Revista M&T - Manutenção & Tecnologia Nº 119 - Novembro - 2008 - www.sobratema.org.br
SUPERMÁQUINA DO DESENVOLVIMENTO SOBRATEMA APRESENTA A NOVA IMAGEM DA M&T EXPO 2009 LA SUPERMÁQUINA DEL DESARROLLO SOBRATEMA PRESENTA LA NUEVA IMAGEN DE LA M&T EXPO 2009
nº 119 - Novembro - 2008
EDITORIAL
M&T Expo 2009 amplia foco nos ganhos de produtividade e de custos Consolidada como maior feira de equipamentos para construção e mineração da América Latina, a M&T Expo assume um novo foco para a edição 2009, com o objetivo de ampliar a base de visitantes sem perder a qualidade de público indispensável a um evento de negócios. Esta edição da revista M&T detalha a nova estratégia de comunicação da feira, que começa e ser implementada em conjunto com os expositores, para posicioná-la como o ambiente no qual as construtoras, locadoras e mineradoras poderão encontrar todas as tecnologias necessárias a suas operações. Nesse novo posicionamento, a feira transcende o universo dos equipamentos e se situa como um fórum de soluções de engenharia voltadas à maior produtividade e redução de custos em canteiros de obras e frentes de mineração. Além dos profissionais responsáveis pelo desempenho das máquinas, ela torna-se um centro de atração para os demais executivos, engenheiros e técnicos envolvidos na cadeia de decisão pela compra de equipamentos, como as áreas de planejamento, projeto, suprimentos e outras. Antecipando algumas das inovações que serão apresentadas na feira, esta edição da M&T também traz outras reportagens mostrando a contribuição dos equipamentos para uma operação mais produtiva e lucrativa. É o caso da matéria sobre usinas de asfalto, segmento no qual o princípio da transportabilidade evoluiu para o de instalações prontas para entrar em operação sobre o chassi. Desenvolvidas dentro do conceito plug and play, elas proporcionam ganhos de custo e de prazo na mobilização dos equipamentos. Outra reportagem trata do uso de combustíveis alternativos como solução para uma operação ambientalmente correta com grupos geradores. A tecnologia ainda não está disponível nos canteiros de obras, mas alguns projetos já estão gerando energia com ganhos ambientais e sociais, como a substituição de geradores a diesel por sistemas alimentados por biomassa no abastecimento de municípios carentes e isolados da Amazônia. Confira nas páginas a seguir.
M&T Expo 2009 abre el enfoque En calidad de principal feria de maquinaria para la construcción y la minería de América Latina, la M&T Expo abre el enfoque para la edición del 2009, con el objetivo de aumentar la diversidad del público sin desmedro de su calidad, requisito esencial para una muestra de negocios. Este número de la revista M&T describe en detalle la nueva estrategia de comunicación de la feria, que empieza a ser puesta en práctica conjuntamente con los expositores, a fin de que asuma el lugar que le cabe como el medio en el que las empresas constructoras, arrendadoras y mineras encontrarán toda la tecnología que necesitan para llevar a cabo sus operaciones. Desde este punto de vista, la feria trasciende el universo de la maquinaria y se convierte en un foro de soluciones de ingeniería para aumentar la productividad y reducir los costos en los obradores y frentes de extracción. Además de ser un foro dedicado a los profesionales responsables del desempeño de las máquinas, se transforma en un centro de atracción para el resto de los ejecutivos, ingenieros y técnicos que participan en la cadena de toma de decisión de la compra de maquinaria, tales como los de las áreas de planificación, proyectos, suministros, etc. Además de anunciar por anticipado algunas de las innovaciones que se presentarán en la feria, este número de la M&T incluye también otros reportajes que demuestran el aporte de las máquinas para incrementar la productividad y rentabilidad de las operaciones. Esto se aplica al artículo sobre plantas de asfalto, segmento en el que el principio de la portabilidad ha evolucionado y ahora hay instalaciones sobre chasis listas para entrar en funcionamiento. Diseñadas según el concepto plug and play, disminuyen los costos y los plazos de movilización de los equipos. Otro reportaje se refiere a la utilización de combustibles alternativos como una solución para hacer que la operación de los grupos electrógenos sea más ecológica. La tecnología todavía no está disponible para obras civiles, pero algunos proyectos ya están generando energía con beneficios sociales y medioambientales, como en el caso del reemplazo de generadores diesel por sistemas alimentados por biomasa en el abastecimiento de municipios pobres y aislados de la región amazónica. Más información en las páginas siguientes.
Revista M&T - Manutenção & Tecnologia
EXPEDIENTE
Nº 1 19 Nove mbro - 20 08 www .sob rate ma.o rg.b r
SUMÁRIO
PÓRTIC OS
PROJET ADOS PARA CARGAS PESADA S GRÚA
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PARA
CARGAS PESAD AS
Capa: Robô que representa a nova imagem da M&T Expo 2009 (Arte: Tortella)
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SOBRA TEMA
EXPO
2009
nº 119 - Novembro - 2008
Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção
SIMULA DORES REPRO DE DUZIN DO O
Comitê Executivo Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta Vice-Presidente: Eurimilson João Daniel Vice-Presidente: Ivan Montenegro de Menezes Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos Vice-Presidente: Jonny Altstadt Vice-Presidente: Mário Sussumo Hamaoka Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe Vice-Presidente: Paulo Oscar Auler Neto Vice-Presidente: Silvimar Fernandes Reis
Diretor Regional Petrônio de Freitas Fenelon (MG) VPS Engenharia e Estudos Wilson de A. Meister (PR) Ivaí Engenharia de Obras S/A Jose Luis P. Vicentini (BA) Terrabrás Terraplanagem do Brasil S/A Laércio de F. Aguiar (PR) Construtora Queiroz Galvão S/A Antonio Almeida Pinto (CE) Construtora Queiroz Galvão S/A
Revista M&T - Conselho Editorial Comitê Executivo: Cláudio Schmidt (presidente), Paulo Oscar Auler Neto, Silvimar F. Reis, Permínio A. M. de Amorim Neto e Norwil Veloso. Membros: Adriana Paesman, Agnaldo Lopes, Benito F. Bottino, César A. C. Schmidt, Eduardo M. Oliveira, Gino R. Cucchiari, Lédio Augusto Vidotti, Leonilson Rossi, Luiz C. de A. Furtado, Mário H. Marques e Pedro Luiz Giavina Bianchi. Diretor Executivo: Hugo José Ribas Branco Editor: Haroldo Aguiar Repórter: Rodrigo Conceição Santos Revisão Técnica: Norwil Veloso Assistente: Felipe Fernandes Traduções: Maria Del Carmen Galindez Publicidade: Sylvio Vazzoler, Roberto Prado e Giovana Marques Di Petta Produção Gráfica: DSGE A Revista M&T - Manutenção & Tecnologia é uma publicação dedicada à tecnologia, gerenciamento, manutenção e custos de equipamentos. As opiniões e comentários de seus colaboradores não refletem, necessariamente, as posições da diretoria da SOBRATEMA. Tiragem: 12.000 exemplares. Circulação: Brasil e América Latina. Periodicidade: mensal. Impressão: Parma Auditado por:
Filiado à:
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M&T EXPO 2009 I Sobratema apresenta a nova imagem da feira M&T EXPO 2009 Sobratema presenta la nueva imagen de la feria
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M&T EXPO 2009 II A feira vira notícia no Brasil e exterior M&T Expo 2009 El feria es noticia en el Brasil y exterior
18 GRUPOS GERADORES Alternativas para uma energia “limpa” GRUPOS GENERADORES Alternativas para una energía “limpia”
Diretoria Técnica André G. Freire (Terex) - Augusto Paes de Azevedo (Caterpillar) - Benito Francisco Bottino (Odebrecht) - Carlos Arasanz (Eurobrás - ALEC) Cláudio Afonso Schmidt (Odebrecht) - Dionísio Covolo Jr (Metso) - Edson R. Del Moro (Yamana Mineração) - Eduardo M. Oliveira (Santiago & Cintra) - João Miguel Capussi (Scania) - Felipe Sica Soares Cavalieri (Brasil Máquinas de Construção - Hyundai) - Franz Treu (Atlas Copco) - Gilberto Leal Costa (Odebrecht) - Gino Raniero Cucchiari (New Holland) - João Lázaro (CCCC) - Ledio Augusto Vidotti (GTM Máquinas e Equipamentos) - Luis Afonso Pasquotto (Cummins) - Luiz Carlos Furtado (CR Almeida) - Luiz Gustavo Pereira (Tracbel - Volvo) - Marcos Bardella (Brasif - Case) - Mario Humberto Marques (AG) - Nathanael P. Ribeiro Jr (Multieixo - Randon) - Paulo Lancerotti (Sotreq - Caterpillar) - Permínio A. Maia de Amorim Neto (Getefer) - Ramon Nunes Vazquez (Mills) - Ricardo Pagliarini Zurita (Liebherr) - Rissaldo Laurenti Júnior (Carraro S.A.) - Roberto Mazzutti (Auxter - JCB) - Sérgio Barreto da Silva (Geral Damulakis Engenharia SA - GDK) - Valdemar Shinhiti Suguri (Komatsu) - Yoshio Kawakami (Volvo)
OPERAÇ
TRABA LHO
ÃO SIMULADO NO MUNDO VIRTUA L EL TRABAJO RES DE CON TÉCNICAS OPER ACIÓN DE REALIDAD
REPRODU CIENDO
ESTUDO SOBRAT EMA
MERCA DO CRESC
Diretoria Executiva e Endereço para correspondência: Av. Francisco Matarazzo, 404 cj. 401 – Água Branca São Paulo (SP) – CEP 05001-000 Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192
E 46% PROYECCIÓ ALCANZA N SOBR UN CRECIMIE ATEM A NTO DEL
MERCADO
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USINAS DE ASFALTO I Uma fábrica sobre chassi PLANTAS DE ASFALTO Planta de asfalto sobre chasis
36 USINAS DE ASFALTO II Mudanças para a maior eficiência energética PLANTAS DE ASFALTO Cambios para incrementar la eficiencia energética
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ELETRÔNICA EMBARCADA O operador apenas gerencia a perfuração ELECTRÓNICOS INCORPORADOS El operador apenas administra la perforación
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GEOTECNOLOGIA Construtora constata ganhos com controle geométrico de equipamentos GEOTECNOLOGÍA El control geométrico de máquinas reporta beneficios
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INTERNACIONAL Brasileiros surpreendem na Bauma China INTERNACIONAL Brasileños sorprenden en la Bauma China
PERFIL
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Uma lição contra a crise PERFIL Una lección contra la crisis
60 SEÇÕESSECCIONES NotasNotas................................................................................................................06 ManutençãoMantenimiento.....................................................................................53 Espaço AbertoEspacio Abierto.................................................................................66
VIRTUAL
NOTAS
Petrobras investe US$ 1,6 bilhão na P-55 Um contrato no valor de US$ 857 milhões, firmado entre a Petrobras e o consórcio composto pela Construtora Queiroz Galvão, UTC e IESA, conclui a contratação dos serviços para construção da plataforma P-55, que vai operar no campo gigante de Roncador, na Bacia de Campos. Ele se refere à integração entre o casco, que está sendo construído no Estaleiro Atlântico Sul, e os diversos módulos operacionais (de compressão, desidratação de gás, energia etc.), cuja produção se dilui em diversos outros contratos. Com capacidade para a produção de 180 mil barris/dia de petróleo e de 6 milhões de m³/dia de gás natural, a P-55 será uma plataforma do tipo semi-submersível, cuja construção está orçada em US$ 1,65 bilhão. Ela vai operar em
lâmina d’água de 1.795 m, a partir de 2011, e sua produção deverá empregar um mínimo de 70% de conteúdo nacional, gerando cerca de 3.500 empregos diretos.
Como a Sobratema está reestruturando e atualizando a “Tabela de Custo Horário de Equipamentos”, que é divulgada aos associados e demais profissionais do setor pelo site da associação e pela revista M&T, deixamos de publicá-la temporariamente.
JCB amplia a linha de escavadeiras Atenta à demanda do mercado brasileiro, a JCB lançou duas escavadeiras hidráulicas com foco nos extremos em que esses equipamentos são aplicados: um modelo da classe de 17 t, para serviços mais leves e que demandam máquinas compactas, e outro de 32 t, para operações pesadas. A JS160 e JS330 chegam para reforçar a linha da empresa no País, inaugurada há cerca de um ano com o lançamento de uma escavadeira de 20 t, a JS200LC. Em outubro, a empresa avalia ter conquistado uma participação de 10% no segmento de máquinas de 20 t e, com os novos modelos, pretende ingressar
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na disputa por uma maior fatia do mercado de escavadeiras. Segundo Sidney Matos, gerente geral da fabricante, a JS160 destina-se basicamente às locadoras, enquanto a JS330 encontra apelo em operações com maior volume de produção, como obras pesadas, pedreiras e mineradoras. “Com estes lançamentos, ampliamos a gama de opções oferecida aos clientes”, diz ele. A menor da linha, com 111,6 kN de força de escavação (na caçamba), atinge 9.050 mm de altura de corte e uma profundidade de escavação de 5.940 mm. Já a JS330 alcança uma força de escavação de 191 kN na caçamba e opera até 10.280 mm de altura de corte e 7.390 mm de profundidade de escavação. “Os dois equipamentos atendem às normas internacionais de controle de emissões e estão disponíveis em versão com chassi mais longo, do tipo LC, que confere maior estabilidade ao serviço e menor pressão sobre o solo”, afirma Nei Hamilton, gerente comercial da JCB Brasil. Entre outras características, elas contam com cabine fechada e equipada com ar condicionado e seu sistema hidráulico
utiliza filtros de 1,5 micra, que estendem a troca de óleo para 5.000 horas. Além disso, são dotadas de sistema hidráulico regenerativo, que confere maior rapidez à operação, e dispõem de lubrificação centralizada na lança e no braço, com intervalos programados para cada 1.000 horas. Segundo Hamilton, alguns clientes já adquiriram unidades dos novos modelos, como a Schunk Terraplenagem (JS330), de São Paulo, e a CAS (JS160), de Sorocaba. “Oferecemos todo o suporte da fábrica e da rede de distribuidores JCB, além de contarmos com um centro de distribuição, em Guarulhos, que garante a disponibilidade de peças de reposição com rapidez”, ele conclui.
