Táticas Urbanas: do conceito à prototipagem

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E-book registro da 1ª turma Curso de Férias / Jan/Fev-2016 Coletivo Centopeia

Táticas Urbanas Do Conceito à Prototipagem

Goiânia/GO – Brasil - 2016


Sumário TÁTICAS URBANAS

3| 5| 6| 7|

A Sobreurbana As Táticas Prototipagem Como usar

DO CONCEITO À PROTOTIPAGEM

8| 11 | 12 | 15 | 20 | 22 | 28 | 29 | 30 | 33 | 36 | 42 | 43 |

Escopo previsto Atos 1 e 2 – Nivelamento teórico Ato 3 – Escolha da área de intervenção Ato 4 – Diagnóstico macro Ato 5 – Diagnóstico micro Ato 6 - Ideação Ato Extra 1 - Execução Ato 7 - Execução Ato 8 - Execução Ato Extra 2 – Execução e avaliação Inauguração da Mostra de Arte Urbana no Brasil Central Considerações Finais Os Taticistas

Táticas Urbanas – Do conceito à Prototipagem

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omos um estúdio de intervenções urbanas e culturais. Trabalhamos de forma colaborativa, ligando empreendedores, artistas, governo, organizações não governamentais e sociedade, em favor de uma cidade mais criativa, inteligente, tolerante e sustentável. Fazemos a cidade com as nossas próprias mãos, mentes e corações. Queremos melhorar a experiência das pessoas nas cidades através da ativação dos espaços públicos, tornando-os mais acolhedores, seguros, adequados às dinâmicas da vida social e promovendo a cultura urbana.

Desde o nosso surgimento no ano de 2013, na cidade de Goiânia, temos como missão atuar pela melhoria da qualidade dos espaços púbicos e pela promoção da cultura urbana, acreditando

que precisamos de

melhores cidades para as pessoas, mas também de melhores pessoas para as cidades. Nossa

atuação

inclui

um

leque

diversificado de atividades, buscando alinhar importantes referências teóricas e pesquisas metodológicas a atividades práticas, tais como: a promoção de passeios a pé que convidam as pessoas a descobrirem e viverem

sua

intervenções

cidade;

a

realização

de

urbanas

e

construção

de

mobiliário, tais como parklets, para atrair e

Setor Sul, Goiânia – maio/2015

Rua 137, Setor Marista, Goiânia – maio/2015

reter pessoas em espaços públicos; a produção da Semana da Ecologia Urbana de Goiânia, que já aconteceu em duas edições, com o objetivo de promover encontros sociais, acadêmicos e profissionais para a compreensão do ecossistema urbano; a participação em conferências nacionais e internacionais debatendo temas como o desenho urbano, placemaking, urbanismo tático,

tais

produzido

como

o

Future

of

Places

pelo Project for Public Spaces

Táticas Urbanas – Do conceito à Prototipagem

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quando estivemos presentes em Buenos Aires

e

em

Estocolmo,

além

da

Conferência On Line de Urbanismo Tático; e a realização de diversas outras atividades para o compartilhamento de conhecimento e experiências. Nesse sentido a realização de cursos, palestras e oficinas possui fundamental importância

para o teste, validação e

enriquecimento de nossas metodologias. O

curso

“Táticas

Urbanas”

foi

www.sobreurbana.com

inicialmente testado em uma versão pocket em outubro de 2015, com uma turma de 5 pessoas, com uma aula teórica e outra aula

www.facebook.com/Sobreurbana

prática, quando os participantes construiram uma intervenção urbana à frente do Teatro Goiânia, a propósito da 15ª Goiânia Mostra Curtas.

Tal

experiência

aperfeiçoamento

do

possibilitou

método

para

www.instagram.com/sobreurbana

o a

realização da versão alongada do curso,

@sobreurbana

registrada neste e-book. Este

registro

tem

fundamental

info@sobreurbana.com

importância para a Sobreurbana pois nos exigiu a sistematização do processo e dos resultados. Mas também esperamos com este

e-book,

inspirar

estudantes,

pesquisadores, professores e taticistas em geral para a visualização das possibilidades e,

quem

sabe,

a

replicação

Coletivo Centopeia Av. Cora Coralina, nº 140, St. Sul, Goiânia/GO, Brasil. CEP:74080-445

desta

experiência.

