu nível de endividamento e o retorno dos investidores. As tendências de mercado também devem ser analisadas, identificando as obras que irão compor a carteira de contratos da companhia e seu impacto no tamanho da frota e nos tipos de equipamentos usados. “Com base nessas informações, é possível estabelecer uma política de equipamentos para a melhor gestão do ciclo de vida das máquinas, com sua substituição


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

sempre no melhor momento.” Entre as ações táticas, com impacto no médio prazo, o executivo cita o planejamento para a alocação dos ativos e sua mobilização. “Diversos fatores devem ser considerados, como a vantagem competitiva no uso de ativos próprios ou locados, a distância do canteiro, as oportunidades de mercado, o prazo e o regime de trabalho na obra.” Seguindo um conjunto de normas, ele ressalta que o objetivo é obter o menor custo operacional para os equipamentos e sua máxima disponibilidade, incluindo as atividades relacionadas ao cotidiano: as manutenções preditivas, preventivas e corretivas. Critérios para a seleção Primeira etapa do processo de gestão, o dimensionamento da frota deve ser pautado pela flexibilidade no atendimento às atividades desenvolvidas pela empresa nos contratos atuais e futuros. Seguindo esse raciocínio, equipamentos com baixa taxa de uso, como guindastes ou jumbos de perfuração, podem se limitar a poucas unidades no parque e, mediante uma necessidade urgente, a empresa parte para sua locação no mercado. Para Múcio Aurélio Pereira de Mattos, superintendente da empresa

de terraplenagem e locadora Entersa, a seleção dos equipamentos não pode se basear apenas no menor preço de aquisição ou no melhor custo por metro cúbico produzido no primeiro contrato. “Eles devem atender demandas futuras e, apesar de os fabricantes contribuírem nesse processo com softwares que simulam as opções e determinam qual é a melhor em termos de produtividade e custo, a experiência real da empresa deve ser considerada”, ele afirma. Além de considerar o tipo de solo movimentado, a produtividade requerida, a distância de transporte e outras variáveis que determinam a seleção do melhor par de máquinas para os serviços de carga e transporte, o usuário deve analisar o consumo de diesel, o desgaste das peças e o atendimento pós-venda oferecido pela marca. Nesse sentido, apesar de a padronização da frota reduzir custos com estoque de peças e otimizar a manutenção, a dependência de um único fornecedor pode ser prejudicial para a empresa. Por esse motivo, Múcio recomenda uma posição intermediária, na qual a companhia trabalhe com no máximo dois ou três fornecedores para cada tipo de máquina. Quando alugar A preocupação em deter o contro-

Carga e transporte: seleção dos equipamentos deve se pautar nos ganhos de produtividade e custo operacional

ADMINISTRACIÓN DE FLOTAS Cómo aprovechar al máximo los recursos disponibles Operar un parque de diversas máquinas, sean propias o de terceros, exige planificación y esfuerzo administrativo. En el caso de las empresas constructoras y de arrendamiento, que administran flotas de grandes proporciones, repartidas en decenas de contratos, el reto es mantener un flujo de información que permita altas tasas de utilización y de disponibilidad de los activos en los diferentes obradores. Para obtener el máximo rendimiento de las inversiones de la empresa, el responsable del área necesita siempre viabilizar el mayor uso posible de la maquinaria. Para lograrlo, deberá cumplir un amplio listado de actividades, desde el dimensionamiento correcto del parque y la adopción de las mejores prácticas de movilización y desmovilización entre los diferentes obradores, hasta los programas de mantenimiento. El asunto es complejo y ha sido objeto de un taller patrocinado por Sobratema en São Paulo (véase el recuadro en la página 36). “Esta actividad requiere la toma de decisiones estratégicas, tácticas y operativas, que deben estar en consonancia con los objetivos y metas de la compañía”, explica Mario Marques, director de maquinaria de la empresa constructora Andrade Gutiérrez. En la primera categoría, siempre relacionada con acciones de largo plazo, está incluida la capacidad de inversión de la empresa, su nivel de endeudamiento y el rendimiento de los inversores. Las tendencias del mercado también deben ser analizadas, a fin de identificar las obras que integrarán la cartera de contratos de la empresa y su impacto en el tamaño de la flota y el tipo de maquinaria necesaria. “Tomando como base esta información, es posible establecer una política de maquinaria para lograr la mejor gestión del ciclo de vida de las máquinas, reemplazándolas siempre en el momento más conveniente.”

33


GERENCIAMENTO DE FROTAS

le do processo também faz com que muitas construtoras operem com baixa taxa de locação dos equipamentos. Ao contrário das empreiteiras norte-americanas e européias, que focam o negócio na execução do projeto e alugam praticamente todo o parque de máquinas mobilizado, as brasileiras atuam predominantemente com frota própria. Essa postura decorre de fatores culturais, mesclados com o histórico econômico do País e à forma como as construtoras se adequaram a tais situações. Como o negócio de locação implica o lucro do fornecedor, o preço acaba determinando a escolha do usuário final, que opta por alugar máquinas com menor tempo de mobilização ou com baixa taxa de utilização – como guindastes, por exemplo. Nesse cenário, diante do atendimento oferecido pelas rentals na manutenção e rápida substituição de máquinas avariadas, muitas construtoras brasileiras já operam com cerca de 20% a 30% da frota locada. Nesse grupo se inclui a Queiroz Galvão, reconhecida pela opção por operar com frota própria. “Nos consórcios com outras construtoras, adquirimos contato com outras culturas e fomos surpreendidos positivamente pela rapidez no atendimento de algumas locadoras”, ressalta Laércio de Figueiredo Aguiar, superintendente de equipamentos da empreiteira. Segundo ele, a empresa já

Mário Humberto

34 | Outubro | 2008

Gestão envolve decisões estratégicas, táticas e operacionais, estas últimas ligadas às atividades diárias

trabalha com um índice de locação de 30% do parque. “Os 70% restantes são ativos próprios, que funcionam como reserva estratégica.” Ele ressalta que nos contratos de longo prazo, o uso de máquinas próprias é inegavelmente mais vantajoso para a empresa, já que os ativos são totalmente amortizados ao longo da obra. “As locações são uma opção para projetos com curto prazo de mobilização ou onde os equipamentos são submetidos a severas condições de operação.” Mesmo assim, ele ressalta que o preço é um item fundamental para a decisão e, como exemplo, cita uma operação da empresa no exterior: “na África, a locação de uma escavadeira de 20 t tem um custo de R$ 125 por hora, mais

Múcio Mattos

Laércio Aguiar

que o dobro do praticado no Brasil, motivo pelo qual só operamos com frota própria naquele mercado.” A hora da substituição A última etapa de gerenciamento da frota, após a seleção, a operação e os programas de manutenção voltados a otimizar a vida útil dos equipamentos, envolve a substituição desses ativos. Em geral, é possível afirmar que uma escavadeira de porte médio atinge uma durabilidade de 14 mil horas trabalhadas e, a partir dessa faixa, o aumento dos custos de manutenção justifica sua substituição. Mas o momento de trocar as máquinas também envolve particularidades do negócio das empresas e