NOTAS
São Paulo terá centro para formação de motoristas A Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte (Fabet) prepara-se para iniciar a construção do seu centro de formação e qualificação de motoristas de caminhões no município de Mairinque (SP). As obras iniciam em janeiro e representam o primeiro passo da entidade para a instalação de uma unidade fora do estado de Santa Catarina, onde mantém sua sede no município de Concórdia. Considerada um centro de referência, a instituição atua no treinamento de motoristas e na área de ensino superior, oferecendo cursos de graduação e pósgraduação em logística e transporte. Ela atende tanto pessoas físicas quanto companhias interessadas em qualificar o quadro de pessoal, como transportadoras, empresas de logística, construtoras e demais usuários de caminhões. De acordo com Osni Roman, diretor superintendente da Fabet, o projeto tem um custo de R$ 5 milhões e envolve uma parceria entre a instituição e empresas que utilizam seus serviços. “Nós adquirimos o terreno e a execução da obra será realizada com as doações oferecidas pelos parceiros que aderiram à iniciativa.” A lista inclui as fabricantes Scania e Randon, além das companhias de logística Gafor, Martin Brower e Coopercarga, da Construtora Norberto Odebrecht e da Ambev.
Unidade poderá treinar 350 profissionais simultaneamente Segundo Afonso Mamede, diretor de equipamentos da Odebrecht, cerca de metade dos operadores de equipamentos no setor de construção trabalha transportando carga, dos quais 50% atuam na cabine de um caminhão basculante. Por esse motivo, ele demonstra entusiasmo diante da iniciativa, que possibilitará ações voltadas à formação e qualificação de um grande contingente de profissionais do setor. “Temos uma forte demanda nessa área, pois a construção se caracteriza por ser uma indústria itinerante, na qual a fábrica vai embora e o produto fica. Por esse motivo, operamos com muita mão-de-obra local, que precisa ser treinada a cada projeto”, diz ele. A Odebrecht costuma contratar os serviços da instituição, tanto para
Autoridades, diretores da Fabet e das empresas parceiras participam da solenidade de lançamento da pedra fundamental
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obras no Brasil como no exterior. Ocupando uma área de 40.000 m2, a unidade da Fabet em São Paulo terá três blocos pedagógicos, um centro administrativo, auditório para 550 pessoas, biblioteca, alojamento com capacidade para 130 pessoas e refeitório. Além das salas de aula, ela será dotada de laboratórios para disciplinas específicas, como manutenção de pneus, mecânica, informática, rastreamento via satélite e trem de força. A unidade também contará com uma pista construída para as aulas práticas e a avaliação dos alunos. Roman espera montar uma estrutura com capacidade para o treinamento de 350 pessoas simultaneamente. “Apenas na área de transporte rodoviário, que soma 130 mil empresas e uma frota em torno de 2,1 milhões de caminhões, o Brasil tem uma demanda de 90 mil motoristas qualificados”, ele avalia. Com a qualificação desse pessoal, o especialista estima uma economia de 15% no consumo de combustível, além de um aumento de 10% na vida útil dos pneus e da redução de até 47% nos índices de acidentes. Ou seja, vale a pena investir no treinamento do pessoal. O lançamento da pedra fundamental da obra contou com a presença de profissionais da instituição, bem como de executivos das empresas parceiras e de autoridades. As obras começam em janeiro e, até o final do primeiro semestre de 2009, Roman espera concluir
NOTAS
Renco expande o mercado de atuação Conhecida nos segmentos de terraplenagem e movimentação de solos, onde distribui os equipamentos da sul-coreana Doosan, a Renco está ampliando sua área de atuação. Com instalações em Camaçari (BA), Betim (MG), Goiânia (GO) e Aracajú (SE), a empresa acaba de incorporar novas linhas de máquinas ao seu portfólio de produtos. Em parceria com a australiana Allight, ela passa a responder pela distribuição e locação de torres de iluminação e grupos geradores fabricados por esta última. Segundo Danilo Jones, gerente da Renco, a comercialização de torres de iluminação será focada nos mercados de eventos, mineração e construção pesada. “Trata-se de um equipamento indicado para a maior segurança e produtividade em serviços noturnos, que reduz a fadiga dos funcionários e os riscos de acidente”, ele pondera. Os geradores
da Allight, por sua vez, são equipados com motor a diesel da Caterpillar e se caracterizam por serem móveis, para aplicação em canteiros de obras e mineradoras. Outra área na qual a empresa ingressou recentemente é a distribuição e locação de plataformas aéreas de trabalho, onde representa os equipamentos da canadense Skyjack. A linha inclui modelos do tipo tesoura, com acionamento elétrico, e plataformas com lança telescópica e capacidade para até 20 m de altura e 295 kg de carga. “São equipamentos que conferem maior segurança e produtividade em serviços realizados em grandes alturas, indicados para uso em montagem industrial, manutenção predial e de equipamentos, instalação elétrica, pintura e demais trabalhos de acabamento em construção civil”, explica Jones. A Renco atua nas regiões Norte e Nordeste, bem como nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e no Distrito Federal. Além dos equipamentos da Doosan, ela distribui a linha de compactação da Stone (rolos e placas vibratórias), os manipuladores telescópicos da Faresin e os acessórios hidráulicos da Rhino (rompedores, tesouras, caçambas e sistema de engate rápido).
BNDES identifica R$ 65 bilhões em projetos “irreversíveis” Atendendo um pedido do governo federal, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) elaborou um levantamento de projetos considerados “irreversíveis”, mesmo diante de um agravamento da crise financeira internacional, seja por questões contratuais ou por peculiaridades de cada um deles. Eles foram pesquisados basicamente nas áreas de energia elétrica e de siderurgia, dois setores chaves da economia, contemplando empreendimentos com
Usuários elegem Scania como melhor montadora O prêmio “Fornecedores do Transporte”, promovido pela NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), elegeu a Scania como melhor montadora de veículos pesados. Trata-se da nona premiação da empresa nesse concurso, cujos escolhidos são selecionados por empresários do setor de transporte e logística, com base em pesquisa que considera quesitos como abrangência da rede de distribuidoras, conforto na cabine, custo de manutenção, consumo de combustível, desempenho do produto e comprometimento ambiental, entre outros. O troféu foi recebido por Roberto
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Leoncini, diretor de veículos da montadora, que expressou satisfação com o reconhecimento dos clientes. “Este prêmio coroa nossos esforços no desenvolvimento de produtos e serviços com foco na qualidade e confiabilidade”, disse ele.
operações previstas para iniciar entre 2009 e 2011. Apenas no setor de energia elétrica, a lista inclui 24 usinas em fase de projeto ou de construção, totalizando R$ 35,9 bilhões em investimentos, dos quais R$ 16,8 bilhões financiados pelo BNDES. A relação apresenta ainda três projetos de usinas siderúrgicas já em implantação no País e expansões de empresas como a CSN, Gerdau e Usiminas, que somam mais R$ 28,8 bilhões. Com isto, os empreendimentos “firmes”, já contratados e em fase de execução, atingem R$ 64,7 bilhões apenas em dois setores da economia.
M&T EXPO 2009
SOBRATEMA APRESENTA A NOVA
IMAGEM DA FEIRA Uma nova etapa começa a ser trilhada na preparação da M&T Expo 2009, programada para realizar-se entre os dias 2 e 6 de junho de 2009, em São Paulo. Consolidada como a maior feira de equipamentos para construção e mineração da América Latina, ela já conta com todos os espaços para exposição vendidos e o foco da organização do evento concentra-se agora na sua divulgação. O objetivo é potencializar as estratégias dos expositores com ações que ampliem a base de visitantes. “Queremos aumentar a visitação sem abrir mão da qualidade do público, pois a M&T Expo tem o perfil de feira de negócios”, explica Afonso Mamede, presidente da Sobratema. Na última edição, em 2006, ela atraiu 34 mil visitantes, que passaram pelo Centro de Exposições Imigrantes interessados em conhecer as inovações apresentadas por 288 empresas. A meta para 2009 é de alcançar a marca de 350 expositores e a visita de 42 mil profissionais do setor. “Como já atingimos o limite físico do centro de exposições, alguns remanejamentos de ruas tornaram-se necessários para acomodar os expositores e, mesmo assim, temos empresas na fila de espera por uma desistência”, diz Hugo Ribas Branco, diretor executivo da feira. Tal situação contrasta com o cenário de crise econômica instalado no horizonte. Mas encontra explicação na lógica empresarial. Para enfrentar um ambiente ainda mais competitivo, os fabricantes de equipamentos e fornecedores de peças deverão aumentar os esforços na conquista de novos clientes e na manutenção dos já atendidos. E, para implementar tal estratégia, nada melhor do que a presença numa feira líder em seu setor, que atrai visitantes de toda a América Latina.
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Fotos: Marcelo Vigneron
Para atingir a meta de 42 mil visitantes, a M&T Expo 2009 amplia o foco e lança uma nova campanha de divulgação
MANUTENÇÃO&TECNOLOGIA
Foco ampliado Além disso, há de se ressaltar que os profissionais do setor – dos fabricantes de equipamentos aos usuários finais, como construtoras e locadoras – apostam na continuidade das obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). Mesmo porque o governo deverá manter os investimentos em infra-estrutura como um antídoto aos efeitos da crise financeira internacional na economia brasileira. Essa foi a impressão generalizada entre os presentes ao evento promovido pela Sobratema, em São Paulo, para apresentar a estratégia de divulgação da feira aos expositores (veja fotos nesta reportagem). Para isto, a associação reuniu fabricantes, distribuidores e fornecedores de peças e serviços, além de executivos de construtoras e locadoras, com o objetivo de estabelecer estratégias comuns voltadas à divulgação da M&T Expo 2009. O evento contou ainda com a cobertura da imprensa especializada, brasileira e internacio-
M&T EXPO 2009 Sobratema presenta la nueva imagen de la feria
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1- Afonso Mamede, da Sobratema 2- Vagner Barbosa, coordenador da campanha de comunicação 3- Milton Tortella, diretor de criação
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Comienza una nueva etapa de la preparación de la M&T Expo 2009, que se celebrará entre el 2 y el 6 de junio del 2009 en São Paulo. En calidad de principal feria de maquinaria para la construcción y la minería de América Latina, ya ha vendido todos los espacios de exposición y el cuerpo organizativo concentra sus esfuerzos en su difusión. El objetivo es potenciar las estrategias de comunicación de los expositores con acciones que amplíen la diversidad del público. “Queremos aumentar el número de visitantes sin disminuir su calidad, porque el perfil de la M&T Expo es el de feria de negocios”, explica Afonso Mamede, presidente de Sobratema. En la última edición, en el 2006, el público fue de 34.000 personas que visitaron el Centro de Exposiciones Imigrantes interesados en conocer las innovaciones presentadas por 288 empresas. El objetivo para el 2009 es llegar a la marca de 350 expositores y a un público de 42.000 profesionales del sector. “Como ya hemos alcanzado el límite físico del centro de exposiciones, fue necesario reorganizar algunas calles para dar cabida a los expositores y, a pesar de ello, hay empresas en lista de espera para casos de desistencia”, dice Hugo Ribas Branco, director ejecutivo de la feria. Para aumentar el público, Sobratema ha desarrollado una nueva estrategia de difusión, que ha sido presentada a los expositores en un encuentro celebrado en São Paulo. “Además del responsable de la maquinaria que suele visitar la M&T Expo, queremos atraer también a los otros profesionales que intervienen en la cadena de decisión de compra de la maquinaria usada en los obradores”, destaca Mamede. Esto se debe a que la tecnología exhibida en la feria trasciende el universo de la maquinaria y puede proporcionar soluciones de ingeniería para cualquier tipo de obra. Por lo tanto, la difusión se centrará en las empresas pequeñas, medianas y grandes.
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nal, garantindo sua repercussão em publicações de negócios e dos setores de construção e mineração. “Além do homem de equipamentos, que habitualmente visita a feira, queremos atrair também os demais profissionais envolvidos na cadeia de decisão pela compra das máquinas usadas no canteiro”, ressalta Mamede. Isto porque as tecnológicas apresentadas na feira transcendem o universo dos equipamentos e podem contribuir com soluções de engenharia para qualquer tipo de obra. “Os ganhos de produtividade e de custo proporcionados pelo uso dessas máquinas devem ser divulgados para todo o setor, mesmo para as empresas que ainda não ingressaram na era da construção industrializada”, pondera Vagner Barbosa, que coordena a campanha de comunicação da M&T Expo 2009. Por esse motivo, ele explica que a divulgação do evento será focada em empresas de pequeno, médio e grande porte.
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A supermáquina A distribuição das atividades de construção nos estados brasileiros e nos demais países da América Latina também será considerada no plano de mídia da M&T Expo 2009, que contempla a divulgação da feira não apenas em publicações do setor, mas também em jornais e revistas de negócios e emissoras de rádio e TV. Paralelamente, ações de marketing, de relacionamento e de assessoria de imprensa levarão constantemente ao público as informações sobre o que ele poderá encontrar na feira, as oportunidades no setor e a data do evento. Tudo de forma integrada entre a direção da M&T Expo e os expositores. Nessa estratégia, a feira ganhou uma nova imagem, traduzida na figura de um robô formado pela união de vários tipos de equipamentos de construção. Com o slogan “A supermáquina do desenvolvimento”, ela
se posiciona como o ambiente no qual o visitante poderá encontrar todas as inovações tecnológicas necessárias para a maior produtividade e redução de custo no canteiro de obras. “Esse enfoque surgiu de uma percepção que o mercado já tinha da M&T Expo, mas não era expresso de forma clara”, afirma o publicitário Milton Tortella, responsável pela criação da campanha. Ele se refere não apenas ao fato de a feira ser líder na América Latina, mas também por reunir as marcas de equipamentos mais relevantes do setor, proporcionando aos visitantes a oportunidade de travar contato com soluções para suas demandas. É dispensável relatar o clima de euforia entre os executivos da indústria ao serem apresentados à “supermáquina” quando, quase por instinto, procuram encontrar um equipamento de sua marca no corpo do robô.
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Sobratema: www.sobratema.org.br
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Fotos: Marcelo Vigneron
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A FEIRA VIRA NOTÍCIA NO BRASIL E EXTERIOR
Para divulgar a M&T Expo 2009 na imprensa brasileira e internacional, direção da feira promove uma préconferência, em parceria com expositores, com intensa programação de entrevistas e atividades profissionais Em meio ao furacão provocado pela crise financeira internacional e seu impacto nas economias globais, uma notícia otimista irradiou do Brasil para os demais países da América Latina. O conteúdo da informação era relacionado ao setor de equipamentos para construção e mineração e seu foco de irradiação foi a M&T Expo 2009. Como principal feira do setor no continente, ela patrocinou a visita de jornalistas estrangeiros ao País para uma pré-conferência com a direção do evento e executivos de alguns de seus principais expositores.