+55 62 3941-6607

Se você também é um taticista, compartilhe seu trabalho / referências / reflexões com a gente, enviando e-mail, carta, interagindo virtualmente nas redes sociais ou presencialmente, participando de alguma de nossas atividades ou convidandonos para as suas.

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TÁTICAS URBANAS De Certau define ‘tática’ como a arte do fraco, que age dentro do campo inimigo, sob a vigilância do poder proprietário. Em oposição à ‘estratégia’ – defendida por ele como sendo a manipulação de forças exteriores por um sujeito isolado do ambiente objeto da ação – a tática depende mais do tempo e da capacidade de um sujeito que não se distingue da visão do outro, em transformar acontecimentos em ocasiões, tendo como síntese intelectual não o discurso, mas a decisão¹.

A partir desse entendimento, chamamos de ‘táticas urbanas’ às práticas sociais criativas que subvertem e recriam maneiras de fazer e de utilizar o sistema - a cidade imposta de cima para baixo. Cotidianamente usamos de táticas como forma de nos apropriarmos dos espaços que habitamos, transformando-os em lugares. Táticas simples como o uso da linguagem, o caminhar – ver e escrever a cidade – ou a reutilização de materiais, são utilizadas para satisfazer nossa condição de urbanidade. Reunidas em um novo campo de pesquisa chamado de Urbanismo Tático, as táticas urbanas tem conduzido uma série de processos de apropriação coletiva e voluntária de espaços públicos executadas de forma ‘mais rápida, mais barata e mais fácil’. Organizadas ou não, autorizadas ou não, essas práticas sociais criativas aparecem como uma possibilidade de experimentação de ideias antes de serem definitivamente implantadas e contribuem – talvez este seja seu maior valor – para o engajamento cívico. É com a perspectiva de engajar cidadãos – preparar melhores pessoas para construírem melhores cidades – que a Sobreurbana se coloca como difusora da importância e das possibilidades das táticas urbanas na construção coletiva de uma urbanidade mais inclusiva e horizontal. Ao lado identificamos as táticas utilizadas enquanto ferramentas no curso Táticas Urbanas- Do Conceito à Prototipagem.

horizonte andar à deriva sentir observar compreender medir celebrar interagir com desconhecidos mediar conflitos construir reutilizar ressignificar compartilhar propagar

Para saber mais: ¹: In DE CERTEAU, Michel (1998). A invenção do cotidiano. A arte de fazer. 3ª ed. Ed. Vozes, Petrópolis.

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PROTOTIPAGEM

e prototipagem urbana entende-se a realização de um ensaio, a construção e experimentação de um objeto ou cenário urbano, que poderá ser aperfeiçoado e disponibilizado para replicação. A prototipagem enquanto metodologia aplicada ao espaço público permite testar ideias junto com a população, antes da execução definitiva de obras, na maioria das vezes muito dispendiosas de recursos financeiros e de tempo. Testar ideias gradualmente também estimula ao longo de seu processo a apropriação do lugar, pelas pessoas, criando vínculos afetivos e afirmando identidades. Trazer as pessoas para o processo contribui para a formação de massa crítica. Estimular que as pessoas pensem juntas para identificar seus problemas e potenciais, encontrar soluções e participarem tanto na construção como na gestão do lugar, dá a elas a oportunidade de protagonizarem a criação de meios para o acontecimento da vida pública e social. Por fim, é fundamental para o processo de prototipagem a sistematização do processo e o registro de suas etapas e resultados, de modo a permitir e estimular sua replicação e aperfeiçoamento.

D

Ex.: A Vaga Viva foi o protótipo do parklet. Na imagem, instalação de Vaga Viva realizada pela Sobreurbana em novembro/14, em Goiânia.

Protótipo: 2. Exemplar único feito para ser experimental antes da produção de outros exemplares.

