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A ERA DAS MÁQUINAS
Doca com portas de travamento
hidráulico em Londres, construída em 1880
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Surgem as redes de água pressurizada
Por Norwil Veloso
Atransmissão de potência por via hidráulica baseia-se nas experiências de Pascal realizadas em 1647, que basicamente demonstraram a possibilidade de multiplicação de força por meio da transmissão de pressão, um conceito usado até hoje em prensas manuais.
Apesar de sua evidente adequação a aplicações em guindastes, o sistema não foi usado na primeira metade do século XIX, principalmente devido à baixa confiabilidade e deficiência na conversão do movimento linear do pistão para o rotativo de um tambor. Assim, os guindastes continuaram a usar o acionamento humano, sobre o qual já discorremos anteriormente neste espaço.
Durante a segunda metade do século XIX, os motores a água foram muito utilizados na Europa e nos Estados Unidos. Estruturalmente, eram pequenas turbinas hidráulicas, alimentadas pela rede de distribuição de água e que podiam acionar qualquer dispositivo hoje movido a eletricidade.
Mas as flutuações de pressão nas redes urbanas criavam problemas sérios para o funcionamento dessas turbinas, fazendo com que o consumo de água aumentasse muito. Por essa razão, deixaram de ser usadas nos Estados Unidos já a partir do início do século XX. Na Europa, contudo, foi desenvolvida uma solução para o uso de motores a água de alta pressão, que fez com que a transmissão de potência por essa via tivesse uma importante evolução.
EVOLUÇÃO
Foram então implantadas redes hidráulicas especiais, usadas somente para acionamento de motores e ligadas a uma geração de água sob pressão maior e com vazão muito mais regular, o que tornou possível a invenção do acumulador hidráulico.
Com a evolução da tecnologia do aço a partir de 1830, esse material passou a ser usado na fabricação de navios, que se tornaram
maiores e mais pesados, tornando inadequados os equipamentos de manuseio de carga usados até então. Na maioria dos estaleiros e portos, passaram a ser usadas máquinas acionadas por motor a vapor, lançadas a partir de 1850. Na Inglaterra, contudo, surgiu uma alternativa: os guindastes acionados por água sob pressão, lançados por William Armstrong em 1840.
Ciente de que essa solução funcionava melhor para um movimento lento e contínuo, Armstrong projetou um curso completo para cada movimento do pistão, multiplicando a força através de polias. Contudo, o fornecimento irregular em termos de vazão e pressão da rede pública de água potável exigia um alto consumo para manter o funcionamento nas condições necessárias, criando problemas para o funcionamento da máquina, assim como na distribuição local de água para os consumidores.
A solução foi o acumulador de água, criado pelo próprio Armstrong, que podia gerar pressões da ordem de 700 psi ou mais, quase dez vezes a pressão das redes públicas, utilizando um pistão cheio de lastro com diâmetro de 45 cm e curso de 6 a 7 m, elevado por uma bomba acionada por um motor a vapor.

A partir da esquerda: ilustração mostra acumulador, guindaste e elevador com conceito hidráulico
ACUMULADORES
A criação do acumulador ampliou significativamente o conjunto de máquinas de acionamento hidráulico. A pressão das redes tornou-se mais confiável e puderam ser acionados equipamentos domésticos e de oficina, além de máquinas que reque-




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