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Dessa forma, 15 jornalistas latinoamericanos e mais de uma dezena de profissionais da imprensa brasileira participaram de uma maratona de entrevistas coletivas com executivos da Case, Caterpillar, Ciber, Dynapac, Metso, New Holland e Volvo. Essas empresas aderiram ao projeto desenvolvido pela direção da M&T Expo 2009, para sua maior divulgação nos veículos especializados do setor, e durante as entrevistas, expressaram suas expectativas em relação ao mercado, as tecnologias presentes em seus equipamentos e os lança-
mentos previstos na feira. A pré-conferência desenvolveu-se ao longo de dois dias, reunindo jornalistas dos setores de construção e mineração da Argentina, Chile, México, Peru, Venezuela, Costa Rica e Cuba, bem como seus colegas brasileiros da área de negócios e da imprensa especializada. As atividades programadas contemplaram, além das entrevistas coletivas, uma série de atividades profissionais, incluindo almoços, jantares e coquetéis com executivos do setor. A lista de compromissos profissio-
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nais incluiu sua participação no evento de lançamento do novo plano de divulgação da M&T Expo 2009, bem como uma visita às obras do Rodoanel Mário Covas e ao centro de operações da concessionária Ecovias, que administra o complexo viário AnchietaImigrantes, ambos em São Paulo. Completando a lista de atividades, eles também visitaram uma usina de asfalto em operação pela EcoRoque Reis (acima) e Edmar de Paula (abaixo), da Case vias e as fábricas da Case, Dynapac e Metso, todas localizadas em Sorocaba (SP).
Investimentos na região As impressões colhidas nessa programação de atividades não poderiam ser melhores. É o caso da fabricante de máquinas rodoviárias Ciber, que espera encerrar o ano com um crescimento de 10% nas receitas, mesmo patamar obti-
do nos últimos exercícios. Segundo Walter Rauen, diretor presidente da empresa, as exportações para a América Latina e África representam cerca de metade dos negócios, com ênfase na exportação das usinas de asfalto, o carro-chefe da linha. “A demanda continua forte, pois estas regiões precisam continuar investindo na infra-estrutura de transporte”, ele pondera. Para disputar esses mercados, a empresa acaba de lançar uma linha de usinas de asfalto compacta, com foco na redução de custos e prazos de mobilização no canteiro, que será um de seus destaques na M&T Expo 2009. Além disso, com a aquisição da Kleemann pelo grupo Wirtgen, o controlador da Ciber, ela incorpora a sua linha de equipamentos uma família de britadores móveis. “São máquinas complementares a nossas ativida-
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Walter Rauen, da Ciber des, que pretendemos trazer para o Brasil e América Latina a partir do próximo ano, quando concluirmos a ampliação da fábrica da Kleemann, cuja capacidade está totalmente tomada”, diz ele. Edmar de Paula, gerente de marketing de produto da Case, cita o avanço da América Latina no mercado internacional de equipamentos como justificativa para os investimentos da empresa na região. Segundo ele, as vendas de máquinas da linha amarela no continente aumentaram de 32 mil unidades, em 2007, para 40 mil unidades, este ano, enquanto nos Estados Unidos a relação foi de 186 mil para 143 mil unidades e, na Europa, foi de 219 mil para 163 mil unidades. “Quando se considera o PIB das regiões, entretanto, em 2007 constatávamos a demanda de uma máquina para cada US$ 106 milhões de riqueza na
Dionísio Covolo, da Metso
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América Latina, enquanto na Europa esse índice era de US$ 66 milhões e, nos Estados Unidos, de US$ 75 milhões.” Tal situação, segundo ele, ilustra o baixo índice de industrialização nos canteiros latino-americanos, bem como uma tendência ao uso de frotas com elevada vida útil. Mas a situação começou a mudar e, em 2008, o crescimento do setor de máquinas no continente reduziu o índice para níveis próximos aos da Europa e Estados Unidos. Reconhecida como fabricante de equipamentos de menor porte, a Case está diversificando sua linha no Brasil e América Latina, com o recente lançamento de novos modelos de escavadeiras e minicarregadeiras. “Para 2009, estudamos a possibilidade de trazer quatro modelos de manipuladores telescópicos, rolos compactadores e uma escavadeira de 47 t”, afirma Edmar.
Máquinas compactas Esse otimismo também embala os planos da New Holland, fabricante pertencente ao mesmo grupo que controla a Case, a CNH. A empresa também ampliou sua linha recentemente no Brasil, com o lançamento de nove modelos de equipamentos simultaneamente, entre escavadeiras compactas e de grande porte, minicarregadeira, manipulador telescópico e pá-carregadeira. Gino Cucchiari, diretor de vendas e marketing para a América Latina, demonstra confiança no crescimento da demanda por máquinas menores. “Seu uso está relacionado à consolidação de uma nova cultura, pois as autoridades começaram a perceber o benefício que elas proporcionam ao viabilizar as obras sem impacto no trânsito das cidades”, ele pondera. A mesma confiança marca os planos da Dynapac, Volvo e Metso. Com o foco na área de serviços, esta última ampliou a oferta de soluções completas ao mercado, incluindo não apenas a venda de britadores e sistemas de classificação, mas também a operação e manutenção das instalações para o
Gino Cucchiari e Marco Borba, da New Holland cliente. A Dynapac, por sua vez, acaba de anunciar a produção de uma nova linha de rolos compactadores no Brasil, a partir de 2009. Já a Volvo vem numa seqüência de ampliações, que começou com o lançamen-
Paulo de Almeida Barros, da Dynapac to da família de minicarregadeiras e encerrou com uma nova linha de rolos compactadores, que a empresa herdou com a aquisição da Ingersoll Rand. Veja, a seguir, imagens de algumas atividades complementares da pré-conferência.
Yoshio Kawakami, da Volvo
Sobratema: www.sobratema.org.br
M&T EXPO 2009 1
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Além das entrevistas coletivas, a pré-conferência contemplou visitas à obra do Rodoanel de São Paulo (1), à usina de asfalto da Ecovias (2) e seu centro de controle de tráfego (3), bem como passagem pelo Centro de Tecnologia da Metso (4), pela fábrica da Dynapac (5) e compromissos com executivos do setor (6)
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GRUPOS GERADORES
ALTERNATIVAS PARA UMA ENERGIA
“LIMPA”
Apesar do avanço no uso de combustíveis alternativos, como o gás natural e biogás, os geradores a diesel dominam os canteiros de obra devido a sua maior confiabilidade Por Rodrigo Conceição Santos e Nelson Valêncio
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O uso de grupos geradores em canteiros de obras e mineradoras pode ir além do mero abastecimento de energia elétrica para essas áreas. Alimentados com combustíveis alternativos, além da tradicional matriz energética à base de combustível fóssil, eles podem contribuir para a eficiência da operação, para a redução de seus custos e um menor impacto ambiental. Na linha de frente dessa nova pos-
tura, a substituição do diesel pelo gás natural já desponta como uma alternativa consagrada. Mas não é a única. Experiências com biogás estão possibilitando a geração de energia a partir dos gases de decomposição de aterros sanitários ou dos materiais gerados em tratamento de esgoto. Pesquisas acadêmicas já evoluíram para experiências com o uso de óleos vegetais e biomassa na geração de energia
Fotos:Sotreq
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
– nesse último caso, com o emprego de bagaço de cana, cavacos de madeira e outros materiais. Segundo os especialistas, os geradores movidos a diesel conseguem aproveitar, em média, até 36% da energia calórica contida no combustível. O restante é descartado no meio ambiente na forma de dióxido de carbono (CO²). Isto se traduz em perdas, já que a maior parte do combustível consumido não é aproveitado na geração de energia. O meio ambiente também sai perdendo, num momento em que a humanidade precisa lidar com os efeitos do aquecimento global provocado pela emissão desses gases. “A principal vantagem dos geradores a gás natural é que seus motores aproveitam até 87% do poder calórico contido nesse combustível”, explica José Roberto Bruzadin, gerente executivo da Cummins Energy Solutions Business, divisão da Cummins Power Generation. Além desse maior potencial calórico, ele é um combustível mais limpo e permite a geração de energia tanto pela combustão quanto por processo térmico, com a produção de vapor a partir do aquecimento de água. Os motores a diesel também podem operar dentro do conceito de cogeração, mas o ganho obtido não ultrapassa a faixa de 50% da energia calórica do combustível.
GRUPOS GENERADORES Alternativas para una energía “limpia” El uso de grupos electrógenos en obras civiles y minas pode ir más allá del simple abastecimiento de energía eléctrica para esos lugares. Alimentados con combustibles alternativos, además de la tradicional matriz energética a base de combustible fósil, los generadores pueden contribuir a la eficiencia de la operación y a la reducción de costos e impacto ambiental. Dentro de esa nueva postura, la substitución del diesel por el gas natural ya se presenta como una alternativa consagrada. Pero no la única. Experiencias con biogás permiten generar energía eléctrica a partir de la descomposición de los residuos de los rellenos sanitarios o de los materiales producidos en las plantas de tratamiento de aguas servidas. Investigaciones académicas ya han fructificado en experiencias de generación de energía eléctrica con aceites vegetales y biomasa – en este último caso, se usa, por ejemplo, bagazo de la caña de azúcar, aserrín y residuos de madera y otros materiales. Según la opinión de los especialistas, los generadores movidos por diesel aprovechan, en promedio, un 36% de la energía calórica del combustible. El resto es liberado al medio ambiente en forma de dióxido de carbono (CO²). Eso representa pérdidas, ya que la mayor parte del combustible consumido no es aprovechado para generar energía. El medio ambiente también pierde, en un momento en que la humanidad tiene que lidiar con los
Foto: Odebrecht
GRUPOS GERADORES
Canteiro de obras: confiabilidade determina a geração a diesel Restrições no canteiro Esse modelo de aplicação ainda não chegou aos canteiros de obras no Brasil, mas apresenta um grande potencial de mercado e já é largamente usado em outros segmentos, como shopping centers e grandes edifícios comerciais. O complexo World Trade Center (WTC), localizado em São Paulo, é um exemplo. “Ele foi o primeiro de uma série de implantações realizadas pela nossa empresa, que já totalizam um parque de 27 MW de capacidade, computando todos os geradores a gás natural em operação no Brasil.” De acordo com Bruzadin, a solução se destina a instalações que demandam grupos geradores operando em tempo integral. “Como os equipamentos usados em canteiros de obras geralmente trabalham em regime de stand by, sua adoção pode não ser viável no setor de construção.” Paulo Trigo, gerente de vendas no Brasil da Caterpillar,
compartilha da mesma opinião. “Geradores movidos a gás não são viáveis, nem técnica e nem economicamente, em aplicações pontuais.” Para obras com duração média entre seis meses e um ano, Trigo avalia que a geração a diesel tornase mais prática. Isto se deve à maior mobilidade desses equipamentos em relação aos movidos a gás natural. Outra informação a se considerar é o custo de aquisição dos equipamentos a gás, superior ao dos geradores a diesel. Esse fator deve ser computado no processo de amortização do investimento, avaliando se a redução de custos no consumo de combustível compensa o investimento em um gerador mais caro. A diferenciação, em termos de aplicações, também conta na escolha do gerador. No caso do gás natural, os equipamentos precisam dispor de uma eletrônica embarcada mais complexa, uma vez que esse combustível
ATERRO BANDEIRANTES: FLUXO DA GERAÇÃO
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efectos del calentamiento global provocado por la emisión de esos gases. “La principal ventaja de los generadores a gas natural es que sus motores aprovechan hasta un 87% del poder calórico de esos combustibles”, explica José Roberto Bruzadin, gerente ejecutivo de Cummins Energy Solutions Business, división de Cummins Power Generation. Aparte de tener un mayor poder potencial calórico, es un combustible más limpio que permite generar energía, tanto a través de la combustión como del proceso térmico, produciendo vapor a partir del calentamiento del agua. Los motores a diesel también pueden operar según el concepto de cogeneración, pero el beneficio obtenido no supera el 50% de la energía calórica del combustible. Ese modelo de aplicación todavía no ha llegado a las obras en Brasil, pero presenta un gran potencial de mercado y es muy utilizado en otros segmentos, como en shopping centers y grandes edificios comerciales. El complejo World Trade Center (WTC), ubicado en São Paulo, es un ejemplo de ello. “Fue la primera de una serie de instalaciones montadas por nuestra empresa, que ya cuenta con un parque de 27 MW de capacidad, computando todos los generadores a gas natural en operación en Brasil.” De acuerdo con Bruzadin, la solución se destina a instalaciones que demanden grupos electrógenos que operen de forma de ininterrumpida. “Como los equipos en las obras generalmente trabajan en modo stand by, puede ser que este tipo de generadores no funcione en el sector de la construcción civil.”
GRUPOS GERADORES demanda maior controle em função de variações de sua composição. Tais variações alteram o desempenho do gerador e esse desnível precisa ser compensado e controlado automaticamente com os recursos eletrônicos. Para contrabalançar as diferenças, o gestor de energia deve saber qual o tipo de combustível que será utilizado e precisa ponderar todas as questões de custo e de desempenho, antes de selecionar o equipamento necessário. O poluente vira energia Trigo salienta que os motores movidos a diesel atingem maior torque do que os movidos a gás, outro motivo pelo qual encontram aplicação mais intensa nos geradores presentes em canteiros de obra. “Os motores a gás tendem a falhar em situações nas quais as cargas não são contínuas, como o acionamento do grupo gerador apenas nos horários de pico ou nos momentos de falta de energia”, ele afirma. Completando a lista de ponderações, o especialista aponta a disponibilidade de combustível como outro fator a se considerar. Enquanto o abastecimento dos equipamentos a diesel requer apenas um tanque para armazenamento de combustível, o dos geradores a gás exige uma infra-estrutura de distribuição. “A mobilização desses equipamentos fica limitada aos centros urbanos ou a locais que disponham de redes de abastecimento, a menos que o projeto contemple o uso de outro tipo de gás, como o biogás, por exemplo.” A título de exemplo, ele cita a geração de energia com o uso de gás metano gerado em aterros sanitários e minas de carvão. Nesses dois casos, a produção desse gás já foi encarada de maneira bem negativa, pois sua presença pode causar acidentes por combustão, além de contribuir para o aquecimento global. Mas dois projetos já em operação – um na Austrália e outro em São Paulo – mostram o reverso da medalha, ou seja, o uso do metano para gerar energia e, além de reduzir o consumo de combustíveis
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Aterro Bandeirantes: geradores alimentados com o gás de decomposição dos resíduos fósseis não renováveis, evitar a emis- madores localizados próximos aos são de um elemento responsável pelo geradores. No total, a instalação tem aumento da temperatura do planeta. capacidade para 22 MW e está interliO caso de São Paulo é bem conhe- gada à rede de distribuição de energia cido e vem sendo operado pela Bio- da concessionária AES Eletropaulo. gás Energia Ambiental, que detém a concessão para aproveitamento do Experiência australiana metano gerado no aterro sanitário O caso australiano, por sua vez, municipal Bandeirantes. No final de envolve o aproveitamento de metano 2006, esse aterro acumulava cerca de gerado nas minas de carvão de Ap30 milhões de t de lixo domiciliar, pin e Tower, localizadas na região de formando um imenso campo de gás Nova Gales do Sul. O sistema aciona metano. Ao invés de ser queimado 94 geradores, também da Caterpillar, em flares e de poluir o ambiente, totalizando uma capacidade instalada esse material está sendo aproveitado de 94 MW. Desse total, entre 4 MW para abastecer 24 geradores modelo e 10 MW são utilizados pelo compleG3516, da Caterpillar. xo mineral, cujo dono é o grupo BHP O projeto teve o suporte da Sotreq, Billinton. a distribuidora da marca, contemAs duas minas ficam localizadas plando a instalação dos equipamentos numa região que congrega uma das em duas salas de operação, cada uma maiores reservas mundiais de carvão. com 12 unidades. O gás é coletado no Juntas, elas produzem 2 milhões t/ aterro sanitário por meio de tubula- ano do minério, que fica disposto em ções verticais, a uma taxa de 12.000 camadas com gás metano contido. m³/h, e aquecido para possibilitar a Segundo o departamento de recursos geração de energia. O sistema opera minerais da região, essa formação miem tensão de 480 V, que é elevada neral, incluindo reservas da bacia de para 13,8 kV por meio de transfor- Sidney, somaria recursos da ordem de
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
511 bilhões de m³ de gás passível de recuperação. Para converter o carvão mineral em energia, a Energy Development Ltd. (EDL), distribuidora da Caterpillar na região, forneceu os 94 conjuntos de geradores, que foram projetados para aplicações com combustíveis alternativos. O projeto começou em 1994, com a instalação de dois protótipos de grupos geradores na mina de Appin. O objetivo era testar seu desempenho e os estudos de viabilidade indicaram que, apesar dos desafios de manutenção e de substituição de peças, a solução mostrava-se atrativa, tanto em termos de custos de capital quanto de operação a longo prazo. Com isso, outros 54 geradores foram enviados para o local, em 1995, e mais 40 unidades foram instaladas na mina de Tower. Desde então, o sistema opera a uma taxa de 8.000 horas anuais. Os geradores são acionados por motores de 16 cilindros, que operam a 1.500 rpm e atingem 1.030 kW de potência contínua. A eficiência na geração de energia se deve, em grande parte, a um sistema projetado pela EDL para controle da alimentação dos equipamentos. Ele regula o fluxo de ar e de combustível dentro de parâmetros voltados ao máximo desempenho do sistema, com ênfase na menor emissão de gases e nas variadas condições de carga e temperatura.