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In Priberam

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COMO USAR

Este e-book está organizado conforme a sequência de atos (etapas / aulas / encontros) que formam o escopo do curso Táticas Urbanas – Do Conceito à Prototipagem. Previamente ao registro de cada um dos atos, está apresentado o escopo do curso conforme previsto inicialmente, de modo a possibilitar a retroalimentação e o aperfeiçoamento do processo. No início da apresentação de cada ato está a anotação das principais táticas utilizadas na etapa, conforme classificação adotada na página anterior, além da citação de autores e trabalhos de referência. Junto com os textos há várias imagens que ajudam a explicar as ferramentas utilizadas e o contexto do trabalho.

Boa leitura!

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Do CONCEITO à PROTOTIPAGEM Táticas Urbanas – do Conceito à Prototipagem foi um curso de férias realizado no Coletivo Centopeia entre os dias 18/01 e 03/02/16. Depois da experiência em outubro/2015 de uma versão pocket do curso, a Sobreurbana propôs esta versão alongada para utilizar de maior tempo e disposição dos participantes para se jogarem na cidade .

Escopo previsto: ATO 1 - A Cidade sou Eu – evolução da forma de pensar as cidades e reposicionamento do eu como agente ativo na construção do comum. Abordagem conceitual – Apresentação do referencial teórico necessário para o desenvolvimento do trabalho ‘cidades para pessoas’, ‘placemaking’, ‘micro urbanismo’, artivismo e o urbanismo táctico em contraposição ao planejamento estratégico. ATO 2 - Apresentação da metodologia de trabalho; exemplos de prototipagens urbanas em cidades brasileiras e estrangeiras; a experiência da ‘Oficina Cidades para Pessoas’; apresentação dos “12 critérios do bom espaço público” enquanto ferramenta de análise do desempenho do espaço público e como orientação para a concepção da intervenção. ATO 3 - Escolha da área de intervenção – Deriva por uma determinada área da cidade (Centro e Setor Sul, pela proximidade com o local de realização da oficina), para o levantamento de áreas carentes de intervenção. Escolha em grupo da área de intervenção. Divisão de trabalho para levantamento de informações para o diagnóstico macro.

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ATO 4 - Diagnóstico da área de intervenção – Análise macro da área escolhida e levantamento de stakeholders. Imersão na área escolhida para vivência e caracterização do espaço, através de fotografia,

vídeo,

anotações

e

desenho

de

observação. ATO 5 - Diagnóstico da área de intervenção – Interação com os usuários do espaço e outros agenciadores para apreensão de suas demandas e dos recursos disponíveis. Avaliação técnica da qualidade do espaço em estudo, segundo os “12 critérios do bom espaço público” . ATO 6 - Prototipagem – Concepção da solução (intervenção): realização da atividade “Poder dos 10” em cima das demandas colhidas nos 12 critérios; divisão de tarefas por assuntos (ou dimensões morfológicas); elaboração de manifesto/ nome e conceito da intervenção para divulgação; planejamento de sua execução: levantamento de recursos, materiais e ferramentas necessárias, divisão de tarefas e definição de outras estratégias necessárias. ATO 7 – Execução da intervenção e divisão de horários para visitação e observação/ registro do uso da intervenção até o próximo encontro. ATO 8 - Avaliação de uso; revisão do alcance segundo os 12 critérios; indicações de melhoria (consolidação do projeto final); indicações para o financiamento do projeto final.

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FICHA TÉCNICA:

Realização: Sobreurbana Ministrantes: Carol Farias e André Gonçalves Local: Coletivo Centopeia e áreas externas Participantes: Carolina Costa Elias Dae Mang T. Trombini Jhuly R. Villela Sandro Melo Wilcken Thaís de Souza Referências Teóricas: Jan Gehl Jane Jacobs Project for Public Spaces Marcos Rosa Mário Caeiro Rosane Araújo Francesco Careri