Frederico Guimarães


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

Momento da substituição: critérios diferentes para locadoras, construtoras e mineradoras

dificilmente terá o consenso de construtoras, mineradoras e locadoras. Afinal, enquanto para estas últimas elas constituem a própria raiz do negócio – o bem a ser locado – para as demais representam um meio para a execução de seus projetos. No caso das mineradoras, que mobilizam máquinas de maior porte, os custos de manutenção assumem um papel ainda mais relevante na opção pelo descarte do ativo. Quem dá o exemplo é o engenheiro sênior Frederico Guimarães, da Companhia Vale do Rio Doce, que atua em projetos de gerenciamento de ciclo de vida (LCC) dos equipa-

mentos da mineradora. “Existem vários critérios para a tomada de decisão, como o baseado na depreciação, que procura maximizar o lucro, e o cálculo de custo horário, que nem sempre coincide com a depreciação ao definir o ponto ótimo de substituição.” Pelo cálculo de custo horário, o investimento nos equipamentos se dilui durante a operação, simultaneamente à queda do custo de produção. Quando esse valor chega ao ponto mais baixo no gráfico cartesiano, a máquina atingiu um período cujos problemas com manutenção tenderão a aumentar seus custos

operacionais. Este seria o ponto ótimo de substituição. “O problema é que dificilmente conseguimos identificar na prática esse ponto tão fácil de localizar nos gráficos”, pondera Guimarães. Como as mineradoras trabalham com equipamentos de grande porte, que não têm mercado de revenda, ele explica que a prática acaba sendo a de operar com os ativos até o sucateamento. “Uma alternativa é substituí-los imediatamente antes da primeira manutenção pesada.” No caso de um caminhão fora-deestrada de 250 t de capacidade, por exemplo, cujo sistema de transmissão responde por 30% dos custos de manutenção, o ideal é descartar o equipamento antes da primeira intervenção no componente, em geral por volta do sétimo ano de operação. “Trata-se de uma estratégia interessante, pois operamos sempre com a máquina nas melhores condições de produção”, diz Guimarães. Dessa forma, ele ressalta que a empresa ganha no custeio e no investimento, “exatamente como fazem as locadoras de automóveis”.

Andrade Gutierrez: www.andradegutierrez.com.br Companhia Vale do Rio Doce: www.vale.com Entersa: www.entersa.com.br Queiroz Galvão: www.queirozgalvao.com Sobratema: www.sobratema.org.br


GERENCIAMENTO DE FROTAS

Evento promove intercâmbio de experiências sobre gestão de frotas

Fotos: Marcelo Vigneron

Sucesso de público e de qualidade nos debates. Esta foi a avaliação dos mais de 260 profissionais do setor que participaram do workshop promovido pela Sobratema, em São Paulo, sobre gerenciamento de frotas de equipamentos. O evento reuniu usuários de máquinas pesadas, como executivos de construtoras, mineradoras e locadoras, além de representantes dos fabricantes, distribuidores, fornecedores de peças e serviços. Entre as apresentações e debates, eles puderam percorrer o hall do Centro Brasileiro Britânico, durante os coffee breaks, para conferir as inovações apresentadas nos estandes dos patrocinadores do evento: Anchieta Pneus, Caterpillar, Ciber, Gascom, Komatsu, Nuntec, Plus Brasil, Sandvik, Scania e Volvo. Veja nesta página algumas imagens do workshop.

36 | Outubro | 2008



Foto:Wacker

COMPACTADORES

PEQUENOS, MAS

EFICIENTES

Apesar de serem menores, os rolos vibratórios usados em serviços leves de tapa-buraco e pavimentação urbana incorporam muito da tecnologia presente nos equipamentos de grande porte

Indicados para aplicações mais leves, como os serviços de tapa-buraco e a pavimentação de vias urbanas, estacionamentos e pátios em geral, os rolos compactadores de pequeno porte, com até 2 t de peso operacional, estão se sofisticando. Para atender a demanda de qualidade nos serviços, eles já incorporam muitas tecnologias presentes nos equipamentos de grande porte, o que deve contribuir para o aumento de suas vendas no mercado brasileiro. Segundo estimativas dos principais fabricantes dessa linha de equipamentos, seu consumo deverá saltar da faixa de 400 unidades, em 2008, para cerca de 500 unidades, no próximo ano, com um crescimento de 25%

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na demanda. Para Paulo Bruno, engenheiro de vendas da Dynapac, a recente evolução tecnológica dos rolos de menor porte vem contribuindo para a expansão da sua demanda, já que prefeituras, locadoras e construtoras precisarão renovar ou ampliar as respectivas frotas para atender o volume de obras previsto no próximo ano. “Apesar de pequenos, nossos modelos da linha ligeira atingem alta freqüência de vibração, na faixa de 70 Hz, o que permite a aplicação de camadas finas de asfalto com eficiência e sem comprometer a uniformidade do acabamento”, diz ele.


Foto: Dynapac

MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

Equipamentos são indicados para o acabamento de capas asfálticas com menor espessura O especialista ressalta que essa característica torna os rolos compactadores menores imbatíveis em pequenas operações, onde a capa asfáltica geralmente não ultrapassa espessuras de 3 cm. “Outra vantagem é que, como esses modelos têm o peso distribuído adequadamente entre os módulos dianteiro e traseiro, eles proporcionam maior uniformidade à pista construída.” Vale ressaltar que, além dos serviços de pavimentação urbana, esses equipamentos encontram aplicação em obras de shopping centers, supermercados, complexos comerciais e condomínios residenciais. Entre outras características dos rolos de pequeno porte da Dynapac, Bruno explica que os cilindros trabalham de forma independente, com opção de vibração somente no módulo dianteiro, no traseiro ou nos dois juntos. “Além disso, eles são equipados com motores de tração que conferem ótima capacidade de operação, mesmo em subidas de rampas”, complementa Thiago Lopes, também engenheiro de vendas da fabricante. A empresa comercializa no Brasil cinco modelos de rolos vibratórios tandem na faixa de 700 kg a 2.000 kg de peso, bem como uma versão de 700 kg para operação por controle remoto. “Eles são indicados para serviços com misturas asfálticas e temos ainda um modelo de 1.600 kg para compactação de fundo de va-

las”, complementa Lopes. Segundo ele, todos os modelos são importados da Suécia. Descobrindo aplicações De acordo com Luiz Alberto Catta Preta, gerente de marketing da Dynapac no Brasil, o aumento no volume de obras de pavimentação urbana deverá impulsionar a demanda por rolos vibratórios de menor porte, segmento no qual ele avalia que a empresa detenha uma participação de 25% a 30% do mercado. “Mas há de se observar que têm surgido novas aplicações nas quais eles proporcionam resultados eficazes, como, por exemplo, o acabamento das bordas de barragens executadas com concreto compactado a rolo (CCR).” Ele complementa que os modelos da empresa são equipados com motor diesel de 9 hp a 29 hp de potência e cobrem uma largura de compactação de 800 mm a 1.070 mm. Para disputar esse mercado, a Wacker oferece quatro modelos de rolos compactadores na faixa de 400 kg a 1.600 kg de peso operacional, importados de suas fábricas nos Estados Unidos, Alemanha, Áustria e Filipinas. “O modelo menor é um compactador manual, enquanto os demais são dotados de sistema hidrostático de tração e translação e de bomba hidráulica de vazão variável”, diz Roberto Martínez, diretor

da empresa. Entre outras características, ele ressalta que os rolos hidrostáticos da marca possuem transmissão acionada por correia, o que reduz seus custos de manutenção. Segundo o executivo, os equipamentos maiores contam com estação de trabalho para o operador e com sistema de aspersão de água, que age durante a passagem do rolo para proporcionar o melhor acabamento à capa asfáltica. “Eles também são dotados de um sistema de segurança, que não permite seu funcionamento se o operador não estiver sentado no posto de operação”, diz ele. Martínez afirma que mais de 90% dos rolos dessa categoria vendidos no mercado brasileiro se destinam às locadoras de equipamentos. “Esse perfil é bem parecido com o do mercado norte-americano, porém muito diferente do dos demais países da América Latina, onde as vendas são realizadas igualmente para locadoras e consumidores finais.” Novo competidor Os usuários brasileiros podem contar ainda com os rolos vibratórios da Volvo Construction Equipment, que recentemente incorporou a linha de máquinas rodoviárias da Ingersoll Rand e começou a importar para o País 16 modelos de compactadores de solos e de asfalto. Segundo Walter Victorino, gerente de produto da divisão de rolos de asfalto, de solos e de motoniveladoras da empresa, os equipamentos de menor porte estão disponíveis em dois modelos de 1.600 kg e 2.600 kg. “Como ingressamos nesse mercado há pouco tempo, ainda estamos em fase de reconhecimento.” Ele ressalta que os modelos pequenos se destinam a serviços mais leves, como calçamentos e reparos em vias urbanas, segmento no qual visualiza um potencial de crescimento devido às péssimas condições de tráfego das ruas brasileiras. “Por isso, focamos os rolos menores somente para operações em asfalto, deixando os maio-