Foto: Cummins
GRUPOS GERADORES
Gerador a gás: maior aproveitamento calórico de combustível Ganhos na manutenção Os equipamentos são dotados de sistema de ignição eletrônica para que possam operar a uma alta carga. Um sistema eletrônico de controle monitora a quantidade de gás metano disponível e se comunica com o um controlador lógico programável (CLP), responsável por regular o seu transporte. Cada par de geradores fica conectado a um transformador de 2.500 kVA, responsável pela elevação da tensão de 415 V para 22 kV. Um transformador de 25 MVA, conectado à rede elétrica local, aumenta a tensão para 66 kV. O sistema completo consome 437 t/ dia de carvão contendo gás metano para a geração de energia. Durante a semana, nos horários de pico, entre 19h e 22h, o gás natural de Moomba, uma instalação próxima à usina, supre a demanda adicional. Para cuidar da manutenção desse sistema, as duas minas de carvão contam com uma oficina e uma equipe composta por 10 profissionais. Os cuidados adotados contribuíram para ampliar as paradas para reparos dos equipamentos de 40 mil para 60 mil horas, em alguns casos. Entre eles se incluem os programas de análise do fluido refrigerante e do óleo lubrificante. Nesse último caso, o acompanhamento dos parâmetros do lu-
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brificante permitiu a adoção de um período superior a 2.000 horas para sua troca. O estoque de suprimentos é gerenciado por um sistema eletrônico de controle de inventário. Fontes alternativas O desenvolvimento de projetos de geração de energia a partir de fontes renováveis é o foco do Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio), ligado à Universidade de São Paulo. A pesquisadora Sílvia Velázquez, coordenadora técnica do Cenbio, ressalta que alguns deles estão proporcionando ganhos ambientais associados a benefícios sociais. É o caso do projeto para suprimento de energia a assentamentos isolados na Floresta Amazônica, com a substituição de geradores a diesel por equipamentos movidos a biomassa. No assentamento de Aquidabã (AM), por exemplo, 180 famílias são beneficiadas com a energia gerada a partir da gaseificação da casca de cupuaçu, um fruto local. “Vendido in natura, o produto possui baixo valor agregado, mas com seu resíduo essa comunidade substituiu o consumo de 300 l/dia de óleo diesel.” A partir de pesquisas desenvolvidas pelo Cenbio e do intercâmbio com outros centros de pesquisas internacionais, ela ex-
plica que o sistema pode ser aplicado com o uso de outros resíduos, como cavados de eucaliptos e endocarpo – a camada que protege a semente – de babaçu. Sílvia cita ainda a experiência da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) com a geração de energia a partir de biogás gerado no tratamento de esgoto. O sistema foi testado na estação de tratamento de esgoto (ETE) de Barueri, na Grande São Paulo, com a instalação de um gerador acionado por motor de ciclo Otto convencional, dotado de microturbina – ambos com 30 kW de potência. Segundo ela, o sistema atinge um custo de geração de R$ 0,10 por kWh, valor inferior aos R$ 0,32 por kWh gastos com um gerador a diesel. “Já temos tecnologia para substituir até 80% do diesel utilizado na alimentação de motores dos grupos geradores”, afirma a pesquisadora. O sistema instalado na ETE de Barueri possui um potencial de geração de 2 a 3 MW, com produção concomitante de água quente para o aquecimento dos biodigestores. Sua eficiência, segundo ela, deve-se ao fato de produzir simultaneamente energia elétrica e calor (produção de água quente), o que também aumenta o rendimento global do processo de tratamento de esgoto. Para completar as opções de aplicação, é preciso acrescentar os exemplos que conjugam geradores a diesel e a gás. E harmoniosamente. Denominadas de geração híbrida, essas operações consistem no uso em paralelo de equipamentos das duas tecnologias. O gerador a diesel fica reservado para atender à maior demanda de carga, devido a sua elevada confiabilidade, enquanto o movido a gás atua nos intervalos de tempo – em geral, a maior parte do tempo operacional – reduzindo o consumo de combustível.
Caterpillar: www.cat.com.br Cenbio: http://cenbio.iee.usp.br Cummins: www.cumminspower.com.br Sotreq: www.sotreq.com.br
Fotos: Solaris
GRUPOS GERADORES
LOCAÇÃO EM ALTA A
s empresas que atuam na locação de geradores também estão atentas às demandas do mercado. Mas o gás natural não é um consenso. A Solaris, por exemplo, pertencente ao grupo argentino Sullair, aposta na demanda por equipamentos a diesel, contando com cerca de 400 unidades desse tipo, o que seria o maior parque para locação do País, segundo sua estimativa. De acordo com Henrique Maluf, gerente comercial da linha de geradores e de equipamentos de movimentação de terra da Solaris, a oscilação na qualidade e na composição do gás natural torna seu uso um desafio. Para compensar tais variações, ele explica que os equipamentos precisam incorporar muitos recursos de eletrônica embarcada, o que resulta em maiores custos e complexidade na operação. Maluf ressalta que a empresa investiu recentemente US$ 135 milhões no parque de geração,
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cuja capacidade instalada saltou de 130 MW para 230 MW. Além da expansão, essa política permite que ela opere com equipamentos com uma vida média de cerca de três anos. “Vamos manter esse ritmo de investimentos em 2009 e 2010”, diz ele. Os recursos serão aplicados não apenas em novos grupos geradores, mas também em acessórios, já que a Solaris pretende oferecer uma solução completa de geração de energia aos clientes. Somente em acessó-
rios para a ligação dos geradores, por exemplo, ela dispõe de 50 mil m de cabos elétricos, o equivalente a R$ 800 mil em ativos. O foco da empresa está direcionado para os mercados de construção civil, de manutenção industrial e grandes shows – como no caso do espetáculo da banda de rock Rolling Stones, no Rio de Janeiro. Para isto, a Solaris mantém um parque com potência entre 50 kVA e 500 kVA, que segundo sua avaliação cobre a maior parte da demanda. A vantagem da locação, segundo Maluf, reside no fato de os usuários mobilizarem rapidamente os equipamentos com capacidade adequada ao plano de energia traçado para sua operação. “Eles não querem saber a cor, marca e outras questões. Querem atender as demandas de energia, incluindo os acessórios, e esse cenário é ideal para quem oferece um serviço completo.”
USINAS DE ASFALTO
UMA FÁBRICA SOBRE CHASSI Em busca da redução de custos e de prazos na mobilização das usinas, o conceito de transportabilidade evolui para o de instalações prontas para entrar em operação sobre o chassi Após a revolução da portabilidade, que a partir da década de 1990 flexibilizou a mobilização e desmobilização das usinas de asfalto, um novo conceito se instalou nesse mercado de equipamentos. Nas novas gerações de usinas, a questão já não se resume à facilidade no transporte e montagem das instalações, mas à plena incorporação do princípio da mobilidade, com seu desenvolvimento num chassi único e dedicado. Com isso, elas se transformaram em verdadeiros equipamentos “plug and play”,
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prontos para iniciar a operação com poucos ajustes e montagens no campo. Segundo Gilvan Medeiros Pereira, diretor de vendas e marketing da Terex Roadbuilding, essa mudança de conceito surgiu com o fim do ciclo das “grandes obras”, quando as construtoras começaram a demandar equipamentos que agregassem maior mobilidade. “Mesmo com a retomada dos investimentos em obras rodoviárias, a partir desta década, as modificações se encaixaram perfeitamente
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
camento, nem a preparação do terreno para a instalação – um serviço que também demanda poucos dias. Trata-se de um cenário bem diferente de um passado não tão distante, quando uma usina fixa levava cerca de 30 dias para ser montada – devido à construção de tubulações e as instalações elétricas – implicando alto custo de mobilização em função das várias carretas usadas para seu transporte. Evolução nos materiais As usinas atuais também se adaptaram às novas exigências de produção de asfalto, principalmente com a adoção do misturador externo rotativo, que protege o ligante (CAP) e evita sua oxigenação, responsável pelo envelhecimento precoce do pavimento e a formação de trincas. “Elas foram projetadas para trabalhar de forma mais otimizada e com maior precisão na dosagem dos materiais, por meio de sistemas eletrô-
PLANTAS DE ASFALTO Planta de asfalto sobre chasis Luego de la revolución de la portabilidad que, a partir de la década de 1990, facilita la movilización y desmovilización de las plantas de asfalto, llegó un nuevo concepto a este mercado de equipos. En el desarrollo de las nuevas generaciones de plantas, la cuestión no se limita a la facilidad del transporte y montaje de las instalaciones, sino a la plena incorporación del principio de la movilidad; ahora ya vienen montadas sobre un chasis único y dedicado. Como resultado, se han transformado en verdaderos equipos “plug and play”, listos para ponerse en funcionamiento tras algunos ajustes y montajes en campo. Según Gilvan Medeiros Pereira, director de ventas y marketing de Terex Roadbuilding, este cambio de concepto
Foto: Ciber
nos requisitos atuais, que implicam menores custos e prazos de mobilização”, diz ele. O executivo explica que a transformação das usinas, de equipamentos transportáveis para instalações verdadeiramente móveis, com todos os componentes mecânicos e eletrônicos montados num mesmo chassi, permite um melhor planejamento por parte do usuário. “No período de chuva em determinada região, ela pode ser transportada para outra parte do País, minimizando sua ociosidade.” A Terex, segundo Pereira, já incorporou até mesmo o teste de fábrica, permitindo que a mobilidade das décadas passadas – que significava um processo conservador de no máximo duas transferências anuais – saltasse para outro patamar. “Conseguimos montar ou desmontar um equipamento de 150 t/h de capacidade em dois dias.” Nesse cálculo, ele não considera o tempo de deslo-
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Foto: Terex
USINAS DE ASFALTO
Usinas tornam-se menores e mais precisas na dosagem
nicos de controle da pesagem.” Pereira se refere a um avanço anterior à era da mobilidade, quando as usinas estacionárias gravimétricas substituíram as do tipo volumétrico com maior precisão na dosagem. Nessas últimas, o controle acontecia pela abertura dos silos de materiais que alimentavam a correia transportadora, onde uma mudança na velocidade poderia fazer a “receita desandar”. A experiência e intuição do operador no preparo da massa asfáltica foram substituídas por uma dosagem por variação de freqüência, que incorpora balanças de pesagem individuais para os agregados, sincronizando cada adição por meio de controle automatizado. O ganho de disponibilidade das usinas também foi obtido com a evolução da engenharia de materiais, proporcionando maior durabilidade a suas peças internas. “Com o uso de aço AR 400, que confere
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uma vida útil três vezes maior aos componentes, aumentamos os tempos de parada para troca das peças de desgaste.” Entre as inovações se incluem o emprego de aço 4340 na fabricação dos pinos e buchas das correntes do elevador, assim como o revestimento das chapas dos transportadores helicoidais de finos com carbeto de cromo. Na opinião de Pereira, os itens de maior desgaste de uma usina de asfalto são o misturador, a corrente, as laterais e o fundo do elevador de agregados, os transportadores de finos do filtro de mangas, os acionamentos e os roletes dos secadores. “Os componentes que exigem maior atenção são os que ficam expostos ao ambiente de mistura, como paletas, braços e materiais de revestimento, além das peças móveis, como engrenagens e correntes”, complementa Bernardo Ronchetti, coordenador de pesquisa e desenvolvimento da Ciber.