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Atos 1 e 2

horizonte

(18 e 20/02/16) Nivelamento Teórico - Iniciou com a introdução do entendimento “VOCÊ É A SUA CIDADE”, partindo para a abordagem de urbanismo tático a partir de práticas e estudos da arte urbana e do urbanismo, tais como o artivismo (ou arte urbana engajada), o placemaking, o microurbanismo e o conceito de cidades para pessoas. Em seguida passou-se para um

panorama

histórico

da

forma

como

construímos e ocupamos espaços públicos, desde o paeolítico até a contemporaneidade. O segundo dia

iniciou

com

o

conceito

de

protópo,

a

apresentação do método de trabalho utilizado no curso e em seguida expôs exemplos, como a “Oficina Cidades para Pessoas”, o Largo da Batata e outros. Então partiu-se para a apresentação dos “12 Critérios do Bom Espaço Público” enquanto ferramenta para diagnóstico e ideação. A

apresentação

utilizada

nos

encontros

introdutórios pode ser visualizada no link abaixo: https://goo.gl/imF8wq

Bibliografia referencial:

Jan Gehl – Cidades para Pessoas Jane Jacobs – Morte e Vida de Grandes Cidades Project for Public Spaces – www.pps.org Marcos Rosa – Micro Planejamento: Práticas Urbanas Criativas Mário Caeiro – Arte na Cidade: História Contemporânea Rosane Araújo – A Cidade Sou Eu Francesco Careri – Walkspaces: O caminhar como prática estética

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Ato 3

andar a deriva

(22/02/16) No terceiro ato a turma foi dividida em dois grupos para uma deriva urbana pelo Centro e Setor Sul, onde eles deveriam observar espaços carentes de

observar

algum tipo de intervenção para, em grupo, escolher a área para a prototipagem. As imagens abaixo registram os espaços que chamaram a atenção dos grupos.

Beco da Codorna

Bibliografia referencial:

Rosane Araújo – A Cidade Sou Eu Francesco Careri – Walkspaces: O Espaço Aberto Teatro Carlos Moreira –Rua do Lazer

caminhar como prática estética

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Praça da Vila Cultural Cora Coralina

Calçadão do Colégio Lyceu

Praça José Ximenes (viela entre Rua 3 e Av. Anhanguera)

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Praça da Vila Cultural Cora Coralina, escolhida para a intervenção. Espaço público resultante de uma obra de revitalização

do

Goiânia.

foram

Ali

entorno

do

Teatro

desapropriados

e

demolidos vários imóveis particulares para a

construção

da

Vila

Cultural

Cora

Coralina em cota inferior em relação ao teatro, para que a nova construção não obstruísse o edifício que é patrimônio Art Deco protegido por tombamento. Assim, a cobertura da Vila Cultural foi concebida para ser uma praça. No entanto, desde sua abertura ao público, a ‘praça seca’ como ficou conhecida, vem sendo alvo de críticas da população, que não a enxerga como praça: há somente um piso com problemas de acessibilidade, postes que ainda não receberam luminárias e bancos que foram instalados recentemente, uma fonte que funciona muito raramente, algumas mudas de árvores plantadas ao longo da calçada. Mais nada. Na prática a praça não oferece motivos para ser frequentada.

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Ato 4 sentir

(25/02/16) No quarto encontro, com a área de intervenção já escolhida, a turma fez uma breve análise da área: particularidades do projeto arquitetônico da praça;

compreender

origem e destino das linhas de ônibus que param no ponto situado ao lado; agenda de eventos da Vila Cultural. Foi ainda solicitado um levantamento de dados sobre segurança (índice e tipo de ocorrências, horários…), mas que não foi recebido. Foi efetuado um levantamento de stakeholders e, já no local, trabalhou-se uma interação mais pessoal, buscando observar e sentir o lugar, tendo como ferramentas máquina fotográfica e material de desenho.

Bibliografia referencial:

Jan Gehl – Cidades para Pessoas Project for Public Spaces – www.pps.org Marcos Rosa – Micro Planejamento: Práticas Urbanas Criativas

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Carolina Viana desenhando, se protegendo do sol e brincando sob a observação da Thaís de Souza.