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Foto: Volvo

COMPACTADORES

Propulsão hidrostática permite vencer rampas de 33% res para a compactação de solos”, diz Victorino. Mesmo assim, o especialista destaca que os equipamentos compactos incorporam avançados recursos de tecnologia presentes nos

modelos maiores, contando até mesmo com cabine fechada e equipada com ar condicionado. O menor modelo da marca, por exemplo, um rolo vibratório de 1.600 kg, conta com propulsão hidrostática e motor de 17 hp, que permite vencer rampas de até 33%. Dotado de sistema de pulverização de água, ele atinge uma largura de compactação de 900 mm a 1.000 mm e trabalha numa freqüência de vibração de 66,7 Hz, o que possibilita alta velocidade de operação e bom acabamento da superfície compactada. “O usuário pode escolher entre um modo de operação com vibração apenas no cilindro dianteiro, em ambos os cilindros ou com os dois em modo estático”, conclui Victorino.

Minicarregadeira transforma-se em pequeno rolo compactador Na hora de realizar um serviço de compactação de terreno ou recuperação de pista asfaltada, o usuário não precisa se restringir apenas à mobilização de um rolo vibratório. Na ausência desse equipamento em sua frota, ele pode lançar mão de uma minicarregadeira equipada com compactador como implemento. A solução está disponível para praticamente todas as marcas de minicarregadeiras comercializadas no Brasil. No caso da Bobcat, por exemplo, o usuário pode acoplar implementos nas versões com cilindro liso ou pé-de-carneiro, vendidos como item opcional para aplicação em qualquer modelo da sua linha de minicarregadeiras. De acordo com a Comingersoll, que distribui os equipamentos da

marca no Brasil, os implementos são dotados de tambores oscilantes que ajudam a manter o rolo em contato permanente com o solo. Dessa forma, o equipamento pode ser usado em fechamento de valas, compactação de solos e recuperação de asfaltos danificados em vias urbanas, entre outras aplicações.

CARACTERÍSTICAS DO IMPLEMENTO (48-72 in) Largura do tambor Largura total Diametro do tambor (liso/pé-de-carneiro)

Efeito dinâmico Vibração Peso

(liso/pé-de-carneiro)

40 | Outubro | 2008

122 cm 150 cm

183 cm 193 cm

61/59 cm

66/64 cm

2.904 a 4.182 kg 2.936 a 3.524 vpm

2.086 a 4.349 kg 2.350 a 3.391 vpm

733/667 kg

863/877 kg

COMPACTADORES Pequeños y eficientes Indicados para aplicaciones ligeras, tales como los trabajos de bacheo y la pavimentación de calzadas urbanas, estacionamientos y playas en general, los rodillos compactadores de pequeño tamaño, de hasta 2 t de peso en orden de trabajo, son cada vez más sofisticados. Para satisfacer la demanda de calidad en los trabajos, ya incorporan muchas de las tecnologías presentes en las máquinas de gran envergadura, lo que debe contribuir a que aumente su venta en el mercado brasileño. Según las estimaciones de los principales fabricantes de esta línea de equipos, la demanda debe pasar del orden de las 400 unidades del 2008 a aproximadamente 500 unidades, el próximo año, cifra que representaría un crecimiento del 25 % de las ventas. Según la opinión de Pablo Bruno, ingeniero de ventas de Dynapac, la reciente evolución tecnológica de los rodillos pequeños ha contribuido a la expansión de la demanda, puesto que los gobiernos municipales y las empresas constructoras y de arrendamiento necesitarán renovar o ampliar sus parques para responder al volumen de obras previstas para el año que viene. “A pesar de su tamaño, nuestros modelos de la línea ligera alcanzan una alta frecuencia de vibración, en el rango de 70 Hz, que permite la aplicación de capas finas de asfalto con eficiencia y acabado parejo”, dice Bruno. El experto destaca que esta característica hace que los rodillos compactadores de pequeño tamaño sean imbatibles en labores de poca extensión, en las que la capa asfáltica, por lo general, no tiene más de 3 cm de espesor. “Otra ventaja es que, dado que estos modelos tienen el peso adecuadamente distribuidos entre los módulos delantero y trasero, producen una calzada más pareja.”

Comingersoll: www.comingersoll.com.br Dynapac: www.dynapac.com.br Volvo: www.volvoce.com Wacker: www.wackermaquinas.com.br



COMPACTADORES

NOVO COMPETIDOR NO MERCADO BMC inicia a distribuição de rolos vibratórios, motoniveladoras e guindastes da chinesa XCMG

A

competição no segmento de rolos compactadores promete esquentar com o aumento no volume de obras rodoviárias e de barragens, que impulsionam o consumo desse tipo de equipamento. Após o ingresso de dois novos fabricantes no País – a Volvo e a Bomag – no período de um ano, outro player chega para disputar o mercado: a chinesa XCMG. A empresa Brasil Máquinas de Construção (BMC), que atua como dealer máster da Hyundai Heavy Industries, assumiu a distribuição de algumas linhas de equipamentos da fabricante chinesa que não competem com as de sua parceira coreana. Na linha de compactadores, a distribuidora está importando o modelo XS120, com 12 t de peso operacional e 2.130 mm de largura de compactação. Trata-se de um rolo vibratório de um cilindro, que pode

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ser liso ou do tipo pé-de-carneiro. “Nossa expectativa é muito positiva, pois a demanda pelo produto está crescendo e os clientes enfrentam até fila de espera para atendimento a um novo pedido”, diz Paulo Oliveira, gerente comercial da BMC. Ele vislumbra oportunidades devido às obras de rodovias, tanto por parte do governo como das concessionárias privadas, e aos projetos de mineração, que demandam o produto para a construção das vias de acesso às minas. O executivo destaca que os rolos compactadores são equipados com motor Cummins de 130 hp de potência, que conferem elevado desempenho ao equipamento. “Essa motorização foi uma solução desenvolvida pela nossa área de engenharia para o melhor atendimento ao mercado brasileiro, pois na China eles não são produzidos com motores Cum-

mins”, completa Samuel Panucci, diretor de pós-vendas da BMC. Ele ressalta o trabalho de acompanhamento realizado pela distribuidora, desde a especificação do equipamento na linha de produção, até seu embarque no porto, a chegada ao Brasil e a assistência aos clientes com peças e serviços. FICHA TÉCNICA – ROLO COMPACTADOR XS120 Motor Potência Nominal 130 hp (2.500 rpm) Direção Raio de curvatura 6.150 mm Capacidades Tanque de combustível 230 litros Tanque do rolo vibratório 60 litros Óleo lubrificante do motor 10 litros Freios De serviço Hidrostático Multidisco banhado De estacionamento em óleo