surgió en virtud del término del ciclo de “grandes obras” cuando las empresas constructoras sintieron necesidad de equipos con una mayor movilidad. “Incluso con la reactivación de las inversiones en obras viales, a partir de este decenio, los cambios encajan perfectamente en los requisitos actuales, que incluyen una movilización de costo más bajos y plazo más corto”, dice. Explica también que la transformación de las plantas, de equipos portátiles a instalaciones realmente móviles, con todos los componentes mecánicos y electrónicos montados sobre un solo chasis, permite una mejor planificación por parte del usuario. “En el período lluvioso de una región en particular, pueden ser transportadas a otra parte del país, a fin de reducir al mínimo su ociosidad.” Terex, según declara Pereira, ha incorporado, incluso, ensayos en fábrica, lo que permite que la portabilidad de los últimos decenios, un proceso conserva-
USINAS DE ASFALTO Projeto balanceado Ronchetti destaca ainda o avanço no balanceamento dos projetos, proporcionado por softwares que simulam a operação do equipamento em ambiente virtual e permitem dimensionamento para a maior qualidade da mistura. “Com isso, foi possível desenvolver projetos extremamente compactos e calculados para reduzir espaços normalmente superdimensionados em usinas estacionárias”. As mudanças também incluem o cuidado com o meio ambiente, com sistemas de exaustão dotados de filtros de mangas mais compactos e eficientes. Nessa categoria se inclui a adoção de queimador mais econômico e de elevada potência térmica, apesar de suas pequenas dimensões. “Isso resultou em usinas moduladas e bem distribuídas, com uma configuração adequada à necessidade do usuário e que permitem uma operação segura, confortável e eficaz em um espaço compacto”, afirma Ronchetti. Segundo ele, os investimentos da empresa em pesquisa e desenvolvimento (P&D) resultaram em um chassi dimensionado para supor-
Usina em operação na Argélia, na África
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tar a carga da usina, mas compacto como uma carreta de transporte convencional. Outro ganho ocorreu na qualidade da mistura asfáltica, com o deslocamento desse processo para o ambiente externo ao secador, o denominado misturador pug-mill (veja matéria na página 44). “Dessa forma, atingimos um nível de estabilidade e confiabilidade nessas usinas compactas que permite seu uso mesmo na produção de misturas mais complexas, como os asfaltos modificados por polímeros.” Com tais aperfeiçoamentos, os usuários das novas gerações desses equipamentos passaram a contabilizar ganhos logísticos na sua mobilização e operação. No caso dos modelos produzidos pela Ciber, a montagem pode ser feita por apenas uma pá-carregadeira, usada para a preparação do terreno e a movimentação dos módulos. O serviço é supervisionado por técnicos da empresa e geralmente não ultrapassa a cinco dias, sem considerar o tempo de transporte. Esse processo envolve a montagem da usina e os primeiros ensaios com a mistura, precedidos pela prepara-
Tempo de montagem reduziu de 30 para até dois dias dor que implicaba dos traslados anuales como máximo, diera un salto a un nuevo nivel. “Logramos montar o desmontar en dos días un equipo con capacidad de producción de 150 t/h.” Esta cifra no incluye el tiempo de desplazamiento, ni la preparación del terreno para la instalación de la planta, un servicio que también insume pocos días. Este es un escenario muy diferente del de un pasado no muy lejano, cuando, debido a la construcción de tuberías e instalaciones eléctricas, eran necesarios unos 30 días para instalar una planta fija y varios semirremolques para transportarla, lo que aumentaba considerablemente el costo de la movilización. Las plantas más modernas también se adaptan a las nuevas exigencias de producción de asfalto, especialmente con la incorporación del tambor rotatorio separado de la máquina, que protege el aglutinante (bitumen) y evita su oxigenación, responsable del envejecimiento prematuro del pavimento y la formación de grietas. “Han sido proyectadas para trabajar de forma más productiva y con una dosificación de materiales más precisa, por medio de sistemas electrónicos de control del pesaje.”
Fotos: Ciber
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
ção do terreno, a execução das bases de concreto, o aterramento da instalação – para evitar ruídos eletrônicos – e sua proteção com pára-raios. Somente a montagem, que vai da interligação dos subsistemas – como balança, motor etc. – até o aquecimento do secador e a calibração, consome 40% do tempo previsto. Desafios na exportação Se a necessidade logística impulsionou o desenvolvimento de usinas móveis mais compactas, quando o assunto é a exportação desses equipamentos, tal característica se revela um importante aliado para o acesso a alguns mercados. “Os maiores desafios estão no transporte pela região da Cordilheira dos Andes, onde enfrentamos altitudes
Brasif traz novos modelos para o Brasil Depois de ingressar no mercado de máquinas para obras rodoviárias com a linha de rolos compactadores, fresadoras e pavimentadoras da Bomag, em 2008, a distribuidora Brasif prepara-se para disputar o segmento de usinas de asfalto a partir de 2009. Segundo Rubens Brito, gerente de produtos, os equipamentos representados pela empresa são das marcas Marini, no caso das usinas estacionárias gravimétricas, e Ermont, para os modelos móveis do tipo contra-fluxo. Ambas as marcas pertencem ao grupo Fayat, que também é proprietário da Bomag. O foco da distribuidora está dire-
cionado para as grandes e médias construtoras, principalmente as com contratos para a execução de obras na América Latina e África. Dessa forma, Brito avalia que a entrega dos equipamentos poderá ser feita diretamente da fábrica. No caso das usinas de contra-fluxo, a Ermont disponibiliza modelos de 50 t/h a 600 t/h de capacidade, mas ele acredita que a maior demanda irá se concentrar nos modelos de 120 t/h. O executivo ressalta que a empresa teria instalado cerca de 500 usinas móveis e supermóveis pelo mundo, que já saem de fábrica com a instalação elétrica integrada.
elevadas e pontes de pequeno porte, e pelos países africanos, onde a infra-estrutura rodoviária também é subdimensionada e até mesmo improvisada”, afirma Ronchetti, ao citar dois mercados para os quais a Ciber exporta regularmente suas usinas de asfalto. Ele ressalta a segurança dos transportes marítimos, mas explica que as etapas de carga e descarga nas embarcações pode trazer surpresas desagradáveis devido ao excesso de trabalho a que se submetem os operadores portuários, com o conseqüente risco de acidentes. Mesmo assim, o especialista destaca que, na eventualidade de um sinistro, o seguro cobre as perdas registradas. Entre os desafios enfrentados pela Ciber para levar seus equipamentos a regiões de difícil acesso, Ronchetti cita a obra da rodovia Transoceânica, no Peru, em execução pelo consórcio Conirsa, composto por construtoras locais e pela brasileira Odebrecht. Para atender esse projeto, a fabricante forneceu uma usina móvel tipo contra-fluxo (UACF 19), responsável pela pavimentação de mais de 100 km de pistas na Cordilheira dos Andes. O equipamento foi deslocado até o canteiro em dois chassis e, de acordo com o especialista, mesmo operando a uma altitude de 4.000 m, apresentou bom desempenho em termos de consumo de combustível e qualidade da produção. Na mesma obra, a pavimentação de um trecho da rodovia na região da Floresta Amazônica, entre o Bra-
Foto: Terex
USINAS DE ASFALTO
Usina em contêineres
Foto: Lintec
As usinas de asfalto produzidas pela Lintec incorporam inovações típicas da engenhosidade alemã. Para disputar os mercados internacionais, a empresa desenvolveu equipamentos literalmente conteinerizados. Não se tratam de usinas que podem ser colocadas dentro de contêineres para embarque, mas de modelos que já saem de fábrica em módulos padronizados de acordo com as especificações internacionais de transporte em contêiner. De acordo com Leonardo Sampaio, gerente de vendas da empresa, duas construtoras brasileiras já testaram a tecnologia. Uma delas adquiriu quatro unidades, das quais três estão operando em obras na África – uma
modelo CSD 1500, com capacidade para 120 t/h e duas CSD 2500, de 160 t/h. A quarta, também de 120 t/h, foi mobilizada em um projeto em execução no Peru e pode ser considerada a primeira usina desse tipo a entrar em operação na América do Sul. Em relação à segunda construtora, o executivo afirma que as negociações para venda estão em estágio adiantado. Ele afirma que as usinas podem ser montadas no prazo máximo de uma semana, com o uso de um guindaste por apenas um dia. Além da rapidez, o que também resulta em menores custos de mobilização, a fabricante realiza a montagem e os testes pré-operacionais. Outro detalhe
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é que o equipamento requer apenas um terreno terraplenado para sua instalação, pois a solução não exige a execução de fundações. A redução de custo na produção de asfalto representa outro ganho, de acordo com Fernando Lima, exmilitar da área de engenharia com experiência em obras de infra-estrutura no Brasil, durante a década de 1970, e com doutorado na Alemanha, onde trabalhou durante dez anos. Ele destaca que a economia pode chegar a 10% em comparação com as instalações convencionais de torres. Isto porque somente o material frio é transportado para o topo da usina e o fluxo de materiais quentes segue um caminho natural. Dessa forma, a tecnologia suprime o elevador de material quente, além de permitir a disposição das peneiras em torno do corpo cilíndrico quente. O queimador também tem o seu consumo de energia reduzido porque a secagem e o peneiramento ficam localizados num mesmo componente. Devido ao design enclausurado do equipamento, o calor gerado permanece no contêiner e o sistema de filtros de mangas atinge maior índice de retenção. O projeto também possibilita fácil acesso para a manutenção, já que as instalações são dotadas de escadas internas e plataformas de trabalho em cada nível dos contêineres. “Apesar de ser um equipamento importado, a maioria de seus componentes conta com fabricantes ou representantes no Brasil, o que garante a reposição de peças”, afirma Sampaio. Segundo ele, essas características convenceram um de seus clientes brasileiros. “O engenheiro responsável visitou uma instalação em Angola que passava pela manutenção do queimador. Infelizmente, ele não viu a máquina funcionando, mas optou pela compra ao ver que a manutenção acontecia após nove anos de uso.”
Ganhos de custo e de prazo: a usina vai na carreta sil e o Peru, mobilizou outra usina móvel da Ciber, modelo UACF 12. Mesmo em se tratando de um equipamento de pequeno porte para um projeto de infra-estrutura, seu transporte exigiu a mobilização de várias barcaças devido à dificuldade de acesso ao canteiro. Para se adequar a esse tipo de situação, a empresa acaba de lançar uma linha de usinas ainda mais compacta que a família UACF: a Kompact, destinada a obras que demandam menor consumo de asfalto, outra característica detectada pela fabricante. O primeiro modelo da linha, a usina Kompact 500, com capacidade para a produção de 50 t/h, tem 2,6 m de largura por 14 m de comprimento (sem contar a carreta para transporte). Vale ressaltar que a menor da linha tradicional, a UACF 12, é 4 m mais longa. Além das dimensões compactas, sua flexibilidade para operar em áreas com pouco espaço se deve à configuração que permite o carregamento dos silos de materiais pelos dois lados, com a disposição do tanque flexível na posição perpendicular ou paralela. “Apesar do menor comprimento, seu secador possui uma zona de combustão que permite a injeção de fibras e cal”, conclui Ronchetti.
Brasif: www.brasifmaquinas.com.br Ciber: www.ciber.com.br Lintec: www.lintec-gmbh.de Terex: www.terex.com.br
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Foto: Ciber
USINAS DE ASFALTO
MUDANÇAS PARA A MAIOR
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Adoção do misturador externo e da tecnologia de contra-fluxo contribuem para a otimização do processo e para ganhos ambientais
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árias mudanças tecnológicas permitiram que os fabricantes de usina de asfalto aprimorassem o projeto desses equipamentos. Duas delas, em especial, possibilitaram a redução do consumo de combustível e da emissão de poluentes: o deslocamento da área de mistura para o ambiente externo ao secador e a adoção da tecnologia de contra-fluxo. Bernardo Ronchetti, coordenador de pesquisa e desenvolvimento da Ciber, ressalta que a adoção dos misturadores externos incorporou maior qualidade à mistura asfáltica. Esse ganho, segundo ele, deve-se ao fato de o ligante (CAP) não ser mais injetado na mistura dentro do secador, um ambiente quente. “Isso
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evita a volatilização de compostos do asfalto líquido que caracterizam suas propriedades de resistência mecânica e de adesividade.” De acordo com Ronchetti, os processos por tamboreamento com ligantes betuminosos exigem um superaquecimento do CAP, pois é necessário baixar a viscosidade do líquido para promover a mistura. No misturador externo tipo pug-mill, adotado pela Ciber, o ambiente é aquecido e se evita a queda de temperatura durante a mistura. Como se trata de um compartimento fechado, ele não permite a entrada de oxigênio. Outra vantagem dessa tecnologia é a possibilidade de alterar o tempo de processo para adaptá-la a qualquer necessidade da mistura. “O processo em ambiente externo produz
misturas asfálticas com as características originais do ligante e com uma boa cobertura de todos os tamanhos de pedras, além de uma temperatura uniforme, conforme as especificações do projeto.” Inversão no fluxo Gilvan Medeiros Pereira, diretor de vendas e marketing da Terex Roadbuilding, confirma os ganhos proporcionados pela tecnologia. Ele destaca que o pug-mill é um dos tipos de misturadores externos disponíveis e representa a evolução de um conceito anterior. “Este dispositivo já era utilizado nas antigas usinas volumétricas. A mistura externa, portanto, não se faz apenas com o pug-mill, tanto que nos equipamentos da Terex, por
Foto: Terex
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
PLANTAS DE ASFALTO Cambios para incrementar la eficiencia energética
exemplo, utilizamos o misturador externo rotativo, que consideramos um conceito mais evoluído.” Os especialistas destacam ainda a evolução proporcionada pela inversão no fluxo de trabalho em relação à corrente de gases aquecidos, a denominada tecnologia do contra-fluxo. Ronchetti explica que a mudança proporciona uma economia de energia, pois enquanto as usinas de fluxo paralelo apresentam um consumo de combustível de 7 a 8 l/t, os modelos de contra-fluxo atingem entre 5 e 6 l/t. “As usinas de fluxo paralelo só devem ser usadas quando os agregados apresentam altas taxas de umidade, acima dos 9,5%.” A média dos casos mais extremos de trabalhos
com agregados úmidos, segundo ele, oscila entre 4% e 5%. “Além dessa economia, a tecnologia de contrafluxo permite a saída de gases com temperaturas mais baixas, o que minimiza os efeitos ambientais”. Pereira complementa, enfatizando que o sistema concorre para eliminar as variáveis do processo de usinagem da massa asfáltica que podiam produzir a oxidação do ligante, com a conseqüente deterioração precoce do pavimento. Na lista de ganhos ambientais, ele complementa que, além do consumo mais eficiente de combustível, o processo realiza a queima total dos gases azuis, altamente tóxicos, que deixam de ser lançados no meio ambiente.
Misturador rotativo externo: processo no contra-fluxo
Detalhe da zona de mistura
Varios cambios tecnológicos han permitido que los fabricantes mejoren el diseño de las plantas de asfalto. Dos de ellos, en particular, han permitido la reducción del consumo de combustible y de las emisiones de gases contaminantes: el desplazamiento del área de mezcla hacia afuera del secador y la adopción de la tecnología de contraflujo. Bernardo Ronchetti, coordinador de investigación y desarrollo de Ciber, destaca que la adopción de los tambores externos mejoró la calidad de la mezcla asfáltica. Mejora que, dice, se debe al hecho de que el aglutinante (bitumen) ya no se inyecta en la mezcla en el interior del secador, que es un ambiente caliente. “Con esto se evita la volatilización de los compuestos del asfalto líquido que caracterizan sus propiedades de resistencia mecánica y capacidad de adherencia.” También hizo notar las ventajas que trajo aparejadas la inversión del flujo de trabajo en relación con la corriente de los gases calientes, lo que se denomina tecnología de contraflujo. El cambio propicia un ahorro de energía: las plantas de flujo paralelo consumen de 7 a 8 litros de combustible por toneladas producida, mientras que los modelos de contraflujo consumen solo de 5 y 6 l/t.