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Desenho de observação. A prática do desenho de observação é uma importante ferramenta para aproximar o olhar a detalhes que o tempo da fotografia não proporciona. Além disso, o tempo exigido para a elaboração de um desenho, faz com que o desenhista obrigatoriamente permaneça no local, tornando-o parte da paisagem, enquanto elemento que sente e interage com o espaço. (Acima, desenho de paisagem da Jhuly Vilela. Abaixo, desenho de detalhe do banco, da Carol Farias).

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Levantamento de stakeholders – pessoas / estabelecimentos que podem influenciar ou serem influenciados pelo projeto.

Equipe em campo, dialogando e vivendo o lugar. À esquerda: Carol Farias, Carolina Viana, Thaís de Sousa, Jhuly Vilela e Dae Mang. À direita: Sandro Melo.

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Ato 5

sentir

(27/02/16) No quinto encontro a turma buscou interagir com as pessoas que

usam o local. Por causa da

observar compreender

ameaça constante de chuva o encontro foi um pouco mais curto, mas foi o suficiente para serem realizadas entrevistas e conversas informais com donos e funcionários de lojas ao redor da praça, moradores do prédio vizinho e outros importantes

interagir com desconhecidos

stakeholders. Inclusive foi possível revisar o levantamento inicial de stakeholders. Algumas da pessoas abordadas forneceram nomes e telefones para a formação de um grupo no whatsapp para interação futura e uma suposta gestão da ‘nova

propagar

praça’. Foi unânime nas abordagens a impressão de que a praça não está terminada, que não oferece conforto para as pessoas estarem nela e que uma intervenção no local seria muito bem-vinda. Outra importante atividade realizada foi a contação de pessoas e a observação dos fluxos de deslocamento. Após as estrevistas, a turma retornou ao Coletivo Centopeia

para

identificar

e

relacionar

as

demandas recebidas nas entrevistas.

Bibliografia referencial:

Jan Gehl – Cidades para Pessoas Mário Caeiro – Arte na Cidade: História Contemporânea Demandas levantadas nas entrevistas.

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Pessoas e Fluxos Por onde as pessoas circulam aqui? Colocar num mapa os fluxos de deslocamento das pessoas, é uma importante ferramenta para orientar a implantação de novos dispositivos. Além disso, a contagem do número de pessoas durante um determinado período de tempo dá sinais sobre a intensidade de uso do lugar. Na praça em análise foi verificado que as pessoas circulam mais por seus limites próximos à rua, adentrando pouco a área. O destino/ origem mais importante é o ponto de ônibus. Naquele dia, entre as 16h08 e 16h32, 99 pessoas passaram pela praça, e somente uma outra permaneceu sentada por alguns minutos.

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Ato 6 horizonte

(29/02/16) O sexto encontro foi realizado na sala do Coletivo Centopeia, quando foi iniciado o processo de ideação sobre a intervenção a ser realizada. O dia contou com a participação especial do professor da UFG

Wagner

Rezende.

O

professor

compreender

está

desenvolvendo a sua pesquisa de doutorado investigando a produção informal de lugares no meio urbano e em uma rápida passagem por Goiânia veio conhecer e trocar experiências com o

mediar conflitos

grupo. Antes de iniciar a ideação foi feita a análise do espaço de intervenção segundo os “12 Critérios do Bom Espaço Público”, elaborada pela equipe do arquiteto dinamarquês Jan Gehl, e trazida para

ressignificar

o curso como ferramenta técnica de análise espacial. Tal análise deveria ter sido feita no encontro

anterior

mas

foi

interrompida

pela

ameaça de chuva. O resultado pode ser conferido em imagens a seguir. Depois disso foi iniciada a ideação, com propostas para criar sombras, mesas, levar verde para o interior da praça, entre outras ideias. O fio condutor foi

obedecer

primeiramente

às

demandas

levantadas pelas pessoas entrevistadas, cuja importância foi reforçada pela análise dos “12 Critérios”.

Também

levantamento

de

foi

imagens

apresentado

um

de

de

referência

intervenções urbanas rápidas, fáceis e baratas e realizada a dinâmica difundida pelo Project for Public Spaces chamada “Poder dos 10”. Outro condicionante das propostas de intervenção foram os recursos disponíveis. A turma visitou o

Bibliografia referencial:

depósito da Sobreurbana, com paletes, caixas de madeira e outros materiais disponíveis. Como recurso financeiro, o curso forneceu um montante de 500 reais para compras de materiais.