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

Equipamento robusto Entre outras características do rolo compactador, Panucci cita a confiabilidade do seu sistema de transmissão, sem tomada de força e caixa de engrenagens, o que reduz a ocorrência de problemas de manutenção. “Outro diferencial é o eixo de tração, fornecido pela ZF, que conta com um sistema antiderrapante para aumentar sua capacidade de tráfego em pisos irregulares.” De acordo com a empresa, esse sistema trabalha em conjunto com o uso de pneus largos – do tipo 23.1x26-12PR, com 1,10/1,50 kg / cm² de pressão – para a adequação do equipamento às mais variadas condições de operação. O rolo XS120 opera com circuito hidráulico fechado, dotado de bomba de fluxo variável, responsável pelo seu desempenho nos movimentos e vibrações. Além disso, as manutenções preventivas podem ser realizadas sem dificuldades devido ao fácil acesso aos sistemas elétrico e de lubrificação. Equipado com cabine fechada e climatizada, protegida contra tombamentos e queda de rochas (ROPS/FOPS), ele pode ser entregue com medidor de densidade de compactação. O sistema, fornecido como item opcional, informa os índices obtidos no momento da rolagem, proporcionando qualidade e eficiência à operação. “Trata-se de um equipamento robusto e dotado de alta tecnologia”, enfatiza Paulo Oliveira. De acordo com Felipe Cavalieri, diretor geral da BMC, o contrato com a XCMG contempla a distribuição de rolos compactadores,

motoniveladoras e guindastes da marca. “Somos responsáveis pela distribuição e todo o suporte aos clientes, incluindo o estoque de peças e a assistência técnica.” Além dessa marca, a empresa distribui tratores de esteira da chinesa Shantui e equipamentos de concretagem da Zoomlion, também da China, bem como a linha de equipamentos da Hyundai: miniescavadeiras, minicarregadeiras, escavadeiras hidráulicas, carregadeiras de rodas e empilhadeiras, entre outros.

COMPACTADORES Nuevo competidor en el mercado La competencia en el segmento de rodillos compactadores es cada vez más reñida en virtud del aumento da la cantidad de obras de construcción de carreteras y presas que incrementan la demanda de este tipo de máquinas. Luego del ingreso, en el plazo de un año, de dos nuevos fabricantes en Brasil, Volvo y Bomag, llega otro actor para competir en el mercado: el fabricante chino XCMG. La empresa Brasil Máquinas de Construção (BMC), que actúa como distribuidor principal de Hyundai Heavy Industries, se hace cargo de la distribución de algunas líneas de máquinas del fabricante chino que no compiten con las de su socio coreano. En la línea de compactadores, el distribuidor está importando el modelo XS120, de 12 toneladas de peso en orden de trabajo y 2.130 mm de ancho de compactación. Se trata de un rodillo vibratorio de un tambor, que puede ser liso o tipo pata de cabra. “Nuestra expectativa es muy positiva porque la demanda del producto está en alza y los clientes encaran hasta una lista de espera para recibir las máquinas pedidas”, dice Paulo Oliveira, gerente comercial de BMC.

BMC: www.bmc-online.com.br

Compactador XS120: motorização específica para o Brasil

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Fotos: Ciber

PAVIMENTAÇÃO

CIBER LANÇA

USINA COMPACTA Projetado para operar em áreas com pouco espaço, o equipamento se destina a obras que demandam menores custos e prazos de mobilização, chegando ao mercado com um preço 25% menor que o das usinas de contra-fluxo convencionais Ao completar 50 anos de atuação no mercado de máquinas para obras rodoviárias, a Ciber anunciou o lançamento de uma nova usina de asfalto móvel com o foco em projetos que exigem rapidez e baixos custos na mobilização dos equipamentos. A Kompakt 500, com capacidade para a produção de 50 t/h, foi apresentada como uma alternativa para obras com menor consumo de asfalto, uma tendência observada pela empresa. “Como ela é compacta, dispensa

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a necessidade de licença especial no transporte e pode ser montada de forma mais rápida que uma instalação convencional, no prazo de menos de uma semana”, afirma Walter Rauen, diretor presidente da Ciber. Desenvolvido a partir da linha de usinas de asfalto tipo contra-fluxo (UACF) da marca, a Advanced, que conta com cerca de 190 unidades em operação, o novo modelo tem 2,6 m de largura por 14 m de comprimento (sem contar a carreta para transporte). O menor da família

PAVIMENTACIÓN Ciber lanza una planta de asfalto compacta Al cumplir 50 años de actividad en el mercado de máquinas para obras de construcción de carreteras, Ciber anuncia el lanzamiento de una nueva planta de asfalto, portátil, diseñada para proyectos que requieren velocidad y bajo costo en el transporte de la maquinaria. La Kompakt 500, con


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

convencional é 4 m mais longo. Além disso, a Kompact pode ser montada em locais com pouco espaço ou infra-estrutura para a operação. “Ela é indicada para obras realizadas em condições adversas, como as altitudes elevadas na região dos Andes e os projetos em implantação na África, que ocorrem em locais distantes dos grandes centros urbanos ou próximos a regiões densamente habitados, duas situações que exigem uma logística complexa na montagem do canteiro”, diz Rauen. Além da facilidade na instalação, ele cita a flexibilidade na operação da usina, que permite o carregamento de materiais pelos dois lados. “É possível instalar seu tanque flexível em posição perpendicular ou paralela e o usuário não precisa se preocupar com detalhes de posicionamento.” O executivo destaca ainda que o equipamento é mais leve que outros modelos móveis

e conta com a estrutura do elevador conectada ao chassi, facilitando o nivelamento na hora da montagem.

Foco nas exportações Com a Kompact, a Ciber pretende dispor de um modelo competitivo nos países sul-americanos e africanos. O objetivo é fazer frente à concorrência dos fabricantes indianos e chineses, que ingressaram nesse último mercado com equipamentos dotados de menos recursos tecnológicos e a baixo preço. “Com algumas mudanças introduzidas pela nossa engenharia, ela manteve os mesmos recursos que as usinas maiores em termos de precisão na dosagem e qualidade da mistura, mas é oferecida a um preço 25% mais baixo que o menor modelo da linha Advanced.” Clauci Mortari, diretor de vendas da empresa, destaca que o novo equipamento também pode atender

Walter Rauen e Clauci Mortari: equipamento para competir com fabricantes indianos e chineses

capacidad para producir 50 t/h, es presentada como una alternativa para obras con menor consumo de asfalto, que es una tendencia que la empresa ha observado en los últimos tiempos. “Como es compacta, no necesita una licencia especial para transporte y puede ser montada más rápidamente que una planta de asfalto convencional, dentro de un plazo de menos de una semana”, afirma Walter Rauen, director presidente de Ciber. Además, la Kompakt puede ser montada en lugares con poco espacio o infraestructura para la operación. “Es indicada para obras ejecutadas en condiciones adversas, como las de los proyectos en desarrollo en África, que se llevan a cabo lejos de los grandes centros urbanos o cerca de regiones densamente habitadas, dos situaciones que requieren una logística compleja en el montaje del obrador.” Con la Kompakt, Ciber se propone competir con ventaja en los países de América del Sur y África. El objetivo es hacer frente a la competencia de los fabricantes de la India y la China, que entraron en este mercado con máquinas con menos recursos tecnológicos y de bajo precio. “Con algunos cambios introducidos por nuestro departamento de ingeniería, esta máquina mantiene los mismos recursos que las plantas más grandes, respecto a la precisión de la dosificación y la calidad del mortero, pero se ofrece a un precio el 25 % más bajo que el modelo más pequeño de la línea Advanced.”