ELETRÔNICA EMBARCADA
O OPERADOR APENAS
GERENCIA A PERFURAÇÃO Com a integração da eletrônica embarcada aos dispositivos hidráulicos e mecânicos, jumbos de perfuração tornam-se mais precisos e proporcionam ganhos de produtividade ao serviço um mesmo comando. Nos jumbos mais modernos, todos os dados para a execução da perfuração podem ser inseridos no sistema eletrônico do equipamento por meio de um cartão PCMCIA. Em seguida, o operador posiciona a lança em determinado ponto pré-estabelecido da malha de fogo e traça as coordenadas da perfuração. Depois, ele acessa as informações no cartão de memória e dispara a operação. “Então, é só acionar
o comando do equipamento, por meio de um botão, e ele faz todos os furos programados”, explica Velimir Alberto Rosas Morales, supervisor do departamento de serviços de equipamentos para subsolos da Atlas Copco. Segundo ele, essa tecnologia permite que a máquina faça toda a furação sem a necessidade das tradicionais marcações com cal na frente dos furos, pois os pontos já estão configurados no software
Fotos: Atlas Copco
Nas escavações de túneis, qualquer falha na operação, como um furo mal executado pelo jumbo de perfuração, pode comprometer a eficiência do desmonte ou exigir até mesmo o retrabalho, como seu preenchimento com concreto e uma nova perfuração. Mas o sistema de eletrônica embarcada dos novos modelos de equipamentos está eliminando esse custo desnecessário ao integrar os acionamentos mecânicos e hidráulicos da máquina sob
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MANUTENÇÃO&TECNOLOGIA
cânicos e gestores de frota. Nesse último caso, ele permite a geração de relatórios sobre a precisão do serviço, comparando-o ao plano de fogo. Cada jumbo fabricado pela companhia contém um software customizado e um parâmetro exclusivo, que pode ser considerado seu DNA. “Esses parâmetros não podem ser mudados, pois estão associados à geometria dos braços, de modo que cada perfuração só é iniciada após a localização do ângulo de ataque que esse software cria para dar precisão ao processo.” Painel da máquina informa todos os parâmetros ao operador
de comando e disponibilizados no display da cabine. “Antigamente, os ajustes dos equipamentos eram acionados por um sistema hidráulico e hoje tudo é feito por um painel eletrônico”, diz Morales. A partir do alinhamento de uma das lanças,
as demais são posicionadas automaticamente de acordo com o estabelecido no plano de fogo. Além disso, o acesso ao sistema pode ser feito em diferentes níveis, disponíveis apenas para os operadores, ou também para os me-
Sistemas integrados Segundo Morales, nos equipamentos top de linha, todo esse procedimento é executado com o simples apertar de um botão. “Tudo isso funciona por meio de interface de um sistema chamado RCS, baseado em protocolos CAN
ELETRÔNICA EMBARCADA
Sistema faz todo o posicionamento de acordo com o plano de fogo
(Contoller Area Network).” A tecnologia RCS integra vários softwares de controle, que agem monitorando desde os níveis de pressão hidráulica até a movimentação das hastes e o avanço da ferramenta de perfuração. “Essas máquinas já nem têm mais manômetros para medir pressões, tudo é feito eletronicamente e os dados aparecem em tempo real no display para o operador.” Homero Farias, especialista da divisão hidráulica da Bosch Rexroth no Brasil, explica que na década de 1980 já se utilizavam protocolos de comunicação, como o CAN, para a interconexão dos dispositivos de controle eletrônico de equipamentos móveis e instalações industriais. “Nos últimos tempos, porém, essa tecnologia avançou nos equipamentos fora-de-estrada, principalmente com o advento da norma SAE J1939 para o uso do protocolo CAN nesse setor.” Com isso, os diferentes dispositivos do sistema podem se comunicar entre si, independentemente da marca a qual pertençam. Para Farias, as exigências de produtividade e de respeito ao meio ambiente têm impulsionado
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ELECTRÓNICOS INCORPORADOS El operador apenas administra la
a integração entre os dispositivos hidráulicos e a eletrônica embarcada dos equipamentos de perfuração subterrânea. Como exemplo, ele cita o trabalho da Bosch Rexroth em soluções desse tipo, como o fornecimento de sistemas de tração hidrostática e de acionamento de funções hidráulicas auxiliares. Nessa categoria se inclui o pulverizador de água dos jumbos de perfuração da Atlas Copco. “O sistema de tração hidrostática conta com bombas e motores de pistões axiais com redutores planetários, enquanto a eletrônica embarcada, composta por blocos de comando eletro-hidráulicos e dotada de tecnologia load sensing, interage com as bombas e motores de engrenagens.” Facilidade de operação Com essas tecnologias, o operador do equipamento assume a função de gerenciador da perfuração, acompanhando o processo
perforación En la construcción de túneles, cualquier falla durante los trabajos, como, por ejemplo, un barreno mal dirigido, puede comprometer la eficiencia del desmonte o, incluso, obligar a que se rehaga el trabajo, para lo que habrá que rellenar el agujero con hormigón y perforar otro. Sin embargo, gracias a los sistemas electrónicos incorporados a los nuevos modelos de máquinas es posible evitar ese gasto innecesario ya que permiten que se accionen, con un solo mando, los dispositivos mecánicos e hidráulicos de la máquina. En los carros perforadores o jumbos más modernos, se pueden transferir todos los datos referentes a las perforaciones al sistema electrónico de la máquina con una tarjeta PCMCIA. Después, el operador coloca el brazo en el punto establecido por el plan de tiro y determina las coordenadas de la perforación. Luego, accede a la información de la tarjeta de memoria y ejecuta el tiro. “Por último, acciona el mando de la máquina, presionando solamente una tecla, y así hace todos los agujeros programados”, explica Velimir Alberto Rosas Morales, supervisor del departamento de servicios de maquinaria para subsuelos de Atlas Copco.
MANUTENÇÃO&TECNOLOGIA
Dados da perfuração são inseridos no equipamento por cartão PCMCIA
executado pelo jumbo. Para isso, a máquina dispõe de um sistema de controle com interface amigável, permitindo que ele resgate informações anteriores sobre o trabalho já realizado. “Isso tudo sem parar o equipamento”, complementa Morales, da Atlas Copco. Outra novidade nesse sistema, de acordo com o especialista, está no cabeamen-
to para as ligações ao módulo de controle eletrônico. “Antes, esses cabos contavam com mais de 100 pares e nos modelos atuais utilizamos apenas quatro fios.” O sistema ao qual ele se refere emprega tecnologia da Bosch Rexroth e protocolo de comunicação CAN. “Essa solução permite configurar diferentes modos de opera-
ção e monitorar as variáveis do sistema com a geração de relatório de diagnóstico de falhas”, diz Faria. Com tal tecnologia, o especialista calcula que os equipamentos economizam cerca de 5% no consumo de combustível. Além disso, ele avalia que a transmissão de comandos por sinais elétricos confere maior flexibilidade à operação que os acionamentos hidráulicos. “Isso porque esse sistema permite o controle por rampa de aceleração e de desaceleração, possibilitando a seleção de modos de trabalho customizados para cada aplicação e contando com tempos pré-programados de desarme”, finaliza o especialista da Bosch Rexroth.
Atlas Copco: www.atlascopco.com.br Bosch Rexroth: www.boschrexroth.com.br
GEOTECNOLOGIA
CONSTRUTORA CONSTATA GANHOS COM CONTROLE GEOMÉTRICO DE EQUIPAMENTOS Por Franco Brazílio Ramos (*)
Depois de descrevermos os diversos sistemas de controle geométrico disponíveis para uso em tratores de esteiras, motoniveladoras e escavadeiras hidráulicas (M&T 113 – “Como preparar a máquina para o controle GPS”), e de falarmos sobre os testes necessários para sua instalação (M&T 114 – “Precisão e economia no controle de máquinas”), finalmente partimos para o exemplo de uma empresa que investiu nessa tecnologia e está colhendo os resultados em termos de produtividade e eficiência na execução do serviço. A empresa em questão é a Diedro Construções e Serviços que, frente às diversas modalidades de controles disponíveis, teve que optar entre os sistemas 2D indicativo, 2D automáti-
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co, 3D indicativo ou 3D automático. Entre o sistema 3D, para a execução de rodovias, e o 2D, indicado para obras de pátio, ela optou por esse último. Pelo perfil da obra à qual iria se destinar, a construtora avaliou que esse sistema dispensaria a conversão do projeto em uma superfície tridimensional (com coordenadas X, Y, Z), bastando a marcação de um plano – com um nível laser rotativo – para que a máquina seguisse a referência pré-estabelecida. O sistema foi aplicado em três motoniveladoras modelo RG140B, recém-adquiridas da New Holland, duas das quais mobilizadas na obra de um pátio de armazenagem, executada pela Diedro na usina da Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa),
em Cubatão (SP). Além das características do projeto, ideais para o uso do sistema de controle 2D, a proximidade dos grandes centros urbanos possibilitou o acompanhamento dos resultados obtidos. Na avaliação dos profissionais envolvidos, isto foi um fator determinante para a opção da Diedro, que executa obras em diversas regiões de norte a sul do Brasil. Quanto à decisão entre o uso de sistema indicativo ou automático, a escolha deste último foi motivada pelo fato de ser o que conduz aos maiores ganhos de qualidade e produtividade. Enquanto no sistema indicativo a execução do serviço fica por conta do operador, no sistema automático este profissional passa a controlar apenas a precisão do serviço, sem executar
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Técnicos instalam o sistema
efetivamente a movimentação da lâmina, que ocorre automaticamente. Tomada a decisão quanto ao sistema automático para controle da lâmina, partiu-se para a efetiva instalação do System Five Topcon. A construtora adquiriu três unidades do sistema (duas mobilizadas na obra da Cosipa), constituído basicamente por duas partes. Uma delas é o kit hidráulico, composto por válvulas, mangueiras, cabos e conectores, que permanecem fixados à motoniveladora e são os responsáveis pela movimentação da lâmina de acordo com os comandos emitidos pelo sistema de controle. Com esse kit, a motoniveladora fica definitivamente preparada para receber os diferentes modelos de controles geométricos. A outra parte do sistema é composta pelos sensores que detectam o plano demarcado pelo nível laser e pelo painel de controle. Com isto, ela comanda o kit hidráulico, movimentando a lâmina com alta precisão e velocidade de resposta. O controle é do tipo 2D automático, para a execução de platôs. Os módulos desse sistema podem ser complementados ou substituídos, para capacitar a máquina a executar diferentes serviços, como platôs com diversas inclinações ou projetos 3D, como rodovias e ferrovias. O engenheiro mecânico Sander de
Almeida, gerente de suprimentos da Diedro, explica que o sistema será útil na execução de futuros projetos da construtora, especializada em obras industriais, de saneamento, gás, hospitais, irrigação e obras-dearte especiais, entre outras. “Tirando a incorporação imobiliária, temos competência e capacidade para executar qualquer obra que seja do nosso interesse”, diz ele. Com 13 anos de atuação no mercado, a construtora mantém um quadro de 896 funcionários, além de 300 subcontratados, e responde atualmente pela obra da fábrica da Sandvik, em Vespasiano (MG), e pelo projeto da MMX, em Corumbá (MS). Ela também atua na instalação de um laboratório da Petrobras, na refinaria Revap, e de centros sociais do Sest/Senat em várias regiões do País, como Rio Verde (GO), Marabá e Santarém (PA), Rio Claro e Taubaté (SP). Após a instalação dos kits hidráulicos e dos itens de controle (painel de controle e sensores laser móveis), seguida pelo treinamento dos engenheiros e dos operadores dos equipamentos, iniciou-se a primeira operação efetiva com sistemas de controle geométrico de terraplenagem no Brasil. Os sistemas foram instalados no final de setembro e, durante dois me-
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GEOTECNOLOGIA
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ses, operaram sob severas condições de trabalho atendendo exigências de elevada produtividade. Para o engenheiro civil Ricardo Luiz Bruzinga, da Diedro, o resultado foi muito bom, mas seria ainda melhor com a adoção de um sistema de controle geométrico 3D. “Ele atendeu bem as exigências do trabalho, mas mostra-se limitado quando usado em mais de um plano, situação na qual necessitaríamos de outro nível de laser”, diz ele. Responsável pela execução da obra, incluindo a terraplenagem, drenagem, instalação elétrica, de iluminação, escritório e portaria do pátio, Bruzinga mostrou-se satisfeito com a produtividade obtida com o controle geométrico dos equipamentos. “O ideal seria usarmos o nível de dupla inclinação, para não ficarmos limitados a um plano, mas nesta situação o resultado foi ótimo.” Quando se trata da adoção de novas tecnologias, uma questão a se analisar é a capacidade de assimilação dos operadores de equipamentos em relação à novidade. O operador de máquinas Valdenir Jerônimo da Silva foi o primeiro profissional treinado para trabalhar com a nova ferramenta e utilizou o nivelamento a laser intensivamente ao operar sua motoniveladora na obra do pátio da Cosipa. “O sistema é fácil de operar e funcionou perfeitamente, proporcionando um bom acabamento ao serviço; além disso, com ele não precisamos do greidista nem do topógrafo para as medições; é só colocar o sistema para funcionar e sair trabalhando”, disse ele. Com os resultados obtidos nesse projeto, a construtora Diedro não descarta ampliar a aplicação de sistemas de controle geométrico dos equipamentos, podendo usar os sistemas 3D em futuros projetos de terraplenagem, com vista aos ganhos de produtividade e qualidade proporcionados pela tecnologia.
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Instalação do sistema abrange um kit hidráulico (1), um painel de controle (2), sensor laser móvel (3) e nível laser (4)
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(*) Franco Brazílio Ramos é engenheiro civil e gerente de produto da área Machine Control da empresa Santiago & Cintra.
GEOTECNOLOGÍA El control geométrico de máquinas reporta beneficios Después de describir los diversos sistemas de control geométrico disponibles para tractores topadores, motoniveladoras y excavadoras hidráulicas (M&T 113 – “Cómo preparar la máquina para el control GPS”), y de hablar sobre las pruebas necesarias para instalarlo (M&T 114 – “Precisión y economía en el control de la maquinaria”), presentamos, finalmente, el ejemplo de una empresa que ha invertido en esta tecnología y que está cosechando resultados positivos en relación a la productividad y eficiencia en la ejecución de los trabajos. La empresa Diedro Construções e Serviços, frente a las diversas modalidades de control disponibles, tuvo que optar entre los sistemas 2D indicativo, 2D automático, 3D indicativo y 3D automático. Entre el sistema 3D, para la construcción de carreteras, y el 2D, indicado para obras de playas industriales, eligió el último. Por el tipo de obra a la que se destinaría, la empresa constructora llegó a la conclusión de que con ese sistema no necesitaría convertir el proyecto en una superficie tridimensional (con coordenadas X, Y, Z), bastaba con contar con el relevamiento topográfico – con un nivel laser rotativo – para que la máquina siguiera la referencia preestablecida. El sistema fue incorporado a tres motoniveladoras modelo RG140B de New Holland, recién adquiridas, dos de las cuales están trabajando en la construcción de una playa de almacenamiento en la planta de la Compañía Siderúrgica Paulista (Cosipa), en Cubatão, estado de São Paulo, que Diedro tiene a su cargo.