Jan Gehl – Cidades para Pessoas Project for Public Spaces – www.pps.org

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A turma ainda recebeu a visita da Anna Carolina Cruz, produtora da Mostra de Arte Urbana no Brasil Central agendada para acontecer na Vila Cultural Cora Coralina entre os dias 13/02 a 31/03/16, e que inseriu a instalação produzida no curso

na

programação

de

seu

evento

de

inauguração. Devido à quantidade de trabalho prevista para a instalação a turma decidiu por acrescentar um encontro extra no domingo dia 31/01/16, no Coletivo Centopeia, para iniciar o trabalho de montagem das peças.

Imagens do sexto encontro.

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Imagens do sexto encontro.

Planejamento de trabalho É importante haver flexibilidade para alteração no roteiro de trabalho, caso necessário. O previsto inicialmente era uma etapa em cada tarde de encontro, sendo que o 6º encontro <ideação> seria numa sexta-feira e o 7º encontro, <construção>, seria numa segunda-feira. No entanto, nossa experiência provou a dificuldade em ter um fim de semana, com poucas horas comerciais, entre o momento da ideação e o da construção, quando são realizadas as compras de materiais. Esse foi um dos fatores que impossibilitou a realização da cobertura em tecido, pensada para ser erguida entre os postes da praça. Ainda, o número reduzido de participantes (cinco) obrigou-nos a acrescentar dois encontros extra para a produção das peças antes de levá-las para o local da intervenção.

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Análise da praça segundo os “12 Critérios do Bom Espaço Público” (quadro adaptado pela Sobreurbana da metodologia desenvolvida por Gehl Architects).

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Acima, memória das demandas levantadas nas entrevistas. Ao centro, o “Poder dos 10” (metodologia desenvolvida por Project for Public Spaces). Abaixo, projeto de cobertura para a praça, não executado.

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Acima, projeto de mesa e biombo para guarda de mudas e livros. Abaixo, registro da turma no Coletivo Centopeia.

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Ato Extra 1 horizonte

(31/01/16) Para adiantar o trabalho que visivelmente não seria possível de realizar somente na tarde do dia 01/02, foi acrescentado este encontro para a produção de peças. Assim, foram iniciados os suportes para

construir reutilizar

sombra, as caixas de paletes para grama, a mesa de paletes e o biombo para mudas e livros. O dia de trabalho contou novamente com a presença do professor Wagner.

À esquerda, Carol Farias e Thaís de Souza. À direita, Jhuly Vilela e Carolina Viana.

Bibliografia referencial:

Marcos Rosa – Micro Planejamento: Práticas Urbanas Criativas Mário Caeiro – Arte na Cidade: História Contemporânea

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Ato 7 horizonte

(01/02/16) Previsto para ser o momento de montagem, teve de ser todo utilizado para a produção das peças em oficina (no Coletivo Centopeia). Ao perceber que não seria possível fazer a instalação nesse

construir reutilizar

dia, a turma optou por acrescentar mais um encontro extra, adiando a montagem para o encontro 8, e fazer a avaliação num momento posterior.

Bibliografia referencial:

Marcos Rosa – Micro Planejamento: Práticas Urbanas Criativas Mário Caeiro – Arte na Cidade: História Contemporânea Cena do Ato 7.

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Ato 8 horizonte

(03/02/16) Previsto para ser o dia da avaliação, foi utilizado ainda para montagem das peças e instalação no

compreender

local da intervenção. A chegada da turma com as peças na praça causou interesse de alguns moradores do edifício ao lado – várias pessoas na janela, outras que desceram e vieram entender do

interagir com desconhecidos mediar conflitos

que se tratava. Por causa da chuva a instalação não foi concluída, restando alguns acabamentos para o próximo encontro extra.

construir reutilizar ressignificar compartilhar Propagar Cenas do Ato 8.