PAVIMENTAÇÃO a demanda de obras de pavimentação urbana no Brasil. “Pelo seu preço competitivo, na faixa de R$ 1 milhão, ela pode ser adquirida por prefeituras ou consórcios de município, democratizando a oportunidade de melhoria das vias urbanas brasileiras”, ele ressalta. A Kompact 500 chega para substituir o menor modelo de usina da linha Advanced, cuja produção será descontinuada. A empresa prevê o lançamento de outros modelos compactos, atendendo a faixa de até 80 t/h de capacidade produtiva. A preocupação com a competitivi-

FICHA TÉCNICA Capacidade Secador Silos Queimador Filtro Misturador Elevador Dimensões (CxLxA)

50 t/h Contra-fluxo Quatro, com pesagem individual. 7 MW Com mangas plissadas Tipo pug-mill, com duplo eixo. Elevador de arraste tipo redler. 14 x 2,6 x 4 m

dade dos produtos no exterior se fundamenta no fato de as exportações já representarem cerca de 40% das receitas da empresa, que deve fechar 2008

Aos 50 anos, empresa se destaca pela atuação global Fundada em 1958, a Ciber Equipamentos Rodoviários foi a primeira fabricante de usinas de asfalto do País, equipamento que ainda responde por cerca de metade de suas receitas. Este ano ela deverá totalizar um faturamento de R$ 220 milhões e as expectativas são de um crescimento de 10% nos negócios em 2009. Desde 1996, a empresa integra o grupo alemão Wirtgen e, há dois anos, começou a comercializar as marcas globais da matriz, incluindo as fresadoras Wirtgen, os rolos compactadores Hamm e vibroacabadoras Vögele. Segundo Walter Rauen, diretor presidente da companhia, as exportações respondem por cerca de 40% do faturamento, envolvendo operações nos países da América Latina, Caribe e África. “Temos mais de 50 equipamentos vendidos no mercado africano, onde contamos com o suporte comercial e a assistência técnica da subsidiária do nosso grupo no continente.” Além disso, a Ciber dispõe de 13 representantes para vendas e su-

porte em serviços e peças de reposição na América Latina e Caribe. A partir de sua fábrica, em Porto Alegre (RS), ela produz mais de 100 usinas de asfalto por ano, além de vibroacabadoras, rolos compactadores e fresadoras. A empresa também comercializa as estabilizadoras de solos da matriz alemã, assim como outros modelos de equipamentos importados das demais unidades do grupo. Pelas projeções de Clauci Mortari, diretor de vendas da companhia, a linha de usinas compactas deverá atender uma demanda de 40 unidades por ano, principalmente por parte dos clientes internacionais. Entre as obras com participação dos equipamentos da marca, ele cita os trechos de duplicação da BR-101 Nordeste em execução pelos Batalhões de Engenharia (BEC) do Exército Brasileiro, além de projetos das construtoras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Queiroz Galvão e ARG, entre outras.

com um faturamento de R$ 220 milhões (veja quadro abaixo). Completando a equação, vale ressaltar que as usinas de asfalto respondem por metade desse desempenho e o restante fica por conta dos demais equipamentos da marca, como vibroacabadoras, rolos campactadores e fresadoras.

Manual ou automática Entre as características do novo equipamento, Mortari cita a flexibilidade para operar por meio de dosagem volumétrica ou dinâmica, bem como os silos bipartidos que permitem realizar misturas asfálticas com até quatro materiais. “Seu acionamento é totalmente manual e a dosagem é feita por um sistema automático independente, o que possibilita ao cliente a opção entre os dois modos de operação”, completa Rodrigo Pereira, engenheiro de aplicação da Ciber. O engenheiro Bernardo Ronchetti, coordenador de pesquisa e desenvolvimento da fabricante, ressalta que apesar de ter menor comprimento, a usina não apresenta um secador de menor extensão, o que poderia comprometer a qualidade da produção. “Pelo contrário, ela possui uma zona de combustão maior, permitindo a injeção de fibras e cal.” Ele diz que o equipamento pode ser customizado para a produção de asfaltos modificados por polímeros, além de contar com todos os dispositivos de controle de processo presentes nos modelos convencionais de usinas de contra-fluxo. Como sua cabine é móvel, o operador pode ejetá-la para fora do chassi e ampliar seu ângulo de visão para melhor monitoramento do serviço, acompanhando o carregamento dos silos e outras variáveis. Devido a sua geometria mais alongada, Ronchetti diz que ela apresenta menor velocidade na passagem dos gases na entrada do filtro de mangas. “Isto permitiu uma redução no número de caracóis no sistema de finos e resulta em menor custo de manutenção.”

Ciber: www.ciber.com.br

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MANUTENÇÃO

CUIDADOS COM A TRANSMISSÃO POWERSHIFT Ao substituir o acionamento mecânico por dispositivos hidráulicos, os sistemas de transmissão do tipo Powershift proporcionam um melhor desempenho no momento em que a potência é transferida do motor para os eixos e rodas, evitando perdas de torque e reduzindo o desgaste de seus componentes internos. Isto se traduz em economia na manutenção, mas o mau uso do sistema pode resultar em prejuízos elevados para a empresa. No caso de um caminhão fora-de-estrada de grande porte, com capacidade para 250 t de carga, a transmissão pode representar um terço dos custos de manutenção, o que justifica a adoção de medidas destinadas a reduzir as intervenções no sistema.

Cerca de 80% dos problemas detectados nas transmissões envolvem o comando hidráulico, que trabalha como cérebro do sistema. Muitos deles se relacionam à circulação de óleo hidráulico fora das especificações do fabricante ou contaminado por partículas metálicas ou água. Como esse fluído percorre todo o interior do comando hidráulico e da transmissão, a presença de contaminantes acelera o desgaste de seus componentes internos, comprometendo a vida útil de todo o sistema. A revisão do comando hidráulico deve ser feita regularmente, dentro dos prazos estabelecidos pelos fabricantes ou sempre que o sistema de transmissão passar por uma ma-

nutenção. Essa revisão demanda a abertura de todo o sistema, para a remoção do componente, e sua desmontagem em bancada, para a avaliação individual de cada peça do conjunto. Como elas são confeccionadas em alumínio, o desmonte deve ser feito cuidadosamente, para evitar

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MANUTENÇÃO

DIAGNÓSTICO DO SISTEMA EVITA A REINCIDÊNCIA DE FALHAS

Desmontagem do sistema em bancada: todas as peças devem ser inspecionadas

que sejam amassadas ou danificadas. O passo seguinte envolve a verificação das propriedades mecânicas e estruturais das hastes, das molas e demais peças. Em determinados sistemas, o fabricante recomenda a troca das molas em períodos pré-estabelecidos. Os demais componentes que demonstrarem irregularidades devem ter suas pressões reguladas numa bancada de testes específica para esse tipo de serviço. Vale ressaltar que a carcaça do comando pode ser um indicador do seu estado de conservação e, nesse caso, uma inspeção visual ajuda a identificar futuros problemas na transmissão Powershift. O conversor de torque figura como um dos principais componentes do sistema Powershift, pois, resumidamente, é o elemento que transmite a

energia do motor para a transmissão, permitindo o acoplamento de ambos sem ligação mecânica. Fabricado em alumínio fundido, esse componente trabalha sob severas condições, com o impulsor girando na mesma rotação do motor. Tal situação pode provocar o desgaste dos rolamentos e gerar folgas entre as peças internas do conversor, comprometendo suas funções mecânicas. Conclusão: o equipamento apresenta perda de potência e há um superaquecimento no sistema de transmissão, entre outros problemas. Recuperação dos discos Em ambiente com superaquecimento, os discos separadores e os discos de fricção, que fazem o acionamento das embreagens, ficam expostos a um processo de desgaste acelerado, o que

APARÊNCIA DO FLUÍDO INDICA SEU ESTADO DE CONSERVAÇÃO O uso de fluído hidráulico contaminado ou fora das especificações compromete a vida útil dos componentes do sistema de transmissão Powershift. Por esse motivo, sempre que realizar a troca do óleo verifique seu estado e compare com as indicações abaixo. Para auxílio à comparação visual, utilize um pouco de óleo novo. • Coloração vermelha ou amarelada: indica que as propriedades físico-químicas permanecem normais; • Coloração marrom: indica que trabalhou em condições severas ou até com superaquecimento (nesse caso, apresenta leve odor de queimado); • Coloração preta: pode estar contaminado com partículas metálicas, geradas pelo desgaste dos discos, por exemplo; • Coloração opalescente: ocorre quando há mistura de óleo com a água do radiador; • Presença de limalhas e fragmentos metálicos: indica a presença de contaminantes gerados pelo desgaste de discos, rolamentos ou engrenagens, situação na qual a transmissão deve ser submetida imediatamente a reparos.