Diedro: www.diedromg.com.br Santiago & Cintra: www.santiagoecintra.com.br
MANUTENÇÃO
CUIDADOS COM O AR CONDICIONADO
AUMENTAM A PRODUTIVIDADE Equipamentos com cabine fechada e ar condicionado proporcionam maior conforto ao operador e ganhos de produtividade, mas a manutenção do sistema exige alguns cuidados e reparos que devem ser feitos apenas por especialistas Operar um equipamento de construção não significa, necessariamente, uma tarefa cansativa e desconfortável. Com o foco na melhoria da produtividade, os novos modelos oferecem soluções de conforto ao operador, o que inclui o desenvolvimento de máquinas com cabine fechada e ar condicionado. Mas, como toda tecnologia, o sistema de ar condicionado desses equipamentos exige uma série de cuidados com a manutenção. O coração desse sistema é o
compressor, que só perde para as mangueiras no ranking de problemas responsáveis por falhas ou paradas no ar condicionado. Segundo os especialistas, as mangueiras devem ser trocadas a cada 10.000 horas, dentro de um planejamento de manutenção preventiva. Suas conexões merecem especial atenção, já que são cobertas por uma capa metálica ou de borracha, cuja função é permitir dilatações sem que as mangueiras sejam desconectadas.
Sistema capta o ar no teto da cabine
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MANUTENÇÃO
a ocorrência de superaquecimento no componente. Atenção com a ventilação Operações em dias mais quentes exigem uma atenção maior com os ventiladores, pois uma falha no sistema de resfriamento pode elevar a pressão do sistema e comprometer o funcionamento do compressor. Normalmente, o sistema possui um
PORQUE COMBATER A UMIDADE NO SISTEMA Sistema de ar condicionado: manutenção apenas por técnico especializado
O ideal é trocar as conexões e suas capas a cada 1.000 horas de operação, no caso das máquinas agrícolas, ou em intervalos de 2.000 horas, nos equipamentos usados em canteiros de obras e mineradoras. A troca dos dois componentes pode ser alternada – ora se substitui a capa, ora as conexões – o que é uma prática usual no mercado. Vale ressaltar que uma capa metálica custa, em média, cerca de R$ 1.000 e, caso sua troca seja negli-
genciada pelo usuário, o prejuízo com danos no sistema pode chegar a muitas vezes o valor desse componente. Em relação aos compressores, a primeira observação dos técnicos volta-se para possíveis falhas internas, geralmente ocasionadas por problemas de lubrificação ou de má condensação. Se o motivo do problema for a condensação, as falhas devem ter como origem a não expansão de calor do condensador ou
PROCEDIMENTOS DA MANUTENÇÃO PREVENTIVA As cabines de equipamentos de construção são dotadas de sistemas de ar condicionado muito específicos e diferentes daqueles usados para a refrigeração de ambientes. Por esse motivo, sua manutenção deve ser feita somente por técnicos especializados e treinados pelos fabricantes. Entre os procedimentos comuns nas manutenções preventivas, os especialistas recomendam: 1) Verificar todas as mangueiras, conexões e capas metálicas. As mangueiras devem ser substituídas a cada 10.000 horas trabalhadas, enquanto a troca das conexões e capas metálicas deve realizar-se cada 1.000 horas, no caso das máquinas agrícolas, ou 2.000 horas, nos equipamentos para construção e mineração; 2) Trocar os filtros de ar, de gás refrigerante e óleo. O intervalo para as trocas deve ser o mesmo adotado na substituição das conexões, tanto no caso das máquinas agrícolas como nos equipamentos de construção e mineração; 3) Durante os reparos, verificar o gás refrigerante e o óleo lubrificante do sistema, com cuidado para não contaminar o equipamento de reciclagem. 4) Evitar o uso de gases refrigerantes não recomendados pelos fabricantes, que podem conter materiais inflamáveis e provocar incêndio durante as manutenções; 5) Cada gás refrigerante exige calibradores, mangueiras e equipamentos de reciclagem específicos. Os especialistas recomendam, quando possível, a substituição do gás R12 pelo R134, que é ecologicamente mais correto.
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Todos os sistemas de ar condicionado contêm um dispositivo dotado de elementos químicos que absorvem a umidade do ar. Se ele está localizado do lado da alta pressão (entre o condensador e o evaporador), é chamado de filtro secador. Quando localizado no lado de baixa pressão (entre o evaporador e compressor), trata-se do acumulador. Nos dois casos, trata-se de um tanque metálico contendo uma substância química absorvedora de umidade. O ar permeia as mangueiras de borracha do sistema e pode ingressar nele, por exemplo, por meio de anéis do tipo “O” deteriorados. Mesmo que o sistema opere com um fluido refrigerante – o que significa que a pressão interna é maior do que a exterior – ainda assim ele pode ser contaminado com a entrada de ar. Dessa forma, ele incorpora a umidade, que precisa ser absorvida pelos filtros secadores ou acumuladores. Por essa razão, tais componentes devem ser verificados regularmente e substituídos quando necessário. A remoção da umidade se deve ao fato de que, em contato com o fluido refrigerante, ela forma ácidos que podem corroer as superfícies metálicas dos componentes e as mangueiras de borracha. Essa ação gera partículas que comprometem a circulação do óleo lubrificante, ocasionando falhas no compressor.
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
pressostato que desativa a embreagem eletromagnética como forma de proteção do compressor contra pressões elevadas. De qualquer forma, recomendase verificar constantemente o funcionamento dos ventiladores dos condensadores. Essa verificação pode variar de acordo com o tipo de equipamento e, no caso de algumas máquinas agrícolas, usa-se um amperímetro para medir a corrente elétrica e verificar se não há algo travando o sistema. Vale ressaltar que a presença de sujeira constitui a principal causa de problemas nesse componente. Uma ventilação com falha no funcionamento resulta em aumento de pressão, o que aquece as
Kit de componentes do sistema
mangueiras acima da média e pode provocar vazamentos de óleo, com a conseqüente parada do compressor. A solução para o problema passa pela limpeza dos condensadores e ventiladores com água ou produtos apropriados, um procedimento que consome no máximo 20 minutos – incluindo a secagem das peças – e evita paradas não programadas. Alguns tipos de equipamentos, como esca-
vadeiras hidráulicas, podem contar com dispositivos eletrônicos para o monitoramento dessas funções, com ventiladores de acionamento mecânico ou eletromecânico. Os especialistas em sistemas de condicionamento de ar para equipamentos pesados relacionam as falhas no funcionamento dos ventiladores a oito pontos principais: • Excesso ou falta de fluido re-
ATENÇÃO COM A SAÚDE Deixar de trocar o filtro de ar do sistema de condicionamento da cabine pode resultar em sérios problemas à saúde do operador do equipamento. Um filtro rasgado leva à trituração de partículas de poeira, cujo destino são os pulmões de quem está operando a máquina. O resultado, nesse caso, pode ser a incidência de bronquite ou outras doenças pulmonares. Segundo os fabricantes de ar-condicionado para equipamentos pesados, o sistema pode operar com diferentes tipos de filtros, como elementos comuns, filtros anti-pólen, filtros de carvão ativado e outros, cada um adequado a diferentes necessidades. Seja qual for o sistema usado, esses filtros precisam se submeter a limpeza e troca nos prazos estabelecidos pelos fabricantes. Além da manutenção e limpeza do filtro, recomenda-se ainda a desinfecção das bandejas de drenagem e dos dutos de ar com o uso de antibacteriano, pois estes são ambientes propícios à proliferação de bactérias nocivas ao sistema respiratório humano. Dados divulgados pela Volvo indicam que, quando submetidos a um programa cuidadoso de manutenção, os filtros do ar condicionado de seus equipamentos atingem eficiência de 90% na retenção de partículas de 0,1 a 0,5 micra, dependendo do ambiente de operação.
MANUTENÇÃO
O QUE OBSERVAR NOS REPAROS DOS COMPRESSORES 1)
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Sistema de ventilação exige uma série de cuidados
3)
frigerante; Presença de sujeira ou insetos bloqueando o condensador; • Obstrução no sistema de ventilação ou no radiador; • Embreagem ou válvula de pressão com defeito; • Estrangulamento da tubulação no condensador (no caso de manutenções); • Portinholas de operação inadequadas; • Fluido refrigerante contaminado ou fora das especificações; • Excesso de ar no sistema (gases não condensáveis). • Problemas com lubrificação Apesar de importantes, os problemas de ventilação são superados pelas falhas ocasionadas por uma lubrificação inadequada. O lubrificante dos compressores passa por um estágio de refrigeração semelhante ao processo que ocorre nos radiadores de automóveis, com a diferença de
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que o agente refrigerante é um gás. Os problemas, nesse caso, são causados principalmente pela perda desse gás. O abastecimento do óleo ocorre na área de refrigeração, e ele não circulará pelo sistema sem a presença do fluido refrigerante, comprometendo sua lubrificação. Os usuários devem ficar atentos a possíveis obstruções no sistema, que podem impedir a circulação do óleo lubrificante. Uma queda na pressão do sistema – em geral, abaixo de 10 PSI – pode significar a ocorrência de alguma obstrução no filtro secador, na válvula de expansão ou no tubo do orifício. O fechamento mecânico de uma válvula de expansão também compromete a lubrificação. Nesse caso, alguns tipos de válvulas devem ser removidos e inspecionados. Embora muitas delas possam ser limpas e recuperadas, o ideal é que sejam substituídas sempre que ocorrer algum problema. A presença de umidade no sistema constitui outro foco de problemas na lubrificação. Se o operador observar que o ar condicionado desliga automaticamente por um período de tempo e volta a funcionar inesperadamente, repetindo esse comportamento estranho, pode haver umidade no sistema. É preciso lembrar que defeitos no termostato também ocasionam esse tipo de falha.
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Certifique-se de que a embreagem do ventilador ou a montagem do ventilador elétrico estejam funcionando normalmente. Caso contrário, o componente precisa ser substituído ou reparado. Verifique os comutadores e controles dos ventiladores e/ou portinholas; Limpe a tela protetora contra insetos (se houver) e remova os detritos existentes no radiador ou no condensador; Observe se o fluxo de refrigerante pelo condensador está correto; Verifique se há vazamento de gás refrigerante. Para isto, existem instrumentos que identificam a perda de gás, evitando contaminações ou riscos de incêndio (no caso de refrigerante inflamável); Desconecte a linha de líquido na extensão da válvula de expansão para verificar a ocorrência de contaminantes, como óxido de alumínio, pó ou ferrugem. No caso de contaminação, o sistema inteiro deve ser lavado com jato de água ou um fluido de limpeza especial. Caso contrário, basta limpar a linha de descarga, o condensador e a linha de líquido; Dependendo do tipo de sistema, o tubo do orifício e a válvula de expansão devem ser substituídos, sendo que esta última pode ser submetida apenas a limpeza. O mesmo se aplica ao filtro secador e ao acumulador; Além de drenar o lubrificante do compressor, faça a purga do sistema usando um equipamento de reciclagem de refrigerante e abasteça-o com a quantidade adequada de óleo, quando fizer a troca.
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INTERNACIONAL
BRASILEIROS SURPREENDEM
NA BAUMA CHINA Missão técnica organizada pela Sobratema fica entre as cinco maiores delegações internacionais presentes na feira de equipamentos para construção de Shangai Composta por 132 empresários e executivos do setor, a missão técnica organizada pela Sobratema para a feira de equipamentos Bauma China se destacou entre as cinco maiores presentes ao evento, superada apenas pelas delegações da Índia, Rússia, Japão e Coréia do Sul. Em busca de oportunidades de negócios, esses profissionais aderiram ao programa Missões Técnicas, da associação, com o objetivo de conhecer as inovações tecnológicas apresentadas no evento, com vistas à aquisição de equipamentos para suas operações ou até mesmo de contratos para distribuição no Brasil. Nesse sentido, novidades não faltaram na Bauma China, que reuniu 1.608 expositores da indústria de equipamentos para construção, com um crescimento de 48% em relação à edição anterior, de 2006. Além dos fabricantes chineses do setor, como a XCMG, Sany, Zoomlion, LiuGong, Shangdong, Shantui e outros, o evento reuniu fornecedores de componentes e grandes players internacionais com operações ou intenções de realizar negócios no país, como a Doosan, Komatsu, Volvo, Wirtgen, grupo Fayat, Liebherr, JCB etc (veja fotos ao lado). Realizado em Shangai, na última semana de novembro, o evento ocupou uma área de 210.000 m 2 e atraiu cerca de 113 mil visitantes, dos quais 17 mil estrangeiros. “Apesar das incertezas em relação à crise financeira internacional, a feira é um sucesso devido à diversi-
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dade de soluções apresentadas e ao volume de profissionais que a visitam em busca de tais tecnologias”, declarou Zhang Xiaolin, vice-presidente do subconselho de máquinas do CCPIT, o Conselho da China para a Promoção do Comércio Internacional. Além de organizar a delegação brasileira, a Sobratema marcou presença na feira com um estande de 16 m2, onde reforçou os contatos com fabricantes, profissionais e entidades do exterior, divulgando as oportunidades de negócios no Brasil e a M&T Expo 2009. O trabalho não se limitou apenas a contatos diretos, mas também a uma apresentação realizada no seminário paralelo ao evento, onde a entidade apresentou seu estudo sobre a demanda do mercado brasileiro de equipamentos para construção.
INTERNACIONAL Brasileños sorprenden en la Bauma China La misión técnica organizada por Sobratema, integrada por 132 empresarios y ejecutivos del sector, para la feria de equipos Bauma China destacó entre las cinco mayores presentes en el evento, superada apenas por las delegaciones de India, Rusia, Japón y Corea del Sur. Con el fin de identificar oportunidades de negocios, esos profesionales participaron en el programa Misiones Técnicas de la asociación con el objetivo de conocer las innovaciones tecnológicas presentadas en la feria, con miras a adquirir máquinas y equipos para sus operaciones o, incluso, formalizar contratos de distribución en Brasil. En este sentido, no faltaron novedades en la Bauma China, que congregó a 1.608 expositores de la industria de máquinas y equipos para la construcción. La feria, que tuvo lugar en Shanghái, ocupó una superficie de 210.000 m2 y acogió a aproximadamente 113.000 visitantes, entre ellos 17.000 extranjeros.