Bibliografia referencial:

Jan Gehl – Cidades para Pessoas Project for Public Spaces – www.pps.org Marcos Rosa – Micro Planejamento: Práticas Urbanas Criativas Mário Caeiro – Arte na Cidade: História Contemporânea

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Cenas do Encontro 8. Ao lado, com camiseta amarela, moradora a oferecer água para os taticistas.

Táticas Urbanas – Do conceito à Prototipagem

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Cenas do Encontro 8.

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Ato Extra 2 criar retóricas Sentir

(05/02/16) Finalmente, a conclusão! Com mais tempo para driblar a chuva e concluir acabamentos, o ‘Quintal da Cora’, como a

compreender

instalação foi nomeada, ficou pronto consistindo em: três caixas e dois pneus de grama para acrescentar verde à praça; duas estruturas com sombrinhas para fornecer sombra e cor; uma

celebrar interagir com desconhecidos mediar conflitos

mesa; uma estrutura de madeira, oferecendo sombra e mesa; um biombo para troca de livros e mudas; e várias mudas de hortaliças e plantas ornamentais. O biombo foi deixado em estado bruto (sem pintura) para que os artistas da Mostra de Arte Urbana pudessem preenchê-lo com grafite.

construir reutilizar ressignificar

Além da chuva, outra dificuldade foi o transporte das peças para o interior de uma praça onde não podíamos entrar com veículo.

compartilhar propagar

Bibliografia referencial:

Jan Gehl – Cidades para Pessoas Project for Public Spaces – www.pps.org Marcos Rosa – Micro Planejamento: Práticas Urbanas Criativas Mário Caeiro – Arte na Cidade: História Contemporânea

Detalhes da instalação pronta: estrutura de sombrinhas para fazer sombra.

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Detalhes da instalação pronta: biombo para troca de livros e mudas.

Acima e abaixo, duas senhoras moradoras do prédio vizinho, curiosas com a instalação, dando sugestões e oferecendo colaboração.

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Acima, a interação dos participantes do curso com a instalação produzida; Ao lado e abaixo, diferentes ‘ambientes’ do Quintal da Cora’.

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Inauguração da Mostra de Arte Urbana no Brasil Central sentir

(13/02/16) Uma semana após a conclusão da instalação, decorreu a inauguração da Mostra de Arte Urbana, trazendo um grande público para a praça. O

observar medir

espaço de tempo entre o último encontro e a inauguração da Mostra permitiu-nos avaliar o uso das peças e algumas soluções de acabamento. Por exemplo, uma sombrinha da estrutura de

celebrar interagir com desconhecidos

sombra foi danificada pelo vento. Na substituição, encontramos uma

melhor solução para seu

encaixe no poste. Também tivemos tempo para preencher as peças com mais estêncil, adesivos e lambes. A produção da Mostra providenciou neste dia a recepção de 500 mudas de árvores nativas

ressignificar

para distribuição na praça, o que a encheu de verde. Além da Mostra e do Quintal da Cora, o espaço ofereceu como atrativo as fontes ligadas, o que acontece muito raramente. É notório o quão

compartilhar Propagar

fica mais atraente a praça com vários elementos em funcionamento.

Moradores do prédio vizinho a observar a movimentação na praça. Ao lado, o depoimento de uma moradora.

Quando vocês terminaram de colocar as mudas na praça, ficou tão lindo. Fiquei até emocionada!

Táticas Urbanas – Do conceito à Prototipagem

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Bibliografia referencial:

Jan Gehl – Cidades para Pessoas Jane Jacobs – Morte e Vida de Grandes Cidades Project for Public Spaces – www.pps.org Marcos Rosa – Micro Planejamento: Práticas Urbanas Criativas Mário Caeiro – Arte na Cidade: História Contemporânea

Últimos preparativos para a inauguração da Mostra.