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Muitas vezes, o profissional de manutenção se depara com situações em que determinado problema é identificado, corrigido e acaba reincidindo, um sintoma de que a causa da falha não foi eliminada. Nos reparos em sistema de transmissão, a reincidência na troca de discos e de anéis pode significar, por exemplo, que o problema está no grupo de válvulas. Se elas apresentarem algum problema, podem desregular a pressão da bomba do circuito hidráulico, causando superaquecimento no conjunto ou patinação nos discos. Para evitar problemas desse tipo, recomenda-se que o sistema de transmissão seja enviado para diagnóstico numa oficina especializada antes da abertura dos componentes e seu conserto. Essa avaliação deve ser feita com base em tabelas que indicam a pressão ideal de trabalho da bomba hidráulica e do conversor de torque, além da análise do nível de contaminação do óleo e de outros parâmetros.

resulta na diminuição da sua vida útil. O impacto dessa situação nos custos de manutenção é considerável já que cada um desses discos chega a custar R$ 400,00 e, dependendo do modelo, um sistema de transmissão pode contar com mais de 70 peças desse tipo. Operando em condições normais, esses discos atingem uma vida útil média de 10 mil horas, de acordo com o modelo do sistema de transmissão. O desgaste prematuro dos discos separadores e de fricção também pode estar relacionado a outros fatores além do superaquecimento, como o uso de fluído hidráulico contaminado ou desajustes na pressão do comando hidráulico. Ao atingirem um determinado nível de desgaste, eles deixam de gerar a tração necessária e a embreagem vai patinar sempre que houver maior solicitação, devido à carga. Vale ressaltar que os discos de


MANUTENÇÃO transmissão são passíveis de recuperação, mediante uma análise da extensão de seus danos, como o nível de desgaste dos dentes e da superfície, que apresenta uma área estampa-

OS PRINCIPAIS CAUSADORES DE PROBLEMAS NA TRANSMISSÃO • • • • •

Uso de óleo contaminado ou fora das especificações; Reaproveitamento de discos danificados; Conversor de torque com folgas no rolamento; Superaquecimento advindo de causas diversas; Comando hidráulico danificado, com desgaste ou desregulado.

da em alto-relevo. Cada caso deve ser analisado cuidadosamente, incluindo a verificação do empenamento sofrido pelos discos, o que requer o uso de ferramentas e profissionais especializados nesse tipo de serviço. Se essas e outras práticas recomendadas forem seguidas à risca, de modo que os componentes da transmissão trabalhem nos níveis de pressão definidos pelo fabricante, com fluídos hidráulicos livres de contaminação, o sistema poderá atingir uma vida útil média de 15.000 horas antes de se submeter a uma intervenção para manutenção. Práticas como a análise periódica do óleo e a medição regular das vazões e pressões ajudam a detectar problemas em tempo hábil e evitam seu agravamento. Após a execução do recondicionamento, é essencial que a transmissão seja testada em banco de prova, com carga, para a detecção de eventuais

Avaliação e reparo dos discos: só por empresas especializadas

problemas que não tenham sido eliminados. Essa prática também possibilita o ajuste fino dos parâmetros de funcionamento.

Equip Transmissões: www.equiptransmissoes.com.br


INTERNACIONAL

SOBRATEMA DEBATE OS RUMOS DO SETOR NA EUROPA

O impacto da crise internacional no setor marca as discussões no congresso anual do CECE (Committee for European Construction Equipment), que reúne as associações nacionais de fabricantes de equipamentos da Europa. E a Sobratema contribui com o debate ao apresentar a experiência brasileira Contrariando o comportamento do setor de equipamentos para construção em todo o mundo, que tende a apresentar uma retração em virtude da crise financeira que se alastrou pelo planeta, o mercado brasileiro pode se manter como uma “ilha de prosperidade”, com índices de crescimento sustentáveis mesmo diante dessa situação. Essa foi a constatação dos executivos presentes à reunião anual do CECE (Committee for European Construction Equipment), que reúne as associações de fabricantes de equipamentos para construção dos países europeus, realizada na cidade de York, no norte da Inglaterra. Como entidade-irmã do CECE, a Sobratema tem assento nessas reuniões – juntamente com as associações de fabricantes dos Estados Unidos (AEM), do Japão (JCMA) e Coréia (Kocema) – e, este ano, contribuiu com os debates ao apresentar a experiência brasileira. “Todos os presentes ficaram muito interessados em obter mais detalhes sobre o Brasil diante dos números que mostramos para ilustrar o nosso potencial de mercado”, diz Rissaldo Laurenti, diretor técnico da Sobratema. Em sua apresentação no congresso do CECE, Laurenti detalhou os programas desenvolvidos pela So-

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bratema e as principais obras de infra-estrutura em execução no País, como as hidrelétricas do rio Madeira (RO) e a expansão do Metrô de São Paulo. O que chamou a atenção dos executivos do setor, entretanto, foi o estudo desenvolvido pela associação para quantificar o consumo de equipamentos para construção no mercado brasileiro (veja reportagem na página 28). “Ao lado da China e da Índia, fomos os únicos a apresentar perspectivas de crescimento em todo o mundo”, diz Laurenti. A surpresa brasileira Vale ressaltar que, apesar da base de comparação ser desproporcional, devido às dimensões gigantescas do mercado chinês de equipamentos, o Brasil apresenta números de crescimento ainda maiores que os da China em 2008 (veja quadro ao lado). Segundo levantamentos apresentados no congresso do CECE, o mercado mundial de equipamentos para cons-

trução movimentou US$ 98,9 bilhões em 2007 (considerando apenas modelos da linha amarela) e a América Latina continuou representando em torno de 6% desse volume – dos quais cerca de 50% correspondem ao Brasil. “Ainda temos muito espaço para crescer”, complementa Laurenti. Ele destaca ainda a profundidade do estudo de mercado desenvolvido pela Sobratema, que além de analisar o consumo de máquinas para terraplenagem e movimentação de materiais (a denominada linha amarela), avançou para outras famílias de equipamentos usados em construção, como guindastes, compressores e caminhões rodoviários. “Outro aspecto que desperta o interesse da comunidade internacional de equipamentos é o perfil quase único da nossa associação, que reúne os fabricantes e seus distribuidores, juntamente com os usuários, como construtoras e locadoras, e os fornecedores de componentes.”