PERFIL
JÚLIO EDUARDO SIMÕES
UMA LIÇÃO
CONTRA A CRISE A palavra “crise” definitivamente não existe no vocabulário de Júlio Eduardo Simões, presidente da Locar, empresa especializada em locação de guindastes e transportes especiais. “Momentos como o atual representam uma importante janela de oportunidades, motivo pelo qual eu prefiro tirar o ‘S’ da palavra crise”, diz ele. Filho do empresário Júlio Simões, que fundou a transportadora do mesmo nome, uma das maiores do País, ele resolveu seguir carreira solo e criou a maior locadora de guindastes do Brasil, que figura entre as 27 maiores do mundo, segundo a revista norteamericana Cranes Today. Com uma frota de mais de 300 guindastes, a Locar vai encerrar o ano de 2008 com um faturamento de R$ 345 milhões e crescimento de 90% em relação ao ano anterior.
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Para 2009, as projeções são mais modestas, mas nada que abale o empreendedorismo de Simões. Em meio a uma crise financeira de extensão global, ele acaba de incorporar novos negócios à atuação da empresa: a locação de plataformas aéreas de trabalho e de equipamentos para apoio a operações off-shore. Veja, a seguir, suas opiniões e o método de gestão adotado na Locar. M&T – Qual é a trajetória da Locar e como a empresa está posicionada atualmente? Júlio Eduardo Simões – Temos 20 anos de atuação na área de transporte pesado e na locação de guindastes, segmento no qual ocupamos a 27ª posição entre as maiores empresas do mundo, segundo levantamento da publicação Cranes Today. Operamos
com uma frota de mais de 300 equipamentos de elevação de cargas, entre guindastes telescópicos e até mesmo equipamentos maiores, sobre esteiras e treliçados, com até 1.500 t de capacidade de carga. Isso sem contar as carretas para transporte e demais equipamentos, que totalizam um parque de 700 máquinas. Além disso, ingressamos recentemente na locação de plataformas elevatórias e em serviços de apoio para a área marítima, o que exigiu a aquisição de balsas para as operações off-shore, sem contar nossa atuação no exterior, com locações em Angola, na Argentina, Uruguai, Chile e outros países latino-americanos. M&T – Com tantos negócios, detalhe a participação de cada um deles no faturamento da empresa. Simões – A área de transporte es-
PERFIL
pecial representa cerca de 15% dos nossos negócios, enquanto a de guindastes, incluindo a locação de guindastes de torre para construção civil, responde por aproximadamente 75% das operações. O restante fica a cargo dos outros segmentos mais recentes, mas acreditamos que as operações marítimas têm potencial para crescer e, em dois anos, contribuir com até 20% das receitas da empresa. Este ano, vamos atingir um faturamento de cerca de R$ 345 milhões, o que representará um crescimento de 90% em relação à receita de R$ 182 milhões obtida em 2007. M&T – Falando em novos segmentos de atuação, o que motivou a empresa a investir na locação de plataformas elevatórias e quais resultados ela está obtendo? Simões – Essa área agrega valor a nossas operações com guindastes, pois os dois tipos de equipamentos são usados conjuntamente, tanto na construção como na manutenção de grandes instalações industriais, como usinas siderúrgicas, cimenteiras e fábricas de papel e celulose. Dessa forma, nós passamos a oferecer um pacote de serviços completo para os clientes e não apenas uma máquina. Além disso, as normas de segurança em canteiros de obras impulsionaram o uso de plataformas aéreas em construção e manutenção predial, o que tornou atrativo esse negócio. Já
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recebemos 40 unidades das 90 adquiridas e, diante desse cenário, esperamos operar com um índice de locação de 80% da nossa frota de plataformas elevatórias. M&T – A locação de guindastes de torre também foi incorporada recentemente. Como está esse negócio? Simões – Ingressamos nessa área há pouco mais de um ano e operamos com um parque de 26 equipamentos. As características desse mercado são muito distintas, pois 60% das locações se destinam à construção civil e o restante corresponde à demanda de ou-
compra da balsa guindaste do Rio de Janeiro? Simões – Essa foi nossa primeira aquisição, junto com mais dois equipamentos que estão em Manaus (AM): uma balsa de carga de 3.500 t e um barco de apoio de 30 m de comprimento, usado para o carregamento de mantimentos. Agora, acabamos de comprar mais duas balsas dessa mesma dimensão, para fazer traslados em Belém (PA), e planejamos a aquisição de mais equipamentos para essa área. O objetivo é a oferta de serviços de apoio às empresas que detêm operações off-shore na área de petróleo, pois existem grandes empresas estrangeiras realizando esse trabalho para a Petrobras. Para atender apenas um contrato fechado com a Petrobras, pelo período de 36 meses, contratamos 120 funcionários para apoio às operações de petróleo na Bahia. Por esse motivo, acreditamos muito no potencial dessa área. M&T – Com essa diversificação, como a Locar otimiza os processos de mobilização e desmobilização da frota com vistas à maior disponibilidade dos equipamentos? Simões – Trabalhamos sempre com a meta de 100% de locação dos guindastes, mas o que conseguimos é algo
A locação de plataformas agrega valor a nossas operações com guindastes, pois os dois equipamentos são usados conjuntamente." tros segmentos, como petroquímicas, mineradoras e siderúrgicas. Além disso, a locação de um guindaste de torre se estende por prazos mais longos, geralmente de oito meses, em média, enquanto um guindaste móvel pode ser requisitado para apenas um dia de operação. Por esse motivo, nesse segmento trabalhamos com um índice de praticamente 100% da frota alugada. M&T – Qual o objetivo da Locar ao ingressar na área off-shore com a
em torno de 80% ou até 90%. No mercado de transportes pesados, no qual temos contratos esporádicos ou emergenciais, geralmente com clientes que exportam grandes cargas, operamos com cerca de 20% da frota disponível. Esse regime de operação é importante para dimensionar a manutenção, pois a mobilização de um guindaste de grande porte não pode contemplar um imprevisto ou uma parada não programada durante a
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operação do cliente. Por esse motivo, realizamos as manutenções nos equipamentos entre as mobilizações, o que acaba gerando essa ociosidade de 10% a 20%. Com as carretas, temos mais flexibilidade e podemos fazer as manutenções nos períodos de ociosidade, quando o equipamento está parado no pátio. Vale ressaltar que esse trabalho acaba sendo facilitado pelo fato de contarmos com uma frota relativamente nova; no caso dos guindastes móveis, por exemplo, a vida útil média é de três anos, o que reduz nossas preocupações com manutenção. Na parte de guindastes de torre, esperamos trabalhar com uma ociosidade de 20% a 25%, ocasionada pelo tempo de movimentação entre uma obra e outra. M&T – Qual a estrutura da empresa para suporte a essas operações? Simões – Temos a sede, em São Paulo, e filiais em Camaçari e Pojuca,
ambas na Bahia, bem como em São Luiz (MA), Contagem (MG) e Serra (ES), e escritórios nas principais capitais do País. M&T – A Locar já sentiu algum impacto da crise econômica internacional em seus negócios? Simões – Até o momento não tivemos nenhum corte de contrato de locação ou devolução de máquinas. Acredito que este cenário econômico poderá atrapalhar um pouco os negócios em 2009, pois os clientes podem prorrogar alguns projetos de expansão que estavam previstos, o que talvez reduza a mobilização de guindastes e a demanda por transporte de cargas especiais. Mesmo assim, o setor de transporte pesado deverá se manter mais imune aos efeitos da crise, pois ele demora para emplacar, mas quando o faz também demora para acusar uma queda. No atual cenário, deve-se observar que muitos
PERFIL projetos que foram contratados não serão revistos; eles prosseguirão dentro de seus respectivos cronogramas e isso deve manter certa regularidade nos negócios. Acredito que o segmento mais sensível à situação econômica é o de guindastes de torre, cuja locação depende basicamente do mercado de construção imobiliária. M&T – E na Locar, os investimentos estão sendo revistos? Simões – Estamos refazendo nosso planejamento estratégico, mas isso não significa que não investiremos em 2009, pois as encomendas de guindastes de grande porte se baseiam em cronogramas de entrega de longo prazo. Temos programação para a aquisição de equipamentos até 2010 e deveremos cumprí-la. M&T – Quais equipamentos a empresa pretende adquirir no próximo ano? Simões – Em 2008, investimos R$ 250 milhões na frota de equipamentos, incluindo a aquisição de balsas, plataformas aéreas, guindastes móveis e de torre. Para o ano que vem a estimativa também era ambiciosa, mas o momento exige cautela, motivo pelo qual estamos revendo o plano de investimentos. Basta destacar que, apenas nas duas
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balsas que encomendamos para as operações off-shore, estamos investindo mais de R$ 10 milhões. M&T – Nesse cenário de crise financeira, qual o principal desafio para a Locar? Simões – A liberação de crédito para investimentos, pois além da escassez de recursos no mercado financeiro, as taxas de juros estão muito elevadas. Felizmente, nós operamos com baixo nível de endividamento, fruto da nossa visão tradicional de negócio. Contudo, vejo essa crise com bons olhos e acredito que ela será a prova de fogo para o Brasil crescer e se consolidar como uma economia emergente.
Una lección contra la crisis La palabra “crisis” definitivamente no existe en el vocabulario de Júlio Eduardo Simões, presidente de Locar, empresa especializada en arrendamiento de grúas y transportes especiales. “Momentos como el actual representan un importante nicho de oportunidades, motivo por el cual prefiero hablar de retos y no de problemas”, dice. Hijo del empresario Júlio Simões, fundador de la empresa de transporte del mismo nombre, una de las más grandes de Brasil, decidió emprender su propia carrera y creó la mayor empresa arrendadora de grúas de Brasil, que aparece entre las 27 más grandes del mundo, según el ranking publicado en la revista norteamericana Cranes Today. Locar, que cuenta con un parque de más de 300 grúas, va a cerrar el cerrar el año 2008 con una facturación de 345 millones de reales y un crecimiento del 90% con relación al año anterior. Para 2009, las proyecciones son más modestas, pero no a punto de alterar el espíritu emprendedor de Simões. Pese a la actual crisis financiera de escala mundial, acaba de ampliar la línea de negocio de la empresa ofreciendo servicios de alquiler de plataformas para trabajo en altura y equipos de apoyo para plataformas
off-shore. A continuación, un breve resumen de sus opiniones y del método de gestión seguido por Locar. M&T – ¿Cuál es la trayectoria de Locar y qué posición ocupa actualmente la empresa? Júlio Eduardo Simões – Tenemos veinte años de experiencia en el área de transporte pesado y arrendamiento de grúas, un segmento en el que ocupamos la 27ª posición entre las más grandes del mundo, de acuerdo con la encuesta publicada en Cranes Today. Operamos con un parque de más de 300 equipos de elevación y manipulación de cargas, entre ellos grúas telescópicas, y otras de mayor envergadura, sobre orugas y reticuladas, con una capacidad de carga máxima de 1.500 toneladas. Sin considerar los carretones o remolques para el transporte y otros equipos, que forman parte de un parque de 700 máquinas. Además, recientemente comenzamos el negocio de alquiler de plataformas elevadoras y de prestación de servicios de apoyo para el área marítima, lo que demandó la adquisición de barcos para las operaciones off-shore, sin mencionar nuestras actividades de arrendamiento en países como Angola, Argentina, Uruguay, Chile y otros latinoamericanos.
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EQUIPAMENTOS PARA FUNDAÇÕES ROLAMENTOS Tecnologias que otimizam o serviço As melhores práticas na operação e manutenção
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Cinta adequada à norma de elevação de cargas
As cintas para amarração e elevação de cargas da Tecnotextil já estão sendo comercializadas dentro das exigências da norma NBR 15637, homologada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) em novembro. A nova normatização, válida para cintas planas e tubulares, regulamenta o processo de fabricação e os ensaios de qualidade e resistência do produto. Além disso, ela determina que o produto seja fornecido com a identificação do fabricante, da forma como utilizá-lo e de itens fundamentais para a segurança da operação, como sua capacidade máxima de trabalho (CMT) e o fator de segurança (FS).
Terex redesenha suas lanças telescópicas
Isto significa que, para içar uma carga de 5.000 kg por ponto de elevação, por exemplo, o usuário deverá empregar uma cinta com CMT para esse valor, independentemente de ter um FS de 7:1. Confeccionadas em poliéster, as cintas da empresa são indicadas para uso em guindastes, pórticos, pontes rolantes, side booms e demais equipamentos aplicados em elevação de cargas. Elas são fabricadas dentro de padrões de qualidade ISO 9001, com procedimentos para sua rastreabilidade, outra exigência da norma NBR 15637.
A nova geração de lanças telescópicas autopropelidas S-80 e S-85, da marca Genie, incorpora modificações voltadas à melhoria na sua operação e manutenção, com vistas à redução de custos e maior produtividade. Para isto, a Terex redesenhou os equipamentos, cuja largura total de 2,48 m, tanto no trailer quanto na área de trabalho, facilita seu transporte sem a necessidade de licença especial. Como os eixos são fixos, as máquinas estão prontas para sair do trailer, aumentando a produtividade no trabalho. O sistema também melhora a durabilidade dos equipamentos e reduz custos de manutenção, pois conta com poucos componentes hidráulicos e partes móveis. Além disso, as lanças foram dotadas de pivô virtual, que melhora seu equilíbrio na posição de elevação e elimina a necessidade de contrapeso extra, além de proporcionar maior desempenho em terrenos difíceis. O sistema de controle também foi melhorado e, com sensores de ângulo, oferece maior conforto ao operador. O modelo S-80 teve seu cilindro trocado e, além do sistema de cabo, agora está mais leve, entre outros aspectos. As mangueiras hidráulicas do chassi foram substituídas por linhas de maior diâmetro, com foco no seu desempenho e facilidade de manutenção.
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Aplicador elétrico de graxa Indicado para uso em equipamentos de construção, o lubrificador elétrico KPL-24 pode ser mobilizado em serviços pontuais de aplicação de graxa ou equipar o sistema de lubrificação centralizada das máquinas. Trata-se de um dispositivo portátil, com elevada pressão de descarga (até 4.061 PSI), dotado de baldes com capacidade para cinco galões de graxa. Seu desempenho superior também se deve ao projeto do êmbolo, que per-
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mite esvaziar o recipiente de graxa por completo. Segundo a Vibropac, que traz o produto para o Brasil, ele possibilita uma redução de até 50% nos custos de manutenção, eliminando o consumo de ar comprimido na oficina ou canteiro de obras. Além disso, é uma solução versátil, resistente e de alta confiabilidade, com mais de 20 anos em operação no exterior sem apresentar problemas. www.vibropac.com.br