Rosane Araújo – A Cidade Sou Eu Francesco Careri – Walkspaces: O caminhar como prática estética

Mostra de Arte Urbana no Brasil Central 2ª edição de evento realizado pela Arte Plena Produções Culturais

A Mostra é um projeto de continuidade, desta vez em sua 2ª edição, mais focada na discussão sobre a cidade, as possibilidades de ocupação e intervenções artísticas, no diálogo das arte e seus deslocamentos urbanos. A Sobreurbana havia sido convidada a participar da Mostra e coincidentemente a turma do curso de Táticas Urbanas escolheu a praça da Vila Cultural como lugar para a intervenção. Então o Quintal da Cora passou a integrar as atividades paralelas da Mostra, como atividade promovida pela Sobreurbana, tendo destaque em sua inauguração.

Táticas Urbanas – Do conceito à Prototipagem

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O Quintal da Cora na inauguração da Mostra de Arte Urbana no Brasil Central.

Táticas Urbanas – Do conceito à Prototipagem

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O Quintal da Cora na inauguração da Mostra de Arte Urbana no Brasil Central.

Táticas Urbanas – Do conceito à Prototipagem

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O Quintal da Cora na inauguração da Mostra de Arte Urbana no Brasil Central.

Táticas Urbanas – Do conceito à Prototipagem

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O Quintal da Cora na inauguração da Mostra de Arte Urbana no Brasil Central.

Táticas Urbanas – Do conceito à Prototipagem

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Considerações Finais Toda atividade realizada em espaço público e de forma colaborativa está sujeita a imprevistos e adequações em seu processo. Não é à toa que utilizamos o termo prototipagem: valorizamos a capacidade de aprender com a experiência para aperfeiçoar processos e entregas. É por isso também que elaboramos este e-book: além de possibilitar a partilha desta experiência, este registro nos permitirá no futuro avaliarmos nossa trajetória, oferecendo base para reflexões e comparações.

DESAFIOS

DESCOBERTAS

1. Ultrapassar o individualismo para trabalhar

1. É surpreendente o quão pouco conhecemos

de forma realmente colaborativa, em grupo. 2. Equilibrar o desafio com o tempo, os recursos disponíveis e a capacidade de produção da equipe.

nossa

cidade.

Caminhar,

caminhar

sempre. 2. Se você prestar atenção vai perceber que já usa várias táticas urbanas em seu dia-a-dia.

3. Adaptar-se às intempéries – muito sol, muita chuva.

3. Trabalhos colaborativos são sempre uma oportunidade para fazer novos amigos.

4. Saber ouvir e observar – com cuidado para não conduzir as respostas do outro. 5. Superar

da

a

estética

do

precário

4. Reconhecer a ideia do outro em detrimento da sua é um aprendizado para a vida.

a

5. Construir coisas com as próprias mãos é

inexperiência da equipe, o curto tempo e os

muito pedagógico sobre suas próprias

recursos imitados facilmente condicionam

capacidades.

resultados simples e rústicos. 6. Para a propagação da experiência e sua continuidade: 1. Trabalhar com a comunidade – incentivar cuidadores naturais.

6. A interação com desconhecidos é a mais prazerosa das táticas. A princípio parece algo

difícil

mas

é

a

ação

mais

transformadora da nossa relação com a cidade, afinal…

2. Investir em comunicação – conceito, registro e divulgação.

Táticas Urbanas – Do conceito à Prototipagem

… A CIDADE SOMOS NÓS. ATÉ A PRÓXIMA ESQUINA!

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Os Taticistas Chamamos de ‘taticistas’ todos aqueles que contribuiram para o acontecimento deste curso. São taticistas porque passaram a compreender a necessidade de transgressão no cotidiano da vida urbana como forma de construção efetivamente coletiva da cidade. A todos os nossos taticistas: MUITO OBRIGADO!

Thaís de Souza Carolina Viana

Dae Mang T. Trombini

Jhyly Vilela

Sandro M. Wilcken

Wagner Rezende André Gonçalves

Carol Farias

Ao Richard Melchiades/ GoType nosso agradecimento especial pela redação da placa de identificação do Quintal da Cora.

Ao Jair Mota / Coletivo Centopeia nosso agradecimento especial pelos deliciosos lanches servidos ao longo do curso.

Táticas Urbanas – Do conceito à Prototipagem

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Táticas Urbanas – Do conceito à Prototipagem www.sobreurbana.com

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