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

Além das discussões sobre mercado, o evento contou com diversos debates sobre regulamentação e legislação no setor de equipamentos para construção, bem como jantares e reuniões paralelas nas quais os representantes brasileiros puderam estreitar relacionamento com executivos de outras associações internacionais do setor e demais profissionais da comunidade de equipamentos. Nesses encontros, vários deles demonstraram interesse em conhecer melhor o mercado brasileiro, inclusive por meio de uma visita à M&T Expo 2009. Proteção contra os importados Com a proximidade da adoção de normas mais restritivas para a emissão de poluentes, tanto nos Estados Unidos como na Europa (EPA Tier e Euro Stage), um importante fórum de discussões envolveu as “máquinas verdes”, projetadas dentro do conceito de preservação do meio ambiente. Nessa área, os equipamentos com acionamento híbrido (diesel/elétrico) mereceram um extenso debate, diante dos avanços da indústria nessa área, assim como as ações dos fabricantes de motores diesel para atendimento aos futuros requerimentos de controle de emissões. Voltando ao impacto da crise financeira internacional no mercado de equipamentos, não faltaram sugestões de que, para evitar a “invasão” de produtos estrangeiros nos países do Velho Mundo, o CECE proponha à Comunidade Européia (CE) maior rigor na fiscalização dos equipamentos importados. Em vez de

COMPORTAMENTO DO MERCADO (*) (Perspectivas de crescimento em relação ao ano anterior)

Região Estados Unidos Europa Japão China Índia Brasil Mundo

2007 - 4% 37% 10% 53% 47% 47% 30%

2008 - 24% - 21% - 20% 17% 20% 46% - 14%

2009 - 29% - 10% - 10% - 1% 26% 5% (**) - 14%

(*) Dados consolidados e/ou projetados pelas respectivas associações de cada região. (**) Projeção da Sobratema, considerando um cenário econômico “otimista”.

propor a adoção de barreiras alfandegárias, que ferem o princípio da livre concorrência, os fabricantes europeus querem restringir a importação de equipamentos não adequados às normas ambientais do continente. A medida de proteção tem endereço certo: os fabricantes de países que ainda não adotam esse nível de restrição, mas que, diante da retração nas vendas, possam se sentir estimulados a disputar o mercado europeu de equipamentos. A sugestão foi prontamente aceita pelo presidente do CECE, o britânico Tim Leverton, que encaminhou um documento à CE com essa solicitação e outras sugestões. Entre elas se incluem maiores investimentos em infra-estrutura, a flexibilização nas próximas etapas de controle de emissões, que demandam altos investimentos da indústria em desenvolvimento, e a oferta de crédito a juros baixos para os fabricantes do setor, a exemplo do fundo de 40 bilhões de euros disponibilizado para a indústria automobilística européia.

esta difícil situación. Esta fue la conclusión a que llegaron los ejecutivos que asistieron a la reunión anual del Comité Europeo de Fabricantes de Maquinaria de Construcción y Obras Públicas (CECE), que agrupa a las asociaciones de fabricantes de máquinas para la construcción de los países europeos, que se celebró en la ciudad de York, en el norte de Inglaterra. En calidad de entidad hermana de CECE, Sobratema participa en estas reuniones – conjuntamente con las asociaciones de fabricantes de los Estados Unidos (AEM), Japón (JCMA) y Corea (Kocema) – y, este año, ha contribuido al debate mediante la presentación de la experiencia brasileña. “Todos los presentes mostraron interés en obtener más información acerca del Brasil, en función de las cifras que mostramos para ilustrar el potencial de nuestro mercado”, dice Rissaldo Laurenti, director técnico de Sobratema.

CECE: www.cece-eu.org Sobratema: www.sobratema.org.br

INTERNACIONAL Sobratema debate en Europa el rumbo del sector

O hotel Royal York sediou o congresso do CECE

En dirección contraria al desempeño del sector de máquinas para la construcción de todo el mundo, que tiende a la baja en función de la crisis financiera que se propaga por el planeta, el mercado brasileño puede permanecer una “isla de prosperidad”, con índices de crecimiento sustentables incluso en

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PERFIL

JOSIF MELAMED

RECEITA DE EFICIÊNCIA Considerada uma das mais tradicionais construtoras brasileiras da área de infra-estrutura, a S.A. Paulista se destaca pelo estilo discreto, apesar da sua participação em grandes projetos de rodovias, aeroportos, hidrelétricas, barragens e gestão de aterros sanitários, entre outros. Nesta edição de M&T, o engenheiro mecânico Josif Melamed, diretorsuperintendente da empreiteira, detalha como ela diversificou sua atuação e a filosofia adotada na gestão da frota de equipamentos. Como não poderia deixar de ser, ele também discorre sobre dois projetos que angariaram reconhecimento internacional para a construtora: a reforma do autódromo de Interlagos,

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em São Paulo, e a geração de energia a partir dos gases de decomposição do aterro sanitário de Nova Iguaçu (RJ). Este último projeto resultou na venda de crédito de carbono para o governo da Holanda e se converteu no primeiro empreendimento registrado, em âmbito mundial, no board do Comitê de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da Organização das Nações Unidas (ONU). M&T – A S.A. Paulista atua em diversos setores da construção pesada, mas quais áreas são mais representativas para os negócios da empresa atualmente? Melamed – Quando iniciamos nossas atividades, em 1951, tínhamos o perfil de uma construtora de

rodovias. Com o passar do tempo, entretanto, ampliamos o leque e adquirimos expertise em obras de hidrelétricas, aeroportos, meio ambiente e recursos hídricos, entre outras. Atualmente, temos uma forte atuação nos setores de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e de rodovias. Nesse último, aliás, acabamos de assinar contratos com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de São Paulo para a execução de obras em sete trechos viários no interior do estado. Em todos eles, teremos que realizar a recuperação de pistas e serviços de recapeamento, além de outras intervenções como a construção de viadutos e passarelas. Também estamos executando uma hidrelétrica em Rondônia, com capacidade para 73 MW, e uma PCH de 30 MW em Tocantins. Além disso, temos participação na concessionária Rodosul, no Rio Grande do Sul, que administra uma malha viária de 132,6 km de extensão. M&T – Apesar disso, a empresa se caracteriza pelo seu perfil discreto... Melamed – Realmente, sempre adotamos uma postura discreta, mas temos dado atestados de competência ao longo dessas décadas, com projetos que receberam destaque na imprensa pelo ineditismo das soluções de engenharia. Um exemplo disso foi a reforma do autódromo de Interlagos, em São Paulo, realizada em 2000, onde aplicamos a tecnologia de pavimentação SMA (Stone Mastic Asphalt), então uma novidade no País, para atender as exigências de qualidade da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Na área de meio ambiente, a Central de Tratamento de Resíduos de Nova Iguaçu, uma das empresas do grupo, tornou-se referência mundial ao implantar o primeiro proje-



PERFIL

to registrado no board do Comitê de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da Organização das Nações Unidas (ONU). Por meio de instrumentos estabelecidos pelo Tratado de Kyoto, no Japão, desenvolvemos um projeto de geração de energia limpa, a partir dos gases de decomposição do aterro sanitário, o que atraiu o interesse do governo da Holanda para a compra de crédito de carbono. M&T – Como está a atuação da empresa na área de gestão de resíduos? Melamed – Estamos expandindo as atividades nessa área, principalmente no Rio de Janeiro, onde havíamos realizado uma operação para a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) no aterro de Jardim Gramacho, entre 2002 e 2006. Essa expansão foi um processo natural e culminou com as operações que assumimos nos aterros de Nova Iguaçu e São Gonçalo. Também avançamos em Pernambuco, com projetos de aterros em Petrolina e Jaboatão dos Guararapes. Nossa primeira experiência nessa área foi em São Paulo, em 2002, mas fizemos uma pesquisa e constatamos que o mercado paulista já estava ocupado por outros competidores e identificamos oportunidades em outros estados, como o Rio de Janeiro. M&T – Como foi essa experiência em São Paulo? Melamed – Nós tínhamos conquistado o contrato para operar o transbordo de lixo na unidade de Ponte Pequena, na capital. Era uma

operação que transportava 60% dos resíduos domiciliares recolhidos na cidade para encaminhamento ao aterro Bandeirantes, na qual movimentávamos cerca de 3.000 a 4.000 t de lixo por dia. M&T – Os projetos no Rio envolvem o aproveitamento de biogás? Melamed – Sim. A Comlurb iniciou esse processo em mais uma fase de operação do aterro de Gramacho, por meio de uma licitação realizada em 2007. O projeto envolve a construção de um gasoduto e o aproveitamento da energia produzida pelas indústrias daquela região. Em Nova

Iguaçu, temos um projeto similar no qual queimamos cerca de 2.000 m3 de gás/hora em nossos flares. Tratase de um grande potencial energético a ser aproveitado e a produção de Gramacho deverá ser ainda maior. Esse novo projeto envolve uma parceria com a J. Malucelli e com a Biogás, que tem entre seus acionistas as empresas Logos Engenharia e Heleno & Fonseca. Aliás, a Biogás tem a experiência de aproveitamento dessa fonte energética no aterro Bandeirantes, em São Paulo, cuja capacidade de geração corresponde à de uma usina de 23 MW.



PERFIL

comum na gestão de frotas. Como esse processo gerava muito atrito entre os gestores de contratos, há mais de oito anos resolvemos estruturar a área de equipamentos como uma unidade de negócio independente e que, portanto, precisa ser lucrativa. Dessa forma, ela passou a contar com um gerente e com um corpo técnico, cuja função é sempre obter a melhor utilização para os equipamentos. Isto foi muito benéfico para nós. É claro que ainda existem atritos, pois a interferência do gerente de obra varia de acordo com o seu perfil e com as demandas específicas daquele contrato, que podem implicar uma pressão maior ou menor sobre a área de equipamentos. Mas as divergências diminuíram sensivelmente. Atuo nesse mercado há 40

M&T – Detalhe a frota de equipamentos da empresa e sua filosofia nessa área. Melamed – Temos cerca de 300 equipamentos e operamos com um índice de locação entre 20% e 30% do parque mobilizado. Nos últimos dois anos, com o aquecimento do setor, constatamos que não seria possível suprir todos os contratos apenas com frota própria. Além disso, no caso de alguns equipamentos muito específicos não se justificava investimentos na sua aquisição, como os guindastes móveis e guindastes de torre. Esse aquecimento gerou um impacto nos preços de locação e, em muitos casos, o atendimento aos contratos exigia que nós mesmos assumíssemos os serviços de manutenção desses equipamentos, devido à dificuldade das locadoras de realizar esse serviço. Em muitas obras, para garantir a disponibilidade dos equipamentos, precisamos estar prontos para atender essa demanda. M&T – Como é a estrutura da área de equipamentos? Melamed – No passado, enfrentamos muitas dificuldades na alocação dos equipamentos entre os diversos canteiros de obras da empresa, algo

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Receta de eficiencia Considerada como una de las más tradicionales empresas constructoras brasileñas del área de infraestructura, S.A. Paulista se destaca por su estilo discreto, a pesar de su participación en grandes proyectos de construcción de autopistas, aeropuertos, centrales hidroeléctricas, presas y gestión de rellenos sanitarios, entre otros. En este número de la M&T, el ingeniero mecánico Josif Melamed, director superintendente de la empresa, explica en detalle la forma en que la compañía ha diversificado sus operaciones y la filosofía que ha adoptado con respecto a la gestión de la maquinaria. También habla, cómo no, sobre los dos proyectos que han recibido el reconocimiento internacional: la reforma del autódromo de Interlagos en São Paulo y la generación de energía a partir del biogás producido por la descomposición de los residuos del relleno sanitario de Nova Iguaçu (Río de Janeiro). Este último proyecto ha tenido como resultado la venta de créditos de carbono al gobierno de los Países Bajos y se ha convertido en el primer

emprendimiento del mundo a ser registrado en la Junta Ejecutiva del Mecanismo de Desarrollo Limpio (MDL) de la Organización de las Naciones Unidas (ONU). M & T – Cuéntenos acerca de la flota de máquinas de la empresa y su filosofía de gestión. Melamed – Tenemos alrededor de 300 máquinas y trabajamos con una tasa de arrendamiento de entre el 20% y el 30% de la flota movilizada. En los últimos dos años, en virtud de la reactivación del sector, constatamos que nos sería imposible cumplir con todos los contratos solo con nuestra propia flota. Por otra parte, en algunos casos no se justificaba la inversión en la adquisición de algunas máquinas muy específicas, tales como grúas autopropulsadas y grúas torre. Esta reactivación ha ejercido un impacto sobre el precio del arrendamiento y, en muchos casos, el cumplimiento de los contratos exigió que nosotros mismos asumiésemos los servicios de mantenimiento de las máquinas, debido a la dificultad de las arrendadoras para llevar a cabo este servicio.


MANUTENÇÃO TECNOLOGIA

Vivemos um período de crescimento igual ao da década de 1970, o que nos obriga a contratar engenheiros ainda na faculdade e gera problemas, pois um profissional especializado precisa de pelo menos três anos de experiência em campo". anos e sempre me deparei com esse tipo de atrito. M&T – O que tem mudado na área de manutenção dos equipamentos? Melamed – A evolução dos equipamentos permitiu a adoção de rotinas mais inteligentes, com a programação das paradas e o menor impacto na produção. Mesmo nas obras mais afastadas dos grandes centros urbanos, conseguimos atender um pedido de peças rapidamente por meio de uma comunicação eficiente com os fabricantes ou seus distribuidores.

Com isto, vivemos uma realidade bem diferente da de algumas décadas atrás, quando o conserto de um equipamento poderia consumir cinco dias ou mais apenas no deslocamento do técnico ou para a chegada de uma peça ao local. M&T – Qual o principal desafio do setor neste momento? Melamed – Sem dúvida, é a escassez de mão-de-obra especializada em todos os níveis. A expansão do setor de construção e dos projetos de infra-estrutura abriu muitos pos-

tos de trabalho e precisamos correr para formar novos profissionais. Vivemos um período de crescimento similar ao da década de 1970, o que nos obriga a recrutar engenheiros civis ainda nas faculdades. Isto gera outro problema, pois um profissional especializado em construção de rodovias precisa de pelo menos três anos de experiência em campo. Por esse motivo, estamos desenvolvendo um treinamento intenso para os nossos estagiários e trainnes da área de engenharia, para que eles amadureçam profissionalmente de forma rápida e consistente. Além disso, fomos buscar muitos profissionais que já haviam aposentado e, nas obras de PCHs, contamos com vários engenheiros que participaram da construção da hidrelétrica de Itaipu. Esse contato entre gerações também contribui para a formação dos novos profissionais.


Duas décadas divulgando a evolução da tecnologia em equipamentos

QUEM QUER ATINGIR O MERCADO DE EQUIPAMENTOS ANUNCIA NA M&T, A REVISTA QUE FALA COM OS USUÁRIOS (CONSTRUTORAS, LOCADORAS E MINERADORAS), FABRICANTES, DISTRIBUIDORES, FORNECEDORES DE PEÇAS E SERVIÇOS.

LEIA NA PRÓXIMA EDIÇÃO (N° 119)

GERADORES DE ENERGIA

M&T EXPO 2009

Soluções para a alimentação do canteiro

O que muda na preparação da feira

USINAS DE ASFALTO

ELETRÔNICA EMBARCADA

Novas tecnologias para obras de pavimentação

AR CONDICIONADO Cuidados que melhoram a operação dos equipamentos

Comandos lógicos substituem as mangueiras hidráulicas

E mais: Reportagens com usuários de máquinas pesadas, entrevistas, custo horário de equipamentos e demais informações úteis para os profissionais de equipamentos e manutenção.

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